BolanoBarbante 3ª edição

12
.com O semanário do futebol Ed. Nº3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013 BOLA NO BARBANTE Baixe um leitor de QR code em seu celular e fotografe o código abaixo COMPARTILHE INFORMAÇÃO, PASSE ESSE JORNAL PARA OUTRO LEITOR NÃO JOGUE ESTE IMPRESSO EM VIA PÚBLICA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA Entrevista: Dirceu Lopes, o jogador preferido de João Saldanha Jogo entre Brasil e Inglaterra apresenta o bom futebol da Seleção canarinho apenas no primeiro tempo, permanecendo no empate e não agradando a torcida América consegue sua primeira vitória sobre o Palmeiras América Seleção Brasileira Foto: Tiago Haddad Foto: Wander Roberto / VipComm Foto: Gaspar Nóbrega / VipComm Foto: Satiro Sodre/Flickr oficial do Botafogo Foto: Bruno Cantini Cruzeiro bateu cabeça Invicto no Horto

description

O semanário do futebol

Transcript of BolanoBarbante 3ª edição

.comO semanário do futebol

Ed. Nº3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

BOLA NOBARBANTE

Baixe um leitor de QR code em seu celular e fotografe o código abaixo

Com

part

ilh

e in

form

açã

o, p

ass

e es

se j

orn

al

para

ou

tro

lei

tor

não jogue este impresso em via públiCa

Distribuição gratuita - VenDa proibiDa

Entrevista: Dirceu Lopes, o jogador preferido de João Saldanha

Jogo entre Brasil e Inglaterra apresenta o bom futebol da Seleção canarinho apenas no primeiro tempo, permanecendo no empate e não agradando a torcida

América consegue sua primeira vitória sobre o Palmeiras

américaseleção brasileira

Foto: Tiago Haddad Foto: Wander Roberto / VipComm Foto: Gaspar Nóbrega / VipComm

Foto

: Sat

iro

Sodr

e/Fl

ickr

ofic

ial d

o Bo

tafo

go

Foto

: Bru

no C

antin

i

12 3 8

54

Cruzeiro bateu

cabeça

Invicto no Horto

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

o técnico Cuca e os próprios jo-gadores do atlético foram unâ-nimes em afirmar que o time

jogou mal na quarta-feira no 1 x 1 contra o tijuana. tecnicamente o jogo como um todo foi muito ruim: chutões, muitas fal-tas, simulações, reclamações excessivas, falhas primárias no ataque e na defesa, falta de criatividade no meio de campo... mas foi um jogo fantástico!

guardem a data para contar pros netos: 30 de maio de 2013. Estádio Inde-pendência. belo horizonte. Que me des-culpem os outros esportes. Do voleibol ao tênis, do basquete ao futebol americano, do rugby àquela coisa jogada com um pe-daço de tábua de que ingleses e indianos tanto gostam. nada, nada disso, se com-para ao futebol em plasticidade, exigên-cia técnica e, principalmente, emoção. De fato, a humanidade tem cometido muitas burrices, mas haver escolhido o futebol como principal prática esportiva do mun-do nos redime para sempre. eu, particu-larmente, não entendo a vida sem o fute-bol. O segredo? É que o futebol é o jogo que mais nos faz questionar o possível e o impossível. E está neste eterno questio-namento, talvez, maior riqueza da vida, o segredo vital. Um frangaço aqui, um vo-leio de fora da área no ângulo, a magia de um Dirceu Lopes em sua vertiginosa con-

dução de bola, o chute torto e mortal de Nelinho – tudo isso desafia todas as leis da possibilidade/impossibilidade.

E que se inclua solenemente neste rol de impossibilidades o Atlético x Ti-juana da quarta-feira passada. Onde já se viu fora da vida real tanta dramaticidade e tanta emoção? Mesmo que lances seme-lhantes (poucos, raríssimos, é verdade) tenham ocorrido antes, é preciso consi-derar que circunstâncias e antecedentes jamais serão os mesmos. para o atlético, uma classificação às semifinais da Li-bertadores secularmente sonhada. Jogo empatado. pênalti para o tijuana aos 48 minutos do segundo tempo. O craque do time bate... no pé do goleiro atleticano, já na horizontal para o canto direito, a bola em direção ao meio do gol, o pé ficou pra trás... Acabou o jogo. Tudo isso é dramati-camente singular, diferente. Daí, as emo-ções diferentes. E isto pra quem torcia a favor ou contra. Certamente, a alegria dos atleticanos é hoje diretamente proporcio-nal à tristeza dos cruzeirenses. Alegria e tristeza. Futebol. Vida.

De primeira – seria de grande utilidade pública a exclusão dos comen-taristas de arbitragens nas transmissões de futebol. Só servem para confundir e tumultuar.

Leovegildo Leal - [email protected]

editorial

Caro leitor,

Orgulhosamente apresentamos nossa terceira edição. Como vocês poderão

conferir, estamos adaptando aos poucos nos-so projeto gráfico, uso de cores e diagramação, por isso esta edição já traz algumas mudanças. Esperamos que para melhor e assim nos norte-aremos a cada edição.

Outro bom motivo para comemorar é que fe-chamos aqui o ciclo de entrevistas com grandes craques do passado dos três maiores clubes de Minas. Com Dadá, mostramos a irreverência e simpatia do ídolo atleticano. Na segunda edi-ção fomos brindados com a simplicidade e o carisma de Jair Bala, o maior jogador da histó-ria do América. Hoje, você poderá conferir a im-pressionante carreira de Dirceu Lopes, o craque cruzeirense que sofreu com a ditadura militar a injustiça de ser cortado da Seleção.

Ainda como boa notícia aos amantes do fute-bol, começou o maior campeonato nacional da América Latina e os torcedores já puderam assistir belos jogos. E como futebol nunca é demais, tam-bém entrou em campo nesse útimo final de sema-na a Seleção brasileira. Tudo isso e um pouco mais do esporte mais querido do mundo você lê aqui!

expediente

Contatos

Redação: [email protected]: [email protected]

Rua Ministro Orozimbo Nonato, 102 - Torre A - Sala 2204 - Vila da Serra - Nova Lima/MG

RepórteresGuilherme Guimarães16.054/MG-JP

Tiago Nagib12.238/MG-JP

Distribuição gratuita

Contra-ataque2

Emoção e magia

erramosNa última edição, na página 12, a palavra “traz”, do verbo trazer, saiu “trás”.Ainda na página 12, onde está escrito “Como técnico a conquista do Campeonato

Brasileiro Série-D”, leia “Como técnico a conquista do Campeonato Brasileiro Série-B”.

Diretor de Marketing, Projeto Gráfico e DiagramaçãoTiago Haddad15.374/MG-JP

Diretor de Redação e Editor ResponsávelRamon Lopes14.361/MG-JP

20 mil exemplaresImpresso em papel jornal pela Sempre Editora

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

seleção brasileira 3

No clima da Copa

no amistoso de preparação para a Copa das Confederações, o Brasil mostrou bastan-

te vontade e acabou empatando por 2 a 2 com a Inglaterra, no jogo que marcou a reestreia do Ma-racanã em jogos oficiais. A Seleção abriu o marca-dor, mas acabou tomando a virada e conseguiu o empate na reta final da etapa complementar.

a partida começou com o brasil melhor em campo e movimentando bastante, buscando suas jogadas principalmente com os atacantes Hulk e Neymar, que arriscaram bons chutes de fora da área. A Inglaterra por sua vez, ficava em seu campo de defesa, estudando o adversário e buscando encaixar um contragolpe mortal.

A Inglaterra não conseguia criar boas chan-ces de ataque e os principais jogadores como Walcott e Rooney permaneceram apagados, aparecendo poucas vezes com a bola. Pela Se-leção Brasileira, todos queriam mostrar serviço ao técnico luiz felipe scolari.

O domínio do Brasil foi tanto, que aos 20 mi-nutos do primeiro tempo, a seleção canarinho tinha finalizado em seis oportunidades, contra nenhuma dos ingleses comandados por Roy Hodgson.

Na melhor chance do Brasil, o garoto Ney-mar entortou o volante do Manchester United Carrick e chutou cruzado, assustando o goleiro Joe Hart. Ao final do primeiro tempo, a Seleção Brasileira saiu de campo sob poucos aplausos, apesar de ter dominado completamente os in-gleses, mas a torcida queria ver gol.

segunDo TempoA etapa final começou com o Brasil pres-

sionando a retaguarda inglesa e criando algu-mas jogadas ofensivas. A Inglaterra seguia com duas linhas de quatro jogadores, optando pela marcação e o futebol disciplinado taticamente. Felipão promoveu a entrada de Hernanes, no lugar de Luís Gustavo, enquanto Marcelo en-

trou na vaga de Filipe Luis.Com o passar dos últimos 45 minutos, o jogo

ficou mais aberto e o Brasil conseguiu inaugu-rar o marcador, depois que Hernanes acertou um belo chute na trave . No rebote, o artilheiro Fred não perdoou e abriu a contagem.

O gol serviu para animar a partida e a Ingla-terra respondeu bem após estar atrás no marca-dor, conseguindo criar boas jogadas ofensivas. Em uma das investidas, Chamberlain acertou um chute milimétrico e empatou o amistoso.

Logo em seguida, o Maracanã ficou em si-lêncio. Wayne Rooney carregou a bola perto da área brasileira e consciente, colocou no ângulo do goleiro Júlio César: 2 a 1, de virada.

Apesar da tensão, os brasileiros partiram para cima, na tentativa de buscar o prejuízo. Para a ale-gria da torcida verde-amarela, Lucas achou Pauli-nho na área e de voleio, colocou a bola no fundo do gol de Hart, dando números finais ao duelo.

Marque um golaço!Anuncie no(31) [email protected] .com

BOLA NOBARBANTE

Seleção brasileira apresenta bom futebol, mas não consegue dominar o placar nem agradar a torcida

Foto

: Wan

der R

ober

to /

VipC

omm

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

4

A torcida atleticana tem feito uma verdadei-ra festa nos jogos do galo realizados no inde-pendência. Além da longa invencibilidade, os atleticanos transformaram o estádio do horto em um verdadeiro caldeirão. Apoio, este, que é importantíssimo para os últimos resultados conquistados pela a equipe treinada pelo téc-nico Cuca, como na semana passada, no con-fronto contra o Tijuana, que deu ao Alvinegro a classificação para a semifinal da Copa Liber-tadores da américa, em um jogo emocionante.

na oportunidade, os torcedores se fanta-siaram com máscaras que simbolizavam a morte. além disso, um lindo mosaico foi fei-to nas arquibancadas. A presença da torcida do atlético é fundamental não apenas para empurrar o time, mas também serve como grande apoio financeiro, já que com o estádio lotado, o clube consegue uma maior arreca-dação e equilibrar as contas da temporada.

nos últimos cinco jogos do galo, passaram pelo independência um total de 80.09 mil pes-soas, com uma renda de r$ 4.557,025. no due-lo entre Atlético e Tombense compareceram ao horto cerca de 9.307 pessoas, para uma renda de R$ 215.615. Já contra o São Paulo na Li-bertadores, o borderô indica 19.442 pagantes e uma renda de R$ 1.541.350 . No duelo contra o Cruzeiro, o público foi de 19.442, com uma receita de R$ 704.210. Na última quarta, esti-veram testemunhando a classificação do Galo para as semifinais da competição continen-tal 20.998 pessoas, além de uma renda de r$ 1.771,865. Na partida deste domingo, o público não foi bom e apenas 10.830 pessoas acompa-nharam jogo, gerando r$ 344.250 aos cofres do Alvinegro.

Foto

: Bru

no C

antin

i

o Atlético recebeu o São paulo, no independên-

cia, e acabou ficando em um empate por 0 a 0. O jogo teve poucas oportunidades e foi fraco tecnicamente. o galo não con-seguiu imprimir o bom ritmo de jogo, enquanto o Tricolor tam-bém não se achou em campo.

nos primeiros 45 minutos, houve apenas duas chances, uma para cada lado, mas que foram mal aproveitadas.

na segunda etapa, o são Paulo teve um jogador expulso, depois que Denilson colocou a mão na bola e acabou tomando o segundo amarelo. Contudo, mes-mo com a diferença numérica, a partida prosseguiu sem muitas emoções. No final, o duelo ter-minou em uma igualdade sem gols e também sem muita graça.

5º confronTonesta temporada, o confron-

to entre atlético e são paulo ganhou muita rivalidade, justa-mente pelas partidas realizado na Libertadores. A pimenta que fal-tava para no duelo foi colocado por ronaldinho gaúcho, ainda na fase de grupos da competição, no Morumbi, quando declarou que os jogadores do Atlético ti-nham que ir para a partida para treinar, se referindo ao nervo-sismo dos atletas naquela oca-sião. Na oportunidade, a equipe comandada por Cuca já estava classificada para a fase mata--mata do torneio, enquanto o São Paulo precisava vencer para ga-rantir sua vaga. Neste domingo, as equipes realizaram o seu quin-

to confronto nesta temporada.o primeiro encontro entre os

clubes foi realizado na estreia da Libertadores. Em um jogo emo-cionante, diante de sua torcida, o atlético estreou com o pé di-reito e venceu o Tricolor pelo placar de 2 a 1. No jogo da vol-ta, pela fase de grupos, foi a vez da equipe comandada por Ney Franco dar o troco, vencendo pelo placar de 2 a 0.

As equipes voltaram a se encontrar logo nas oitavas de final da competição continental e quem perdesse estaria fora do torneio. pior para o são paulo, que não segurou o bom futebol atleticano e sofreu um revés o jogo de ida, diante da sua torci-da, de virada, por 2 a 1.

Com a vitória, a classificação atleticana ficou bem encaminha-da e no jogo da volta o Galo deu um verdadeiro passeio em cima do Tricolor, vencendo por 4 a 1 e também convencendo. Na partida deste domingo, o due-lo acabou ficando empatado . agora, nestes cinco confrontos, o Atlético tem 3 vitórias, contra apenas uma do são paulo, além de um empate.

50º jogo invicToo confronto contra o são pau-

lo marcou o último jogo no inde-pendência, antes do fechamento do estádio para a Copa das Con-

federações. agora, o galo encara o grêmio, na arena do jacaré, a 70 quilômetros da capital minei-ra. Apesar do clube perder em público e renda, Sete Lagoas trás boas lembranças para o torcedor atleticano e também para o elen-co comandado por Cuca, já que foi neste local que começou a sé-rie invicta como mandante, que já dura 50 jogos, completados no duelo deste domingo.

Imbatível, a boa sequên-cia jogando como mandante teve início ainda na 21ª rodada do Campeonato brasileiro de 2011. Na oportunidade, o Galo enfrentou o Avaí e venceu por 2 a 0, como gols de neto be-rola e Daniel Carvalho. Desde então, o Alvinegro segue uma fase arrasadora como anfitrião, o que se acentuou, com o Atlé-tico mandando seus jogos no Independência, estádio que foi transformado em um verdadeiro caldeirão pela torcida atleticana, que tem papel fundamental nes-te recorde de invencibilidade.

Depois de enfrentar o trico-lor Gaúcho, os dois próximos compromissos do atlético são foras de casa - contra o vasco, no Raulino de Oliveira, e San-tos, na vila belmiro – portanto, com a parada para a Copa das Confederações, quando o Galo voltar a campo já poderá utili-zar o independência.

Apresentando um futebol fraco no Horto, Galo encontra dificuldades no jogo contra o São Paulo e mesmo mantendo invencibilidade, con-tinua sem vencer no campeonato nacional

Empate sem graça e sem gol

terror no Horto

Foto

: Bru

no C

antin

i

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

5

o Cruzeiro começou razoavel-mente o Campeonato brasi-

leiro, vencendo o Goiás, empatando com o atlético-pr e perdendo para o botafogo. Diante dos resultados, os eternos ídolos do Cruzeiro ana-lisaram o início da equipe celeste e fizeram um prognóstico de como pode ser a performance do time es-trelado em um dos torneios mais competitivos do mundo.

Os ex-jogadores Tostão, Piazza e nonato, personagens de uma história vitoriosa do Cruzeiro nas décadas de 1960 e 1990, acredi-tam que a Raposa está no caminho certo para buscar títulos.

análise Dos íDolosO craque Tostão, que esteve na

campanha vitoriosa em 1966, elogia o plantel formado por marcelo oli-veira. No entanto, é cauteloso ao fa-zer uma análise para esta temporada.

“O time do Cruzeiro está mui-to bom, organizado e pronto, com jogadores de nível. É cedo para falar que a equipe é uma das can-didatas ao título nacional. Acredito que faltam mais jogos contra times expressivos do Campeonato Brasi-leiro para que uma avaliação mais conclusiva seja feita.”, afirma.

Companheiro de tostão na conquista da Taça Brasil, Wilson piazza mostra mais otimismo em relação ao futuro celeste. na opi-nião do ex-camisa 5, apesar de o time ainda estar em formação é possível sonhar com o título.

“O grupo atual do Cruzeiro tem valores técnicos importan-tes, mas não podemos dizer que a equipe está totalmente pronta. Considero o Cruzeiro um dos pretendentes a ser campeão do brasileiro, justamente pela mu-dança radical de postura e na es-

tratégia de contratações”, opina.Piazza também avalia o desem-

penho físico da Raposa no ano. Na visão do ex-meio-campista, falta um pouco mais de equilíbrio da equipe nas partidas.

“Pelos resultados apresentados na temporada o Cruzeiro, até aqui, convenceu. Mas ainda é preciso encontrar um maior equilíbrio. O time tem feito um primeiro tempo excelente, em alto nível, mas não mantém a mesma “pegada” na eta-pa complementar”, pondera.

Bons fruTosPara o ex-lateral Nonato, que

conquistou os títulos da Copa Li-bertadores (1997), o bicampeonato da Copa do Brasil (1993 e 1996) e da Supercopa (1991 e 1992) com a camisa do Cruzeiro, os bons jogos do início do ano pode render bons frutos ao clube.

“O Cruzeiro já deixou uma boa impressão no início da temporada e, principalmente, na estreia do Cam-peonato brasileiro. a tendência é que o crescimento técnico do time seja mantido e a equipe consiga um melhor entrosamento. Acredito que o Cruzeiro brigará, no mínimo, en-tre os quatro primeiros na tabela de classificação do Brasileirão”, aposta.

Nonato também avalia a contra-tação milionária do zagueiro Dedé e aponta o setor de destaque da equipe de Marcelo Oliveira.

“O Dedé é um excelente joga-dor, mostrou isso no vasco e tem a oportunidade de jogar tudo o que sabe no Cruzeiro. Com certeza vai dar mais tranquilidade ao setor de-fensivo. Mas, a parte ofensiva se destaca no Cruzeiro pelos gols mar-cados e pela força dos meias e ata-cantes. isso é muito importante para quem quer conquistar títulos”, frisa.

Raposa desliza na 3ª rodadaO Cruzeiro viajou até o interior do Rio de Ja-

neiro e saiu com seu primeiro revés no Campe-onato Brasileiro. Com duas falhas individuais, a raposa não suportou a pressão e perdeu por 2 a 1, no estádio Raulino de Oliveira. Os gols foram marcados por Lodeiro (2), enquanto Anselmo ramon fez o tento cruzeirense.

O jogo começou bem movimentado, com as duas equipes se lançando ao ataque. O Cru-zeiro tinha maior posse de bola e teve a pri-meira chance de balançar as redes do adver-sário. Anselmo Ramon recebeu bom passe em profundidade, mas chutou para fora.

Em seguida, a Raposa bobeou com Leandro

Guerreiro, que foi desarmado por Vitinho.O atacante arrancou e chutou firme. Fábio es-palmou, mas a bola sobrou livre para Lodeiro inaugurar o marcador.

melhor, mas não o suficienTeO gol do Alvinegro fez com que o Cruzeiro

voltasse a ser melhor em campo. A equipe estrela-da quase chegou ao empate com Anselmo Ramon que teve duas chances de marcar no mesmo lan-ce, mas o goleiro renan fez duas ótimas defesas.

Os comandados por Marcelo Oliveira con-seguiram chegar ao tento de igualdade, depois que Diego Souza experimentou de fora da

área. No rebote, Anselmo Ramon brigou com a zaga carioca e conseguiu chutar. A bola ba-teu na trave, nas costas do goleiro e entrou.

a etapa derradeira começou com o Cruzeiro melhor, porém, novamente o Botafogo conseguiu ficar na frente, após pênalti infantil de Nilton. Na cobrança, Lodeiro fez seu segundo gol na partida.

Atrás no placar, a Raposa ficou atordoada e o Alvinegro começou a tomar conta das ações e teve chance de fazer o terceiro. A equipe es-trelada não conseguiu encaixar boas jogadas e acabou saindo com uma derrota de Volta Re-donda. O próximo compromisso do Cruzeiro será na arena do jacaré, contra o Corinthians.

Ídolos celestes analisam o time

Foto

: Vip

Com

m

Piazza repete o gesto de 1966 quando o Cruzeiro venceu a Taça Brasil

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

brasileirão 20136

a terceira rodada do Campe-onato brasileiro começou

com botafogo e Cruzeiro se enfren-tando no estádio Raulino de Olivei-ra. Com duas falhas individuais, os cariocas acabaram levando a me-lhor e vencendo por 2 a 1, impon-do a primeira derrota da raposa na competição nacional. os gols foram

marcados por Lodeiro (2) e Ansel-mo ramon. atlético-pr e flamen-go também se encontraram neste finxsal de semana e depois dos paranaenses estarem vencendo por dois gols de diferença, o Rubro-Ne-gro do rio de janeiro não desistiu e conseguiu empatar o confronto. os tentos do duelo foram marcados por

Éderson (2), para os donos da casa, enquanto Marcelo Moreno e Rena-to Abreu buscaram o prejuízo para o Urubu.

clássico nacionalA rodada ainda teve o derby

nacional entre santos e grêmio, porém, o jogo ficou devendo e acabou mesmo no empate por 1 a 1. O Tricolor abriu o marca-dor com vargas e Willian josé, da equipe praiana. deu números finais ao jogo. já no barradão, o vasco perdeu a sua segunda par-tida, depois de sair derrotado por 2 a 0 para o vitória. os dois gols do Rubro-Negro baiano foram marcados por Dinei. no serra Dourada, o Goiás recebeu o Co-ritiba e o duelo ficou na igualda-de por 1 a 1. Os curitibanos mar-caram através do atacante Deivd e os esmeraldinos empataram com hugo.

No jogo que fechou a rodada do sábado no Campeonato Bra-sileiro, o Corinthians encarou a Ponte Preta e acabou vencendo e marcando os seus primeiros três pontos na elite do futebol. O gol do triunfo do timão foi con-seguido pelo polêmico atacante Emerson Sheik, que estava no banco de reservas e entrou para

dar a vitória para o time coman-dado por tite.

roDaDa Do Domingono complemento da rodada, só

tivemos jogos às 18h30, devido ao amistoso preparatório para a Copa das Confederações, onde o brasil encarou a Inglaterra, na reabertura do Maracanã para jogos oficiais. atual campeão brasileiro, o flumi-nense encarou o Criciúma, recém--promovido da Série-B e conseguiu vencer, depois de aplicar 3 a 0 nos catarinense. os gols da partida fo-ram marcados por Digão (2), en-quanto Wellington Nem fechou a contagem para o tricolor.

já a portuguesa foi até recife para jogar contra o náutico e aca-bou saindo com um empate dos Aflitos. Os gols dos anfitriões fo-ram marcados por rogério e vi-nícius, enquanto os paulistas con-seguiram seus tentos com michel e Romão. No jogo que finalizou a rodada, o Atlético manteve sua in-vencibilidade como mandante, mas ficou no empate sem gols contra o São Paulo. O duelo não teve muitas oportunidades das equipes balança-rem as redes e a marcação prevale-ceu sobre a técnica, mesmo com o tricolor jogando com um a menos, depois de Denilson ser expulso.

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

19h30

22h00

18h30

19h30

22h00

18h30

19h30

19h30

21h00

21h00

22h00

18h30

21h00

16h20

18h30

21h00

16h20

18h30

Local: Canindé, São Paulo-SPTransmissão

Local: Orlando Scar-pelli, Florianopolis - SC Transmissão

Local: Pacaembu, Sao Paulo - SPTransmissão

Local: Morumbi, Sao Paulo-SPTransmissão

Local: Arena do Jacaré, Sete Lagoas - MGTransmissão

Local: A definir

Transmissão

Local: Heriberto Hulse, Criciuma - SC Transmissão

Local: Lourival Bap-tista, Aracaju - SE Transmissão

Local: Moisés Lucarelli, Campinas - SPTransmissão

Local: Raulino de Olivei-ra, Volta Redonda - RJ Transmissão

Local: Couto Pereira, Curitiba - PRTransmissão

Local: Couto Pereira, Curitiba - PRTransmissão

Local: Moisés Lucarelli, Campinas - SPTransmissão

Local: Heriberto Hulse, Criciuma - SCTransmissão

Local: Jóia da Princesa, Feira de Santana - BATransmissão

Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre - RSTransmissão

Local: Arena do Jacaré, Sete Lagoas - MGTransmissão

Local: A definir

Transmissão

05/06

05/06

08/06

05/06

05/06

08/06

05/06

05/06

08/06

05/06

06/06

09/06

05/06

08/06

09/06

05/06

08/06

09/06

TV aberta

TV fechada Pay-per-viewConfrontos da semana na série-a

Times começam a lutaRodada de clássicos e jogos disputados esquentam o clima da briga pelo campeonato nacional

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

brasileirão 2013 7

a terceira rodada do Campe-onato brasileiro da série-b

teve o Figueirense vencendo mais uma vez, agora contra o Sport, pelo placar de 3 a 2, no orlando scarpelli. os gols da partida foram marcados por Maylson e Rafael Costa (2) para os anfitriões, en-quanto Gabriel e Rithely diminuí-ram para os pernambucanos. Outro que também triunfou foi o Joinvil-le, após vencer o Asa por 2 a 0. Os tentos foram marcados por Rafinha e Marcelo Costa. Já Icasa e Avaí fizeram um duelo bom de assistir, recheado de gols. os catarinenses levaram a melhor por 4 a 3. Os gols foram marcados por juninho poti-guar (2) e Neto, enquanto os visi-tantes balançaram as redes através de Cléber Santana, Márcio Diogo, Beto e Camilo (contra).

Por outro lado, Paysandu e américa-rn não passaram de um empate por 1 a 1, com gols de Yago, para o papão e Cascata para os americanos. assim como o rival, o ABC também acabou ficando na igualdade contra o Ceará, em um jogo de poucas emoções. os tentos foram mar-cados por lulinha para o vozão, enquanto Rodrigo Silva marcou

para o time potiguar e decretou o placar final no confronto

primeiros Três ponTosjá no interior paulista, o oeste

conseguiu sua primeira vitória na competição, depois de bater o Para-ná, por 1 a 0, com gol de Piauí, no estádio amaros. o américa foi ou-tro que triunfou – após um péssimo inicio de Série-B – vencendo o Pal-meiras pela primeira vez na história do Brasileirão, por 1 a 0, com um gol de Nikão, em Itu, no estádio Novelli junior, assim como o bragantino, que também somou seus primeiros três pontos, depois de bater o Gua-ratinguetá por 2 a 0, com gols de ra-phael andrade e lincom, em bra-gança paulista, diante de sua torcida.

Nos jogos que encerraram a rodada do Campeonato brasileiro da série-b, o boa esporte segue fazendo uma um inicio de compe-tição razoável e acabou ficando em um empate sem gols no melão, em varginha, após um jogo de poucas chances, enquanto o São Caetano perdeu diante de sua torcida por 1 a 0 para a Chapecoense, depois do gol de André Paulino, que selou a vitória dos catarinenses.

Na próxima rodada do torneio, o

boa esporte enfrenta o asa no me-lão, enquanto jogam em casa o Fi-gueirense contra a Chapecoense e o Palmeiras, que recebe o Avaí. Na se-quência, Paysandu vai encarar o Pa-raná, no mangueirão. por outro lado, o Oeste vai jogar contra o Ceará.

Joinville e América-RN vão me-dir forças em Santa Catarina, enquan-to o América vai viajar até Juazeiro do Norte para visitar o Icasa. ABC X bragantino, são Caetano X atlético--go e guaratinguetá e sport com-pletam a quarta rodada.

pontos da série-b estão igualados

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

19h30

21h50

19h30

21h50

19h30

21h50

19h30

16h20

19h30

21h50

19h30

16h20

19h30

21h50

21h50

21h00

19h30

19h30

21h50

21h00

Local: Municipal dos Amaros, Itapolis - SP

Local: Arena Joinville, Joinville - SC

Local: Coaracy Fon-seca, Arapiraca - AL

Local: Manoel Barretto, Ceara-Mirim - RN

Local: Dilzon Melo, Varginha - MG

Local: Romeirão, Juazeiro do Norte - CE

Local: a definir

Local: Durival de Britto, Curitiba - PR

Local: Orlando Scarpel-li, Florianopolis - SC

Local: Frasqueirão, Natal - RN

Local: Serra Dourada, Goiania - GO

Local: Ilha do Retiro, em Recife - PE

Local: Novelli Junior, Itu - SP

Local: Anacleto Campan-ella, Sao Caetano - SP

Local: Ressacada, Flori-anopolis - SC

Local: Horácio Sousa, Horizonte - CE

Local: Olímpico do Pará, Belem - PA

Local: Dario Leite, Guaratingueta - SP

Local: Arena Condá, Chapeco - SC

Local: Nabi Abi Chedid, Braganca Paulista - SP

04/06

04/06

07/06

07/06

04/06

04/06

07/06

08/06

04/06

04/06

07/06

08/06

04/06

04/06

07/06

08/06

04/06

04/06

07/06

08/06

Confrontos da semana na série-b

Times começam a luta

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

8

o América foi até Itu e conseguiu ven-cer pela primeira vez o Palmeiras em

Brasileirões, triunfando pelo placar de 1 a 0, no estádio Novelli Júnior. O gol do Coelho foi marcado por Nikão, após invadir a área em velocidade e chutar cruzado, sem chances para o goleiro bruno.

O América jogou muito bem o confronto e criou várias chances de ampliar o marca-dor. O Palmeiras também teve boas chances, porém, o goleiro Mathues, que substituiu Ne-neca, fez boas defesas e acabou salvando a retaguarda americana.

Na próxima rodada do Brasileirão da Sé-rie-B, o Coelho viaja até o Ceará, para en-frenta Icasa, na próxima terça-feira, no es-tádio Romeirão. Uma vitória é de extrema importância para o Coelho brigar na parte de cima da tabela da competição de acesso à eli-te do futebol nacional.

aTrás no reTrospecToCom a vitória deste sábado, a equipe do

América segue em desvantagem no retros-pecto contra o palmeiras. até o momento fo-ram dez jogos disputados, sendo que o Ver-dão possui cinco vitórias, contra apenas um triunfo do Coelho. os times empataram tam-bém em cinco das oportunidades.

Ainda analisando os jogos entres as equipes, a maior diferença de gols do confronto aconte-ceu no Campeonato Brasileiro do ano de 1974, quando o Palmeiras conseguiu vencer o Amé-rica pelo placar de 3 a 1. O resultado se repe-tiu no ano de 2001, também pelo campeonato nacional. na oportunidade, os gols dos paulis-tas foram marcados por Fábio Júnior – hoje no América – Pedrinho e Lopes, enquanto Fabrício diminuiu o prejuízo para os mineiros.

Nas próximas rodadas o Coelho vai enfren-tar uma verdadeira maratona, já que agora, vai até a cidade de juazeiro do norte, para pegar o icasa. Depois, a delegação retorna a belo ho-rizonte, onde encara o Oeste, sendo que viaja em seguida para Florianópolis, quando joga contra o Avaí, na Ressacada. Contabilizando as viagens, o América vai percorrer um total de 4449,89 quilômetros para cumprir seus com-promissos na série-b. a distância mais longa a ser percorrida é a de itu, local onde foi o jogo contra o palmeiras até a cidade cearense.

reforços americanosO América conta com mais quatro reforços

para a sequência do Campeonato Brasileiro da Série-B. Tirando Kléber, que ainda se re-cupera de uma lesão e precisará de mais tem-po para estrear pelo clube, a diretoria aposta nos meio-campistas Bady, Bruno Nazário e no zagueiro Gualberto.

Outra boa notícia que pode estar por vir é a volta de Alessandro, que fez o seu primeiro coletivo, após se recuperar de uma cirurgia no joelho realizada no final da temporada passa-da e que pode trazer bons frutos para o Coelho, ainda este ano. além do atacante, é esperado o retorno de Kaio e também de Bryan, que esta-vam emprestados ao futebol português.

APOsTAs DO COElHO PARA O BRAsIlEIRãO

BADyposição: meio-Campista

DATA DE NASCIMENTO: 27/04/1989CLUBES: RIO PRETO (2010); SãO BERNARDO (2011-2012 /

2013); SANTO ANDRÉ (2012); AMÉRICA (2013)

GuAlBERTOposição: zagueiro

DATA DE NASCIMENTO: 08/04/1990CLUBES: PALMEIRAS (2011); ABC-RN (2012); OESTE

(2013); PENAPOLENSE (2013); AMÉRICA (2013)

BRuNO NAzáRIOposição: armaDor

DATA DE NASCIMENTO: 09/02/1995CLUBES: FIGUEIRENSE (2011-2013); AMÉRICA (2013)

KléBERposição: meio-Campista

DATA DE NASCIMENTO: 23/07/1982CLUBES: PARANá (2008); VITóRIA DA CONqUISTA

(2009); SãO CAETANO (2010, 2012, 2013); OESTE (2011, 2012); CRICIúMA (2012); AMÉRICA (2013)

Foto

: Gas

par N

óbre

ga /

VipC

omm

Fotos: Site oficial do América

Vitória histórica

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

torCeDor 9

o futebol sempre foi pratica-do pelas civilizações mun-

do afora, porém, foi na inglaterra que o esporte ganhou regras e to-mou as formas que conhecemos atualmente. em seus primórdios, algumas peculiaridades chamavam a atenção, como por exemplo, a falta de camisas para diferenciar as equipes. Naquela época, a distin-ção era feita apenas por bandanas, lenços e faixas coloridas.

Apenas no ano de 1870, no primeiro Campeonato inglês da história, foi que os jornalistas e a torcida começaram a exigir que uniformes fossem usados como forma de diferenciar as equipes que estavam em campo.

os primeiros uniformesAs primeiras camisas de futebol

surgiram trazendo cores de escolas e clubes recreativos aos quais os times pertenciam. Neste período, incrivel-mente o futebol ainda era um esporte praticado por quem tinha boas con-dições econômicas, já que apenas estas pessoas mais afortunadas po-diam pagar pelos seus uniformes.

as regras para as confecções da camisa só foram começar a ser exi-gidas no ano de 1891, quando dois

times apareceram com as camisas iguais, o que provocou uma tremen-da confusão. Depois do incidente, ficou acertado que todas as agre-miações deveriam ter vestimentas alternativas, para evitar novamente aquela situação desagradável.

Naquela época, as camisas de futebol eram produzidas em sua maioria com fibras de algodão e não traziam estampas e os escudos dos clubes, coisa que só foi acon-tecer já no século XX, quando os modelos dos uniformes de futebol começaram a ganhar mais varia-ções, como golas redondas, man-gas coloridas, colarinhos curtos e até mesmo estampas listradas.

colecionaDoresCom o passar do tempo, as cami-

sas de futebol começaram a ganhar prestígio, se tornando item obriga-tório para os fanáticos pelo esporte, como é o caso dos colecionadores de camisas, que criaram um mercado gigantesco, eternizando os uniformes dos grandes clubes e seleções e até mesmo os dos times menores.

A cada ano que passa, o mer-cado de camisas de futebol ganha mais seguidores, como é o caso do colecionador andré fidusi,

que contou como conseguiu a ca-misa do bragantino, da temporada de 1992, nomeada por ele próprio como a mais rara de seu acervo. “A camisa mais difícil da minha co-leção foi a do Bragantino (91-92), que tinha uma forma geométrica e era fabricada pela Dellerba , com o patrocínio da Vasp. Essa camisa era sensação na época e muito difícil de encontrar. para minha sorte, um amigo de um tio morava em São paulo e conseguiu comprar esta verdadeira relíquia, que ainda hoje faz muito sucesso”.

começanDo a coleçãoAndré conta que começou a co-

lecionar camisas de futebol com 12, para 13 anos, quando acom-panhava o Campeonato Italiano na televisão e ficou apaixonado por uma camisa da internazionale de Milão, que naquele tempo, era praticamente impossível achar

aqui no Brasil. Com o passar dos anos, a paixão foi aumentando e seu acervo de camisas também.

Para quem quer começar sua coleção, Fidusi alerta que é um hobby caro, principalmente pela a evolução do material utilizado, que encarece o preço do produto final. no entanto, o colecionador acha

que vale a pena pela satisfação de ter uma camisa rara em seu poder, como a da seleção da holanda. “Acredito que a mais cara foi uma camisa retro da holanda dos anos 70, que paguei R$ 2 mil. Na época, camisa retro não estava na moda e não tinha tanta oferta assim destas peças. Lembro que tive que vender duas camisas para conseguir com-prar essa”, relembra o colecionador.

quando perguntado sobre qual camisa ele achava a mais bonita do mercado, Fidusi foi taxativo ao dizer que é difícil apontar apenas uma ca-misa, mas que tem uma preferência pelas peças produzidas pela Umbro, marca que ele acredita fabricar os uniformes mais bonitos para os clu-bes de futebol profissional.

Para quem gostou do assunto e pensa começar a colecionar estes itens que despertam uma verdadeira paixão no torcedor, Fidusi da a dica. “Para que você consiga bons preços e comece a colecionar camisas de futebol, é preciso primeiro entrar em contato com outros coleciona-dores, assim você fica por dentro dos melhores lugares para comprar, trocar ou vender. Desta forma, com toda certeza você poderá ter um acervo elogiado por seus amigos e admiradores deste hobby”, conclui.

Colecionador André Fidusi mostra com orgulho sua coleção de camisas de futebol. A paixão foi despertada ainda quando garo-to, assistindo a uma partida de futebol do Campeonato Italiano, quando desejou ter uma camisa da Internazionale de Milão. Da-quele momento até hoje, o acervo do colecionador vem aumen-tando. Segundo ele, sempre existirá uma camisa que ainda estará faltando em sua coleção e que é de seu interesse.

Ao longo dos anos, as camisas de futebol tem ganhado muito espa-ço no mercado. Sua mudança de apenas uniforme de jogo para item do vestuário de qualquer pessoa e a modernização no processo de fabricação tem tornado estas peças cada vez mais caras. Camisas au-tografadas são ainda mais valorizadas, pois sua exclusividade se torna um diferencial. No entanto, com boas dicas de outros colecionadores é possível encontrar camisas com um bom preço e que servem para alavancar a coleção de novos entusiastas por este hobby caro.

Paixão de boleiro

Foto

: Arq

uivo

pes

soal

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

internaCional10

os clubes brasileiros vivem uma nova era econômica no

futebol, principalmente nas receitas arrecadadas pelos altos valores pa-gos pelas cotas de transmissão da televisão. Ao contrário dos princi-pais campeonatos mundiais, como Inglaterra, Itália e Alemanha, aqui no Brasil as equipes desde 2011 ne-gociam os valores individualmente, o que faz com que aumente e muito a disparidade entre as grandes agre-miações e as pequenas.

A preocupação com o desnível entre as equipes é sensata, tanto, que na Europa, os países estão re-vertendo este modelo individualis-ta, percebendo que adotando este método, os campeonatos perdem em competitividade.

no brasil, desde o rompimento com o Clube dos 13, entidade que controlava este tipo de negociação, percebeu-se um aumento significa-tivo nos valores de arrecadação dos clubes, no entanto, com isso, notou-se também um grande fenômeno entre os principais clubes do país, em uma escala vertical, que aumenta a distân-cia entre clubes grandes e pequenos.

nas ligas europeias, 50% dos recursos são divididos em partes iguais entre as agremiações, sen-do repartidos 25% do restante pela colocação final na competição e os outros 25% divididos de acordo com a torcida de cada time.

campeonaTo inglêsApesar dos grandes clubes

brasileiros estarem arrecadan-do cada vez mais com cotas de transmissão, a diferença para os principais campeonatos europeus ainda é muito grande. para se ter uma ideia, segundo os jornais britânicos, a Premier League (1ª divisão do Inglês), irá arrecadar algo em torno de 5,5 bilhões de LBR para as próximas três tem-poradas. Cerca de 2 bilhões de

LBR a mais do que se arrecadou em 2011 e 2012.

adotando este formato igualitá-rio e que se utiliza da meritocracia, vemos que equipes tradicional-mente menores conseguem arreca-dar um dinheiro justo para equili-brar os cofres do clube. Exemplo claro disso é Swansea City, equipe do País de Gales, mas que disputa o Campeonato inglês.

Na última temporada que dispu-tou a primeira divisão, os galeses embolsaram mais de 47 milhões de LBR. Deste valor, 14 milhões fo-ram pagos só por disputar a divisão de elite, sendo 5,6 milhões pelas partidas transmitidas ao longo da temporada, além de 9 milhões pela posição final na competição e mais 19 milhões de LBR pelos direitos de transmissão internacionais.

ingleses X Brasileirospara se ter uma ideia, na tem-

porada europeia que se encerrou neste mês, o pior colocado na premier league, o Queen’s park Rangers recebeu um montante de 43 milhões de lbr. analisando as equipes brasileiras, vemos que a receita arrecada pelo último co-locado do campeonato nacional da Inglaterra é maior que a dos gigantes do brasil, flamengo e Corinthians, que receberam no úl-timo campeonato, algo em torno de 38 milhões de LBR ou R$ 120 milhões, contando com as luvas de renovação de contrato da TV.

Para a próxima temporada do Campeonato inglês, o faturamen-to promete ser ainda mais alto. a projeção é que a cifra chegue a 63 milhões de lbr para o último colo-cado da competição. Montante, que é bem maior, por exemplo, que o va-lor recebido pelo Manchester United neste ano em que foi campeão. Os Red Devils receberam 25 milhões de LBR por ter ficado em primeiro.

Primeira divisão do campeonato inglês paga mais ao último colocado do que ganha o campeão do Brasileirão

Divisão desigual

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

História 11

um clássico da TV brasileira da década de 80, o persona-

gem “Zé da Galera”, protagonizado por Jô Soares no antigo programa humorístico “Viva o Gordo” da TV Globo, era o autor do bordão. Fi-gura essencial nas grandes equipes ao longo do século XX, o ponta era muito usado nos esquemas táticos dos primórdios do futebol até a dé-cada de 70. Sua figura se tratava de um atacante que corria pela lateral do campo rumo ao gol ou com a função de cruzar a bola para o antigo cen-terhalf, ou ponta de lança que vinha pelo meio. o ponta foi eternizado por jogadores como o incomparável garrincha, o único tetra-campeão do futebol mundial, Zagallo, Rivelino no brasil de 70, o argentino alfredo Di Stéfano, craque do River Plate e do real madrid entre os anos 40 e 60, Czibor, ponta esquerda da mítica seleção húngara da Copa de 54, ghi-ggia, o ponta direita uruguaio que calou o maracanã e o brasil na Copa de 50, entre outros grandes.

as TáTicas Em constante mutação o futebol

mudou e muito seu esquema tático ao longo das décadas. até os anos 50, os esquemas táticos das princi-pais seleções eram de muita preocu-pação ofensiva e pouca defensiva. na seleção do uruguai Campeã de 1950, os esquemas táticos se con-centravam no 2-3-5, com cinco ata-cantes sendo dois pontas pelas extre-midades. Apesar disso já em 1926 o dirigente do arsenal da inglaterra, mr. Chapman criou o famoso Wm que consistia de um 3-2-5, buscando mostrar uma maior preocupação de-fensiva e descongestionando o meio campo. Essa tática foi usada também pela famosa seleção da hungria no mundial de 1954.

já a seleção do brasil de 70 coroou o 4-2-4, ajudada também por talentos em todas as posições, como piazza e Carlos Alberto Torres na defesa.

já mais recentemente a seleção brasileira no mundial dos EUA em 1994 levou a taça com um 4-4-2, muita preocupação com a mar-cação e pouca preocupação com o ataque. Para a felicidade do Brasil

O bordão, lembrado por muitos daqueles que tem mais de 35 anos de idade, é do personagem de Jô Soares, um torcedor comum que pedia ao então técnico da seleção brasileira nas copas de 1982 e 86, Telê Santana, para voltar com a clássica figura do ponta na seleção canarinho. No entanto, as transformações táticas do futebol mudaram as posições e seus nomes, e hoje, muitas expressões já viraram história.

“Bota ponta Telê”

havia um baixinho talentoso cha-mado Romário no ataque e adver-sários mais preocupados com a defesa que com o ataque.

as eXpressões“Belini coloca a pelota para

corner. É corner contra o Brasil! Lá vem a Suécia e é tiro de gol para o Brasil!”. Assim narrava o locutor da rádio nacional do Rio aos quase 16 minutos do 1º tempo na final Brasil 5x2 Suécia da copa de 1958 realizada pelos suecos. hoje em dia estaria mais para “Belini coloca a bola para escanteio. É escanteio contra o Brasil! Lá vem a Suécia e é tiro de meta para o Brasil!”.

A mudança do futebol não se resume apenas dentro dos campos, mas também nos próprios nomes das posições e expressões usadas. Influenciado pelo inglês devido à Inglaterra ser a inventora do fute-bol, antes, mesmo no Brasil e em outro cantos do mundo, as posições tinham nomes ingleses ou variações locais do inglês. O goleiro, que já foi arqueiro no início era o goalkeeper, zagueiro era beque, half era o late-ral, os volantes eram os centerhalf, o ponta já foi extrema, e o centroavan-te era o centerfor, e a própria seleção era chamada de scratch.

o comerciante aposentado ni-valdo Elias tinha 16 anos na fi-nal do mundial de 58 e se lembra bem da escalação do Brasil na fi-nal: “O Brasil tinha um time mui-to bom e que entrou na final um pouco diferente dos demais jo-gos. Me lembro que o goleiro era o Gilmar, os beques eram Belini e Orlando. O half-esquerdo era o nilton santos, e Djalma santos que entrou para a final era o half--direito. Havia ainda no meio Didi que era meia-armador. Na frente tinha o pelé como meia--atacante, os extremas Zagallo pela esquerda e Garrincha, que era muito bom de bola, pela di-reita, e o Vavá como centerfor” diz Nivaldo que se lembra de es-cutar os jogos pela antiga rádio Nacional. “O scratch nacional era um timaço”, recorda.

Equipe jogava com dois defensores, três meias e cinco atacantes.escalação1- Enrique Ballesteros; 2- José Nazzasi; 3- Ernesto Mascheroni; 4- José L. Andrade; 5- Lorenzo Fernández; 6- Alvaro Gestido; 7- Pablo Dorado; 8- Héctor Scatone; 9- Héctor Castro; 10- Pedro Cea; 11- Santos Iriarte

seleção uruguaia campeã da 1ª Copa do Mundo em 1930

Reproduções

À esquerda, o argentino Di stéfano,

e o brasileiro Garrincha à

direita, ambos são os maiores

pontas da história.

BolanoBarbante.com - Ed. 3 - Ano I - Belo Horizonte - 3 a 9 de junho de 2013

entreVista12

Dirceu, o craque censurado pela

ditaduraDirceu Lopes Mendes nasceu em Pe-dro Leopoldo no dia 3 de setembro de 1946. Conclamado o maior camisa 10 de toda a história do Cruzeiro, con-quistou títulos importantes como a Taça Brasil de 1966 e a Copa Liberta-

dores de 1976. Foi cortado da Sele-ção de 1970 a mando do então pre-

sidente Médici. Zé do Milho, apelido que recebeu dos colegas, conta sua carreira ao BolanoBarbante.

como foi para você desbancar o santos de pelé, em 1966 e conquistar a Taça Brasil?

Eu costumo dizer para as pessoas que esses dois jogos contra o santos, principalmente no Mineirão, foram os mais importantes da vida do Cruzeiro e de todos nós jogadores. Depois que conquistamos o título, outros times reivindicaram a entrada no campeonato nacional da época. por isso é tão importante, porque houve uma mudança na mentalidade de disputa das competições.

como é ser eleito o melhor meia dos campe-onatos Brasileiros do ano de 1970, 71 e 73?

É inesquecível, porque diferente de hoje, na minha época os melhores jogadores do país jo-gavam no Brasil. Então pelo fato de estar dispu-tando com todos os craques, eu me sinto muito lisonjeado com esta façanha.

como você enxerga o futebol moderno, que em muitas das vezes privilegia a força física e não a habilidade?

Certa vez, um repórter perguntou qual era o melhor jogador do Cruzeiro, se era eu ou tos-tão. rapidamente o tostão respondeu dizendo que os dois, porque eu tinha velocidade e ele a inteligência. No futebol especificamente não existe estatura pré-determinada. Isso de usar a força e tamanho começou com a tentativa de implantar o estilo europeu no futebol do Brasil e muitos baixinhos acabaram marginalizados.

Qual a diferença entre o camisa 10 da sua época e o camisa 10 de hoje?

O futebol brasileiro sofreu depois da Copa de 70, porque surgiu aqueles treinadores e prepara-dores físicos que quiseram implantar o futebol europeu no brasil, como é o caso de parreira e Cláudio Coutinho. Eles contribuíram para esta tentativa de implantar o futebol força. Então houve uma pequena mudança. Na minha época, o camisa 10 era o melhor do time e não precisava se preocupar com a marcação. Hoje, o camisa 10

também marca e nem sempre é o melhor. Porém, atualmente eu vejo um resgate dos jogadores de habilidade, relembrando o antigo camisa 10.

entre Taça Brasil e libertadores da américa, qual foi o título mais importante para você?

São dois títulos importantes na história do Cruzeiro e na minha. Contudo, para mim, o jogo da taça brasil contra o santos foi o mais importante de todos.

Quando o garrincha foi te cumprimentar por te achar “o melhor jogador do mundo”, como você reagiu?

Foi uma das emoções mais fortes que eu tive em minha vida. Foi uma grande surpresa. Esta-va eu e Raul no hotel concentrando e de repen-de alguém bateu na porta. quando fui ver era o Garrincha, jogador que eu sempre tive como ídolo. Foi como se eu conquistasse um título da Libertadores ou do Brasileirão.

como é até hoje receber o carinho da torcida do cruzeiro, depois de tanto tempo?

É uma coisa que me deixa muito impressio-nado. Assim que eu parei de jogar futebol eu sempre levei uma vida pacata, sem muitos ho-lofotes. Eu joguei na época de ouro do futebol brasileiro, então, eu acho o máximo todo este carinho e o reconhecimento dos torcedores.

o que representa ser considerado como um dos maiores jogadores da história do cruzeiro?

Para mim é gratificante, porque o Cruzeiro era e continua sendo o meu time de coração. o meu sonho sempre foi jogar no Cruzeiro.

o que é preciso para ser um autêntico cami-sa 10? o número realmente pesa em jogado-res menos experientes?

Pesa sim. Porque criou a mística da camisa 10 depois da Copa de 58. Para jogar com ela precisa ser o craque, o cérebro do time. Tem

que ser realmente diferenciado para se tornar um autêntico camisa 10, o gênio do elenco.

existe uma história que você foi cortado da copa de 70 pela ditadura. É verdade?

Sim é verdade. Talvez eu paguei pelo fato do Saldanha me exaltar tanto. quando nós viemos jogar em Belo Horizonte, o Salda-nha afirmou que o jogador mais importante da Seleção era o “Zé do Milho” [apelido de Dirceu], mais importante até que Pelé. De-pois disso, em uma entrevista, o Médici ha-via dito que na Seleção faltava o Dario, e o Saldanha respondeu afirmando que ele não escalava os ministros e portando não admitia que ninguém escalasse a Seleção, nem mes-mo o presidente. após a declaração, o salda-nha acabou sendo demitido da Seleção e eu acabei pagando o pato também, com a entra-da do Zagallo, que sempre foi politiqueiro. Depois disso, eu passei de mais importante para o dispensável do time.

ao final da sua carreira você levou uma entrada criminosa do Divino. você guar-da rancor?

foi realmente criminosa. mas depois, o Crésio, que era goleiro do Cruzeiro e também amigo do Divino, veio me falar que ele tinha o maior arrependimento do que tinha feito e perguntou se podia falar comigo. eu disse que sim e ele veio me pedir perdão aos pran-tos. eu perdoei e não guardo rancor, pois é um sentimento muito ruim.

você acha que o futebol está mais violento hoje?Não diria violento, mas os espaços hoje no

campo são menores e com a evolução da parte física e da força, criados justamente pela Eu-ropa, para sobrepor à habilidade dos jogado-res sul-americanos, o atrito entre os jogadores ficou maior. Então existe um contato físico maior que antigamente.

Foto

: Tia

go H

adda

d