Barroco: primeira parte

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ITERa Prof0 Miguel d’ Amorim TURA

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ITERa

Prof0 Miguel d’ Amorim

TURA

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O Barroco

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Contexto

Historico

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• A Reforma Católica ou Contrarreforma

• Século XIV – Crise na Igreja Católica;

• Apogeu do Absolutismo e da Contrarreforma;

• Dualismo: Teocentrismo e Antropocentrismo;

• Fusionismo: mitologia pagã e cristã;

• Sinuosidade labiríntica.

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• Os sentimentos se exaltam, não são mais controlados pela razão;

• A antítese da vida e morte está no centro da arte barroca;

• Surge em um momento histórico conturbado, da contrarreforma e de muitas guerras.

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• A tela do pintor francês registra a fatídica noite de 1572 em que milhares de protestantes foram mortos em Paris, a mando dos reis

católicos franceses.

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Conteudo

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• Oposição entre o mundo material e o mundoespiritual; visão trágica da vida;

• Conflito entre fé e razão;

• Morbidez;

• Idealização amorosa; sensualismo e sentimentode culpa cristão;

• Consciência da efemeridade do tempo;

• Gosto por raciocínios complexos, intrincados,desenvolvidos em parábolas e narrativasbíblicas.

• Carpe Diem.

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Lingua

gem

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• Gosto pelo soneto;

• Emprego da medida nova(poesia);

• Gosto pelas inversões e porconstruções complexas e raras;

• Emprego frequente e excessivode figuras de linguagem.

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AntiteseOposição entre duas ideias, termos ou palavras, sem que,

entretanto, haja um contrassenso, ou seja, algo que vá

contra a lógica, a razão. E.: “Nasce o sol e não dura mais

que um dia”. Esse verso de Gregório de Matos não

constitui um absurdo: de fato o Sol “nasce” (torna-se

visível no céu), mas essa vida (de intenso brilho), não

ultrapassa o período breve de um único dia. Talvez na

Islândia essa afirmação seja disparate, mas não no

contexto em que o poema foi produzido, ou seja, em

nosso país, onde o sol nasce e se põe no espaço de 12

horas. São ideias opostas, mas factíveis, isto é, que podem

acontecer na realidade.

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paradoxo

Oposição de ideias que leva a um contrassenso,

um absurdo. Ex.: “Amor é fogo que arde sem

se ver/ é ferida que dói e não se sente”. Os

dois versos de Camões indicam algo que é

impossível no plano do real: se o “fogo arde”,

como não o ver? Se a “ferida dói e não se

sente”, como podemos detectar como dor

aquilo que não nos apercebemos?

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Oximoro

Conflito de ideias que leva a um

contrassenso como o do paradoxo,

mas que difere deste no modo como

se estrutura: tem de ser,

necessariamente, formados de duas

formas:

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a) Pela oposição entre um substantivo e

um adjetivo (e vice-versa, não importa a

ordem dos termos), como ocorrem em:

“[o amor] é um contentamento

descontente”. Perceba que nesse verso o

substantivo “contentamento” tem seu

sentido nuclear contrariado, ou anulado,

pelo adjetivo “descontente”, que o

acompanha.

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b) Pela oposição entre um advérbio e um

adjetivo, como ocorre em: “ Ele ficou

tristemente alegre com a herança”. Note que

nesse caso, a relação estabelecida entre o

advérbio e o adjetivo dá validade a dois

sentidos antagônicos: ele ficou triste com a

herança porque, para recebê-la, teve de

perder o doador dela, a quem queria bem;

contudo, a entrada do dinheiro necessário, o

aliviou, o deixou alegre.

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MetaforaComparação de ordem subjetiva em que o termo adquire

o sentido de outro por finalidade de característica(s).

Ex.: “Seus dois sóis me contemplavam”. “Sóis” é uma

metáfora de “olhos”, e a característica que os aproxima é

o formato circular e o brilho intenso. Fazendo uma

analogia com a teoria dos conjuntos da Matemática, a

metáfora é uma espécie de intersecção entre os conjuntos

das características de dois elementos, no caso, “sóis” e

“olhos”, em que são assinaladas as características que eles

têm em comum: o brilho, a luz, o formato, o fato de

estar no centro.

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hiperbole

Expressão exagerada de uma ideia.

Ex.: “[...] e das naus, que dos portosdo Mar Atlântico estão sucessivamente

entrando nestes nossos, com maior

razão podemos dizer que trazem a

Etiópia ao Brasil” (Padre Antônio

Vieira)

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Hiperbatos

As palavras em português apresentam uma

ordem considerada natural dentro de uma

oração: sujeito + verbo+ objeto+ adjunto

adverbial. Quando, por razões expressivas,

ocorre uma inversão dessa ordem, há um

hipérbato. Exemplo: “Ontem, amar-vos me

dispus” (Gregório de Matos). Em ordem

direta, teríamos: Dispus-me a amar-vos

ontem.

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Gosto pelo rebuscamento formal, caracterizadopor jogos de palavras, grande números defiguras de linguagem e vocabulário sofisticado, epela exploração de efeitos sensoriais, taiscomo cor, som, forma, volume, sonoridade,imagens violentas e fantasiosas

Cultismo

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O Barroco no Brasil

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A Cristo S. N. crucificado estando o poeta na última hora de sua

vidaMeu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer

Animoso, constante, firme, inteiro

Mui grande é vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo pecar,

E não o vosso amor que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar,

Que por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer,

É meu Jesus, a hora de ser ver

A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

MATOS, Gregório de. In: poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997.p 298.

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A Cristo S. N. crucificado estando o

poeta na última hora de sua vida

1. O poema apresenta desde o título

uma temática muito comum na arte

barroca. Qual é ela?

Título

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Primeira estrofe

Meu Deus, que estais pendente de um

madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,

Em cuja santa lei hei de morrer

Animoso, constante, firme, inteiroA primeira estrofe dos sonetos geralmente

apresenta, de maneira concentrada, a

questão central do poema: nesse caso a fé

que o eu lírico deseja professar.

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Segunda estrofe

Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer,

É meu Jesus, a hora de ser ver

A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Na segunda estrofe, a questão apresentada na primeira é

desenvolvida com a incorporação de novos elementos. Aqui

surgem a referência explícita ao estado moribundo do eu

lírico e o elogio à bondade do pai celestial.

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Quarta estrofe

O soneto se fecha com uma chave de ouro, um final

marcante, que pode aparecer na última estrofe inteira.

Aqui o eu lírico retoma o salto da terceira estrofe e

constrói um final impactante, que revela a razão de

todo jogo de ideias das estrofes anteriores.

Esta razão me obriga a confiar,

Que por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar

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Terceira estrofe

Mui grande é vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo pecar,

E não o vosso amor que é infinito.

Na terceira estrofe dos sonetos costuma ser decisiva. É

onde ocorre um salto em direção a uma conclusão do

que vinha sendo dito ou uma negação da construção

anterior. Nesse soneto, qual desses caminhos é adotado

pela terceira estrofe? Justifique.

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MIGUEL D’ AMORIM

Antes de tudo, poeta. Professor de Literatura.

Licenciatura em Letras: habilitação Português e Inglês e suas respectivas literaturas (FAFOPAI).

Bacharel em Filosofia (IFTAOR).

Especialização em Literaturas da Língua Portuguesa (FAFOPAI).

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Miguel d’ Amorim

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