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Atualidades para PF Teoria e exercícios Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04 AULA 04 SUMÁRIO PÁGINA 1. Demografia e características da população brasileira 1 2. A nova classe média e a renda brasileira 13 3. Imigrantes ilegais no Brasil 28 4. Manifestações pelo Brasil e pelo mundo 31 5. Questões comentadas 39 6. Lista de questões 69 7. Gabarito 88 1. Demografia e características da população brasileira O período até, aproximadamente, 2025-2030 representa uma oportunidade para o enriquecimento da sociedade brasileira - é a nossa janela (bônus) demográfica -, já que a razão de dependência demográfica está diminuindo e, a partir dessa queda, em um determinado ponto ela começará a se inverter em razão do aumento de idosos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE, demonstra que atualmente tem se verificado que há menos pessoas (jovens e idosos) dependentes de indivíduos em idade ativa, contudo, à medida que a população envelhecer, essa razão de dependência irá aumentar. [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 89

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    AULA 04

    SUMRIO PGINA

    1. Demografia e caractersticas da populao brasileira 1

    2. A nova classe mdia e a renda brasileira 13

    3. Imigrantes ilegais no Brasil 28

    4. Manifestaes pelo Brasil e pelo mundo 31

    5. Questes comentadas 39

    6. Lista de questes 69

    7. Gabarito 88

    1. Demografia e caractersticas da populao brasileira

    O perodo at, aproximadamente, 2025-2030 representa uma

    oportunidade para o enriquecimento da sociedade brasileira - a

    nossa janela (bnus) demogrfica -, j que a razo de dependncia

    demogrfica est diminuindo e, a partir dessa queda, em um

    determinado ponto ela comear a se inverter em razo do aumento

    de idosos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD),

    realizada pelo IBGE, demonstra que atualmente tem se verificado

    que h menos pessoas (jovens e idosos) dependentes de indivduos

    em idade ativa, contudo, medida que a populao envelhecer,

    essa razo de dependncia ir aumentar.

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    Em outras palavras, atualmente h mais pessoas na faixa

    etria em que h maior probabilidade de exercer atividade

    econmica do que aqueles que potencialmente dependem desse

    grupo. Essa diminuio da taxa de dependncia favorvel ao pas

    e possibilita at mesmo uma reforma do Estado, tendo em vista que

    h um grande contingente de contribuintes.

    A chamada taxa de dependncia se d pela diviso do total de

    jovens (com menos de 15 anos) e idosos (mais de 60 anos)

    somados pela quantidade de pessoas entre de 15 a 59 anos. Com

    isso pode-se ter uma dimenso da proporo entre pessoas

    economicamente dependentes e as que esto em idade de prov-

    las. claro que muitos idosos, homens ou mulheres, podem estar

    em plena atividade produtiva, bem como h casos de crianas e

    adolescentes que trabalham, seja regularmente (como aprendiz) ou

    irregularmente; contudo, a taxa de dependncia oferta uma base

    que serve de referencial para polticas pblicas e comparaes entre

    outros pases ou ao longo do tempo.

    No perodo entre 2001 e 2011, de acordo com o IBGE, em sua

    Sntese de Indicadores Sociais, houve uma reduo da taxa de

    dependncia de 60,3% para 54,6%. Tal indicador sofreu queda em

    razo da diminuio do nmero de jovens, entretanto a parcela de

    idosos aumentou. Mesmo assim a reduo de jovens foi suficiente

    para reduzir a taxa de dependncia. Dessa forma, o nmero de

    pessoas consideradas economicamente dependentes caiu 5,7 pontos

    percentuais, o que significa maior facilidade para que o grupo em

    idade ativa sustente os custos desse dos dependentes econmicos.

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    Repetindo para no ter erro: os jovens sofreram uma diminuio,

    em 2001 eram 45,8% da populao e, em 2011, eram 36%.

    Apesar dessa tendncia de envelhecimento populacional, o

    Brasil ainda considerado um pas jovem, se confrontado a outros

    pases, e com baixo nmero proporcional de idosos. Essa situao

    nos coloca, em relao ao nmero de jovens, abaixo de pases como

    a ndia, a frica do Sul e o Mxico; que apresentam, em relao a

    essa taxa, respectivamente, as de 48,8% , 47,8% e 46,2%.

    Atualmente, o Brasil est mais prximo ao Chile, Estados Unidos,

    Frana e Austrlia, que apresentam, respectivamente, 33,5%,

    32,8%, 31,5% e 30,8%. Lembro que a proporo de jovens do

    Brasil 36%.

    Como disse anteriormente, o Brasil ainda possui uma parcela

    pequena do nmero de idosos maiores de 65 anos, tendo apenas

    7,4% de sua populao nessa faixa. O Japo possui uma proporo

    de 67,8% ; a Alemanha, 52,3% ; a Frana, 49,5% ; o Reino Unido,

    46,1; e a Austrlia, 37,4%.

    Esses dados comprovam a tendncia de que est fincado para

    trs momentos de altas taxas de dependncia no pas e que, caso

    essa continue diminuindo, o Brasil ter de fato um grande bnus.

    Na pirmide etria das dcadas de 1970 e 1980, por exemplo, os

    nmeros da taxa de dependncia eram bastante expressivos, pois,

    naquele momento, a parcela de pessoas com menos de 20 anos era

    a maior da estrutura etria.

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    O fato que, conforme asseveram Lcio, Melo e Guerra, em

    artigo publicado na Le Monde Diplomatique Brasil, de julho de 2013,

    em cerca de quarenta anos, o Brasil passou de uma iminente

    ameaa de exploso demogrfica para uma perspectiva de reduo

    populacional, desde que a tendncia de que continuem nascendo

    relativamente poucas crianas e de que no haja um processo de

    imigrao internacional em massa se mantenha. De uma taxa de

    fecundidade em torno de seis crianas por mulher em idade

    reprodutiva (taxa de fecundidade), durante os anos 1960, chegou-

    se em 2010 a uma taxa de 1,8 filho por mulher - abaixo da

    chamada taxa de reposio populacional. A populao brasileira

    continua sim crescendo, todavia em ritmo cada vez menor; de modo

    que a tendncia de que por volta de 2030-2040, a populao pare

    de crescer ou mesmo passe a diminuir.

    Embora a diminuio relativa de nascimentos ocorra em todos

    os segmentos socioeconmicos, a taxa de fecundidade continua

    maior entre as mulheres mais pobres. Isso representa um desafio

    para as polticas pblicas, na medida em que devem garantir para

    as crianas filhas de mes pobres formao adequada e proteo

    integral. Outro problema tambm o cuidado com os idosos, j que

    hoje, segundo o IBGE, os custos da ateno aos idosos tm sido

    assumidos em boa parte pelas famlias e, em particular, pelas

    mulheres; mas, com a reduo familiar e o aumento da parcela

    desses idosos, esses custos podero ficar insustentveis e o Estado

    poder ter problemas em assumi-los cada vez mais.

    Em relao populao em idade ativa (PIA) possvel a

    separarmos em trs faixas: a jovem ou jnior (de 15 a 24 anos); [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 89

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    adulta ou mster (de 25 a 49 anos) e a madura ou snior (de 50 a

    64 anos). O grupo jovem da PIA era, em nmeros absolutos, o

    maior grupo etrio at 2000. De 2000 para 2010, o grupo diminui

    em termos relativos, com tendncia de reduo ainda maior para os

    prximos anos, ou seja, haver menos pessoas necessitando entrar

    no mercado de trabalho. Como esse grupo o que est associado

    ao primeiro emprego, justamente nele se encontram as maiores

    taxas de desemprego por idade. A reduo desse grupo, no que diz

    respeito ao mercado de trabalho, pode significar a queda da presso

    demogrfica pela gerao de novos empregos. Contudo, os nmeros

    relativos no podem apagar os absolutos, pois, at mesmo devido

    ao tamanho populacional brasileiro, esse contingente continuar

    muito grande, mesmo que diminua relativamente.

    Alm disso, ainda permanecer a questo de se gerarem

    bons postos de trabalho para esse nmero expressivo de brasileiros

    que ingressam no mercado de trabalho a cada ano. A questo

    ganha ainda um ingrediente que aumenta a dificuldade que a cada

    vez maior escolaridade - partindo do princpio de que quanto maior

    a escolaridade, maior a busca por melhores condies de trabalho.

    Dessa maneira, o aproveitamento dessa janela demogrfica exigir

    que sejam gerados novos e bons empregos e que a economia

    vivencia um processo de crescimento equilibrado e dinmico.

    Alis, sobre os mais jovens, a reduo tendencial dessa

    parcela poder significar uma grande chance na educao. O

    governo brasileiro ter a chance de mudar o foco quantitativo das

    escolas e universidades, para focar o aspecto qualitativo. Ou seja,

    como haver proporcionalmente menos jovens ingressando [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 89

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    escolas e universidades pblicas, os gastos podero ser

    direcionados, em vez de para a simples criao e manuteno de

    vagas, para um salto de qualidade, que inclui melhor infraestrutura

    escolar e universitria, melhor qualificao e remunerao de

    professores, estudo em tempo integral, bolsas de estudos e

    pesquisas, entre outros.

    Em relao PIA adulta ou mster, podemos dizer que o peso

    desse grupo aumentar at aproximadamente 2030, quando, a

    partir de ento, tender a diminuir. Em razo da diminuio da taxa

    de dependncia at 2025, a PIA adulta teria, teoricamente, maior

    capacidade de poupana, de consumo e de, por conseguinte, maior

    contribuio para o crescimento econmico. Sobre esse grupo recai

    a maior parte da responsabilidade privada pela manuteno direta

    dos dependentes, em razo de vnculos familiares e da

    responsabilidade pela manuteno indireta, em razo da

    contribuio de recursos para o Estado por meio de tributos.

    A PIA adulta o segmento populacional que constitui o ncleo

    da fora de trabalho, sendo o conjunto de trabalhadores que

    possuem a possibilidade de combinar escolarizao geral e educao

    profissional experincia no mercado de trabalho, aliadas a boa

    capacidade fsica. Ou seja, trata-se do segmento populacional com

    capacidade produtiva no auge.

    Por essas razes, Lcio, Melo e Guerra, enfatizam que boas

    condies de escolarizao, formao e sade dos indivduos desse

    grupo etrio, das geraes atual e futura, dever ser garantidas, no

    s como garantias de direitos, mas tambm para ampliao [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 89

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    capacidade produtiva. Os autores lembram que tambm se faz

    necessrio que haja o incentivo ao aumento da participao das

    mulheres na atividade econmica e do combate s formas de

    discriminao.

    Assim, polticas de ampliao e diversificao de qualificao

    devem ser combinadas a polticas de desenvolvimento econmico e

    tambm tecnolgico, a fim de permitir uma maior adequao

    produtiva das pessoas nessa faixa etria. A absoro dessa fora de

    trabalho, ainda segundo os mencionados autores, em ocupaes

    menos vulnerveis e em atividades mais qualificadas pode viabilizar

    melhores condies de trabalho, produo e remunerao.

    J em relao PIA madura ou snior, temos que este grupo

    representa uma fatia pequena da PIA total, entretanto possui

    tendncia a um crescimento significativo a partir de 2030. O

    aumento de seu peso relativo na fora de trabalho levantar

    problemas de sade cada vez mais frequentes, com crescimento da

    demanda por aposentadoria e reivindicaes de garantia de

    condies do exerccio digno do trabalho pelos mais velhos. Com o

    envelhecimento, as presses sobre programas de sade, assistncia

    social e previdncia se ampliaro.

    Agora, pessoal, eu gostaria de comentar alguns aspectos

    especficos da populao brasileira, comeando pela qualidade de

    vida - mais adiante eles sero aprofundados. No ranking mundial do

    ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade

    de vida, o Brasil entrou, desde 2007, na parcela de pases

    considerados em Alto Desenvolvimento Humano - no se espantem,[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 89

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    isso mesmo. De acordo com a classificao do ranking, os pases que ocupam da 48a posio at a 94a, possuem essa classificao.

    O IDH brasileiro 0,718, sendo que quanto mais prximo de

    1, maior o desenvolvimento. Atualmente o Brasil ocupa a 84a

    posio, atrs de pases como Uruguai (48 lugar, IDH de 0,783);

    Palau (49 lugar, IDH de 0,782); Cuba (51 lugar, IDH de 0,776);

    Panam (58 lugar, IDH de 0,768); Lbia (64 lugar, IDH de 0,760);

    Cazaquisto (68 lugar, IDH de 0,754); Venezuela (73 lugar, IDH

    de 0,735); Peru (80 lugar, IDH de 0,725) e Equador (83 lugar,

    IDH de 0,720). Chile e Argentina so os pases da Amrica Latina

    melhores posicionados, estando no patamar dos pases de muito

    alto desenvolvimento humano. O Chile est na 44a posio com IDH

    de 0,805 e a Argentina est na 45a posio com IDH de 0,797.

    Vejam que mesmo ele tendo "alto" IDH, ainda permanece distante

    dos pases com IDH "muito alto".

    Os municpios brasileiros com melhores IDH esto no Sul e

    Sudeste e so: So Caetano do Sul (SP), guas de So Pedro (SP),

    Niteri (RJ), Florianpolis (SC) e Santos (SP). J os com piores

    ndices esto no Norte e no Nordeste e so: Manari (PE), Jordo

    (AC), Traipu (AL), Guaribas (PI) e Centro de Guilherme (MA). No

    tpico 3 veremos melhor as questes relacionadas ao IDH brasileiro.

    Em relao expectativa de vida, o Brasil ocupa a 91a posio

    no ranking da ONU, sendo que esse indicador vem melhorando nos

    ltimos anos, o que reflete a melhoria gradual nas condies de vida

    e de sade da populao nos ltimos anos. Segundo estudo

    divulgado pelo IBGE em 2012, o brasileiro possui 74,1 anos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 89

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    expectativa de vida ao nascer. Entre 2000 e 2011, esse nmero

    aumentou em 3,65 anos, com situao mais favorvel s mulheres.

    A expectativa de vida das mulheres, que era de 73,9 em 2000,

    atingiu 77,7 em 2011. No caso dos homens, passou de 66,3 para

    70,6 anos.

    Segundo o Atlas do Censo Demogrfico de 2010, os maiores

    ganhos na expectativa de vida da populao brasileira ocorreram

    nas dcadas de 1950 e 1980, sendo que o principal fator que

    ocasionou essa situao foi o avano na sade, com o aumento

    (absoluto e relativo) dos mdicos e hospitais, a melhoria nos

    tratamentos e a expanso da rede de saneamento bsico. Lembro

    que, ainda que tenha havido aumento, o sistema de sade ainda

    no capaz de atender satisfatoriamente s demandas da

    populao brasileira.

    Em relao ao gnero, as mulheres so maioria no Brasil,

    representando 51,5% da populao brasileira, contra 48,5% de

    homens. O nvel de escolaridade entre as mulheres tambm tem

    aumentado progressivamente; elas j possuem maior escolaridade

    que os homens e, com o nmero de filhos cada vez menor, tem

    aumentado sua participao no mercado de trabalho.

    J a taxa de mortalidade infantil um dos dados que melhor

    atestam a qualidade das condies de vida de uma populao. Os

    fatores que levam a uma melhoria desse ndice so a expanso do

    saneamento bsico, o acompanhamento mdico da mulher desde o

    incio da gravidez, o atendimento hospitalar ao recm-nascido, a

    boa alimentao da gestante e do beb e a melhoria da [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 89

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    materna. Segundo dados do IBGE, a taxa de mortalidade infantil no

    Brasil est diminuindo. Entre 1999 e 2010, essa taxa caiu de 31,7

    para 15,6 crianas mortas para cada mil nascidas vivas -

    representando uma diminuio bastante considervel.

    Em relao ao rendimento mdio mensal real dos brasileiros,

    ele aumentou 8,3% de 2008 a 2011, de acordo com a PNAD. De

    2008 a 2011, todas as regies apresentaram aumento no

    rendimento mdio mensal real, sendo que a que teve maior

    elevao de ganhos foi o Nordeste com 10,7%. Em seguida vem o

    Centro-Oeste com 10,6%; o Sudeste 7,9% ; o Norte com 7,7% e o

    Sul 4%. Relacionam-se a esse processo o aumento do salrio

    mnimo, as polticas de transferncia de renda e as maiores taxas de

    emprego.

    Sobre a concentrao de renda, temos que o maior aumento

    da renda per capita dos mais pobres em relao aos mais ricos

    mostra uma reduo da desigualdade. De acordo com o IBGE, uma

    das maneiras de visualizar a queda da desigualdade observando o

    crescimento acumulado da renda dos 20% mais pobres em relao

    aos 20% mais ricos. Enquanto em 2009, a renda dos 20% mais

    ricos era 17,8 vezes maior que a dos 20% mais pobres; em 2011,

    passou a ser 16,5 vezes. Isso demonstra que a desigualdade ainda

    alarmante no Brasil, mas vem sofrendo uma reduo. Veremos

    mais adiante que autores importantes, como Neri, consideram o

    perodo 2001-2010 como a dcada da incluso, justamente pela

    reduo da desigualdade que ocorreu. Repito: houve reduo da

    desigualdade, mas ela ainda enorme.

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    Dessa maneira, a verdade que o Brasil permanece com uma

    das maiores concentraes de renda do mundo. Enquanto os 10%

    mais ricos da populao vivem com 41,5% da renda nacional; os

    10% mais pobres vivem com apenas 1,4% da renda, segundo o

    PNAD de 2011. Ou seja, mesmo com a melhora, os dados

    brasileiros em relao concentrao de renda esto longe do ideal.

    Eles ainda demonstram que tal cenrio tem relao com a cor de

    pele, devido s razes da histria social brasileira. A populao

    negra (pretos e pardos) recebe menos do que a metade do

    rendimento dos brancos, conforme o IBGE.

    At o Censo de 2000, o IBGE utilizava o conceito de "chefe de

    famlia" para se referir pessoa que contribua com a maior parcela

    do oramento do lar. Com a mudana gradativa desse conceito,

    reconhecendo o papel crescente das mulheres na sociedade

    brasileira, o instituto passou a trabalhar com o conceito de "pessoa

    de referncia", ou seja, a pessoa responsvel pela unidade familiar.

    No Brasil, a pessoa de referncia majoritariamente o homem.

    Conforme o PNAD de 2011, 62,5% das famlias brasileiras eram

    lideradas por homens; contudo, essa situao est sendo aos

    poucos modificada.

    O nmero de famlias que possuem a mulher como pessoa de

    referncia vem aumentando. Em 2001, esse nmero era de apenas

    27,3% ; mas desde ento, passou a 37,5% das famlias. Isso se d

    por razo da maior autonomia feminina, com participao crescente

    no mercado de trabalho. A chefia feminina do lar mais comum em

    reas urbanas, j que tambm est associada separao de

    casais, que ocorre com mais frequncia nas cidades do que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 89

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    campo. Grande parte das mulheres responsveis pelo lar, 49,1% ,

    segundo dados do IBGE de 2007, no possuam marido ou

    companheiro.

    A distribuio por cor de pele em 2011 se deu da seguinte

    maneira, conforme divulgado no PNAD: brancos (47,76% ), pretos

    (8 ,21% ), pardos (43,07% ), amarelos (0,56%) e indgenas (0 ,4% ).

    Um indicador que demonstra a condio de pretos e pardos no pas

    o do mercado de trabalho. Embora tenha diminudo nos ltimos

    anos, a diferena de renda entre os brancos e negros permanece

    elevada. Com 12 anos ou mais de estudo, o rendimento dos brancos

    31,7% maior que o de pretos e pardos. Contudo, desde 2000 at

    2011, a renda dos negros cresceu quase cinco vezes mais do que o

    do restante da populao.

    A distribuio de pessoas por cor de pele entre os 10% mais

    pobres e entre o 1% mais rico mostra que os brancos somam mais

    de 25% dos mais pobres e mais de 82% entre os mais ricos. Por

    sua vez, os pretos e pardos somam mais de 74% entre os mais

    pobres e s correspondem a 16% entre os mais ricos, segundo a

    Sntese de Indicadores Sociais do IBGE de 2010.

    Em relao educao, o IBGE constatou que, entre 1999 a

    2010, houve uma distncia grande entre brancos e negros e pardos

    com curso superior completo. Em 1999, 9,8% dos brancos e 2,3%

    dos pretos e pardos possuam curso superior completo. Em 2009, os

    percentuais eram de 15% de brancos, 4,7% de pretos e 5,3% de

    pardos.

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    A violncia outro indicador da desigualdade entre negros e

    brancos no Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Ministrio da

    Justia, considerando o total de homicdios ocorridos no pas em

    2010, o nmero de assassinatos entre negros foi mais do que o

    dobro entre os brancos. A cada 100 mil negros, 35,9 foram

    assassinados. Entre os brancos, para cada 100 mil, 15 foram

    assassinados.

    2. A nova classe mdia e a renda brasileira

    O Brasil vem passando, desde a ltima dcada, por mudanas

    sociais e econmicas importantes. Muitos apontam que a maior

    dessas mudanas foi a reduo da extrema pobreza metade nesse

    perodo, ainda que as estimativas estejam vinculadas s formas

    com que a linha de pobreza definida. De todo modo, grande parte

    dos estudos para ns mais relevantes apontam que 15% da

    populao brasileira superou a linha da pobreza nos ltimos dez

    anos. Tal situao implicou que se atingisse o 1 Objetivo do Milnio

    na metade do tempo proposto pela Organizao das Naes Unidas

    (ONU). Vejam esse grfico com dados baseados na PNAD:

    Tal quadro foi corroborado por grande diferena nas taxas de

    crescimento entre pobres e entre ricos, alterando substancialmente

    a distribuio de renda brasileira. Ficou famosa a expresso, sobre o

    perodo mencionado, "a renda dos mais ricos cresceu a taxas

    europeias, enquanto a taxa dos mais pobres cresceu a taxas

    chinesas". Assim, em funo de a taxa de crescimento de renda dos

    15% mais ricos ter sido inferior mdia do crescimento do pas,

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    houve alterao na distribuio de renda nacional, com uma perda

    da participao dos mais ricos no total da renda.

    Consequentemente, a diminuio da pobreza e o crescimento

    acentuado da renda nos extratos mais pobres, houve a ascenso de

    uma parcela significativa da populao, que chegou a uma classe

    mais intermediria, levando-se em considerao a renda. Essa

    situao levou necessidade de que se formulasse um conceito

    mais claro para a identificao dessa classe mdia, indo alm dos de

    pobreza e extrema pobreza, sobre os quais h certo consenso, a fim

    de que se pudesse compreender melhor as mudanas

    experimentadas nos ltimos anos no que concerne distribuio de

    renda.

    Como existem muitas definies de classe mdia disponveis e

    tantas outras possveis, viu-se a necessidade de se eleger uma

    delas e passar a olhar para ela, a fim de fosse possvel captar os

    movimentos de ascenso e queda de renda da populao ao longo

    dos anos. Alm disso, esse conceito se faz fundamental, na medida

    em que se busca identificar a eficcia das polticas de combate

    pobreza e extrema pobreza, avaliando se elas foram realmente

    eficazes em suprir as necessidayp es bsicas do segmento mais pobre

    da populao.

    A Associao Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)

    adota, para definio de classes, o chamado Critrio Brasil. Essa

    classificao a que as empresas de pesquisa costumam utilizar em

    seus estudos. O Critrio Brasil compreende que as necessidades de

    renda e suas dependncias das famlias so contnuas,

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    categorizando os indivduos em parcelas A, B, C, D e E,

    classificando-os como se eles, dentro das parcelas, fossem

    homogneos. Acontece que o Critrio Brasil vem abandonando a

    pretenso de classificar a populao em termos sociais, pois esse

    conceito englobar vrias dimenses (renda, trabalho, educao,

    sade, vulnerabilidade, etc.), passando a considerar to somente o

    aspecto do poder de compra. Ou seja, o Critrio Brasil enfatiza o

    poder de compra das famlias, adotando puramente o critrio de

    classes econmicas.

    O Critrio de Classificao Econmica Brasil, nome completo,

    utiliza um sistema de pontuaes a partir das quais estabelece o

    recorte de classe econmica. So levadas em conta basicamente

    duas espcies de dados: o grau de instruo do chefe de famlia e a

    posse de determinados objetos. A partir da constri o seguinte

    corte:

    Classe PontosAl 4 2 - 4 6A2 3 5 - 4 1BI 2 9 - 3 4B2 2 3 - 2 8c 1 8 - 2 2C2 1 4 - 1 7D 8 - 1 3E 0 - 7

    A pontuao, segundo os critrio de 2013, distribuda de

    seguinte forma:

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    Grau de Instruo do chefe de famlia

    N o m e n c la tu ra A n tig a N o m e n c la tu ra A tu a l

    A n a lfa b e to / P rim rio in co m p le to A n a lfa b e to / Fu n d am e n ta l 1 In co m p le to 0

    P rim rio co m p le to / G in asia l in co m p le to Fu n d am e n ta l 1 C o m p le to / Fu n d am e n ta l 2 In co m p le to 1

    G in asia l c o m p le to /C o le g ia l in co m p le to Fu n d am e n ta l 2 C o m p le to / M dio In co m p le to 2

    C o leg ia l co m p le to / Su p e rio r in co m p le to M d io C o m p le to / Su p e rio r In co m p le to 4

    Posse de itens

    0Q uantidade de Itens

    1 2 3 4 o u +T e le v is o e m c o re s 0 1 2 3 4R d io 0 1 2 3 4B a n h e iro 0 4 5 6 7A u to m v e l 0 4 7 9 9E m p re g a d a m e n s a lis ta 0 3 4 4 4M q u in a d e la v a r 0 2 2 2 2V id e o c a s s e te e / o u D V D 0 2 2 2 2G e la d e ir a 0 4 4 4 4F re e z e r (a p a re lh o in d e p e n d e n te o u p a rte da g e la d e ira d u p le x ) 0 2 2 2 2

    Por sua vez, o IBGE divide a populao brasileira em cinco

    faixas de renda ou classes sociais, com base no nmero de salrios

    mnimos, ou seja, leva em considerao apenas o critrio de renda

    na definio de classes. As chamadas classes A (renda acima de 20

    salrios mnimos) e B (renda entre 10 e 20 salrios mnimos)

    renem atualmente cerca de 42 milhes de pessoas. A classe C

    (renda entre 4 e 10 salrios mnimos) rene mais de 104 milhes de

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    pessoas. E as classes D e E (entre 2 e 4 salrios mnimos) englobam

    48 milhes de pessoas, em nmeros aproximados.

    Segundo o IBGE, a distribuio da populao brasileira em

    classes sociais no forma mais a figura de uma pirmide como em

    2005, perodo em que a grande concentrao estava nas classes D e

    E. Agora fica evidente que a classe C domina, demonstrando a

    incluso que houve na ltima dcada. Como cansamos de falar, de

    acordo com o IBGE, houve uma mudana significativa no perfil de

    renda da populao brasileira, com a ascenso de muitas pessoas

    para classes superiores.

    Algumas polticas pblicas, como Programa Minha Casa Minha

    Vida e Pronaf, tambm categorizam os indivduos, organizando-os

    em grupos. Claro que a categorizao dos indivduos em parcelas

    no nenhuma novidade nas polticas pblicas brasileiras, j que a

    focalizao nos grupos mais pobres e atendimento diferenciado

    conforme a renda e outros indicadores socioeconmicos j haviam

    sido praticadas no Brasil.

    De acordo com estudos realizados pela a Comisso Ministerial

    para Definio da Nova Classe Rrldia coordenada pela Secretaria de

    Assuntos Estratgicos do Governo Federal, a diviso da sociedade

    brasileira em trs grandes grupos (classes baixa, mdia e alta) em

    termos da renda familiar per capita fundamental para que

    possamos compreender as significativas transformaes sociais por

    que tem passado a sociedade brasileira.

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    A partir de uma anlise detalhada dos possveis critrios para

    definir os limites desses grupos, isto , onde cada um comea e

    termina, a Comisso entendeu que a melhor opo utilizar uma

    diviso que gere grupos homogneos com relao

    vulnerabilidade pobreza. Segundo esse critrio, foram

    considerados pertencentes classe baixa todos aqueles com alta

    probabilidade de permanecer ou passar a ser pobres no futuro

    prximo; verificou-se empiricamente que estes so os que vivem

    em famlias com renda per capita inferior a R$291 por ms. Lembro

    que o critrio adotado pela Comisso uma sugesto e no o oficial

    do governo.

    Assim, so considerados pertencentes classe mdia todos

    aqueles com baixa probabilidade de passarem a ser pobres no

    futuro prximo; verificou-se empiricamente que estes so os que

    vivem em famlias com renda per capita entre R$291 e R$1.019 por

    ms. Por fim, foram considerados pertencentes classe alta todos

    aqueles com probabilidade irrisria de passarem a ser pobres no

    futuro prximo; seriam aqueles em famlias com nvel de renda per

    capita acima de R$1.019 por ms.

    Estima-se que, em 2012, 53% da populao brasileira, cerca

    de 104 milhes de pessoas, j pertencem classe mdia definida.

    Em nvel mundial sabemos que o Brasil o quinto pas mais

    populoso, abaixo apenas de China, ndia, Estados Unidos e

    Indonsia. Assim, se a classe mdia brasileira fosse um pas, ela

    seria o 12 pas mais populoso do mundo, logo depois do Mxico,

    evidenciando a sua importncia poltica, econmica e social para o

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    Durante a ltima dcada, a classe mdia cresceu de forma

    bastante acentuada. Alm disso, tal crescimento no ficou limitado a

    acompanhar o crescimento populacional do pas. Na realidade, ele

    saiu de 38%, em 2002, chegando a mais da metade da populao

    brasileira. Atualmente a classe mdia brasileira composta por 37

    milhes de pessoas a mais do que tinha h uma dcada. Desse

    total, segundo a Secretaria de Assuntos Estratgicos, acredita-se

    que 8 milhes sejam resulta do do crescimento natural da

    populao brasileira, enquanto que outros 29 milhes se devem

    entrada de pessoas na classe mdia. Ou seja, quase 80% do

    crescimento no tamanho da classe mdia foi em funo do aumento

    na sua participao relativa no total da populao: de 38% para

    53%.

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    Na publicao Vozes da Classe Mdia, da Secretaria de

    Assuntos Estratgicos, aponta-se que muitas vezes associamos o

    crescimento da classe mdia reduo na pobreza, como se fossem

    eventos diretamente relacionados. Malgrado exista de fato uma

    relao bastante prxima entre esses dois eventos, eles no so

    necessariamente um o reflexo do outro, ou seja, o crescimento da

    classe mdia no necessariamente em razo da diminuio da

    pobreza. Isso porque existem essencialmente duas razes para isso.

    Primeiramente, h uma classe intermediria entre os pobres e a

    classe mdia: o grupo dos vulnerveis, que so aqueles que vivem

    em famlias com renda acima da linha oficial de pobreza , porm

    abaixo do limite inferior para ingressar na classe mdia. Assim, as

    redues na pobreza que se limitam a expandir o grupo de

    vulnerveis no tero impacto algum sobre o tamanho da classe

    mdia. S um detalhe: o governo definiu oficialmente a linha da

    pobreza em R$140,00, referente a julho de 2010; acontece que o

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    valor real dela j ultrapassava esse valor, estando prximo a R$

    163,00 em 2013.

    Alm disso, devemos lembrar que o tamanho da classe mdia

    tambm influenciado pela ascenso de parte de seus membros

    classe alta. Por isso, h de se reconhecer que a evoluo do

    tamanho da classe mdia o resultado lquido da diferena entre o

    nmero de pessoas que ascenderam da classe baixa (pobres e

    vulnerveis) para a mdia e o nmero de pessoas que ascenderam

    da classe mdia para a alta - pessoas que ascendem classe mdia

    e pessoas que ascendem da classe mdia. Ou seja, h fatores para

    alm da simples, e bem vinda, diminuio da pobreza. A publicao

    mencionada no chega a citar, mas eu colocaria tambm, ainda que

    menos expressivo, o grupo dos que caem para a classe mdia e os

    que caem da classe mdia.

    De 2002 a 2012, ascenderam para a classe baixa pobres e

    vulnerveis mdia 21% da populao brasileira, enquanto da

    classe mdia para a classe alta ascenderam 6%, da o resultado

    lquido de um crescimento de 15 pontos percentuais no tamanho da

    classe mdia. A expanso da classe mdia foi resultante de um

    processo de crescimento combin ado com reduo na desigualdade.

    Em razo de tal combinao, a reduo da classe baixa foi muito

    mais intensa que a expanso da classe alta.

    Se o processo de crescimento no houvesse sido

    acompanhado da reduo na desigualdade, a classe mdia teria

    crescido bastante menos, com certeza. Dessa maneira, se o pas

    no tivesse reduzido o seu grau de desigualdade, teriam deixado a

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    classe baixa e entrado na classe mdia apenas 9% da populao,

    em vez dos 21% que efetivamente ascenderam, enquanto teriam

    ascendido classe alta, sado da classe mdia, 5% da populao,

    em vez dos 6% que efetivamente ascenderam.

    Devido ao seu prprio tamanho, a classe mdia no poderia

    mesmo ser homognea. Praticamente todos os grupos

    socioeconmicos brasileiros se encontram representados na classe

    mdia, ainda que existam alguns em maior proporo do que

    outros. Conforme podemos observar, a classe mdia est bastante

    concentrada na rea urbana, na regio Sudeste, nas pessoas com

    educao mdia, nos trabalhadores formais e nos segmentos de

    indstria e comrcio.

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    Todavia, segundo Marcelo Neri a emergncia, bem como a

    estrutura, da classe mdia um fenmeno bastante complexo cujo

    entendimento recente. As estruturas da sociedade brasileira

    teriam se modificado profundamente para ele nos ltimos anos, a

    desigualdade mudado e quem estaria em ascenso no pas seriam

    as mulheres, os negros, os nordestinos, as pessoas que vivem na

    periferia e no campo. Vejam o quadro da contribuio dos grupos

    socioeconmicos para formao da classe mdia, segundo dados de

    2012 da Secretaria de Assuntos Estratgicos:

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    Populao em idade ativa

    Ocupados 5 8 44 61 6 6

    Desem pregados 5 9 4 2

    Inativos 3 7 4 7 3 5 3 0

    Populao ocupada

    Form alizao

    Formal 54 2 6 5 6 71

    Informal 4 6 74 44 2 9

    Setor de atrvidaddes

    Agrcola 1 5 3 5 1 3 5

    Indstria de transformao 14 9 16 1 4

    Construo 8 1 0 9 5

    C om rcio e reparao 1 8 14 2 0 1 8

    Alojam ento e alim entao 4 4 4 3

    Transporte, arm azenagem e oom unicao 5 3 5 5

    Adm inistrao pblica 5 2 4 1 0

    Educao, sade e servios sociais 10 3 8 1 7

    Servios dom sticos 8 12 9 2

    O utras atividades 14 7 1 2 21

    H duas razes distintas que determinam o peso de cada

    grupo na classe mdia. A primeira razo se refere ao tamanho do

    grupo em relao populao total. Claro que se um grupo muito

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    grande no Brasil, ele muito provavelmente tambm incluir uma

    parcela considervel da classe mdia. Por exemplo, o que ocorre

    com a populao que vive em rea urbana, que corresponde a

    quase 85% do total da populao brasileira. Essa considervel

    parcela resultante de que a rea urbana concentra a grande

    maioria da populao brasileira, o que faz com que tambm englobe

    maior parte da classe mdia. Em 2012, 88% do total da classe

    mdia vivia em reas urbanas.

    A outra razo se refere proporo de pessoas dentro de cada

    grupo que esto na classe mdia, ou seja, se refere existncia de

    maior ou menor associao entre os grupos sociais e a classe

    mdia. Dessa forma, dois grupos com o mesmo tamanho hipottico

    podem contribuir mais ou menos formao da classe mdia, de

    maneiras distintas, conforme o nmero de pessoas pertencentes

    classe mdia em cada um deles. Alm disso, um grupo com menor

    peso na classe mdia que outro pode, na verdade, guardar mais

    relao com esta classe, uma vez que lhe fornece maior proporo

    de seus membros.

    De acordo com Neri, a classe mdia bastante heterognea,

    formada em grande parte por pessoas que j subiram na vida e

    pretendem continuar subindo. De tal modo, para o autor, a classe

    mdia uma classe que possui expectativa positiva em relao ao

    seu futuro, com maior capacidade de exportar pessoas para as

    classes A e B do que perd-las para as classes D e E. Essa nova

    classe mdia que foi se formando ao longo da ltima dcada

    possuiria, para ele, como grande smbolo, a carteira assinada, ou

    seja, o emprego formal. Atualmente cerca de 57% [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 89

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    trabalhadores ocupados, formais e informais, esto na classe mdia.

    Levando-se em conta somente o universo dos trabalhadores

    formais, esse nmero sobe para 58%. Ou seja, mais de metade da

    classe trabalhadora brasileira, hoje, est na classe mdia.

    Pode-se apontar, por fim, como faz a Secretaria de Assuntos

    Estratgicos, quatro determinantes para a ascenso dessa nova

    classe mdia. So eles: demografia, transferncias, acesso ao

    trabalho e os ganhos de produtividade. Vejamos:

    Demografia: a renda per capita cresce medida que se

    reduz a razo de dependncia demogrfica das famlias, isto

    , medida que se reduz o nmero de crianas e aumenta

    o de adultos. No caso da classe mdia, a porcentagem de

    membros adultos subiu de 73% para 79% ao longo da

    ltima dcada. Fosse essa a nica transformao ocorrida, a

    renda per capita teria crescido apenas 0,7% ao ano,

    indicando que esse fator contribuiu com menos de 20% do

    crescimento na renda da classe mdia.

    Transferncias: a ltima dcada vivenciou grande

    expanso da coberturaa das transferncias pblicas s

    famlias, o que certamente colaborou para o crescimento na

    renda e a consequente ascenso classe mdia. Trata-se

    do momento da criao do Programa Bolsa Famlia e da

    consolidao de outras transferncias, como o Benefcio de

    Prestao Continuada (BPC) e a previdncia rural. De fato,

    a renda no derivada do trabalho por adulto da atual classe

    mdia passou de R$ 85 por ms para quase R$ 134. Tivesse

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    sido essa a nica mudana na dcada, a renda familiar per

    capita da classe mdia teria aumentado 1,0% ao ano,

    indicando que cerca de 30% do seu crescimento decorreu

    da expanso das transferncias governamentais. Assim,

    embora essa contribuio tenha sido importante para a

    ascenso classe mdia, ela no o fator preponderante.

    Acesso ao trabalho: embora a renda no derivada do

    trabalho venha ganhando importncia na composio da

    renda familiar, a renda do trabalho continua sendo a fonte

    primordial. De fato, mais de % da renda das famlias que

    compem a classe mdia ainda prov do trabalho. Desse

    modo, sua ascenso depende no apenas do nmero de

    adultos dispostos a trabalhar, mas tambm, e acima de

    tudo, da proporo que efetivamente se encontra ocupada.

    A porcentagem dos adultos na classe mdia que se

    encontravam ocupados (taxa de ocupao) cresceu

    ligeiramente, passando de 60% para 64%. Esse

    crescimento, mesmo que de maneira limitada, tambm

    contribuiu para a expanso da renda da classe mdia. Caso

    fosse a nica mudana na dcada, a renda per capita da

    atual classe mdia teria crescido 0,4% ao ano; dessa forma,

    a expanso no acesso ao trabalho contribuiu com pouco

    mais de 10% do crescimento.

    Ganhos de produtividade: a renda do trabalho tem dois

    determinantes imediatos: o acesso e a produtividade. Alta

    produtividade combinada com altas taxas de desemprego

    no gera renda do trabalho adequada para todos, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 89

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    mesma forma que tambm no o faz a combinao entre

    baixas taxas de desemprego e baixa produtividade. Para

    promover aumentos na renda do trabalho, to importante

    quanto o acesso ao trabalho a expanso na produtividade

    do trabalho, medida, por exemplo, pela remunerao mdia

    dos trabalhadores ocupados. Na ltima dcada, a

    remunerao mdia dos trabalhadores ocupados que

    pertencem atual classe mdia cresceu 1,7% ao ano. Caso

    essa tivesse sido a nica mudana no perodo, a renda per

    capita de tal classe teria crescido 1,4% ao ano. Por

    conseguinte, ganhos de produtividade respondem,

    individualmente, por 40% do crescimento ocorrido na renda

    da classe mdia e so, assim, o determinante imediato mais

    importante para o aumento da renda da classe mdia

    brasileira, segundo a Secretaria de Assuntos Estratgicos.

    3. Imigrantes ilegais no Brasil

    O Brasil sempre foi conhecido por ser um pas aberto aos

    demais povos, no impondo restries em suas fronteiras. Contudo,

    nos ltimos anos, com o crescimento econmico, em meio crise

    financeira que atingiu a Europa e os Estados Unidos, o pas se

    tornou mais atrativo para uma massa de imigrantes vindos de

    pases pobres.

    A questo que muitos Estados, principalmente da regio

    Norte, no possuem estrutura de apoio para receber esses

    imigrantes, a maioria ilegais. E a poltica da nao acolhedora acaba

    gerando uma crise [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 89

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    A situao mais grave acontece no Acre, onde cerca de 1,3 mil

    refugiados vivem em condies precrias, em abrigos improvisados,

    sem assistncia mdica ou alimentao adequada. O fluxo de

    estrangeiros aumentou no ltimo ms e levou o governador do

    Acre, Tio Viana, a decretar situao de emergncia humanitria no

    Estado.

    A rota imigratria comeou em 2010, quando um terremoto

    devastou o Haiti, matando cerca de 200 mil habitantes. O Brasil

    comanda uma misso das Naes Unidas no Haiti desde 2004, e por

    isso possui responsabilidades com o povo haitiano. Aps a tragdia,

    muitos haitianos deixaram a ilha e vieram para o Brasil em busca de

    emprego. Em territrio nacional, eles recebem um "visto

    humanitrio", que permite que consigam uma carteira de trabalho

    especial para serem contratados por empresas.

    Outro problema trazido pela rota haitiana so as redes

    clandestinas de imigrao, nas quais intermedirios conhecidos

    como coiotes atuam em pases vizinhos, como Equador, Peru e

    Bolvia, para trazer os estrangeiros para o Brasil. Neste caso, o

    governo brasileiro pediu para que as autoridades desses pases

    intensifiquem a fiscalizao em suas fronteiras. os imigrantes ilegais

    das demais nacionalidades, segundo o governo, no recebero o

    mesmo tratamento especial dos haitianos e tero que aguardar os

    trmites normais para a emisso dos vistos. A espera pode levar

    meses em razo da quantidade de solicitaes.

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    Estima-se que, desde 1872, data do primeiro senso, o Brasil

    tenha recebido mais de 6 milhes de imigrantes que ajudaram a

    formar a cultura e desenvolver a economia nacional. A partir do

    sculo 19, com a abolio da escravatura e o impulso econmico

    das plantaes de caf em So Paulo, houve um estmulo para a

    vinda de mo de obra estrangeira, sobretudo de italianos,

    espanhis, portugueses e japoneses. At agora, o Brasil tem

    referenciado suas polticas pela solidariedade, acolhendo inclusive

    ilegais, que no encontram muitas dificuldades para conseguir

    vistos e documentos para trabalhar e conseguir residncia.

    Dcadas atrs, brasileiros buscavam melhores condies de

    vida em pases da Europa, Estados Unidos e Japo, onde

    enfrentavam restries e preconceitos de rgidas leis imigratrias.

    Hoje, o Brasil uma potncia emergente e uma vitrine para o

    restante do mundo, por conta da descoberta do pr-sal e da

    realizao de eventos mundiais, como as Olimpadas e a Copa do

    Mundo. A crise envolvendo os haitianos no Acre mostrou a

    necessidade de discutir polticas de imigrao, para evitar os

    impactos negativos sobre a economia e sociedade em Estados que

    no esto preparados para uma "invaso" de estrangeiros.

    Uma outra situao que vem chamando ateno das

    autoridades brasileiras em relao aos imigrantes ilegais, so os

    imigrantes vindos de Bangladesh. Em maio desse ano, foram

    interceptados diversos imigrantes que estavam chegando ao pas

    por meio das fronteiras com pases vizinhos. De acordo com o que

    as autoridades apuraram, os imigrantes ilegais eram forados a

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    executar trabalhos em condies anlogas a de escravo. A quadrilha

    era formada tambm por naturais do Bangladesh.

    De acordo com a PF, a quadrilha aliciava trabalhadores em

    vrias cidades do Bangladesh, um dos pases mais pobres da sia e

    onde o ordenado mnimo de aproximadamente 38 dlares,

    oferecendo-lhes remuneraes mensais de at 1.500 dlares (cerca

    de 1.170 euros) no Brasil. Os imigrantes efetuavam a viagem em

    condies de alto risco e entravam ilegalmente no Brasil pelas

    fronteiras com a Guiana Inglesa, o Peru e, sobretudo, a Bolvia. Pela

    viagem at ao Brasil, os chamados coiotes cobravam aos imigrantes

    10 mil dlares (cerca de 7,8 mil euros), que eles ou as famlias

    pagavam na esperana de uma vida melhor no pas sul-americano.

    Mas a realidade que os asiticos encontravam em Braslia e Paran

    era similar de escravos, sendo obrigados a longas jornadas de

    trabalho na construo civil e em grandes empresas frigorficas e,

    ao invs dos dlares prometidos, ficavam cada vez mais endividados

    com a quadrilha, que lhes cobrava supostos custos e dvidas.

    4. Manifestaes pelo Brasil e pelo mundo

    A partir de junho de 2013, o Brasil passou a assistir a

    manifestaes populares de propores no vistas desde a

    campanha dos Caras Pintadas, que reivindicavam o impedimento do

    ento Presidente Fernando Collor, ou mesmo das Diretas J, que

    pediam eleies diretas com o fim do regime militar de exceo. No

    cenrio atual, desde o estopim com a tentativa de aumento das

    passagens de nibus em So Paulo, as ruas das grandes capitais,

    bem como de outras cidades, vm sendo tomadas por populares,[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 89

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    que protestam por melhorias na infraestrutura social, com

    investimentos em segurana, sade, transporte, educao, entre

    outros, e por melhorias no sistema poltico, com combate

    corrupo e a no aprovao pelo Legislativo federal da chamada

    PEC 37.

    Esse panorama poltico-social necessita da atuao do Poder

    Pblico, em todas as esferas federativas, a fim de que

    integradamente se possa atender, ou ao menos se inicie o

    atendimento, as demandas da populao. imprescindvel que haja,

    entre Poder Pblico e populao, um canal por meio do qual as

    solicitaes possam ser conhecidas e acolhidas, tendo como fim

    primeiro o obedecimento melhoria do bem coletivo. Assim, as

    polticas pblicas devem a um s tempo conjugar a capacidade de

    realizar do Estado s aspiraes legtimas da sociedade.

    Nesse sentido, destaca-se a necessidade de atuao efetiva do

    Poder Executivo, tendo em vista que esse poder o que detm os

    mecanismos para realizao das polticas pblicas. Os governantes

    devem investir no aperfeioamento e na manuteno de bens

    sociais, garantido que esses sejam distribudos para toda a

    populao e focados principalmente naquelas em que eles mais

    faltam fazem. O Executivo deve, ainda, atuar prximo da populao

    e em conjunto com ela, pois somente um Estado ativo capaz de

    satisfazer o bem coletivo, desenvolvendo-o.

    As manifestao so, mais do que sintoma do no fazer

    estatal, o smbolo de um novo papel que o Estado deve

    desempenhar. imprescindvel que a Administrao Pblica [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 89

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    ajuste s reais necessidades da populao, agindo de maneira a

    atenuar e eliminar problemas sociais existentes. Ajustar agenda

    pblica ao que clamam as ruas colocar em p de igualdade o

    dever de atuar do Estado e os direitos dos cidados. Cabe ao

    Executivo, portanto, pr fim dialtica manifestantes contra Estado,

    fazendo convergir essas foras aparentemente contraditrias, a fim

    de que as polticas pblicas passem a concretizar a vontade de uma

    parte com a necessidade da outra.

    Os protestos que tomaram as ruas de centenas de cidades

    brasileiras tiveram como estopim o aumento de tarifas do

    transporte pblico, mas claro que no se resumem a isso, j que

    os problemas so muitos: corrupo, impunidade, PEC 37, cura gay,

    altos gastos com eventos esportivos, pouco investimento em reas

    sensveis como educao e sade e por a vai. E, no apenas as

    demandas so difusas, mas tambm o perfil dos manifestantes.

    Aos poucos as bandeiras e cartazes foram mudando, exibindo

    causas mais urgentes e prximas aos manifestantes e trazendo

    tona um vasto e variado leque de reivindicaes locais. No Rio de

    Janeiro, moradores de favelas protestaram contra as remoes

    foradas provocadas por obras da Copa do Mundo e tambm contra

    supostos abusos cometidos por policiais durante a implantao das

    Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs).

    Na periferia de So Paulo, movimentos locais estiveram

    frente de diferentes protestos, levando pautas diferentes, como a

    demanda por mais espaos culturais. Em Belo Horizonte e em suas

    imediaes, onde as passagens chegam a preos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 89

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    extremos, moradores do centro e da periferia protestaram no

    apenas por melhorias no sistema de transporte, mas tambm por

    melhores servios de educao e sade.

    Posteriormente, ainda no Rio de Janeiro, ganhou repercusso

    nacional o caso do ajudante de pedreiro Amarildo. Ele sumiu aps

    ter sido conduzido pela Polcia Militar. Desde que esteve com a PM,

    Amarildo no foi visto. Essa situao tem gerado protestos por parte

    da populao carioca, no s de moradores da Rocinha, onde

    Amarildo morava, mas do restante do Estado. Os manifestantes

    querem saber que fim teve Amarildo e culpam o governador Srgio

    Cabral e a PM pelo seu sumio.

    Para o socilogo Manuel Castells, uma das maiores qualidades

    desses movimentos de protesto a falta de lderes, "no havendo

    cabeas a serem cortadas". Para ele, tal movimento "um

    movimento contra a corrupo e a arrogncia dos polticos, em

    defesa da dignidade e dos direitos humanos a includo o

    transporte. Os movimentos recentes colocam a dignidade e a

    democracia como meta, mais do que o combate pobreza. um

    protesto democrtico e moral, como a maioria dos outros recentes.

    a primeira vez que os brasileiros se manifestam fora dos canais

    tradicionais, como partidos e sindicatos. As pessoas cobram

    soberania poltica. um movimento contra o monoplio do poder

    por parte de partidos altamente burocratizados. , ainda, uma

    manifestao contra o crescimento econmico que no cuida da

    qualidade de vida nas cidades. No caso, o tema foi o transporte.

    Eles so contra a ideia do crescimento pelo crescimento, o mantra

    do neodesenvolvimentismo da Amrica Latina, seja de direita, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 89

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    de esquerda. Como o Brasil costuma criar tendncias, estamos em

    um ponto de inflexo no s para ele e o continente. A ideologia do

    crescimento, como soluo para os problemas sociais, foi

    desmistificada".

    A condenao da brutalidade policial se tornou bandeira de

    vrios protestos, principalmente aps as notcias de disparos de

    balas de borracha e bombas de gs lacrimogneo contra

    manifestantes em protestos pacficos.

    A recente onda de manifestaes que varreu o Brasil de Norte

    a Sul, surpreendendo muitas pessoas, que assistiram atnitas

    forma como um movimento que comeou pequeno, contra o

    aumento da tarifa de transporte pblico, abraou outras causas e

    conseguiu mobilizar milhes de pessoas, sendo inclusive

    considerado por alguns como a maior mobilizao brasileira, possui

    semelhanas com fenmenos em outras partes do mundo.

    Na Turquia, o movimento comeou pequeno, contra a

    demolio do Parque Gezi, uma das poucas reas verdes de

    Istambul, localizado na praa Taksim, no centro da cidade. Comeou

    pacfico, mas rapidamente se espalhou pelo pas e se tornou um

    movimento contra o governo quando a polcia respondeu com

    violncia, usando canhes d'gua e bombas de gs lacrimogneo.

    Os manifestantes se revoltaram contra o uso da fora e acusaram o

    governo de autoritarismo

    O uso extensivo das mdias sociais foi sem precedentes por l

    e desempenhou um papel crucial, servindo de canal para divulgar [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 89

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    manifestaes. Como os principais meios de comunicao no

    cobriram os protestos, a internet foi a forma encontrada para

    divulgar informaes e fotos das mobilizaes. Uma das principais

    caractersticas do movimento foi a falta de liderana ou de um nico

    grupo por trs dele. Com a disseminao dos protestos, vrios

    grupos polticos se uniram, como grupos polticos de esquerda,

    secularistas, fs de futebol (participao de torcidas organizadas de

    clubes tradicionais) e feministas.

    No Egito, o movimento comeou inspirado na revolta na

    Tunsia, que antes tinha conseguido derrubar o governo do ex-

    presidente Zine El Abidine Ben Ali. O governo do ento presidente

    egpcio Hosni Mubarak j estava com a imagem desgastada, a

    economia ia mal, o desemprego grande e o custo de vida muito

    alto. As redes sociais foram a essncia do movimento que acabou

    derrubando Mubarak.

    O movimento Ns somos todos Khalid Saeed deu incio

    mobilizao por meio de uma pgina no Facebook, que ganhou esse

    nome em homenagem a Khalid Saeed, que foi torturado e morto

    pela polcia em junho de 2010. Os protestos foram organizados pela

    internet, que tambm serviu de canal de transmisso de vdeos e

    fotos sobre os protestos. Os primeiros protestos foram organizados

    pelo movimento Ns somos todos Khalid Saeed, mas medida que

    ganhavam adeptos, outros grupos da oposio, principalmente a

    Irmandade Muulmana, se apropriaram das reivindicaes e

    assumiram a liderana das reivindicaes.

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 89

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    Mubarak acabou sendo forado a renunciar Presidncia e, em

    junho de 2012, o candidato da Irmandade Muulmana, Mohammed

    Morsi, foi eleito presidente. Apesar de no incio ter representado

    uma esperana para os egpcios, Morsi foi acusado de querer

    concentrar poderes e de ter trado os principais objetivos da

    revoluo: "po, liberdade e justia social". Muitos pediam sua

    renncia e a transio para um governo de coalizo, uma proposta

    rejeitada pela Irmandade Muulmana. Morsi acabou deposto por

    foras militares.

    No Ir, o Movimento Verde nasceu em 2009, depois de

    acusaes de que as eleies presidenciais que reelegeram o ex-

    presidente Mahmoud Ahmadinejad foram fraudulentas. As mdias

    sociais foram vitais para o movimento. Na poca, o twitter adiou

    seu programa de manuteno para que os iranianos pudessem se

    comunicar. As manifestaes foram organizadas via twitter e

    Facebook, que tambm serviram de canal de divulgao para fotos

    e vdeos sobre as mobilizaes. Mir Hossein Mousavi e Mehdi

    Karoubi, candidatos derrotados na eleio, lideraram o movimento.

    Eles se uniram aos manifestantes um dia depois das eleies.

    O principal slogan dos manifestantes era "Onde est o meu

    voto?", em que pediam o cancelamento das eleies. E, medida

    que a resposta do governo endurecia, suas demandas se

    radicalizavam, at chegar ao ponto em que as pessoas comearam

    a pedir o fim do regime islmico no pas. Os protestos foram

    combatidos com violncia, centenas de pessoas foram presas,

    dezenas morreram e lderes da oposio ficaram sob priso

    domiciliar. A eleio nunca foi anulada, mas ficou claro que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 89

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    oposio tinha uma voz no pas. Alguns analistas dizem que a vitria

    de Hassah Rohani, um clrigo moderado que conta com o apoio da

    oposio, na eleio de 14 de junho, o resultado do que aconteceu

    em 2009. Depois da vitria de Rohani, milhares foram s ruas e

    cantaram "O movimento verde est vivo".

    Na Espanha, o movimento 15M ou "os indignados" ganhou

    esse nome por causa do primeiro dia em que os manifestantes

    saram s ruas, 15 de maio de 2011. Nenhum incidente concreto

    desencadeou os protestos, mas as manifestaes ocorreram em um

    contexto de crescente descontentamento popular. A Espanha

    enfrenta uma taxa altssima de desemprego e polticas de

    austeridade. Alm disso, o uso de recursos pblicos para resgatar

    bancos tambm causava insatisfao. A iniciativa de organizao

    dos protestos surgiu na internet, que tambm serviu para propagar

    o movimento.

    Depois o movimento montou escritrios, mas nasceu e se

    desenvolveu na internet. O grupo envolvido no incio dos protestos

    foi o Democracia Real J, que se apresentava como uma

    organizao apartidria e tambm desligada de sindicatos. Em

    poucos dias, o grupo angariou o apoio de centenas de organizaes

    sociais variadas. Os organizadores no se definiam ideologicamente

    como de esquerda ou de direita e no se vincularam a nenhum

    partido. Foi um movimento amplo que canalizou o

    descontentamento social em muitas reas.

    Ao se apresentar como apartidrio e sem ideologia clara,

    conseguiram amplo apoio transversal em seus primeiros [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 89

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    Como era muito heterogneo, foi difcil para o 15M articular

    demandas concretas que unissem seus participantes. As

    reivindicaes bsicas tinham a ver com a defesa dos direitos

    sociais (habitao, sade, educao) e ao que chamavam de

    "regenerao do sistema democrtico". Uma das principais

    reivindicaes era a reforma eleitoral, j que, segundo o

    movimento, o sistema eleitoral espanhol pouco representativo e

    favorece o bipartidarismo. As reivindicaes tambm eram de cunho

    econmico e defendiam mais apoio aos que perderam suas casas

    por causa da crise do mercado imobilirio. Eles tambm queriam

    mais transparncia no governo.

    5. Questes comentadas

    (CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judicirio - Conhecimentos

    Bsicos) De acordo com os dados do Censo Demogrfico

    2010, divulgados no ltimo ms de junho pelo Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),

    1) O nmero dos que se autodeclararam pretos ou pardos

    superou o de brancos.

    Vejam o grfico abaixo:

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 89

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    Atravs do grfico podemos perceber que em 2010 a

    quantidade de pessoas que se autodeclararam pretos ou pardos,

    formando o grupo de negros, superou a quantidade de pessoas que

    se declararam brancos. Uma observao importante: o Censo leva

    em considerao o critrio de "autodeclarao", ou seja, o IBGE no

    aufere a veracidade das informaes prestadas. Assim, algum pode

    se dizer branco mesmo que visualmente ele seja pardo. O critrio

    o que a pessoa diz e no a "verdade" em si. Se uma pessoa disser

    que recebe um milho por ms, o IBGE vai colocar que ela ganha

    esse valor sem se preocupar em buscar a verdade de fato.

    Questo correta.

    2) Os idosos, pessoas com mais de 60 anos de idade,

    representam mais de 30% da populao brasileira.

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 89

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    Pessoal, cuidado com as informaes! Que a populao est

    envelhecendo e isso fato, mas em momento algum eu disse que

    os idosos representam mais de 30% da populao. Questo errada.

    3) A expectativa de vida dos brasileiros superou a dos norte-

    americanos.

    Novamente, cuidado com as informaes! No misturem alhos

    com bugalhos, como diria minha v. A expectativa dos brasileiros

    realmente vem melhorando, mas no superou a dos norte-

    americanos no. A expectativa de vida dos brasileiros atualmente

    de aproximadamente 73,4 anos, enquanto que a dos norte-

    americanos de aproximadamente 78,5 anos.

    Questo errada.

    4) A taxa de nascidos vivos no Brasil equipara-se

    registrada nos pases escandinavos.

    Bom, agora vocs j tm cuidado com as informaes, espero

    eu. J faz tempo que a taxa dos nascidos vivos no Brasil melhorou,

    sobretudo com o desenvolvimento da medicina e da sade pblica

    no pas. A taxa de mortalidade infantil caiu ao seu patamar mais

    baixo nos ltimos anos, chegando ao nmero de 15,6 mortes de

    bebs de at um ano para mil bebs nascidos vivos. Apesar dessa

    melhora, o Brasil ainda no se encontra prximo dos nveis dos

    pases escandinavos (Finlndia, Noruega, Sucia etc.). Nos pases

    desenvolvidos, de maneira geral, a mdia de 5 mortes para cada

    mil nascidos vivos, bem abaixo dos nossos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 89

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    Questo errada.

    5) Pela primeira vez, o percentual de catlicos na

    composio da populao brasileira diminuiu.

    Essa questozinha derrubou muita gente que no estava

    alerta. O percentual de catlicos na populao brasileira diminuiu?

    Sim. Ento, qual o problema? O problema que no foi a primeira

    vez. Na realidade, os seguidos Censos, que so realizados de dez

    em dez anos, j demonstram a tendncia de queda do percentual de

    catlicos na populao brasileira.

    Questo errada.

    6) (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio -

    Telecomunicaes e Eletricidade - Conhecimentos Bsicos)

    Na condio de economia emergente, o Brasil ainda no tem

    se preocupado em adotar medidas de austeridade fiscal, de

    modo que, no pas, no h legislao que obrigue os

    governantes a subordinar os gastos pblicos ao que se

    arrecada.

    Amigos e amigas, no era necessrio nenhuma espcie de

    conhecimentos avanados para que se acertasse essa questo. A

    questo diz que no h legislao que obrigue os governantes a

    subordinar os gastos pblicos ao que se arrecada. Bom, quem j

    ouviu falar na Lei de Responsabilidade Fiscal jamais diria isso. Alm

    disso, o Brasil possui vrios rgos de fiscalizao dos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 89

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    pblicos, justamente porque crescente a preocupao com a

    austeridade.

    Questo errada.

    7) (CESPE - 2012 - Polcia Federal - Papiloscopista da Polcia

    Federal) A fragilidade do sistema educacional brasileiro,

    realidade confirmada por sucessivos testes de avaliao

    interna e externa, impede que o pas seja considerado

    emergente no cenrio econmico mundial contemporneo,

    apesar do reconhecimento geral de suas inegveis

    potencialidades.

    O sistema educacional brasileiro frgil? Sim, infelizmente.

    Mas isso impede que o pas seja considerado emergente no cenrio

    econmico mundial contemporneo? Claro que no. Ser ou no

    considerado emergente relaciona-se economia e no aos nveis

    educacionais.

    Questo errada.

    8) (CESPE - 2011 - BRB - Analista de Tecnologia da

    Informao) A desigualdade entre os brasileiros no perodo

    de 2004 a 2009 diminuiu.

    O Brasil, segundo o PNUD, ainda um dos pases mais

    desiguais do mundo, contudo essa desigualdade vem diminuindo,

    ainda que timidamente, nos ltimos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 89

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    Questo certa.

    9) (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia

    Jnior - Geral) O Brasil consolidou a tendncia de ser o pas

    da Amrica Latina com os melhores resultados em leitura,

    matemtica e cincias.

    Na realidade, o Brasil, segundo o Programa Internacional de

    Avaliao de Estudantes, est abaixo de outros pases da Amrica

    Latina como, por exemplo, Mxico, Chile e Uruguai.

    Questo errada.

    10) (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nvel Mdio -

    Conhecimentos Bsicos - Cargo 11 a 14, e 16) A expectativa

    de vida da populao brasileira est aumentando e a maior

    parte dessa populao encontra-se em rea urbana.

    Falem a verdade, tem como errar? Espero que no. A

    expectativa de vida da populao brasileira de fato tem aumentado

    e ns nos cansamos de ver que a maior parte da populao

    brasileira hoje urbana.

    Questo certa.

    11) (UEL - 2013 - AFPR - adaptada) "Brasil Carinhoso

    diminui misria, garante IPEA". Assinale a alternativa que

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 89

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    apresenta corretamente o que o programa em questo

    estabelece como metas:

    a) Erradicao da pobreza no Brasil, com base nos critrios

    adotados pelo Banco Mundial.

    b) Atendimento queles que esto impossibilitados de ser

    contemplados pelo Bolsa Famlia.

    c) Limitar o atendimento a famlias pouco numerosas,

    respeitando-se assim os recursos do Estado Federal.

    d) Substituir progressivamente os demais programas

    assistenciais herdados pela presidenta Dilma do governo

    Lula.

    e) Ampliao de iniciativas de transferncia de renda e

    fortalecimento da educao.

    Esse programa do Governo Federal tem o objetivo central de

    beneficiar em torno de 2 milhes de famlias que tenham crianas

    de at 6 anos em sua formao. O programa Brasil Carinhoso

    integra o Bolsa Famlia, e visa atender famlias que se encontram

    em extrema pobreza. Letra "e".

    12) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Cargos de Nvel Superior -

    Conhecimentos Bsicos, exceto cargos 3, 4, 5 e 17) Os dados

    divulgados pelo IBGE indicaram crescimento populacional

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 89

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    superior ao que havia sido calculado pelas projees

    anteriores.

    Os dados divulgados pelo IBGE demonstram o crescimento

    populacional inferior ao que havia sido calculado pelas projees

    anteriores. Questo errada.

    13) (CESPE - 2011 - STM - Tcnico Judicirio - rea

    Administrativa - Bsicos - adaptada) Entre os anos de 2003 e

    2010, o Brasil melhorou sua posio na classificao do

    ndice de desenvolvimento humano das Naes Unidas.

    Essa questo interessante. Quando ela caiu, o gabarito foi

    dado como errado, porque mesmo com a melhor do IDH o Brasil

    no havia alterado de posio na classificao das Naes Unidas.

    Mas se a mesma questo casse hoje, o gabarito seria "certo". Isso

    porque pelo ltimo relatrio do PNUD o Brasil ascendeu no ranking.

    Questo certa.

    14) (CESPE - 2011 - BRB - Analista de Tecnologia da

    Informao) A poltica nacional de combate ao consumo de

    entorpecentes conseguiu restringir o consumo de crack aos

    grandes centros urbanos da regio Sudeste.

    E a, pessoal, o que acham? Eu no falei sobre isso com vocs,

    mas o conhecimento prvio da realidade o suficiente para que

    vocs acertem essa questo. Vocs acham que o consumo de crack aumentou ou diminuiu nos grandes centros urbanos? Claro que

    aumentou. Mesmo o programa "Crack, possvel vencer!" que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 89

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    implementado em 2011, ainda no foi capaz de restringir o

    consumo dessa substncia nas grandes cidades. Questo errada.

    15) (CESPE - 2011 - STM - Analista Judicirio - rea

    Judiciria - Bsicos) De acordo com dados recentes,

    divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica, a distribuio da populao brasileira encontra-se

    equilibrada entre as zonas rural e urbana.

    Atualmente a populao urbana ultrapassa os 80% do

    contingente populacional. Dessa maneira no podemos falar que as

    populaes rural e urbana se encontram equilibradas. Falaremos

    mais sobre isso nas prximas aulas, mas fica uma prvia. Questo

    errada.

    16) (CESPE - 2010 - UERN - Tcnico de Nvel Superior) O

    envelhecimento da populao - pessoas com 60 anos de

    idade ou mais - teve uma elevao, quando comparado com

    anos anteriores.

    O envelhecimento populacional realmente sofreu elevao nos

    ltimos anos. Questo certa.

    17) (Cespe - CNJ - Tcnico administrativo - 2013) Na ltima

    dcada, a remunerao do trabalhador domstico brasileiro

    cresceu abaixo da mdia de remunerao das demais

    categorias profissionais.

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 89

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    Pessoal, essa questo est errada. Vejam s essa notcia de

    retirada do site do Jornal Hoje:

    "Nos ltimos oito anos, o ganho real dos empregados domsticos cresceu

    quase duas vezes mais do que a renda mdia dos brasileiros, segundo o IBGE. A

    remunerao dessa categoria ainda a mais baixa de todas.

    cada vez menor o nmero de profissionais que trabalham como

    empregados domsticos. Nos ltimos oito anos, 96 mil deixaram essa ocupao.

    S de novembro de 2011 a novembro do ano passado, foram 42 mil pessoas".

    Questo errada, portanto.

    18) (Cespe - PF - 2013) Ainda que as opinies sobre as

    manifestaes de junho de 2013, no Brasil, se distingam em

    vrios aspectos, os analistas polticos convergem para o

    seguinte entendimento: essas manifestaes populares em

    nada diferem dos movimentos das Diretas-J e dos Caras-

    Pintadas.

    Na realidade, essas manifestaes diferem muito das Diretas

    J e dos Caras-Pintadas. Entre as diferenas podemos citar a falta

    de lideranas (vnculos apartidrios), o meio de organizao

    (internet) e as reivindicaes acerca de questes sociais. Questo

    errada.

    19) No Brasil, o trabalho anlogo escravido concentra-se

    sobretudo nas indstrias madeireira, carvoeira, de

    minerao, de construo civil, informtica e nas lavouras de

    cana, algodo e [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 89

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    A questo quase toda correta, mas informtica no est

    inclusa nesse problema. No Brasil, o trabalho anlogo escravido

    concentra-se sobretudo nas indstrias madeireira, carvoeira, de

    minerao, de construo civil e nas lavouras de cana, algodo e

    soja. Questo errada.

    20) (ESAF - 2010 - APO/MPOG) Com relao aos aspectos

    demogrficos da sociedade brasileira, no correto afirmar

    que:

    a) o declnio na taxa de mortalidade da populao, a partir de

    1940, deveu-se, especialmente, aos progressos na sade

    pblica, particularmente no que tange ao controle das

    doenas epidmicas.

    b) o principal fluxo migratrio que caracterizou a economia

    brasileira, durante o sculo XX, foi o chamado xodo urbano.

    c) os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de

    Domiclio (PNAD-2008), do Instituto Brasileiro de Geografia

    e Estatstica, demonstraram que, no pas, prevalecem

    expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres,

    brancos e no brancos, reas urbanas e rurais e diferentes

    regies.

    d) em decorrncia do processo de crescimento populacional,

    apesar da pequena queda observada no grau de pobreza, o

    nmero de pobres aumentou cerca de 13 milhes, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 89

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    do total de 41 milhes, em 1977, para 53 milhes em 1999,

    aproximadamente.

    e) o ndice de envelhecimento da populao, segundo o IBGE,

    passou de 6,4% em1960 para 16,8% em 2000.

    xodo urbano? Claro que no! Esse fluxo migratrio era

    conhecido como xodo rural n, pessoal. Letra "b".

    21) (FCC - 2011 - Banco do Brasil) Dados preliminares do

    Censo 2010, divulgados em novembro do mesmo ano pelo

    IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica),

    confirmam que

    a) predominam as crianas e jovens no conjunto da

    populao.

    b) o nmero de homens maior do que o de mulheres.

    c) a populao brasileira atingiu 190 milhes de habitantes.

    d) dobrou o nmero de habitantes da zona rural.

    e) Fortaleza a segunda cidade mais populosa do Brasil.

    A populao brasileira atingiu - e ultrapassou - os 190

    milhes de habitantes. Letra "c".

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 89

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    22) Mesmo sendo uma das economias mais fortes do mundo,

    o Brasil ainda possui trabalho escravo.

    O Brasil ocupa o 94 lugar no ndice de 162 pases (com a

    Mauritnia no topo da lista, apontado como o pior caso). Trata-se da

    primeira edio do ranking, lanado pela Walk Free Foundation,

    ONG internacional que se coloca a misso de identificar pases e

    empresas responsveis pela escravido moderna. Questo correta.

    23) Segundo estudos divulgados recentemente pelo IBGE, o

    Brasil, apesar de ainda ter problemas relativo ao trabalho,

    praticamente erradicou o trabalho infantil na ltima dcada.

    Pessoal, de acordo com o IBGE 3,5 milhes de crianas e

    adolescentes entre 5 e 17 anos trabalham. Os dados mostram que

    houve queda de 0,3 ponto percentual, ou 156 mil pessoas,

    mantendo a tendncia dos anos anteriores. Em 1992, 19,6% das

    crianas e adolescentes trabalhavam, proporo que caiu para

    12,6% em 2002 e para 8,3% em 2012.

    Trs milhes, a maioria, estavam na faixa de 14 a 17 anos,

    idade em que o trabalho permitido na condio de jovem

    aprendiz. Os dados da Pnad mostram que 24,8% dos adolescentes

    de 15 a 17 anos trabalhavam no ano passado. Em 2002 eram

    31,8%, proporo que chegou a 47% em 1992.

    Entre 10 e 13 anos, eram 473 mil pessoas ocupadas. Na faixa

    de 5 a 9 anos, 81 mil crianas trabalhavam em 2012. Nas trs

    faixas, os homens so maioria. A maior queda ocorreu na faixa [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 89

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    10 a 13 anos, com 142 mil crianas a menos trabalhando, 23% do

    total.

    Quanto s regies, o Norte teve a maior queda, passando de

    10,8% para 9,7% das crianas e adolescentes ocupados. No Centro-

    Oeste, houve aumento de 7,4% para 8,5% . O rendimento mdio

    mensal domiciliar por pessoa dos trabalhadores de 5 a 17 anos ficou

    em R$ 512, enquanto o dos que no trabalham foi R$ 547. Na faixa

    entre 5 e 13 anos, a principal atividade na rea agrcola, com

    60,2%.

    Questo errada.

    24) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Analista de Sistemas) As cotas

    raciais em universidades brasileiras so constitucionais,

    decidiram ontem, por unanimidade, ministros do Supremo

    Tribunal Federal. "A partir desta deciso, o Brasil tem mais

    um motivo para se olhar no espelho da histria e no corar

    de vergonha", disse o presidente do Supremo, Carlos Ayres

    Britto. (Folha de S.Paulo 27.04.2012. Adaptado)

    Sobre o entendimento da legalidade do "sistema de cotas",

    correto afirmar que

    a) envolveu uma intensa disputa no judicirio, que refletia a

    viso governista e oposicionista que se debatiam no

    Congresso Nacional, sobre o modelo educacional do pas.

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 89

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    b) representa uma mudana parcial, pois est restrita s

    Universidades Federais.

    c) considera que a reserva de vagas em instituies de

    ensino pblico busca a "igualdade material": a criao de

    oportunidades para quem no as tem em situaes normais.

    d) determina que as condies de acesso e de ensino nas

    Universidades Federais sejam diferenciadas para estudantes

    que possuem origem racial diferente.

    e) considera que o sistema represente a justia social, mas

    tambm considera que a discriminao racial e social deva

    aumentar no meio estudantil.

    Letra "c", seguindo a ideia adotada pelo STF, de que se deve

    igualar os desiguais.

    25) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Tcnico Judicirio)

    Governo prorroga IP I menor para carros, linha branca e

    mveis. Benefcio para veculos ser mantido at outubro,

    informou Guido Mantega. Se no fosse renovado, corte no

    imposto comearia a vencer na sexta, 31 de agosto. O

    ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-

    feira (29 de agosto) a prorrogao da reduo do Imposto

    sobre Produtos Industrializados (IP I) para vrios setores,

    entre eles a linha branca e os automveis. O benefcio

    comea ria a vencer na prxima sexta (31 de agosto). (G1.

    29.08.12. Adaptado)[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 89

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    A reduo do Imposto sobre Produtos Industrializados uma

    das medidas adotadas pelo governo com o objetivo de

    a) reduzir a utilizao do crdito e o endividamento das

    famlias, considerado alto.

    b) reverter mais de trs anos de queda do PIB, marcando

    uma poca de recesso.

    c) incentivar o consumo, aquecer a economia e elevar o

    crescimento do PIB.

    d) aumentar as importaes no Brasil, de forma a

    enfraquecer a indstria nacional.

    e) compensar a forte inflao recente, tentando garantir a

    estabilidade dos preos.

    Pessoal, questo bem tranquila. A inteno do governo, com

    tal poltica, nada mais que incentivar o consumo, aquecer a

    economia e, consequentemente, elevar o crescimento do PIB. Letra

    "c".

    26) (Cespe - PF - 2013) Embora com alguma variao de

    cidade para cidade, as manifestaes citadas no texto foram

    organizadas para protestar contra as deficincias dos

    servios prestados pelo poder pblico, notadamente nas

    reas de transporte, sade, educao e [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 89

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    As reivindicaes foram bastante difusas, mas certamente

    apontaram para essas reas. Questo correta.

    27) Conforme resultado de estudo divulgado pelo IBGE, o

    mercado de trabalho no Brasil vem perdendo o dinamismo.

    As oscilaes nos ltimos meses na folha de pagamento na

    indstria refletem o menor dinamismo no mercado de trabalho do

    setor. Os cinco meses consecutivos de recuo nos postos de trabalho

    em 2013 reflete essa situao. Questo certa.

    28) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informtica)

    Q u e s to e s d e CoNCURSOS.com.br

    L'm estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea) mostra que a nova Lei da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada no ltimo dia 3 pela presidente Duma RoussefL pode ser considerada uma conquista da sociedade do ponto de vista institucional, mas depende de engajamento poltico dos gestores municipais para garantir os seus eeitos.

    {http: w w w .cslad30.jom.br noticias. nacionai.ipca-aponta- iei-da-mobilidade-urbana-como-conquista.i 9314-0.htm. 06.01.2012)

    A Lei de Mobilidade Urbana, poltica federai para os transportes que entrou em vigor em abril, coloca a equidade no uso do espao pblico como uma das diretrizes do planejamento.

    {revista da Folha de S Paulo. 12 a 18 dc agosto de 2012i

    [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 89

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    a) a prioridade para os veculos motorizados nos grandes

    centros urbanos.

    b) o fim da cobrana de tarifas para a utilizao da

    infraestrutura viria urbana.

    c) a restrio de acesso e circulao de veculos em horrios

    predeterminados.

    d) o uso exclusivo de energia elica e de gs natural no

    transporte coletivo.

    e) a substituio dos corredores de nibus por faixas

    integradas aos carros.

    Os principais pontos da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana

    so: a prioridade dos modos de transporte no motorizados e dos

    servios pblicos coletivos sobre o transporte individual motorizado;

    a restrio e controle de acesso e circulao, permanente ou

    temporrio, de veculos motorizados em locais e horrios

    predeterminados; o estabelecimento de padres de emisso de

    poluentes para locais e horrios determinados, podendo condicionar

    o acesso e a circulao aos espaos urbanos sob controle; a

    possibilidade de cobrana pela utilizao da infraestrutura urbana,

    para desestimular o uso de determinados modos e servios de

    mobilidade; a dedicao de espao exclusivo nas vias pblicas ao

    transporte pblico coletivo e a modos de transporte no

    motorizados; e o direito dos usurios participarem do planejamento,

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    da fiscalizao e da avaliao da poltica local de mobilidade urbana.

    Letra "c".

    29) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informtica)

    O Supremo Tribuna: Federal (STF) tornou nesta quinta-feira 26 [de abril] mais uma deciso histrica, ao decidir, por unanimidade, que (...) so constitucionais. O julgamento se d aps anos de debates sobre o tema e deve colocar fim insegurana jurdica a respeito (...).O Supremo tomou a deciso ao julgar duas aes diferentes.

    (http: . Vr'W'v,.cartacapital.com.br socicdack: decisao-do-st-legaliza...,26.04.2012. Adaptado i

    Essa "deciso histrica" do STF, de abril de 2012, refere-se

    s

    a) cotas raciais nas universidades pblicas.

    b) unies estveis entre pessoas do mesmo sexo.

    c) cassaes de polticos pela Lei da Ficha Limpa.

    d) portabilidades nos setores de sade e de telefonia.

    e) demarcaes de reservas indgenas anteriores a 1988.

    Letra "a"[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 89

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    30) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Cargos de Nvel Superior -

    Conhecimentos Bsicos) Diferentemente do ocorrido durante

    grande perodo de vigncia do regime militar, quando se

    imps ao pas um bipartidarismo bastante artificial, com a

    redemocratizao, a p