BATISMO NO ESPÍRITO SANTO LIVRO

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PNEUMATOLOGIA A DOUTRINA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

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PNEUMATOLOGIA A DOUTRINA DO BATISMO

NO ESPÍRITO SANTO

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ÍNDICE

Introdução 3

A TRINDADE NAS ESCRITURAS 7

A TRINDADE NA EXPERIÊNCIA HUMANA 7

A TRINDADE E A COMUNHÃO 10

O CREDO DE ATANÁSIO 12

O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO CRENTE 13

A DOUTRINA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO 15

O SOPRO NOS DISCÍPULOS. 17

INFUSÃO E EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO 20

A EVIDÊNCIA FÍSICA E BÍBLICA DO 23

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO 23

O PROPÓSITO DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO: 27

ERROS COMETIDOS QUANDO SE BUSCA O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO 31

O FALAR EM LÍNGUAS E OBSERVAÇÕES GERAIS 46

O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO 59

BIBLIOGRAFIA 69

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Introdução 1

As Escrituras apresentam-nos Deus em Três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

No Velho Testamento Deus nos é apresentado como “sendo por nós”, nos Evangelhos como “estando conosco” e nas epístolas como “estando em nós”, Deus conosco e Deus em nós é a síntese de todas as relações de Deus para com o homem.

A obra da Salvação é vista em duas grandes divisões: O

CALVÁRIO e O PENTECOSTE. Tanto o Espírito Santo como o Senhor Jesus Cristo são necessários para que sejamos recriados à imagem divina. O que Cristo na Carne não pode fazer, o Espírito Santo sem carne veio fazer.

O homem quanto à sua relação com Deus, acha-se diante de dois

grandes problemas, um exterior e outro interior. Externamente é necessário que alguém o reconcilie com Deus. Isto Cristo fez na sua morte. O problema interno consiste no fato de que, ainda perdoado, o homem está sujeito ao pecado que habita no seu íntimo. Isto o Espírito Santo pode fazer ou resolver, porque a Obra dEle é feita internamente em nós. Cristo salva o homem da condenação do pecado. O Espírito Santo salva o homem do Poder do Pecado (Rm. 8.1,2).

Antes de entrarmos no empolgante estudo do Espírito Santo

meditaremos em duas importantes perguntas: 1ª) O QUE É A VIDA ? Aqui falamos na vida global, a vegetal e a

animal. A questão que tratamos aqui é quanto à energia que causa e sustenta a vida desde da planta até o animal, do microorganismo até ao macroorganismo.

Excetuando o espírito do homem, podemos definir a vida como

sendo a conseqüência ou resultado da matéria organizada. Esta matéria organizada pode ser planta ou animal. Mas sem esta organização a vida não se manifesta nem funciona. A vida é a manifestação (fanerosis) da Energia Divina.

Usemos a ilustração da luz elétrica. Esta é o resultado da organização da matéria de dínamo e de fios elétricos. Fora desta

1 Introdução do livro: “A Doutrina do Espírito Santo” - do autor A.B. Langston.

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organização não há luz elétrica. Apresentamos esta idéia não como doutrina, porque não há dados suficientes para tal, isto é, que toda a vida, exceto o espírito humano resulta da organização da matéria. É certo, entretanto que quando Deus criou a matéria, deu-lhes essa propriedade de, uma vez organizada, de certa forma, a vida aparecer. E assim tem acontecido e assim se explica o fenômeno que se chama vida. Porém, desorganiza-se a matéria e logo se irá a vida com todas as manifestações. E não vale a pena perguntar de tal vida. É como a luz que se apaga. Não foi a parte nenhuma! O fenômeno desapareceu porque a sua causa (a organização) desapareceu. É por isso que, quando um animal morre, tudo acaba. A morte é aniquilação completa do animal.

2ª) O QUE É ESPÍRITO? Há diferença entre vida e espírito? A organização da matéria quer simples, quer complexa, explica todos os fenômenos que acontecem com os animais. Porém, já não é assim com o espírito. Este, ao invés de receber da matéria, tem em si mesmo os poderes de pensar, querer e amar. O espírito saindo da matéria, pode ainda continuar a funcionar tão bem, ou melhor do que quando estava na matéria. Ilustremos: Há pianos automáticos, estes são agentes e instrumentos ao mesmo tempo. Porém, desorganizado o mecanismo não há mais música. Há outros pianos que são tocados por mãos humanas. O piano é simples instrumento. Porém, acabando-se com o instrumento não se acaba com a música ou o agente. É assim com os homens.

O homem foi criado com corpo, alma e espírito, enquanto outros animais foram criados corpo e alma vivente. Devemos fazer distinção entre espírito e alma vivente. O sopro divino (nishmath hayim) tornou-se o espírito humano e não um ser divino, entretanto este espírito tornou o homem infinitamente superior a qualquer outro animal, visto que o homem só se tornou alma vivente depois que o espírito humano lhe foi comunicado (assoprado) (Jó 27.3; Zc 12.1). Estes textos descrevem, com toda precisão, que o espírito do homem não é alma e que, não obstante ser vida (zoe), é vida de origem divina o princípio que anima o seu ser. A palavra NESHAMA não é usada na criação dos outros animais, nem expressa meramente vida animal (Gn 7.21-23; Dt 21.16-22; Js 11.11-14; 1 Rs 17.17-22). O espírito humano foi, portanto, o resultado do ato especial de Deus, assim como foi seu corpo.

O corpo humano é feito do pó da terra (Gn 2.7), é o tabernáculo em

que Deus coloca o espírito humano. O corpo não é agente, é simplesmente instrumento. Conseqüentemente o que se observa não é o fruto da organização dos elementos químicos que constitui seu tabernáculo; o que

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se vê nele é o resultado do PODER CRIADOR DE DEUS, dando a existência a um ser espiritual, criado à semelhança do próprio Deus.

As faculdades que o espírito possui juntamente com as faculdades

da alma constituem o que chamamos de EGO ou EU. No animal não existe semelhante coisa. O princípio mecânico-biológico explica tudo quanto há no animal. Porém está longe de explicar tudo quanto há no espírito.

Quando a vida acaba no animal este deixa de existir, porque a morte dissolve e destrói a organização que produz esse fenômeno. Mas, quando o espírito sai do homem, esse espírito ainda continua a pensar, querer e amar, devido ao fato de que essas faculdades lhe pertencem por natureza e não dependem de modo algum da organização da matéria ou do corpo. Neste fato temos a base para a imortalidade e a indestrutibilidade do espírito humano.

O corpo humano é matéria organizada, e naturalmente tem vida como qualquer matéria organizada. Deixamos, porém, de emitir qualquer opinião sobre a relação dessa vida, com o próprio espírito que está no homem. Parece que o Criador não quis esclarecer-nos sobre este mistério. O animal não tem espírito, só vida. O homem possui um espírito e tem vida, o homem é um espírito incorporado. A essência do homem está no seu espírito. Por isso nós nos limitamos a proclamar, apenas a grande diferença que existe entre o espírito e a vida, sem procurar reconciliar os dois no próprio homem.

Tentamos definir vida e espírito, queremos agora dizer alguma coisa sobre o ESPÍRITO INFINITO E ABSOLUTO que é Deus. Há uma diferença entre o Espírito Infinito e o espírito finito.

As escrituras declaram que o espírito humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas semelhança nunca significa identidade. O Espírito Infinito difere, em essência do espírito finito, da mesma forma que a vida difere do espírito humano, em essência. Ele existe por si só.

A questão da essência do espírito, seja finito, seja Infinito, é como a essência da eletricidade; ninguém sabe o que é. Essas coisas não estão ao alcance do homem. São grandes segredos que não foram até agora desvendados. Só uma revelação do Altíssimo nos poderia esclarecer tais pontos.

Segundo a Bíblia, há duas qualidades de espírito, um Infinito, que não podemos dizer de qualquer outro. Primeiro, Ele é Auto-Existente, isto é, tem existência própria. Ele é todo suficiente para e em si mesmo, em relação a questão da sua existência. Se tudo quanto existe hoje cessasse de

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existir, o Espírito Infinito continuaria a existir absolutamente, como existe hoje neste vasto universo. Ele existe por si mesmo. Segundo, Ele é Criador. Este poder nenhum outro ser o possui (Gn 1.1). Este assunto de criação é tão inexplicável como a Auto-existência de Deus, porém a Bíblia, do princípio ao fim, ensina esta doutrina. Ele sempre existiu e deu existência a tudo quanto existe.

Em relação ao espírito finito (humano), há três coisas a notar: 1º) O espírito humano é criatura, isto é, foi criado; 2º) Ele é de vontade livre, no animal a vontade instintiva é

determinada pela sua natureza. Sua vontade tem que obedecer aos ditames da sua própria natureza. O animal faz o que a sua natureza lhe ordena ou permite fazer. Porém os atos do homem, ou os atos do espírito-alma, são dele mesmo, de sua própria vontade, e não apenas a conseqüência do meio em que vive, ou da sua natureza. O homem pode com auxílio divino, contrariar a sua natureza e até mudá-la. Por isso ousamos dizer que o espírito humano é um ser moral e, naturalmente reconhece as duas obrigações para com seu Criador. O espírito humano é um ser religioso;

3°) O espírito humano é um espírito incorporado. Ele age por meio de um corpo físico via alma. Este fato de que o espírito é incorporado tem influenciado toda a história do homem. Sem tentar explicar, digamos que sempre a carne lutou contra o espírito (Gl 5.17).

O Batismo no Espírito Santo é uma promessa para todos os cristãos que seguem ao Senhor Jesus Cristo. Mostraremos que o cumprimento dessa promessa se deu, inicialmente, no dia de Pentecostes, quando os discípulos estavam reunidos no cenáculo, quando todos falaram em línguas conforme o Espírito concedia que falassem. Por fim, refletiremos a respeito do propósito bíblico para o recebimento dessa promessa e a necessidade de que ela seja buscada nos dias atuais.

Antes de entrarmos na doutrina do Batismo no Espírito Santo é

necessário estudarmos a Trindade Divina.

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A TRINDADE NAS ESCRITURAS TEXTOS: Gn 1.1-26; 3.22; 11.7; Is 6.8-10, Mt 3.16-17; 28.19; Jo 1.18; 14.16; At 2.32-33; 5.3-4; 10.38; 2 Co 13.13; Cl 1.15-17; 1 Jo 5.20.

“A razão nos mostra a unidade de Deus; apenas a Revelação nos mostra a Trindade de Deus” (Strong).

A palavra trindade em si não aparece na Bíblia. Sua forma grega TRIAS parece ter sido usada primeiro por Teófilo de Antioquia (181 d.C), e sua forma latina, TRINITAS, por Tertuliano (220 D.C). Com Trindade queremos dizer que há três distinções eternas em uma essência divina, conhecidas como PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO. Aqueles que descrêem na trindade divina, o fazem por um monoteísmo exclusivista na acepção da palavra, em cuja prática pecam contra o mandamento cristão que determina: “Examinai todas as coisas, retende o bem” (1 Ts 5.21).

A TRINDADE NA EXPERIÊNCIA HUMANA 2

No centro da fé cristã não está o ser humano, nem a Igreja, mas

Deus. Este Deus único, todavia, é percebido de maneiras diversas por nós. Segundo a concepção bíblica, Deus é um Ser Tripessoal. Como,

porém, Deus é um Ser Pessoal, o único caminho para conhecê-lo, de modo a corresponder ao “objeto de conhecimento”, é por um encontro pessoal. Quem pode dizer que “conhece” uma pessoa antes de encontrá-la, cultivar a comunicação com ela e ter com ela um relacionamento pessoal? Não é possível imaginar a fé cristã sem a dimensão da experiência. Deus não pode ser conhecido “em si”, ele pode ser compreendido unicamente na relação conosco.

É esclarecedor ver que o Antigo Testamento usa para “conhecer” a mesma palavra (Yāda’ - (adfy ) que usa para ter “relações sexuais” (Gn 4.1; 19.8; Nm 31.17,35; Jz 11.39; 21.11; 1 Rs 1.4; 1 Sm 1.19). O conhecimento de Deus, portanto, na concepção bíblica, pode ser comparado, sem problemas, ao encontro intenso e prazeroso entre um marido e sua esposa! O professor de teologia enterrado em seus livros dificilmente é um modelo apropriado de “conhecimento” no sentido bíblico, mas a relação sexual entre duas pessoas sim.

2 SCHWARZ, Christian. Nós diante da Trindade.Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1999, p. 6.

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O significado da revelação 3

O Antigo Testamento fala com freqüência em “conhecer” (Yāda’) ou “não conhecer” Iavé (compare Is 1.3; Jr 2.8; 4.22; 31.34; Os 2.20; 4.1,6; 5.3,4; 6.6; 13.4). O conhecimento no Antigo Testamento é bem diferente de nosso entendimento do termo. Para nós, conhecimento implica compreender coisas pela razão, analisar e buscar relações de causa e efeito. No Antigo Testamento, conhecimento significa “comunhão”, “familiaridade íntima com alguém ou algo”.

Falando em Nome de Deus a Israel, Amós disse: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (Am 3.2, ARC).

Vriezen disse que o Antigo Testamento faz do “conhecimento de Deus” a primeira exigência da vida, jamais explica o significado do termo. 3 SMITH, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2001, p. 95-96.

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O propósito da revelação divina não é declarado especificamente no Antigo Testamento. A revelação não se baseia em alguma necessidade de Deus. Deus não criou o mundo nem revela a si mesmo para ter alguém que guarde o sábado, como diziam alguns rabinos antigos. O conhecimento de Deus é mais que um mero conhecimento intelectual; diz respeito à vida humana como um todo.

É essencialmente uma comunhão com Deus e é também fé; é um conhecimento do coração que exige o amor do homem (Dt 4); sua exigência vital é que o homem aja de acordo com a vontade de Deus e ande humildemente nos caminhos do Senhor (Mq 6.8). É o reconhecimento de Deus como Deus, a rendição total a Deus como Senhor.

A expressão hebraica “o conhecimento de Deus” traz assim pelo menos três conotações: (1) o sentido intelectual, (2) o sentido emocional e (3) o sentido volitivo. O verbo “conhecer” (yada’) refere-se basicamente ao que chamamos atividade intelectual, cognitiva; mas a psicologia hebraica não conhecia uma faculdade específica que compreendesse o intelecto ou a razão.

“Conhecer a Deus” significava ter um entendimento intelectual de quem ele era, ter um relacionamento pessoal e emocional com ele e ser obediente a sua aliança e mandamentos.

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A TRINDADE E A COMUNHÃO 4

2Co 13.13: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém”.

“Deus não poderia existir em nenhuma forma a não ser a tripessoal” (Berkhof).

“Deus não poderia contemplar-se a si mesmo, conhecer-se e comunicar-se Consigo mesmo, se não fosse trino em Sua constituição” (Shedd).

Deus é amor (1Jo 4.16). A maior comunhão que existe está na trindade, pois estas três Pessoas se amam mutuamente.

“Antes que houvesse o universo, antes que se movesse o mínimo átomo de matéria cósmica, antes que emergisse a primeira réstia de inteligência, antes que começasse a haver tempo, o Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam em si em erupção vulcânica de vida e amor. Existia a trindade imanente. Nós como criaturas, filhos e filhas, existíamos em Deus como projetos eternos, gerados pelo Pai no coração do Filho com o amor do Espírito Santo” (Leonardo Boff). “Sob o nome de Deus a fé cristã vê o Pai, o Filho e o Espírito Santo em eterna correlação, interpenetração e amor; de tal sorte que são um só Deus Uno. A unidade significa a comunhão das Pessoas divinas. Por isso, no princípio não está a solidão do Uno, mas a COMUNHÃO das três Pessoas” (Leonardo Boff).

“Deus, antes mesmo da criação, já era; e era todo amor e comunhão porque existia eternamente como Trindade. Antes mesmo que houvesse qualquer objeto criado para ser alvo do amor divino, Deus já era amor e relacionava-se em amor por ser esta a natureza da Trindade. O Deus revelado na Bíblia não pode ser compreendido a não ser através da experiência comunitária do amor”.

Nosso ingresso na igreja de Jesus Cristo dá-se em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ser salvo por Cristo e tornar-se membro da sua igreja é penetrar no mistério da Trindade e ser envolvido por um Deus que é comunhão. O Deus cristão e bíblico não existe solitariamente, ele é sempre a comunhão das três pessoas divinas.

4 SOUSA, Ricardo Barbosa. O CAMINHO DO CORAÇÃO. Encontro Publicações, 2002.

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É nesta relação de amor, neste dar e receber, nesta eterna e perfeita comunhão que fomos criados conforme a imagem e semelhança do Deus trino. Fomos criados para amar, conviver em amizade e comunhão com o Criador e toda a sua criação. Conhecer a Deus é mergulhar neste mistério e participar desta comunhão eterna que nutre a alma humana e resgata o sentido da nossa verdadeira humanidade.

“O Ser de Deus é um ser relacional, e sem o conceito de comunhão é impossível falar sobre a realidade de Deus. A partir da Trindade nada existe por si mesmo, individualmente. Comunhão é a razão de ser do homem”.

A rebelião humana contra a vontade de Deus tem procedido, em

certa maneira, em série contra as Pessoas da Trindade: 5 1. A rebelião contra o Espírito Santo na rejeição da inspiração (das

Escrituras) nos séculos XVIII e XIX; 2. A rebelião contra o Filho na rejeição da expiação vicária e da

redenção mediante o sangue de Cristo nos séculos XIX e XX; 3. E, agora, a rebelião contra o Pai, na negação da criação do

universo, e até mesmo da sua realidade objetiva, nos séculos XX e XXI.

5 GUNDRY, Stanley. TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA,1ª ed. Editora Mundo Cristão, p. 366.

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O CREDO DE ATANÁSIO Adoramos um Deus em Trindade, a Trindade em unidade. Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância. Pois a Pessoa do Pai é uma, a do Filho outra e a do Espírito Santo outra. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma Divindade, glória igual e majestade coeterna. Tal qual é o Pai, o mesmo são o Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado. O Pai é imensurável, o Filho é imensurável, o Espírito Santo é imensurável. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. E, no obstante, não há três eternos, mas sim um Eterno. Da mesma forma não há três seres incriados, nem três imensuráveis, mas um incriado e um imensurável. Da mesma maneira o Pai é onipotente, o Filho é onipotente e o Espírito Santo é onipotente. No entanto não há três seres onipotentes, mas sim um Onipotente. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. No entanto, não há três deuses, mas um Deus. Assim o Pai é Senhor, o Filho é Senhor e o Espírito Santo é Senhor. Todavia não há três senhores, mas um Senhor. Assim como a verdade cristã nos obriga a confessar cada Pessoa individualmente, como sendo Deus e Senhor, assim também ficamos privados de dizer que haja três deuses ou Senhores. O Pai não foi feito de coisa alguma, nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai somente, não foi feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Há portanto, um Pai, não três Pais; um Filho, não três Filhos; um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nessa Trindade não existe primeiro nem último; maior nem menor. Mas as três Pessoas coeternas são iguais entre si mesmas; de sorte que por meio de todas, como foi dito acima, tanto a unidade na trindade como a trindade na unidade devem ser adoradas.

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O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO AO CRENTE É impossível alguém se tornar cristão, entender a Palavra de Deus,

viver uma vida santa ou testemunhar acerca de Jesus, sem ser capacitado pelo Espírito Santo. Não podemos fazer coisa alguma para o Senhor, e Ele não pode fazer coisa alguma por nós, independentemente da pessoa e do ministério do Espírito Santo.

1. Regenera: Tt 3.5 (a palavra grega para regeneração é PALINGENESIA (paliggenesi/aj) e significa “nascer de novo”. Ela descreve a comunicação de uma vida nova): 2 Co 3.6; Jo 3.8; 6.44; 16.8; 1 Co 12.3; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2; Tg 1.18; Gl 3.27; 4.6; Rm 8.9; 1 Jo 3; 9; 5.11-13;

2. Habita no Crente: Rm 8.9-17; 1 Co 3.16; 6.7,19; Ef 2.22; Jo 14.17; 2 Tm 1.14.

3. Liberta o Crente dos Poderes do Pecado e da Morte: Rm 8.1-2; Ef 1.19; 3.16.

4. Renova a Mente do Cristão: Rm 12.1-2; 1 Co 2.16; Ef 4.23. 5. Ele nos dá a Certeza de que somos salvos: Rm 8.16; Ef 1.13,14;

Gl 4.6. 6. Ele enche o Crente: At 2.4; 4.31; 6.3,5; 7.55; 8.15-19; 13.9,52;

9.17; 10.44-47; 11.15-17; 19.2-6; Ef 5.18. 7. Equipa o Crente para o Serviço Cristão: At 1.8; 1 Co 12.7-11;

Ef 4.11. 8. Produz o Fruto de Cristo no Crente: Gl 5.22,23; Fp 1.11; Tg

3.17; Jo 15.1-16. 9. Torna Possível Todas as Formas de Comunhão: Rm 8.26; 1 Co

14.14-15; Ef 2.22; 5.18-20; Fp 3.3; Cl 3.16; Jd 20; Jo 4.23,24. 10. Restaura o Corpo do Crente agora e o Vivificará na

Ressurreição: Rm 8.11; 2 Co 3.18; 2 Co 15.35-49. O Batismo no Espírito Santo é distinto da Conversão e do Batismo na Água:

1. O Batismo no Espírito Santo pode acontecer simultaneamente com a conversão: At 10.44-46.

2. Pode acontecer tempo depois da conversão: At 9.1-17; 8.5-17. 3. Pode acontecer antes do batismo nas águas: At 10.44-48; 11.15-

18; 9.1-18. 4. Pode acontecer depois do batismo nas águas: At 8.5-17; 19.1-6. 5. O exemplo de Jesus:

1º) Foi gerado pelo Espírito Santo: Mt 1.20; Lc 1.35.

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2º) Possuía o Espírito Santo: Lc 2.40. 3º) E recebeu o Batismo (a unção) no Espírito Santo: Mt 3.15;

Mc 1.10-11; Jo 1.32; Lc 4.1-4,14-20. 6. O exemplo dos discípulos: Lc 10.20; Jo 20.21-23; Lc 24.49; At

1.4-8; 2.1-4. Eram salvos, o Espírito estava com eles, e depois da ressurreição do Senhor Jesus e do mesmo assoprar sobre eles o Espírito, passou o Espírito Santo habitar dentro deles. Todavia o Batismo no Espírito Santo só veio 50 dias depois, no dia do Pentecostes.

O cristão crê que o Espírito Santo é quem conduz as pessoas à fé em

Jesus Cristo e é quem lhe dá a capacidade para viver uma vida Cristã plena e verdadeira. Ele é descrito na Bíblia como um ‘conselheiro’ ou ‘ajudante’ (para/klhtoj - Paráklētos em Grego), guiando-os no caminho da verdade. Paráklētos é traduzido na Bíblia King James como advogado e a nota de rodapé nos informa:

“A palavra advogado vem do latim advocatus que é equivalente exato do adjetivo verbal passivo grego paráklētos (Jo 14.16; 1 Jo 2.1), formado pelas palavras gregas para (ao lado de) e klētos (chamado). Usado de forma única por João para se referir ao Espírito Santo, e cujo amplo significado inclui: Conselheiro, Ajudador, Consolador, Encorajador. Quando Jesus se refere a outro (em grego allos - a)/lloj – outro da mesma espécie e tipo), quer dizer que o outro Advogado é igual a Ele em tudo, mas viverá dentro dos crentes para orientá-los e defendê-los para sempre”.6

Nesse contexto, o Batismo no Espírito Santo é visto como uma experiência que normalmente decorre de um momento de oração e é distribuído segundo a vontade do Espírito Santo.

A Bíblia também fala que o Espírito Santo concede dons espirituais (ou seja, habilidades), tais como os dons de profecia, de curas e o de falar e/ou interpretar uma variedade de línguas, entre outros. Alguns acreditam que esses dons foram derramados apenas aos cristãos do tempo do Pentecostes, mas os proponentes do Batismo no Espírito acreditam que essas habilidades sobrenaturais são ainda hoje disponíveis. Assim, a Efusão do Espírito Santo traria uma proliferação de eventos intuitivos (idéias, fatos, nomes, condutas, pensamentos), que são tomados como revelações divinas para os cristãos de hoje.7

6 Bíblia King James. Novo Testamento. Editoras: SRG Publicações, SBIA e Abba, 2007, p. 256. 7 http://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo_no_Esp%C3%ADrito_Santo.

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A DOUTRINA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO O Batismo no Espírito Santo é conhecido, biblicamente, por vários

termos. Ele é chamado de “enchimento” (At 2.4: E todos foram cheios do Espírito Santo...); “derramamento” (At 2.33; 10.45), “recebimento” (At 2.38; 8.17) e “descida” (At 10.44; 11.15; 19.16). A expressão “Batismo no Espírito Santo” ocorre com maior proeminência nos evangelhos (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Essa variedade de termos mostra que nenhuma palavra resume completamente o que está envolvido nessa experiência. Há, contudo, uma distinção necessária, no Novo Testamento, entre o batismo “do” Espírito (1 Co 12.13), que é realizado pelo Espírito, integrando o indivíduo no corpo de Cristo, diferentemente, do batismo, “no” Espírito, que é realizado por Cristo, revestindo-o com poder. A palavra “batismo”, no grego, é baptizō (bapti/zw) e, literalmente, significa “imergir”. Assim, quando Cristo batiza o crente no Espírito, na verdade, o está imergindo na força do Espírito.

A PROMESSA DESSE BATISMO As promessas mais explícitas do Batismo no Espírito Santo se

encontram no Novo Testamento. João Batista, em Mt 3.11, profetiza a respeito desse batismo que viria a ser realizado por Jesus. Nessa passagem, a distinção está entre o batismo para aqueles que se arrependem, de um outro para os que se negam a abandonar os seus pecados. Uma análise contextualizada dessa passagem nos revela que o batismo para os crentes é com o Espírito Santo enquanto que, para os infiéis, será com fogo, isso, no entanto, afasta a relação que esse batismo tem com o simbolismo do fogo (At 2.3; 1 Ts 5.19). Depois de João Batista, Jesus, profetizou e prometeu a realização futura desse batismo. Em Jo 14.16, temos uma promessa indireta, já que, nesse versículo, é tratado apenas da descida do Espírito Santo, e não, especificamente, do Batismo no Espírito Santo. Em Lc 24.49, encontramos uma promessa mais detalhada, de Jesus, a esse respeito quando ordena aos seus discípulos que aguardem em Jerusalém até que, do alto, sejam revestidos de poder. Em At 1.5,8, no contexto da Grande Comissão, Jesus faz alusões diretas e específicas sobre o cumprimento futuro dessa promessa.

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O CUMPRIMENTO DA PROMESSA Ao ler o livro de Atos, observamos que essa promessa se cumpriu,

cabalmente, na vida da igreja primitiva. No capítulo 2, versículo 4 está escrito que “todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Essa referência mostra como aconteceu o enchimento do Espírito entre os primeiros crentes. Eles falaram numa outra língua, não, necessariamente, uma língua estranha. Entendemos, assim, que é possível que alguém seja batizado no Espírito Santo e fala uma língua estrangeira, contanto que essa seja estranha para aquele que a está falando, pois não pode ser aprendida. Em Atos, o falar em línguas aconteceu em todas as ocasiões desse derramamento, nos levando a concluir que essa é uma manifestação física dessa experiência (At 8.14-20; 9.17 comp. 1 Co 14.18; At 10.44-48; At 19.1-7). Esse falar em línguas deve ser distinguido da variedade de línguas, de 1 Co 12.10, no contexto em que Paulo elenca os dons do Espírito Santo. As línguas enquanto dom têm como objetivo a edificação de si mesmo e do corpo de Cristo (1 Co. 14.4), principalmente, quando há quem interprete (1 Co. 14.5) e não podem ser confundidas com as línguas como manifestação visível do Batismo no Espírito Santo. Quanto à extensão, diz Pedro, em At 2.39: “a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”.

O PROPÓSITO DA PROMESSA O texto básico que trata do propósito do Batismo no Espírito Santo é

o de At 1.8. Nesse versículo, Jesus diz, aos seus discípulos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. O batismo no Espírito Santo não objetiva à santificação, para isso há o fruto do Espírito (Gl 5.22), para a edificação da igreja, os dons espirituais (1 Co 12). O batismo no Espírito Santo é uma capacitação divina, com poder, para que o cristão seja uma testemunha eficaz da morte e ressurreição de Cristo. Como testemunhas, precisamos estar preparados, e para tanto, devemos buscar a revelação profética e apostólica da Escritura. Sem esse conhecimento é improvável que sejamos boas testemunhas. Além disso, é necessário que cultivemos um relacionamento contínuo com o Senhor, para que, em consonância com a Bíblia, testemunhemos do que Ele tem feito em nós. Para que esse

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testemunho tenha efeito nos que ouvem, devemos fiar nossa confiança, primordialmente, no “dunamis”, isto é, no poder do Espírito Santo.

Jo 14.17: “a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode

receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós”.

Jo 20.22: “E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.

O SOPRO NOS DISCÍPULOS.

No domingo da ressurreição, logo depois de apresentar-se como

Cristo Glorificado, Ele soprou sobre os discípulos e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo”. Tal declaração não pode constituir a consumação das profecias do A.T., de João Batista e do próprio Cristo a respeito do derramamento do Espírito Santo, pois 40 dias depois (At 1.4-5) ainda mandou que os discípulos esperassem a Promessa do Pai (O Batismo no Espírito Santo). Ele descreveu ainda o efeito daquele Batismo em At 1.8, e no versículo 9 lemos que, ao proferir estas palavras, Cristo foi assunto aos céus. Assim 40 dias depois da tarde do domingo da Ressurreição, e no momento em que soprou o Espírito Santo, Cristo ordena-lhes que esperassem a “PROMESSA DO PAI”.

“ELE HABITA CONVOSCO E ESTARÁ EM VÓS”. Jo 14.16,17: E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro

para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estarád em vocês.

Há um mistério no fato de estar o Espírito Santo “nos” profetas do

A.T. (1 Pe 1.11; Ne 9.30) e nos crentes do N.T. (Gl 4.6; 1 Co 3.16; 6.17,19) mas somente “com” os discípulos durante o ministério de Cristo na Terra. “Ele habita convosco” e “estará em vós” (Jo 14.17).

O Espírito Santo, depois da Ressurreição estava já à disposição dos

corações, o mesmo Espírito que durante três anos e meio estivera “com” eles, e Jesus não tardou em ministrar esta vida nova aos discípulos. O Espírito Santo habitava dentro deles, mas ainda restava o PENTECOSTE. Eram salvos (Lc 10.20), o Espírito estivera com eles, e depois da Ressurreição Jesus soprou neles o mesmo Espírito e Este passou habitar

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dentro deles. Todavia o “Batismo no Espírito Santo” só aconteceu no Pentecoste.

O ESPÍRITO SANTO HABITOU E USOU ALGUNS HOMENS NO A.T. E ATÉ ANTES DO PENTECOSTE. (Ex 28.3; 31.3; 35.31; Dt 34.9; Lc 1.13-17,41,67; 2.25-30). No entanto foram casos isolados e para um ministério específico. Todavia hoje o Espírito Santo habita na Igreja, o Corpo de Cristo na Terra, e habita em cada crente individualmente (1 Co 3.16; 6.17,19; Gl 4.6; Ef 2.22). A sua vinda oficial sobre a Terra, sobre a Igreja, foi no dia de Pentecostes; só houve um Pentecostes, mas o seu efeito ainda se repete.

Mas, nunca devemos nos esquecer que o Espírito Santo nunca

deixou de ter atuação na terra (Gn 1.2; 6.3; Ne 9.30) e nas vidas dos fiéis do A.T., como também não deixará de atuar na Grande Tribulação, principalmente sobre os 144.000 que hão de ser selados (Ap 7.1-8). Na parte final da GRANDE TRIBULAÇÃO o Senhor derramará sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o Espírito de Graça e de Súplicas, e olharão para aquele (JESUS) a quem traspassaram (Zc 12.10). Assim, o Espírito Santo efetuará a conversão de uma nação num dia (Is 66.7-8).

Devemos fazer uma tênue distinção entre a tripersonalidade divina (u(posta/seij – hupostáseis) e a essência (ou)si/a) divina para entendermos a questão do Filho estar na Terra e o Espírito Santo no céu.

Jo 16.7: “Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu (a u(po/stasij - hypóstasis do Filho) vá; pois se eu não for, o Ajudador (a u(po/stasij - hypóstasis do Espírito Santo) não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei”.

Em nenhum ponto a alma devota sente mais suas limitações do que quando é confrontada com a responsabilidade de entender a TRIPERSONALIDADE de Deus. O homem depois da queda tornou-se incapaz, à parte da iluminação divina, de compreender o Criador soberano, e o salvo só recebe esse conhecimento de Deus através da iluminação do Espírito Santo.

O estudo da personalidade de Deus está amalgamado ao estudo da Trindade, pois “Deus na sua essência é uno, Ele é um ser simples, único, no sentido que não existem nele partes componentes que, quando adicionada uma à outra, componham o ser de Deus. Ele é essencialmente

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um, porém a pluralidade de pessoas na deidade não nega a unidade essencial de Deus” (R.C. Sproul).

Estamos acostumados a pensar em relação segundo a qual um ser equivale a uma pessoa. Cada pessoa que conheço no mundo é um ser distinto. Entretanto, nada existe no puro conceito do ser que requeira que limitemos tal ser a uma única personalidade, simplesmente porque estamos acostumados a pensar em uma pessoa que envolve um ser” (R.C. Sproul).

“Na trindade, temos uma essência - ou)si/a – ousia (ser) e três subsistências (u(posta/seij - hupostáseis). As três pessoas da deidade subsistem na essência divina” (R.C. Sproul).

“Dizemos que há três personas ou subsistências (u(posta/seij), verdadeira e adequadamente assim chamadas, que são mutuamente distintas, cada uma possuindo inteligência, subsistindo por si mesma e não transmitida ou transmissível às outras, quais chamamos pessoas, de acordo com a definição que temos desse termo” (Hermann Venema).

Quando Jesus diz: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Isto denota que a Pessoa do Filho (u(po/stasij) que está no céu, também em essência (ou)si/a) está conosco aqui na Terra.

O ESPÍRITO SANTO TAMBÉM ESTARÁ ATUANTE

DURANTE O MILÊNIO . O nosso batismo no Espírito Santo e o nosso conhecimento e vida

no Espírito são apenas as primícias daquela Plenitude que nos aguarda na ocasião da vinda em Glória do Senhor Jesus. Quer dizer: a obra e o ministério do Espírito Santo aqui na terra são apenas o início daquela grandiosa obra universal que ainda há de realizar-se durante o milênio. Se cumprirá definitivamente a profecia de Jl 2.28-29.

Isaías também escreveu acerca daquele tempo (Is 32.15; 44.3). Ezequiel acrescenta: “Porei dentro em vós o meu Espírito...” (Ez 36.27). Todavia nesta dispensação o Espírito Santo exerce o seu ministério pleno na Igreja.

A experiência do Batismo no Espírito Santo

Esta experiência é assim chamada, porque é um batismo

significando um ensopamento, um transbordamento, uma saturação da alma e do corpo com o Espírito Santo. Quando a Bíblia fala de Jesus “batizando no Espírito Santo” imediatamente visualizamos algo externo,

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alguma coisa sendo colocada dentro de algo. Entretanto, a palavra batizar no grego significa “cobrir totalmente” - É utilizada no grego clássico com referência a um barco que fez água (a água entrou no barco) e se afundando - de modo que realmente não faz diferença se Jesus nos imerge no Espírito em um sentido externo da palavra; se Ele nos inunda do exterior; ou se Jesus faz com que o Espírito que já habita em nós, aumente e transborde para cobrir nossa alma e corpo. Provavelmente ambas as figuras sejam verdadeiras - O Espírito vem sobre nós tanto do exterior como do interior, mas é importante lembrar que o Espírito Santo está vivendo dentro de nós, portanto, é do interior que Ele pode inundar nossa alma e corpo (Jo 4.14; 7.38-39; Rm 8.9,11,14-16; 1 Co 3.16; 6.17,19; Gl 4.6). Quando recebemos Jesus como Salvador, o Espírito Santo “entra”, mas à medida que continuamos a confiar e crer em Jesus o Espírito, que habita em nós, pode fluir copiosamente para inundar, ou batizar nossa alma e corpo, e refrescar o mundo em nosso redor.

INFUSÃO E EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO

Jo 4.14; 7.38-39; Ef 5.18. O Batismo no Espírito Santo não se trata de receber parte do

Espírito na ocasião do novo nascimento, e a totalidade depois na ocasião do batismo no Espírito Santo. Como pessoa que é, o Espírito Santo é indivisível e tudo quanto fez em nós é feito interiormente (Nm 11.17,25-26; Jo 4.14; 7;38-39; 1 Co 12.13; 2 Rs 2.9).

Quando aceitamos Cristo, o Espírito Santo entra em nós, e planta em nós uma fonte perene e jorrante. Ele nos enche de paz e de satisfação. Porém à proporção que enche a nossa vida, esta fonte vai engrossando de volume, fazendo-se um rio impetuoso de águas vivas a espraiar-se pela alma e pelo corpo chegando ao transbordamento, ao qual a Bíblia chama de “Batismo no Espírito Santo”.

Aqui desejo chamar atenção para o fato de que, quanto à relação

entre nós e o Espírito Santo, entram duas pessoas, uma divina e outra humana. A pessoa divina habita na pessoa humana (Ef 2.22), e quer encher a sua vida com a divina Presença. Paulo em Ef 2.22 fala de Deus habitando no espírito (o nosso).

Sendo de relações pessoais, a questão de ficar-se “cheio do Espírito

Santo” realiza-se à proporção que o crente permite ao Espírito dominar sua vida, em todas as suas atividades e faculdades. Às vezes acontece que

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o crente abre de vez a sua vida ao Espírito, e por sua parte, o Espírito de vez enche o crente. Parece que foi isso que aconteceu na casa de Cornélio. Porém, em geral há um intervalo maior. E mesmo depois deste batismo inicial temos a ordem de nos enchermos continuamente (Ef 5.18; At 2.4; 4.31).

Ter o Espírito habitando em nós é diferente de tê-lo presidindo

nossa vida. E, pelo Espírito a presidir, queremos indicar a experiência “SER CHEIO DO ESPÍRITO”. E ceder mais e mais à habitação do Espírito significa sermos mais e mais cheios do Espírito. Mas isso não é o mesmo que ser revestido do poder do alto. O Espírito dentro de nós enriquece a vida interior; o Espírito sobre nós unge com PODER para o SERVIÇO.

O batismo no Espírito Santo não é só falar Línguas (Mc 16.17; 1 Co

14.2). Devemos crescer na Graça e no Conhecimento do Nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3.18). Devemos buscar os melhores dons (1 Co 12.31; 14.1) e seguir o amor (1 Co 13). Deus nos dará as manifestações, os ministérios e as operações do Espírito Santo para a edificação e aperfeiçoamento da Igreja, e durante o nosso crescimento e amadurecimento, no devido tempo surgirão os frutos do Espírito (Gl 5.22-23; Sl 1.3; Jr 17.7-8; Jo 15.1-8; Ef 4.11-16; 1 Co:12.1-11,28-31; 14.2,26; Rm 12.6-8).

A RELAÇÃO ENTRE OS DONS ESPIRITUAIS E O

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO Há no meio pentecostal uma idéia comum que só em pessoas

batizadas no Espírito Santo é que manifestam os dons espirituais. Essa idéia não é apresentada na Bíblia e nem é verdadeira.

Em Marcos 15.16-18 a expulsão de demônios e os dons de cura são

colocados ao lado do Dom de Línguas, ou seja, todos são independentes e se manifestam em conseqüência da Fé (Mt 10.1,8; Mc 6.7-13; Lc 9.1-6; 10.1-20). Os discípulos ainda não eram batizados no Espírito Santo e, no entanto operaram milagres.

Por outro lado, a própria experiência cristã nos ensina que os dons

de: Variedades de línguas, interpretações de línguas só se manifestam após o batismo no Espírito Santo. Isso é bastante compreensível, se

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considerarmos que para que eles se manifestem é necessário que o Espírito Santo exerça o controle da língua de quem fala (Tg 3.1-12) e esse controle passa a existir, com certeza, no momento do batismo do Espírito Santo.

Todavia se alguém costuma orar e os enfermos são curados, após o batismo no Espírito Santo a incidência aumentará.

A necessidade prévia, ou não, do batismo no Espírito Santo para a

manifestação dos dons espirituais é algo discutível para muitos estudiosos, mas o que mais importa é que para uma pessoa ser usada nos dons espirituais é necessário entrar numa esfera mais elevada de comunhão com Deus e quanto mais esta pessoa é usada nos dons espirituais, mais seu espírito penetra na esfera de influência do Espírito Santo, e mais ela aprenderá a conhecer a Deus e também como ser usada por Ele através dos diferentes canais de inspiração divina.

O Batismo no Espírito Santo não é o nosso diploma de formatura

da “faculdade espiritual”. É o certificado de matrícula no mobral da fé.

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A EVIDÊNCIA FÍSICA E BÍBLICA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

O PADRÃO NO LIVRO DE ATOS 1. Pentecostes: At 2.4. Nesta passagem, o ser cheio com o Espírito

Santo e o falar em línguas estão intimamente ligados. Este é o nosso exemplo mais puro no sentido de que Ele era o precedente soberano de Deus; esta foi a maneira como aconteceu inicialmente; esta foi a maneira pela qual Deus introduziu esta experiência na Igreja. (30/33 d.C.)

2. Samaria: At 8.15-19. Ainda que a palavra “línguas” não seja mencionada, notamos que Simão viu a manifestação do Espírito quando os apóstolos impunham as mãos nas pessoas. Ele já havia visto curas e expulsão de demônios; contudo, ele não havia visto nada como o que aconteceu quando os discípulos samaritanos receberam o Batismo no Espírito Santo. Podemos concluir que ele viu a mesma manifestação (línguas) que ocorreu nas outras quatro experiências pentecostais no livro de Atos. (34/37 d.C.)

3. Paulo: At 9.17; 1 Co 14.18. É razoável e biblicamente consistente assumir-se que Paulo falou em línguas pela primeira vez ao “receber o Espírito” já que outras referências confirmam que este era o padrão de Deus.

4. A Casa de Cornélio: At 10.44-47; 11.15-17. At 10.44-47: 44 E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o

Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46 Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. 47 Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?

At 11.15-17: 15 E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio. 16 E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. 17 Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?

Pedro chamou esta experiência de Batismo com o Espírito Santo e de Dom. As línguas foram o sinal a Pedro e aos judeus que fizeram com que eles soubessem indubitavelmente o que foi que aqueles gentios haviam recebido (38 d.C.).

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5. Em Éfeso: At 19.2-6. Uma vez mais, línguas são ligadas com o recebimento do Espírito. Devemos, portanto, concluir que as línguas são a evidência física e bíblica de que alguém foi batizado no Espírito Santo (58 d.C.).

Freqüentemente, algumas pessoas têm uma visitação do Espírito Santo muito real, o que é para elas uma verdadeira apoteose pentecostal. Contudo, elas não se entregam ao Espírito e não falam línguas. Estas pessoas muitas vezes, insistem que elas receberam o Batismo no Espírito Santo por causa da realidade e preciosidade da experiência. Isto, logicamente, deve ser respeitado por todos. Entretanto, não devemos nunca estabelecer qualquer outra evidência ou diminuir aquela que é o sinal do recebimento do Batismo no Espírito Santo, de acordo com o que a própria Bíblia ensina. Portanto, estas pessoas devem ser ensinadas a se entregarem ao Espírito e permitirem que Ele se expresse através de seus órgãos vocais. Poderíamos também observar que as línguas de fogo ou o vento impetuoso que foram vistos e ouvidos no dia de Pentecoste não aconteceram novamente como um sinal, mas que as línguas são sinal e evidência do Batismo no Espírito Santo ainda perdura até aos nossos dias.

POR QUE DEUS ESCOLHEU O FALAR EM LÍNGUAS COMO

PROVA APARENTEMENTE ESTRANHA PARA ACOMPANHAR O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO?

RESPOSTA: 1 Co 14.4-5,14-15; Jd 20 - Falar em línguas é orar com

ou no espírito; é o nosso espírito inspirado pelo Espírito Santo falando com Deus. Acontece que em vez do cristão falar com Deus numa língua que conhece intelectualmente, ele simplesmente fala, com fé como de uma criança, numa língua concedida pelo Espírito Santo, ele confia a Deus a formação das palavras. O espírito humano regenerado unido ao Espírito Santo (1 Co 6.17; 14.2), ora diretamente ao Pai, em Cristo, sem ter de aceitar as limitações do Intelecto, ou melhor, do nosso PSIQUÊ.

“O QUE FALA EM OUTRAS LÍNGUAS A SI MESMO SE

EDIFICA” (1 Co 14.4). “Edificar” é a tradução da palavra grega OIKODOMEI que literalmente significa “Construir”. Aqui significa edificar espiritualmente. O apóstolo Judas usa uma palavra correlata quando diz: Edificando-vos na vossa Fé santíssima, orando no Espírito Santo (Jd 20). Judas mui claramente, nesta passagem refere-se ao falar em línguas. O Intelecto, por não compreender a língua fornecida pelo Espírito Santo, torna-se humilde; a alma (Psiquê) é colocada em seu devido lugar,

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sujeita ao espírito. A oração é oferecida a Deus em liberdade. A oração vem justamente como o Espírito Santo deseja; portanto é uma oração perfeita e eficaz. O Pai pode aceitá-la totalmente, porque não procede de nossas almas ainda confusas, mas procede do Espírito Santo por intermédio de nosso espírito, oferecida por nossa vontade e cooperação.

A nossa voz, discurso ou como a Bíblia diz, a nossa língua, é o nosso principal meio de expressão, por isso não é coincidência que é aqui onde o Espírito Santo escolhe fluir primeiro. Nossa capacidade de falar é espiritual, psicológica e filosoficamente central (Pv 18.20,21; Sl 73.8,9; 57.4; 12.2-4; Tg 3.1-18). Parece que a mesma faculdade de discurso que é algo tão grande, também é a coisa principal que obstrui a liberação do Espírito Santo na vida do crente.

Os neurocirurgiões afirmam que os centros da fala dominam o cérebro. Sendo assim, Deus não pode dominar o cérebro físico a menos que tenha o controle do centro da fala.

“Quem pode domar a língua?” Pergunta Tiago, e a resposta é: O Espírito Santo! E falar em línguas é parte do processo.

O Espírito Santo deseja inspirar e regulamentar o meio de expressão mais importante que você tem - a capacidade de falar - também quer domar e purificar aquilo que é a principal causa de pecado para você, sua língua!

Falar em línguas não tem nada a ver com a emoção, o falar em línguas não pode ser emoção, porque as emoções são partes da alma, do PSIQUÊ, enquanto o falar em línguas é falar no espírito (1 Co 14.14,15).

O falar em línguas é como dar partida num carro, você não consegue andar a 180 Km/h antes de dar partida, assim também são as manifestações do Espírito; as línguas são o ponto de partida, e no decorrer do crescimento cristão aparecerão o Fruto, os Dons, e as demais manifestações do Espírito Santo. Dê partida, comece a falar pela Fé em outras línguas. Amém.

HÁ UMA DIFERENÇA ENTRE LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA

INICIAL DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E O FALAR EM LÍNGUAS COM “DOM DE LÍNGUAS”.

Todos os casos anteriores mostram que as pessoas falaram em

línguas ao receberem o batismo no Espírito Santo. Na maioria destes casos, é obvio que eles não se submeteram às instruções do Senhor naquilo que se refere à maneira em que as línguas deveriam ser usadas para edificarem a Igreja (1 Co 14). É evidente quando uma pessoa ou um

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grupo recebem o Batismo no Espírito Santo não é possível seguir as instruções contidas em 1 Co 14 sobre o uso das línguas, todavia depois de recebido o Batismo o crente deve procurar se educar segundo a Bíblia e tudo deverá ser feito para edificação da Igreja.

Em Coríntios todos falavam ao mesmo tempo (1 Co 14.6,23,27).

Isto está em desacordo com a Bíblia e torna-se numa desordem. Além disso, não havia interpretações, o que 1 Co 14.5,28 revela como sendo impróprio também na assembléia.

Devemos nos lembrar que o recebimento do Batismo do Espírito Santo não era chamado de “O DOM DE LÍNGUAS”, e sim “O DOM DO ESPÍRITO SANTO” (At 11.15-17), o qual incluía o falar em línguas. Os exemplos bíblicos anteriores nos mostram que todos deveriam falar em línguas ao receberem o Batismo no Espírito Santo. Mas Paulo mostra que há também um falar em línguas dentre os vários dons dados à Igreja para o ministério do Corpo (1 Co 12.10,30; 14.5,26).

Foi a confusão destes dois, aliás, que o Senhor procurou corrigir em

Coríntios. Alguns vinham às reuniões e falavam em línguas demasiadamente, sem nenhuma interpretação, produzindo abusos e confusão. Assim, através do Apóstolo Paulo, o Senhor esclareceu este problema. Ele os ensinou que a assembléia do povo de Deus deve ser respeitada e que cada pessoa deveria edificar a Igreja (1 Co 14.12); e que as mensagens em línguas dadas na Igreja deveriam ser interpretadas para que todos pudessem ser edificados (1 Co 14.5,28).

Paulo esclarece, no entanto, que ele não está se referindo ao uso privado de língua, nas orações e louvor deles ao Senhor (1 Co 14.4,15,18,19). A isto ele chama de “ORAR NO ESPÍRITO” e “CANTAR NO ESPÍRITO” e confirma o fato de que deveríamos praticá-lo. Por exemplo: Ef 5.18,19 nos exorta que estejamos cheios do Espírito e que falemos “entre nós” com cânticos espirituais. Ef 6.18 nos exorta que oremos sempre “no Espírito Santo”, e em Jd 20 somos exortados a edificar-nos através do nosso orar no Espírito Santo. Paulo, aliás, disse que ele praticava o falar em línguas abundantemente (mais que todos os coríntios juntos). Paulo está escrevendo aos cristãos de Coríntio no que se refere à conduta deles na assembléia e como eles deveriam “falar aos homens” através do ministério e comunicação.

Ele não nos condena a um silêncio de línguas absoluto, ao invés,

somente silêncio “na Igreja”, a não ser que elas sejam interpretadas. Aliás,

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ele usa a palavra igreja ou igrejas nove vezes neste capítulo, o que é muito mais vezes que em outro capítulo do Novo Testamento (1 Co 14.4,5,12,19,23,28,33,34,35). Além disso, note as frases: “quando vos reunis (v.26). (Leia Cl 3.16). Devemos lembrar que o Paulo deseja neste capítulo (1 Co 14) e de ensinar-nos como usar as línguas para o “benefício” dos irmãos.

O PROPÓSITO DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO:

At 1.8. Poder para Testemunhar. Isto não somente envolve o nosso

testemunho verbal, mas também uma qualidade de vida a qual produz o testemunho visível a que Jesus se refere em Mt 5.16.

A Bíblia enfatiza esta experiência numa escala mais ampla, mais

permanente e contínua do que aquilo que comumente entendemos. A ênfase, freqüentemente, tem sido forte no ato inicial do recebimento do Batismo no Espírito Santo, mas fraca nos efeitos contínuos que ele tem que ter em nossas vidas. O recebimento da Promessa e o sermos cheios com o Espírito Santo retratam a invasão da nossa vida e caminhar por completo pelo Espírito de Deus. Significa sermos imersos ou mergulhados no reinado do Espírito. Ao divorciarmos o INICIAL do CONTÍNUO, fazemos com que as pessoas não tenham o suficiente. Ao enfatizarmos o começo da jornada e não a própria jornada, temos um foco errado, o qual produz uma ênfase errada em nossas vidas práticas. Uma das maiores ênfases de Paulo, em seus escritos resume-se em Gl 5.25. “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” - em outras palavras, não é suficiente entrarmos no reinado ou esfera do Espírito. Devemos continuamente andar sob a influência do Espírito (Andemos = STOIKHÕMEN (stoixw=men) = caminhar continuamente em linha reta).

COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO: 1) OUVIR COM FÉ; ouvir a Palavra e confiar em Deus (Gl

3.2,5,14; Rm 10.17; At 10.44-48. 2) PEDIR COM FÉ: Lc 11.5-13; Mc 11.24; 1 Jo 5.14; Tg 1.6,7. 3) RECEBER COM FÉ: Jo 4.14; 7.37-39; Gl 3.2. (Beber). 4) DEIXAR FLUIR OS RIOS COM FÉ: Jo 7.38,39; 12.24,25. 5) OBEDIÊNCIA: At 5.32. As condições gerais necessárias são: arrependimento e batismo na

água, os quais envolvem uma confissão de Fé em Cristo e um passo de

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obediência ao seu senhorio. Atos 2.38. “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão de vossos pecados, e recebereis o Dom do Espírito Santo”.

A RESPOSTA DA FÉ: Gl 3.2,5,14. A Fé é a condição básica pela qual o homem recebe tudo de Deus (Hb 11.6; Tg 1.6-8). A tendência do homem é de se apoiar nos sentidos e emoções. Portanto se ele não tem uma “justiça que possa ser sentida”, ou se ele não se sente digno, ele se aliena das bênçãos de Deus.

É de grande importância que notemos a palavra “DOM” em At 2.38. Deus especificou que ele seria um “DOM DADO”, não comprado (At 8.15-19). Ninguém compra um Dom; simplesmente o recebemos. O arrependimento e o novo nascimento preparam uma pessoa para que ela seja batizada e cheia com o Espírito, e não obras ou mérito ou caráter e maturidade cristãos. Apenas podemos receber os dons de Deus pela Fé que é o pré-requisito para a salvação, para que sejamos cheios com o Espírito, para curas, para a operação dos dons, etc. Não é necessário que ensinemos as pessoas a “esperarem” pelo Espírito. Os crentes da Igreja primitiva não ensinavam nem praticavam isto. Entretanto, é possível que façamos um período de espera por falta de Fé ou devido a nossa tentativa de nos tornarmos dignos antes que o recebamos. Uma das maiores lições que aprendemos, no entanto, caso esperamos, é que isto não é necessário. Uma longa espera não é uma virtude, pelo contrário é frustração ao indivíduo como também à graça de Deus (Gl 2.21). Quanto tempo alguém espera, dependerá de sua Fé e de sua obediência.

Devemos responder com Fé e Obediência para que recebamos o

Espírito. É uma experiência tanto sobrenatural como humana; é o movimento

do Espírito Santo combinado com entrega, resposta e Fé, humanas. O milagre não é tanto de que a pessoa esteja falando, e sim o que ela esteja falando. O Espírito Santo lhes deu as palavras no dia de Pentecostes, mas eles é que falaram (At 2.4). A verdade sobre a ação cooperativa entre Deus e o homem é ilustrada em vários lugares: Mt 10.19,20; 1 Co 14.14,15; 3.9.

6) BUSCA - é de se esperar que logo após a conversão, a pessoa

receba o Batismo no Espírito Santo, tal como aconteceu em Samaria (At 8.17) e Cesaréia (At 10.44-48), mas algumas vezes pode demorar muito tempo. Jesus sabia que poderia acontecer, por isso ele nos exorta a continuar buscando sem desanimar (Lc 11.9-13).

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Várias podem ser causas dessa demora: 1. Algum pecado oculto na vida do crente e do qual ele deverá se

arrepender; 2. Falta de Fé verdadeira, a qual precisará desenvolver; 3. Falta de buscar com insistência; 4. Condicionamento mental de que tal experiência não é para os

nossos dias e sim somente para os dias apostólicos; 5. Condicionamento mental de que tais coisas não devem estar

presentes dentro das igrejas denominacionais; 6. Medo de falar da carne e de falsificações demoníacas; 7. Algum plano especial de Deus para com esse servo e por isso

retarda a promessa a fim de cumpri-la num momento adequado, etc...

Independente da ajuda externa, aquele que deseja vencer seus

bloqueios inibidores a fim de receber o batismo no Espírito Santo, deve buscá-lo com convicção e irá conseguir. Essa busca deve ser alimentada com oração e louvor.

7) LOUVOR - Uma das finalidades principais do batismo no

Espírito Santo é conduzir o crente a uma forma mais elevada de louvor. A experiência cristã nos mostra que o Senhor se faz presente entre seus adoradores, e muitos são batizados no Espírito Santo de uma maneira muito simples e natural, quando o interessado, sem pedir o batismo, começa a louvar, glorificar e agradecer a Deus (Sl 34.5-7).

Glorificar a Deus não é a mesma coisa que ficar gritando desesperadamente “glória, glória, glória”... como ensinam alguns obreiros, tais expressões não significam glorificar a Deus no mais profundo de seu coração sem se preocupar se vai ou não receber o batismo. A adoração coloca o crente na dimensão espiritual e a partir daí o Espírito Santo fluirá naturalmente através do seu espírito humano (Jo 7.37-39).

Uma vez que estejamos louvando a Deus em espírito, de repente virá algo diferente em nossa mente ou então na nossa língua sem passar pela mente, concentre-se nesse algo diferente, porém sem expectativa ansiosa, pois isso fatalmente atrapalhará. Com calma, deixe que as palavras de louvor fluam. Algumas pessoas quando chegam a esse ponto dão vazão total às palavras que fluem do seu interior como uma verdadeira enxurrada arrastando tudo ao redor; em outras pessoas, ao chegarem a esse ponto, as palavras afloram com pequenas gotas esparsas. Neste caso,

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continue, porque você já conseguiu, agora é só uma questão de tempo para você se desinibir totalmente e liberar o seu espírito.

8) ORAÇÃO - Como já dissemos antes, a inibição é um

obstáculo para o recebimento do batismo no Espírito Santo. Se o crente conseguir se libertar dos fatores inibidores, conseguirá, então, falar em línguas com naturalidade. Já vimos a importância do louvor para isso, pois conduz a pessoa para dentro da esfera espiritual, mas é a oração (em geral a oração de louvor) que libertará de vez tal pessoa de suas inibições.

Muita gente quer receber o batismo no Espírito Santo e falar em

línguas, porém não consegue nem ao menos abrir a boca para falar em sua própria língua, pois é muito retraído; como espera então falar em outras línguas.

A pessoa que busca o batismo, poderá recebê-lo nas mais diversas

circunstâncias, até mesmo dormindo ou sem esperar, mas uma das coisas que mais poderá ajudá-la, é convidarmos essas pessoas a orar ou então, cantar em voz alta. Não é necessário gritar, pois isso atrapalha, entretanto eleve a voz e procure se descontrair. É mais fácil falar em línguas quando já se está falando, ou seja, quando estamos de boca aberta. De boca fechada não conseguimos falar nossa própria língua, muito menos outras línguas. Observe que em muitos exemplos de batismo no Espírito Santo mencionados na Bíblia, as pessoas estavam em oração, portanto já estavam falando na sua própria língua (At 1.14; 2.24-31).

Mas é importante considerar que ninguém consegue falar em dois

idiomas ao mesmo tempo, portanto comece louvar ao Senhor no seu próprio idioma, vá ao mesmo tempo se enchendo do Espírito Santo, sempre numa atitude de oração e adoração (Ef 5.18) e quando você sentir algo diferente fluindo do seu interior, não pare de falar, mas também não force sua mente para pensar e falar em português. As palavras de louvor continuarão a fluir naturalmente só que a oração fluirá em forma de palavras desconhecidas, ou até mesmo em forma de gemidos inexprimíveis (Rm 8.26,27; 1 Co 14.21,22).

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ERROS COMETIDOS QUANDO SE BUSCA O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

Temos observado experiências interessantes e outras desagradáveis,

quando as pessoas se propõem a buscar o batismo no Espírito Santo, principalmente quando aparecem “aqueles que se dizem entendidos em técnicas infalíveis” de como receber o batismo. Inegavelmente há servos de Deus, a quem o Senhor tem dado um ministério todo especial nessa área e é interessante observar que nenhum deles tem um Método infalível, cada um usa métodos próprios, mas o que todos eles têm em comum é a autoridade espiritual concedida por Deus, para invocar a promessa Bíblica do batismo no Espírito Santo. Porém, tem aparecido muitas pessoas que se dizem doutores no assunto, e que apesar de sua boa intenção e verdadeiro interesse em ver os demais servos do Senhor serem batizados no Espírito Santo, infelizmente não tem conhecimento algum da personalidade (PSIQUÊ) e do espírito do homem, e ao empregarem as suas técnicas, por eles consideradas infalíveis (e em muitos casos realmente são), mas que para outras pessoas que a elas se submetem são verdadeiras catástrofes espirituais.

AS FALHAS MAIS COMUNS QUE TEMOS OBSERVADO SÃO: Muitos dos chamados batizadores dizem que o batismo no Espírito

Santo é algo destinado somente a alguns crentes muito especiais - colocam tal experiência como alguma coisa tão excepcional, elevada, inatingível, dificílima de ser conquistada. Chegam a afirmar que o batismo no Espírito Santo é o ápice, o maior objetivo da vida cristã, o diploma de crente e a garantia de salvação.

Dentro de raciocínio tão absurdo, o crente simples que não se julga tão especial como os demais, sente-se desanimado logo de início e quando vai orar pedindo o batismo, já ora sabendo, de antemão, que não vai recebê-lo. Sua alma e seu espírito já estão minados pelo derrotismo.

Tais batizadores molestos deveriam ler as palavras de Pedro em At 2.39, onde vemos que o batismo não é difícil e nem é para crentes muito especiais, mas é para todos os que crêem; não é a conclusão final da salvação, mas apenas mais um dom que acompanha.

Muitos obreiros dizem que o batismo no Espírito Santo é a coisa mais fácil do mundo, basta abrir a boca e começar a falar que tudo fluirá normalmente. - São pessoas que caem num erro exatamente oposto ao anterior. Inegavelmente falar em línguas é fácil, basta abrir a boca e as

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palavras fluem normalmente (embora nem sempre), mas isso só acontece com quem já foi batizado, porém quando as pessoas estão buscando o batismo a coisa não parece tão fácil assim, e se o obreiro continuar insistindo em seu ponto de vista, poderá deixar o interessado num total estado de desorientação e derrotismo espiritual porque não consegue receber algo “tão fácil assim”.

Tais obreiros deveriam compreender que existem mais variados tipos de bloqueios mentais e espirituais que podem impedir o crente de receber o batismo. Não é difícil recebê-lo, o difícil é romper os bloqueios. Quando a pessoa está tendo dificuldades para ser batizada, o obreiro agiria melhor se lembrasse das palavras de Jesus que nos exorta a continuar buscando o batismo com insistência (Lc 11.9-13). Portanto os obreiros deveriam continuar apoiando e acompanhando em oração aquele que busca o batismo até que seus bloqueios sejam vencidos e seu espírito seja liberado.

Há aqueles que insistem em dizer que para receber o batismo o

interessado tem que esquecer de tudo, do mundo e de si mesmo - insistem que o interessado tem que desligar seu intelecto, ficar com a mente completamente vazia. É verdade que devemos procurar deixar de lado os problemas que nos rodeiam, mas é completamente errado insistir num desligamento total, pois o apóstolo Paulo nos diz que não perdemos a consciência, muito pelo contrário, o espírito do profeta (1 Co 14.32) continua consciente e com domínio de si mesmo. O ideal é o obreiro insistir com o crente para não procurar entender o que está falando (1 Co 14.14), pelo menos enquanto busca o batismo, pois quem fala em línguas pode não saber o que fala, mas tem plena consciência que está falando.

Há aqueles que insistem em dizer que o crente deve voltar a sua

mente só para Deus. Ao contrário do erro anterior, esses agora procuram forçar a mente direcionando-a para Deus, ao mesmo tempo em que procuram enchê-la de técnicas e princípios a serem observados como indispensáveis para se receber o batismo. Com isso aquele que busca acaba se embaralhando em meio a tantos conceitos a serem observados e se perde no seu próprio raciocínio, não conseguindo ligar a sua mente a Deus.

Verdadeiramente existem alguns pontos a serem observados que podem ajudar o crente a receber o batismo, porém outros pontos não são rígidos e devem ser frisados antes de se começar a orar buscando o batismo e não quando se está buscando. Além, disso o batismo se recebe

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pela Fé (Gl 3.2,5) e não pelas leis que observamos. A Fé não é irracional, muito pelo contrário, ela “também” se apóia no intelecto (Rm 12.1,2; At 17.2) e é necessário que se apresente alguns argumentos racionais a fim de se estimulá-la, e através dela o interessado receba o batismo. Mas o intelecto pode sufocar a Fé se ele tiver que ficar observando as regras, ditas indispensáveis, que o conduzem a receber o batismo.

Há aqueles que procuram criar um tremendo estado emocional ao redor dos que buscam o batismo. É verdade que quando as emoções estão livres o Espírito Santo pode ser liberado, todavia alguns obreiros dizem que os buscadores devem ficar gritando desesperadamente: “Glória, glória, glória...” ou então glória a Deus, Glória a Jesus, aleluia, louvado seja,... e outros acham que as pessoas devem chorar até molhar o chão.

Tais tipos de atitudes em geral frustram aqueles que buscam o batismo, principalmente porque as pessoas passam a dar louvor de maneira mecânica. Em segundo lugar enquanto a pessoa estiver forçando a sua mente a falar mecanicamente glória, ela não consegue se ligar verdadeiramente com Deus; e em terceiro lugar, aqueles crentes que são menos emotivos e não conseguem chorar, desesperadamente se sentirão incapazes de recebê-lo, pois acharão que Deus não os ouve pelo fato de não serem emotivos.

Aqueles que ensinam que as coisas devem ser assim, deveriam se lembrar que o batismo se recebe pela Fé (Gl 3.2,5,14) e não pelos atos exteriores que praticamos. Deveriam se lembrar também que Deus deve ser adorado em espírito (Jo 4.24) e racionalmente (Rm 12.1,2), e não mecanicamente, portanto devemos conduzir o interessado a uma genuína atitude de louvor, e então o Espírito Santo fluirá como rios de água viva (Jo 7.37-39).

Há aqueles que ensinam que o batismo no Espírito Santo deve ser

conseguido através de votos, promessas, etc. Tudo isso só serve para frustrar aqueles que buscam o batismo desse modo. Devemos nos lembrar que o batismo vem pela Fé (Gl 3.2,5) e é Dom de Deus (At 2.38), devem os interessados continuar buscando com insistência (Lc 11.5-13) até que seus bloqueios sejam quebrados e não se esqueçam que subornar ou coagir a Deus é uma forma de Bloqueio.

Há finalmente aqueles que insistem em dizer que a pessoa que ora

pedindo o batismo e não recebe, é porque está com uma das seguintes falhas:

1. Tem pecado oculto;

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2. Não tem fé verdadeira para receber; 3. Não o tem buscado com insistência. Obviamente esses motivos podem ser verdadeiros e chegam a

impedir o batismo, mas devemos evitar a tendência que temos de sempre querer vê-los presentes em todas pessoas que buscam e não recebem o Batismo. Muitas vezes a pessoa tem vida irrepreensível, tem fé e busca com afinco, mas infelizmente tem bloqueios que precisam ser rompidos. Portanto antes de sairmos por aí fazendo julgamentos precipitados, seria melhor que incentivássemos estas pessoas e orássemos com elas (Jo 7.27-39).

DOIS RECEIOS INFUNDADOS: Línguas Malígnas e Línguas da

Carne. 1. Línguas Demoníacas - Aqueles que ficam com medo das

línguas que estão recebendo serem demoníacas, devem tirar tais receios da mente e encarar a coisa da seguinte forma: Se antes ele estava louvando e glorificando a Deus em espírito e em verdade, é impossível que de repente, sem mais nem menos, ele possa ser usado como instrumento de Satanás. A Bíblia afirma que ninguém que fala pelo Espírito de Deus poderá dizer: “Anátema Jesus”, por outro lado ninguém pode dizer: “Senhor Jesus!” senão pelo Espírito Santo (1 Co 12.3).

2. Línguas da Carne - Aqueles que ficam com medo das línguas serem da carne, devem saber que toda língua vem mesmo através da carne. Muitos crentes pensam que quem fala língua é o Espírito Santo e passam anos pedindo o batismo e não recebem. Não é o Espírito Santo quem fala em línguas, ele apenas concede a “inspiração” (At 2.4), mas quem fala é o próprio crente (At 2.4; 1 Co 14.4,5,14,15,18,39). Repare os verbos e veja que é o crente que fala em línguas, e não, o Espírito Santo. Portanto não espere que o Espírito force a você a falar, mas busque o Dom e quando sentir um transbordamento em seu interior (Jo 7.37-39), apenas abra a boca e pela fé (Gl 3.2,5) receba as línguas e deixando que elas fluam naturalmente do seu espírito, através da sua alma e do seu corpo.

Não queremos dizer com isto que não existam línguas demoníacas e línguas da carne, mas podemos saber se as línguas são verdadeiras ou falsificações.

Através do Dom de Discernimento de espíritos ou pela própria experiência cristã poderemos julgar e discernir se as línguas são verdadeiras ou não.

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Quem fala as línguas poderá julgar-se para saber se fala línguas espirituais ou demoníacas ou da carne. Se a pessoa, numa atitude de adoração a Deus apenas abre a boca e elas fluem naturalmente, então as línguas são espirituais, porém se aquele que fala em línguas busca inspiração demoníaca, então as línguas são de origem malígna. E se aquele que fala em línguas repete premeditando cada palavra que vai falar, então a língua que fala é da carne.

Outra consideração aqui é quando a pessoa que fala em línguas repete sempre as mesmas palavras e frases. Se ela fala mecanicamente pode ser que seja da carne (memória), mas se tais palavras são emitidas em adoração a Deus pode ficar descansada porque as línguas certamente fluem do Espírito Santo, todavia esta pessoa deve buscar receber mais e mais novas línguas.

Lembre-se que se você não quer falar línguas você não as falará, porque o espírito do profeta está sujeito ao profeta (1 Co 14.32). Você pode impedir a ação do Espírito Santo no seu espírito.

Lembre-se também que não entendemos as línguas espirituais, a não ser que recebamos também o Dom de Interpretação de línguas (1 Co 14.13,14), mas raramente isto acontece, então fale as línguas ainda que se sinta infantil ou até mesmo ridículo. Deus deseja que tenhamos uma fé infantil para receber o seu Dom; fale em línguas e sinta a comunhão com Deus, se aproprie pela fé da promessa que também é para você. Aleluia!

AJUDA EXTERNA PARA QUEM DESEJA RECEBER O

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO. Uma vez convertido e tendo feito a confissão dos seu pecados, uma

vez que o crente busca numa atitude De louvor e adoração o batismo no Espírito Santo vem então o enchimento ou a espiritual (Ef 5.18). O observador não entendendo a obra do Espírito pensará realmente que o buscador está embriagado (At 2.13). O apóstolo Paulo usa esta comparação, porque o crente cheio de Espírito Santo, assim como um bêbado, fala e faz coisas sem saber exatamente o que está fazendo ou falando, embora saiba perfeitamente que está falando e fazendo algo. A diferença entre o bêbado e o crente cheio do Espírito Santo é que este último não perde o controle de si mesmo (1 Co 14.32), mas apenas se comporta de modo diferente porque entrou em outra dimensão espiritual.

Seria de se esperar que toda pessoa cheia do Espírito Santo começasse a falar em línguas, porém nem sempre isso acontece, porque ela pode ter diversos bloqueios. Esses atrapalham de tal modo que se a

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pessoa não tiver ajuda externa para estimular a sua fé e romper o bloqueio ela não conseguirá se apropriar do Dom de Deus.

Há basicamente três maneiras que podemos empregar para estimular a Fé daquele que busca o batismo e já está cheio faltando apenas falar em línguas.

1º) INCENTIVE-A FALAR EM LÍNGUAS

Vendo que o interessado está cheio do Espírito Santo, porém não consegue falar em línguas, algum irmão que já é batizado e está intercedendo por aquele que busca, poderá orar em línguas e sem atrapalhar o que busca poderá com autoridade divina dizer para este começar a falar em línguas. Através do dom da palavra do Conhecimento (revelação) o obreiro intercessor terá uma palavra da parte de Deus, o Espírito Santo revelará que aquele que busca já está recebendo as línguas no seu interior, porém não consegue falar, para começar a falar em línguas e este então poderá com este impulso romper os seus bloqueios e explodir em línguas.

2º) INCENTIVE-A AGIR Um segundo sinal desinibidor, é deixar a pessoa livre e até mesmo

incentivá-la a se mexer. Se ela quiser levantar os braços, bater palmas, sentar, pular ou até mesmo dançar, não impeça a pessoa de tais coisas, porque o Espírito Santo não está limitado no seu modo de operar e todas essas coisas ou formas de manifestações são bíblicas (1 Tm 2.8; Sl 47.1,5; At 2.1; 3.8; Sl 149.3; 150.4). Tais manifestações tem um efeito muito grande como desinibidores. Não se deve forçar a pessoa a agir com total controle dos seus impulsos ou, ao contrário, com total expansividade; cada pessoa tem a sua própria personalidade. Devemos deixar estas pessoas livres para agir com liberdade. (1 Co 14.6,15-17,23,32,33,40).

Realmente não incentivamos reuniões para buscar o batismo no Espírito Santo em cultos públicos (mas se o Espírito assim quiser operar, quem somos nós para dizermos que não está certo), em geral tais reuniões devem ser de caráter fechado e apropriadas para isso. Não porque vá escandalizar alguém, e sim porque os cultos públicos são de caráter essencialmente evangelístico e não avivalístico.

Aquelas pessoas que combatem tais manifestações e alegam que o culto vira uma “baderna”, deveriam se lembrar que:

a) As línguas são um sinal da presença divina. Mesmo que alguém

se escandalize e chame os crentes de bêbados (At 2.13; Ef 5.18) ou de

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loucos (1 Co 14.23), as línguas são um forte sinal da presença de Deus justamente para os incrédulos (1 Co 14.22), e em geral quem se escandaliza e combate esse tipo de Manifestações não são os incrédulos, mas, sim os crentes frios, formalistas, vazios e mais incrédulos que os próprios incrédulos (1 Co 14.21).

b) Paulo não combatia o falar em línguas, sendo ele próprio o maior falador de línguas - ao contrário do que muitos querem aceitar, Paulo incentivava o falar em línguas, e fazer tudo com ordem. O termo “ordem” aqui empregado não quer dizer necessariamente que diversos crentes não pudessem falar línguas ao mesmo tempo, mais sim que se buscassem a interpretação do que era falado, afim de que toda a igreja fosse edificada (1 Co 14.5,13,18,39).

c) Na igreja primitiva havia total liberdade para a manifestação das

línguas e demais dons espirituais (1 Co 14.26; At 4.31; 5.12-16). Eram comuns as reuniões em que diversas pessoas falavam em línguas ao mesmo tempo (At 2.1-4; 10.44-46; 19.6,7) e a própria história da igreja testifica acerca disto. Portanto não é correto basear-se em 1 Co 14 e afirmar que nos cultos da igreja apostólica somente uma ou no máximo três pessoas podiam falar línguas e que as demais deviam ficar caladas. Existem reuniões em que todas as pessoas podem falar ao mesmo tempo, visando a sua edificação própria (1 Co 14.4; Jd 20), porém se for entregue uma mensagem profética, aí sim cada um fale ao seu tempo enquanto os demais ficam calados esperando a interpretação e ao mesmo tempo julgando a profecia, ou esperando a sua vez também de profetizar em línguas.

3º) A IMPOSIÇÃO DE MÃOS COM AUTORIDADE Uma terceira maneira de ajuda externa para quem busca o batismo

no Espírito Santo é a imposição de mãos com autoridade (ministério apostólico).

As mãos são instrumentos usadas pelo Senhor para derramar as suas bênçãos, e são muitos os exemplos bíblicos (tal prática foi usada pelo Senhor Jesus: Mt 8.3,15; 9.18; Mc 6.5; 10.16; 16.18; Lc 24.50) pelos apóstolos (At 5.12; 19.11) e outros (At 19.17; Gn 48.14). Mas muito mais que isso, desde o V.T., a imposição de mãos já era um sinal de autoridade (Gn 48.14; Nm 11.17). No N.T., a prática tornou-se comum na igreja:

a) Para consagração de obreiros (1 Tm 5.22; At 6.6; 13.1-3; 9.17). b) Em relação aos dons espirituais, para conferir algum dom para

alguém (1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6).

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c) Para as curas (Mt 8.3,15; Mc 16.17,18; At 3.7) d) Para que as pessoas recebessem o batismo com a imposição de

mãos de obreiros ungidos (At 8.17; 9.17; 19.6). Não é necessário haver imposição de mãos, pois no dia de Pentecostes e em Cesaréia não se usou este recurso.

Em geral quase todos que buscam o batismo com o Espírito Santo tem alguma forma de inibição e precisam de algum sinal de desbloqueio a fim de estimular a sua fé e liberar o seu espírito para o Espírito Santo fluir através dele. Esse sinal externo tão necessário, nada mais é que a imposição de mãos com autoridade. Esse sinal tem um efeito maior quando, antes de se começar a orar, esclarecemos as pessoas que vão buscar o batismo, sobre o que é imposição de mão e que a pessoa que assim fará durante a oração tem autoridade para isso; autoridade que lhe foi delegada por Deus, por Jesus, pela igreja e pelo ministério. Aquele que imporá as mãos deve saber também da autoridade investida e ao impor as mãos deve ordenar a benção sobre a pessoa, mandando-a falar em línguas (At 19.6). Algumas pessoas gostam de impor as mãos de imediato sobre a cabeça de alguém e orar o tempo todo com as mãos impostas. A experiência nos ensina que tal procedimento não é bom porque o interessado pode ter bloqueios tão profundos e poderá demorar um pouco, ou até mesmo muito tempo, para receber o batismo, e tendo as mãos impostas sobre si por todo esse tempo, poderá se sentir mais inibido ainda ou então começará a duvidar da validade de tal prática. O ideal é incentivarmos a pessoa a ficar buscando o batismo até encher-se do Espírito Santo e, quando ela já estiver cheia, então, imponha as mãos e ordene com autoridade a benção. Nesse caso o efeito é muito maior.

Lembre-se: batismo com o Espírito Santo não é batismo nas águas e nem garantia de salvação. É uma dádiva de Deus e que O torna mais real para o crente, mas é uma dádiva que deve ser buscada por quem a deseja de fato.

O batismo com o Espírito Santo é a Promessa do Pai para todos os crentes, em todos os lugares, em todas as épocas. É evidenciado pelo falar em outras línguas, desconhecidas por quem fala, mas sujeitas a vontade de quem fala.

O crente não deve buscar o batismo com o Espírito Santo a fim de o “status” de super-homem ser atingido, ou ser considerado um homem (ou uma mulher) espiritual, mas deve buscar o batismo como uma porta introdutória para buscar os dons espirituais e entender mais sobre os diferentes canais de inspiração.

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O DOM DE VARIEDADES DE LÍNGUAS E INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

Limitar-nos-emos, primeiramente, aos dons de línguas e

interpretação de línguas na congregação pública; em seguida, passaremos a considerar o assunto de falar-se em línguas de uma forma geral.

O que é dom ministerial de variedade de línguas? O dom ministerial

de línguas é a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa língua desconhecida, e para que seja interpretada na assembléia a fim de que todos possam compreendê-la.

1 Co 12.28-30: 28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? 30 Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos?

“... a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas...” (1 Co 12.10; Veja também 1 Co 14.5).

Observem que em 1Co 12.12.10 o apóstolo Paulo fala especificamente de “dom” e em 1Co 12.28,30 ele fala especificamente de “ministério”. As línguas estão arroladas juntamente aos ministérios de apóstolo, profeta, doutores, etc.

Novamente, esta é uma “manifestação do Espírito” (1 Co 12.7), e não uma habilidade humana. Isto não têm absolutamente nada a ver com habilidades lingüísticas naturais, eloqüência em discursos, ou uma nova maneira Santificada de falar-se.

Ainda que o Espírito possa estar envolvido nestas características estão todas à parte do assunto em consideração. O dom de línguas é uma manifestação ou expressão sobrenatural do Espírito Santo; através dos órgãos vocais de uma pessoa. Ele é uma manifestação direta da esfera dos milagres.

Isto é diferente de línguas que são usadas na vida particular do crente?

Sim! A Bíblia, claramente, revela três categorias gerais quanto ao falar-se em línguas. Embora a Bíblia não seja escrita na forma de um livro de teologia sistemática, com tudo bem dividido e esquematizado, à medida que a estudamos aprendemos por observação e experiência, certas categorias claramente emergem.

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Ainda que a Bíblia, em si não nos dê resumos sistematizados, estes são descobertos através de uma síntese de todos os ensinamentos da bíblia num dado assunto. Isto é parte do “manejar-se bem” (dividir, analisar) a Palavra de Verdade (2 Tm 2.15).

Estas três categorias gerais de línguas podem ser, claramente, vistas

nas Escrituras: 1. Línguas que são faladas no momento em que recebemos ao

Espírito. (At 2.4; 10.45-47; 19.6). 2. Línguas para uma comunhão Pessoal com Deus numa maneira

contínua. (1 Co 14.1-4,15; Jd 20; Rm 8.26,27; Ef 6.18). 3. Línguas que são dadas na assembléia para uma comunicação ao

Corpo (a Igreja) e para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 12.10; 14.5; 14.21,22).

Foi a confusão destas três categorias de línguas que o Senhor

procurou corrigir na Igreja de Corinto. Aparentemente, alguns falavam em línguas demasiadamente nas reuniões, sem que interpretações fossem dadas.

Isto produzia confusão e abusos. Portanto, o Senhor, através de

Paulo, classificou-as para eles. Além disso, deveríamos entender que há três maneiras gerais em que a Bíblia usa a palavra “dom” ou “graça”.

1) O “dom” de Deus da Salvação através de Cristo (Rm 5.15-18; 2

Co 9.15), o qual incluí; 2) O “dom” do Espírito Santo (At 2.38; 8.20; 10.45) o qual incluí; 3) Os “dons” do Espírito Santo (2 Co 12.1,4,9,28; 14.1; Hb 2.4). Em nenhum lugar o batismo no Espírito é chamado de “dom de

línguas”. Ao invés, ele é o “dom do Espírito” (o qual incluí línguas). Todo crente que é cheio do Espírito deve falar em línguas, mas nem todos necessariamente têm o dom de línguas como uma manifestação espiritual no ministério do Corpo.

Paulo ensina que 99% de línguas são para um uso particular e

pessoal na oração, louvor e auto-edificação. Todavia, há aqueles a quem o Espírito move para que levantem as suas vozes em línguas na assembléia, para que sejam, em seguida, interpretadas, a fim de abençoarem ao povo.

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O dom de línguas é para a edificação da Igreja, e não do indivíduo que exercita. O falar-se em línguas como parte do Dom do Espírito Santo, deve continuar em nossas vidas privadas para uma edificação individual, e não da Igreja.

Quais são os propósitos de línguas e interpretação na assembléia? 1) Para serem um “sinal” ao incrédulo. (1 Co 14.21-22). 2) Para expressarem edificação, exortação e conforto ao crente (1

Co 14.3-5). Línguas com interpretação são equivalentes a profecias. 3) Para levantarem a congregação ao louvor e à oração (1 Co

14.13-16). Nesta passagem, Paulo encoraja ao que fala em línguas a orar pela interpretação. O contexto imediato que se segue é o orar e falar em línguas. A dedução é que a oração e o louvor no Espírito poderiam ser interpretadas e ser edificantes ao Corpo. Se uma igreja tem mais línguas e interpretações que profecias, isto é uma indicação que ela não cresceu além de um nível elementar de fé (1 Co 14.5-13), ou que há incrédulos que, regulamente a freqüentam e que necessitam deste sinal (14.21-22).

De que maneiras as línguas são um “sinal” aos incrédulos? 1) Pela evidência do sobrenatural; ao verem as pessoas falando em

línguas que elas nunca aprenderam, (At 2.6-8; 1 Co 14.21-22). 2) Pela sensação do sobrenatural; elas carregam a atmosfera com a

sensação da presença de Deus. Isto é sentido até mesmo pelos incrédulos. 3) Pelo testemunho do ouvir-se uma língua estrangeira que eles

possam conhecer, Deus lhes dá um sinal, falando com eles em suas línguas maternas (ou uma outra língua que eles aprenderam).

Este foi o grande sinal durante o Pentecostes. Eles ouviram as

pessoas falando, sobrenaturalmente, em suas próprias línguas maternas. Este sinal proporcionou a salvação de três mil judeus que foram obedientes.

Ainda que as línguas sejam um sinal, os incrédulos nem sempre as

aceitam como tal, especialmente se forem praticadas sem a ordem devida (todos falando ao mesmo tempo - 1 Co 14.23). Eles dirão: “estais loucos”. Na verdade muitos cépticos e críticos respondem desta maneira, até mesmo quando as línguas são praticadas no modo apropriado. Muitos hoje igualam as línguas a uma tagarelice incoerente que é falada num estado de

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loucura emocional ou psicológica. Isto é, exatamente, o que um grupo de pessoas orgulhosas disse no dia de Pentecoste (At 2.13). Isto é exatamente, o que Deus disse que os homens diriam.

Todos devem ter o dom de variedade de línguas? Não! 1 Co 12.28-30 mostra, claramente, que nem todos são usados

desta maneira. Ainda que todos possam dar um passo de fé, ocasionalmente, e falar em diversas línguas, não é bíblico o ensinar-se que todos devem ter qualquer um dos dons do Espírito. Esta era uma das principais ênfases de Paulo em seus ensinamentos sobre os dons e ministérios do Corpo (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-31).

Quantas mensagens em línguas e interpretações estão em ordem

numa reunião? A resposta a esta questão é dada, muito simples e brevemente, por

Paulo em 1 Co 14.27-28. Duas ou três mensagens são, geralmente, suficientes para que recebamos, com clareza o teor completo daquilo que o Senhor esteja falando.

Algumas assembléias têm, virtualmente, proibido línguas nas

assembléias, por várias razões (permitindo, somente que sejam praticadas no “salão dos fundos” depois do culto). Contudo, a Bíblia não nos ordena que as silenciemos nas atividades da assembléia, e sim, que as regulemos. Temos, na verdade, a admoestação direta: “... Não proibais falar línguas”. (1 Co 14.39-40).

O que é o dom de interpretação de línguas? O dom de interpretação é a habilidade sobrenatural e espontânea de

interpretar-se uma comunicação dada em línguas na língua que é compreendida pelas pessoas presentes. Novamente, isto não tem, absolutamente nada a ver com um conhecimento natural de línguas, mas procede diretamente, do Espírito Santo (1 Co 12.10). Observa-se que em 1 Co 14.13 diz: “ore para que possa interpretar”, e não “estude línguas”. Além disso, 1 Co 14.2 mostra que quando alguém fala em línguas, “ninguém entende”. Portanto, deve haver uma revelação sobrenatural, assim como a mensagem em línguas foi sobrenatural. A interpretação deveria ser dada como uma resposta imediata à mensagem em línguas.

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A interpretação é o mesmo que tradução? Não! Interpretar significa explicar, expor, elucidar ou expandir.

Traduzir significa converter de uma língua para outra. Na verdade, o grau de tradução em si pode variar segundo o dom de interpretação em particular. Também deveríamos lembrar que mesmo o traduzir-se de uma língua para outra, geralmente, deixa uma grande discrepância entre a extensão da mensagem e o número de palavras necessárias para dizerem a mesma coisa. Observe Dn 5.25-28 que a interpretação de “Mene, Mene, Tequel, Ufarsim” foi, aproximadamente, nove vezes maior que mensagem original.

Uma outra razão pela qual as mensagens podem ser bem mais curtas que suas interpretações é que a situação envolve, na verdade, línguas seguidas por uma profecia; ou talvez uma oração em línguas seguida por uma resposta do Senhor através de uma profecia.

Deveríamos também mencionar que uma mensagem em línguas pode ser na verdade, uma oração, adoração, como também uma exortação. Freqüentemente, alguém pronuncia em voz alta uma oração inspirada pelo Espírito a qual Deus quer que seja feita em tal momento. A interpretação então informa ao povo aquilo que foi orado e os levanta à oração em conjunto, como também aviva a sua fé. Em outras ocasiões, o Senhor pode desejar que o Seu povo O louve e O adore e Ele pode mover alguém a começar a falar em línguas. Quando há interpretação, esta levanta ao povo ao louvor e à adoração. Se uma interpretação genuína estiver acontecendo, então algumas das mensagens em línguas serão, indubitavelmente, interpretadas como orações e louvor como também exortações.

As possíveis explanações do fato de que algumas mensagens em línguas são seguidas por profecias, ao invés de interpretações são: possivelmente, a mensagem em línguas estava fora de ordem e isto inspirou outra pessoa a profetizar; alguém interrompeu e profetizou antes que uma interpretação pudesse ser dada; porque não havia nenhum intérprete presente, ou a pessoa com a interpretação não quis dá-la, então alguém com o dom de profecias moveu-se nesta área. Com relação a esta última razão possível, não é claro a alguns que há uma diferença entre o dom de profecias e o dom de interpretação. Eles, portanto, podem tentar interpretar mensagens em línguas, simplesmente porque eles profetizam. Há, contudo, uma diferença definida e esta tem que ser respeitada.

Que mensagens são interpretadas?

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Se uma interpretação é necessária ou não depende da situação e da categoria das línguas que estão sendo faladas. Nunca houve nenhuma interpretação quando as pessoas falaram em línguas ao receberem o Espírito Santo (At 2.4-6; 10.45-47; 19.6). A Bíblia também indica que, quando as línguas são usadas para a oração ou adoração pessoal, elas não são interpretadas (1 Co 14.2,14-18; Rm 8.26-27).

As únicas línguas que Paulo disse que necessitam de interpretação são as faladas na igreja com o propósito de comunicarem aos homens.

Geralmente, isto é evidente em si mesmo. Uma pessoa, durante o minguamento da adoração, ou durante a oração e espera em Deus em silêncio, distintamente levanta a sua voz por pouco tempo, falando numa língua que é desconhecida aos presentes. Esta é a categoria entre a “variedade (tipos) de línguas” que necessita ser interpretada.

Quem deve interpretar as línguas na assembléia? Basicamente, alguém que tenha recebido este dom deveria fazer a

interpretação. Pode ser outra pessoa, além daquela que esteja dando a mensagem em línguas (1 Co 14.27), ou pode ser a própria pessoa que falou a mensagem em línguas (1 Co 14.5-13). Paulo parecia indicar em 1 Co 14.27, que, em qualquer reunião está de acordo com a ordem que uma pessoa faça as interpretações. Uma versão traduz esta passagem assim: “Que o mesmo intérprete explique a palavra a todos”. Parece que esta é uma tradução fiel do propósito deste versículo no original.

Provavelmente, uma maior ênfase necessita ser colocada no dom de interpretação de línguas. Parece que esta tem sido uma área de entendimento negligenciado no passado. Na verdade, nem todos ou qualquer um deveria tentar exercitá-lo. As tentativas de interpretação por aqueles que não receberam, especificamente, este dom são, provavelmente, a causa de não haver um maior número de interpretações puras.

Além, disso é significativo que aqueles que dão mensagens em

línguas compreendam que sua responsabilidade não termina com o seu simples falar abertamente em línguas se não houver ninguém com o dom de interpretação presente. A responsabilidade, então, recai sobre eles. Eles devem interpretar suas próprias palavras; caso contrário estarão fora de ordem (1 Co 14.5,13-28). Se alguém, portanto, não está definitivamente ciente de que alguém com o dom de interpretação esteja presente, este não

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deve mover-se em línguas a não ser que esteja disposto a interpretar também, caso ninguém mais o faça.

Como saberei se devo dar uma mensagem em línguas ou fazer uma

interpretação? A sensibilidade às inspirações internas do Espírito é uma área em

que todos devemos aprender. Ela está mais na esfera subjetiva, nenhuma lista de regras pode ser produzida a fim de informar a outros como isto é feito. Certos princípios, contudo, podem ser mencionados e podem ser úteis.

Um dos princípios é que compreendamos que Jesus não julgava nem

rejeitava a Seus discípulos por cometerem erros ao tentarem fazer a Sua vontade. O terror às conseqüências de um erro pequeno e sem importância pode fazer com que uma pessoa evite o seu envolvimento permanentemente. Deus tem paciência conosco quando os nossos corações estão puros e estamos sinceramente, procurando fazer a Sua vontade. Assim também o Senhor zela por nós ao tropeçarmos ou cambalearmos enquanto aprendemos a andar nos dons espirituais.

Um outro princípio é que sua voz e inspirações internas são suaves.

É possível que não as percebamos se supormos que elas sejam impressões ou impulsos humanos. Freqüentemente, o Senhor move-Se fortemente e com grande clareza e certeza no principiante. Porém isto pode diminuir à medida em que ele aprende mais sobre a fé e a ter uma maior sensibilidade ao Espírito Santo.

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O FALAR EM LÍNGUAS E OBSERVAÇÕES GERAIS O que significa “falar em línguas”? A palavra “línguas” (At 2.3; 1 Co 12.10; 13.1) é a palavra grega

(glw=ssa) “glossa” e significa uma linguagem ou idioma. Ela não é “tagarelice incoerente”, e sim linguagens. Observe que a palavra é usada na forma plural o que mostra que um único crente é capaz de, não somente falar uma língua, mas também fala em línguas. Que o falar em línguas sempre se refere a línguas terrenas e conhecidas não pode ser presumido. Na verdade, Paulo usa a mesma palavra referindo-se a línguas angelicais (1 Co 13.1). Ele Também diz que, quando alguém fala em línguas “ninguém o entende” (1 Co 14.2).

1 Co 14.26 diz “... um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outra língua...”; cada pessoa tem uma diferente. Aplicando-se isto ao Corpo de crentes, em sua totalidade ao redor do mundo, seria muito mais que suficiente para esgotar as línguas terrenas conhecidas.

O repertório de línguas de Deus é, certamente, maior que o do homem e inclui muitas que são celestiais ou desconhecidas ao homem. Ainda que as línguas sejam idiomas verdadeiros e devam ser um “sinal aos incrédulos”, as Escrituras não indicam que, afim de que elas sejam um sinal ou que sejam faladas na assembléia, alguém que entenda o idioma que está sendo expresso no exercício deste dom deva estar presente. A única vez na Bíblia em que isto aconteceu está em Atos 2. Paulo esclarece em 1Co 14 que as línguas teriam que ser sobrenaturalmente, interpretadas a fim de que fossem compreendidas na assembléia. Seguindo-se a analogia da profecia de Isaías citada em Paulo (Is 28.10-12; 1 Co 14.21), deveríamos observar que a “língua” seria “uma outra”, ou uma língua estranha a Israel. Isto se referia ao julgamento que viria das nações inimigas. Já que eles não ouviriam a Deus falando-lhes através dos profetas, Ele viria a falar-lhes através dos exércitos estrangeiros. O “sinal” do idioma era que ele não era entendido pelo povo ele era estrangeiro e desconhecido do povo.

Quais são as razões segundo a Bíblia, de que os crentes falariam em

línguas? 1) É um sinal de que Cristo ressuscitou e de que Ele está

glorificado e sentado nos céus (At 21.32-36).

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2) É um sinal da aceitação pessoal do Seu Senhorio (At 2.4,32,39) e da nossa entrega total, até mesmo ao ponto de entregarmos o nosso membro mais rebelde: a língua (Tg 3.1,18).

3) É um sinal de que a pessoa se arrependeu e recebeu o Espírito Santo. É o sinal inicial do recebimento do Espírito Santo (At 2.4,38,39; 10.46,47; 19.6).

4) Para lidar com orgulho humano. Para entrar em contato com Deus o homem deve tornar-se como uma criança (1 Co 1.18-31; Mt 18.2-5). Isto é parte do “opróbrio” que carregamos (do ponto de vista do mundo e do nosso intelecto humano).

5) Para que Deus possa falar, sobrenaturalmente, aos homens (1 Co 12.10; 14.5; 13.22).

6) Para que os homens possam falar com Deus sobrenaturalmente (1 Co 14.2,16-18). Isto se refere à adoração (1 Co 14.15,16; At 2.11; 10.45,46).

7) Para edificarmos a nós mesmos (1 Corintos 14.4,15,16; Jd 20; Ef 6.18).

8) Para serem um sinal ao incrédulo (1 Co 14.22). 9) Para cumprirem profecias bíblicas (Is 28.11). 10) Isto é um sinal do crente (Mc 16.17; At 10.45,46; Jo 7.38,39; At

1.8). A alma e o corpo, sem o auxílio do Espírito Santo, não estão

equipados com as faculdades que possibilitam uma completa expressão do espírito humano. O espírito recém nascido comunica-se com o Senhor através da língua (linguagem) recém nascida.

A linguagem que a nossa alma conhece e os pensamentos que a nossa mente pensa colocam grandes restrições na livre expressão do nosso espírito. O nosso espírito, com o Espírito Santo nele habitando, transcende a alma e sempre requer um outro meio de expressão, além daquele que a alma proporciona. É por isto que é de grande valor que não limitemos as nossas orações e a nossa adoração ao que a mente compreende. É uma vantagem ao invés de desvantagem que não saibamos o que estamos dizendo. Isto faz com que as nossas capacidades mentais que são limitadas sejam ignoradas e nos lança na esfera ilimitada do Espírito de Deus.

O orar em línguas é uma grande chave para o crente em seu caminhar no Espírito. Este era um dos grandes segredos de Paulo (1 Co 14.18). Enquanto o nosso espírito não estiver fluindo na oração, a nossa vida de oração não está nem “a meio caminho andado”. Temos que

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aprender a nos entregar e a orar no Espírito para que tenhamos uma vida de oração eficaz e alegre.

Através de nossa perseverança em, profundamente, usarmos as línguas em nossas vidas privadas, o Espírito Santo, continuamente transmite poder e energia a todo o nosso ser. Através desta avenida, Deus pode dar-nos revelações e um estímulo às nossas mentes, permear todo o nosso sistema emocional com o Seu Espírito, além de, continuamente influenciar a nossa vontade afim de que vivamos numa obediência absoluta a Ele.

Também desta avenida, a nossa saúde física pode ser libertada e emergir do Espírito que concede vida, e que está dentro de nós, os nossos corações são reavivados e os violentos ataques de doenças e enfermidades são impedidos.

É por isto que Paulo ao colocar restrições e controles com relação a línguas na assembléia, fez exatamente o oposto referindo-se ao seu uso privado. Ele encorajou o uso copioso de línguas.

É através deste meio que podemos rejuvenescer e reanimar ao nosso homem interior por completo (Is 40.29-31).

NOTA : Um outro aspecto da nossa auto edificação através das

línguas é visto através de um exame cuidadoso de 1 Co 14.5 o qual poderia, com toda validade, ser interpretado assim: “Quisera que todos vós falásseis em línguas a fim de que possais profetizar...” (no grego, a construção destas sentenças pode expressar um propósito).

O falar em línguas, em outras palavras é, um degrau que nos conduz

à interpretação e à profecia. Este versículo não está mostrando um contraste entre duas coisas, e sim referindo-se a uma progressão. O falar e cantar em línguas são a forma mais fácil e menos complicada de aprender a profetizar.

Porque as línguas aparentemente atraem mais atenção e

argumentação que os outros dons? 1) Porque os oponentes fazem delas um ponto de discórdia. Isto

força aos que crêem em línguas a falarem sobre o assunto. Freqüentemente, temos a impressão de que os pentecostais somente falam sobre isto, porque isto é tudo que eles perguntam.

2) Porque, freqüentemente, aqueles que falam em línguas dão uma ênfase exagerada em seus ensinamentos e prática. Muitas vezes, isto tem

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sido feito numa forma carnal e defensiva, tornando-se assim numa coisa ofensiva desnecessariamente.

3) Porque elas têm sido usadas em cultos fora da ordem bíblica: sem interpretações, com um número excessivo de mensagens em línguas, etc. Onde quer que haja muita vida nova o potencial para confusões também existe. Quanto maior for o impulso espiritual, maior será o potencial para erros. Contudo, a maneira errada de trazermos a ordem é extinguirmos a vida. As correções devem ser feitas sem que sufoquemos a operação. Alguns têm a tendência de usarem extintores de incêndio maiores e mais poderosos quando não há fogo algum. Não faz sentido dar-se ênfase a controles quanto aos dons espirituais, se não houver nenhum dom em operação. Os abusos não são resolvidos pelo desuso.

4) Por causa de sua própria natureza, elas são um sinal ou manifestação sobrenatural que atrai muita atenção.

5) Porque as línguas são a possessão comum em potencial de todos os crentes, e deveriam por conseguinte, ser muito prevalecentes. É portanto provável que elas sejam um grande alvo de atenção, especialmente se forem abusadas.

6) As línguas são muitas vezes, usadas como base para as desaprovações dos escarnecedores, incrédulos ou dos indoutos em tal doutrina. Elas são um sinal que causam uma “ofensa” àqueles cujos corações não estão abertos a Deus.

7) Porque estão elas restauradas. O fato de elas terem sido negligenciadas ou ausentes no passado acentua agora, sua ampla manifestação à medida que Deus derrama o Seu Espírito, sobre toda carne.

Muitas vezes, durante o processo de restauração de uma faceta de

uma verdade que foi perdida, tal verdade recebe uma ênfase exagerada. Isto é quase que necessário para que tal verdade seja colocada de volta em seu lugar de equilíbrio adequado, assim como uma pessoa que esteja com uma grande necessidade de uma certa vitamina, geralmente deve tomar grandes doses da mesma num certo período, para que o seu sistema adquira o equilíbrio apropriado.

É o Espírito Santo que fala ou sou eu? De certa maneira, são ambos, mas é de grande ajuda ao nosso

entendimento que compreendamos que temos que falar. Usamos os nossos próprios órgãos vocais por um ato de nossas próprias vontades, cooperando com o Espírito Santo que nos está movendo.

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At 2.24. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar”. Observe que “eles” é que falaram.

1Co 14.15. “Orarei... com o Espírito”... “Cantarei... com o

Espírito”. Não é exatamente correto que digamos que o Espírito Santo fala em

línguas. Ele nos estimula e nós falamos em língua. Contudo, numa forma geral é apropriado que digamos que o Espírito está falando através de nós. Este princípio é ilustrado nestas duas referências:

At 13.2 “... disse o Espírito Santo...” (provavelmente através de um

dos profetas presentes). 1 Tm 4.1 “O Espírito afirma expressamente...” (contudo foi através

de Paulo que a mensagem veio na verdade). O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e

cooperar sem esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.

É apropriado que os crentes orem ou adorem em línguas juntos ao

mesmo tempo? As instruções de Paulo no 1 Co 14 nos dão a ordem para a maioria

das nossas assembléias gerais. Se, contudo, uma reunião de crentes for feita com único propósito de oração em conjunto, isto apresentará um quadro um pouco diferente. Se a reunião for definitivamente, uma reunião só de crentes, haverá talvez, uma liberdade maior do que aquela em que incrédulos estiverem presentes. É a nossa convicção, que numa reunião como esta, onde a única ênfase está em comunicarmo-nos com Deus e não um com os outros, que a oração e o louvor em línguas em conjunto estão de acordo com a ordem.

Há na verdade um grande poder a bênção nisto. Sabemos que a Igreja primitiva orava em conjunto (todos ao mesmo

tempo) (Lc 24.52,53; At 4.24-31; 12.12; 21.5) e que, em várias ocasiões, todos eles falavam em línguas em conjunto (At 2.1-4; 10.45,46; 19.6).

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Há ocasiões em que Deus dirige Seu povo a cantar ou a falar simultaneamente no Espírito. Isto tem acontecido, como ondas através da história, como também nos próprios dias em que vivemos. Muitas vezes, durante reavivamentos, isto, simplesmente, surge soberanamente quando Deus se move sobre um grupo de pessoas. O ponto principal é que tal louvor e adoração não deveriam produzir confusão ou desarmonia, mas deveriam ser feitos em unidade e com o único propósito de adorar a Deus ou orar. O ponto principal é, essencialmente: “com quem temos o propósito de comunicarmos, com Deus ou com o homem?”.

O propósito desta lista é o de demonstrar que Paulo, não somente

falou negativamente sobre línguas em 1 Co 14, mas também positivamente, e de mostrar claramente que, quando havia restrições com relação a línguas, ele se referia ao seu uso na congregação pública e não na vida privada. Na verdade, temos a impressão de que ele remove qualquer controle ou censura no uso de línguas em nossas vidas privadas (1 Co 14.18,28).

A questão toda é que para comunicarmo-nos com os homens temos

que fazê-lo inteligivelmente e de maneira ordenada. Isto é uma demonstração de amor, o qual busca a edificação dos outros, ao invés de satisfazermos aos nossos próprios desejos ou necessidades (Ver em 1 Co 14.4,5,12,17,26).

O orar em Línguas e o Subconsciente 8 O subconsciente ou inconsciente é a área da alma onde cada

experiência que a pessoa teve é armazenada em bancos de memória como as dos computadores. Tudo o que vimos, pensamos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até o presente está ali.

Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado” no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos, motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”.

A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes maior, é o subconsciente.

Não há dúvida a respeito da existência da mente inconsciente, mas as opiniões diferem quanto ao seu papel. Alguns acham que Deus entra na

8 BENTES, A. Carlos G. Apostila de Antropologia, p. 45,46.

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alma passando pelo inconsciente. Outros dizem que o inconsciente é o espírito.

Não acreditamos ser esta a maneira correta de ver o inconsciente. Deus não entra na personalidade por meio das profundezas do inconsciente, mas de uma direção totalmente diversa. O espírito não é a mente inconsciente.

O inconsciente faz parte da alma. O espírito é uma área completamente diversa, e é através do espírito que Deus chega a nós.

Diz o Dr. Thomas A. Harris a respeito da mente consciente e subconsciente: “As provas parecem indicar que tudo que esteve em nossa consciência é gerado com detalhes e armazenado no cérebro e pode ser reproduzido no presente”. Muitas respostas do passado são reproduzidas no presente se alguém nos toca uma ferida psicológica.

A mente subconsciente tem muitas recordações doloridas, “Longe dos olhos, longe do coração” não é válido aqui. O que é bloqueado de nossa memória consciente ainda influencia e dá colorido ao nosso pensar e ações a menos que seja curado.

Se uma ferida emocional é profunda demais, a pessoa não pode simplesmente usar a inteligência e a força de vontade para resolver o problema. Os problemas do subconsciente são involuntários.

O subconsciente motiva nossas ações como a propaganda subliminar pode, sem que o percebemos, afetar o tipo de coisas que compramos.

As pessoas freqüentemente perguntam: “O falar em línguas vem do

subconsciente?” Não, não vem. Se viesse, teríamos uma jaula cheia de problemas todas as vezes que falássemos em línguas, porque o subconsciente é um balaio de confusão. O espírito recriado, onde Deus habita, é santo, logo, quando a pessoa ora nesse nível mais profundo é edificada no espírito (1 Co 14.4). Se viesse da parte subconsciente da alma a pessoa seria edificada em um instante e no outro ficaria deprimida.

O falar em línguas não exige dados mentais, quer conscientes quer inconscientes, mas procede diretamente do Espírito para o espírito do crente. Pode ser um processo de cura para o inconsciente expressar-se, à medida que o Espírito Santo concede essa capacidade, o que de outra forma, seriam necessidades inalcançáveis e inexprimíveis encontradas no inconsciente.

O orar em línguas é um instrumento valioso na cura da alma. Todavia, embora você tenha a habilidade de Deus de falar em línguas,

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pode ser que ainda precise de um pouco mais de ajuda com oração específica e que cura a alma.

A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus

para que a sua vida (zōē-zwhzwhzwhzwh/) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).

O Espírito é a fonte de motivação; contudo, temos que obedecer e cooperar sem esperarmos que Ele nos avassale e nos sobrepuje. Fazemos isto, estando totalmente conscientes e com uma posse voluntária dos nossos sentidos.

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OS TRÊS TIPOS DE UNÇÃO

2 Co 1.21: “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos ungiu, é Deus”.

1 Jo 2.20, 27: “Ora, vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes conhecimento”. “E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei”.

Antigamente, no Oriente Próximo, o costume de ungir pessoas ou objetos com óleo simples ou perfumado era generalizado e tinha propósito medicinais, cosméticos e de conservação. O azeite, em especial, era freqüentemente aplicado depois do banho (Rt 3.3; Ez 16.9), nos feridos (Is 1.6; Mc 6.13; Lc 10.34; Tg 3.14), nos cadáveres (Mc 16.1; Lc 23.56; Jo 19.39), nos cativos libertos (2 Cr 28.15) e até mesmo nos escudos (2 Sm 1.21; Is 21.5). Óleos especialmente preparados também eram usados para ungir a cabeça (Sl 23.5; Mt 26.7; Lc 7.46) e os pés (Lc 7.28, 46; Jo 12.3). Profetas foram ungidos (I Re 19.16), sacerdotes (Ex 29.1-7; 30.22-33; 40.1) e reis (1 Sm 16.1-13; 2 Sm 2.4; 5.3). A unção do Espírito Santo tem a ver com a entrada deste no nosso espírito, tem a ver com selo (Ef 1.13, 14).

Desejo compartilhar com vocês sobre os três tipos de unções: I. A UNÇÃO DO LEPROSO (Lv 14.1-18; Lc 10.25-37; 1 Sm 10.6). A lepra é um tipo do pecado. Os leprosos viviam separados de suas famílias e do povo de Israel. Os pecadores estão separados de seus irmãos em Cristo e também separados de Deus. Quando os leprosos eram curados iam ao sacerdote eram ungidos e declarados limpos. Esta unção poderia ser chamada de “A UNÇÃO DO NOVO NASCIMENTO”. “Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos UNGIU, é Deus” (2 Co 1.21). Éramos como o homem assaltado, espancado, largado à beira da estrada, mas o Bom Samaritano - Cristo (o ungido), sarou nossas feridas deitando nelas vinho (que simboliza o seu sangue), e azeite (que simboliza o seu Espírito Santo). Ele nos ungiu com o seu doce Espírito, “Pois em um só Espírito fomos todos batizados em um só corpo,...” (1 Co 12.13). Somos o seu povo, seus filhos.

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1) A unção da alegria (Hb 1.9; Lc 1.5-15, 41-44; Gl 5.22; Ne 8.10). Temos dentro de nós uma alegria inefável dada pelo Espírito que habita em nós.

2) A unção do conhecimento interior (1 Co 2.9-16; 1 Jo 2.20, 27; Ex 31.1-11; 35.30-35; Dn 1.17). Os gnósticos dos tempos de João achavam que somente uma classe especial poderia ter acesso ao conhecimento supremo de Deus. Eles costumavam ungir com óleo, o que supostamente, iniciava os seus discípulos em verdades superiores.

Há somente uma “unção verdadeira”, aquela que vem do Espírito.

“... Não tendes necessidade de alguém vos ensine...”. Isto não quer dizer que os crentes não precisam de qualquer mestre humano, por terem um mestre celestial. Esta declaração significa que aqueles crentes não tinham qualquer necessidade de mestres como os gnósticos, que traziam confusão e degradavam a Cristo. Os gnósticos ofereciam uma suposta “compreensão mais profunda” da verdade. Desse tipo de mestre é que os crentes não precisam, pois o Grande Mestre que nos habilita no íntimo (no nosso espírito), o Espírito Santo, já nos deu a mensagem da verdade e continuará a aclará-la em nossos espíritos. “... sua unção vos ensina...” Aqueles crentes já tinham dado a acolhida à verdade, todavia, isso não significa a eliminação da necessidade da pesquisa, ou que já possuímos toda a verdade. Longe disso. Nossa Verdade é apenas parcial, e nosso entendimento também é parcial. Contudo, possuímos a verdade básica sobre a pessoa e a natureza salvadora de Cristo; e essa verdade é confirmada pelo testemunho íntimo do Espírito Santo. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Co 2.9,10).

3) A unção produz o fruto do Espírito Santo (Gl 5.16-25; Rm 8.4-13). Este fruto inclui:

1º ) Amor (gr. ÁGAPE) - é o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1 Co 13, Ef 5.2; Cl 3.14).

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2º ) Alegria (gr. chara). É a alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus (Sl 119.16; 2 Co 6.10; 12.9; 1 Pe 1.8).

3º ) Paz (gr. eirene). É a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai Celestial (Rm 15.33; Fp 9.7; 1 Ts 5.23; Hb 13.20).

4º ) Longanimidade (gr. makrothumia). É a perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para desespero (Ef 4.2; 2 Tm 3.10; Hb 12.1).

5º ) Benignidade (gr. chrestotes). É não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1 Pe 2.3).

6º ) Bondade (gr. agathosune). É zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc. 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 12.12.13).

7º ) Fé (gr. pistis). É lealdade constante e inviolável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1 Tm 6.12; 2 Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).

8º ) Mansidão (gr. prautes). É moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se, quando for preciso (2 Tm 2.5; 1 Pe 3.15) Mt 11.29; Mc 3.5; 2 Co 10.1; 10.4-6; Gl 1.9; Nm 12.3; Ex 32.19,20.

9º ) Temperança (gr. egkrateia). É o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade dos votos conjugais; também a pureza (1 Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

4) A unção, quebra o julgo (Is 10.27) do pecado, das obras do carne, e nos faz produzir o Fruto do Espírito.

II. A UNÇÃO DO SACERDOTAL (Ex 29.1-7; 30.22-33; 40.1; 2 Co

1.21; 1 Pe 2.5,9; Ap 1.5,6; 2.26,27; 5.10; 20.6; 22.5). É a unção que vem com o Batismo no Espírito Santo. Ela torna os sacerdotes sacrossantos. O Sumo-Sacerdote recebia a unção (Ex 29.7) e, mais tarde, os demais sacerdotes (Ex 40.15). Esta unção acontecia durante a consagração dos sacerdotes, que durava 7 dias, depois da preparação do sacrifício (Ex 29.1-3), da purificação ritual (Ex 29.4) e do vestir das roupas sacerdotais (Ex 29.5,6) na entrada do santuário (Ex 29.7; 28.41; 29.29; 40.13; Lv 4.5).

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A unção separava os sacerdotes da esfera dos impuros. Jesus após ser ungido (Lc 3.21, 22; 4.14-19) passou a realizar os milagres. Esta unção nos leva ao patamar dos sinais e maravilhas, ao sucesso de ganhar almas. 1) Esta unção manifesta a presença do Espírito Santo: (1 Sm 16.12-

23; 2 Rs 3.12-16). 2) Ela produz profunda comunhão com o Espírito Santo (Rm 8.14-

16). 3) Ela produz um maior companheirismo como Espírito e com os

irmãos (At 10.38; Sl 133). III. A UNÇÃO REAL (1 Sm 16.1-13; 2 Sm 2.4; 5.3). A unção dava aos reis de Israel o direito de reger. Isto era feito usando um chifre que era guardado no templo (1 Rs 1.39; 1 Sm 10.1; 16.1, 13). O óleo era derramado sobre a cabeça do rei (2 Rs 9.3, 6) o qual recebia o poder do Espírito (1 Sm 16.13). A unção significava a transmissão de KABOD, a dádiva da autoridade, força e honra (Sl 45.7). Através da unção, o rei se tornava portador de autoridade especial. A unção da parte de IAHWEH às vezes é vinculado com o Dom do Espírito e da proteção especial de Deus (1 Sm 16.13; 24.6-11; 26.9-23; 2 Sm 1.14). O ungido ficava em contato direto com Deus, e era considerado inviolável. Jesus Cristo foi ungido pelo Pai com o Espírito Santo (Lc 3.21, 22; 4.18; At 4.27; 10.38) Rei e Sacerdote (Hb 1.9). A outorga oficial da posição do filho, rei sumo-sacerdote significa conforme consta em Fp 2.9, um aumento de autoridade. É a unção que Dá aos cristãos, o poder entender os mistérios divinos (1 Jo 2.20, 27). Através da unção, receberam o Espírito que traz à mente aquilo que Jesus disse (Jo 14.26; 15.26; 16.13, 14). A unção pelo Espírito é o poder que opera no crente. O crente recebe uma participação na unção messiânica que Jesus recebeu. Jesus, o ungido, assoprava o Espírito (Jo 20.22). Hoje os ungidos assopram e Deus cura, dá poder, batiza no Espírito Santo etc... 1) A UNÇÃO REAL É DUPLA (At 10.38). É a unção com o Espírito e

com Poder. 2) É UNÇÃO PARA FAZER O BEM E CURAR OS OPRIMIDOS

(At 10.38; Lc 4.14-18). 3) É UNÇÃO PARA EVANGELIZAR, LIBERTAR E

RESTAURAR: Lc 3.21, 22; 4.14-19. Não fique em Gilgal, Betel e Jericó, vá até o Jordão, peça a unção dobrada (2 Rs 2.1-15). Com a unção dobrada Eliseu:

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1. Multiplicou o azeite da viúva: 1 Rs 4.1-7 2. Abriu a madre da Sunamita: 2 R 4.16, 17 3. Ressuscitou o filho da Sunamita: 2 Rs 4.25-36 4. Tirou a morte da panela: 2 Rs 4.38-41 5. Multiplicou os pães: 2 Rs 4.42-44 6. Curou Naamã: 2 Rs 5. 7. Fez flutuar o ferro do machado: 2 S 6.1-7 8. Revelou os conselhos do rei assírio: 2 Rs 6.8-12 9. Depois de morto ainda ressuscitou um soldado falecido: 2 Rs

13.20, 21. Você tem a unção do Santo, use-a.

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O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

O Batismo no Espírito Santo, as manifestações, os ministérios e as operações do Espírito Santo não terão nenhum valor se não estiverem alicerçadas no amor. Interessante notarmos que entre o capítulo 12 e o 14 de 1 Coríntios temos o capítulo 13 que nos fala da suprema Excelência do Amor. As qualidades cristãs que são observadas nos crentes estão relacionadas na Palavra de Deus como Fruto do Espírito. Quando o Espírito Santo controla nossas vidas Ele produz em nós esta espécie de fruto: Amor, Alegria, Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade, Fidelidade (fé), Mansidão e Domínio Próprio. Tecnicamente este texto, no original grego significa que há um único Fruto que é o Amor. Este amor, contudo é manifestado em nossas atitudes e ações como alegria, paz, paciência, gentileza, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23 Bíblia Viva). Literalmente o texto poderia ser traduzido: “Quando o Espírito Santo controla as nossas vidas Ele produz este tipo de fruto: Amor, alegria amorosa, paz amorosa, paciência amorosa, gentileza amorosa, bondade amorosa, fidelidade amorosa, mansidão amorosa e autocontrole amoroso”. Os dons não denotam santidade, só se conhece uma vida santa pelos frutos: O fruto é o Amor e:

A alegria é força do Amor; A Paz é a segurança do Amor; A paciência é a persistência do Amor; A gentileza é a conduta do Amor; A Bondade é o caráter do Amor; A fidelidade é a confiança do Amor; A mansidão é a humildade do Amor; O Domínio próprio é a vitória do Amor. Muitos crentes vivem vidas retas, moral e eticamente boas. Mas

somente Cristo em nós, o Espírito Santo habitando no nosso espírito humano, pode capacitar-nos a viver de modo sobrenatural e a produzirmos fruto espiritual.

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Lembremo-nos que o fruto não é nosso, mas do Espírito Santo. Devemos apenas nos entregar a Ele, e Ele mesmo em Nós dará muitos frutos (Jo 15). Amém.

Dez mandamentos para o Cristão Carismático (de David Wilkerson)

1. Não haja como se fosse mais santo que outros. 2. Não espere que o Espírito Santo faça a tarefa que você deve fazer. 3. Pare de defender o Espírito Santo. Ele sabe como cuidar de si mesmo. 4. Nunca demonstre seu dom espiritual para satisfazer aos curiosos, e nunca o manifeste por exibicionismo. 5. Não interrompa o exercício de seu dom em prejuízo daquele que lhe deu. 6. Use os dons do Espírito para buscar o fruto do Espírito. 7. Se você fala línguas estranhas, viva uma vida vitoriosa. 8. Não se glorie de que você fala em línguas, mas de seu nome estar escrito nos céus. 9. Você recebeu poder do alto, para amar os perdidos. Procure realizar isto.

10. Não atire aos porcos as pérolas de sua experiência, para que eles não se voltem contra você e o despedacem. Reparta-os com aqueles que as buscam com sinceridade.

CONCLUSÃO ACERCA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO Recebemos, do Senhor, a promessa do Batismo no Espírito Santo e Ele a

cumpriu, inicialmente, por ocasião do Pentecostes e a tem confirmado ao longo da história da igreja. Essa promessa está disponível a todos quantos, nos dias atuais, querem ser testemunhas eficazes do evangelho de Cristo. Para recebê-la, devemos tão somente buscá-la, dando-lhe o devido valor, certos de que o Senhor se compraz em o conceder a tantos quantos o desejam (Lc 11.13).

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O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA LOCAL

A igreja Universal é somatória das Igrejas locais. O Espírito Santo habita na Igreja Universal e também na assembléia local (1 Co 3.16; Ef 2.18-22; Hb 3.6; 1 Pe 2.5). 1. ELE CONGREGA OS SANTOS (1 Co 12.13,27). Esta integração e coesão vinculam todos os crentes num sentido que as organizações e clubes seculares não conseguem imitar. A igreja não é uma simples organização, é um organismo. Desde a Encarnação e o nascimento virginal de Jesus Cristo, Ele tem tido um corpo. Quando Jesus Cristo se tornou homem, assumiu um corpo de carne e sangue. Ele foi feito à semelhança dos homens (Fp 2.7). Aquele corpo fora preparado pelo Espírito Santo (Lc 1.34,35; Hb 1.5; 10.5). Ele era completo com todas as minúcias de um corpo humano. Ele era um corpo composto de muitos membros. Através daquele corpo Jesus ministrou na Terra. Ele usou aquele corpo quando estendeu a mão para curar. Quando Jesus ascendeu às alturas, concedeu o Espírito para guiar o novo corpo, a Igreja. Cristo agora opera nesse corpo espiritual e através dele, sendo Ele mesmo a cabeça. 2. O ESPÍRITO SANTO ESCOLHE OBREIROS E OPERA POR MEIO DELES (At 13.1-4; 1 Co 12.28; Ef 4.8,11,12). Como no caso da Igreja Universal, assim também até certo ponto nas assembléias locais deve aparecer o ministério de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Devem ocorrer curas, línguas e reuniões de negócios guiados pelo Espírito Santo. Todas estas funções devem realizar-se no poder e com os dons do Espírito. 3. A ADORAÇÃO NA IGREJA LOCAL (1 Co 14.23-31; Ef 5.18,19; Cl 3.15,16) Paulo exorta-nos como cristãos para apresentarmos os nossos corpos como sacrifício vivo para Deus (Rm 12.1). Ele nos recomenda que submetamos os nossos membros a Deus como instrumentos de justiça (Rm 6.13). Deus quer usar os nossos membros para glorificá-lo. Ele nos concedeu expressões de louvor e adoração que abrangem todo o nosso ser. Quando nos entregamos inteiramente a adoração para Deus precisamos lembrar que Deus quer que adoremos em Espírito e em

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Verdade. Ele quer que entreguemos todo o nosso espírito a Ele (Sl 111.1: “Aleluia! Darei graças ao Senhor de todo o coração na reunião da congregação dos justos”; Sl 138.1,2: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o coração; diante dos deuses cantarei louvores a ti. 2 Voltado para o teu santo templo eu me prostrarei e renderei graças ao teu nome, por causa do teu amor e da tua fidelidade; pois exaltaste acima de todas as coisas o teu nome e a tua palavra”). Deus não está apenas interessado em que todas as nossas energias sejam dirigidas na direção de adoração a Ele, mas quer que o adoremos em Verdade (Jo 17.17). Quando adoramos baseados na Palavra, conhecemos a Verdade que é capaz de nos libertar (Jo 8.32). Ele nos libertará de todas as tradições que nos impedem de entrar em sua adoração verdadeiramente bíblica. Jesus disse que são as tradições dos homens que cancelam os benefícios da Palavra de Deus (Mc 7.7,8: “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens”). Deus prescreve pelo menos nove maneiras de adoração nas escrituras, que abrangem a totalidade de nosso ser. Três maneiras incluem o nossa voz, três as nossas mãos e três maneiras incluem o nosso corpo. a) Boca - Deus deseja que louvemos com os nossos lábios (Sl 42.4: Pois eu costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, Sl 66.8: “Bendigam o nosso Deus, ó povos, façam ressoar o som do seu louvor”). Gritos de louvor a Deus podem tomar parte ao culto cristão, conforme os padrões bíblicos (Sl 47.1: Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com gritos alegres - BJ; Sl 98.4: Aclamai a Iahweh, terra inteira, daí gritos de alegria! - BJ). Na ocasião da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, toda a multidão dos discípulos passou a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto... Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre repreende os teus discípulos. Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão (Lc 19.37-40). Seremos fariseus ou seremos aqueles que adoram ao seu Deus em alta voz? (Esdras 3.12,13: 12: “Mas muitos dos sacerdotes, dos levitas e dos chefes das famílias mais velhos, que tinham visto o antigo templo, choraram em alta voz quando viram o lançamento dos alicerces desse templo; muitos, porém, gritavam de alegria. Não era possível distinguir entre o som dos gritos de alegria e o som do choro,

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pois o povo fazia enorme barulho. E o som foi ouvido a grande distância” - NVI ). Devemos também adorar a Deus pregando o Evangelho. Deus deseja que emitamos palavras positivas inspiradoras e de fé. Quando isto acontece estamos louvando a Deus (Veja Sl 40.3; 51.15; 63.5; 71.8,15; 89.1; 145.21; 149.6; 109.30; Rm 15.6). b) Cânticos - A Bíblia ensina que devemos nos aproximar da presença de Deus com cânticos (Sl 100.4: Entrem por suas portas com ações de graças, e em seus átrios, com louvor; dêem-lhe graças e bendigam o seu nome”). Já foi dito que você pode dizer qual é a situação de uma nação ou mesmo de uma pessoa, pelos cânticos que são entoados. O cântico é uma elevada expressão do “Homem Inferior“. A perda do cântico é um sinal de um povo sob julgamentos (Is 16.9,10: 9 “Por isso eu choro, como Jazar chora, por causa das videiras de Sibma. Hesbom, Eleale, com minhas lágrimas eu as encharco! Pois não se ouvem mais os gritos de alegria por seus frutos e por suas colheitas. 10 Foram-se a alegria e a exultação dos pomares; ninguém canta nem grita nas vinhas; ninguém pisa as uvas nos lagares, pois fiz cessar os gritos de alegria” NVI ). Os que haviam levado os filhos de Israel cativos para Babilônia, lhes pediam para cantar os cânticos de Sião, mas eles não tinham cânticos para cantar em terra estranha. Quando eles foram libertados do cativeiro Babilônico, imediatamente tomaram as suas harpas que estavam dependuradas nos salgueiros e começaram a cantar um novo cântico a Deus (Sl 137.1-4; 126.1,2). Este é o dia em que Deus está revertendo cativeiros. Não é para admirar que sejam dias de cânticos alegres. Cada visitação do Espírito produziu uma riqueza de novos cânticos, vozes de júbilo e alegria. Hoje em dia a mesma coisa está acontecendo. O povo de Deus está começando a fazer um alegre ruído ao Senhor, cantarão novos cânticos ao Senhor (Jr 33.11). Na área dos cânticos há três níveis que devem ser experimentados pela igreja: (1) Salmos - que foram entregues a igreja primitiva; (2) Hinos - que eram composições ungidas e que até hoje continuam sendo compositados; (3) e cânticos espirituais (Ef 5.18,19: 18 Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, 19 falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor; Cl 3.16: Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com

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gratidão a Deus em seu coração; 1 Co 14.15: então, que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento). Este último é o verdadeiro cântico espiritual, o transbordar da vida do Espírito Santo nos crentes. Este cântico se oferece ao Senhor, não aos ouvintes. É maravilhoso este louvor; todo crente cheio do E. Santo deve se dar ao louvor, e todos devem submeter-se uns aos outros no temor de Deus, falando entre si com salmos, entoando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais (Ef 5.18,19). Tal é a ênfase bíblica nos cânticos congregacionais inspirados pelo E. Santo. Não deixemos que a chamada música especial das nossas assembléias se degenere numa manifestação carnal de talento humano ou num tipo de entretenimento ou espetáculo. c) Clamor - É fácil ter-se a impressão de que a adoração no Tabernáculo de Davi por vezes era um tanto ruidosa. Com os cantores, com todas as suas forças, cantando ao Senhor, e os músicos tocando, também com todas as sua forças, devia parecer uma perturbação para os que não amavam o Senhor. Além de tudo isto ainda havia clamores. Se alguém grita num jogo de futebol ninguém fica perturbado; de fato espera-se isto, mas algumas pessoas pensam ser estranho que haja gritos de louvor na igreja (Vejam estes textos no original): Sl 5.11 - Mas todos os que se refulgiam em ti se alegrarão; por tempo indefinido gritarão de júbilo. (Tradução do Novo Mundo) TNM Sl 32.11 - Alegrai-vos em Iahweh, ó justos e exultai, dai gritos de alegria todos os retos de coração. (Bíblia de Jerusalém) BJ Sl 33.1 - Gritai de júbilo , ó justos, por causa de Jeová. (TNM)

Sl 35.27 - Gritem de júbilo e alegrem-se os que se agradam da minha justiça. (TNM)

Sl 132.9 - vistam-se os teus próprios sacerdotes com Justiça e

gritem de júbilo os teus que te são leais. (TNM) Sl 12.6 - Erguei alegres gritos, exultai, ó habitantes de Sião,

porque grande é o santo de Israel no meio de ti. (BJ) d) Palmas - O Senhor deseja que batamos palmas como sinal de alegria (Sl 47.1: Povos todos, batei palmas, aclamai a Deus com gritos alegres - BJ). O Costume do mundo de bater palmas como sinal de aplausos é na realidade imitação de uma prática santa. Oradores e cantores nunca deveriam ser aplaudidos na casa de Deus, e nem o povo de Deus

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aplaudi-los em qualquer outro lugar, pois tal prática é honrar a carne e não tem cabimento na adoração de Deus (Jo 5.44; 1 Co 10.22). A casa de Deus é o lugar de honrar e adorar a Deus, e somente Ele. e) Mãos levantadas - Uma reação natural de um coração grato é levantar as mãos diante do Senhor (Lm 3.41: Levantemos o coração e as mãos para Deus, que está nos céus). Às vezes ocorrem demonstrações e manifestações entre os crentes cheios do E. Santo, os quais estão em nítido contraste com o ambiente grave e silencioso de muitas Igrejas em nossos dias. À medida que os santos em oração ou em louvor erguem as mãos dirigem-nas para Deus. Temos uma demonstração que se considera fora do comum. Isto é porque a maioria dos crentes nunca atentou para os seguintes textos: 1Tm 2.8: Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões; Sl 134.2: Levantem as mãos na direção do santuário e bendigam o Senhor!; Sl 141.2: Seja a minha oração como incenso diante de ti, e o levantar das minhas mãos, como a oferta da tarde. É interessante que mãos levantadas são também sinal de um juramento ou aliança com Deus (Gn 14.22). Somos um povo que está ligado a Deus mediante a aliança, e é grato ao Senhor por sua benignidade para conosco (Sl 63.3-5). Portanto, levantaremos ao Senhor mãos santas sem iras nem contenda (1Tm 2.8; Sl 28.2; 88.9; 119.48; 143.6; Hb 12.12). Mãos levantadas poderão nos dar vitória sobre o inimigo (Êx 17.8-16).

A Vitória sobre os Amalequitas (Êx 17.8-16): 8 Sucedeu que os amalequitas vieram atacar os israelitas em Refidim. 9 Então Moisés disse a Josué: “Escolha alguns dos nossos homens e lute contra os amalequitas. Amanhã tomarei posição no alto da colina, com a vara de Deus em minhas mãos”. 10 Josué foi então lutar contra os amalequitas, conforme Moisés tinha ordenado. Moisés, Arão e Hur, porém, subiram ao alto da colina. 11 Enquanto Moisés mantinha as mãos erguidas, os israelitas venciam; quando, porém, as abaixava, os amalequitas venciam. 12 Quando as mãos de Moisés já estavam cansadas, eles pegaram uma pedra e a colocaram debaixo dele, para que nela se assentasse. Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés, um de cada lado, de modo que as mãos permaneceram firmes até o pôr-do-sol. 13 E Josué derrotou o exército amalequita ao fio da espada. 14 Depois o SENHOR disse a Moisés: “Escreva isto num rolo, como memorial, e declare a Josué que farei que os amalequitas sejam esquecidos para sempre debaixo do céu”. 15 Moisés construiu um altar e chamou-lhe “o SENHOR é minha bandeira”. 16 E

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jurou: “Pelo trono do SENHOR! O SENHOR fará guerra contra os amalequitas de geração em geração”. f) Instrumentos - Muitas pessoas censuram o uso de instrumentos musicais achando que tal coisa não é sustentado pela autoridade do N.T. O apóstolo Paulo exorta os crentes a usarem “Salmo” (Ef 5.18,19; Cl 3,16). A definição da palavra salmos é: “cânticos de louvor acompanhado pela harpa ou outro instrumento musical”. Na própria definição desta palavra exorta-nos a usarmos instrumentos musicais (Is 38.20; Sl 150.1-6; 1 Cr 25.1-3). g) Levantar-se - Há lugar para o ato de ficar em pé diante do Senhor em adoração a Ele (Sl 134.1 - Bendizei a Jeová, todos vós servos de Jeová os que estais em pé na casa de Jeová durante as noites). Ao levantarmos na sua presença estamos dando-lhe glória reverência e admiração . Na vida militar quando um superior entra numa sala todos os subordinados se levantam. Nós estamos na presença do Senhor dos Exércitos e é o correto nos levantarmos perante Ele (Sl 135.2,3) “louvai ao Senhor! Louvai o nome de Iahweh, oferecei louvor ó servos de Iahweh, vós que estais de pé na casa de Iahweh, nos pátios da casa de nosso Deus”. h) Encurvar-se ou Ajoelhar-se: Quando Salomão apresentou-se figuradamente como sacrifício vivo na presença do povo ajoelhou-se estendeu as mão para o céu, e clamou a Deus (2 Cr 6.13,14). Ajoelhar-se ou curvar-se é um gesto de humildade de nossa parte (Sl 95.6). i) A dança - também tem sua função santa como expressão de gozo no Senhor (Sl 150.4). Davi dançou com todas as suas forças diante do Senhor (2 Sm 6.14). Mical, sua esposa, viu-o dançar e desprezou no seu coração; quando ele voltou para casa ela o ridicularizou. Davi respondeu-lhe: “Perante o Senhor me tenho alegrado” (2 Sm 6.22). Deus aceitou o louvor de Davi e castigou Mical por sua atitude (2 Sm 6.23). Aprendamos bem esta lição que o Senhor quer nos ensinar! Quando se fala de dançar (Sl 149.3; 150.4) levanta-se um cartão vermelho. Algumas vezes nos acostumamos tanto a ver como o diabo tem pervertido determinada coisa que perdemos a vontade de ver a expressão daquela mesma coisa. Quando pensamos na dança, automaticamente pensamos na expressão carnal de dançar como é encontrada no mundo. A bíblia declara enfaticamente que devemos louvar o Senhor com danças.

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Convém observar que a frase “Dançar no Espírito” não pode ser encontrada na Palavra de Deus. Esta frase foi formada por pessoas que não entendem plenamente a mensagem do louvor e do sacrifício de louvor. Os atos de levantar as mãos, bater palmas, cantar, gritar e dançar são todos conscientes, executados com um entendimento da Palavra de Deus, e de uma disposição para obedecer aos seus ditames. Você não precisa receber uma visitação especial do E. Santo para cantar, para dançar. Todavia dançar na presença de Deus é adoração em um plano bem elevado e deve ser sempre considerado e tratado como tal. Dançar para o Senhor é uma “liberação emocional”, é um ato de adoração. Devemos nestes atos sermos puros, pois ninguém pode ser sensual na presença de Deus. O escândalo deve ser evitado. Deus está restaurando a alegria no meio do seu povo, restaurando os carismas, restaurando os ministérios do E. Santo; não fiquemos com as águas pelos artelhos ou pelos joelhos, mas mergulhemos no Rio do Espírito Santo (Ez 47.1-12). Há ainda um assunto que muitos estão estranhando, é a prostração. A presença do Senhor se torna às vezes tão real e empolgante que os crentes se prostram aos seus pés. Quando Daniel teve sua grandiosa visão, disse: “Não restam forças em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma... Caí sem sentido com o rosto em terra” (Dn 10.8,9). É interessante notar que Daniel caiu num profundo sono, este fenômeno está acontecendo em vários lugares; os católicos carismáticos chamam este fenômeno de “Repouso no Espírito”, os pentecostais chamam de arrebatamento, porém nem sempre esta prostração ou dormir no espírito chega a ser um verdadeiro arrebatamento, pois este quando acontece leva o espírito humano do arrebatado à presença de Deus no céu e ter visões celestiais. Todavia a prostração no espírito é na realidade um repouso espiritual. Muitas pessoas pelas quais tenho orado, ao serem visitadas pelo Poder de Deus, sentem um profundo sono e seus membros perdem a força e finalmente dormem; ao acordarem tais pessoas levantam-se com novas forças, tanto físicas como espirituais, e algumas até curadas. Quando o apóstolo João viu Jesus Cristo glorificado, na sua visão na ilha de Patmos, caiu aos pés do Senhor como “morto” (Ap 1.17). Os soldados romanos, ao verem o anjo na madrugada do dia da Ressurreição de Cristo, “tremeram espavoridos, e ficaram como se estivessem mortos” (Mt 28.4). Devemos tomar cuidado para não confundir este fenômeno com possessão maligna, pois já vi algumas pessoas prostradas, dormindo no espírito e alguns irmãos precipitadamente

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começaram a expulsar demônios onde não havia tais. Isto denota falta de discernimento. Dormir no espírito é uma reação espontânea e perfeitamente natural perante uma visitação poderosa do Espírito Santo. Na ocasião de recebimento do batismo no Espírito Santo, alguns crentes ficam prostrados sob o poder de Deus o qual é perfeitamente bíblico.

Não é bíblico nem espiritual reprimir os nossos impulsos

emocionais se são espontâneos e sinceros e se surgem de corações puros e entregues a Deus. Todavia, quem adora a Deus no Espírito deve observar os ditames bíblicos que governam toda manifestação espiritual e emocional (1 Co 12.7). Os dons e operações do Espírito devem edificar a Igreja (1 Co 14.4,5,12,17,26). Línguas, profecias, sabedoria, conhecimento, fé, e sacrifício pessoal nada valem se não são motivados pelo amor (1 Co 13). Se o exercício do nosso dom ou bênção pessoal não serve para edificar a Igreja, o Amor nos obriga a ficarmos silenciosos, controlando nosso espírito em obediência ao Senhor (Pv 16.32).

“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde

vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). O símbolo do Espírito vento é deveras significativo, “O vento sopra onde quer”. Isto serve para nos mostrar que não podemos colocar rédeas na obra do Espírito, pois sempre haverá um fenômeno oriundo dele que não entenderemos com o nosso intelecto (1 Co 14.14,15). Um dia quando estava a frente do pastorado de uma pequena igreja em Belo Horizonte, um grupo de mais ou menos 10 irmãos, todos juntos, cada um cantava numa língua diferente da do outro, depois houve um silêncio e quatro irmãos cantaram em português as estrofes do hino espiritual. Até aquela data eu nunca presenciara tal manifestação do Espírito.

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BIBLIOGRAFIA 1. O Espírito Santo - H.L. Hoijkoop. 2. O Espírito Santo - Ralph Riggs. 3. O Espírito Santo e você - Dennis de Rita Bennett. 4. O Espírito Santo a chave da vida sobrenatural - Bill Bright. 5. Os Dons do Espírito Santo - Rev. Dr. W.R. McAlister. 6. Os Dons do Espírito Santo - Gordon Chown. 7. Acerca dos Dons Espirituais - Donald Gee. 8. Depois do Pentecostes - Donald Gee. 9. Os Dons do Ministério de Cristo - Donald Gee. 10. A doutrina do Espírito Santo - A. B. Langston. 11. A Obra do Espírito Santo - Walter Tomaz Conner. 12. Os Dons do Espírito Santo - W.T. Purkiser. 13. Os Nove Dons do Espírito Santo - Estevam Angelo de Souza. 14. Nos Domínios do Espírito Santo - Estevam Angelo de Souza. 15. Título e Dons do Ministério Cristão - E.A. de Souza. 16. Enchei-vos do Espírito - Geziel Gomes. 17. Teologia do Espírito Santo - Frederick Dale Bruner. 18. Atualidade da Promessa - A.P. Vasconcelos. 19. Vai, Disse-me o Espírito - Davis J. Du Plessis. 20. Eles Falam em Outras Línguas - John L. Sherril. 21. Homem, Estou cheio de Problemas - David Wilkerson. 22. O Espírito Santo Hoje - Dick Iverson. 23. Apostilha de Antropologia - Pr. Gilson Pinho. 24. O Espírito Santo - Billy Graham. 25. A Doutrina Pentecostal Hoje - Raimundo F. de Souza. 26. A Doutrina do Espírito Santo e da Igreja - D. Turner. 27. A Respeito dos Dons Espirituais - Kenneth Hagin. 28. E.Santo o Deus que vive em Nós - Caio Fábio D’A. Filho. 29. O Repouso no Espírito - Robert DeGrandis, S.S.J. 30. Verdades Atuais - K.R. Iverson e Bill Scheidler. 31. Trindade do Homem - Dennis e Rita Bennet - Editora Vida. 32. Descubra Seus Dons Espirituais - C. Peter Wagner. 33. O Espírito Santo e Seus Dons - Kennet E. Hagin. 34. A Doutrina do Espírito Santo - A.B. Langston. 35. Recebendo os Dons do Espírito - Bill Subritzky. 36. Na Dinâmica do Espírito - J. I. Packer. 37. O Que a Bíblia Diz Sobre O ESPÍRITO SANTO - Stanley M. Horton. 38. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo – Severino Pedro da Silva.

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39. SPROUL, R. C. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO. Editora Cultura Cristã, 1997.

40. SCHWARZ, A. Christian. Nós diante da Trindade.Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1999.

41. SOUSA, Ricardo Barbosa. O CAMINHO DO CORAÇÃO. Encontro Publicações, 2002.

42. SMITH, Ralph L. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2001.

43. GUNDRY, Stanley. TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA,1ª ed. Editora Mundo Cristão.

44. http://pt.wikipedia.org/wiki/Batismo_no_Esp%C3%ADrito_Santo.

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Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes PRAÇA DAS ESTRELA, 75 RESIDENCIAL SOLARIUM –

VÁRZEA CEP. 33400-000 – LAGOA SANTA MINAS GERAIS TEL. (031) 3681 4770 TEL. CEL. 96849869; 86614070 Email: [email protected]

ATIVIDADES

• Capitão do Comando da Aeronáutica. • Pastor Auxiliar da Igreja Batista Getsemani. • Conferencista. • Professor dos seminários:

1. SEBEMGE: Seminário Batista do Estado de Minas Gerais.

2. STEB: Seminário Teológico Evangélico do Brasil. 3. UNITHEO. 4. Seminário Teológico Hosana. 5. Seminário Koinonia (Igreja Batista Getsêmani). 6. Faculdade Bíblica Central Do Brasil.

• Professor das disciplinas: Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia Bíblica do Velho e Novo Testamento, História da Teologia, Hermenêutica, Homilética, História da Teologia.

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