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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” AUTORIDADE DO PROFESSOR AO AVALIAR VANESSA SERAPHIM DE CASTRO ORIENTADOR: Prof. Antonio Ney RIO DE JANEIRO MARÇO / 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

AUTORIDADE DO PROFESSOR AO AVALIAR

VANESSA SERAPHIM DE CASTRO

ORIENTADOR:

Prof. Antonio Ney

RIO DE JANEIRO

MARÇO / 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

AUTORIDADE DO PROFESSOR AO AVALIAR

VANESSA SERAPHIM DE CASTRO

Trabalho monográfico apresentado

como requisito parcial para

obtenção do grau especialista em

Educação Infantil e Especial.

RIO DE JANEIRO

MARÇO / 2003

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Agradeço a Deus o grande e único

responsável pela minha existência. Aos

professores que fizeram com que

chegasse até aqui. A minha mãe, pela

ajuda e compreensão.

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Dedico este trabalho de pesquisa a

todos que contribuíram para sua

realização.

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“Não sei como preparar o educador. Talvez porque

isso não seja necessário, nem possível... É necessário

acordá-lo. E aí aprendemos que educadores não se

extinguiram como tropeiros e caixeiros. Porque, talvez,

nem tropeiros, nem caixeiros tenham desaparecidos,

mas permaneçam como memórias de um passado que

está mais próximo do nosso futuro que o ontem. Basta

que o chamemos do seu sono, por um ato de amor e

coragem. E talvez, acordados, repetiram o milagre da

instauração de novos mundos”.

Rubem Alves

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 07

1. AVALIAÇÃO: CONCEITOS E FINALIDADES 09

1.1 A avaliação e suas dificuldades 10

1.2 O que diz a nova LDB 12

2. O QUE É MESMO O ATO DE AVALIAR A APRENDIZAGEM? 14

2.1 O avaliar da educação infantil 16

3. A AUTORIDADE DO PODER. 18

3.1 A autoridade do professor na avaliação educacional 20

4. PESQUISA E ANÁLISE DOS RESULTADOS 23

RESULTADOS EM GRÁFICOS 27

A avaliação na sua turma serve para controlar a indisciplina? 27

A avaliação que você faz é durante o processo de aprendizagem? 28

A avaliação que você faz só ocorre ao final de cada bimestre? 29

CONCLUSÃO 30

ANEXOS 32

Avaliação na sua turma serve para controlar a indisciplina? 33

A avaliação que você faz é durante o processo de aprendizagem? 34

A avaliação que você faz só ocorre ao final de cada bimestre? 35

Controle de Estágio 36

Controle de Estágio 37

Atividade Extra-Classe 38

Atividade Extra-Classe 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

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INTRODUÇÃO

A escolha do tema deste trabalho aconteceu a partir da percepção dos

problemas relativos a avaliação.

A avaliação é um dos instrumentos habitualmente empregados pela

escola para medir a capacidade de expressão escrita e oral. É através dela que

se define, aprovado ou reprovado, a permanência ou o afastamento do aluno.

Avaliar requer um grande preparo dos profissionais da educação.

Avaliar não pode ser apenas um ato mecânico, de que ao final de cada bimestre o

professor aplica uma prova e verifica “os acertos” e “os erros” e então atribui uma

nota.

Quando o sentido da avaliação deixa de ser a buscar a resposta certa,

cria-se o espaço para que as diversas respostas possíveis sejam confrontadas,

gerando novos olhares, percepções e conhecimentos.

A avaliação é orientadora do processo de compreensão por parte do

professor em relação aos processos que os alunos usam para aprender a reter o

que eles lhes ensina. O professor que não estiver só preocupado em “detectar”

os resultados insuficientes e classifica-los poderá investigar o estágio de

desenvolvimento do aluno.

A avaliação requer uma grande capacidade de observação, onde o

professor dia-a-dia irá observar cada momento do aluno e ficará conhecendo suas

dificuldades e suas evoluções. Conhecendo seu aluno ficará mais fácil para o

professor avaliar o mesmo.

Estudos sobre a avaliação, tem indicado uma prática autoritária,

punitiva e voltada para reprodução do conhecimento. Professores que utilizam a

avaliação para impor sua autoridade, dificultando assim o processo de ensino-

aprendizagem.

A avaliação é uma forma de entendermos o processo de aprendizagem

do aluno e como forma de repreendê-lo.

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A avaliação não deve ser vista como um controle, mas parte do

processo de ensino-aprendizagem. A avaliação deve ser contínua, respeitando a

individualidade de cada aluno. Sendo assim Luckesi (1995, p.34) afirma que: ”a

atual prática da avaliação escolar estipulou como função do ato de avaliar a

classificação e não o diagnóstico como deveria ser constitutivamente”.

Avaliar não deve ser sinônimo de punir, classificar, e sim de estimular,

de desenvolver, de incentivar o aluno a buscar novas etapas, novos horizontes.

Este trabalho pretende abordar a avaliação como um processo

contínuo, de construção, desconstrução e reconstrução. Como uma forma de

diagnosticar o aluno, acompanhando seus passos diariamente, sendo capaz de

identificar seus progressos, suas dificuldades. Capaz de acompanhar suas

trajetórias, seus problemas e suas potencialidades, favorecendo que o trabalho de

ensino-aprendizagem aconteça de forma recíproca de acordo com os objetivos

propostos.

Enfim pretende abordar a avaliação de uma forma mais ampla, de uma

forma consciente, preocupada e comprometida com a criação do cidadão.

1. Avaliação: Conceitos e Finalidades

Com a freqüência e como o tema vem sendo abordado, notamos

que há uma inquietação e uma insatisfação com o que vem ocorrendo no

contexto escolar, em função dos componentes do processo ensino-

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aprendizagem (objetivos, conteúdo e metodologia), com reflexo direto no

processo de avaliação e quanto aos conflitos e tensões gerados por um

processo avaliativo desvirtuado, que incide diretamente sobre o fracasso

escolar.

Os desvios considerados na avaliação através de provas referem-se ao

que é constante na elaboração do instrumento sem critérios didáticos; à aplicação

em clima ritualístico, que envolve o estado emocional do aluno, desvirtuando os

resultados e também o grande índice de fraudes (cola), tornando a avaliação sem

validade significativa para atender a seus pressupostos básicos.

A principal função da avaliação e a diagnóstica por permitir detectar

diariamente, os pontos de conflitos geradores do fracasso escolar. A avaliação é

um dos meios pelos quais podemos conhecer os alunos. Ela permite acompanhar

seus passos no dia a dia. Escrevem as trajetórias, e suas potencialidades

favorecendo que o trabalho de ensino-aprendizagem se dê de forma coerente

com os objetivos e desejos de professores e alunos.

Nos da idéia do material humano que temos, das expectativas criadas.

Mostra-nos os conhecimentos que a turma já acumulou e os que ainda não

dominam e, assim as possibilidades de projetos a serem desenvolvidos.

Diagnóstica, em todo o decorrer do processo. Uma diagnose que depende de

dialogo, que não se configura com instrumento legitimo sem essa premissa.

Mesmo o medico, ao examinar seu paciente não pode ter uma opinião unilateral e

tomar medidas sem o histórico do seu paciente, suas sensações, suas opiniões,

para prosseguir com o tratamento.

A avaliação tem também, a função classificatória, onde se classificam

os melhores alunos dos piores alunos, os mais inteligentes dos menos

inteligentes, os aprovados e os reprovados.

“A avaliação como processo de classificação está limitada por ter em sua raiz a homogeneidade; como prática de investigação se configura uma perspectiva de heterogeneidade, abrindo espaço para que o múltiplo e o desconhecido ganhem visibilidade. As respostas predeterminadas sedem lugar às respostas em constante construção, desconstrução e

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reconstrução, que passam a configurar o inicio de novos questionamentos, sejam elas certas ou erradas”. (Esteban, 2000, p.22)

1.1 A avaliação e suas dificuldades.

Segundo Souza (1991, p.66), o ato de avaliar deve estar em

fundamento nos seguintes pontos:

“*Continuidade: a avaliação deve estar presente durante todo o processo educacional, e não somente em períodos específicos;

*Compatibilidade com os objetivos propostos: a avaliação deve estar em conformidade com os objetivos definidos como nortiadores do processo educacional para que venha realmente cumprir a função de diagnostico;

*Amplitude: a avaliação deve estar presente em todas as perspectiva do processo educacional avaliando assim todos os comportamentos do domínio (cognitivo, afetivo e psicomotor);

*Diversidade de formas: para avaliar devemos utilizar as varias técnicas possíveis visando também avaliar todos os comportamentos de domínio.”

Com base nesses pressupostos, pode-se afirmar que a realidade do

processo avaliativo e completamente oposta a filosofia da educação

problematizadora necessária nas escolas. Avaliar é um ato extremamente

complexo, cuja responsabilidade não é competência única do professor, mas sim

de todos os elementos integrantes do processo educacional. Essa centralização

no professo apenas consolida o modelo econômico mundial e suas relações de

poder, plenamente exercida nas escolas.

O sistema econômico atual não precisa educar todos os homens, pois

trata-se de um sistema excludente, que não está preocupado com a totalidade,

vendo a educação, e conseqüentemente suas formas de avaliação de

desempenho, com meio para agilizar o desenvolvimento econômico, e não com o

compromisso ético com as pessoas.

Assim sendo, a dinâmica de estrutura da sociedade de classes

dominante utiliza a educação como um instrumento de dominação, uma vez que

essas sociedades são governadas por grupos dominantes e a cultura é postulada

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conforme o interesse desses grupos, e sobre tudo enfatiza essa influencia na

escola, por sua condição de produção de saber por excelência.

Neste contexto, a escola, a didática, o currículo escolar e sobre tudo a

avaliação são reflexos dessa estrutura complexa de relação e poder. A realidade

então passa a ser o exercício da coação, da escola como obrigação, do professor

como autoridade máxima incontestável, onde estar na sala de aula é um

desprazer.

O fracasso escolar é visto então, como uma questão individual própria e

cada aluno e seus problemas. No entanto, não podemos responsabilizar somente

a ele, nem tão pouco o professor, que muitas vezes não é preparado para esta

outra função - a de avaliador. Precisa-se sobretudo rever os modelos de avaliação

do desempenho escolar, bem como da educação da educação como um todo,

para que a aprendizagem do aluno possa ir para além a sala de aula.

O modelo classificatório de avaliação onde os alunos são considerados

aprovados ou não aprovados, oficializa a concepção de sociedade excludente

adotada pela escola. O resultado da avaliação é registrado e perpetuado para o

resto da sua vida. O mais triste, porém é que a publicação dos resultados não

revela o que o aluno conseguiu aprender, é um resultado fictício definindo um

perfil pela cristalização desse falso resultado.

A avaliação torna-se um medo, pois a medida em que o aluno erra será

medido esse medo direta e indiretamente. E a avaliação é quem dirá se deve ou

não haver o castigo (o pior de todos – a reprovação).

Rever a concepção de avaliação é rever sobre tudo as concepções de

conhecimento de ensino, de educação e de escola. Impões pensar em um novo

processo pedagógico apoiado em princípios e valores comprometidos com a

criação do cidadão. Somente após essa consciente revolução é que a avaliação

será vista como função diagnostica e transformadora da sociedade.

1.2 O que diz a nova LDB.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) aprovada em

1996 determina que a avaliação seja um processo contínuo e cumulativo, com

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predominância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Da mesma forma

os resultados obtidos pelos alunos ao longo do ano escolar, devem ser mais

valorizados que a nota da prova final.

Isso quer dizer que a avaliação não se dá apenas no final do semestre

e sim durante todo o ano letivo. O professo pode utilizar diversos instrumentos

para melhor verificar a aprendizagem dos conteúdos e o desenvolvimento de

hábitos, habilidades e atitudes por parte do aluno (por exemplo: exercícios orais

ou escritos, trabalhos individuais e em grupo dos alunos, pesquisa participação e

outros).

Quando a legislação enfatiza a predominância dos “aspectos

qualitativos sobre os quantitativos”, parece querer deixar claro o compromisso da

avaliação com a aprendizagem do aluno. A aprendizagem dos conhecimentos

básicos definidos para cada série e nível de ensino, além do desenvolvimento do

aluno como um todo, deve ser o objetivo principal de cada disciplina ou área de

estudo. A nota (ou conceito) demonstra apenas o rendimento quantitativo do

aluno.

Ao destacar que predominam os resultados obtidos pelo aluno ao longo

do período, sobre os de eventuais provas finais, significa dizer que, antes de

decidir pela reprovação do aluno após os exames finais, a escola deverá avaliar

seu desempenho no decorrer do ano letivo. Além de diagnosticar o progresso do

aluno, a avaliação permite também que o professo julgue a sua atuação e possa

revê-la ao longo de seu trabalho.

Para que a avaliação sirva à aprendizagem é essencial conhecer cada

aluno e suas necessidades. Assim o professor poderá pensar em caminhos para

que todos alcancem os objetivos.

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2. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?

A avaliação da aprendizagem escolar se faz presente na vida e todos

nos que, de alguma forma, estamos comprometidos com atos e práticas

educativas. Pais, educadores, educandos, gestores das atividades publicas e

particulares, administradores da educação, todos estamos comprometidos com

esse fenômeno que cada vez mais ocupa espaço em nossas preocupações

educativas.

O que espera-se é uma melhor qualidade de vida compreendendo e

expondo a avaliação da aprendizagem como um recurso pedagógico útil e

necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na

construção de si mesmo e do seu melhor modo de ser na vida.

A avaliação da aprendizagem não é e não pode continuar sendo a

tirana da prática educativa, que ameaça a e submete a todos. Chega de confundir

a avaliação da aprendizagem com exame. A avaliação da aprendizagem, por ser

avaliação é inclusiva, dinâmica e construtiva diversa dos exames que são

excludentes, não são construtivos, mas classificatórios. A avaliação inclui, traz

para dentro; os exames selecionam, excluem, marginalizam.

Avaliar não se trata mais apenas de verificar, por exemplo, se o aluno

sabe ou não sabe qual é a capital do Brasil, mas de descobrir por que ele sabe ou

não sabe isso. Ele sabe por que decorou ou porque compreendeu? Um aluno que

erra uma resposta, porque criou uma alternativa original, pode ter aprendido mais

do que o outro que acerta simplesmente porque memorizou a informação. Como

afirma a autora Esteban (1999, p.21), “o erro muitas vezes mais que o acerto,

revela o que a criança sabe, colocando este saber numa perspectiva processual,

indicando também aquilo que ela ainda não sabe, portanto o que pode vir, a

saber”.

Uma avaliação pedagógica e não punitiva, vem alem da prova, do

exame cujo objetivo é contabilizar acertos e erros. O professor deve ser capaz de

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chegar à matriz do erro ou do acerto, interpretando a produção do aluno. Ele

precisa localizar, num determinado momento, em que etapa do processo de

construção do conhecimento encontra-se o estudante e, em seguida, identificar a

intervenções pedagógicas que são necessárias para estimular o seu progresso.

Esse diagnostico, onde se avalia a qualidade do erro ou do acerto, permite que o

professor possa adequar suas estratégias de ensino às necessidades de cada

aluno.

No entanto avaliar é indispensável em toda atividade humana e,

portanto em qualquer proposta de educação. A avaliação é imprescindível durante

todo o processo educativo onde deve ser realizado um constante trabalho de

ação-reflexão-ação.

É preciso fazer com que nossa prática educacional esteja

conscientemente preocupada com a transformação social e não com a sua

manutenção de forma inconsciente e não refletida.

Avaliar não pode ser um ato mecânico, apenas como um instrumento

de classificação, onde muitas vezes não auxilia em nada o crescimento dos

alunos na aprendizagem. A avaliação não pode se restringir apenas à função de

controle, sua finalidade ficará descaracterizada. Passaremos a avaliar para

atribuir um resultado, e o aluno passará a estudar apenas para obter uma nota.

O discurso avaliativo deve ser transformado tanto para que a emite

quanto para aquele que a recebe. Deve tornar-se o momento e o meio de

comunicação social clara e efetiva.

Portanto, a avaliação pode ser utilizada e aplicada pelo professor de

forma positiva ou negativa, favorecendo ou não ao desenvolvimento do aluno,

tendo o professor, o de escolher entre classificar ou diagnosticar.

2.1 O avaliar na Educação Infantil

À medida em que se procura, na Educação Infantil, não mais preparar

as crianças pra serem alfabetizadas e sim promover avanços na construção do

conhecimento infantil, principalmente referente à aquisição da leitura e da escrita,

a prática avaliativa deverá decorrer das próprias metas educacionais. De acordo

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com a LDB “a avaliação na educação infantil far-se-á mediante acompanhamento

e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção mesmo para o

acesso ao Ensino Fundamental”.

A avaliação na educação infantil deve buscar entender o processo de

cada criança a significação que cada trabalho comporta, afastando julgamentos,

certo ou errado, que utilizados desta maneira em nada auxiliam no processo

educativo da criança.

Na educação infantil, segundo Nicolau (2000) o melhor instrumento

para orientar, acompanhar e avaliar o desempenho infantil e a observação.

Não é papel do professor medir o conhecimento das pequenas

crianças, comparar suas dificuldades ou julgar suas atitudes. E necessário que se

faça uma observação e análise de todo o trabalho realizado pela criança na

escola. Tais observações precisam ser registradas sistematicamente e levadas à

discussão por toda a equipe envolvida no trabalho escolar.

O registro destas observações e das percepções que surgem ao longo

do processo, tanto em relação ao grupo quanto ao percurso individual de cada

criança, como mostra Garcia (2000), avalia-se o processo vivido, não apenas para

perceber os resultados alcançados, mas pra entender os caminhos percorridos

pela criança para atingir o ponto demonstrado, desvelando no comportamento

aparente as aprendizagens que não estão evidentes de forma imediata. Isso

significa que a avaliação da criança deve explicitar suas conquistas e as etapas

do seu processo.

Kramer (2000), afirma que a avaliação decorre das próprias metas

educacionais estabelecidas para a proposta assim a avaliação se destina a obter

informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e

ampliação de seus conhecimentos.

Em vez de rotular a criança a partir do que ela não faz, deve-se partir

do que já é capaz para ajudá-la no que certamente aprenderá. Antes da

preocupação em avaliar a criança é necessário desafiá-la para que desenvolva

seu potencial. Sendo assim, o essencial seria avaliar continuamente o

desempenho infantil, conversar com as crianças para captar o seu modo de

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pensar e fazer-lhes perguntas que estimulem seu pensamento. Explorar situações

em que as crianças troquem experiências acerca das diferentes maneiras de

pensar e de resolver os seus problemas, registrando o conhecimento de cada

criança.

Desde pequenas a valorização de seu esforço, comentários a respeito

de como estão construindo e se apropriando desse conhecimento são atitudes

que as encorajam e as situam em relação à sua própria aprendizagem. Sempre

lembrar que o seu empenho e suas conquistas devem ser valorizadas em função

de seus progressos e do próprio esforço, evitando colocá-las em situação de

comparação.

O momento de avaliação implica numa reflexão do professor sobre o

processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele. Assim, lhe

caberá investigar sobre a adequação dos conteúdos escolhidos, sobre o tempo e

ritmo impostos ao trabalho, tanto quanto caberá investigar sobre as aquisições

das crianças em vistas de todo o processo vivido, na sua relação com os objetivos

propostos, fazendo assim uma auto-avaliação de sua própria prática.

A avaliação não é somente no momento final do trabalho. É tarefa

permanente do professor, instrumento indispensável à construção de uma prática

pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o

desenvolvimento global das crianças.

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3. A Autoridade do Professor

A autoridade caracteriza-se pela ausência de diálogo; o conhecimento

é imposto através de um agente exclusivo (o professor, que tem o poder de dizer

já atribuído pela instituição); a relação professor-aluno aparece como mais uma

relação humana onde um sempre quer ganhar (e o professor dispõe de mais

meios para isto).

Os desempenhos que colocam o papel do professor na transmissão de

conhecimento como informador, no disciplinamento e avaliação da situação

pedagógica, respectivamente, como controlador e classificador do produto do

aluno, foram inseridos na vivência autoritária.

É provável que essa forma de transmitir conhecimentos e de exigir a

memorização e a repetição de fórmulas, datas e definições façam o professor

acreditar que alguns alunos aprenderam, já que foram “bem” nas provas e

avaliações.

Na desigualdade do exercício do poder, fica claro no relacionamento

quem dá as ordens e quem as obedece.

Segundo Furlani (2000, p. 60):

“Os professores detêm o centro da decisão, independentemente do grau de maturidade do aluno e valorizam a posição hierárquica porque temem o questionamento da ordem institucional, a ausência de lugar para quem exerce uma autoridade distante de crítica, de revisão e de avaliação”.

A hierarquia está implícita no relacionamento professor-aluno, desigual

no ponto de partida, pois o primeiro é o transmissor de conteúdos e valores que,

socializados, são indispensáveis à formação e ao exercício de cidadania. A

hierarquia é necessária quando voltada para a objetivação pedagógica, para

princípios de um bom ensino que se baseiam no entendimento de que o professor

é o responsável técnico-político pela condução do processo de ensino-

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aprendizagem. Portanto, essa responsabilidade é justificada por várias atitudes

que são unicamente dependentes do professor, assumi-las ou orientar-se por elas

, as quais e incluem dentro dos papéis componentes da competência profissional.

Para Furlani (2000, p.34):

“A concepção de autoridade baseada na posição, a qual reproduz a hierarquia social e escolar foi, por nós conceituada, como intimamente relacionada com as concepções de competência em que o professor pretende impor-se ao aluno, através da superioridade do cargo”.

Essas concepções são aquelas que colocam o professor como

informador na transmissão do conhecimento, como controlador no disciplinamento

da situação pedagógica, como classificador na avaliação da mesma e com uma

vivência de modelos autoritários. O professor exerce o poder que lhe é atribuído

para o desempenho dos quatro papéis da forma como são estabelecidos, e sem

que estes tenham a ver com a realidade dos alunos e até do próprio professor,

pois este é apenas um representante da hierarquia administrativa e

institucional.Embora este seja um dos aspectos presentes na relação professor-

aluno, o fato de a influência do professor, no nível concreto de sala de aula,

depender apenas da posição que ele ocupa, coloca a interação professor-aluno

como um caminho de mão única: o aluno é subordinado ao professor e este, por

sua vez, subordina-se a outras autoridades a ele hierarquicamente superiores.

Neste tipo de autoridade, sabe-se que há uma ordem e sabe-se

quem a dá; o professor deixa claro ao aluno que, se não fizer o que é mandado,

sofrerá determinadas sanções.

3.1 A Autoridade do Professor na Avaliação Educacional

O autoritarismo utilizado na prática da avaliação educacional, deve ser

repensado, pois a avaliação deve ser vista como um meio de analisar o conteúdo

adquirido e não como um fim, onde o aluno deverá somente responder o que o

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professor quer. Isso acontece devido ao modelo teórico de compreensão que

coloca que a educação é um mecanismo de conservação e reprodução da

sociedade.

Esse modelo conservador liberal da sociedade, produziu 3 pedagogias

diferentes, mas com o objetivo de conservar a sociedade. A pedagogia tradicional,

centrada na transmissão do conteúdo e na pessoa do professor, a pedagogia

escolanovista, centrada nos sentimentos, na espontaneidade da produção do

conhecimento e no educando com suas diferenças individuais, e a pedagogia

tecnicista, centrado na exacerbação dos meios técnicos de transmissão e

apreensão dos conteúdos e no princípio do rendimento. Entretanto, a equalização

social, não pode ser atingida através dessas pedagogias pois o modelo social não

permite.

Para um maior rendimento, surge a pedagogia denominada libertadora,

inspirada no professor Paulo Freire, onde, coloca que a transformação virá pela

emancipação das camadas populares, que define-se no processo de

conscientização cultural e política fora dos muros da escola. A escola deve ser um

instrumento de conscientização e organização política dos educandos.

Recentemente, está se desenvolvendo a pedagogia dos conteúdos

sócio culturais, centrada na idéia de igualdade, de oportunidade para todos no

processo de educação e na compreensão de que a prática educacional se faz

pela transmissão e assimilação dos conteúdos de conhecimentos sistematizados

pela humanidade e na aquisição de habilidades de assimilação e transformação

desses conteúdos no contexto de uma prática social.

A avaliação deve estar além do autoritarismo, pois exige-se agora, a

participação democrática de todos.

A correção é o componente da avaliação que coloca mais poder nas

mãos do professor em certo ou errado, e isto é muitas vezes usado com forma de

castigo devido ao comportamento do aluno.

Esses métodos de avaliação, muitas vezes não contribuem para a

transformação social, pois, segundo este método, expressa-se o modelo liberal

conservador, onde, “os bons serão sempre bons e os ruins, sempre ruins”.

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A escola também promove a visão unilateral da avaliação, garantindo

que apenas um dos pólos seja avaliado por todos – o aluno. A avaliação, nesse

contexto, é uma ação unidirecional no seu foco e no processo, pois só o aluno é

sistematicamente avaliado. Uma proposta de avaliação centralizadora e

autoritária como a que se percebe normalmente no cotidiano escolar é uma

proposta antidemocrática e se concretiza pelo poder que o professor detém sobre

o aluno.

Existem outras formas do professor ao avaliar o aluno exercer o seu

autoritarismo, como por exemplo, a comunicação ambígua em uma questão, os

pontos pelo conceito, a utilização do intervalo para castigar o aluno, entre outros.

Para que esta forma mude, deve-se preocupar com a transformação

social e não com sua conservação.

O educador deverá estar preocupado e redefinir ou em definir

propriamente os rumos de sua ação pedagógica de forma clara e explícita. Deve-

se também praticar a conscientização não deixando-a de forma utópica. A

avaliação, deverá ser de forma diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento

dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos,

auxiliando no processo do crescimento para a sua autonomia. Deve-se

estabelecer previamente o mínimo necessário a ser aprendido pelo aluno. Não

podendo ser a média de notas, mas sim, um mínimo necessário de aprendizagem

em todas as condutas que são indispensáveis para se viver e se exercer a

cidadania.

Alguns educadores até entendem a avaliação de uma forma mais

ampla, mas presos pelo condicionamento de décadas acabam por restringir-se

em sua prática, quase sempre, a considerar a avaliação como processo

decorrente, exclusivamente, da aprendizagem do aluno; e dessa forma, por mais

que se esforcem o “processo de avaliação” utilizado nem sempre provoca o

resultado esperado: a melhoria da aprendizagem nos níveis desejados.

Para Ferreira (2002, p.49): “o fato de o professor ter tido uma educação

autoritária e punitiva pode faze-lo tentar repelir esta forma no se cotidiano docente

mas pode também levá-lo a repetir essa prática”.

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Sendo assim, pode-se presumir que muitos professores tratam a

avaliação da maneira como vivenciaram na sua experiência escolar.

Segundo Hoffmann (1997, p.28):

“Um reflexo do modelo de avaliação vivenciado enquanto educandos e dos pressupostos teóricos que embasaram seu curso de formação. Suas perguntas e respostas, seus exemplos de situações, os fantasmas relacionados sa esta prática revelam princípios e metodologias de caráter fundamentalmente sentencivo e, portanto, relacionados a procedimentos terminais e conclusivos”.

4. Pesquisa e Análise dos Resultados

A pesquisa foi feita através de questionários, os quais foram

respondidos por 24 professores de diferentes escolas, estando incluídas

professoras de escola particular, e professoras de escola municipal.

Os professores, os quais responderam os questionários, se dividem em

Ensino Fundamental e Ensino Médio. Onde o tempo mínimo de docência dos

professores, é de 1 ano e o tempo máximo é de 20 anos.

Na pesquisa tentei abordar a questão da autoridade do professor na

avaliação. Fiz 3 perguntas objetivas (Sim / Não), e 1 dissertativa. Com o objetivo

de mostrar como ocorre a avaliação, como ela é vista pelos professores.

Será que os professores já estão tomando consciência do que

realmente vem a ser a avaliação? De que ela não se resume em exames, provas

ou conceitos? Que ela vai muito além disso? E que cabe a eles, professores,

fazer com que a avaliação seja utilizada de maneira correta, de maneira com que

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auxilie o crescimento do aluno, que faça com que ele apreenda e não decore, não

favorecendo assim para o presumido Fracasso Escolar.

A avaliação na sua turma serve para controlar a indisciplina?

Apenas três professoras disseram que sim.

Acredito que essas professoras ainda não entenderam o real significado

avaliação. Que elas ainda estão presas a um condicionamento de anos e anos

atrás quando a avaliação seria ainda para controlar o comportamento da turma.

Quando os professores tiravam pontos na prova de alunos indisciplinados.

É bom saber que apenas três das professoras ainda pensam assim.

Enquanto as outras vinte e uma professoras responderam que não.

Talvez essas já possuem uma visão mais ampla sobre a avaliação, talvez essas

realmente queiram que seus alunos aprendam e que não decorem apenas para

obterem uma boa nota na prova.

Certamente eles saibam o quanto a avaliação é importante, por isso

não as usam de forma inadequada.

A avaliação que você faz é durante o processo de aprendizagem?

Todas as professoras responderam que sim, que a avaliação é durante

o processo de aprendizagem.

No entanto, creio que as professoras já perceberam o quanto é

importante que o aluno seja avaliado diariamente, pois ele se encontra em um

processo de construção, desconstrução e reconstrução e cada momento deve ser

considerado.

Seria importante que o professor no seu dia-a-dia anotasse tudo,

registrando tudo o que acontece em sala de aula, com destaque para participação

da cada aluno. Para que assim, quando ocorrer uma prova, o professor já obterá

informações sobre cada aluno, quais as dificuldades, onde foi que cada um

evoluiu; e não irá procurar aquilo que ele quer na prova, mas aquilo que o aluno

apreendeu.

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Desse jeito o processo de ensino-aprendizagem, será feito de forma

contínua e de forma consciente, preocupado com o progresso do aluno.

A avaliação que você faz só ocorre ao final de cada bimestre?

Como já foi dito, a avaliação deve ser feita diariamente, A avaliação

feita só ao final de cada bimestre, limita o aluno e quando este deveria apreender

a matéria, ele vai decora-la para que possa obter uma boa nota em sua avaliação.

A avaliação deve ser contínua, respeitando a individualidade de cada

aluno. Através de uma avaliação contínua, pode-se identificar os conhecimentos

que o aluno já acumulou, e os que ainda não dominam e assim as possibilidades

de projetos a serem desenvolvidos. Com ela, a avaliação contínua, você passa a

conhecer o seu aluno, auxiliando assim o processo de ensino-aprendizagem.

Quando avaliação ocorre só ao final de cada bimestre, ela perde seu

significado, ela fica restrita a um condicionamento que já fora ultrapassado. O

professor deve estar consciente de que a avaliação deve ser diagnóstica, pois é

através dela que se pode conhecer o aluno. Ela faz com que o professor

acompanhe seus alunos dia-a-dia, favorecendo que o trabalho de ensino-

aprendizagem se dê de forma coerente.

Durante meus estudos sobre o tema, observei que docentes

utilizam a avaliação para impor a sua autoridade na sala de aula. Como você

vê isso?

Todas os professores os quais responderam o questionário, possuem

uma visão negativa a respeito do professor que utiliza a avaliação para impor sua

autoridade.

A intenção da avaliação não pode estar relacionada à disciplina,

tampouco como forma de impor autoridade. A avaliação é parte do processo de

ensino-aprendizagem, deve servir para verificar o que foi aprendido e quais são

as dificuldades que ainda existem. A avaliação deve ser norteadora do trabalho

do professor, indicando onde é possível prosseguir ou em que pontos é

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necessário voltar, desta forma, a avaliação, não é um instrumento de punição

para o aluno, mas uma etapa natural para verificar-se os resultados do processo

ensino-aprendizagem.

A avaliação não deve se reduzir apenas à provas ou testes, engloba as

tarefas e exercícios diários, a participação nas aulas, entre outros aspectos que

possam ser observados durante o processo.

Acredito que os professores que ainda utilizam esses recursos,

desconhecem os novos rumos que o sistema educacional tem tomado.

A avaliação tem que ser feita em todos os momentos da escola, de

forma contínua e não como forma para punir e/ou castigar o aluno. Pelo contrário,

esse momento deve ser totalmente descontraído, onde o aluno sinta o prazer de

expressar o seu conhecimento.

A avaliação não deve ser vista como um controle, mas como parte do

processo de aprendizagem.

A avaliação deve ser um momento de aperfeiçoamento do nosso

trabalho como docente, pois através dela podemos nos auto-avaliar e descobrir

em que parte do processo o aluno se encontra.

É necessário mudar o olhar sobre a avaliação. Ela não pode e não deve

mais ser utilizada como forma de impor autoridade, como forma de classificação,

onde se classifica os melhores alunos dos piores alunos. É importante que todos

os docentes possam enxergar a avaliação por um outro ângulo, sobre o ângulo

onde ela é feita de forma consciente, preocupada com o crescimento do aluno em

relação a si próprio e aos objetivos propostos.

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RESULTADOS EM GRÁFICOS

A avaliação na sua turma serve para controlar a indisciplina?

3

21

0

5

10

15

20

25

Sim Não

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A avaliação que você faz é durante o processo de aprendizagem?

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Sim Não

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A avaliação que você faz só ocorre ao final de cada bimestre?

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Sim Não

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5. CONCLUSÃO

A realização deste trabalho ajudou-me a compreender, a entender

como avaliação ultimamente está sendo vista pelos professores e qual o seu

papel no processo de ensino-aprendizagem.

A prática da avaliação é considerada como um desafio, um fenômeno

que merece atenção especial, em função dos múltiplos problemas que emergem

deste ato pedagógico, pelos desvios e implicações a que está sujeita, o que

resulta em conflitos, comprometendo a ação educativa.

Podê-se constatar que a prática educativa vem sendo bastante

discutida, contestada e modificada. A busca por uma avaliação mais justa e

menos autoritária está crescendo e a consciência da necessidade de uma

avaliação que privilegie a aprendizagem e que leve em conta o ritmo de cada

aluno, está cada vez maior.

Uma avaliação que inclua questões e procedimentos do dia-a-dia do

aluno, forçando-o a uma relação de pura simbiose com a escola, num caminho de

mão dupla, onde o que se ensina e o que se aprende têm realmente utilidade

para si e para sociedade, é tão importante que pode influir até na redução da

evasão escolar. Mas, para que isto ocorra em todos os estágios e em todas as

dimensões da aprendizagem, é preciso coragem e competência por parte dos

professores, que estejam conscientes do verdadeiro significado da avaliação,

para que não a utilize de forma errada, de forma inconsciente.

Quando a avaliação servir para mostrar novos rumos ao professor e ao

próprio ensino, orientando-os para a formação de um indivíduo ativo e

participante, que tenha a capacidade e conhecimento para argumentar e

questionar, aí sim, a escola terá cumprido seu papel como veículo disseminador

do saber.

Enquanto este dia não chega, ficamos com a esperança de que, aos

poucos, haveremos de promover uma real integração entre

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ensinar/aprender/avaliar criando uma vida de mão dupla entre a escola e a

sociedade.

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ANEXOS

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Avaliação na sua turma serve para controlar a indisciplina?

3

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Sim Não

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A avaliação que você faz é durante o processo de aprendizagem?

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5

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30

Sim Não

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A avaliação que você faz só ocorre ao final de cada bimestre?

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20

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Sim Não

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enfrentar problemas. 1.ed. Campinas, SP: Autores Associados,1999.

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novos sentidos. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A,2000.

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Mediação, 2002.

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nossa Época; v.39).

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construção da pré-escola à universidade. 7.ed. Porto Alegre: Mediação,

1995.

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12. NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. Educação pré-escolar:

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13. SOUZA, Sandra Zákia Lean de. Revisando a Teoria da Avaliação

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