Boletim N° 73 - Agosto 2011

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Boletim N° 73 - Agosto 2011

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número 73 | 1ª edição | agosto de 2011

Matérias

Alimentação dos brasileiros tem excesso de gorduras. pág 02

ARTIGO >> Efeito da dieta hipoenergética sobre a composição corporal e nível sérico lipídico [...] pág 03

Boletim eletrônicoquinzenal do Conselho Regional

de Nutricionistas - 6ª região

Diretoria do CRN-6Presidente

Nancy AguiarVice-PresidentePatrícia Santos

TesoureiroRodrigo Silveira

SecretáriaIvany Amaral

Redação e Projeto GráficoMulti Comunicação Corporativa

Dia do Nutricionista

Jornada de Atualização

Como os brasileiros

No dia 31 de agosto - Dia do Nutricionista – o CRN-6 junta-mente com todos os CRNs do Brasil, estará divulgando a cam-panha nacional Fome, Obesidade e Desperdício – Não Alimente Esse Problema. No Recife, o evento será realizado na estação central do metrô com ações de orientação nutricional e brindes educativos da campanha.

Ainda estão abertas as inscrições para participar da XIII Jornada de Atualização em Alimentação e Nutrição que ocorrerá no dia 26 de agosto em Pernambuco. Du-rante o encontro que vai acontecer no auditório do Me-morial de Medicina no bairro do Derby, haverá premiação e apresentação do prêmio Emília Aureliano de Alencar Monteiro. Para se inscrever, basta levar 1 Kg de alimento não-perecível.

Informações e inscrições: (81) 3421.8382 / 3222.2495

A Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF (2008-2009) realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde anali-sou entre outros, o consumo alimentar de pessoas com 10 anos ou mais em 13.569 domicílios brasileiros. Pela primeira vez, foram levantadas informações sobre a in-gestão de alimentos fora do domicílio, que correspondeu a aproximadamente 16% da ingestão calórica total, sendo maior nas áreas urbanas. A publicação completa pode ser acessada na página: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_anali-se_consumo/default.shtm

NOTAS

estão se alimentando?

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Alimentação dos brasileiros tem excesso de gorduras

Hábitos de vida saudável, esse é o lema para quem deseja ter quali-dade de vida. O aparecimento precoce de doenças crônicas tem deixado a população em alerta. No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, co-memorado no dia 8 de agosto, o Ministério da Saúde chamou a atenção da população para o elevado consumo de gorduras, especialmente por jovens. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e sociedades médicas recomendam ingestão diária de colesterol inferior a 300 mg (miligra-mas) para a população em geral e menor que 200 mg para pessoas com histórico de doenças cardíacas.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009), divulgada pelo IBGE, recentemente, mostrou um padrão alimentar inadequado pela maioria dos brasileiros, caracterizado pelo alto consumo de ali-

Imagens: M

inistério da Saúde

GUIA ALIMENTAR - O Ministério da Saúde disponibiliza o Guia Alimentar para a População Brasileira, disponível no Portal da Saúde. A publicação traz diretrizes específicas para incentivar o consumo de alimentos saudáveis e orien-tações sobre as refeições. A recomendação é que se faça pelo menos três refeições diárias, intercaladas por lanches. Outras diretrizes explicam os diferentes grupos alimentares e os principais nutrientes. Fonte: Matéria publicada ano portal do Ministério da Saúde

ACADEMIA DA SAÚDE – Até 2014, o Ministério da Saúde vai implementar 4 mil pólos do Programa Academia da Saúde em todo o país. A ação prevê uma série de medidas voltadas à promoção da saúde dos brasileiros no SUS, com a criação de espaços específicos para o desenvolvimento de práticas corporais, atividades físicas, lazer e de modos de vida saudáveis.

A exemplo dos programas desenvolvidos em algumas capitais, o Academia da Saúde busca eliminar barreiras como a inexistência de espaços públicos de lazer, o que reduz a possibilidade de acesso às práticas corporais pela maioria da população. As instruções para os gestores participarem do pro-grama podem ser obtidas no site http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1801

mentos ricos em gorduras, açúcar e sódio e pobres em micronutrien-tes, combinado à baixa ingestão de alimentos protetores, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais, particularmente entre os adoles-centes. O público jovem consome entre 10% e 15% mais gorduras do que os adultos.

“Na atenção às doenças crônicas, além desse papel central que a alimentação desempenha, também deve ser promovido todo o modo de vida saudável, que inclui a redução do sedentarismo por meio da promoção de práticas corporais e atividades físicas e a redução do ta-bagismo e do consumo excessivo de álcool, entre outros fatores de risco”, destaca a coordenadora nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime.

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Há uma crescente preocupação mundial com o aumento da prevalência de sobrepeso e obe-sidade (índice de massa corporal >25kg/m2 e >30kg/m2, respectivamente). Considerada atualmente como epidemia, a obesidade vem crescendo de forma alarmante tanto nos paí-ses desenvolvidos como naqueles em desen-volvimento, acarretando enormes prejuízos à sociedade.

É reconhecido que os fatores genéticos têm um papel importante sobre a obesidade, po-rém é necessário analisar o comportamento e o ambiente em que a família se encontra, pois se estes não forem controlados, podem tornar o indivíduo mais suscetível a essa do-ença. Acredita-se que os fatores ambientais e comportamentais - sedentarismo e excesso de calorias consumidas - sejam os mais rele-vantes na incidência da obesidade do que os fatores genéticos.

Associadas ao excesso de peso, as dislipide-mias aumentam o risco para doenças cardio-vasculares ateroscleróticas, que representam importante causa de morbidade e mortalidade no Brasil. Intervenções para manutenção de peso saudável e valores normais dos lipídeos fazem parte de medidas de prevenção primária das doenças cardiovasculares também em in-divíduos sem evidências de cardiopatia.

Das variáveis ambientais envolvidas na de-terminação do perfil lipídico e da obesidade, uma intervenção dietética é a estratégia mais efetiva tanto para a redução do percentual de gordura quanto para modificações favoráveis do perfil sérico lipídico. No âmbito de compor-tamentos para uma vida saudável, está forte-mente relacionada com a promoção da saúde.

Um comportamento nutricional adequado é imprescindível tanto para uma boa saúde como para um bom desempenho físico. As quantidades de macronutrientes disponíveis na dieta devem satisfazer as necessidades fisiológicas normais dos indivíduos sadios ou não, da forma mais equilibrada possível, pre-venindo o surgimento de doenças. Há cerca de quarenta anos começou a ser dada maior ênfa-

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se ao papel da dieta na saúde e enfermidades crônico-degenerativas, como as doenças car-diovasculares, dislipidemias, diabetes Melli-tus, diferentes tipos de câncer e obesidade.

Com isso a presente pesquisa teve como ob-jetivo verificar o efeito de 12 semanas de dieta hipoenergética sobre a composição corporal e o nível sérico lipídico de mulheres adultas com sobrepeso.

A amostra foi composta por vinte sujeitos do sexo feminino (Média (M)=23,80 Desvio--Padrão (DP)=2,73 anos), aparentemente saudáveis, de acordo com American College of Sports Medicine (ACSM), voluntárias e ini-ciantes em um programa de ciclismo indoor. Foram divididas randomicamente em dois gru-pos: Grupo dieta hipoenergética (GD) e Grupo Controle (GC). Cada grupo foi constituído por dez indivíduos. A coleta de dados foi dividida em quatro etapas. A 1a etapa foi avaliação da composição corporal, segunda etapa de ava-liação diagnóstica, a terceira de etapa Inter-venção e a quarta etapa foi a reavaliação.

Após 12 semanas de intervenção dietética, o grupo GD manteve-se na mesma categoria para todas as variáveis lipídicas, porém apre-sentou modificações positivas e significativas, tais como redução do TG, CT, LDL e VLDL. Se-gundo Wood a dieta hipocalórica é considera-da imprescindível no tratamento das dislipide-mias. Com isso, pode-se dizer que a restrição dietética foi importante para se obter tais alterações. Estudos demonstram que a dieta exerce um efeito negativo sobre a HDL, uma vez que reduzem seus níveis plasmáticos. A atual pesquisa corrobora com os estudos aci-ma, pois foi observada uma redução significa-tiva no grupo GD.

Quanto às variáveis antropométricas, os grupos GC e GD apresentaram valores médios para a variável IMC dentro da faixa que os per-mite classificá-los com grau de sobrepeso (Me-dia (M)=27,52, Desvio-Padrão (DP)=1,68kg/m2 e M=27,60, DP=1,54kg/m2, respectivamente). Ao analisarmos os resultados da variável %G, segundo os padrões de normalidade para

percentual de gordura proposto por Pollock & Wilmore, podemos classificar os grupos GC e GD como ruim (M=31,66, DP=3,15% e M=33,09, DP=3,65%, respectivamente).

Os resultados encontrados no grupo GD após 12 semanas evidenciam a importância de mo-dificações dietéticas no combate à obesidade. Foi observada uma redução significativa nas médias das variáveis Massa Corporal (MC), Ín-dice de Massa Corporal (IMC) e Percentual de Gordura (%G). Segundo Bernardi, a perda da massa corporal alcançada somente pela restri-ção dietética leva à melhoria de todo o quadro patológico associado à obesidade. O grupo GD reduziu significativamente a massa magra corroborando com a afirmativa de que a dieta, isoladamente pode acarretar uma redução na MM e consequentemente na taxa metabólica de repouso (TMR), visto que, a MM é a variável que mais contribui para o metabolismo energético.

Ao se analisarem os resultados, o grupo GD apresentou reduções significativas nas vari-áveis antropométricas: MC, IMC e %G; e con-sequentemente nas variáveis do nível sérico lipídico: TG, CT, LDL e VLDL. A partir desses, pode-se concluir que, para a população estu-dada, esse estudo reforça a recomendação de que a primeira conduta a ser adotada para o controle das variáveis antropométricas bem como dos lipídeos plasmáticos deve ser a in-tervenção dietética.

Valéria Sales do Valle; Cíntia Biehl; Danielli Braga de Mello; Marcos de Sá Rego Fortes; Estélio Henrique Martin Dantas

Artigo reduzido. Para lê-lo na íntegra, acesse:http://www.scielo.br/scielo.php?scr ipt=sci_

arttext&pid=S1415-52732010000600003&lng=pt&nrm=iso

ARTIGO

Os artigos publicados neste boletim são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião do Conselho Regional de Nutricionistas da 6 região.

Efeito da dieta hipoenergética sobre a composição corporal

e nível sérico lipídico de mulheres adultas com sobrepeso

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