Aulaar
-
Upload
rafael-leite -
Category
Documents
-
view
4 -
download
1
description
Transcript of Aulaar
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
AULA 04
SUMRIO PGINA
1. Demografia e caractersticas da populao brasileira 1
2. A nova classe mdia e a renda brasileira 13
3. Imigrantes ilegais no Brasil 28
4. Manifestaes pelo Brasil e pelo mundo 31
5. Questes comentadas 39
6. Lista de questes 69
7. Gabarito 88
1. Demografia e caractersticas da populao brasileira
O perodo at, aproximadamente, 2025-2030 representa uma
oportunidade para o enriquecimento da sociedade brasileira - a
nossa janela (bnus) demogrfica -, j que a razo de dependncia
demogrfica est diminuindo e, a partir dessa queda, em um
determinado ponto ela comear a se inverter em razo do aumento
de idosos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD),
realizada pelo IBGE, demonstra que atualmente tem se verificado
que h menos pessoas (jovens e idosos) dependentes de indivduos
em idade ativa, contudo, medida que a populao envelhecer,
essa razo de dependncia ir aumentar.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Em outras palavras, atualmente h mais pessoas na faixa
etria em que h maior probabilidade de exercer atividade
econmica do que aqueles que potencialmente dependem desse
grupo. Essa diminuio da taxa de dependncia favorvel ao pas
e possibilita at mesmo uma reforma do Estado, tendo em vista que
h um grande contingente de contribuintes.
A chamada taxa de dependncia se d pela diviso do total de
jovens (com menos de 15 anos) e idosos (mais de 60 anos)
somados pela quantidade de pessoas entre de 15 a 59 anos. Com
isso pode-se ter uma dimenso da proporo entre pessoas
economicamente dependentes e as que esto em idade de prov-
las. claro que muitos idosos, homens ou mulheres, podem estar
em plena atividade produtiva, bem como h casos de crianas e
adolescentes que trabalham, seja regularmente (como aprendiz) ou
irregularmente; contudo, a taxa de dependncia oferta uma base
que serve de referencial para polticas pblicas e comparaes entre
outros pases ou ao longo do tempo.
No perodo entre 2001 e 2011, de acordo com o IBGE, em sua
Sntese de Indicadores Sociais, houve uma reduo da taxa de
dependncia de 60,3% para 54,6%. Tal indicador sofreu queda em
razo da diminuio do nmero de jovens, entretanto a parcela de
idosos aumentou. Mesmo assim a reduo de jovens foi suficiente
para reduzir a taxa de dependncia. Dessa forma, o nmero de
pessoas consideradas economicamente dependentes caiu 5,7 pontos
percentuais, o que significa maior facilidade para que o grupo em
idade ativa sustente os custos desse dos dependentes econmicos.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Repetindo para no ter erro: os jovens sofreram uma diminuio,
em 2001 eram 45,8% da populao e, em 2011, eram 36%.
Apesar dessa tendncia de envelhecimento populacional, o
Brasil ainda considerado um pas jovem, se confrontado a outros
pases, e com baixo nmero proporcional de idosos. Essa situao
nos coloca, em relao ao nmero de jovens, abaixo de pases como
a ndia, a frica do Sul e o Mxico; que apresentam, em relao a
essa taxa, respectivamente, as de 48,8% , 47,8% e 46,2%.
Atualmente, o Brasil est mais prximo ao Chile, Estados Unidos,
Frana e Austrlia, que apresentam, respectivamente, 33,5%,
32,8%, 31,5% e 30,8%. Lembro que a proporo de jovens do
Brasil 36%.
Como disse anteriormente, o Brasil ainda possui uma parcela
pequena do nmero de idosos maiores de 65 anos, tendo apenas
7,4% de sua populao nessa faixa. O Japo possui uma proporo
de 67,8% ; a Alemanha, 52,3% ; a Frana, 49,5% ; o Reino Unido,
46,1; e a Austrlia, 37,4%.
Esses dados comprovam a tendncia de que est fincado para
trs momentos de altas taxas de dependncia no pas e que, caso
essa continue diminuindo, o Brasil ter de fato um grande bnus.
Na pirmide etria das dcadas de 1970 e 1980, por exemplo, os
nmeros da taxa de dependncia eram bastante expressivos, pois,
naquele momento, a parcela de pessoas com menos de 20 anos era
a maior da estrutura etria.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
O fato que, conforme asseveram Lcio, Melo e Guerra, em
artigo publicado na Le Monde Diplomatique Brasil, de julho de 2013,
em cerca de quarenta anos, o Brasil passou de uma iminente
ameaa de exploso demogrfica para uma perspectiva de reduo
populacional, desde que a tendncia de que continuem nascendo
relativamente poucas crianas e de que no haja um processo de
imigrao internacional em massa se mantenha. De uma taxa de
fecundidade em torno de seis crianas por mulher em idade
reprodutiva (taxa de fecundidade), durante os anos 1960, chegou-
se em 2010 a uma taxa de 1,8 filho por mulher - abaixo da
chamada taxa de reposio populacional. A populao brasileira
continua sim crescendo, todavia em ritmo cada vez menor; de modo
que a tendncia de que por volta de 2030-2040, a populao pare
de crescer ou mesmo passe a diminuir.
Embora a diminuio relativa de nascimentos ocorra em todos
os segmentos socioeconmicos, a taxa de fecundidade continua
maior entre as mulheres mais pobres. Isso representa um desafio
para as polticas pblicas, na medida em que devem garantir para
as crianas filhas de mes pobres formao adequada e proteo
integral. Outro problema tambm o cuidado com os idosos, j que
hoje, segundo o IBGE, os custos da ateno aos idosos tm sido
assumidos em boa parte pelas famlias e, em particular, pelas
mulheres; mas, com a reduo familiar e o aumento da parcela
desses idosos, esses custos podero ficar insustentveis e o Estado
poder ter problemas em assumi-los cada vez mais.
Em relao populao em idade ativa (PIA) possvel a
separarmos em trs faixas: a jovem ou jnior (de 15 a 24 anos); [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
adulta ou mster (de 25 a 49 anos) e a madura ou snior (de 50 a
64 anos). O grupo jovem da PIA era, em nmeros absolutos, o
maior grupo etrio at 2000. De 2000 para 2010, o grupo diminui
em termos relativos, com tendncia de reduo ainda maior para os
prximos anos, ou seja, haver menos pessoas necessitando entrar
no mercado de trabalho. Como esse grupo o que est associado
ao primeiro emprego, justamente nele se encontram as maiores
taxas de desemprego por idade. A reduo desse grupo, no que diz
respeito ao mercado de trabalho, pode significar a queda da presso
demogrfica pela gerao de novos empregos. Contudo, os nmeros
relativos no podem apagar os absolutos, pois, at mesmo devido
ao tamanho populacional brasileiro, esse contingente continuar
muito grande, mesmo que diminua relativamente.
Alm disso, ainda permanecer a questo de se gerarem
bons postos de trabalho para esse nmero expressivo de brasileiros
que ingressam no mercado de trabalho a cada ano. A questo
ganha ainda um ingrediente que aumenta a dificuldade que a cada
vez maior escolaridade - partindo do princpio de que quanto maior
a escolaridade, maior a busca por melhores condies de trabalho.
Dessa maneira, o aproveitamento dessa janela demogrfica exigir
que sejam gerados novos e bons empregos e que a economia
vivencia um processo de crescimento equilibrado e dinmico.
Alis, sobre os mais jovens, a reduo tendencial dessa
parcela poder significar uma grande chance na educao. O
governo brasileiro ter a chance de mudar o foco quantitativo das
escolas e universidades, para focar o aspecto qualitativo. Ou seja,
como haver proporcionalmente menos jovens ingressando [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
escolas e universidades pblicas, os gastos podero ser
direcionados, em vez de para a simples criao e manuteno de
vagas, para um salto de qualidade, que inclui melhor infraestrutura
escolar e universitria, melhor qualificao e remunerao de
professores, estudo em tempo integral, bolsas de estudos e
pesquisas, entre outros.
Em relao PIA adulta ou mster, podemos dizer que o peso
desse grupo aumentar at aproximadamente 2030, quando, a
partir de ento, tender a diminuir. Em razo da diminuio da taxa
de dependncia at 2025, a PIA adulta teria, teoricamente, maior
capacidade de poupana, de consumo e de, por conseguinte, maior
contribuio para o crescimento econmico. Sobre esse grupo recai
a maior parte da responsabilidade privada pela manuteno direta
dos dependentes, em razo de vnculos familiares e da
responsabilidade pela manuteno indireta, em razo da
contribuio de recursos para o Estado por meio de tributos.
A PIA adulta o segmento populacional que constitui o ncleo
da fora de trabalho, sendo o conjunto de trabalhadores que
possuem a possibilidade de combinar escolarizao geral e educao
profissional experincia no mercado de trabalho, aliadas a boa
capacidade fsica. Ou seja, trata-se do segmento populacional com
capacidade produtiva no auge.
Por essas razes, Lcio, Melo e Guerra, enfatizam que boas
condies de escolarizao, formao e sade dos indivduos desse
grupo etrio, das geraes atual e futura, dever ser garantidas, no
s como garantias de direitos, mas tambm para ampliao [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
capacidade produtiva. Os autores lembram que tambm se faz
necessrio que haja o incentivo ao aumento da participao das
mulheres na atividade econmica e do combate s formas de
discriminao.
Assim, polticas de ampliao e diversificao de qualificao
devem ser combinadas a polticas de desenvolvimento econmico e
tambm tecnolgico, a fim de permitir uma maior adequao
produtiva das pessoas nessa faixa etria. A absoro dessa fora de
trabalho, ainda segundo os mencionados autores, em ocupaes
menos vulnerveis e em atividades mais qualificadas pode viabilizar
melhores condies de trabalho, produo e remunerao.
J em relao PIA madura ou snior, temos que este grupo
representa uma fatia pequena da PIA total, entretanto possui
tendncia a um crescimento significativo a partir de 2030. O
aumento de seu peso relativo na fora de trabalho levantar
problemas de sade cada vez mais frequentes, com crescimento da
demanda por aposentadoria e reivindicaes de garantia de
condies do exerccio digno do trabalho pelos mais velhos. Com o
envelhecimento, as presses sobre programas de sade, assistncia
social e previdncia se ampliaro.
Agora, pessoal, eu gostaria de comentar alguns aspectos
especficos da populao brasileira, comeando pela qualidade de
vida - mais adiante eles sero aprofundados. No ranking mundial do
ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade
de vida, o Brasil entrou, desde 2007, na parcela de pases
considerados em Alto Desenvolvimento Humano - no se espantem,[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
isso mesmo. De acordo com a classificao do ranking, os pases que ocupam da 48a posio at a 94a, possuem essa classificao.
O IDH brasileiro 0,718, sendo que quanto mais prximo de
1, maior o desenvolvimento. Atualmente o Brasil ocupa a 84a
posio, atrs de pases como Uruguai (48 lugar, IDH de 0,783);
Palau (49 lugar, IDH de 0,782); Cuba (51 lugar, IDH de 0,776);
Panam (58 lugar, IDH de 0,768); Lbia (64 lugar, IDH de 0,760);
Cazaquisto (68 lugar, IDH de 0,754); Venezuela (73 lugar, IDH
de 0,735); Peru (80 lugar, IDH de 0,725) e Equador (83 lugar,
IDH de 0,720). Chile e Argentina so os pases da Amrica Latina
melhores posicionados, estando no patamar dos pases de muito
alto desenvolvimento humano. O Chile est na 44a posio com IDH
de 0,805 e a Argentina est na 45a posio com IDH de 0,797.
Vejam que mesmo ele tendo "alto" IDH, ainda permanece distante
dos pases com IDH "muito alto".
Os municpios brasileiros com melhores IDH esto no Sul e
Sudeste e so: So Caetano do Sul (SP), guas de So Pedro (SP),
Niteri (RJ), Florianpolis (SC) e Santos (SP). J os com piores
ndices esto no Norte e no Nordeste e so: Manari (PE), Jordo
(AC), Traipu (AL), Guaribas (PI) e Centro de Guilherme (MA). No
tpico 3 veremos melhor as questes relacionadas ao IDH brasileiro.
Em relao expectativa de vida, o Brasil ocupa a 91a posio
no ranking da ONU, sendo que esse indicador vem melhorando nos
ltimos anos, o que reflete a melhoria gradual nas condies de vida
e de sade da populao nos ltimos anos. Segundo estudo
divulgado pelo IBGE em 2012, o brasileiro possui 74,1 anos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
expectativa de vida ao nascer. Entre 2000 e 2011, esse nmero
aumentou em 3,65 anos, com situao mais favorvel s mulheres.
A expectativa de vida das mulheres, que era de 73,9 em 2000,
atingiu 77,7 em 2011. No caso dos homens, passou de 66,3 para
70,6 anos.
Segundo o Atlas do Censo Demogrfico de 2010, os maiores
ganhos na expectativa de vida da populao brasileira ocorreram
nas dcadas de 1950 e 1980, sendo que o principal fator que
ocasionou essa situao foi o avano na sade, com o aumento
(absoluto e relativo) dos mdicos e hospitais, a melhoria nos
tratamentos e a expanso da rede de saneamento bsico. Lembro
que, ainda que tenha havido aumento, o sistema de sade ainda
no capaz de atender satisfatoriamente s demandas da
populao brasileira.
Em relao ao gnero, as mulheres so maioria no Brasil,
representando 51,5% da populao brasileira, contra 48,5% de
homens. O nvel de escolaridade entre as mulheres tambm tem
aumentado progressivamente; elas j possuem maior escolaridade
que os homens e, com o nmero de filhos cada vez menor, tem
aumentado sua participao no mercado de trabalho.
J a taxa de mortalidade infantil um dos dados que melhor
atestam a qualidade das condies de vida de uma populao. Os
fatores que levam a uma melhoria desse ndice so a expanso do
saneamento bsico, o acompanhamento mdico da mulher desde o
incio da gravidez, o atendimento hospitalar ao recm-nascido, a
boa alimentao da gestante e do beb e a melhoria da [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
materna. Segundo dados do IBGE, a taxa de mortalidade infantil no
Brasil est diminuindo. Entre 1999 e 2010, essa taxa caiu de 31,7
para 15,6 crianas mortas para cada mil nascidas vivas -
representando uma diminuio bastante considervel.
Em relao ao rendimento mdio mensal real dos brasileiros,
ele aumentou 8,3% de 2008 a 2011, de acordo com a PNAD. De
2008 a 2011, todas as regies apresentaram aumento no
rendimento mdio mensal real, sendo que a que teve maior
elevao de ganhos foi o Nordeste com 10,7%. Em seguida vem o
Centro-Oeste com 10,6%; o Sudeste 7,9% ; o Norte com 7,7% e o
Sul 4%. Relacionam-se a esse processo o aumento do salrio
mnimo, as polticas de transferncia de renda e as maiores taxas de
emprego.
Sobre a concentrao de renda, temos que o maior aumento
da renda per capita dos mais pobres em relao aos mais ricos
mostra uma reduo da desigualdade. De acordo com o IBGE, uma
das maneiras de visualizar a queda da desigualdade observando o
crescimento acumulado da renda dos 20% mais pobres em relao
aos 20% mais ricos. Enquanto em 2009, a renda dos 20% mais
ricos era 17,8 vezes maior que a dos 20% mais pobres; em 2011,
passou a ser 16,5 vezes. Isso demonstra que a desigualdade ainda
alarmante no Brasil, mas vem sofrendo uma reduo. Veremos
mais adiante que autores importantes, como Neri, consideram o
perodo 2001-2010 como a dcada da incluso, justamente pela
reduo da desigualdade que ocorreu. Repito: houve reduo da
desigualdade, mas ela ainda enorme.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Dessa maneira, a verdade que o Brasil permanece com uma
das maiores concentraes de renda do mundo. Enquanto os 10%
mais ricos da populao vivem com 41,5% da renda nacional; os
10% mais pobres vivem com apenas 1,4% da renda, segundo o
PNAD de 2011. Ou seja, mesmo com a melhora, os dados
brasileiros em relao concentrao de renda esto longe do ideal.
Eles ainda demonstram que tal cenrio tem relao com a cor de
pele, devido s razes da histria social brasileira. A populao
negra (pretos e pardos) recebe menos do que a metade do
rendimento dos brancos, conforme o IBGE.
At o Censo de 2000, o IBGE utilizava o conceito de "chefe de
famlia" para se referir pessoa que contribua com a maior parcela
do oramento do lar. Com a mudana gradativa desse conceito,
reconhecendo o papel crescente das mulheres na sociedade
brasileira, o instituto passou a trabalhar com o conceito de "pessoa
de referncia", ou seja, a pessoa responsvel pela unidade familiar.
No Brasil, a pessoa de referncia majoritariamente o homem.
Conforme o PNAD de 2011, 62,5% das famlias brasileiras eram
lideradas por homens; contudo, essa situao est sendo aos
poucos modificada.
O nmero de famlias que possuem a mulher como pessoa de
referncia vem aumentando. Em 2001, esse nmero era de apenas
27,3% ; mas desde ento, passou a 37,5% das famlias. Isso se d
por razo da maior autonomia feminina, com participao crescente
no mercado de trabalho. A chefia feminina do lar mais comum em
reas urbanas, j que tambm est associada separao de
casais, que ocorre com mais frequncia nas cidades do que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
campo. Grande parte das mulheres responsveis pelo lar, 49,1% ,
segundo dados do IBGE de 2007, no possuam marido ou
companheiro.
A distribuio por cor de pele em 2011 se deu da seguinte
maneira, conforme divulgado no PNAD: brancos (47,76% ), pretos
(8 ,21% ), pardos (43,07% ), amarelos (0,56%) e indgenas (0 ,4% ).
Um indicador que demonstra a condio de pretos e pardos no pas
o do mercado de trabalho. Embora tenha diminudo nos ltimos
anos, a diferena de renda entre os brancos e negros permanece
elevada. Com 12 anos ou mais de estudo, o rendimento dos brancos
31,7% maior que o de pretos e pardos. Contudo, desde 2000 at
2011, a renda dos negros cresceu quase cinco vezes mais do que o
do restante da populao.
A distribuio de pessoas por cor de pele entre os 10% mais
pobres e entre o 1% mais rico mostra que os brancos somam mais
de 25% dos mais pobres e mais de 82% entre os mais ricos. Por
sua vez, os pretos e pardos somam mais de 74% entre os mais
pobres e s correspondem a 16% entre os mais ricos, segundo a
Sntese de Indicadores Sociais do IBGE de 2010.
Em relao educao, o IBGE constatou que, entre 1999 a
2010, houve uma distncia grande entre brancos e negros e pardos
com curso superior completo. Em 1999, 9,8% dos brancos e 2,3%
dos pretos e pardos possuam curso superior completo. Em 2009, os
percentuais eram de 15% de brancos, 4,7% de pretos e 5,3% de
pardos.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
A violncia outro indicador da desigualdade entre negros e
brancos no Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Ministrio da
Justia, considerando o total de homicdios ocorridos no pas em
2010, o nmero de assassinatos entre negros foi mais do que o
dobro entre os brancos. A cada 100 mil negros, 35,9 foram
assassinados. Entre os brancos, para cada 100 mil, 15 foram
assassinados.
2. A nova classe mdia e a renda brasileira
O Brasil vem passando, desde a ltima dcada, por mudanas
sociais e econmicas importantes. Muitos apontam que a maior
dessas mudanas foi a reduo da extrema pobreza metade nesse
perodo, ainda que as estimativas estejam vinculadas s formas
com que a linha de pobreza definida. De todo modo, grande parte
dos estudos para ns mais relevantes apontam que 15% da
populao brasileira superou a linha da pobreza nos ltimos dez
anos. Tal situao implicou que se atingisse o 1 Objetivo do Milnio
na metade do tempo proposto pela Organizao das Naes Unidas
(ONU). Vejam esse grfico com dados baseados na PNAD:
Tal quadro foi corroborado por grande diferena nas taxas de
crescimento entre pobres e entre ricos, alterando substancialmente
a distribuio de renda brasileira. Ficou famosa a expresso, sobre o
perodo mencionado, "a renda dos mais ricos cresceu a taxas
europeias, enquanto a taxa dos mais pobres cresceu a taxas
chinesas". Assim, em funo de a taxa de crescimento de renda dos
15% mais ricos ter sido inferior mdia do crescimento do pas,
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
houve alterao na distribuio de renda nacional, com uma perda
da participao dos mais ricos no total da renda.
Consequentemente, a diminuio da pobreza e o crescimento
acentuado da renda nos extratos mais pobres, houve a ascenso de
uma parcela significativa da populao, que chegou a uma classe
mais intermediria, levando-se em considerao a renda. Essa
situao levou necessidade de que se formulasse um conceito
mais claro para a identificao dessa classe mdia, indo alm dos de
pobreza e extrema pobreza, sobre os quais h certo consenso, a fim
de que se pudesse compreender melhor as mudanas
experimentadas nos ltimos anos no que concerne distribuio de
renda.
Como existem muitas definies de classe mdia disponveis e
tantas outras possveis, viu-se a necessidade de se eleger uma
delas e passar a olhar para ela, a fim de fosse possvel captar os
movimentos de ascenso e queda de renda da populao ao longo
dos anos. Alm disso, esse conceito se faz fundamental, na medida
em que se busca identificar a eficcia das polticas de combate
pobreza e extrema pobreza, avaliando se elas foram realmente
eficazes em suprir as necessidayp es bsicas do segmento mais pobre
da populao.
A Associao Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)
adota, para definio de classes, o chamado Critrio Brasil. Essa
classificao a que as empresas de pesquisa costumam utilizar em
seus estudos. O Critrio Brasil compreende que as necessidades de
renda e suas dependncias das famlias so contnuas,
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
categorizando os indivduos em parcelas A, B, C, D e E,
classificando-os como se eles, dentro das parcelas, fossem
homogneos. Acontece que o Critrio Brasil vem abandonando a
pretenso de classificar a populao em termos sociais, pois esse
conceito englobar vrias dimenses (renda, trabalho, educao,
sade, vulnerabilidade, etc.), passando a considerar to somente o
aspecto do poder de compra. Ou seja, o Critrio Brasil enfatiza o
poder de compra das famlias, adotando puramente o critrio de
classes econmicas.
O Critrio de Classificao Econmica Brasil, nome completo,
utiliza um sistema de pontuaes a partir das quais estabelece o
recorte de classe econmica. So levadas em conta basicamente
duas espcies de dados: o grau de instruo do chefe de famlia e a
posse de determinados objetos. A partir da constri o seguinte
corte:
Classe PontosAl 4 2 - 4 6A2 3 5 - 4 1BI 2 9 - 3 4B2 2 3 - 2 8c 1 8 - 2 2C2 1 4 - 1 7D 8 - 1 3E 0 - 7
A pontuao, segundo os critrio de 2013, distribuda de
seguinte forma:
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Grau de Instruo do chefe de famlia
N o m e n c la tu ra A n tig a N o m e n c la tu ra A tu a l
A n a lfa b e to / P rim rio in co m p le to A n a lfa b e to / Fu n d am e n ta l 1 In co m p le to 0
P rim rio co m p le to / G in asia l in co m p le to Fu n d am e n ta l 1 C o m p le to / Fu n d am e n ta l 2 In co m p le to 1
G in asia l c o m p le to /C o le g ia l in co m p le to Fu n d am e n ta l 2 C o m p le to / M dio In co m p le to 2
C o leg ia l co m p le to / Su p e rio r in co m p le to M d io C o m p le to / Su p e rio r In co m p le to 4
Posse de itens
0Q uantidade de Itens
1 2 3 4 o u +T e le v is o e m c o re s 0 1 2 3 4R d io 0 1 2 3 4B a n h e iro 0 4 5 6 7A u to m v e l 0 4 7 9 9E m p re g a d a m e n s a lis ta 0 3 4 4 4M q u in a d e la v a r 0 2 2 2 2V id e o c a s s e te e / o u D V D 0 2 2 2 2G e la d e ir a 0 4 4 4 4F re e z e r (a p a re lh o in d e p e n d e n te o u p a rte da g e la d e ira d u p le x ) 0 2 2 2 2
Por sua vez, o IBGE divide a populao brasileira em cinco
faixas de renda ou classes sociais, com base no nmero de salrios
mnimos, ou seja, leva em considerao apenas o critrio de renda
na definio de classes. As chamadas classes A (renda acima de 20
salrios mnimos) e B (renda entre 10 e 20 salrios mnimos)
renem atualmente cerca de 42 milhes de pessoas. A classe C
(renda entre 4 e 10 salrios mnimos) rene mais de 104 milhes de
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
pessoas. E as classes D e E (entre 2 e 4 salrios mnimos) englobam
48 milhes de pessoas, em nmeros aproximados.
Segundo o IBGE, a distribuio da populao brasileira em
classes sociais no forma mais a figura de uma pirmide como em
2005, perodo em que a grande concentrao estava nas classes D e
E. Agora fica evidente que a classe C domina, demonstrando a
incluso que houve na ltima dcada. Como cansamos de falar, de
acordo com o IBGE, houve uma mudana significativa no perfil de
renda da populao brasileira, com a ascenso de muitas pessoas
para classes superiores.
Algumas polticas pblicas, como Programa Minha Casa Minha
Vida e Pronaf, tambm categorizam os indivduos, organizando-os
em grupos. Claro que a categorizao dos indivduos em parcelas
no nenhuma novidade nas polticas pblicas brasileiras, j que a
focalizao nos grupos mais pobres e atendimento diferenciado
conforme a renda e outros indicadores socioeconmicos j haviam
sido praticadas no Brasil.
De acordo com estudos realizados pela a Comisso Ministerial
para Definio da Nova Classe Rrldia coordenada pela Secretaria de
Assuntos Estratgicos do Governo Federal, a diviso da sociedade
brasileira em trs grandes grupos (classes baixa, mdia e alta) em
termos da renda familiar per capita fundamental para que
possamos compreender as significativas transformaes sociais por
que tem passado a sociedade brasileira.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
A partir de uma anlise detalhada dos possveis critrios para
definir os limites desses grupos, isto , onde cada um comea e
termina, a Comisso entendeu que a melhor opo utilizar uma
diviso que gere grupos homogneos com relao
vulnerabilidade pobreza. Segundo esse critrio, foram
considerados pertencentes classe baixa todos aqueles com alta
probabilidade de permanecer ou passar a ser pobres no futuro
prximo; verificou-se empiricamente que estes so os que vivem
em famlias com renda per capita inferior a R$291 por ms. Lembro
que o critrio adotado pela Comisso uma sugesto e no o oficial
do governo.
Assim, so considerados pertencentes classe mdia todos
aqueles com baixa probabilidade de passarem a ser pobres no
futuro prximo; verificou-se empiricamente que estes so os que
vivem em famlias com renda per capita entre R$291 e R$1.019 por
ms. Por fim, foram considerados pertencentes classe alta todos
aqueles com probabilidade irrisria de passarem a ser pobres no
futuro prximo; seriam aqueles em famlias com nvel de renda per
capita acima de R$1.019 por ms.
Estima-se que, em 2012, 53% da populao brasileira, cerca
de 104 milhes de pessoas, j pertencem classe mdia definida.
Em nvel mundial sabemos que o Brasil o quinto pas mais
populoso, abaixo apenas de China, ndia, Estados Unidos e
Indonsia. Assim, se a classe mdia brasileira fosse um pas, ela
seria o 12 pas mais populoso do mundo, logo depois do Mxico,
evidenciando a sua importncia poltica, econmica e social para o
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Durante a ltima dcada, a classe mdia cresceu de forma
bastante acentuada. Alm disso, tal crescimento no ficou limitado a
acompanhar o crescimento populacional do pas. Na realidade, ele
saiu de 38%, em 2002, chegando a mais da metade da populao
brasileira. Atualmente a classe mdia brasileira composta por 37
milhes de pessoas a mais do que tinha h uma dcada. Desse
total, segundo a Secretaria de Assuntos Estratgicos, acredita-se
que 8 milhes sejam resulta do do crescimento natural da
populao brasileira, enquanto que outros 29 milhes se devem
entrada de pessoas na classe mdia. Ou seja, quase 80% do
crescimento no tamanho da classe mdia foi em funo do aumento
na sua participao relativa no total da populao: de 38% para
53%.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Na publicao Vozes da Classe Mdia, da Secretaria de
Assuntos Estratgicos, aponta-se que muitas vezes associamos o
crescimento da classe mdia reduo na pobreza, como se fossem
eventos diretamente relacionados. Malgrado exista de fato uma
relao bastante prxima entre esses dois eventos, eles no so
necessariamente um o reflexo do outro, ou seja, o crescimento da
classe mdia no necessariamente em razo da diminuio da
pobreza. Isso porque existem essencialmente duas razes para isso.
Primeiramente, h uma classe intermediria entre os pobres e a
classe mdia: o grupo dos vulnerveis, que so aqueles que vivem
em famlias com renda acima da linha oficial de pobreza , porm
abaixo do limite inferior para ingressar na classe mdia. Assim, as
redues na pobreza que se limitam a expandir o grupo de
vulnerveis no tero impacto algum sobre o tamanho da classe
mdia. S um detalhe: o governo definiu oficialmente a linha da
pobreza em R$140,00, referente a julho de 2010; acontece que o
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
valor real dela j ultrapassava esse valor, estando prximo a R$
163,00 em 2013.
Alm disso, devemos lembrar que o tamanho da classe mdia
tambm influenciado pela ascenso de parte de seus membros
classe alta. Por isso, h de se reconhecer que a evoluo do
tamanho da classe mdia o resultado lquido da diferena entre o
nmero de pessoas que ascenderam da classe baixa (pobres e
vulnerveis) para a mdia e o nmero de pessoas que ascenderam
da classe mdia para a alta - pessoas que ascendem classe mdia
e pessoas que ascendem da classe mdia. Ou seja, h fatores para
alm da simples, e bem vinda, diminuio da pobreza. A publicao
mencionada no chega a citar, mas eu colocaria tambm, ainda que
menos expressivo, o grupo dos que caem para a classe mdia e os
que caem da classe mdia.
De 2002 a 2012, ascenderam para a classe baixa pobres e
vulnerveis mdia 21% da populao brasileira, enquanto da
classe mdia para a classe alta ascenderam 6%, da o resultado
lquido de um crescimento de 15 pontos percentuais no tamanho da
classe mdia. A expanso da classe mdia foi resultante de um
processo de crescimento combin ado com reduo na desigualdade.
Em razo de tal combinao, a reduo da classe baixa foi muito
mais intensa que a expanso da classe alta.
Se o processo de crescimento no houvesse sido
acompanhado da reduo na desigualdade, a classe mdia teria
crescido bastante menos, com certeza. Dessa maneira, se o pas
no tivesse reduzido o seu grau de desigualdade, teriam deixado a
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
classe baixa e entrado na classe mdia apenas 9% da populao,
em vez dos 21% que efetivamente ascenderam, enquanto teriam
ascendido classe alta, sado da classe mdia, 5% da populao,
em vez dos 6% que efetivamente ascenderam.
Devido ao seu prprio tamanho, a classe mdia no poderia
mesmo ser homognea. Praticamente todos os grupos
socioeconmicos brasileiros se encontram representados na classe
mdia, ainda que existam alguns em maior proporo do que
outros. Conforme podemos observar, a classe mdia est bastante
concentrada na rea urbana, na regio Sudeste, nas pessoas com
educao mdia, nos trabalhadores formais e nos segmentos de
indstria e comrcio.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Todavia, segundo Marcelo Neri a emergncia, bem como a
estrutura, da classe mdia um fenmeno bastante complexo cujo
entendimento recente. As estruturas da sociedade brasileira
teriam se modificado profundamente para ele nos ltimos anos, a
desigualdade mudado e quem estaria em ascenso no pas seriam
as mulheres, os negros, os nordestinos, as pessoas que vivem na
periferia e no campo. Vejam o quadro da contribuio dos grupos
socioeconmicos para formao da classe mdia, segundo dados de
2012 da Secretaria de Assuntos Estratgicos:
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Populao em idade ativa
Ocupados 5 8 44 61 6 6
Desem pregados 5 9 4 2
Inativos 3 7 4 7 3 5 3 0
Populao ocupada
Form alizao
Formal 54 2 6 5 6 71
Informal 4 6 74 44 2 9
Setor de atrvidaddes
Agrcola 1 5 3 5 1 3 5
Indstria de transformao 14 9 16 1 4
Construo 8 1 0 9 5
C om rcio e reparao 1 8 14 2 0 1 8
Alojam ento e alim entao 4 4 4 3
Transporte, arm azenagem e oom unicao 5 3 5 5
Adm inistrao pblica 5 2 4 1 0
Educao, sade e servios sociais 10 3 8 1 7
Servios dom sticos 8 12 9 2
O utras atividades 14 7 1 2 21
H duas razes distintas que determinam o peso de cada
grupo na classe mdia. A primeira razo se refere ao tamanho do
grupo em relao populao total. Claro que se um grupo muito
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
grande no Brasil, ele muito provavelmente tambm incluir uma
parcela considervel da classe mdia. Por exemplo, o que ocorre
com a populao que vive em rea urbana, que corresponde a
quase 85% do total da populao brasileira. Essa considervel
parcela resultante de que a rea urbana concentra a grande
maioria da populao brasileira, o que faz com que tambm englobe
maior parte da classe mdia. Em 2012, 88% do total da classe
mdia vivia em reas urbanas.
A outra razo se refere proporo de pessoas dentro de cada
grupo que esto na classe mdia, ou seja, se refere existncia de
maior ou menor associao entre os grupos sociais e a classe
mdia. Dessa forma, dois grupos com o mesmo tamanho hipottico
podem contribuir mais ou menos formao da classe mdia, de
maneiras distintas, conforme o nmero de pessoas pertencentes
classe mdia em cada um deles. Alm disso, um grupo com menor
peso na classe mdia que outro pode, na verdade, guardar mais
relao com esta classe, uma vez que lhe fornece maior proporo
de seus membros.
De acordo com Neri, a classe mdia bastante heterognea,
formada em grande parte por pessoas que j subiram na vida e
pretendem continuar subindo. De tal modo, para o autor, a classe
mdia uma classe que possui expectativa positiva em relao ao
seu futuro, com maior capacidade de exportar pessoas para as
classes A e B do que perd-las para as classes D e E. Essa nova
classe mdia que foi se formando ao longo da ltima dcada
possuiria, para ele, como grande smbolo, a carteira assinada, ou
seja, o emprego formal. Atualmente cerca de 57% [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
trabalhadores ocupados, formais e informais, esto na classe mdia.
Levando-se em conta somente o universo dos trabalhadores
formais, esse nmero sobe para 58%. Ou seja, mais de metade da
classe trabalhadora brasileira, hoje, est na classe mdia.
Pode-se apontar, por fim, como faz a Secretaria de Assuntos
Estratgicos, quatro determinantes para a ascenso dessa nova
classe mdia. So eles: demografia, transferncias, acesso ao
trabalho e os ganhos de produtividade. Vejamos:
Demografia: a renda per capita cresce medida que se
reduz a razo de dependncia demogrfica das famlias, isto
, medida que se reduz o nmero de crianas e aumenta
o de adultos. No caso da classe mdia, a porcentagem de
membros adultos subiu de 73% para 79% ao longo da
ltima dcada. Fosse essa a nica transformao ocorrida, a
renda per capita teria crescido apenas 0,7% ao ano,
indicando que esse fator contribuiu com menos de 20% do
crescimento na renda da classe mdia.
Transferncias: a ltima dcada vivenciou grande
expanso da coberturaa das transferncias pblicas s
famlias, o que certamente colaborou para o crescimento na
renda e a consequente ascenso classe mdia. Trata-se
do momento da criao do Programa Bolsa Famlia e da
consolidao de outras transferncias, como o Benefcio de
Prestao Continuada (BPC) e a previdncia rural. De fato,
a renda no derivada do trabalho por adulto da atual classe
mdia passou de R$ 85 por ms para quase R$ 134. Tivesse
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
sido essa a nica mudana na dcada, a renda familiar per
capita da classe mdia teria aumentado 1,0% ao ano,
indicando que cerca de 30% do seu crescimento decorreu
da expanso das transferncias governamentais. Assim,
embora essa contribuio tenha sido importante para a
ascenso classe mdia, ela no o fator preponderante.
Acesso ao trabalho: embora a renda no derivada do
trabalho venha ganhando importncia na composio da
renda familiar, a renda do trabalho continua sendo a fonte
primordial. De fato, mais de % da renda das famlias que
compem a classe mdia ainda prov do trabalho. Desse
modo, sua ascenso depende no apenas do nmero de
adultos dispostos a trabalhar, mas tambm, e acima de
tudo, da proporo que efetivamente se encontra ocupada.
A porcentagem dos adultos na classe mdia que se
encontravam ocupados (taxa de ocupao) cresceu
ligeiramente, passando de 60% para 64%. Esse
crescimento, mesmo que de maneira limitada, tambm
contribuiu para a expanso da renda da classe mdia. Caso
fosse a nica mudana na dcada, a renda per capita da
atual classe mdia teria crescido 0,4% ao ano; dessa forma,
a expanso no acesso ao trabalho contribuiu com pouco
mais de 10% do crescimento.
Ganhos de produtividade: a renda do trabalho tem dois
determinantes imediatos: o acesso e a produtividade. Alta
produtividade combinada com altas taxas de desemprego
no gera renda do trabalho adequada para todos, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
mesma forma que tambm no o faz a combinao entre
baixas taxas de desemprego e baixa produtividade. Para
promover aumentos na renda do trabalho, to importante
quanto o acesso ao trabalho a expanso na produtividade
do trabalho, medida, por exemplo, pela remunerao mdia
dos trabalhadores ocupados. Na ltima dcada, a
remunerao mdia dos trabalhadores ocupados que
pertencem atual classe mdia cresceu 1,7% ao ano. Caso
essa tivesse sido a nica mudana no perodo, a renda per
capita de tal classe teria crescido 1,4% ao ano. Por
conseguinte, ganhos de produtividade respondem,
individualmente, por 40% do crescimento ocorrido na renda
da classe mdia e so, assim, o determinante imediato mais
importante para o aumento da renda da classe mdia
brasileira, segundo a Secretaria de Assuntos Estratgicos.
3. Imigrantes ilegais no Brasil
O Brasil sempre foi conhecido por ser um pas aberto aos
demais povos, no impondo restries em suas fronteiras. Contudo,
nos ltimos anos, com o crescimento econmico, em meio crise
financeira que atingiu a Europa e os Estados Unidos, o pas se
tornou mais atrativo para uma massa de imigrantes vindos de
pases pobres.
A questo que muitos Estados, principalmente da regio
Norte, no possuem estrutura de apoio para receber esses
imigrantes, a maioria ilegais. E a poltica da nao acolhedora acaba
gerando uma crise [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
A situao mais grave acontece no Acre, onde cerca de 1,3 mil
refugiados vivem em condies precrias, em abrigos improvisados,
sem assistncia mdica ou alimentao adequada. O fluxo de
estrangeiros aumentou no ltimo ms e levou o governador do
Acre, Tio Viana, a decretar situao de emergncia humanitria no
Estado.
A rota imigratria comeou em 2010, quando um terremoto
devastou o Haiti, matando cerca de 200 mil habitantes. O Brasil
comanda uma misso das Naes Unidas no Haiti desde 2004, e por
isso possui responsabilidades com o povo haitiano. Aps a tragdia,
muitos haitianos deixaram a ilha e vieram para o Brasil em busca de
emprego. Em territrio nacional, eles recebem um "visto
humanitrio", que permite que consigam uma carteira de trabalho
especial para serem contratados por empresas.
Outro problema trazido pela rota haitiana so as redes
clandestinas de imigrao, nas quais intermedirios conhecidos
como coiotes atuam em pases vizinhos, como Equador, Peru e
Bolvia, para trazer os estrangeiros para o Brasil. Neste caso, o
governo brasileiro pediu para que as autoridades desses pases
intensifiquem a fiscalizao em suas fronteiras. os imigrantes ilegais
das demais nacionalidades, segundo o governo, no recebero o
mesmo tratamento especial dos haitianos e tero que aguardar os
trmites normais para a emisso dos vistos. A espera pode levar
meses em razo da quantidade de solicitaes.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Estima-se que, desde 1872, data do primeiro senso, o Brasil
tenha recebido mais de 6 milhes de imigrantes que ajudaram a
formar a cultura e desenvolver a economia nacional. A partir do
sculo 19, com a abolio da escravatura e o impulso econmico
das plantaes de caf em So Paulo, houve um estmulo para a
vinda de mo de obra estrangeira, sobretudo de italianos,
espanhis, portugueses e japoneses. At agora, o Brasil tem
referenciado suas polticas pela solidariedade, acolhendo inclusive
ilegais, que no encontram muitas dificuldades para conseguir
vistos e documentos para trabalhar e conseguir residncia.
Dcadas atrs, brasileiros buscavam melhores condies de
vida em pases da Europa, Estados Unidos e Japo, onde
enfrentavam restries e preconceitos de rgidas leis imigratrias.
Hoje, o Brasil uma potncia emergente e uma vitrine para o
restante do mundo, por conta da descoberta do pr-sal e da
realizao de eventos mundiais, como as Olimpadas e a Copa do
Mundo. A crise envolvendo os haitianos no Acre mostrou a
necessidade de discutir polticas de imigrao, para evitar os
impactos negativos sobre a economia e sociedade em Estados que
no esto preparados para uma "invaso" de estrangeiros.
Uma outra situao que vem chamando ateno das
autoridades brasileiras em relao aos imigrantes ilegais, so os
imigrantes vindos de Bangladesh. Em maio desse ano, foram
interceptados diversos imigrantes que estavam chegando ao pas
por meio das fronteiras com pases vizinhos. De acordo com o que
as autoridades apuraram, os imigrantes ilegais eram forados a
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
executar trabalhos em condies anlogas a de escravo. A quadrilha
era formada tambm por naturais do Bangladesh.
De acordo com a PF, a quadrilha aliciava trabalhadores em
vrias cidades do Bangladesh, um dos pases mais pobres da sia e
onde o ordenado mnimo de aproximadamente 38 dlares,
oferecendo-lhes remuneraes mensais de at 1.500 dlares (cerca
de 1.170 euros) no Brasil. Os imigrantes efetuavam a viagem em
condies de alto risco e entravam ilegalmente no Brasil pelas
fronteiras com a Guiana Inglesa, o Peru e, sobretudo, a Bolvia. Pela
viagem at ao Brasil, os chamados coiotes cobravam aos imigrantes
10 mil dlares (cerca de 7,8 mil euros), que eles ou as famlias
pagavam na esperana de uma vida melhor no pas sul-americano.
Mas a realidade que os asiticos encontravam em Braslia e Paran
era similar de escravos, sendo obrigados a longas jornadas de
trabalho na construo civil e em grandes empresas frigorficas e,
ao invs dos dlares prometidos, ficavam cada vez mais endividados
com a quadrilha, que lhes cobrava supostos custos e dvidas.
4. Manifestaes pelo Brasil e pelo mundo
A partir de junho de 2013, o Brasil passou a assistir a
manifestaes populares de propores no vistas desde a
campanha dos Caras Pintadas, que reivindicavam o impedimento do
ento Presidente Fernando Collor, ou mesmo das Diretas J, que
pediam eleies diretas com o fim do regime militar de exceo. No
cenrio atual, desde o estopim com a tentativa de aumento das
passagens de nibus em So Paulo, as ruas das grandes capitais,
bem como de outras cidades, vm sendo tomadas por populares,[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
que protestam por melhorias na infraestrutura social, com
investimentos em segurana, sade, transporte, educao, entre
outros, e por melhorias no sistema poltico, com combate
corrupo e a no aprovao pelo Legislativo federal da chamada
PEC 37.
Esse panorama poltico-social necessita da atuao do Poder
Pblico, em todas as esferas federativas, a fim de que
integradamente se possa atender, ou ao menos se inicie o
atendimento, as demandas da populao. imprescindvel que haja,
entre Poder Pblico e populao, um canal por meio do qual as
solicitaes possam ser conhecidas e acolhidas, tendo como fim
primeiro o obedecimento melhoria do bem coletivo. Assim, as
polticas pblicas devem a um s tempo conjugar a capacidade de
realizar do Estado s aspiraes legtimas da sociedade.
Nesse sentido, destaca-se a necessidade de atuao efetiva do
Poder Executivo, tendo em vista que esse poder o que detm os
mecanismos para realizao das polticas pblicas. Os governantes
devem investir no aperfeioamento e na manuteno de bens
sociais, garantido que esses sejam distribudos para toda a
populao e focados principalmente naquelas em que eles mais
faltam fazem. O Executivo deve, ainda, atuar prximo da populao
e em conjunto com ela, pois somente um Estado ativo capaz de
satisfazer o bem coletivo, desenvolvendo-o.
As manifestao so, mais do que sintoma do no fazer
estatal, o smbolo de um novo papel que o Estado deve
desempenhar. imprescindvel que a Administrao Pblica [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
ajuste s reais necessidades da populao, agindo de maneira a
atenuar e eliminar problemas sociais existentes. Ajustar agenda
pblica ao que clamam as ruas colocar em p de igualdade o
dever de atuar do Estado e os direitos dos cidados. Cabe ao
Executivo, portanto, pr fim dialtica manifestantes contra Estado,
fazendo convergir essas foras aparentemente contraditrias, a fim
de que as polticas pblicas passem a concretizar a vontade de uma
parte com a necessidade da outra.
Os protestos que tomaram as ruas de centenas de cidades
brasileiras tiveram como estopim o aumento de tarifas do
transporte pblico, mas claro que no se resumem a isso, j que
os problemas so muitos: corrupo, impunidade, PEC 37, cura gay,
altos gastos com eventos esportivos, pouco investimento em reas
sensveis como educao e sade e por a vai. E, no apenas as
demandas so difusas, mas tambm o perfil dos manifestantes.
Aos poucos as bandeiras e cartazes foram mudando, exibindo
causas mais urgentes e prximas aos manifestantes e trazendo
tona um vasto e variado leque de reivindicaes locais. No Rio de
Janeiro, moradores de favelas protestaram contra as remoes
foradas provocadas por obras da Copa do Mundo e tambm contra
supostos abusos cometidos por policiais durante a implantao das
Unidades de Polcia Pacificadora (UPPs).
Na periferia de So Paulo, movimentos locais estiveram
frente de diferentes protestos, levando pautas diferentes, como a
demanda por mais espaos culturais. Em Belo Horizonte e em suas
imediaes, onde as passagens chegam a preos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
extremos, moradores do centro e da periferia protestaram no
apenas por melhorias no sistema de transporte, mas tambm por
melhores servios de educao e sade.
Posteriormente, ainda no Rio de Janeiro, ganhou repercusso
nacional o caso do ajudante de pedreiro Amarildo. Ele sumiu aps
ter sido conduzido pela Polcia Militar. Desde que esteve com a PM,
Amarildo no foi visto. Essa situao tem gerado protestos por parte
da populao carioca, no s de moradores da Rocinha, onde
Amarildo morava, mas do restante do Estado. Os manifestantes
querem saber que fim teve Amarildo e culpam o governador Srgio
Cabral e a PM pelo seu sumio.
Para o socilogo Manuel Castells, uma das maiores qualidades
desses movimentos de protesto a falta de lderes, "no havendo
cabeas a serem cortadas". Para ele, tal movimento "um
movimento contra a corrupo e a arrogncia dos polticos, em
defesa da dignidade e dos direitos humanos a includo o
transporte. Os movimentos recentes colocam a dignidade e a
democracia como meta, mais do que o combate pobreza. um
protesto democrtico e moral, como a maioria dos outros recentes.
a primeira vez que os brasileiros se manifestam fora dos canais
tradicionais, como partidos e sindicatos. As pessoas cobram
soberania poltica. um movimento contra o monoplio do poder
por parte de partidos altamente burocratizados. , ainda, uma
manifestao contra o crescimento econmico que no cuida da
qualidade de vida nas cidades. No caso, o tema foi o transporte.
Eles so contra a ideia do crescimento pelo crescimento, o mantra
do neodesenvolvimentismo da Amrica Latina, seja de direita, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
de esquerda. Como o Brasil costuma criar tendncias, estamos em
um ponto de inflexo no s para ele e o continente. A ideologia do
crescimento, como soluo para os problemas sociais, foi
desmistificada".
A condenao da brutalidade policial se tornou bandeira de
vrios protestos, principalmente aps as notcias de disparos de
balas de borracha e bombas de gs lacrimogneo contra
manifestantes em protestos pacficos.
A recente onda de manifestaes que varreu o Brasil de Norte
a Sul, surpreendendo muitas pessoas, que assistiram atnitas
forma como um movimento que comeou pequeno, contra o
aumento da tarifa de transporte pblico, abraou outras causas e
conseguiu mobilizar milhes de pessoas, sendo inclusive
considerado por alguns como a maior mobilizao brasileira, possui
semelhanas com fenmenos em outras partes do mundo.
Na Turquia, o movimento comeou pequeno, contra a
demolio do Parque Gezi, uma das poucas reas verdes de
Istambul, localizado na praa Taksim, no centro da cidade. Comeou
pacfico, mas rapidamente se espalhou pelo pas e se tornou um
movimento contra o governo quando a polcia respondeu com
violncia, usando canhes d'gua e bombas de gs lacrimogneo.
Os manifestantes se revoltaram contra o uso da fora e acusaram o
governo de autoritarismo
O uso extensivo das mdias sociais foi sem precedentes por l
e desempenhou um papel crucial, servindo de canal para divulgar [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
manifestaes. Como os principais meios de comunicao no
cobriram os protestos, a internet foi a forma encontrada para
divulgar informaes e fotos das mobilizaes. Uma das principais
caractersticas do movimento foi a falta de liderana ou de um nico
grupo por trs dele. Com a disseminao dos protestos, vrios
grupos polticos se uniram, como grupos polticos de esquerda,
secularistas, fs de futebol (participao de torcidas organizadas de
clubes tradicionais) e feministas.
No Egito, o movimento comeou inspirado na revolta na
Tunsia, que antes tinha conseguido derrubar o governo do ex-
presidente Zine El Abidine Ben Ali. O governo do ento presidente
egpcio Hosni Mubarak j estava com a imagem desgastada, a
economia ia mal, o desemprego grande e o custo de vida muito
alto. As redes sociais foram a essncia do movimento que acabou
derrubando Mubarak.
O movimento Ns somos todos Khalid Saeed deu incio
mobilizao por meio de uma pgina no Facebook, que ganhou esse
nome em homenagem a Khalid Saeed, que foi torturado e morto
pela polcia em junho de 2010. Os protestos foram organizados pela
internet, que tambm serviu de canal de transmisso de vdeos e
fotos sobre os protestos. Os primeiros protestos foram organizados
pelo movimento Ns somos todos Khalid Saeed, mas medida que
ganhavam adeptos, outros grupos da oposio, principalmente a
Irmandade Muulmana, se apropriaram das reivindicaes e
assumiram a liderana das reivindicaes.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Mubarak acabou sendo forado a renunciar Presidncia e, em
junho de 2012, o candidato da Irmandade Muulmana, Mohammed
Morsi, foi eleito presidente. Apesar de no incio ter representado
uma esperana para os egpcios, Morsi foi acusado de querer
concentrar poderes e de ter trado os principais objetivos da
revoluo: "po, liberdade e justia social". Muitos pediam sua
renncia e a transio para um governo de coalizo, uma proposta
rejeitada pela Irmandade Muulmana. Morsi acabou deposto por
foras militares.
No Ir, o Movimento Verde nasceu em 2009, depois de
acusaes de que as eleies presidenciais que reelegeram o ex-
presidente Mahmoud Ahmadinejad foram fraudulentas. As mdias
sociais foram vitais para o movimento. Na poca, o twitter adiou
seu programa de manuteno para que os iranianos pudessem se
comunicar. As manifestaes foram organizadas via twitter e
Facebook, que tambm serviram de canal de divulgao para fotos
e vdeos sobre as mobilizaes. Mir Hossein Mousavi e Mehdi
Karoubi, candidatos derrotados na eleio, lideraram o movimento.
Eles se uniram aos manifestantes um dia depois das eleies.
O principal slogan dos manifestantes era "Onde est o meu
voto?", em que pediam o cancelamento das eleies. E, medida
que a resposta do governo endurecia, suas demandas se
radicalizavam, at chegar ao ponto em que as pessoas comearam
a pedir o fim do regime islmico no pas. Os protestos foram
combatidos com violncia, centenas de pessoas foram presas,
dezenas morreram e lderes da oposio ficaram sob priso
domiciliar. A eleio nunca foi anulada, mas ficou claro que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
oposio tinha uma voz no pas. Alguns analistas dizem que a vitria
de Hassah Rohani, um clrigo moderado que conta com o apoio da
oposio, na eleio de 14 de junho, o resultado do que aconteceu
em 2009. Depois da vitria de Rohani, milhares foram s ruas e
cantaram "O movimento verde est vivo".
Na Espanha, o movimento 15M ou "os indignados" ganhou
esse nome por causa do primeiro dia em que os manifestantes
saram s ruas, 15 de maio de 2011. Nenhum incidente concreto
desencadeou os protestos, mas as manifestaes ocorreram em um
contexto de crescente descontentamento popular. A Espanha
enfrenta uma taxa altssima de desemprego e polticas de
austeridade. Alm disso, o uso de recursos pblicos para resgatar
bancos tambm causava insatisfao. A iniciativa de organizao
dos protestos surgiu na internet, que tambm serviu para propagar
o movimento.
Depois o movimento montou escritrios, mas nasceu e se
desenvolveu na internet. O grupo envolvido no incio dos protestos
foi o Democracia Real J, que se apresentava como uma
organizao apartidria e tambm desligada de sindicatos. Em
poucos dias, o grupo angariou o apoio de centenas de organizaes
sociais variadas. Os organizadores no se definiam ideologicamente
como de esquerda ou de direita e no se vincularam a nenhum
partido. Foi um movimento amplo que canalizou o
descontentamento social em muitas reas.
Ao se apresentar como apartidrio e sem ideologia clara,
conseguiram amplo apoio transversal em seus primeiros [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Como era muito heterogneo, foi difcil para o 15M articular
demandas concretas que unissem seus participantes. As
reivindicaes bsicas tinham a ver com a defesa dos direitos
sociais (habitao, sade, educao) e ao que chamavam de
"regenerao do sistema democrtico". Uma das principais
reivindicaes era a reforma eleitoral, j que, segundo o
movimento, o sistema eleitoral espanhol pouco representativo e
favorece o bipartidarismo. As reivindicaes tambm eram de cunho
econmico e defendiam mais apoio aos que perderam suas casas
por causa da crise do mercado imobilirio. Eles tambm queriam
mais transparncia no governo.
5. Questes comentadas
(CESPE - 2012 - TJ-AL - Auxiliar Judicirio - Conhecimentos
Bsicos) De acordo com os dados do Censo Demogrfico
2010, divulgados no ltimo ms de junho pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE),
1) O nmero dos que se autodeclararam pretos ou pardos
superou o de brancos.
Vejam o grfico abaixo:
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Atravs do grfico podemos perceber que em 2010 a
quantidade de pessoas que se autodeclararam pretos ou pardos,
formando o grupo de negros, superou a quantidade de pessoas que
se declararam brancos. Uma observao importante: o Censo leva
em considerao o critrio de "autodeclarao", ou seja, o IBGE no
aufere a veracidade das informaes prestadas. Assim, algum pode
se dizer branco mesmo que visualmente ele seja pardo. O critrio
o que a pessoa diz e no a "verdade" em si. Se uma pessoa disser
que recebe um milho por ms, o IBGE vai colocar que ela ganha
esse valor sem se preocupar em buscar a verdade de fato.
Questo correta.
2) Os idosos, pessoas com mais de 60 anos de idade,
representam mais de 30% da populao brasileira.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Pessoal, cuidado com as informaes! Que a populao est
envelhecendo e isso fato, mas em momento algum eu disse que
os idosos representam mais de 30% da populao. Questo errada.
3) A expectativa de vida dos brasileiros superou a dos norte-
americanos.
Novamente, cuidado com as informaes! No misturem alhos
com bugalhos, como diria minha v. A expectativa dos brasileiros
realmente vem melhorando, mas no superou a dos norte-
americanos no. A expectativa de vida dos brasileiros atualmente
de aproximadamente 73,4 anos, enquanto que a dos norte-
americanos de aproximadamente 78,5 anos.
Questo errada.
4) A taxa de nascidos vivos no Brasil equipara-se
registrada nos pases escandinavos.
Bom, agora vocs j tm cuidado com as informaes, espero
eu. J faz tempo que a taxa dos nascidos vivos no Brasil melhorou,
sobretudo com o desenvolvimento da medicina e da sade pblica
no pas. A taxa de mortalidade infantil caiu ao seu patamar mais
baixo nos ltimos anos, chegando ao nmero de 15,6 mortes de
bebs de at um ano para mil bebs nascidos vivos. Apesar dessa
melhora, o Brasil ainda no se encontra prximo dos nveis dos
pases escandinavos (Finlndia, Noruega, Sucia etc.). Nos pases
desenvolvidos, de maneira geral, a mdia de 5 mortes para cada
mil nascidos vivos, bem abaixo dos nossos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Questo errada.
5) Pela primeira vez, o percentual de catlicos na
composio da populao brasileira diminuiu.
Essa questozinha derrubou muita gente que no estava
alerta. O percentual de catlicos na populao brasileira diminuiu?
Sim. Ento, qual o problema? O problema que no foi a primeira
vez. Na realidade, os seguidos Censos, que so realizados de dez
em dez anos, j demonstram a tendncia de queda do percentual de
catlicos na populao brasileira.
Questo errada.
6) (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio -
Telecomunicaes e Eletricidade - Conhecimentos Bsicos)
Na condio de economia emergente, o Brasil ainda no tem
se preocupado em adotar medidas de austeridade fiscal, de
modo que, no pas, no h legislao que obrigue os
governantes a subordinar os gastos pblicos ao que se
arrecada.
Amigos e amigas, no era necessrio nenhuma espcie de
conhecimentos avanados para que se acertasse essa questo. A
questo diz que no h legislao que obrigue os governantes a
subordinar os gastos pblicos ao que se arrecada. Bom, quem j
ouviu falar na Lei de Responsabilidade Fiscal jamais diria isso. Alm
disso, o Brasil possui vrios rgos de fiscalizao dos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
pblicos, justamente porque crescente a preocupao com a
austeridade.
Questo errada.
7) (CESPE - 2012 - Polcia Federal - Papiloscopista da Polcia
Federal) A fragilidade do sistema educacional brasileiro,
realidade confirmada por sucessivos testes de avaliao
interna e externa, impede que o pas seja considerado
emergente no cenrio econmico mundial contemporneo,
apesar do reconhecimento geral de suas inegveis
potencialidades.
O sistema educacional brasileiro frgil? Sim, infelizmente.
Mas isso impede que o pas seja considerado emergente no cenrio
econmico mundial contemporneo? Claro que no. Ser ou no
considerado emergente relaciona-se economia e no aos nveis
educacionais.
Questo errada.
8) (CESPE - 2011 - BRB - Analista de Tecnologia da
Informao) A desigualdade entre os brasileiros no perodo
de 2004 a 2009 diminuiu.
O Brasil, segundo o PNUD, ainda um dos pases mais
desiguais do mundo, contudo essa desigualdade vem diminuindo,
ainda que timidamente, nos ltimos [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Questo certa.
9) (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia
Jnior - Geral) O Brasil consolidou a tendncia de ser o pas
da Amrica Latina com os melhores resultados em leitura,
matemtica e cincias.
Na realidade, o Brasil, segundo o Programa Internacional de
Avaliao de Estudantes, est abaixo de outros pases da Amrica
Latina como, por exemplo, Mxico, Chile e Uruguai.
Questo errada.
10) (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nvel Mdio -
Conhecimentos Bsicos - Cargo 11 a 14, e 16) A expectativa
de vida da populao brasileira est aumentando e a maior
parte dessa populao encontra-se em rea urbana.
Falem a verdade, tem como errar? Espero que no. A
expectativa de vida da populao brasileira de fato tem aumentado
e ns nos cansamos de ver que a maior parte da populao
brasileira hoje urbana.
Questo certa.
11) (UEL - 2013 - AFPR - adaptada) "Brasil Carinhoso
diminui misria, garante IPEA". Assinale a alternativa que
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
apresenta corretamente o que o programa em questo
estabelece como metas:
a) Erradicao da pobreza no Brasil, com base nos critrios
adotados pelo Banco Mundial.
b) Atendimento queles que esto impossibilitados de ser
contemplados pelo Bolsa Famlia.
c) Limitar o atendimento a famlias pouco numerosas,
respeitando-se assim os recursos do Estado Federal.
d) Substituir progressivamente os demais programas
assistenciais herdados pela presidenta Dilma do governo
Lula.
e) Ampliao de iniciativas de transferncia de renda e
fortalecimento da educao.
Esse programa do Governo Federal tem o objetivo central de
beneficiar em torno de 2 milhes de famlias que tenham crianas
de at 6 anos em sua formao. O programa Brasil Carinhoso
integra o Bolsa Famlia, e visa atender famlias que se encontram
em extrema pobreza. Letra "e".
12) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Cargos de Nvel Superior -
Conhecimentos Bsicos, exceto cargos 3, 4, 5 e 17) Os dados
divulgados pelo IBGE indicaram crescimento populacional
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
superior ao que havia sido calculado pelas projees
anteriores.
Os dados divulgados pelo IBGE demonstram o crescimento
populacional inferior ao que havia sido calculado pelas projees
anteriores. Questo errada.
13) (CESPE - 2011 - STM - Tcnico Judicirio - rea
Administrativa - Bsicos - adaptada) Entre os anos de 2003 e
2010, o Brasil melhorou sua posio na classificao do
ndice de desenvolvimento humano das Naes Unidas.
Essa questo interessante. Quando ela caiu, o gabarito foi
dado como errado, porque mesmo com a melhor do IDH o Brasil
no havia alterado de posio na classificao das Naes Unidas.
Mas se a mesma questo casse hoje, o gabarito seria "certo". Isso
porque pelo ltimo relatrio do PNUD o Brasil ascendeu no ranking.
Questo certa.
14) (CESPE - 2011 - BRB - Analista de Tecnologia da
Informao) A poltica nacional de combate ao consumo de
entorpecentes conseguiu restringir o consumo de crack aos
grandes centros urbanos da regio Sudeste.
E a, pessoal, o que acham? Eu no falei sobre isso com vocs,
mas o conhecimento prvio da realidade o suficiente para que
vocs acertem essa questo. Vocs acham que o consumo de crack aumentou ou diminuiu nos grandes centros urbanos? Claro que
aumentou. Mesmo o programa "Crack, possvel vencer!" que [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
implementado em 2011, ainda no foi capaz de restringir o
consumo dessa substncia nas grandes cidades. Questo errada.
15) (CESPE - 2011 - STM - Analista Judicirio - rea
Judiciria - Bsicos) De acordo com dados recentes,
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatstica, a distribuio da populao brasileira encontra-se
equilibrada entre as zonas rural e urbana.
Atualmente a populao urbana ultrapassa os 80% do
contingente populacional. Dessa maneira no podemos falar que as
populaes rural e urbana se encontram equilibradas. Falaremos
mais sobre isso nas prximas aulas, mas fica uma prvia. Questo
errada.
16) (CESPE - 2010 - UERN - Tcnico de Nvel Superior) O
envelhecimento da populao - pessoas com 60 anos de
idade ou mais - teve uma elevao, quando comparado com
anos anteriores.
O envelhecimento populacional realmente sofreu elevao nos
ltimos anos. Questo certa.
17) (Cespe - CNJ - Tcnico administrativo - 2013) Na ltima
dcada, a remunerao do trabalhador domstico brasileiro
cresceu abaixo da mdia de remunerao das demais
categorias profissionais.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
Pessoal, essa questo est errada. Vejam s essa notcia de
retirada do site do Jornal Hoje:
"Nos ltimos oito anos, o ganho real dos empregados domsticos cresceu
quase duas vezes mais do que a renda mdia dos brasileiros, segundo o IBGE. A
remunerao dessa categoria ainda a mais baixa de todas.
cada vez menor o nmero de profissionais que trabalham como
empregados domsticos. Nos ltimos oito anos, 96 mil deixaram essa ocupao.
S de novembro de 2011 a novembro do ano passado, foram 42 mil pessoas".
Questo errada, portanto.
18) (Cespe - PF - 2013) Ainda que as opinies sobre as
manifestaes de junho de 2013, no Brasil, se distingam em
vrios aspectos, os analistas polticos convergem para o
seguinte entendimento: essas manifestaes populares em
nada diferem dos movimentos das Diretas-J e dos Caras-
Pintadas.
Na realidade, essas manifestaes diferem muito das Diretas
J e dos Caras-Pintadas. Entre as diferenas podemos citar a falta
de lideranas (vnculos apartidrios), o meio de organizao
(internet) e as reivindicaes acerca de questes sociais. Questo
errada.
19) No Brasil, o trabalho anlogo escravido concentra-se
sobretudo nas indstrias madeireira, carvoeira, de
minerao, de construo civil, informtica e nas lavouras de
cana, algodo e [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
A questo quase toda correta, mas informtica no est
inclusa nesse problema. No Brasil, o trabalho anlogo escravido
concentra-se sobretudo nas indstrias madeireira, carvoeira, de
minerao, de construo civil e nas lavouras de cana, algodo e
soja. Questo errada.
20) (ESAF - 2010 - APO/MPOG) Com relao aos aspectos
demogrficos da sociedade brasileira, no correto afirmar
que:
a) o declnio na taxa de mortalidade da populao, a partir de
1940, deveu-se, especialmente, aos progressos na sade
pblica, particularmente no que tange ao controle das
doenas epidmicas.
b) o principal fluxo migratrio que caracterizou a economia
brasileira, durante o sculo XX, foi o chamado xodo urbano.
c) os indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domiclio (PNAD-2008), do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatstica, demonstraram que, no pas, prevalecem
expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres,
brancos e no brancos, reas urbanas e rurais e diferentes
regies.
d) em decorrncia do processo de crescimento populacional,
apesar da pequena queda observada no grau de pobreza, o
nmero de pobres aumentou cerca de 13 milhes, [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
do total de 41 milhes, em 1977, para 53 milhes em 1999,
aproximadamente.
e) o ndice de envelhecimento da populao, segundo o IBGE,
passou de 6,4% em1960 para 16,8% em 2000.
xodo urbano? Claro que no! Esse fluxo migratrio era
conhecido como xodo rural n, pessoal. Letra "b".
21) (FCC - 2011 - Banco do Brasil) Dados preliminares do
Censo 2010, divulgados em novembro do mesmo ano pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica),
confirmam que
a) predominam as crianas e jovens no conjunto da
populao.
b) o nmero de homens maior do que o de mulheres.
c) a populao brasileira atingiu 190 milhes de habitantes.
d) dobrou o nmero de habitantes da zona rural.
e) Fortaleza a segunda cidade mais populosa do Brasil.
A populao brasileira atingiu - e ultrapassou - os 190
milhes de habitantes. Letra "c".
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
22) Mesmo sendo uma das economias mais fortes do mundo,
o Brasil ainda possui trabalho escravo.
O Brasil ocupa o 94 lugar no ndice de 162 pases (com a
Mauritnia no topo da lista, apontado como o pior caso). Trata-se da
primeira edio do ranking, lanado pela Walk Free Foundation,
ONG internacional que se coloca a misso de identificar pases e
empresas responsveis pela escravido moderna. Questo correta.
23) Segundo estudos divulgados recentemente pelo IBGE, o
Brasil, apesar de ainda ter problemas relativo ao trabalho,
praticamente erradicou o trabalho infantil na ltima dcada.
Pessoal, de acordo com o IBGE 3,5 milhes de crianas e
adolescentes entre 5 e 17 anos trabalham. Os dados mostram que
houve queda de 0,3 ponto percentual, ou 156 mil pessoas,
mantendo a tendncia dos anos anteriores. Em 1992, 19,6% das
crianas e adolescentes trabalhavam, proporo que caiu para
12,6% em 2002 e para 8,3% em 2012.
Trs milhes, a maioria, estavam na faixa de 14 a 17 anos,
idade em que o trabalho permitido na condio de jovem
aprendiz. Os dados da Pnad mostram que 24,8% dos adolescentes
de 15 a 17 anos trabalhavam no ano passado. Em 2002 eram
31,8%, proporo que chegou a 47% em 1992.
Entre 10 e 13 anos, eram 473 mil pessoas ocupadas. Na faixa
de 5 a 9 anos, 81 mil crianas trabalhavam em 2012. Nas trs
faixas, os homens so maioria. A maior queda ocorreu na faixa [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
10 a 13 anos, com 142 mil crianas a menos trabalhando, 23% do
total.
Quanto s regies, o Norte teve a maior queda, passando de
10,8% para 9,7% das crianas e adolescentes ocupados. No Centro-
Oeste, houve aumento de 7,4% para 8,5% . O rendimento mdio
mensal domiciliar por pessoa dos trabalhadores de 5 a 17 anos ficou
em R$ 512, enquanto o dos que no trabalham foi R$ 547. Na faixa
entre 5 e 13 anos, a principal atividade na rea agrcola, com
60,2%.
Questo errada.
24) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Analista de Sistemas) As cotas
raciais em universidades brasileiras so constitucionais,
decidiram ontem, por unanimidade, ministros do Supremo
Tribunal Federal. "A partir desta deciso, o Brasil tem mais
um motivo para se olhar no espelho da histria e no corar
de vergonha", disse o presidente do Supremo, Carlos Ayres
Britto. (Folha de S.Paulo 27.04.2012. Adaptado)
Sobre o entendimento da legalidade do "sistema de cotas",
correto afirmar que
a) envolveu uma intensa disputa no judicirio, que refletia a
viso governista e oposicionista que se debatiam no
Congresso Nacional, sobre o modelo educacional do pas.
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
b) representa uma mudana parcial, pois est restrita s
Universidades Federais.
c) considera que a reserva de vagas em instituies de
ensino pblico busca a "igualdade material": a criao de
oportunidades para quem no as tem em situaes normais.
d) determina que as condies de acesso e de ensino nas
Universidades Federais sejam diferenciadas para estudantes
que possuem origem racial diferente.
e) considera que o sistema represente a justia social, mas
tambm considera que a discriminao racial e social deva
aumentar no meio estudantil.
Letra "c", seguindo a ideia adotada pelo STF, de que se deve
igualar os desiguais.
25) (VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Tcnico Judicirio)
Governo prorroga IP I menor para carros, linha branca e
mveis. Benefcio para veculos ser mantido at outubro,
informou Guido Mantega. Se no fosse renovado, corte no
imposto comearia a vencer na sexta, 31 de agosto. O
ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-
feira (29 de agosto) a prorrogao da reduo do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IP I) para vrios setores,
entre eles a linha branca e os automveis. O benefcio
comea ria a vencer na prxima sexta (31 de agosto). (G1.
29.08.12. Adaptado)[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
A reduo do Imposto sobre Produtos Industrializados uma
das medidas adotadas pelo governo com o objetivo de
a) reduzir a utilizao do crdito e o endividamento das
famlias, considerado alto.
b) reverter mais de trs anos de queda do PIB, marcando
uma poca de recesso.
c) incentivar o consumo, aquecer a economia e elevar o
crescimento do PIB.
d) aumentar as importaes no Brasil, de forma a
enfraquecer a indstria nacional.
e) compensar a forte inflao recente, tentando garantir a
estabilidade dos preos.
Pessoal, questo bem tranquila. A inteno do governo, com
tal poltica, nada mais que incentivar o consumo, aquecer a
economia e, consequentemente, elevar o crescimento do PIB. Letra
"c".
26) (Cespe - PF - 2013) Embora com alguma variao de
cidade para cidade, as manifestaes citadas no texto foram
organizadas para protestar contra as deficincias dos
servios prestados pelo poder pblico, notadamente nas
reas de transporte, sade, educao e [email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
As reivindicaes foram bastante difusas, mas certamente
apontaram para essas reas. Questo correta.
27) Conforme resultado de estudo divulgado pelo IBGE, o
mercado de trabalho no Brasil vem perdendo o dinamismo.
As oscilaes nos ltimos meses na folha de pagamento na
indstria refletem o menor dinamismo no mercado de trabalho do
setor. Os cinco meses consecutivos de recuo nos postos de trabalho
em 2013 reflete essa situao. Questo certa.
28) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informtica)
Q u e s to e s d e CoNCURSOS.com.br
L'm estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea) mostra que a nova Lei da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada no ltimo dia 3 pela presidente Duma RoussefL pode ser considerada uma conquista da sociedade do ponto de vista institucional, mas depende de engajamento poltico dos gestores municipais para garantir os seus eeitos.
{http: w w w .cslad30.jom.br noticias. nacionai.ipca-aponta- iei-da-mobilidade-urbana-como-conquista.i 9314-0.htm. 06.01.2012)
A Lei de Mobilidade Urbana, poltica federai para os transportes que entrou em vigor em abril, coloca a equidade no uso do espao pblico como uma das diretrizes do planejamento.
{revista da Folha de S Paulo. 12 a 18 dc agosto de 2012i
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
a) a prioridade para os veculos motorizados nos grandes
centros urbanos.
b) o fim da cobrana de tarifas para a utilizao da
infraestrutura viria urbana.
c) a restrio de acesso e circulao de veculos em horrios
predeterminados.
d) o uso exclusivo de energia elica e de gs natural no
transporte coletivo.
e) a substituio dos corredores de nibus por faixas
integradas aos carros.
Os principais pontos da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana
so: a prioridade dos modos de transporte no motorizados e dos
servios pblicos coletivos sobre o transporte individual motorizado;
a restrio e controle de acesso e circulao, permanente ou
temporrio, de veculos motorizados em locais e horrios
predeterminados; o estabelecimento de padres de emisso de
poluentes para locais e horrios determinados, podendo condicionar
o acesso e a circulao aos espaos urbanos sob controle; a
possibilidade de cobrana pela utilizao da infraestrutura urbana,
para desestimular o uso de determinados modos e servios de
mobilidade; a dedicao de espao exclusivo nas vias pblicas ao
transporte pblico coletivo e a modos de transporte no
motorizados; e o direito dos usurios participarem do planejamento,
[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
da fiscalizao e da avaliao da poltica local de mobilidade urbana.
Letra "c".
29) (VUNESP - 2012 - SPTrans - Analista de Informtica)
O Supremo Tribuna: Federal (STF) tornou nesta quinta-feira 26 [de abril] mais uma deciso histrica, ao decidir, por unanimidade, que (...) so constitucionais. O julgamento se d aps anos de debates sobre o tema e deve colocar fim insegurana jurdica a respeito (...).O Supremo tomou a deciso ao julgar duas aes diferentes.
(http: . Vr'W'v,.cartacapital.com.br socicdack: decisao-do-st-legaliza...,26.04.2012. Adaptado i
Essa "deciso histrica" do STF, de abril de 2012, refere-se
s
a) cotas raciais nas universidades pblicas.
b) unies estveis entre pessoas do mesmo sexo.
c) cassaes de polticos pela Lei da Ficha Limpa.
d) portabilidades nos setores de sade e de telefonia.
e) demarcaes de reservas indgenas anteriores a 1988.
Letra "a"[email protected] www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 89
-
Atualidades para PFTeoria e exerccios
Prof. Rodrigo Barreto - Aula 04
30) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Cargos de Nvel Superior -
Conhecimentos Bsicos) Diferentemente do ocorrido durante
grande perodo de vigncia do regime militar, quando se
imps ao pas um bipartidarismo bastante artificial, com a
redemocratizao, a p