Brasil de Fato RJ - 025

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | opinião

mídia do capital, a mídia em-presarial e ela tem lado. Ela não é objetiva, neutra, impar-cial. Sua maior fonte de recur-sos, hoje, é a propaganda ofi -cial dos governos e de empre-sas estatais, isto é, públicas.

Esta mídia defende unica-mente os interesses da sua clas-se. A classe dos patrões. Ela no-ticia da maneira que ela quer qualquer notícia. Ela esconde, distorce, às vezes mente des-caradamente, sempre a serviço dos interesses dos seus donos.

Semana da Democratização da Comunicação

O movimento dos trabalha-dores está lutando há anos pa-ra ter uma nova lei de mídia. Uma lei que garanta condições aos trabalhadores de ter sua mídia. Para isso, é necessário apoiar o Projeto de Lei de Ini-

Independente de apurar a verdade sobre quem praticou os atentados de 11 de setem-bro de 2001, uma coisa é certa: os favorecidos políticos foram o então presidente George W. Bush Junior e os grupos econô-micos que o sustentavam.

A reiterada coincidência que causa a suspeita em res-peitáveis analistas políticos é a estranha conjugação da revelação das investigações contra a Al-Qaeda e os inte-resses estratégicos militares estadunidenses.

Em São Paulo, coincidências ou farsas?

Atualmente, em São Paulo, emerge um gigantesco escân-dalo envolvendo as principais lideranças do PSDB e o próprio governador Alckmin.

Investigações mostram co-mo operadores franceses aju-daram a montar o chamado “Propinoduto dos Tucanos”, que começou na área de ener-gia, foi replicado no transpor-te público e desviou R$ 425 mi-lhões em recursos públicos.

Curiosamente, no momen-

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Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Gilka Resende, MarianeMatos e Cláudia Santiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas –Venezuela) • Fotógrafos: Pablo Vergara (Rio de Janeiro – RJ), Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper(Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (in memoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo • Revisão: Beatriz Calló • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. EduardoPrado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com •Gráfi ca: Info Globo • Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser,José Antônio Moroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos, RicardoGebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

(11) 2131 0800

Redação Rio:[email protected]

O PCC, a Al-Qaeda e o uso políticoUM MOVIMENTO ganha for-ça e argumento nos Estados Unidos. Trata-se do “Intelectu-ais sobre a Verdade do 11 de se-tembro de 2001”. Apoiados em laudos científi cos de importan-tes laboratórios e peritos da en-genharia, exigem a reabertura das investigações sobre os cul-pados do atentado do World Trade Center na cidade de No-va Iorque. São graves as contra-dições que apontam.

A investigação ofi cial res-ponsabilizou uma suposta or-ganização mundial chamada Al-Qaeda. Seria uma organiza-ção secreta, fundamentalista is-lâmica, constituída por células independentes com capacida-de de operar em várias partes do mundo.

editorial | Brasil

Queremos uma mídia democrática

to em que se encontra acuado, enfrentando crescentes mani-festações de rua, os setores de inteligência da polícia paulis-ta trazem a público reveladoras informações sobre o PCC, que já devem estar acumulando há vários meses.

Revelam a descoberta de um plano secreto para matar o go-vernador Alckmin. Além disso, setores de inteligência da polí-cia afi rmam possuir provas de que o perigoso PCC pretende infi ltrar seus bandidos nas ma-nifestações populares.

Nada poderia ser mais con-veniente ao governo Alckmin, num momento em que cres-cem as mobilizações de rua contra o seu governo.

As cenas de violência que já

estavam sendo usadas para le-gitimar o retorno das “balas de borracha” ganham o inusitado reforço da descoberta de que o “PCC vai se infi ltrar nos masca-rados nos próximos atos”, que aliás, são atos contra o governa-dor Alckmin.

No mínimo, devemos nos perguntar: por que um pacien-te trabalho de inteligência efe-tuado pela polícia paulista so-bre o PCC resolve divulgar suas informações neste momento?

O que causa maior suspeita é o evidente uso político das in-formações apuradas pela polí-cia no combate ao crime orga-nizado. Afi nal, coincidências existem, mas farsas históricas também. Algumas demoram muito para ser reveladas.

O que causa maior suspeita é o evidente uso político das informações apuradas pela polícia no combate ao crime organizado

NESTE ANO, muito se fala so-bre a mídia no nosso país. Os donos das rádios, televisões, jornais e revistas repetem que a mídia no Brasil é mais que democrática. Só que eles di-zem que ela está ameaçada pe-la censura. A censura que o go-verno gostaria de impor.

Para nós, trabalhadores, é tudo ao contrário. Nós quere-mos uma mídia verdadeira-mente democrática. Uma mí-dia que permita aos trabalha-dores ter sua comunicação, fi -nanciada com dinheiro públi-co, como hoje é a mídia patro-nal sustentada por propagan-da ofi cial.

Para nós, no Brasil, não há liberdade na mídia. Ela está concentrada nas mãos de se-te ou oito famílias, donas de todos os meios de comunica-ção. Esta mídia dos patrões é a

editorial | Rio de Janeiro

ciativa Popular da Mídia De-mocrática. Ele foi escrito por diversos movimentos que par-ticipam da campanha “Para Expressar a Liberdade”.

O projeto pretende regu-lamentar o que já existe na Constituição Federal sobre o rádio e a TV. Hoje, rádios e TVs são chamadas de “concessões públicas”. Na verdade, agem como propriedade privadíssi-ma nas mãos dos seus chama-dos “donos”:  Globo, Record, SBT e as outras.

A democracia nas comuni-cações exige uma nova redis-tribuição destas estações. Um abaixo-assinado está recolhen-do assinaturas para que o Proje-to de Lei da Mídia Democrática seja apresentado no Congres-so Nacional. Participe desta luta e ajude a construir uma mídia verdadeiramente democrática!

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bras cuidar sozinha deste mega campo. Ela pagará os mesmos royalties, comprará mais no pa-ís, empregará mais brasileiros.

Agora, o governo, sem expli-cação, quer fazer o leilão de Li-bra, no dia 21 de outubro, con-tendo a entrada da Petrobras, o que signifi ca que estrangei-ros irão ganhar boa parte des-te campo. Vá às manifestações com os cartazes: “Libra é do povo, da Petrobras” e “Pela en-trega de Libra à Petrobras”.

Paulo Metrié conselheiro do

Clube de Engenharia

Antonio Neiva

Latuff

O avanço das lutas popularesDESDE JUNHO, o Brasil vive um extraordinário cres-cimento do movimento de massa. Embora tenha re-fl uído em grande parte do país, no Rio de Janeiro, amobilização, aparentemente pontual e corporati-va de categorias profi ssionais, vem transcendendoa luta por melhores condições de trabalho e salárioe despertando a atenção e a solidariedade de parteconsiderável da sociedade.

Um contingente nada desprezível de jovens e adul-tos descobriu que é na rua que se obtém os avanços so-ciais. É na rua que se avança na conquista de novos di-reitos. É na rua que a democracia se cristaliza, proje-tando um futuro mais luminoso para todos os que so-nham com um mundo mais justo.

Contudo, este impulso transformador das mani-festações se encontra ameaçado por dois atores situ-ados nas extremidades do fenômeno. De um lado, aPolícia Militar do Rio de Janeiro protagoniza uma es-calada de repressão poucas vezes vista em nosso es-tado e mesmo no Brasil. A PM, a mando das maioresautoridades do estado, farta-se de agredir manifes-tantes, atirar bombas, gás de pimenta e balas de bor-racha, indiscriminadamente, contra tudo e contra to-dos. Sem falar no sitiamento da sede do Poder Legis-lativo municipal em plena vigência do regime demo-crático. Uma vergonha.

Só mesmo nos protestos dos quais participei con-tra a ditadura, nos anos de chumbo, vi repressão tãoferoz e insana como a que presenciei na última pas-seata dos professores.

Na outra ponta, estão os chamados Black Blocs,além de outros segmentos (não devendo ser descar-tada, inclusive, a possibilidade de infi ltração), quetêm preferido, ao invés da ação política, destruir tu-do que veem pela frente, acabando por assustar agrande massa de manifestantes pacífi cos. Isso provo-ca a dispersão e abre espaço para a manipulação dosmeios de comunicação.

Assim, na cobertura da grande mídia monopolis-ta, somem as reivindicações justas e legítimas e entraa quebradeira dos bancos; desaparece a quantidadeexpressiva de gente na passeata e entra o incêndio decaçambas de lixo e de ônibus. A imprensa carrega nastintas justamente para encobrir os protestos, fazendocrer que o vandalismo tomou conta das mobilizações.

Penso que a nossa tarefa no momento é incentivare investir no fortalecimento desse muito bem-vin-do movimento de massa, denunciando e repudian-do com vigor a ação do aparelho de repressão do go-verno Cabral. Por outro lado, devemos atuar politica-mente para inibir a ação de grupos que têm desvirtu-ado essas manifestações, impedindo que o desgastedo governador seja ainda maior.

É necessário preservar um caminho que tem po-tencial para acelerar as mudanças pelas quais luta-mos há tantos anos.

Antonio Neiva é membro da direçãoexecutiva estadual do Partido dos Trabalhadores (PT)

O jornalismo de mercado não tem compromisso social

Libra, querem fi car com seu prêmio

A nossa tarefa no momento é incentivar e investir no fortalecimento desse muito bem-vindo movimento de massa

DEMOROU TANTO para o bra-sileiro ganhar essa loteria. Ago-ra, querem tirá-la de você. A Petrobras encontrou o campo de petróleo de Libra a 180 km da costa, depois de furar mais de 5.000m no solo, a partir do fundo do mar.

Se fosse possível tirar to-do esse petróleo do subsolo, vendê-lo e dividir o dinheiro com todos os brasileiros, ca-da um receberia R$ 18.150. E olhe que somos 200 milhões. Trata-se de 15 bilhões de bar-ris de petróleo.

Mas, vieram logo os ganan-ciosos, querendo se apropriar

verdadeiro papel do jornalis-mo: ser sensível aos interes-ses e demandas da sociedade, às lutas dos trabalhadores, aos movimentos sociais e crítico ao modelo neoliberal.

Precisamos de jornalistas e imprensa para expor e debater as mazelas do sistema capita-lista. Só assim poderemos ele-var o nível da consciência sobre a realidade e construir um ver-dadeiro projeto de nação.

Daniel Mazola é conselheiro e secretário

da Comissão de Liberdade de Imprensa e D.H. da ABI

AO LONGO DOS 200 anos de história do jornalismo brasi-leiro, sempre tivemos jornais e revistas que não fazem par-te do esquema das classes do-minantes. Mas a partir da di-tadura militar-empresarial apoiada pela CIA (1964-1985), com patrulhamento ideológi-co nos grandes jornais, censu-ra, perseguição e mortes, sur-giu um tipo de pensamento único e se consolidou o jorna-lismo “chapa branca”.

Nesse período, a imprensa contra-hegemônica, ou alterna-tiva, assumiu a luta pela demo-cracia, contra o autoritarismo e

as violências do Estado. De ou-tro lado, fi cou a imprensa de mercado, um instrumento de grupos econômicos e governos a serviço das classes dominan-tes. O jornalismo que se conso-lidou é cada vez pior profi ssio-nal, política e culturalmente.

A partir de 1964, a ditadu-ra foi cerceando o perfi l de jornalista crítico, investiga-tivo. Não apenas a ditadu-ra, mas também a “evolução” das empresas, sob infl uência do grande capital, que domi-nam e controlam a circulação da informação.

Precisamos estar atentos ao

dessa riqueza. Primeiro, cria-ram regras muito complica-das, depois deixaram as em-presas estrangeiras entrarem no negócio.

Antigamente, era simples: a Petrobras estava sozinha e cui-dava dos nossos interesses. In-ventaram que a Petrobras não tinha dinheiro. Era mentira, além de que ela pode conseguir empréstimos. Estão de olho no lucro, que é alto.

O governo Lula criou o Fun-do Social e, com isso, as empre-sas estrangeiras não poderão abocanhar todo o lucro. Mas isso não é o ideal. É a Petro-

Daniel Mazola

Paulo Metri

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | entrevista

“Estamos forçando a população a pensar de uma única forma”MÍDIA Relator especial para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão da ONU recorda que concentração da comunicação leva à concentração de poder político

por exemplo, diz que to-do povo tem o direito a ter uma cultura, valores expressados em seu idio-ma, de reproduzir esses valores para outras gera-ções e disseminá-los para o mundo inteiro. E mais adiante, essa mesma de-claração, diz que eles têm o direito de usar meios de comunicação social e de até ter seus meios de co-municação próprios.

Então, está correto di-zer que a concentração dos meios de comunica-

país por nove anos. O ca-so dele nos mostra que a concentração da comu-nicação leva à concen-tração de poder político. E isso pode ser muito pe-rigoso para a democra-cia. Por isso, romper com o monopólio das comu-nicações é uma priori-dade. A democratização dá oportunidade a todos os setores da sociedade de participar e de pode-rem se expressar. A De-claração de Direitos Hu-manos dos povos indíge-nas das Nações Unidas,

Tatiana Limado Rio de Janeiro (RJ)

Desde as manifesta-ções defl agradas em ju-nho, a credibilidade de jornais e redes de televi-são são alvos de críticas por parte da população que participa dos protes-tos. Principalmente, após vídeos, fotos e depoimen-tos postados em redes so-ciais como Facebook e Yotube, feitos por mani-festantes durante os atos.

Cartazes e faixas com dizeres como “Abaixo a Rede Globo” e “Ocupe a Mídia” tem sido a tôni-ca de manifestações no Rio e em outras cidades do país.

Segundo Frank La Rue, relator especial pa-ra a Promoção e Prote-ção do Direito à Liberda-de de Opinião e Expres-são da ONU, essa insa-tisfação popular é refl e-xo da falta de pluralidade de vozes e da concentra-ção dos meios de comu-nicação nas democracias da América Latina, den-tre elas, na do Brasil.

Para ele, enquanto existir somente uma vi-são comercial da impren-sa, a liberdade de expres-são e a própria democra-cia estão ameaçadas. “Es-tamos forçando a popula-ção a pensar de uma úni-ca forma”, alerta.

Brasil de Fato – Qual é o problema de só existir essa visão comercial da imprensa?

Frank La Rue - Eu não tenho nenhum problema com a visão comercial, mas a comunicação deve por, acima de tudo, os ser-viços sociais. É uma voca-ção dos comunicadores.

Então, umas mídias po-dem ser comerciais, ou-tras comunitárias e públi-cas, além das telecomu-nicações. Falo, portanto, de um sistema de comu-nicações éticas nacionais para grupo indígenas, ét-nicos, mulheres, grupos específi cos. Portanto, de-mocratizar a comunica-ção signifi ca: primeiro, romper com sua concen-tração. Porque essa con-centração de mídias é um atentado contra a demo-cracia. A democracia ne-cessita de diversidade de meios e de pluralidade de ideias para que cada um possa construir seu pen-samento e suas opini-ões com liberdade. E na América Latina, não há diversidade e pluralismo. Então, estamos forçando a população a pensar de uma só forma.

Qual é o perigo prático disso?

O perigo é a blinda-gem de governos ruins e corruptos. É o que acon-teceu na Itália, com o ex-primeiro-ministro Ber-lusconi, que governou o

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New America Foundation

Fernando Frazão/ABr

New America Foundation

Para La Rue, democratizar a comunicação signifi ca romper com sua concentração

ção é uma violência à li-berdade de expressão?

É uma violação, não digo uma violência. Há concentração. A falta de pluralidade viola o direito humano à comunicação e à expressão de ideias.

Em relatório entregue à ONU ano passado, o se-nhor incluiu tanto co-municadores populares e comunitários, quan-to blogueiros na defi ni-ção de profi ssionais de jornalismo, consideran-do todos como jornalis-tas. Por que é importan-te essa compreensão do exercício da profi ssão de jornalista?

Pela função. Eu insisto que o jornalismo se defi -ne pela função e não pe-los estudos. Todos exer-cem a mesma função: de-dicam-se a organizar a in-formação para transmitir essa informação tratada a um setor específi co da população. São jornalis-tas. É isso que quero di-zer. É essa tarefa que esta-mos protegendo, porque é o direito da sociedade estar informada. É a vo-cação do jornalismo.

FATOS EM FOCO

Nesta quinta (17), às 18h30, no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Ja-neiro, o jornalista in-vestigativo inglês An-drew Jennings fala-rá sobre o que está por atrás do megaevento Copa do Mundo e da atuação da Fifa. A mesa contará com a media-ção da presidenta do sindicato Paula Marián e com a participação de Carlos Vainer, profes-sor da UFRJ, e Gustavo Mehl, militante do Co-mitê Popular da Copa e Olimpíadas.

Corporações e megaeventos

Amarildo

Ocupa Galeão

Em novo depoimento, um policial relatou que o corpo do ajudante de pedreiro, Amarildo de Souza, foi retirado da Rocinha em uma ca-pa preta de motocicle-ta. Na declaração, con-fi rma também a sessão de tortura ocorrida na sede da UPP. O Minis-tério Público informou que irá incluir uma no-va denúncia no inqué-rito, inserindo o no-me de mais 10 policiais que estavam ao lado do local do crime.

Nesta sexta-feira (18), às 14h, acontecerá um ato público pelo direi-to à moradia e contra as remoções arbitrá-rias no entorno do Ga-leão. Aproximadamen-te 15 mil moradores, de 4 comunidades di-ferentes, estão amea-çados de despejo devi-do ao projeto da Anac de construção da 3ª pista do Aeroporto In-ternacional do Rio de Janeiro. A concentra-ção será na pista de acesso ao Galeão.

A Declaração de Direitos Humanos dos povos indígenas das Nações Unidas diz que eles têm o direito de usar meios de comunicação e de até ter seus próprios meios

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 cidades |

Gilka Resendedo Rio de Janeiro (RJ)

Sindicatos e movimen-tos sociais promovem, nesta quinta-feira (17), passeata contra a privati-zação do petróleo. Os ma-nifestantes devem se con-centrar na Candelária a partir das 17h, seguindo para a Cinelândia.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Fe-deração Nacional de Pe-troleiros (FNP), centrais sindicais da categoria, aprovaram paralisação

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Samuel Tosta Reprodução

PRESSÃO Petroleiros defl agram greve nacional contra leilão do campo de Libra

Manifestação no Rio reivindica fi m da privatização do petróleo

Ato diante do Consulado dos EUA no Rio: questão de soberania nacional

nacional contra o leilão do campo de Libra.

O objetivo é pressionar o governo federal a cance-lar a entrega dessa área do pré-sal, localizada na Ba-cia de Santos (SP), a em-presas estrangeiras. “A re-

Mesmo sob críticas, governo não interrompe agenda

TCU questiona estudos que

fundamentaram leilão de Libra

do Rio de Janeiro (RJ)

Além das críticas re-cebidas pela sociedade civil organizada, o Tribu-nal de Contas da União (TCU) fez ressalvas ao aprovar os estudos técni-cos e econômicos para o leilão de Libra.

Um relatório, publica-do na última sexta-feira (11), questiona a seguran-ça jurídica do edital e sa-lienta que a questão mere-cia estudos mais amplos.

Essa é a primeira lici-tação que se faz sob o re-gime de partilha, institu-ído pela Lei 12.351/2010. O modelo aumentaria a participação governa-mental nos negócios.

Mas, segundo o TCU, esse objetivo pode ser frustrado, porque, na

prática, o percentu-al mínimo defi nido, de 41,65%, pode fi car en-tre 15% a 49,56%, depen-dendo das condições de produção e mercado.

O tribunal confi rma que o processo de defi -nição do modelo contou com pouco debate social, faltando planejamento para a exploração do pré-sal. E afi rma que, ao man-ter a agenda do leilão de Libra, o governo se privou de um “adequado ama-durecimento das ques-tões que envolvem a inau-guração do novo regime”.

O aviso sobre a publi-cação do edital e do mo-delo de contrato do leilão do campo de Libra saiu em edição extra do “Diá-rio Ofi cial da União”, em 3 de setembro. No dia se-

guinte, em nota, o Tribu-nal destacou que a Agên-cia Nacional do Petróleo(ANP) tomara a decisãode realizar a licitação “semo sinal verde do TCU”, algo“pouco comum em con-cessões federais”.

alização desse leilão co-loca em risco a soberania brasileira”, pontua o sindi-calista João Antônio Mo-raes, da FUP.

“A Petrobras desen-volveu uma tecnolo-gia inédita na descober-

do Rio de Janeiro (RJ)

Recentemente, a pre-sidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 323/07, que destina 75% dos royalties do petróleo pa-ra a Educação e 25% pa-ra a Saúde. Porém, Ema-nuel Cancella chama atenção para o fato dos royalties serem apenas uma pequena parte dos rendimentos da explo-ração do óleo.

“Eles representam 15%, que são divididos entre municípios, estado e União. E os 85% restan-tes? Queremos debater todo o petróleo”, afi rma.

João Antônio Moraes combate a ideia de que os leilões, ao atraírem

petrolíferas para o Bra-sil, gerariam mais pos-tos de trabalho.

“Após a queda no monopólico da Petro-bras, ainda durante o governo tucano, entra-ram no país cerca de 50 empresas do setor. Mas elas não investiram na cadeia produtiva, como na construção de plata-formas ou na indústria petroquímica. São justa-mente essas pontas que geram mais emprego e renda”, aponta Moraes.

Os sindicalistas rela-cionam a questão am-biental à violação de di-reitos trabalhistas, des-tacando que a terceiri-zação, que já é grave na Petrobras, é ainda maior

entre as petrolíferas pri-vadas.

“Todo grande aciden-te ambiental da indús-tria do petróleo foi pre-cedido de riscos e aci-dentes de trabalho”, des-taca Moraes.

Cancella lembra, ain-da, que o pré-sal levou pelo menos 100 milhões de anos para se formar e que esse não é um bem renovável.

“Não precisamos ser exportadores de petró-leo bruto, que não tem valor agregado. Ele não é como o feijão ou o ar-roz, que têm várias sa-fras. O uso do petróleo deve ser estratégico e em benefício de toda a população”. (GR)

O petróleo deve ser utilizado

de forma estratégica

Para sindicalistas, realização de leilão se equipara a violações trabalhistas e ambientais

CONVOCAÇÃO

LUTO PELO BRASIL!

Dia da Traição Nacional. A campanha “O petróleo tem que ser nosso!” chama a po-pulação a se manifestar con-tra o leilão de Libra. Pede que no 21 de outubro todos e todas saiam às ruas com a bandeira do país, vistam-se de preto e coloquem fi tas e panos dessa mesma cor em carros e janelas. (GR)

ta dessa riqueza. Agora, o governo quer promo-ver um verdadeiro ‘en-treguismo’ do petróleo”, protesta o diretor da FNP Emanuel Cancella.

De acordo com o Pla-no de Negócios da pró-

pria Petrobras, a explora-ção de óleo a 7 mil metros em águas profundas é re-sultado de altos custos em pesquisas. Segundo a es-tatal, seus investimentos no pré-sal chegarão a US$ 52,2 bilhões até 2017.

O campo de Libra é amaior reserva já encon-trada no Brasil. Marcadopara a próxima segun-da-feira (21), seu leilãoatraiu o interesse de 11empresas, sendo a maio-ria asiática.

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | cidades

compreende que as se-mentes crioulas são pa-trimônios da humanida-de a serviço dos povos.

“É importante levan-tarmos a voz contra os grandes grupos que estão aí, matando o nosso povo, com veneno e modifi can-do geneticamente nossas sementes”, declarou.

“Não aceitamos que nenhuma empresa trans-nacional se aproprie do nosso patrimônio gené-tico”, ressaltou Maria Ka-zé, da coordenação na-cional do MPA.

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FATOS EM FOCOVale e Odebrecht tentam limpar imagem em evento de jornalistasESTRATÉGIA Empresas fi nanciam conferência realizada no Rio de Janeiro

Mario Campagnanido Rio de Janeiro (RJ)

Envolvidas em escân-dalos de espionagem ile-gal, superfaturamento de obras, fraudes em licita-ções e violações ambien-tais e de direitos huma-nos, a mineradora Vale e a construtora Odebre-cht usam do poder eco-nômico para tentar lim-par suas imagens.

A última estratégia das empresas foi patroci-nar a Conferência Global de Jornalismo Investiga-tivo, que aconteceu no Rio de Janeiro de sábado à terça-feira (15).

Essa ligação entre as companhias e a impren-sa, contudo, gerou uma ação da Articulação In-ternacional dos Atingi-dos pela Vale.

Formada por movi-mentos sociais, comu-nidades impactadas e ONGs, a rede esteve no evento criticando essa relação e perguntando: quando a imprensa vai investigar seus próprios patrocinadores?

Um grupo de mani-festantes do Movimen-to dos Trabalhadores Ru-rais Sem Terra (MST) e da ONG Justiça Global – que fazem parte da Arti-culação – esteve na Pon-tifícia Universidade Cató-lica do Rio (PUC-RJ), on-de o evento ocorreu, dis-tribuindo panfl etos e con-versando com jornalistas do Brasil e do exterior.

Os estrangeiros, prin-cipalmente, mostraram-se surpresos com a liga-

ção das empresas com o evento. Uma das pales-trantes, a jornalista Kha-dija Ismayilova, do Azer-baijão, chegou a cortar o logo da Vale impresso em seu crachá.

“Vou conversar com os organizadores. Não é possível se alinhar a em-presas com esse históri-co”, disse.

Membro da Articu-lação e pesquisador da Justiça Global, o econo-mista Gabriel Strautman afi rma que não há es-paço na mídia para dis-cutir os impactos nega-tivos das ações dessas companhias.

“Matérias que saem so-bre os confl itos adotam a perspectiva das empresas e nunca das comunida-des. Não podemos aceitar isso”, disse Strautman.

Para a Articulação, jor-nais que recebem pági-nas inteiras de anúncios da Vale, por exemplo, não dão destaques a denún-cias graves divulgadas contra a mineradora, co-mo sobre grampos ilegais, invasões de escritórios e ameaças contra ativistas.

O ex-gerente de segu-rança da Vale, André Luis Costa de Almeida, apre-sentou provas dessas ações ao Ministério Pú-blico Federal (MPF). Até agora, não investigou ou mesmo se posicionou so-bre essa história.

Já a Odebrecht está en-volvida no caso de es-pionagem do movimen-to Xingu Vivo – que luta contra a construção da hi-drelétrica de Belo Monte.

Em 24 de feverei-ro, um agente infi ltrado contratado pelo Consór-cio da usina, do qual a Odebrecht faz parte, foi descoberto durante uma reunião com uma câme-ra escondida.

A construtora também é uma das atuais donas do Estádio do Maracanã, em uma licitação considera-da fraudulenta pelo MPF.

Conferência Global de Jornalismo

Estrangeiros se mostraram surpresos com ligação das empresas com o eventoMães e pais poderão ter o mesmo direito pa-ra registrar o nascimen-to de um fi lho. O pro-jeto de lei da Câma-ra dos Deputados (PLC 16/2013), que garante a igualdade, foi aprovado nesta quarta-feira (16), por unanimidade, pe-la Comissão de Cons-tituição e Justiça (CCJ) do Senado. Se não hou-ver apresentação de re-curso para análise no plenário da Casa, a pro-posta segue direto para sanção presidencial.

Mãe poderá

registrar

nascimento

de fi lho

Sem-terrinhas

TJ suspende

desapropriação

no Açú

Durante os dias 12,13 e 14 de outubro, foi re-alizado o 16º Encon-tro Estadual do Rio de Janeiro dos Sem Terri-nha, em Campos dos Goytacazes. O encon-tro foi em um espaço de formação da “crian-çada”, que debateu so-bre os Cinco Cuba-nos presos nos Estados Unidos. Gritos como “Liberdade aos Cinco” “Brilha no céu a estre-la do Che. Somos Sem Terrinha do MST” se espalharam demons-trando sua confraterni-zação com a revolução Cubana.

O Tribunal de Justi-ça deu ganho de cau-sa a quatro agriculto-res do V Distrito de São João da Barra que ti-veram suas proprieda-des desapropriadas pa-ra construção do Por-to do Açú, de Eike Ba-tista. Essa decisão pode abrir caminho para que centenas de peque-nos produtores entrem com processos contra a Companhia de Desen-volvimento Industrial do Rio (Codin).

Camponeses ocupam unidade da Monsanto

PROTESTO Ação ocorreu em Petrolina (PE)

Alan Tygeldo Rio de Janeiro (RJ)

Cerca de 5 mil cam-poneses do Movimen-to dos Pequenos Agricul-tores (MPA) ocuparam uma unidade de pesqui-sa da Monsanto, em Pe-trolina (PE), nesta terça-feira (15). A ação fez par-te da Jornada Nacional de Lutas por Soberania Ali-mentar, que segue até es-sa sexta-feira (18).

A Monsanto é a maior produtora mundial de agrotóxicos e de semen-tes transgênicas. Ho-je, a maior parte da so-ja, do milho e do algo-dão plantados no Brasil é transgênica. Com isso, o país se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

O camponês Zé San-tana, que participa da ocupação em Petrolina,

No Rio, passeata contra a empresa

No último dia 12, foi re-alizada a Marcha Mundial contra a Monsanto. Mais de 50 países aderiram ao protesto. No Rio, cerca de 200 manifestantes mar-charam da praia de Co-pacabana até o Arpoador. Eles protestaram contra a ação dos ruralistas no Congresso Nacional.

Entre os projetos de lei favoráveis ao agronegó-cio em fase de aprovação, um quer mudar o rito pa-ra liberação de agrotóxi-cos no país. Atualmen-te, é necessária a concor-dância dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura para que um novo produto seja aprova-do. Porém, uma nova lei quer permitir que apenas o Ministério da Agricultu-ra, que é dominado pelos ruralistas, tome a decisão.

“Matérias que saem sobre os confl itos adotam a perspectiva das empresas e nunca das comunidades”

“É importante levantarmos a voz contra os grandes grupos que estão aí”

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 cidades | 07

SINDICAL

Bancários arrancam reajuste de 8%

Contra as terceirizações

Novidade na construção

Depois de 22 dias da maior greve da cate-goria nos últimos 20 anos, que paralisou 12.140 agências, a Fe-naban apresentou pro-posta que elevou para 8% o índice de reajuste nos salários dos bancá-rios. Ela também inclui novas cláusulas, tais como a proibição dos bancos enviarem SMS aos bancários cobran-do resultados, progra-ma de vale-cultura, en-tre outros.

Está em tramitação, no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 4330, que permite que as em-presas ampliem o nú-mero de trabalhadores terceirizados e tira de-las a responsabilida-de por descumprimen-to de leis trabalhistas pelas empresas tercei-ras. Movimentação es-tá ocorrendo em todos os estados para impedir mais este ataque contra os direitos trabalhistas. O projeto será votado a qualquer momento.

Sindicatos de traba-lhadores da Constru-ção realizaram entre os dias 9 e 11, em Luziânia (GO), o I Encontro Na-cional dos Trabalhado-res da Construção. Par-ticiparam representan-tes de todas as centrais sindicais. A união é em torno de reivindicações da categoria, como a luta por jornada de 40 horas semanais, con-trato coletivo nacional e banimento do amian-to. Além disso, querem a ampliação do horá-rio de almoço, alimen-tação gratuita e de qua-lidade nas obras e uni-fi cação da data-base e piso nacional.

Professores garantem direito de greve no STF

Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

Após manifestação quereuniu milhares na Av. Rio Branco, os professores das redes municipal e es-tadual garantiram impor-tante vitória na noite des-ta terça-feira (15).

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Fe-deral (STF), entendeu que o corte de ponto dos professores “fere o direi-to de livre manifestação” e anulou a determinação do governador Sérgio Ca-bral (PMDB).

Para tentar conciliar a situação que se arras-ta há mais de dois me-

ses, Fux também convo-cou o governador e o pre-feito Eduardo Paes (PM-DB) para uma reunião com o Sindicato Estadual dos Profi ssionais da Edu-cação (Sepe), na próxima terça-feira (22).

“Essa decisão vai dar certo gás na mobiliza-ção. As pessoas vão per-der o medo e se manter em greve”, avaliou o pro-fessor Jorge William, que faz parte do Apoio de Gre-ve do Sepe.

Outro fato novo é que, nesta quarta-feira (16), a sessão que aprovou o Pla-no de Cargos e Salários voltou a valer. A desem-bargadora Leila Maria-

Samuel Tosta

Professores em assembleia: em defesa da educação pública

no, do Tribunal de Justi-ça, cassou a liminar da ju-íza Roseli Nalin, que sus-pendia a sessão.

“Já sabíamos que es-

sa liminar poderia ser cassada. Mas ela mostra que a votação foi ilegal e até imoral”, falou Jorge William.

Com a Câmara cerca-da por policiais, os ve-readores do Rio acaba-ram aprovando o planoa portas fechadas.

Alana Gandrado Rio de Janeiro (RJ)

A professora Fer-nanda Moura, 27 anos, é formada em História, mas em sua trajetória profi ssional atuou co-mo “professora poliva-lente”, ministrando au-las de Matemática, Por-tuguês, Ciências e Geo-grafi a no projeto Auto-nomia Carioca.

“Este projeto acaba com a educação públi-ca”, disse a professora, durante o protesto de terça-feira (15). Ela atua na Escola Municipal Eu-nice Weaver, em Jacare-paguá, com turmas de quase 50 alunos.

“São situações bizar-ras, o professor não dá aula, ele só coloca os DVDs da Fundação Ro-berto Marinho, o Tele Curso 2000. É um mate-

rial defasado com gírias de vinte anos atrás”, de-nuncia Fernanda.

Rejeitado pela cate-goria, o plano propos-to por Paes prevê o au-mento do número de “professores polivalen-tes”. O Sepe denuncia que isto favorece fun-dações privadas que co-mercializam esses cur-sos, além de diminuir a qualidade do ensino.

Conforme dados do Sistema de Informação sobre Orçamento Pú-blico (Siope), o gover-no César Maia repassa-va R$ 500 mil por ano para fundações. Em 2012, esse número so-mou R$77 milhões.

Segundo o Rio Trans-parente, as fundações que mais lucraram são o Instituto Sangari, Ro-berto Marinho e Airton Senna. (VV)

Categoria repudia fi gura do “professor polivalente”

Manifestante é atingido por arma de fogoVIOLÊNCIA POLICIAL Vídeo sugere que policial fardado teria sido responsável por disparo

do Rio de Janeiro (RJ)

A repressão da PM contra os manifestan-tes cresceu neste último ato. Cerca de 1.200 po-liciais acompanharam o protesto que resultou na prisão de 208 pes-soas, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O fato mais grave envolveu um manifes-tante ferido com disparo de arma de fogo.

O delegado Orlando Zaccone, que colheu o depoimento de Rodrigo Azoubel, de 18 anos, afi r-mou que o manifestan-te não sabe dizer de onde partiram os tiros.

Circulou nas redes sociais, nesta quarta,

um vídeo que mostra um policial militar far-dado efetuando dispa-ros com arma de fogo. Para apurar o caso, a PM anunciou que vai abrir uma sindicância.

Segundo a Polícia Ci-vil, 190 pessoas foram en-caminhadas para oito de-legacias. Números que não batem com os da Po-lícia Militar, que afi rma que 182 pessoas foram para sete delegacias.

“Houve prisão aleató-ria de manifestantes. O carro da polícia incen-diado pode ter sido um dos fatores para tantas prisões”, disse o advoga-do Mario Miranda Neto, representante da OAB no Conselho Penitenci-

ário do Estado.Ele também afi rmou

que o número de detidosjá liberados mostra queas provas da polícia apre-sentam fragilidades.

“Queremos que nin-guém seja condenadosem provas. Esta é umagarantia para todos ostrabalhadores”, explicou,destacando que não é afavor de um sistema quepuna ninguém.

“As pessoas dizemque estamos defenden-do bandido e não é is-so. Entre os jovens de-tidos, só havia mora-dor da Baixada e da pe-riferia, todos estudantesde escola pública. Nãohavia morador da zonasul”, completou. (VV)

EDUCAÇÃO Dia do professor leva milhares para as ruas em defesa da escola pública

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | cidades

rantia, INSS. Ou seja, re-colhem dos funcionários e não repassam. É o ca-so da Universidade Ga-ma Filho”, constatou Rob-son Leite.

“Esse Grupo Galileo está fazendo um verda-deiro passeio pelo códi-go penal brasileiro”, afi r-ma a deputada federal Jandira Feghali.

A Comissão da Alerj também está denun-ciando o atual proprietá-rio da mantenedora Ga-lileu, Márcio André Man-des Costa, por formação de quadrilha, junto aos demais controladores do grupo educacional.

Também são acusa-dos de estelionato, enri-quecimento ilícito, desvio de recursos públicos (do Prouni e Fies) e possível lavagem de dinheiro.

A proposta de indicia-mento foi encaminhada ao Ministério Público Es-tadual e Federal no come-ço de outubro.

SucateamentoNa mão desse grupo,

a Gama Filho, que pos-sui o maior curso de Me-dicina do Rio de Janeiro,

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

O Grupo Galileo Edu-cacional, que há dois anos assumiu o contro-le da Universidade Ga-ma Filho e da UniverCi-dade, no Rio de Janeiro, é acusada de vários crimes e irregularidades fi scais e trabalhistas e de violação dos direitos do consumi-dor. Mesmo assim, conti-nua no controle da uni-versidade.

Há pelo menos cin-co anos, a Gama Filho es-tá mal das pernas. Mas as coisas se complicaram mais quando o Galileu assumiu o controle, em 2011. Desde então, alu-nos, professores e funcio-nários da Gama Filho fi -zeram uma série de mani-festações e denúncias so-bre as más condições da universidade.

As irregularidades re-sultaram na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Universidades Privadas, aprovada pela Assem-bleia Legislativa do Es-tado do Rio de Janeiro (Alerj), em maio de 2012.

Os trabalhos de inves-tigação foram encerrados em abril desse ano e o Re-latório Final foi aprovado em agosto, pelo Plenário da Assembleia.

Resultados da CPIEssa semana, o relator

da CPI, o deputado esta-dual Robson Leite (PT-RJ) esteve na Comissão de Educação do Senado para entregar os resultados das investigações.

“O crime de apropria-ção indébita se tornou uma prática comum nes-se setor. As mantenedo-ras não pagam salários dos professores, atrasam sempre e quando pagam, não repassam os impos-tos sindicais, fundo de ga-

Crise da Universidade Gama Filho se agrava

08

Pablo Vergara

Protesto: salários atrasados e profi ssionais demitidos

EDUCAÇÃO Na mão do Grupo Galileu Educacional, universidade tem atrasado os salários dos professores e, no último dia 10, demitiu mais de 300 profi ssionais

com 2 mil alunos, tem atrasado os salários dos professores e, no último dia 10, demitiu mais de 300 profi ssionais.

“Conseguimos reverter grande parte das demis-sões, mas a universidade fez esses professores a as-sinarem um termo pedin-do a redução de salário”, afi rma a estudante de Ge-ografi a Barbara de Almei-da Cardoso.

AlternativasAs possíveis soluções

passam pela possibilida-de da volta da família Ga-ma Filho para o contro-le da instituição, inter-venção administrativa do MEC, seguida de um pro-cesso de estatização e o acordo entre o governo e o Grupo Galileo.

“Essa última nos preo-cupa, pois a mantenedo-

ra já descumpriu vários compromissos e já não tem mais credibilidade. Mas também existe a pos-sibilidade do descreden-ciamento da universida-de. Isso é o que não que-remos, pois prejudicaria alunos e professores”, ar-gumenta o diretor de Co-municação da União Na-cional dos Estudantes (UNE), Igor Mayworm.

OportunidadeNo dia 8, nova opor-

tunidade foi dada ao Grupo Galileo. Os repre-sentantes da mantene-dora assinaram um Ter-mo para o Saneamento de Defi ciência Acadêmi-ca Institucional.

Ou seja, foi selado um acordo com o MEC, em que foram estabelecidos 42 itens que devem ser cumpridos e quatro pré-requisitos. Entre eles, es-tão o pagamento de fun-cionários em dia e auto-nomia acadêmica.

Também foi dado pra-zo de 250 dias, divididos em sete etapas. Os itens exigidos tratam, princi-palmente, do esclareci-mento da dívida acumu-

lada, lista de funcionários e suas cargas horárias, re-latório de atividades, cap-tação de recursos, garan-tias, entre outros. O des-cumprimento de qual-quer um dos quesitos po-de acarretar, segundo o documento, no descre-denciamento da Gama Filho perante o MEC.

Outra possibilidade poderia ser a intervenção administrava. No entanto, o governo se recusa a fazê-la. “O MEC alega que não tem meios jurídicos para fazer isso.”, destaca a de-putada federal Jandira Fe-ghali, (PCdoB - RJ).

O deputado Robson Leite (PT-RJ) classifi cou a situação como “gra-ve”, pois, segundo ele, só chegou a esse ponto por-que o processo de fi sca-lização é defi ciente, além disso, existe falha nos procedimentos.

“Os crimes cometidos pelo Grupo Galileo só são possíveis porque existe um buraco na legislação e no sistema de ensino su-perior”, afi rma o presiden-te do Centro Acadêmico de Medicina da Gama Fi-lho, Edvaldo Guimarães.

No próximo domin-go (20), moradores do Santa Marta promo-vem uma caminhada que começa na praça Corumbá, em Botafo-go, às 8h. Guias locais vão contar a história do lugar durante a su-bida até o alto do mor-ro, na área conheci-da como pico. De lá, a caminhada segue pe-la trilha ecológica até o mirante Dona Marta. Na parte da tarde, al-moço e roda de samba no campinho do pico. Na ocasião, será come-morado os 60 anos de morro do seu Manoel Isidoro, o morador vivo mais antigo do alto do Santa Marta.

Programa de domingo

Proibição de vans na Zona Oeste

Parada Gay

Foi proibida pela pre-feitura, no último sá-bado (12), a circula-ção de vans em algu-mas vias da zona oes-te. O impedimento abrange Barra da Tiju-ca, Jacarepaguá e Re-creio. A medida, que faz parte da 2ª etapa do plano de Sistema de Transporte Público Local (STPL), provo-cou diversos protestos na região durante a se-mana. De acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, as manifesta-ções são promovidas por milicianos.

A 18ª Parada do Orgu-lho LGBT aconteceu em Copacabana no úl-timo domingo (13). A parada teve como lema “somos milhões de vozes” e contou com a participação de 50 ritmistas da man-gueira, além do Pink Block, espalhando o “glitter vandalismo” pela avenida.

FATOS EM FOCO

“O crime de apropriação indébita se tornou uma prática comum nesse setor”

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 brasil |

Patrimônio público foi privatizado por FHC

Márcio Zontacorrespondente no Pará

A mineradora Vale prepara outro Programa Grande Carajás. A em-presa vai explorar, a partir dos próximos anos, uma jazida de minério de ferro considerada a maior do mundo, na Serra Sul de Carajás, no Pará.

O projeto conhecido como S11D, já em fase de implantação, será o maior investimento de uma em-presa privada no setor mi-neiro no Brasil. São 40 bi-lhões de reais destina-dos às novas mina, usina e logística, que envolvem a expansão da Estrada de Ferro de Carajás -EFC e a ampliação do Porto de Itaqui, em São Luis (MA).

Em 2016, o Projeto Fer-ro Carajás S11D terá uma estimativa de extração de 90 milhões de tonela-das métricas de minério de ferro, quantidade sufi -ciente para preencher 225 navios conhecidos como Valemaz, o maior mine-raleiro do mundo.

Com o S11D e o Pro-jeto de Ferro Serra Nor-te, efetivado desde 1985, a Vale passará a explo-rar, na Serra de Carajás, 230 milhões de tonela-das métricas de minério anualmente. A produção atual é de 109 milhões de toneladas por ano.

Embora a minerado-ra trate o S11D como uma novidade e parte da im-

prensa nacional frise o empreendimento como a redescoberta de Carajás, a exploração da Serra Sul estaria há muito tempo nos planos da Vale.

É o que denota um ma-pa (veja ao lado), ao qual a reportagem do Brasil de Fato teve acesso, elabora-do pela então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) – antiga estatal – em 1984, em que o plano de extra-ção do corpo mineral da parte sul da Floresta Na-cional de Carajás já está presente.

Para especialistas, o mapa evidencia ain-da com mais clareza a escandalosa privatiza-ção fraudulenta da Va-le e aponta para um dos maiores saques de mi-nério do mundo.

“A Vale sempre falou nesse projeto, a empresa sabia de sua capacidade antes mesmo da privati-zação”, ressalta Frederi-co Drummond Martins, analista ambiental, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-diversidade, responsável pela Floresta Nacional de Carajás.

O novo velho projeto

No Relatório de Im-pacto Ambiental do Pro-jeto Ferro Carajás S11D, a Vale menciona que os trabalhos de pesquisa re-alizada na jazida mine-ral da Serra Sul tiveram

Vale, o maior saque do mundo09

Agência Vale

Arte Marcelo Cruz

ESPOLIAÇÃO Mapa mostra que maior projeto de minério do mundo, o S11D, já estava projetado na década de 1980

A mineradora foi vendida por R$ 3,3 bilhões, enquanto o valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões; ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago

do Pará

Em 1997, a minera-dora foi incluída no Pla-no Nacional de Desesta-tização (PND), uma polí-tica implantada pelo en-tão presidente Fernando Henrique Cardoso (PS-DB), que visava privati-zar 70% do patrimônio nacional para pagamento da dívida brasileira.

A mineradora foi ven-dida por R$ 3,3 bilhões. O valor estimado na época do leilão era de R$ 92 bilhões, ou seja, valor 28 vezes maior do que o que foi pago pela empresa.

Porém, o critério de avaliação do valor da mi-

neradora, escolhido pe-los bancos (entre eles o Bradesco), considerou apenas o fl uxo de caixa existente no momento da

inicio no fi nal dos anos de 1960. Porém, o do-cumento cita que foram entre os anos de 2003 e 2007 que se aprofunda-ram os estudos no bloco D, do corpo S11.

Segundo a notifi ca-ção, somente em 2008 o resultado da análise das amostras indicou uma reserva de minério lavrá-vel de um montante de 3,4 bilhões de toneladas de minério no local.

Porém, para Frederico, muito antes disso, a mine-radora teria conhecimen-to da quantidade de mi-nério na região a ser futu-ramente explorada. “Não só a empresa, mas o go-verno brasileiro também sabia. Na época da priva-tização, a Vale já possuía decreto de lavra para a Serra Sul”, denuncia.

As obras para o ra-mal ferroviário, esten-dido da EFC até a jazida da Serra Sul, conseguido há pouco pela Vale, nu-ma licença junto ao Iba-ma (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-váveis), são apontadas no mapa de 1984 e cita-das na legenda do gráfi -co como “Ramal Ferro-viário Projetado”.

Dessa forma, o mapa aponta que existia uma pré-concepção de explo-ração da S11D, ressaltan-do ainda mais a espolia-ção que signifi cou a pri-vatização da Vale.

Projeto Ferro Carajás S11D, em Canaã dos Carajás (PA)

Plano de extração do corpo mineral da parte sul da Floresta Nacional de Carajás, de 1984

Esse projeto de novo não tem nada, quando compraram o subsolo da Serra de Carajás na privatização eles já tinham conhecimento desse tanto de minério

aquisição, sem levar emconsideração o potencialdas jazidas processadasda Serra Norte e o imensopoderio da reserva mine-ral da Serra Sul, estimadoem 10 bilhões de tonela-das de minério.

“Esse projeto de no-vo não tem nada. Inclu-sive, quando compraramo subsolo da Serra de Ca-rajás na privatização, elesjá tinham conhecimen-to desse tanto de minério,o mapa é claro e mostraisso. É o maior saque deminérios do mundo”, in-digna-se Raimundo Go-mes Cruz, sociólogo doCentro de Educação, Pes-quisa e Apoio Sindical(Cepasp) no Pará. (MZ)

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | mundo

NOS ESTADOS UNIDOS Cerca de 24% das famílias de pessoas que trabalham nesses restaurantes recebiam cupons de comida do governo durante os anos analisados (de 2007 a 2011)

Um em cada cinco atendentes de fast-food vive na pobreza

de São Paulo (SP)

Ao entrar em um res-taurante de fast-food nos Estados Unidos, uma pes-soa tem uma chance em cinco de ser atendida por um empregado com ren-da abaixo da linha da po-breza do país.

Segundo pesquisa di-vulgada na última ter-ça (15) pela Universida-de de Berkley, na Cali-fórnia, e pelo Departa-mento de Planejamen-to Urbano e Regional da Universidade de Illinois, 20% desses trabalhado-res vivem na pobreza. 

De acordo com a aná-lise, mais da metade dos atendentes das redes de fast-food (52%) são con-templados por um ou mais programas sociais do governo, comparados a 25% da força de trabalho como um todo.

Por causa dos baixos salários pagos aos empre-gados, que precisam re-correr à assistência social, a indústria de fast-food custa quase 7 bilhões de dólares por ano (o equiva-lente a R$ 15 bilhões) aos cofres públicos.

Entre os programas de assistência governamen-tal estão o Medicaid (se-guro de saúde para pes-soas necessitadas) e o

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Steve Rhodes/CC

Reprodução

Trabalhadores protestam diante de Loja do McDonalds estadunidense

O empresário fi nlandês Anders Wiklöf

A maioria das pessoas acha que empregos em redes de fast-food são dominados por adolescentes, mas mais da metade desses trabalhadores é adulta

Na Finlândia, milionário é multado em R$ 280 mil por dirigir acima do limiteTRÂNSITO Lei local permite que governo aplique punição aos infratores com valores proporcionais ao patrimônio e à renda

de São Paulo (SP)

A polícia da Finlândia multou em 95 mil euros (cerca de R$ 280 mil) An-ders Wiklöf, mega empre-sário do país, por dirigir a 77 km/h em local que o li-mite permitido era de 50 km/h, divulgou ontem (16) a imprensa europeia.

O valor da punição se deve à legislação fi nlan-desa, que estabelece que infrações consideradas graves devem ser cobra-das proporcionalmente ao patrimônio e à renda do infrator.

A lei prevê que diri-gir acima de 15% do va-lor permitido é um ex-cesso abusivo. Para es-se tipo de caso, o gover-

no tem acesso ao impos-to de renda do infrator e calcula a multa confor-me seus rendimentos.

Embora admita ter dirigido acima da velo-ciadade, Anders Wiklöf contesta que a multa é excessiva e a atual legis-

lação é “injusta”.“Na Suécia, a mul-

ta seria de aproximada-mente 450 euros. A di-ferença é enorme. Não posso acreditar que um infrator daqui seja mais infrator do que o de lá”, criticou Wiklöf .

Chip (Programa de Segu-ro de Saúde Infantil, na sigla em inglês).

Além disso, 24% das fa-mílias de pessoas que tra-balham nesses restauran-tes recebiam cupons de comida do governo du-rante os anos analisados (2007 a 2011).

A pesquisa foi publica-da depois de milhares de empregados dessas redes terem saído às ruas por meses pedindo melhores salários.

Muitos afi rmaram que-rer que o pagamento fos-se elevado para 15 dó-lares por hora. O salário médio desses trabalha-dores à época da pesqui-sa era de 8,69 dólares por hora (R$ 19), para aque-les que trabalhavam 30 horas por semana. A As-sociação Nacional de Restaurantes dos EUA, espécie de sindicato, não comentou os dados. 

Adultos sem fi lhosO relatório trouxe, ain-

da, uma informação que pode ser considerada sur-preendente por muitos: a maioria das pessoas acha que empregos em redes de fast-food são domi-nados por adolescentes, mas, na verdade, grande parte desses trabalhado-res é adulta.

Cerca de 23% dos aten-dentes têm entre 16 e 18 anos, enquanto 26% são adultos com fi lhos. Mais da metade, entretanto, é constituída de adultos sem fi lhos.

No começo deste ano, empregados de fast-food de 60 cidades dos Esta-dos Unidos entraram em greve para exigir paga-mentos mais altos, para que não tivessem de se apoiar em programas go-vernamentais. Eles pla-nejam outras ações ain-da para esta semana. (Opera Mundi)

“Eu preferiria doar es-se dinheiro para os ido-sos, doentes ou pessoasque precisam do dinhei-ro no país.”

Segundo informa-ções do jornal El Mundo,em 2002, outro milioná-rio fi nlandês, Anssi Van-joki, foi multado em 116mil euros (cerca de R$342 mil) após pilotar umamoto a 25 km/h acima dolimite permitido.

A título de compara-ção, no Brasil, transitar a50% da velocidade per-mitida é considerado in-fração gravíssima. Pararicos ou pobres, a mul-ta é de R$ 574,61 e, alémdisso, o motorista tem acarteira suspensa. (Ope-ra Mundi)

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 cultura |

O centenário de ViniciusCOMPANHEIRO Amigos revelam mais esse lado do Poetinha, que completaria aniversário neste sábado

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Reprodução

Ricardo Alfi eri/CC

Vinicius de Moraes, autor de clássicos como Chega de saudade e Garota de Ipanema

Vinicius, o único poeta que vivia como poeta

Fran Ribeirodo Rio de Janeiro (RJ)

Às vésperas dos 100 anos de seu nascimen-to, celebrado neste sába-do (19), como lembrar de Vinicius de Moraes? Po-eta, músico, crítico de ci-nema, compositor, pro-dutor, diplomático? O certo é que ele está cada vez mais vivo.

Dentre todas as facetas de um dos maiores no-mes da cultura brasileira, amigos mais íntimos des-tacam uma característi-ca: o Poetinha era, sobre-tudo, um companheiro, um amigo.

“Vinicius era aindamuito melhor como com-

panheiro do que como poeta, do que como mú-sico. Era um homem mui-to especial, um mari-do atencioso, gentil. Um amigo maravilhoso”, reve-la a jornalista Gilda Mat-toso, sua nona e última esposa, que viveu com ele

“Vinicius era ainda muito melhor como companheiro do que como poeta, do que como músico”, diz sua última esposa

seus anos fi nais de vida.A opinião de Maria Lú-

cia Rangel – fi lha de Lú-cio Rangel, jornalista que, em 1956, apresentou Vi-nicius ao seu principal parceiro, Antonio Carlos Jobim –, é semelhante.

“Eu destaco o poeta, o músico e o amigo. Essa trindade maravilhosa. Ele dava muito da poesia e da música para os jovens. Quando ia fazer 50 anos, disse que estava muito deprimido porque já ti-nha chegado aos dois ter-ços da vida, ele já estava se achando velhíssimo. E foi ali que ele conheceu Edu Lobo, Francis Hime, vários outros jovens e ele adorava.”

Vinicius deixou o terno e a gravata pela artePoeta trocou o Direito pela arte

Nascido no Rio de Ja-neiro, o botafoguense co-meçou a criar suas pri-meiras poesias e músicas ainda na adolescência. Formado em Direito, tor-nou-se diplomata e traba-lhou para o Itamaraty.

Porém, Carlos Lyra, um dos percussores da Bossa Nova e seu amigo pesso-al, revela que ele não gos-tava da profi ssão.

“Ele era advogado, mas não gostava de ser diplo-mata, de ser embaixa-dor. Não gostava de estar de terno e gravata. Gosta-va mesmo era de ser po-eta. Não é à toa que Car-los Drummond de Andra-de dizia que Vinicius era o único poeta que vivia co-

mo poeta”, disse.Lyra, hoje com 77 anos,

também enaltece as vá-rias potencialidades do Poetinha.

“Primeiro, era o meu parceiro, o compositor mais importante da mi-nha carreira. Depois, vi-nha o Vinicius amigo. Em terceiro, o mentor, o edu-cador. Aprendemos mui-to com ele. Em uma con-versa mais sincera, podia-

se perceber como ele era um homem incrível, ri-co de cultura, mas mui-to simples. Suas afi rma-ções e ideias tinham mui-ta profundidade”, conta.

O trabalho com a di-plomacia permitiu a Vi-nicius conhecer vários países.

Apaixonado por cine-ma, em sua temporada em Hollywood, conheceu Orson Welles, que o teria

aconselhado a não estu-dar cinema.

Porém, isso não o afas-tou de ser tornar um im-portante crítico da in-dústria cinematográfi ca, muito infl uenciado por sua  segunda  esposa, Lila Bôscoli.

De volta ao Brasil, Vini-cius parte para uma tem-porada na Bahia. Suas tardes de contemplação fi cariam eternizadas em mais uma composição, dessa vez com Toquinho.

O poeta adquiriu um perfi l de projetista, che-gando a desenhar sua ca-sa baseado na beleza da Tarde em Itapuã, título da famosa música. Além disso, na Bahia, passa a reforçar a sua adoração aos orixás e à língua Na-gô, já antes cantadas em composições com Baden Powell. (FR)

Alana Gandrado Rio de Janeiro (RJ)

Apaixonado pela ci-dade do Rio, as compo-sições de Vinícius são uma ode à beleza da ci-dade e ao povo cario-ca. Em 1956, conheceu Jobim, com quem mu-sicou letras para a pe-ça teatral Orfeu Negro, inspirada na mitolo-gia de Orfeu e Eurídice e adaptada para a rea-lidade das favelas. Na-quele mesmo ano, ela seria encenada apenas por atores negros no Te-atro Municipal, algo im-pensável para a época.

A amizade afi nada entre ele e Jobim ren-deria composições que

fortaleceram a Bos-sa Nova como um mo-vimento genuinamen-te brasileiro. Apesar da série de homenagens que acontecem para lembrar o Centenário do Poetinha, Maria Lú-cia Rangel critica a falta de reconhecimento do poder público do Rio.

“Estou perceben-do como as pessoas es-tão muito interessadas em sua obra, na impor-tância dela. Mas é tris-te ver que a cidade es-tá na direção contrária. A prefeitura não conse-gue render uma home-nagem. Chegou a ser anunciado um musical para a praia de Ipane-ma, mas logo depois foi cancelado pelo prefei-to Eduardo Paes (PM-DB). Isso é negar a pró-pria história cultural da cidade”, conclui Maria Lúcia. (FR)

Vinicius faz parte da beleza cariocaComposições são uma ode ao Rio de Janeiro

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | cultura

ARTE URBANA NO TERRAÇOO rapper Xará será a atração de outubro no evento que reúne ma-nifestações artísti-cas de rua. A proposta de organizar o circui-to de cultura indepen-dente tem como obje-tiv oferecer um espaço de interação entre ar-tistas, produtores, gru-pos culturais e o públi-co. Evento gratuito, su-jeito à lotação do local. Domingo (20), às 17h. Imperator - Centro Cultural João Noguei-ra, Rua Dias da Cruz, 170 – Meier.

SANGUE RUIMEm cartaz no Museu da Vida, a peça Sangue ruim debate os precon-ceitos e os equívocos sobre a Aids. Partin-do das diferenças en-tre as origens e trajetó-rias das personagens, questões relacionadas à transmissão, preven-ção e ao tratamento da doença são abordadas por um viés crítico. En-trada gratuita. Em car-taz até 06/12, quin-tas e sextas às 10h30 e às 13h30. Fiocruz, Av. Brasil 4365 – Mangui-nhos.

HIP-HOP NA LAPAO tradicional rap das noites de sexta volta às ruas da Lapa em mais uma temporada. Con-

frevo, break, samba, en-tre outros.

O fi lme traz desde as celebridades do passi-nho, como Cebolinha e Gambá, até os organi-zadores e a responsá-vel pelas páginas online. O fi lme traça a trajetó-ria de uma afi rmação da cultura popular carioca diante da sua margina-lização.

Por meio da internet e de muito esforço, esses jovens, que são a primei-

12

A batalha do passinho

tando com discoteca-gem, rimas improvisa-das e altas performances, o evento reúne artistas e amantes da cultura de diversos cantos da cida-de. Evento gratuito. Rua Joaquim Silva, em frente ao nº 25 – Lapa.

RESISTIR É PRECISOA exposição Resistir é preciso reúne obras e documentos produzidos na época da ditadura. A mostra exibe um acer-vo que reconta a mili-tância dos artistas no período do regime mili-tar no Brasil. Em cartaz até 06/01, todos os dias, menos às terças-feiras, das 9h às 21h. Centro Cultural Correios, Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro.

“ROQUE PENSE!”Com o tema “Nas ruas, no ano da cultura alter-nativa na Baixada Flu-minense”, o festival mu-sical antissexista “Ro-que Pense! – mulheres, guitarras e novas ideias” acontece no próximo fi -nal de semana. O evento é uma proposta de de-bate sobre o protagonis-

timento para fenômeno artístico difundido para todo o mundo.

Por meio da voz dos meninos e meninas en-volvidos, o documentá-rio relata como se confi -gurou o fenômeno. Des-de seu início, quando era pouco conhecido, até quando virou febre nas redes sociais, exibin-do os diferentes rumos que toma nos dias atu-ais, com a mistura de in-fl uências resgatadas do

Divulgação Divulgação

Divulgação Divulgação

Xará, no Arte Urbana no Terraço

Roque Pense!, no Paço Municipal

Passinho: cultura popular carioca

Sangue Ruim, no Museu da Vida Resistir é preciso, no Centro Cultural Correios

AGENDA

Mariane Matosdo Rio de Janeiro (RJ)

Chega às salas de ci-nema do Rio de Janeiro o fi lme que retrata a mani-festação cultural carioca conhecida como “bata-lha do passinho”. Selecio-nado como melhor fi lme da Mostra Novos Rumos, no Festival do Rio 2012, o longa, do cineasta Emílio Domingos, resgata co-mo o passinho passou de simples forma de diver-

DOCUMENTÁRIO Manifestação cultural tipicamente carioca chega aos cinemas

João Xavi

mo da mulher na cultu-ra urbana. Por meio do universo musical e cul-tural, o festival levanta questões acerca da dis-criminação por gênero e a afi rmação do direito das mulheres. Entrada gratuita. 18 a 20 de ou-tubro. Paço Municipal. Mais informações: ro-quepense.com.br.

YOUPIXNeste fi m de semana, acontece no Rio de Ja-neiro um festival para discutir internet e com-portamento digital. O evento trará discussões sobre o mundo virtual e os movimentos cultu-

rais que nascem e se es-palham na rede. Entrada gratuita. 18 e 19 de ou-tubro, a partir das 13h.

Centro Cultural Ação da Cidadania – Centro. Ins-crições e programação: youpix.com.br

ra geração do passinho, conseguiram mostrar ao mundo a força da cultu-ra das comunidades. Pa-ra o diretor do fi lme, “o passinho consegue que-brar o estigma do funk que o preconceito tenta limitar”.

Fica evidente, no de-correr do documentário, que muito mais do que uma dança ou uma mo-da temporária, o passi-nho se tornou um estilo de vida.

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 variedades | 13

HORÓSCOPO

Bom momento para cuidados extras com a saúde e com o corpo, priorizando hábitos mais saudáveis. Semana para valorizar convívios soci-ais. Dobre a atenção com a ansiedade. Na vida amorosa, surpreenderá com simplicidades.

Áries(21/3 a 20/4)

Cuidado com as palavras e com a maneira de se expressar. Momento para a retomada de planos antigos. Evite ações consumistas, tenha mais cuidado com as despesas. No amor, evite exagerar em críticas ou com exigências.

Câncer(21/6 a 22/7)

Período para amenizar desgastes. O momento do ano é para refl etir e até evitar sacrifícios. Semana importante para decisões que envolvam projetos pessoais. No amor, procure conversar mais sobre liberdade e costumes da vida afetiva.

Libra(23/9 a 22/10)

Semana traz tendência para se envolver mais com temas fi losófi cos, culturais ou que acrescentem seus conhecimentos. Período importante para terapias e algo que recarregue as energias. No amor, momen-to importante para lidar com alguns segredos.

Capricórnio(22/12 a 20/1)

Momento exige maior paciência com as pessoas com quem convive mais. A convivência com as pessoas que mais gosta é propensa à maior exposição de sentimentos. No amor, procure se afastar de antigos sentimentos.

Touro(21/4 a 20/5)

Momento favorece para projetos antigos. Há tendências para consolidar questões materiais ou que envolvam suas fi nanças. Cuide para não ser tomado por consumismo ou despesas supérfl uas. No amor, evite posturas pegajosas.

Leão(23/7 a 22/8)

Semana importante para ponderar seus pensa-mentos e a maneira de expressá-los. A retom-ada de amizades e novas convivências trarão momentos especiais. No amor, evite ser demais exigente e cuidado com os exageros.

Escorpião(23/10 a 21/11)

Semana traz infl uência positiva para interação social, convivência com antigos amigos e novos contatos de amizade. Bom para mudar a maneira de lidar com as relações mais próximas. Na vida amorosa, os momentos íntimos estarão mais intensos.

Aquário(21/1 a 19/2)

Período bom para esclarecer assuntos pen-dentes. Questões familiares e mudanças ligadas à rotina doméstica tomarão maior foco para escla-recer pendências. No amor, cuide para não exag-erar em manias ou se portar de forma implicante.

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Semana é de refl exão sobre atos e práticas cotidianas. Cuide para não querer resolver tudo de maneira ansiosa. Momento para saber lidar de forma paciente com as diferenças. No amor, seja generoso, mas atenção com os abusos.

Virgem(23/8 a 22/9)

Semana requer mais atenção para não se deixar mover por atitudes radicais. Período se destaca por mudanças e momentos marcantes. No amor, cuidado com os gestos de ciúme, confi dências e evite posturas dramáticas.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Momento bom para aproveitar mais o lazer. Fique atento para não agir de maneira inconse-quente ou individualista. Na vida amorosa, seja mais prestativo, atencioso e procure surpreender de maneira positiva quem você gosta.

Peixes(20/2 a 20/3)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

BANCO 46

Gêneromusical

dos Racio-nais MCs

Pedido derevisão de

decisãojudicial

Endereçoda lojavirtual

(internet)

Cidadenatal dePaulo

(Bíblia)

Cartão (?),item dacâmeradigital

(?) Público:fiscaliza o cumprimen-to das leis

(?)-8,grupo dos

paísesricos

Armaportátil

em formade tubo

Ritual de entradana univer-

sidade

A força"mágica"da benze-

deira

(?) pois,expressãotípica dePortugal

Sem (?):inédito

(?) de reservista: atesta o cumprimento

do serviço militar

Atorbrasileiro de "Ca-

randiru" e "300"

O gol, para o atacante (fut.)

Capacitar

(?)-USP:primeiraescola de Engenhariado Estado

de SãoPaulo

São fontede diversãoem cassi-nos e po-dem envol-ver dados,roleta oubaralho

Estúpido (fig.)

Matériade jornal

Dentro de, emfrancês

RioGrande doSul (sigla)

TítulobritânicoTecido decasacos

Rio que banha o Cairo

Ponto turístico carioca naFloresta da Tijuca, era o local

de almoço campestre danobreza

Titânio(símbolo)Siga emfrenteElemento

natural aque o algo-dão-docese asse-melha

A região dos LençóisMara-

nhenses

A ave queparticipa de torneiosde cantoA primei-ra vogal

Ser, eminglês

Anseio do ganancioso

Emprego;aplicaçãoDígrafo

de "osso"

Relativosa dinheiro"(?) Brasil",programa

2/be. 4/dans — poli. 7/recurso. 10/ministério — precedente. 15/mesa do imperador.

Solução

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ASTROLOGIA - Semana de 17 a 23 de outubro Semana traz elementos de infl uências que ajudam em decisões; tendências para exercitar suas crenças e também a espiritualidade

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | esporte

VÔLEI DE PRAIA Terceira etapa da edição 2013/2014 acontece em arena montada entre as praias de Copacabana e do Leme

Alison e Lili já disputaram 99 etapas do torneio

Rio recebe Circuito Banco do Brasil Open

14

CBV

CBV

COB

Arena montada entre as praias de Copacabana e do Leme para receber a competição

Alison e Lili, perto de completar 100 jogos no torneio

Competição ofi cial do calendário da Federa-ção Internacional em 2013, a Copa Brasil In-ternacional de Luta Olímpica está confi r-mada para acontecer entre os dias 28 e 30 de novembro. Assim co-mo no ano passado, o Cefan (Centro de Edu-cação Física Almiran-te Adalberto Nunes), no Rio de Janeiro, se-rá o palco da competi-ção. Países como Rús-sia, Canadá, Colômbia e Argentina já demons-traram interesse em participar e a expec-tativa é que mais paí-ses venham conhecer melhor a próxima sede olímpica.

Luta olímpicaem novembro

Ontem (16), o Vasco entrou no gramado de São Januário precisan-do vencer o Kinder-man-SC para se clas-sifi car para a próxima fase do Campeona-to Brasileiro Feminino sem depender de ou-tros resultados. No en-tanto, o empate de 1 a 1 no fi nal dos 90 mi-nutos, aliado à vitória de São José por 3 a 0, eliminou a equipe vas-caína pelo critério de saldo de gols. Mesmo estando à frente do placar na maior par-te do tempo, o que lhe garantia a classifi ca-ção, o Gigante da Co-lina sofreu frustrante gol no último lance do jogo, de pênalti, para desolação das atletas cruzmaltinas. As du-as equipes precisavam da vitória para a clas-sifi cação.

Vasco empata e é eliminado

FATOS EM FOCO

da Redação

Depois do Grand Slam de São Paulo do Circui-to Mundial, com o ouro de Bruno Schmidt/Pedro Solberg e o bronze de Ága-tha/Maria Elisa, as aten-ções nas areias se voltam novamente para o Circui-to Banco do Brasil Open, importante competição do vôlei de praia brasilei-ro. A terceira etapa será disputada de sexta (18) a

domingo (20), no Rio de Janeiro, na arena monta-da entre as praias de Co-pacabana e do Leme, em frente à Avenida Princesa Isabel. Todos os 20 atletas que defenderam o Brasil na capital paulista partici-parão da competição.

Com mais vitórias nas areias do Estado do Rio, a dupla formada por Adriana Behar e Shelda (RJ/CE) conquistou oito títulos em sequência, de

1996 a 2004. Entre os ho-mens, o grande campeão é o cearense Márcio, vi-torioso quatro vezes, em quatro diferentes cida-des e com três parcei-ros distintos: com Ben-jamin em, 99 (Niterói) e 2003 (Rio); Fábio Luiz, em 2007 (Cabo frio) e Ri-

da Redação

Os dois iniciaram su-as carreiras no vôlei de praia em 2005. Oito anos depois, Alison e Lili che-gam ao Rio de Janei-ro para completar 100 participações na histó-ria do torneio. Para com-pletar a coincidência, os dois estão na liderança do ranking da tempora-da, ao lado dos respecti-vos parceiros Emanuel e Rebecca.

Nas 99 etapas que dis-putou, o capixaba Alison tem computadas 309 vi-tórias e 40 pódios, sendo

19 títulos, oito segundos lugares e 13 terceiros. Já é bicampeão brasileiro, com as conquistas em 2009, ao lado de Harley,

e 2011, com Emanuel. O Mamute, como é co-nhecido devido aos seus 2,03m, 102Kg e um blo-queio poderoso, fi cou

Atletas podem atingir marca centenária nas areias cariocas

cardo, em 2010 (Búzios).No masculino, partici-

pam 16 duplas: as 12 pri-meiras do ranking e ou-tras quatro convidadas pela Confederação Brasi-leira de Voleibol (CBV). Já no feminino, são 12 par-cerias, com as nove me-lhores do ranking e três

convidadas. Na primei-ra etapa, em Recife (PE), quem largou na frente na temporada foram Ali-son/Emanuel (ES/PR) e Talita/Taiana (AL/CE). Já em Vitória (ES), título para Evandro/Vitor Feli-pe (RJ/PB) e Lili/Rebecca (ES/CE). (CBV)

até surpreso ao saber da marca que está prestes a atingir.

“Fico muito feliz por saber que atingirei essa

marca tão expressiva. Eu me lembro bem da mi-nha primeira etapa, em Londrina (PR), em 2005, quando jogava com o Vi-nícius”, lembrou o joga-dor de 27 anos.

Já Lili, uma das pri-meiras atletas do Proje-to Renovação de Vôlei de Praia, da CBV, soma 180 vitórias em 99 etapas dis-putadas. A capixaba, que completará 26 anos no próximo dia 26, subiu ao pódio 11 vezes, com dois ouros, cinco pratas e quatro bronzes. Aliás, ela defende o título conquis-tado no Rio de Janeiro na temporada 2012/2013, já ao lado da parceira Re-becca. A outra conquis-ta veio na etapa passada, dentro de casa, em Vitó-ria (ES). (CBV)

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Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 esporte |

Juninho e Jomar reforçam time do Vasco em Macaé

da Redação

O time do Vasco que pega o Goiás hoje (17), às 19h30, em Macaé (RJ), tem pelo menos duas bo-as novidades para o tor-cedor: as voltas do meia Juninho e do zagueiro Jomar, confi rmados pe-lo técnico Dorival Júnior após o treino de ontem.

O defensor volta após cumprir suspensão auto-mática pelo terceiro car-tão amarelo recebido na vitória contra o Flumi-nense. Já Juninho tam-bém fi cou de fora da últi-ma partida, contra o Cri-ciúma, por conta de pro-blemas musculares.

Com 32 pontos con-quistados em 28 jogos, o Vasco segue na zona da degola, enfrentando Goiás, com 40 pontos, em situação mais con-fortável.

Apesar da situação difícil, a torcida botafo-guense tem compareci-do às bilheterias do Mo-

da Redação Para o técnico botafo-

guense Oswaldo de Olive-ra, a partida de hoje (17), contra o Vitória, no Barra-dão (BA), às 21h, é impor-tante para garantir as am-bições de seu time. Ainda mais quando o adversário está motivado pela chan-ce de conquistar uma va-ga no G-4, passaporte pa-ra a Libertadores.

Apesar disso, o treina-dor está feliz com a pro-dução de seus comanda-dos e acredita que o gru-po voltará a render. Para justifi car o estado de es-

15

opinião | Bruno Porpetta

ROMÁRIO desceu o sar-rafo em Ronaldo e Bebe-to, ambos membros do Comitê Organizador Lo-cal da Copa do Mundo (COL).

Afi rmou que “ou eles não sabem o que es-tá acontecendo, ou es-tão fi ngindo que não sa-bem” e completou di-zendo que “de qualquer forma, isso é ignorância”.

O Baixinho se equivo-ca nesta avaliação. Eles sabem muito bem o que está acontecendo.

Bebeto é deputado estadual no Rio de Ja-neiro, no momento em que o estado está em ebulição política por conta das manifesta-ções em defesa da edu-cação, que desvelaram a questão da violência po-licial e o desrespeito aos preceitos constitucio-nais mais elementares.

Seu papel, além de legislar, é o de fi scali-zar o poder executivo. No entanto, Bebeto faz parte da turma que vai à Alerj apenas para levan-tar o braço quando o go-verno manda.

Sua página de proje-tos na internet é só um monte de letras emba-ralhadas.

Seu mandato tem pouco destaque e a oca-sião da Copa do Mundo parece ideal para apare-cer um pouco, às véspe-ras de um ano eleitoral.

O empresário Ro-naldo é outro que sabe bem o que está acon-tecendo. Um craque com o histórico de su-peração que tem só po-deria se tornar o ídolo mais popular dos últi-mos tempos em nosso futebol. No mundo dos negócios, popularidade vale muito dinheiro.

Não à toa é cogitado para a CBF. A soma de prestígio, talento com a bola e conhecimento sobre o meio dos negó-cios do futebol dá o pro-duto perfeito para que os mesmos continuem mandando no futebol.

Ou seja, ninguém aí está de bobeira.

Nem nós.Bruno Porpetta é autor do blog

porpetta.blogspot.com

Ignorância conveniente

brasileirão | 30ª rodada

XCorinthians CriciúmaSáb | 19/10 | 21h00 | A DEFINIR

XNáutico SantosSáb | 19/10 | 18h30 | Arena Pernambuco

XFluminense Ponte PretaSáb | 19/10 | 18h30 | Maracanã

XAtlético-MG FlamengoDom | 20/10 | 16h00 | Independência

XGoiás Atlético-PRDom | 20/10 | 16h00 | Serra Dourada

XInternacional GrêmioDom | 20/10 | 16h00 | Estádio do Vale

XBahia São PauloDom | 20/10 | 16h00 | Fonte Nova

XBotafogo VascoDom | 20/10 | 18h30 | Maracanã

XCoritiba CruzeiroDom | 20/10 | 18h30 | Couto Pereira

XPortuguesa VitóriaDom | 20/10 | 18h30 | Canindé

Marcelo Sadio/vasco.com.br

BRASILEIRÃO Equipe cruz-maltina pega o Goiás logo mais no Moacyrzão

OTIMISMO Oswaldo de Oliveira acredita no trabalho desenvolvido pelo grupo

Juninho treinou e está liberado para o jogo

Moacyrzão | Macaé (RJ) | 17/10 | 19h30

XGoiásVasco

FICHA TÉCNICA

XBotafogoVitória

Barradão | Salvador (BA) | 17/10 | 21h00

FICHA TÉCNICA

acyrzão em bom núme-ro e prometendo apoiar a equipe que busca es-capar do fantasma do rebaixamento.

Jogo difícil“Goiás e Vasco vão jo-

gar suas vidas”, disse o técnico esmeraldino En-derson Moreira. “Creio em partidas mais difí-ceis do que as duas reali-zadas no Serra Dourada”, completou.

O meia David, à dis-posição do treinador pa-ra a partida, afi rmou que a equipe está concentra-da para o jogo. “Para nós, são pontos muito impor-tantes. Temos de saber jogar esse jogo tão difí-cil, fazer o nosso jogo pa-ra buscar um bom resul-tado”, disse.

No primeiro encontro, pelo Brasileirão, as equi-pes empataram em 1 a 1. Pelas quartas de fi nal da Copa do Brasil, o Goiás levou a melhor, vencen-do por 2 a 1.

pírito, Oswaldo lembra as conquistas recentes des-ses jogadores, campeões cariocas e classifi cados para as quartas de fi nal da Copa do Brasil.

“O otimismo sai prin-cipalmente daquilo que

foi conquistado com tra-balho durante a tempo-rada. Os jogadores já pas-saram por experiência se-melhante e sabiam que esse grupo ia dar resulta-dos”, disse o técnico.

Mas existem alguns

problemas. Jeff erson, queainda retorna da Chinacom a Seleção Brasilei-ra, está de fora. Já Lodei-ro, que estava na seleçãouruguaia, será aguardadoaté o último instante.

“Nesse momento, jápenso em todas as alter-nativas. Normalmente, oLodeiro dá resposta posi-tiva, eu o conheço desdeo ano passado e não jo-gou ontem pelo Uruguai.Segue para Salvador ama-nhã e, estando em con-dições, provavelmentevai iniciar a partida. Ain-da não defi ni no lugar dequem”, comentou.

Botafogo pega o Vitória

Page 16: Brasil de Fato RJ - 025

Rio de Janeiro, de 17 a 23 de outubro de 2013 | esporte

Mengão supera “maldição”e vence o Bahia no Maraca

da Redação

O Fluminense perdeu para o Cruzeiro, na noite desta quarta-feira (16), no Mineirão, por 1 a 0, com gol de Borges.

Com a 19ª vitória no Brasileirão, o time minei-ro retomou o caminho de triunfos e chegou aos 62 pontos. O tricolor carioca, por sua vez, segue com 35 pontos, ameaçado pela zona de rebaixamento.

O Fluminense en-trou em campo com uma equipe muito desfalcada, totalizando 12 ausências, algumas novas e outras já antigas, por causa de sus-pensões, lesões e convo-cações para a seleção bra-sileira. E aos 21 min do primeiro tempo, a equi-pe carioca ainda perdeu Wagner, lesionado.

Nos minutos iniciais, o Fluminense deu a im-pressão de que iria en-carar o líder do Brasilei-rão, buscando o ataque. Mas a ousadia tricolor

durou pouco. Aos poucos, o Cruzei-

ro conseguiu encaixar seujogo. E, aos 17 min, gra-ças à insistência e luta deGoulart, a bola sobrou pa-ra Borges, que fi nalizou ecolocou a bola na rede.

O Fluminense, aos 21min, teve de substituirWagner, contundido, porFelipe. E criou boas opor-tunidades para empatar.Aos 22 min, Rafael Sóbischutou com perigo, masmandou a bola para forae, aos 31 min, Lucas Silvaerrou passe, a bola foi cru-zada para Samuel, que, li-vre, fi nalizou errado.

No segundo tempo, ojogo seguiu aberto, comos dois times criando edesperdiçando oportu-nidades.

No fi nal da partida, osjogadores tricolores cer-caram a arbitragem, re-clamando de um possíveltoque de mão do zaguei-ro Bruno Rodrigo. Por is-so, após o jogo terminado,Felipe foi expulso.

da Redação

O Mengão venceu o Bahia por 2 a 1 na noite desta quarta-feira (16), no Maracanã. Com a vitória, o Rubro-negro encerrou uma “maldição” na es-treia de sua nova roupa – predominantemente pre-ta e com imagens que re-metem a pontos turísticos do Rio de Janeiro.

Paulinho e Hernane marcaram os gols que ga-rantiram os três pontos ao time da Gávea na tabela do Campeonato Brasilei-ro; Fernandão descontou para os visitantes.

Com o resultado, o ti-me da Gávea pulou pa-ra o nono lugar e agora se prepara para o confron-to contra o Atlético-MG, no próximo domingo, em Belo Horizonte.

Já a equipe baiana caiu para a 14ª coloca-ção e tentará a recupera-ção contra o São Paulo, no fi m de semana, em jo-go na Fonte Nova.

Jogando em casa, o Fla-

mengo tentou partir para cima no início do jogo. No entanto, uma substituição forçada, logo aos 7 min, fez técnico Jayme de Al-meida rever seus planos.

João Paulo reclamou de fortes dores muscu-lares e foi sacado. André Santos assumiu a late-ral esquerda e Luiz An-tônio, que entrou na va-ga do lesionado, foi para o meio, tornando a equi-

pe mais defensiva.O Rubro-negro teve

boa parte da posse de bola, mas não conseguiu criar chances reais. O Bahia, por sua vez, se fe-chou na defesa e tentava surpreender nos contra-ataques, principalmen-te com o rápido William Barbio.

Na volta do interva-lo, nova mudança no Fla-mengo: Gabriel entrou na

vaga de Carlos Eduardo. Desta vez, porém, a alte-ração fez efeito.

Com uma postura mais agressiva, o Rubro-negro não demorou para chegar ao gol. Aos 6min, André Santos cruzou com perfeição da esquerda e encontrou Paulinho livre dentro da área; o atacante escorou para o fundo das redes, sem chance de de-fesa para o goleiro Marce-lo Lomba.

A vantagem no placar animou o Flamengo, que seguiu pressionando.

Mas foi o Bahia aos 33 min que empatou o jogo. Após boa troca de passes entre Marqui-nhos e Souza, Fernan-dão recebeu pela direita e acertou um belo chute no ângulo de Felipe.

Já nos momentos fi nais - 39 min – Léo Moura che-gou à linha de fundo pelo lado direito e cruzou para Hernane marcar o seu e dar números fi nais ao pla-car, garantindo o triunfo carioca por 2 a 1.

16

BRASILEIRÃO Equipe carioca superou uma estatística de apenas três vitórias em 23 duelos com o modelo alternativo de uniforme

O lateral Léo Moura em lance da partida

Alexandre Vidal/Fla Imagem

Tricolor segue ameaçado pela zona de rebaixamento

Bruno Haddad/Fluminense F.C.

Flu perde e segue ameaçadoBRASILEIRÃO Equipe foi derrotada por 1 a 0 pelo líder Cruzeiro no Mineirão

01FluminenseCruzeiro

X

Kléver; Bruno, Gum, Leandro Euzébio, Ailton (Igor Julião),

Edinho, Jean, Rafi nha (Rhayner), Wágner (Felipe),

Rafael Sobis e Samuel

 Fábio, Mayke, Bruno Rodrigo, Léo, Egídio (Ceará), Nilton, Lucas

Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Willian (Elber) e Borges (Dagoberto)

Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 16/10 | 19h30Gol de Borges (Cruzeiro)

FICHA TÉCNICA12BahiaFlamengo

X

Marcelo Lomba, Madson, Lucas Fonseca, Titti, Raul, Feijão, Rafael

Miranda, Hélder (Anderson Talisca), Wallyson (Marquinhos Gabriel),

William Barbio (Souza) e Fernandão

Felipe, Léo Moura, Chicão, Wallace, João Paulo (Luiz

Antonio), Amaral, Elias (Val), André Santos, Carlos Eduardo (Gabriel), Paulinho e Hernane

Maracanã | Rio de Janeiro (RJ) | 16/10 | 21h50Gols de Paulinho e Hernane (FLA) e Fernandão

FICHA TÉCNICA