Brasil de Fato RJ - 017

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | ano 11 | edição 17 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Justiça ignora morte de Amarildo Juiz nega pedido de reconheci- mento da morte de Amarildo ale- gando que ele ter estado no poder de agentes do Estado não formula- ria, por si só, ameaça à sua vida. cidades | pág. 7 Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição Edição Pablo Vergara Bota preparado para Galo agressivo Nesta quinta-feira (22), o líder do Brasileirão recebe o Atlético Minei- ro, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no Maracanã. Seedorf es- tá confirmado. esporte | pág. 15 Botafogo Oficial cidades | pág. 5 Pablo Vergara Nelson Perez/Fluminense F.C. Flu bate Goiás no Maracanã O time das Laranjeiras pode até em- patar na partida de volta, no próxi- mo dia 28, para ir às quartas de final da Copa do Brasil. Samuel anotou o único tento da partida. esporte | pág. 16 Manning pega 35 anos Soldado que vazou documentos se- cretos dos EUA poderá solicitar liber- dade condicional após cumprir um terço da pena. Promotoria queria que ele ficasse 60 anos atrás das grades. mundo | pág. 10 Nesta semana, duas plenárias, com expressiva participação da categoria, aponta- ram para a continuidade da greve que teve início no dia 8. Salários baixos e pés- simas condições de trabalho motivaram a paralisação das atividades das redes municipal e estadual do Rio. O sindicato estima que o índice de paralisação esta- dual gira em torno de 40%. No município, a adesão ultrapassa 80% da categoria. Professores do Rio de Janeiro mantêm greve Na terça, cerca de 20 mil participaram de ato Samuel marcou aos 42’ do primeiro tempo

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | ano 11 | edição 17 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

Justiça ignoramorte de Amarildo

Juiz nega pedido de reconheci-mento da morte de Amarildo ale-gando que ele ter estado no poder de agentes do Estado não formula-ria, por si só, ameaça à sua vida.

cidades | pág. 7

Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição

Edição

Pablo Vergara

Bota preparado para Galo agressivo

Nesta quinta-feira (22), o líder do Brasileirão recebe o Atlético Minei-ro, pelas oitavas de fi nal da Copa do Brasil, no Maracanã. Seedorf es-tá confi rmado.

esporte | pág. 15 Botafogo Ofi cial

cidades | pág. 5

Pablo Vergara

Nelson Perez/Fluminense F.C.

Flu bate Goiás no MaracanãO time das Laranjeiras pode até em-patar na partida de volta, no próxi-mo dia 28, para ir às quartas de fi nal da Copa do Brasil. Samuel anotou o único tento da partida.

esporte | pág. 16

Manning pega 35 anos Soldado que vazou documentos se-cretos dos EUA poderá solicitar liber-dade condicional após cumprir um terço da pena. Promotoria queria que ele fi casse 60 anos atrás das grades.

mundo | pág. 10

Nesta semana, duas plenárias, com expressiva participação da categoria, aponta-ram para a continuidade da greve que teve início no dia 8. Salários baixos e pés-simas condições de trabalho motivaram a paralisação das atividades das redes municipal e estadual do Rio. O sindicato estima que o índice de paralisação esta-dual gira em torno de 40%. No município, a adesão ultrapassa 80% da categoria.

Professores doRio de Janeiro mantêm greve

Na terça, cerca de 20 mil participaram de ato Samuel marcou aos 42’ do primeiro tempo

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | opinião

dem dormir tranquilos que deste mato não sai coelho.

Mas a safadeza desta Co-missão não para aí. Todos os membros da Comissão que deveria fazer o tal inquéri-to também foram contra a tal Comissão. Eles foram coloca-dos ali para defender as em-presas de ônibus e o povo que se exploda. Que se dane.

E aí, umas 300 pessoas, na semana passada, ocuparam a Câmara. O que jornais, rá-dios e televisões têm feito? Só

mostrar imagens de mascara-dos, sugerindo que tudo é ba-derna, confusão e que atrapa-lham a população.

Os manifestantes ocupa-ram a Câmara para tentar ser ouvidos. Tentar mudar o ru-mo desta palhaçada. Mas a maioria da Câmara está se li-xando para o povo. Só espe-ra que as centenas de poli-ciais escalados para, dizem, manter a ordem, arrepiem o que sobra de manifestantes. E, assim as empresas de ôni-bus possam fazer a festa. Mais uma vez. Mas as manifesta-ções vão continuar.

O Tribunal de Contas do Município já fez graves de-núncias sobre o assunto. Irre-gularidades mil que eviden-ciam uma “falsa licitação” pa-ra escolher as empresas ven-cedoras. É essa história que deve ser passada a limpo. Mas quem vai passar a limpo? Es-ta CPI? Não. Só a força do po-vo nas ruas.

rio é produzida pela descons-trução do Direito do Trabalho, que é a relação de emprego protegida juridicamente, entre o prestador e o tomador dos serviços: o Contrato de Tra-balho. Tal processo iniciou-se com a chamada terceirização.

A terceirização impede a ge-ração de mais vagas de traba-lho; impõe salários mais bai-xos (em média 27% menor); aumenta o número de aciden-

tes e mortes; jornada maior de trabalho; aumenta a rotativi-dade; impede a criação de em-pregos, além da falta de repre-sentação sindical.

Agora, estamos diante de uma nova ofensiva patronal. O Projeto de Lei 4330/2004 prevê a contratação de serviços ter-ceirizados para qualquer ati-vidade de determinada em-presa, sem estabelecer limi-tes ao tipo de serviço que po-

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Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Mariane Matos e CláudiaSantiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela) •Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro– RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor deArte: Marcelo Araujo • Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

(11) 2131 0800

Redação Rio:[email protected]

É preciso barrar o projeto da terceirizaçãoO CONTRATO DE trabalho foi uma das mais importan-tes conquistas da classe traba-lhadora. Um processo de lutas travadas em condições desi-guais, marcadas por contradi-ções, foi assegurando cada di-reito, como a jornada de traba-lho, o repouso semanal remu-nerado, férias, indenizações pela dispensa, 13º salário. Na-da foi obtido sem luta.

A partir da década de 1990, inicia-se em nosso país o perí-odo da chamada “ofensiva ne-oliberal” e a luta da classe tra-balhadora enfrenta um qua-dro cada vez mais adverso. A maior devastação deste cená-

editorial | Brasil

CPI dos ônibus é marmelada

de ser alvo de terceirização. Atualmente, a Súmula 331 do Tribunal Superior do Traba-lho (TST), que rege a terceiri-zação no Brasil, proíbe a con-tratação para atividades-fi m das empresas, mas não defi -ne o que pode ser considerado fi m ou meio.

Ele representa praticamen-te o fi m das categorias formais reguladas por acordos e con-venções coletivas negociadas pelos sindicatos, jogando por terra toda a história de luta dos trabalhadores. É um ataque à própria Constituição Federal, que assegura o valor social do trabalho como base estrutu-

rante da sociedade brasileira.O PL 4330 reduz direitos

dos trabalhadores, porque vaiampliar a terceirização de for-ma ainda mais precária e, comisso, reduzir o número de fi lia-ções aos sindicatos, pulveri-zá-las, difi cultando a organi-zação e a luta da classe traba-lhadora por seus direitos, me-lhores condições de trabalhoe salário. E essa luta é feita pe-los sindicatos e centrais, quesão os legítimos representan-tes dos trabalhadores.

É fundamental arquivar oPL 4330 e impedir este ataquepatronal aos direitos da classetrabalhadora.

É fundamental arquivar o PL 4330 e impedir este ataque patronal aos direitos da classe trabalhadora

CPI DEVERIA SER coisa séria. Deveria, mas esta dos ônibus, mais do que as outras, é só pa-ra inglês ver. Comissão de In-quérito seria para investigar, averiguar problemas, irregu-laridades ou safadezas. Sim, mas para isso tem que que-rer. Mas, com a CPI dos Ôni-bus acontece exatamente o contrário.

Esta tal de Comissão de in-quérito foi feita para não apu-rar nada. Para não descobrir nada. Para ser uma marmela-da. A prova disso? Muito sim-ples. Ela foi pedida pelo ve-reador do PSOL Eliomar Co-elho. A prática comum nas CPIs é que quem a solicita se-ja o relator. Mas nesse caso foi exatamente o contrário.

O Eliomar foi deixado de lado e no seu lugar entrou quem? Alguém que foi con-tra criar esta Comissão. Se foi contra é porque não quer apurar nada. Isso é ótimo pa-ra os donos das empresas. Po-

editorial | Rio de Janeiro

Essa história que deve ser passada a limpo. Mas quem vai passar a limpo? Esta CPI? Não. Só a força do povo nas ruas

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 opinião | 03

resistiram à ditadura. Muitos foram torturados e mortos pe-lo Estado em nome da causa da liberdade política. Precisa-mos reconstruir essa identida-de histórica do jornalista.  

Eis um desafi o de toda a so-ciedade. Porque não há a pos-sibilidade de democracia sem jornalismo ético. O acesso à in-formação é direito humano bá-sico sem o qual não há a pos-sibilidade de escolhas livres e conscientes.

Paula Máirané jornalista, militante da luta

pela democratização, presidenta eleita do Sindicato

dos Jornalistas Profi ssionais do Município do Rio de Janeiro

Aurelio FernandesLatuff

Greve dos professores não é só por saláriosNÃO É DE HOJE que as redes estadual e municipal deeducação pública vivem uma triste realidade que vaimuito além do indigno salário que recebem os profi s-sionais da educação.

As políticas educacionais dos governos Cabral e Pa-es e dos partidos de sua base de sustentação – PMDB,PP, PTB, PR, PMN, PSC, PTC, PT, PCdoB, PSB e PDT– precarizam o ambiente de trabalho, retiram autori-tariamente a autonomia das escolas e dos professorescom projetos atrelados a uma lógica tecnicista e pro-dutivista que descaracterizam a natureza pedagógicada Educação, não respeitando as realidades diferen-ciadas das comunidades escolares e de cada sala deaula, comprometendo a qualidade do ensino.

Hoje não existe uma política salarial que garan-ta a dignidade de vida do professor e a qualidade desua atuação docente. O que temos hoje é uma políti-ca de sistemático mascaramento das condições sala-riais através de bonifi cação e certifi cação que ferem aisonomia salarial.

Ao lado de turmas superlotadas, em descompassocom qualquer proposta pedagógica responsável, vi-vemos o assédio moral e políticas autoritárias na dis-tribuição dos professores nas escolas e a maquiagemdos dados de escolaridade, evasão, abandono e repe-tência, incluindo estratégias de aprovação de alunos,com o único objetivo de produzir indicadores educa-cionais satisfatórios.

Assistimos cotidianamente o repasse de verba pú-blica para o setor privado, através de convênios, in-cluindo as políticas de avaliação externa desconecta-das das propostas curriculares ofi ciais e da realidadeescolar. Vivemos a deturpação do caráter público daescola através de parcerias com empresas privadas,que reduzem o seu caráter formativo plural à funçãoexclusiva de produção de mão de obra.

O resultado de tudo isso é um número expressivo deanalfabetos funcionais que se formam a cada ano semcondições de enfrentar a dura realidade de um muni-cípio, estado e país onde os direitos das maiorias nãosão respeitados – onde estão os Amarildos? – e ondea cada dia aumenta a criminalização da pobreza e daslutas populares contra os desmandos das cidades-ne-gócio.

Por tudo isso, e não apenas pelos salários, os profi s-sionais da educação estão em greve. E têm recebido oapoio das comunidades escolares e principalmente oapoio decidido e militante dos estudantes.

Quem sabe as manifestações de junho somadas aessas mobilizações em defesa da educação pública ve-nham desmentir o libertador Simon Bolívar que afi r-mava 200 anos atrás que “um povo ignorante é o ins-trumento cego de sua própria destruição.”

Aurelio Fernandesé professor da rede estadual e militante

da Marcha em Defesa da Educação Pública

A luta pelos espaços de memória

Em defesa do jornalismo

O resultado de tudo isso é um número expressivo de analfabetos funcionais que se formam a cada ano sem condições de enfrentar a dura realidade de um município, estado e país

DESDE JUNHO deste ano, jor-nalistas se tornaram alvos de violência constante duran-te manifestações populares. O Estado ataca os profi ssio-nais da imprensa com balas de borracha, sprays de pimen-ta e bombas de gás lacrimogê-neo. Ativistas agridem e expul-sam equipes de reportagem das manifestações. Em ambos os casos, os ataques são inad-missíveis e representam uma afronta à liberdade de impren-sa e, por consequência, à de-mocracia.

O Estado é um agressor his-tórico de jornalistas. Em geral, atua em represália às denún-cias na imprensa das violações

lenciada pelos governos e gran-des meios de comunicação na democracia brasileira.

Fazer estes espaços conta-rem sua história por inteiro e serem lugares de cultura e re-fl exão política é fundamental para as gerações atuais e futu-ras compreenderem que a vio-lenta democracia brasileira de hoje é resultado de uma cons-trução histórica que tem um capítulo especial em que es-sas práticas foram dirigidas aos que resistiram ao projeto de so-ciedade excludente implanta-do pela ditadura civil-militar.

Fernanda Ferreira Pradalé pesquisadora sobre memó-

ria verdade e justiça do ISER

A LUTA PARA QUE os lugares (públicos, estatais ou privados) usados pela ditadura civil-mi-litar a partir do golpe de 1964, para prender, sequestrar, tortu-rar e matar abriguem espaços de memória é um luta sobre o passado e o presente.

Promover a construção pú-blica da verdade, da memória e da justiça implica reconhecer a violência e o terror do Estado como modelo de atuação du-rante a ditadura.

Por isso, há demandas de movimentos de direitos hu-manos, de familiares de mor-tos e desaparecidos e de ex-pre-sos políticos para que os cen-tros de prisão e tortura públicos ou clandestinos sejam destina-

dos a espaços de memória, as-sim como logradouros públicos simbólicos sejam identifi cados e outros, que levam nomes de agentes do regime autoritário, sejam renomeados.

Portanto, ocupar física e simbolicamente os espaços co-mo o antigo Dops (polícia re-pressora das classes populares desde sua criação no início do século 20 e perseguidora políti-ca durante as ditaduras), a Casa da Morte em Petrópolis (centro clandestino de sequestro, tor-tura e morte), o antigo DOI-CODI (aparato das forças ar-madas e das polícias de seques-tro, tortura e morte), a Ilha das Flores, entre muitos outros, sig-nifi ca afi rmar uma memória si-

de direitos cometidas por seus próprios agentes.  Novidade é a violência de manifestantes contra equipes da imprensa.

  Há um falso antagonismo entre lutadores por direitos humanos e defensores desses mesmos direitos. E isso ocor-re porque os trabalhadores da imprensa têm sido responsa-bilizados pela censura e pela manipulação das notícias que de fato se verifi cam nos meios de comunicação concentrados nas mãos de meia dúzia de me-gaempresários.

Nem sempre foi assim. Nos anos de chumbo, por exemplo, jornalistas estiveram entre os setores da sociedade que mais

Fernanda Ferreira Pradal

Paula Máiran

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | entrevista

DESMILITARIZAÇÃO O Thiago Melo, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos, apresenta balanço histórico e defende o fi m da polícia militarizada no Brasil

der o confl ito como algo negativo.

Mas você acha que é possível mudar isso no Brasil?

É possível mudar. Não existe justifi cativa pa-ra uma polícia que não atenda os interesses pú-blicos. Essa polícia que hoje existe é atrelada a uma visão de subordina-ção ao poder político, de subordinação a uma ló-gica de Estado que lan-ça mão de expedien-tes pouco democráticos para a gestão de confl i-tos sociais, seja no cam-po seja na cidade. Não há nada que justifi que a polícia como ela está. O modelo hegemônico no mundo é o modelo de uma polícia não militari-zada. Esse padrão de se-gurança pública é abso-lutamente não civilizado e colonial. É um padrão de Estado de exceção.

Brasil. É fazer uma ruptu-ra com isso e formar uma polícia que atenda às de-mandas do cidadão, que não veja a manifestação e a mobilização como algo que contraria o Estado, que agride o Estado, mas como algo importante para a política. O confl ito em si não é algo que tem que ser reprimido. É algo que sempre aconteceu e sempre acontecerá. Não é papel da polícia enten-

res. Para isso, é necessá-rio incutir nessas pesso-as uma retribuição que não seja uma retribuição salarial – porque para is-so não havia disposição. É uma coisa mais simbó-lica: incutir nessas pes-soas um não pertenci-mento às classes popu-lares, ou seja, elas se en-tendem como um cor-po à parte na sociedade, têm uma autoimagem vinculada a uma ideia de honra, de disciplina.

A ideia de poder tam-bém faz parte da autoi-magem dos policiais?

Sim. Isso os diferencia de pessoas que são en-tendidas como “sem po-der”. Esses traços de dis-tinção foram os escolhi-dos para organizar a re-pressão do Estado. A ideia da desmilitarização é a ideia de romper com essa tradição de organização da segurança pública no

Marina Schneider do Rio de Janeiro (RJ)

Uma das reivindica-ções que tem apareci-do com frequência nas recentes manifestações populares ocorridas no Brasil é a desmilitariza-ção da polícia.

Para o advogado Th ia-go Melo, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH), essa pauta ganha força por-que a polícia não atende aos interesses públicos.

“A polícia está subordi-nada ao poder político e a uma lógica de Estado que lança mão de expedien-tes pouco democráticos para a gestão de confl itos sociais, seja no campo, seja na cidade”, afi rma.

Brasil de FatoPor que o DDH é a favor da desmilitarização da polícia?

Th iago Melo – As po-lícias militares no Bra-sil, constitucionalmente, são forças auxiliares do Exército e, por isso, su-bordinadas a uma visão militarista, de guerra, de combate ao inimigo, no caso, um inimigo inter-no. É uma instituição de 200 anos criada para ga-rantir os direitos da Co-roa Portuguesa e man-ter a ordem escravocra-ta. Durante a Ditadura Vargas, se orientou por impor a ética do traba-lho que criminalizava as

pessoas por serem “va-gabundas”, por não tra-balharem. Ou pautava-se pela criminalização política dos anarquistas e comunistas. Na dita-dura militar, essa polícia ganha um sentido cla-ramente de guerra a um inimigo interno, ao sub-versivo, àquele que esta-va em confronto com a ordem ilegal que impe-rava no Brasil.

O povo é considerado o inimigo interno?

Na virada para a de-mocracia, a ideia do ini-migo público migrou pa-ra o combate a essa fi gu-ra que é muito pouco de-limitada que é o trafi can-te de drogas. Com a guer-ra às drogas, esse milita-rismo chega nas favelas, e se intensifi ca o trata-mento discriminatório e violento contra as clas-ses populares. Não que já não existisse. Esta é uma marca de toda a his-tória brasileira, mas ga-nha o reforço com a ideia de combate às drogas. É uma polícia que não es-tá a serviço do cidadão, mas que existe para a de-fesa do Estado.

E por que um exército?Pensou-se: “preci-

samos ter um exército grande e não queremos remunerar muito. Onde a gente vai recrutar es-sas pessoas?” Nas pró-prias camadas popula-

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Mariana Martins/Folhapress

Tânia Rêgo/ABr

Reprodução/Facebook

Polícia Militar realiza operação na favela das Mangueiras, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo

Thiago Melo, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos

“A ideia da desmilitarização é a ideia de romper com essa tradição de organização da segurança pública no Brasil”

“O modelo hegemônico no mundo é o modelo de uma polícia não militarizada. Esse padrão de segurança pública é absolutamente não civilizado e colonial”

“A polícia não está a serviço do cidadão”

A prefeitura do Rio vai ter que explicar ao Mi-nistério Público Fede-ral (MPF)  por que efe-tuou repasses do Fun-do de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Pro-fi ssionais de Educação (Fundeb) à Rio Ônibus como compensação às empresas de ônibus pela gratuidade para alunos da rede munici-pal de ensino. Investi-gação com esse objeti-vo foi aberta pelo MPF por meio da Procura-doria Regional da Re-pública da Segunda Região (PRR2).

No segundo dia de ope-ração de implantação do Programa Lixo Zero, 50 pessoas foram mul-tadas no centro da ci-dade. Na terça-feira (20), 121 pessoas foram fl agradas jogando lixo no chão, das 7h. até as 20h. Consultas sobre as multas, entrada de re-cursos e geração de bo-letos podem ser feitas nos sites da prefeitura do Rio e da Comlurb.

Lixo Zero

Fundeb

Caça-níqueis

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP-RJ) e a Po-lícia Militar fi zeram, na quarta-feira (21), uma operação para prender 26 pessoas suspeitas de explorar máquinas ca-ça-níqueis na zona oes-te da cidade do Rio. En-tre os alvos da opera-ção estão um tenente-coronel e um capitão da PM, além de outros oito policiais, um agen-te penitenciário e qua-tro ex-policiais.

FATOS EM FOCO

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 cidades |

ram um protesto contra o governador Sérgio Ca-bral no Leblon.

No domingo (18), os profi ssionais de educa-ção fi zeram uma mani-festação, percorrendo da

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Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

Salários baixos e pés-simas condições de tra-balho motivaram a pa-ralisação das ativida-des das redes municipal e estadual do Rio. Nes-ta semana, duas plená-rias, com expressiva par-ticipação da categoria, apontaram para a conti-nuidade da greve que ini-ciou no dia 8 de agosto.

Segundo o Sindicato Estadual dos Profi ssionais da Educação (Sepe), mais de dois mil profi ssionais da rede municipal vota-ram na assembleia na úl-tima segunda-feira (19).

A plenária da rede esta-dual, realizada na quarta-feira (21), reuniu mais de mil. Entre outros pontos, os professores reivindicam reajuste de 19% no muni-

Pablo Vergara

EDUCAÇÃO Educadores das redes estadual e municipal travam lutas por melhores condições

No domingo (18), os profi ssionais de educação fi zeram uma manifestação, percorrendo da praia do Leme ao Posto Seis, em Copacabana

Em defesa da escola pública, professores fazem greve no Rio

do Rio de Janeiro (RJ)

O secretário estadu-al de Educação, Wilson Risolia, anunciou na sexta-feira (16) que en-caminhou para a Secre-taria de Planejamento a relação dos faltosos pa-ra que tenham os dias cortados. O prefeito Eduardo Paes também disse no sábado (17) que vai cortar o ponto da categoria.

“Eu trabalho nas du-as redes e percebo que há um sentimento den-tro das escolas de gran-de indignação e revol-ta com a desvalorização dos profi ssionais. Este é um governo que não dialoga, não aceita opi-niões contrárias. Agora com essas ameaças de corte, tem gente que diz

que até parece época de ditadura”, afi rmou a di-retora do Sepe, Dorotea Frota Santana.

Segundo ela, o de-partamento jurídico do sindicato entrou com recurso para evitar os cortes salariais. O pedi-do foi negado pelo judi-ciário. Agora, o sindica-to ingressou com um se-gundo recurso que ain-da aguarda julgamento.

Dorotea também cri-ticou a declaração de Paes que qualifi cou a greve como “totalmen-te ilegal”.

“Todo mundo sabe que trabalhador tem di-reito de se manifestar, está escrito na Consti-tuição. O que está se jul-gando é o corte do pon-to e não a greve”, acres-centou. (VV)

Prefeitura e governo querem cortar ponto de grevistas

Manifestações tomam conta da cidade23 mil pessoas marcham por educação pública de qualidade

A série Quintas Resis-tentes recebe, nesta quinta-feira (22), Car-los Eugênio Clemen-te, comandante mili-tar da Aliança Liberta-dora Nacional (ALN) e único dirigente da or-ganização que sobrevi-veu à repressão da dita-dura. Clemente, nome que adotou na guerri-lha, conheceu Marighe-la aos 15 anos e dedi-cou sua vida à luta pe-lo socialismo e a liber-tação nacional. A entre-vista será veiculada ao vivo pelo site do NPC a partir das 19 horas.

No dia último dia 15, a II Turma de Especiali-zação Trabalho, Edu-cação e Movimentos Sociais, realizou uma homenagem ao pro-fessor Reinaldo Carca-nholo, no lançamen-to do livro Capital es-sência e aparência, Vol II . Com a presença de seu fi lho, Marcelo Car-canholo, foi lembrada sua trajetória de mi-litante na vida políti-ca em nosso país e no seu exílio e também de sua contribuição na Escola Nacional Flo-restan Fernandes.

Estado com o maior índice de tuberculo-se do país, o Rio lan-çou nesta terça-feira (20) um plano de ação contra a doença. A es-tratégia, que também pretende combater a aids, prevê um pacto com os 92 municípios para reduzir os ca-sos e melhorar o tra-tamento dessas doen-ças, segundo o supe-rintendente de Vigi-lância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.

Quintas resistentes

Livro

Tuberculose

FATOS EM FOCO

do Rio de Janeiro (RJ)

Na terça-feira (20), os professores da rede mu-nicipal de ensino fi ze-ram uma manifestação em frente à prefeitura, após a assembleia que reuniu 2 mil pessoas. Se-gundo Sindicato Estadu-al dos Profi ssionais da Educação (Sepe), 23 mil participaram do ato, en-quanto a PM estima em 12 mil.

Na segunda-feira (19), após um encontro com o secretário Wilson Ri-solia, os profi ssionais da rede estadual se uniram aos professores da Fun-dação de Apoio à Escola Técnica do Estado e fi ze-

praia do Leme ao Pos-to Seis, em Copacabana.Ao término da passeata,os cerca de 300 manifes-tantes fi zeram o enterrosimbólico do governadorSérgio Cabral.

A próxima assembleiados professores estadu-ais será realizada na ter-ça-feira (27), nas escada-rias da Assembleia Legis-lativa do Estado do Riode Janeiro (Alerj), a par-tir das 14h. Antes da as-sembleia, a categoria vaise concentrar ao meiodia, na Cinelândia.

A rede municipal vaipromover sua próximaassembleia na sexta-fei-ra (23), ainda sem localestabelecido. (VV)

cípio e 28% no Estado. O sindicato estima que

o índice de paralisação estadual gira em torno de 40%. No município, a adesão ultrapassa 80% da categoria.

“A rede municipal saiu de um período longo de hibernação, o último grande movimento foi em 1994, na gestão do prefei-to César Maia. A rede mu-nicipal do Rio é, simples-mente, a maior da Améri-ca Latina”, destacou o co-ordenador do Sepe, Dani-lo Serafi m.

Ele explica que as duas greves têm uma pauta em defesa da escola pública e por melhores condições de trabalho.

“No caso da rede esta-dual defendemos que ca-da professor deve ter ma-trícula em uma única es-cola e o fi m da meritocra-

cia. A rede municipal é contra a superlotação de turmas, pedimos um pla-no de cargos unifi cado para professores e funcio-nários, além da pauta sa-larial”, informou.

Para trabalhar 16 ho-ras semanais, o governo estadual remunera os trabalhadores, em iní-cio de carreira, com um salário de R$1.147, en-quanto no município o

valor é R$1.071. Nas escolas, os profes-

sores encontram salas deaulas em condições pre-cárias, com turmas su-perlotadas, além de faltade material pedagógico.

Terça-feira (20), cerca de 20 mil pessoas participaram de ato

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | cidades06

Representantes de movimentos sociais e de comunidades rea-lizaram, sábado (17), um ato no Alto da Boa Vista, que saiu da Vis-ta Chinesa em dire-ção à residência ofi cial da prefeitura, na Gá-vea Pequena. Intitula-do “Remove o Paes”, as pessoas que participa-ram do ato pretendem realizar uma vigília em frente à casa de Eduar-do Paes, para que ele pare com a remoção de comunidades ca-rentes em várias regi-ões da cidade.

Nesta semana, a As-sociação dos Delega-dos de Polícia do Es-tado do Rio de Janei-ro (Adepol) encami-nhou para a Casa Ci-vil um documento for-mal visando novas re-gras para as manifes-tações em vias públi-cas. O documento exi-ge a aplicação da lei que proíbe e consideracomo crime incitação à violência e subver-são da ordem social, além de propor obri-gatório o aviso prévio com antecedência de 15 dias, especifi cando o trajeto, para a libera-ção do protesto.

Neste último domin-go (18) uma jovem de 18 anos foi estupra-da e agredida por pos-sivelmente 4 menores de idade, que a abor-daram na saída de um Baile funk no mor-ro da Mineira. Apesar da vítima confi rmar o abuso, na última ter-ça-feira (20) os sus-peitos alegaram terem pagado pelo sexo.

Vigília

Novas regras para as manifestações

Estupro no morro da Mineira

FATOS EM FOCOComissão da Verdade do Rio é proibida de visitar antiga sede do DOI-CodiBARRADOS Ex-presos políticos, parlamentares, militantes e jovens, reivindicaram o acesso ao local

do Rio de Janeiro (RJ)

Com o objetivo de rei-vindicar o tombamento do prédio, visando trans-formá-lo em um centro de memória da repressão, a Comissão da Verdade do Rio agendou uma vi-sita às dependências mi-litares, nessa última quar-ta-feira (21) pela manhã.

Impedidos de entrar, a Comissão, juntamente com outros militantes, se concentrou em frente ao prédio que antigamente abrigava o Destacamen-to de Operações de Infor-mações-Centro de Ope-rações de Defesa Inter-na (DOI-Codi), principal centro de tortura da épo-ca da ditadura.

Barrados na porta do 1º Batalhão da Polícia do Exército, ex-presos polí-ticos, parlamentares, mi-litantes e jovens que lu-

tam por Verdade e Justi-ça reivindicaram o aces-so ao local.

Mesmo sendo repudia-do pelo veto, o Exército alegou que a Comissão te-ria respaldo estadual, não tendo, dessa forma, com-petência legal para fazer

O projeto ambiciona, além de um memorial em homenagem às vítimas da ditadura, preservar a memória e atentar as pessoas para as torturas de ontem e de hoje

Gabriel Telles/Alerj

Em maio, fi lha da historiadora Dulce Pandolfi chora ao ouvir depoimento de sua mãe

Em julho desse ano, o parlamentar entrou com um pedido de impeachment sob a acusação de uso abusivo de aeronaves ofi ciais para transporte pessoal

Freixo aciona PGR sobre “riqueza” do governador

Manifestantes ocuparam sede da Odebrecht

JUSTIÇA Parlamentar aciona a Procuradoria Geral da República (PGR), contra o enriquecimento acelerado e excessivo do governador Sérgio Cabral

PROTESTO Entre as exigências estão a anulação da privatização e a devolução da concessão para o âmbito do Estado

do Rio de Janeiro (RJ)

O Deputado Estadu-al Marcelo Freixo (PSOL) entrou, nessa última ter-ça-feira (20), com uma representação na Procu-radoria Geral da Repú-blica (PGR) contra o en-riquecimento acelerado e excessivo do governador Sérgio Cabral.

Segundo o parlamen-tar, o faturamento por via de verbas públicas pelo escritório onde a esposa-de Cabral é sócia-presi-denta, Coelho & Ancelmo

Advogados, benefi cia o governador direta ou in-diretamente.

Dando entrada a es-sas denúncias na Procu-radoria Geral da Repú-blica, é importante lem-brar não ser a primeira investida do deputado contra as ações do go-vernador.

Em julho desse ano, o parlamentar entrou com um pedido de impeach-ment sob a acusação de uso abusivo de aerona-ves ofi ciais para transpor-te pessoal.

diligências em uma uni-dade de âmbito federal.

Seguindo os exemplos de São Paulo, com o an-tigo prédio do Dops, e de Buenos Aires com a Es-cola de Mecânica da Ar-mada, o projeto ambicio-na, além de um memorial em homenagem às víti-mas da ditadura, preser-var a memória e atentar as pessoas para as tortu-ras de ontem e de hoje.

do Rio de Janeiro (RJ)

Manifestantes ocupa-ram, nesta última quar-ta-feira (21), o prédio onde funciona a sede da empresa Odebrecht, majoritária no consór-cio Maracanã SA, vence-dor da concorrência pe-la concessão do Estádio do Maracanã.

Diante da proximi-dade do prazo de ven-cimento para a decisão de prosseguimento ou não do consórcio, data-do para essa quinta-fei-ra (22), era exigido, pe-los manifestantes ali presentes, a anulação da privatização e a devolu-ção da concessão para o âmbito do Estado.

Em carta, escrita pe-lo Comitê Popular da Co-pa e das Olimpíadas e pe-la Frente Nacional dos Torcedores, destinada ao

presidente da empresa, foi criticada a elitização do que já foi o mais po-pular Estádio do Brasil, acentuando, principal-mente, a distorção daqui-lo que historicamente re-presenta o Maracanã.

Assim, a carta do Co-mitê exige vários pontos que vão desde o respei-to do direito ao traba-lho dos vendedores am-bulantes até os que tra-tam da inclusão da tor-cida popular, ressaltan-do a questão dos preços dos ingressos, postula-dos a serem minima-mente compatíveis com o salário mínimo.

Com uma faixa es-crita “O Maraca é Nos-so”, bandeiras e anima-ção digna de Maraca, os manifestantes exigiam um Maracanã 100% pú-blico, retomando as su-as origens.

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Trabalhadores de to-do o país se preparam para realizar no dia 30 de agosto atos e para-lisações por mudanças na lei da aposentadoria (fi m do fator previden-ciário), redução da jor-nada de trabalho para 40 semanais e contra o Projeto de Lei 4330 que dá às empresas a pos-sibilidade de aumentar o número de terceiriza-dos em seus quadros. Procure o seu sindicato para saber como vai ser a atuação da sua cate-goria neste dia.

Os trabalhadores aero-portuários decidiram na segunda, dia 19, em assembleias por todo o país, encerrar a gre-ve iniciada no dia 31 de julho. A Infraero se comprometeu a corri-gir os salários pela in-fl ação acumulada até maio e conceder ganho real de 1,25% aos salá-rios em setembro des-te ano e mais 1,25% em setembro de 2014. Os dias parados não serão descontados.

Uma série de ativida-des será realizada no segundo semestre de 2013 para comemorar os 20 anos da Federa-ção Interestadual dos Engenheiros (Fisenge). No dia 26, engenheiros de vários estados do pa-ís estarão no Rio para uma grande celebração.

Dia 30 tem mobilização

Termina greve dos aeroportuários

Federação dos Engenheiros faz aniversário

SINDICAL

Gilka Rezende do Rio de Janeiro (RJ)

Os sete últimos mani-festantes deixaram o edi-fício da Câmara dos Ve-readores do Rio de Janei-ro na tarde desta quarta-feira (21). Do lado de fo-ra, foram recebidos com aplausos.

Eles explicaram que resolveram sair para evi-tar que a Polícia Militar fosse ativada, promoves-se violência e depredasse o patrimônio público.

Os manifestantes de-claram estar decepciona-dos com a “incoerência do discurso” na  decisão judicial. Explicaram que a ocupação foi “uma ten-tativa de atuar como sím-bolo de uma reintegração de posse que precisa ser realmente feita: a reitera-

Ninja

Pablo Vergara

OCUPAÇÃO Os protestos começaram há 12 dias, quando Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos do PMDB, foram eleitos presidente e relator da CPI dos Ônibus

Manifestantes desocupam Câmara de Vereadores

ção da Casa ao povo”.Os protestos come-

çaram há 12 dias, quan-do  Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos do PMDB, foram eleitos presidente e relator da CPI dos Ônibus. E, ape-sar da desocupação, os manifestantes afi rma-ram que as mobilizações vão continuar.

Além de defenderem um transporte público e de qualidade,  criticaram a  atuação da Polícia Mi-litar carioca.

Os ocupantes da Câ-mara do Rio de Janeiro se apresentaram como Amarildos, lembrando o desaparecimento do aju-dante de pedreiro após ser levado por agentes da Unidade de Polícia Paci-fi cadora (UPP).

(Pulsar)

do Rio de Janeiro (RJ)

Passados mais de um mês do desparecimento do morador da Rocinha Amarildo, juiz nega pe-dido de reconhecimen-to de sua morte.

A sentença saiu na terça-feira (20), em res-posta ao pedido de de-claração de morte pre-sumida, emitido pela família do pedreiro no início desse mês.

Apesar de desapare-cido desde 14 de julho, o juiz argumentou não ter sido constatado ne-nhum fator que pudes-se gerar alguma situa-ção de perigo real. Não podendo, portanto, re-conhecer sua morte até que todas as investiga-ções e averiguações es-tejam fi ndadas.

Para a justiça, o fato de o pedreiro ter esta-do no poder de agentes do Estado não formula-ria por si só uma amea-ça à sua vida.

Porém, para o advo-gado da família, a pre-sunção é de que Ama-rildo sumira nas mãos do Estado e que prova-velmente nunca mais volte a aparecer.

Além do atestado de óbito para que se pos-sa dar entrada a um pe-dido de pensão peran-te ao Estado, a famí-lia ingressou, na última quinta-feira (15), com uma ação de indeniza-ção pelo desapareci-mento do parente.

A família segue lu-tando por justiça, ou seja, responsabilização do Estado.

Juiz nega pedido de morte presumida de Amarildo

Os últimos sete manifestantes deixam o edifício da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

Após o episódio, o PM foi afastado para “atendi-mento psicológico”, con-forme informou a as-sessoria de imprensa da corporação.

Na sequência do uso do spray de pimenta in-discriminado, um se-gundo policial come-çou a disparar tiros de bala de borracha. Uma mulher chegou a passar mal, desmaiou na 9ª DP (Catete) e teve de ser so-corrida pelos bombeiros.

A polícia disse que vai apurar as imagens e “ca-so seja comprovado que houve excesso”, o policial vai responder pelos atos.

O protesto, que reu-niu cerca de 500 ma-

PM é afastado após uso indiscriminado de spray de pimenta

do Rio de Janeiro (RJ)

O ato que ocorreu na segunda-feira (19) no Rio pelo impeachment do governador Sério Ca-bral (PMDB) e pela mu-dança dos integrantes da CPI dos Ônibus ter-minou, mais uma vez, com cenas de violên-cia policial. Jornalistas e advogados da OAB fo-ram atingidos com spray de pimenta usado inde-vidamente por um poli-cial militar.

Durante o ataque, ou-tras pessoas que estavam ao redor também foram atingidas. Uma mulher que tentava se prote-ger também foi atacada.

nifestantes, iniciou em frente à Câmara Munici-pal do Rio. De lá, os ma-nifestantes foram até a Assembleia Legislativa (Alerj). Ao chegar ao lo-cal, parte do grupo adep-to à tática de protesto Black Bloc decidiu fazer um cordão humano para impedir que policiais mi-litares os revistassem.

Quando os agentes da PM tentaram iniciar a re-vista, os integrantes se recusaram, originando uma confusão. Depois, seguiram para o Largo do Machado, onde fi ca-ram concentrados por cerca de uma hora. Aos poucos, o ato se disper-sou pelas ruas cariocas.

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contro que deverá sacra-mentar o grande negócioentre as partes?

Ildo Sauer não sóapóia mas vê como úni-ca saída a realização degrandes manifestaçõesde rua contra o criminosoleilão que se anuncia e osacordos lesivos aos brasi-leiros que caminham pa-ra se consolidar.

(Agência Petroleirade Notícias)

sor – será “a entrega de Li-bra e a proletarização da Petrobras, em favor dos interesses do capitalismo fi nanceiro internacional e nacional”.

Coincidentemente, o leilão de Libra será rea-lizado dois dias antes do encontro entre Dilma e Obama, nos Estados Uni-dos. Estaria a presidenta prestando contas do “de-ver de casa”, antes do en-

Fátima Lacerda do Rio de Janeiro (RJ)

Ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer afi rma que a via-gem da presidenta Dilma aos Estados Unidos, con-fi rmada para 23 de outu-bro, servirá para sacra-mentar acordo de coope-ração mútua entre Brasil-Estados Unidos, visando à exploração do pré-sal, e que teria como meta “as-segurar um suprimen-to seguro de petróleo pa-ra o mundo ocidental, es-pecialmente para os Esta-dos Unidos”.

O professor Sauer, da Universidade de São Paulo (USP), assegura que o acordo vem sen-do costurado desde mar-ço de 2011, quando Oba-ma e Dilma mantiveram encontro em Brasília, na Confederação Nacional da Indústria.

Além da pressão para explorar à toque de caixa o petróleo do pré-sal, faz parte da estratégia esta-dunidense avançar so-bre a parte do Golfo do México que ainda está inexplorada.

O objetivo é aumentar a oferta de óleo no mer-

cado mundial e forçar a baixa dos preços da Or-ganização dos Países Ex-portadores de Petróleo (OPEP). O pacote inclui, ainda, incrementar a ex-ploração do gás de xisto.

Acordo prejudicial ao povo

O acordo entre Brasil e Estados Unidos é con-siderado pelo professor Sauer altamente prejudi-cial aos interesses do po-vo brasileiro.

“Nessa cadeia produti-va, de acordo com o que estão tramando, todos vão se locupletar. O úni-co prejudicado será o ver-dadeiro dono desse patri-mônio, o povo brasileiro. Mais uma vez, forças en-casteladas em palácios, no Congresso, corpora-ções e a chamada grande mídia tramam para sabo-tar a soberania e os inte-resses nacionais”, afi rma o professor.

O Brasil tem uma eco-nomia dependente, des-de a colonização. O pré-sal poderia nos redimir e reescrever essa história.

“Mas a presidenta Dilma escolheu hipo-tecar o futuro dos nos-sos descendentes e de-sonrar a tradição de lu-ta dos nossos antepas-sados, que transforma-ram a Petrobras na nos-sa mais signifi cativa rea-lização”, disse Sauer.

A afi rmação foi feita pelo professor Ildo Sauer durante palestra pro-movida pela Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, no Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipe-tro-RJ) e que está dispo-nível, na íntegra, na TV Petroleira (www.tvpetro-leira.tv ).

Brasil-EUA devem ratifi car acordo de exploração do pré-sal

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Samuel Tosta

Valter Campanato/ABr

Manifestação contra novos leilões do petróleo

Padilha anuncia a vinda de 4 mil médicos cubanos para o Brasil

PETRÓLEO Viagem da presidenta Dilma aos Estados Unidos, confi rmada para 23 de outubro, servirá para sacramentar acordo de cooperação mútua

O acordo entre Brasil e Estados Unidos é considerado pelo professor Sauer altamente prejudicial aos interesses do povo brasileiro

Crime de responsabilidade

O professor considera “um crime de responsa-bildidade” leiloar o petró-leo brasileiro sem sequer medir a quantidade de óleo contida no pré-sal, o que seria fácil quantifi car, por meio de pesquisas

“O Ministério do Pla-nejamento e Gestão só faz a execução orçamentária. O planejamento não exis-

te. O petróleo deveria ser retirado do pré-sal paula-tinamente, a partir de um projeto de nação. Mas se-rá entregue por qualquer bagatela, para atender a interesses eleitoreiros e fi scais imediatos e de for-ma submissa”.

A maior prova da sub-missão e da subserviên-cia do governo brasileiro aos interesses estaduni-denses – avalia o profes-

Mais médicos para o interiorSAÚDE Ministério anuncia vinda de 4 mil médicos cubanos até fi m do ano

de São Paulo (SP)

O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira (21) que até o fi nal do ano, 4 mil médicos cubanos vão chegar ao Brasil pa-ra atuar nas cidades que não atraírem profi ssio-nais inscritos individual-mente no Mais Médicos. Na segunda-feira chegam 400 profi ssionais, que vão passar pelo mesmo pro-cesso de avaliação dos médicos com diploma es-trangeiro e sem revalida-ção do diploma inscritos

na primeira etapa do pro-grama. Nem o Ministé-rio da Saúde, nem a Or-

ganização Pan-America-na da Saúde (Opas), que vai intermediar o acordo

com o governo cubano,sabem dizer quanto estesprofi ssionais vão receberpelo trabalho.

“O ministério passa omesmo valor unitário e éa Opas que vai fazer a ne-gociação com Cuba”, disseo ministro da Saúde, Ale-xandre Padilha.

O ministro ressaltouque os médicos vão su-prir a demanda de partedos 701 municípios quenão foram selecionadospor nenhum médico naprimeira edição do pro-grama.

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cinas e atividades cul-turais, as mulheres pro-moverão uma mobiliza-ção pelas ruas da capital paulista em 31 de agos-to, que deverá contar com 10 mil feministas.

FortalecerO 9º Encontro Inter-

nacional da MMM terá diferentes momentos e

Patrícia Benvenutida Redação

O Brasil sediará, pela primeira vez, o Encontro Internacional da Mar-cha Mundial das Mulhe-res (MMM). Com o mote “Feminismo em marcha para mudar o mundo”, a nona edição do even-to ocorrerá entre 25 e 31 de agosto em São Paulo, no Memorial da Améri-ca Latina.

Cerca de 1,6 mil ati-vistas de 40 países e 18 estados brasileiros par-ticiparão do encontro, que terá como pautas o combate ao machis-mo, a autonomia sobre o corpo, a auto-organi-zação das mulheres e a questão dos territórios, dentre outros temas.

Além de debates, ofi -

“Tem muitas mulheres que ainda sofrem violência e que ainda não conseguem ter uma relação de igualdade”

objetivos. Um deles é a escolha do novo secreta-riado da Marcha, que es-tá no Brasil desde 2006 e passará para outro país. O evento também será um espaço de intercâm-bio entre as experiências da luta feminista em vá-rios países.

A ideia central, se-gundo a integrante da coordenação nacio-nal da Marcha, Concei-ção Dantas, é consoli-dar o movimento femi-nista, dando continui-dade à agenda das mu-lheres que está em cur-so no Brasil e em outros países.

O evento também se-rá o pontapé inicial da quarta grande ação in-ternacional do movi-mento, que será realiza-da em 2015.

Em marcha pela liberdade

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Mulheres em marcha em 2010

Elaine Campos

da Redação

Dentre os avanços do movimento feminista no mundo, para Conceição Dantas, está a auto-orga-nização permanente das mulheres e a conquista de melhorias em alguns setores, como no traba-lho e na educação. Entre-tanto, ela lembra que os avanços não se estende-ram a todas, fi cando de fora justamente as mu-lheres mais pobres.

“Tem muitas mulhe-res que ainda sofrem vio-lência e que ainda não conseguem ter uma re-lação de igualdade. Uma pequena parte das mu-

lheres conseguiu ter avanços”, diz.

A violência é um dos aspectos que mais pre-ocupa. De acordo com um relatório da Organi-zação Mundial da Saúde (OMS), mais de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de vio-lência física ou sexual. Os índices, para a entidade, representam um proble-ma de saúde global com proporções epidêmicas.

No caso do Brasil, a aprovação da Lei Maria da Penha, há sete anos, é considerada uma con-quista importante do mo-vimento feminista na luta contra a violência domés-

ORGANIZAÇÃO Pela primeira vez no Brasil, Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres quer fortalecer a agenda feminista

Segundo a OMS, mais de um terço de todas as mulheres do mundo é vítima de violência física ou sexual

Violência contra a mulher tica. Entretanto, segun-do Tica Moreno, as agres-sões sexuais cometidas em locais públicos são outra realidade a ser en-frentada. Segundo dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulhe-res, estima-se que, a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada no Brasil. Ou-tra estatística, esta do Mi-nistério da Saúde, indica que de 2009 a 2012, os es-tupros notifi cados cresce-ram 157%.

Os estupros coletivos também são uma preo-cupação. No Piauí, só em 2013 foram registrados quatro casos de estupros coletivos – uma das víti-

mas é portadora de defi -ciência física e mental.

Também este ano, no Rio de Janeiro, uma tu-rista estadunidense foi violentada sexualmente oito vezes durante o as-salto a uma van. Os mes-mos homens foram acu-sados por dois outros ca-sos semelhantes.

Outro episódio que ga-nhou repercussão ocor-reu em 2012, com o es-tupro de cinco mulheres durante uma festa de ani-versário em Queimadas, no agreste paraibano. Os estupros, que resultaram em duas mortes, seriam um “presente” para o ani-versariante.

Além do fi m da violên-cia contra as mulheres,Conceição elenca comodesafi os a serem supera-dos o fi m da mercantili-zação do corpo e da im-posição da beleza para asmulheres, problemas queafetam diretamente asbrasileiras. Outra luta im-portante, de acordo comela, é a descriminaliza-ção e legalização do abor-to, caminho que guardamuitos obstáculos.

“Temos uma socieda-de conservadora, que uti-liza o argumento religio-so para fortalecer os seusargumentos tradicionais,conservadores e de direi-ta”, ressalta.(PB)

Segundo dados da Secretaria Especial

de Políticas para as Mulheres,

estima-se que, a cada

12

segundos,uma mulher é estuprada no

Brasil

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | mundo

Bradley Manning é condenado a 35 anos de prisão nos EUA

mento de Estado, que fo-ram publicadas pelo Wi-kileaks.

A questão abriu um debate mundial sobre o papel dos EUA no mun-do e sobre as injustiças cometidas na guerra con-tra o terrorismo após os atentados de 11 de se-tembro de 2001.

antiterrorismo, as autori-dades britânicas pararam o brasileiro David Miran-

de São Paulo (SP)

O soldado estaduni-dense Bradley Manning, acusado de fornecer ao Wikileaks milhares de documentos secretos dos Estados Unidos, foi con-denado a 35 anos de pri-são na quarta-feira (21).

Manning, que foi decla-rado culpado de 20 acusa-ções, dentre as quais vio-lações da lei da espiona-gem e roubo de informa-ção governamental, esta-va sujeito a uma pena má-xima de 90 anos de prisão.

Ele terá de cumprir um terço da pena antes de re-ceber o direito de pedir li-berdade condicional. O soldado recebeu um cré-dito de 1293 dias pelo tempo que esteve preso antes de ser condenado,

nos quais se incluem 112 dias pelo tratamento abu-sivo ao qual foi submeti-do na prisão de Quantico.

A promotoria havia pedido 60 anos de pri-são ao considerar que Manning merece pas-sar a maior parte do res-to de sua vida na cadeia. Já a defesa disse que o ex-soldado não deve passar mais de 25 anos detido, tempo que será necessá-

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savebradley/CC

Reprodução

Tweetminster

Foto disponibilizada por sua família mostra Manning, hoje com 25 anos, quando era criança

David Miranda (à dir.), namorado do jornalista Glenn Greenwald

WIKILEAKS Soldado que vazou documentos secretos dos EUA poderá solicitar liberdade condicional após cumprir um terço da pena

Namorado de jornalista que revelou espionagem é retido

de São Paulo (SP)

O companheiro do jor-nalista estaduninse Glenn Greenwald – responsá-vel por expor os progra-mas secretos dos EUA de interceptação de dados vazados pelo ex-técnico da agência de segurança americana (NSA) Edward Snowden – foi retido no domingo (18) por no-ve horas no aeroporto de Heathrow, em Londres.

Com base em uma lei

Ele terá de cumprir um terço da pena antes de receber o direito de pedir liberdade condicional

“Esse é um profundo ataque contra a liberdade de imprensa e o processo de coleta de notícias”

INTIMIDAÇÃO David Miranda, de 28 anos, foi retido durante nove horas em aeroporto de Londres, com base em uma lei antiterrorismo

da, de 28 anos, durante uma escala. Ele ia de Ber-lim para o Rio de Janei-ro, onde vive com Gre-enwald. O Ministério das Relações Exteriores, Ita-maraty, divulgou nota em que classifi ca como “me-dida injustifi cável” a re-tenção do brasileiro.

De acordo com repor-tagem do Guardian, Mi-randa teve todos os equi-pamentos eletrônicos confi scados, dentre eles seu celular, câmera fo-

rio para que os documen-tos que divulgou não se-jam mais considerados confi denciais.

O processo judi-cial realizado no tribu-nal militar de Fort Me-ade (Maryland) come-çou com as vistas preli-minares em dezembro de 2011, enquanto o julga-

Stelios Stavridis, diri-gente responsável pelo Taiped (fundo respon-sável pelo processo de desestatização do esta-do grego), demitiu-se neste domingo (18) em razão de uma suspeita de tráfi co de infl uência. Ele foi fl agrado viajan-do no avião privado do magnata Dimitris Me-lissanidis, que recente-mente esteve envolvido na compra de uma em-presa estatal.

Até saírem de Brasileia (AC) e conseguirem um trabalho, os imi-grantes ainda precisam aguardar num abrigo a permissão do governo para trabalhar no Bra-sil. Cedido pelo Gover-no do Estado, o espaço tem capacidade para 200 pessoas, mas conta atualmente com mais de 800, o que fez com o que o governo acreano decretasse estado de emergência social.

EUA emprestam US$ 1,3 bilhões/ ano ao Egi-to, que usa dinheiro pa-ra comprar itens mili-tares de empresas es-tadunidenses. O Egito tem sido um dos maio-res receptores de itens militares dos EUA, re-cebendo de aviões F-16 até bombas de gás la-crimogêneo. Mas com aeclosão da repressão os EUA se posicionaram cortando parte da aju-da ao país do Norte da África.

Grécia privatizada

Haitianos no Brasil

Lucro no Egito?

FATOS EM FOCO

mento começou em ju-nho. Manning, que serviu no Iraque como analista de inteligência em 2009 e 2010, vazou, segundo confessou no julgamen-to, centenas de milhares de documentos das guer-ras neste país e no Afega-nistão e mensagens di-plomáticas do Departa-

tográfi ca e laptop. “Es-se é um profundo ataque contra a liberdade de im-prensa e o processo de

coleta de notícias”, afi r-mou Greenwald ao Guar-dian, jornal para o qual trabalha. (Opera Mundi)

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 cultura |

SERVIÇO

FIQUE ATENTO

quatro setores. O setor A abrange a parte conhecida como Floresta da Tijuca.

A Serra da Carioca, o Parque Lage, o Morro do Corcovado e a Vista Chi-nesa compõem o setor B.

O setor C é formado pela imponente Pedra da Gávea, pela Agulhi-nha da Gávea e pela Pe-dra Bonita.

Por fi m, o setor D en-globa as Serras dos Pretos Forros e da Covanca. Das quatro áreas do Parque, apenas o setor D ainda não está aberto à visitação.

LazerA oferta de lazer é ge-

nerosa: caminhadas, ba-nhos de cachoeira, esca-lada em rocha e voo livre são algumas das ativida-des desenvolvidas nas de-pendências do Parque.

Do Pico da Tijuca, pon-to mais alto dessa unida-de de conservação, 1.022 metros acima do nível do mar, é possível avistar boa parte da cidade do Rio, trechos de Caxias, Niterói e da região serrana.

De modo geral, o Par-

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green_lava/CC

Morro do Corcovado (onde aparece o Cristo Redentor minúsculo à esquerda) faz parte do Parque Nacional da Tijuca

Rodrigo Marcelino da Silva

do Rio de Janeiro (RJ)

Um tucano voa na clareira entre as árvo-res. Barulhento, um gru-po de macacos-prego pula entre os galhos, na maior algazarra. Na ma-ta, uma família de quatis vaga tranquila.

Engana-se quem pen-sa que as imagens nar-radas são da Amazônia. Trata-se do Parque Na-cional da Tijuca, situado em plena cidade do Rio de Janeiro.

A partir dessa edição, o Brasil de Fato apresenta, quinzenalmente, uma sé-rie de matérias sobre os parques nacionais, esta-duais e municipais que se localizam na região me-tropolitana do Rio. Neles, é possível encontrar di-versão para todos os gos-tos, disposição física e co-ragem. E, o que é melhor, muitas vezes gratuita.

Criado em 1961, o Par-que Nacional da Tijuca – conhecido também como Parna Tijuca – é o menor

e o mais frequentado par-que nacional do país. São mais de dois milhões de visitantes todos os anos.

Sua gestão é feita em parceria pelo Instituto Chico Mendes de Preser-vação da Biodiversidade (ICMBio), pelo governo do estado do Rio de Janei-ro, pela prefeitura do Rio e por representantes da sociedade civil.

SetoresO Parque é dividido em

que conta com trilhas muito bem cuidadas e si-nalizadas. A manutenção é feita por funcionários do ICMBio e por frequen-tadores, principalmen-te membros de clubes de montanhismo, que, pe-riodicamente, são mobili-zados para os mutirões de conservação e limpeza.

Atividades ao ar livre, principalmente em re-gião de fl oresta, sempre envolvem riscos. Quedas, torções, encontros com animais peçonhentos e se perder nas trilhas são coi-sas que podem acontecer.

Do Pico da Tijuca, ponto mais alto dessa unidade de conservação, 1.022 metros acima do nível do mar, é possível avistar boa parte da cidade do Rio, trechos de Caxias, Niterói e da região serrana

Uma fl oresta cercada de cidade por todos os ladosLAZER O Parque Nacional da Tijuca é o menor e o mais frequentado parque nacional do país

Portanto, o indicado é andar ao menos em du-pla e procurar a condu-ção de guias experientes, além de buscar informa-ções nos centros de visi-tantes dos parques.

Uma boa dica é pes-quisar sobre os clubes de montanhismo que rea-lizam excursões ao Par-na Tijuca e a outras uni-dades de conservação. Nesses clubes você en-contrará pessoas capaci-tadas para te orientar e guiar nas trilhas dos par-ques e ainda pode fazer novas amizades.

O QUE LEVAR E COMO SE VESTIR

• Repelente.

• Filtro solar.

• Boné.

• Anorak (tipo de abrigo que protege do vento e da chuva).

• Tênis fechado e confortá-vel, se possível, com o solado não muito gasto.

• Calça (ou bermuda) bem leve e confortável.

• Camiseta preferencialmente clara.

• Ao menos 1,5 de água.

• Para alimentação, o ideal é levar biscoito, barrinhas de cereal, frutas, castanhas etc.

• Lanterna com pilhas extras.

• Máquina fotográfi ca.

• Pequena mochila para acomodar tudo isso.

Tente adaptar suas necessidades de alimentação e proteção ao que suporta carregar.

• O Parna Tijuca é uma unidade de conservação permanente. Isso quer dizer que sua visitação deve respeitar algumas regras. É proibido colher plantas, fazer fogueira, alimentar animais silvestres ou caçá-los e é vedada a entrada de animais domésticos.

• Ao chegar, procure os funcionários do ICMBio ou os Guardas Municipais e informe-se sobre as regras de uso do local.

• Horário de visitação: diariamente, das 8h às 17h (no verão é possível permanecer até 18h).

• Mais informações pelos telefones (21) 2492-2252 / 2253 ou pelo e-mail [email protected].

Page 12: Brasil de Fato RJ - 017

Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | cultura

“Mãe Rainha”.A edição de agos-

to, excepcionalmente, acontecerá neste domin-go (25), último domingo do mês, para comemorar o dia estadual do Jongo e o aniversário de Can-deia, com a participação do Jongo da Serrinha e de Wilson Moreira.

12

As rainhas de Oswaldo Cruz

A DESCOBERTA DAS AMÉRICASNesta última terça (20), a peça A descoberta das Américas, que comple-ta 8 anos de palco, abriu sua nova temporada no Teatro Serrador. O espe-táculo relata a luta por sobrevivência de Johan, diante das adversidades e surpresas que terá que driblar após ter sobrevi-vido a um naufrágio. Ga-nhadora do prêmio Shell, a peça que já rodou o mundo a fora encantan-do a todos os diversos gostos e culturas, fi ca em cartaz até 1o de setembro no Rio de Janeiro. De ter-ça a domingo, às 19h. R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia – estudantes, ido-

sos, professores de rede pública), R$ 5,00 (clas-se teatral e estudantes de teatro). Rua Senador Dantas, 13 – Centro.

DA VINCIS DO POVOCai Guo-Qiang, artista chinês responsável pe-los espetáculos pirotéc-nicos das cerimônias das Olimpíadas de Pe-quim de 2008 e ganha-dor do Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 1999, invade o universo artístico carioca. O ar-tista traz ao Rio de Ja-neiro engenhocas e in-venções desenvolvidas em colaboração com in-ventores amadores chi-neses (crianças e cam-poneses).  Em cartaz

até 23 de setembro noCCBB. Quarta a segun-da, das 9h às 21h. Entra-da franca. Rua Primeirode Março, 66 – Centro.

OFICINA DE DANÇA NEGRAAté o dia 30 deste mês,a Funarte em parceriacom o Afroreggae reali-za ofi cinas gratuitas deinvestigação do movi-mento da dança negra.Aberta para jovens apartir dos 16 anos, a au-las são ministradas pe-lo bailarino Elisio Pit-ta. As inscrições podemser feitas pelo telefone(21) 3448-0821 ou peloe-mail [email protected].

JAZZ DO CASTELOProjeto que teve inícioem julho deste ano bus-ca abrir espaço para ojazz, depois do sucessodo bailão e do samba.Neste sábado (24), pe-la segunda vez, o grupoTrio Sobrado prometeao público um agradá-vel e temperado reper-tório. Entrada gratuitaàs 18h. Botequim SãoQuim, Av. Churchill, 60-B – Castelo.

O JARDIM SECRETOPara enriquecer o fi nal de semana das crian-ças, o CCBB apresenta O Jardim Secreto. A pe-ça, uma adaptação ba-seada na obra da in-glesa Frances Hodgson Burnett, conta a histó-ria de uma menina, Mi-randa, que juntamen-te com Nicolau desven-dam a magia da amiza-de durante as férias que passa visitando seu tio viúvo. Entrada gratui-ta, todos os sábados e domingos às 16h, até 13/10. Rua Primeiro de Março, s/nº – Centro.

DIVERSIDADE SEXUAL EM DESTAQUEAté 20 de setembro, a UERJ promove a mos-tra CAMP! Arte e Dife-

rença, no Campus Mara-canã. CAMP é um con-ceito acadêmico referen-te ao gosto pelo exagero e pela artifi cialidade ca-racterísticos e identifi ca-dos na cultura gay mun-dial. A exposição con-ta com pinturas, víde-os, instalações, fotogra-fi as e debates. A mostra, que inclui uma exibição de fi lmes, apresenta um apanhado de trabalhos produzidos em meio à luta por direitos civis de lésbicas, gays,  bissexu-ais, travestis, transgêne-ros, transsexuais e inter-sexuais no Brasil. Entra-da franca, diariamente das 10h às 20h. Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã.

SERVIÇO

tas históricas da culinária afro-brasileira e o samba toma a cena em um cor-tejo especial idealizado pelo cantor e compositor Marquinhos de Oswal-do Cruz, que também co-manda uma roda de sam-ba com convidados.

O evento, que ocupa as ruas do bairro, ofere-ce uma saborosa culiná-ria, que vai do mocotó e aipim com carne seca ao angu à baiana e bobó de camarão.

A feira, que se insti-tuiu como forma de im-pedir o esquecimento e o abandono das raízes ne-gras, traz em seu próprio nome uma referência à denominação dada aos orixás femininos no Can-domblé – Yabá signifi ca

Reprodução/Facebook

Divulgação

Marcelo Camargo/Abr

Divulgação

“Yabás” comemoram o Dias das Mães, durante a 15ª edição da feira, no dia 12 maio deste ano

Exposição Da Vincis do Povo, no CCBB

A peça O Jardim Secreto em cartaz no CCBB

“Madame Satã”, na mostra “CAMP! Arte e Diferença”

AGENDA

Mariane Matosdo Rio de Janeiro (RJ)

Paralisada por três anos, a Feira das Yabás retomou suas atividades desde o início de 2013. Desde então, todo o se-gundo domingo do mês, 16 barracas são monta-das para que as matriar-cas da região de Oswaldo Cruz conduzam uma de-lirante viagem pela cul-tura gastronômica ne-gra-carioca.

Surgida de uma casu-al macarronada organi-zada na Portela, a feira hoje busca agregar tra-dições afrodescenden-tes, por meio da comida e da música.

A mistura tradicional entre as secretas recei-

TRADIÇÃO Pratos típicos da culinária afro-brasileira misturam-se com o samba na Feira das Yabás

Feira das Yabás

Dia 25/08 (domingo) às 13h

Entrada gratuitaPraça Paulo da Portela, s/n Madureira - Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 variedades | 13

HORÓSCOPO

Momento bom para se expressar em assuntos familiares. Confl itos e brigas podem acontecer pela falta de autocontrole. Priorize as ativi-dades em grupo e novas parcerias. No amor, evite cobranças que envolvam estas relações.

Áries(21/3 a 20/4)

Nesta semana, busque um clima mais des-contraído. Para os cancerianos, uma semana com mudanças de rumos nos seus negócios. Momento de atenção com a ansiedade diante de objetivos a longo prazo.

Câncer(21/6 a 22/7)

Momento para observar e ponderar antes de decidir sobre algo importante ligado a relacionamentos. Confl itos e brigas podem acontecer. Momento de renovação de obje-tivos e procurar por coisas mais concretas.

Libra(23/9 a 22/10)

Nesta semana, a comunicação será trunfo para resolver problemas e esclarecer mal-entendidos. Atividades em grupo e novas parcerias são fa-vorecidas. Uma semana com muita introspecção e falta de resultados positivos concretos.

Capricórnio(22/12 a 20/1)

Semana favorece para retomar contato com pessoas especiais, sejam parentes ou amigos. Evite o individualismo. Procure renovação de objetivos e coisas mais concretas. Uma sema-na com difi culdades a serem vencidas.

Touro(21/4 a 20/5)

Semana favorece para novas parcerias e atividades em grupo. Uma semana com a necessidade de aprimoramento do conhe-cimento. Refl ita sobre sentimentos que não tenham feito bem diante de certas relações.

Leão(23/7 a 22/8)

Semana exige atenção para que o ritmo de sua rotina não faça se descuidar de simples costumes. Para os escorpianos, uma semana com reviravoltas emocionais e falta de segu-rança nos seus objetivos.

Escorpião(23/10 a 21/11)

Período recomenda atenção com a ansiedade diante de projetos e nas relações. Momento em que confl itos e brigas podem acontecer. Busque renovação de objetivos e coisas concretas.

Aquário(21/1 a 19/2)

Momento favorece para atividades em grupo e novas parcerias redirecionarem as energias em novos interesses. Momento propício para repensar projetos a longo prazo que envolvam familiares e fi nanças. Dê mais tempo ao lazer.

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Semana boa para valorizar a ponderação. Período de impulsividade e rebeldia. Semana com boas conquistas no setor profi ssional, novos projetos podem ter um início muito positivo.

Virgem(23/8 a 22/9)

Semana tem infl uência que aponta anseio para mudar costumes e até romper relações. Período de impulsividade e rebeldia. Para os sagitarianos, uma semana com muitos conta-tos e negociações.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Semana traz elementos que tende a deixá-lo mais sentimental e receptivo à energia dos luga-res e pessoas. Período de excitação, provocações e falta de autocontrole. Semana com mudanças e situações que possam exigir mais dedicação.

Peixes(20/2 a 20/3)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

BANCO 46

Carne deprimeirade chur-rascos

(?) Kamel,diretor de Jornalismoda Globo

"The (?)Word",seriadode TV

(?) culta:rege a lín-gua portu-

guesa

Medida de velocida-de náutica

O indivíduoque agecom ho-

nestidade

Formatodo bar-beador

Prato co-berto poruma cros-ta de queijo

(?) aberta,a pessoa receptiva amudanças

Ser fabu-loso meioleão, meio

águia

3, emromanos

(?)publica: bens do

povo (lat.)

Apelidocarinhoso

de"Gisele"

Fenômenodetectado

pelosonar

"Interna-cional", em FMI

Sinuosi-dades

Deusa da caça (Mit.)

Navio como o SantaMaria (Hist.)

Inicia o telefonema

Chocalhoindígena(bras.)

Profissional que prepa-ra os tex-tos para

publicação

Bolo, eminglês

Entidadeestudantil

(?) subma-rinos, sis-temas de

lançamen-to de esgo-to no mar

Política (?),a dos EUA é rígida emrelação àfronteiramexicana

O tecidocomo ocetim

César (?),campeãoolímpicode na-tação

Estuda (o texto)Marchado carro

Sinal anasaladorForma de comercia-lização de produtos eserviços a distância

Deixa de pagar (os impostos)

(?) Dakar, prova radi-cal em todo-terreno

Técnica inovada por"Guerra nas Estrelas"

Tálio(símbolo)

A mim"O seu aseu (?)"(dito)

Em queacredita o

niilistaMenino (Amaz.)

Molhadas(as

plantas)

3/res. 4/cake. 5/grifo. 7/íntegro. 8/meandros.

Solução

Nas bancas e livrarias.NNNNNNNNNN

fantástica peloUma viagem

100 ENIGMAS

INFERNOde Dante em

PTAEF

CINTILANTECIELOALIALSUT

INTEGRONOHMEANDROS

NADALEMEIRRIGADAS

CAKEOPUNEMENTE

GRATINADOCUNRIGIMIGRATORIAIIECOFI

EMISSARIOS

ASTROLOGIA - Semana de 22 a 28 de agosto Período traz elementos que favorecem a autoestima; As pessoas neste período estarão mais excitadas e prontas para reagirem a provocações

Page 14: Brasil de Fato RJ - 017

Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | esporte

ense, suas companheiras no time do revezamento 4x100m, com quem o re-lacionamento está abala-do, não a apoiaram nas reclamações.

Martinho Nobre, su-perintendente técnico da Confederação Brasi-leira de Atletismo, ado-tou um tom fi rme ao co-mentar as declarações da velocista. Segundo ele, as falas de Vanda não passam de “desculpas de perdedor”.

Ele afi rmou que a atle-ta “não pode sair dizen-do o que quer para justi-fi car uma falha qualquer, algo que acontece toda hora no atletismo e que a CBAt levou uma nutri-cionista que não relatou nenhuma queixa”.

(com agências)

ATLETISMO Vanda Gomes muda tom de críticas, mas pode ser suspensa

NATAÇÃO A performance da equipe brasileira rendeu a sexta colocação geral no quadro de medalhas

Velocista chega abatida

Brasil conquista 26 pódios no Mundial Paralímpico

14

Reprodução

Mathieu Pothier/Divulgação

Franciela Krasucki tenta passar o bastão à Vanda, mas o equipamento cai no chão

Delegação brasileira que participou do Mundial de Natação, em Montreal, Canadá

Primeiro boxeador pro-fi ssional a anunciar pu-blicamente que é gay, em outubro do ano pas-sado, o portorrique-nho Orlando Cruz pe-diu o namorado, José Manuel, em casamen-to através de um ví-deo postado em sua re-de social. O boxeador de 32 anos não precisou esperar muito. Manuel aceitou a proposta res-pondendo da mesma maneira, com um vídeo também postado em uma rede social.

Dona Aida Gemaque da Silva, de 103 anos, entrou para a história pela sua ousadia além do normal. A vovó bra-sileira que mora em Macapá, no Amapá, se tornou a pessoa mais velha do mundo a pu-lar de paraquedas em salto duplo, após pular de uma altura de qua-se 3 mil metros de altu-ra, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no início de agosto. Ela superou o dinamarquês Estrid Ge-ertsen, que havia feito o desafi o com 100 anos e 60 dias, em 2004.

Pedido de casamento

Vovó nas alturas

Os apresentadores Ari Aguiar e Alexan-dre Oliveira simula-ram um beijo em ho-menagem ao jogador Emerson Sheik. Du-rante o programa Fala Sério, do site da ESPN, os dois deram um se-linho para apoiar o corintiano. Emerson Sheik polemizou na noite do último do-mingo (18) ao postar uma imagem no Insta-gram em que aparecia dando um selinho em um amigo. Após o ato, Sheik chegou até a ser alvo de protestos de cinco corintianos no CT do clube.

Contra homofobia

FATOS EM FOCO

da Redação

A atleta Vanda Go-mes chegou ao Brasil de-monstrando abatimento. Apontada como respon-sável pela queda do bas-tão na fi nal do 4x100m feminino no Campeona-to Mundial, ela relativi-zou as críticas que tinha feito ao período de pre-paração oferecido pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), mas manteve as reclamações de falta de treinos para a competição.

O Brasil ocupava a se-gunda colocação da fi -nal do 4x100m feminino do Mundial de Moscou, mas acabou desclassi-fi cado por uma falha na última passagem do bastão. Franciela Kra-sucki entregaria a prova

para Vanda, mas as atle-tas erraram o movimen-to e o equipamento caiu no chão.

Após a disputa, a ve-locista paranaense recla-mou do período de pre-paração da equipe, ale-

gando pequena quan-tidade de treinos e más condições para alimen-tação e repouso. Na ter-ça-feira (20), em sua che-gada ao Brasil, diminuiu o tom das críticas para tentar causar menos atri-

da Redação O Brasil teve bom de-

sempenho no Mundial de Natação Paralímpica, sediado por Montreal, no Canadá, com 26 meda-lhas conquistadas no to-tal, o mesmo da última edição, realizada na Ho-landa, em 2010. A perfor-mance da equipe brasi-leira rendeu a sexta colo-cação geral no quadro de medalhas.

Foram 11 ouros, no-ve pratas e seis bronzes. Apesar do mesmo núme-ro de medalhas, o Bra-sil obteve mais vitórias e

mais representantes no alto do pódio.

A participação brasi-leira no Mundial também foi muito importante pa-ra revelar novos nomes do esporte paralímpico, que podem representar o país nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, como o ca-tarinense Matheus Rhei-ne foi prata nos 400m li-vre e bronze nos 100m livre, Talisson Glock foi prata nos 200m medley e nos 50m livre (S6), além de Roberto Alcalde, que também se destacou com o ouro na competição.

(com agências)

Segundo ele, as falas de Vanda não passam de “desculpas de perdedor”

to com a CBAt.As críticas feitas pela

atleta podem lhe render uma punição pela entida-de nacional, que conside-rou o ato um caso grave de indisciplina. Para pio-rar a situação da parana-

Page 15: Brasil de Fato RJ - 017

Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 esporte |

XAtlético-MGBotafogo

15

ção clara disso.Seguindo pelo fute-

bol, o segundo episódio foi a publicação no Ins-tagram de uma foto na qual Emerson Sheik, do Corinthians, dá um “se-linho” em um amigo, co-memorando a vitória do time sobre o Coritiba.

As reações foram ime-diatas. Não bastavam os inúteis e preconceituo-sos comentários à foto, houve até um protesto organizado pela Camisa 12 – uma torcida organi-zada do clube paulista – dizendo que lá é “lugar de homem”.

Nada mais tolo! O fu-tebol está repleto de ho-mens que gostam de ho-mens, e o Corinthians não está imune.

É fundamental que o debate sobre a homo-fobia vá para a seara es-portiva. Ganhe as ru-as, as pistas, os campos, as quadras e, principal-mente, os “armários” da sociedade.

Bruno Porpetta é autor do blog

porpetta.blogspot.com

opinião | Bruno Porpetta

EM UM CURTO período de tempo, dois episódios escancararam o quanto o mundo ainda precisa caminhar para descobrir o que signifi ca respeito.

No primeiro, a rus-sa Yelena Isinbayieva defendeu em entrevis-ta a chamada “lei anti-gay” de seu país, onde fi -cam proibidas demons-trações públicas de afe-to entre pessoas do mes-mo sexo, tal como a de-fesa destas.

O tenso debate sobre o tema na Rússia acirrou-se no Mundial de Atletis-mo, disputado em Mos-cou, tanto por movimen-tos em defesa da livre ex-pressão sexual quanto de atletas, como a sueca Em-ma Green-Tregaro, que pintou em suas unhas as cores do arco-íris.

A Rússia é sede da pró-xima Copa, e se lembrar-mos das declarações de Jerome Valcke, da FIFA, que prefere organizar o torneio em países onde não haja “excesso” de de-mocracia, uma lei como esta é uma demonstra-

Nojo de nós mesmos

brasileirão | 16ª rodada

XPonte Preta CruzeiroSáb | 24/08 | 18h30 | Moisés Lucarelli

XFlamengo GrêmioSáb | 24/08 | 18h30 | Mané Garrincha

XSantos VitóriaSáb | 24/08 | 18h30 | Vila Belmiro

XCriciúma CoritibaSáb | 24/08 | 21h00 | Heriberto Hülse

XAtlético-MG PortuguesaDom | 25/08 | 16h00 | Independência

XBahia NáuticoDom | 25/08 | 16h00 | Fonte Nova

XSão Paulo FluminenseDom | 25/08 | 16h00 | Morumbi

XVasco CorinthiansDom | 25/08 | 16h00 | Mané Garrincha

XInternacional GoiásDom | 25/08 | 18h30 | Estádio do Vale

XAtlético-PR BotafogoDom | 25/08 | 18h30 | Durival Britto

20VascoNacional-AM

X

Diogo Silva, Fagner, Jomar, Cris, Henrique, Abuda; Wendel, Pedro Ken, Fillipe Soutto; Eder

Luís e Carlos Tenorio

Gilberto, Andrezinho, Rafael Morisco, Emerson; Wesley Bigu,

Denis, Lidio; Evandro, Danilo Rios, Felipe e Leonardo

SESI Manaus | Manaus (AM) | 20/08 | 21h50Gols de Carlos Tenorio

FICHA TÉCNICA

O destaque foi a au-sência do meia See-dorf. O holandês não foi a campo e fi cou reali-zando trabalho físico na academia. A tendência, porém, é que ele não se-ja problema e dispute a partida normalmente.

Na atividade, Alex foi o substituto de Seedorf. O técnico Oswaldo de Oli-veira armou a equipe em campo sem adversários.

O único desfalque do

Botafogo Ofi cia

da Redação

Nesta quinta-feira (22), às 21h50, o Botafo-go recebe o Atlético-MG, pelas oitavas de fi nal da competição, no Mara-canã. Líder do Campeo-nato Brasileiro, o Botafo-go mudará o foco.

E a força do ataque do adversário preocupa o técnico Oswaldo de Oli-veira, que está pessimis-ta sobre terminar a par-tida sem ver o oponen-te balançar suas redes. O técnico do time decla-rou a jornalistas que se-rá fácil não sofrer gols e admitiu que passar de fase seria sinônimo de muita confi ança para seus atletas.

Enquanto pensa no jogo, o Botafogo fi nali-zou na manhã de quar-ta-feira (21) os preparati-vos. Em treino realizado no campo anexo do En-genhão, o elenco alvine-gro conversou com o téc-nico Oswaldo de Oliveira e trabalhou com bola.

Botafogo se prepara para Galo no ataque COPA DO BRASIL Ofensividade do adversário preocupa Oswaldo de Oliveira

Seedorf, volante do Alvinegro

VITÓRIA SOFRIDA Com dois gols de Tenorio, Gigante oscila mas vence partida

Vasco bate Nacional em Manaus

da Redação

O Vasco encontrou muitas difi culdades, prin-cipalmente na etapa ini-cial, mas conseguiu der-rotar o Nacional, do Ama-zonas, por 2 a 0, em par-tida disputada na noite de terça-feira (20), no Está-dio Sesi Manaus, pelas oi-tavas de fi nal da Copa do Brasil. Agora, o time ca-rioca pode até perder por um gol de diferença no confronto da volta, no dia 29, em São Januário, para garantir a passagem para a próxima fase da compe-tição nacional.

Tenorio marcou os dois gols, um em cada tempo. O time dirigido por Dori-val Júnior disputou uma partida irregular e foi su-perado pela equipe da ca-sa durante a maior parte do primeiro tempo, mas encontrou o goleiro Diogo Silva em grande noite. No segundo tempo, o Vasco melhorou de produção.

A delegação seguiu via-gem na quarta-feira (21) para Brasília. O time em-barcou para o local da partida de domingo (25) contra o Corinthians, no Mané Garrincha, pela 16ª rodada do Brasileirão.

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 22/08 | 21h50

FICHA TÉCNICA

Botafogo para o con-fronto desta quinta-fei-ra será o atacante Elias, que já defendeu o Re-sende na Copa do Bra-

sil e não pode atuar poroutra equipe no mesmotorneio. O segundo jogoserá no dia 28, no está-dio Independência.

Page 16: Brasil de Fato RJ - 017

Rio de Janeiro, de 22 a 28 de agosto de 2013 | esporte

da Redação

Em jogo válido pelas oitavas de fi nal da Co-pa do Brasil, a Raposa superou o Rubro-Negro por 2 a 1, e abriu vanta-gem para o jogo de vol-ta no Maracanã. O públi-co no Mineirão (33.645 pagantes) viu um jogo muito disputado e a su-perioridade do Cruzeiro em sua grande parte.

Atuando em casa, o Cruzeiro iniciou a par-tida de forma imponen-te, controlando as ações e buscando o ataque. Já o Flamengo priorizou a marcação, jogando com três zagueiros e conges-tionando o meio-campo.

O atacante Willian abriu o placar no primei-ro tempo. No segundo, o meia-atacante Everton Ribeiro recebeu lança-mento de Ricardo Gou-lart, aplicou um lençol em cima de Luiz Antônio e sem deixar a bola cair ba-teu com a canhota, mar-cando um belo gol. Car-

16

COPA DO BRASIL Se devolver o marcador de 2 a 1, a decisão da vaga será na disputa de pênaltis

Fred corre para abraçar Samuel depois do gol

Fla sai em desvantagem

Nelson Perez/Fluminense F.C.

Washington Alves/VIPCOMM

Mengão sai em desvantagem

Flu vence o Goiás por 1 a 0 COPA DO BRASIL Tricolor das Laranjeiras agora pode empatar para ir às quartas

los Eduardo descontou para o Flamengo, após fa-lha individual de Dedé. Com o gol, o time do Rio ganhou motivação e pas-sou a ameaçar o Cruzeiro, que conseguiu se segurar na defesa e garantir a vitó-ria no Mineirão.

O Cruzeiro diminuiu o ritmo e permitiu aos ca-riocas atacar nos minu-tos fi nais, tentando o em-pate, mas o placar não so-freu mais mudanças.

Empurrado pela torci-da, o Cruzeiro conquis-tou a 15ª vitória no Minei-rão em 16 jogos no está-dio nesta temporada.

Volta Com o resultado, o

Cruzeiro vai atuar no Rio de Janeiro, podendo em-patar por qualquer pla-car para avançar na Co-pa do Brasil. Derrota por um gol de diferença com placar de 3 a 2 em dian-te também dá a vaga aos mineiros. Se devolver o marcador de 2 a 1, a de-cisão da vaga será na dis-puta de pênaltis.

O jogo de volta entre Cruzeiro e Flamengo se-rá realizado na próxima quarta-feira (28), no está-dio do Maracanã, mas an-tes as duas equipes vol-tam a pensar no Campeo-nato Brasileiro. A Raposa joga no sábado (24), en-frentando a Ponte Preta, em Campinas, enquan-to o Fla recebe o Grêmio, também no sábado.

da Redação

O Fluminense venceu o Goiás por 1 a 0 nesta quarta-feira (21), no Ma-racanã. Samuel anotou o único tento da partida.

Com o resultado, o ti-me das Laranjeiras pode até empatar na partida de volta, no próximo dia 28, para ir às quartas de fi nal da Copa do Brasil.

A equipe carioca foi superior no primeiro tempo, explorando sem-pre o lado esquerdo, com Carlinhos. Antes do gol de Samuel, Fred já havia cabeceado uma bola no travessão.

Na segunda etapa, o Goiás veio para cima e conseguiu o pênalti logo no início, mas Walter co-brou mal e Diego Cava-lieri fez a defesa no can-to direito.

O duelo ainda mar-cou o retorno de Deco aos gramados após lesão

muscular. O jogo da vol-ta acontecerá no estádio Serra Dourada, às 19h30, na próxima quarta. 

O Fluminense entrou em campo repetindo o esquema 3-5-2, utiliza-do no empate por 0 a 0 contra o Corinthians no Brasileirão.

A equipe das Laranjei-ras cresceu no jogo uti-lizando as investidas do seu lateral e camisa 6. Aos 25min do primeiro tem-po, Carlinhos avançou e cruzou para Fred cabece-ar no travessão. 

O Goiás segurava bem a pressão. Porém, o Flu-minense conseguiu en-contrar o gol em jogada confusa aos 42min.

Carlinhos cruzou, Re-nan falhou na saída do gol e Fred fi cou com a sobra, mas chutou na zaga. Igor Julião tentou outro chu-te e ela novamente ‘espir-rou’, sobrou para Samuel completar de primeira.

12FlamengoCruzeiro

X

Felipe, Chicão, Marcos González, Fernando (João Paulo), Luiz Antonio, Victor Cáceres, Elias, Gabriel (Carlos

Eduardo), André Santos, Marcelo Moreno e Samir (Paulinho)

Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio, Nilton, Souza,

William (Julio Baptista), Éverton Ribeiro, Borges (Vinícius Araújo),

Ricardo Goulart e Luan

Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 21/08 | 21h50Gols de William e Éverton (Cruzeiro) e Carlos Eduardo (Flamengo)

FICHA TÉCNICA

01GoiásFluminense

X

Renan, Vítor, Ernando, Rodrigo, William, David, Dudu Cearense (Neto

Baiano), Hugo (Ramon), Renan Oliveira, Welinton Junior (Eduardo Sasha), Walter e Enderson Moreira

Diego Cavalieri, Gum, Edinho, Leandro Euzébio, Igor Julião,

William (Diguinho), Jean, Felipe (Deco), Carlinhos, Samuel

(Marcos Junior) e Fred

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 21/08 | 21h50Gol de Samuel

FICHA TÉCNICA

O jogo de volta entre Cruzeiro e Flamengo será realizado na próxima quarta-feira (28), no estádio do Maracanã