BATISTELLA. Saúde, Doença e Cuidado - complexidade teórica e necessidade histórica
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Nota
Cotidianamente expressamos compreensões sobre saúde e doença (comportamento, estilo de vida...).
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Nota
As práticas desenvolvidas nos serviços de atenção à saúde estão relacionadas a determinada concepção de saúde-doença-cuidado.
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Nota
Interesse pela discussão do conceito de saúde -> novas tecnologias de diagnóstico e terapêutica e sua divulgação pelos meios de comunicação -> amplia o conhecimento da população sobre saúde.
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Nota
É fundamental explicitar as relações entre concepções e práticas de saúde.
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Nota
O âmbito do discurso está em permanente cruzamento com o não-discurso, com a prática. A aceitação de determinado conceito implica o direcionamento de certas intervenções (Caponi, 1997:291).
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Nota
A pretensão de objetividade no discurso científico, traduzida em modelo matemático, é insuficiente para o campo da saúde.
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Nota
Não há como produzir formas alternativas de atenção à saúde que não busquem operacionalizar conceitos de saúde e doença (Czeresnia, 2003:46-7).
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Nota
Ainda que sejam sempre aproximações, recortes parciais de uma realidade sempre mais complexa, são os conceitos que nos permitem discutir intervenções sobre uma realidade. Não cabe negar sua importância, mas ter consciência de seus limites.
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Nota
Se pretendemos formar profissionais em saúde com senso crítico, é preciso tomar a discussão do processo saúde-doença. Restabelecer as relações entre formação geral e técnica.
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Nota
Idéia conceito ampliado de saúde.Existem controvérsias sobre essa idéia e pouco se sabe como operacionalizá-la.
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Nota
Manter ou recuperar a saúde tem estreita relação com as formações sociais e econômicas e o conhecimento disponível em casa época.
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Nota
Paleolítico - caçadores-coletores - doenças explicadas pela ação sobrenatural, espírito maligno, inimigos.
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Nota
Pensamento médico-religioso - vínculo entre curandeiro e doente, dimensão subjetiva no processo terapêutico.
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Nota
Com a vida comunitária, o sedentarismo, o cultivo das terras, a fixação na terra, o homem passa de nômade a agricultor e pastor. A domesticação de animais foi elemento crucial no aparecimento de doenças. "Armas, Germes e Aço", Jared Diamond.Varíola e tuberculose vieram do gado.Porcos e aves transmitiram a gripe.
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Nota
Presentes em animais, microorganismo são adaptados à população humana. O armazenamento de alimentos e concentração de dejetos aproximaramos vetores do convívio humano.
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Nota
O aumento da produção agrícola é responsável pela intensificação das trocas comerciais entre populações - aumento do contato humano favorece a circulação de parasitos e doenças.
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Nota
O pensamento mágico-religioso permanece disseminado na sociedade brasileira, presente em diversas crenças e religiões.Na formação de um profissional de saúde, é fundamental que se reconheça e respeite essas práticas populares de cura, viabilizando um encontro de saberes que possa conferir maior efetividade de ações de prevenção, promoção e cuidado.
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Nota
A medicina hipocrática - as primeiras explicações racionais. A medicina grega cultuava deuses e deusas como Asclepius, Hygeia, Panacea. No entanto, suas práticas iam além dos ritualística na compreensão do processo saúde-doença.
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Nota
Os médicos gregos também era filósofos naturais, mais do que lidar com os problemas de saúde, procuravam entender as relações entre homem e natureza.A explicação da doença como processo natural e não sagrado.
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Nota
A observação empírica da natureza irá fornecer os elementos centrais para conceber o adoecimento humano. Hipócrates - abordagem racional da medicina. Termos como endemias, epidemias, perspectiva ambientalista.
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Nota
Idade Média - Fortalecimento de epidemias. Expansão da igreja - doença e pecado.
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Nota
Idade das trevas - pensamento religioso, viagens marítimas, aumento da população urbana, conflitos militares, migrações, miséria, promiscuidade, falta de higiene nos burgos.
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Nota
Idade Média - hospitais para acolherem. pessoas pobres.Prática da quarentena.
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Nota
Renascimento - Girolamo Fracastoro, De Contagione, contágio da sífilis.
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Nota
Novo tipo de conhecimento se dava por meio de tratados técnicos - saber científico e artesanal. Bases do pensamento científico, cujo discurso submete todo conhecimento à prova prática, tudo visível - dissecação de cadáveres.
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Nota
Especulação sobre as origens das epidemias - debates contagionistas e anti-contagionistas.
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Nota
Nascimento da Medicina Social - crescente urbanização dos países europeus e consolidação do sistema febril, causas sociais - relação entre condições que trabalho e doenças.
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Nota
Microscópio - bacteriologia, causalidade no diagnóstico, soros e vacinas.Louis PasteurRobert Koch.
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Nota
Início séc. XX - vetores e hospedeiros.Indicadores decrescem - possibilidade de maior controle.
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Nota
Bacteriologia - unicausalidade x teoria miasmas (multicausalidade). Reducionismo - a subjetividade dá lugar à objetividade.
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Nota
A análise qualitativa é subordinada à quantitativa.Modelo positivista de ciência, o modelo causal conferia estatus de cientificidade que se julgava faltar às explicações sociais.
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Nota
A desqualificação das explicações sociais impediu que fossem estudadas as relações entre o adoecer humano e as determinações econômicas, sociais e políticas.A prática médica deste modelo e curativa e biologicista.
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Nota
II Guerra - transição epidemiológica das doenças parasitárias às crônico-degenerativas. A debilidade do modelo causal na explicação de doenças associadas a múltiplos fatores de risco favoreceu o desenvolvimento dos modelos multicausais.
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Nota
Leavell & Clark (1976) - o modelo multicausal considera a interação e três elementos chamado de "tríade ecológica": ambiente, o agente e o hospedeiro.O exame de diferentes fatores e a utilização da estatística permitiram avanços na prevenção
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Nota
Modelo da história natural da doença Prevenção primária (promoção da saúde), secundária (vacinas, fluor) e terciária (diagnóstico precoce e tratamento, redução de danos e reabilitação).
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Nota
Crítica a esse modelo: só estabelece uma relação quantitativa entre fatores causais; aspectos sociais são subalternos.
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Nota
Modelo Determinação Social da Doença - articula as diferentes dimensões: aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária.
