AVALIAR PARA APRENDER, NÃO PARA DAR...

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0 FACULDADE DOM ALBERTO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR AVALIAR PARA APRENDER, NÃO PARA DAR NOTA Ana Cristina Gerhard Heck Santa Cruz do Sul, Julho de 2010. Ana Cristina Gerhard Heck

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FACULDADE DOM ALBERTO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR

AVALIAR PARA APRENDER, NÃO PARA DAR NOTA

Ana Cristina Gerhard Heck

Santa Cruz do Sul, Julho de 2010.

Ana Cristina Gerhard Heck

1

AVALIAR PARA APRENDER, NÃO PARA DAR NOTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade Dom Alberto – Especialização em Supervisão Escolar, sob a orientação da Profa. Especialista Ieda Maria Cassuli Bianchini, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Supervisão Escolar.

Santa Cruz do Sul, Julho de 2010.

Ana Cristina Gerhard Heck

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AVALIAR PARA APRENDER , NÃO PARA DAR NOTA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade Dom Alberto – Especialização em Supervisão Escolar, sob a orientação da Profa. Especialista Ieda Maria Cassuli Bianchini, como requisito parcial para obtenção do título de Supervisão Escolar.

Ieda Maria Cassuli Bianchini

Professora orientadora

3

A meus familiares, pelo carinho, força e amparo em

todas as horas.

4

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos especiais a meus familiares, sobretudo ao meu amado

marido que por inúmeras vezes me incentivou a seguir em frente e buscar

aprender sempre mais, as minhas filhas queridas que compreenderam os

momentos de minha ausência e conseguiram entender que o crescimento

pessoal e profissional se faz através de escolhas, que reconheceram a

importância deste trabalho e souberam dar as orientações nos momentos

necessários.

5

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção.

Paulo Freire

6

RESUMO

Este trabalho tem como proposta analisar mais profundamente a questão da

avaliação nas séries iniciais do ensino fundamental, refletindo sobre a sua

importância no processo de aprendizagem dos alunos, formulando hipóteses

de como nós educadores podemos acompanhar o desenvolvimento das

crianças de outras maneiras, que não sejam exclusivamente as provas

vinculadas à notas e conceitos, propondo uma nova visão deste processo, na

transformação de alunos e professores em parceiros, trabalhando juntos na

construção do conhecimento, sendo este relatório desenvolvido através de uma

pesquisa qualitativa, com questionário, análise de documentos, comparações

entre teoria proposta e prática realizada referente aos métodos, critérios e

instrumentos utilizados por professores dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, composta por quatro turmas, de uma Instituição Escolar Privada,

que também oferece cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e

Ensino Médio.

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ABSTRACT

This work has the purpose to analyze the evaluation in Elementary School more

deeply, considering its importance in students’ learning process, making

hypothesis about, as educators, we may follow the children’s development in

others ways, not only exclusively tests bound of grades, but offering a new view

to this process, turning students and teachers into partners, working together

in a building development. This report is developed through a qualitative

research, with a questionnaire, analysis of documents, comparisons between

proposed theory and practice held related to the methods, criteria, instruments

used by Elementary School teachers. This Private school has four classes in

Elementary School. It also offers Kitten Garden, Secondary School and High

School.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 AVALIAÇÃO: UMA CONSTRUÇÃO TEÓRICA..............................................11

2.1 Ênfase no aprender, conhecendo o aluno....................................................11

2.2 Perfil do profissional em educação...............................................................12

2.3 Parceria entre professor e aluno...................................................................13

2.4 Caminhando juntos.......................................................................................14

3 METODOLOGIA DE PESQUISA.....................................................................15

3.1 Passos Metodológicos..................................................................................15

3.2 Relação da Teoria x Prática..........................................................................21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5 REFERÊNCIAS

ANEXO A – Modelo de questionário

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INTRODUÇÃO

Falar em escola é, antes de mais nada, falar em educação, cultura,

diversidade, socialização de idéias e práticas num ambiente voltado para o coletivo,

o social, mas que tem, como grande objetivo, a formação intelectual de cada

indivíduo, tornando-os capazes de observar, analisar, refletir e agir

conscientemente nas suas tomadas de decisões.

A sala de aula é um espaço privilegiado em que as pessoas têm acesso à

informação, expressam e defendem as suas opiniões, partilham ou constroem

visões de mundo, convivem, enfim, produzem conhecimento. Nesse ambiente,

deve prevalecer o ideal de educação que busque promover o desenvolvimento da

inteligência e a consciência critica de todos os envolvidos no processo educativo,

tendo na interação social e no diálogo autêntico o mais importante instrumento de

construção do conhecimento. A pedagogia, segundo Freire (1996, p.11), é

“fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando”.

Para muitos professores, antes valia o ensinar. Hoje a ênfase está no

aprender. Isto significa uma mudança em quase todos os níveis educacionais:

currículo, organização da sala de aula, tipos de atividade e a própria maneira de

avaliar a turma. O professor passa de informante a parceiro dos alunos na

elaboração e construção do conhecimento. Em vez de despejar conteúdos em

frente à classe, ele precisa ir ao encontro dos interesses da turma, desenvolvendo

formas de aplicar esse conhecimento no dia a dia.

Para muitos professores, antes valia o ensinar. Hoje a ênfase está no

aprender. Isto significa uma mudança em quase todos os níveis educacionais:

currículo, organização da sala de aula, tipos de atividade e a própria maneira de

avaliar a turma. O professor passa de informante a parceiro dos alunos na

elaboração e construção do conhecimento. Em vez de despejar conteúdos em

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frente à classe, ele precisa ir ao encontro dos interesses da turma, desenvolvendo

formas de aplicar esse conhecimento no dia a dia.

A avaliação não precisa ser um fim, mas um meio para detectar as

necessidades de aprendizagem dos alunos, podendo o professor utilizar-se destas

observações e assim contribuir de uma forma mais concreta no processo de

construção do saber. Da análise diária dos alunos surgem maneiras de fazer com

que todos aprendam. “A avaliação escolar, hoje, só faz sentido se tiver o intuito de

buscar caminhos para a melhor aprendizagem.” (Jussara Hoffmann)2

Este Trabalho, apresenta o planejamento, execução e reflexão sobre a

prática pedagógica em classe regular, através de uma pesquisa qualitativa, com

questionário, análise de documentos, comparações entre teoria proposta e prática

realizada referente aos métodos, critérios e instrumentos utilizados por professores

dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tendo como foco a forma de avaliação

desenvolvida nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Instituição Escolar

analisada, no qual foram aplicados os conceitos e ideais de educação, estudados

e refletidos ao longo do Curso de Pós Graduação em Supervisão Escolar, com o

intuito de planejar e promover momentos de interação entre professor e aluno, em

um ambiente saudável e acolhedor, vivenciar , refletir, problematizar, contextualizar

e realizar a aprendizagem significativa, sistematizando os conhecimentos

produzidos, estabelecendo relações entre a teoria e a prática, seguindo os

pressupostos teóricos de estudiosos em educação, como, Becker, Freire,

Hoffmann, Perrenoud, Weffort, Vasconcellos,entre outros, que foram consultados e

citados na elaboração e realização deste trabalho.

¹Vasconcellos, Celso dos S. Avaliação – Concepção Dialética – Libert. Do Proc. de Aval. Escolar. São Paulo: Libertad, 1998

2 Hoffmann, Jussara. Avaliação Mediadora, Ed. Mediação, Porto Alegre, 1993.

Há que se distinguir, inicialmente, Avaliação e Nota. Avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos. A Nota, seja em forma de número ou menção, é uma exigência formal do sistema educacional. (...)¹

11

2 Avaliação: Uma construção teórica

2.1 Ênfase no aprender, conhecendo o aluno

A criança tem seu espaço e realiza suas ações, refletindo, analisando,

elaborando hipóteses, concretizando seu pensamento no desenho, no jogo, na

formulação e construção de novos conceitos, a partir da proposta do professor.

Os significados, para os alunos, vão sendo construídos através do

desenvolvimento individual de cada um, seguindo propostas de trabalho que visem o

entendimento e compreensão, sendo que o professor é a pessoa que viabiliza este

processo de crescimento social e intelectual.

O educador tem a tarefa de criar métodos e formas para que o aluno pense

para refletir, rever, aprofundar e construir o que ainda não conhece, em cima do que

precisa aprender.

O professor detectando as necessidades, dificuldades e desejos da turma,

consegue trabalhar melhor os conteúdos pré determinados, relacionando-os ao

cotidiano dos alunos.

A avaliação precisa ser contínua e cumulativa, como consta na LDB, para

que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos, visando assim à

obtenção de melhores resultados no processo ensino e aprendizagem pelos alunos

ao longo do ano, e não apenas os resultados obtidos nas provas e trabalhos finais.

Desta forma, é mais coerente o professor utilizar-se de métodos e modelos

de avaliação mediadoras, buscando obter uma visão geral do aluno, sem fragmentá-

lo como na avaliação tradicional que tem por objetivo definir um conceito ou nota,

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identificando o aluno pela quantidade e não pela qualidade. “A ação avaliativa

mediadora está presente justamente entre uma tarefa do aluno e a tarefa posterior.

Consiste na ação educativa decorrente da análise dos seus entendimentos, de modo

a favorecer a essa criança o alcance de um saber competente.”3

2.2 Perfil do profissional em educação

A educação que visa formar sujeitos capazes e preparados para o mundo

necessita, a princípio, de bons profissionais, com formação e competência na área

que atuam, bom relacionamento interpessoal, tornando-se acessíveis aos alunos,

para que estes sintam-se à vontade ao exporem suas dúvidas, sugestões ou

questionamentos dos métodos e conteúdos abordados em sala de aula.

O educador do século XXI deve ter sempre presente que não basta ensinar e

transmitir conteúdos previstos no currículo, cobrando a devolução destes na forma

de trabalhos e provas, utilizando-se de instrumentos de avaliação ultrapassados, que

não condizem com a realidade e o verdadeiro sentido de educação.

A construção de novos paradigmas está no fortalecimento das habilidades do

profissional da educação e na consciência do ato de educar.

Cabe aos professores se atualizarem, sempre que possível, buscando novas

formas de instigar a curiosidade dos alunos, proporcionando momentos de

construção individual e em grupo. Mas para que o objetivo de formar sujeitos ativos

e críticos seja alcançado, implica em mudança no processo de

ensino/aprendizagem, criando vínculos e despertando no aluno o desejo de

aprender.

3 Hoffmann, Jussara. Avaliação mediadora, Porto Alegre: Ed. Mediação. 1993, 114.

13

2.3 Parceria entre professor e aluno

A ação de avaliar é realizada por todos os indivíduos nos mais diversos

momentos de seu cotidiano. No processo de ensino e aprendizagem, a avaliação é

muito enfatizada e exerce uma influência significativa em todo o contexto escolar,

nas famílias e, especialmente, no próprio aluno.

Levando em conta que, o processo educacional é composto por uma

complexidade de fatores que não podem ser submetidos a uma medida, é

importante valorizar os conhecimentos prévios do aluno, procurando satisfazer suas

necessidades e anseios em uma relação de parceria, tornando as aulas mais

produtivas e coerentes com o que se deseja.

Uma das maneiras de analisar positivamente a proposta de trabalho e seu

andamento é a auto-avaliação, proporcionando ao professor visualizar com maior

clareza a satisfação, ou não, dos alunos, apontando possíveis falhas e contribuindo

para o processo de aprendizagem.

As conclusões da auto-avaliação podem servir tanto para suscitar ações

individuais, como para redefinir os rumos de um projeto para a classe como um todo,

aproximando as partes envolvidas na elaboração e construção do saber, sempre

com o apoio, cooperação e supervisão da equipe pedagógica escolar, para que em

nenhum momento o processo educativo que resulta em avaliação, tanto de

conhecimento adquirido como do planejamento das aulas, seja realizada sem a

devida atenção que se faz necessária para uma educação de qualidade.

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2.4Caminhando juntos

No trabalho do professor parceiro juntamente com uma supervisão atuante, a

avaliação formativa/mediadora tende a ser um método que visa a melhoria da

aprendizagem, porque compartilha e elabora os objetivos com a turma, de forma

conjunta. O educador observa o aluno sob vários aspectos: temperamento,

expectativas, experiências de vida,..., identificando necessidades e não problemas

de aprendizagem.

Quando a escola se preocupa em desenvolver competências, os conteúdos

deixam de ser um fim em si mesmos, e o professor passa de transmissor de

conhecimento a facilitador de aprendizagem.

Nessa visão de interação e avaliação, o aluno, antes passivo, vira participante

ativo na construção do próprio conhecimento. Como se vê, no processo de avaliação

mediadora, nenhum instrumento pode ser descrito como prioritário ou adotado como

modelo. A diversidade é que vai possibilitar ao professor obter mais e melhores

informações sobre o desenvolvimento em classe, já que não tem a preocupação de

classificar melhores e piores, mas de fazer com que todos aprendam, respeitando a

individualidade de cada um, analisando seus progressos, sem vincular o aluno

somente a notas e conceitos, previamente estabelecidos.

Nas séries iniciais, o educador tem o privilégio de estar em contato diário com

seus alunos, podendo diagnosticar melhor as dúvidas e necessidades de

aprendizagem, proporcionando um desenvolvimento mais completo do educando.

15

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

A proposta realizada através desta pesquisa foi analisar e refletir sobre os

critérios, instrumentos e métodos de avaliação nas séries iniciais do ensino

fundamental, no sentido da contribuição em um processo de aprendizagem que não

rotule o aluno através de notas, e sim que motive o educando a buscar maior

crescimento intelectual e pessoal. Desta forma, o papel do professor, juntamente

com o supervisor escolar, é de suma importância para essa construção de fato na

formação de sujeitos críticos que busquem construir seus conhecimentos para a

vida, e não apenas para passar de ano.

3.1 Passos Metodológicos

Este relatório foi desenvolvido através de uma pesquisa qualitativa, com

questionário, observações, análise de documentos, comparações entre a teoria

proposta e a prática realizada referente aos métodos, critérios e instrumentos

utilizados por professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma

instituição privada de ensino, coletando dados com a descrição da realidade do

cotidiano no espaço de sala de aula, e como acontece a relação professor/aluno em

relação à avaliação.

Os alunos das quatro turmas observadas dos anos iniciais do ensino

fundamental são, no geral, participativos, questionadores, curiosos, criativos e

envolvidos com as atividades realizadas em aula, demonstrando bom raciocínio

lógico/matemático e gosto pela leitura. Alguns são mais introspectivos que outros,

mas isso não interfere no desenvolvimento dos conteúdos trabalhados, pois é

necessário respeitar a individualidade e o ritmo de cada um. Outro fator que

contribui para esse processo de ensino/aprendizagem voltado para as

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individualidades e necessidades específicas de cada sujeito é possível por se

tratarem de turmas relativamente pequenas, com o mínimo de 10 e o máximo de

15 alunos, o que, de certa forma, facilita a análise do professor e sua intervenção

focada nas reais necessidades dos educandos. Dos alunos observados, apenas

um, estudante do 4°ano, por apresentar necessidades especiais, exige do

professor e da supervisão escolar, um olhar diferenciado, que busque transformar

suas dificuldades em reais apropriações de conhecimento, trabalhando em grupo

para promover o desenvolvimento integral deste aluno, com um nível de exigência

de acordo com a sua capacidade de internalizar e construir saberes. A professora

desta turma ressalta que um aspecto muito positivo deles é o fato de que todos os

alunos auxiliam e procuram ajudar o aluno com necessidades especiais a ter uma

vida escolar o mais normal e produtiva, através de uma convivência saudável.

Nessa perspectiva, a cooperação, respeito e amor ao próximo são elementos

fundamentais para a aceitação e convivência construtiva. Conforme Maturana,

(...) somos animais dependentes do amor. O amor é a emoção central na história evolutiva humana desde o início, e toda ela se dá como uma história em que a conservação de um modo de vida no qual o amor, a aceitação do outro como legítimo outro na convivência, é uma condição necessária para o desenvolvimento físico, comportamental, psíquico, social e espiritual normal da criança, assim como para a conservação da saúde física, comportamental, psíquica, social e espiritual do adulto. (MATURANA, 1999, p. 25).

O conhecimento acontece no sujeito como resultado do processo

indissociável de interações com o meio físico e social, promovido pela ação-

assimilação-acomodação dos significados a nós incorporados, pois, na minha

concepção, “eu sou o que conheço” e, como a vida não é estática, estamos em

constante redescoberta de nós mesmos e do mundo que nos cerca. É como diz

Becker: “Conhecer é transformar o objeto e transformar a si mesmo”. (p71, 2001)

Como educadora, acredito no desenvolvimento de uma pedagogia

relacional/interacionista, em que o professor e o aluno possuem saberes diferentes

17

que são observados, refletidos, questionados, analisados e interpretados de novas

maneiras; a aprendizagem é mútua. Nesta perspectiva, o ato de observar envolve

outros instrumentos como reflexão, avaliação e planejamento, pois se intercruzam

no processo dialético de pensar a realidade. É a ferramenta básica do aprendizado

na construção de um olhar sensível e pensante, desta forma:

“O papel do educador é vital como mediador, como “fazedor” de boas perguntas que instiguem o olhar curioso. Também como criador de vínculos e de um clima pedagógico que permita a expressão também estereotipada, superando o medo do aluno de “falar bobagem”, organizando a subjetividade individual como ampliadora do conhecimento que se constrói no grupo, que se constrói no confronto com o outro que faz descobrir o que sabe e o que ainda não sabe “... (WEFFORT, 1997, p.35)

Observar e conhecer são fatores muito importantes no processo educacional,

mas, também é fundamental a intervenção do professor no grupo, criando vínculos,

propondo atividades que instiguem a curiosidade e provoquem, a principio, uma

desacomodação, para depois se acomodar, enfim, agrupar pessoas diferentes,

com necessidades semelhantes, em torno de saberes essenciais a formação

intelectual/afetiva/social de todos os sujeitos. Segundo Freire (1996, p.29): “O

desafio do educador nesse primeiro movimento é instigar o exercício do conflito, na

construção das diferenças para construir a individualidade, a identidade”[...].

Um grupo se constrói a partir da convivência, da identificação de afinidades e

de trocas, que unem as pessoas, ali reunidas, fazendo-as olhar numa mesma

direção. Constrói-se também pela constância do diálogo, pela produção em equipe

e pela expressão individual. Ou seja, o ato pedagógico não é neutro, é político, na

relação estabelecida entre educador/educando, facilitando relações entre as

pessoas, e isto implica no ato de se encontrar, se relacionar, estabelecer trocas, a

fim de compreender a relação sujeito/objeto de conhecimento. “-só conhecemos o

outro e a nós mesmos, no conflito das diferenças e semelhanças” (FREIRE, 1996,

p.29)

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Sendo assim, é preciso estar atento e presente para conhecer as hipóteses

que os educandos elaboram durante o processo educacional, pois, não existe

aprendizagem passiva, toda a aprendizagem é ativa e, assim, é tarefa do educador

fazer pensar, propiciar a reflexão crítica individual e coletiva, através de atividade

significativa, interativa, reflexiva, pois só assim assegurará uma aprendizagem

efetiva.Segundo Freire, “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende, ensina

ao aprender”. ( 1996, p25)

O processo de construção da aprendizagem implica no desenvolvimento

articulado das competências, habilidades e valores que acompanham o

crescimento dos alunos através da interação do grupo, visando à construção de

uma cidadania crítica, criativa, reflexiva e autônoma. Procedendo assim, a escola,

especificamente o educador, orientará seus alunos para que sejam sujeitos da

própria educação e do seu caminhar.

“Resta trabalhar a partir das concepções dos alunos, dialogar com eles, fazer com que sejam avaliados para aproximá-los dos conhecimentos científicos a serem ensinados. A competência do professor é, então, essencialmente didática. Ajuda-o a fundamentar-se nas representações prévias dos alunos, sem se fechar nelas, a encontrar um ponto de entrada em seu sistema cognitivo, uma maneira de desestabilizá-los apenas o suficiente para levá-los a restabelecerem o equilíbrio, incorporando novos elementos às representações existentes, reorganizando-as se necessário. (PERRENOUD, 2000, p.29)

Como a criança apropria-se dos saberes? Do ato de ensinar, o processo se

desloca para o ato de aprender, seguindo os pressupostos

construtivistas/interacionistas de Vygostsky e Piaget, através da construção de

conhecimentos e significados que vão ao encontro das expectativas do educando.

Nesta perspectiva, Moretto (2000, p. 9), nos diz: “Aprender é construir significados

e Ensinar é oportunizar essa construção”.

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Sendo assim, o professor que fundamenta sua prática nos princípios do

Construtivismo Sociointeracionista, deve conhecer os três focos da relação do

aluno e com o conhecimento, segundo Moretto (2000, p.114): “As características

psicossociais e cognitivas do aluno; as características sociais deles, a fim de

entender o contexto e linguagem dos alunos e as habilidades e competências do

mediador do processo da aprendizagem”. Qual o papel do professor no modelo

construtivista? Seu papel principal é o de provocador de novos conhecimentos.

De acordo com a teoria piagetiana, conhecida como interacionista, o ser

humano interage com o meio social e seu desenvolvimento cognitivo ocorre em

caráter seqüencial de estágios denominados como período das adaptações

sensório-motoras, pré-operacional, das operações concretas e o período

operacional formal.

Com base nos estudos realizados por Piaget, podemos compreender que a

criança constrói seus raciocínios ao passar por períodos de desenvolvimento

intelectual, que seguem determinada ordem de ocorrência, e, como cada criança é

um ser único, o ritmo de desenvolvimento próprio depende da interação de fatores

internos e externos.

Sendo assim, as crianças do 2°, 3° e 4° ano do ensino fundamental, com as

quais realizei as observações para o meu estudo, encontram-se no estágio das

operações concretas, que ocorre em torno dos sete aos doze anos, e possuem

uma organização mental integrada do próprio pensamento em relação ao outro,

elaborando operações de pensamento ao invés de ações. São capazes também

de ver a totalidade de diferentes ângulos, concluem e consolidam as conservações

do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalharem com objetos,

agora representados, sua flexibilidade de pensamento permite a construção de

conhecimentos a partir da interação do indivíduo no meio físico e social. A criança,

nessa fase, adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a

organizar seus próprios valores morais. De acordo com Piaget:

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“o crescimento intelectual tem o seu ritmo e os seus caminhos necessários (créodos), do mesmo modo que o crescimento físico, o que não significa que bons métodos pedagógicos não possam acelerar um pouco as idades críticas; mas é importante frisar que essa aceleração não será indefinida” (1978, p.32)

Se, para Piaget, o desenvolvimento cognitivo se dá num processo interno, já,

para Vygotsky, ele é externo, sócio-cultural, a aprendizagem impulsiona o

desenvolvimento e o indivíduo se constrói nas relações e o papel da linguagem é

muito importante para o intercâmbio social. O processo de aprendizagem ocorre

em dois níveis de desenvolvimento: o real, manifestado através das atividades que

o indivíduo realiza sem auxílio e o potencial, em que as atividades são realizadas a

partir de pistas ou com a ajuda de outro. A distância entre estes dois níveis é

chamada de zona de desenvolvimento proximal, significando que o que uma

criança faz com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã.

Seguindo a linha de pensamento de interações, podemos citar

Maturana(2001), que refere-se à educação como um processo que se dá na

convivência e na aceitação do outro como condição necessária para o

desenvolvimento físico, comportamental, psíquico, social e espiritual do processo

de humanização, onde o amor é a emoção fundamental. Para Maturana, nós

somos responsáveis por nossa criação e pela construção do mundo.

A ciência, como um domínio cognitivo, não é exceção a esta forma de constituição, e eu chamo o critério de aceitabilidade, que define e constitui a ciência como domínio cognitivo e que simultaneamente constitui como cientista a pessoa que o aplica, de critério de validação das explicações científicas. É este critério de aceitabilidade que constitui a ciência como domínio cognitivo(...). (MATURANA, 2001, p. 128)

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3.2 Relação da Teoria x Prática

Muitos professores ainda trabalham de maneira tradicional, aplicando conteúdos

que muitas vezes não dizem respeito ao contexto o qual o aluno está inserido, mas

os que realmente pensam no aluno como um todo, acreditam que respeitando a

individualidade e o ritmo de cada um é possível fazer a educação de qualidade que

se deseja, proporcionando momentos de crescimento intelectual e social, sem expor

o aluno à comparações e competições, que não incluem nada, apenas excluem. As

notas, em muitas situações, rotulam negativamente o aluno por estarem focadas nas

dificuldades que ele apresenta. Pensando assim, os professores participantes deste

estudo, afirmam utilizar, além de trabalhos individuais, em grupo, tarefas, pesquisas,

entre outros instrumentos, o bom senso para avaliar e auxiliar seus alunos a

superarem as dificuldades, sem estereotipá-los com em bons ou maus alunos,

vinculados apenas a nota.

Observei também que os professores em questão, utilizam-se, alem dos

instrumentos já citados anteriormente, de observações de aspectos, como:

temperamento, envolvimento, participação e contribuições de experiências pessoais,

para realizar avaliações, identificando as necessidades e não os problemas de

aprendizagem.

Avaliar é um processo que deve ser analisado ao longo do seu

desenvolvimento, refletindo se estamos no caminho certo, pois a avaliação dá a

visão da aprendizagem do aluno proporcionada pelo professor. É fundamental que o

educador faça a sua prática educacional voltada para a transformação de sujeitos

em cidadãos, capazes de estudar, pensar, refletir e dirigir suas ações com

adequação e saber.

A metodologia de ensino da instituição escolar observada tem como filosofia

buscar a qualidade na valorização do Ser Humano, com base nos princípios e

valores cristãos, atuando com responsabilidade no contexto social e cultural no qual

está inserido, bem como formar indivíduo a críticos e criativos, que saibam discenir e

nortear a sua trajetória de vida, respeitando direitos e deveres dos seus

semelhantes, em perfeita sintonia com a realidade e o momento histórico vivenciado.

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A avaliação do processo ensino-aprendizagem representa uma trajetória que

implica o desenvolvimento articulado das competências, habilidades e valores que

acompanharão o crescimento de cada aluno, através da interação do grupo e

visando a construção de uma cidadania crítica, criativa e autônoma.

Como decorrência da perspectiva teórica dos educadores em questão, o

processo de avaliação é feito o registro de desempenho do aluno em ficha especial,

especificando habilidades e competências nos diversos componentes curriculares,

com ênfase a toda produção de conhecimentos realizada. Sendo que a avaliação da

aprendizagem é formalizada a cada trimestre para os alunos do Ensino

Fundamental, e expresso através de parecer descritivo e menções (S-satisfatório;

NS-não satisfatório; EP-em processo).

Referindo-se a avaliação como um todo, é necessário estabelecer critérios

básicos da qualidade que se quer construir, considerando a realidade existente, e as

intenções dos objetivos alcançados que irão nortear as estratégias de ação e a

própria avaliação.

Por outro lado, sendo o conhecimento construído na interação do sujeito com

o meio, é preciso considerar o estágio de desenvolvimento que o aluno está, como

também o processo através do qual está elaborando o seu conhecimento. Então,

não podemos nos deter somente a respostas certas ou erradas, mas como o aluno

elaborou e chegou a estas respostas, pois os acertos, os erros, as dificuldades e as

dúvidas que o aluno apresenta, são evidências significativas de como ele está

interagindo com o conhecimento.

Isto,

Significa considerar que o conhecimento produzido pelo educando, num dado momento de sua experiência de vida, é um conhecimento em processo de superação. A criança, o jovem, aprimoram sua forma de pensar o mundo à medida em que se deparam com novas situações, novos desafios e formulam e reformulam suas hipóteses.(HOFFMANN, 1993,p.67)

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E ainda que:

A avaliação é substancialmente reflexão, capacidade única e exclusiva do ser humano, de pensar sobre seus atos, de analisá-los, julgá-los, interagindo com o mundo e com os outros seres influindo e sofrendo influências pelo seu pensar e agir. Não há tomada de consciência que não influencia a ação. Uma avaliação reflexiva auxilia a transformação da realidade avaliada. (HOFFMANN, 2001, p.10)

Acredito que a educação se faz através da disposição do indivíduo em

compreender que existem inúmeras maneiras de transformar a nossa realidade,

objetivando o crescimento individual e social, mas de uma perspectiva mais ampla,

que envolva um olhar sensível sobre nossas crenças e como os outros percebem e

expõem seus pensamentos. Segundo Weisz(2000):

“Ao trabalhar no cotidiano da sala de aula, aprendemos a importância de “ler” a situação real, observando a dinâmica da relação entre os alunos, a postura do professor, as questões que as crianças se colocam no confronto com os conteúdos trabalhados, o papel da informação que o professor oferece. [...] É a partir daí que se vão construindo hipóteses, criando situações de intervenção, interpretando processos e resultados, recriando situações, sistematicamente confrontando as teorias e a realidade: a teoria é instrumento dessa prática, e essa prática é o principal instrumento do orientador pedagógico. ”(WEISZ, 2000, p.122)

24

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a reflexão sobre a avaliação é desafiante, uma vez que o

ato de avaliar envolve não só a avaliação do aluno, como também da prática

educativa, fazendo que o educador reflita e reveja constantemente se sua proposta

de ensino condiz com o contexto do aluno e com os objetivos previstos. Segundo

Hoffmann (2001, p.81):

“O objetivo do desafio que se enfrenta, quanto a uma perspectiva mediadora da avaliação é, principalmente, a tomada de consciência coletiva dos educadores sobre sua prática, desvelando-lhe princípios coercitivos e direcionando a ação avaliativa no caminho das relações dinâmicas e dialógicas em educação”.

Portanto, a meu ver, são essenciais ao educador, alguns valores e

qualidades pessoais, como, perseverança, tolerância, paciência, humildade,

imparcialidade e otimismo, que não só enriquecem a atuação do profissional, como

também proporcionam uma atuação ética e comprometida com a sua práxis.

Sob este foco, a própria concepção de educação, comprometida em almejar

a promoção do homem, individual e coletiva, atribui ao professor uma grande

responsabilidade social, pois, ao desenvolver sua prática pedagógica, ele contribui

significativamente na formação de cidadãos conscientes, éticos, e capazes de

opiniões próprias, e assim, interferir nos destinos da sociedade.

A avaliação do desempenho dos educandos nessa perspectiva, possui

como propósito a percepção das transformações ocorridas ao longo do processo

de ensino/aprendizagem, relativas ao planejamento e execução da proposta

pedagógica, observações e reflexões diárias em forma de relatórios, para melhor

acompanhar e avaliar as construções individuais e coletivas do grupo.

25

Segundo Hoffmann (1993, p.66),

“os relatórios de avaliação alcançam o significado, primeiro á medida em que ultrapassam a função burocrática, para expressar com objetividade e riqueza o processo vivido por alunos e professores no processo educativo. O que lhe dá fundamento é o cotidiano da criança acompanhado pelo professor através de anotações de suas descobertas, de suas falas, de suas conquistas que venha fazendo nas diferentes áreas do desenvolvimento”.

A observação, a reflexão teórica e a intervenção pedagógica são ações

avaliativas que articuladas, acabam por configurarem-se nos relatórios de

avaliação, demonstrando os caminhos que cada criança vem percorrendo em

busca de conhecimento do mundo e desenvolvimento de valores pessoais,

retratando assim, a dinamicidade de sua ação de conhecer.

Sendo assim, reforço minha idéia de que o papel do professor é diagnosticar

as necessidades, mediar e promover a construção de conhecimentos, numa visão

sócio-cultural, em que a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento cognitivo, e o

individuo se constrói nas relações e interações de fatores internos e externos.

Tendo como referencial de educação os princípios do Construtivismo Socio-

interacionista, pretendo, cada vez mais, promover momentos de construção de

conhecimentos e significados que vão ao encontro das expectativas dos

educandos. Moretto (2000, p.9), resume de forma verdadeira e poética, o que

escrevi até agora: “Aprender é construir significados e Ensinar é oportunizar essa

construção”.

Sob este olhar, pensar em educação é estar disposto a vivenciar novas

experiências, é uma forma de doação, de entrega, pois acredito que para “ser”

professor não basta um diploma legitimando sua formação profissional. Para “ser”

professor é preciso gostar de gente, querer o bem, promover a transformação e

fazer a diferença para os seus alunos. O MEC faz uma referência a esse respeito:

26

“[...] o homem do século XXI está diante de quatro grandes situações-problema que

implicam necessidades de resolução: aprender a conhecer, aprender a ser,

aprender a fazer e aprender a conviver [...] “(Brasil/MEC - Pisa 2000: Relatório

Nacional, 2001).

Sei que educar é um eterno caminhar na busca incessante de metodologias

que visem transformar a sociedade em um lugar mais justo e digno como um todo,

possibilitando oportunidades de crescimento pessoal e social, visando uma

educação para todos.

27

4 Referências

BECKER, Fernando, Educação e Construção do Conhecimento, Porto Alegre: Artmed, 2001.

BRASIL/MEC - Pisa 2000: Relatório Nacional, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

______; Medo e ousadia, o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora. Porto Alegre: Mediação, 1993.

HOFFMANN, Jussara. Mito & Desafio. Porto Alegre: Mediação, 2001

LA TAILLE, Yves de, Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em

discussão. São Paulo:Summus, 1992.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez,

1999.

MATURANA,Humberto. A árvore do conhecimento – As bases biológicas da

compreensão humana. São Paulo. Palas Athena, 1999.

______; - Cognição, Ciência e Vida Cotidiana. Ed. UFMG, 2001.

28

MORETTO, Vasco. A Produção do Conhecimento em Aula, RJ: DP&A, 2000.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. -Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos .Avaliação – Concepção Dialética-Libertadora

do Processo de Avaliação Escolar. São Paulo: Libertad, 1998.

_______;Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagogico.6.ed.São Paulo : Libertad, 1999.

_______; Construção do Conhecimento em Sala de Aula. 11.ed.São Paulo: Libertad,2000.

WEFFORT, Madalena Freire (Org.) Grupo, indivíduo, saber e parceria: malhas do

conhecimento. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1997.

______; Observação, registro, reflexão: instrumentos metodológicos I.(Série Seminários) 2.ed. São Paulo: Libertad,1999.

WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. -São Paulo: Ática, 2000 (2ªed.)

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes,1989 (2ªed)

29

ANEXO A – Modelo de questionário

Entrevista:

Nome:__________________________________________________________

Série(s) que atua:_________________________________________________

Número de alunos(por série):________________________________________

Formação:_______________________________________________________

Tempo de magistério:______________________________________________

- Como realiza a avaliação de seus alunos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

-Quais os critérios e instrumentos que utiliza?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

-Suas concepções e práticas de avaliação promovem a motivação dos alunos?

De que forma?___________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

-Já tivestes problemas com relação a avaliação? Descreva.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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