AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE CONTÊINER NO BRASIL E...

160
AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE CONTÊINER NO BRASIL E O POTENCIAL DO PORTO DO AÇU PARA OPERAR COM MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NA ÓTICA DE HUB PORT Aluno: Vinícius Ribeiro Gomes Silvino Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador (es): Luiz Felipe Assis Floriano Pires Rio de Janeiro Fevereiro de 2017

Transcript of AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE CONTÊINER NO BRASIL E...

AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE CONTÊINER NO BRASIL E

O POTENCIAL DO PORTO DO AÇU PARA OPERAR COM

MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NA ÓTICA DE HUB PORT

Aluno: Vinícius Ribeiro Gomes Silvino

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Naval e Oceânica da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador (es): Luiz Felipe Assis

Floriano Pires

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2017

AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE DE CONTÊINER NO BRASIL E O

POTENCIAL DO PORTO DO AÇU PARA OPERAR COM

MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NA ÓTICA DE HUB PORT

Vinícius Ribeiro Gomes Silvino

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO NAVAL

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Luiz Felipe Assis, D.Sc

________________________________________________

Prof. Floriano Pires, D.Sc

________________________________________________

Prof. Jean-David Caprace, PhD

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

FEVEREIRO 2017

3

Silvino, Vinícius Ribeiro Gomes

Avaliação do Transporte de Contêiner No Brasil e o Potencial

do Porto do Açu para Operar com Movimentação de Contêiner

Na Ótica de Hub Port: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.

XII, 160 p.: il.; 29,7 cm

Orientadores: Luiz Felipe Assis e Floriano Pires

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Naval e Oceânica, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 132-134.

1. Contêiner. 2. Portos. 3. Porto do Açu. 4.Terminais de

Movimentação de Contêiner. 5. Linhas Regulares. I. Assis,

Luiz Felipe. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola

Politécnica, Curso de Engenharia Naval e Oceânica. III. Título.

4

Agradecimentos

Este trabalho de conclusão de curso é dedicado aos meus pais, Flávio de Souza Silvino e

Joelma Ribeiro Gomes Silvino, por todo apoio incondicional e pelos seus imensos

esforços que, com toda certeza, foram essenciais na minha jornada acadêmica. Às minhas

irmãs Juliana e Fernanda, e respectivos cunhados, que completam a minha base familiar,

extremamente fundamental para trilhar este caminho longo caminho da graduação.

À minha querida namorada Monique Cerqueira Zuidema por todo amor, amizade, apoio,

por estar presente em todos os momentos nesta fase da graduação. Você é um exemplo

de determinação, foco e quem busco me espelhar em cada dia.

Aos meus grandes amigos Vitor Duarte, Tiago de Marsillac, Edson Braga, Ricardo

Morgani, Marcos Conde e Daniel Leitão. Muito obrigado por toda apoio e incentivo que

cada um de vocês me deram neste período, até mesmo compreendendo períodos de

ausência que foram inevitáveis em alguns momentos desta fase. Cada um de vocês teve

importância fundamental em algum momento deste caminho na graduação.

Aos meus padrinhos Marcia de Marsillac e Rafael Melsert, um imenso muito obrigado.

Como os meus pais, vocês me apoiaram, dedicaram tempo, confiança e investiram em

minha educação. Todo este apoio foi crucial para a este momento.

Gostaria de agradecer, também, à Cristiane de Marsillac e Sérgio Garcia, que são

exemplos de pessoas, profissionais e engenheiros navais em quem me espelho

completamente. Vocês me ensinaram muita coisa, propuseram grandes oportunidades,

desde a Dock Brasil até a oportunidade na Wilson, Sons. Tiveram contribuição

fundamental na minha formação acadêmica e início da jornada profissional. Com vocês

aprendi que somente com o esforço do trabalho, muita dedicação e seriedade, chegaremos

onde nós planejamos.

Ao professor Sergio Hamilton Sphaier, pela oportunidade de estágio no Centro de

Simulação Aquaviária, e quem tive o prazer de trabalhar nos dois anos em que lá passei.

Ao Fernando Farina da Silva Leal, engenheiro naval, chefe e, hoje, um amigo. Muito

obrigado por cada ensinamento, paciência e maestria com que conduz os nossos trabalhos

na Openseas Engenharia Naval. O seu apoio, confiança e compreensão nos momentos em

que precisei me ausentar, tanto para estudar inglês e trabalhar no exterior, quanto para

estudar para provas e trabalhos na faculdade tiveram importância imensurável na minha

graduação.

5

Por fim, gostaria de agradecer imensamente a todos os colegas/amigos na faculdade que

de alguma maneira contribuíram para este momento. Aos professores do Departamento

de Engenharia Naval e Oceânica que, no mínimo, me ensinaram o valor do esforço

próprio e a lidar com momentos de dificuldade na vida.

Ao meu orientador, Luiz Felipe Assis e coorientador Floriano Pires, por todo empenho,

dedicação, sabedoria, ensinamentos e paciência que tiveram ao longo desta reta final. Aos

funcionários administrativos da UFRJ, que em muitas vezes me socorreram e me

ajudaram, especialmente à Simone Morandini pelo exemplo de profissional que é.

6

Lista de Tabelas

Tabela 4.1 - Modelos de Exploração Portuária ............................................................ 22

Tabela 4.2 - Porto Público Organizado por Administração .......................................... 33

Tabela 4.3 - Operador Portuário por Porto Organizado ................................................ 35

Tabela 4.4 – TUP’s dedicadas à Movimentação de Contêiner ...................................... 36

Tabela 4.5: Instalações Portuárias Públicas ................................................................. 37

Tabela 5.1: Companhias de Navegação que Operam Serviços de Linha Regular no Brasil

................................................................................................................................... 54

Tabela 7.1: Estrutura Corporativa da Prumo ................................................................ 97

Tabela 7.2: Joint-Ventures com Participação da Prumo ............................................... 97

Tabela 7.3: Estrutura de Custos do Transporte........................................................... 105

Tabela 7.4: Preço de Novas Construções (Fonte: Clarkson, 2016) ............................. 105

Tabela 7.5: Custo de Capital Diário - Serviços da Rota SAEC – ASIA e CABOTAGEM

................................................................................................................................. 107

Tabela 7.6: Custo Operacional Diário - Serviço da Rota SAEC - ASIA e CABOTAGEM

................................................................................................................................. 108

Tabela 7.7: Preço Médio do Combustível (U$D/ton) ................................................. 110

Tabela 7.8: Custo Anual de Combustível / Serviço .................................................... 110

Tabela 7.9: THC - Terminais Brasileiros - Rota SAEC - ASIA (2016) ...................... 111

Tabela 7.10: THC - Terminais Asiáticos (2016) ........................................................ 112

Tabela 7.11: Capacidade Média de Transporte de Contêiner - Rota SAEC - ASIA (2016)

................................................................................................................................. 113

Tabela 7.12: THC / Viagem – Exportação e Importação na ASIA - Rota SAEC - ASIA

................................................................................................................................. 114

Tabela 7.13: THC / Viagem – Exportação e Importação na SAEC - Rota SAEC - ASIA

................................................................................................................................. 114

Tabela 7.14: Custo de Movimentação de Contêiner (THC) / Viagem - Rota SAEC - ASIA

................................................................................................................................. 115

7

Tabela 7.15: THC - Cabotagem ................................................................................. 115

Tabela 7.16: Custo de Movimentação de Contêiner (THC) / Viagem - CABOTAGEM

................................................................................................................................. 116

Tabela 7.17: Porcentagens dos Tempos Médios de Paradas nos Portos Brasileiros e

Asiáticos ................................................................................................................... 117

Tabela 7.18: Custo Anual de Port Call nos Serviços da Rota SAEC - ASIA .............. 118

Tabela 7.19: Custo Anual de Port Call na Rota CABOTAGEM ................................ 119

Tabela 7.20: Custos Totais Anuais dos Serviços da Rota SAEC - ASIA .................... 120

Tabela 7.21: Custos Totais Anuais dos Serviços da Rota CABOTAGEM .................. 121

Tabela 7.22: Custo Totais na Viagem (U$D/TEU) – Serviços na Rota SAEC - ASIA 122

Tabela 7.23: Custo Totais na Viagem (U$D/TEU) – Serviços na Rota CABOTAGEM

................................................................................................................................. 122

Tabela 7.24: Custo/TEU para Diferentes Níveis de Serviço - Longo Curso ............... 123

Tabela 7.25: Movimentação de Contêiner nos Portos com Conexão Direta - SAEC - ASIA

................................................................................................................................. 124

Tabela 7.26: Movimentação de Contêiner nos Portos de Transbordo - SAEC - ASIA 124

Tabela 7.27: Movimentação de Carga nos Portos de Conexão Direta + Carga de

Transbordo ................................................................................................................ 125

Tabela 7.28: Níveis Médios de Carregamento de Contêiner nos Navios por Serviço -

SAEC - ASIA ........................................................................................................... 126

Tabela 7.29: Custo Total Anual dos Serviços na Rota SAEC - ASIA ........................ 127

Tabela 7.30: Custos Anuais do Serviço Proposto na Rota ASIA - SAEC ................... 129

8

Lista de Gráficos

Gráfico 4.1: Consignação Média - Terminais dentro do Porto Organizado - 2015 ........ 39

Gráfico 4.2: Consignação Média - TUP - 2015 ............................................................ 40

Gráfico 4.3: Consignações Médias - Porto Organizado - 2010 a 2015 ......................... 40

Gráfico 4.4: Consignações Médias - TUP - 2010 a 2015 ............................................. 41

Gráfico 4.5: Prancha Média - Porto Organizado - 2015 ............................................... 42

Gráfico 4.6: Prancha Média - TUP - 2015 ................................................................... 42

Gráfico 4.7: Porcentagem dos Tempos Médios Portuários - Porto Organizado – 2010 a

2015 ............................................................................................................................ 43

Gráfico 4.8: Porcentagem Tempos Médios Portuários - TUP - 2010 a 2015 ................ 44

Gráfico 4.9: Tempo Médio de Parada nos Terminais - Porto Organizado - 2015 .......... 45

Gráfico 4.10 - Tempo Médio de Parada nos Terminais - TUP - 2015........................... 45

Gráfico 5.1: Histograma Navio x TEU – Longo Curso e Cabotagem - 2016 ................ 54

Gráfico 5.2: Quantidade de Serviços de Longo Curso nos Portos Brasileiros ............... 58

Gráfico 5.3: TEU x Tronco - 2010 a 2015 ................................................................... 59

Gráfico 5.4: Navios nos Serviços da Rota SAEC - ASIA (2016) ................................. 62

Gráfico 5.5: Serviços na Rota SAEC – AFRICA (2016) .............................................. 63

Gráfico 5.6: Navios nos Serviços da Rota SAEC - EUR (2016) ................................... 66

Gráfico 5.7: Navios nos Serviços da Rota SAEC – MED (2016) ................................. 68

Gráfico 5.8: Navios nos Serviços da Rota SAEC – SAWC (2016) ............................... 70

Gráfico 5.9: Navios nos Serviços da Rota SAEC – CARIBE (2016) ............................ 72

Gráfico 5.10: Navios nos Serviços da Rota SAEC – GOLFO (2016) ........................... 74

Gráfico 5.11: Navios nos Serviços da Rota SAEC - EUA (2016)................................. 76

Gráfico 5.12: Navios nos Serviços da Rota CABOTAGEM (2016) ............................. 79

Gráfico 6.1 - TEU Movimentados no Longo Curso e Cabotagem ................................ 81

Gráfico 6.2 - TEU por Tipo de Instalação Portuária ..................................................... 81

9

Gráfico 6.3 - Crescimento da quantidade de TEU em relação a 2010 ........................... 82

Gráfico 6.4: Contêiner 20' (TEU) e 40' (FEU) – 2010 a 2015 ...................................... 83

Gráfico 6.5: Contêiner Cheio x Vazio - Longo Curso – 2010 a 2015 ........................... 83

Gráfico 6.6: Contêiner Cheio x Vazio - Cabotagem – 2010 a 2015 .............................. 84

Gráfico 6.7: Movimentação de Contêiner - Troncos do Longo Curso - 2015 ............... 86

Gráfico 6.8: Movimentação de Contêiner – Embarque x Desembarque - Tronco Leste -

Oeste - 2010 a 2015 .................................................................................................... 87

Gráfico 6.9: Movimentação de Contêiner – Rotas do Tronco Leste - Oeste - 2010 a 2015

................................................................................................................................... 88

Gráfico 6.10: Movimentação de Contêiner - Embarcabada x Desembarcada - Rotas SAEC

- ASIA - 2010 a 2015 .................................................................................................. 88

Gráfico 6.11: Movimentação de Contêiner - Portos com Conexão Direta (2015) ......... 89

Gráfico 6.12: Movimentação de Contêiner - Portos de Transbordo (2015)................... 89

Gráfico 6.13: Movimentação de Contêiner – Embarque x Desembaque - Tronco Sul -

Nordeste - 2010 a 2015 ............................................................................................... 90

Gráfico 6.14: Movimentação de Contêiner - Conexão Direta x Transbordo - Tronco Sul -

Nordeste ..................................................................................................................... 90

Gráfico 6.15: Movimentação de Contêiner - Portos com Conexão Direta – Tronco Sul –

Nordeste - 2010 a 2015 ............................................................................................... 91

Gráfico 6.16: Movimentação de Contêiner - Portos de Transbordo - Tronco Sul - Nordeste

- 2010 a 2015 .............................................................................................................. 91

Gráfico 6.17: Movimentação de Contêiner - Tronco Sul - Norte - 2010 a 2015............ 92

Gráfico 6.18: Movimentação de Contêiner – Conexão Direta - Rotas do Tronco Sul -

Norte (2015) ............................................................................................................... 93

Gráfico 6.19: Movimentação de Contêiner – Transbordo – Rotas do Tronco Sul – Norte

(2015) ......................................................................................................................... 93

Gráfico 6.20: Movimentação de Contêiner - Embarcado x Desembarcado - Cabotagem -

2010 a 2015 ................................................................................................................ 94

10

Gráfico 6.21: Movimentação de Contêiner - Porto Organizado - Cabotagem (2015) .... 95

Gráfico 6.22: Movimentação de Contêiner - TUP - Cabotagem (2015) ........................ 95

Gráfico 7.1: Custo de Capital por Dia e Preço de Aquisição do Navio Novo ............. 106

Gráfico 7.2: Custo Operacional Diário por TEU ........................................................ 108

Gráfico 7.3: Participalção no Load Factor - Exportação ............................................ 128

Gráfico 7.4: Participação no Load Factor - Importação .............................................. 129

11

Lista de Figuras

Figura 1.1: Evolução do PIB global x Comércio Marítimo Mundial ............................ 15

Figura 1.2 - Dez maiores Operadores .......................................................................... 16

Figura 1.3 - Estruturas de Transbordo ......................................................................... 17

Figura 4.1: Instalações Portuárias no Brasil ................................................................. 37

Figura 5.1: Evolução das Alianças Estratégicas Globais - 1996 a 2015 ........................ 52

Figura 5.2: Alianças Estratégicas Globais - 2017 ......................................................... 53

Figura 5.3: Direção da Navegação da Carga no Longo Curso ...................................... 59

Figura 5.4: Serviços na Rota SAEC – ASIA (2016) ..................................................... 60

Figura 5.5: Serviços na Rota SAEC - AFRICA (2016) ................................................ 62

Figura 5.6: Serviços na Rota SAEC - EUR (2016)....................................................... 64

Figura 5.7: Serviços na Rota SAEC - MED (2016) ...................................................... 67

Figura 5.8: Serviços na Rota SAEC - SAWC (2016) ................................................... 69

Figura 5.9: Serviços na Rota SAEC - CARIBE (20161) .............................................. 70

Figura 5.10: Serviços na Rota SAEC - GOLFO (2016) ............................................... 72

Figura 5.11: Serviços na Rota SAEC - EUA (2016) .................................................... 75

Figura 7.1: Hinterlândia do Porto do Açu .................................................................... 96

Figura 7.2: Terminal Offshore (T1) ............................................................................. 98

Figura 7.3: Terminal Onshore (T2) .............................................................................. 99

Figura 7.4: Localização do T-MULT - Porto do Açu ................................................. 102

Figura 7.5: Capacidade de Ampliação Para Terminal de Contêiner............................ 102

Figura 7.6: Consumo de Combustível (tons/dia) - Porta Contêiner ............................ 109

Figura 7.7: Taxa de Frete Média de 2016 na Rota SAEC - ASIA............................... 122

Figura 7.8: Ilustração do Método de Distribuição de Carga ....................................... 125

12

Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17

3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 19

4 PORTOS ............................................................................................................. 20

4.1 O que é o porto? ............................................................................................ 20

4.2 Modelos de Exploração Portuária .................................................................. 22

4.3 A Evolução do Sistema Portuário no Brasil ................................................... 25

4.3.1 Lei 8.630 / 1993 – “Modernização dos Portos” ...................................... 27

4.3.2 Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ ...................... 29

4.3.3 Secretária Espacial de Portos da Presidência da República – SEP/PR ..... 30

4.3.4 Lei 12.815 / 2013 – “Nova lei dos Portos” ............................................. 31

4.4 Instalações Portuárias dedicadas a Contêiner no Brasil .................................. 33

4.5 Desempenho Portuário nas Instalações Portuárias Brasileiras ........................ 38

4.5.1 Consignação Média................................................................................ 38

4.5.2 Prancha Média ....................................................................................... 41

4.5.3 Tempos Médios ..................................................................................... 42

5 LINHAS REGULARES....................................................................................... 46

5.1 Histórico ....................................................................................................... 46

5.1.1 Conferências de Frete ............................................................................ 47

5.1.2 Consórcios ............................................................................................. 49

5.1.3 Alianças ................................................................................................. 51

5.2 Características do Trade Brasileiro ................................................................ 53

5.3 Transporte de Contêiner no Brasil ................................................................. 55

5.4 Troncos e Rotas no Brasil ............................................................................. 56

5.4.1 Longo Curso .......................................................................................... 58

13

5.4.2 Cabotagem ............................................................................................. 76

6 MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NO BRASIL .......................................... 80

6.1 Panorama Geral ............................................................................................ 80

6.2 Movimentação de Contêiner nas Instalações Portuárias ................................. 84

6.2.1 Leste-Oeste ............................................................................................ 86

6.2.2 Sul-Nordeste .......................................................................................... 89

6.2.3 Sul-Norte ............................................................................................... 91

6.2.4 Cabotagem ............................................................................................. 94

7 O PORTO DO AÇU ............................................................................................ 96

7.1 Breve Histórico ............................................................................................. 99

7.2 Terminal de Movimentação de Contêiner .................................................... 101

7.3 Premissas do Estudo de Avaliação do Porto do Açu .................................... 102

7.4 Análise do Custo do Transporte .................................................................. 104

7.4.1 Estrutura de Custo................................................................................ 104

7.4.2 Custos dos Serviços ............................................................................. 119

7.4.3 Resultados ........................................................................................... 121

7.4.4 Avaliação do Porto do Açu .................................................................. 123

8 CONCLUSÃO ................................................................................................... 130

9 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 132

14

1 INTRODUÇÃO

Portos e terminais especializados em movimentação de contêiner formam um

componente essencial para a economia moderna. A conteinerização, desde meados do

século XX, reduziu drasticamente os custos do transporte no mercado internacional e

nacional: antes do contêiner, o transporte de produtos era tão caro que poucos itens eram

transportados ao redor do mundo, entretanto nos dias de hoje um carro americano pode

ser projetado na Alemanha, seus componentes eletrônicos fabricados no Japão, Taiwan e

Singapura e em seguida montados no México. A significativa redução nos custos do

transporte advinda do processo de conteinerização possibilitou que a movimentação de

produtos se tornasse mais automatizada e eficiente entre os diferentes modais, e o

transporte de produtos entre diferentes pontos no globo terrestre se tornou uma operação

possível para muitas empresas. Fábricas anteriormente isoladas se tornaram integradas a

rede global de comércio, e mais companhias multinacionais e internacionais estão

presentes em muitos mercados desde o momento em que eles puderam escolher o local

mais barato da produção dos seus bens e escoamento de suas manufaturas. Desde a

introdução do primeiro contêiner padronizado (ISO) nos anos 60, o mercado de transporte

de contêiner vem subindo rapidamente, alcançando um total de 181 milhões de TEU e

1,72 bilhões de toneladas em 2016 (Clarkson Research, 2017).

Um dos maiores impulsionadores no transporte de container e na indústria de

movimentação desta carga é o aumento do PIB global. Embora a responsividade do

comércio marítimo em relação ao crescimento do PIB global tenha se comportado mais

moderadamente nos últimos anos, a demanda por serviços no transporte marítimo e

volumes no tráfico marítimo continua sendo modelada pelo crescimento na economia

global (UNCTAD, 2015), como pode ser observado na figura 1.1 abaixo. Este mesmo

comportamento é observado regionalmente.

15

Figura 1.1: Evolução do PIB global x Comércio Marítimo Mundial

Fonte: UNCTAD, baseado em dados econômicos da OECD.

O aumento na demanda por transporte de container nestes últimos anos resultou na

evolução de grandes navios porta-contêiner. Este aumento no tamanho dos navios é

também resultado no aumento de economias de escala na navegação. Grandes navios

reduzem, de fato, o custo unitário do transporte de container, mas isto acentua a

concentração de players no mercado de navegação de contêiner. O mercado de contêiner

é um clássico exemplo de oligopólio, que consiste em uma limitada quantidade de grandes

companhias de navegação que estão unidas em diferentes formas de conferências,

consórcios e alianças.

Em janeiro de 2017, a capacidade ofertada pela frota dos dez maiores armadores

correspondeu a pouco mais de 70% da oferta mundial. Há vinte anos atrás, este percentual

correspondia a 45% aproximadamente (Clarkson Research, 2017), como mostra o Gráfico

à direta na figura 1.2 abaixo. O Gráfico à esquerda apresenta os respectivos Top Ten

Operators, com a capacidade total ofertada de suas respectivas frotas (barra horizontal

azul), e o losango representa a capacidade de sua frota própria em milhões TEU. A

diferença entre os valores correspondentes da barra azul e o losango equivale a capacidade

da frota, em milhões de TEU, afretada por estas companhias. Fonte: Clarkson Research

– Container Intelligence Monthly, 2017)

16

Figura 1.2 - Dez maiores Operadores

Esta concentração no mercado de transporte marítimo de contêiner é também observada

no mercado de movimentação de contêiner, especificamente, os portos e terminais de

container. O crescimento de operadores globais de terminais de contêiner concentrou a

participação no mercado na mão de poucos operadores (ex. PSA, APM, P&O). Observa-

se, também, a participação das operadoras dos grandes navios na atividade portuária

dedicada à movimentação de contêiner, que preferem possuir maior controle na cadeia

logística, possibilitando ajustes coordenados com seus serviços de linhas regulares,

gerando maior confiabilidade na eficiência e qualidade dos serviços prestados, uma vez

que a baixa eficiência nos portos resulta em maiores custos.

A alocação de navios cada vez maiores impôs uma estrutura nos serviços de linhas

regulares baseada no desenvolvimento de alguns portos concentradores (Hub Port) para

o transbordo (transhipment) da carga de navios maiores para navios distribuidores

(feeder). Esta estrutura é conhecida como Hub & Spoke, ou uma estrutura que conecta

rotas no tronco leste-oeste ao tronco norte-sul, conhecidas como relay, ou até mesmo

entre diferentes serviços de linhas regulares, conhecido como interlining. A estrutura

relay é baseada na interseção entre duas rotas principais, enquanto o interlining é baseado

na interseção de diferentes tipos de serviço em uma mesma rota (OECD, 2015).

A figura XX abaixo ilustra estas estruturas de transbordo descritas. Notar que os círculos

representam portos; retângulos representam hinterlândia; H representa portos principais;

S representa spoke ports; e T, transit ports. Fonte: Figura retirada de Competition Issues

in Liner Shipping (OECD).

17

Figura 1.3 - Estruturas de Transbordo

Dentro deste contexto, o autor busca fazer uma avaliação do transporte marítimo de

contêiner no Brasil, identificando os serviços ofertados e os fluxos de contêiner no trade

brasileiro para uma compreensão do cenário nacional. Estes fatores são essenciais para

um estudo exploratório da inserção do Porto do Açu como um porto concentrado de carga,

considerando a substituição dos serviços de linha regular existentes por um serviço com

navios de maior capacidade.

Este estudo foi realizado para a rota com maior potencial de inserção deste novo serviço,

SAEC – ASIA, por apresentar os maiores volumes de movimentação de carga no trade

brasileiro e se mostrando, desta forma, a melhor oportunidade para ganhos de escala.

2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo acerca do panorama

do transporte de contêiner no Brasil, nos dias de hoje, e fazer uma exploração do

comportamento dos custos do transporte de contêiner a partir de uma alteração da atual

estrutura de transporte, com a inserção de um terminal concentrador de carga (Hub Port)

no Porto do Açu.

18

Desta forma o autor busca uma compreensão dos agentes integrantes da cadeia logística

do transporte marítimo, no Brasil, passando pela indústria da movimentação do contêiner:

os portos e terminais especializados, e chegando nos transportadores da carga. Em relação

ao primeiro, o objetivo é compreender as questões legais e regulatórias, onde estes portos

e terminais estão inseridos, além de mapear o atual cenário desta indústria. Quanto ao

segundo, busca-se compreender as estruturas complexas neste modal do transporte

marítimo de contêiner e, também, mapear o cenário ofertado atualmente.

Vale ressaltar que no âmbito do transporte marítimo, os serviços de linhas regulares são

muito dinâmicos quanto as alterações dos serviços ofertados. Isto ocorre porque as

companhias buscam se ajustar à demanda constantemente, além de implicações da

concentração deste mercado em poucas e enormes companhias, especialmente em tempos

de crise econômica, onde companhias menos eficientes e/ou menores acabam sendo

englobadas pelas maiores e mais eficientes. Portanto, os resultados apresentados na oferta

dos serviços de transporte marítimo equivalem a pesquisa realizada em meados de 2016.

Por fim, o ultimo objetivo deste trabalho é uma avaliação do potencial do Porto do Açu

para operar com movimentação de contêiner sob a ótica de um Hub Port. Esta avaliação

é realizada no âmbito do impacto do custo do transporte do contêiner com a inserção de

um terminal de movimentação de contêiner no Porto do Açu, para diferentes cenários.

Esta avaliação é apenas exploratória, e não conclusiva. Logo é um passo inicial para

futuros estudos mais aprofundados neste player da cadeia logística.

Para que este estudo pudesse ser realizado, foi necessário fazer um mapeamento da

movimentação de contêiner no Brasil. É importante frisar que o fato da pesquisa ter sido

realizada em meados de 2016, os dados coletados são referentes aos anos de 2010 a 2015.

Uma compreensão mais acurada quanto aos níveis de carregamento da capacidade

ofertada nas linhas regulares em 2016 requeria uma utilização de dados de movimentação

de carga referente ao mesmo período. Portanto, os volumes de movimentação de carga

praticados em 2016, por não terem dados divulgados no momento de a pesquisa realizada

pelo fato do período analisado não ter sido fechado, foram ajustados pelos percentuais de

variação observados e divulgados pela agencia reguladora do setor. Este ajuste foi

realizado somente na rota da carga objeto de estudo para avaliação do potencial do Porto

do Açu para movimentação de contêiner sob a ótica de um Hub Port. A metodologia de

análise desta movimentação de contêiner está descrita no capítulo 6 - Movimentação de

Contêiner no Brasil.

19

3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O capítulo 1 é reservado para explanar a relevância do assunto que motivou um estudo

mais específico no transporte de contêiner e movimentação de contêiner no Brasil, além

da importância dos portos concentradores de carga dada a grande alteração que a indústria

marítima de transporte de contêiner sofreu ao longo dos quase 70 anos de existência, com

a concentração do market share em poucas e grandes companhias.

O capítulo 2 aborda sobre os objetivos e limitações do trabalho.

O capítulo 4 trata do papel do porto na cadeia logística, os diferentes modelos de

exploração desta indústria e os fundamentos legais e regulatórios em que os portos estão

inseridos no Brasil, atualmente. Este capítulo também fala da evolução destes portos ao

longo da história brasileira, e dos agentes reguladores e poderes aos quais estes portos

estão submetidos nos dias de hoje. Por fim, há uma descrição das estatísticas atuais de

desempenho destes portos.

O capítulo 5 tratada do histórico das linhas regulares, e a estrutura cartelizada as quais

essas linhas de navegação, em especial de transporte de contêiner, se organizaram ao

longo de muitos anos. Também aborda sobre as atuais formas de cooperação entre as

companhias e como estão organizados estes conglomerados. Ao longo deste capítulo se

encontra, também, as características do trade brasileiro no transporte contêiner e os

serviços ofertados, com suas respectivas características, tanto na navegação de longo

curso quanto na cabotagem.

O capítulo 6 se restringe aos volumes de movimentação de carga no trade brasileiro ao

longo de seis anos, de 2010 a 2015, inclusive. A movimentação foi estratificada por cada

tronco, rota e serviço, conforme definidos pelo autor, como também por sentido de

navegação da carga: embarque / exportação e desembarque / importação.

O capítulo 7 aborda sobre o Porto do Açu, falando do histórico do porto e sobre o possível

terminal de movimentação de contêiner, concentrador de carga. Neste capítulo são

tratados, também, as premissas do estudo e o que busca ser analisado para esta avaliação.

Vale ressaltar que a avaliação deste estudo para o porto é pautada no comportamento dos

custos para uma hipotética alteração na estrutura de serviços de transportes no Brasil e

não em critérios internos de políticas estratégicas e operacionais do porto.

Por fim, o capítulo 8 traz as conclusões do estudo com observações do autor sobre os

impactos desta alteração no aspecto de transportes de contêiner no Brasil.

20

4 PORTOS

4.1 O que é o porto?

Porto é o local onde se processa a transferência de cargas e passageiros entre as vias

navegáveis e terrestres, portanto sendo caracterizado com um nó intermodal na rede de

transporte onde cargas e passageiros trocam o modo do transporte.

Estes são construídos e aparelhados de modo a atender as necessidades da navegação e

de movimentação de cargas e pessoas, além de armazenar mercadorias.

As instalações portuárias são compreendidas por ancoradouro, docas, cais, pontes e píeres

de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de circulação interna,

entre outros. A infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto são as guias-

correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e área de fundeio. Ainda no

âmbito da infraestrutura portuária, o porto necessita de vias de acesso terrestre, como

estradas e ferrovias, além de acesso ao próprio porto, com portões de entrada, rampas e

ramais ferroviários.

Para que a infraestrutura portuária seja operacional na movimentação de cargas entre

porto e navio, o porto necessita de ativos fixos construídos sobre a infraestrutura, o que é

conhecido como superestrutura. Estes ativos podem ser galpões, silos, tanques de

combustível, prédios de escritórios, além dos equipamentos de movimentação de carga

como: guindastes, empilhadeiras, caminhões-tratores, dentre outros.

Em geral, o porto possui uma administração centralizada, conhecida como autoridade

portuária, a qual fica a cargo do desenvolvimento e planejamento do porto. Esta também

é responsável pela construção e manutenção dos acessos, serviços de dragagem,

aprofundamento dos canais e bacias de evolução, ampliação e manutenção dos molhes.

As atividades de movimentação de carga, armazenagem e reparos podem ser oferecidas

por diferentes operadores independentes, sendo executada, então, por uma subdivisão do

porto em unidades operacionais menores, chamadas de terminais, com gestão própria.

Estes terminais podem ser unidades independentes, operando em áreas arrendadas, ou

ainda proprietárias de suas próprias áreas, dependendo da governança do porto ser pública

ou privada. Pode, ainda, haver cais público compartilhado por diferentes operadores, os

quais pagam por tempo de utilização do cais.

21

No que se refere aos serviços ofertados pelos portos modernos, estes podem se dividir

principalmente em duas categorias: serviços principais e serviços de valor agregado. Os

serviços principais fornecidos pela maioria dos portos, mas não limitados a estes, são:

Serviços Marítimos:

o Acesso e Proteção;

o Praticagem;

o Reboque;

o Gerenciamento de tráfego;

o Combate ao Incêndio; e

o Sinalização e Iluminação de tráfego.

Serviços de Terminal:

o Amarração de navios;

o Manuseio e transferência de contêiner;

o Movimentação de carga neobulk, breakbulk;

o Manuseio de granel liquido e sólido;

o Ova e desova de contêiner; e

o Armazenamento de carga, recebimento e entrega.

Serviços de Reparo:

o Dragagem e manutenção de canais e bacias;

o Reparo de embarcações;

o Manutenção de equipamentos; e

o Reparo de contêineres.

Serviços de Gestão:

o Gerenciamento de informações;

o Segurança de carga e equipamentos; e

o Administração da área.

Serviços de valor agregado, em geral, podem incluir manutenção de equipamentos,

aluguel de equipamentos, serviços de limpeza de porão, coleta de resíduos, abastecimento

de combustível, água, serviços de despachante, entre outros.

22

4.2 Modelos de Exploração Portuária

Conforme o Banco Mundial (World Bank, 2007), os modelos de exploração portuária, de

acordo com os envolvimentos de entidades público e privada, podem ser caracterizados

como a seguir.

Tabela 4.1 - Modelos de Exploração Portuária

Modelo

Portuário

Regulamentação

e Supervisão

Gestão de

Áreas

Comuns

Gestão de

Áreas de

Uso Restrito

Operação

Portuária

Service Port Pública Pública Pública Pública

Tool Port Pública Pública Pública Privada

Landlord Port Pública Pública Privada Privada

Private Landlord

Port Pública Privada Privada Privada

Fully Private Port Privada Privada Privada Privada

Fonte: World Bank, 2007

As atividades portuárias apresentadas na Tabela 1 podem ser definidas da seguinte forma

(UnB – CERME).

i. Regulamentação e Supervisão: Envolve um conjunto de obrigações e

responsabilidades, em geral definidas por resoluções e normas legais, que são

desempenhadas por um ente central, chamado de autoridade portuária. A este ente

cabem as funções de planejamento do porto e definições de políticas para

expansão e prestação de serviços, incluindo os marítimos. Inclui ainda função de

fiscalização, mediação de conflitos entre prestadores de serviços portuários e

usuários em geral. Não é competência deste ente a regulação portuária, cujo

caráter mais amplo e setorial é executado pelo governo;

ii. Gestão de áreas: Comuns: O gestor das áreas comuns é responsável pela

infraestrutura e superestrutura de uso comum, o que inclui construção,

manutenção e reparos de quebra-mares, acesso terrestre, aquaviário e de cais,

assim como instalações de fornecimento de energia e saneamento básico;

23

iii. Gestão de Áreas de Uso Restrito: As áreas de uso restrito são aquelas onde a

infraestrutura e superestrutura instaladas tem sua utilização decidida de forma

separada das decisões do desenvolvimento e do emprego das estruturas de uso

comum. Como exemplo temos os terminais portuários especializados na

movimentação de um tipo de carga, que podem ser administradas tanto por um

ente público como por um ente privado. No caso de um ente privado, este deve

respeitar a regulamentação e supervisão da autoridade portuária, e dadas as

condições gerais das áreas de uso comum, uma determinada área, dentro do porto,

será gerida por este ente privado que a desenvolverá de acordo com seus

interesses; e

iv. Operação Portuária: A operação portuária diz respeito a transferência de bens e

passageiros entre uma embarcação e o porto, bem com sua movimentação no

porto. Este envolve a estiva, capatazia e a armazenagem. A transferência dessas

atividades ao setor privado pode, ou não, ser acompanhada da venda ou concessão

de uma área de uso restrito dentro do porto, como um lote, ao ente privado.

O modelo de porto Service Port é visto como um serviço público, não voltado ao lucro.

Destaca-se neste modelo, cada vez menos utilizado ao redor do mundo, a atuação

predominantemente pública, onde a terra e os ativos portuários são de propriedade

pública, e empresas públicas são criadas para os investimentos e gestão portuária,

incluindo a operação, que também são de geridas por servidores públicos. Este modelo

foi amplamente utilizado no Brasil até a “Lei da Modernização dos Portos”, Lei n°

8.630/93, quando a União se desvinculou da obrigatoriedade das atividades de operação,

permitindo o acesso da iniciativa privada neste segmento.

No modelo portuário chamado de Tool Port, a propriedade de terras e ativos portuários

também é pública. Sua diferença em relação ao Service Port se deve ao fato de que a

operação neste modelo é privada. Neste modelo, as atividades administrativas, como:

controle de acessos terrestres e marítimos, suporte e coordenação geral das atividades de

movimentação realizadas no condomínio portuário são diferenciadas das atividades de

operação portuária, como: armazenamento temporário de cargas, estufamento de

contêineres e transbordo de mercadorias. Este também foi um modelo de exploração

adotado no Brasil, nos portos onde tanto o investimento em infraestrutura quanto em

superestrutura era de responsabilidade de empresas públicas.

24

O Landlord Port, é um modelo de origem europeia, e atualmente é o modelo de

exploração portuária mais utilizado no mundo. Neste modelo a administração portuária e

o investimento em infraestrutura ficam sob responsabilidade do Estado, enquanto as

atividades de operação e os investimentos em superestrutura ficam a cargo da entidade

privada. Este modelo foi adotado nos portos públicos nacionais a partir da “Lei da

Modernização dos Portos”, ficando sob responsabilidade das Companhias Docas a

responsabilidade pública e o papel de autoridade portuária. Este modelo de exploração

permanece em utilização no atual marco legal, embora com atualizações e adaptações,

como, por exemplo, a transferência a um órgão central, chamado de poder concedente, da

função de licitar os novos arrendamentos, cabendo à agencia reguladora fiscalizar o

cumprimento de suas metas.

Uma variação ao modelo anterior é o Private Landlord Port, que existe, por enquanto,

apenas na teoria, e apesar da propriedade da terra e dos ativos continuarem públicas, os

investimentos em infraestrutura passam a ser de responsabilidade privada, os quais farão

a gestão dos ativos públicos por um período determinado, até a amortização dos seus

investimentos. Este ente privado irá ser remunerado, entretanto, segundo regras tarifárias,

metas de desempenho, prazos e demais condições dispostas na regulação setorial e em

contrato.

Por fim, tem-se o modelo Fully Private Port, ou apenas Private Port, onde tanto a

administração quanto a operação portuária são privadas, cabendo ao proprietário do porto

todos os investimentos em infraestrutura e superestrutura. A exploração é feita por meio

de mera autorização, que poderá prever critérios tarifários e metas de desempenho, como

movimentação mínima, mas não havendo direito a indenização ao final outorga pelos

bens revertidos à União. O risco do negócio nesse modelo é completamente do ente

privado, não havendo garantia do poder público quanto às previsões de demanda de

cargas a serem movimentadas. Como exemplo deste modelo, no Brasil, tem-se os

terminais de uso Privado fora dos portos organizados.

Este trabalho não pretende discorrer entre vantagens e desvantagens de cada modelo de

exploração, visto que não existe uma solução ideal, e a decisão de adotar algum deles

passa por um âmbito superior ao que pretende ser abordado neste relatório.

25

4.3 A Evolução do Sistema Portuário no Brasil

O Brasil possui uma costa com mais de oito mil quilômetros de extensão, onde a maioria

das unidades produtivas e industriais se desenvolveram ao entorno das instalações

portuárias, construídas principalmente para escoamento de produção de suas áreas de

influência.

A evolução deste sistema portuário teve sua primeira inflexão no ano de 1808, no período

imperial, com a Carta Régia promulgada por D. João VI, o qual viabilizou a “abertura dos

portos às nações amigas” permitindo as primeiras e principais concessões para exploração

das atividades portuárias no Brasil. Neste período, os portos se resumiam a pequenos

atracadouros e trapiches e mantinham uma operação totalmente dependente da força de

trabalho indígena e africana (CODESP, 2005). Em razão do movimento comercial

crescente entre Brasil e Europa, principalmente Inglaterra, nos anos seguintes, estes

trapiches se multiplicaram às centenas em “Regime de Permissão”, também por D. João

VI. Anos mais tarde, este regime se transformaria em “Regime de Concessão” como

solução encontrada pelo Governo Imperial para incentivar a implantação de obras de

interesse público e o desenvolvimento dos portos brasileiros. Em 1869 o Governo

Imperial aprovou a primeira lei de concessão à exploração de portos pela iniciativa

privada, conhecida como “Lei das Docas”. Este foi o período embrionário do sistema

portuário brasileiro, e foi sofrer sua grande alteração no regime republicano.

Pouco mais de quarenta anos após a instituição da República, na década de 30, é

instaurado por Getúlio Vargas o Governo Constitucional, conhecido adiante como Estado

Novo, período em que o sistema portuário, através de sua regulação, com vistas à

modernização dos portos, recebe a sua primeira reforma. As administrações portuárias,

que até então eram privadas, passaram a fazer parte de um programa estatizante, sendo os

portos, a partir de então, tratados como um fator de desenvolvimento econômico sob o

controle do Estado (KAPPEL, 2004). Em 1934, por força de Decreto, definiu-se que todas

as instalações portuárias deveriam ser objeto de concessão e abertas ao público, acabando

com a figura dos terminais Privados dentro dos portos organizados, a exceção àqueles

destinados ao transporte de inflamáveis. Fica caracterizado o modelo de um sistema

monopolista estatal, onde não seria mais possível que um particular tivesse propriedade

de um porto ou terminal, salvo exceção mencionada.

26

O início da quebra do monopólio legal ocorreu com a Lei 6406, de 1944, que possibilitava

a construção de “instalações portuárias rudimentares” pelos Estados e Municípios, fora

da área dos portos organizados e concedidos.

Após esta grande mudança no sistema portuário brasileiro, o poder público atuou de

forma significante no setor portuário, como na criação, em 1963, do DNPVN –

Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, que era uma autarquia vinculada

ao Ministério dos Transportes. Outra criação importante foi a Portobrás – Empresa de

Portos do Brasil S.A, em 1975, no governo militar, a qual absorveu a administração e

gestão direta dos portos e hidrovias, ou através de suas controladas, as Companhias

Docas. A extinção da Portobrás ocorreu em 1991 e o Ministério dos Transportes

determinou que os portos passassem a ser administrados diretamente pelas Companhias

Docas (BNDES, 1996), estes exploravam o cais comercial como operador portuário e era,

ao mesmo tempo, a Autoridade Portuária nacional. O sistema Portobrás foi um avanço

significativo na época, com importantes investimentos em equipamentos portuários e

infraestrutura portuária. Porém com o passar do tempo o sistema foi se tornando uma

máquina do poder político e sindical, transformando-se em um verdadeiro “dinossauro

estatal”. (RODRIGUES, 2001)

Esta função da incapacidade demonstrada pelo Estado em propiciar os investimentos

necessários para as modernizações exigidas pelos portos em função da evolução no

sistema de transporte marítimo mundial, os portos brasileiros passaram por um longo

processo de sucateamento, fazendo com que estes ficassem às “margens” da tecnologia

já adotadas por portos mais avançados no mundo, como os de Rotterdam, Hong Kong e

Cingapura. Além disso, o monopólio a um sistema ultrapassado, constituído pela estatal

Companhia Docas e pelo controle da mão-de-obra por parte dos sindicatos dos

trabalhadores avulsos, afastava os investimentos privados no setor portuário, impedindo

a modernização dos portos brasileiros. (NETO e VENTILARI, 2004).

Entretanto, um marco muito importante se deu no início da década de 90, quando, diante

do quadro preocupante em que se encontrava o sistema portuário nacional, o Governo

Federal decidiu modernizar os portos, através da transição de um modelo fortemente

centralizado para a descentralização, através do desenvolvimento de ações

‘desestatizantes’ e desburocratizantes com o advento da Lei 8.630 de 1993, conhecida

como a “Lei de Modernização dos Portos”. Essa lei, no intuito de superar os problemas

27

citados anteriormente, buscou uma nova regulação com o intuito de integrar o Brasil, de

forma efetiva, às demandas do comércio internacional.

4.3.1 Lei 8.630 / 1993 – “Modernização dos Portos”

A Lei 8630/93 introduziu significativas mudanças no setor portuário, especialmente no

que diz respeito ao uso e à administração dos portos, à movimentação de carga, aos

contratos de arrendamento e gestão da mão-de-obra. Esta lei foi promulgada com o

objetivo de tornar os portos mais ágeis e competitivos frente ao mercado internacional,

uma vez que os custos operacionais eram muito superiores aos praticados no exterior.

A lei da modernização dos portos teve quatro pilares básicos: a ampliação do direito da

iniciativa privada em realizar as operações portuárias; criação do Órgão Gestor da Mão

de Obra (OGMO); criação da Administração Portuária; e a instituição do Conselho da

Autoridade Portuária (CAP), dividida em três grupos: poder público, operadores

portuários e trabalhadores portuários.

Essas mudanças determinaram uma nova organização administrativa para o setor

portuário que no exercício da sua competência institucional, adotou como principais

objetivos da sua gestão: conceder a operação portuária e o arrendamento de áreas

portuárias, gerando recursos para o governo; incentivar a concorrência entre os portos e

terminais, de modo a reduzir custos e obter maior eficiência; e acabar com o monopólio

dos trabalhadores portuários.

Dentre os avanços mais significativos e os resultados imediatos da implementação da Lei

da Modernização dos Portos, destacam-se:

Extinção do monopólio das Administrações Portuárias nos serviços de

movimentação de cargas nos cais públicos que passam a ser realizados por

empresas privadas, mediante sua qualificação como operadores portuários;

Possibilidade de a União, sempre por meio de licitação pública, descentralizar o

setor portuário mediante concessão da exploração de porto público organizado,

bem como mediante contratos de arrendamento entre o concessionário e o

interessado privado, para a exploração comercial de áreas e instalações

portuárias;

Possibilidade de a União concentrar os investimentos públicos em obras de

infraestrutura, deixando sob a responsabilidade da iniciativa privada os

28

investimentos relativos a superestrutura, aparelhamento portuário, recuperação e

conservação das instalações;

Quebra do monopólio dos sindicatos de trabalhadores avulsos no fornecimento e

escalação da mão-de-obra para as operações portuárias; e

Constituídos os Órgãos de Gestores de Mão-de-Obra (OGMO) para substituírem

os sindicatos dos trabalhadores, no fornecimento de mão-de-obra aos operadores

portuários.

Neste contexto, a política do governo federal foi dada no sentido de consolidar as

parcerias privadas dentro dos portos organizados, por meio da privatização das operações

portuárias, com a complementação da atividade através da participação dos terminais de

uso Privado e promover a descentralização do setor, transferindo as administrações dos

portos para os estados e municípios, ou, no caso de portos ainda sob jurisdição federal,

conceder-lhes autonomia administrativa e financeira.

Para a execução desses objetivos, o governo retirou-se da prestação de serviços

portuários, que passaram a ser executados pelo setor privado, com o objetivo da melhoria

da qualidade dos serviços ofertados ao público, a otimização do uso de suas instalações e

a redução dos custos. Além disso, procura o fortalecimento econômico e financeiro das

unidades portuárias, permitindo que o governo federal não arque mais com a totalidade

dos investimentos nos portos.

Desta maneira, todos os serviços portuários foram transferidos ao setor privado. A

Autoridade Portuária permaneceu, porém, como entidade de natureza pública, agindo

como gestora do patrimônio, promotora do desenvolvimento portuário e controladora das

demais entidades públicas e privadas atuantes no porto. Os portos assim configurados,

com regras estáveis e ampla concorrência entre e intraporto, passaram a atuar

perfeitamente como plataformas logísticas dos fluxos de cargas, integrando os diversos

modais e agregando valor ao comércio exterior de mercadorias e de abastecimento.

Em conformidade com a política de descentralização dos portos, em 10 de maio de 1996,

foi promulgada a Lei No. 9227, que autoriza a União, por meio do Ministério dos

Transportes, a “delegar a administração e exploração dos portos públicos a estados e

municípios”. O prazo estipulado para a delegação é de no máximo 25 anos, prorrogável

por igual período.

29

Ao final da década de noventa, uma notável melhoria podia ser identificada concomitante

a um processo de modernização do sistema portuário, de modo que a inserção do Brasil

em um processo globalizado da economia pudesse ser permitida.

No início do século XXI, destacou-se neste segmento a criação da agência reguladora do

setor, ANTAQ – Agência Nacional de Transporte Aquaviário, em 2001, com a finalidade

de dar prosseguimento à política e planejamento estratégico do Governo Federal em

relação ao setor portuário nacional. O objetivo principal é fiscalizar e regular a exploração

da infraestrutura do setor aquaviário.

4.3.2 Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ

Em 5 de junho de 2001, foi promulgada a Lei No. 10.233, a qual dispõe sobre a

restruturação dos transportes, inclusive o transporte aquaviário com a criação da Agência

Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ.

Esta agencia é uma entidade integrante da administração federal indireta, submetida ao

regime autárquico especial, com personalidade jurídica de direito público, independência

administrativa, autonomia financeira e funcional, vinculadas à Secretaria de Portos da

Presidência da República – SEP/PR, com sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar

unidades regionais.

Constitui esfera de atuação da ANTAQ: a navegação fluvial, lacustre, de travessia, de

apoio marítimo, de apoio portuário, de cabotagem e de longo curso; os portos organizados

e as instalações portuárias nele localizadas; os terminais de uso privado (TUP), estação

de transbordo de carga (ETC); instalação portuária pública de pequeno porte (IP4) e

instalação portuária de turismo (IPT); o transporte aquaviário de cargas especiais e

perigosas; e a exploração da infraestrutura aquaviária federal.

A Agência tem por finalidade:

Implementar em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Conselho

Nacional de Integração de Políticas de Transporte, Pelo Ministério dos

Transportes e pela Secretaria de Portos da Presidência da República – SEP/PR;

Regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviço de

transportes aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária,

exercida por terceiros com vistas a:

o Garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões

de serviço adequado relativos aos atributos de atualidade, conforto,

30

continuidade, cortesia, eficiência, generalidade, higiene, modicidade

tarifária, pontualidade, sustentabilidade ambiental, regularidade e

segurança;

o Harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas

concessionárias, permissionárias, autorizatárias e arrendatárias, e de

entidades delegadas, preservando o interesse público; e

o Arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem

competição imperfeita ou infração da ordem econômica.

Em 2007 ocorreu a criação da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República

– SEP/PR, a qual obteve uma pasta própria, retirando o sistema portuário de um plano

inferior, quando ainda era um setor no Ministério dos Transportes.

4.3.3 Secretária Espacial de Portos da Presidência da República – SEP/PR

Criada pela Medida Provisória No. 369/2007, convertida em Lei No. 11.518, em 2007, a

SEP/PR tem como atribuições a formulação de políticas e diretrizes para o

desenvolvimento e o fomento do setor de portos e instalações portuárias marítimos,

fluviais, lacustres e, especialmente, promover a execução e a avaliação de medidas,

programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura

dos portos e instalações portuárias.

Além disso, figuram também como competência da SEP/PR elaborar planos gerais de

outorgas, aprovar os planos de desenvolvimento e zoneamento dos portos marítimos,

fluviais e lacustres; fixar compromissos de metas e de desempenho empresarial, promover

a modernização, a eficiência, a competitividade e a qualidade das atividades portuárias.

Passam a ser vinculadas à SEP/PR a Agência Nacional de Transportes Aquaviários e as

Companhia Docas que são Sociedades de Economia Mista.

Neste novo modelo de gestão, os portos são vistos como agentes indutores de negócios,

havendo neste momento o início do processo de profissionalização da gestão portuária,

focada na gestão de resultados.

Já em 2012, a Medida Provisória 595, também chamada de “MP dos Portos” estabeleceu

novas regras para as concessões dos portos, melhorando a eficiência dos portos nacionais.

Esta MP dos Portos se transformou mais tarde na Lei 12.815, de 2013, a qual “regula a

exploração pela União, direta ou indiretamente, dos portos e instalações portuárias e as

31

atividades desempenhadas pelos operadores portuários” (Art. 1º, Lei 12.815/2013). Esta

lei encontra-se vigente até os dias de hoje.

4.3.4 Lei 12.815 / 2013 – “Nova lei dos Portos”

De acordo com a Lei 12.815, de 2013, a exploração indireta do porto organizado e das

instalações portuárias nele localizadas deve ocorrer mediante concessão ou arrendamento

do bem público. Já a exploração de instalações portuárias localizadas fora da área do porto

organizado deve ocorrer mediante autorização.

Estas concessões, arrendamentos e autorizações são outorgados a pessoa jurídica que

demonstre capacidade para desempenhar tais funções, tendo os investimentos e riscos

assumidos pela mesma.

Entende-se por concessão, arrendamento e autorização como se segue:

Concessão: cessão onerosa do porto organizado, com vistas à administração e à

exploração de sua infraestrutura por prazo determinado. (Esta é formalizada por

meio de contrato de concessão. É necessária licitação, que pode ser na modalidade

leilão);

Arrendamento: cessão onerosa de área e infraestrutura públicas localizadas

dentro do porto organizado, para exploração por prazo determinado. (Esta é formalizada

por meio de contrato de arrendamento. É necessária licitação, que pode ser na modalidade

leilão); e

Autorização: outorga de direito à exploração de instalação portuária localizada

fora da área do porto organizado e formalizada mediante contrato de adesão. (Esta é

formalizada por meio de um contrato de autorização, com clausulas pré-determinadas –

contrato de adesão).

As concessões e arrendamentos são realizadas mediante celebração de contrato, sempre

precedida de licitação, competindo à Antaq, com base nas diretrizes do poder concedente,

realizar estes procedimentos licitatórios.

Uma vez finalizado o prazo do contrato, os bens vinculados à concessão ou ao

arrendamento são revertidos ao patrimônio da União, na forma prevista no contrato.

O poder concedente é exercido por intermédio da Secretaria de Portos da Presidência da

República, conforme Decreto No. 8.033, de 27 de junho de 2013. Esse decreto

32

regulamenta o disposto na Lei 12.815/2013, e as demais disposições legais que regulam

a exploração de portos organizados e de instalações portuárias.

Este novo marco regulatório trouxe significativas mudanças, principalmente, na

classificação do conceito da natureza da carga, na qual os antigos terminais de uso Privado

de uso exclusivo, ou uso misto, contidos na lei, revogada, 8.630, eram classificados. Passa

a não existir mais o conceito de “carga própria”. Outra grande mudança foi na regulação

da mão-de-obra do trabalhador portuário. A Lei 12.815 estabelece algumas alterações em

relação à legislação anterior (Lei 8.630/93), tais como a previsão de renda mínima ao

trabalhador portuário avulso.

Seis serviços portuários foram tipificados na Lei 12.815/2013, conforme descrito no

artigo 40: capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, vigilância de

embarcações e bloco. Abaixo segue o detalhamento dos principais serviços portuários

tipificados:

Capatazia: atividade de movimentação de mercadorias nas instalações

dentro do porto, compreendendo o recebimento, conferência, transporte

interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação,

arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de

embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário;

Estiva: atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos

porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo,

arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga,

quando realizados com equipamentos de bordo;

Conferência de carga: contagem de volumes, anotação de suas

características, procedência ou destino, verificação do estado das

mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais

serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de

embarcações; e

Conserto de carga: reparo e restauração das embalagens de

mercadorias, nas operações de carregamento e descarga de embarcações,

reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem,

abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição;

33

4.4 Instalações Portuárias dedicadas a Contêiner no Brasil

Atualmente, no Brasil, a movimentação de contêiner é realizada através de portos

públicos organizados e Terminais de Uso Privado – TUP.

Dentre os portos públicos organizados, encontram-se aqueles com administração exercida

pela União, no caso das Companhias Docas, ou administração delegada1 a estados,

municípios ou consórcios públicos.

O porto público organizado é classificado como:

Bem público construído e aparelhado para atender as necessidades de

navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e

armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob

jurisdição de autoridade portuária.

Art. 2º, Lei 12.815/2013

O termo porto público organizado será tratado, neste texto, a partir deste momento como

Porto, assim como os Terminais de Uso Privado, pela sua abreviação TUP.

A Tabela 4.2 apresenta a relação das Autoridades Portuárias com os portos públicos mais

relevantes na movimentação de contêiner, e classificados de acordo com o tipo de

administração: federal, estadual ou municipal.

Tabela 4.2 - Porto Público Organizado por Administração

Administração

Federal2 Portos

Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ Porto do Rio de Janeiro,

Itaguaí

Companhia Docas da Bahia – CODEBA Porto de Salvador

Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP Porto de Santos

1 Delegação: transferência, mediante convênio, da administração e da exploração do porto organizado para

Municípios ou Estados, ou a consórcio público, nos termos da Lei nº 9.277, de 10 de maio de 1996.

2 Portos públicos administrados por Companhia Docas.

34

Companhia Docas do Pará – CDP Porto de Vila do Conde

Companhia Docas do Estado de Espírito Santo -

CODESA

Porto de Vitória

Estadual Portos

SCPar Porto de Imbituba S.A Porto de Imbituba

Superintendência do Porto do Rio Grande - SUPRG Porto de Rio Grande

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina -

APPA

Porto de Paranaguá

Administração do Porto de São Francisco do Sul –

APSFS

Porto de São Francisco do Sul

Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDEC/PE Porto de Suape

Companhia de Integração Portuária do Ceará –

Cearáportos

Porto de Pecém

Municipal Portos

Administração Hidroviária Docas Catarinense - ADHOC Porto de Itajaí

Dentro da área destes Portos estão os operadores portuários, os quais exploram as

instalações dos portos públicos mediante contrato de arrendamento.

Por definição, na Lei 12.815/2013, o operador portuário é:

Pessoa jurídica pré-qualificada para exercer as atividades de movimentação de

passageiros ou movimentação e armazenagem de mercadorias, destinadas ou

provenientes de transporte aquaviário, dentro da área do porto organizado.

A Tabela 4.3 a seguir apresenta os operadores portuários dentro de áreas de portos

organizados, e são dedicados à movimentação de contêiner.

35

Tabela 4.3 - Operador Portuário por Porto Organizado

Porto Organizado Operador Portuário

Porto de Santos

Libra Terminais - Santos

Tecon Santos

Ecoporto (Antigo Tecondi)

Brasil Terminais Portuários - BTP

Porto do Rio de Janeiro

Libra Terminais – Rio

Multi Rio Operações Portuárias

Porto de Itaguaí Sepetiba Tecon

Porto de Salvador Tecon Salvador

Porto de Vitória Terminal de Vila Velha

Porto de Vila do Conde Tecon Vila do Conde

Porto de Imbituba Tecon Imbituba

Porto de Itajaí APM Terminals – Itajaí

Porto de Paranaguá Terminal de Contêineres de Paranaguá –

TCP

Porto de Rio Grande Tecon Rio Grande

Porto de Pecém APM Terminals – Ceará

Porto de São Francisco do Sul Terminal Portuário de Santa Catarina –

TESC

Porto de Suape Tecon Suape

36

Por outro lado, os Terminais de Uso Privado – TUP, são instalações localizadas fora do

porto organizado, portanto, administradas por operador portuário.

A Tabela 4.4 apresenta os Terminais de Uso Privado mais relevantes na movimentação

de contêiner.

Tabela 4.4 – TUP’s dedicadas à Movimentação de Contêiner

Terminal de Uso Privado Estado Município

Porto de Chibatão AM Manaus

Super Terminais AM Manaus

Terminais Portuários de Navegantes – Portonave SC Navegantes

Itapoá Terminais Portuários SC Itapoá

Empresa Brasileira de Terminais Portuários -

Embraport

SP Santos

A área utilizada pelos operadores portuários, tanto nos Portos quanto nas TUP’s, será

denominada instalação portuária. Portanto as instalações portuárias dentro dos Portos são

instalações arrendadas mediante contrato de arrendamento, realizado através do poder

concedente, e as instalações portuárias nas TUP’s são instalações autorizadas mediante

contrato de adesão, também pelo poder concedente.

A Figura 4.1, a seguir, apresenta a localização dos das instalações portuárias, conforme

apresentado nas Tabelas 3 e 4.

37

Figura 4.1: Instalações Portuárias no Brasil

Além das instalações portuárias arrendados ou autorizados, descritos nas Tabelas 3 e 4

acima, há também as instalações públicas localizadas dentro da área do porto organizado.

A Tabela 4.5 abaixo apresenta as instalações portuárias públicas dentro da área dos portos

organizados.

Tabela 4.5: Instalações Portuárias Públicas

Porto Organizado Instalação Portuária

Porto de Santos Cais Público (Santos)

Porto de Itajaí Cais Comercial (Itajaí)

São Francisco do Sul Cais Público A3 (SFS)

Cais Público A4 (SFS)

Porto de Suape Cais Público (Suape)

Porto de Vila do Conde Terminal de Múltiplo Uso - 1

Estas instalações portuárias públicas podem ser operadas por qualquer operador portuário

devidamente qualificado para exercer a atividade. Vale ressaltar que as instalações

38

portuárias arrendadas não são necessariamente operadas pelo próprio arrendatário,

ficando a cargo deste a liberação para utilização de sua área para um terceiro operador

portuário mediante remuneração pela área e equipamentos.

O Anexo I – Instalações Portuárias Dedicadas à Movimentação de Contêiner no Brasil,

apresenta informações gerais, de infraestrutura e equipamentos dos Operadores

Portuários e dos Terminais de Uso Privado dispostos nas Tabelas 4.3 e 4.4.

4.5 Desempenho Portuário nas Instalações Portuárias Brasileiras

As instalações portuárias brasileiras, localizadas nos portos organizados e em terminais

de uso privado possuem seus índices de desempenhos portuários monitoradas pela Antaq,

de modo que índices gerais, como: consignações médias, prancha média, tempos de

atracação, operação, tempos de espera e desatracação são registrados e disponibilizados

publicamente. Os indicadores médios de desempenho são informações concedidas à

Agência reguladora do setor por cada terminal portuário brasileiro, seja em dentro do

porto organizado (Porto) ou dentro de uma TUP.

4.5.1 Consignação Média

A consignação média é a razão da quantidade total de contêineres movimentados

(unidades), tanto no embarque quanto desembarque, em um terminal, pela quantidade

total de navios atracados. Quanto maior a consignação de um terminal portuário, melhor

é o seu desempenho.

No ano de 2015, a média nacional de consignação média dentro dos terminais portuários

foi de 544 contêiner/navio. Dentre os 22 principais terminais portuários de movimentação

de contêiner no Brasil, localizados dentro dos 12 portos organizados, apenas 8 terminais

apresentam consignações médias acima da média nacional. Estes estão localizados dentro

de 3 portos organizados: Porto de Santos: BTP (1.116), TECON (1.090), LIBRA (1.012)

e TECONDI (738); Porto de Vitoria: TVV (728); Porto de Rio Grande: TECON (609),

Porto de Paranaguá: TCP (567); e Porto de Itajaí: Cais Comercial (931). O terminal que

registrou a pior consignação média está localizado no Porto de Vila do Conde: Terminal

de Múltiplo Uso (223).

O Gráfico 4.1 abaixo, apresenta as consignações médias por terminal portuário localizado

dentro dos portos organizados e sua respectiva média.

39

Gráfico 4.1: Consignação Média - Terminais dentro do Porto Organizado - 2015

Por outro lado, os terminais portuários dentro dos Terminais de Uso Privado (TUP),

apresentam consignações médias bastante elevadas. Com exceção do Porto de Itapoá que

registrou uma consignação de média, em 2015, de 516 contêiner/navio, o Porto de

Chibatão, PORTONAVE, e EMBRAPORT registraram consignações médias de 1.452,

843, e 838 contêineres/navios. O Gráfico 4.2 abaixo, apresenta as consignações médias

por terminal portuário localizado dentro dos TUP’s.

447

1.116

392

375

369

394

931

1.012

399

369

289

567

336

447

609

385

1.090

415

738

223

343

728

APMT

BTP

Cais Público - A3 (SFS)

Cais Público - A4 (SFS)

Cais Público (Santos)

Cais Público (Suape)

Comercial (Itajaí)

LIBRA

LIBRA RIO

MULTI-RIO

RODRIMAR

TCP

TECON (Imbituba)

TECON (Itaguaí)

TECON (Rio Grande)

TECON (Salvador)

TECON (Santos)

TECON (Suape)

TECONDI

Terminal de Múltiplo Uso -1 (Vila…

TESC

TVV

2015

Média

40

Gráfico 4.2: Consignação Média - TUP - 2015

Os Gráficos 4.3 e 4.4 a seguir, apresentam a evolução das consignações médias, a partir

de seus valores máximos, mínimos e médios registrados nos portos organizados

(PORTOS) e TUP’s, entre os anos de 2010 a 2015.

Gráfico 4.3: Consignações Médias - Porto Organizado - 2010 a 2015

838

1452

516

843

Embraport

Porto Chibatão

Porto Itapoá Terminais Portuários

Portonave - Terminais Portuários de Navegantes

795 823

919

1175 11531116

191151

3

160 160223

399433 454

539 556 544

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Co

nte

iner

/ N

avio

PORTO - Máximo

PORTO - Mínimo

PORTO - Média

41

Gráfico 4.4: Consignações Médias - TUP - 2010 a 2015

4.5.2 Prancha Média

O segundo índice de desempenho é a prancha média. Esse índice quantifica a performance

do terminal quanto a “velocidade” de movimentação de contêineres, tanto no embarque

quanto no desembarque. Portanto é medido a partir da razão da quantidade total de

contêineres movimentados (unidade), pela quantidade do tempo total de operação, em

horas. A unidade de medida deste índice de desempenho é contêiner/hora, e é comumente

conhecido como MPH (movimentação por hora). Quanto maior for o índice prancha

média de um terminal portuário, melhor é o seu desempenho.

Dentro dos portos organizados, em 2015, apenas 10 terminais portuários, localizados em

7 Portos possuem o MPH igual ou superior à média calculada, 43 MPH. No Porto de

Santos: TECON (91), BTP (80) e LIBRA (70); no Porto do Rio de Janeiro: MULTI-RIO

(43) e LIBRA (54); no Porto de Itaguaí: TECON (55); no Porto de Itajaí: Cais Comercial

(68); no Porto de Imbituba: Cais Público (50); no Porto de Paranaguá: TCP (61); e no

Porto de Suape: TECON (44). O terminal que apresenta a pior prancha média está

localizado no Porto de Vila do Conde: Terminal de Múltiplo Uso (15).

O Gráfico 4.5 abaixo apresenta os terminais portuários localizados nos Portos com suas

respectivas pranchas médias, em 2015, e a média nacional destes terminais.

11311012

946

1325

1622

1452

422

213

393504 514 516

777

597662

989 982912

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Co

nte

iner

/ N

avio

TUP - Máximo

TUP - Mínimo

TUP - Média

42

Gráfico 4.5: Prancha Média - Porto Organizado - 2015

Nos Terminais de Uso Privado (TUP), Embraport é o que apresentam o melhor índice

com 87 MPH, seguido por Itapoá, Portonave e Chibatão com 59, 48 e 21 MPH,

respectivamente. O Gráfico 4.6 abaixo apresenta os terminais portuários localizados nas

TUP’s com suas respectivas pranchas médias, em 2015.

Gráfico 4.6: Prancha Média - TUP - 2015

4.5.3 Tempos Médios

O terceiro, e último, índice apresentado neste trabalho, tempo médio de parada no

terminal foi produzido pelo autor a partir de índice de desempenho temporais disponíveis

na Antaq, assim como os apresentados anteriormente. O tempo médio de parada no

terminal representa o tempo total médio do navio desde sua chegada ao terminal, até o

momento de saída do terminal, e é calculado a partir da soma do tempo médio de espera

37

80

17

21

23

33

68

70

54

43

20

61

50

55

40

38

91

44

34

15

19

38

APMT

BTP

Cais Público - A3 (SFS)

Cais Público - A4 (SFS)

Cais Público (Santos)

Cais Público (Suape)

Comercial (Itajaí)

LIBRA

LIBRA RIO

MULTI-RIO

RODRIMAR

TCP

TECON (Imbituba)

TECON (Itaguaí)

TECON (Rio Grande)

TECON (Salvador)

TECON (Santos)

TECON (Suape)

TECONDI

Terminal de Múltiplo Uso -1 (Vila do Conde)

TESC

TVV

87

21

59

48

Embraport

Porto Chibatão

Porto Itapoá Terminais Portuários

Portonave - Terminais Portuários de Navegantes

43

para atracação no terminal, tempo médio de espera para início da operação no terminal,

tempo médio de operação no terminal, e por fim tempo médio de desatracação no

terminal, que é o tempo desde o fim da operação até o momento da desatracação. Todos

os índices de desempenho temporais utilizados neste cálculo foram obtidos no banco de

dados de Desempenho Portuário, no website da Antaq.

Os Gráficos 4.7 e 4.8, a seguir, apresentam a contribuição média, percentual, de cada

parcela dos índices temporais que compõem o tempo médio de parada no terminal, nos

portos organizados e nas TUP’s, respectivamente.

Nota-se que em 2015 o tempo médio de espera para atracação nos terminais localizados

nos portos organizados correspondeu a 35,13%, o tempo médio de espera para início de

operação 6,72%, o tempo médio de operação 47,34% e o tempo para desatracação 10,81%

do tempo médio de parada nos terminais.

Gráfico 4.7: Porcentagem dos Tempos Médios Portuários - Porto Organizado – 2010 a 2015

Por outro lado, os terminais portuários localizados dentro das TUP’s apresentaram,

também em 2015, tempo médio de espera para atracação nos terminais igual a 3,22%, o

tempo médio de espera para início de operação 3,22%, o tempo médio de operação

89,18% e o tempo para desatracação 4,39% do tempo médio de parada nos terminais.

48,34% 48,09% 48,36%38,04% 38,89% 35,13%

2,59% 3,30% 3,82%

5,52% 4,70%6,72%

43,71% 43,49% 39,25%48,35% 45,31% 47,34%

5,37% 5,12% 8,57% 8,08% 11,10% 10,81%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

PORTO - Espera p/ Atracação PORTO - Espera p/ Início de Operação

PORTO - Operação PORTO - Desatracação

44

Gráfico 4.8: Porcentagem Tempos Médios Portuários - TUP - 2010 a 2015

Os Gráficos 4.9 e 4.10, apresentam, respectivamente, o tempo médio de parada no

terminal para os terminais portuários localizados nos portos organizados - Portos, e nos

terminais de uso privado – TUP.

5,94% 1,58% 1,59% 1,57%20,88%

3,22%7,92%

10,45%4,56% 6,46%

2,69%

3,22%

76,52% 79,88%83,14% 84,15%

73,29%

89,18%

9,63% 8,09% 10,71% 7,83% 3,14% 4,39%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

TUP - Espera p/ Atracação TUP - Espera p/ Início de Operação

TUP - Operação TUP - Desatracação

45

Gráfico 4.9: Tempo Médio de Parada nos Terminais - Porto Organizado - 2015

Gráfico 4.10 - Tempo Médio de Parada nos Terminais - TUP - 2015

90,1

69,8

63,4

53,6

52,8

52,4

47,3

43,8

41,8

39,5

39,1

37,6

34,6

32,8

30,2

29,7

27,6

26,8

25,8

22,9

22,1

18,1

Cais Público - A4 (SFS)

TECONDI

Cais Público - A3 (SFS)

TVV

RODRIMAR

Cais Público (Santos)

LIBRA

Cais Público (Suape)

TESC

TECON (Rio Grande)

APMT

Terminal de Múltiplo Uso -1 (Vila do Conde)

BTP

Comercial (Itajaí)

TECON (Santos)

TCP

TECON (Salvador)

TECON (Itaguaí)

TECON (Imbituba)

TECON (Suape)

LIBRA RIO

MULTI-RIO

135,9

45,3

42,1

20,8

Porto Chibatão

Portonave - Terminais Portuários de Navegantes

Embraport

Porto Itapoá Terminais Portuários

46

5 LINHAS REGULARES

O serviço de linha regular, também conhecido como “liner”, é uma frota de navios, com

um proprietário ou gerenciamento em comum, o qual fornece um serviço fixo, em

intervalos regulares, entre portos definidos, e oferece o transporte de qualquer produto

em uma região de influência por aqueles portos e disponível para operação nas datas

determinadas. Um itinerário fixo, a obrigação de aceitar cargas de qualquer embarcador

e transportá-la, estando o navio carregado ou não, em datas fixas com programação

disponibilizadas publicamente distinguem o serviço de linha regular de outras

modalidades de navegação.

5.1 Histórico

As transformações ocorridas no século XVIII, na Grã-Bretanha, a partir da revolução

industrial modificaram substancialmente a navegação mercante no século XIX. O rápido

aumento da produção de manufaturados, especialmente o têxtil, não foi acompanhada

pelo consumo local. Esta mesma tecnologia que gerou o aumento da produção industrial,

também transformou o sistema de transporte que levaria este produto para outros

mercados. Muitos fatores contribuíram para esta mudança, entretanto, quatro fatores

foram de particular importância: primeiro, motores a vapor libertam os navios da

dependência de vento; segundo, cascos de navio feito de aço protegiam as cargas e

permitiam navios maiores, ao invés de cascos de madeira; terceiro, os propulsores que

tornaram os navios mais navegáveis; e, por fim, a rede de cabos submarina que permitiu

negociantes e armadores se comunicarem ao redor do mundo (Martin Stopford, 2009).

Esses fatores contribuíram para que na metade do século XIX surgisse a navegação das

linhas regulares, possibilitando um serviço de transporte marítimo com uma programação

regular de parada em portos de chamada pré-definidos.

Por um século até a década de 60, no século XX, as companhias de linhas regulares

operavam navios versáteis, conhecidos como “cargo liners”. A recente navegação de

linhas regulares não se subdividia em operações especificas para diferentes cargas. As

principais rotas eram entre países europeus e suas colônias na Ásia, África e América do

Sul. Muitas dessas rotas eram desbalanceadas, entregando produtos manufaturados para

as colônias europeias e voltando com matéria prima, de modo que os navios deviam ser

muito versáteis.

47

Embora os “cargo liners” fossem bastante flexíveis, eram também muito custosos, tanto

na intensidade de mão de obra, quanto na aquisição dos ativos. Na década de 50 a mão

de obra do trabalhador portuário se tornou muito cara e a navegação mudou de tal maneira

que o navio mais versátil se tornou menos importante do que a produtividade, que era

baixa pelo tempo gasto na operação de carga e descarga. Isto resultou em uma completa

reestruturação do sistema de navegação, dando lugar a negócios específicos na navegação

de linhas regulares, onde o talvez mais importante deles, e objeto deste trabalho, foi a

navegação de linhas regulares de cargas conteinerizadas.

Indiscutivelmente, a reestruturação mais impactante na navegação de linhas regulares foi

a criação dos contêineres, e um componente essencial para a estrutura da evolução do

contêiner foi a introdução de um sistema integrado de transporte, imaginado e criado por

Malcom P. McLean. Este sistema foi posto em prática em 1956, com a primeira viagem

do antigo navio tanque empregado na Segunda Guerra Mundial, e então convertido em

porta contêiner, Ideal X, carregar 58 contêineres no porto de New Jersey, NJ, para

Houston, TX. A partir de então, a adoção de contêineres permitiu a mecanização dos

sistemas de carregamento e descarregamento nos portos, favorecendo as primeiras formas

de um sistema intermodal, integrando o transporte rodoviário e marítimo.

5.1.1 Conferências de Frete

Desde o início da criação das linhas regulares, na metade do século XIX, a indústria das

companhias de navegação de linhas regulares se organizou em acordos de cooperação

entre si. Após uma experiência inicial de competição acirrada, as companhias buscaram

alcançar estabilidade de retorno criando acordos por onde as taxas de frete eram fixas e a

capacidade era regulada conjuntamente através das conferências de frete.

As conferências de frete são organismos privados, que representam os armadores

presentes em uma determinada área. Elas consistem basicamente de um cartel, no qual

seu objetivo é regular o trafego em que atua, especialmente em termos de taxas de frete e

frequências de viagem (L. Felipe, 1991).

Essas conferências foram isentas de leis de competição e dominaram o transporte

marítimo em todo o mundo. Enquanto mais de um século tenha se passado desde o

primeiro tipo desses acordos (Conferencia de Calcutta), eles tem, no entanto, se

beneficiado de isenções de leis antitrustes ao redor do mundo até recentemente. Muitas

dessas conferências vinham operando por um longo período.

48

Entretanto, a relevância dos sistemas de conferências de frete tem se tornado cada vez

menor. Vários fatores contribuíram para esta tendência. Seguindo a reestruturação da

navegação com o surgimento da conteinerização, a indústria caminhou para navios cada

vez maiores, formas alternativas de cooperação surgiram, como os consórcios e alianças

estratégicas. Desde os anos 90, essas alianças se tornaram cada vez mais predominantes.

Além disso, mudanças regulatórias na União Europeia, Estados Unidos da América e

alguns outros países tiveram um impacto na representatividade e cobertura dos sistemas

de conferência de frete, bem como o grau da “autoridade das conferências” em estabelecer

taxas de frete.

Por um longo período, a navegação de linhas regulares conferenciadas representaram o

maior paradigma cooperativo na indústria marítima e dominaram os serviços das

companhias de navegação “liner” até os anos 80 (Brooks, 2000). Entretanto, dos anos 60

até os dias de hoje, a atenção das transportadoras vem focando progressivamente em

custos racionalizados (Stopford, 2009).

A indústria da navegação é intrinsicamente caracterizada por volatilidade na demanda,

instabilidade nas taxas de frete, fluxos de carga desbalanceados e pesados investimentos

financeiros nos ativos marítimos. Além disso, durante os últimos vinte anos, a indústria

de navegação de linha regular experimentou importantes mudanças. A maioria das

companhias de navegação de linhas regulares buscaram estratégias para reduzir o custo

unitário do transporte, e encomendaram uma grande quantidade de navios enormes aos

estaleiros.

Em meados dos anos 2000, o setor experimentou um aumento no tamanho dos navios

jamais visto antes, com uma escalada de navio de 10000 até 15 TEU, atualmente estes

navios alcançam capacidade de aproximadamente 21000 TEU. Junto desse aumento

substancial crescimento da frota mundial de porta contentores, isto resultou enormes

riscos financeiros tomados pelos proprietários dos navios nesses anos. As companhias de

navegação enfrentam dois grandes riscos: primeiro, um risco geral de sobre capacidade

da frota, uma vez que a oferta excederia a demanda global; e segundo, o risco especifico

do serviço de não alcançar níveis de carregamento adequados aos novos navios, não

permitindo alcançar mesmo o ponto de “break-even”. A crise econômica global agravou

estes problemas de sobre capacidade. Com todas essas questões, os consórcios e alianças

estratégicas tomaram um vazio no setor, tornando-se um tipo de acordo cooperativo mais

49

utilizado entre as companhias com intuito de reduzir os custos (Rimmer, 1988; Alix et

al., 1999).

A navegação de linhas regulares é uma indústria que requer grande investimento de

capital, conhecido como “capital-intensive”. Além disto, é muito difícil para as

companhias de navegação diferenciar o serviço ofertado uma da outra, dado a

padronização das operações. Como resultado, as transportadoras colaboraram umas com

as outras para formarem consórcios e alianças para reduzir o custo de capital e aliviar a

pressão financeira (Slack et al., 2002). Em alguns casos de colaboração, uma companhia

de navegação pode se unir a um consorcio sem mesmo empregar um único navio, apenas

“alugando” um espaço (“slot”) a bordo de navios do parceiro.

5.1.2 Consórcios

O termo consórcio se refere a soluções operacionais e organizacionais de cooperação

horizontal. O primeiro consórcio foi criado nos anos 60 com o advento da

conteinerização. Atualmente, consórcios são formas de reduzir custos que focam em um

único serviço marítimo. Cada consórcio é internamente regulado por um número de

acordo específicos entre vários parceiros que decidem cooperar sob diferentes graus de

comprometimento (Panayides and Wiedmer, 2011). Esses acordos internos podem

assumir três diferentes graus de integração:

5.1.2.1 Slot Charter Agreement (SCA)

O SCA também é um contrato firmado entre diferentes companhias de navegação (será

tratada como “parte” nesta seção), os quais compram ou vendem uma alocação definida

(espaço, peso) em um navio a partir de um preço acordado e por um período mínimo de

tempo, também previamente definido. Provavelmente, é um dos acordos mais comuns.

O slot charter é a figura do “comprador” do espaço em um navio de uma terceira

companhia de navegação, neste caso conhecido como slot owner, podendo ser ainda de

um próprio concorrente. Este comprador, na maioria das vezes, é também uma companhia

de navegação, que pertence a um serviço ofertado, mas que não opera nenhum navio neste

serviço. Ao invés de firmar um VSA, por exemplo, a companhia de navegação opta por

comprar certas quantidades de espaço a bordo dos navios da (s) operadora (s) daquele

trade, minimizando seu envolvimento dentro do arranjo do serviço, por não operar

nenhum navio.

50

Os slot charteres funcionam como uma linha de navegação independente e usam seus

próprios equipamentos e Bill of Lading (B/L), além de fazer o contato com porto

independentemente da terceira companhia. Suas notas fiscais são emitidas diretamente

com porto, uma vez que não há obrigação de divulgação de informações comerciais com

a companhia operadora do navio.

5.1.2.2 Slot Exchange Agreement (SEA)

O SEA é um mecanismo bem parecido com o SCA, mas implica em um recíproco

“charter”. Todos as partes envolvidas colaboram com uma certa quantidade de navios

mas, onde houver necessidade, slots estarão disponíveis para ser “alugado” / “alugar” por

/ para uma das partes envolvidas no acordo.

5.1.2.3 Vessel Sharing Agreement (VSA)

O VSA é a forma mais forte dos acordos existentes. Consiste em um acordo duas ou mais

partes no intuito de dividir os espaços (“slots”)3 disponíveis em seus navios, de modo a

operar em conjunto um serviço específico (“joint service”). Este tipo de contrato é

firmado entre as partes, dentro de um consórcio, que aceitam operar um serviço em uma

rota específica utilizando uma determinada quantidade de navios. Este mecanismo se

tornou uma prática entre as companhias para combater as baixas ocupações nos navios

em certas rotas e serviços, ou em determinado período de baixa nos volumes de

transporte, especialmente em momentos de crise econômica local ou global, uma vez que

esta prática possibilita a garantia de uma determinada ocupação no navio.

Não é mandatório que cada parte contribua com a mesma quantidade de navios, podendo,

desta forma, acordarem o que for mais conveniente entre as elas. Outra característica

importante é que o espaço que cada parte pode movimentar no porto pode variar de porto

para porto, e, ainda, pode depender da quantidade de navios que cada parte contribuiu no

acordo firmado. Então a quantidade de contêineres disponíveis para ser carregado e

descarregado em cada porto de chamada é dividido entre as partes. Vale notar que o

acordo nem sempre é firmado por quantidade de contêineres, podendo ser ainda por peso

total transportado.

3 Slot – Espaço a bordo do navio ocupado por um contêiner ISSO de dimensões 20’ x 8’ x 8’6 ou peso do

equipamento de 10 GWT / TEU (Gross Weight Tonnage incluindo a Tara / TEU), o que for alcançado

primeiro.

51

Uma vantagem destas práticas é que as transportadoras podem reduzir seus preços ao

cliente, uma vez que, com mais contêineres transportados os custos podem sofrer

significativa redução.

Os consórcios representam tipicamente uma forma muito flexível de cooperação

horizontal a medida em que eles apresentam poucas barreiras de entrada e saída, e

requerem um baixo/moderado grau de engajamento para as transportadoras aderirem. A

flexibilidade dos consórcios é também acompanhada pelo fato de que eles permitem as

transportadoras a modificarem a quantidade de recursos empregados e ajustá-los

rapidamente em função das mudanças de mercado e necessidades dos clientes.

5.1.3 Alianças

Alianças, também conhecidas como “Global Alliances”, são acordos cooperativos onde

muitas companhias de navegação se reúnem em serviços de navegação de linha regular

ao redor do mundo. Desta maneira, os membros da aliança podem compartilhar os riscos

do investimento e aumentar as taxas de utilização de seus navios. Essas alianças são

consideradas como uma importante mudança em relação as formas anteriores de acordos

de cooperação, uma vez que elas não são limitadas a um único serviço, mas permite cobrir

todos os grandes serviços nos troncos Leste-Oeste, bem como alguns negócios no tronco

Norte-Sul (Benacchio et al., 2007). Apesar da intenção original das Alianças no final dos

anos 90, que era colaborar além dos serviços marítimos e unir forças nas operações

portuárias e logística terrestre, na pratica os grandes transportadores decidiram limitar

esses acordos à navegação, de modo a manter “independente” aquelas atividades de suas

cadeias logísticas garantindo um alto potencial de valor-agregado. Nas Alianças, os

modos de redução de custo são os mesmos aplicados nos Consórcios. De fato, dentro de

uma Aliança, os membros dividem os riscos em vários serviços utilizando múltiplos SCA,

SEA e VSA. (Chen et al., 2008).

Estas Alianças possuem um foco explicito na racionalização dos custos e não de cobrir

vendas conjuntas, fixação de preços e mercados, unir os proprietários dos navios,

compartilhar receitas ou dividir lucros e prejuízos, unir o gerenciamento das atividades e

funções executivas. Ao invés disto, as Alianças, se uniram em uma integração completa

das capacidades dos serviços das partes e não para fixação de preços. Estratégias de

marketing são realizadas individualmente e podem variar entre as diferentes partes da

Aliança (Midoro and Parola, 2013).

52

Intrinsicamente, as Alianças tiveram uma perspectiva de longo termo e intenção de

engajar os membros por muitos anos em objetivos comuns. Não menos importante, os

últimos dez primeiros anos da atividade desses acordos foram altamente instáveis a

medida que seus membros mudavam frequentemente por conta de fusão em atividades,

mudanças de membros de uma aliança para outra, entrada e saída de atividades, falência

de alguns dos membros, além de outras diversas razões. Em uma fase subsequente, as

Alianças entraram em um estágio de maior maturidade e suas composições foram se

tornando mais estáveis. A Figura 5.1, a seguir, apresenta a evolução das Alianças (1996

– 2015).

Figura 5.1: Evolução das Alianças Estratégicas Globais - 1996 a 2015

Em 2012, esta fase de estabilidade quebrou abruptamente por uma nova alternância de

membros, mudando o as estruturas estabelecidas mais uma vez. A pressão financeira

imposta pelo crescimento de economias de escala combinadas combinados aos desastres

econômicos deixados pela crise (estrutura financeira deterioradas das companhias,

condições de mercado instáveis) levaram as maiores transportadoras a unirem forças em

novas alianças. Como resultado da formação das Alianças, as posições das “companhias

independentes” praticamente desapareceram na indústria.

A Figura 5.2, abaixo, apresenta a atual configuração das Alianças.

53

Figura 5.2: Alianças Estratégicas Globais - 2017

5.2 Características do Trade Brasileiro

Um total de 163 navios do tipo porta contêiner opera nos serviços de longo curso e

cabotagem no Brasil, com capacidade total ofertada de aproximadamente 980 mil TEU.

O menor navio porta contêiner é o CONTSHIP FUN, com uma capacidade nominal de

966 TEU, que opera na cabotagem no serviço descrito como: Brasil-Argentina4. Por outro

lado, o maior navio é o CAP SAN RAPHAEL com capacidade nominal para 11500 TEU

e opera na rota EUR – SAEC, no serviço AMERICA DO SUL (CL) – NORTE EUROPA

– TANGIER.

A maior quantidade de navios em operação nas linhas regulares no Brasil, tanto na

cabotagem quanto no longo curso, se encontra na faixa de 8 a 9 mil TEU, com 36 navios

(22,09%), em seguida a faixa de 5 a 6 mil TEU, com 33 navios (20,25%), 2 a 3 mil TEU

com 24 navios (14,72%), e a faixa de 3 a 4 mil TEU, com 21 navios (12,88%). As demais

faixas possuem participação inferior a 10% da quantidade total de navios.

O Gráfico 5.1 abaixo apresenta a quantidade de navios existentes em faixas de um mil

TEU, e suas respectivas porcentagens em relação a quantidade total de navios porta

contêineres.

4 Os serviços e rotas de longo curso e cabotagem estão detalhados no capítulo 6, item 6.3 Rotas e Serviços

no Brasil

54

Gráfico 5.1: Histograma Navio x TEU – Longo Curso e Cabotagem - 2016

A Tabela 5.1 a seguir apresenta as companhias de navegação que ofertam serviço de linha

regular, na cabotagem e longo curso, no trade brasileiros de contêineres.

Tabela 5.1: Companhias de Navegação que Operam Serviços de Linha Regular no Brasil

Companhia de Navegação (Abreviação)

ALIANÇA

NAVEGAÇÃO E

LOGÍTICA

CCNI

CHINA SHIPPING

(CSG) CMA CGM

CSAV

COSCO

EVERGREEN LINE

(EL)

HAMBURG SUD

(HS)

1

9

2421

3

33

13

0

36

1210

1

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

1000

0

1100

0

1200

0

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

TEU

Navios / TEU

55

HAPPAG LLOYD

(HL)

HYUNDAI

MERCHANT

MARINE

(HMM)

LOG IN

MAERSK

MSC

MERCOSUL LINE

(ML)

MOL

NILE DUTCH

(ND)

NYK

NIVER LINES

(NL)

PIL

SAF MARINE

(SM)

UASC

YANG MING

(YM)

ZIM

Muitos desses armadores apresentados na Tabela acima ofertam serviços em conjunto

com os demais armadores, em navios próprios ou afretados, sob contratos comerciais do

tipo Vessel Sharing Agreement (VSA), Slot Charter Agreement (SCA), ou ainda Slot

Exchange Agreement (SEA).

5.3 Transporte de Contêiner no Brasil

O transporte marítimo de contêiner no Brasil é realizado principalmente por navios do

tipo porta contêiner em linhas regulares.

Ao todo 23 companhias de navegação ofertam serviços dedicado ao transporte de

container entre porto brasileiro e porto estrangeiro, na navegação de longo curso, e portos

brasileiros, no caso da navegação de cabotagem.

A Lei No. 9.432, de 8 de janeiro de 1997 dispõe sobre a ordenação do transporte

aquaviário.

56

Conforme disposto no Art. 2°, incisos IX e XI, desta lei, a navegação de cabotagem é

aquela realizada entre portos ou pontos do território brasileiro, utilizando a via marítima

ou esta e as vias navegáveis interiores. E a navegação de longo curso é aquela realizada

entre portos brasileiros e estrangeiros.

A operação ou exploração do transporte de mercadorias na navegação de longo curso é

aberta aos armadores, às empresas de navegação e às embarcações de todos os países,

observados os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade,

conforme disposto no Art. 5° da mesma lei.

5.4 Troncos e Rotas no Brasil

Os troncos de movimentação de mercadoria conteinerizadas e rotas dos navios de

transporte marítimo de contêiner em linhas regulares no Brasil são divididas

majoritariamente em dois tipos de navegação: longo curso e cabotagem, havendo ainda

uma terceira classificação, a navegação de interior. Entretanto, será abordado neste

trabalho, apenas, os serviços na navegação de longo curso e cabotagem.

Neste trabalho tronco, rota e serviço possuem as seguintes classificações:

Tronco: Direção da navegação da carga no globo terrestre, com referência ao

Brasil, podendo ser Leste-Oeste (ex. Brasil – China), Sul-Norte (ex. Brasil – EUA), Sul-

Sudeste (ex. Brasil – Europa) e, por último, a Cabotagem que apesar de ser uma

navegação na direção Sul Norte, será tratada separadamente dos troncos da navegação no

longo curso, embora haja transporte na cabotagem entre portos brasileiros e estrangeiros.

Rota: Caminho entre duas regiões distintas que são compreendidas por país (es)

dentro de uma mesma localidade geográfica. Cada rota possui um ou mais serviços

ofertados por uma ou mais companhias de navegação / armadores.

Serviço: Caminho realizado em uma rota. Abrange os portos de chamada no (s)

país (es) do referido serviço, no caso da navegação de longo curso. Diferentes companhias

de navegação podem oferecer um mesmo serviço em conjunto com outros armadores, via

Vessel Sharing Agreement ou Slot Charter Agreement.

As companhias de navegação disponibilizam em suas páginas na web os serviços que

ofertam para os clientes. Entretanto, como um mesmo serviço pode ser nomeado de

diversas maneira de uma companhia para outra, o autor deste trabalho, no intuito de

facilitar a compreensão de cada serviço, que por vezes recebe um nome não-identificável

57

por parte do armador, irá nomear o conjunto destes serviços, como: Descrição do Serviço,

com nome dos países e/ou regiões por onde os navios realizam parada, como exemplo a

seguir:

Exemplo: Tronco: Leste - Oeste

Rota: SAEC – ASIA

Descrição do Serviço: AMERICA DO SUL (CL) – AFRICA DO

SUL – CHINA – COREIA (Identificando que que a portos de parada na

América do Sul, Africa do Sul, China e Coreia)

O nome das companhias que ofertam o serviço deste exemplo, e o

nome dos serviços, seguem abaixo:

Companhias de Navegação (Serviço): Maersk (ASAS 1), MSC

(Europe – Ipanema Service), MOL (CSW) e Saf Marine (ASAS 1).

Atualmente, dentro da malha logística global do sistema de transporte marítimo de

contêiner, o Brasil conta com 17 serviços distintos em 8 rotas do longo curso, além de 10

serviços na cabotagem. São 37 países e 68 portos internacionais em conexão direta com

os 17 portos brasileiros que possuem terminais dedicados a movimentação de contêiner.

O Gráfico 5.2, abaixo, apresenta a quantidade de serviços atendidos no longo curso por

cada porto brasileiro (Fonte: Website dos Armadores, 2016).

58

Gráfico 5.2: Quantidade de Serviços de Longo Curso nos Portos Brasileiros

No Brasil há serviços de transporte de mercadorias, via contêiner, na navegação de longo

curso que abrange toda esfera global, a partir de conexões diretas e indiretas. Entretanto,

este trabalho restringe-se a compreensão das rotas e serviços ofertados com conexões

diretas com os portos nacionais.

5.4.1 Longo Curso

A navegação de longo curso no Brasil conta com 17 serviços, conectando 68 portos

internacionais a 17 portos nacionais, entre portos organizados e TUP’s. Um total de 37

países, em quatro continentes (América, África, Europa e Ásia), está diretamente

conectado ao Brasil, através do transporte marítimo de carga conteinerizada, por três

grandes troncos.

Esses grandes troncos são vias marítimas de transporte de contêiner, que movimentam

cargas ofertadas e demandadas pelo Brasil, e são caracterizados pela direção da

navegação da carga, conforme Figura 5.1. A importância de cada tronco é classificada

quanto ao volume de carga transitada por ele.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

SANTOS

NAVEGANTES

RIO GRANDE

PARANGUA

ITAPOA

RIO DE JANEIRO

SALVADOR

SUAPE

VILA DO CONDE

ITAGUAÍ

ITAJAÍ

MANAUS

VITORIA

FORTALEZA

NATAL

PECEM

Quantidade de Serviços no Longo Curso

59

Figura 5.3: Direção da Navegação da Carga no Longo Curso

A quantidade de TEU movimentados nos grandes troncos está representada no Gráfico

5.3 a seguir.

Gráfico 5.3: TEU x Tronco - 2010 a 2015

5.4.1.1 Leste - Oeste

O principal tronco, caracterizado, como Leste-Oeste, conecta a Costa Leste da América

do Sul (SAEC) ao Extremo Oriental da Ásia (ASIA) e a Costa Oeste/Sul da África,

criando as rotas SAEC – ASIA e AFRICA – SAEC.

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

2800

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Qu

anti

dad

e d

e TE

U

Milh

are

s

LESTE - OESTE

SUL - NORDESTE

SUL - NORTE

60

A rota SAEC – ASIA possui três diferentes serviços com portos de chamada na China

(CHI), Coreia (COR), Malásia (MAL), Singapura (SIN), África do Sul (AFS), Argentina

(ARG), Uruguai (URU) e nos estados brasileiros de Santa Catarina (SC), Paraná (PR),

Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Os três serviços da rota

ASIA – SAEC estão representados na Figura 5.4 abaixo e descritos, a seguir, com os

respectivos portos de chamada:

Figura 5.4: Serviços na Rota SAEC – ASIA (2016)

i. AMÉRICA DO SUL (CL) – AFRICA DO SUL – SINGAPURA – CHINA –

COREIA

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Ngqura (AFS)

o Singapura (SIN)

o Hong Kong (CHI)

o Chiwan (CHI)

o Ningbo (CHI)

o Shanghai (CHI)

o Yantian (CHI)

o Busan (COR)

o Itajaí (SC – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

ii. AMERICA DO SUL (CL) – SINGAPURA – CHINA

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Singapura (SIN)

o Hong Kong (CHI)

o Ningbo (CHI)

o Shanghai (CHI)

61

o Yantian (CHI)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

iii. AMÉRICA DO SUL (CL) – SINGAPURA – MALÁSIA – CHINA –

COREIA

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Singapura (SIN)

o Port Kelang (MAL)

o Chiwan (CHI)

o Ningbo (CHI)

o Shanghai (CHI)

o Qingdao (CHI)

o Busan (COR)

o Itapoá (SC – BRA)

o Itaguaí (RJ – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Embraport (SP – BRA)

Os serviços na rota SAEC – ASIA são realizados por 38 navios com capacidade

combinada de 343,2 mil TEU. O serviço (i) possui uma frequência semanal nos portos de

chamada, totalizando 19 paradas (calls) em 84 dias de viagem completa (round trip), e

conta com 12 navios com capacidade de 8,8 a 9,5 mil TEU, totalizando 106,5 mil TEU.

No serviço (ii), também com frequência semanal nos portos de chamada, porém 17 calls

em 84 dias de round trip, e conta com 13 navios que variam de 8,0 a 9,5 mil TEU ofertam

110,9 mil TEU. E, no serviço (iii), 125,7 mil TEU são transportados por 13 navios que

variam de 8,7 a 10,5 mil TEU, com frequência semanal nos 20 calls e 91 dias de round

trip. Esta rota possui os serviços ofertados pelas companhias de navegação Maersk, SM,

MSC, MOL, CSG, Cosco, CMA CGM, EL, HS, HL, HMM, NYK, PIL, YM, ZIM e

UASC.

Os maiores navios desta rota: CAP SAN SONIO e CAP SAN TAINARO possuem

capacidade total de 10589 TEU cada, e estão alocados no serviço (iii). Por outro lado, os

menores navios: TEBUL, TEMPANOS E TENO possuem capacidade total de 8000 TEU

cada, e estão alocados no serviço (ii). O Gráfico 5.4 abaixo, apresenta os navios que

operam nos serviços desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

62

Gráfico 5.4: Navios nos Serviços da Rota SAEC - ASIA (2016)

A segunda rota neste tronco, SAEC – AFRICA, possui um único com parada programada

na África do Sul (AFS), Angola (ANG), Congo (CON) e Brasil (BRA), nos estados de

Santa Catarina (SC): porto de Navegantes, Paraná (PR): porto de Paranaguá, Rio de

Janeiro (RJ): porto do Rio de Janeiro, e São Paulo (SP): porto de Santos. Este serviço está

descrito a seguir com os respectivos portos de chamada, e identificado na Figura 5.5

abaixo:

Figura 5.5: Serviços na Rota SAEC - AFRICA (2016)

i. BRASIL – AFRICA

o Angola (ANG)

o Point Noire (CON)

o Capetown (AFS)

o Durban (AFS)

12

13 13

107

111

126

100

105

110

115

120

125

130

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

AMERICA DO SUL (CL) -AFRICA DO SUL -

SINGAPURA - CHINA -KOREA

AMERICA DO SUL (CL) -SINGAPURA - CHINA

AMERICA DO SUL (CL) -SINGAPURA - MALÁSIA -CHINA - KOREA DO SUL

Cap

acid

ade

de

TEU

po

r Se

rviç

o

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

63

o Port Elizabeth (AFS)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (SC – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ–BRA)

O tronco, SAEC – AFRICA, possui um único serviço que é ofertado pelas companhias

de navegação CMA CGM, HS, HL e Nile Dutch, por um total de seis navios na faixa de

3,0 a 3,8 mil TEU, e uma capacidade total de 21,2 mil TEU. O Gráfico 5.5 abaixo,

apresenta os navios que operam nos serviços desta rota, com as respectivas capacidades

de TEU por serviço.

Gráfico 5.5: Serviços na Rota SAEC – AFRICA (2016)

5.4.1.2 Sul - Nordeste

O segundo maior tronco, com direção Sul-Nordeste, liga Costa Leste da América do Sul

à Europa, de forma que as rotas que compõem este tronco são: EUR – SAEC, MED –

SAEC. Apesar de a Europa ser considerada uma única direção, as suas rotas, neste

trabalho, foram classificadas separadamente entre Europa (EUR – SAEC) e Mediterrâneo

(MED – SAEC), uma vez que o primeiro contempla, principalmente, portos de chamada

europeus localizados nos arredores do Canal da Mancha e no Mar do Norte, e o segundo

contempla aqueles localizados entre o Estreito de Gibraltar e o Mar Mediterrâneo.

São seis serviços totais, a saber, na direção da Europa, sendo quatro com destino ao norte

europeu, na rota EUR – SAEC, e dois serviços em direção ao mediterrâneo, na rota MED

– SAEC. Estes seis serviços cobrem 15 países, sendo oito países europeus: Alemanha

(ALE), Bélgica (BEL), Espanha (ESP), França (FRA), Portugal (POR), Holanda (HOL),

6

21

20

21

22

23

0

1

2

3

4

5

6

7

BRASIL - AFRICA

Cap

acid

ade

de

TE

U p

or

Serv

iço

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

Título do Eixo

64

Inglaterra (ING), Itália (ITA); um país africano: Marrocos (MAR); e seis países na

América do Sul: Argentina (ARG), Brasil (BRA), Uruguai (URU), Guiana Francesa

(GUI), São Martinho (SMA) e Trinidade e Tobago (TRT), sendo os dois últimos países

em ilhas caribenhas.

Os portos brasileiros que compõem os serviços da rota EUR – SAEC estão nos estados

de Santa Catarina (SC): porto de Itajaí, Navegantes e Itapoá; Paraná (PR): porto de

Paranaguá; Rio Grande do Sul (RS): porto de Rio Grande; São Paulo (SP); Rio de Janeiro

(RJ): porto do Rio de Janeiro; Bahia (BA): porto de Salvador; Rio Grande do Norte (RN):

porto de Natal; e Pará (PA): porto de Vila do Conde. Os quatro serviços da rota EUR –

SAEC estão ilustrados na Figura 5.6 abaixo e descritos a seguir, com os respectivos portos

de chamada:

Figura 5.6: Serviços na Rota SAEC - EUR (2016)

i. AMÉRICA DO SUL (CL) – NORTE EUROPA – TANGIER

o Hamburgo (ALE)

o Antwerp (BEL)

o Le Havre (FRA)

o Rotterdam (HOL)

o Londres (ING)

o Tangier (MAR)

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Itapoá (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

65

ii. BRASIL – ALGECIRAS + NORTE EUROPA – AMERICA DO SUL

CARIBENHA

o Algeciras (ESP)

o Le Havre (FRA)

o Rotterdam (HOL)

o Londres (ING)

o Degrad Des Cannes

(GUI)

o Philpsburg (SMA)

o Port of Spain (TRT)

o Fortaleza (CE – BRA)

o Natal (RN – BRA)

o Vila do Conde (PA –

BRA)

iii. BRASIL – NORTE EUROPA + ESPANHA

o Bremerhaven (ALE)

o Antwerp (BEL)

o Le Havre (FRA)

o Rotterdam (HOL)

o Londres (ING)

o Algeciras (ESP)

o Itajaí (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

iv. BRASIL – NORTE EUROPA + PORTUGAL

o Bremerhaven (ALE)

o Hamburgo (ALE)

o Antwerp (BEL)

o Le Havre (FRA)

o Rotterdam (HOL)

o Lisboa (POR)

o Sines (POR)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ –

BRA)

o Salvador (BA – BRA)

A rota EUR – SAEC é operada por 29 navios com capacidade combinada de 204,3 mil

TEU. O serviço (i) possui a frota com maior capacidade de carga desta rota, 81 mil TEU,

realizada por oito navios, com capacidade variando de 6,8 a 11,5 mil TEU. O CAP SAN

RAPHAEL com capacidade para 11,5 mil TEU é o maior navio alocado no sistema de

66

transporte de contêiner, no Brasil. Por outro lado, o serviço (ii) possui a frota com a menor

capacidade de carga nesta rota, com apenas 12,2 mil TEU, com seis navios na faixa de

1600 a 2400 TEU. O serviço (iii), com oito navios, compõe a rota EUR – SAEC ofertando

uma capacidade de quase 71 mil TEU, com todos os navios de mesma capacidade 8850

TEU. O último serviço, (iv), é operado por 7 navios na faixa de 5500 a 6000 TEU

totalizando uma capacidade de 40,2 mil TEU. As companhias de navegação que operam

nesta rota são: CMA CGM, CSAV, HS, HL, Maersk, MSC, SM, UASC e Cosco. O

Gráfico 5.6 abaixo, apresenta os navios que operam nos serviços desta rota, com as

respectivas capacidades de TEU por serviço.

Gráfico 5.6: Navios nos Serviços da Rota SAEC - EUR (2016)

A segunda rota no tronco Sul - Sudeste, MED – SAEC, possui programação nos portos

brasileiros nos estados de Santa Catarina (SC): porto de Itajaí, Navegantes e Itapoá;

Paraná (PR): porto de Paranaguá; Rio Grande do Sul (RS): porto de Rio Grande; São

Paulo (SP); Rio de Janeiro (RJ): porto do Rio de Janeiro; Bahia (BA): porto de Salvador;

e Pernambuco (PE): porto de Suape. A Figura 5.7 a seguir ilustra esta rota com os

respectivos serviços.

8

6

8

7

81

12

71

40

0

20

40

60

80

100

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

AMERICA DO SUL(CL) - NORTE

EUROPA - TANGIER

BRASIL - ALGECIRAS+ NORTE EUROPA -AMERICA DO SUL

CARIBENHA

BRASIL - NORTEEUROPA + ESPANHA

BRASIL - NORTEEUROPA +PORTUGAL

Cap

acid

ade

de

TEU

po

r Se

rviç

o

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

67

Figura 5.7: Serviços na Rota SAEC - MED (2016)

Esta rota, MED – SAEC é composta pelos dois serviços descritos a seguir:

i. AMÉRICA DO SUL (CL) – MEDITERRÂNEO

o Barcelona (ESP)

o Valência (ESP)

o Fos (FRA)

o Genoa (ITA)

o Gioia Tauro (ITA)

o Livorno (ITA)

o Tangier (MAR)

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Itapoá (SC – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ –

BRA)

o Suape (PE – BRA)

ii. BRASIL – MEDITERRÂNEO (ESPANHA + TANGIER)

o Algeciras (ESP)

o Las Palmas (ESP)

o Valencia (ESP)

o Tangier (MAR)

o Itajaí (SC – BRA)

o Itapoá (SC – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

68

o Santos (SP – BRA) o Salvador (BA – BRA)

Uma frota de quinze navios opera na rota MED – SAEC, com uma capacidade combinada

de aproximadamente 105 mil TEU. Deste total, 50,9 mil TEU estão alocados em nove

navios, na faixa de 5,5 a 6,0 mil TEU, do serviço (i) e outros 54 mil TEU em seis navios,

na faixa de 8,8 a 9,4 mil TEU, do serviço (ii). O Gráfico 5.7 abaixo, apresenta os navios

que operam nos serviços desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

Gráfico 5.7: Navios nos Serviços da Rota SAEC – MED (2016)

5.4.1.3 Sul - Norte

O terceiro e último tronco no longo curso, Sul-Norte, conecta países da Costa Leste da

América do Sul com Costa Leste dos Estados Unidos da América (EUA), Costa Oeste da

América do Sul (SAWC), países da América do Norte e Central situados no Golfo do

México (GOLFO) e países da América do Sul na região Caribenha (CARIBE), é

composto por quatro rotas: EUA – SAEC, CARIBE – SAEC, GOLFO – SAEC e SAWC

– SAEC.

A rota SAWC – SAEC é composta por um único serviço com conexão na Argentina

(ARG), Chile (CHI), Equador (EQU) e Peru (PER), Brasil (BRA), nos estados de Santa

Catarina (SC): porto de Itapoá, Rio Grande do Sul (RS): porto de Rio Grande, São Paulo

(SP): porto de Santos e Rio de Janeiro (RJ): porto de Itaguaí e porto do Rio de Janeiro. A

Figura 5.8 a seguir ilustra esta rota com os respectivos serviços.

9

6

51

54

50

52,5

55

0

2

4

6

8

10

AMERICA DO SUL (CL) - MEDITERRÂNEO BRASIL - MEDITERRÂNEO (ESPANHA +TANGIER)

Qu

anti

dad

e d

e TE

U p

or

Serv

iço

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

Serviço

69

Figura 5.8: Serviços na Rota SAEC - SAWC (2016)

O serviço da rota SAWC – SAEC está descrito a seguir:

i. AMÉRICA DO SUL COSTA LESTE – COSTA OESTE

o Bahia Blanca (ARG)

o Puerto Madryn (ARG)

o Guayaquil (EQU)

o Callao (PER)

o Antofagasta (CHI)

o Arica (CHI)

o San Antonio (CHI)

o San Vincente (CHI)

o Itapoá (SC – BRA)

o Rio Grande (RS)

o Santos (SP – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ –

BRA)

o Itaguaí (RJ – BRA)

Oito navios, de 2,5 a 3,8 mil TEU, compõem a frota desta rota, com um único serviço, de

capacidade agregada de 27,6 mil TEU. Este serviço é ofertado pelas companhias de

navegação CSAV, HS e HL. O Gráfico 5.8 abaixo, apresenta os navios que operam nos

serviços desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

70

Gráfico 5.8: Navios nos Serviços da Rota SAEC – SAWC (2016)

A rota CARIBE – SAEC cobre países da América do Sul e Central situados no mar do

Caribe, além de ilhas caribenhas, e a costa do Brasil. Fazem parte desta rota a Colômbia

(COL), Panamá (PAN), Trinidade e Tobago (TRT), Jamaica (JAM) e Brasil (BRA), com

parada nos estados da Amazônia (AM): porto de Manaus, Pará (PA): porto de Vila do

Conde, Rio de Janeiro (RJ): porto do Rio de Janeiro, Espírito Santo (ES): porto de Vitória,

São Paulo (SP): porto de Santos, Bahia (BA): porto de Salvador, Santa Catarina (SC):

porto de Navegantes e Paraná (PR): porto de Paranaguá. Os serviços desta rota estão

ilustrados na Figura 5.9 a seguir.

Figura 5.9: Serviços na Rota SAEC - CARIBE (20161)

8

28

25

26

27

28

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

AMERICA DO SUL (COSTA LESTE) - (COSTA OESTE)

Qu

anti

dad

e d

e TE

U p

or

Serv

iço

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

Serviço

71

Abaixo estão descritos os serviços da rota CARIBE – SAEC:

i. BRASIL – AMERICA CENTRAL CARIBENHA

o Cristobal (PAN)

o Port of Spain (TRT)

o Manaus (AM - BRA)

o Vila do Conde (PA - BRA)

ii. BRASIL – PANAMA – COLOMBIA – JAMAICA

o Manzanilho (PAN)

o Cartagena (COL)

o Kingston (JAM)

o Manaus (AM – BRA)

o Vila do Conde (PA –

BRA)

o Salvador (BA – BRA)

o Vitoria (ES – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ –

BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Paraná (PR – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

Dois serviços são ofertados nesta rota, o primeiro: BRASIL – AMERICA CENTRAL

CARIBENHA é ofertado pela MSC, com três navios que variam de 1800 a 2500 TEU,

totalizando 6,8 mil TEU. O segundo serviço, de maior capacidade, BRASIL – PANAMA

– COLOMBIA – JAMAICA, tem capacidade total de 26 mil TEU através de dez navios

na faixa de 1,6 a 3,0 mil TEU. As companhias de navegação CMA CGM, HS, Maersk e

MOL ofertam este último serviço. O Gráfico 5.9 abaixo, apresenta os navios que operam

nos serviços desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

72

Gráfico 5.9: Navios nos Serviços da Rota SAEC – CARIBE (2016)

A rota GOLFO – SAEC atende aos países situados no norte do Golfo do México, tendo,

ainda, paradas em países na América Central e América do Sul Caribenha. Esta rota serve

os seguintes países: Argentina (ARG), Colômbia (COL), Panamá (PAN), Republica

Dominicana (RED), Uruguai (URU), México (MEX), Estados Unidos da América (EUA)

e Brasil (BRA) através dos estados Santa Catarina (SC): porto de Itajaí, Navegantes e

Itapoá, estado do Paraná (PR): porto de Paranaguá, Rio Grande do Sul (RS): porto de Rio

Grande, São Paulo (SP): porto de Santos, Rio de Janeiro (RJ): porto do Rio de Janeiro e

porto de Itaguaí, Bahia (BA): porto de Salvador, e Pernambuco (PE): porto de Suape. Os

serviços desta rota estão ilustrados na Figura 5.10 a seguir.

Figura 5.10: Serviços na Rota SAEC - GOLFO (2016)

3

10

7

26

5

10

15

20

25

30

0

2

4

6

8

10

12

BRASIL - AMERICA CENTRAL CARIBENHA BRASIL - PANAMA - COLOMBIA - JAMAICA

Qu

anti

dad

e d

e T

EU

po

r Se

rviç

o

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

73

Os dois serviços desta rota estão descritos a seguir:

i. AMÉRICA DO SUL (CL) – AMERICA CENTRAL CARIBENHA –

GOLFO DO MÉXICO

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Cartagena (COL)

o Caucedo (RED)

o Altamira (MEX)

o Veracruz (MEX)

o Itaguaí (RJ – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Suape (PE – BRA)

ii. BRASIL – AMERICA CENTRAL CARIBENHA – GOLFO DO MÉXICO

o Cartagena (COL)

o Cristobal (PAN)

o Altamira (MEX)

o Veracruz (MEX)

o Houston (EUA)

o New Orleans (EUA)

o Itapoá (SC – BRA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Paranaguá (PR – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ –

BRA)

o Salvador (BA – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Suape (PE – BRA)

A frota disponível na rota do Golfo tem capacidade agregada de transporte de 87,5 mil

TEU, através de quinze navios. O serviço (i) contribui com 8 navios, ao passo que o

serviço (ii) é realizado por 7 navios. Ambos os serviços possuem seus navios na faixa 5,5

a 6,7 mil TEU. As companhias de navegação que ofertam serviços nesta rota são: CCNI,

CSAV, HS, HL, Maersk, MSC e NYK. O Gráfico 5.10 abaixo, apresenta os navios que

operam nos serviços desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

74

Gráfico 5.10: Navios nos Serviços da Rota SAEC – GOLFO (2016)

A rota mais expressiva, em termos de volume transportado, no tronco Sul-Norte é a que

conecta a Costa Leste da América do Sul aos Estados Unidos da América. Esta rota,

denominada EUA – SAEC, é operada por 15 navios, com capacidade combinada de 91

mil TEU, em dois serviços que ligam a costa leste dos Estados Unidos da América (EUA)

à Argentina (ARG), Uruguai (URU), Bahamas (BAH) e Brasil (BRA) através dos estados

de Santa Catarina (SC): porto de Itapoá, Navegantes; Rio Grande do Sul (RS): porto de

Rio Grande; Rio de Janeiro (RJ): porto do Rio de Janeiro; São Paulo (SP): porto de

Santos; Bahia (BA): porto de Salvador; Ceará (CE): porto de Pecém; e Pernambuco (PE):

porto de Suape. Os serviços desta rota estão ilustrados na Figura 5.11 abaixo.

8

7

47

41

40

45

50

6,4

6,6

6,8

7

7,2

7,4

7,6

7,8

8

8,2

AMERICA DO SUL (CL) - AMERICACENTRAL CARIBENHA - GOLFO DO

MÉXICO

BRASIL - AMERICA CENTRAL CARIBENHA -GOLFO DO MÉXICO

Qu

anti

dad

e d

e TE

U p

or

Serv

iço

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

75

Figura 5.11: Serviços na Rota SAEC - EUA (2016)

Os serviços ofertados nesta rota são os descritos a seguir:

i. AMERICA DO SUL (CL) – EUA

o Buenos Aires (ARG)

o Montevideo (URU)

o Charleston (EUA)

o Jacksonville (EUA)

o New York (EUA)

o Norfolk (EUA)

o Philadelphia (EUA)

o Port Everglades (EUA)

o Itapoá (SC – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Rio de Janeiro (RJ–BRA)

o Salvador (BA – BRA)

o Pecém (CE – BRA)

ii. BRASIL – EUA

o Grand Bahamas (BAH)

o Baltimore (EUA)

o New York (EUA)

o Norfolk (EUA)

o Port Everglades (EUA)

o Savannah (EUA)

o Navegantes (SC – BRA)

o Rio Grande (RS – BRA)

o Santos (SP – BRA)

o Salvador (BA – BRA)

o Suape (PE – BRA)

76

O serviço América do Sul (CL) – EUA conta com 7 navios que variam de 5,5 a 6,6 mil

TEU, totalizando uma capacidade de aproximadamente 40 mil TEU. No serviço Brasil –

EUA, 8 navios ofertam uma capacidade total de 51,4 mil TEU, e suas capacidades variam

de 4,8 a 6,7 mil TEU. O Gráfico 5.11 abaixo, apresenta os navios que operam nos serviços

desta rota, com as respectivas capacidades de TEU por serviço.

Gráfico 5.11: Navios nos Serviços da Rota SAEC - EUA (2016)

5.4.2 Cabotagem

Apesar da navegação de cabotagem ser aquela realizada entre portos ou pontos do

território brasileiro, conforme descrito no item 5.3, o autor classifica a terminologia

cabotagem nesta seção da mesma maneira utilizada pelos armadores que operam em

águas jurisdicionais brasileiras, de modo que são contemplados como cabotagem os

serviços que atendem a costa leste da América do Sul compreendida entre portos situados

no Brasil, Argentina e Uruguai, uma vez que estes estão geograficamente posicionados

em um mesma costa ou vias navegáveis.

Portanto, a cabotagem na costa brasileira é composta por 10 rotas, atendendo a 25 portos,

sendo 17 no Brasil, entre portos organizados e TUP’s, 5 portos na Argentina e 3 portos

no Uruguai. Estas rotas são ofertadas por 8 armadores: ALIANÇA, LOG IN,

MERCOSUL LINE, MSC, CMA CGM, CSAV, HL e HS.

Os portos brasileiros que atendem o serviço de cabotagem se situam nas regiões sul,

sudeste, nordeste e norte.

7

8

40

51

35

40

45

50

55

6,4

6,6

6,8

7

7,2

7,4

7,6

7,8

8

8,2

AMERICA DO SUL (CL) - EUA (CL) BRASIL - EUA (CL)

Qu

anti

dad

e d

e TE

U p

or

Serv

iço

Milh

ares

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

77

Na região sul destacam-se os portos do estado de Santa Catarina (SC): porto de Imbituba,

Navegantes (Portonave), Porto de Itajaí e Itapoá, portos do estado do Paraná (PR):

Paranaguá, e o porto de Rio Grande do Sul (RS): Porto de Rio Grande.

Na região sudeste, destacam-se os portos do estado de São Paulo (SP): Porto de Santos,

do estado do Rio de Janeiro (RJ): Porto do Rio de Janeiro e Porto de Itaguaí, e o porto do

estado de Espírito Santo (ES): Porto de Vitória.

Na região nordeste, destacam-se os portos do estado da Bahia (BA): Porto de salvador,

de Pernambuco (PE): Porto de Suape, e o porto do estado do Ceará (CE): Porto de Pecém.

Por fim, na região norte há os portos do estado do Amazonas (AM): Porto de Manaus e

do estado do Pará (PA): Porto de Vila do Conde.

Os portos internacionais nos serviços de cabotagem são os da Argentina (ARG): Buenos

Aires, Mar Del Plata, Puerto Deseado, Puerto Madryn e Zarate, e os portos no Uruguai

(URU): Montevideo, Punta Pereira e Rosario.

As 10 rotas do serviço de cabotagem possuem as seguintes configurações de portos de

chamada5:

Anel 1 / Pecem Feeder:

o Rio Grande (RS);

o Imbituba (SC);

o Itapoá (SC);

o Santos (SP);

o Itaguaí (RJ);

o Salvador (BA);

o Suape (PE);

o Pecém (CE);

o Vila do Conde (PA);

o Manaus (AM).

Anel 2 (BRA):

o Itapoá (SC);

o Santos (SP);

o Vitória (ES);

o Salvador (BA);

o Suape (PE);

Anel 3 (BRA+ARG+URU):

o Itapoá (SC);

o Santos (SP);

5 Configurações de Portos de Chamada: Portos em que são realizadas paradas programadas, de acordo com

informações disponíveis na website dos armadores. Não contempla a sequência de passagem nos portos,

nem o sentido da viagem.

o Rio Grande (RS);

o Buenos Aires (ARG);

78

o Zarate (ARG); o Rosario (URU).

Anel 5 (BRA+URU):

o Itapoá (SC);

o Santos (SP);

o Punta Pereira (URU);

o Rosario (URU).

Atlântico Sul (BRA+ARG+URU):

o Rio Grande (RS);

o Navegantes (SC);

o Santos (SP);

o Salvador (BA);

o Suape (PE);

o Fortaleza (CE);

o Buenos Aires (ARG);

o Montevideo (URU).

Feeder La Plata:

o Navegantes (SC); o Zarate (ARG);

Rio Grande - Argentina:

o Rio Grande (SC);

o Mar del Plata (ARG);

o Puerto Deseado (ARG);

o Puerto Madryn (ARG).

Serviço Amazonas:

o Itajaí (SC);

o Paranaguá (PR);

o Itaguaí (RJ);

o Suape (PE);

o Pecém (CE);

o Manaus (AM).

Shuttle Rio:

o Rio de Janeiro (RJ);

o Santos (SP);

o Vitória (ES)

Vitoria Feeder:

o Rio de Janeiro (RJ);

o Santos (SP);

o Vitória (ES)

O transporte de contêiner nos serviços de cabotagem é realizado através de 24 navios,

com uma capacidade agregada de 66,4 mil TEU, estando esses navios alocados nos 10

serviços descritos acima, conforme apresentados no Gráfico 5.12 abaixo:

79

Gráfico 5.12: Navios nos Serviços da Rota CABOTAGEM (2016)

O maior navio na cabotagem é o BARTOLOMEU DIAS, com capacidade para 4800 TEU

e opera na rota Anel 1 / Pecem Feeder. Por outro lado, tem-se como menor navio o

CONTSHIP FUN, operando na rota Rio Grande – Argentina, com uma capacidade total

de 966 TEU.

O porto de Santos é o porto que mais recebe serviços de cabotagem, atendendo a 80% da

totalidade dos serviços, e recebe uma quantidade de 21 navios nesta modalidade de

navegação. Em seguida os portos de Suape, Rio Grande e Itapoá, recebem, cada um, 4

serviços dedicados a cabotagem, correspondendo a 40 % da totalidade dos serviços, e um

total de 16, 14 e 11 navios, respectivamente. Três portos recebem 3 serviços: Pecém,

Salvador e Vitória, sendo os dois primeiros recebendo 12 navios, cada, e o ultimo recebe

4 navios.

Apesar dos navios empregados nos serviços internacionais serem considerados como

navegação de longo curso,

6

2 2

1

4

1

2

4

1 1

0

5

10

15

20

25

30

0

1

2

3

4

5

6

AN

EL 1

/ P

ECEM

FEE

DER

AN

EL 2

(B

RA

SIL)

AN

EL 3

(B

RA

SIL

- A

RG

ENTI

NA

-U

RU

GU

AI)

AN

EL 5

(B

RA

SIL

- U

RU

GU

AI)

ATL

ÂN

TIC

O S

UL

- B

RA

SIL

+A

RG

ENTI

NA

+ U

RU

GU

AI

FEED

ER L

A P

LATA

RIO

GR

AN

DE

- A

RG

ENTI

NA

SER

VIÇ

O A

MA

ZON

AS

SHU

TTLE

RIO

VIT

OR

IA F

EED

ER

TEU

Milh

are

s

Qu

anti

dad

e d

e N

avio

s

Serviços na Cabotagem

Quantidade de Navios e TEU / Serviço

Qtd NAVIO TEU's

80

6 MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINER NO BRASIL

6.1 Panorama Geral

Além das atribuições da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, descritas no item

4.5, está, também, a de promover estudos específicos de demanda de transporte

aquaviário e atividades portuárias. (ANTAQ, 2014). Neste sentido, a agência fornece, em

sua página da internet, informações sobre o Desempenho Operacional dos Serviços

Portuários, denominado Desempenho Portuário, através do Sistema de Informações

Gerenciais – SIG. Portanto, todos os dados estatísticos e referências deste trabalho,

relacionados a movimentação de contêiner, fazem parte deste banco de dados.

O transporte de contêiner no Brasil é segmentado em quatro tipo de navegação, segundo

a ANTAQ, são elas: longo curso, cabotagem, interior e apoio marítimo. Sendo as duas

primeiras: longo curso e cabotagem, responsáveis por mais de 99% da quantidade total

de TEU6 movimentados nos principais terminais portuários do país, ao longo dos últimos

5 anos, de modo que apenas estes dois segmentos serão analisados neste estudo. O volume

de TEU movimentado nos demais tipos de navegação não chegam a totalizar 1%.

A navegação de longo curso é aquela realizada através de vias marítimas, transportando

bens e/ou pessoas, de um porto com origem localizado em um país para um porto de

destino localizado em outro país.

Por outro lado, a navegação de cabotagem é aquela realizada através de vias marítimas

ou vias interiores navegáveis transportando, também, bens e/ou pessoas, para portos de

destino e origem localizados dentro do território nacional.

O Gráfico 6.1, abaixo apresenta a quantidade de TEU movimentados no Longo Curso e

na Cabotagem, bem como suas respectivas porcentagens no total de TEU.

6 TEU (Twenty Foot Equivalent Unit): É uma unidade medida utilizada para definir capacidade de navios

porta contentores, capacidade de terminais de contêiner e estatísticas de trânsito de contêineres em portos.

As dimensões mais comuns para um contêiner de 1 TEU são 20 pés (6,1 m) de comprimento, 8 pés (2,44

m) de largura e 8 pés e 6 polegadas (2,59 m) de altura, para um volume de 1360 pés cúbicos (38.5m³).

81

Gráfico 6.1 - TEU Movimentados no Longo Curso e Cabotagem

A movimentação de contêineres no longo curso (6,8 MM de TEU) correspondeu

praticamente ao triplo do volume movimentado na navegação de cabotagem (2,3 MM de

TEU), no ano de 2015, e nos anos anteriores esta relação foi ainda maior.

A maior parte dos contêineres movimentados em território nacional transita pelos Portos,

como pode ser observado no Gráfico 6.2. Esse tipo de instalação portuária apresentou

uma parcela de 73,87% da quantidade total de TEU movimentados no Brasil em 2015.

Gráfico 6.2 - TEU por Tipo de Instalação Portuária

Notoriamente, as TUP’s vêm apresentando um aumento bastante expressivo na

quantidade de contêineres movimentos em suas instalações.

1,1 1,31,8

2,1 2,3 2,3

5,66,5

6,46,9

7,0 6,8

16,5%16,8% 21,4%

23,2% 24,7% 25,5%

83,5% 83,2% 78,6%76,8% 75,3%

74,5%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

Cabotagem - TEU's Longo Curso - TEU's

Cabotagem - % TEU's Longo Curso - % TEU's

6,06,8 6,9 7,1 7,0 6,8

0,8 1,1 1,41,9 2,3 2,4

88,0% 86,0% 83,5% 78,9%75,1% 73,9%

12,0% 14,0% 16,5%21,1%

24,9% 26,1%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

PORTO - TEU's TUP - TEU's PORTO - % TEU's TUP - % TEU's

82

O Gráfico 6.3 a seguir mostra a diferença percentual da quantidade total de TEU

movimentados nas instalações portuárias, no Brasil, em relação ao ano base de 2010.

Gráfico 6.3 - Crescimento da quantidade de TEU em relação a 2010

As TUP’s aumentaram seu volume total de TEU movimentados em 149,39%. Quase 10

vezes superior ao aumento registrado nos Portos, em relação ao mesmo ano base.

Do total de contêineres movimentados nas instalações portuárias brasileiras a maior parte,

aproximadamente 75%, corresponde aos contêineres de 40 pés (1 FEU7) e o restante,

correspondente aos 25%, são contêineres de 20 pés (1 TEU). Estas proporções são bem

próximas quando se analisa separadamente o transporte de longo curso no Brasil, ou o

transporte de cabotagem.

O Gráfico 6.4 abaixo apresenta a relação de contêineres de 40 pés e de 20 pés no

transporte de contêiner no Brasil.

7 FEU (Forty Foot Equivalent Unit): Unidade de medida de contêineres de quarenta pés. As dimensões mais

comuns para um contêiner de 1 FEU são 40 pés (12.2 m) de comprimento, 8 pés (2,44 m) de largura e 8

pés e 6 polegadas (2,59 m) de altura, para um volume de 2720 pés cúbicos (77m³). 1 FEU = 2 TEU

13,81%15,50% 18,55% 16,88% 15,04%

32,24%

51,61%

95,83%

138,37%149,39%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

PORTO TUP

83

Gráfico 6.4: Contêiner 20' (TEU) e 40' (FEU) – 2010 a 2015

Quando se analisa a relação entre os contêineres cheios e os contêineres vazios, nota-se

uma expressiva diferença entre os tipos de navegação: longo curso e cabotagem.

No longo curso a quantidade de contêineres cheios ultrapassa o triplo de contêineres

vazios. Em 2015, na navegação de longo curso, os contêineres cheios representaram

76,4% e o restante, 23,6%, vazios. Por outro lado, na cabotagem, a proporção de

contêineres cheios e vazios é bem similar. Registrou-se, em 2015, uma movimentação de

55% dos contêineres cheios e 45% vazios, conforme apresentado no Gráfico 6.5 e 6.6 a

seguir.

Gráfico 6.5: Contêiner Cheio x Vazio - Longo Curso – 2010 a 2015

27,2% 26,3% 26,0% 26,0% 26,2% 25,1%

72,8% 73,7% 74,0% 74,0% 73,8% 74,9%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Tamanho do Conteiner

40

20

75,6% 75,1% 77,4% 76,6% 76,2% 76,4%

24,4% 24,9% 22,6% 23,4% 23,8% 23,6%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Longo Curso - Cheio x Vazio

Cheio Vazio

84

Gráfico 6.6: Contêiner Cheio x Vazio - Cabotagem – 2010 a 2015

As proporções de contêineres cheios e vazios não apresentaram diferença significativa

quando analisados separadamente o sentido da carga: embarque/exportação ou

desembarque/importação.

Da totalidade de contêineres movimentados em 2015 (9,2 MM TEU), aproximadamente

80% são do tipo contêiner convencional, dos quais 6,8% são tipo High-Cube. Os

contêineres refrigerados ou ventilados representaram aproximadamente 18,2% do total

de contêineres, onde 4,3% são contêineres ventilados High- Cube e 4,0% são contêineres

refrigerados High-Cube. O restante dos contêineres (1,8%) é de outro tipo, menos

convencionais. (Antaq, 2016).

6.2 Movimentação de Contêiner nas Instalações Portuárias

As instalações portuárias brasileiras movimentam contêineres principalmente na

navegação de longo curso e cabotagem. A movimentação considera cada movimento do

contêiner no sistema, sendo embarque a transferência do contêiner localizado no cais para

o navio, ou ainda o desembarque, que é a transferência do contêiner do navio para o cais.

Para uma avaliação do transporte de contêiner nas instalações portuárias nacionais, foi

realizado extensa pesquisa no banco de dados do Sistema de Informações Gerenciais,

pertencente ao Sistema de Desempenho Portuário (SDP) da Agência Nacional de

Transporte Aquaviários – Antaq, entre agosto e outubro de 2016.

59,6% 54,5% 54,8% 57,7% 56,2% 55,0%

40,4% 45,5% 45,2% 42,3% 43,8% 45,0%

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cabotagem - Cheio x Vazio

Cheio Vazio

85

O Sistema de Desempenho Portuário é um sistema de coleta de dados e informações sobre

as operações portuárias. Este sistema é alimentado pelas próprias instalações portuárias

brasileiras: portos organizados e terminais de uso privado, que provém um banco de dados

e de informações no sistema que é utilizado para geração dos indicadores operacionais,

necessários à aferição da qualidade dos serviços portuários.

Informações como: quantidade de TEU movimentados por instalação portuária, com

nome do porto de origem e destino da carga, país e continente de origem e destino da

carga, sentido: embarque e desembarque, tipo de navegação da carga: longo curso e

cabotagem foram coletados para os anos de 2010 a 2015.

Os dados de nome dos portos de origem e destino da carga, não contemplam

necessariamente o porto de embarque ou desembarque da carga no caso de portos

estrangeiros, e sim do destino final da carga. De modo que se o destino do contêiner

exportado de um porto brasileiro for uma cidade no interior da China, por exemplo, não

é computado o nome do porto de desembarque do contêiner, e sim o nome da cidade de

destino da carga. O mesmo vale no sentido inverso, para cargas de importação. No caso

de origem e destinos em instalações portuárias brasileiras a fonte dos dados, SDP,

disponibiliza o nome do Porto/TUP de origem e destino.

Vale ressaltar, também, que há origens e destinos de cargas de exportação, ou importação,

que não fazem parte dos serviços de linhas regulares, no longo curso, disponíveis hoje no

Brasil, conforme descritos no subitem 5.3.1 – Longo Curso. Desta maneira, aqueles locais

de origem ou destino, nas instalações portuárias brasileiras, que compõem os portos de

chamada dos serviços regulares disponíveis no longo curso, serão classificados como

conexão direta, e o restante será classificado com conexão via transbordo.

Como exemplo: uma carga que tem origem na instalação portuária de Santos - SP, no

Brasil, e o país de destino é a China, será classificada como conexão direta, uma vez que

há serviços de linha regular entre Brasil e China que possui o porto de Santos como porto

de chamada (o mesmo vale para uma carga que no sentido contrário). Por outro lado, uma

carga que tem o destino na instalação portuária de Chibatão – AM, Brasil, e o país de

origem também for a China, será classificada como carga de transbordo, uma vez que não

há serviço de linha regular no longo curso entre estas duas pontas. Este último é

considerado com uma carga que utilizará o serviço Feeder de cabotagem de um porto de

chamada disponível em um dos serviços regulares, e então chegar ao seu destino final.

86

De modo a contornar a dificuldade de obter os dados do fluxo de contêiner entre os portos

brasileiros e internacionais, foram geradas informações adicionais para uma melhor

compreensão do volume de carga movimentado entre origem e destino.

Assim como no capítulo 5, item 5.3 – Troncos, Rotas e Serviços no Brasil, utilizou-se as

mesmas premissas de troncos para avaliar o volume de carga transportada. Os contêineres

que não apresentaram os portos de origem ou destino, foram classificados com tronco

NÃO IDENTIFICADO. Essas cargas não identificadas representam 5% da totalidade de

contêineres, logo foram desconsideradas nas análises.

Em 2015, o tronco LESTE-OESTE movimentou 2,68 MM TEU (29,09%), SUL-NORTE

2,10 MM TEU (22,80%), SUL-NORDESTE 1,77 MM TEU (19,17%), CABOTAGEM

2,30 MM TEU (25,81%), e por fim os não identificados 0,25 MM TEU.

O Gráfico 6.7 abaixo apresenta a participação de cada tronco do transporte de longo curso.

Gráfico 6.7: Movimentação de Contêiner - Troncos do Longo Curso - 2015

6.2.1 Leste-Oeste

As movimentações portuárias no tronco LESTE-OESTE abrangem as exportações e

importações de países localizados na Ásia, Oceania e África com o Brasil, e responderam

por 29,09% do total de TEU movimentados nos portos nacionais, em 2015.

O Gráfico 6.8, abaixo, mostra a quantidade de TEU exportados (embarcados) e

importados (desembarcados) neste tronco.

1,86

2,44

2,57

2,732,83

2,68

1,661,73

1,85

1,97

1,831,77

1,81

1,99 1,96

2,10 2,08 2,10

1,5

1,7

1,9

2,1

2,3

2,5

2,7

2,9

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Milh

ões

Movimentação de Contêiner 2015

LESTE-OESTE SUL-NORDESTE SUL-NORTE

87

Gráfico 6.8: Movimentação de Contêiner – Embarque x Desembarque - Tronco Leste - Oeste -

2010 a 2015

No tronco LESTE-OESTE não existe serviço de linha regular de transporte de contêiner

entre instalações portuárias no Brasil e portos de chamada no continente Oceania. Logo,

os contêineres registrados com destino ou origem na Ásia e Oceania serão considerados

na rota SAEC – ASIA, e aqueles com destino e origem na África serão contabilizados na

rota SAEC – ÁFRICA.

Nos serviços de linhas regulares descritos no subitem 5.3.1, entre SAEC – ASIA, há um

serviço com porto de chamada no sul da África, entretanto como o volume de carga na

rota SAEC – ASIA é bastante superior ao volume na rota SAEC – AFRICA, considerou-

se todas as cargas de origem e destino dos países do continente africano na rota SAEC –

AFRICA, e as cargas com destino e origem nos países do continente asiático como

pertencentes à rota SAEC – ASIA.

Os Gráficos 6.9 e 6.10 abaixo, apresentam respectivamente, a quantidade de contêiner

(TEU) movimentados no tronco LESTE-OESTE (SAEC – ÁFRICA/ÁSIA) e a

quantidade de contêiner (TEU) por sentido da carga: embarque e desembarque, em SAEC

– ÁSIA.

0,991,32 1,43 1,51 1,51 1,35

0,87

1,121,14

1,22 1,331,33

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

LESTE-OESTE

Desembarcados Embarcados

88

Gráfico 6.9: Movimentação de Contêiner – Rotas do Tronco Leste - Oeste - 2010 a 2015

Gráfico 6.10: Movimentação de Contêiner - Embarcabada x Desembarcada - Rotas SAEC -

ASIA - 2010 a 2015

Do total de 2,37 mi TEU movimentados em SAEC – ÁSIA, no ano de 2015, 1,99 mi TEU

possuem origem, ou destino, em portos que possuem conexão direta. O restante, 0,38 mi

TEU, tem como origem, ou destino, portos que não fazem parte dos serviços de linhas

regulares no tronco LESTE-OESTE, descritos no subitem 5.3.1 – Longo Curso.

Os Gráficos 6.11 e 6.12 abaixo, apresentam a quantidade de TEU movimentados no

tronco LESTE-OESTE, SAEC – ÁSIA, através dos portos de conexão direta, e nos portos

que passam pelo transbordo, respectivamente.

0,25 0,29 0,23 0,30 0,30 0,31

1,62

2,16 2,352,43 2,53 2,37

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

LESTE-OESTE

SAEC - AFRICA SAEC - FAR EAST

0,901,24 1,37 1,44 1,44 1,25

0,72

0,910,98 0,99 1,09

1,12

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

SAEC - ÁSIA

Desembarcados Embarcados

89

Gráfico 6.11: Movimentação de Contêiner - Portos com Conexão Direta (2015)

Gráfico 6.12: Movimentação de Contêiner - Portos de Transbordo (2015)

Foram desconsiderados no Gráfico 6.12 acima, os portos com movimentação abaixo de

5 mil TEU.

6.2.2 Sul-Nordeste

As movimentações portuárias no tronco SUL-NORDESTE abrangem as exportações e

importações de países localizados no continente Europeu com o Brasil. Neste tronco há

serviços de linhas regulares nas rotas EUR – SAEC (Norte Europa) e MED – SAEC

(Mediterrâneo), conforme detalhado no subitem 5.3.1.

409

132 123 81 58 48 59 60

408

163102 139

69 58 42 38

-50

50

150

250

350

450

550

650

750

850

Santos Paranaguá Portonave -TerminaisPortuários

deNavegantes

Embraport Porto ItapoáTerminaisPortuários

Rio Grande Itaguaí Itajaí

MIL

HA

RES

Direta - Desembarcados Direta - Embarcados

44,253,8

21,4 25,030,4

18,1 20,4

1,7

24,3 3,3

31,7

7,512,3 3,5

13,6

0

10

20

30

40

50

60

70

Rio deJaneiro

SuperTerminais

Comércio eIndústria

Salvador Vitória Suape SãoFrancisco do

Sul

TerminalPortuário do

Pecém

Vila doConde

MIL

HA

RES

Transbordo - Desembarcados Transbordo - Embarcados

90

As movimentações de contêiner neste tronco, corresponderam a 19,17% do total de TEU

no longo curso, em 2015. O Gráfico 6.13, a seguir apresenta a evolução da quantidade de

contêineres (TEU) embarcados e desembarcados neste tronco, entre 2010 e 2015.

Gráfico 6.13: Movimentação de Contêiner – Embarque x Desembaque - Tronco Sul - Nordeste - 2010 a 2015

O Gráfico 6.14 abaixo apresenta a quantidade de TEU movimentados no tronco SUL-

NORDESTE, rotas SAEC – EUR e SAEC - MED, através de conexão direta ou

transbordo.

Gráfico 6.14: Movimentação de Contêiner - Conexão Direta x Transbordo - Tronco Sul -

Nordeste

0,83 0,89 0,92 0,98 0,90 0,84

0,83 0,840,93

0,990,93 0,93

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

SUL-NORDESTE

Desembarcados Embarcados

1,52 1,61 1,76 1,90 1,78 1,72

0,14 0,110,09

0,070,05 0,05

0

0,5

1

1,5

2

2,5

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

Direta x Transbordo

Direta Transbordo

91

Por fim, os Gráficos 6.15 e 6.16 abaixo apresentam a quantidade de contêineres (TEU)

embarcados e desembarcados, no tronco SUL-SUDESTE, nas conexões diretas e via

transbordo.

Gráfico 6.15: Movimentação de Contêiner - Portos com Conexão Direta – Tronco Sul – Nordeste - 2010 a 2015

Gráfico 6.16: Movimentação de Contêiner - Portos de Transbordo - Tronco Sul - Nordeste - 2010 a 2015

6.2.3 Sul-Norte

As movimentações portuárias no tronco SUL-NORTE abrangem as exportações e

importações de países localizados no continente Americano, tanto América do Norte,

754 830 868 946 870 808

768784

890953

907 909

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

HA

RES

Direta

Desembarcados Embarcados

7955 49

35 27 28

57

56

41

39

27 21

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

HA

RES

Transbordo

Desembarcados Embarcados

92

América Central e América do Sul. Neste tronco há serviços de linhas regulares nas rotas

CARIBE – SAEC, GOLFO – SAEC, SAWC – SAEC e EUA – SAEC, conforme

detalhado no subitem 5.3.1.

No ano de 2015, foram movimentados 2,1 MM TEU entre o Brasil e os demais países

pertencentes à América do Sul, Centro e Norte, sendo aproximadamente 50% exportação

e outros 50% importação.

O Gráfico 6.17 abaixo apresenta a quantidade de contêineres movimentados no tronco

SUL-NORTE.

Gráfico 6.17: Movimentação de Contêiner - Tronco Sul - Norte - 2010 a 2015

Na análise da movimentação de contêiner deste tronco, foram necessários ajustes quanto

a classificação das rotas, em relação as rotas dos serviços de linhas regulares disponíveis.

Contêineres com origem ou destino em países localizados na costa oeste da América do

Sul: Chile, Peru, Equador, além do Paraguai, foram contabilizados como pertencentes à

rota SAEC – SAWC. Os demais países da América do Sul e países da América Central e

México, na América do Norte, foram contabilizados como rota SAEC – CARIBE /

GOLFO. Os países localizados na América do Norte: Estados Unidos da América e

Canadá foram contabilizados como na rota SAEC – EUA.

Argentina e Uruguai, também pertencem ao tronco SUL – NORTE, entretanto estes dois

países pertencem a serviços de linhas regulares em 7 das 9 rotas descritas pelo autor no

capítulo 5, item 5.3, incluindo rotas no tronco LESTE – OESTE, SUL – SUDESTE, e

CABOTAGEM. Portanto as cargas movimentadas entre Brasil, Argentina e Uruguai

0,947 0,984 0,955 1,058 1,011 1,049

0,8661,005 1,002

1,038 1,070 1,050

0

0,5

1

1,5

2

2,5

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

SUL x NORTE

SUL-NORTE - Desembarcados SUL-NORTE - Embarcados

93

podem ser embarcadas / desembarcadas a partir de serviços de linha regular em qualquer

uma destas rotas. A estratificação dos contêineres por rotas é uma tarefa impossível sem

dados fornecidos pelos transportadores. Desta forma, os contêineres movimentados entre

Brasil, Argentina e Uruguai serão contabilizados separadamente, como BRA-ARG-URU,

e não serão classificados em uma rota específica, como as descritas em 5.3.1.

Os Gráficos 6.18 e 6.19 abaixo apresentam a quantidade de contêineres (TEU), no tronco

SUL – NORTE, embarcadas (exportação) e desembarcadas (importação), movimentada

em portos brasileiros que possuem conexão direta e transbordo, respectivamente.

Gráfico 6.18: Movimentação de Contêiner – Conexão Direta - Rotas do Tronco Sul - Norte (2015)

Gráfico 6.19: Movimentação de Contêiner – Transbordo – Rotas do Tronco Sul – Norte (2015)

356,60192,85

264,22

339,59

305,78315,88

48,1387,51

0

200

400

600

800

1000

1200

Desembarcados Embarcados

MIL

HA

RES

Direta - BRA - ARG - URU Direta - SAEC - CARIBE / GOLFO Direta - SAEC - EUA Direta - SAEC - SAWC

9,75 6,97

15,3836,02

39,309

64,2510,10

6,79

0

20

40

60

80

100

120

Desembarcados Embarcados

MIL

HA

RES

Transbordo - BRA - ARG - URU Transbordo - SAEC - CARIBE / GOLFO

Transbordo - SAEC - EUA Transbordo - SAEC - SAWC

94

6.2.4 Cabotagem

A cabotagem registrou uma movimentação de 2,34 MM TEU em 2015, sendo 51,9% de

contêineres embarcados e 48,1% desembarcados. Desde de 2010, a movimentação de

contêiner na cabotagem apresentou um aumento de 110,3%.

O Gráfico 6.20 apresenta a evolução na movimentação de contêiner na Cabotagem.

Gráfico 6.20: Movimentação de Contêiner - Embarcado x Desembarcado - Cabotagem - 2010 a

2015

Do total de contêiner movimentados em 2015, 63,8% passaram por portos públicos,

enquanto 36,2% por TUP’s. O Gráfico 6.21 a seguir mostra a movimentação de contêiner

nos portos públicos brasileiros.

0,552 0,641 0,814 0,974 1,060 1,125

0,5610,669

0,942

1,1081,230 1,216

0

0,5

1

1,5

2

2,5

2010 2011 2012 2013 2014 2015

MIL

ES

CABOTAGEM

Desembarcados Embarcados

95

Gráfico 6.21: Movimentação de Contêiner - Porto Organizado - Cabotagem (2015)

O Gráfico 6.22 abaixo apresenta a movimentação de contêiner nos terminais de uso

privado – TUP.

Gráfico 6.22: Movimentação de Contêiner - TUP - Cabotagem (2015)

Apesar de portos da Argentina e Uruguai contemplarem os serviços de linhas regulares

disponíveis na cabotagem, conforme descrito em 5.3.2 – Cabotagem, a movimentação de

485,405

266,131

136,541

119,253

102,897

99,894

83,597

72,000

67,013

45,917

28,725

28,250

24,963

20,134

0 100 200 300 400 500 600

Santos

Suape

Rio Grande

Itaguaí

Salvador

Terminal Portuário do Pecém

Paranaguá

Vitória

Itajaí

Rio de Janeiro

Fortaleza

São Francisco do Sul

Imbituba

Vila do Conde

MILHARES

PORTO

363,623

258,013

80,943

45,716

0 100 200 300 400

Porto Chibatão

Embraport

Porto Itapoá Terminais Portuários

Portonave - Terminais Portuários de Navegantes

TUP

96

contêiner entre instalações portuárias brasileiras e estes portos foram contabilizados no

tronco Sul – Norte.

A movimentação detalhada do tronco Cabotagem com origem e destino, por terminal, se

encontra no Anexo I – Instalações Portuárias Dedicadas à Movimentação de Contêiner

no Brasil, devido a extensa quantidade de informação.

7 O PORTO DO AÇU

O Porto do Açu é um empreendimento portuário, atualmente, desenvolvido e construído

pela Prumo Logística, empresa multinegocios, privada e brasileira que atua no setor de

infraestrutura, energia e logística. Atualmente, a Prumo é controlada pelo EIG Global

Energy Partners, fundo americano que atua nos setores de energia e infraestrutura.

Este porto está localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, na cidade de São João da

Barra, a aproximadamente 150 km da Bacia de Campos, onde 85% do petróleo brasileiro

é produzido. A Figura 7.1, abaixo, mostra a hinterlândia do Porto do Açu.

Figura 7.1: Hinterlândia do Porto do Açu

97

A hinterlândia do Porto do Açu abrange a região sudeste do país, responsável por

aproximadamente 75% do PIB brasileiro e em torno de 75% das exportações (Prumo

Logística, 2016).

A Estrutura Corporativa da Prumo é estruturada como a seguir na Tabela 7.1:

Prumo Logísitca S.A.:

Tabela 7.1: Estrutura Corporativa da Prumo

(100 %)

Participação Acionista

76,7 % EIG Global

Energy Partners

6,9 % MUBADALA

16,4 % Outros Minoritários

Outras empresas foram criadas para operação do porto, operação de transbordo de minério

de ferro, de petróleo, comercialização de combustível marítimo e terminal de gás, como

Joint Ventures (JV) entre Prumo Logística e parceiros ou apenas com participação

exclusiva da Prumo, conforme a Tabela abaixo.

Tabela 7.2: Joint-Ventures com Participação da Prumo

Empresas

Ferroport (JV) (50 %) (50 %) - -

Açu Petróleo (JV) (80 %) - (20 %) -

Porto do Açu (100 %) - - -

BP – Prumo (JV) (50 %) - - (50 %)

98

Gás Natural Açu (100 %) - - -

O Complexo Industrial do Porto do Açu, em construção e desenvolvimento desde outubro

de 2007, conta com dois terminais portuários, T1 e T2, e capacidade para movimentar

diversos tipos de cargas como petróleo, minério de ferro, carvão, graneis sólidos e

líquidos, além de cargas gerais.

O Terminal Offshore (T1) é orientado para operações de minério de ferro e petróleo.

Conta com uma ponte de acesso de 3 km, 5 píeres, canal de acesso e bacia de evolução.

O minério de ferro é operado pela Ferroport desde 2014, com capacidade atual de 26,5 M

ton/ano; o transbordo de petróleo está operacional desde agosto de 2016, com capacidade

licenciada para movimentar até 1,2 M bpd8.

A Figura 7.2 abaixo apresenta o Terminal Offshore – T1.

Figura 7.2: Terminal Offshore (T1)

O Terminal Onshore (T2) com potencial para 14 km de cais, possui 6,5 km de extensão,

300 m de largura, com até 14,5 m de profundidade, e 90 km² de retroárea capazes de

receber locatários industriais e movimentar vários tipos de cargas. O Terminal de

Multicargas (T-MULT) opera granéis sólidos e carga geral desde 2015 e foi projetado

também para operação de contêineres e veículos. Clientes industriais estão operacionais

8 Bpd: Barris de Petróleo por dia

99

desde 201, como: Technip, NOV, Wartsila e InterMoor. A Edison Chouest começou a

operar no ano de 2016. A BP-Prumo, terminal para abastecimento e distribuição de

combustíveis marítimos (TECMA), está operacional desde junho de 2016.

A Figura 7.3 abaixo apresenta o Terminal Onshore – T2.

Figura 7.3: Terminal Onshore (T2)

7.1 Breve Histórico

O Porto do Açu, também chamado de ‘Superporto do Açu’, teve seu início registrado em

2007 a partir de autorização para construção e exploração pela LLX Minas-Rio, uma

subsidiária da MMX Mineração S.A., empresa do grupo EBX controlada pelo empresário

Eike Batista. Ao longo dos dois anos seguintes investidores nacionais e internacionais

foram financiando o empreendimento, reestruturando o quadro de acionistas preferenciais

e adquirindo participação no capital da empresa, que passa a ser listada na Bovespa em

julho de 2008.

Nos anos de 2009 a 2010 a LLX Minas-Rio firma contratos de financiamento com o

BNDES, obtendo aportes voluptuosos, recebe Licença Ambiental e de Instalação do Pátio

Logístico no Superporto do Açu e assina acordos comerciais contemplando estudos de

viabilidade de implantação de industrias no Complexo Industrial do Superporto do Açu,

que se pretende instalar no empreendimento. Em 2010 é concedida autorização da Antaq,

via contrato de adesão para exploração de terminal portuário Privado de uso misto. Além

disto, a LLX recebe do INEA a Licença de Instalação para construção de uma Unidade

100

de Tratamento de Petróleo no Superporto do Açu e inicia as negociações com a OSX para

instalação de estaleiro no Complexo Industrial do Superporto do Açu, onde meses depois

recebe autorização da Marinha do Brasil para desenvolvimento do canal onshore no porto,

onde a OSX veio a construir sua Unidade de Construção Naval.

No ano de 2011 o INEA concede Licença de Instalação para Unidade de Construção

Naval e para o canal de navegação no terminal 2, o qual tem a construção de suas

instalações iniciada meses mais tarde. Ainda neste ano é iniciado a construção dos blocos

para o mole do terminal 2, e assinatura de contrato entre LLX e instalação com unidades

industriais, como NKT Flexibles (adquirida pela NOV), Technip do Brasil e InterMoor,

além de protocolo de intenção com a GE Energy do Brasil para instalação de unidade na

retroárea do Superporto do Açu.

O ano seguinte, de 2012, permanece com um ano de novos contratos de instalações de

unidades industriais, início da construção do quebra-mar do terminal 2 e concessão de

Licenças de Instalação pelo INEA às unidades industriais.

Em 2013, há a criação da empresa MFX (Marine Fuel X), uma empresa constituída por

participação da BP e EBX com o objetivo de importar, exportar, vender e distribuir

combustíveis marítimos no porto do Açu. O INEA concede Licença de Instalação para

InterMoor e contrato é firmado com a Wartisla para instalação de planta de montagem e

produção de grupos geradores e propulsores azimutais. No final de 2013, a EIG

Management Comapny LLC, do Grupo EIG, assina acordo de investimento na LLX e

posteriormente passa a ser controladora da LLX, onde ao final deste ano passa a se chamar

Prumo Logística S.A.

O ano de 2014 é marcado pela reestruturação da quadro executivo e Conselho de

Administração da nova companhia. Outro grande marco deste ano foi a assinatura de

contrato de instalação de área com a Edson Chouest, para construção de base de apoio

logístico, localizada no terminal 2. Também neste ano, foi iniciado o bombeamento de

minério através do mineroduto provenientes da mina e planta da Anglo American, em

Minas Gerais. Instalação do sistema VTS no Centro Operacional do Trafego Marítimo

(CCOTM), para controle do tráfego nas áreas e acesso ao porto. É realizado o primeiro

embarque de minério de ferro, e, portanto, celebrado o início de operação do

empreendimento. Há também a primeira operação com navio que atracou no cais da

NOV, no terminal 2. Ao final deste ano é lançada a Carta Náutica para os terminais 1 e 2

do Superporto do Açu.

101

2015 foi marcado pela assinatura de contrato com a BG Brasil para operação de

transbordo de petróleo no Terminal de Petróleo (T-OIL), assinatura de contrato com a

Votorantim Metais para movimentação de bauxita e coque no Terminal Multicargas (T-

MULT). A primeira operação de bauxita no T-MULT, ocorreu meses depois. Ao final

deste ano, a Marinha concede Licença para utilização do VTS, se tornando o primeiro

porto no Brasil a receber esta licença, melhorando a segurança e eficiência na

movimentação de embarcações.

7.2 Terminal de Movimentação de Contêiner

Segundo a Prumo Logística, o terminal onshore (T2) possui 6,5 km de extensão, 300 m

de largura e 14,5m de profundidade na primeira parte e 10 m na segunda. Este terminal é

composto pelas áreas do entorno do canal com grande acesso ao cais. Este terminal já se

encontra operacional com clientes da cadeira de suprimentos offshore. Junto a este

terminal ainda se encontram outros terminais, o T-MULT e o Terminal de Combustíveis

Marítimos (TECMA).

A instalação de um terminal de movimentação de contêiner, idealizado pelo autor, seria

localizada no T-MULT que atualmente é homologado para movimentação de contêiner.

O T-MULT, atualmente, é um terminal sob a responsabilidade da Porto do Açu Operações

S.A., e conta com uma retroárea de 187,8 m², contendo vias de acesso e de circulação

viária, estacionamento para caminhões e veículos leves, área administrativa, áreas para

estocagem de granéis em pilhas e demais cargas. Possui contratos de Adesão e Termo de

Liberação de Operações válidos na ANTAQ, além de Licença de Operação ambiental

junto ao INEA.

Suas características no cais de atracação são:

Comprimento operacional do cais: 500 metros

Comprimento útil, atual: 350 metros

Profundidade: 14,5 metros

A Figura 7.4 a seguir representa localização do T-MULT no terminal 2.

102

Figura 7.4: Localização do T-MULT - Porto do Açu

Entretanto, este terminal possui capacidade de ampliação para aproximadamente 1300m

de comprimento por 300 m de largura, conforme Figura 7.5 abaixo. Fonte: Google Earth.

Figura 7.5: Capacidade de Ampliação Para Terminal de Contêiner

Este relatório não tem intuito de avaliar a viabilidade desta ampliação. Por se tratar de um

porto em desenvolvimento, o autor considerou a hipótese de ampliação baseado na

adequabilidade à uma possível oportunidade de operação de um terminal concentrador de

carga, na movimentação de contêiner.

7.3 Premissas do Estudo de Avaliação do Porto do Açu

A avaliação do potencial de um terminal de contêiner concentrador de cargas (Hub Port),

localizado no Porto do Açu, levou em consideração os custos de um serviço de linha

regular proposta pelo autor, com navios porta contêiner de capacidade superior aos navios

103

presentes no tráfico marítimo brasileiro, na rota SAEC-ASIA, que concentre as cargas de

exportação e importação neste terminal e, posteriormente, utilize o sistema Feeder na

cabotagem para distribuição nos demais portos brasileiros, em comparação com um

serviço regular disponível nos dias de hoje, na mesma rota.

Entretanto, para que seja possível realizar uma análise dos custos do transporte para

ambos os serviços, é necessário que a inserção deste novo serviço seja viável, no âmbito

de capacidade de carga demandada.

O serviço de linha regular proposto neste estudo possui as seguintes características:

Portos de Chamada:

Busan - Shanghai 470

Shanghai - Hong Kong 837

Hong Kong - Singapore 1459

Singapore - Porto do Açu 8785

Porto do Açu - Santos 354

Santos - Buenos Aires 995

Buenos Aires - Santos 995

Santos - Porto do Açu 354

Porto do Açu - Singapore 8785

Singapore - Hong Kong 1460

Hong Kong - Shanghai 829

Distância Total em Milhas 25323

Tempo de Viagem Completa (Round Trip): 63 dias

Frequência: Semanal

Frota no serviço: 9 navios

Capacidade dos Navios: 15000 TEU

104

Uma vez que se busca avaliar o potencial de um terminal concentrador de cargas, é

importante levar em conta as economias de escala presentes em navios de maior porte,

uma vez que este fenômeno gera substancial redução do custo do transporte em viagem.

Para utilização de navios maiores, torna-se necessário que haja um volume de carga

razoável, capaz de gerar uma ocupação dos navios em níveis considerados aceitáveis para

operação de uma frota neste trade (entre 80 e 90%). A escolha da rota SAEC-ASIA, em

detrimento de outras rotas, foi tomada considerando o volume de carga movimentada

neste trecho.

Pela inviabilidade de obter informações de estimativas de captação de carga da navegação

de longo curso com o administrador do Porto do Açu, este estudo recorreu às análises

realizadas no próprio trabalho quanto a movimentação de carga no trade brasileiro no ano

de 2015. Outra premissa utilizada foi a configuração das linhas regulares disponíveis para

transporte de contêiner, em pesquisa realizada em novembro de 2016.

A utilização dos dados detalhados de movimentação de contêiner realizados no ano de

2016 é mais aderente a oferta dos serviços de linhas regulares disponíveis neste mesmo

ano, todavia a obtenção destes dados foi impossibilitada pelo estudo ter sido realizado

anteriormente ao fechamento do ano de 2016. Portanto, para contornar esta

inconsistência, o autor aplicou a variação percentual do volume de carga, na rota SAEC

- ASIA, registrado entre o ano de 2015 e 2016, nos dados de movimentação de carga do

ano de 2015.

Vale ressaltar que as linhas regulares não possuem sua programação perene, de modo que

seus portos de chamada, quantidades e capacidade das frotas são ajustados de acordo com

a demanda.

7.4 Análise do Custo do Transporte

A análise do custo de transporte de contêiner, neste trabalho, para avaliação do potencial

do Porto do Açu na ótica de um Hub Port, utilizou uma comparação do custo, em dólar,

por TEU transportado entre um serviço de linha regular, proposto pelo autor, e os serviços

disponíveis na rota SAEC – ASIA, descritos no capítulo 5, subitem 5.4.1.

7.4.1 Estrutura de Custo

A estrutura de custos utilizada neste estudo levou em consideração custos fixos e custos

variáveis na operação de serviço de linha regular de contêiner conforme a Tabela 7.3 a

seguir.

105

Tabela 7.3: Estrutura de Custos do Transporte

ESTRUTURA DE CUSTOS

Custos Fixos Custos Variaveis

Custo de Capital Custo de Viagem

Custo Operacional Combustível

Tripulação Custos Portuários

Manutenção Atracação

Seguro Movimentação de Contêiner

Materiais & Lubrificantes Custo de estadia

Administração Custo de extra estadia

7.4.1.1 Custo de Capital

O custo de capital é um custo fixo que corresponde a soma das despesas com pagamentos

diretos aos vendedores, amortização e juros de financiamentos, devidamente

capitalizados a determinada taxa de desconto. Este custo foi obtido com premissas de

valores de novas construções coletadas no banco de dados da Clarkson SIN, em setembro

de 2016. Considerou-se aporte de 20% de capital próprio e o restante, 80%, em sistema

de financiamento.

Tabela 7.4: Preço de Novas Construções (Fonte: Clarkson, 2016)

PREÇO DE NOVAS CONSTRUÇÕES (SET / 2016)

Capacidade (TEU)

1000 1650 2600 3600 4800 6600 8500 10000 13000 16000 18500

$ MM 16,75 22,50 28,00 33,50 43,50 60,50 83,00 93,00 109,00 127,00 145,50

O sistema de financiamento utilizado foi o Sistema de Amortização Constante (SAC),

onde a amortização do empréstimo é realizada em partes iguais no período do

financiamento. Soma-se a esta amortização o pagamento de juros do empréstimo,

totalizando assim as prestações do financiamento. O período de financiamento foi de 12

anos, com pagamentos semestrais.

A taxa de juros utilizada foi a taxa equivalente semestral à taxa anual LIBOR (London

Interbank Offered Rate) de 2016 referenciada ao dólar americano. A taxa LIBOR é uma

taxa de referência diária, calculada com base na taxa de juros oferecida para grandes

empréstimos entre bancos internacionais que operam no mercado londrino, e bastante

utilizada como taxa referencial nas transações internacionais.

106

Considerou-se uma vida-útil de 20 anos do ativo com depreciação de 95% neste período,

portanto um valor residual de 5% ao final da vida-útil do navio.

Para o custo diário de capital, tomou-se o custo anual pelo total de dias operacionais do

navio, considerando um off-hire de 10 dias.

O Gráfico 7.1 abaixo apresenta o comportamento do custo de aquisição de um navio novo

e do custo de capital, em custo por TEU por dia, com as premissas descritas acima para

diferentes faixas de capacidade do navio.

Gráfico 7.1: Custo de Capital por Dia e Preço de Aquisição do Navio Novo

O custo de capital diário (U$D/TEU) apresentado acima é para a capacidade nominal

(100%) dos navios representados. Portanto este custo varia para diferentes capacidades

de carregamento.

O custo de capital ($/dia) para cada serviço existente e o proposto, na rota SAEC-ASIA,

além do serviço de cabotagem, estão apresentados nas Tabelas 7.5 abaixo.

$-

$0,50

$1,00

$1,50

$2,00

$2,50

$3,00

$3,50

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1000 1650 2600 3500 4800 6800 9100 11000 14000 16500 18500

Cu

sto

po

r TE

U p

or

dia

(U

SD)

No

vas

Co

nst

ruçõ

es (

MM

U$D

)

Capacidade dos Navios (TEU)

100% Custo do Navio ( $ MM)

107

Tabela 7.5: Custo de Capital Diário - Serviços da Rota SAEC – ASIA e CABOTAGEM

Serviços

Existente Proposto Cabotagem

SAEC - AFS - SIN - CHI -

COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN -

COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Anel 1

Capacidade Média do Navio

8880 8531 9672 15000 4170

Valor do Navio Novo (MM USD)

83 83 93 118 43

Taxa de juros (a.a) 1,169 1,169 1,169 1,169 1,169

Capital Próprio - 20% (MM U$D)

16,6 16,6 18,6 23,6 8,6

Financiamento - 80% (MM U$D)

66,4 66,4 74,4 94,4 34,4

Período de Financiamento (anos)

12 12 12 12 12

Off Hire (dias) 10 10 10 10 10

Custo de Capital ($/dia) 14.484,93 14.484,93 16.230,10 20.593,03 7.231,08

Custo de Capital ($/ano) 5.142.149,27 5.142.149,27 5.761.685,32 7.310.525,46 2.567.033,91

7.4.1.2 Custo Operacional

O custo operacional, também um custo fixo, corresponde as despesas correntes

relacionadas ao dia-a-dia da operação do navio, excluindo combustível, que está incluso

no custo de viagem. Compõem este custo as despesas com tripulação, seguro, estoques e

lubrificantes, reparos e manutenções, excluindo a docagem, além da administração.

Como a obtenção destes custos é extremamente difícil, uma vez que dependente dos

proprietários e operadores dos navios que não abrem os seus custos operacionais por

questões estratégicas, o autor recorreu a publicações de instituições que divulgam os

dados de custos operacionais.

O Gráfico 7.2 abaixo apresenta o custo operacional diário, em dólar, para navios com

diferentes capacidades, em TEU, retirados da publicação realizada por W. Murray, 2016

– Economies of Scale in Container Ship Cost.

108

Gráfico 7.2: Custo Operacional Diário por TEU

O custo operacional é apresentado na Tabela 7.6 a seguir para os serviços de longo curso

existente, proposto e o serviço de cabotagem:

Tabela 7.6: Custo Operacional Diário - Serviço da Rota SAEC - ASIA e CABOTAGEM

Serviços

Existente Proposto Cabotagem

SAEC - AFS - SIN - CHI -

COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN -

COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Anel 1

Capacidade Média do Navio

8880 8531 9672 15000 4170

Custo Operacional Diário ($/TEU/dia)

1,8 1,8 1,3 1,1 2,5

Custo Operacional Diário ($/dia)

15.984,00 15.355,38 12.573,00 16.500,00 10.423,75

Custo Operacional ($/ano)

5.674.320,00 5.451.161,54 4.463.415,00 5.857.500,00 3.700.431,25

7.4.1.3 Custo de Viagem

O custo de viagem, é um custo variável, correspondente ao custo do combustível e custos

portuários. Estes custos são extremamente sensíveis a parâmetros da viagem do navio,

como: variações de taxas portuárias, em cada porto de chamada, bem como as taxas de

movimentação da carga: THC – Terminal Handling Charges, desempenhos portuários, e

também a variação do preço do combustível. Além de outros custos portuários que não

estão sendo considerados neste estudo.

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000

Cu

sto

Diá

rio

(U$D

)

Capacidade Navio (TEU)

109

Custo de Combustível

Para os custos de combustível, foram necessários coletar dados de consumo de

combustível e o preço do combustível. Em relação ao primeiro, o autor recorreu a estudos

de consumo de combustível para navios porta contêineres em diferentes faixas de

velocidade. Desta forma, percebe-se que a velocidade é grande influenciadora na parcela

deste custo variável. Fato é que em tempos de crise econômica os navios buscam diminuir

a velocidade de suas frotas, de modo a economizar custo com combustível, ocorrendo o

inverso em tempos de prosperidade econômica.

A Figura 7.6 abaixo apresenta o Gráfico de evolução das curvas de consumo, para

diferentes capacidades de navios, com o aumento da velocidade (Fonte: Theo E.

Notteboom e Bert Vernimmen – The effect of high fuel costs on liner services

configuration in container shipping, com dados de AXS-Alphaliner).

Figura 7.6: Consumo de Combustível (tons/dia) - Porta Contêiner

Para o valor do preço de combustível foi utilizado dados da Clarkson, de dezembro de

2016, de óleo combustível do tipo HFO 380cst. Como o preço do combustível varia em

cada porto de chamada, o autor decidiu utilizar o preço médio nos portos que estão na

rota do serviço avaliado, ASIA – SAEC. A Tabela 7.7 abaixo apresenta os preços, em

dólar, do combustível por tonelada em diferentes portos da Ásia.

110

Tabela 7.7: Preço Médio do Combustível (U$D/ton)

Local HFO 380 cst (U$D/ton)

Singapore $ 340,50

Hong Kong $ 379,63

Korea $ 352,25

Preço Médio $ 357,46

Portanto, o custo do combustível (CComb) é dado como a seguir.

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 (

𝑡𝑜𝑛𝑑𝑖𝑎) × 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝐻𝐹𝑂 (

𝑈$𝐷𝑡𝑜𝑛 )

𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (85%)

As Tabelas 7.8 abaixo apresentam os custos de combustível, por dia, para os serviços

apresentados.

Tabela 7.8: Custo Anual de Combustível / Serviço

Serviços

Existente Proposto Cabotagem

SAEC - AFS - SIN - CHI -

COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN -

COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Anel 1

Capacidade Média do Navio (TEU)

8880 8531 9672 15000 4170

Consumo de Combustível (ton/dia)

180 180 200 250 120

Custo do Combustível ($/ton) 357,46 357,46 357,46 357,46 357,46

Custo de Combustível ($/dia)

64.342,80 64.342,80 71.492,00 89.365,00 42.895,20

Custo de Combustível ($/ano)

22.841.694,00 22.841.694,00 25.379.660,00 31.724.575,00 15.227.796,00

Custo Portuário

A última composição dos custos variáveis são os custos portuários. Este custo foi dividido

em duas parcelas: custo portuário de movimentação de carga – THC, e custo de parada

nos terminais.

111

Operadores de serviços de linhas regulares celebram acordos comerciais com terminais

de contêiner para estabelecer preços mais atrativos, que aqueles divulgados publicamente,

para movimentação de carga do navio para o cais (ship to shore) e vice-versa, uma vez

que estes possuem parada programada e periódica nos terminais. Os operadores destes

serviços disponibilizam em suas websites os custos de movimentação de contêiner por

terminal – THC, por sentido da carga: exportação ou importação, e em alguns casos,

variando com a origem e destino.

De modo a contornar as diversas variáveis que implicam a estrutura do custo portuário, o

autor utilizou os custos de movimentação de contêiner nos terminais obtidos através do

THC Calculator disponibilizado no website da companhia de navegação Hamburg Sud.

Não há variação significativa para os valores de THC de outras companhias que

operadores destes serviços regulares.

Os preços de THC nos terminais brasileiros são fixos para contêineres de importação e

exportação, assim como para contêiner de 20 ou 40 pés. Há variação somente para

contêiner tipo Reefer. Nos terminais asiáticos ocorrem diferenciação nos preços de THC

tanto para o tamanho do contêiner, quanto para o sentido da carga.

As Tabelas 7.9 e 7.10 abaixo apresentam os preços de THC da companhia Hamburg Sud,

para terminais que fazem parte dos serviços da rota analisada, na costa leste da América

do Sul e Ásia, respectivamente. A taxa de câmbio utilizada foi a de fevereiro de 2017.

Tabela 7.9: THC - Terminais Brasileiros - Rota SAEC - ASIA (2016)

Terminal BRL U$D

Santos 667,0000 215,00

Navegantes 680,0000 220,09

Itajaí 644,0000 208,43

Rio Grande 747,0000 241,71

Itaguaí 554,0000 179,25

Itapoá 547,0000 176,99

Paranaguá 815,0000 263,00

Buenos Aires 200

Montevideo 230

Média 214,94

112

Tabela 7.10: THC - Terminais Asiáticos (2016)

Terminal Tamanho do Contêiner Sentido da

Carga 20 Ft. 40 Ft.

Shanghai (CHI) 117,95 174,74 import

106,30 158,72 export

Chiwan (CHI) 117,95 174,74 import

160,18 262,11 export

Yantian (CHI) 117,95 174,74 import

160,18 262,11 export

Qingdao (CHI) 117,95 174,74 import

106,30 158,72 export

Ningbo (CHI) 117,95 174,74 import

106,30 158,72 export

Hong Kong (HKG) 275,80 367,95 imp/exp

Singapore (SIN) 151,37 228,82 imp/exp

Busan (COR) 105,39 144,92 imp/exp

Port Kelang (MAL) 91,01 134,83 imp/exp

Média Importação 134,81 194,47 Média Exportação 140,31 208,54

O cálculo dos custos de movimentação de contêiner nos portos, neste estudo, não leva em

consideração a movimentação de contêiner porto-a-porto, ou seja, é desconsiderado a

quantidade de contêiner embarcado e desembarcado em cada terminal. Ao invés desta

abordagem, considerou-se toda a movimentação de contêiner em cada ponta do sistema.

Portanto uma viagem completa tem seu início em uma ponta do sistema, carregando o

navio. Em seguida, após a navegação, descarrega na ponta oposta do sistema, recarrega e

retorna para o ponto de partida com uma última movimentação de descarregamento. Ao

final será calculado o custo na viagem completa (U$D/viagem). Para o calculo do custo

anual, multiplicou-se o custo por viagem completa (round trip) pelo numero de viagens

realizada em um ano, dado o período de realização da viagem.

Para a capacidade nominal em TEU, 75% dos contêineres são de 40 pés e os 25% restantes

20 pés, conforme dados de movimentação na rota, descrito no capítulo 6, item 6.1.

As características da capacidade média de transporte de contêiner nos serviços de longo

curso existentes e proposto, para taxa de ocupação e relação de contêineres de 20 e 40 pés

acima definidas, estão apresentadas na Tabela 7.11 abaixo:

113

Tabela 7.11: Capacidade Média de Transporte de Contêiner - Rota SAEC - ASIA (2016)

Serviços

Existente Proposto

Item SAEC - AFS - SIN - CHI - COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN - COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Capacidade Existente da frota (1) 106560 110900

125730 135000

Quantidade de Navios (2) 12 13 13 9

Capacidade Nominal Média (3) = (1)/(2)

8880 8531 9672 15000

Contêiner 20’ (%) 25 25 25 25

Contêiner 20’ (unidade) (4) 1269 1036 1174 1821

Contêiner 40’ (%) 75 75 75 75

Contêiner 40’ (unidade) (5) 3806 3656 4145 6429

As quantidades de contêiner nas proporções estabelecidas para contêineres de 20 e 40 pés

foram calculadas como a seguir.

25%× 𝐶𝐴𝑃𝑇𝐸𝑈 + 75%× 𝐶𝑎𝑝.𝐹𝐸𝑈 = 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑁𝑎𝑣𝑖𝑜𝑇𝐸𝑈

Onde, CAPTEU é a capacidade de contêiner de 20 pés e CAPFEU é a capacidade de

contêiner de 40 pés. Onde um CAPFEU equivale a dois CAPTEU.

Logo, a quantidade de CTRTEU que o navio é capaz de transportar em cada navio, equivale

a:

𝐶𝐴𝑃𝑇𝐸𝑈 =𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑇𝐸𝑈

1,75

Os valores dos itens (4) e (5), da Tabela 7.11 acima, foram calculados como a seguir.

(4) 𝐶𝑇𝑅𝑇𝐸𝑈 = 25%× 𝐶𝐴𝑃𝑇𝐸𝑈

(5) 𝐶𝑇𝑅𝐹𝐸𝑈 = 75%× 𝐶𝐴𝑃𝑇𝐸𝑈

Onde CTRTEU e CTRFEU são as quantidades de contêiner de 20 e 40 pés, respectivamente.

A determinação das quantidades de contêiner por tamanho, se fez necessária uma vez que

há distinção do custo de movimentação de contêiner (THC) nos terminais asiáticos.

114

Portanto, tem-se a seguinte configuração de embarque e desembarque, por navio, nas duas

pontas do sistema, e os custos associados.

Exportação / Importação na Ásia:

Tabela 7.12: THC / Viagem – Exportação e Importação na ASIA - Rota SAEC - ASIA

Serviços

Existente Proposto

Item

SAEC - AFS - SIN - CHI - COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN - COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Exportação

THC de CTR 40' – Exportação (U$D)

(5) x 209 ($/lift)

793661 733856

831991

1290369

THC de CTR 20' – Exportação

(4) x 140 ($/lift)

177999

164586

186595

289399

THC Exportação (U$D/viag.)

(6) 971.660 898.442 1.018.586 1.579.768

Importação

THC de CTR 40' – Importação (U$D)

(5) x 194 ($/lift)

740093

684325

775836

1203277

THC de CTR 20' – Importação

(4) x 135 ($/lift)

171020 158133 179280 278053

THC Importação (U$D/viag.)

(7) 911.114 842.459 955.116 1.481.329

THC – ASIA (U$D/viag.) (8) = (6)+(7) 1.882.774 1.740.901 1.973.701 3.061.097

Exportação / Importação em SAEC:

Tabela 7.13: THC / Viagem – Exportação e Importação na SAEC - Rota SAEC - ASIA

Serviços

Existente Proposto

Item SAEC - AFS - SIN - CHI - COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN - COR

SAEC - SIN - CHI - COR

Exportação

THC Exportação (U$D/viag.)

(9) = [(5)+(4)] x 215 ($/lift)

1090670 1008485 1143344 1773261

Importação

THC - CTR – Importação (U$D/viag.)

(10) = [(5)+(4)] x 215 ($/lift)

1090670 1008485 1143344 1773261

THC – SAEC (U$D/viag.)

(11) = (9)+(10)

2.181.340,71 2016970,15 2286687,62 3546521,00

115

Logo, o custo de movimentação de contêiner nos terminais – THC, na viagem completa,

para cada serviço, equivale a soma do THC na Ásia e SAEC, conforme a seguir.

𝐶𝑇𝐻𝐶 = 𝑇𝐻𝐶𝐴𝑆𝐼𝐴 + 𝑇𝐻𝐶𝑆𝐴𝐸𝐶

Tabela 7.14: Custo de Movimentação de Contêiner (THC) / Viagem - Rota SAEC - ASIA

Serviços

Existente Proposto

Item SAEC - AFS - SIN - CHI - COR

SAEC - SIN - CHI

SAEC - SIN - MAL - CHIN - COR

SAEC - SIN - CHI - COR

CTHC (U$D/viag.)

(8)+(11) 4.064.114,39 3.757.871,19

4.260.389,04 6.607.618,42

Para a distribuição das cargas para os portos secundários, através do sistema Feeder,

considerou-se a utilização do maior serviço de linha regular na cabotagem em termos de

capacidade, que é o Anel 1 operado pela Aliança Navegação. Além disto, considerou-se

também as mesmas premissas do longo curso. Desta forma, o custo de movimentação de

container – THC, na cabotagem possui a seguinte estrutura.

Tabela 7.15: THC - Cabotagem

Serviço Item CABOTAGEM – ANEL 1

Capacidade Existente da frota (1) 25017

Quantidade de Navios (2) 6

Capacidade Nominal Média (3) = (1) / (2) 4170

Total de CTR 20’ + CTR 40’ (4) 2383

Embarque

THC– Embarque (U$D/viag.) (5) = (4) x 215 (U$D/lift)

512.111,00

Desembarque

THC - CTR – Desembarque (U$D)

(6) = (4) x 215 (U$D/lift)

512.111,00

116

Tabela 7.16: Custo de Movimentação de Contêiner (THC) / Viagem - CABOTAGEM

Serviço Item CABOTAGEM – ANEL 1

CTHC (U$D/viag.) (7) = (5)+(6) 1.024.222,98

A última parcela do custo portuário é o custo de parada nos terminais. A dificuldade em

obter custos portuários em terminais asiáticos, impossibilita uma acurácia nesta parcela

dos custos portuários. Desta maneira o autor considerou como custo de parada portuária

um custo comum a todos os portos de chamada. O preço utilizado foi o valor vigente

praticado no terminal de uso privado Embraport. Além disto, considerou-se o tempo

médio de parada nos terminais. Logo, o Custo por porto de chamada (CPC) equivale ao

Preço de Parada no porto de chamada (Preço PC) multiplicado pelo Tempo médio no porto

de chamada (TPC), conforme abaixo.

𝐶𝑃𝐶 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑃𝐶 × 𝑇𝑃𝐶

𝑃𝑟𝑒ç𝑜𝑃𝐶 = 2,23 𝑈$𝐷/𝐿𝑜𝑎 (𝑚)/𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 (ℎ𝑜𝑟𝑎)

Os tempos de parada nos portos, na navegação de longo curso, variam de portos

brasileiros para portos asiáticos. Portanto, aos portos da América do Sul foram aplicadas

as porcentagens dos tempos médios dos Terminais de Uso Privado – TUP, no Brasil,

descritos no subitem 4.5 – Tempos Médios, por obterem estatísticas mais próximas dos

portos asiáticos. Para os portos asiáticos foram utilizados os dados estatísticos de tempo

de parada no terminal de Hong Kong, obtidos no estudo Port Benchamrking for Assessing

Hong Kong’s Maritime Services and Associated Costs with other Major International

Ports, de Dezembro de 2006. As porcentagens de tempos médios, como: Tempo de

Espera para Início da Operação (TEIO), Tempo de Operação (TO) e Tempo para

Desatracação (TD) serão aplicadas sobre o Tempo Pédio de Parada Porto (TMPP).

Logo os tempos médios nos portos de chamadas (TPC) são:

𝑇𝑃𝐶 = (%𝑇𝐸𝐼𝑂 +%𝑇𝑂 +%𝑇𝐷) × 𝑇𝑀𝑃𝑃(ℎ𝑜𝑟𝑎)

Abaixo segue a Tabela 7.17 com as porcentagens dos tempos médios de parada nos

terminais sul americanos e asiáticos.

117

Tabela 7.17: Porcentagens dos Tempos Médios de Paradas nos Portos Brasileiros e Asiáticos

Portos Sul Americanos

Tempo de Espera p/ Atracação 3,22%

Tempo de Espera p/ Inicio Operação (% TEIO) 3,21%

Tempo de Operação (% TO) 89,18%

Tempo de Espera p/ Desatracação (%TD) 4,39%

Portos Asiáticos

Tempo de Espera p/ Atracação 3%

Tempo de Espera p/ Inicio Operação (% TEIO) 1%

Tempo de Operação (% TO) 94%

Tempo de Espera p/ Desatracação (%TD) 2%

O Tempo Médio de Parada no Porto foi calculado como a seguir:

𝑇𝑀𝑃𝑃 (ℎ𝑜𝑟𝑎) =𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 (𝑑𝑖𝑎𝑠) − 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑟(𝑑𝑖𝑎𝑠)

𝑄𝑡𝑑 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑟𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶ℎ𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 (𝑢𝑛𝑖𝑑. )× 24ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

Os custos de porto de chamada (CPC), foram divididos entre portos sul americanos e

portos asiáticos. E o Custo Portuário Total (CPT) em viagem será:

𝐶𝑃𝑇(𝑈$𝐷) = 𝐶𝑃𝐶𝑆𝑢𝑙 𝐴𝑚𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑜𝑠 + 𝐶𝑃𝐶𝐴𝑠𝑖á𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠

Por fim, busca-se obter o custo por teu por viagem (U$D/TEU/viagem).

𝐶𝑃𝑇 (𝑈$𝐷

𝑇𝐸𝑈𝑅𝑜𝑢𝑛𝑑 𝑇𝑟𝑖𝑝) =

𝐶𝑃𝑇(𝑈$𝐷)

𝑇𝐸𝑈𝑅𝑜𝑢𝑛𝑑 𝑇𝑟𝑖𝑝

Abaixo seguem os Tempos Médios de Parada nos Portos (TMPP) calculados para a

navegação de longo curso, na Tabela 7.18.

118

Tabela 7.18: Custo Anual de Port Call nos Serviços da Rota SAEC - ASIA

Serviços

Existente Proposto

SAEC

- A

FS -

SIN

-

CH

I - C

OR

SAEC

- S

IN -

CH

I

SAEC

- S

IN -

MA

L -

CH

IN -

CO

R

SAEC

- S

IN -

CH

I -

CO

R

Qtd de Portos de Chamada 19 17 20 12

Qtd de Parada em Portos Sul Americanos

8 9 10 5

Qtd de Parada em Portos Asiáticos

11 8 10 7

Período do Serviço (dias) 84 84 91 77

Viagens por Ano 4,35 4,35 4,01 5,79

Distância Percorrida 25601 24739 25965 25323

Velocidade Média do Navio 20 20 20 23

Tempo de Mar (dias) 53,34 51,54 54,09 45,88

Tempo Médio de Parada no Porto (dias)

1,61 1,91 1,85 1,43

Tempo Médio de Parada no Porto (horas)

38,73 45,83 44,29 34,25

Paradas em Portos Sul Americanos

Tempo de Espera p/ Atracação (hora)

1,25 1,48 1,43 1,10

Tempo de Espera p/ Inicio Operação (hora) - TEIO

1,24 1,47 1,42 1,10

Tempo de Operação (hora) – TO 34,54 40,87 39,50 30,54

Tempo de Espera p/ Desatracação (hora) – TD

1,70 1,70 1,70 1,70

Paradas em Portos Asiáticos

Tempo de Espera p/ Atracação (hora)

1,16 1,37 1,33 1,03

Tempo de Espera p/ Inicio Operação (hora) - TEIO

0,39 0,46 0,44 0,34

Tempo de Operação (hora) – TO 36,41 43,08 41,63 32,20

Tempo de Espera p/ Desatracação (hora) - TD

0,77 0,92 0,89 0,69

Custos Total de Call

Capacidade Média do Navio 8880 8531 9672 15000

Comprimento do Navio (m) 299 299 299 397

Custo de Parada em Portos Sul Americanos ($/viag.)

202.349,18 269.577,04 286.217,60 150.243,65

Custo de Parada em Portos Asiáticos ($/viag.)

278.230,13 239.624,03 286.217,60 210.341,10

119

Custo Total de Parada nos Portos ($/viag.) – CPT

480.579,31 509.201,07 572.435,19 360.584,75

Custo Total de Parada nos Portos ($/ano)

2.088.231,54 2.212.599,90 2.296.031,27 2.089.102,13

O mesmo procedimento foi utilizado para o cálculo dos custos portuário total (CPT) na

navegação de cabotagem.

Tabela 7.19: Custo Anual de Port Call na Rota CABOTAGEM

Serviços Cabotagem

ANEL 1

Qtd de Portos de Chamada 16

Duração do Serviço (dias) 77

Distância Percorrida 7888

Velocidade Média do Navio 19

Tempo Médio no Mar (dias) 17,30

Tempo Médio no Porto (dias) 1,54

Tempo Médio no Porto (horas) 37,05

Tempo de Espera p/ Atracação (hora) 1,19

Tempo de Espera p/ Inicio Operação (hora) – TEIO 1,19

Tempo de Operação (hora) – TO 33,04

Tempo de Espera p/ Desatracação (hora) – TD 1,63

Capacidade Nominal Média 4170

Comprimento do Navio (m) 255

Qtd de Portos de Chamada - Cabotagem 16

Preço de Atracação - U$D/Loa (m)/Tempo (h) 2,23

Custo de Porto de Chamada ($) 20.436,16

Custo Total de Parada nos Portos ($/viag.) - CPT 326.978,62

Custo Total de Parada nos Portos ($/ano) 2.841.599,88

Não foram considerados, neste estudo, custos extras de overtime, idle time, e outros

relacionados a atracação.

7.4.2 Custos dos Serviços

Após determinar cada parcela dos custos fixos e variáveis para cada navio nos serviços

de longo curso existentes, no serviço de longo curso proposto neste trabalho e no serviço

de cabotagem escolhido, Anel 1, pode-se determinar o custo anual por serviço. Este custo

será utilizado para avaliação do impacto nos custos do transporte marítimo com

modificação da estrutura de transporte inserindo um serviço de linha regular na rota

120

SAEC – ASIA, com utilização de um terminal concentrador de cargas localizado no Porto

do Açu.

O custo anual de cada serviço será como a seguir:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 = 𝐶𝐶𝑎𝑝 + 𝐶𝑂𝑝𝑒𝑟⏟ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐹𝑖𝑥𝑜

+ 𝐶𝐶𝑜𝑚𝑏 + 𝐶𝑇𝐻𝐶 + 𝐶𝑃𝑇⏞

𝐶𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢á𝑟𝑖𝑜

⏟ 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙

Para os serviços de linhas regulares existentes no longo curso, na rota SAEC – ASIA,

tem-se os seguintes custos anuais.

Tabela 7.20: Custos Totais Anuais dos Serviços da Rota SAEC - ASIA

Item SAEC / AFS / SIN / CHI /

COR

SAEC / SIN / CHI

SAEC / SIN / MAL / CHI /

COR

PROPOSTO - SAEC / SIN /

CHI / COR

Capacidade Ofertado Por Semana / navio 8880 8531 9672 15000

Capacidade Ofertado Por Ano / serviço 463029 443600 502920 780000

Navios por Serviço 12 13 13 9

Round Trip 84 84 91 63

Viagens no Ano 4,35 4,35 4,01 5,79

Dias Operacionais 355,00 355,00 355,00 355,00

Custo de Capital ($/dia) 14.484,93 14.484,93 16.230,10 20.593,03

Custo de Capital ($/ano) / navio 5.142.149,27 5.142.149,27 5.761.685,32 7.310.525,46

Custo Operacional ($/dia) 15.984,00 15.355,38 12.573,00 16.500,00

Custo Operacional ($/ano) / navio 5.674.320,00 5.451.161,54 4.463.415,00 5.857.500,00

Custo Combustível ($/dia) 64.342,80 64342,80 71492,00 89365,00

Custo Combustível ($/ano) / navio 22.841.694,00 22.841.694,00 25.379.660,00 31.724.575,00

Custo Portuário Total ($/viagem) 480.579,31 509.201,07 572.435,19 360.584,75

Custo Portuário Total ($/ano) / navio 2.088.231,54 2.212.599,90 2.296.031,27 2.089.102,13

THC ($/viagem) - 100% load factor 4.064.114,39 3.757.871,19 4.260.389,04 6.607.618,42

THC ($/ano) - 100% load factor / navio 17.659.544,68 16.328.845,06 17.088.373,64 38.282.233,68

Custo total ($/ano) / navio 53.405.939,49 51.976.449,77 54.989.165,23 85.263.936,28

121

Para o serviço de linha regular na cabotagem, referenciado ao serviço existentes na

cabotagem, tem-se os seguintes custos anuais.

Tabela 7.21: Custos Totais Anuais dos Serviços da Rota CABOTAGEM

Item ANEL 1

Capacidade Ofertado Por Semana / navio 4170

Capacidade Ofertado Por Ano / serviço 216814

Navios por Serviço 6

Round Trip 42

Viagens no ano 8,69

Dias Operacionais 355,00

Custo de Capital ($/dia) 7.231,08

Custo de Capital ($/ano) / navio 2.567.033,91

Custo Operacional ($/dia) 10.423,75

Custo Operacional ($/ano) / navio 3.700.431,25

Custo Combustível ($/dia) 42895,20

Custo Combustível ($/ano) / navio 15.227.796,00

Custo Portuário Total ($/viagem) 326.978,62

Custo Portuário Total ($/ano) / navio 2.841.599,88

THC ($/viagem) - 100% load factor 1.024.222,98

THC ($/ano) - 100% load factor / navio 8.900.985,44

Custo total ($/ano) / navio 33.237.846,48

7.4.3 Resultados

Os custos calculados para o transporte de contêiner na capacidade nominal dos navios,

em $/TEU, nos três serviços existentes na rota SAEC – ASIA, do serviço proposto para

mesma rota e para o serviço de cabotagem para distribuição da carga nos demais portos

estão descritos nas Tabelas 7.22 e 7.23 abaixo.

122

Tabela 7.22: Custo Totais na Viagem (U$D/TEU) – Serviços na Rota SAEC - ASIA

Item SAEC / AFS / SIN / CHI /

COR

SAEC / SIN / CHI

SAEC / SIN / MAL / CHI /

COR

PROPOSTO -SAEC / SIN /

CHI / COR

Custo Anual do Serviço ($/ano) 640.871.273,89 675.693.846,99 714.859.148,02 767.375.426,51

Custo da Viagem por TEU ($/TEU) 1.384,09 1.523,21 1.421,42 983,81

Tabela 7.23: Custo Totais na Viagem (U$D/TEU) – Serviços na Rota CABOTAGEM

Item ANEL 1

Custo Anual do Serviço ($/ano) 199.427.078,86

Custo Anual do Serviço por TEU ($/TEU) 919,81

Dados coletados no Container Intelligence Monthly (Clarkson Research, 01/17),

apresentam o valor da taxa de frete média, em $/TEU, na rota Shanghai – South America,

no ano de 2016 foi de 1.647,00, como pode ser observado na Figura 7.7 abaixo.

Figura 7.7: Taxa de Frete Média de 2016 na Rota SAEC - ASIA

A Tabela 7.24 abaixo apresenta a evolução do custo do serviço, por TEU, para diferentes

níveis de serviço e o erro percentual em relação ao valor base da Clarkson Freight Market

para 2016.

123

Tabela 7.24: Custo/TEU para Diferentes Níveis de Serviço - Longo Curso

Os níveis de serviço, no carregamento, dos navios serão considerados para a faixa de 80%

a 90 %, visto que foram os valores que apresentaram os menores erros percentuais.

Embora o erro apresentado não seja muito baixo, o valor encontrado está na mesma ordem

de grandeza, o que valida o processo de cálculo, visto que muitas estimativas estão com

considerações muito sensíveis ao resultado final, especialmente nos custos portuários.

7.4.4 Avaliação do Porto do Açu

Para a avaliar o potencial do Porto do Açu para operar com movimentação de contêiner

na ótica de um Hub Port, torna-se necessário uma compreensão dos níveis de

carregamento dos navios.

A distribuição de cargas nos serviços de linhas regulares existentes, na rota SAEC –

ASIA, no tronco LESTE – OESTE, foi realizada a partir dos dados de movimentação de

carga descritos no capítulo 6, subitem 6.2.1, e no capítulo 5, subitem 5.4.1, e premissas

descritas no item 7.3.

Considerou-se cargas de conexão direta como aquelas cargas que estão em portos de

chamada que possuem conexão direta, conforme serviços apresentados em 5.4.1. E cargas

de transbordo aquelas que estão em portos de chamada que não possuem conexão direta.

124

Tabela 7.25: Movimentação de Contêiner nos Portos com Conexão Direta - SAEC - ASIA

Tabela 7.26: Movimentação de Contêiner nos Portos de Transbordo - SAEC - ASIA

Entretanto, para as cargas de transbordo chegarem aos seus destinos (instalação portuária

na Tabela 7.26), elas devem passar por algum porto que tenha conexão direta (instalação

portuária na Tabela 7.25) com as linhas de navegação na rota ASIA – SAEC.

Desta forma, o autor buscou um método para distribuir as cargas de transbordo nos portos

com conexão direta. Este método consiste em avaliar a distribuição de cargas na

cabotagem. O exemplo dado a seguir é para o caso da distribuição de cargas

desembarcadas dos portos de transbordo, nas cargas desembarcadas dos portos de

conexão direta. O mesmo procedimento foi usado para as cargas embarcadas.

125

Então, com os dados da cabotagem foram determinados volumes de carga desembarcados

em cada porto de transbordo (Tabela 7.26) com seus respectivos portos de origem. A

partir desta fase, os portos de origem que possuem conexão direta (Tabela 7.25) nos

serviços de linha regular da rota ASIA – SAEC, foram separados com os seus respectivos

volumes de carga exportada para este específico porto de destino da carga. Calculou-se a

participação percentual das cargas de cada um desses portos. Por fim, o volume da carga

de transbordo foi distribuído nos portos de conexão direta proporcionalmente a

participação percentual das cargas de cabotagem. A Figura 7.8, abaixo, ilustra os

procedimentos do método de distribuição das cargas de transbordo nos portos com

conexão direta.

Figura 7.8: Ilustração do Método de Distribuição de Carga

A Tabela 7.27 abaixo apresenta o volume de carga, em TEU, anual e semanal,

movimentada nos portos com conexão direta somado a carga de transbordo. Além de

identificar somente a carga de transbordo. As cargas estão divididas por sentido:

embarque / exportação e desembarque / importação.

Tabela 7.27: Movimentação de Carga nos Portos de Conexão Direta + Carga de Transbordo

126

Estas cargas de conexão direta e transbordo que utilizam as linhas de serviço existentes,

distribuídas proporcionalmente a capacidade média nominal dos navios desta rota ASIA

– SAEC, possuem a seguinte configuração de carregamento. A Tabela 7.28 apresenta os

níveis médios de carregamento dos navios, em cada serviço, além de destacar a carga que

entrará na cabotagem através do transbordo.

Tabela 7.28: Níveis Médios de Carregamento de Contêiner nos Navios por Serviço - SAEC -

ASIA

Vale observar os níveis médios de participação de carga brasileira, argentina e uruguaia

na capacidade ofertada nos serviços de linhas regulares existentes na rota SAEC – ASIA.

A consideração das cargas argentinas e uruguaias são importantes na medida que os dados

de movimentação de contêiner, divulgados no capítulo 6, são registros apenas das

movimentações de cargas brasileiras, uma vez que são registros de acompanhamento da

Agência Nacional de Transporte Aquaviário – Antaq.

Por outro lado, os serviços de linha regular na rota SAEC – ASIA, apresentado no capítulo

5, são serviços que atendem o Brasil, Argentina e Uruguai.

Portanto, a análise de carregamento dos navios, nos serviços existentes, se faz necessária

para compreender o percentual de participação das cargas brasileiras nestes serviços. Para

cada nível de carregamento dos navios (load factor) há uma participação correspondente

às cargas brasileiras, e o restante de cargas argentinas e uruguaias.

Desta forma, o Gráfico abaixo apresenta estas porcentagens relativas a importação e

exportação.

127

Gráfico 7.3

Gráfico 7.4

A partir dos dados de movimentação de contêiner e a obtenção da participação de cargas

brasileiras e argentinas nos carregamentos dos navios, na navegação de longo curso, bem

como a estratificação das cargas de transbordo, além dos custos do transporte

apresentados em 7.4.3 – Resultados, foi possível determinar os custos de cada serviço,

incluindo os custos da distribuição da carga de transbordo. A Tabela 7.29 abaixo

apresenta os custos anuais estimados, de cada serviço.

Tabela 7.29: Custo Total Anual dos Serviços na Rota SAEC - ASIA

Portanto o custo anual estimado nesta rota, com os três serviços existentes é de U$ 4,4 bi.

74% 69% 65%

26% 31% 35%

80% 85% 90%

LF

Participação da Carga por LF - Importação

Brasil Importação Arg + Uru Importação

71% 67% 63%

29% 33% 37%

80% 85% 90%

LF

Participação da Carga por LF - Exportação

Brasil Exportação Arg + Uru Exportação

128

Com a inserção de um novo serviço de linha regular, com características definidas no

item 7.3, a distribuição das cargas nos portos, como apresentado na Tabela 7.27, foi

direcionada para o Porto do Açu.

Com os níveis de demanda observados no ano de 2016, não é possível oferecer um serviço

como o apresentado, uma vez que a capacidade anual ofertada é inferior à quantidade

demandada nesta rota.

Para contornar esta incompatibilidade entre oferta e demanda, o autor optou por alocar

dois serviços com a mesmas características, conforme apresentados no item 7.3, nesta

mesma rota.

Neste cenário os navios apresentam a seguinte distribuição entre carga brasileira,

argentina e uruguaia, na exportação (embarque) e importação (desembarque) como

apresentado nos Gráfico 7.3 e 7.4 abaixo, respectivamente.

Gráfico 7.5: Participalção no Load Factor - Exportação

68% 64% 61%

32% 36% 39%

80% 85% 90%

Fator de Carregamento

PROPOSTA

Participação no Load Factor - Embarque

Participação Brasil Embarque Participação Arg + Uru Embarque

129

Gráfico 7.6: Participação no Load Factor - Importação

Este nível de participação das cargas brasileiras, argentinas e uruguaias apresenta valores

bem próximos aos praticados nos serviços de linha regular atuais.

O custo anual, calculado, para operar estes dois serviços nesta rota SAEC – ASIA é de

U$ 3,3 bi. A Tabela 7.30, a seguir, apresenta os custos.

Tabela 7.30: Custos Anuais do Serviço Proposto na Rota ASIA - SAEC

Desta forma a substituição dos três serviços de linha regular existentes na rota SAEC –

ASIA, por dois serviços, com navios de capacidade de 15000 TEU, nas condições

estabelecidas apresentam uma redução de 24,60% nos custos anuais dos serviços na rota.

66% 62% 59%

34% 38% 41%

80% 85% 90%

Fator de Carregamento

PROPOSTA

Participação no Load Factor - Desembarque

Participação Brasil Desembarque Participação Arg + Uru Desembarque

130

8 CONCLUSÃO

A substituição dos serviços de linha regula existentes na rota ASIA – SAEC, pelos

serviços propostos pelo autor: com navios de maior capacidade e com menos paradas no

Brasil, apresentou ganhos favoráveis em relação a diminuição do custo anual de operação

da rota com os respectivos serviços.

Entretanto, este não é um trabalho conclusivo, e sim exploratório, uma vez que se busca

entender de uma forma geral qual o impacto gerado com a alteração da estrutura de

transporte nos serviços de linha regular existentes: com muitos navios e muitas paradas

nos portos da costa leste da américa do sul, por um serviço com navios maiores, poucas

paradas e utilizando um porto com perfil de Hub Port.

A utilização de apenas um serviço não se mostrou eficiente, uma vez que a capacidade

total ofertada era inferior à quantidade demanda anual de contêineres. Todavia, ao incluir

mais um serviço de igual capacidade, além de a oferta superar a demanda, os percentuais

de participação de carga brasileira no navio, para diferentes taxas de ocupação, se

mostraram mais aderentes aos serviços prestados atualmente. A importância de buscar

estes percentuais mais próximos, de participação de carga brasileira, se deve ao fato da

impossibilidade de realizar o mesmo estudo de movimentação de contêiner no Brasil para

os países que também fazem parte das paradas programadas destes serviços, Argentina e

Uruguai. Então buscou-se prover os mesmos níveis de participação de carga brasileira,

julgando que o restante da carga que completa a taxa de ocupação seja carga originada ou

destinada aos demais países sul americanos.

A utilização de navios maiores também não se mostrou uma solução vantajosa, pois para

atingir os níveis de participação de carga brasileira apresentados atualmente, o serviço

precisaria contar com navios de pelo menos 21000 TEU. Estes navios são empregados

em rotas com fluxo de contêiner muito maiores que os praticados no Brasil, sendo,

portanto, esta possibilidade descartada pelo autor.

Apesar de o Porto do Açu ainda não operar movimentação de contêiner, este porto

apresenta aspectos muito favoráveis para este segmento. O fato de ser um porto novo, em

desenvolvimento, totalmente privado e localizado no sudeste brasileiro, responsável por

maior parte do PIB nacional, traz muitas vantagens para a instalação de um porto

concentrador de carga neste local. Porém, ainda existem fatores negativos, como: acesso

rodoviário ruim e limitado e desconexão com a, já pouco eficiente, malha ferroviária

131

brasileira, que são fatores importantíssimos para a conexão dos modais e então

escoamento dos contêineres.

Este estudo não se propôs a estudar os ativos portuários, ou níveis de carga mínimos, ou

potencial captação de contêiner do porto para a implantação de um terminal com perfil

de Hub Port no Porto do Açu, e sim o potencial de redução nos custos do transporte ao

utilizar um terminal concentrador de cargas.

Por fim, conclui-se que é interessante avaliar com mais profundidade a implantação de

um terminal Hub Port no Porto do Açu, uma vez que dadas as premissas utilizadas, a

substituição de um serviço concentrador de cargas se mostrou mais atrativa que as

praticadas atualmente.

132

9 BIBLIOGRAFIA

MSC – Line Services. Disponível em: <https://www.msc.com/bra/notices/2016-

february/msc-announce-change-of-service-between-asia-east-c>. Acessado em:

Setembro de 2016

NILE DUTCH – Sailing Schedules. Disponível em <https://www.niledutch.com/js/e-

services/sailing-schedules.aspx>. Acessado em: Setembro de 2016

PIL – International Lines. Disponível em: <https://www.pilship.com/en-container-our-

service-network-pil-pacific-international-lines/113.html>. Acessado em: Setembro de

2016

HAMBURG SUD – Liner Services. Disponível em:

<https://ecom.hamburgsud.com/ecom/en/ecommerce_portal/schedules_2/liner_services/

ep_liner_services_site_1090.xhtml>. Acessado em: Setembro de 2016

CSAV – Service Network. Disponível em:

<http://www.csav.com/en/ProductsServices/Services/Lists/ServiceNetwork/Item/displa

yifs.aspx?List=04959958-403c-43af-9e9e-59d34b133aed&ID=24&Web=8a723077-

5ffa-46f9-bda3-3e26f130715c>. Acessado em: Setembro de 2016

CHINA SHIPPING – Serviços Asia. Disponível em:

<http://www.chinashipping.com.br/servicos_asiaI_n.php>. Acessado em: Setembro de

2016

HAPAG LLOYD – Service Finder. Disponível em: < https://www.hapag-

lloyd.com/pt/service-

finder/bydeparture.html#tabnav=&from=latin_america&to=asia&service=ASE>.

Acessado em: Setembro de 2016

ZIM – Service Line. Disponível em:

<http://www.zim.com/services/pages/zimlinenetwork.aspx?trade=11&line=AEC&Servi

ce=ZCS#LineResAnchor>. Acessado em: Setembro de 2016

YANG MING – Service Network. Disponível em:

<http://www.yangming.com/service/service_network/routemap.aspx>. Acessado em:

Setembro de 2016

133

NYK – Shipping Services. Disponível em:

<https://www.nykline.com/ecom/CUP_HOM_3007.do?sessLocale=en>. Acessado em:

Setembro de 2016

HMM – Container Services. Disponível em:

<http://www.hmm.co.kr/cms/company/engn/container/service/index.jsp>. Acessado em:

Setembro de 2016

MOL – Serviços. Disponível em: < http://www.mitsuiosk.com.br/servicos.html>.

Acessado em: Setembro de 2016

UASC – Services Routes. Disponível em: <http://www.uasc.net/en/service-routes>.

Acessado em: Setembro de 2016

CMA CGM – Line Services. Disponível em: <http://www.cma-cgm.com/products-

services/line-services>. Acessado em: Setembro de 2016

COSCO – Line Services. Disponível em: < http://www.cosco.com.br/>. Acessado em:

Setembro de 2016

CCNI – Liner Services. Disponível em:

<https://ecom.ccni.cl/ecom/en/ecommerce_portal_ccni/schedules_3/liner_services_1/lin

er_services_results.xhtml>. Acessado em: Setembro de 2016

MAERSK – Maersk Line Network. Disponível em: < http://www.maerskline.com/pt-

br/shipping-services/routenet/maersk-line-network/south-america>. Acessado em:

Setembro de 2016

NIVER LINES – Shipping. Disponível em:

<http://www.niverlines.com/shipping.htm#>. Acessado em: Setembro de 2016

SAF MARINE – Service Finder Routenet. < https://safmarine.com/where-we-

ship/service-finder-routenet>. Acessado em: Setembro de 2016

ALIANÇA – Product Services. Disponível em:

<http://www.alianca.com.br/alianca/pt/alianca/productsservices/productsservices_1.jsp>

. Acessado em: Setembro de 2016

MERCOSUL LINE – Serviços Rota. Disponível em: < http://www.mercosul-

line.com.br/servicos_rota.php>. Acessado em: Setembro de 2016

134

UNCTAD – Review of Maritime Transporte (2015) – Disponível em:

<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2015_en.pdf >. Acessado em: 06 de

Outubro de 2016)

UNCTAD – Review of Maritime Transporte (2014) – Disponível em:

<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2014_en.pdf >. Acessado em: 06 de

Outubro de 2016)

UNCTAD – Review of Maritime Transporte (2016) – Disponível em:

<http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/rmt2016_en.pdf >. Acessado em: 06 de

Outubro de 2016

ANTAQ – Anuário Estatístico Aquaviário. Disponível em:

<http://www.antaq.gov.br/anuario/ >. Acessado em: Agosto e Dezembro de 2016 e

Janeiro de 2017

ANTAQ – Sistema de Desempenho Portuário. Disponível em: <

http://www.antaq.gov.br/sistemas/sig/AcessoEntrada.asp?IDPerfil=23>. Acessado em:

Agosto e Dezembro de 2016 e Janeiro de 2017

BAIRD, A., (2005) “Optimising the container transhipment hub location in northern

Europe”, Journal of Transport Geography. Disponível em: www.sciencedirect.com.

Acessado em: 12 de Outubro de 2016

CULLINANE, K. e KHANNA, M. (1999), Economies of scale in large container ships,

Journal of Transport Economics and Policy 33: 185–208.

CULLINANE, K. e KHANNA, M., (2000), Economies of scale in large containerships:

optimal size and geographical implications, Journal of Transport Geography, 8:

181-195.

STOPFORD, M – Maritime Economics 2 ed, 1997.

CLARKSON, Research. Container Intelligence Monthly (Jan 2017)

CLARKSON, Research. Bunker Prices (Jan 2017)

CLARKSON, Research. New Buildings Prices (Jan 2017)

135

Anexo I - Instalações Portuárias Dedicadas à Movimentação de Contêiner no Brasil

PORTO DE CHIBATÃO

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Chibatão Navegação e Comércio Ltda

UF AM

Município Manaus

Capacidade de Movimentação Anual 420 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 371,7 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 170,3 mil m²

Área de Armazenagem 201,4 mil m²

Berços de Atracação 4 (2 Externos + 2 Internos)

Calado no Berço de Atracação 20 m ~ 40 m (vazante ~ cheia)

Extensão Total do Berço de Atracação 710 m (24 m Boca)

Equipamentos

Portêiner -

MHC 10

Reach Stacker 32

Forklift 12

136

Tratores 100

Chassis 180

RTG 8

TECON IMBITUBA

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil

UF SC

Município Imbituba

Capacidade de Movimentação Anual 450 mil TEU

Porto Organizado Porto de Imbituba

Administração SCPar Porto de Imbituba

Infraestrutura

Área Total 207 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 153 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,50 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 660 m

137

Tomadas Refeer 624

Equipamentos

Portêiner 2

MHC 2

Reach Stacker 8

PORTONAVE

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Portonave S/A

UF SC

Município Navegantes

Capacidade de Movimentação Anual 1000 mil TEU

Capacidade Estática 30 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 400 mil m²

Área de Armazenagem 290 mil m²

Berços de Atracação 3

138

Calado no Berço de Atracação 12,40 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total do Berço de Atracação 900 m

Tomadas Refeer 2130

Equipamentos

Portêiner 6 (Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 18

Reach Stacker 5

Empty Loaders 4

Tratores 40

Chassis 54

139

APM TERMINALS – ITAJAÍ

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador APM Terminals

UF SC

Município Itajaí

Capacidade de Movimentação Anual 590 mil TEU

Porto Organizado Porto de Itajaí

Administração Superintendência do Porto de Itajaí

Infraestrutura

Área Total 180 mil m²

Área Primária (Alfandegada) 75 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 11,30 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 535 m + 500 m (Porto Público)

Tomadas Refeer 744 (área privado) + 628 (área pública)

140

Equipamentos

Portêiner 2

MHC 5

Reach Stacker 18

Top Loader 5

ITAPOÁ

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Itapoá Terminais Portuários S/A

UF SC

Município Itapoá

Capacidade de Movimentação Anual 500 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 156 mil m²

Área de Armazenagem 146 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 12,80 m

141

Calado no Canal de Acesso 16 m

Extensão Total do Berço de Atracação 630 m

Tomadas Refeer 2160

Equipamentos

Portêiner 6 ( Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 17

Reach Stacker 2

Empty Loaders 3

Tratores 26

TCP – TERMINAL DE CONTÊINERES DE PARANAGUÁ

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Terminal de Contêineres de Paranaguá

S/A

UF PR

142

Município Paranaguá

Capacidade de Movimentação Anual 1500 mil TEU

Porto Organizado Porto de Paranaguá

Administração Adm. dos Portos de Paranaguá e Antonina

Infraestrutura

Área Armazenagem 320 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 12,50 m

Calado no Canal de Acesso 12,30 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 879 m

Tomadas Refeer 2832

Equipamentos

Portêiner 9 (3 - Panamax / 6 – Post Panamax)

MHC 2

Reach Stacker 9

Empty Loader 2

Transtêiner (RTG) 30

Tratores 64

143

APM TERMINALS – PECÉM

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador APM Terminals

UF CE

Município Distrito do Pecém São Gonçalo do

Amarante

Porto Organizado Porto de Paranaguá

Administração Adm. dos Portos de Paranaguá e Antonina

Infraestrutura

Área Armazenagem 361,7 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 879 m

Tomadas Refeer 2832

Equipamentos

Portêiner 9 (3 - Panamax / 6 – Post Panamax)

144

MHC 2

Reach Stacker 9

Empty Loader 2

Transtêiner (RTG) 30

Tratores 64

MULTI-TERMINAIS – RIO (TERMINAL 2)

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Multi-Rio Operações Portuárias S/A

UF RJ

Município Rio de Janeiro

Capacidade de Movimentação Anual 1000 mil TEU

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro –

CDRJ

Infraestrutura

Área Total 184 mil m²

145

Área de Armazenagem 144 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 12,60 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 800 m

Tomadas Refeer 442

Equipamentos

Portêiner 5 (2 – Post Panamax / 3 – SuperPost

Panamax)

MHC 2

LIBRA TERMINAIS – RIO (TERMINAL 1)

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Libra Terminais – Grupo Libra

UF RJ

Município Rio de Janeiro

Capacidade Estática 13,8 mil TEU

146

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro –

CDRJ

Infraestrutura

Área Total 190 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 13,00 m

Calado no Canal de Acesso 14,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 715 m

Tomadas Refeer 270

Equipamentos

Portêiner 7 (Post Panamax)

MHC 1

Transtêiner (RTG) 16

Reach Stacker 13

147

TECON – RIO GRANDE

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Rio Grande S/A (Wilson Sons)

UF RS

Município Rio Grande

Capacidade Estática 39 mil TEU

Porto Organizado Superintendência do Porto de Rio Grande

Administração Superintendência do Porto de Rio Grande

Infraestrutura

Área Total 830 mil m²

Área Pavimentada 391 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 12,20 m

Calado no Canal de Acesso 12,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 900 m

Tomadas Refeer 2000

Equipamentos

148

Portêiner 6 (Post Panamax)

MHC 2

Transtêiner (RTG) 14

Reach Stacker 11

Top Loader 7

Tratores 47

TECON – SALVADOR

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Salvador S/A

UF BA

Município Salvador

Capacidade de Movimentação Anual 530 mil TEU

Porto Organizado Porto de Salvador

Administração Companhia Docas da Bahia – CODEBA

Infraestrutura

149

Área de Armazenagem 118 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 15 m (CAM) + 12 m (CL)

Calado no Canal de Acesso 12,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 617 m (377 CAM + 240 CL)

Tomadas Refeer 674

Equipamentos

Portêiner 6 (3 Panamax + 3 Super Post Panamax)

MHC 2

Transtêiner (RTG) 8

Reach Stacker 8

Top Loader 3

Tratores 32

150

LIBRA TERMINAIS – SANTOS

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Libra Terminais – Grupo Libra

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 13,8 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área de Armazenagem 155 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 13,20 m

Calado no Canal de Acesso 13,20 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 1085 m

Tomadas Refeer 1200

Equipamentos

151

Portêiner 11 (6 Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 17

Reach Stacker 19

TECON SANTOS

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil Participações S/A

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 2000 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área Total 596 mil m²

Berços de Atracação 4

Calado no Berço de Atracação 15,00 m

Calado no Canal de Acesso 15,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 980 m

Tomadas Refeer 2000

Equipamentos

152

Portêiner 13

MHC 1

Transtêiner (RTG) 46

Reach Stacker 12

Empty Loader 7

Tratores 30

ECOPORTO (ANTIGO TECONDI)

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Ecoporto Santos S/A

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 524 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

153

Área Total 170 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 14,50 m

Calado no Canal de Acesso 12,70 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 825 m

Tomadas Refeer 360

Equipamentos

Portêiner 3 (Super Post Panamax)

MHC 8

Transtêiner (RTG) 6

Reach Stacker 30

Empilhadeira de Pequeno Porte 38

Tratores 33

EMBRAPORT – EMPRESA BRASILEIRA DE TERMINAIS PORTUÁRIOS

154

Dados Gerais

Modalidade Terminal de Uso Privado – TUP

Operador Empresa Brasileiro de Terminais

Portuários

Acionistas Dubai Ports World (DPW)

Odebrecht Transport (OTP)

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 1200 mil TEU

Infraestrutura

Área Total 530 mil m²

Área de Armazenagem 207 mil m²

Berços de Atracação 2

Calado no Berço de Atracação 16,00 m

Extensão Total do Berço de Atracação 653 m

Tomadas Refeer 1000

Equipamentos

Portêiner 6

Transtêiner (RTG) 22

Reach Stacker 3

Tratores 42

155

BTP – BRASIL TERMINAIS PORTUÁRIOS

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Brasil Terminal Portuário S/A

Acionistas Terminal Investment Limited (TIL)

APM Terminals

UF SP

Município Santos

Capacidade de Movimentação Anual 2500 mil TEU

Porto Organizado Porto de Santos

Administração Companhia Docas do Estado São Paulo

Infraestrutura

Área Total 490 mil m²

Berços de Atracação 3

Extensão Total dos Berços de Atracação 1108 m

Tomadas Refeer 1582

156

Equipamentos

Portêiner 8 (Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 26

Tratores 40

TECON SEPETIBA

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Sepetiba Tecon S/A

Acionista Companhia Siderurgica Nacional

UF RJ

Município Itaguaí

Porto Organizado Porto do Rio de Janeiro

Administração Companhia Docas do Rio de Janeiro

Infraestrutura

Área Total 409 mil m²

Berços de Atracação 3

Calado no Berço de Atracação 14,70 m

157

Calado no Canal de Acesso 17,80 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 810 m

Tomadas Refeer 1582

Equipamentos

Portêiner 6 (Super Post Panamax)

Transtêiner (RTG) 2

MHC 2

Reach Stacker 14

Empilhadeira 22

Tratores 40

TECON SUAPE

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Tecon Suape S/A

Acionista International Container Terminal Service

Inc.

UF PE

158

Município Suape

Capacidade de Movimentação Anual 680 mil TEU

Porto Organizado Porto de Suape

Administração Secretaria de Desenvolvimento

Econômico (SDEC-PE)

Infraestrutura

Área Total 380 mil m²

Berços de Atracação 3 (2 – Privados + 1 – Público)

Calado no Berço de Atracação 15,50 m

Calado no Canal de Acesso 16,50 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 935 m (660 – Privado + 275 – Público)

Tomadas Refeer 1582

Equipamentos

Portêiner 6

Transtêiner (RTG) 14

Reach Stacker 5

Tratores 42

159

TECON VILA DO CONDE - CONVICON

Dados Gerais

Modalidade Instalação Portuária Arrendada via

Contrato de Adesão

Operador Santos Brasil Participações S/A

Acionista Diversos

UF PA

Município Barcarena

Capacidade de Movimentação Anual 250 mil TEU

Porto Organizado Porto de Vila do Conde

Administração Companhia Docas do Pará

Infraestrutura

Área Total 103 mil m²

Berços de Atracação 1

Calado no Berço de Atracação 13,00 m

Calado no Canal de Acesso 14,00 m

Extensão Total dos Berços de Atracação 254 m

Tomadas Refeer 140

Equipamentos

MHC 2

160

Reach Stacker 8

Empilhadeira 2