Bagagem de ESTudante nº5 31janeiro2015

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Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015 Magazine bimensal – Escola Secundária de Tondela Destaque: 10ºI Modding - MÁQUINAS COM ALMA

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Magazine bimensal - Clube de Jornalismo da Escola Secundária de Tondela - 2014/2015 [Agrupamento de Escolas de Tondela - Tomaz Ribeiro]

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Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

Magazine bimensal – Escola Secundária de Tondela

Destaque:

10ºI Modding - MÁQUINAS COM ALMA

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Ciclo de Cinema Modding Criptoturismo

Eutanásia Há Décadas Em Processo

Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

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Silêncio Verde

Edição e Composição

Clube de Jornalismo da Escola Secundária de Tondela [Agrupamento de Escolas de Tondela – Tomaz Ribeiro]

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Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

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Criaturas

desconhecidas como o

Bigfoot ou Nessie, são

chamados MAI

(misterioso animal não

identificado) que são

atraentes para certas

pessoas. Muita gente

desloca-se a esses lugares onde foram eventualmente vistos esses monstros.

Este tipo de turismo, chamado de “Criptoturismo” começou a ser popular em todo o mundo.

No Japão, há pessoas que acreditam na presença de monstros desconhecidos e há quem se tenha

esforçado por atrair outros, aproveitando lendas de criaturas desconhecidas como recurso turístico.

No entanto, parece que, nem sempre, têm tido o sucesso desejado.

Quanto às criaturas desconhecidas de países de língua espanhola, a mais famosa deve ser Chupa-

Cabra, muito popular durante anos. Não sabemos mesmo se ainda há rumores de que o monstro

possa ser usado como mascote para atrair pessoas que tenham interesse numa.

Na verdade, há muita gente que vai a lugares onde, presumivelmente, se encontram esses

monstros para ver se é ou não verdade a sua existência.

Este tipo de turismo tornou-se popular em todo o mundo com as primeiras criaturas lendárias

como Nessie, Pé Grande ou os Extraterrestres aterradores de Roswell (Estados Unidos).

Curso Profissional - Técnico de Receção (12º G)

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Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

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Por Francisca Gomes e Diana Pimenta

Magazine Bagagem de ESTudante: - Há quanto tempo iniciaram trabalhos ligados ao modding?

10º I - Foi há três anos, no início do curso de Educação e Formação – Operadores de Informática,

sempre tivemos o fascínio por computadores e com a ajuda do professor Paulo Nogueira

começámos a dar os primeiros passos no modding.

Magazine Bagagem de ESTudante: Qual é a maior dificuldade que encontram quando pretendem elaborar um trabalho destes?

10º I - Encontrar os componentes (hardware), pois não são fáceis de arranjar aqui em Tondela,

a maior parte das compras foi feita em sites da especialidade ou em lojas de informática em

Viseu. Outro entrave é o orçamento, porque alguns componentes são caros ou bastante caros.

Magazine Bagagem de ESTudante: Consideram que o modding pode ser uma

oportunidade profissional ou apenas um hobbie que concentra as atenções?

10º I - Neste momento, para nós ainda é só um hobbie. Um dia mais tarde… quem sabe… pode

ser uma atividade profissional, podemos abrir uma loja/oficina com uma vertente virada para

venda e assistência em Modding. Por agora é uma forma de passar o tempo com algo de que

gostamos… (risos).

Magazine Bagagem de ESTudante: De que forma o vosso curso contribuiu para este tipo de criações?

10º I – Ao longo do CEF e agora no curso profissional, tivemos e temos disciplinas com o

professor Paulo Nogueira onde existe essencialmente uma vertente prática da matéria ao nível

de montagem, instalação e configuração de hardware, logo, podemos colocar a nossa

imaginação a funcionar, criando e alterando, principalmente, as towers.

Magazine Bagagem de ESTudante: Os computadores, nas vossas mãos, têm sempre utilidade. Qual foi o trabalho de modding mais exigente que já fizeram, como turma ou

grupo?

10º I - O trabalho mais exigente foi o computador revestido a madeira (foto no topo desta

página), pois teve que ser feito todo por medida, montado e pintado… tanto o computador

como os periféricos (teclado e rato). Outro que deu bastante trabalho foi o do Gonçalo

Gomes (segunda foto), que demorou três dias para a pintura, secagem e polimento dos

componentes interiores. O do Carlos Ribeiro (última foto), que é todo em acrílico, foi feito a instalação dos cooler, a

arrumação da cablagem, não sendo fácil por causa dos neons.

1, 2 e 3 – podia ser o sinal de partida para um desafio. Neste caso, foram três dias – os primeiros de dezembro que envolveram os alunos do curso profissional - Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos - na exposição das suas “máquinas”.

Fomos espreitar e quisemos saber um pouco mais do que a nossa vista alcançou.

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Máquinas com Alma

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Alguns conceitos:

Modding – É a arte de modificar a

aparência e a funcionalidade de uma

torre de computador a fim de atender

às necessidades de ordem prática,

estética e funcional.

Tower – Ou, simplesmente, caixa ou

torre é o compartimento que contém a

maioria dos componentes de um

computador; a caixa, por vezes, é

referida, erroneamente, como CPU.

Acrílico – Material esteticamente

idêntico ao vidro, mas as suas

propriedades assemelham-se mais ao

plástico duro. É mais leve que o vidro,

mas com a mesma capacidade de

transparência e mais fácil de cortar,

permitindo formas arrojadas.

Air Cooling – Arrefecimento a ar é o

tipo de refrigeração mais usual, devido

ao seu baixo custo, mas também é

menos eficaz e o mais ruidoso.

Water Cooling – Arrefecimento a água,

ideal para quem procura silêncio

absoluto, mas que envolve algum

investimento. As fugas de água

poderão provocar curtos circuitos e

assim danificar os componentes.

Neon – Estreito tubo de vidro ou plástico que contém no seu interior um gás (néon), que quando estimulado nos seus polos com uma determinada tensão provoca uma dada luz.

Cooler - É um tipo de refrigerador que

consiste num dissipador com uma

ventoinha, que tem por objetivo evitar

o sobreaquecimento do computador.

Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

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O computador do Carlos Pais (primeira foto), tem uns cortes nada

fáceis de executar na tower, possui um visor que mostra a

temperatura do disco rígido, da placa gráfica e do processador,

também possui neons tornando-o esteticamente mais apelativo.

No computador do Gabriel (quarta foto), o mais complicado foi a

instalação do cooler na parte lateral e no topo da tower.

Finalmente, o do Deni Ramos (terceira foto), foi um projeto mais

fácil de se fazer, porque entra no conceito de comprar e ligar (os

componentes vêm pré instalados).

Magazine Bagagem de ESTudante: Que conselho(s) dariam a

alguém que comece a desenvolver esta forma de arte?

10º I - Ter já o orçamento definido, saber o que querem comprar e

conhecer os preços (aconselhamos a comparar preços em várias

lojas ou sites), terem um desenho das alterações a fazer na tower

ou em outros componentes; não optar logo por caixas em acrílico,

que são mais dispendiosas e exigem muito trabalho até estarem

concluídas. Começar por coolers, adicionar neons; mais para a

frente, entrar no air cooling ou passar por water cooling, mas tudo

dependendo do orçamento que têm em mente. Tudo isto fica

dependente da imaginação de cada um, claro!

Magazine Bagagem de ESTudante: A partir de que momento um

computador normal passa a ser designado “computador

modding”?

10º I - A partir do momento que alteram o design e a estética da

caixa – tower -, tanto o interior, como o exterior. Claro que isso só

não chega, para ser considerado um computador modding, terá

que ter obrigatoriamente coolers com neons incorporadores,

optar por uma refrigeração por exemplo a água – water cooling,

instalar diversos acessórios por exemplo controladores e

reguladores de coolers, antivibradores para redução do ruído do

funcionamento do computador e outro tipo de acessórios para

personalizar o computador a gosto.

Sites sobre Modding:

http://www.f13pc.com/

http://www.aquapc.com

http://moddingworld.pt/

Sites sobre Modding:

http://www.f13pc.com/

http://www.aquapc.com

http://moddingworld.pt/

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Bagagem de ESTudante nº5 - Janeiro de 2015

ondela

”(…)para ser considerado um

computador modding, terá que ter coolers com neons incorporadores, uma

refrigeração por exemplo a água – water cooling - controladores e reguladores de

coolers, antivibradores e outro tipo de acessórios para personalizar o

computador a gosto.”

FOTOzOOmoDDing

Page 7: Bagagem de ESTudante nº5 31janeiro2015

Na próxima Bagagem do ESTudante, daremos

continuidade à divulgação destes trabalhos.

Sigam-nos!

*…+ O filme emociona o espectador , pois transmite vontade de responder a perguntas colocadas por Hypatia e de entrar dentro do filme para lhe contar a verdade. Nós entramos no filme e o filme entra em nós. É curioso, por exemplo, o facto de a certa altura do filme, Hypatia pergunta a um cristão: “Porque é que questionas tudo, menos as tuas crenças?” Na minha opinião, esta pergunta leva-nos a refletir sobre questões filosóficas que até hoje permanecem sem resposta. *…+

Carlos Calheiros – 10 G

Esta semana, assisti à antestreia do filme “Ágora” de Alejandro Amenábar. Este filme leva-nos até ao final do Império Romano, à cidade de Alexandria, na qual vemos o conflito entre judeus e cristãos. (…) É um filme sobre a história das religiões e do conhecimento de então, e que recomendo vivamente a quem gosta de História ou de Filosofia. Na minha opinião pessoal, devem apressar-se a comprar bilhetes; numa escala de 0 a 5 atribuo 4, pela bela reconstituição histórica de uma época longínqua e excelente desempenho dos atores.

David Viegas – 10ºC

*…+ “Ágora” é um filme que gostei de ver e acredito que todos os que o virem acharão o mesmo. Leva-nos a refletir se a religião é, de facto, algo de benigno. As pessoas matam-se, esfolam-se, por causa da religião, o que acho totalmente errado, irracional e desnecessário. Será que a religião vale tudo isso – morte, sangue, horror? *…+

Yuriy Manchul – 10ª G

Com frequência, ouvimos dizer: “Ah, não

tenho jeito para escrever, não sei o que

dizer…” - mas, vejam o que pode

acontecer na sequência do visionamento

de um filme, criteriosamente

selecionado, para reflexão nas aulas de

Filosofia. Foi pedido aos alunos que

redigissem um texto, como críticos de

cinema procurando cativar o público para

a estreia do filme “Ágora”, de Alejandro

Amenábar (2009).

*…+ Ao visualizar este filme, várias situações me

remeteram para o que nos rodeia,

principalmente as notícias sobre o Islamismo

que quer a todo o custo expandir a sua fé,

lembrando não só o confronto entre politeístas

e monoteístas, como a grande tensão entre

Cristãos e Judeus, onde se verificou que quem

não fosse cristão seria morto (…).

Gostaria de partilhar dois momentos

marcantes deste filme: na confrontação inicial

entre pagãos e cristãos, um “discípulo” de cada

culto passou sobre o fogo para ver qual dos

“deuses” tinha mais poder. O cristão se

queimou, ao contrário do pagão. Isto

contribuiu para aumentar a agitação social.

Outro momento foi já no final do filme. *…+

Tudo aquilo que ela [Hipátia] descobriu acerca

da órbita dos planetas em relação ao Sol foi

ignorado por todos, pois ela era vista como

uma ofensa ao modelo afirmado pela Igreja.

Essa teoria foi confirmada pelo astrónomo

Johannes Kepler, cerca de 1200 anos depois, o

que revela que o facto de ser mulher não

significa que tenha mais ou menos

conhecimentos que os homens. *…+

Miriam Oliveira – 10ºC

CICLO DE CINEMA

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Como Renascer das Cinzas?

A sensibilização para a reflorestação é tema que não deve esmorecer com o tempo. Por isso, este texto do

Renato, escrito no ano letivo anterior (e requerendo, na sua leitura, essa mesma contextualização), continua a

fazer todo o sentido, ajudando-nos a não escurecer prioridades.

Num único incêndio, todo o cume verde do Caramulo desapareceu, deixando apenas o rastro da destruição.

Se tivéssemos querido procurar salvar a floresta ou o que resta dela, já o tínhamos feito ao ver aquelas chamas enormes e

vermelhas a espalhar-se num piscar de olhos. Não nos dá pena das pessoas que lá vivem? Não sentem empatia, tristeza… nada?

Cabe-nos a nós salvar as florestas de todo o mal de que são ameaçadas. A nós! Nós que somos a geração que tem de levar este

país para a frente, protegendo todos, nem uma floresta protegemos em condições!

Agora que o mal está feito, temos de criar espaços verdes onde não há nenhum. Temos de zelar pelas nossas florestas e por

tudo o que nela vive.

As únicas pessoas a trabalhar, não só pela floresta, mas também pelas suas vidas, estando a replantar árvores para de novo

obtermos aquele verde que conhecíamos, são as pessoas que lá vivem, mesmo cansadas, a precisarem de apoio e de ajuda.

Resta-nos, então – se nada fizermos – o negro e a tristeza deixados pela despreocupação em relação à Natureza.

Renato Rodrigues Pacheco

[Texto produzido no âmbito da disciplina de Português - 8ºE - 2013/2014]

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Bagagem de ESTudante nº5 – 31 de janeiro de 2015

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Que o silêncio

Verde

Da floresta

Não saiba

nunca

O silêncio

Negro

Das cinzas.

In “Fadas Verdes”, Matilde Rosa Araújo

____________

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p n ã

O I I O

Eutanásia

A eutanásia é a escolha entre o preto e o branco, entre a autonomia e a

dependência, a lucidez e a apatia. É o desejo de uma morte rápida e indolor, que se

concretize num breve instante!

Na atualidade, tornam-se cada vez mais comuns os casos em que a vida nos escapa

vagarosa e impercetivelmente, arrastando-se, sem que todavia nos abandone de

imediato.

Quando é diagnosticada uma doença degenerativa a um individuo, este tem

instantaneamente plena noção de que, com o passar do tempo, a sua vida se

fragmentará. Inicialmente, as mudanças ocorrerão tão lentamente que parecerão

inexistentes, porém, seguir-se-á um período de perda progressiva de lucidez, aleada

à perda de habilidades motoras e degradação da qualidade de vida.

Perante este cenário aterrorizador, o homem vê-se obrigado a refletir sobre o

modo como quer enfrentar a realidade, perante a sua nova condição. Por vezes,

chega-se á conclusão de que a melhor opção será continuar alheio à dor e encarando

a realidade com posse de todas as suas faculdades mentais e físicas apenas enquanto

possível.

Dessa forma, o paciente recusa tratamentos agressivos e medicamentos que irão

reprimir a dor e a angústia, retardando a incógnita indecifrável que é a morte.

Por outro lado, há pacientes que não padecem de qualquer doença, mas que

devido a um terrível acidente entram num estado designado morte cerebral. O

centro de controlo do corpo humano vê toda a sua atividade interrompida, o que irá

comprometer todas as outras.

A vida do sujeito passa a ser assegurada por máquinas, que passam a ser a única

forma de manter tal estado. Esta situação perdura, durante algum tempo, mas os

médicos, em consenso com a família da vítima acabam por decidir desligar os

aparelhos.

Podemos, portanto, considerar que a eutanásia, como auxílio à morte, é exercida,

embora não sendo permitida por lei em alguns países.

A nossa vida é tão volátil como a de uma flor, que vê o seu caule ser roçado pelas

frias lâminas de uma tesoura e é ceifado, aquando do impulso frenético da mão. A

flor irá secar, como se a vida lhe tivesse sido sugada.

A vida não passa de um instante prolongado, da insistência no concreto, sendo uma

linha ténue que separa o conhecido do misterioso. Por sua vez, a eutanásia é uma

escolha consciente e meticulosamente pensada em acabar com a anterior.

Concluindo, a vida é breve, perfeitamente distinta, contudo, contraditoriamente semelhante à morte e, por conseguinte, a eutanásia deveria deixar de ser uma realidade tão dura de aceitar.

Ana Raquel, nº3 - 12ºB [Texto elaborado no âmbito da disciplina de Português – textos expositivo-argumentativos]

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Bagagem de ESTudante n º5 - 31 de janeiro de 2015

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(Foto transferida do Google)

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(Foto transferida do Google)

Bagagem de ESTudante n º5 - 31 de janeiro de 2015

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LIÇÕES DE QUEM NÃO NASCEU ONTEM

Magazine Bagagem de EStudante: Na nossa geração, tornou-se frequente a abertura e o encerramento,

num curto espaço de tempo, de vários estabelecimentos comerciais... "Aqui não havia uma loja...??” é

uma pergunta bastante banal... Pode falar-nos, globalmente, das possíveis razões que terão contribuído

para a prevalência desta casa ao longo de tantos anos?

Lavandaria Leonor: Eu estou aqui há 42 anos, isto deve existir há 47, 50 anos. 50 anos… Para que isto exista e

funcione bem, é necessário prestar um bom serviço, um bom atendimento ao público. Principalmente, um

bom serviço ao cliente, servi-lo bem, fazer as contas bem feitas, ter a contabilidade sempre organizada e a

coisa vai-se equilibrando… E assim vamos indo. Uns meses melhor, outros pior e vamos levando o negócio

para a frente. A casa já passou por uma primeira geração e uma segunda. Esta a terceira.

Mas não é só o trabalhar, é preciso gostar daquilo que se faz. Eu estou a trabalhar, mas tenho gosto no

que estou a fazer, porque se não… não íamos a lado nenhum, não é? Quando a “Pitucha” terminou ainda

pensei se abria ou se não, mas depois decidi: o meu trabalho sempre foi este, como trabalhava há muitos

anos nisto, decidi arriscar, fazer obras aqui e continuar.

MBE: Conhece algum registo (notícia, foto…) sobre o dia de abertura da loja?

LL: Não, não fui a primeira empregada, porque antes de mim estiveram cá outros funcionários, que estão agora no estrangeiro.

MBE: Foi a primeira lavandaria que surgiu aqui em Tondela? Que nomes teve este estabelecimento na primeira e na segunda geração?

LL: Sim, sim, foi. “Sul-Africana” na primeira e na segunda era “Lavandaria Pitucha”.

MBE: Este estabelecimento esteve sempre situado nesta rua, a Tomás Ribeiro?

LL: Sim, sempre nesta rua.

Iniciámos a série de entrevistas nos estabelecimentos de comércio tradicional com décadas de existência em

Tondela. Lições de quem não nasceu ontem, com provas

dadas, e que esperamos divulgar nesta magazine.

Começámos pela Lavandaria Leonor. Frente e verso.

Por: Francisca Gomes e Diana

Pimenta.

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Page 11: Bagagem de ESTudante nº5 31janeiro2015

MBE: Conselho para quem deseje abrir um negócio?… (risos)

LL: Ao abrirem um negócio, é preciso ter os pés bem firmes sobre o que se pretende fazer. Além disso, é preciso

gostar, ter simpatia e prestar um bom serviço. Isso é essencial.

MBE: Da nossa parte, agradecemos o facto de nos ter recebido de

forma tão amável e instrutiva. Feliz ano de 2015 e seguintes!

LL: Muito obrigada, igualmente. Tudo de bom para vocês também.

MBE: Muito obrigado.

MBE: Considera que houve um ponto alto, mais marcante, na história desta Lavandaria? Em que circunstâncias?

LL: Quando era a única lavandaria em Tondela, a Lavandaria Sul-Africana. Ao abrirem outras, notou-se um bocadinho de

diferença. Enquanto foi só uma, o trabalho era só para uma, depois dividiu-se…

MBE: Ao longo destes quarenta e 42 anos, o que é que

mudou mais nesta atividade?

LL: Por exemplo, antigamente, nós tratávamos a roupa com percolora e podíamos ter percolora à vista, aqueles produtos mais tóxicos… agora não. Agora esses produtos deixaram de existir, o que lava a roupa na mesma é o percolor, só que não podemos mexer nele com as mãos, nem estar em contacto com ele.

MBE: Podemos dizer que o saber, neste caso, é todo "de experiências feito" ou considera que hoje em dia é necessário, de vez em quando, agir como se começássemos do zero?

LL: Não, a experiencia conta muito e sem dúvida que o trabalhar com roupa de clientes é um bocadinho complicado… porque, não conhecendo o material, pode-se estragar. É muito complicado.

MBE: À semelhança de outros estabelecimentos aos quais tencionamos pedir este tipo de colaboração, a Lavandaria Sul- Africana / Leonor também faz a história da cidade... Ainda se recorda dos mais antigos?

LL: Tem muita lógica, este é um estabelecimento muito antigo, embora cá haja mais antigos ainda do que este!

MBE: Por exemplo…

LL: Olhe, eu acho que o estabelecimento mais antigo que há em Tondela é o dos “Tamanqueiros”. Depois, o Café Torres, o Café Vitória, a Pensão Ferrador, a Nova Aurora, a Casa Polana… Quando comecei a

trabalhar aqui, o que havia era o Sr. Vítor [Victor?] da Relojoaria, o Talho do Sr. João… A Barbearia desta rua é o único estabelecimento que também já existia quando vim para cá. Ah!... E a Foto RAF também

existia, embora noutras instalações.

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Page 12: Bagagem de ESTudante nº5 31janeiro2015

Em

processo

O Clube de

Jornalismo

e a turma do

Curso

Profissional de

Técnico de

Receção

participaram

neste concurso.