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Campanha CODES IV Relatório de campo 1 BEACH SAND CODE Relatório Técnico nº 12 Campanha CODES IV (Salgado) 5 de Abril de 2011 Ivana Bosnic Mónica Ribeiro João Cascalho Rui Taborda Tanya Silveira

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Campanha CODES IVRelatório de campo

 

               

 

BEACH SAND CODE 

      

 

 

 

 

 

 

 

Relatório Técnico nº 12 

Campanha CODES IV (Salgado) 

5 de Abril de 2011 

 Ivana Bosnic 

Mónica Ribeiro João Cascalho  Rui Taborda  Tanya Silveira 

      

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Índice  

1. Termos de Referência ............................................................................................................... 3 

2. Objectivos .................................................................................................................................. 3 

3. Localização ................................................................................................................................ 3 

4. Descrição dos trabalhos de campo ........................................................................................... 4 

4.1. Material utilizado ............................................................................................................... 4 

4.2. Pessoal participante ........................................................................................................... 4 

4.3. Trabalhos desenvolvidos .................................................................................................... 5 

5. Análise preliminar dos dados .................................................................................................... 7 

5.1. Morfologia .......................................................................................................................... 7 

5.2. Sedimentos ......................................................................................................................... 9 

5.2.1. Análise de imagem ...................................................................................................... 9 

6. Avaliação da campanha ........................................................................................................... 12 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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1. Termos de Referência Este relatório tem por objectivo descrever o trabalho de campo da campanha CODES 

IV  realizada na praia do Salgado no dia 5 de Abril de 2011. A campanha  foi promovida pelo 

projecto Beach Sand Code  (Sand beach  textural and compositional variability as  indicator of 

sedimentary  dynamics),  financiado  pela  Fundação  para  Ciência  e  Tecnologia  (contrato 

PTDC/CTE‐GEX/64592/2006). 

2. Objectivos   A campanha CODES IV teve como principais objectivos: 

Adquirir imagens superficiais, subsuperficiais e verticais dos sedimentos da face de 

praia; 

Adquirir dados morfológicos: perfil topográfico e medição da profundidade de mistura. 

3. Localização A praia do Salgado está localizada na costa oeste Portuguesa a sul do promontório da 

Nazaré  (Figura 1), sendo  limitada a norte pelo Rio Alcoa e a sul pela arriba que a separa da 

praia da Gralha. 

 

Figura 1 Mapa de localização da área de estudo. 

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4. Descrição dos trabalhos de campo  

4.1. Material utilizado 

  O material/equipamento utilizado durante a campanha CODES IV encontra‐se 

discriminado na Tabela 1. 

 

Tabela 1 Lista de material. 

Morfologia  DGPS LEICA 900Estacas Anilhas Fita métrica  

Sedimentos  Espátula  Sacos de plástico Tubos de PVC  Máquina fotográfica digital Olympus µTough 8010 Régua 50 cm SAND BOX ©  Marcador de tinta permanente 

Outros materiais  2 tendas Mala de ferramentas Fita adesiva Fita métrica Máquina fotográfica digital Caderno de campo Lápis e borracha Enxada Marreta 

 

 

4.2. Pessoal participante 

A lista das pessoas envolvidas directamente nas actividades que constam neste 

relatório encontra‐se discriminada na Tabela 2. 

Tabela 2 Equipa da campanha CODES IV 

 

 

 

 

 

 

Nome  Instituição 

Ivana Bosnic  FFCUL 

João Cascalho  FFCUL 

Mónica Ribeiro  IH 

Rui Taborda  FFCUL 

Tanya Silveira  FFCUL 

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4.3. Trabalhos desenvolvidos 

A cronologia dos trabalhos desenvolvidos encontra‐se discriminada na Tabela 3. 

Tabela 3 Calendarização dos trabalhos 

Hora  Tarefas 

7:30  Partida de Lisboa 

09:00‐09:30  Descarregar material 

09:45‐10:35  Levantamento topográfico 

09:50 – 11:45  Recuperação de cores e aquisição de imagens verticais (parte I) 

10:40‐11:00  Posicionamento das estacas 

11:45  1ª medição da altura das estacas 

11:55‐13:10  Aquisição de imagens sub(superficiais) dos sedimentos (parte I) 

13:55 – 14:20  Recuperação de cores e aquisição de imagens verticais (parte II) 

14:45‐ 15:25  Aquisição de imagens sub(superficiais) dos sedimentos (parte II) 

15:43‐16:28  Aquisição de imagens no espraio (análise temporal) 

16:30  Última medição da altura das estacas 

16:55‐17:10  Recuperação de cores e aquisição de imagens verticais (parte III) 

 

A primeira actividade a  ter  início na praia do Salgado  foi o  levantamento  topográfico do 

sector da praia onde viriam a  ser efectuados os estudos  referentes à morfologia da praia e 

textura dos sedimentos. O levantamento foi realizado com o auxílio de um DGPS e encontra‐se 

representado na figura 2. 

 

Figura 2. Mapa das actividades realizadas na campanha CODES IV 

 

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 Enquanto era efectuado o levantamento topográfico, aproveitou‐se as condições de baixa‐

mar para recolher sedimentos da porção  inferior da face de praia através da recuperação de 

11 cores. Estes tiveram as suas sequências sedimentares fotografadas com o auxílio da SAND 

BOX©, totalizando 60 imagens verticais (Figura 3).  

   

Figura 3. Aquisição de imagens verticais dos sedimentos recuperados pelos cores  

  

Foram posicionadas 14 estacas e respectivas anilhas ao longo de um perfil transversal na 

face de praia  tendo as  suas  localizações  foram  registadas através de um DGPS  (Figura 4). A 

altura das estacas e espessura de sedimento sobre a anilha foram monitorizadas em intervalos 

de  tempo  irregulares. A espessura de mistura  final não pôde  ser medida pois a duração do 

trabalho de campo foi inferior ao período de um ciclo completo de maré. 

 

   

Figura 4. Posicionamento e georreferenciação das estacas. 

  

 

 

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 Para estudar a distribuição textural espacial dos sedimentos, foram adquiridas imagens do 

sedimento superficial e subsuperficial de 76 pontos ao  longo de perfis transversais (Figura 2). 

As  imagens  superficias  foram  adquiridas  após  um  ligeiro  calcamento  da  superfície  e  as 

subsuperficiais após a remoção manual da camada superficial (aproximadamente 1 cm).  

A  seguir,  foram amostrados e  fotografados mais 10 cores ao  lado do perfil de estacas. A 

amostragem estendeu‐se desde a porção inferior do perfil até à berma baixa (Figura 2). 

Foi também realizada uma análise da variabilidade textural ao longo do tempo de um ponto 

fixo na face de praia no momento em que esta zona estava a ser actuada pelo espraio (Figuras 

2 e 5). Durante a experiência foram adquiridas 40  imagens ao  longo de aproximadamente 40 

minutos. Para relacionar estes dados com a variação morfológica do ponto, fixou‐se uma régua 

na areia e sempre que se fotografava o sedimento superficial também era medida a altura da 

mesma.  

 

Figura 5. Aquisição de imagens do sedimento a ser actuado pelo espraio. 

 

5. Análise preliminar dos dados  

5.1. Morfologia 

 

A Figura 6 representa a topografia do sector da praia onde foram realizados os trabalhos, e 

a Figura 7 representa o perfil topográfico onde foram colocadas as estacas. 

 

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Figura 6. Morfologia do sector da praia onde foram realizados os trabalhos. 

 

 

 

Figura 7. Perfil topográfico e posicionamento das estacas. 

As variações volumétricas registadas nas estacas, entre as 11:45 e as 16:30, encontram‐se 

representadas no gráfico da Figura 8, e correspondem apenas à primeira metade do ciclo de 

maré, ou seja, à enchente que terá ocorrido até cerca das 16:41 (preia‐mar). 

As estacas E5, E7, E9, E11 e E13 encontravam‐se na parte superior do perfil de praia, que 

não chegou a ser actuado pela maré, pelo que não foram registadas variações. 

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 Nas estacas E1, E2, E4 e E6 localizadas na parte inferior do perfil de praia, foi registado um 

período de grande acreção entre as 13:15 e as 15:45. Na E4 e E6 registou‐se uma acreção de 

43 e 38.5 cm, respectivamente. Nas E1 e E2 esta acreção terá sido ainda maior, no entanto, os 

valores não são conhecidos porque as estacas ficaram completamente soterradas.  

Cerca das 15:30 começa a observar‐se erosão nas estacas E4 e E6, e acreção nas estacas 

E6, E8, E10, E12, E14 e E3, verificando‐se que a acreção decresce no sentido da parte superior 

do perfil, devido à menor actuação pelas ondas.  

 

 

Figura 8. Variações de nível nas estacas. 

 

5.2. Sedimentos 

 

5.2.1. Análise de imagem 

 

A análise textural por análise de imagem dos sedimentos da praia do Salgado, assim como 

na  campanha  CODES  III,  revelou  diferenças  significativas  entre  os  sedimentos  superficiais  e 

subsuperficiais.  As  figuras  9a  e  9b  representam,  respectivamente,  imagens  dos  sedimentos 

superficial  e  subsuperficial.  Uma  inspecção  visual  das mesmas  é  suficiente  para  avaliar  o 

sedimento superficial como mais grosseiro. 

‐10

0

10

20

30

40

50

11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00

Variação (cm

)

Hora

E1

E2

E4

E6

E8

E10

E12

E14

E3

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10 

 

   

Figura 9. A) Sedimento superficial B) Sedimento subsuperficial. 

 

Os mapas  representados  nas  imagens  10  e  11 mostram  uma  visão  global  do  padrão  de 

distribuição  dos  sedimentos  encontrados  nas  camadas  superficial  e  subsuperficial.  Neles  é 

possível verificar que a camada superficial é composta por sedimentos mais grosseiros quando 

comparada à camada subsuperficial. 

 

Figura 10. Distribuição textural dos sedimentos superficiais  

 

A  B

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Figura 11. Distribuição textural dos sedimentos subsuperficiais 

 

As  imagens  referentes  aos  cores  colhidos  no  campo  ainda  não  foram  processadas.  No 

entanto,  uma  inspecção  das mesmas  permitiu  constatar  diferentes  padrões  de  sequências 

sedimentares  ao  longo  dos  diferentes  domínios  da  praia.  Os  cores  recolhidos  na  porção 

inferior  do  perfil  da  praia  foram  os  que  apresentaram  variações  granulométricas  mais 

significativas,  onde  alguns  exibiam  sequências  positivas  e  outros  sequência  negativas. 

Aparentemente, os cores recolhidos mais próximos ao mar apresentavam sequências positivas 

enquanto  que  aqueles  recolhidos  na  porção  superior  do  perfil  apresentavam  sequências 

negativas (Figuras 12 a e 12 b). 

   

Figura 12. A) Core (9‐inf) recolhido mais próximo ao mar (sequência positiva). B) Core (1‐sup) 

recolhido na zona mais superior do perfil de praia (sequência negativa).  

A  B

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 As  imagens  adquiridas  num  ponto  fixo  da  zona  de  espraio  apresentaram  variações 

granulométricas  significativas.  A  análise  textural  por  análise  de  imagem  destas  amostras 

apresentou valores de medianas granulométricas entre 0.91 e 4.42 mm (Figura 13 A e 13 B), 

sendo  assim  a  amplitude  granulométrica  3.61  mm.  No  entanto,  ainda  não  se  conseguiu 

estabelecer  uma  relação  entre  a  morfologia/hidrodinâmica  local  e  as  variações 

granulométricas, ou seja, não foi identificada uma relação entre os eventos de erosão/acreção 

e o tamanho dos grãos. 

    

Figura 13. A) Imagem adquirida às 16:11 h. Mediana granulométrica: 0.91 mm B) Imagem 

adquirida às 16:21 h. Mediana granulométrica: 4.52 mm. 

6. Avaliação da campanha   

A  campanha  CODES  IV  cumpriu  todos  os  objectivos  pré‐estabelecidos,  tendo  sido 

possível  adquirir  um  grande  volume  de  dados  relativos  à  distribuição  textural  vertical  e 

horizontal  da  praia.  Pela  primeira  vez  conseguiu‐se,  no  BEACH  SAND  CODE,  colectar  dados 

texturais das sequências sedimentares da porção inferior do perfil.  

A  análise  textural  temporal  realizada  na  zona  de  espraio  forneceu  excelentes 

resultados  preliminares.  Diante  disto,  pretende‐se  investir  mais  neste  tipo  de  análise,  de 

maneira que, futuramente, se consiga estabelecer uma relação entre estas variações texturais 

e os mecanismos forçadores. 

A  B