PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS

INTRODUÇÃO A alimentação é fator primordial tanto na prevenção

quanto na promoção para a saúde humana, evitando

e controlando várias doenças, com destaque da

Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT),

como DM, HAS, DCV, neoplasias. Sendo assim,

vários estudos foram realizados com o intuito de

comprovar a atuação de alguns alimentos na

prevenção destas patologias.

ALIMENTOS FUNCIONAIS

De acordo com a ANVISA (2002), é todo alimento ou

ingrediente que, além das funções nutricionais básicas,

quando consumidos na dieta usual, produz efeitos

metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, devendo

ser seguro para a saúde sem supervisão médica.

SITUAÇÕES NORMAIS

Em um intestino adulto saudável, a microflora

predominante se compõe de microrganismo em sua

maioria pertencente aos gêneros Bifidobacterium e

Lactobacillus, estes produzem enzimas que são

fundamentais para a nossa saúde, desempenhando

assim as funções fisiológicas, como defesa contra

microrganismo potencialmente patogênicos,

produção de enzimas e auxilio na digestão.

SITUAÇÕES ESPECIAIS Quando, por alguma razão, seja pelo uso de

medicamentos, por uma indisposição intestinal ou por

deficiências na alimentação, as bactérias patogênicas

começam a se multiplicar no intestino e alcançam maior

número do que as bactérias benéficas, é necessária uma

ajuda extra para equilibrar esta condição.

Neste momento pode-se introduzir o consumo de

alimentos probióticos e prebióticos na dieta. Hoje o

consumo destes alimentos também é recomendado para

prevenção de problemas intestinais.

PROBIÓTICOS Existem várias definições entretanto, a definição

aceita internacionalmente é que probióticos são

microrganismos vivos, que quando administrados

em quantidades adequadas, conferem benefícios à

saúde.

GÊNEROS

Lactobacillus Bifidobacterium Streptococcus

L. acidophillus B. longum S. thermophilus

L. casei B. bifidum

L. johnsonii B. lactis

L. fermentum B. breve

L. plantarum B. infantis

L. lactis

L. rhamnosus

L. gasseri

L. reuteri

L. salivarius

Fonte: Koop-Hoolihan (2001)

MECANISMO DE AÇÃO

Segundo Malta et al (2001), três possíveis mecanismos de

atuação são atribuídos aos probióticos:

1º Supressão do número de células viáveis através da

produção de compostos com atividade antimicrobiana.

2º Competição por nutrientes.

3º Competição por sítio de adesão ( as bactérias

probióticas ocupam os sítios de ligação na mucosa

intestinal formando uma barreira física as bactérias

patogênicas, desde modo as bactérias patogênicas seriam

excluídas pela competição).

REQUISITOS PARA A EFICÁCIA

Número mínimo de bactérias probióticas viáveis no

produto alimentar no momento do consumo 106

UFC/g. O produto deve possuir bactérias capazes

de serem ativadas e multiplicadas rapidamente.

Armazenamento dos produtos alimentares a

temperaturas adequadas de refrigeração.

O probiótico deve ser estável e precisa manter sua

viabilidade por longos períodos quando estocados.

REQUISITOS PARA A EFICÁCIA

Os microrganismos devem ser tolerantes as enzimas

salivares, ácidos estomacais, sais biliares e ácido

orgânico volátil no intestino grosso.

Os microrganismos escolhidos como constituintes

dos probióticos devem ser habitantes normais do

Trato Gastrintestinal (TGI) de animais saudáveis e

devem ser espécie – específicos.

BENEFÍCIOS Preservação da integridade;

Atenuação dos efeitos de doenças intestinais

(diarreia induzida por rotavírus, antibióticos,

doença intestinal inflamatória e colite);

Inibição da colonização gástrica com

Heliobacter pylori (associada a gastrite,

úlcera e câncer gástrico);

BENEFÍCIOS

Estimulação do Sistema Imune;

Competição contra microrganismos

indesejáveis;

aumento da absorção de minerais;

Controle e estabilização da microbiota

intestinal após o uso de antibióticos.

PRINCIPAIS ALIMENTOS PROBIÓTICOS PRODUZIDOS NO

BRASIL Produto Fabricante Probiótico Alegação

Activia Danone L. bulgaris Streptococcus thermophilusBifidobacterium DN 173010

Regula o trânsito intestinal

Batavito Batavo L. casei L. acidophillus

Biofibras Batavo L. acidophillus B. lactis

Regula microbiota intestinal

Chamyto Nestlé L. johnsonni L. helveticus

LC1 Active Nestlé L. BulgarisStreptococcus thermophilusL. Acidophilus NCC 208

Ajuda a reforçar as defesas naturais

Fonte: Stefe et al, 2008

PRINCIPAIS ALIMENTOS PROBIÓTICOS PRODUZIDOS NO

BRASIL

Produto Fabricante Probiótico Alegação

Nesvita/ Actifibras Nestlé Fibras prebióticas e bacilos probióticos

Agiliza o funcionamento do intestino.

Vigor Club Vigor L. casei L. acidophilus

Yakult Yakult L. casei Shirota Normaliza o equilíbrio da microbiota intestinal.

Yakult 40 Yakult L. casei Shirota Auxilia na digestão e absorção dos nutrientes e no equilíbrio da flora intestinal.

Fonte: Stefe et al, 2008

PREBIÓTICOS

Prebióticos são carboidratos não digeríveis,

nem absorvidos ao longos do TGI, fazendo com

que, desta forma eles consigam chegar até as

porções finais do intestino de maneira intacta,

agindo como substrato e energia para o

crescimento e atividade de bactérias

intestinais benéficas ( Lactobacillus e

Bifidobacterium), os prebióticos mais eficientes

irão reduzir a atividade de microrganismos

potencialmente patogênicos.

GÊNEROS Inulina

Galactooligosacarídeos Lactulose Oligossacarídeos do leite materno

A lactulose é um dissacarídeo sintético utilizado como

medicamento, para o tratamento da constipação e a

encefalopatia de causa hepática. A oligofrutose prebiótica

(OF) está presente naturalmente em muitos alimentos

como trigo, cebolas, bananas, mel, alho e alhoporró. A OF

também pode ser extraída da raiz de chicória ou pode ser

sintetizada enzimaticamente a partir da sacarose.

Oligofrutose Frutooligossacarídeos (FOS)

GÊNEROS Os FOS são carboidratos de cadeia curta (oligossacarídeos), e

têm duas qualidades, resistência à ação das enzimas hidrolíticas

e uma preferência por bifidobactéria, ou seja, são bifidogênicos,

daí seu efeito prebiótico. Alimentando as bactérias benéficas que

habitam o intestino e provocando uma redução do pH,

proporcionam uma melhor absorção de certos minerais como

cálcio e magnésio.

Ser de origem vegetal; não ser digerida por enzimas digestivas; ser parcialmente fermentada por uma colônia de bactérias.

Requisitos

MECANISMO DE AÇÃO

BENEFÍCIOS A fermentação de prebióticos no cólon dá lugar a

um grande número de efeitos fisiológicos, incluindo:

Efeito bifidogênico;

Aumento da absorção de cálcio ;

Aumento do bolo fecal;

Diminuição da translocação bacteriana.

Diminuição do risco de cancêr de cólon;

Efeito fibra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, F. H. F. et al. Perfil da hidrofobicidade da superfície celular de

Bifidobacterium lactis Bb12 e Bifidobacterium longum Bb46 em função do meio de cultura. Revista de Biologia e Ciências da Terra. v 5, n. 2, p. 1-5, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (ANVISA) Alimentos com Alegações de Propriedades Funcionais e ou de saúde, Novos Alimentos/Ingredientes. Substâncias Bioativas e Probióticos. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2005. 278p. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno/_lista_alega.htm>. Acesso em 20/02/2013.

Kopp-Hoolihan L. Prophylactic and therapeutic uses of probiotics. J Am Diet Assoc. [periodico na internet]. 2001 [capturado em 2013 fev 20];101: 229-36. Disponível em: http://www.adajournal.org/article/S0002-8223(01)00060-8/abstract.

MALTA,H.L.; LEITE.M.de O.; ANDRADE,N.S.de.; CERQUEIRA, M.R.de.; FONSECA,L.M.da.; CERQUEIRA,M.M.O.P. Verificação da qualidade físico-química e microbiológica de alguns iogurtes vendidos na região de Viçosa, MG. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes. Viçosa, v.56, n. 321, p.152-159, 2001.

RAIZEL, R.; SANTINE, E. et al. Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos para o organismo humano. Revista Ciência & Saúde. v. 4, n. 2, p. 66-74, 2011.

SAAD, S. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. v, 42, n. 1, 2006.

SANTOS, R. et al. Probióticos: microrganismos funcionais. Ciência Equatorial. v, 1, n. 2, 2011.

STEFE, C. A.; et al. Probióticos, Prebióticos e Simbióticos. Saúde & Ambiente em Revista. v. 3, n. 1, p. 16-33, 2008.