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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Blog: ferramenta colaborativa para interação no ciberespaço Cristiane de Oliveira Fiorentini Chapecó 2010 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDESECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MECCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

Blog: ferramenta colaborativa para interaçãono ciberespaço

Cristiane de Oliveira Fiorentini

Chapecó2010

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CRISTIANE DE OLIVEIRA FIORENTINI

Blog: ferramenta colaborativa para interaçãono ciberespaço

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio Grande como requisito para obtenção do Título de Especialista em Mídias na EducaçãoOrientadora: Profª Msc. Juliana Votto Cruz

Chapecó2010

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CRISTIANE DE OLIVEIRA FIORENTINI

Blog: ferramenta colaborativa para interaçãono ciberespaço

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Mídias na Educação, da Universidade Federal do Rio Grande como requisito para obtenção do Título de Especialista em Mídias na EducaçãoOrientadora: Profª Msc. Juliana Votto Cruz

Rio Grande, RS _____/_____/2010. Nota: ________

Juliana Votto Cruz.Orientadora

Coordenação da Pós-Graduação

Chapecó, julho de 2010.

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Dedico este trabalho ao meu marido, Dielis, pelo apoio irrestrito em todos os momentos de minha vida.

À orientadora, Juliana e docentes que me acompanharam durante a caminhada, obrigada por me incentivar e impulsionar à busca pela especialização.

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo a criação de um blog por professores do ensino regular da Rede Estadual de Santa Catarina. Foram estudadas maneiras de trabalhar as mídias e tecnologias utilizando o computador, através do acesso à internet em sala de aula e vinculando esses meios aos conteúdos disciplinares. Os docentes participaram ativamente dos trabalhos propostos, desde a escolha dos tópicos para a sua pesquisa com base no tema O Estado de Santa Catarina. A coleta do material para o desenvolvimento dos trabalhos baseou-se em leituras na internet, em livros bem como na análise do material encontrado e foi seguida de postagem no blog. Consideramos importante a divulgação do blog na comunidade, nas Escolas da região. Por esse motivo será confeccionado um folder para divulgação do blog e do Estado de Santa Catarina. Este trabalho procura estimular o uso das mídias de maneira educativa, além de mostrar aos cursistas, que através do blog é possível tornar públicos os conhecimentos construídos e adquiridos. Comprovamos a eficiência do trabalho com blog, se vinculado à educação, e descobrimos formas para aproveitar as ferramentas tecnológicas, muitas vezes presentes, mas esquecidas pelos professores nas escolas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................7

CAPÍTULO I.............................................................................................................................12

2 – AÇÃO HUMANA CRIADORA........................................................................................12

2.1 – O INSTINTO DE CRIAR E RECRIAR..........................................................................14

2.2 – A ERA TECNOLÓGICA E OS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO ...................................16

2.3 – HORA DE DESCONECTAR: OS PERIGOS DA INTERNET......................................19

2.4 – DIÁRIO DE BORDO NO CIBERESPAÇO...................................................................21

2.6 – FOLDER ENQUANTO SUPORTE DE GÊNERO TEXTUAL.....................................28

2.7 – FOLDER: EVENTO DISCURSIVO SOCIAL................................................................30

CAPÍTULO II ..........................................................................................................................33

3– OBSERVANDO O BLOG NA PRÁTICA..........................................................................33

CAPÍTULO III..........................................................................................................................37

4 – OBSERVANDO O FOLDER NA PRÁTICA....................................................................37

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................40

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................44

7 – ANEXOS............................................................................................................................46

PESQUISA SOBRE BLOG .....................................................................................................46

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INTRODUÇÃO

Apresentamos nessa monografia um projeto desenvolvido no Núcleo de

Tecnologias Educacionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de

Xanxerê (Santa Catarina), com a participação de uma equipe de professores da

Rede Estadual de Ensino.

A utilização da informática no sistema educacional brasileiro está se

expandindo, o que torna as Mídias um assunto bastante discutido e polêmico nos

dias atuais. As Mídias abrangem veículos audiovisuais como televisão, rádio, meios

impressos como jornais, folhetos, cartazes e outros e também via computador. Seu

objetivo principal é de informar e serem utilizadas para a comunicação entre as

pessoas.

O uso das tecnologias já se tornou um hábito. Muitas vezes as utilizamos

sem nos darmos conta da sua importância e de como seria nossa vida sem elas.

Sabemos que os alunos, cada vez mais cedo, têm acesso ao computador, internet, e

que esses meios exercem influência sobre todos.

A escola atual não deve ignorar essa realidade, mas ser um espaço onde se

incentive o questionamento, o diálogo, a criatividade, a busca pelo novo e a

socialização do conhecimento. Essas são as atitudes esperadas pela sociedade que

vive o avanço das tecnologias.

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Refletindo sobre a história da educação e papéis desenvolvidos por

professores e alunos, percebemos uma realidade escolar diferente da atual. O

docente tinha poder sobre o conteúdo, um conteúdo pronto, linear e que o estudante

(ignorado como ser que traz consigo já nos primeiros anos de escola, uma bagagem

de conhecimentos e informações) era um ser pronto para receber esses

conhecimentos.

Hoje esperamos criações, transformações, uma prática que tem o aluno

como sujeito ativo, construtor dos seus conhecimentos. Queremos uma escola e

conteúdos voltados para a realidade, através de projetos interdisciplinares, que

instiguem o questionamento e as descobertas.

Temos a idéia do aluno como centro do processo ensino-aprendizagem e o

professor como facilitador, como motivador. E consideramos ambos como

aprendizes, como construtores do conhecimento. A aprendizagem não acontece

somente através da “decoreba”, mas através de leituras, raciocínios, trocas de idéias

e experiências.

Dessa forma, o trabalho com projetos, com interdisciplinaridades,

oferecimento de tarefas complexas, de desafios para os educandos é um caminho

que, se bem planejando, trará bons frutos para a educação. É possível proporcionar

horas de atividades diferentes, instigar a busca do conhecimento, momentos

divertidos, em que os alunos se sintam motivados a participar.

Entendemos que a internet é um espaço que dispõe de muitos conteúdos,

novidades e atualizações a cada minuto, e geralmente é difícil para um professor

acompanhar todas essas inovações. Por isso, utilizaremos o blog como ferramenta

educacional, estimulando os docentes no conhecimento e exploração dessa e de

outras ferramentas disponíveis.

Em projeto desenvolvido anteriormente, também com objetivo de conclusão

de outra etapa do curso Mídias na Educação, tivemos a oportunidade de trabalhar a

ferramenta Wiki com alunos do curso de magistério, futuros professores. Analisando

essa experiência e a realidade, percebemos as dificuldades enfrentadas diante da

“máquina computador”, em que muitos cursistas não apresentavam nem o domínio

do mouse. Nossos encontros foram minuciosos e tivemos que explicar inclusive

como se cria, envia e recebe um e-mail.

Diante disso, entendemos que os professores se sentem retraídos diante

das novas ferramentas, principalmente quando compreendem o grande domínio de

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seus educandos em relação a estes recursos. Este é um dos motivos facilitadores

ou determinantes para a inibição e frustração diante as dificuldades, as quais são

naturais, diante de conhecimentos totalmente novos para eles.

Apontamos também, que a sala informatizada em que trabalhamos no

primeiro projeto, ainda tem uma utilização limitada do ponto de vista dos objetivos

pedagógicos e dos processos de ensino/aprendizagem. Os alunos muitas vezes são

convidados para a pesquisa na internet, impressão e voltam para o trabalho com os

dados colhidos em sala de aula, sem construções efetivas utilizando essas

ferramentas. E, em muitos momentos, ainda, a relação professor e aluno se dá de

maneira tradicional, com a imagem do professor como aquele que ensina e o aluno

como aquele que absorve, sem haver interações significativas.

É sabido que as mudanças, em qualquer esfera, normalmente geram

inseguranças, e talvez até repulsa pelos envolvidos, por se tratar de algo

desconhecido, novo, que os tira da acomodação. Apesar de a aquisição de

laboratórios de informática ser uma realidade nas escolas da nossa região, ou do

Estado de Santa Catarina, percebe-se a busca pelos professores de como trabalhar

com as tecnologias, de como usar pedagogicamente as mídias e desenvolver suas

aulas integradas ao computador.

O professor deve receber e procurar instruções a respeito de como lidar com

o novo, de que maneira poderá associá-lo aos seus conhecimentos e elaborar aulas

criativas. A perda do medo da máquina, o sair da acomodação que proporciona

aulas prontas e fora do contexto atual e aproveitar o que de bom é oferecido através

de um blog, de uma Wiki, e-mail ou MSN é o desafio do curso que planejamos.

Por isso, nosso objetivo principal neste projeto foi a criação de um blog

educativo por docentes atuantes em sala de aula, discutindo a importância das

tecnologias no mundo, e estudando a importância dessa ferramenta na Escola.

Desafiamos estes cursistas para pesquisar até que ponto o blog é realmente um

recurso facilitador na interação professor e aluno e se a partir dele é possível

estender os conhecimentos para além das salas de aula.

Pretendemos também propiciar um ambiente de estudo sobre algumas

idéias e sugestões de o professor trabalhar em sala de aula na era da informação,

com esse novo cenário educacional, vinculando as 1TICs ao conteúdo curricular, de

maneira dinâmica e criativa.

1 TICS: Tecnologias de Informação e Conhecimento

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A proposta foi de realizar pesquisas, leituras e discussões acerca dos

reflexos da evolução tecnológica na educação e os novos papéis que

conseqüentemente vão assumindo professor e aluno. Em seguida propomos a

criação de textos para apresentar os resultados encontrados, alimentando e

divulgando no blog.

O tema da pesquisa foi o Estado de Santa Catarina, sendo que os cursistas

se dividiram em grupos e entraram em áreas distintas do conteúdo. Foi então o

momento de coleta de dados em materiais como livros, revistas, jornais, internet,

sobre temas relevantes a respeito do Estado como: Projetos do Governo, Saúde,

Educação, Turismo, falta de água e outros.

Blog e Wiki são ambientes em que as pessoas podem interagir, criar textos

coletivamente, debater sobre os mais diversos assuntos. O blog foi a ferramenta

escolhida para desenvolver esse projeto por ser uma forma de comunicação muito

difundida, pela qual os usuários postam suas produções, acadêmicas ou pessoais.

Propusemos um trabalho em que cada cursista dispôs de espaço para pesquisa,

criação de textos e exposição de suas idéias, e posterior postagem no blog. O

endereço eletrônico criado foi http://www.santacatarina-online.blogspot.com/

Sabemos que nem todo conteúdo disponível pela internet é saudável para

nossas vidas, existem muitos perigos, principalmente direcionados ao público

escolar (estudantes, jovens). Por esse motivo, levamos aos encontros a reflexão de

como agir, enquanto pais e educadores, diante de alguns perigos apresentados

pelas novas tecnologias e quanto ao tempo excessivo de conexão.

A censura na internet é quase impossível, não existe controle dos conteúdos

ou sites. Existem espaços onde se tratam assuntos dos mais diversos e com

variadas intenções (violência, drogas, prostituição). O tempo que os pais têm para

atentar aos caminhos percorridos pelos filhos no ciberespaço às vezes é curto, o

que dificulta o conhecimento do que os mesmos estão acessando.

O vício é também um dos perigos possíveis diante dessa máquina tão

atrativa, o que muitas vezes pode levar a solidão. A reflexão e estudo sobre essas e

outras ameaças e também o debate sobre qual a maneira de precaução quanto a

esses riscos foi um dos objetivos dos encontros, onde professores e alguns casos,

ao mesmo tempo pais, buscaram levantar idéias.

Outro objetivo desse projeto foi trabalhar durante os encontros com o gênero

impresso através da confecção de um folder de divulgação do blog criado e

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alimentado pelo grande grupo onde estudamos as possibilidades de trabalho com

esse gênero textual na Escola. O impresso foi distribuído nas Escolas da Região.

Para trabalhar os conteúdos na perspectiva dos gêneros textuais devemos

primeiro estudá-los (os gêneros), conhecê-los. Em seguida, o docente vai

transformá-lo, desdobrá-lo, ou seja, adaptar o gênero para trabalhar em sala de

aula, para que possa criar uma situação mais próxima possível do real e essa

aproximação facilita para que o aluno compreenda como funcionam os gêneros.

Porque a melhor maneira é envolver os alunos em situações concretas, simulando a

realidade, e também oferecer toda a variedade que existe de gêneros para que o

aluno perceba quais os objetivos quando produz um texto, escrito ou oral.

Durante o curso também trabalhamos com o folder porque ele é um exemplo

de gênero textual que possibilita a divulgação, o que no caso dos nossos objetivos

foi importantíssimo, noticiar para a comunidade e escolas o blog que criamos. Para

tanto, testamos a eficiência desse gênero para alcançar nossos objetivos e

buscamos idéias de como trabalhar com ele nas disciplinas escolares.

Esta monografia foi desenvolvida baseada em leituras de três escritores. A

análise do blog como ambiente colaborativo de interação no ciberespaço foi feita a

partir de contribuições do escritor Pierre Lévy, com suas teorias sobre o ciberespaço

e cibercultura. Também analisamos algumas contribuições de Mirian P. S. Grispun

sobre os desafios e perspectivas da era tecnológica, bem como Luiz Antonio

Marcuschi com relação ao trabalho com gêneros textuais em sala de aula.

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CAPÍTULO I

2 – AÇÃO HUMANA CRIADORA

A etimologia da palavra tecnologia provém do grego e significa tecno: ofício

e logia: estudo, envolvendo conhecimento técnico, científico e as ferramentas

criadas a partir desse conhecimento. A tecnologia, dependendo o contexto, pode ter

relação com máquinas, no sentido de ferramentas facilitadoras, ou métodos,

recursos para solução de problemas.

A técnica não se resume à invenção e uso de um instrumento, mas, uma vez

inventado o primeiro instrumento, desencadeia-se um processo de melhoria de suas

formas e usos para satisfazer necessidades crescentes da humanidade.

Como exemplo de tecnologia podemos citar a tecnologia da informação,

representada pelos computadores, celulares, rádios, televisores, câmeras

fotográficas digitais e outros utilitários que nos cercam diariamente. Representam

um grande salto as descobertas dessas novas tecnologias e seu aprimoramento,

pois foram criadas com o intuito de facilitar a vida das pessoas, auxiliar na vida

cotidiana.

A tecnologia da informação, como o nome já diz, tem a função de informar,

divulgar, gerar conhecimentos. Como estamos cercados por esses produtos e

vivemos em uma sociedade de mercado, torna-se praticamente impossível ter uma

atitude de isolamento. Isso porque elas nos apontam opções de vida, mostram

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caminhos a percorrer, profissões a seguir, divulgam bens de consumo, e desafiam

para decisões que nos fazem refletir, questionar, pesquisar e não somente a aceitar.

Essa influência originada do surgimento de tantos meios de comunicação e

informação causa mudanças na maneira de pensar e agir, de conviver, aumentando

ou transformando anseios, desejos e sonhos. Vemos um infinito de possibilidades

através, por exemplo, do uso da internet, pela qual é possível conhecer realidades

totalmente estranhas a nós em um passado recente.

Segundo Pierre Lévy (1999), Por trás das técnicas agem e reagem idéias,

projetos sociais, utopias, interesses econômicos, estratégias de poder, toda a gama

de jogos dos homens em sociedade. Portanto, para o autor, a evolução das

tecnologias está ligada à interesses dos homens em sociedade, na busca de

interesses econômicos, estratégias de poder e projetos sociais. Ao mesmo tempo,

das grandes empresas que competem e lucram com vendas de softwares. Também

tem referência aos usuários domésticos ou cientistas, artistas, pesquisadores,

gerentes que desejam melhorar a colaboração entre as pessoas e a 2inteligência

coletiva.

Sabemos que as tecnologias nada mais são do que criação do homem,

enquanto ser racional, criativo e mutável que é. Portanto, não devemos nos tornar

vítimas ou produtos delas, mas seus produtores, dominadores, usuários usando-as a

nosso favor. Para Lévy,

As técnicas viriam de outro planeta, do mundo das máquinas, frio, sem emoção, estranho a toda significação e qualquer valor humano, como uma certa tradição de pensamento tende a sugerir? Parece-me, pelo contrário, que não somente as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu uso pelos homens, como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que constitui a humanidade enquanto tal (junto com a linguagem e as instituições sociais complexas). (LÉVY, 1999)

Convivemos com esses recursos cotidianamente, com a intenção de

aperfeiçoar os nossos afazeres, buscar a solução para problemas, agilizar trabalhos

e facilitar o dia-a-dia. Por esse motivo, as tecnologias não devem ser entendidas

somente como o estudo das técnicas, mas algo mais relevante, que é a mudança de

2 Inteligência Coletiva – sistema de cooperação, segundo Pierre Lévy (1999). É um princípio onde as inteligências individuais são somadas e compartilhadas por toda a sociedade. A inteligência coletiva possibilita a partilha de memórias, de percepções, de imaginações, resultando na troca de conhecimentos. É uma inteligência que valoriza cada ser humano e compreende em si os saberes de todos, em busca de uma aproximação do saber absoluto, para a partir daí tentar resolver melhor os problemas da humanidade.

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atitudes, o desenvolvimento de novas competências e a evolução do modo do

homem estar no mundo.

2.1 – O INSTINTO DE CRIAR E RECRIAR

Desde os tempos primitivos se constata a presença das técnicas, como a da

lasca das pedras, a confecção de artefatos de pedra, a criação dos mais diversos

utensílios. 3Analisando a história e refletindo sobre o poder das tecnologias

percebemos que, surgido um primeiro instrumento, segue-se um processo de

aperfeiçoamento para atender às necessidades do ser humano.

Um dia tivemos a pedra, depois os objetos que trabalhavam com e na pedra; muitos e muitos séculos depois, com a Revolução Industrial, tivemos a presença da máquina e, posteriormente, pelo caminho da máquina fomos encontrando toda a constatação de um novo mundo marcada pela era da tecnologia. Na verdade, a tecnologia assinala a presença de duas categorias percebidas de forma muito ampla e generalizada, que são o tempo e o espaço, a relação do homem para viver e conviver com essas categorias vai exigir uma formação que seja fundamentada no conhecimento, na reflexão e na ação. (GRINSPUN, 2001)

Os homídeos pré homo-erectus utilizavam as pedras como instrumentos

mas, aparentemente, não demonstraram o estímulo necessário para aperfeiçoar

suas formas. A intencionalidade de transformação para melhorar o objeto como

instrumento foi ação do homo-erectus. Essa atitude implicou em inteligência,

habilidade, coordenação das mãos para produzirem inovações nas tecnologias.

Os homo-sapiens – no final do período Paleolítico - possuíam o cérebro

desenvolvido e postura ereta, o que permitiu o uso livre dos seus braços para a

criação e utilização de ferramentas - começaram a utilizar pontas de pedras em

lanças de madeira. Criaram pequenos artefatos de pedras e também instrumentos

para cortar e confeccionar outros materiais. Foi também nesse período que o

homem descobriu como dominar o fogo e usá-lo para aquecer-se, iluminar as

habitações, cozinhar alimentos e defender-se de animais perigosos.

Em seguida, no período Mesolítico (entre o Paleolítico e Neolítico) o homem

decidiu abandonar as cavernas e iniciou a criação de cabanas para viver ao ar livre,

colhendo sementes, nozes e frutas que nasciam em certas estações. Também

3 Análise com base na obra Educação Tecnológica – desafios e perspectivas (GRINSPUN, 2001)

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utilizavam a caça e a pesca para se alimentar. E então, no período Neolítico, há

cerca de 6.000 anos, foi desenvolvida a agricultura, a cerâmica e as primeiras trocas

comerciais. Nesse momento, podemos afirmar que houve uma verdadeira revolução

tecnológica, principalmente devido às construções de cidades.

Diante das necessidades advindas dessa evolução, o homem criou sistemas

simbólicos para compreender e orientar sua ação sobre o mundo: a linguagem, a

ciência, as artes e a história. A linguagem foi o meio que possibilitou a evolução das

tecnologias, pois através dela é possível a comunicação e a expressão de imagens

mentais que, associadas entre si, motivam a evolução na fabricação e no uso dos

instrumentos. Além disso, a linguagem é o meio de comunicação que permite o

aprendizado e o adestramento. Portanto, a técnica – que nasceu com a humanidade

– não teria esse peculiar caráter de progressividade se não fosse dado ao homem o

dom da linguagem. (GRINSPUN, 2001)

A origem das técnicas e a sua história, que é essencial ao ser humano,

adquiriram novos aspectos em cada época, provando existir um processo de

mudanças que só tendem a aumentar, na medida em que se avança científica e

tecnologicamente. Segundo Pierre Lévy (1999) o processo de transformação atual

parece vir do exterior. A aceleração é tão forte e tão generalizada que até mesmo os

mais “ligados” encontram-se, em graus diversos, ultrapassados pela mudança,

transmitindo a sensação de que as novas tecnologias advêm do abstrato, quando na

verdade são produtos sociais.

Com a computação eletrônica e a informática a tecnologia adquiriu seu predomínio atual. É notório o extraordinário desenvolvimento da pesquisa tecnológica a partir de então, atingindo a posição dominante na cultura moderna, que a caracteriza atualmente. A tecnologia não é mais o simples saber como-fazer da técnica. Ela exige, por parte de seus agentes, um profundo conhecimento do por que e do como seus objetivos são alcançados. (GRINSPUN, 2001)

O homem criou, tem criado e aperfeiçoado muitas ferramentas tecnológicas

e estamos progressivamente nos tornando “escravos” de um modo de vida

facilitado.Um dia tivemos a pedra, depois os objetos que trabalhavam com e na

pedra; muitos e muitos séculos depois, com a Revolução Industrial, tivemos a

presença da máquina e, posteriormente, pelo caminho da máquina fomos

encontrando toda a constatação de um novo mundo marcada pela era da

tecnologia. (GRINSPUN, 2001)

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A dependência de um simples celular para nos acompanhar durante o dia,

da televisão ou do rádio quando chegamos em casa, do computador para

pesquisarmos sobre qualquer assunto é um dos sintomas do impacto das

tecnologias sobre nossas vidas.

A era tecnológica afeta todas as esferas de nossas vidas, está presente em

casa, no comércio, nas indústrias, nas escolas, nas igrejas, apresentando uma nova

linguagem e novos conceitos. Sendo o homem um ser em constante transformação,

pressupomos que o seu instinto de criar e recriar são natos. Por esse motivo, dia

após dia, surgem novas descobertas. Segundo Grinspun (2001) não se pode avaliar

ou indicar com precisão aonde as tecnologias levarão o homem neste novo milênio

que se aproxima.

2.2 – A ERA TECNOLÓGICA E OS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO

Vivemos em um mundo de constantes mudanças, as quais afetam a

educação, envolvendo gestores, professores, alunos e sociedade. Expandiram-se as

fronteiras com a globalização e as novas mídias e tecnologias têm relação com

essas transformações. A evolução causa impactos na vida social, a velocidade em

que a tecnologia está alcançando dimensões mundiais é incrível.

Quando acolhemos a ideia de ligação entre escola e tecnologias

percebemos as mudanças que essa união pode trazer para a escola e nos

questionamos quanto aos novos conceitos e noções de educação, de relação

professor e aluno, bem como quanto a conteúdos e metodologias a serem

trabalhados daqui para frente. Segundo Grinspun, (2001) sobre a importância da

educação:

No processo educacional, o que se pretende alcançar é que o indivíduo seja capaz de obter conhecimentos, construí-los através de uma atitude reflexiva e questionadora sobre os mesmos. Junto a essas questões relacionadas ao conhecimento, o processo educacional trabalha a dimensão dos sentimentos, da afetividade e da criatividade. O indivíduo não só aprende com a educação, como também se posiciona frente aos fatos e à realidade que existe dentro e fora dele. Essa atitude e esse pensamento críticos constituem o que se pode denominar de uma atitude fisiológica em relação a sua própria identidade e às situações que o circundam. Em termos de uma educação para viver a era tecnológica, há que se pensar sobre valores subjacentes ao indivíduo, que ausentar, nem desconhecer os perigos, desafios e desconfortos que a própria tecnologia pode acarretar.

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É claro que, para iniciar uma reflexão acerca do tema tecnologias e

educação, devemos analisar as circunstâncias segundo as quais as instituições

possuem acesso aos computadores, às ferramentas de comunicação e interação.

Além da aquisição das “novas tecnologias”, existe muita discussão sobre como elas

estão sendo recebidas pelos gestores, educadores e profissionais da educação.

No Brasil existem muitas escolas que já possuem computadores ou estão

recebendo laboratórios de informática, que vêm ganhando cada vez mais espaço no

dia-a-dia escolar. São ferramentas que, juntamente com a televisão, o DVD e o

rádio, podem ser utilizados para facilitar a aprendizagem. Nesse cenário, o contato

com as tecnologias se torna importante, principalmente se tratando de uma

instituição de ensino, na qual se trabalha justamente a formação do cidadão.

Relacionando tecnologias aos computadores e mundo virtual, Pierre Lévy

(1999), afirma que as redes digitais interativas são fatores potentes de

personalização ou de encarnação do conhecimento, o que nos leva a pensar que o

virtual acelera a comunicação, seguido de experimentos e novos aprendizados. As

informações estão acessíveis on-line e atualizadas em tempo real.

Segundo Lévy (1999), essas tecnologias intelectuais favorecem:

novas formas de acesso à informação: navegação por hiper-documentos, caça à informação através de mecanismos de pesquisa, knowbots ou agentes de software, exploração contextual através de mapas dinâmicos de dados, novos estilos de raciocínio e de conhecimento.

Essas tecnologias intelectuais, segundo o autor, são objetivadas em

documentos digitais ou programas disponíveis na rede que podem ser

compartilhadas entre numerosos indivíduos, e aumentam, portanto, o potencial de

inteligência coletiva dos grupos humanos.

Diante disso, constatamos que o computador, a 4Web, a conexão de ideias e

culturas está se tornando o principal equipamento coletivo, fonte de bibliotecas,

reserva de imagens, quantidade enorme de informações e espaço de interação.

Com o seu surgimento mudam-se os métodos, os conteúdos, a avaliação nas

escolas e as políticas educacionais terão que levar isso em conta.

Refletimos então, sobre o tipo de educação que devemos oferecer aos

alunos, para que compreendam a tecnologia em sua essência. Além disso, se ela

realmente pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem e de que maneira 4 Web – World Wide Web – em português significa: rede de alcance mundial, o largo mundo da Web.

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deve ser trabalhada. Existem diversas maneiras de alcançar os objetivos enquanto

educadores, bem como métodos e ações, mas não se pode ignorar ou desconhecer

a tecnologia.

No lugar de uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas em “níveis”, organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo para saberes “superiores”, a partir de agora devemos preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva. (LÉVY, 1999)

Consideramos que a partir do surgimento do computador, da diversidade, do

crescimento dos conhecimentos técnicos e científicos, o domínio do saber por um

indivíduo ou por pequenos grupos tornou-se quase impossível. Isso não significa

que todas as informações possam ser acessadas, ou se transformar em

conhecimento, mas significa que hoje elas estão ao nosso alcance, são possíveis de

serem adquiridas.

Constatamos, portanto, que a escola está cercada de mudanças exigidas

pela sociedade e avanços tecnológicos. Muitos métodos, conteúdos e modelos

pedagógicos foram tornando-se “desatualizados” diante de tanta novidade. A

informação instantânea, principalmente provida pelo mundo virtual, exige que se

trabalhem maneiras novas, conteúdos novos, valores, habilidades, necessitando

então, de uma nova postura na educação.

A própria Web nos fornece opções de pesquisa sobre maneiras criativas de

conduzir um projeto, uma aula, utilizando as ferramentas disponíveis no computador.

O incentivo ao uso das mídias está inteiramente ligado à realidade social atual, onde

os alunos e a sociedade necessitam que esses meios sejam adotados e

manipulados em momentos de estudos nas escolas.

Segundo Lévy(1999), devemos optar por uma gestão ao mesmo tempo

pessoal e coletiva de saberes. Ele nos sugere que nos conectemos a fontes

relevantes, mantendo o foco naquilo que é mais importante. Dessa maneira iremos

filtrar somente o que realmente interessa, sintetizando as informações e nos

concentrando nas mais relevantes. Para isso, no entanto, ressalta que não façamos

de forma individual, mas de forma compartilhada, criando espaços coletivos de

acesso.

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2.3 – HORA DE DESCONECTAR: OS PERIGOS DA INTERNET

A internet torna-se cada vez mais atraente devido aos benefícios que traz

para o trabalho, lazer, educação e outros. A variedade de serviços ofertados pela

www, como pesquisas ou comunicação instantânea proporciona informação,

praticidade e estimula a curiosidade. No entanto, apesar de apresentar várias

facilidades, devemos estar alertas quanto a alguns perigos que também fazem parte

dessa rede de conexão mundial.

Ela nos oferece uma quantidade enorme de conteúdos e informações, mas

muitas dessas notícias e textos podem não ser úteis ou confiáveis. Isso se deve ao

livre acesso das pessoas para a criação de sites, blogs, possuindo poder de publicar

comentários, que por vezes podem ser pouco precisos. O importante é sempre

conferir se a fonte da informação é segura e validá-la, também utilizando o

pensamento crítico para julgar o que se está lendo.

Outro perigo que a conexão pode ter é com relação às redes de

relacionamento, cada vez mais popularizadas, como orkut ou twitter, criadas com o

objetivo de interação interpessoal, através das quais cada componente procura e

segue seus amigos, conhecidos, pessoas que lhe interessam. Porém, os riscos que

se corre participando de um grupo de comunicação como esses são enormes, pois

existem muitas pessoas que se aproximam para tirar vantagens e como esses sites

preservam a privacidade identitária, nunca sabemos exatamente qual a intenção de

quem tenta comunicação.

Fotos publicadas na internet, exposição da vida (lugares onde costuma ir,

escola onde estuda, rua onde mora) são exemplos do que está registrado na rede

mundial de computadores e de fácil acesso a qualquer pessoa. Muitas pessoas

ainda não têm a consciência das consequências que esse tipo de exposição pode

trazer para suas vidas.

Segundo informações extraídas do jornal 5Folha On-line, o Ibope mostra que

30% do total de internautas que acessam a rede de casa no Brasil têm de 2 a 17

anos. Em média eles ficam 33 horas e 4 minutos por mês na internet. Os

adolescentes de 12 a 17 ficam ainda mais: 42 horas por mês em média. Algumas

pessoas se sentem seguras quando seus filhos estão em casa, usando o

5 Folha On-line. Disponível em <http://www.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u397041.sht ml>. Acesso em 01.04.2010.

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computador, mas não percebem o quão expostas estão, divulgando dados

importantes, talvez para sujeitos desconhecidos.

Quando detectado algum crime na internet, o aconselhável é a denúncia.

Não podemos pensar em impunidade e essa é uma maneira de retrair as pessoas

que desejam fazer mal e se aproveitar da inocência de alguns. Mas sabemos que o

melhor ainda é a prevenção, principalmente quando se trata do uso e conexão de

crianças e adolescentes, através de diálogos e conscientização.

Alguns exemplos de cuidados que os pais podem ter é alocar o computador

na sala, ou em alguma repartição da casa em que haja bastante movimento,

facilitando a visualização do que seu filho está acessando. Também, determinar que

a internet só será usada quando outras pessoas estiverem em casa, jamais quando

estiverem sozinhos. E também o tempo em que a criança fica no computador pode

ser controlado.

Outras dicas foram encontradas na 6Revista Expressar, como compartilhar

com os filhos as experiências na internet, sendo pais presentes, orientar para que

lhes contem se algo lhes deixar nervosos perante o mundo virtual. Ensinar as

crianças a não utilizar dados pessoais para acessar algum tipo de jogo, ou sala de

bate-papo, bem como endereço ou escola onde estudam. Também poderão orientar

que a diferença entre certo e errado na Internet é a mesma que na vida real, ou seja,

devem cultivar o respeito on-line e ter um bom comportamento.

Outra sugestão importante extraída da revista é para que respeitem os

direitos de autoria on-line, não fazendo cópias de textos, músicas, programas não

autorizados pelo autor. E que nem tudo o que ouvem ou leem é verdade, real,

confiável, nem mesmo as pessoas conectadas. Portanto, não devem marcar

encontros pessoalmente com amigos virtuais.

Outro ponto, que se não controlado pode ser um problema é a solidão. A

internet é tão atraente e pode nos fazer ficar aficcionados, fechados em nós mesmos

horas e horas, sem um contato direto com outras pessoas. A ilusão de estar

“teclando” em sites de relacionamento com dez pessoas ao mesmo tempo pode ser

frustrante no momento de desligar o computador e perceber que se está sozinho.

6 Revista Expressar: http:////expressar.com.br/brasil/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=2. Acesso em 01/04/2010

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2.4 – DIÁRIO DE BORDO NO CIBERESPAÇO

A palavra blog deriva da abreviação de weblog: web = tecido, teia, ambiente

de internet e log = diário de bordo, registro. Criados no ciberespaço, on-line, são

páginas na internet atualizadas regularmente por uma pessoa ou um grupo e servem

como espaços pessoais, diários ou para vários registros e publicações de quaisquer

assuntos. A blogosfera, grupo de blogs na web, permitiu uma mudança na

comunicação ao possibilitar às pessoas se transformarem em produtoras de

informação. A exposição de idéias e textos, a circulação de informações, pode ser

feita a partir da criação de um blog, não depende mais necessariamente do trabalho

fornecido pelas editoras para publicação de um livro, por exemplo.

Os blogs surgiram nos anos 1990, e difundiram-se rápida e facilmente

devido à facilidade para criação e por não exigir muitos conhecimentos da linguagem

HTML, sem a barreira da programação para dificultar. Ganharam fama a partir do

ano 2000, quando foram descobertos por repórteres, os quais começaram a fazer

uso dos mesmos para a publicação de notícias e contato direto com os leitores.

Jornais e revistas passaram a criar blogs e marcar a sua presença no mundo on-

line.

Apenas em janeiro de 2002 foram criados no Blogger, um dos sistemas mais utilizados pelos bloggeiros de todo mundo, 41 mil novos blogs, segundo dados fornecidos por Evan Williams, um dos diretores do sistema. Estima-se que o número total de blogs, atualmente, gire em acima de meio milhão, de acordo com a revista Wired. (7RECUERO)

Uma das características inerentes e mais acentuadas dos blogs é a sua

estrutura. Neles, os últimos 8posts aparecem em primeiro lugar no site, ou seja, ele

se estrutura com ordem cronológica inversa. Ou seja, estão organizados por ordem

de data de publicação, em torno do tempo e por esse motivo também são

conhecidos pelo nome de diário. Surgiram como uma ferramenta simples, para criar

conteúdos dinâmicos e em pequenas proporções de textos postados de cada vez,

ou seja, microconteúdos.

Blogs permitem publicação on-line, dando poder da palavra ao seu criador,

para registrar acontecimentos, iniciar reflexões, interpretar notícias ou expressar

7 Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/recuero-raquel-weblogs-webrings-comunidades-virtuais.htmlAcesso em: 20 mar. 20098 Posts – escritas ou publicações.

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pensamentos. Ainda têm a vantagem de que, quando publicado um novo post,

mecanismos de buscas registram a novidade na web, possibilitando que se tornem

ponto de pesquisa, que podem receber comentários e gerar comunicação e

interação.

Outro motivo do sucesso e da criação de grande número de blogs na

internet é o fato de ser gratuito. Vários sites oferecem o serviço de criação do blog e

recursos para edição e publicação do mesmo. Acessando o site, aparecem guias e

passos para o internauta se cadastrar, escolher um endereço virtual, o layout e a

configuração. Como qualquer texto que imaginamos, criamos e escrevemos, é

importante a escolha do tema do blog, os tópicos que se pretende abordar e o

assunto.

O imediatismo também é um ponto importante, pois, postado um texto, ele já

aparece imediatamente disponível na web. Além disso, é caracterizado como um

ambiente disponível, aberto no ciberespaço onde as pessoas têm acesso e podem

deixar contribuições, comentários ou questionar o autor do post.

Através de respostas imediatas, pode-se até tentar entrar em contato com o

“blogueiro” responsável, criticar as suas reflexões, apontar e trocar idéias. A cada

post publicado aparece, logo embaixo, um link para que o leitor comente o que leu.

Geralmente o número de comentários já feitos aparece ao lado. Para comentar

basta clicar no link e escrever o que se deseja. (9RECUERO) Nesse sentido, pode-

se criar um blog com o objetivo de comunicação ou de co-participação, acentuando

e considerando o papel do leitor, permitindo que esse faça parte da criação.

Nesse ambiente de interação é possível combinar texto escrito com

imagens, vídeos e links, o que o torna ainda mais atrativo. O blogueiro realmente

possui o poder de escolher o que falar e como se expressar, através de textos

comparativos, de enquetes, entrevistas, listas, pesquisas, resenhas, humor, artigos

informativos, instrutivos, jornalísticos e outros.

Hoje existe uma diversidade de temas discutidos nesses sites. Alguns são

veiculados no mundo cultural, acadêmico, internacional, para diversão. Outros, para

trabalho, ou interesses religiosos. Podem também ser criados por professores ou

alunos, pais ou comunidade para que se trate de assuntos ligados às escolas na

web.9 Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/recuero-raquel-weblogs-webrings-comunidades-virtuais.htmlAcesso em: 20 mar. 2009

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Os weblogs da categoria “Diário Eletrônico”, por outro lado, não buscam a informação, e raramente a trazem. Em geral, os usuários preocupam-se em contar pequenos fatos cotidianos, comentar o humor ou mesmo suas opiniões sobre este ou aquele assunto. Este tipo de weblog funciona como uma “janela” para a vida do indivíduo, que relata sua vida cotidiana. (RECUERO)

Nas escolas é possível criá-los para publicar conteúdos de determinada

disciplina e interagir com o professor, os colegas e outros internautas, ou seja, o

blog assume a função de possibilitar ao receptor se comunicar com o emissor.

Também, através dessa ferramenta, é possível registrar conhecimentos durante um

projeto, tanto pelo docente quanto pelos educandos e comunidade, enriquecendo

assim a prática escolar.

Segundo 10Francol, estando ele publicado na web, logo ele aparece na rede,

o que inicia o sistema de comentários e respostas e ainda, a participação ativa, já

que o blog proporciona a oportunidade de discutir temas de sala de aula,

complementando-os, pensando sobre o assunto, e respondendo, o que induz uma

maior participação de todos os estudantes.

Sabemos, então, que um blog pode estimular reflexões, discussões entre

professores e alunos a respeito de temas educativos, de livros, notícias ou para

registro de pesquisas e expressão dos novos conhecimentos construídos. Existem

também alguns que servem de guia de cursos, pelo qual o estudante acompanha os

conteúdos e atividades a serem realizadas. A estrutura técnica do weblog permite o

uso pedagógico, porque dispões de ferramentas de interação com o público:

Como o espaço dos comentários, o livro de visitas e os murais virtuais. Essas ferramentas podem proporcionar situações de debates escritos, discussão de idéias, complementação de temas e pesquisas sobre diferentes assuntos educacionais, a partir de textos lidos na parte referentes aos posts, ou até mesmo nos comentários. Além disso, o visitante do blog ao deixar um comentário, tem seu e-mail ou site identificado, o que permite ao autor do weblog, comunicar-se com quem escreveu, propiciando assim, mais uma forma de interação. (FRANCOL)

Com a utilização dessa ferramenta já bem difundida e conhecida entre o

meio jovem, o professor poderá desenvolver projetos, até mesmo interdisciplinares,

apresentar temas de debate e reflexão, estimular a escrita de seus alunos, divulgar

atividades da escola ou criar um jornal on-line e outros.

10 Disponível em: http://www.slideshare.net/rayssa_winnie/blog-educacional-ambiente-de-interao-e-escrita-colaborativa Acesso em 07 abril 2009.

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2.5 – PROFESSOR, ALUNO E SEUS NOVOS PAPÉIS

Desde a década de 1980 tem-se falado e estudado as vantagens de

trabalhar em sala de aula com auxílio das mídias e aproveitar o que de melhor a

informática pode oferecer para a educação. No entanto, qual o papel do educador e

quais são as maneiras de vincular as tecnologias ao seu dia-a-dia em sala de aula?

Segundo Fernandes (2004), À medida que, por exemplo, a internet invadiu

nossas casas, nosso local de trabalho, as escolas, não podemos acreditar que

temos a prerrogativa de encarar a tecnologia digital como opcional. No entanto,

muitos professores se sentem retraídos, olham com desconfiança para o

computador, procurando adiar ao máximo o momento de precisar usá-lo. Outros

usam no dia-a-dia, mas não sabem como poderiam integrar esses recursos na sua

prática e há também os que usam a tecnologia em suas aulas sem, contudo, alterar

suas práticas.

A discussão então se centra na melhor postura a ser adotada pelos

docentes, e qual o seu papel na sala de aula:

As últimas informações atualizadas tornam-se fácil e diretamente acessíveis por intermédio dos bancos de dados em linha e a www. Os estudantes podem participar de conferências eletrônicas desterritorializadas, nas quais intervêm os melhores pesquisadores de sua disciplina. Assim sendo, a função-mor do docente não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, executada doravante com uma eficácia maior por outros meios. (LÉVY, 1999).

Ainda, Lévy (1999) defende a idéia de que o professor deve ter como centro

de sua atividade o acompanhamento e o gerenciamento dos aprendizados. Uma

maneira seria a de se aproximar o máximo possível dos alunos, procurando

conhecer, entender seus objetivos, suas vontades e também vinculando as

tecnologias ao conteúdo curricular.

As evoluções tecnológicas causam um impacto enorme sobre os processos

de ensino e de aprendizagem. Hoje, se um estudante deseja se informar sobre um

conteúdo, clicando na ferramenta de busca, encontra títulos sobre a sua pesquisa.

Com certeza, é uma situação privilegiada poder acessar o “mundo” em sua própria

casa, tendo as ferramentas e os conteúdos necessários a um clique, o que pode

facilitar seus aproveitamento e rendimento nas aulas.

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Também sentem-se estimulados a descobrir e aprender conteúdos novos

devido aos métodos da internet, que utiliza grande variedade de efeitos e cores para

atrair a atenção. No entanto, muitas vezes é possível que não consigam seguir seu

foco, centrar seu assunto sem se distrair, por outros pontos interessantes que vão

aparecendo durante esse processo. Nesse momento, o docente e os pais têm a

missão de guiar o adolescente para que tenha sempre o seu objetivo em vista,

selecionando o que é mais relevante para a sua pesquisa e o que mais lhe será util.

A preocupação com o fazer em sala de aula é uma constante na era

tecnológica, quando se considera que o professor não aprende por aprender, mas

para saber agir. Profissionais que não tiveram preparo, cursos e formação para

trabalhar com as ferramentas hoje disponíveis são chamados a aprender, a utilizar a

informática.

Essa preocupação não engloba somente o domínio da informática, dos

softwares, da navegação na internet, mas também como utilizar esses materiais em

suas aulas. A busca de soluções e maneiras de trabalhar em grupos, estimulando

que todos participem e se sintam envolvidos nas atividades é um desafio encontrado

nos laboratórios de informática.

Por isso, a formação continuada oferecida ou buscada pelo docente é a

melhor solução para refletir e encontrar meios de auxiliar seus alunos, assumindo

uma posição ativa de descoberta do novo e mudanças na sua prática pedagógica.

Tendo consciencia do quanto as novas tecnologias podem auxiliar e propiciar um

aprendizado eficiente o professor se sentirá estimulado a aprender, dominar as

novas ferramentas disponíveis.

Estudos sobre como poderá vincular sua disciplina e conteúdo curricular à

televisão, rádio, filmagens, computadores, internet e troca de experiencia com outros

docentes facilitam a construção de projetos, inclusive interdisciplinares. Nesse

momento ocorre a reorganização do saber, onde os mesmos podem considerar e

agregar às suas aulas métodos novos para alcançar seus objetivos.

Quanto às competências que os docentes devem ter, principalmente com

referência à era tecnológica e o acesso a novas tecnologias na escola, destaca-se

conhecer os conteúdos disciplinares por eles ministrados. Uma boa maneira de

obter sucesso é trabalhar com a realidade do educando, vinculando sempre os

conteúdos aos interesses do mesmo.

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A organização e o planejamento são essenciais para alcançar o objetivo

principal, que é o de que o aluno construa o conhecimento. As escolas devem estar

equipadas com recursos materiais, como um projetor multimídia, computadores e

sala de vídeo para oferecer condições dignas de pesquisa e apresentação de

trabalhos. O mestre deve ter obtido contato com essas tecnologias, deve ter

abertura para trabalhar os mais diversos temas com os educandos, deve se

desafiar, provocar inquietação, estimular a pesquisa com aulas criativas.

Antes o professor só se preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, continua com o aluno no laboratório (organizando a pesquisa), na Internet (atividades à distância) e no acompanhamento das práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aluno à realidade, à sua profissão (ponto entre a teoria e a prática). (MORAN, 2007).

Para Moran, a palavra chave é integrar: integrar a tecnologia e o humano,

em uma visão pedagógica, já que dispomos da internet, que oferece muitas

possibilidades de interação, de pesquisa, de discussões, de debates. Mas, para

realmente ligar as mídias a esses conteúdos disciplinares se torna necessário o

conhecimento e exploração das mesmas. Conhecendo as especificidades de cada

recurso tecnológico, é possível incluí-los na prática escolar para enriquecer as aulas,

contribuindo para a compreensão dos conteúdos curriculares.

Muitos textos encontram-se disponíveis na rede www. Geramos novos

conhecimentos, novas descobertas a cada instante. O professor de nossa época,

além de estudar muito, pesquisar e tentar estar por dentro de tudo de novo que

aparece, deve ter a capacidade de estar sempre aprendendo.

Temos também a competência de mediadores do conhecimento. É essencial

trabalhar adequadamente com as mídias, e usar as tecnologias de maneira

adequada é fazer com que não se tornem meros espaços de pesquisa e sim,

motivações para que o aluno seja motivado a recriar. Dessa maneira, o docente

deve estimular a reflexão, interpretação e ressignificação, para que o educando

construa o seu conhecimento.

No entanto, segundo Fernandes (2004), o saber-fazer não apenas está

relacionado ao conhecimento a ser construído. Vincula-se também ao domínio de

turma, devido à realidade em que se encontram as salas de aula na escola pública,

com 40 a 50 alunos, e ao número de computadores por laboratório, estimado em

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um para cada dois alunos. Esta realidade é um obstáculo para que o docente

consiga extrair o máximo possível de atenção e alcançar seus objetivos.

Existe também a preocupação do docente quanto à possibilidade de ser

superado pelo aluno, em relação ao conhecimento da informática, a qual afeta a sua

segurança quanto a visão de “detentor do saber”. Os alunos, crianças ou

adolescentes, já apresentam um certo domínio e conhecimentos das novas mídias,

pois fazem parte de sua realidade e de suas vidas.

Por isso, para Fernandes (2004), para que o ensino com informática seja

inovador, é necessário rever, não apenas para os alunos como para os professores,

a centralidade da aprendizagem.

Ao considerá-la como eixo central do processo e que ambos – professores e alunos – são sujeitos em constante processo de aprendizagem, talvez seja possível a superação de suas concepções a respeito do ensino e da aprendizagem como funções fixas arraigadas em cada uma das categorias de sujeitos. Essa mudança de concepção poderá ocorrer dentro de um contexto permanente pela qual os sujeitos estarão em constante aprendizagem dentro e fora dos muros escolares.

Portanto, percebe-se que a importância do diálogo e da troca de

experiências entre docentes se torna cada vez maior, sendo indivíduos aprendizes e

parceiros em suas novas experiências, angústias, sucessos e fracassos. A busca

pelo novo exige atitude e boa vontade.

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2.6 – FOLDER ENQUANTO SUPORTE DE GÊNERO TEXTUAL

A palavra folder significa “folheto dobrado”, impresso publicitário, impresso

de pequeno porte, constituído de uma só folha de papel com uma ou mais dobras, e

que apresenta conteúdo informativo ou publicitário. É um folheto também conhecido

como prospecto, cuja finalidade é passar alguma informação ou mensagem

publicitária, através de títulos, subtítulos, frases e imagens atrativas.

Os folderes se diferem dos panfletos pelas suas dobras e pela forma mais

trabalhada, com rica presença de imagens. É caracterizado como suporte para

gênero textual e, atualmente, existe uma demanda de reflexões sobre o ensino e

aprendizagem de gêneros pelo professor, o que justifuca o trabalho com esse

material.

Segundo Marcuschi (2008), os textos se realizam em algum gênero, e todos

comportam seqüências tipológicas e são produzidos em domínios discursivos, que

se acham dentro de uma formação discursiva. Os textos sempre se fixam em algum

suporte pelo qual atingem a sociedade.

Em nossa vida diariamente nos deparamos com diversos gêneros textuais,

expressos através de um pote de margarina, no jornal, um computador e outros.

Alguns exemplos de gêneros textuais, segundo Marcuschi (2008) seriam:

Telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.

Estes gêneros estão dispostos em vários suportes. O suporte é uma

superfície física (ou virtual, no caso da internet) que suporta os gêneros, ou os

textos, ou seja, é um lugar, com formato específico e que tem a utilidade de fixar e

mostrar textos. Nem sempre é possível distinguir entre suporte e gênero, posto que

muitas vezes o suporte se confunde com o gênero. E muitas vezes o suporte pode

alojar diversos gêneros, como no caso do outdoor, que pode conter publicidade,

anúncios, propagandas, comunicados, convites, editais.

Já vimos que todos os textos se realizam em algum gênero e que todos os gêneros comportam uma ou mais seqüências tipológicas e são produzidos em algum domínio discursivo que, por sua vez, se

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acha dentro de uma formação discursiva, sendo que os textos sempre se fixam em algum suporte pelo qual atingem a sociedade. (MARCUSCHI, 2008)

Existem dois tipos de suporte: o convencional e o incidental. O primeiro

refere-se aos que têm a função de portarem ou fixarem textos, como livros, jornais,

revistas, rádio, televisão, telefone, quadro de avisos, outdoor, encarte, folder,

luminosos e faixas. Já o suporte incidental são os meios casuais, usados em

situações especiais como embalagem, pára-choque e pára-lamas de caminhão,

roupas, corpo humano, paredes, muros, paradas de ônibus, calçadas, fachadas e

janelas.

É possível também um mesmo gênero suportar vários tipos de textos, ou

seja, todos os textos realizam um gênero e todos os gêneros vários tipos de textos,

sendo caracterizados então, como tipologicamente heterogêneos. Segue um

exemplo:

Tome-se o caso do telefonema. Como gênero textual, trata-se de um evento falado muito claro e definido em suas rotinas, identificável pela maioria dos indivíduos que vivem em culturas em que telefonar é uma prática usual. Caracteriza-se como um diálogo mediado pelo telefone, sem a presença física dos falantes. Contudo, do ponto de vista de tipo textual, um telefonema pode envolver argumentações, narrativas e descrições, ou seja, ele é heterogêneo. (MARCUSCHI, 2008)

Como vimos, existe um número muito grande de gêneros textuais, o que

dificulta a sua classificação, mas é possível explicar como eles se constituem e

circulam na sociedade.

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2.7 – FOLDER: EVENTO DISCURSIVO SOCIAL

Todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da língua, utilizada

para comunicação através de enunciados, expressões orais ou escritas. Nesse

sentido, não se pode afastar a relação existente entre os gêneros e a vida social das

pessoas. Não se pode tratar o gênero de discurso independente de sua realidade

social e de sua relação com as atividades humanas. (MARCUSCHI, 2008)

Apropriar-se dos gêneros é fundamental para a socialização e comunicação,

pela qual se torna possível expressar opiniões, pensamentos e idéias. Segundo

Marcuschi (2008), Os gêneros textuais operam, em certos contextos, como formas

de legitimação discursiva, já que se situam numa relação sócio-histórica com fontes

de produção que lhes dão sustentação além da justificativa individual.

A tarefa da escola é inserir o aluno em práticas de letramento, para que

transformem suas vidas e suas atitudes pela linguagem, para usá-la adequadamente

e refletir sobre ela, sobre os seus efeitos. A apropriação dos gêneros textuais pelo

educando facilita o letramento, principalmente quando propiciada de maneira

reflexiva sobre a prática, e a maneira como eles circulam na sociedade.

Na realidade, o estudo dos gêneros textuais é uma fértil área interdisciplinar, com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques, nem como estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social corporificadas de modo particular na linguagem, temos de ver os gêneros como entidades dinâmicas. (MARCUSCHI, 2008)

Considerando que os gêneros possibilitam o discurso oral ou escrito e a

expressão, podemos dizer que possibilitam a inclusão de uma pessoa na sociedade

ou em um grupo de pessoas. Inclusive, textos são utilizados para vários tipos de

controle social e exercício de poder na sociedade, para quem sabe utilizá-los para

esse fim.

Segundo Marcuschi (2008):

Em boa medida, os gêneros por nós produzidos dão, pelo menos em uma primeira instancia, legitimidade ao nosso discurso. Nesse particular, certos gêneros tais como os ensaios, as teses, os artigos científicos, os resumos, as conferências etc., assumem um grande prestígio, a ponto de legitimarem e até imporem determinada forma de fazer ciência e decidir o que é científico.

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Assim, é possível dizer que a produção discursiva ultrapassa o mero objetivo

de informação, e que a língua não é apenas um sistema para comunicação entre as

pessoas, mas uma forma de ação, de atuação e envolvimento. Podemos perceber

os objetivos comunicacionais de uma pessoa pela sua maneira de se expressar, o

gênero e tipo textual que utiliza. Nesse sentido, para que os futuros cidadãos não se

tornem meros telespectadores dos detentores da oratória bem preparada, é

necessário o estudo dos gêneros nas escolas.

Baseando-se no fato de que o gênero é um instrumento que age nas

situações de linguagem e é realizado através de expressões e textos, sustentamos a

necessidade de trabalhos em sala de aula com diversas tipologias textuais. Através

dos estudos, o educando poderá adquirir a propriedade de conhecimento das formas

de comunicação, expressão e maneiras de conquistar o espaço desejado, de se

fazer entender e de convencer sobre suas opiniões e pontos de vista.

Devido o advento de laboratórios de informática nas escolas é possível o

trabalho com diversos gêneros textuais, desde o projeto até a impressão. O uso de

imagens visuais é um elemento bastante atrativo e cada vez mais utilizado na era

das tecnologias, não podendo ser ignorado nos projetos, aulas e conteúdos

curriculares. Por esse motivo o trabalho com folders é um excelente meio de

transmissão e comunicação de informações que pode se tornar uma eficiente

ferramenta educacional.

Utilizado como meio de informação e também propaganda, o folder pode

enriquecer as aulas, estimulando a criatividade dos alunos. Para desenvolver, é

necessária a elaboração de um texto, a argumentação do tema que se deseja

transmitir e a criação do folheto informativo dobrável.

Tudo indica que o folder pode ser tido como um suporte de gêneros diversos, embora haja quem o trate como gênero. O folder é um suporte que fixa gêneros tais como campanhas publicitárias, campanhas, publicidades, instruções de uso, currículos e assim por diante. Existem folders com mais de um gênero. (MARCUSCHI, 2008)

A produção do folder exige conhecimento sobre o assunto, criticidade,

seleção de mensagens e tópicos que serão impressos, para chamar a atenção e

convencer. Sendo o espaço restrito, torna-se importante a leitura, o debate, a

seleção e a escolha das palavras para que não fique esquecida nenhuma

informação essencial.

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Segundo Marcuschi (2008), o professor pode utilizar o modelo de trabalho

com 11seqüências didáticas para o ensino de gêneros nas séries fundamentais, com

metodologia e procedimentos. Elas envolvem quatro fases:

Apresentação da situação – Nessa fase se define a modalidade oral ou

escrita, qual o gênero a ser trabalho, a que público se destina e o seu suporte.

Também se segue à pesquisa sobre o tema, leitura e exploração de materiais do

mesmo gênero, para conhecimento.

A primeira produção – É a formulação inicial do texto, que pode ser coletiva

ou individual. O primeiro esboço e contato com o gênero, que será revisado várias

vezes antes de sua conclusão.

Os módulos – Trabalhar os problemas surgidos na primeira produção, onde

o professor poderá intermediar o conhecimento, o conteúdo com a criação dos

alunos e estimular o enriquecimento do material. Nessa fase é feita a análise do

texto, a comparação de idéias, a argumentação e principalmente, o estudo do

material criado (visão crítica).

Produção Final – É o momento de o aluno colocar em prática o que

aprendeu e construir o seu conhecimento pós-análise. Ele é o verdadeiro autor da

sua obra.

Conforme Marcuschi (2008): Quando dominamos um gênero textual, não

dominamos uma forma lingüística e sim uma forma de realizar linguisticamente

objetivos específicos em situações sociais particulares. Dessa maneira, se tornam

importantes as práticas de gêneros textuais nas Escolas já que toda manifestação

verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero.

11 Seqüência didática – conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito.

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CAPÍTULO II

3– OBSERVANDO O BLOG NA PRÁTICA

O projeto elaborado e aplicado para fins de conclusão do curso Mídias na

Educação teve como objetivo principal a criação de um blog (ambiente colaborativo)

por docentes da Rede Estadual de Ensino. Consideramos importante a capacitação

de docentes atuantes para que percebam e assimilem o trabalho com as mídias e

tecnologias em suas aulas e a constante atualização de conhecimentos como

essenciais para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem. Como 12Pierre Lévy diz: Hoje, a situação mudou consideravelmente, já que de agora em

diante a maioria dos saberes adquiridos no início de uma carreira estarão obsoletos

ao final de um percurso profissional (ou até mesmo antes).

Um dos objetivos desse trabalho foi oferecer apoio aos docentes e incentivá-

los no uso efetivo da multimídia computador, já que não basta somente a escola

dispor de um laboratório de informática se o aluno não for exposto a situações

inovadoras de aprendizagem. Por isso, expusemos aos participantes os propósitos

do curso, que aconteceria em uma perspectiva participativa. Nesse sentido, ficou

clara a importância do relato das dúvidas, medos e dificuldades enfrentadas por

cada um.

O presente projeto foi apresentado à coordenadora do Núcleo de

Tecnologias da Cidade de Xanxerê/SC, Celoy Mascarello, que demonstrou interesse

e entendeu como uma maneira de incentivar o uso dos laboratórios de informática

nas Escolas. O trabalho foi desenvolvido no laboratório do NTE (Núcleo de

Tecnologias Educacionais), ambiente criado pelo MEC que oferece capacitações,

suporte técnico e apoio pedagógico às escolas e acompanha o processo de

introdução de novas tecnologias educacionais.

Os objetivos do projeto elaborado vão ao encontro das principais funções do

NTE, que são a sensibilização e motivação das Escolas para a incorporação da

tecnologia de informação e comunicação, bem como auxiliar na formação

continuada de professores no uso das novas tecnologias. O desenvolvimento de

capacitações possibilita aos professores oportunidades de interação com

12 Fonte: http://rxmartins.pro.br/teceduc/cultura-informatica-educacao.doc Acesso em: 22 de out de 2009.

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especialistas e os prepara para a utilização das mídias e a incorporação das

mesmas na sua prática pedagógica.

Utilizamos o computador e a internet como 13multimídia – uso de diferentes

tipos de mídias na comunicação – para criar, armazenar, manipular, utilizar,

experimentar, divulgar, interagir sobre o conteúdo sugerido (O Estado de Santa de

Catarina).

Através da internet foi possível a elaboração do blog colaborativo, pelo qual

todos descobriram maneiras criativas para despertar no aluno a motivação na

construção do conhecimento. Essa ferramenta nos permitiu a pesquisa e posterior

criação de textos, a partir das leituras feitas.

O fato de um grupo de pessoas se dispor a participar de um curso como o

que promovemos prova a consciência da importância do manejo do computador nos

dias atuais. Demonstraram desde o primeiro encontro os motivos que os levaram a

buscar conhecimentos nessa área: necessidade de utilizar o computador em sala de

aula, com seus alunos e também para uso pessoal.

Propusemos um questionário no primeiro encontro para conhecer os

cursistas, nosso público, sobre a utilização do computador. Dos dezoito alunos

entrevistados, 9 utilizam o computador todos os dias, 8 uma ou duas vezes por

semana, 1 quase não utiliza. Dentre eles, 9 utilizam somente para abrir e-mail ou

para cessar o Google e 9 utilizam para acessar o portal do professor ou sites

educativos, notícias e relacionamentos. Apenas 2 não tem computador em casa e 1

participante não tem e-mail. Os que não conhecem nada sobre blog são 12, os que

visitam blogs são 4 e os que já criaram alguma vez um blog são 3.

Iniciamos nosso trabalho com a criação de e-mail para todos, detalhando

passo a passo do processo. Para isso utilizamos o Google através do gmail. Através

de observação, percebemos que grande parte do grupo não sabia até então como

mandar e receber e-mails, apresentando bastante dificuldade até mesmo para

preenchimento de dados para a criação.

Propusemos como tema central o Estado de Santa Catarina, através do qual

os cursistas se dividiram em grupos e puderam optar por áreas distintas para a

pesquisa. Este foi o momento de coleta de dados em materiais como livros, revistas,

13 Multimídia = Multi= muitos Mídia=meios, habilidade de informar através de muitos meios.

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jornais, internet, sobre temas polêmicos a respeito desse Estado como: questão da

falta de água, Projetos do Governo, Saúde, Educação, Turismo.

Cada grupo se responsabilizou por um assunto relevante para pesquisa e

postagem, o que permitiu que tivéssemos oportunidade de fazer novas leituras e

interagir virtualmente com os participantes e visitantes. Como mediadora percebi a

responsabilidade de guia do trabalho, introduzindo opiniões, idéias e motivando para

que o processo tivesse sucesso.

Percebemos que os docentes ainda sentem insegurança perante às novas

ferramentas que estão surgindo nas escolas (computador). As novas situações e os

próprios alunos exigem um preparo no uso das tecnologias por parte dos

professores, para que possam acompanhar as transformações na sociedade e “falar

a mesma língua” dos educandos. O blog é uma ferramenta eficiente de

comunicação, que aproxima professor e aluno, um espaço onde expomos nossas

idéias, opiniões, notícias, e que pode levar a classe para além das salas de aula.

Além de pesquisas feitas na internet, criações de textos e slides, os cursistas

tiveram oportunidade de troca de experiências entre si, sendo que oferecemos

leituras incentivando a reflexão quanto à prática escolar. Ressaltamos que a pauta

sempre esteve voltada às maneiras de utilização das tecnologias na escola, sendo

importante guiar o aluno nas suas pesquisas e não simplesmente deixá-los à frente

da internet, que os oferece muitos caminhos. Na internet os alunos estão expostos a

um grande número de informações, e deixá-los navegar sem guiá-los não significa

que está acontecendo a aprendizagem.

Durante a coleta de dados, e criação de textos para posterior postagem no

blog, iniciamos a busca de acessórios em alguns sites como www.clocklink.com,

www.btemplates.com, www.maisblog.com, http://www.vickys.com.br/ e outros.

Através deles pudemos inserir relógio, calendário e caixa de recados.

Ao longo dos encontros foram surgindo novas possibilidades de trabalhos e,

devido ao interesse dos participantes, acessamos no site http://www.slide.com/ e

seguimos passo a passo, orientando para a criação de slides. Segundo os objetivos

do curso, seguimos a prática dos encontros conforme o interesse dos participantes,

fazendo de nosso planejamento flexível e atento aos interesses do grande grupo

Após a coleta dos materiais eles criaram seus textos e publicaram no blog

construído (www.santacatarina-online.blogspot.com). Nesse momento, constatamos

a eficiência da utilização do blog como ferramenta educativa, pois é um meio de

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socialização do conhecimento e troca de informações, e observamos o envolvimento

do grupo diante da postagem dos seus trabalhos.

Durante os encontros, oferecemos textos para leitura e debate sobre os

assuntos relacionados às tecnologias (em anexo). Percebemos a apreensão com

relação às tecnologias no sentido de como vinculá-las aos conteúdos disciplinares

por eles ministrados. Foram momentos de troca de experiências e reflexões acerca

da realidade e do idealizado pelos escritores, bem como a tentativa de encontrar

soluções para os problemas.

Um dos pontos mais debatidos e de concordância de todos foi na

explanação dos problemas vivenciados nas escolas, com relação à estrutura física e

número de computadores nos laboratórios de informática. A maioria dos docentes

alegou que o número de computadores para atender a uma turma de alunos é

insuficiente, causando aulas tumultuadas, fato que às vezes, conforme relato, não

estimula para que usem com mais freqüência os laboratórios.

Sem dúvidas, o uso do blog possibilitou conversas informais, o que o torna o

trabalho “prazeroso”, estimulando a comunicação e troca de informações e

conhecimentos. Também faz do aluno construtor do seu conhecimento, deixando de

lado a imagem de receptor para expressar e criar idéias, demonstrando o que

pensam, desenvolvendo a criticidade.

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CAPÍTULO III

4 – OBSERVANDO O FOLDER NA PRÁTICA

Durante os encontros realizados sugerimos a reflexão sobre uma maneira

de divulgar o nosso trabalho com o blog. Depois de debates e troca de ideias entre

os participantes, consideramos o folder como um bom aliado, por motivo de ser um

impresso que reúne texto e imagens. Também o consideramos como ideal porque

poderíamos entregar para cada escola da região uma cópia do folder.

A princípio surgiram muitas dúvidas, como qual o conteúdo deveria ser

utilizado, qual a linguagem correta para atrair a atenção, qual a tipologia textual

adequada, as imagens que utilizaríamos e os passos para impressão. Apesar de

todas essas dificuldades, pensamos ter ao nosso alcance a possibilidade de produzir

nosso próprio folder e imaginamos ser o suporte ideal para propagar a nossa

criação, o weblog.

Estando definido então o gênero a ser criado, passamos para a pesquisa

sobre folders, utilizando a internet como fonte de pesquisa. Também estudamos,

conforme proposta levada aos encontros, as características, linguagem da

propaganda e harmonia entre texto e imagem. Estava claro o nosso objetivo: chamar

a atenção do leitor, convencer o receptor a visitar ao blog. Dessa maneira,

ultrapassamos o primeiro passo da sequência didática proposta por Marcuschi que é

a apresentação da situação, escolha do gênero e estudo sobre o mesmo.

Optamos pela criação do folder em grupos, em uma dinâmica muito

interessante. A cada encontro uma dupla ou trio iria trabalhar com o folder, ou seja,

uma dupla iniciaria colocando em prática suas ideias e no dia seguinte outra dupla

continuaria e prosseguiria a confecção do folder. Entendemos ser essa uma maneira

de todos contribuírem na construção, sendo possível assim, deixar uma marca

pessoal, além do ambiente colaborativo proporcionado por esse tipo de trabalho.

Para a criação do folder escolhemos o software BrOffice.orgwriter do Linux

Educacional, por ser um editor de texto e também porque os participantes estavam

já familiarizados com trabalhos no Word. Já que o Microsoft Word é um programa

semelhante ao BrOffice do Linux, e dispomos no laboratório de informática o Linux

Educacional, sistema adotado por ser um software livre.

Justificamos a escolha desse sofware e não de um especial para criação do

folder devido às dificuldades encontradas na construção do blog, como ferramenta

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totalmente nova para a maioria dos participantes. Dificultaria o trabalho se

utilizássemos um software específico para isso, desconhecido para a maioria, e

traria um trabalho mais demorado e detalhado se apresentássemos um novo

programa para a sua elaboração.

Iniciamos a produção do nosso suporte de divulgação discutindo ideias e

debatendo sobre as possibilidades. O nosso trabalho, enquanto mediador entre

conhecimento e educandos, se restringiu à observação do que estava sendo

construído. No entanto, em dado momento, sugerimos que fizéssemos uma pausa

para analisar alguns dados. Percebemos que havia frases muito extensas para o

tipo de gênero que estávamos criando. Assim, refletimos e discutimos algumas

frases instigadoras, mais curtas e concisas para alcançar o nosso objetivo: informar

o que, quando, onde, como e por quê.

Apesar de o trabalho parecer relativamente fácil, comparado à construção

do blog, a confecção do folder exigiu muito de cada participante, na escolha das

palavras e no critério para a escolha do que era relevante, tendo em vista o espaço

restrito para a escrita. O conteúdo, formatação e escolha das imagens do folder,

exigiram tempo, estudo, leituras e debates entre os colegas, além da sua constante

reformulação.

Dessa maneira, seguimos com a seqüência didática, analisando o material

produzido até o momento, ajustando e trabalhando os problemas.

Como o folder passou de “mão em mão” durante todo o curso, foi essencial

fazermos uma análise do produto final, para ajustar a harmonia entre as idéias,

textos, figuras, cores e disposição desses componentes. Assim que foi concluído,

fizemos a impressão de alguns exemplares para encaminhar às escolas da nossa

região.

Houve aceitação e concordância por parte da maioria dos docentes sobre a

eficácia do gênero propaganda vinculada ao suporte folder como ferramenta

educacional. O que construímos nesse projeto foi um projeto piloto, experiência bem

sucedida. No entanto, discutimos idéias a respeito de como adaptá-lo em diversas

disciplinas escolares por se tratar de um suporte rico em informações e atrativo.

Consideramos também que a mídia impressa é um meio de comunicação

muito utilizado, principalmente se tratando do folder, enquanto objeto de informação,

de propaganda. A mídia impressa envolve qualquer material impresso que possua

informações, ou seja, é um veículo de informações. Sabendo-se do seu poder de

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divulgação, comprovamos a eficiência do folder impresso principalmente por permitir

a distribuição para o público que pretendíamos alcançar.

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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola atual deve ser um espaço onde se incentive o questionamento, o

diálogo, a criatividade, a busca pelo novo e a socialização do conhecimento. Essas

são atitudes cada vez mais vivenciadas pela sociedade que protagoniza o avanço

das tecnologias, na qual as instituições de ensino devem promover o encontro do

aluno com as novas possibilidades apresentadas.

O trabalho com projetos interdisciplinares, a oferta de tarefas complexas e

de desafios para os educandos é um caminho que, se bem planejando, trará bons

resultados para o processo educativo. É possível proporcionar atividades diferentes,

instigar a busca do conhecimento, e, no caso do uso de um blog, momentos lúdicos,

em que os alunos se sintam motivados a participar.

O computador, tecnologia muito utilizada nos dias atuais, é desafiador para

o ser humano, imaginando-o como ser resistente a mudanças. Saber o momento

certo para adaptar-se e ter a consciência dessa necessidade são os primeiros

passos para tentar entender as conseqüências que esse recurso traz para as nossas

vidas. Acreditamos que o fato de existir um grupo de docentes disposto a enfrentar o

desconhecido já é um sucesso, pois pode significar não só mudanças de

pensamento, mas também de crenças, de convicções, de atitudes e ações perante

as suas práticas escolares.

Percebemos que o conhecimento das ferramentas e possibilidades infinitas

de trabalhos através das mídias vem modificando gradativamente a consciência dos

professores, que não concebem mais a utilização do computador apenas como

apoio às aulas e conteúdos das disciplinas. Vivemos, então, uma busca constante

de maneiras e métodos para trabalhar a interação das tecnologias no dia-a-dia

escolar, através de reflexões sobre qual é a função da informática na educação.

Sabendo das transformações sociais, devido ao surgimento e utilização de

novas tecnologias como o computador, acreditamos ser necessários e urgentes

cursos de formação continuada para docentes atuantes nas escolas. O

conhecimento e o preparo recebidos em tempo de formação inicial devem ser

atualizados, através de momentos de leitura, informação, debates e interação com

colegas. Os encontros vivenciados na realização do projeto em questão foram ricos

de relatos, trocas de experiências, discussões sobre temas de interesse de todos,

estando, pois, a serviço da Educação Pública do Estado de Santa Catarina.

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Constatamos que os docentes participantes não possuíam conhecimento

concreto e sólido sobre weblog, sendo que o conceito atribuído a esse ambiente de

interação, até então, era de um diário pessoal virtual. A percepção era de uma

ferramenta individual, como se o autor criasse o espaço para conversar com ele

mesmo, sem a visão coletiva e interativa. Após o processo de aquisição de

informações e construção do blog, observamos a aceitação dos integrantes do grupo

como uma ferramenta que pode ser utilizada em sala de aula, com os alunos, de

forma colaborativa.

Através de comentários e entrevista aos participantes nos encontros,

podemos afirmar que o trabalho desenvolvido envolveu grande parte do grupo.

Todos sentiram prazer em criar o seu próprio espaço na internet. Dessa maneira,

comprovamos ser o blog uma ferramenta eficiente e divertida, que oferece

gratificação a quem a utiliza.

No que tange a dúvida sobre a eficiência do blog educacional, objeto de

estudo dessa monografia, identificamos que se trata de uma ferramenta pedagógica

em potencial. Durante a realização dos encontros provou sua capacidade interativa,

como um ambiente colaborativo que pode ser. Justamente porque escrever sobre

um tema com a possibilidade de troca de idéias com outras pessoas possibilita a

construção do conhecimento através da reflexão coletiva, proporcionando dessa

maneira, um conhecimento mais fundamentado.

Através da proposta de que cada grupo fizesse pesquisas sobre temas

relevantes sobre o Estado de Santa Catarina, estimulamos para que utilizassem as

ferramentas de busca, como o Google, a fim de que se familiarizassem ainda mais e

conhecessem os recursos oferecidos pela internet. Dessa maneira, também

proporcionamos espaço para que reescrevessem as informações obtidas e

transmitissem aos receptores, leitores do blog, como autores de seus textos,

estimulando a construção de conhecimento.

A maneira como o blog apresenta-se, com murais, grupo de seguidores,

comentários após cada postagem, utilização de acessórios como relógios,

calendários e outros, proporcionou bastante envolvimento no trabalho desenvolvido.

Ele oferece a possibilidade de visualizar as postagens no mesmo momento da

criação, e comprovar as alterações feitas instantaneamente, o que é um incentivo à

verificação, à reflexão do que foi escrito e ao desenvolvimento de uma visão crítica.

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Em contrapartida, acompanhamos as dificuldades apresentadas pelos

docentes com relação ao trabalho com computadores, acesso à internet, criação e

utilização de e-mails. Para muitos deles, os encontros foram uma maneira de tentar

se aproximar e se apropriar dessa tecnologia, absorvendo o maior número possível

de informações, dicas, e reflexões sobre maneiras de vinculá-las a sua prática

escolar.

Por isso, consideramos fundamental, além da prática com o computador, a

leitura dos textos oferecidos para que discutissem sobre a realidade nas escolas e

os desafios enfrentados no dia-a-dia. Além de ter sido uma das maneiras

encontradas para conhecer a realidade dos cursistas, suas angústias, medos,

perspectivas e aspirações e poder guiá-los na busca de informações.

Diante dessas discussões foi possível perceber que em muitas escolas o

número de computadores nos laboratórios de informática não é suficiente para o

número de alunos atendidos em uma turma. Muitas vezes o docente não se sente

motivado a oferecer aulas criativas, com utilização das ferramentas disponíveis no

computador, devido à “desordem” dos encontros nesse ambiente pouco preparado

para o grande grupo.

Outra dificuldade enfrentada pelos docentes diariamente é a falta de tempo,

com carga horária de aulas presenciais altíssima, o que dificultou o acesso deles à

internet fora do horário do curso. Infelizmente, tudo o que foi desenvolvido para

postagem no blog, foi realizado nos encontros, o que dificultou a análise do poder do

blog como ferramenta que vai além da sala de aula, do encontro presencial do

professor com seu aluno.

Quanto à criação e utilização do blog, não houve dificuldades para

entendimento da proposta, apesar de imaginarmos que o trabalho seria mais

dinâmico. Assim que observamos as deficiências com relação ao uso da informática

pelos docentes, sentimos necessidade retardar o planejado e “mastigar” um pouco,

passo a passo os caminhos a percorrer.

Ressaltamos a dificuldade enfrentada pelos cursistas no momento de se

comunicar por e-mail, uma ferramenta hoje muito utilizada para diversos fins pelos

internautas. Também apontamos a dificuldade em trabalhar com o 14template,

apresentada no momento de alterá-lo no blog. Percebemos que apesar de o usuário

14 Template = modelo de documento, layout, visual do blog. É o design pré-definido para apresentar o blog. Fundo do blog (cores, imagens, disposição para o texto que será publicado).

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não precisar saber editar a linguagem HTML para criar e utilizar um blog, para o

grande grupo, só o trabalho de escolha do template, recortar e colar já significou

uma barreira.

Os problemas apontados aqui, apesar de ser situações reais presenciadas

pelos cursistas foram pontos de reflexão e busca de soluções, apesar de alguns não

estarem ao alcance de nossas decisões e ações, e sim, dependerem de gestores,

ou de questões políticas do Estado, Município e Federação.

No entanto, ficou comprovada a eficiência do weblog como recurso

facilitador na interação de professor e aluno e também as inúmeras vantagens de

trabalhar com ele em sala de aula. Podemos citar o fato de ser divertido, de conectar

o professor ao mundo, permitir a troca de experiências, tornar o trabalho visível

(mundialmente), permitir a reflexão sobre as nossas próprias construções, nossos

textos, além de ser um ambiente essencialmente interativo.

No que se refere aos resultados obtidos com a confecção de um folder de

divulgação, verificamos como eficiente a utilização de material impresso de

comunicação e informação com os alunos em sala de aula. Ouvimos relatos sobre o

trabalho com gêneros em sala de aula, onde eles realmente são uma realidade na

prática escolar. Mas pensamos maneiras diferentes, criativas e novas de

desenvolver esse tipo de trabalho.

Levando-se em conta que o computador já é uma realidade nas escolas da

nossa região e oferecendo auxílio na construção do folder utilizando o software

BrOffice, os docentes puderam desenvolver um olhar amplo sobre as possibilidades

de trabalho com gêneros textuais. Segundo relato dos participantes, eles conheciam

pouco dessa importante ferramenta e do software de edição de texto. Atualmente

consideram imprescindível a sua utilização.

A utilização do folder, como suporte do gênero textual propaganda pode ser

melhor trabalhada pelos professores se utilizarem ferramentas como softwares.

Quando isso não acontece, estamos deixando de oferecer alternativas aos nossos

alunos, além de não proporcionar momentos de maior exploração da sua

criatividade. Isso se deve também ao fato de essas ferramentas possibilitarem a

criação de um material rico em imagens e cores.

Resta ainda um ponto merecedor de atenção, que é o fato de o folder ter

sido considerado pelo grupo como um instrumento forte e poderoso de informação e

também de persuasão. Isso nos faz avaliar como satisfatória a sua utilização nesse

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projeto, pois incentivou os docentes a diversificarem o seu trabalho, promovendo

uma prática educativa mais criativa e diversificada.

Constatamos que a criação do blog, bem como o trabalho com folder

incentivou na busca do novo, do desconhecido, gerando desacomodações e

motivação para aprender e reaprender a educar utilizando as tecnologias. Mas

sabemos que somente a utilização do computador não garante novas práticas

escolares, precisamos de mais formações continuadas e trabalho efetivo com

docentes em atuação nas escolas, para que sigam surgindo novas maneiras de

vincular o trabalho com a sua disciplina e as mídias, como, no caso, informática e

impressa.

Em suma, após concretizar a proposta da criação de um blog como

ferramenta de interação no ciberespaço, bem como a confecção de um folder de

divulgação por docentes da Rede Estadual de Ensino, acreditamos ter atingido

nosso objetivo principal.

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BETHONICO, Bruno. Como prevenir seus filhos dos perigos da Internet - Revista Expressar. Disponível em: <http://expressar.com.br/brasil/index.php?option=com_content&t ask=view&id=54&Itemid=2>. Acesso em 01.04.2010.

FERNANDES, Natal Lânia Roque. Professores e Computadores. Porto Alegre: Editora Mediação, 2004.

FOSCHINI, Ana Carmen. Coleção Conquiste a Rede – Blog. Disponível em: <http://pt.globalvoicesonline.org/wp-content/uploads/2007/08/conquiste_a_rede_blog.pdf>. Acesso em 25.03.2010.

FRANCOL, Maria de Fátima. Blog Educacional: ambiente de interação e escrita colaborativa. Disponível em: <http://www.slideshare.net/rayssa_winnie/blog-educacional-ambiente-de-interao-e-escrita-colaborativa>. Acesso em 07.04.2009.

GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. Educação Tecnológica – desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.

LÉVY, Pierre. A Cultura da Informática e a Educação. Disponível em: <http://rxmartins.pro.br/teceduc/cultura-informatica-educacao.doc> Acesso em 22.10.2009.

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___. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distância. Salto para o Futuro - Um mundo de Letras: Práticas de Leitura e Escrita. Brasília, boletim 03, abril de 2007.

MORAN, José Manuel. Como utilizar a internet na educação. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/internet.htm>. Acesso em 06.05.2009.

RECUERO, Raquel da Cunha. Weblogs, Webrings e Comunidades Virtuais. Disponível em <http://www.bocc.ubi.pt/pag/recuero-raquel-weblogs-webrings-comunidades-virtuais.html>. Acesso em 20.03.2009.

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7 – ANEXOS

PESQUISA SOBRE BLOG

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