Brasil de Fato RJ - 059

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cidades | pág. 6 esporte | pág. 16 brasil | pág. 8 Precisa de pilha? Flamengo perde de novo no Brasileirão e segura a lanterna na competição Plano de saúde é mais caro que a inflação no Brasil Gilvan de Souza/Flamengo Constituinte Já! Plebiscito quer mais mulheres, jovens e negros no poder Divulgação 17 a 23 de julho de 2014 • distribuição gratuita Em Acari, a “Noite Faveleira” é referência para coletivos culturais desde 2011 cultura | pág. 11 Pablo Vergara Zona norte é espaço de resistência cultural entrevista | pag. 4 Professor da USP, Rodolfo Hoffmann, fala sobre distribuição de renda “Bolsa família contribui para redução da desigualdade” Ano 2 | edição 59 NA VÉSPERA E NO DIA DA DECISÃO DA COPA DO MUNDO, o Rio foi palco de uma operação que resultou na prisão de 17 pessoas e também no ataque ao direito de manifestação de outras centenas. Diversas organizações declararam repúdio e afirmaram: o dia da final do evento esportivo foi marcado por uma grave derrota para a democracia brasileira. Pressão de moradores fez poder público priorizar saneamento cidades | pág. 5 cidades | pág. 7 PAC da Rocinha já está em fase de licitação Pablo Vergara Ratão Diniz/Favela Em Foco Governo abusa de poder e agride liberdades individuais na final da Copa Ana Cla udia Nascimento

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cidades | pág. 6

esporte | pág. 16

brasil | pág. 8

Precisa de pilha?Flamengo perde de novo noBrasileirão e segura a lanternana competição

Plano de saúde émais caro que a inflação no Brasil

Gilvan de Souza/Flamengo

Constituinte Já!Plebiscito quer mais mulheres,jovens e negros no poder

Divulgação

17 a 23 de julho de 2014 • distribuição gratuita

Em Acari, a “Noite Faveleira” é referência para coletivos culturais desde 2011

cultura | pág. 11

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Zona norte é espaço de resistência cultural

1 | mundoentrevista | pag. 4

Professor da USP, Rodolfo Hoffmann, fala sobre distribuição de renda

“Bolsa família contribui para reduçãoda desigualdade”

Ano 2 | edição 59

NA VÉSPERA E NO DIA DA DECISÃO DA COPA DO MUNDO, o Rio foi palco de uma operação que resultou na prisão de 17pessoas e também no ataque ao direito de manifestação de outras centenas. Diversas organizações declararam repúdio eafirmaram: o dia da final do evento esportivo foi marcado por uma grave derrota para a democracia brasileira.

Pressão de moradores fez poder públicopriorizar saneamento

cidades | pág. 5

cidades | pág. 7

PAC da Rocinha já está em fase de licitação

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Ratão Diniz/Favela Em Foco

Governo abusa de poder e agride liberdades individuais na final da Copa

Ana

Cla

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Pois é, pessoal! Acabou aCopa. Infelizmente, o resul-tado não foi o esperado pelosamantes brasileiros do fute-bol. A seleção da CBF mon-tada por Felipão deixou a de-sejar, principalmente no meiocampo, e um quarto lugar atéque foi lucro.

Mas e agora que acabou?Bom, do ponto de vista dofutebol, se os brasileiros pre-tendem que nosso esportefavorito volte a ser o que era,precisamos realmente discutirseus rumos. Não dá para aCBF e a cartolagem continua-rem destruindo o futebol bra-sileiro, transformando-o emfonte de lucros.

Mas e do ponto de vistada vida mais geral dos brasi-leiros? Nesse ponto, o jogoagora é outro. Esse ano é no-vamente um ano eleitoral.Mas ainda mais importantedo que isso, é um ano que secoloca uma discussão de pro-jeto de Brasil. Qual o Brasilque você quer para você, seusfilhos, netos, amigos etc.? Estásatisfeito com a saúde, com

a educação, com a moradia,com os transportes ou coma segurança pública? E comsuas condições de trabalhoou com seu salário?

O Brasil precisa fazer gran-des reformas estruturais emtodos os pontos acima men-cionados e em muitos outrosmais. As elites brasileiras sa-bem que para termos saúde,educação, transporte, mora-dia e etc. de qualidade, pre-cisamos redividir as riquezasproduzidas no Brasil. E comoessa redivisão mexeria nosseus lucros gananciosos, es-sas mesmas elites se escas-

telam cada vez mais na po-lítica, na grande mídia e nojudiciário, criminalizando to-das as formas de organização,lutas e demandas do povo.

Foi assim no último sába-do, quando vários ativistasforam presos “preventiva-mente”, isto é, sob frágeis su-posições e apenas porque apolícia e o judiciário acharamque eles poderiam cometeralgum crime. É como se vocêsaísse de casa pela manhã e,sem mais nem menos, fosse

preso porque o Estado achaque você tem jeito de quevai cometer algum crime.Isso foi uma violência contraaquelas pessoas, contra mime contra você e contra a de-mocracia brasileira.

Essa violência faz parte deum esforço muito mais am-plo das elites de não permitirque o povo se organize paramelhorar de vida.

Para a semana de 1 a 7 desetembro, 200 organizaçõesestão construindo um Ple-

biscito Popular pela Consti-tuinte Exclusiva e Soberanado Sistema Político. Não fiquede fora desse jogo. Venha co-nosco construir o plebiscitoe gritar em alto e em bomsom para as elites que achamque são donas do Brasil edas nossas vidas: queremosCONSTITUINTE JÁ!

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 02 | opinião

• Ed

Para anunciar:

Redação Rio:[email protected]

• Ed

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: André Vieira, Bruno Porpetta e Fania RodriguesREVISÃO: Núbia Pimentel COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo VergaraADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO:Stefano Figalo TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

editorial | Rio de Janeiro

“Está satisfeito com a saúde, com a educação, com amoradia, com ostransportes ou com a segurança pública?_________________

PREVISÃO DO TEMPO

Rio de Janeiro, Brasilquinta-feira,17 de julho Sol

28 ºC | F

Acabou a brincadeira

Carta do leitor

Nem tudo está perdido neste nossoquerido Brasil!Tenho em mãos o Brasil deFato RJ. Este sim é um jornalde que precisamos paramostrar uma verdade escon-dida propositalmente pelagrande mídia. Parabéns! É muito importantesua distribuição; eu o recebihoje na Praça Saens Peña.

Cordialmente, MargaridaMaria Andrade de Almeida

SUGESTÕES:redacaorj@

brasildefato.com.br

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“Esses processos [licitações] atrasaram a Refinaria, mas tivemos resultados positivos, com economia de três bilhões de

dólares entre as primeiras propostas e as propostas finais”, disseGlauco Legati, responsável pela Refinaria Abreu e Lima, emPernambuco, em depoimento à CPI da Petrobras no Senado.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 geral | 3

Presença de líderessul-americanos nosegundo dia da 6ªReunião de Cúpula do Brics reforçaaliança do Brasil coma região. Na quarta-feira (16), os 12 paísesda América do Sulparticipam dasdiscussões no Palácio Itamaraty, em Brasília.

Fernando Frazao/Abr

­­­

Ato desolidariedadeà Palestina 1Na próxima sexta-feira(18), a partir das 19 horasserá realizada na sede doSindicato carioca, ruaEvaristo da Veiga 16, no17º andar, ato de solida-riedade aos palestinosque estão sendo vítimasde um massacre promo-vido por Israel na Faixade Gaza.

Palestina 2O ato é uma iniciativada Comissão de Defesada Liberdade de Im-prensa e Direitos Huma-nos da ABI, do Sindicatode Jornalistas Profissio-nais do Município do Riode Janeiro e do Sindicatode Jornalistas Profissio-nais do Estado do Rio deJaneiro.

Palestina 3Do debate participarão aprofessora da UFRJ, Bea-triz Bissio, o presidenteda Comissão de Defesada Liberdade de Im-prensa e Direitos Huma-nos da ABI, Mário Au-gusto Jakobskind, oprofessor Daniel AarãoReis e representações deentidades solidárias coma Palestina.

em foco

OS TRABALHADORES DO IBGE estão convocando um ato público para esta quinta-feira (17), das 9h às 14h,em frente à sede do IBGE (Av. Franklin Roosevelt, 166). O mote será: “SOS IBGE: pela reversão das demissõesdos grevistas e pela abertura imediata de negociações com o governo”.

”“

No Brasil, o número de com-putadores por aluno ainda

não é suficiente, as aulasnos laboratórios não ul-

trapassam dois encon-tros semanais, e avelocidade da cone xãoainda não é estável.Esses são alguns dos

dados revelados pela pes-quisa TIC Educação 2013,divulgada na terça-feira (15).Mesmo possuindo laborató-rios conectados à internet nagrande maioria das escolas,o acesso à tecnologia porpartes dos estudantes aindaé limitado.

Pref

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lhos

Apenas 6% das escolas públicas usamcomputadores na sala de aula Ato denuncia massacre em Gaza

mandou

malFábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O ministro-chefe da CasaCivil Aloizio Mercadantemandou muito mal. Sobreas prisões preventivas demanifestantes realizadasno último sábado (12),ele afirmou que “nãohouve qualquer restriçãolegal ao direito à manifes-tação no país”.

“Eu não leio Fernando Henrique [Cardoso]”, disse o ex-presidente

Luiz Inácio Lula da Silva nessa quarta-feira (16). Questionado por

jornalistas, Lula disse que desconheceo teor de um artigo publicado pelo

ex-presidente FHC no site ObservadorPolítico, no qual este critica

o líder petista.

Rica

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frases da semana

Palestina LivreO desembargador Siro Dar-lan, da 7ª Câmara Criminaldo Tribunal de Justiça, queconcedeu liber- dade pro-visória a 13 ativistas presosem operação da PolíciaCivil do Rio na véspera dafinal da Copa do Mundo.Ele entendeu que faltavaelementos que justificas-sem prisão.

mandou

bemMauro Pimentel/Alerj

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Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 4 | entrevista

ECONOMIA Professor da USP Rodolfo Hoffmann fala sobre distribuição de renda e redução da pobreza

“Se o Programa Bolsa Fa-mília aumenta a renda dosmais pobres, e a renda dosmais ricos permanece a mes-ma, é óbvio que isso contri-bui para diminuir a desi-gualdade da distribuição darenda”. A afirmação é de Ro-dolfo Hoffmann, professorda Universidade de São Pau-lo (USP), graduado em Agro-nomia, mestre em CiênciasSociais Rurais e doutor emEconomia Agrária.

Quais são os indícios de queos programas de distribui-ção de renda contribuírampara o processo de reduçãoda desigualdade da distri-buição da renda no Brasilde 1995 a 2012?

Rodolfo Hoffmann - Os da-dos da Pesquisa Nacionalpor Amostra de Domicílios,coletados anualmente peloIBGE, permitem verificarque as transferências do go-verno federal, incluindo oPrograma Bolsa Família e oBenefício da Prestação Con-tinuada, apesar de repre-sentarem, em média, menosde 1% da renda total, sãoresponsáveis por quase 20%da redução do índice de Ginida distribuição da Renda

Domiciliar per capita no Bra-sil de 1995 a 2012. Os dadosda Pesquisa de OrçamentosFamiliares (POF) de 2008-2009 confirmam a contri-buição dessas transferênciaspara reduzir a desigualdadeda distribuição de renda.Cabe ressaltar que progra-mas federais de transferên-cia de renda precederam osgovernos do PT, que semdúvida os expandiram. Note-se, também, que cerca de80% da redução da desigual-dade se deve a outros fenô-menos, e não aos programasde transferência de renda.

Há algumas críticas no sen-tido de que programas comoo Bolsa Família possibilitamque uma parcela da popu-lação tenha acesso à renda,mas isso não implica emdistribuição de renda defato, porque não altera arenda dos mais ricos em re-lação a renda dos mais po-bres. Como o senhor avaliacríticas como essa?

Se o Programa Bolsa Famíliaaumenta a renda dos maispobres, e a renda dos maisricos permanece a mesma,é óbvio que isso contribuipara diminuir a desigualdadeda distribuição da renda. Nãopode haver dúvida de queprogramas de transferênciade renda bem focalizados

nos pobres contribuem parareduzir a pobreza e a desi-gualdade. É certo que devehaver uma preocupação nosentido de que pessoas quenão sejam inválidas para otrabalho não fiquem perma-nentemente dependentes dastransferências. Um aspectopositivo do Bolsa Família éexigir das famílias beneficia-das a frequência das crianças

à escola e certos cuidadoscom a saúde (as condicio-nalidades do Programa).

Por que o senhor relacionaprogramas de transferênciade renda com o Índice deGini (medida de desigual-dade)? Qual o impacto des-ses programas no enfren-tamento das desigualdades?

Meus estudos, baseados emdados coletados e fornecidospelo IBGE, mostram que osprogramas de transferênciade renda contribuíram parareduzir a desigualdade e apobreza no Brasil de 1995 a2012, qualquer que seja a

medida utilizada. Nas pes-quisas, uso várias medidasde desigualdade e de pobre-za. O índice de Gini é apenasa medida de desigualdademais comum.

Em que medida a reduçãoda pobreza significa redu-ção das desigualdades?Em geral a pobreza diminuiquando a renda média crescee/ou a desigualdade da dis-tribuição da renda diminui.No período 2004-2012, noBrasil, tanto o aumento darenda média como a reduçãoda desigualdade contribuí-ram para a redução da po-breza absoluta.

Instituto Humanitasde Porto Alegre (RS)

“Programa Bolsa Família contribui paradiminuir desigualdade”, diz professor

Divulgação

“Aspecto positivo do Bolsa Família é exigir das famíliasbeneficiadas afrequência das crianças à escola______________

Aumento da renda média contribuiu para a redução da pobreza absoluta

Ana Claudia Nascimento/Divulgação/DssBr

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Na véspera e no dia dadecisão da Copa do Mundo,o Rio de Janeiro foi palco deuma operação policial queresultou na prisão de 17 pes-soas e também no ataqueao direito de manifestaçãode outras centenas. Diversasorganizações, movimentose partidos políticos declara-ram repúdio e afirmaram: odia da final do evento es-portivo foi marcado por umagrave derrota para a demo-cracia brasileira.

No sábado (12), o juiz FlávioItabaiana de Oliveira Nicolau,da 27ª Vara Criminal, expediu26 mandados de prisão queresultaram na prisão de 17 ati-vistas. Professores universitá-rios, jornalistas, estudantes,além de dois adolescentes fo-ram presos por “suposta” par-ticipação em atos e encami-nhados ao Complexo Peniten-

ciário de Gericinó, em Bangu.Segundo o chefe da Polícia

Civil, Fernando Veloso, a ope-ração foi desencadeada para“prevenir ações que pudes-sem perturbar a ordem pú-blica” no dia da decisão daCopa. Toda a ação mobilizou25 delegados, 80 policiais eaté uma aeronave.

“Estamos diante de umaarbitrariedade inaceitável. Asprisões constituem ato emi-nentemente político e criamperigoso precedente”, desta-caram, em nota, políticoscomo o deputado federal JeanWyllys e o deputado estadualMarcelo Freixo, ambos doPsol, o senador Lindbergh Fa-rias (PT) e o líder do Movi-mento dos Trabalhadores SemTerra (MST), João Pedro Ste-dile. “Conclamamos todos oscidadãos comprometidos comos princípios democráticos,independentemente de ideo-logias ou filiações partidárias,a unirem-se contra a violênciado Estado”, completaram.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 cidades | 5

Na última terça-feira (15)o desembargador Siro Darlandeterminou a soltura de trezeativistas presos no último sá-bado (12). Em seu despacho,Darlan alegou que não haviaelementos que pudessemmanter os ativistas presos.

“Com isso, o desembar-

gador Darlan começa a res-tabelecer a vigência do es-tado de direito, atropeladopela polícia do governadorPezão”, disse Wadih Damous,presidente licenciado da Co-missão da Verdade do Rio eda Comissão Nacional de Di-reitos Humanos da OAB.“Prisões com base na supo-sição de que os acusados co-meteriam crimes no futuro

são inaceitáveis”, completou.Segundo Damous, o proce-dimento lembra os pioresdias da ditadura militar.

Porém, nesta quarta-feira(16), o juiz da 27ª Vara Cri-minal da capital, Flávio Ni-colau, prorrogou por cincodias a prisão temporária decinco ativistas, entre eles Elisade Quadros Pinto Sanzi, aSininho. (VV)

Governo abusa de poder e agride liberdades individuais na final da Copa

Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

ONDA REPRESSIVA Ação policial violou direitos individuais e de livre manifestação no Rio

Estado de Direito foi atropelado pela polícia de Pezão, diz jurista

do Rio de Janeiro (RJ)

Para Wadih Damous, prisões com base em suposições são inaceitáveis

Midia Ninja

Na terça-feira, cerca de 500 pessoas protestaram no centro em defesa dos ativistas presos

O Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem Terra(MST) classificou como um“verdadeiro campo de guer-ra” a repressão ao protestoocorrido no domingo (13),na Tijuca. “Não havia razãopara essa brutal repressão,apenas justificada pela cer-teza de que as autoridadessuperiores concederam ta-citamente carta-branca parao massacre dos militantes”,afirmou, em nota.

O movimento denunciouo cerco das forças de segu-rança e a brutalidade dospoliciais. “Dentro do cerco,

os policiais militares espan-caram manifestantes equem mais estivesse ali,como um midiativista queteve seu antebraço quebra-do pelos golpes de cassetete,dentre várias vítimas”, des-taca a nota.

Na terça-feira (15), a Po-lícia Militar determinou aprisão administrativa dequatro policiais suspeitosde agressão e roubo durantemanifestação no último do-mingo (13). Os inquéritosforam abertos depois quevídeos e fotos divulgadosna imprensa e redes sociaisflagraram soldados agre-dindo jornalistas e mani-festantes. (VV)

do Rio de Janeiro (RJ)

Para movimento, a atuação do Judiciárionesse caso é vergonhosa

Não havia razão para brutal repressão, diz MST

“As prisões constituemato eminentemente político e criam perigoso precedente_______________

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Com brincadeiras, bingo,comidas típicas, música, qua-drilha, o Plebiscito Popularpela Reforma Política organizaseu Arraiá no próximo sábado(19). A festa julina vai acon-tecer na quadra da Associaçãode Moradores e Amigos deLaranjeiras (Amal) que ficana Rua Pinheiro Machado,31, em Laranjeiras. O eventoestá marcado para começar

às 15h e terminar às 21h.“Nossa homenageada é

Margarida Alves, trabalhadorarural paraibana que foi assas-sinada em 1983, a mando decoronéis locais; já que ela, noposto de presidente do sindi-cato dos trabalhadores rurais,defendia os direitos dos tra-balhadores do campo”, expli-cou Kleybson Ferreira, do co-mitê estadual do Plebiscito.

Inúmeras pesquisas ates-tam que vem crescendo ainsatisfação do povo brasi-leiro com a política. Em agos-to de 2003, 36% da populaçãonão tinha preferência pornenhum partido. Em feve-reiro de 2014, a proporçãosubiu para 66%. Além disso,vem caindo o grau de con-fiança das pessoas nas insti-tuições políticas.

De acordo com os movi-mentos e organizações queparticipam da campanha do

Plebiscito Constituinte, a for-ma como o sistema políticobrasileiro está estruturadoatualmente é a principal res-

ponsável por esse descrédito.O que predomina é a lógicados poderosos contra os in-teresses do povo oprimido.

Divulgação

Atual configuração do Congresso não representa povo brasileiro

Uma das alegações dasorganizações sociais que lu-tam por uma mudança pro-funda do sistema político bra-sileiro é a falta de democraciarepresentativa no CongressoNacional. Mulheres, jovense negros acabam não tendoa devida representatividadetanto no Senado quanto naCâmara dos Deputados.

Se forem comparados àquantidade de mulheres quese tem na sociedade e aquantas estão no Congresso,percebe-se que os númerossão desproporcionais. Maisda metade da populaçãobrasileira é composta pormulheres, enquanto ocu-pam apenas 8% dos man-datos na Câmara dos Depu-tados e 2% no Senado.

O caso das mulheres ésemelhante a dos negros. No

Brasil, 51% se autodeclaramnegros (as), segundo o Censo2010 do IBGE. Porém, ape-nas 8% do total de parla-mentares se denominamcomo tal. O mesmo acontececom os jovens. Há mais de80 milhões de jovens entre15 e 34 anos no país, de acor-do com o IBGE. Entretanto,

menos de 3% no CongressoNacional se enquadram nes-sa denominação.

Dentro desse contexto,as organizações sociais acre-ditam que o texto da reformado sistema eleitoral brasileiroprecisa propor mecanismospara enfrentar essa sub-re-presentação na política.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 6 | cidades

Mulheres, jovens e negros são minoria dos parlamentares

Próximo sábado é dia do Arraiá da Constituinte

Reforma política poderá democratizar Congresso Nacional

O Plebiscito é apoiado e construído por diversas organizações de movimentos populares, trabalhadores e da juventude. Mais informações em: www.plebiscitoconstituinte.org.br

José Cruz/ABr

Brincadeiras e comidas típicas vão marcar Arraiá da Constituinte

Redaçãodo Rio de Janeiro (RJ)

Roosewelt Pinheiro/ABr

Congresso ainda não representa o povo

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Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 cidades | 7

A segunda etapa dasobras do Plano de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) con-templará obras de sanea-mento básico e a construçãodo teleférico. Por muito tem-po, o tema foi motivo dediscórdia entre os morado-res. Pois o projeto inicialpriorizava a extensão do me-trô, através dos cabos aéreos,enquanto alguns moradoresdefendiam que o maior pro-blema da Rocinha é a faltade saneamento.

Na última segunda-feira(14) foi realizada uma au-diência pública na Empresade Obras Públicas do Estadodo Rio de Janeiro (EMOP),para discutir o tema e chegara um acordo. Em nota, aEMOP destacou que “o pro-grama vai priorizar o sanea-mento básico, mas tambémrealizará obras de acessibi-lidade, habitação, mobilidadee construção de equipamen-

tos públicos” , informou atra-vés de sua assessoria de co-municação. Essa mudançade postura do governo esta-dual é uma conquista dosmoradores, que protestavame pressionavam o poder pú-blico para que priorizasse asobras de saneamento.

Segundo o órgão estadualos projetos do PAC já estãoem fase de licitação. “Essaprimeira etapa das melho-rias, que contempla o sanea-mento, será realizada logoapós a aprovação do proje-to, em análise na Caixa Eco-nômica Federal. A previsãoé de que as intervençõestenham início em novembrodesse ano e sejam finaliza-das ao longo de três anos”,informou a EMOP.

O PAC é um projeto dogoverno federal, no entantoparte dos recursos sairá doscofres do governo estadual.No total a Rocinha receberáR$ 1,6 bilhão em investimen-tos de infraestrutura, urba-nismo e transporte público.

Um morador do alto da

Rocinha leva em média 40minutos apenas para sair dafavela. As más condições dasruas, a demora dos ônibus evans, assim como as ruelase becos estreitos que dificul-tam a circulação, são algumasdas precariedades enfrenta-das pelos trabalhadores queprecisam entrar e sair da co-munidade todos os dias.

“O problema do transportena Rocinha afeta principal-mente a classe trabalhadora,que mora na parte mais alta

da comunidade. As pessoascontra o teleférico são aque-las que moram na parte baixado morro e os comerciantes,que temem que seus negó-cios sejam afetados com adiminuição da circulação depessoas nessa zona”, explicao presidente da Associaçãode Moradores da Rocinha,Leonardo Rodrigues Lima,de 50 anos.

FALA COMUNIDADEQuem caminha pelas ruas

da Rocinha percebe que oproblema do saneamentonão é menor que o do trans-porte público. Esgoto a céuaberto, mal cheiro, água elixo que se misturam ladeiraabaixo. Esse é o cenário diáriodos moradores da maior favelada zona sul do Rio de Janeiro.

“Nós lutamos para que sepriorize as obras de sanea-mento básico. Já o telefériconão é tão vantajoso. Isso éuma obra para os turistas.Além disso, vamos perderaqueles que hoje circulam einteragem com a comunida-

de”, opina a moradora Joa-quina Mesquita Chaves, de50 anos, dona de uma pe-quena lanchonete na entradada Rocinha.

Já o aposentado Cícero Al-vez de Paula, de 70 anos,acredita que o teleférico aju-dará a melhorar o dia a diada comunidade. “Tudo oque é desenvolvimento ébom. Quando construírama primeira estrada da Roci-nha, ninguém queria queela passasse no centro, maspor fora do bairro. Agoraveja o quanto ela melhoroua vida das pessoas”, lembrao morador, que há mais de50 anos vive na Rocinha.

“Por muito tempo, as obrasdo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)foram motivo de discórdia entre os moradores______________

“Mudança de postura do governoestadual é uma conquista dos moradores_______________

Moradores da Rocinha presionavam o poder público para que priorizasse as obras de saneamento

No total a Rocinha receberá R$ 1,6 bilhão em investimentos

Pablo Vergara Pablo Vergara

O projeto que tem gerado muitas divergências, agora, promete agradar gregos e troianos

Fânia Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

PAC da Rocinha já está em fase de licitação

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Enquanto o índice geralde preços ao consumidor,medido pelo IPCA, subiu6,28% em um ano, a mensa-lidade dos planos de saúderecebeu autorização para au-mentar em 9,65% no mesmoperíodo. A permissão de rea-juste foi dada há duas sema-nas pela Agência Nacionalde Saúde Suplementar(ANS), que regula os planosprivados e vai pesar no bolsodo trabalhador. A medidaatinge 8,8 milhões de con-sumidores que têm planosindividuais e familiares, cercade 17% de todos os usuáriosde planos de saúde do país,que já somam mais de 50milhões de pessoas.

“Não há dúvida que vaipesar no orçamento familiare o consumidor terá que sereplanejar para se ajustar aosnovos valores”, observou Ma-ria Inês Dolci, coordenadorada Proteste Associação deConsumidores, em comuni-cado divulgado pela institui-ção após a confirmação doaumento. Esse reajuste acimada inflação é maior do que amédia de correções salariais.Segundo a Proteste, médicos,hospitais e laboratórios tam-bém não recebem os valoresatualizados. Além disso, a in-flação dos serviços de saúde,que baseia as decisões daANS, foi de 8,95% no último

ano, valor ainda menor doque o autorizado.

A situação é pior para osmilhões de usuários de pla-nos de saúde coletivos, quesão a maioria no país, commais de 80% dos contratos.Nesse caso, os preços nemsequer são regulados pelaANS. A agência governamen-tal entende que, por seremrepresentados por entidadese não pessoas, esses consu-midores teriam mais poderde barganha junto às opera-doras. “Como não estão sub-metidos à regulação, essesplanos coletivos seguem alógica de mercado. Tem au-mentos que chegam a 30%”,denuncia o deputado federalIvan Valente (PSOL-SP). Oparlamentar é autor do pro-jeto de lei nº 6715/13, quecondiciona o reajuste de to-das as modalidades de pla-nos de saúde ao índice deinflação geral dos preços. Eletambém explica que a maio-ria dos planos de saúde co-letivos (85% do total) pos-suem até 30 vidas e não temcondições de negociar emigualdade de condições comas grandes seguradoras.

A servidora pública MarieOta revela que o plano co-letivo da Associação de Fun-cionários Públicos do Estadode São Paulo (AFPESP), vin-culado à operadora Quali-corp/Sulamérica, reajustouo valor da mensalidade em17% a partir de julho. “Se oSUS fosse mais forte, nin-

guém precisaria de planode saúde”, desabafou nas re-des sociais.

CPI DOS PLANOS DE SAÚDE

Há também um requeri-mento para instalação deuma CPI para investigar abu-sos dos planos de saúde. Pes-quisa do Instituto Datapo-pular, em 2013, revelou queo gasto médio das famíliasbrasileiras com saúde subiu

54% em uma década. De R$ 110 bilhões para R$ 196bilhões em compra de re-médios e pagamento de ser-viços médicos. Ao mesmotempo, o faturamento dasoperadoras de plano de saú-de cresceu 197%, atingindoas cifras de R$ 83,4 bilhõesem 2011. O faturamento émaior do que o reajuste dasconsultas médicas pagas pe-los planos de saúde, que pas-sou de R$ 28 em 2003 para

R$ 46 em 2011. “Os planosde saúde estão no topo dasdenúncias dos usuários nosProcons. Eles não cumpremos contratos e, além disso,têm uma influência sobre ogoverno e o Congresso Na-cional muito grande, tantoque vários diretores nomea-dos para a ANS foram execu-tivos das empresas de planosde saúde e estão vinculadosa esses interesses”, aponta odeputado Ivan Valente.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 8 | brasil

Representantes de maisde 20 entidades da sociedadecivil organizada e uma co-missão de parlamentares sereuniram na manhã destaquarta-feira (16) com inte-grantes do Ministério da Jus-

tiça para solicitar ao governobrasileiro que assuma umapostura pública em relaçãoao pedido de asilo feito peloex-técnico de informaçõesda CIA e da Agência Nacionalde Segurança dos EstadosUnidos (NSA), Edward Snow-den. Em 2013, Snowden aler-tou o mundo inteiro sobre

ações ilegais de espionagempraticadas pelos Estados Uni-dos contra vários países, in-cluindo o Brasil. As denún-cias revelaram que os nor-te-americanos interceptarame-mails da própria presidentaDilma Rousseff e da Petro-bras, uma das maiores em-presas do mundo.

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Reajuste na mensalidade dos planos de saúde é maior que aumento geral dos preços

Saúde mais cara que a inflação

de Brasília (DF)

Entidades formalizam pedidode asilo para Snowden

Maurilio Cheli

Projeto de lei quer barrar abuso das seguradoras

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A presidenta Dilma Rous-seff disse nesta terça-feira(15) que está otimista coma criação do Novo Banco deDesenvolvimento do Brics

e de um fundo de reservaspara o bloco, que reúne cin-co países – Brasil, Rússia,Índia, China e África do Sul.

“O banco vai contribuir

com recursos para garantirinvestimentos em infraes-trutura. O Acordo Contin-gente de Reservas, commontante de US$ 100 bi-lhões, vai contribuir paraque esse processo de vola-tilidade, enfrentado por di-versas economias quandoda saída dos Estados Unidosda política de expansão mo-netária, seja mais contido,mais administrado. [Isso]dá segurança, uma espéciede rede de proteção aos paí-ses do Brics e aos demais”,disse a presidenta.

O banco terá capital ini-cial de US$ 50 bilhões, sendoUS$ 10 bilhões em recursose US$ 40 bilhões em garan-tias. Depois da assinaturado acordo para a criação, obanco terá que ser aprovadopelos parlamentos dos cincopaíses. (Agência Brasil)

Relatório de duas organi-zações internacionais, a Or-ganização para o Desenvol-vimento e Cooperação Eco-nômica (OCDE) e o Fundodas Nações Unidas para Ali-mentação e Agricultura (FAO),mostra que a produção degado e de biocombustível vaiaumentar, relativamente à pro-dução de cereais, na próximadécada, em todo o mundo.

Assim, "os preços dos ce-reais deverão baixar duranteum ou dois anos e depoisse estabilizar em níveis su-

periores ao do período an-terior a 2008". Em contra-partida, os preços da carne,dos laticínios e do peixevão aumentar, mas em ter-

mos reais e em médio prazo,os preços dos cereais e pro-dutos animais vão sofreruma desaceleração, indicao relatório.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 mundo | 9

Polícia desarticula rede que obrigavabrasileiras a se prostituir na Espanha

Oito pessoas foram de-tidas durante operação daPolícia Nacional espanholaque desarticulou uma redeque obrigava mulheresbrasileiras a se prostituir

nas regiões de Barcelona,Ibiza e Las Palmas.

O grupo atraía mulheresjovens, entre 18 e 23 anos,com a promessa de em-pregos no setor do turismo

na Espanha. Chegando lá,as mulheres eram obriga-das a se prostituir parapagar uma dívida referen-te à viagem. (Agência Brasil)

Banco do Brics vai garantir infraestrutura,destaca Dilma

Banco terá que ser aprovado pelos parlamentos dos cinco países

Jovens de Israel recusamExército: "Melhor ir paraa prisão"

Produção de gado e biocombustívelvai aumentar na próxima década•

Em uma carta endereçadaao primeiro ministro Benja-min Netanyahu e ao povo deIsrael, 60 jovens israelenses,de 16 a 19 anos, anunciaramque pretendem se recusar aprestar serviço militar. O mo-tivo: eles não concordamcom a ocupação dos territó-rios palestinos. A iniciativafoi publicada neste domingo(9). "Nos territórios ocupados

são cometidas prisões semjulgamento, tortura e puniçãocoletiva", declaram os jovens.

A nova onda de violênciacomeçou após o sequestroe homicídio em junho detrês jovens israelenses naCisjordânia, seguido da mor-te de um jovem palestino,queimado em Jerusalém porextremistas judeus. (Agência Brasil)

•Jovens não concordam com ocupação de territórios palestinos

Divulgação/Activestills.org

Roberto Stuckert Filho/PR

Divulgação

Relatório diz que preços da carne, laticínios e peixe vão aumentar

Page 10: Brasil de Fato RJ - 059

• LiteraturaVencendo as Adversidades

O que? Lançamento da au-tobiografia de Deize de Car-valho que, após a tortura eo assassinato de seu filhopor PMs, se tornou ativistasocial e integrante da Redede Comunidades ContraViolência.Quando? Segunda, 21/7Onde? Quadra da Escola deSamba Alegria da Sul (aces-so pela Rua Saint Romain,esquina com a Sá Ferreira),Cantagalo.Horário? 18hQuanto? Grátis

• ExposiçãoTrês Exposições Simultâneas no Centrode Artes da UFF

O que? O Centro de ArtesUFF recebe três exposiçõesao mesmo tempo. No Es-paço UFF de Fotografia, aexposição “Corpo Fechado”na Galeria de Arte UFF, asmostras “Narrativas Infec-ciosas”e “Pregação”Quando? De 18/7 a 3/9Onde? Centro de Artes daUFF, Rua Miguel de Frias,9, Icaraí, NiteróiHorário? Das 10h às 21hQuanto? Grátis

Candido Portinari doação FinepO que? Mostra traz ao pú-blico, pela primeira vez, 65obras de Candido Portinari.Quando? De 9/7 a 14/9Onde? Museu Nacional deBelas Artes, Avenida RioBranco, 199, CinelândiaHorário? De terças a sextas,das 10h às 18h, sábado edomingo das 12h às 17hQuanto? Grátis

• MúsicaJahir Soares + Posada e o Clã

O que? O baterista JahirSoares e a banda indepen-dente Posada e o Clã ocu-pam o mais novo ponto deresistência cultural da ZonaNorte.Quando? Sábado, 19/7Onde? Praça Agripino Grie-co, s/n, MéierHorário? 18hQuanto? Grátis

• CinemaCine-Bar Diálogos

O que? Evento exibe o filme“Machuca” que retrata oprocesso do Golpe Militarno Chile, em 1973.Quando? Quinta, 24/7Onde? Sindicato dos Jorna-

listas. Rua Evaristo da Veiga,16/17º andar, CentroHorário? 18hQuanto? Grátis

• ExposiçãoArte e Autoritarismo em CenaO que? Evento faz uma sé-rie de discussões sobre oimpacto da ditadura naprodução artística da épo-ca e conta com obras deartistas como OduvaldoVianna Filho, Millôr Fer-nandes e Glauber Rocha.Quando? De 17 a 27/7Onde? Espaço SESC, RuaDomingos Ferreira, 160,CopacabanaHorário? Domingo às 19h,quinta a sábado às 20h30Quanto? R$ 20, R$ 10(meia), R$ 5 (asssociadoao Sesc)

Vânia Mignone + René Francisco Rodríguez –Pinturas

O que? Mostra reúne tra-balhos da artista paulista edo pintor cubano, expoentesda arte contemporânea emseus países.Quando? De 05/07 a 10/08Onde? Casa Daros, Rua Ge-neral Severiano, 159, Bo-tafogoHorário? Quarta a sábado,das 11h às 19h, domingodas 11h às 18hQuanto? R$12 (inteira), R$6 (meia)

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 10 | cultura

Licença. É o que peçoao leitor fiel desta colunapara falar de uma novelaque também esteve na te-linha, há um mês, masque, diferente das demais,conta uma história real ea gente é personagem dela.A novela Copa das Copas.

Ora, mas isso não é no-vela, você pode estar pen-sando. E eu te respondocom a definição de novelado dicionário on-line deportuguês: “conto; peque-no romance; narração deaventuras”.  Não seria aCopa das Copas um pou-quinho disso?

Sim, teve copa. E ela foiuma aventura. Como nasnovelas da ficção, o teles-pectador não sabe muitoo destino do enredo. Aaventura foi narrada comresultados improváveis,equipes surpreendentes,emoções à flor da pele,dentro e fora de campo.

Teve romance, pela se-leção brasileira. Um ro-mance que me pegou su-bitamente. Acho quequando a gente está tor-cendo, canta o hino, a gen-te se sente integrado, mes-mo reconhecendo as di-ferenças e desigualdadesque nos marcam enquan-

to povo. Nossa, que ro-mance intenso!

E quantos  contos  nãocompuseram a história danovela Copa das Copas!Vou contar um deles, in-titulado “Belo Horizonte:zica da Copa”. A Copa ma-tou um tanto de gente nasobras “desenvolvimentis-tas” que promoveu. EmBH matou duas pessoascom a queda do viadutona semana passada.

Depois do sufoco dojogo contra o Chile, do ab-surdo do viaduto que cai,dos quebra- paus na Sa-vassi, a zica já era tamanhapara que o final feliz donúcleo Seleção Brasileirana novela fosse escrito. Asnovelas não têm final felizpara todos os personagens,não é mesmo? E isso nun-ca invalida a história delesna trama. Por isso, para-béns ao Brasil por jogar 7partidas na copa, por le-vantar a torcida, por fazeresses   últimos dias maisleves e festivos. E bola prafrente que a gente sabecair e levantar.

Outras aventuras, roman-ces e contos compuserama novela Copa das Copas,mas nos últimos dias medei conta que o fim dessanovela marca a volta paraa vida cotidiana, dura, masque é a vida que a gentetem. De volta à realidade...

NOVELA | [email protected] SE DIVERTIR DE GRAÇA?

Joaquim Velade Belo Horizonte (MG)

Uma novela chamadaCopa do Mundo

Como nas novelas, o telespectador não sabe o enredo da Copa

NEM TUDO É DE GRAÇA

EBC Memória

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A zona norte do Rio de Ja-neiro abriga uma infinidadede grupos que produzem cul-tura de forma independente.Moradores que buscam no-vas formas de mostrar suarealidade e criam seus pró-prios espaços para divulgar aarte produzida no lugar. EmAcari encontramos um des-ses exemplos. Em funciona-mento desde o ano de 2011e coordenado por artistasdo próprio bairro, o ComitêCultural Popular Revolucio -nário (CCPR) vem ao longodos anos se transformandoem uma referência de inte-gração da produção culturalda região.

Um dos principais proje-tos do CCPR é a “Noite Fave-leira”, que todas as quartas-feiras enche o centro culturalcom poesia, música, proje-ções audiovisuais. Organi-zada pelos artistas WesleyDelirio Black, MC Pingo,Mano Teko e DJ Buiú, a ati-vidade vem revelando nãoapenas a cultura produzidaem Acari, mas também servecomo espaço de divulgaçãopara trabalhos vindos de ou-tras partes da cidade. “A cul-tura é o melhor veículo decomunicação para falar comos nossos. A Noite Faveleiraé uma atividade de resistên-cia cultural que a gente temtransformando em um pontoque a galera semanalmentese encontra para falar dascoisas que estão rolando du-rante a semana, beber umacervejinha, mas ao mesmotempo produzir cultura deresistência”, revela Wesley.

Do Morro do Jorge Turco,em Coelho Neto, vem outroexemplo de movimento cul -tural da zona norte do Riode Janeiro. Misturando mú-sica, poesia e muito debate

político, o Bonde da Culturasurgiu em 2009 e reúne oitointegrantes que fazem daarte seu instrumento detransformação social. OCentro Cultural Novo Orien -te, localizado na comuni-dade, foi o ponto de encon-tro para esses artistas seconhecerem. Hoje, a luta dogrupo é para fazer do centrouma referência para as ati-vidades culturais produzi-das naquele lugar. “Faltamlocais de cultura nos morros.Temos um pequeno espaçoque estamos trabalhandocom bastante dificuldade.Queremos mais espaços deculturas nas favelas, nosbairros”, reivindica MarlonNatural, integrante do Bon -de da Cultura.

Outra ação do grupo doJorge Turco inaugurada re-centemente foi a GirassolComunicações, uma produ-tora de mídia que tem o ob-jetivo de divulgar a produ-ção realizada nessa parte dacidade. “Aqui também existea carência da comunicação.Tivemos a oportunidade defazer várias oficinas de filme,blog, rádio web, entre outros.

Criamos a Girassol Comu-nicações para poder desta-car esse outro lado da ci-dade, mostrar os coletivoscom pensamento críticoque não têm tanto destaquena imprensa, principal-mente nesse lado da zonanorte”, completa Marlon.

CINEMA DO SUBÚRBIOA comunicação também

é a principal ferramenta doprofessor Luiz Cláudio Lima.Professor de geografia darede municipal e moradorda Vila da Penha, desde 2007ele vem construindo o cole-tivo Subúrbio em Transe,que desenvolve atividadesde cine clube e produz fil-mes que retratam a vida da

região. Para ele, a falta de fi-nanciamento ainda é umabarreira para a produção decultura no lugar. “O filme

‘Alma Suburbana’ foi umaprodução nossa, feita comalunos do ensino funda-mental, e financiado com re-cursos próprios e apoio docomércio local. Procuramosem nossas produções enten-der o nosso lugar. A principaldificuldade é o investimento.Então fazemos documentá-rios, ficções sobre nosso co-tidiano com o que temos”,pondera Luiz.

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 cultura | 11

Resistência cultural na zona norteColetivos criam espaços para divulgar a arte produzida em seus bairros

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ) “Faltam locais

de cultura nos morros. Queremosmais espaços de culturas nas favelas,nos bairros______________

Poesia, música e projeções audiovisuais no “Noite Faveleira”

Luiz Cláudio Lima faz parte docoletivo Subúrbio em Transe

Pablo Vergara

Pablo Vergara

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Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 12 | opinião

Agora, que a Copa doMundo chegou ao fim e sefala muito em mudar es-truturalmente o futebolbrasileiro para evitar novosfiascos, é preciso tambémmodificar o tipo de cober-tura que vem sendo feitahá anos pela grande im-prensa brasileira.

Neste jogo final entre aAlemanha e a Argentina,vencido pelos alemães,pôde se observar o papelnocivo exercido por algunscomentaristas esportivos emesmo apresentadores detelejornais.

Nesse caso, para variar,a TV Globo se superou.Uma das âncoras da emis-sora da família Marinho ajornalista Patrícia Poeta,por exemplo, abrindo oJornal Nacional depois daclassificação da Argentinacontra a Holanda, afirmavaem tom enfático que "aangústia dos brasileiroscom a derrota de ontemfoi agravada com a vitóriade nossos rivais".

Foi, sem dúvida, umaclara demonstração de se-guir com o ponto de vistade que a Argentina é ini-miga do Brasil. E, de que-bra, para reforçar a tese, ooutro âncora, Wiliam Bon-ner, confessava no ar quenão poderia torcer pela Ar-gentina na partida final.

A raiva manifestada

contra os argentinos é umposicionamento políticoideológico por excelência.Na prática, a manifestaçãoé consciente e por trás delase acoberta todo um pre-conceito que transcendeo futebol.

Detrás desse incitamentoà rivalidade e verdadeiroódio ao vizinho argentino,se escondem outras ques-tões que se desenvolveramao longo do tempo. Comoo fato de a Argentina terconseguido democratizaros meios de comunicação,impedindo a continuidadede poderosos grupos mi-diáticos atuarem sem ne-nhum tipo de regra, comoacontece no Brasil hoje.

Com o fim da Copa, osmesmos meios de comu-nicação que incitaram oódio continuarão destilan-do ainda maior rancor po-lítico ideológico através dematérias manipuladas como objetivo de induzir à opi-nião pública a se voltarcontra a Argentina e, naprática, investir contra aAmérica Latina.

Não é este o papel dosmeios de comunicação, ain-da por cima daqueles quese apresentam hipocrita-mente como imparciais.

Mário augusto Jakobskind é jornalista

Mário Augusto Jakobskind

Fim da Copa. Em campo,merecíamos mais futebol.Fora dele, melhor gestão dosgastos. Não temos ideia dotamanho da fatura do eventoe pode ser pior: na Copa dasCopas teremos os gastos dosgastos. Parece piada: a contafinal da Copa não existe por-que obras que deveriam estarprontas antes do início doevento serão entregues depois.E muitas não têm previsão.

O governo previa gastar cer-ca de 26 bilhões, mas o custofinal será bem maior. Só noRio, até a metade de 2013, osgastos com o Maracanã al-cançaram R$ 1,2 bilhão. Emseu entorno, uma passarelafoi erguida por R$ 109 milhões.Se contabilizarmos as estru-turas temporárias utilizadassomente nesse estádio, os gas-tos sobem para R$ 1,346 bi-lhão. Impressionante! E as

obras não terminaram! Mi-lhões também foram gastos

no Galeão, mas a reforma doterminal 1 ficou para depois.

Não foi somente dentro doscampos que o Brasil tomougoleada: os estádios ficaramcerca de 36% mais caros queo valor orçado, e há suspeitade superfaturamento; alémdas obras inacabadas, outras

são investigadas, como o via-duto que desabou em MinasGerais. No início, essa obrateve a Delta como construtoraresponsável, a mesma dasobras do Maracanã, ligada aoex-governador Sérgio Cabral.Pelo visto o vínculo entre Ca-bral e Aécio não é de agora...

Acabou a Copa. Quem amafutebol torceu e vibrou. En-tretanto, nossa paixão nãopode ser usada pelos esque-mas de corrupção e de desviode verbas públicas. É precisofiscalizar os gastos públicos ecobrar transparência e parti-cipação popular na gestão dosrecursos. As olimpíadas estãopróximas, e não podemos per-mitir que os erros se repitam.

Jefferson Moura é sociólogo e vereador

(PSOL/RJ)

Jefferson Moura

Copa das Copas?

Latuff

“Não foi somente dentrodos campos que o Brasiltomou goleada: os estádios ficaram cercade 36% mais caros queo valor orçado__________________

“A raiva manifestadacontra os argentinosé um posiciona-mento político ideo-lógico por excelência__________________

Incitação ao preconceito na cobertura da Copa

“Na final pôdese observar o papelnocivo exercido poralguns comentaristasesportivos__________________

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O chamado abono anual é um tipo de benefícioprevidenciário pago pela Previdência Social, devidoa alguns de seus segurados e dependentes.  Tempor objetivo garantir uma gratificação de Natal extrano fim do ano, semelhante ao 13º salário dos em-pregados. É devido uma única vez a cada ano e épago juntamente com o benefício recebido pelo se-gurado ou dependente.

Terão direito ao abono anual aqueles que tenhamrecebido, durante o ano, alguns benefícios previ-

denciários espe-cíficos, sendoeles: auxílio-doença, auxílio-acidente, apo-sentadoria, pen-são por morte,auxílio-reclusãoou salário-ma-ternidade, pagoautomaticamen-

te pelo INSS. Os contribuintes individuais que rece-beram também terão direito.

Não é exigido um número mínimo de parcelas debenefícios previdenciários para ter direito ao abono.Caso o beneficiário tenha recebido algum benefíciopor período inferior a 12 meses, dentro do mesmoano, fará jus à percepção do abono anual de formaproporcional, assim como ocorre com o 13º saláriodos trabalhadores em geral.

Muitas vezes acontece do segurado já não estar re-cebendo o benefício, seja por alta ou por cessação.Nesse caso, é necessário um pedido expresso juntoao INSS para o recebimento do abono anual de formaproporcional aos meses em que estava recebendo. Osegurado poderá entrar em contato com a Agênciada Previdência Social que manteve o seu benefícioou fazer esse pedido através de um advogado.

O valor do abono anual corresponde à quantiapecuniária igual à remuneração dos proventos dedezembro. O pagamento será na mesma data dobenefício do mês de dezembro e juntamente com obenefício ou no mês da alta previdenciária ou dacessação do benefício. No caso de salário-materni-dade, o abono anual será pago juntamente com aúltima parcela do benefício.

Ana Isabel Vianna P. Vignati, advogada trabalhista e previdenciária

Bater tudo menos o fermentono liquidificador até ficar bemhomogêneo. Colocar o fermen-to e bater só mais um pouqui-nho. A consistência da massaé bem mais pesada que a de

panqueca normal, quase comouma massa de bolo. Esquentaruma frigideira antiaderente comum pouquinho de manteiga.Despejar a massa formandodiscos do tamanho que quiser

e abaixar o fogo. As panquecasestão prontas para virar quandoder para ver as bolhinhas e amassa ficar menos brilhante.Virar com a ajuda de uma es-pátula. Quando dourar, pronto!

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 variedades | 13

Panqueca Americana BrasileiraModo de preparo

NOSSOS DIREITOSBOA E BARATA | Por Patrícia Ditolvo

Abono anual da Previdência Social

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

Ingredientes1 ovo1/2 xícara de leite ou iogur-te (eu gosto mais com io-gurte)2 colheres de sopa de açú-car mascavo1 xícara de farinha1 colher de sopa de fer-mento químicoLeite de coco e leite con-densado ou mel

Não custa nada lembrarque, se for para viajar, sejapara ir ou para voltar, é bomque seja com saúde - prin-cipalmente quando se tra-tam de viagens longas, paraoutros estados brasileirosou até outros países. Nessashoras, muitos deixam delado algumas informaçõesimportantes.

Uma delas é a vacinação.Você já parou para observarse seu cartão de vacinação(e de seus familiares) estáem dia? Independente deser adulto ou criança, estarvacinado contra possíveisdoenças comuns àquela de-terminada região para ondese vai viajar torna-se impor-tante para evitar não apenasque você adoeça lá e estra-gue sua viagem, mas tam-bém que você traga a doen-ça na volta para casa e con-

tamine outras pessoas deseu lugar de origem.

É possível consultar a listade países e regiões brasilei-ras para onde são recomen-dadas e/ou exigidas as va-

cinações prévias, no site daprópria Anvisa (www.anvi-sa.gov.br/viajante).

por Luciana cajado, médica

•Viaje e cuide de sua saúde

NOSSA SAÚDE

Rep

rodu

ção

Div

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Divulgação

Divulgação

Page 14: Brasil de Fato RJ - 059

Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 14 | variedades

Momentos delicados. Seria melhor semantivesse a cabeça no lugar, em vez dedar asas a seus sentimentos e caprichos.Tende a ser excessivamente teimoso eintransigente, cuidado para não afastaras pessoas de você.

Você dispõe de uma criatividade abun-dante, que poderia ser melhor aprovei-tada se demonstrasse mais iniciativa.Saber ouvir críticas e aprender com osexemplos alheios seria uma ótimaopção nesta fase.

Sente-se mais dinâmico que as outraspessoas, mas ao mesmo tempo nãoestá agressivo ou impaciente, pois usa aenergia de forma construtiva. Bom mo-mento para mudanças no visual ou nadecoração do lar.

Você mergulha de cabeça em váriosprojetos e deseja que eles tenham re-sultado em pouquíssimo tempo.Controle a ansiedade e evite dar pas-sos grandes e arriscados, pois podemgerar resultados negativos.

É possível que nas relações pessoaisvocê aja bem racionalmente, porémnada prático. Freqüentes desentendi-mentos podem prejudicar a comunica-ção e a expressão da criatividade,reformule seus métodos.

Pode vir a interessar-se pelas ciênciasesotéricas e expressar suas idéias porescrito. A sua tendência para deva-neios deve ter uma influência promo-tora em suas atividades criativas, emespecial, literárias.

Você demonstra muita empatia e sabecomover as pessoas. Já que há muitacriatividade e sensibilidade, particular-mente nos campos da arte e da música,deveria tentar exprimir esse talento deum modo adequado.

Você está extremamente disciplinadomentalmente. Defende pontos de vistaclaros e é capaz de organizar projetosmaiores a contento de todos neles en-volvidos. Suas decisões caraterizam-sepelo tato e bom senso.

Você não se ilude com nada nesta fase.Realiza seus objetivos e ambições comtoda a concentração e garra. Porém, defato, um pouco de diplomacia não fariamal, pois tende a ser rígido e intensodemais.

Você é capaz de reagir eficiente e rapi-damente ao que acontece e, por isso,não precisa de muito tempo até esta-belecer uma relação emocional com aspessoas do seu meio, podendo chegaraté a magnetizá-las.

Observe-se, pois você pode se sentirtentado a empregar suas energiasabundantes de um modo errado.Aprenda a lidar com a ansiedade, impa-ciência e frustração, diminua as expec-tativas e trace objetivos reais.

Tende a certa disposição romântica e adefender altos ideais. Seu senso fortepara a estética que há no campo daarte e da música torna-o capaz de seauto realizar de um modo criativo. Hágrande eloqüência e charme.

HORÓSCOPO

Keka Campos, astróloga • [email protected]

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Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014 esporte | 15

opinião | Bruno Porpetta

O craque sumiu? O título alemão na Copa

levantou a lebre: será o fimdo craque?

Só se fala em jogo cole-tivo, bola de pé em pé, or-ganização, planejamento,tática e até software. O quesignifica isso tudo?

Chovendo no molhado, ofutebol é mesmo um es-porte coletivo. Sem partici-pação ativa dos três setoresdo campo, não tem jogo.Essa participação, hoje, nãose limita a guardar posiçãoe só defender ou só atacar.

Não se descobriu a pól-vora quando se retomou aideia de que o passe é ofundamento mágico do fu-tebol. Driblar é bonito, fazergol é heroico, mas o passeé que determina se temosum time ou um bando debons jogadores.

As últimas duas Copasconsagraram essa afirma-ção. As seleções que tocammais a bola foram cam-peãs. A Espanha tinha doiscraques no meio-campo.Os catalães Xavi e Iniesta,que careciam de alguémmais qualificado à frente,toparam ser chamados dechatos e foram campeõesna África do Sul.

Na nossa Copa, não tí-nhamos um craque no timecampeão. O que mais seaproxima disso é Schweins-teiger, mas não chega atanto. Se o meio-campo ale-mão não tinha os craquesespanhóis, tinha muitomais qualidade à frente.omas Muller é fantástico!

A Alemanha prima peloequilíbrio e bom funciona-mento dos três setores. ACopa do zagueiro Hummelsfoi a garantia de bom fute-bol na defesa e Boateng foifundamental na final.

No entanto, do outro ladotínhamos um craque. A ex-pectativa criada em torno deMessi, ainda mais quandoNeymar saiu, foi muitomaior do que o seu corpopermitiu. Messi foi decisivono início e importante nofim, mas se esperava que elefosse mais que isto.

A Copa não acabou como craque. A vitória alemãnão representa isso, massim a importância do time.Se a Alemanha tivesseum craque, do porte deBeckembauer, nesse ti-maço, a Argentina, mesmoorganizada, não aguenta-ria dez minutos.

No Programa de Desenvol-vimento de Talentos, iniciado em2000, a DFB (Federação Alemãde Futebol) determinou novasregras para a organização do fu-tebol alemão, contando com ogoverno, através das escolas pú-blicas que integram o projeto.

Os clubes das duas princi-pais divisões do país têm, obri-gatoriamente, equipes de basecom crianças a partir dos noveanos, garantindo a conclusãodo ensino médio escolar.

Privilegiando a técnica naadmissão dos jovens, a DFBpossui – além dos clubes – 366pontos de apoio espalhadospelo país para selecionar os des-

taques, que passam a ficar soba “tutela” da entidade.

O DFB Mobil, com 30 car-ros rodando pelo interior dopaís, é um projeto que buscaformar treinadores para ascrianças, com equipamentocompleto para treinos de fute-bol e apostilas com sequênciasde exercícios para aplicação,que seguem o programa da se-leção principal da Alemanha.

A partir da sub-17 existemcampeonatos nacionais, nosmesmos moldes da primeira di-visão alemã, que mantêm os ti-mes em atividade por todo oano. O desenvolvimento técnicoelevou, inclusive, a média depúblico do campeonato alemãopara mais de 40 mil pessoas porjogo, além da venda de produ-tos licenciados dos clubes.

Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Marcelo Cassal/ABr

DFB determinou novas regras para a organização do futebol alemão

O balanço final da Copa doMundo por parte do governofederal trouxe dados impres-sionantes do ponto de vista doturismo durante o evento.

Segundo o relatório do Mi-nistério do Turismo, estiveramno Brasil 1.015.035 estrangeirosde 202 países diferentes. Foifeita uma pesquisa de satisfa-ção com esses turistas, além dolevantamento do número ab-soluto de visitantes.

A pesquisa revelou que 61%conheceram o Brasil pela pri-meira vez, quase a totalidade

(95%) dos turistas pretendemvoltar ao país em outras oca-siões. Para 83% dos estrangei-ros, o Brasil atendeu totalmenteou superou as expectativas.

Outros 3.056.397 de brasilei-ros viajaram pelo país durantea Copa, e 67% deles conhece-ram as cidades-sede pela pri-meira vez. Esses destacarampositivamente a receptivi-dade (90,5%), o lazer (87,2%),a segurança (83,8%) e os aero-portos (81%). Dos vôos nopaís, apenas 7,46% partiramcom atraso.

Números do turismo na Copa impressionam•

Alemães investem na base emconjunto com o poder públicoCOPA DO MUNDO Projeto alemão contou comenvolvimento de escolas públicas

Messi fez muito, mas menos do que se esperava dele

BINÓCULO

A grandeperda do Heat

Na fase mais agitadado mercado na NBA,enquanto o MiamiHeat – atual vice-cam-peão da liga – celebraas renovações dos con-sagrados Chris Bosh eDwayne Wade, tam-bém lamenta a perdade seu grande astroLeBron James, que re-tornou a sua equipede origem, o Cleve-land Cavaliers. Eleatuará novamente aolado do brasileiro An-derson Varejão.

Que faaase!O tenista brasileiro

Thomaz Bellucci, quehavia sido derrotadono qualifying do tor-neio ATP 500 de Ham-burgo, ganhou umanova chance para dis-

putar a competição,contando com uma de-sistência. Acabou nova-mente derrotado por 2sets a 1 (6/4, 3/6, 6/2)para o espanhol PabloAndujar e está elimi-nado. Bellucci, o nú-mero 1 do ranking bra-sileiro, anda em má fasee recentemente caiumais cinco posições noranking mundial, ocu-pando a 86ª posição.

Divulgação

Tenista Thomaz Bellucci

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16 | esporte Rio de Janeiro, 17 a 23 de julho de 2014

No retorno do Campeo-nato Brasileiro, o Botafogofoi à Ilha do Retiro, no Re-cife, enfrentar o Sport e sedeu mal. O atacante NetoBaiano, do time pernam-bucano, aproveitou que ogoleiro Andrey estavaadiantado e chutou quasedo meio-campo para de-cretar o placar.

O Botafogo tentou assu-mir o controle do jogo no

início, mas logo foi envol-vido pelo time da casa. Aos25, o alvinegro Zeballos che-gou a ter uma chance clarade gol, mas desperdiçou.

No segundo tempo, o timecarioca tentou subir ao ata-que para empatar, mas oSport foi mais perigoso noscontra-ataques. A derrota éuma ducha de água fria nareação do Botafogo, que co-meçou antes da Copa. (BP)

BRASILEIRO Neto Baiano marcou aos 43 do primeiro tempo e definiu o jogo

BRASILEIRO Fluminense foi ao HeribertoHulse enfrentar o Criciúma e não jogou bem

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• O FLAMENGO estu-da a possibilidade decriar um setor popu-lar no Maracanã, comingressos custando 30reais (meia entradapor R$ 15). O Consór-cio que administra oestádio já deu sinalverde ao projeto, massua efetivação depen-de do próprio Fla-mengo, que determi-na o valor dos ingres-sos. A proposta esbar-ra na divisão da pró-pria diretoria sobre oassunto. Parte da di-reção do Fla nãoaprova a criação des-se setor com ingres-sos mais baratos.

• MESUT OZIL, meiacampeão do mundocom a seleção alemã,doaria cerca de R$ 1,3milhão que ganhoucom a premiação daCopa, às vítimas dogenocídio israelensecontra palestinos naFaixa de Gaza, mas ainformação foi des-mentida pelo empre-sário do atleta, Ro-land Eitel.

• EDMUNDO apostaem um nome novopara as eleições noVasco – inicialmentemarcadas para 6 deagosto. Trata-se de Julio Brant, executivoda empreiteira An-drade Gutierrez, quetem pouco mais decinco anos de vida as-sociativa no clube enunca se envolveu napolítica interna.

• ROMÁRIO, em pro-nunciamento na Câ-mara nesta quarta-fei-ra (16), pediu a anula-ção do pleito para apresidência da CBF,que elegeu Marco PoloDel Nero. O deputadoe ex-craque disse: “Vo-cês acham mesmoque esse senhor é ca-paz de comandar asmudanças que o fute-bol brasileiro tantoprecisa? Eu tenho cer-teza que não.”

TOQUES CURTOS

O Flamengo recebeu oAtlético-PR, reeditando a de-cisão da Copa do Brasil 2013,quando o rubro-negro cariocase sagrou tricampeão, mas arealidade de hoje é muito di-ferente daquela.

Apesar da maior posse debola do Fla, o time produziamuito pouco, o esquema novocom três zagueiros não funcio-nava bem. Paulinho era desar-mado com facilidade no ataque

e, em um dos contra-ataques,o Furacão chegou ao primeirogol, com Douglas Coutinho.

Logo depois, o autor dogol paranaense entrou comforça em Paulinho que, lesio-nado, acabou substituído porMugni. O Flamengo melhorouum pouco com a substituiçãoe, em jogada de escanteio, oargentino cruzou na cabeçade Samir, que empatou o jogo.

Após o intervalo, o Fla-mengo tinha com a posse debola, mas não conseguia che-gar ao gol adversário. Comisso, o Atlético-PR voltou a

partir pra cima e fez o segundogol. Pra piorar, o Flamengoperdeu o zagueiro Samir, comlesão muscular, que saiu cho-rando de campo.

Daí em diante, os poucostorcedores presentes em Macaénão pararam de protestar con-tra o time. Em especial, o lateralAndré Santos e o meia Elano,

que foram muito vaiados.Agora, o Flamengo é o lan-

terna do Brasileirão, com ape-nas 7 pontos ganhos em 10 jo-gos. O clube, até agora, acertoudois reforços para o time: ovolante Canteros, ex-Velez Sars-field, e o meia-atacante Eduar-do da Silva, que disputou aCopa pela seleção da Croácia.

Flamengo perde, é lanternae torcida não perdoaBRASILEIRO Flamengo recebeu o Atlético-PR no Moacyrzão e terminou na lanterna da competição

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Gilvan de Souza/Flamengo

A Copa passou e o futebol do Flamengo continua o mesmo

Flu joga muito mal, masquase arranca empateimprovável

O Fluminense saiu paraenfrentar o Criciúma, no es-tádio Heriberto Hulse, semo atacante Fred, poupadoapós o retorno da Copa, econseguiu ter mais a possede bola no primeiro tempo.No entanto, foi pouco pro-dutivo no ataque.

Após um início de troca depasses, aos poucos o Flu foise deixando levar pela inefi-caz bola longa da defesapara o ataque.

Assim, o Criciúma pas-sou a levar vantagem nadisputa de bola e, ao chegarna área pela primeira vez

com maior perigo, o árbitroviu pênalti em lance quePaulo Baier se atirou nochão. O próprio Baier co-brou e abriu o placar.

No segundo tempo o Fluconseguiu voltar pior e foi fa-cilmente envolvido pelo Cri-ciúma, comandado porPaulo Baier, que marcou o se-gundo e cobrou falta na ca-beça de Serginho.

No fim do jogo, Conca fezum golaço e Matheus Carva-lho marcou outro de cabeça,diminuindo para 3 a 2. Ape-sar de pressionar, não con-seguiu o empate.

Com golaço do meiode campo, Botafogoperde para o Sport

FICHA TÉCNICA

1 X 2Flamengo Atlético-PR

Moacyrzão – 16/07 – 22h