rea de Cincias Humanas e Sociais Aplicadas

DISCIPLINA: Teoria Econmica

Prof. : Rodrigo M. Salgado

BALANO DE PAGAMENTOS E TAXA DE CMBIO

1. O BALANO DE PAGAMENTOS

1.1 Conceito

BP o registro sistemtico das transaes entre residentes e no-residentes de um pas durante determinado perodo de tempo.

1.2 Subdivises

1.2.1 Balana Comercial Compreende basicamente o comrcio de mercadorias. Se as exportaes excedem as importaes, temos um supervit no balano de comrcio; se ocorrer o inverso, um dficit.

1.2.2 Balano de Servios Registram-se os servios pagos ou recebidos pelo Brasil, tais como: fretes, seguros, lucros, juros, royalties e assistncia tcnica, viagens internacionais.

1.2.3 Transferncias Unilaterais Tambm conhecidas como conta de donativos, registram as doaes interpases. Os donativos podem ser em divisas ou em mercadorias.

1.2.4 Balano de Transaes Correntes a Soma dos balanos comercial, de servios e de transferncias unilaterais. Esta soma resulta no Saldo em Conta-Corrente e/ou Balano de Transaes Correntes.

1.2.5 Movimento de Capitais ou Balano de Capitais Registra os capitais que entram e saem livremente do pas. Neles so registrados os investimentos e os emprstimos (e respectivas amortizaes) entre os residentes no pas e no exterior.

1.2.6 Erros e Omisses Esta rubrica do Balano de Pagamentos representa transaes com o exterior que no foram contabilizadas, causando discrepncia entre o saldo do BP com o balano de capitais compensatrios.

1.2.7 Balano de Capitais Compensatrios Nesta rubrica registrado os emprstimos de regularizao do Fundo Monetrio Internacional especificamente destinados a cobrir dficits do Balano de Pagamentos (financiamento compensatrio), bem como variaes das reservas internacionais.

1.3 As reservas internacionais de um pas so constitudas:

a) Pelo estoque de divisas estrangeiras de divisas estrangeiras e ttulos externos de curto prazo que esto em poder do BACEN;

b) Pela posio de ouro monetrio em poder do BACEN;

c) Pelos Direitos Especiais de Saque (moeda fiduciria criada pelo FMI) e pelas reservas do pas no FMI.

2. Estrutura do Balano de Pagamentos

3. A TAXA DE CMBIO3.1 Conceito

Taxa de cmbio o preo da moeda (divisa) estrangeira, em termos da moeda nacional:

Cotao (preo) do dlar: 2,40 reais

Cotao (preo) da libra esterlina: 3,60 reais

Como todo preo, a taxa de cmbio determinada pela oferta e pela demanda, no caso, de divisas.

A oferta de divisas depende do volume de exportaes e da entrada de turistas e capitais externos (agentes que querem trocar dlares por reais).

A demanda de divisas (agentes que querem trocar reais por dlares) depende do volume das importaes e da sada de turistas e capitais externos. (amortizao de emprstimos, remessa de lucros, pagamento de juros etc.)

Grfico 1. Oferta e Demanda de Divisas

Onde:

P = Preo da divisa estrangeira em moeda nacional = Taxa de Cmbio

Q= Quantidade de divisas

Parece claro que, quanto maior a oferta de divisas, dada a demanda, menor a taxa de cmbio: aumenta a disponibilidade de moeda estrangeira, ela torna-se mais barata, isto , o dlar fica mais barato, em termos reais. H uma valorizao da moeda nacional, uma desvalorizao do dlar. Por outro lado, se aumentar a demanda de divisas, dada a oferta, maior a taxa de cmbio (teremos que dar mais reais por dlar, significando uma desvalorizao do real).

Define-se ento uma valorizao cambial ou apreciao cambial como o aumento do poder de compra da moeda nacional, perante outras moedas (por exemplo, um real compra mais dlares). Como a taxa de cmbio definida como o preo da moeda estrangeira, segue-se que uma valorizao cambial corresponde a uma queda na taxa de cmbio.

Ex.: Momento I : 1 US$ - 1 R$

Momento II: 1 US$ - 0,80 R$

Por conseguinte, uma desvalorizao cambial, representa uma perda do poder de compra da moeda nacional, o que corresponde a um aumento da taxa de cmbio.

Ex.: Momento I : 1 US$ - 1 R$

Momento II: 1 US$ - 1,70 R$

3.2 Regimes Cambiais: Taxas de Cmbio Fixas e Taxas de Cmbio Flutuantes (Flexveis)

De modo geral, existem dois grandes tipos de regime cambial, o de taxas fixas e o de taxas flutuantes de cmbio:

I. Taxas fixas de cmbio: o BACEN fixa antecipadamente a taxa de cmbio, e compromete-se a comprar divisas taxa fixada. O que se ajusta a oferta e demanda de divisas, ao valor fixado.

II. Taxas de cmbio flutuantes ou flexveis: a taxa de cmbio varia de acordo com a demanda e a oferta de divisas. Ou seja, o que se ajusta a taxa de cmbio.

Na verdade, entre os dois, existem regimes intermedirios, como a chamada flutuao suja ou dirty floating, na qual adotado o regime de cmbio flutuante, com o mercado determinando a taxa, mas com intervenes do BACEN, comprando e vendendo divisas de forma a manter a taxa de cmbio em nveis adequados sem grandes oscilaes.

Outro regime intermedirio o de bandas cambiais, adotado por certo perodo no plano Plano Real (at janeiro de 1999), em que se admite flutuao dentro de limites fixados pelo Banco Central. Enquadra-se dentro das regras do cmbio fixo, porque permanece a obrigao do BACEN de disponibilizar reservas para atender ao mercado, se necessrio.

3.3 Polticas Comerciais Externas a) Tarifas sobre importaesSe a poltica adotada visar proteger a produo interna, como, por exemplo, no processo de substituio de importaes adotado pela maior parte dos pases em desenvolvimento na dcada de 70, isso normalmente feito por elevao do Imposto de Importao e de outros tributos e taxas sobre os produtos importados. No caso oposto, com a abertura comercial, ou a liberalizao das importaes, as tarifas sobre os produtos importados so diminudas; b) Regulamentao do comrcio exterior Entraves burocrticos, dificultando as transaes com o exterior, bem como o estabelecimento de cotas ou proibies s importaes de determinados produtos representam barreiras qualitativas s importaes;c) Subsdios fiscais e/ou monetrios para exportaes

As polticas comerciais esto sujeitas s normas estabelecidas pela OMC. A funo desse rgo tentar coibir polticas protecionistas e prticas de dumping, ou seja que um pas venda a preos de mercado inferiores a seus custos de produo, que uma forma de aumentar a participao em mercados mundiais.

Bibliografia Consultada:

MANKIW, N. Gregory. Introduo Economia: Princpios de Micro e Macroeconomia. 2ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

VASCONCELLOS, Marco Antnio Sandoval de. Economia: Micro e Macro. So Paulo: Atlas, 2007.

VICECONTI, P. E. V.; NEVES, S. das. Introduo a economia. 8.ed. So Paulo: Frase, 2007.