Écom muito carinho que reunimos aqui este singelo material ...
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS A … · Mestrado e agora sendo acresentada o meu...
Transcript of AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS A … · Mestrado e agora sendo acresentada o meu...
i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA E BIODIVERSIDADE
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS A
EXPOSIÇÃO POR PESTICIDAS EM SOJICULTORES DE
MUNICÍPIOS GOIANOS
Doutoranda: Fernanda Ribeiro Godoy
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Carlos da Silva
Co-orientadora: Profa. Dra. Daniela de Melo e Silva
GOIÂNIA
© 2018
ii
TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E
DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade
Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG), regulamentada pela Resolução CEPEC nº 832/2007, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme permissões
assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [ X ] Dissertação [ ] Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação Nome completo do autor: Fernanda Ribeiro Godoy Título do trabalho: Avaliação dos aspectos biológicos associados a
exposição por pesticidas em sojicultores de municípios goianos 3. Informações de acesso ao documento:
Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO1 Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se
imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF da tese ou
dissertação.
________________________________________
Assinatura do (a) autor (a)
________________________________________ Data: 22 /11
/ 2018 Assinatura do (a) Orientador (a)
1 Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo
suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o
período de embargo.
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA E BIODIVERSIDADE
AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS A
EXPOSIÇÃO POR PESTICIDAS EM SOJICULTORES DE
MUNICÍPIOS GOIANOS
Doutoranda: Fernanda Ribeiro Godoy
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Carlos da Silva
Co-orientadora: Profa. Dra. Daniela de Melo e Silva
GOIÂNIA
©2018
iv
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através doPrograma de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 575
Ribeiro Godoy, Fernand AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS AEXPOSIÇÃO POR PESTICIDAS EM SOJICULTORES DEMUNICÍPIOS GOIANOS [manuscrito] / Fernand Ribeiro Godoy. -2018. XII, 78 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Claudo Carlos d da Silva; co-orientador Dr.Danilela de Melo e Silva. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Instituto deCiências Biológicas (ICB), Programa de Pós-graduação em Biotecnologiae Biodiversidade, Goiânia, 2018. Bibliografia. Anexos. Apêndice. Inclui gráfico, tabelas, lista de figuras, lista de tabelas.
1. SNP. 2. Ensaio cometa. 3. Genotoxicidade. 4. Susceptibilidade.5. Trabalhador Rural. I. da Silva, Claudo Carlos d, orient. II. Título.
v
vi
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por considerá-lo como fonte de todo
conhecimento e inspiração e na figura de seu filho Jesus “àquele quem inspira a minha vida”
agradeço por minha vida e por minhas conquistas, sendo elas pequenas ou grandiosas foram
importantes para compor o meu ser.
Ao amor e o cuidado do meu pai, Roberto de Godoy e da minha mãe Eliane do Carmo Ribeiro
Godoy, por se dedicarem à minha criação e educação, desde o maternal até o dia de hoje,
expresso o meu mais profundo agradecimento. Eles sempre estiveram presentes com seu apoio,
carinho e amor incondicional. Ensinaram-me que é na educação, no convívio honesto e
solidário, e não no gasto financeiro, que se investe em formação pessoal e acadêmica.
Ao amor da minha vida Alex Silva da Cruz, pelo seu constante amor, apoio, carinho, amizade
e companherismo pessoal e de sua família. Expresso com carinho e ternura meus sentimentos
de agradecimento. Com vocês dividimos momentos de alegria, carinho, mas também ausência,
luto e angústia. Estes momentos foram importantes por fortalecer nossos laços, além de serem
importantes para o meu crescimento como pessoa.
Aos queridos professores, Doutor Aparecido Divino da Cruz, Doutor Claudio Carlos da Silva
e Doutor Rogério Pereira Bastos expresso meus singelos agradecimentos e principalmente
minha admiração. Vocês são fontes de inspiração pessoal e profissional além de serem pessoas
maravilhosas.
A minha querida Professora, Doutora Daniela de Melo e Silva, agradeço do fundo do meu
coração, por todo amor e carinho depositado na minha formação acadêmica e pessoal. Nossa
história iniciou com a minha entrada no Programa de Iniciação Científica, passando pelo
Mestrado e agora sendo acresentada o meu doutoramento. Adicionalmente, acradeço pelo
amor recíproco, honesto e singelo, além de uma grande e importante amizade. É você Daniela
quem eu considero como espelho que, quem sabe um dia eu irei refletir.
À banca examinadora, Prof. Aparecido D. da Cruz, Profa. Cintia Brito, Profa. Emilia Costa e
Profa. Lysa Minasi, pela participação na minha defesa.
Aos amigos de uma vida inteira: Ana Julia da Cunha, Danilo Conrado Silva, Nathylla
Nazareth Freire Guedes e Raphael Silva da Cruz pelo constante apoio, carinho e pela valiosa
amizade, sendo este um sentimento que eu considero tão importante como o amor. O constante
incentivo e participação de vocês em minha vida foi e sempre será fundamental para a
manutenção da minha felicidade.
vii
Aos amigos dos laboratórios REPLICON e LGBIO, agradeço profundamente pelo apoio e
carinho. Nesse momento tão importante de minha vida não posso deixar passar a oportunidade
de acradecer a participação como co-produtores deste trabalho, pela parceria indispensável
na sua elaboração. Como não posso nomear cada um de vocês eu personifico estes
agradecimentos a você meu querido amigo Aldaires Vieira de Melo.
As queridas parceiras e amigas: Fernanda Craveiro Franco, Lílian Teodoro de Sousa
Wanessa Fernandes Carvalho divido este momento de alegria e de conquista. Voces foram
minhas parceiras diárias nos momentos de luta e de descontração fundamentais para a
realização deste trabalho. Além da ajuda de bancada, vocês me ofereceram uma sincera e
valiosa amizade. Adicionalmente, estendo meus agradecimentos aos amigos do LABMUT:
Alessandro Arruda Alves, Alice Tâmara Carvalho Lopes, Camila Provasio Figueredo,
Daiany Folador Sotero, Jheneffer Sonara Aguiar Ramos, Juliana Boaventura Avelar,
Macks Wendell Gonçalves, Marcos de Oliveira Cunha, Rodrigo Roncato Pereira e Thays
Millena Alves Pedroso.
Às Agências: FAPEG, CAPES e CNPq pelo auxilio financeiro a esta pesquisa. É um privilégio,
embora não poderia ser, contar com os escassos recursos financeiros destinados à pesquisa
acadêmica, pois sem ela ficamos reféns do improviso e do acaso, inviabilizado o
desenvolvimento científico. O Brasil precisa de pesquisa científica!
A oportunidade de convivência com os trabalhadores rurais, parceiros e destinatários finais
desta pesquisa. Fiquei surpreendida e triste com o ambiente de trabalho árduo e insalubre a
eles impostos. Mas, apesar dos pesares, afirmam sua liberdade de existir e expressar suas
necessidades e seus sonhos.
viii
SUMÁRIO
Lista de tabelas …………...……………......................................................................... vii
Lista de figuras ................................................................................................................ xiii
Resumo ........................................................................................................................... ix
Abstract ........................................................................................................................... x
1. Introdução ................................................................................................................... 11
2. Referencial teórico ...................................................................................................... 15
2. 1 Historia da Agricultura .................................................................................. 15
2.2 Historia da Agricultura no Brasil …............................................................... 16
2.3 Uso de pesticidas na Agricultura Brasileira ................................................... 17
2.4 Classificação dos pesticidas ........................................................................... 18
2.4.1 Classe de pesticidas, segundo sua: .................................................. 18
2.4.1.1 Ação ................................................................................ 18
2.4.1.2 Grupo químico: .................................................................. 19
2.4.1.3 À toxicidade ....................................................................... 20
2.5 Pesticidas e seus impactos a saúde humana e ao meio ambiente .................... 21
2.5.1 Intoxicação ..................................................................................... 21
2.6 Características dos Cultivos da Soja .............................................................. 22
2.7 Estudo da Genética em exposição .................................................................. 25
2.7.1 Analise de polimorfismos de nucleotídeos únicos – SNPs .............. 26
3. Objetivos ..................................................................................................................... 26
3.1 Objetivo geral ........................................................................................... 26
3.2 Objetivos específicos ................................................................................ 26
4. Metodologia ……………............................................................................................ 27
4.1 Amostras biológicas dos trabalhadores rurais ................................................ 27
4.2 Local da realização do estudo ........................................................................ 28
4.3 Extração DNA e quantificação das amostras de Sangue .............................. 28
ix
4.4 Ensaio Cometa ............................................................................................... 28
4.5 Analise molecular dos SNPs …...................................................................... 29
4.5.1 Obtenção dos Primers …................................................................. 29
4.5.2 Reação em cadeia da polimerase (PCR) …........................................ 29
4.5.3 Reação de Sequenciamento ……....................................................... 30
4.6 Análises Estatísticas ………….................................................................... 31
5. Resultados e discussão ................................................................................................ 32
5.1 Analise estatística descritiva do estilo de vida dos grupos exposto e não
exposto .............................................................................................................. 32
5.2 Tipos de pesticidas e formas de contato, EPI’s e caso de intoxicação
relatadas pelos trabalhadores rurais ................................................................... 33
5.3 Avaliação dos dados bioquímicos e hematológicos dos sojicultores ........... 38
5.4 Polimorfismos ............................................................................................. 55
6. Conclusão .................................................................................................................... 61
7. Referencias bibliográficas .......................................................................................... 59
Anexo I. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido …............................................ 81
Apêndice II. Questionário ............................................................................................... 81
Anexo I. Aprovação no comite de ética ........................................................................... 81
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Classificação segundo formulações sólidas que apresentam DL50 oral para
ratos. ............................................................................................................... 23
Tabela 2. Classificação e efeitos e/ou sintomas agudos e crônicos dos agrotoxicos
...................................................................................................................... 25
Tabela 3. Tabela 3: Descrição dos primers utilizados nas reações de sequenciamento
dos genes CYP2E1 e OGG1............................................................................................ 34
Tabela 4. Protocolo para a PCR do gene OGG1. …….................................................... 35
Tabela 5. Protocolo para a PCR do gene …....................................……........................ 35
Tabela 6. Dados de estilo de vida dos grupos exposto e não exposto ocupacionalmente
a pesticidas ....................................................................................................................... 38
Tabela 7 Pesticidas relatados pelos sojicultores classificados de acordo com a classe
toxicológica, grupo químico, e respectivas funções ...................................................... 40
Tabela 1 Valores de referência fornecidos pelos Laboratorios LACES e Sigma ........... 46
Tabela 9. Distribuição dos Genótipos entre o Grupo exposto e não exposto ................ 52
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tendência na produção agrícola e produtividade no Brasil de 1975- 2013 ........ 21
Figura 2. Preparo da área para a produção de soja ......................................... 27
Figura 3. Procedimentos realizados neste estudo para avaliação dos sojicultores em
comparação com o grupo controle .................................................................................. 32
Figura 4: Distribiuição dos pesticidas utilizados no cultivo de soja, de acordo com a
quantidade de pesticidas (A); Porcentagem de acordo com a classe toxicológica (B) e
Porcentagem de acordo com a função dos pesticidas mais relatados ............................. 42
Figura 5. Formas de contato dos sojicultores expostos diretamente a pesticidas ........... 43
Figura 6. Principais sintomas relatados pelos sojicultores associados com a exposição a
pesticidas ...................................................................................................................... 44
Figura 8. Leucograma dos Sojicultores .......................................................................... 46
Figura 2 Hemograma - Serie vermelha dos Sojicultores ................................................ 47
Figura 10. Alterações dos perfis lipídicos e glicêmicos detectados em sojicultores de
municípios goianos. ........................................................................................................ 48
Figura 11. Distribuição das dosagens da enzima acetilcolinesterase em sojicultores de
municípios goianos ......................................................................................................... 49
Figura 12. Distribuição dos valores alterados de ALAT e ASAT, nos sojicultores, de
acordo com o sexo. ..........................................................................................................
51
Figura 13. Análise de componentes principais das variáveis: Comprimento da cauda (TL,
do inglês Tail lengh), Momento da cauda de Olive (OTM, do ingle olive tail moment) e
porcentagem de DNA na cauda (%DNA) nos grupos exposto e não
exposto.............................................................................................................................
54
Figura 14. Frequência de danos ao DNA nos grupos caso e controle. P<0,05; Nexp: Grupo
não exposto; Exp: Grupo Exposto; %DNA. A: Porcentagem de DNA na cauda (%DNA),
B: Momento da cauda de Olive (OTM) e C: Comprimento do comprimento da cauda
(TL)....................................................................................................................................
55
xii
Resumo
O Brasil, desde 2008, lidera o ranking mundial de consumo de pesticidas, sendo que a região
Centro-Oeste é responsável pelo consumo de 25% destes produtos. Neste contexto, o presente
estudo constituiu uma pesquisa transversal (análises bioquímicos e hematológnas) e do tipo
caso-controle (ensaio cometa) qual foram avaliados 163 indivíduos, sendo 74 sojicultores,
expostos ocupacionalmente a pesticidas, constituindo o grupo exposto e 89 indivíduos, também
de municípios goianos, que apresentaram condições similares aos sojicultores, perfazendo o
grupo controle. Dos 74 sojicultores, 43 estão diretamente expostos a pesticidas e 31 são
expostos indiretamente. Os participantes pertenciam a 8 municípios do Estado de Goiás,
produtores de soja: Leopoldo de Bulhões, Silvânia, Rio Verde, Santa Terezinha, Goiânia,
Rosalândia, Bela Vista e Piracanjuba. Foram realizadas coletas de material biológico, tabulação
dos dados, análises bioquímicas e hematológicas, extração de DNA, PCR, sequenciamento,
para a análise de polimorfismos dos genes CYP2E1 e OGG 1, além do ensaio cometa. O grupo
exposto foi composto por indivíduos de 19 a 63 anos, sendo 21 mulheres e 53 homens e o grupo
controle possuiu idades variando de 18 a 64 anos, sendo 36 mulheres e 53 homens, O tempo
médio de atividade agrícola do grupo exposto variou de 8 meses a 32 anos (média de 10 anos).
Todos os trabalhadores expostos diretamente relataram fazer uso de EPI. No entanto, 18,9%
dos sojicultores relataram terem sofrido intoxicação por pesticidas e os sintomas mais comuns
foram dor de cabeça e problemas gastrointestinais. Foram realizados os seguintes exames
laboratoriais: hemograma, dosagens de ALAT, ASAT, acetilcolinesterrase, glicemia e perfil
lipídico. Quanto aos resultados destes exames, foram detectadas poucas alterações e em geral,
os valores estavam de acordo com as referências. Quanto à distribuição das frequências do
polimorfismo rs2031920, no gene CYP2E1, houve diferenças significativas entre os grupos
exposto e não exposto (p =0.002), demonstrando que 24,3% dos sojicultores tem o alelo mutado
(T). Quanto ao gene OGG1 foram avaliados 2 SNPs, o rs1052133 e o rs293795, e as frequências
de distribuição destes dois polimorfismos não foram distintas entre os grupos exposto e não
exposto. Para o ensaio cometa, as análises de dano no DNA, na comparação dos grupos de
estudo, demonstraram diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) nos três parâmetros
analisados (TL, OTM, %DNA). Vale ressaltar que quando os dados de estilo de vida dos grupos
exposto e não exposto foram avaliados, foram observadas diferenças significativas, em relação
ao consumo de álcool e faixa etária. Porém, quando esses dados foram analisados, associados
com os polimorfismos nos genes CYP2E1 e OGG1 e os achados do ensaio cometa, não
observou nenhuma influência dessa diferença (idade e consumo de álcool), entre os grupos, nas
duas variáveis. Assim, este estudo pioneiro no Estado de Goiás realizou um panorama da saúde
xiii
de sojicultores de municípios goianos, com o uso de análises laboratoriais clássicas, associadas
com marcadores de exposição (ensaio cometa) e de susceptibilidade (polimorfismos genéticos),
ressaltando a necessidade de ampliar o protocolo de avaliação da saúde do trabalhador, visando
a prevenção de doenças reconhecidamente associadas à exposição a pesticidas.
Palavras-chave: SNP. Genotoxicidade. Suscpetibilidade. Ensaio Cometa. Sojicultores.
xiv
Abstract
Since 2008, Brazil has been leading the world ranking of pesticide consumption, with the
Central Brazil responsible for the consumption of 25% of these products. In this context, the
present study was a cross-sectional study in which 163 individuals were evaluated, 74 of which
were soybeans, occupationally exposed to pesticides, and 89 individuals, also from Goias
municipalities, who presented similar conditions to soybean, making up the group control. Of
the 74 soy farmers, 43 are directly exposed to pesticides and 31 are exposed indirectly. The
participants belonged to eight municipalities in the state of Goiás: Leopoldo de Bulhões,
Silvânia, Rio Verde, Santa Terezinha, Goiânia, Rosalândia, Bela Vista and Piracanjuba.
Biological material collections, data tabulation, biochemical and hematological analyzes, DNA
extraction, PCR, sequencing, were performed for the analysis of CYP2E1 and OGG1 gene
polymorphisms, in addition to the comet assay. The exposed group consisted of individuals
aged 19 to 63 years, 21 women and 53 men, and the control group had ages ranging from 18 to
64 years, being 36 women and 53 men. The average time of agricultural activity of the exposed
group ranged from 8 months to 32 years (mean of 10 years). All workers exposed directly
reported using PPE. However, 18.9% of soybean farmers reported having been poisoned by
pesticides and the most common symptoms were headache and gastrointestinal problems. The
following laboratory tests were performed: blood count, ALAT, ASAT, acetylcholinesterase,
glycaemia and lipid profile. As for the results of these tests, few changes were detected and in
general, the values were in agreement with the references. According to the frequency of the
rs2031920 polymorphism in the CYP2E1 gene, there were significant differences between the
exposed and non-exposed groups (p = 0.002), showing that 24.3% of soybean farmers had the
mutated allele (T). For the OGG1 gene, two SNPs, rs1052133 and rs293795, were evaluated,
and the frequencies of these two polymorphisms were not different between the exposed and
non-exposed groups. For the comet assay, DNA damage analyzes, in the comparison of the
study groups, showed statistically significant differences (p <0.05) in the three analyzed
parameters (TL, OTM, % DNA). It is worth noting that when the lifestyle data of the exposed
and non-exposed groups were evaluated, significant differences were observed in relation to
alcohol consumption and age group. However, when these data were analyzed, associated with
the polymorphisms in the CYP2E1 and OGG1 genes and the findings of the comet assay, there
was no influence of this difference (age and alcohol consumption) between the groups on the
two variables. Thus, this pioneer study in the State of Goiás, carried out an overview of the
health of soybeans from municipalities in Goiás, using classic laboratory analyzes, associated
with exposure markers (comet assay) and susceptibility (genetic polymorphisms), emphasizing
xv
the need to expand the worker health assessment protocol, aiming at the prevention of diseases
known to be associated with pesticide exposure.
Keywords: SNP. Genotoxicity. Susceptibility. Comet Assay. Soybean farmers.
16
1. Introdução
Os pesticidas são substâncias químicas especificamente desenvolvidas para uso no
controle de pragas e doenças de plantas (TRIVELLAT, 1998; PERES, 2003), utilizados em
atividades agrícolas, pastagens, pecuária, florestas nativas e plantadas, ambientes hídricos
urbanos e industriais e nas atividades de vigilância sanitária para o controle de doenças vetoriais
(AUGUSTO, 2012; CARNEIRO, 2012)
No Brasil, esos pesticida eram reconhecidos, pela Constituição de 1988, erroneamente
como “defensivos agrícolas”, o que excluía seu uso nas atividades de vigilância sanitária, além
de mascarar os efeitos negativos à saúde humana e ambiental (BOMBARD, 2011). O termo
“pesticida” foi introduzido no Brasil pela Lei Federal n° 7.802 de 11 de julho de 1989
regulamentada pelo Decreto 98.816 de 11 janeiro de 1990. Atualmente o termo foi revogado
pelo Decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002. De acordo com o Artigo 2, Inciso I da Lei Federal
n° 7.802, o termo “pesticida” ficou definido como:
“Pesticidas e afins são os produtos e componentes de processos físicos,
químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção,
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de florestas nativas ou implantadas e de outros ecossistemas e
também em ambientes urbanos hídricos e industriais, cuja finalidade seja
alterar a composição da flora e da fauna a fim de preservá-la da ação danosa
de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos
empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do
crescimento”
(MARQUES 2010).
Na literatura de língua inglesa, os agrotóxicos são denominados “pesticidas” (Aspelin,
2003), termo que foi adotado para esta pesquisa, uma vez que também denota a larga gama de
substâncias químicas usadas no controle de pragas, além de conotar seu caráter prejudicial, sem
remeter apenas à utilização agrícola.
Os pesticidas tem sido alvo de preocupação por parte dos diversos segmentos da
sociedade, devido a seu potencial risco ao ambiente (CUNHA et al., 2003), uma vez que o uso
indiscriminado (regido por fatores como: uso inadequado, alta toxicidade, falta do uso de
equipamentos de proteção e precariedade dos mecanismos de vigilância) pode gerar danos à
saúde humana, animal e ambiental (DA SILVA et al., 2005; DOMINGUES et al., 2004). No
entanto, o uso de pesticidas não gera somente impacto ambiental, mas também impactos sociais
17
e sanitários, os quais são agravados pela ampla utilização destes produtos, pelo
desconhecimento dos riscos associados a sua utilização, pelo desrespeito às normas de
segurança, pela livre comercialização, pela pressão comercial por parte das empresas
produtoras e distribuidoras, e os problemas sociais presentes principalmente no meio rural (foco
de seu maior emprego) (HOSHI, 2009; RIBEIRO et al., 2009).
Neste contexto, a exposição ocupacional a pesticidas é particularmente preocupante nos
países em desenvolvimento. O consumo de pesticidas tem crescido rapidamente no Terceiro
Mundo e em países emergentes, mas na maioria dos casos não existe controle eficaz sobre a
venda e o uso destes produtos, bem como os equipamentos de proteção individual (EPI) não
são utilizados rotineiramente, não havendo monitoramento da exposição ocupacional
(PAUMARGARTTEN, 2012; DA SILVA et al., 2008).
Estimativas feitas pelas agências internacionais de saúde, incluindo a Organisação das
Nações Unidas para alimentação e agricultura (FAO) e a Organisação Mundial da Saúde
(OMS) são preocupantes e suas atenções se voltam para ocorrências de intoxicações agudas
resultantes do contato direto com produtos altamente tóxicos. As intoxicações humanas podem
acarretar consequências imediatas, inclusive levando o indivíduo à morte ou a problemas
crônicos tais como o câncer (CARNEIRO, 2012).
Em geral, a exposição ocupacional de trabalhadores agrícolas ocorre por falta de
informação ou recursos técnicos qualificados. Desta forma, equipamentos de proteção
individual (EPI’s) tendem a não ser utilizados no momento do preparo e aplicação dos
pesticidas, sobretudo por nem sempre estarem adequados à realidade e ao clima das regiões
agrícolas brasileiras (PERES e MOREIRA, 2007).
Os possíveis efeitos tóxicos da exposição a pesticidas são conhecidos. Porém, as
informações da toxicidade relacionada aos ingredientes ativos não são suficientes para avaliar
o risco dos efeitos adversos dos pesticidas sobre a saúde humana e ambiental (RIBEIRO et al.,
2009).
No setor produtivo, a genética molecular tem se tornado uma ferramenta indispensável
para alcançar o sucesso econômico. A investigação genética dos possíveis danos a saúde dos
trabalhadores rurais, adquiridos pela exposição ocupacional a pesticidas, elevaria a capacidade
de investigação dos efeitos e causas que está conduta vem trazendo para a saúde dos
trabalhadores, como demosntrado no universo academico.
E possível realizar estudos de investigação genética e molecular para a identificação
de danos no DNA dos trabalhadores ocupacionalmente expostos a pesticidas. O emprego da
biologia molecular como uma ferramenta de investigação permite a identificação de eventos
18
presentes no DNA que estão relacionados à saúde genética dos trabalhadores rurais, apontando
os danos potencialmente envolvidas com doenças genéticas. A identificação destes danos no
DNA auxiliará na compreensão dos mecanismos biológicos e fisiológicos subjacentes às
características estudadas.
No estado de Goiás, até o momento, estudos para se correlacionar o uso indiscriminado
de pesticidas com a saúde dos trabalhadores rurais, utilizando uma abordagem genético
molecular estão escassos (KHAYAT et al., 2013; GODOY et al., 2014; FRANCO et al., 2016).
Além da falta de estrutura no âmbito de saúde publica, por motivos como difícil acesso a
unidades de saúde, o diagnostico incorreto, por falta de laboratórios, ou por mal preparo dos
profissionais da saúde, sejam médicos, enfermeiros e técnicos que não relacionam o sintoma
com a exposição ocupacional, e devido não se ter um parâmetro, um bioindicador que permita
uma avaliação prematura. Portanto, os dados obtidos, a partir do presente estudo, poderão
contribuir para promover informações que venham a colaborar para a determinação de
parâmetros e condutas que poderão servir para orientar os trabalhadores rurais em prol da sua
saúde. Assim, o presente estudo contribuirá para estimular a formação de recursos humanos e
consolidar os padrões de excelência regional imprescindíveis nas áreas de biotecnologia e
biodiversidade, abrindo caminho para novas vertentes para a aplicação da biologia molecular
como uma ferramenta em estudos de genômica.
19
2. Referencial Teórico
2. 1 História da Agricultura
A agricultura surgiu há mais de 10.000 anos e com o passar do tempo, houve inúmeras
mudanças nos processos e nas formas do trabalho agrícola, como a utilização de novas
tecnologias e maneiras organizacionais que vêem contribuindo com o desenvolvimento no
campo (MAZOYER e ROUDART, 2008; MAGALHÃES, 2010). Há milhares de anos, as
pragas têm afetado a vida da humanidade como mostrado por relátos bíblicos, gregos, romanos,
macedônios, chineses e mesopotâmicos que reportaram grandes pragas como desafios cruciais
para a sobrevivência dessas sociedades (BRAIBANTE, 2012). Desde o início da agricultura, a
humanidade sempre buscou maneiras de combater as pragas que variam desde rituais religiosos,
utilização de animais, espantalhos, barreiras físicas, utilização de produtos químicos, levando
ao desenvolvimento dos pesticidas (MAZOYER; ROUDART, 2008). O primeiro relato de um
produto químico utilizado para o combate de pragas foi dos sumérios, há mais de 2500 a.c que
usavam enxofre para combater insetos (BRAIBANTE, 2012).
Com o passar do tempo, a estruturação da sociedade como conhecemos nos dias de hoje
e o aumento da densidade populacional levaram às revoluções agrícolas. As revoluções
determinaram a agricultura atual, a primeira revolução aconteceu na era neolítica há 10.000 a.c.
A revolução neolítica se caracterizou pelo início do cultivo, quando os nômades passaram a
cultivar plantas, seguidas pela revolução agrícola antiga, marcada pelo alqueive, que consiste
em, deixar a terra descansar de um plantio para outro, e utilização de tração leve. A revolução
agrícola da Idade Média no século X, que foi caracterizada pelo uso de alqueive e tração pesada
(MAZOYER e ROUDART, 2008; HOBSBAWM et al., 2006).
A primeira revolução agrícola dos tempos modernos ocorreu nos séculos XVIII a XIX
em decorrência da primeira revolução industrial, marcada pela mecanização do campo com a
introdução de tratores, colheitadeiras e semeadeiras, e uso de energia a vapor e energia elétrica,
o que levou a plantações regulares, surgimento de novos pesticidas e implementos agrícolas,
aumentando consideravelmente a produção agrícola (NODARI & GUERRA, 2015; DA
VEIGA, 2007). A partir desta revolução, os impactos ambientais gerados pela degradação
ambiental desenfreada, assim como os impactos na saúde humana, desencadeados,
principalmente, pelo uso dos pesticidas, sem o conhecimento dos compostos químicos para a
saúde humana, repercutem até os dias de hoje (NODARI & GUERRA, 2015; FERREIRA,
2010).
A segunda grande revolução agrícola dos tempos modernos iniciou no século XX e foi
caracterizada pela modernização e desenvolvimento de novos equipamentos agrícolas que
20
incluíram processos de motorização, mecanização, quimificação, esatbelecimento das vias de
escoamento e transporte da produção, além da seleção de variedades de plantas pela qualidade
genética e alteração de seu material genético (MAZOYER & ROUDART, 2008). Dentro desta
revolução, houve a Revolução Verde, que se iniciou em 1960, sendo caracterizada pela seleção
de sementes com alto rendimento e a utilização e desenvolvimento de pesticidas e fertilizantes
sintéticos (MATOS, 2011; DA VEIGA, 2007). A soma do uso intensivo de pesticidas e
fertilizantes, com o advento da genética molecular e utilização da engenharia genética, no
desenvolvimento de sementes e cultivares geneticamente modificadas, proporcionaram o
aumento da produção mundial de alimentos (MACHADO, 2014; MATOS, 2011;
ALBERGONI & PELAEZ, 2007).
No final da Segunda Guerra Mundial e o advento da era nuclear, a discussão sobre o
impacto ambiental da agricultura, da indústria e consumo desmedido de recursos naturais se
tornaram internacionais com o livro “Primavera Silenciosa”, da escritora Rachel Carson que
faz uma critica da modernização da agricultura. (DE LIMA, 2015; ALBERGONI& PELAEZ,
2007) A partir da publicação deste livro, a sociedade cientifica começou a avaliar o impacto
dessas revoluções e calcular o dano ao ambiente. Em 1972, em Estocolmo, a Organização das
Naçoes Unidas promoveu a Conferencia das Naçoes Unidas sobre Meio Ambiente e os Direitos
Humanos, discutindo pela primeira vez o impacto ambiental do desenvolvimento humano e
social (DE LIMA, 2015; ALBERGONI& PELAEZ, 2007)
2.2 História da Agricultura no Brasil
Existem achados arqueológicos que a agricultura brasileira se iniciou juntamente com a
agricultura mundial por volta de 10.000 a.c e na época da chegada dos portugueses em 1500,
os índios cultivavam mandioca, milho, abóboras, batata-doce, cará, banana, mamão e abacaxi,
ainda de forma primitiva (REIFSCHNEIDER, 2010). O Brasil desde 1.500 até a proclamação
da República em 1889, foi um pais de economia extrativista e agrário pela exportação do pau-
brasil, café, algodão, borracha, cacau, cana de açúcar e minério (ABREU, 2010;
REIFSCHNEIDER, 2010).
A agricultura brasileira sofreu uma grande mudança em 1960 com a Revolução Verde
pela modernização agrícola baseada em novas tecnologias, criação de produtos químicos,
biológicos e novos equipamentos mecânicos, ligados a agricultura (ALBERGONI & PELAEZ,
2007). Nesse período houve formação dos complexos agroindustriais e a internacionalização
dos processos, ocorrendo uma padronização dos sistemas produtivos, por exemplo, a maneira
de produção de soja no Brasil é a mesma em todo mundo (AGRA, 2001).
21
Na década de 70, a Revolução Verde timpulsionou a partica agrícola no Brasil com a
criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, onde uma parte do recurso concedido era
obrigatoriamente destinado a compra de pesticida, além da criação do Programa Nacional de
Defensivos Agrícolas, no âmbito do II Plano Nacional de Desenvolvimento que disponibilizou
recursos para a criação de empresas nacionais e incentivos para a produção de insumos
agrícolas no Brasil, estimulando também a produção e o consumo dos pesticidas em todo
território nacional. (DE LIMA, 2015; LONDRES, 2011).
2.3 Uso de pesticidas na Agricultura Brasileira
O impacto do uso de pesticidas no Brasil começou a ser discutido na mesma época em
que o mundo discutia pela primeira vez o impacto do desenvolvimento econômico no meio
ambiente, juntamente com a Revolução Verde de 1960, que aumentou consideravelmente e
indiscriminadamente o uso dos pesticidas no Brasil (PORTO, 2012; ALBERGONI & PELAEZ,
2007). Com incentivos financeiros, o governo brasileiro subsidiou e incentivou o uso de
pesticidas e de criação de fábricas brasileiras e multinacionais voltadas ao desenvolvimento e
distribuição de pesticidas (DE LIMA, 2015; LONDRES, 2011).
Em 1975 o Plano Nacional de Desenvolvimento que incentivava e exigia o uso de
pesticidas por meio de investimentos para financiar estes “insumos”, alem de incentivar a
ampliação da indústria de síntese e formulação no pais, passando de 14 fábricas em 1974, para
73 em 1985 (RIGOTTO, 2011). Esta política possibilitou não só ao grande produtor, mas
também ao produtor familiar, utilizar pesticidas de maneira indiscriminada. Apenas em 1989,
foi aprovada a lei 7.802 (TERRA & PELAEZ, 2008). Assim, com a aprovação desta lei, os
“defensivos agrícolas” passam a ser tratados como pesticidas, deixando em evidência a
toxicidade destes produtos tanto para o meio ambiente, quanto a saúde humana (DE JONAS,
2015; MOURA, 2005).
Após a regulamentação dos pesticidas, o uso destes compostos no Brasil foi
normatizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que controlam e regulam a presença dos pesticidas
no meio ambiente (BORSOI et al., 2014).
A agricultura brasileira sofreu uma estagnada na década de 90 e voltou a crescer na
década seguinte e segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE), o Brasil é o segundo país que mais exporta produtos agrícolas em todo mundo (FAO;
OCDE, 2015), possuindo um dos melhores desempenhos na produtividade agrícola,
denominada de produtividade de fator total (PFT) Gasques et al. (2014) mostraram que o
22
crescimento do PFT na agricultura brasileira aumentou 35% ao ano entre 1975 e 2013 (FAO;
OCDE, 2015) (Figura 1). No entanto, vale ressaltar que o Brasil se encontra na contramão
mundial quanto ao consumo de pesticidas, pois, enquanto o mundo reduz o consumo, o Brasil
vem aumentando e ocupa o primeiro lugar mundial de consumo de pesticidas, desde 2009
(PELAZ, 2015).
Figura 1: Tendência na produção agrícola e produtividade no Brasil 1975- 2013.
Fonte: Apud Gasques et al. 2014
2.4 Classificação dos pesticidas
Existem uma grande diversidade de pesticidas, com cerca de 300 princípios ativos e 2
mil formulações diferentes disponíveis no mercado (YAMASHITA, 2008). Os pesticidas são
classificados quanto à sua ação, grupo químico e toxidade.
2.4.1 Classe de pesticidas, segundo sua:
2.4.1.1 Ação
De acordo com Peres et al. (2013), a ação é classificada conforme a praga que controlam.
• Inseticidas: controlam insetos;
• Fungicidas: destroem ou inibem fungos;
• Herbicidas: combatem plantas invasoras;
• Desfolhantes: eliminam folhas indesejadas;
• Fumigantes: combatem bacterias do solo;
• Raticidas: combatem ratos e outros roedores;
• Moluscocidas: combatem moluscos;
• Nematicidas: combatem nematoides;
23
• Acaricidas: utilizados no combate a ácaros.
• Escorpionicidas: utilizado no combate aos escorpiões.
• Vampiricidas: ação de combate aos morcegos.
2.4.1.2 Grupo químico:
• Organoclorados: São compostos químicos sintéticos com baixa solubilidade em água e
elevada solubilidade em solventes orgânicos e tem alta estabilidade química, sendo o motivo
para a lenta biodegradação (SÁ et al., 2012). Tem afinidade por lipídios podendo se acumular
no organismo e aumentar a sua concentração em cada nível da cadeia alimentar evento chamado
de biomagnificação (SÁ et al., 2012; CAMPOS et al., 2015). Os organoclorados podem ser
detectados tanto no parâmetro ambiental como em populações, mesmo após décadas da
suspensão do uso. A maioria são poluentes orgânicos persistentes, se caracterizam por longos
ciclos de vida no ambiente e por serem transportados a longas distâncias (CAMPOS et al.,
2015). Os organoclorados têm efeito no sistema endócrino e podem afetar atividade dos
hormônios tiroidianos a triiodotironina (T3) Tiroxina (T4) e TSH, que tem um papel importante
na formação do sistema neural, controlando batimentos cardíacos, peristaltismo intestinal,
temperatura corporal, memória, agindo nos ossos, tecidos musculares e adiposos, podendo
causar danos em qualquer um desses sistemas e na mulher a alteração dos hormônios
tireoidianos podem afetar ciclo reprodutivo (FREIRE et al. 2013). Exemplos: aldrín, DDT,
lindano, toxafeno e BHC (TREZZI et al. 2001).
• Organofosforados: são compostos sintéticos formados basicamente de esteres do ácido
fosforico, possuem um amplo espectro de uso e um alto grau de toxicidade (DA SILVA et. al,
2008). A absorção dos organofosforados pode ocorrer por via digestiva pulmonar e dermica,
sendo esta última a via mais importante, principalmente sob o aspecto ocupacional (DA SILVA
et. al, 2008). Após a absorção, os organofosforados são biotransformados no fígado e começam
a ter afinidade por tecido adiposo, do fígado, rins, pulmões, tireoide, pâncreas e paredes do
intestino (COLASSO et al., 2015). Tais compostos se decompõem dentro de dias ou semanas
e por esta razão são raramente encontrados na cadeia alimentar (VALENTE, 2012). Os
organofosforados são inibidores da enzima acetilcolinesterase responsável pela finalização da
transmissão dos impulsos nervosos. Esta enzima hidrolisa a acetilcolina que quando acumulada,
causa um colapso no sistema nervoso central, ocasionando perda do controle muscular,
convulsoes, podendo levar à morte por parada cardiorrespiratoria (PETRONILHO et al., 2011).
24
• Carbamatos: Também são conhecidos como uretanos são derivados do ácido carbâmico.
Podem contaminar água e solo e como os organofosforados sofrem decomposição em pouco
tempo não são bioacumulativos (QUERINO, 2000; HORTELLANI, 2012). Sua toxicidade é
aguda e também agem no sistema nervoso central, inibindo a enzima acetilcolinesterase,
levando ao acúmulo da acetilcolina (QUERINO, 2000; HORTELLANI, 2012). Alguns
exemplos são Aldicarb, Carbaril, Carbofuram, Metomil e Propoxur (TREZZI et al., 2001).
• Piretróides: Os piretroides são os derivados do crisântemo dos gêneros Chrysanthemum
cineraiaefolium e Chrysanthemum cocineum, atualmente são produzidos sinteticamente das
piretrinas, adicionando átomos de nitrogênio, enxofre e de halogenio, o que deixou a
composição mais estável. Tais compostos são fotoestáveis, de fácil desintegração e pela cadeia
alimentar podem acarretar a bioacumulação nos organismos (QUERINO, 2000; ROMANINI,
et al., 2011). São considerados poucos tóxicos e são utilizados como uma alternativa aos
organoclorados e organofosforados (SANTOS et al., 2008).
• Triazinas: São compostos sintéticos heterocíclicos aromáticos de 6 membros possuindo
3 átomos de hidrogênio (CUNHA et al., 2006) São agentes tóxicos que contaminam água e
solo, possuem lenta degradação, de acordo com a formulação do composto os efeitos tóxicos
relatados em estudos são a incidência de defeitos congênitos, problemas respiratórios e
potencialmente carcinogênicas para o homem (BESPLUG et al., 2004 PATUSSI et al., 2013)
Exemplos são Ametrex, Atrazina, Blast, Coyote, Gesagard, Herbipak, Metrimex (TREZZI et
al., 2001).
2.4.1.3 Quanto a sua toxicidade
Os pesticidas são classificados como toxicológicos, quando estes produtos
comprovarem, por dados validados, serem teratogênicos, mutagênicos, carcinogênicos ou
genotóxico, além de levarem à corrosão, ulceração ou opacidade na córnea, dos animais
testados pela ANVISA, (ANVISA, 2016). Na Tabela 1, está demonstrado como a ANVISA
classifica os pesticidas, de acordo com as formulações sólidas, que apresentam DL50
administrada por via oral em ratos.
Tabela 1: Classificação toxicológica segundo formulações sólidas que apresentam DL50 oral
para ratos.
Classe Embalagem Grupos DL50 (mg/l)
I Faixa Vermelha Extremamente Tóxico 50
II Faixa Amarela Altamente Tóxico 5-50
III Faixa Azul Medianamente Tóxico 50-500
IV Faixa Verde Pouco Tóxico > 500
25
Fonte: ANVISA,2016
2.5 Pesticidas e seus impactos a saúde humana e ao meio ambiente
O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos, madeira, biocombustível e algodão,
é o maior consumidor de pesticidas no mundo. Comparando a produção agrícola de 2012 com
uma área total de 95 milhões de hectares foram usadas cerca de 105 bilhões de litros de
pesticidas, principalmente para o cultivo de soja, milho, cana de açúcar, algodão, cítricos, café
e hortaliça (CARNEIRO et al., 2012 e 2015)
Os impactos gerados pelo agronegócio com a utilização dos pesticidas ocorrem quando
se pulverizarem o veneno com objetivo de eliminar as pragas da lavoura, o que leva a
contaminação da lavoura, do solo e do produto, atingindo os lençóis freáticos, rios e todo meio
ambiente. Além disso, os pesticidas são capazes de contaminar os trabalhadores rurais, a
população do entorno das áreas cultivadas e os consumidores dos produtos, levando a
intoxicações agudas e crônicas (AUGUSTO et al., 2012 e 2015).
2.5.1 Intoxicação
Intoxicação por pesticidas ocorrem pincipalmente por serem agentes xenobióticos, que
são substâncias químicas, físicas ou biológicos diferentes das produzidas pelos organismos, que
podem causar dano ao sistema biológico e podem levar a desregulação da produção de enzimas,
mutações do material genético e até a morte, lembrando que a ação é proporcional à dose e
tempo de exposição, portanto, a intoxicação é a manifestação de sintomas de desequilíbrio
gerado pelo agente tóxico interagindo com o organismo (BUSCHINELLI & KATO, 2011;
RUPPENTHA, 2013). Os agentes xenobióticos no ambiente oferecem risco ocupacional a
saúde dos trabalhadores rurais, mas não significa que a exposição a esses agentes tóxicos irá
levar ao desenvolvimento de doenças (RUPPENTHA, 2013)
A intoxicação dos trabalhadores rurais ocorre principalmente por duas vias: dérmica e
digestiva, e como mencionado anteriormente, depende da dose (quantidade) e tempo de
exposição, levando a intoxicações agudas e crônicas. A Tabela 4 demonstra os sintomas da
intoxicação, de acordo com a ação e grupo químico.
26
Tabela 1: Classificação e efeitos e/ou sintomas agudos e crônicos dos agrotoxicos
Natureza Grupo quimico Sintomas de
intoxicacao aguda
Sintomas de intoxicacao
cronica
Inseticidas
Organofosforados e
Carbamatos
Fraqueza, colicas
abdominais, vomitos,
espasmos musculares e
convulsoes
Efeitos neurotóxicos,
retardados, alterações
cromossomiais e
dermatites de contato
Organoclorados
Náuseas, vomitos e
contraçoes musculares
involuntárias
Lesoes hepáticas,
arritmias cardíacas, lesoes
renais e neuropatias
perifericas
Piretroides
Sinteticos
Irritaçoes das
conjuntivas, espirros,
excitação e convulsoes
Alergias, asma bronquica,
irritaçoes nas mucosas e
hipersensibilidade
Fungicidas
Ditiocarbamatos
Tonteiras, vomitos,
tremores musculares e
dor de cabeça
Alergias respiratorias,
dermatites, mal de
Parkinson e cancer
Fentalamidas – Teratogeneses
Herbicidas
Dinitrofenois
e Pentaclorofenol
Dificuldade respiratoria,
hipertermia e
convulsoes
Canceres e cloroacnes
Fenoxiaceticos
Perda do apetite,
náuseas, vomitos e
fasciculação muscular
Indução da produção de
enzimas hepáticas,
canceres e teratogenese
Glicina substituída
Irritação nos olhos e
pele, dor de cabeça
náuseas,
entorpecimento,
elevação da pressão
arterial, palpitaçoes e
alergias.
Lesoes em glandulas
salivares, inflamaçoes nas
mucosas do estomago,
danos geneticos (em
celulas sanguíneas do
corpo humano) e outros.
Dipiridilos
Sangramento nasal,
fraqueza, desmaios e
conjuntivites
Lesoes hepáticas,
dermatites de contato e
fibrose pulmonar
Fonte: Adaptado de OPAS/OMS 1996
2.6 Cultivo da Soja
A soja foi introduzida no Brasil na década de 30, mas ganhou destaque na década de 70,
quando começou a ser produzida no Centro-Oeste, devido à demanda do mercado mundial
(PIROLLA, 2008). Desde então, o país começou a investir em tecnologias, como no ano de
1973, que foi criada a Embrapa e em 1975, a Embrapa Soja e a Embrapa Cerrados, que
27
desenvolveram sementes adaptadas, viabilizando a produção nas regioes Centro-Oeste, Norte
e Nordeste (PIROLLA, 2008). Somente em 2003, a soja transgênica foi autorizada e hoje
representa 60% da produção. Porém, o pequeno número de empresas que controlam o
fornecimento de sementes e insumos vem elevando o preço da produção e dos pesticidas
utilizados no cultivo (SCHLESINGER, 2008).
Segundo o CONAB (2017), a área plantada no Brasil em 2015/16 é de 585 milhões de
hectares, um aumento de 1% em relação ao ano anterior, com estimativa da produção de grãos
em atingir em 2030, 2135 milhões de toneladas. Com crescimento de 17%, a cultura de soja é
responsável por 56,8 % da área cultivada do pais, representando um crescimento de 36% em
relação ao ano anterior. A soja é produzida, pincipalmente, na região Centro Oeste e Sul do
Brasil.
Como consequência de ser a maior produção de grãos do Brasil, o cultivo da soja é o
que mais emprega o uso de pesticidas no Brasil. A Figura 2 contém as etapas do fluxograma do
plantio da soja em todo o território nacional, demonstrando a utilização de agrotóxico desde o
preparo da semente para o plantio até a desfoliação para a colheitas das sementes.
28
Figura 2. Preparo da área para a produção de soja. Fonte: Adaptado de Câmara 2012.
Os pesticidas mais utilizados no cultivo da soja são:
Dessecação pré-semadura e pós-semeadura: Diquat Glyphosate 24-D com Glyphosate
Paraquat Amônio-glufosinato Trinexapac-ethyl (EMBRAPA, 2006).
• Pré-emergentes: Alachlor, Clomazone, Cyanazine, Diclosulam, Dimethenamid, Flumetsulam,
Flumioxazin, Imazaquin, Linuron, Metolachlor, Metribuzin, Pendimethalin, Sulfentrazone,
Trifluralin (MARCHEZAN, 2013);
• Pós-emergentes: Imazethapyr com Lactofen e Bentazon, Imazethapyr com Lactofen e
Chlorimuron, Ethyl, Imazethapyr com Fomesafen e Clorimuron Ethyl Fomesafen com
Bentazon e Fomesafen Lactofen com Bentazon Fomesafen e Imazethapyr (MARCHEZAN,
2013);
Pré-
Semeadura
Preparo do solo: Convencional ou Reduzido (Correção do
solo)
Aplicação de herbicida pos-emergente
Semeadura-adubação + Aplicação de herbicida pre-emergente
Dessecação da vegetação (Herbicida) + Semeadura-plantio
direto (Semente tratada com fungicida inseticida
micronutriente nematicida e polimeeros)
Semeadura
Aplicação foliar de micronutrientes
Aplicação de inseticidas para mastigadores e sugadores
Aplicação de fungicidas para doenças foliares
Aplicação de dessecante (pre-colheita) -Herbicidas
Colheita Automotriz
29
• Tratamento das sementes: Tiametoxam Metalaxil-m Comfludioxonil e Tiabendazol Florite
Carbendazin Com Thiram Imidacloprid Aldicarb (CASTRO et al., 2008).
Além desses pesticidas usados rotineiramente no cultivo de soja, alguns, inseticidas e
acaricidas específicos podem ser aplicados para combater pragas e doenças que podem se
desenvolver durante o cultivo do grão soja (MOREIRA & ARAGÃO, 2009). A soja pode ser
atacada por mais de 49 pragas e doenças. Em cada estação de plantio pode ser necessária a
aplicação de, mas de 50 tipos de pesticidas, para o combate às pragas da soja (MOREIRA &
ARAGÃO, 2009).
2.7 Genética em exposição
Os organismos estão expostos diariamente a agentes físicos, químicos e
microbiológicos que podem levar à modificação do material genético (LEWIN, 2008;
ALBERTS, 2007). A exposição individual pode causar mutações em células somáticas e na
linhagem germinativa do genoma parental, portanto, é possível que gerações seguintes herdem
a mutação (LEWIN, 2008; ALBERTS, 2007).
Todos os seres vivos sofrem mutações espontâneas, que contribuem para a evolução
dos organismos, permitido a variabilidade genética entre indivíduos de uma população,
favorecendo adaptações ao meio ambiente. (GU et al., 2012). Além das mutações espontâneas,
as mutações podem ser induzidas, ou seja, geradas por um agente causador, levando ao
surgimento de estudos que tentam entender e caracterizar o papel dos agentes causadores de
tais mutações, assim como suas consequências biológicas (LEWIN, 2008).
Os pesticidas são caracterizados como xenobióticos, genotóxicos e mutagênicos por
serem compostos químicos capazes de acarretar danos ao material genético (MAURICE, 2013).
A maior parte destes agentes mutagênicos apresentam mecanismos específicos de dano,
causando mutações distintas e que depedem de vários fatores, incluindo a natureza das
alteraçoes primárias no DNA como: modificaçoes de base, quebras dos resíduos de açucar ou
fosfato, quebras de filamentos, ou modificações de bases nitrogenadas (ZAHA et al., 2014;
ALBERTS, 2007).
As modificações no DNA são sujeitas a formas de reparo do material genético
(MAURICE, 2013; ZAHA et al., 2014). Uma vez presentes no DNA a duplicação de filamentos
filhos sobre moldes modificados resultam na fixação da mutação no genoma descendente
(ZAHA et al., 2014). Essas mutações podem desencadear e/ou desequilibrar qualquer
mecanismo de regulação celular, podendo levar ao aparecimento de doenças como o câncer
(ZAHA et al. 2014).
30
2.7.1 Analise de polimorfismos de nucleotídeos únicos – SNPs
Polimorfismos são caracterizados pela variação de locos em cromossomos homólogos,
devido à variação da sequência de DNA. Para uma região ser considerada polimórfica, ela tem
que estar presente com uma frequência superior a 1% na população (ALASUBRAMANIAN et
al., 2004; LEWIN, 2008; ALBERTS, 2007).
Grande parte da variabilidade do genoma humano ocorre pelos polimorfismos de base
única, ou seja, os SNPs. Em média, há 1 SNP a cada 100 a 2000pb, sendo que 99% deles estão
silenciados, e seu efeitos com significados biológicos podem variar de acordo com sua posição
no genoma, tais como: (a) SNPs presentes na região codificadora de um gene, podem originar
proteínas truncadas, o que altera atividade e a integridade da função proteica; (b) um SNP em
uma região reguladora, que pode alterar o nível de expressão gênica; (c) SNPs que estão na
região de junção (intron e exon), podem alterar o splicing do mRNA (ORPHANIDES E
KIMBER 2003; SACHIDANANDAM et al., 2001).
Neste contexto, a associação de SNPs e susceptibilidade genética tem importância na
resposta à exposição a pesticidas, tanto para a determinação do aparecimento ou devido a
ausência de sintomas clínicos, causados pela intoxicação (ADAD et al., 2016). Esta
sensibilidade está diretamente associada com polimorfismos de enzimas chave do metabolismo
celular, tais como a paraoxonase 1 (PON 1), OGG1 (8-oxoguanine glicosilase) e NAT 2
(Hernández-Jerez, 2006). Os polimorfismos que podem reduzir a capacidade de reparo de DNA
são associados a efeitos mutagênicos possibilitando compreender as diferenças na
susceptibilidade a exposição a pesticidas (WINKINSONZ E CLAPPER, 1997).
O gene OGG1 (8-oxoguanine glicosilase) está localizado no cromossomo 3p26.2 possui
11exons, e participa do sistema de reparo do DNA, codificando uma enzima chamada
oxoguanina DNA glicosilase, responsável pela excisão de 8-oxoguanina, uma base mutagênica
que ocorre em resposta à exposição do DNA a espécies reativas de oxigênio. Existem relatados
25 SNPs no gene OGG1 capazes de ocasionar mudanças de aminoácidos na proteína, mas
somente o polimorfismo rs1052133 (Ser326Cys) tem sido investigado em relação ao risco de
câncer, em particular câncer no pulmão (KARAHALIL et al., 2008; LI et al., 2008;. LI et al.,
2011; DUAN et al., 2012)
O Gene CYP2E1 está localizado no cromossomo 10, na região q26.3, sendo constituído
por 9 exons, o qual codifica uma enzima que atua no metabolismo de xenobióticos (ALVES,
2017). Existem mais de 100 SNPs presentes nesse gene e alguns estudos evidenciaram que o
polimorfismo rs2031920, localizado na região promotora, é capaz de aumentar a atividade
31
transcricional, podendo causar um incremento no risco de alguns tipos de câncer (PENG et al.,
2013; HABENSCHUS et al., 2014; XU et al., 2016; SUTRISNA, 2016; ALVES, 2017)
32
3. Objetivos
3.1. Objetivo geral
• Avaliar o impacto da exposição a pesticidas, em sojicultores de municípios goianos com
avaliações do estilo de vida, hematológicas, bioquímicas, moleculares e de danos ao
DNA.
3.2. Objetivos específicos
• Analisar, com o auxílio de um questionário de estilo de vida, a história ocupacional dos
sojicultores e a repercussão na saúde destes trabalhadores.
• Avaliar os resultados das análises hematológicas e bioquímicas dos sojicultores.
• Avaliar a distribuição e frequências alélicas e genotípicas dos polimorfismos dos genes
CYP2E1 e OGG1 nos sojicultores e grupo controle.
• Realizar o ensaio cometa nos sojicultores e comparar com os danos encontrados no
grupo controle.
33
4. Metodologia
4.1 Amostras biológicas dos trabalhadores rurais
O presente estudo constitui uma pesquisa transversal (análises bioquímicas e o
hemograma) e do tipo caso/controle (ensaio cometa), na qual foram avaliados 163 participantes,
sendo 74 sojicultores, expostos ocupacionalmente a pesticidas, constituindo o grupo exposto e
89 indivíduos, também de municípios goianos, que apresentaram condições similares aos
trabalhadores rurais, sem histórico prévio de exposição ocupacional a pesticidas.
Dos 74 sojicultores, 43 estão diretamente expostos a pesticidas e lidam na
manipulação, descarte e aplicação destes produtos e 31 são expostos indiretamente, ou seja,
moram nas terras e que muitas vezes são arrendadas por grandes produtores rurais, e acabam
sendo expostos aos pesticidas de maneira indireta. Os participantes pertenciam a 8 municípios
do Estado de Goiás, produtores de soja: Leopoldo de Bulhões, Silvânia, Rio Verde, Santa
Terezinha, Goiânia, Rosalândia, Bela Vista e Piracanjuba.
Os participantes foram escolhidos aleatoriamente e as amostras de sangue foram
obtidas voluntariamente de acordo com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
(Apendice I). Dados como idade, hábitos sociais, tempo de exposição e tipos de pesticidas
utilizados, foram anotados em um questionário de estilo de vida para a realização dos dados
estatísticos (Apendice II). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás com o protocolo de número 1978/2011(Anexo I). A
Figura 3 ilustra os procedimentos metodológicos realizados nesse estudo.
Figura 3. Procedimentos realizados neste estudo para avaliação dos sojicultores em comparação
com o grupo controle
34
4.2 Local da realização do estudo
As coletas, tabulação dos dados, manipulação de amostras, extração de DNA, PCR e
ensaio cometa foram realizados no Laboratório de Mutagênese (LabMut), Departamento de
Genética, da UFG. Os géis de eletroforese e a reação de sequenciamento foram realizadas no
Laboratório Genética e Biodiversidade, Departamento de Genética, da UFG (LGBIO). A
captura das lâminas referentes ao ensaio cometa foram efetuadas no Núcleo de Pesquisas
Replicon, Escola de Ciências Agrárias e Biológicas, da PUCGO. Os exames laboratoriais de
bioquímica e hematologia foram realizados no LACES, da UFG e no Laboratório Clínico
Sigma, sob a responsabilidade técnica da biomédica Christiane Maria do Valle, como
prestadores de serviço.
4.3 ExtrAnalises Bioquimicas e Hematologicas
As amostras biológicas para analise de bioquímica e hemograma foram obtidas a partir
da coleta de 10mL de sangue periférico dos trabalhadores rurais, sendo armazenadas em isopor
com gelo e encaminhadas imediatamente ao laboratório. As coletas foram realizadas nas
fazendas de cada município visitado, por um biomédico especialista em flebotomia. Os exames
de TGP, TGO foram feitos pelos Metodo Automatizado A15 – Biosyntems, Os exames de perfil
lipídico e glicemia foi realizado pelo método enzimático automatizado A15- Biosystems, os
exames de Hematologia pleo método hemograma automatizado ABX PENTRA 60 e o exame
de Colinesterase foi realizado por espectofotometria .
4.4 Extração DNA e quantificação das amostras de Sangue
As amostras biológicas foram obtidas a partir da coleta de 10mL de sangue periférico
dos trabalhadores rurais, sendo armazenadas em isopor com gelo e encaminhadas
imediatamente ao laboratório. As coletas foram realizadas nas fazendas de cada município
visitado, por um biomédico especialista em flebotomia. A extração de DNA foi realizada com
o kit de extração Ilustra Genomic Blood MS® (GE, EUA) de acordo com o protocolo do
fabricante. Em seguida, as amostras extraídas foram quantificadas utilizando-se o equipamento
NanoVue Plus TM (GE, EUA) seguindo as recomendações do fabricante.
4.5 Ensaio Cometa
Para a realização do ensaio cometa, as lâminas foram preparadas com uma pré-
cobertura de agarose “Normal Melting” a 1,5%. Utilizou-se 10μL de sangue o qual foi
embebido em 120μL de agarose “LowMelting Point”a 0,5% a qual estava em banho maria a
35
37ºC. Esta mistura foi colocada na lâmina de pré-cobertura de agarose e coberta com uma
lamínula. Após a solidificação do material, as lamínulas foram retiradas e as lâminas imersas
em tampão de lise por 24 horas.
Após o período determinado, as lâminas foram retiradas da lise e colocadas em uma
cuba horizontal de eletroforese incubadas em tampão alcalino, deixando descansar por 30
minutos. A corrida eletroforética foi realizada por 25 minutos a 25 volts e 300 Amps. A
neutralização foi feita com uma solução Tampão Tris a 04M (pH 75) por três vezes durante 5
minutos.
A fixação foi realizada com etanol absoluto por 5 minutos e o DNA foi corado com
20μL da solução de brometo de etídio a 10ng. Após a fixação, a lamínula foi colocada
novamente sobre a lâmina, deixando descansar por aproximadamente 5 minutos. Após esse
tempo, as lâminas foram analisadas sob microscopia de epifluorescência, utilizando um
conjunto de filtros de excitação 515-560nm, para fluorescência vermelha. Os núcleos das
células foram visualizados utilizando-se a objetiva de 10X e a imagem fluorescente capturada
utilizando o software ZEN.
Foram analisadas duas lâminas para cada indivíduo e contadas ao todo 300 células por
indivíduo as quais foram analisadas com o auxílio do programa Open Comet V1.3.1. Para a
análise dos cometas, foram estimados três parâmetros relacionados a danos no DNA:
Comprimento da Cauda (TL, do inglês, Tail Length), porecentagem de DNA na cauda (% DNA)
e Momento de Olive (OTM, do inglês, Olive Moment).
4.6 Análise molecular dos SNPs
4.6.1 Obtenção dos Primers
Para a análise dos fragmentos dos genes OGG1 e CYP2E1 os DNAs das amostras
foram amplificados pela reação em cadeia da polimerase e então foram submetidos à reação de
sequenciamento. Os primers (iniciadores ou oligonucleotídeos) foram desenhados para uma
região especifica dos genes OGG1 e CYP2E1, conforme demonstrado na tabela 3.
Tabela 3: Descrição dos primers utilizados nas reações de sequenciamento dos genes CYP2E1
e OGG1
Gene Primer
Tamanho
em pares de
base do
fragmento
(pb)
Polimorfismo
ID
36
CYP2E1 F:CCGTGAGCCAGTCGAGTCTA
R:AACAGAGATTAACTTTCTCAGAATT 767 pb
rs2031922
OGG1 F:CCTGTGGGGACCTTATGCTG
R:AGAGGATCATGACCCGAGGT 748 pb
rs1052133
rs293795
4.6.2 Reação em cadeia da polimerase (PCR)
Para a reação de PCR foi utilizado o volume total de 25 µL, sendo 5 µL de DNA a
20ng/µL, 0,5 µL de primer forward e reverse a 1 mM, 2,5 µL de Buffer 10X, 0,5 µL de dNTP
a 10 mM, Taq Platinum 0,2 µL a 1U e 15,3 µL de H2O. Neste caso cada gene teve uma
especificação durante a PCR, como, o primer utilizado, a concentração de MgCl2, ciclos de
alongamento e temperaturas de anelamento como demonstrado nas tabelas 4 e 5.
Tabela4. Protocolo para a PCR do gene OGG1.
Reagentes Termociclagem
Volume Concentração final Ciclos Temperatura Tempo
Template (20ng/µL) 5µL 100ng 1 95°C 5’
Buffer (10X) 2.5µL 1X
40 X
95°C 10''
MgCl2(50mM) 0.5µL 1.5mM 61°C 20’’
dNTP (10mM) 0.5µL 0.2mM 72°C 25’’
Primer F (10mM) 0.5µL 1mM 1 72°C 5'
Primer R (10mM) 0.5µL 1mM 1 4°C ∞
Taq Platinum (5U/µL) 0.2µL 1U
H2O 15.3µL
Tabela 5. Protocolo para a PCR do gene CYP2E1
Reagentes Termociclagem
Volume Concentração final Ciclos Temperatura Tempo
Template (20ng/µL) 5µL 100ng 1 95°C 5’
Buffer (10X) 2.5µL 1X 40 X 95°C 10''
MgCl2(50mM) 0.75µL 1.5mM 61°C 20’’
dNTP (10mM) 0.5µL 0.2mM 72°C 25’’
Primer F (10mM) 0.5µL 1mM 1 72°C 5'
Primer R (10mM) 0.5µL 1mM 1 4°C ∞
Taq Platinum (5U/µL) 0.2µL 1U 1 95°C 5’
H2O 15.05 µL
4.6.3 Reação de Sequenciamento
Após as amplificações dos fragmentos pela PCR e a verificação no gel de agarose, o
produto de PCR dos genes OGG1 e CYP2E1 passam pelas etapas de purificação, reação de
sequenciamento e precipitação, para realizar o sequenciamento desses fragmentos. Para
purificação foi utilizado kit o ExoSAP-ITTM PCR Product Cleanup (Applied BiosystemsTM,
Foster City, CA, USA), onde se utiliza as enzimas Exonuclease I e Fosfatase Alcalina, no
37
produto de PCR (5 μL de produto da PCR e 1μL de solução Exo/Sap), depois a solução é
incubada no termociclador a 37oC por 90 minutos e a 80oC por 20 minutos.
A reação de sequenciamento é feita com o produto purificado utilizando o Kit BigDye®
Terminator Cycle Sequencing Standart (Applied BiosystemsTM, Foster City, CA, USA),
seguindo recomendações do fabricante, sendo utilizado, 1μL de BigDye®, 2 μL de solução
tampão 5X (fornecido pelo fabricante), 2,5 μL de primer (F/R)[1mM], 1 μL do produto de PCR
purificado por ExoSAP e ajustados com 3,5 μL de H2O DNAse e RNAse free, para um volume
final de 10 μL. A amplificação ocorre com a segunte ciclagem: 25 ciclos de 95oC por 20
segundos, 50oC por 15 segundos e 60oC por 1 minuto.
Esse produto passa pela reação de precipitação, na qual, é adicionado 40 µL de
isopropanol nos produtos de PCR (Big Dye). Os produtos de PCR foram submetidos ao vortex
por 30 segundos e deixados em temperatura ambiente por 20 minutos. Após essa etapa os
produtos de PCR foram centrifugados a 2000 forças centrífugas relativas (rcf), por 45 minutos.
Posteriormente, os sobrenadantes das amostras foram descartados.
Os produtos de PCR foram centrifugados novamente por 1 minuto por 3000 rotações
por minuto (rpm), posteriormente foram adicionados 250 µL de etanol a 60%, centrifugados
novamente por 10 minutos a 2000 rcf, os sobrenadantes foram descartados, centrifugados por
1 minuto por 4000 rpm, adicionados 100 µL de etanol a 60%, centrifugados por 10 minutos a
2000 rcf, os sobrenadantes foram descartados, centrifugados por 1 minuto por 500 rpm e,
finalmente, as amostras foram deixadas a temperatura ambiente por 25 minutos.
Após a reação de precipitação, as amostras foram preparadas com a adição de 10 µL
de formidamida Hi-Di, submetidas ao vortex e centrifugação, após essa etapa as amostras foram
desnaturadas no termociclador à 95ºC por 5 minutos, e deixadas no gelo por 1 minuto. As placas
foram colocadas no sequenciador DNA ABI PRISM® 3500 Genetic Analyzer (Applied
BiosystemsTM, CA). As reaçoes de sequenciamento ocorreram nos dois sentidos “Forward” e
“Reverse” para a motagem da fita consenso.
O controle de qualidade do produto sequenciado foi feito pelo software fornecido pela
empresa, o programa Sequence Analyzer versão 6 (Applied Biosystems), seguindo a orientação
na qual nucleotideos com valores PHRED abaixo de 25 foram descartados e depois revaliados.
Após a avaliação do controle de qualidade, os dados fornecidos pelo sequenciador foram
alinhados e editados no programa SeqSacpe Software da Applied Biosystems® manualmente.
Finalmente, para a correção de possíveis erros de sequenciamento, foi utilizado o programa
Bioedit Sequence Alignment Editor versão 7.2.5 (HALL, et al. 1999).
A anotação dos SNPs detectados foi feita individualmente e comparada com as
38
variações já descritas para a o fragmento genômico dos genes estudados (CYP2E1, OGG1), por
meio do software CLC Sequence Viewer versão 7.6.1 (CLC bio, Aarhus, Dinamarca).
Tanto no gene CYP2E1 como no gene OGG1 foram identificados vários polimorfismos
presentes em ambos os grupos (exposto e não exposto), porém só os polimorfismos rs2031902
(CYP2E1), rs 1052133 e rs293795 (OGG1) foram considerados no presente estudo, pois são os
mais relatados pela literatura, apresentando significado clinico.
4.7 Análises Estatísticas
Os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais foram arquivados em um banco de
dados criado no software Excel 2016 (MICROSOFT®). As frequências, médias e desvios
padrão foram calculados com o software Excel. As populações expostas e não expostas foram
comparadas quanto à idade, sexo, fumo, uso de álcool, com a utilização do teste t de Student.
Para as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste do X2. A distribuição dos genótipos nas
populações foi calculada utilizando o software STATISTICA 7 (StatSoft, Inc.) e o Equilíbrio
de Hardy-Weinberg foi calculado utilizando o software GENEPOP (RAYMOND e ROUSSET,
1995). A avaliação da influência das variáveis (idade, fumo, bebida, genótipos) ao efeito
genotóxico, avaliado pelo ensaio cometa, nas populações expostas e não expostas, foi realizada
por uma GLMM (General Linear Mixed Model), assim como a influência das variáveis
ocupacionais na população exposta, e em ambos, foi utilizado o software STATISTICA 7
(StatSoft, Inc.).
39
5. Resultados e discussão
5.1 Análise estatística descritiva do estilo de vida dos grupos exposto e não exposto
O grupo exposto foi composto por indivíduos de 19 a 63 anos, sendo 21 mulheres e 53
homens, dos quais 20,6% relataram hábitos de fumar e 56,8% relataram o ato de consumir
bebidas alcoólicas. O grupo controle possui idades variando de 18 a 64 anos, sendo 36 mulheres
e 53 homens, dos quais 11,2% relataram hábitos de fumar e 8,9% relataram o ato de consumir
bebidas alcoólicas. Quanto às variáveis idade e consumo de álcool, houve diferenças entre os
grupos (Tabela 6).
Fávero et al. (2016) analisaram o consumo de álcool em trabalhadores rurais de cultivo
de tabaco e observaram que 81,8% dos homens e 36.7% das mulheres, tinham o hábito de beber,
os autores evidenciaram que o consumo de bebidas alcoólicas, é prevalente entre os
trabalhadores rurais. De modo semelhante entre os sojicultores do presente estudo, o uso de
bebias alcoolicasé cerca de 6 vezes mais frequente entre os trabalhadores que os controles..
Outras pesquisas (BECK-FILHO et al., 2016; FIORI et al., 2016, FERREIRA, 2016) também
demonstraram que o alto consumo de álcool parece estar associado com o estresse e a
insatisfação com o trabalho, a baixa remuneração, o cansaço físico e mental, além do fato de
muitos trabalhadores morarem no mesmo local que trabalham.
Tabela 6 Dados de estilo de vida dos grupos exposto e não exposto ocupacionalmente a
pesticidas.
Grupos
Exposto Não exposto
Faixa Etária Média Média
< 38 anos 36 (48.64%) 38.55 anos
57 (64.04%) 34.30 anos
> 38 anos 38 (51.36%) 32 (35.95%)
Sexo
Feminino 21 (28.38%) 36(40.45%)
Masculino 53 (71.62%) 53 (59.55%)
Tabagismo
Sim 15 (20.55%) 10 (11.24%)
Não 58 (79.45%) 79 (88.76%)
Etilismo
Sim 42 (56.76%) 8 (8.99%)
Não 32 (43.24%) 81 (91,99%)
5.2 Tipos de pesticidas e formas de contato, EPI’s e caso de intoxicação relatadas pelos
trabalhadores rurais.
40
Para o cultivo da soja, o uso de pesticidas ocorre desde do preparo da terra, até após a
colheita, sendo recomendado um total de 6 a 10 pesticidas diferentes para cada cultivo
(EMBRAPA, 2006 e 2010). O pesticida que será utilizado varia de acordo com o tempo do
cultivo, condição do solo, o tipo das pragas que possam vir a aparecer, frequência das chuvas,
incidência do sol ou simplesmente por diferenças climáticas que podem acontecer durante todo
o período do plantio (EMBRAPA, 2010).
Segundo o CONAB (2017), o Estado de Goiás nos anos de 2016 e 2017, bateu recorde
na safra de soja, comparado aos anos anteriores, sendo o município de Rio Verde o maior
produtor de soja do estado de Goiás. Segundo o IBGE (2017), o Estado de Goiás em 2006,
possuía cerca de 3.900 propriedades produtoras de soja de um total de 153.629 propriedades
agrícolas. Provavelmente, a quantidade de propriedades produtores deve ter aumentado,
sobretudo considerando os dados do CONAB (2016), que indicam 56,8% da área cultivada no
Brasil é destinada para o cultivo de soja.
Neste estudo, foram visitadas 20 propriedades nos municípios goianos de Leopoldo de
Bulhões, Silvânia, Rio Verde, Santa Terezinha, Goiânia, Roselândia, Bela Vista e Piracanjuba,
todas as propriedades visitadas faziam plantio de soja, e no período de entre safra as
propriedades plantavam outro tipo de cultura podendo ser milho (76%), sorgo (22%), feijão
(6,7%), tomate (4.05%) e outros (5.3%). Vale ressaltar que o tempo médio de atividade agrícola
variou de 8 meses a 32 anos (média de 10 anos),
Dos 74 sojicultores expostos ocupacionalmente a pesticidas, 43 tinham contato direto
com pesticidas e relataram o uso de 48 pesticidas no total (Tabela 7), sendo que, os mais
frequentes foram o glifosato com 14%, extra priori 11% e o 2,4 D com 10% (Figura 4A). A
média de pesticidas por propriedade é de 6 pesticidas diferentes, sendo que a maioria são
pertencentes à classe toxicológica III, correspondendo a 52% do total (Figura 4B) e 44% são
inseticidas (Figura 4C).
41
Tabela 7 Pesticidas relatados pelos sojicultores classificados de acordo com a classe
toxicológica, grupo químico, e respectivas funções.
Toxicologica Grupo quimico Classe
I Mistura Ectoparasita
I Estrobilurina Fungicida
I Organofosforado Inseticida
I Bipiridílio Herbicida
I Triazol Fungicida
I Triazol Fungicida
I Estrobilurina / triazol Fungicida
I Pirazol Inseticida
I Avermectina Inceticida/acaricida
I Pirazol Inseticida
I Metilcarbamato de Oxima Inseticida
II Benzimidazol Fungicida
II Organofosforado Inseticida
II Estrobilurina Fungicida
II Pirazol Inseticida
II Estrobilurina / triazol Fungicida
II Dicarboximida Fungicida
II Piretroide / Metilcarbamato de benzofuranila Inseticida
II Carboxanilida / dimetilditiocarbamato Fungicida
II Triazol / estrobilurina Fungicida
II Benzoilureia Inseticida
III Glycolates Herbicida
III Organofosforado Inseticida
III Triazol Fungicida
III Fenilpirrol Fungicida
III Triazina Herbicida
III Piretroide Carrapaticida
III Diamida do ácido ftálico Inseticida
III Sulfonilureias Herbicida
III Benzoilureia Inseticida
III Acido Ariloxialcanoico Herbicida
III Dupont Inseticida
III Ciclihexanodicarboximida Herbicida
III Neonicotinóide Inseticida
III Glicina Herbicida
III Neonicotinoide Inseticida
III Benzoilureia / piretoide Inseticida
III Diacilhidrazina Inseticida
III Cetoenol Inseticida
III Organofosforado Inseticida
42
III Diamida antranílica Inseticida
III Benzoilureia Inseticida
III Sulfoniluréia Herbicida
III Benzoilciclohexanodiona. Herbicida
III Acido Ariloxifenoxipropionico Herbicida
IV Organofosforado Fertilizante
IV Deltrametrina Carrapaticida
IV Sulfonilureia Herbicida
43
Figura 4: Distribiuição dos pesticidas utilizados no cultivo de soja, de acordo com a quantidade
de pesticidas (A); Porcentagem de acordo com a classe toxicológica (B) e Porcentagem de
acordo com a função dos pesticidas mais relatados (C).
Os sojicultores podem entrar em contato de várias maneiras com os pesticidas, no
momento da aplicação, no armazenamento, no descarte das embalagens, limpeza dos
equipamentos como tratores e pulverizadores e no transporte dos pesticidas e quanto mais
funções o trabalhador exercer, maiores são suaas chances de ser ocupacionalmete exposto ao
pesticida usados na propriedade rural.
A
B C
44
Neste estudo, os 43 trabalhadores são diretamente expostos, entravam em contato com
o pesticida por pelo menos duas maneiras diferentes, sendo os contatos mais relatado o que
acontecia durante o preparo e a diluição dos pesticidas (41.9%), e 40.5% faziam o
armazenamento (Figura 5). Das 20 propriedades analisadas, 4 faziam o armazenamento
incorreto das embalagens, em uma o armazenamento era feito ao ar livre, somente com um
telhado para cobrir e nas outras 3, eram armazenados em casinhas, onde não tinha ventilação
correta e as embalagens estavam em contato com o chão. Finalmente, 3 propriedades não
armazenavam as embalagens nas próprias fazendas.
Figura 5. Formas de contato dos sojicultores expostos diretamente a pesticidas
Todos os trabalhadores expostos diretamente relataram fazer uso de EPIs, (Figura 6).
Como há a necessidade do uso de pesticidas no cultivo de soja, é essencial que o sojicultor
tenha a compreensão do quanto são expostos, da periculosidade dos pesticidas que manipula, a
maneira correta de manipular, aplicar e descartar os pesticidas, assim, como o entendimento da
importancia do uso dos EPI’s sendo que a educação e um fator decisivo para essa compreensão
(IWAMI, 2003; SILVA et al., 2017). 20% da propriedades analisadas não armazenam os
produtos nas condições adequadas, segundo os órgãos de inteligência e controle do uso de
pesticidas no território brasileiro, aumentado a chande ce contaminação de resevas naturais, de
animas e humana.
31.00%33.80%
36.48% 37.80% 37.83% 37.83%40.50% 41.90%
45
Figura 6. Frequência dos tipos de EPIs utilizados pelos sojicultores. *No quwationário foi
arguido se os trabalhadores intendiam a importacio do uso de EPI’s
Um dos maiores problemas enfrentados nesse tipo de trabalho, além da resistência do
trabalhador rural em participar da pesquisa, além da credibilidade das informações inexadas
ou incompletas relatadas peltos trabalhadores rurais por meio do questionário/ entevista, E qual,
isso ocorre devido a preocupação dos trabalhadores com as cosnequencias da divulgação da
informação, da reação do empregado, pela inesistecia do acesso a postos de saúde nas
proximidades das propriedades e por não receberem instruções da importância de se protegerem
da exposição aos pesticidas. Muitas das respostas do questionário são dadas por acharem
corretas e não por condizer com sua real situação no trabalho. Todo esse contexto dificultouo a
análise verossímil da realidade dos sojicultores.
As intoxicações por pesticidas são um problema de saúde pública visto que as
intoxicações agudas e crônicas podem acarretar a morte e são relacionadas ao surgimento de
doenças crônicas, câncer e infertilidade, entre outras doenças descritas em diversos trabalhos
(SILVA et al., 2006; FARIA et al., 2009; FIGUEIREDO et al., 2011; FIORI et al., 2016;
MURAKAMI, 2017, CARVALHO et al., 2017). As intoxicações agudas causam sintomas
imediatos, sendo facilmente associados à exposição, diferente dos sintomas tardios e da
intoxicação crônica, às quais são dificilmente associadas a exposição a pesticidas (FARIA et
al., 2009; FIGUEIREDO et al., 2011).
2.63%
52.50% 55.26% 57.89%
71.05%
92.10% 92.10% 92.10%97.36% 100%
46
Desde de 2004, a portaria Nº 777 do Ministério Público, publicada em 28 de abril, define
que as intoxicações têm que ser notificadas compulsoriamente, e essa notificação compulsória
se dá através de uma ficha padronizada pelo Ministério da Saúde, seguindo especificações do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) (BRASIL, 2004). Além da
dificuldade em associar os sintomas com a exposição do trabalho ocupacional, diversos fatores
como a falta de acesso dos trabalhadores rurais a rede de saúde, a falta de preparo dos
profissionais da saúde, a falta de laboratórios de biomonitoramento, fazem com haja a
subnotificação da exposição aos pesticidas, fazendo com que os dados de intoxicação não
retratem o real cenário brasileiro, referente aos impactos da exposição a pesticidas,
especialmente em grupos ocupacionalmente expostos (FIGUEIREDO et al., 2011; MOREIRA
et al. 2002).
No presente estudo, 18,9% dos sojicultores relataram já terem sofrido intoxicação por
pesticidas e os sintomas mais comuns foram dor de cabeça e problemas gastrointestinais. 57%
dos sojicultores relataram terem recebido atendimento hospitalar, após a intoxicação.
Finalmente, 22% relataram ausência de sintomas associados com a exposição a pesticidas.Um
em cada cinco sojicultores relata, intoxcaçnao ocupacional aos pesticidas nos minicipios
goianos, sendo que apenas a metade deles receberam atendimento a saúde.
Figura 7. Principais sintomas relatados pelos sojicultores associados com a exposição a
pesticidas
0%1%1%3%4%5%5%5%7%7%7%7%8%8%8%9%9%9%9%9%11%12%12%12%12%12%14%15%16%16%18%18%20%22%
53%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Alu
cin
ação
Inco
nti
nen
cia
feca
l
Ou
tro
s
San
gra
men
tos
Alt
vid
a se
xual
Alt
eraç
ão s
on
o
Bra
dic
ardia
Inco
nt
uri
nar
ia
Alt
eraç
ão m
emo
ria
Confu
são m
enta
l
Sal
ivaç
ão
Fal
ta a
r
Irri
taçã
o m
uco
sa
Vis
ão t
urv
a
Vom
ito
Fal
ta d
e ap
etit
e
Foto
fobia
Hip
erte
nsã
o
Nau
sea
Taq
uic
ard
ia
Form
igam
ento
pés
Chia
dei
ra t
ora
xic
a
Dia
rrei
as
Fra
quez
a m
usc
ula
r
To
sse
Tre
mo
r
Can
saço
per
nas
Irri
tab
ilid
ade
Irri
taçã
o p
ele
Sudore
se
Form
igam
ento
mão
s
Tontu
ra
Lac
rim
ejam
ento
Ass
into
mat
ico
Do
r d
e ca
beç
a
47
5.3 Avaliação dos dados bioquímicos e hematológicos dos sojicultores
Segundo o Ministério da Saúde (SILVA et al., 2006), no protocolo de atenção à saúde,
dos trabalhadores rurais expostos a pesticidas, estão listados os exames laboratoriais que
facilitam o diagnóstico de agravos à saúde desta classe de trabalhadores. Dentre os exames
listados estão o hemograma, que avalia o funcionamento da medula óssea, o perfil hepático,
com a análise das enzimas transaminase asparto aminotransferase (ASAT) e a transaminase
alanina aminotransferase (ALAT), gama-GT, acetil transferase, responsável por hidrolisar o
excesso do neurotransmissor acetil-colina (SILVA, 2017), a glicemia, o perfil lipídico,
dosagens de ureia e cretinina, além de exames de imagem, que auxiliem no diagnósstico de
contaminação dos trabalhadores rurais por pesticidas.
No presente estudo foram realizados os seguintes exames laboratorais: hemograma,
dosagens de ALAT, ASAT, acetil colinesterrase, glicemia e perfil lipídico. Os resultados destes
exames foram avaliados de acordo com os valores de referência fornecidos pelos laboratórios
Tabela 2 Valores de referência fornecidos pelos Laboratorios LACES e Sigma
Feminino Masculino
Média V.R* Média (DP) V.R*
Hemácia 4,92 tera/L (±1.27) 4,6 tera/ L (4,0 – 5,2) 4,87 tera/L 9(±1,28) 4,9 tera/L (4,5 – 5,3
Hematócrito 42.52% (±13,13) 41% (36 – 46) 42.49% (±12) 47% (41 – 53)
Hemoglobina 14,69 g/dL (±18,69) 14,0 g/dL (12,0 – 16,0) 17,070g/dL (±18,89) 4,9 g/dL (4,5 – 5,3)
VCM 83,59 fL (±10,0) 90 fL (80 – 100) 95,29 fL (±10,1) 88 fL (78- 98)
HCM 28,47 pg (±11) 30 pg (26 – 34) 30,29 pg (±11) 30 pg(25 – 35)
CHCM 31,32 g/dL (±7,74) 34 g/dL (31 – 37) 31,15 g/dL (±7,84) 34 g/dL (31 – 37)
RDW 12.95% (±4.43) 10 a 15 % 12.84% (±3.87) 10 a 15 %
Leucocitos 6.543/mmm3 (±3.75) 3.500 a 10.000/mmm3 6.588/mmm3 (±3.798) 3.500 a 10.000/mmm3
Linfócitos 1.928/mmm3 (±1.025) 900 a 3.300/mmm3 2.024/mmm3 (±1.039) 900 a 3.300/mmm3
Monócitos 322/mmm3 (±133) 90 a 800/mmm3 319/mmm3 (±134) 90 a 800/mmm3
Plaquetas 203.967/mmm3 (±73) 150.000 a
450.000/mmm3 202/mmm3 (±74)
150.000 a
450.000/mmm3
Colesterol 183,06 mg/lL (±58,36) > 239 mg/lL 181,53 mg/lL (±58,84) > 239 mg/lL
Triglicérides 143,121 mg/lL (±105) > 200 mg/dL 142,19 mg/lL (±106) > 200 mg/dL
HDL 44,58 mg/lL (±13.19) < 40 mg/dL 44,18 mg/lL (±13,35) < 40 mg/dL
LDL 112,59 mg/lL (±53.6) > 150 mg/dL 111,82 mg/lL (±53,91) > 150 mg/dL
VLDL 28,89 mg/lL (±20.79) < 30 mg/dL 28,72 mg/lL (±20,94) < 30 mg/dL
Colinesterase 7192 U/L (±2784) 4.200 a 10.800 U/L 7142 U/L (±2815) 4.200 a 10.800 U/L
AST 21 U/L (±16.13) > 31 U/L 20 U/L (±16) > 31 U/L
ALT 21 U/L (±23.43) > 32 U/L 21 U/L (±16) > 32 U/L
Glicemia 92 mg/lL (±33.59) >99 mg/dL 91,47 mg/lL (±33) >99 mg/dL
Quanto aos resultados do hemograma, houve poucas alterações, destacando leucopenia,
anemia leve e plaquetopenia (Figuras 7 e 8), corroborando com o estudo de Cattelan (2017) que
48
analisou 152 trabalhadores rurais do município de Santiago, no Rio Grande do Sul, que além
das alterações citadas acima, encontraram leucocitose e monocitose.
Figura 8. Hemograma dos Sojicultores
49
Figura 9. Leucograma – Série branca dos Sojicultores
Em uma análise geral, o presente estudo detectou que os valores hematológicos dos
sojicultores estão dento da normalidade (Tabela 8 anteriormente descrita), também como
demonstrado por Cattelan (2017) e Alves (2016). O hemograma é um dos exames mais úteis
para auxiliar o diagnóstico médico, pois consegue avaliar casos de desnutrição, anemias,
leucemias, parte imunológica, pela série branca, sendo considerado um exame pouco invasivo,
além de ser o exame mais pedido pelo SUS (FAILACE, 2015).
O pefil lipídico e glicemia ds sojicultores goianoas forma apresentados na figura 10
Quanto ao perfil lipídico dos sojicultores, foram obtidas mais informações sobre o hábito de
vida destes trabalhadores. Neste contexto, 10,8% dos sojicultores possuíam o colesterol
alterado, 18% possuíam triglicérides alterados, 9% possuíam o colesterol HDL alterado, 18 %
possuíam o LDL alterado, 35% possuíam o VLDL alterado e 23% apresentaram o aumento da
glicemia, caracterizando o pré-diabetes, sendo que somente um sojicultor tinha conhecimento
de se ter a doença (Figura10). Em uma análise geral, o presente estudo demonstrou que os
valores do perfil lipídico dos sojicultores estão dento do normal (Tabela 8), corroborando com
os dados de Cattelan (2017), Addad (2015) e Matos & Ladeia (2003). Cattelan (2017)
demonstraram que 16% dos trabalhadores rurais estavam com o colesterol alterado e 36%
possuíam triglicérides alterados.
50
Figura 10. Alterações dos perfis lipídicos e glicêmicos detectados em sojicultores de municípios
goianos.
Pesticidas das classes organofosforados e carbamatos tem a capacidade de inibir a
enzima acetilcolinesterase (AChE). Portanto, a dosagem dessa enzima, pode indicar
intoxicação a esses pesticidas (CREMONESE, 2014). A enzima AChE, tem a função de
hidrolisar o neurotransmissor acetil-colina que transmite a mensagem sináptica colinérgica e
está presente no sistema nervoso central e periférico, assim, o pesticida age como um
anticolinesterásico, o que retarda a hidrólise da acetil-colina, fazendo com que ela permaneça
mais tepo na fenda sináptica (CREMONESE, 2014; ARAUJO et al., 2016).
No presente estudo, 2,7% dos sojicultores apresentaram aumento da enzima
acetilcolinesterase (Figura 11). Em uma análise geral, o presente estudo demonstrou que os
valores da AChE dos sojicultores também estão dentro da normalidade (Tabela 8). No entanto,
no estudo de Cremonese (2014), que avaliou 275 trabalhadores rurais, do município de
Farroupilha, no Rio Grande do Sul, 26,5% apresentaram a inibição da enzima AChE, o que
difere do resultado apresentado nesse trabalho.
1.35% 1.35%0.00%
2.70%
6.76%
9.57%9.46%
16.21%
14.86%
28.37%
13.40%
Colesterol Triglicérides HDL LDL VLDL Glicemia
Feminino % Masculino % Ambos Total
51
Figura 11. Distribuição das dosagens da enzima acetilcolinesterase (AChE) 441 em sojicultores
de municípios goianos
Neste estudo foram obtidos resultados satisfatórios das dosagens de ASAT e ALAT
em 57 sojicultores. Sabe-se que estas enzimas são utilizadas para análise da função hepática,
em uma análise geral foi demonstrado que os valores destes marcadores de função hepática
também estão dentro da normalidade (Figura 12). Vale ressaltar que o metabolismo dos
pesticidas ocorre principalmente no fígado, e vários estudos demosntraram que a o excesso da
ingestão de drogas, produtos químicos ou pesticidas pode levar ao aparecimento de alterações
nos exames bioquímicos e histopatológicos do fígado, achados não detectados neste estudo.
Raddi, Dayanand & Anikethana (2015) relataram que 85% dos sojicultores que
sofreram envenenamento por pesticidas possuíam ASAT < 40 IU/L e ALAT < 40 IU/L, e outros
estudos, não focados no envenenamento a pesticidas, também, relataram o aumento dos niveis
sericos de ASAT e ALAT em trabalhadores rurais (AL-SARAR et al., 2009; DAYANAND et
al., 2015; RICHARD et al., 2016; GOYAL et al., 2017). No entanto, neste estudo, somente 11
(14,86%) sojicultores tiveram aumento da ASAT e 15 (20,27%) sojicultores tiveram aumento
da ALAT (Figura 9).
52
Figura 12. Distribuição dos valores alterados de ALAT e ASAT, nos sojicultores, de acordo
com o sexo.
5.4. Análises moleculares dos polimorfismos nos genes CYP2E1 e OGG nos gupos
exposto e não exposto
O gene CYP2E1 pertencente à família do citocromo P450, codifica uma enzima que é
fundamental para o metabolismo do álcool, atuando na fase I do metabolismo (LU et al., 2017).
Um dos polimorfismos mais estudados desse gene é o rs2031902 que está associado ao aumento
do risco para o desenvolvimento de cânceres colo retal, mama, pulmão e cabeça e pescoço, em
diversos estudos (ROSSINI et al., 2007; PENG et al., 2013; HABENSCHUS et al., 2014; XU
et al., 2016; SUTRISNA, 2016).
No presente estudo houve diferenças significativas na distribuição das frequências do
polimorfismo rs2031920, entre os grupos exposto e não exposto (p =0.002) (Tabela 9),
demostrando que 24,3% dos sojicultores tem o alelo mutado. A alta prevalência de consumo de
bebidas alcoólicas entres os sojicultores (56,8%), associadas à exposição a pesticidas, pode
aumentar a suscetibilidade para o desenvolvimento de determinadas doenças, uma vez que o
polimorfismo rs2031920, tem grande importância na metabolização do álcool e também atua,
na metabolização de componentes químicos, como os pesticidas. Isso ocorre, pois, o
polimorfismo rs2031920 é capaz de aumentar a atividade transicional da enzima CYP2E1,
influenciando a carcinogênese, estando associado ao aumento da susceptibilidade para o
desenvolvimento de alguns tipos de cânceres, especialmente os tumores de cabeça e pescoço
(PENG et al., 2013; HABENSCHUS et al., 2014; XU et al., 2016; SUTRISNA, 2016; ALVES,
2017).
1.35%
13.51%14.86%
0.00%
20.27% 20.27%
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
25.00%
Feminino Masculino Total
AST ALT
53
Embora os níveis de CYP2E1 sejam parcialmente determinados por fatores genéticos,
esta enzima é altamente induzível pelo álcool e outros fatores, e sua síntese pode ser inibida por
constituintes alimentares como descrito por Oneta et al. (2002) e Perocco et al. (2006), não
sendo possível controlar esses efeitos neste estudo. A baixa prevalência do alelo mutado (T)
identificado nesse estudo, corrobora com a distribuição da frequência deste polimorfismo na
população de Goiás, como demonstrado por Alves, 2017 e Ramos et al., 2016.
Nos trabalhos de Jiménez-Garza et al. (2017) e de Fang et al. (2017) que analisaram o
polimorfismo rs2031920 em indivíduos expostos ao benzeno, em um estudo do tipo caso
controle, demonstraram resultados similares aos encontrados neste estudo, sendo a distribuição
desse polimorfismo distinta entre os grupos exposto e não exposto.
Tabela 9. Frequência dos SNPs encontrados nos genes CYP1E2 e OGG1 nos grupos exposto e
não exposto. Grupo Genótipo X2 p EHW p
rs2031920 (CYP2E1)
CC CT TT
Exposto 75,7% (56) 24,3% (6) 0% 9,9 0,002 1
Não exposto 93,2% (83) 6,7% (18) 0%
rs1052133 (OGG1)
CC CG GG
Exposto 77.02% (57) 18,9% (14) 4,1% (3) 2,3 0,32 0,09
Não exposto 66.29 (22) % 28,1% (61) 5,6% (6)
rs293795 (OGG1)
CC CT TT
Exposto 72,9% (54) 22,9% (17) 4,1% (3) 0,7 0,71 0,005
Não exposto 68,5% (61) 24,7% (22) 6,7% (6)
Teste Qui-Quadrado
A exposição a pesticidas pode acarretar lesões no DNA, podendo resultar em mutações
que podem desencadear diversas doenças, como o câncer (FRANCO 2016; ÇAYIR et al.,
2017). O sistema de reparo do DNA tem a função de corrigir esses erros, além de ter um papel
crucial na integridade, estabilidade e manutenção do DNA genômico (DUAN et al., 2012,
ÇAYIR et al., 2017). Existem mais de 130 genes envolvidos nas cinco principais vias de reparo
de DNA, entre eles o OGG1, que está entre os principais genes da via de reparo por excisão de
nucleotídeos (REN) (DUAN et al., 2012). Essa via repara danos por excisão de nucleotídeos,
incorporados erroneamente, que podem ser causadas por espécies reativas de oxigênios
(EROS), resultantes das transformações de componentes químicos, incluindo os pesticidas
54
(DUAN et al., 2012 CAMPALANS, 2015), uma vez que o OGG1 codifica uma enzima
chamada oxoguanina DNA glicosilase, responsável pela excisão de 8-oxoguanina, uma base
que surge como resposta à exposição do DNA a espécies reativas de oxigênio (KARAHALIL
et al., 2008; LI et al., 2008; Z. LI et al., 2011; DUAN et al., 2012 CAMPALANS, 2015).
Existem relatados 25 SNPs no gene OGG1 capazes de ocasionar mudanças de
aminoácidos na proteína, mas somente o polimorfismo rs1052133 tem sido investigado em
relação ao risco de câncer, em particular o câncer no pulmão (KARAHALIL et al., 2008; LI et
al., 2008; Z. LI et al., 2011; DUAN et al., 2012).
Neste estudo forma avaliados 2 SNPs em OGG1, o rs1052133 e o rs293795. As
frequências de distribuição destes dois polimorfismos não foram distintas entre os grupos
exposto e não exposto (Tabela 9). No estudo de Lupo et al. (2012), no qual avaliaram a interação
dos poluentes do ar, em 98 crianças expostas a solventes clorados, foi constatado que o
polimorfismo rs293795 aumentou consideravelmente o risco do desenvolvimento de
meduloblastoma (LUPO et al., 2012).
No nosso estudo foi constatado que os sojicultores estão expostos a uma complexa
mistura de pesticidas, o que os tornam um grupo susceptível a sofrem lesões no DNA, podendo
acarretar no surgimento de doenças como o câncer, e a avaliação dos polimorfismos capazes de
alterar o produto de genes, como os de de metabolização e de reparo de DNA, são de grande
importância para a proteção da saúde dos trabalhadores ocupacionalmente expostos a
pesticidas.
5.4 Avaliação do dano genômico pelo ensaio cometa nos grupos exposto e não exposto
Para avaliação dos danos genômicos nos grupos de sojicultores e grupo controle
foram considerados os seguintes parâmetros do ensaio cometa: Comprimento da cauda (TL, do
inglês Tail lengh), Momento da cauda de Olive (OTM, do ingle Olive tail moment) e
porcentagem de DNA na cauda (%DNA). Estes parâmetros foram submetidos a uma Análise
de Componentes Principais (PCA, do ingles Principal Component Analysis) (Figura 13) o que
demonstrou que estas variáveis não estão sobrepostas, o que permitiu a análise individual de
cada uma delas, indicando as lesões ao DNA dos grupos analisados neste estudo.
55
Figura 13. Análise de componentes principais das variáveis: Comprimento da cauda (TL, do
inglês Tail lengh), Momento da cauda de Olive (OTM, do ingle olive tail moment) e
porcentagem de DNA na cauda (%DNA) nos grupos exposto e não exposto
As análises de dano no DNA, na comparação dos grupos de estudo, demonstraram
diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) nos três parâmetros analisados do ensaio
cometa (TL, OTM, %DNA). Os parâmetros demonstram que existem mais danos no grupo
exposto do que no grupo controle (Figura 14).
56
Figura 14. Frequência de danos ao DNA nos grupos caso e controle. P<0,05; Nexp: Grupo não
exposto; Exp: Grupo Exposto; %DNA. A: Porcentagem de DNA na cauda (%DNA), B:
Momento da cauda de Olive (OTM) e C: Comprimento do comprimento da cauda (TL).
A
B
C
57
Vale ressaltar que os danos ao DNA associados com a exposição a diversas classes de
pesticidas, como os encontrados neste estudo, também foram demonstrados por diversos
estudos, tais como Jacobsen-Perreita et al. (2018) que avaliaram 50 trabalhadores rurais do
município de Antônio Carlo em Santa Catarina, no qual foi demonstrado que o dano no DNA
dos trabalhadores rurais foi maior no grupo exposto do que no grupo não exposto (p=0.0001).
No estudo de Sutris et al. (2016) no qual analisaram 180 crianças que habitavam uma ilha
agrícola na Malásia, expostas a pesticidas; Fischer et al. (2015) ao comparar em um estudo
caso/controle, a exposição ocupacional a diferentes tipos de pesticidas, dos indivíduos
expostos; Benedetti et al. (2013) que analisaram 127 sojicultores de Espumoso, Rio Grande do
Sul, Brasil; na pesquisa de Khayat et al. (2013) na qual avaliaram 41 trabalhadores rurais que
atuavam em vários tipos de culturas, em municípios do Estado de Goiás; Kaur et al. (2011) que
analisaram 210 trabalhadores rurais do leste da Índia. Em todos esses estudos se observou dano
ao DNA bastante significativo, estando associado com a exposição, ocupacional ou não, a
pesticidas.
Em outro estudo (CABRAL, 2014) foi apresentado o alto potencial genotóxico ligado
à exposição ocupacional a uma mistura de pesticidas em trabalhadores rurais produtores de
melancia do município de Vitória de Santo Antão – Pernambuco. Naquele trabalho, o autor
reportou a prática de 64 trabalhadores em burlar a ANVISA (órgão brasileiro competente por
avaliar os resíduos de pesticidas na alimentação humana) que impede o uso de pesticidas com
classificação toxicológica IV, em frutas e verduras destinadas para consumo in natura. Os
produtores, impossibilitados de usar pesticidas nível IV optavam por uma mistura de 10 a 18
pesticidas diferentes com classificação I e II e, portanto, não acusados pelos testes de controle
de qualidade aplicados pela ANVISA. Ainda no trabalho de Cabral (2014), o potencial
altamente genotóxico foi revelado pelo ensaio cometa e o autor apontou um risco de exposição
ainda maior para populações humanas expostas indiretamente devido ao consumo destes
alimentos. Outro fator importante apresentado por Cabral (2014), foi que os testes ligados a
segurança alimentar aplicados pela ANVISA leva a detecção de pesticidas com classificação
toxicológica III e IV para frutas e verduras destinadas para consumo in natura para a concessão
do selo DIPOV (Inspeção de Produtos de Origem Vegetal), de responsabilidade do MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Dessa forma, as melancias produzidas
pelos 64 trabalhadores apresentavam o selo DIPOV de qualidade, atestando estarem livres do
uso de pesticidas.
58
Quando foram associadas as variáveis idade, consumo de álcool, uso de cigarro,
polimorfismos em CYP2E1 e OGG1, com os resultados dos danos no DNA, nos grupos exposto
e não exposto, observou que nehuma das variáveis influenciou as lesões encontradas no DNA.
Rohr et al. (2011) avaliaram trabalhadores rurais da cidade de Caxias do Sul no Rio Grande do
Sul, comparando o polimorfismo rs1052133 do gene OGG1 de 108 trabalhadores rurais (grupo
exposto) e 65 controles, com os resuldados do ensaio cometa e encontrou uma associação
estatisticamente significativa (p=0.032), o que não corrobora com os achados do nosso estudo.
Quando os dados de estilo de vida dos grupos exposto e não exposto foram avaliados,
foram observadas diferenças significativas, em relação ao consumo de álcool e faixa etária
(Tabela 6). Porém, quando esses dados foram analisados, associados com os polimorfismos nos
genes CYP2E1 e OGG1, além dos achados do ensaio cometa, não observou nenhuma influência
dessa diferença, entre os grupos, nas duas variáveis.
Portanto, no presente estudo foi observado que os pestividas aos quais os sojicultores
estão expostos foram capazes de induzir danos ao DNA detectados pelo ensaio cometa em
sangue periférico, observados pelo aumento de TL, OTM, %DNA. Desta forma, foi possível
verificar o efeito genotóxico da exposição ocupacional nos sojicultores deste estudo.
59
Conclusão
Nesta pesquisa, os sojicultores estudados foram expostos aos pesticidas nos municípios
de Goiânia e entorno, pelo contato direto com herbicidas, fungicidas, carbamatos, e
organofosforados, pelas práticas de preparo de mistura, aplicação por pulverização, limpeza
e/ou manutenção dos equipamentos e apresentaram riscos de instabilidade genética, avaliados
pelo ensaio cometa e alterações em suas avaliações bioquímica e hematológica. Assim, com
este estudo, foi concluído que:
• Os sojicultores avaliados apresentaram idade de 19 a 63 anos, sendo 21 mulheres
e 53 homens, dos quais 20,6% relataram hábitos de fumar e 56,8% relataram o
ato de consumir bebidas alcoólicas;
• O tempo médio de atividade agrícola variou de 8 meses a 32 anos (média de 10
anos);
• Dos 74 sojicultores expostos ocupacionalmente a pesticidas, 43 tinham contato
direto com pesticidas e relataram o uso de 48 pesticidas;
• Os pesticidas mais frequentes foram o glifosato com 14%, extra priori 11% e o
2,4 D com 10%;
• As formas de contato mais relatadas foram pelo preparo e a diluição dos
pesticidas (41.9%) e no armazenamento (40.5%);
• 100% dos sojicultores que sao expostos diretamente aos pesticidas relatam fazer
uso de luvas;
• 18,9% dos sojicultores relataram já terem sofrido intoxicação por pesticidas;
• Foram encontradas algumas alterações nos parâmetros bioquímicos e
hematológicos dos sojicultores que podem estar associados com o uso de
pesticidas;
• As frequências do polimorfismo do gene CYP2E1 (rs2031920) foram distintas
entre o grupo exposto ao não exposto (p =0.0016);
• As frequências do polimorfismo do gene OGG1 (rs1052133 e rs293795) não
foram distintas entre os grupos exposto e não exposto;
• Todos os parâmetros do cometa avaliados (%DNA, OTM e TL) foram
significativos entre o grupo exposto e não exposto (p>0.05), e não sofreram
influência da idade e consumo de bebidas alcoólicas;
60
Referências Bibliográficas
1. ABREU M. D. P.; LAGO L. A. C. D. A economia brasileira no Império 1822-1889.
Department of Economics PUC-Rio (Brazil). 2010
2. Abreu PHBd, Alonzo HGA (2014) Rural work and health risks: a review on the "safe
use" of pesticides in Brazil.Ciência & Saúde Coletiva 19:4197-4208(In Portuguese)
3. ADAD, L.M.M. et al. . Occupational exposure of workers to pesticides: Toxicogenetics
and susceptibility gene polymorphisms. Genet. Mol. Biol., Ribeirão Preto , v. 38, n.
3, p. .
4. ADAD, Lúcia Maria de Miranda et al. Occupational exposure of workers to pesticides:
Toxicogenetics and susceptibility gene polymorphisms. Genet. Mol. Biol., Ribeirão
Preto, v. 38, n. 3, p. 308-315, Sept. 2015. Available from
<http://www.scielo.br/scielo> Acessado em 27 Apr. 2016.
5. AGRA N. G.; SANTOS R. F. D. Agricultura brasileira: situação atual e perspectivas de
desenvolvimento. Anais do XXXIX Congresso da Sociedade brasileira de Economia e
Sociologia Rural. Recife PE Brasil 2001. p.
6. AL-SARAR, A. S. et al.. Hematological and biochemical alterations in occupationally
pesticides-exposed workers of Riyadh municipality, Kingdom of Saudi Arabia. Res J
Environ Toxicol, v. 3, n. 4, p. 179-185, 2009.
7. Alasubramanian SP, Cox A, Brown NJ, Reed MW. Candidate gene polymorphisms in
solid cancers. Eur J Surg Oncol 30(6):593-601. 2004.
8. ALBERGONI L.; PELAEZ V. Da Revolução Verde à agrobiotecnologia: ruptura ou
continuidade de paradigmas. Revista de Economia v. 33 n. 1 p. 31-53. 2007.
9. Alves AA (2017) Analysis of polymorphisms in detoxification and repair genes in
individuals from municipalities in Goiás. Dissertation, Universidade Federal de Goias
(In portuguese)
10. ALVES, JODEL S. et al. . Investigation of potential biomarkers for the early diagnosis
of cellular stability after the exposure of agricultural workers to pesticides. An. Acad.
Bras. Ciênc., Rio de Janeiro , v. 88, n. 1, p. 349-360, Mar. 2016. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000137652016000100349
&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 10 Jan. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/0001-
3765201520150181.
11. AMARANTE JUNIOR Ozelito Possidônio de et al. Glifosato: propriedades toxicidade
usos e legislação. Quím. Nova, São Paulo v. 25 n. 4 p. 589-593, 2002
12. Anvisa Agrotoxico e toxicologia. Sao Paulo 2016. Disponivem em
<http://s.anvisa.gov.br/wps/s/r/vz>. Acessado em fev de 2016.
13. ARAÚJO C.R.M.; SANTOS V.L.A. GONSALVES, A.A. Acetilcolinesterase–AChE:
Uma Enzima de Interesse Farmacológico. Revista Virtual de Química, v. 8, n. 6, 2016.
14. ASPELIN ARNOLD L. Pesticide Usage in the United States: Trends During the 20th
Century. Center for Integrated Pest Management; North Carolina State University.
February 2003.
15. AUGUSTO L. G. S. C. F F; et al.. DOSSIÊ ABRASCO: Um alerta sobre os impactos
dos Agrotóxicos na Saúde Parte 2-Agrotóxicos saúde ambiente e sustentabilidade. Rio
de Janeiro: ABRASCO, 2012.
16. AUGUSTO LGS et al.. Dossiê II da Abrasco: Um alerta sobre os impactos dos
pesticidas no ambiente e na saúde. Rio de Janeiro: Abrasco; 2ª Parte 2012.
17. Beck Filho JA, Amorim AM, Fraga-Maia H (2016) Alcohol consumption among
sugarcane workers: prevalence and associated factors.Revista Pesquisa em Fisioterapia
6(In Portuguese)
18. BENATTO, Alfredo et al.. Sistemas de informação em saúde nas intoxicações por
agrotóxicos e afins no Brasil: situação atual e perspectivas. 2002.
61
19. Benedetti D et al. (2017) DNA damage and epigenetic alteration in soybean farmers
exposed to complex mixture of pesticides. Mutagenesis
20. BENEDETTI, D. et al.. Genetic damage in soybean workers exposed to pesticides:
evaluation with the comet and buccal micronucleus cytome assays. Mutation
Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 752, n. 1, p. 28-33,
2013.
21. Bombardi LM (2011) Poisoning and death by agrochemicals in Brazil: the new version
of oligopolized capitalism. Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma
Agrária-Disponível em: www fct unesp br Acess in 30 fev 2017 (In Portuguese)
22. BORSOI A. et al. Pesticides: history current affairs and the environment. Acta Iguazu
v. 3 n. 1 p. 86-100. 2014. ISSN 2316-4093.
23. BRAIBANTE M. E. F.; ZAPPE J. A. A química dos pesticidas. Química Nova na
Escola v. 34 n. 1 p. 10-15 2012.
24. BRASIL 2004. Ministério da Saúde. Portaria no 777, de 28 de abril de 2004. Dispõe
sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do
trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde –
SUS. Disponível em:
25. BRASIL. Ministério da Saúde.Portaria n.º 1.339/GM, de 18 de novembro de1999 /
MinistériodaSaúde,Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – 2. ed. –
Brasília.Editora do Ministério Saúde, 2008. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_trabalho_2ed_p1.pdf
. acessado em dezembro de 2017
26. BUSCHINELLI J. T.; KATO M. Manual para interpretação de informações sobre
susbstâncias químicas. São Paulo: Fundacentro 2012.
27. CAMARA G. M. S. LPV-506: Plantas oleaginosas modulo IV - Instalação da cultura
da soja. Sao Paulo2012. Disponivel em <http://www.lpv.esalq.usp.br/lpv506/LPV-
0506%20-%20APOSTILaO%20SOJA%20MANEJO%20-%202012>.pdf Acessado
em J. 2016
28. CAMPOS É. et al.. Exposição a pesticidas organoclorados e desenvolvimento cognitivo
em crianças e adolescentes residentes em uma área contaminada no Brasil. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil v. 15 p. 105-120 2015. ISSN 1519-3829.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo> Acessado em dezembro de 2015
29. CARNEIRO F. F. et al. Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos pesticidas
na saúde. 2015
30. CARNEIRO F. F. P. W; RIGOTTO R M; AUGUSTO L G S. RIZZOLO A; MULLER
N M; ALEXANDRE V P.; FRIEDRICH K; MELLO M S C. Dossiê ABRASCO – Um
alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Parte 1 - Agrotóxicos Segurança
Alimentar e Nutricional e Saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO 2012.
31. CARNEIRO FF et al.. A Muller NM Alexandre VP Friedrich K Mello MSC. Dossiê I:
Um alerta sobre os impactos dos pesticidas nos alimentos e na saúde. Rio de Janeiro:
Abrasco;1a parte. 2012.
32. CARVALHO, Leandro Vargas Barreto de et al.. Exposição ocupacional a substâncias
químicas, fatores socioeconômicos e Saúde do Trabalhador: uma visão integrada.
Saúde em Debate, v. 41, p. 313-326, 2017.
33. CASTRO G.S.A. et al.. Tratamento de sementes de soja com inseticidas e um
bioestimulante. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA) Informação TecnológicaPesquisa Agropecuária Brasileira
v. 43 n. 10 p. 1311-1318 2008. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/5350>.
Acessado em jan de 2016
62
34. Cattelan MDP, Maurer P, Garcia F, Berro LF, Machado MM, Manfredini V, Piccoli
JdCE (2018) Occupational exposure to pesticides in family agriculture and the
oxidative, biochemical and hematological profile in this agricultural model. Life
sciences
35. CATTELAN, M.D.P. Avaliação do perfil bioquímico, hematológico, oxidativo e
mutagênico e uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais do município de Santiago,
RS.. [Tese de Doutorado] Universidade Federal do Pampa. Programa de pós-graduação
em ciências farmacêuticas p. 72. 2017.
36. COLASSO C. G.; DIAZ M. B. Estudo dos aspectos toxicológicos à saúde humana em
relação ao praguicida organofosforado metamidofós e sua situação regulatória no Brasil
e no mundo. RevInter Revista de Toxicologia Risco Ambiental e Sociedade v. 4 n. 3
2015. ISSN 1984-3577.
37. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento da
safra brasileira: grãos safra 2015/2016 sexto levantamento. São Paulo: CONAB 2016.
Disponível em: <http://www.conab.gov.br/>. Acesso em: Mar. 2016.
38. Cremonese C, Piccoli C, Pasqualotto F, Clapauch R, Koifman RJ, Koifman S, Freire C
(2017) Occupational exposure to pesticides, reproductive hormone levels and sperm
quality in young Brazilian men Reproductive Toxicology 67:174-185
39. CREMONESE C. Exposição a agrotóxicos e distúrbios reprodutivos: estudo em
trabalhadores rurais, seus familiares e jovens do município de Farroupilha-RS. [Tese de
Doutorado] Fundação Osvaldo Cruz. P. 225. 2014.
40. CUNHA Anna Claudia et al. Cloreto isocianúrico e cloreto cianúrico: aspectos gerais e
aplicações em síntese orgânica. Quím. Nova São Paulo v. 29 n. 3 p. 520-
527 June 2006.
41. CUNHA J.P.A.R.; TEIXEIRA M.M.; VIEIRA R.F. Avaliação de pontas de
pulverização hidráulicas na aplicação de fungicida em feijoeiro. Ciência Rural. Vol. 35
n5 santa Maria Set./Out. p. 1069-1074 2005.
42. DA SILVA A. L. O. Levantamento fenotípico da atividade da enzima paraxonase em
populações expostas e não expostas a pesticidas organofosforados Escola Nacional de
Saúde Pública. 2000.
43. DA SILVA J.; MORAES C. R.; HEUSER V. D.; ANDRADE V. M. et al. Evaluation
of genetic damage in a Brazilian population occupationally exposed to pesticides and
its correlation with polymorphisms in metabolizing genes. Mutagenesis v. 23 n. 5 p.
415-422 2008.
44. DA VEIGA J. E. Desenvolvimento Agrícola: uma visão histórica O. edusp 2007.
ISBN 853141041X.
45. DAYANAND, R. et al.. Liver enzymes for assessment of severity of organophosphorus
poisoning. International Journal of Medical and Health Sciences, v. 4, n. 1, p. 60-
63, 2015.
46. DE LIMA A. M.; DE AZEVEDO C. F. Impactos culturais e socioambientais deixados
pela Revolução Verde na região do brejo paraibano–Brasil. Revista Verde de
Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável v. 8 n. 5 p. 116-123. 2014. ISSN 1981-
8203.
47. DE LIMA F.; DELBEN D. M. Reforma neomalthusiana e movimento ambientalista:
população e meio ambiente. Revista geonorte v. 4 n. 2 p. 575-589. 2015. ISSN 2237-
1419.
48. DELGADO, I. F., PAUMGARTTEN, F.J. R. Intoxicações e uso de pesticidas por
agricultores do Município de Paty do Alferes, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, v. 20, n. 1, p. 180-186, 2004.
63
49. Domingues MR, Bernardi MR, Ono EYS, Ono MA (2004) Pesticides: risk to rural
workers Healf. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde 25:45-54 (In portuguese)
50. Duan W-X et al. (2012) The association between OGG1 Ser326Cys polymorphism and
lung cancer susceptibility: a meta-analysis of 27 studies. PLoS One 7:e35970
51. Duan, W.-X., Hua, R.-X., Yi, W., Shen, L.-J., Jin, Z.-X., Zhao, Y.-H., … Yu, S.-Q. The
Association between OGG1 Ser326Cys Polymorphism and Lung Cancer Susceptibility:
A Meta-Analysis of 27 Studies. PLoS ONE, 7(4), 2012.
52. EMBRAPA. Principais herbicidas recomendados para cultura de soja para controle total
da vegetação (dessecação pré-semeadura). Documets online.Passo Fundo RS 2006.
Disponivel em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do62_19.htm acessado em
Jan. 2016
53. exposed to organophosphate pesticides. Mutation Research/Genetic Toxicology and
Environmental Mutagenesis, v. 725, n. 1, p. 36-42, 2011. 54. FAILACE, R. Hemograma: manual de interpretacao. Porto Alegre: Artmed. 2015.
55. FANG, Yan et al.. Association Between Polymorphisms of Metabolic Enzyme Genes
and Chromosomal Damage in Benzene-Exposed Workers in China. Journal of
occupational and environmental medicine, v. 59, n. 11, p. e215-e220, 2017.
56. FAO OCDE. Agricultura Brasileira: Perspectivas e Desafios - OCDE- FAO 2015.
Relatório está disponível em www.agri-outlook.org.
57. Faria NMX, Rosa JARd, Facchini LA (2017) Effects of pesticides on rural workers:
Haematological parameters and symptomalogical reports.Ciência e Saúde Coletiva
43:335-344
58. FARIA, N. M. X., DA ROSA, J. A. R., & FACCHINI, L. A. Intoxicações por
agrotóxicos entre trabalhadores rurais de fruticultura, Bento Gonçalves, RS. Revista de
Saúde Pública, 43(2), 335-344. 2009.
59. FÁVERO, J. L. F., NEICE M.X., FASSA, A.G., ET AL.. Consumo de bebida alcoólica
em fumicultores: Prevalência e fatores associados.. Cien Saude Colet [periódico na
internet] (2016/Jun). [Citado em 10/01/2018]. Disponível em:
http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/consumo-de-bebida-alcoolica-em-
fumicultores-prevalencia-e-fatores-associados/15709?id=15709&id=15709
60. FERREIRA BAPTISTA V. A relação entre o consumo e a escassez dos recursos
naturais: uma abordagem histórica. Saúde & Ambiente em revista v. 5 n. 1 p. 8-14 2010.
issn 1980-2676.
61. FIGUEIREDO, G. M.; DETRAPE, A. Z.; ALONZO, Herling Aguilar. Exposição a
múltiplos agrotóxicos e prováveis efeitos a longo prazo à saúde: estudo transversal em
amostra de 370 trabalhadores rurais de Campinas (SP). Rev Bras Med Trab, v. 9, n. 1,
p. 1-9, 2011.
62. Fiori NS, Faria NMX, Meucci RD, Fassa AG (2016) Smoking prevalence and
associated factors among tobacco farmers in southern Brazil. Cadernos de Saúde
Pública 32:e00123115
63. FISHER C.A., BENEDETTI D. DA SILVA J. Efeitos dos agrotóxicos sobre o dna de
agricultores expostos durante o cultivo da soja. Colóquio ULBRA de extensão, pesquisa
e Ensino. Rio Grande do Sul. 2015.
64. FLYNN M. N.; PEREIRA W. R. L. S. Abordagem populacional na ecotoxicologia.
RevInter Revista de Toxicologia Risco Ambiental e Sociedade v. 4 n. 3 2015. ISSN
1984-3577.
65. \ 66. FRANCO FC et al. Evaluating genotoxic risks in Brazilian public health agents
occupationally exposed to pesticides: a multi-biomarker approach. Environmental
Science and Pollution Research International, v. 23, p. 19723, 2016.
64
67. FREIRE C. et al. Long-term exposure to organochlorine pesticides and thyroid status in
adults in a heavily contaminated area in Brazil. Environmental Science and Pollution
Research International, v. 127 p. 7-15, 2013. ISSN 0013-9351.
68. GODOY F.R. et al. Do GSTT1 and GSTM1 polymorphisms influence intoxication
events in individuals occupationally exposed to pesticides? Environmental Science and
Pollution Research International 21:3706–3712, 2014. doi:10.1007/s11356-013-2349-
7
69. GOYAL, O. et al.. Hepatic dysfunction and predictors of mortality in Leptospirosis: A
re-emerging tropical disease in northern India. Tropical Gastroenterology, v. 37, n. 4,
p. 248-257, 2017.
70. GU, Y. S. et al. Mutagenic and carcinogenic heterocyclic amines as affected by muscle
types/skin and cooking in pan-roasted mackerel. Mutation Research/Genetic
Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 515, n. 1, p. 189-195, 2002. ISSN 1383-
5718.
71. HABENSCHUS, Maísa Daniela. Estudos de inibição das enzimas do citocromo P450
pelo produto natural (-)-grandisina utilizando microssomas hepáticos de humanos.
2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
72. HAYES, J. D.; STRANGE, R. C. Glutathione S-transferase polymorphisms and their
biological consequences. Pharmacology, v. 61, n. 3, p. 154-166, 2000.
73. Hernández AF, Parrón T, Tsatsakis AM, Requena M, Alarcón R, López-Guarnido O
(2013) Toxic effects of pesticide mixtures at a molecular level: their relevance to human
health. Toxicology 307:136-145
74. HOBSBAWM E. J.; TEIXEIRA M. T. L.; PENCHEL M. A era das revoluções. Paz e
terra 2006.
75. HORTELLANI M. A. et al. Avaliação da contaminação por elementos metálicos dos
sedimentos do Estuário Santos-São Vicente. Química Nova v. 31 n. 1 p. 10. 2008. ISSN
0100-4042.
76. HOSHI L. Genotoxicidade em floricultores da região serrana do Rio de Janeiro: uso do
teste de micronúcleo na mucosa oral; Genotoxicity in flower growers in the
mountainous region of Rio de Janeiro: use of micronucleus test in oral mucosa.. Escola
Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, FIOCRUZ, Rio de Janeiro. 2009
77. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt0777_28_04_2004.html.
acessado em dezembro de 2017.
78. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. GOV. Disponivel em <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/pesquisa/24/27745> acessado outubro,2017
79. IWAMI, ALCINO, et al. Manual de uso correto e seguro de produtos
fitossanitários/agrotóxicos. Linea Creativa, 2003.
80. JACOBSEN-PEREIRA, Carolina Hilgert et al.. Markers of genotoxicity and oxidative
stress in farmers exposed to pesticides. Ecotoxicology and environmental safety, v. 148,
p. 177-183, 2018.
81. JIMÉNEZ-GARZA, Octavio et al.. Promoter methylation status in genes related with
inflammation, nitrosative stress and xenobiotic metabolism in low-level benzene
exposure: Searching for biomarkers of oncogenesis. Food and Chemical Toxicology,
v. 109, p. 669-676, 2017.
82. JONAS M. F. Agricultura e saúde: uma abordagem sobre o perfil de saúde do agricultor
da zona rural de Brazlândia. Brasília 2015. 98 f. Dissertação (Mestrado – Programa de
Pós-graduação em ciências Tecnologicas em saúde) Faculdade de
CeilândiaUniversidade de Brasília. Brasília-DF 2015.
83. Kahl VFS et al. (2018) Chronic occupational exposure endured by tobacco farmers from
Brazil and association with DNA damage. Mutagenesis 33:119-128
65
84. Kamiza AB et al. (2018) Polymorphisms of DNA repair genes are associated with
colorectal cancer in patients with Lynch syndrome. Molecular genetics & genomic
medicine
85. Karahalil B, Orhan G, Ak F (2015) The impact of detoxifying and repair gene
polymorphisms and the levels of serum ROS in the susceptibility to multiple sclerosis.
Clinical neurology and neurosurgery 139:288-294
86. KARAHALIL, B., el al. The association of OGG1 Ser326Cys polymorphism and
urinary 8-OHdG levels with lung cancer susceptibility: a hospital-based case-control
study in Turkey. Arhiv Za Higijenu Rada I Toksikologiju, 59(4), 241–50, 2008
87. KAUR, R.; KAUR, S.; LATA, M. Evaluation of DNA damage in agricultural workers
exposed to pesticides using single cell gel electrophoresis (comet) assay. Indian journal
of human genetics, v. 17, n. 3, p. 179, 2011.
88. KHAYAT, C. B. et al. Assessment of DNA damage in Brazilian workers
occupationally exposed to pesticides: a study from Central Brazil. Environmental
Science and Pollution Research, v. 20, n. 10, p. 7334-7340, 2013. ISSN 0944-1344.
89. KLINK C. A.; MACHADO R. B. Conservation of the Brazilian cerrado. Conservation
biology v. 19 n. 3 p. 707-713 2005. ISSN 1523-1739.
90. KVITKO, K.; et al. Susceptibility to DNA damage in workers occupationally exposed
to pesticides, to tannery chemicals and to coal dust during mining. Genetics and
molecular biology, v. 35, n. 4, p. 1060-1068, 2012.
91. LANGIANO V. C. Toxicidade do Roundup e seus efeitos para o peixe neotropical
Prochilodus lineatus. 62f. Dissertação (Mestrado)–Universidade Estadual de Londrina
Londrina PR 2006.
92. LEWIN, B. Genes IX. Porto Alegre: Artmed. 2- p. 2008
Alberts, B; el al. Biologia molecular da celula. 4.ed. Porto alegre: Artmed. 1584 p. 2007
93. LI, H., el al. The hOGG1 Ser326Cys Polymorphism and Lung Cancer Risk: A Meta-
analysis. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev., 17(7), 1739–1745. 2008
94. LI, Y., LU, J., & PAXTON, J. W. The role of ABC and SLC transporters in the
pharmacokinetics of dietary and herbal phytochemicals and their interactions with
xenobiotics. Current Drug Metabolism, 13(5), 2012.
95. LONDRES F. Pesticidas no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. 2011. ISSN
8587116150.
96. LU, Yu et al.. Role of CYP2E1 polymorphisms in breast cancer: a systematic review
and meta-analysis. Cancer cell international, v. 17, n. 1, p. 11, 2017.
97. Luo H, Li Z, Qing Y, Zhang S-H, Peng Y, Li Q, Wang D (2014) Single nucleotide
polymorphisms of DNA base-excision repair genes (APE1, OGG1 and XRCC1)
associated with breast cancer risk in a Chinese population Asian. Pac J Cancer Prev
15:1133-1140
98. Lupo A, Coyne S, Berendonk TU (2012) Origin and evolution of antibiotic resistance:
the common mechanisms of emergence and spread in water bodies. Frontiers in
microbiology 3:18
99. MACHADO A. T. Construção histórica do melhoramento genético de plantas: do
convencional ao participativo. Revista Brasileira de Agroecologia v. 9 n. 1 p. 35-50
2014. ISSN 1980-9735.
100. MAGALHÃES M.A.S. Exposição a pesticidas na atividade agrícola: um estudo
de percepção de risco à saúde dos trabalhadores rurais no Distrito de Pau Ferro –
Salgueiro/PE. 2010. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Pública) - Centro de
Pesquisas Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz Recife 2010.
101. MARCHEZAN M.G.; et al. Efeito do tratamento de sementes e herbicidas pré-
emergentes em soja cultivada em rotação com arroz irrigado. In: VIII CONGRESSO
66
BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO Santa Maria. ANAIS DO VIII CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO. Santa Maria: Palotti. v. V.1. 2013.
102. MATOS A. K. V. Revolução verde biotecnologia e tecnologias alternativas.
Cadernos da Fucamp v. 10 n. 12 p. 1-17 2011. issn 2236-9929.
103. Matos AC, Ladeia AM (2003) Assessment of cardiovascular risk factors in a
rural community in the Brazilian state of Bahia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia
81:297-302
104. MAURICE, C. F; HAISER J.H; TURNBAUGH, P.J. Xenobiotics Shape the
Phisiology and Gene Expression of Active Human Gut Microbiome; Elsevier Inc, p.39-
50, 2013.
105. MAZOYER M.; ROUDART L. História das agriculturas no mundo. Do
neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora UNESP 2008.
106. Mensink H. & Janssen P. Glyphosate. Environmental Health Criteria 159. World
Health
107. MEROTTO JR A.; WAGNER J.; MENEGUZZI C. Effects of glyphosate and
foliar application of micronutrients in transgenic soybean. Bioscience Journal v. 31 n.
2. ISSN 1981-3163 2015.
108. MORAGAS W. M.; DE OLIVEIRA SCHNEIDER M. Biocidas: suas
propriedades e seu histórico no Brasil. Caminhos de Geografia v. 4 n. 10 2003. ISSN
1678-6343.
109. MORAHAN, J. M. et al.. A gene–environment study of the paraoxonase 1 gene
and pesticides in amyotrophic lateral sclerosis. Neurotoxicology, v. 28, n. 3, p. 532-540,
2007. ISSN 0161-813X.
110. MOREIRA H. J. D. C.; ARAGÃO F. D. Manual de pragas da soja. Campinas:
FMC 2009.
111. MOREIRA, Josino C. et al.. Avaliação integrada do impacto do uso de
agrotóxicos sobre a saúde humana em uma comunidade agrícola de Nova Friburgo, RJ.
Ciência e Saúde Coletiva, v. 7, n. 2, p. 299-311, 2002.
112. MOURA Nara Núbia de. Percepção de Risco do uso de pesticidas: o caso dos
produtores de tomate de São José de Ubá/RJ. (Dissertação Mestrado em
Desenvolvimento Agricultura e Sociedade).Rio de Janeiro: UFRRJ 2005. 92p.
113. MURAKAMI, Yumie et al.. Intoxicação crônica por agrotóxicos em
fumicultores. Saúde em Debate, v. 41, p. 563-576, 2017.
114. MURAKAMI, YUMIE. Chronic pesticide poisoning in the tobacco farming.
Saúde em Debate, v. 41, n. 113, p. 563-576, 2017.
115. NODARI R. O.; GUERRA M. P. A agroecologia: estratÈgias de pesquisa e
valores. Estudos Avan√ßados v. 29 p. 183-207 2015. ISSN 0103-4014. Disponível em:
< http://www.scielo.br/scielo.php?
116. Norjmaa B, Saitoh T, Kasamatsu T, Minato Y, Sunaga N, Murakami H (2015)
The polymorphisms of XRCC1 Arg194Trp and the XRCC1Arg399Gln affect the
clinical features and the prognosis of MDS. AACR .https://doi.org/10.1158/1538-
7445.AM2015-3857
117. Oneta CM et al. (2002) Dynamics of cytochrome P4502E1 activity in man:
induction by ethanol and disappearance during withdrawal phase. Journal of hepatology
36:47-52
118. Onyeisi JOS, de Carvalho Costa TP, de Souza Santos LF, Costa R, do Amaral
FPdM (2017) Apoptosis in Workers Exposed to Pesticides organophosphate
119. OPAS/OMS. Organização Pan-Americana da Saúde. Manual de vigilância da
saúde de populações expostas a pesticidas. Brasília: Secretaria de Vigilância Sanitária
Ministério da Saúde; 1996
67
120. Organization Geneva. 1994.
121. Orhan G, Elkama A, Mungan SÖ, Eruyar E, Karahalil B (2016) The impact of
detoxifying and repair gene polymorphisms on oxidative stress in ischemic stroke.
Neurological Sciences 37:955-961
122. ORPHANIDES, G.; KIMBER, I. Toxicogenetics: applications and
opportunities. Toxicological Sciences, v. 75, n. 1, p. 1-6, 2003. ISSN 1096-6080.
123. PATUSSI Carina; BUNDCHEN Márcia. Avaliação in situ da genotoxicidade de
triazinas utilizando o bioensaio Trad-SHM de Tradescantia clone 4430. Ciênc. saúde
coletiva Rio de Janeiro v. 18 n. 4 p. 1173-1178 Apr. 2013 .
124. PAUMGARTTEN F. J. R. Pesticide exposure and poor pregnancy outcomes:
weaknesses of the evidence. Cadernos de Saúde Pública v. 28 n. 10 p. 2009-2012 2012.
125. PELAEZ Victor Manoel et al.. A (des)coordenação de políticas para a indústria
de pesticidas no Brasil. Revista Brasileira de Inovação [S.l.] v. 14 p. 153-178 mar. 2015.
ISSN 2178-2822. Disponível em:
<http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/rbi/article/view/1124/696>. Acesso em: 21 Jan. 2016.
126. PENG, Hui et al.. Associations of CYP2E1 rs2031920 and rs3813867
polymorphisms with colorectal cancer risk: a systemic review and meta-analysis.
Tumor Biology, v. 34, n. 4, p. 2389-2395, 2013.
127. Pesticidas saúde e ambiente. SciELO-Editora FIOCRUZ 2003. ISBN
8575413171.
128. PERES F.; MOREIRA J. C. Saúde e ambiente em sua relação com o consumo
de agrotóxicos em um pólo agrícola do Estado do Rio de Janeiro Brasil Health
environment and pesticide use in a farming area in Rio de Janeiro State Brazil. Cad.
Saúde Pública v. 23 n. Sup 4 p. S612-S621 2007
129. Perocco P et al. (2006) Glucoraphanin, the bioprecursor of the widely extolled
chemopreventive agent sulforaphane found in broccoli, induces phase-I xenobiotic
metabolizing enzymes and increases free radical generation in rat liver. Mutation
Research/Fundamental and Molecular Mechanisms of Mutagenesis 595:125-136
130. Peters W.C.B. Ueber eine Sammlung von Batrachien aus Neu-freiburg in
Brasilien. Field Museum of Natural History. 29 153–160 1872
131. PETRONILHO E. D. C.; PINTO A. C.; FIGUEROA-VILLAR J. D.
Acetilcolinesterase: Alzheimer e guerra química. Revista Militar de Ciência e
Tecnologia v. 28 n. 1 2011.
132. PIGNATI Wanderlei; OLIVEIRA Noemi Pereira; SILVA Ageo Mário Cândido
da. Vigilância aos pesticidas: quantificação do uso e previsão de impactos na saúde-
trabalho-ambiente para os municípios brasileiros. Ciênc. saúde coletiva. Rio de Janeiro,
v. 19, n. 12, p. 4669-4678, 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo> acessos
em 28 mar. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320141912.12762014.
133. PIROLLA M. L.; BENTO R. M. O Brasil e a soja: sua história e as implicações
na economia brasileira. 2008.
134. PORTO M. F.; SOARES W. L. Modelo de desenvolvimento pesticidas e saúde:
um panorama da realidade agrícola brasileira e propostas para uma agenda de pesquisa
inovadora. Rev bras Saude ocup v. 37 n. 125 p. 17-30 2012.
135. QUERINO DE ARAÚJO CALDAS L. Intoxicações exógenas agudas por
carbamatos organofosforados compostos bipiridílicos e piretróides. In: (Ed.).
Intoxicações exógenas agudas por carbamatos organofosforados compostos
bipiridílicos e piretróides: CCIN 2000.
136. RADDI D., ANIKETHANA G.V. International Journal of Medical and Health
Sciences.2015
68
137. RAMOS, Jheneffer Sonara Aguiar et al.. DNA damage in peripheral blood
lymphocytes and association with polymorphisms in the promoter region of the
CYP2E1 gene in alcoholics from Central Brazil. Alcohol, v. 57, p. 35-39, 2016.
138. Raymond M, Rousset F (1995) An exact test for population differentiation.
Society for the Study of Evolution 49:1280-1283 DOI: 10.2307/2410454
139. RefSeq, NCBI Reference Sequence Database, acessado em abril de 2016
140. REIFSCHNEIDER F. J. B. et al.. Novos ângulos da história da agricultura no
Brasil. Embrapa Informação Tecnológica 2010. ISBN 8573834919.
141. RIBEIRO J. W.; BERTOLUCI J. Anurans of the cerrado of the Estação
Ecológica and the Floresta Estadual de Assis southeastern Brazil. Biota Neotropica v.
9 n. 1 p. 0-0 2009. ISSN 1676-0603.
142. RIBEIRO M. L.; LOURENCETTI C.; POLESE L.; NAVICKIENE S. et al.
Pesticidas: Usos e Riscos para o Meio Ambiente. Holos Environment v. 8 n. 1 p. 53-71
2009.
143. Ribeiro ML, Lourencetti C, Polese L, Navickiene S, de Oliveira LC (2008)
pesticides: use and risks for the environment . HOLOS environment 8:53-71
http://dx.doi.org/10.14295/holos.v8i1.2539 (In Portuguese)
144. Richard EE, Augusta Chinyere N-A, Jeremaiah OS, Opara UCA, Henrieta EM,
Ifunanya ED (2016) Cement dust exposure and perturbations in some elements and lung
and liver functions of cement factory workers. Journal of toxicology 2016
145. RICHARD, E.E. et al.. Cement dust exposure and perturbations in some
elements and lung and liver functions of cement factory workers. Journal of
toxicology, v. 2016, 2016.
146. RIGOTTO R. Pesticidas trabalho e saúde: vulnerabilidade e resistência no
contexto da modernização agrícola no baixo Jaguaribe CE. In: (Ed.). Pesticidas trabalho
e saúde: vulnerabilidade e resistência no contexto da modernização agrícola no baixo
Jaguaribe CE: Edições UFc 2011.
147. RISTOW, Letiane Peccin et al.. Análise de políticas públicas na área da saúde
do trabalhador rural. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 11, n. 7, p. 63-81, 2017.
148. ROHR, Paula et al.. BER gene polymorphisms (OGG1 Ser326Cys and XRCC1
Arg194Trp) and modulation of DNA damage due to pesticides exposure.
Environmental and molecular mutagenesis, v. 52, n. 1, p. 20-27, 2011.
149. ROMANINI C. A.; TEIXEIRA A. B. Atendimento emergencial de intoxicação
por piretróide em cão na clínica veterinária da FAI. Revista OMNIA Saúde v. 5 n. 2 p.
15-23 2011.
150. ROSSINI, A. et al.. Polymorphisms of GSTP1 and GSTT1, but not of CYP2A6,
CYP2E1 or GSTM1, modify the risk for esophageal cancer in a western population.
Carcinogenesis, v. 28, n. 12, p. 2537-2542, 2007.
151. Ruppenthal Janis Elisa Toxicologia. Santa Maria : Universidade Federal de
Santa Maria Colegio Tecnico Industrial de Santa Maria ; Rede e-Tec Brasil 2013
152. SÁ L. C. et al.. Determination of organochlorine pesticides in agricultural soils
applying Quechers C-ECD and GC-MS/MS. Revista de Ciências Agrárias (Portugal):
Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal 329-336 p 2012.
153. SACHIDANANDAM, R. et al.. A map of human genome sequence variation
containing 1.42 million single nucleotide polymorphisms. Nature, v. 409, n. 6822, p.
928-933, 2001. ISSN 0028-0836.
154. SANTOS M. A. T. D.; AREAS M. A.; REYES F. G. R. Piretróides–uma visão
geral. Alimentos e Nutrição Araraquara v. 18 n. 3 p. 339-349 2008. ISSN 2179-4448.
69
155. SCHLESINGER S. Soja: o grão que segue crescendo. Grupo de Trabalho sobre
Desenvolvimento e Meio Ambiente nas Américas Documento de Discussão v. 21 2008.
Acessado em 24 Jan 2016 http://ase.tufts.edu/gdae/Pubs/rp/DP21SchlesingerJuly08.pdf
156. Sesmg JMdS et al. Protocol on Health Care for Workers Exposed to
Agrochemicals. Ministerio Público da saude.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_atencao_saude_trab_exp_agroto
xicos.pdf, accessed 02 may 2018.
157. Silva CMM de S. and FAY E F. Pesticidas e ambiente. Embrapa Informática
Tecnológica; Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente 2004.
158. Silva, J. M et al.. "Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a
agrotóxicos."Ministerio da Saude. Acesso 2006
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_atencao_saude_trab_exp_agroto
xicos.pdf Acesso Junho,2017
159. Silva, J.M., de Faria, H.P., Silva, E.N., Pinheiro, T.M.M., Cavalcanti, A.W.L.,
de Araújo, A.G., Magalhães, A.F.A., de Oliveira, C.S., de Almeida Custódio, E.P.,
Gandolffi, E., Protocolo de Atenção à Saúde dos Trabalhadores Expostos a agrotóxicos.
. Acesso 2006
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_atencao_saude_trab_exp_agroto
xicos.pdf Acesso Junho,2017
160. SILVA, J.V, ET AL.. "A percepção dos trabalhadores rurais sobre a
autoexposição aos agrotóxicos." Saúde (Santa Maria) 43.1: 199-205. (2017)
161. Silva, M A. "Modelos preditivos baseados em descritores moleculares e modos
de interação receptor-ligante para inibidores de Acetilcolinesterase." (2017). Tese
(Doutorado em Fisica) Instituto de Fisica- Univeridade de Brasilia, Brsilia
162. SPADOTTO CLAUDIO A. et al..Monitoramento do risco ambiental de
agrotoxicos: princípios e recomendaçoes. Jaguariuna: Embrapa Meio Ambiente 29 p ,
2004
163. SUN, W. et al.. Is there association between Glutathione S Transferases
polymorphisms and cataract risk: a meta-analysis? BMC ophthalmology, v. 15, n. 1, p.
1, 2015. ISSN 1471-2415.
164. SUTRIS, J. M. et al.. Genotoxicity following Organophosphate Pesticides
Exposure among Orang Asli Children Living in an Agricultural Island in Kuala Langat,
Selangor, Malaysia. The International Journal of Occupational and Environmental
Medicine, v. 7, n. 1 January, p. 705-42-51, 2016. ISSN 2008-6814.
165. SUTRISNA, Em. The Impact of CYP1A2 and CYP2E1 Genes Polymorphism
on Theophylline Response. Journal of clinical and diagnostic research: JCDR, v. 10,
n. 11, p. FE01, 2016.
166. TERRA F. H. B.; PELAEZ V. A história da indústria de pesticidas no Brasil:
das primeiras fábricas na década de 1940 aos anos 2000. Simpósio de Pós-Graduação
em História Econômica/IV Congresso de Pós-Graduação em História Econômica/IV
Encontro de Pós-Graduação em História Econômica/II Conferência Internacional de
História Econômica 2008. p.
167. TOLEDO L. F.; NEUMANN-LEITÃO S.; EL-DIER S. Anfíbios como
bioindicadores. Bioindicadores da qualidade ambiental (S. Neumann-Leitão & S. El-
Dier org.). Instituto Brasileiro Pró-Cidadania Recife p. 196-208 2009.
168. TONI Luís R. M.; SANTANA Henrique de; ZAIA Dimas A. M.. Adsorção de
glifosato sobre solos e minerais. Quím. Nova São Paulo v. 29 n. 4 p. 829-
833 July 2006
169. TREZZI M. M. VIDAL RA; MEROTTO JR. A. Herbicidas inibidores da ALS.
Herbicidologia. Porto Alegre: Edição dos Autores p. 152 2001.
70
170. TRIVELLATO G. Metodologias de reconhecimento e avaliação qualitativa de
riscos ocupacionais. São Paulo: Fundacentro 1998.
171. VALDUJO P. H. et al.. Amphibia Anura São Desidério western Bahia uplands
northeastern Brazil. Check List v. 5 n. 4 p. 903-911 2009.
172. VALENTE Nuno Ilídio Pereira. Análise de Pesticidas Organofosforados em
Toxicologia Forense. 2012. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Química
Departamento de Química Universidade de Aveiro 2012. Disponível em:
<http://ria.ua.pt/bitstream/10773/10150/1/tese_nuno valente.pdf>. Acesso em: 12 abr.
2014.
173. VEIGA M. M. et al.. Análise da contaminação dos sistemas hídricos por
pesticidas numa pequena comunidade rural do Sudeste do Brasil. Cadernos de Saúde
Pública v. 22 p. 2391-2399 2006.
174. Xavier de Carvalho MM, Sueli Nodari E, Onofre Nodari R (2017) “Defensivos”
ou “agrotoxicos”? Historia do uso e da percepção dos agrotoxicos no estado de Santa
Catarina, Brasil, 1950-2002 História, Ciências, Saúde-Manguinhos 24
175. XU, Li et al.. The polymorphism of CYP2E1 Rsa I/Pst I gene and susceptibility
to respiratory system cancer: a systematic review and meta-analysis of 34 studies.
Medicine, v. 93, n. 27, 2014.
176. YAMADA T.; CASTRO P. R. C. Glifosato herbicida com singular modo de
ação: efeitos secundários e implicações fisiológicas e agronômicas. In: Potafos. 45 p.
2007.
177. YAMASHITA M. G. N. Análise de rótulos e bulas de pesticidas segundo dados
exigidos pela legislação federal de pesticidas e afins e de acordo com parâmetros de
legibilidade tipográfica. 2008. AGUIAR TJA E MONTEIRO MSL. Modelo agrícola e
desenvolvimento sustentável: a ocupação do cerrado piauiense. Ambiente e Sociedade.
2005;8(2):1-18.
178. ZAHA, A.; FERREIRA, H. B.; PASSAGLIA, L. M. P. Biologia Molecular
Básica-5. Artmed Editora, 2014. ISBN 8582710585.
71
APÊNDICE I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título do Projeto: : Avaliação dos aspectos biológicos e ambientais da exposição a
agrotóxicos por trabalhadores rurais em municípios goianos.
Pesquisadores reesposáveis pelo projeto:
Doutoranda (pesquisadora responsável) : Fernanda Ribeiro Godoy M.Sc.
Orientador: Prof. Rogerio Pereira Bastos Dr.
Telefones: (62) 9829-8828 (Fernanda)
E-mail: [email protected]
A agricultura Brasileira vem crescendo com o decorrer dos anos e com isso a uso de
agrotóxico vem acompanhado esse crescimento para que se atende a demanda de produtos
agrícolas em quantidade e qualidade exigidas pelo mercado consumidor. Contudo esse aumento
do uso de agrotóxico exige muitos cuidados e informações para e minimização de riscos tanto
para o meio ambiente como para trabalhadores rurais que estão ocupacionalmente expostos ao
agrotóxicos.
O objetivo do estudo e científico e se baseia em realizar um estudo molecular de
trabalhadores agrícolas de municípios goianos expostos ocupacionalmente a pesticidas
avaliando os efeitos biológicos dessa exposição a fim de verificar prováveis alterações
genéticas analisando também o tempo e os tipos de agrotóxicos mais utilizados pelos
trabalhadores. O presente estudo contribuirá para se compreender os riscos de agravos a saúde
humana decorrente da exposição individual fornecendo subsídio para reforçar a necessidade de
adesão do trabalhador as condições de segurança ocupacional que visam a manutenção da saúde
física e a proteção contra o desenvolvimento de doenças ocupacionais. Assim compreender os
aspectos biológico subjacentes a exposição do sistema celular humano aos agrotóxicos
permitira uma maior proteção da saúde de trabalhadores agrícolas.
Prezado (a) senhor (a)
Por este documento você esta sendo convidado (a) a participar desse estudo. E também
informado (a) e esclarecido (a) sobre como se dará seu desenvolvimento para que então possa
decidir sobre a participação.
A participação e voluntaria e gratuita e implica basicamente em:
- Aplicação de questionário de estilo de vida;
72
- Coleta sanguínea
O questionário de estilo de vida ira abordar individualmente perguntas sobre fatores da
usa vida que possam estar correlacionados com o uso de agrotóxico e/ ou que possam colaborar
no entendimento dos resultados obtidos no seu exame laboratorial. A aplicação deste será
acompanhada pela equipe de pesquisa a qual auxiliará a compreensão. Contudo se durante a
aplicação o participante sentir qualquer desconforto lhe e garantida total liberdade para
interromper parcial ou totalmente o preenchimento do mesmo sem obrigações em justificar essa
decisão.
Sua entrevista – contendo dados que permitam sua identificação informações pessoais
e de trabalho – não serão conduzidas (sem sua autorização) a indivíduos não integrante da
equipe de pesquisa. Suas informações relatos e opiniões ficarão em segredo. O uso dessas
respostas será realizado diante de analise e enquadramento estatístico e/ou com conversão dos
seus dados identificatórios em códigos (que impeçam sua identificação). A partir de então os
resultados obtidos poderão ser apresentados e publicados desde que respeitada a garantia de
sigilo que lhe foi dada.
A coleta de sangue será realizada para obtenção do seu perfil bioquímico e hematológico
( baseado nas diretrizes para Atenção integral a Saúde do Trabalhador de complexidade
Diferenciada do Ministério da saúde agosto de 2006). Será realizada a coleta endovenosa de 20
mL de sangue.
Nenhuma pesquisa com seres humanos e livre de riscos. Contudo os procedimentos
envolvidos no presente estudo oferecem riscos mínimos aos participantes sendo eles:
possibilidade de aparecimento de hematoma pós-coleta e formação de edema. Mas caso ocorra
qualquer intercorrência devido a coleta os pacientes serão encaminhados ao serviço de
Atendimento Médico da Universidade Federal de Goiás.
Solicita-se para obtenção de resultados clinicamente fidedignos que o participante se
apresente: em jejum alimentar (de 10 a 13 horas não excedendo 14 horas de jejum) e que
informe o uso de medicamento ou presença de alguma doença.
As entrevistas e analise laboratoriais ficarão sob guarda da pesquisadora responsável
por 5 (cinco) anos e não será permitido acesso de terceiros (além da equipe de pesquisa) a ele.
Ressalta que todos os dados que permitam sua identificação pessoal serão mantidos em sigilo
profissional e cientifico. Sendo-lhe garantido que todos os resultados aqui obtidos serão
utilizados somente para estudo cientifico e não irão prejudicar em algum tratamento que o
participante já esteja submetido (a) nem tão pouco na sua condição profissional.
73
Sua participação no estudo não sujeita a equipe de pesquisa te fornecer tratamento a
qualquer enfermidade que possa vir a ser identificada.
Com relação a indenização diante de eventuais danos decorrente da pesquisa você
poderá buscar a justiça e o que foi decidido judicialmente será acatado pelo pesquisador.
Mesmo após a assinatura desse termo você tem total liberdade de desistir ou de
interromper sua colaboração nesse estudo no momento em que desejar (até dada a publicação)
sem precisar se justificar. Em que a desistência do participante não trará prejuízo algum ao seu
trabalho nem a seu bem-estar.
Sua colaboração será de extrema importância para o êxito desta pesquisa pela qual
agradecemos de antemão.
Declaro verdadeiras as informações supra citadas
________________________________________________
Fernanda Ribeiro Godoy
Doutoranda
Pesquisadora Responsável
________________________________________________
Assinatura do participante
Eu_________________________________________________________________________
______RG no _____________________ Nacionalidade _________________________ Idade
___________
Endereço
__________________________________________________________________________
Declaro ter recebido e compreendido todas as informações sobre o estudo Avaliação dos
aspectos biológicos e ambientais da exposição a agrotóxicos por trabalhadores rurais em
municípios goianos. E por esta com concordo de livre espontânea vontade em participar do
estudo - Declaro que foram dadas todas as informações necessárias e que foram esclarecido
todas as duvidas por mim apresentadas
_____________________________________________
Assinatura do participante
74
APÊNDICE II
Questionário
Título do projeto: Avaliação dos aspectos biológicos e ambientais da exposição a agrotóxicos
por trabalhadores rurais em municípios goianos.
IDENTIFICAÇÃO
Data de Nascimento:___/___/____|Idade: __________anos| Peso:_________ Kg|
Altura:_________ m
Endereço:___________________________________________________________________
No_____
Bairro:________________________________Cidade:______________________Estado:___
________
Telefone:( )__________________________ Celular:( ) _________________________
Email:
___________________________________________________________________________
Estado Civil:
|___| Solteiro |___| Casado |___| Viúvo |___| Separado |___|
Outro:_____________________________
Escolaridade:
|___| E. Fundamental |___| E. Médio |___| E. Superior |___| E. Técnico |___|
Outros:_______________
Profissão: |___| Agricultor |___| Outros: _____________________
Região de atuação:____________________________________________________________
ESTILO DE VIDA
1-Possui Alguma Doença?: |___| Sim |___| Não.
Quais?:____________________________________ ___________________________
2-Faz uso de algum medicamento? |___| Sim |___| Não.
Quais?:______________________________
3- Tem ou já teve Câncer?: |___| Sim |___| Não.
Tipo?:_______________________________________
75
Quimioterapia?: |___| Sim |___| Não. No de sessões?: ___________Radioterapia?: |___| Sim
|___| Não. No de sessões?: ___________. Faz uso de algum
medicamento?:_______________________________________________________________
4-Possui algum defeito de nascimento/ desordem genética hereditária?: |___|Sim |___|Não
Quais:______________________________________________________________________
5-Histórico Familiar de: |___|Diabetes |___|Alergias |___| Hipertensão |___| Câncer |___|
Aborto |___| Alterações Congênitas|___|
Outros:__________________________________________________
6-Você e/ou sua esposa possui (em) dificuldade para engravidar?: |___|Sim|___|Não.
Se sim
qual(is):____________________________________________________________________
7-Possui Filho(s)?: |___| Sim |___| Não.
Se sim quantos?: ____________________________________
Se sim algum apresenta problemas de saúde?: |___| Sim |___| Não.
Se sim qual(is): _______________________________________________________
8-Teve algum filho com nascimento prematuro: |___| Sim |___| Não
9-O (A) Sr. (a) fuma ou já fumou em média 1 cigarro charuto ou cachimbo diariamente pelo
menos por 1 ano?|___|Sim|___|Não. Se sim quantos por dia?: ____
10-Já fumou?: |___|Sim |___|Não. Se sim quantos fumava por dia?:____Parou faz quanto
tempo?:___
11-Faz consumo de bebidas alcoólicas?: |___| Sim |___| Não.
Se sim com qual frequência em números (1X2X3X):
|___| Diariamente; |___|dias na semana; |___|dias no mês; |___| Sazonalmente(datas especiais).
Quantidade em copos latas garrafas:_____
12-Ex-etilista (alcoólatra)?: |___| Sim |___| Não
Se sim fazia uso de bebida? :|___| Diariamente; |___|dias na semana; |___|dias no mês;
|___| Sazonalmente(datas especiais). Quantidade em copos latas garrafas:_____
13-Pratica exercícios físicos?: |___| Sempre |___| As vezes |___| Nunca
14-Possui dependência Química? (Uso de algum tipo de Drogas ilícitas): |___| Sim |___| Não.
Se Sim qual(is)?:______ ______________________________________________________
15-Possui histórico de dependência Química na Família?: |___| Sim |___| Não.
76
MANUSEIO DE PESTICIDAS
16-Atividade agrícola principal?: |___| Plantação |___| Trato com animais |___|
Outros_____________
17-Tempo de atividade agrícola:
________________________________________________________
18-Tipo de culturas produzidas: |___| Soja |___|Milho |___| Cana |___| Sorgo |___| Tomate |___|
Arroz |___| Feijão |___|Horta |___|
Outros:______________________________________________________
19-Faz Uso de Pesticidas (Agrotóxico):? |___| Sim |___| Não
Se sim Qual (is)?:
___________________________________________________________________
20-Como se da o seu contato com os Pesticidas (agrotóxicos)?:
|___| Preparo (diluição) |___| Armazenamento |___| Carga/Descarga do
produto
|___| Aplicação/Pulverização |___| descarte de embalagens |___|Transporte
|___| Acompanha/auxilia a aplicação |___|Limpeza/manutenção dos equipamentos utilizados
|___|
Outros:_____________________________________________________________________
21-Qual a frequência do seu contato com o pesticida (agrotóxico)?:
|___| Uma vez na semana |___| A cada 15 dias |___| Uma vez por mês |___|
Outros________________
22-Quando foi seu ultimo contato com pesticidas (agrotóxico)?:
_______________________________
23-Qual tipo de equipamento utilizado para a manipulação e ou aplicação de pesticidas
(agrotóxico)?:
___________________________________________________________________________
24- Como são armazenados os pesticidas (agrotóxico)?: ________________________
25-Como são descartados as embalagens dos pesticidas
(agrotóxicos)?:__________________________
26-Faz uso de EPI’s durante a manipulação e ou aplicação de pesticidas (agrotoxico)?:
|__|Sim|___|Não
Se sim quais EPI’s e com qual frequencia voce faz o uso:
77
EPI’s Frequência
EPI’s Frequência
As vezes Sempre As vezes Sempre
|___| Luvas |___| Boné ou Chapéu
|___| Botas |___| Calças
|___| Mascara |___| Camisa de Manga
|___| Óculos Outros:
|___| Macacão Outros:
Se não Porque?
_____________________________________________________________________
27- Tem conhecimento sobre a importancia do uso de EPI’s? |___|Sim|___|Não
28- Com qual frequência tem apresentado os sintomas abaixo?
Sintomas
Frequência
Sintomas
Frequência
Nunca As
vezes Sempre
Apos
Contato Nunca
As
vezes Sempre
Apos
Contato
Assintomático Alteração de memoria
Alteração de Sonos Alteração da vida Sexual
Alucinação Cansaço fácil nas pernas
Chiadeira torácica Bradicardia
Confusão Mental Diarreias
Dor de Cabeça Falta de apetite
Formigamento MS Formigamento MI
Fotofobia Irritação da pele
Fraqueza muscular Irritação de mucosa
Hipertensão Náusea/ Vômito
Incontinência fecal Salivação
Incontinência urinaria Sangramento
Irritabilidade Suor excessivo
Lacrimejamento Taquicardia
Tontura Tosse
Visão turva Convulsões
Tremor Falta de ar
Outros:
Percebe alguma relação entre o aparecimento dos sintomas e o contato com pesticida (agrotóxico)?: |____| Sim |____| Não
29- Você já sofreu intoxicação?: |____| Sim |____| Não. Se sim quanto
tempo?:_________________
Se sim quais sintomas você apresentou?: |____| Gastrointestinais |____| Cardiovasculares |____|
Neurológicos |____| Respiratórios |____| Alterações na pele |____|
Outros:_______________________
78
Se sim onde foi o dia o diagnóstico?: |____|Hospitalar |____|Ambulatorial |____|
Outros:___________
Se sim qual o tratamento
adotado:_______________________________________________________
79
Anexo I