Avaliação orientações teórico -metodológicas
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AS ORIENTAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:
SIGNIFICADOS E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA AVALIATIVA DO PROFESSOR
Por: Prof.ª Maria Inês
Sonia Maria Duarte Grego
Síntese do texto:
O texto apresenta três modelos teóricos de avaliação educacional, com enfoque em suas dimensões política, ética e metodológica com o objetivo de subsidiar professores e gestores na análise das avaliações que são praticadas nas escolas brasileiras.
OBJETIVO
A prática da AVALIAÇÃO não é neutra.Ao optar por um modelo de avaliação, o educador revela seu posicionamento político e ideológico em sua ação pedagógica.É necessário, portanto, conhecer os fundamentos teórico-metodológicos da avaliação que revelam princípios, objetivos e valores que regem os sistemas de avaliação aplicados nas instituições escolares.
INTRODUÇÃO
AVALIAÇÃO NAS ESCOLAS HOJE
Com relação aos discursos teóricos:
No interior das escolas
Avaliação externa
Qualitativa: privilegia a aprendizagem
Quantitativa: analisa a instituição escolar
AVALIAÇÃO NAS ESCOLAS HOJE Com relação à prática, verifica-se: Prevalência de uma prática conservadora e
elitista no cotidiano das salas de aula. Processo de avaliação externa de orientação
instrumental, centrado em resultados quantitativos e implementado para o monitoramento do sistema.
Esclarecer as lógicas e os princípios assumidos nos enfoques teóricos de avaliação para viabilizar a reflexão sobre o significado e o sentido das práticas embutidas nas diferentes metodologias utilizadas nas avaliações internas e externas na rede de ensino público.
O que é necessário fazer?
A avaliação educacional pode ser entendida como um processo que visa a produzir conhecimentos e informações para orientar o processo de tomada de decisões de diferentes sujeitos em função dos valores que sustentam, seja sobre um sistema educacional, um projeto curricular, um programa de ensino ou sobre o processo de aprendizagem e formação dos alunos.
(MacDONALD, 1974; HOUSE, 1989)
Orientações teórico-metodológicas de avaliação
Quais são os interesses e pressuposições que sustentam cada orientação metodológica?
Surge, então a pergunta:
Habermas (1987) identifica três formas de conhecimento:
Um conhecimento instrumental - que se define na dimensão de produção da vida material, a saber, o trabalho.
Um conhecimento subjetivo-interpretativo - que se define na dimensão da linguagem, nos significados que as pessoas atribuem às coisas e experiências vivenciadas.
Um conhecimento crítico ou teórico-crítico – que se define na dimensão do poder.
Aoki (1986), Grego (1991) e Rodrigues (1994) sugerem três enfoques teórico-metodológicos:
Orientação positivista
Orientação subjetivo-interpretativa ou qualitativa
Orientação crítica ou teórico-crítica
Tem um interesse em controle, como refletido nos valores de eficiência, efetividade, certeza e predição.
A fo rm a d e c o nhe c im e nto im p lic a e m a bs tra ir o s fa to s d e va lo re s , s e nd o a re a lida d e p a s s íve l d e s e r c o nhe c ida e m te rm o s d e c a us a lida d e line a r e d e m o ns trá ve l a tra vé s d e p ro c e d im e nto s c ie ntífic o s e x p e rim e nta is , q ua ntific a da e a na lis a da e s ta tis tic a m e nte .
ORIENTAÇÃO POSITIVISTA
ORIENTAÇÃO POSITIVISTA valoriza dados empíricos, quantificáveis e tomados como fatos. Exemplos:
Testes de inteligência
Tem como base critérios relativos, referenciados na norma ou padrão de grupo.
Testes referentes a critério
Utilizados nas avaliações de órgãos oficiais e nas salas de aula.
Primeira geração da avaliação-medição
Segunda geração da avaliação
O determinismo biológico.“As d e s ig ua lda d e s na tura is e intríns e c a s e ntre o s s e re s hum a no s a o na s c e re m s ã o d e te rm ina nte s d e e ve ntua is d ife re nç a s e m s e us s ta tus , riq ue z a e p o d e r e q ue e s ta s p ro p rie da d e s q ue d e fine m o s ind iv íduo s s ã o d e te rm ina da s bio lo g ic a m e nte ”. (LEWONTIN, 1982, p. 153).
Uma sociedade democrática providencia não ig ua lda d e d e s ta tus , m a s d e oportunidade.
Qual foi o embasamento teórico da orientação positivista?
critérios de ‘normalidade’ estabelecidos ideologicamente, com base na cultura da classe dominante. assimilação acrítica dos diagnósticos psicométricos pelo pensamento pedagógico, institucionalizando a explicação do fracasso escolar das crianças com dificuldades escolares, rotuladas como ‘fracas’, ‘atrasadas’, ‘desajustadas’
Críticas ao uso dos testes de inteligência:
Uso dos resultados para estabelecer comparações e classificando o aluno como excelente, regular ou insuficiente.
contradição com o discurso atual de uma escola de qualidade para todos, de uma escola inclusiva, pois a cada estudante é atribuído um valor, uma capacidade de inserção. Isso significa classificar, selecionar, discriminar.
Críticas ao uso dos testes referenciados no padrão de grupo:
Florestan Fernandes (1986) enfatiza, com relação à tradição cultural e educacional brasileira ...
[. . . ] é d e um e litis m o c ultura l fe cha d o , c e rra d o , num a s o c ie d a d e na q ua l s e c ultivo u, s e m p re , o c o nhe c im e nto , o livro e a té a filo s o fia d a ilus tra ç ã o [. . . ] o p ró p rio p ro fe s s o r inte re s s a va à m e d ida q ue e ra um a g e nte p uro e s im p le s d e tra ns m is s ã o c ultura l [. . . ] um e le m e nto d e m e d ia ç ã o , na c a d e ia inte rm iná ve l d e d o m ina ç ã o p o lític a e c ultura l [. . . ] nunc a p o s to num c o nte x to d e re la ç ã o d e m o c rá tic a c o m a s o c ie d a d e .
Nesta concepção, a finalidade da escola é:
fundamentar e legitimar a hierarquia social. distinguir, discriminar os “mais aptos” dos “menos aptos”
por meio da avaliação da aprendizagem. justificar as diferenças sociais apresentando-as apenas
como individuais. indicar a adequação ou inadequação do aluno para a
continuidade dos estudos. informar a posição do aluno no grupo-classe onde se
insere. criar expectativas antecipadas quanto à qualificação dos
alunos. Obs: isso decorre dos procedimentos avaliativos aplicados na prática escolar.
Obs: isso decorre dos procedimentos avaliativos aplicados na prática escolar.
O que a escola está avaliando?
Apenas o q ua nto o aluno é capaz de reproduzir de um determinado conteúdo em relação a outros alunos do grupo-classe e esse q ua nto p o d e va ria r, dependendo do grupo de referência.
Apenas o q ua nto o aluno é capaz de reproduzir de um determinado conteúdo em relação a outros alunos do grupo-classe e esse q ua nto p o d e va ria r, dependendo do grupo de referência.
A avaliação quantitativa referente a critério: as teorias ambientalistas (a teoria da carência cultural) e a avaliação por objetivos
Mudou o foco de explicação das diferenças entre os indivíduos para fatores ambientais.
Pressuposto: as condições materiais, culturais e emocionais do ambiente familiar têm grande influência na progressão das crianças e dos jovens no processo de escolarização.
teoria da privação cultural parte do princípio de que ausência de conhecimentos, habilidades, valores e modos de linguagem apropriados levam ao baixo aproveitamento escolar.
A avaliação referenciada em critério e avaliação formativa: controle ou desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem?
Tem seu foco em objetivos educacionais. avaliação por objetivos tem possibilitado a
emergência de novas formas de avaliação mais qualitativa.
pretende-se que atenda aos princípios da democracia e da inclusão.
avaliação da qualidade e da eficiência do sistema educacional.
- Avaliação da qualidade e da eficiência do sistema educacional envolvem o monitoramento e controle das escolas, do trabalho docente e da aprendizagem dos alunos; - Avaliação do processo de ensino e aprendizagem é comprometida com a formação do aluno e/ou em otimizar as aprendizagens.
Contradições:
OBSERVAÇÕES:
Se a finalidade é avaliar a eficiência e eficácia de um programa ou das escolas, com base nos resultados obtidos pelos alunos em um teste, o interesse é em controle.
Se a finalidade é obter informações relevantes sobre o processo educativo para orientar propostas de melhoria do ensino-aprendizagem, então o interesse é pedagógico e qualitativo.
Questões:
Como nos posicionarmos ante estes dois enfoques, de modo a orientar nossa avaliação para uma finalidade pedagógica em essência?
E como posicionar nossa prática a serviço de uma pedagogia situada social, cultural e politicamente à realidade brasileira, considerando que os modelos, hoje, postos foram pensados e gestados para outra sociedade, fundamentada em outras concepções de educação e de formação?
http://www.acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/65806/1/u1_d29_v3_t02.pdf
Fonte de consulta:
Obrigada!