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BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA “PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”.
Fátima Fadel Hampf *
Djane Antonucci Correa**
RESUMO
BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA
”PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”.
O grande problema da Educação no Brasil esbarra na alfabetização, muitos estudantes concluem o Ensino Fundamental e Médio sem estarem letrados, são analfabetos funcionais, pessoas que apresentam dificuldades na compreensão de situações comuns de seu dia-a-dia, quer enquanto alunos, quer enquanto cidadãos. Em busca de melhoria no letramento dos alunos do CEEBJA ”Prof.ª Amélia M. S. B. Vaz”-Ens. Fundamental e Médio, no município de Castro-PR, operacionalizou-se uma Oficina de Leitura, constituída por encontros semanais, proporcionando o contato dos alunos com os mais variados gêneros textuais, em diferentes formas de linguagem, com base em Bakthtin (1986), Britto (2007), DCE (2007), Faraco (2005), Freire (1986), Ribeiro (2005), Soares (1998) entre outros. Foram quinze oficinas que despertaram o interesse dos educandos para as diversas formas de leitura. A freqüência às Oficinas, a interação dos alunos, os depoimentos dos partícipes, de professores e direção da escola e o número de empréstimos de material de leitura, evidenciaram que os encontros foram amplamente positivos. Pôde-se comprovar que essa é uma forma de trabalho que deve ser contínua, buscando constantemente a motivação do aluno para a leitura e que esse projeto foram apenas os primeiros passos de uma longa caminhada a ser trilhada. PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Letramento. EJA. *Prof.ª Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela Faculdade Internacional de Curitiba e Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão. Trinta e três anos de Magistério, dezesseis na Educação de Jovens e Adultos. **Orientadora Prof.ª Dr.ª - Docente do Setor de Línguas Vernáculas da UEPG, Pós doutoranda pela UNICAMP.
AIMING AT STUDENTS’ LITERACY IMPROVEMENT AT CEEBJA “PROFESSORA AMÉLIA M. S. B. VAZ”
ABSTRACT
A great education problem in Brazil touches the process of learning to read and write. Many students graduate from Elementary and High School without being literate; they are functional illiterate, people that present difficulties in understanding common situations in their quotidian, both as students and citizens. In order to promote students’ literacy improvement at CEEBJA “Professora Amélia M. S. B. Vaz” – Elementary and High School, in Castro – PR, it was implemented a series of Reading Workshops, constituted of weekly meetings, giving the students the opportunity to have contact with several text genres, in different forms of language, based in Bakhtin (1986), Britto (2007), DCE (2007), Faraco (2005), Freire (1986), Ribeiro (2005), Soares (1998), among others. It was a total of fifteen meetings that aroused the students’ interest to various forms of reading. The attendance to the Workshops, the students’ interaction, the statements made by the ones involved – students, teachers and the school director, as well as the number of reading materials borrowed from the library, evidenced that the meetings were really positive. The results pointed that this line of work should continue, aiming constantly at students’ motivation for reading, and also that this project was only the first steps of a long journey to be made. KEYWORDS: Literacy. Adult Education.
INTRODUÇÃO
Ao longo da segunda metade do século XX, ocorreu um importante movimento
de ampliação da oferta de vagas no ensino público no nível fundamental que
transformou a escola pública brasileira em uma instituição aberta a amplas camadas da
população.
“No entanto, essa não foi acompanhada de uma melhoria das condições do
ensino, de modo que, hoje, temos mais escolas, mas sua qualidade é muito ruim.”
(HADDAD & PIERRO, 2000, p.125).
Um estudo recente realizado pelo Ministério de Educação, em fevereiro de
2007, traça uma comparação quanto às médias de proficiência no decênio 1995 –
2005, relativo aos resultados obtidos em Língua Portuguesa, como se pode observar
tanto na tabela como no gráfico 1, de uma forma geral, a Educação Básica brasileira
decaiu.
A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO PARANÁ
Uma das formas encontradas para minimizar esse quadro, de acordo com a
Proposta Pedagógica dos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e
Adultos - CEEBJAs do Paraná, 2001, foi a institucionalização em 1972, do ensino
supletivo, com a criação do Departamento de Educação Complementar, transformado
pela Deliberação 020/73 em Departamento de Ensino Supletivo, nos mesmos moldes
preconizados na época pelo DESU/MEC.
O sistema político-econômico daquela década e as novas exigências do
processo de industrialização viram na mão-de-obra jovem e adulta, que carecia
naquele momento, apenas de escolarização, uma fonte de potencialidade produtora.
Para o aluno trabalhador, a escolarização representava a solução rápida para suprir a
necessidade de inserção no mercado de trabalho ou buscar “status” de escolarizado,
que o certificado escolar lhe conferia.
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e
Adultos do Conselho Nacional de Educação, Parecer nº. 11/2000, homologado pelo
então Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, em 09/06/00:
A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea.
Dezesseis anos de docência na EJA, proporcionaram a credibilidade para
afirmar que inúmeros alunos chegavam à 8ª série e mesmo ao Ensino Médio, sem
estarem funcionalmente alfabetizados. Decifravam códigos alfabéticos, no entanto,
eram incapazes de compreender enunciados de exercícios ou outros textos, mesmo os
mais simples. Assim surgiu a questão: sem saber ler, como se podia esperar que
aprendessem alguma coisa?
É notório que a EJA é a última oportunidade de escolarização para os jovens e
adultos que a procuram. Esse público escolar necessita do conhecimento sistemático
para manter seu emprego, ingressar ou manter-se no mercado de trabalho, progredir
em estudos posteriores ou simplesmente para realização de um antigo sonho.
Contudo, de nada serve a conclusão do Ensino Médio, se deixam a escola
sem, no mínimo, estarem totalmente alfabetizados; permanecendo “analfabetos
funcionais”, que segundo Ribeiro (2005), são pessoas com um nível rudimentar de
escrita, insuficiente para enfrentar o atual mercado de trabalho.
O cidadão “analfabeto funcional” tem dificuldades em situações comuns de seu
dia-a-dia, não consegue entender manuais informativos, noticiários televisivos ou
impressos e até mesmo documentos pessoais e familiares. E a dúvida permanecia
latente: O que fazer para melhorar essa problemática situação?
Como justificativa do objeto de estudo do trabalho realizado, havia a
experiência anterior de um Projeto de Oficina da Leitura, realizado no CEEBJA em
2006. A atividade teve inicialmente a co-participação dos professores de Educação
Física e de Artes, porém, em seu desenvolvimento, professores de outras disciplinas
passaram a envolver-se com o trabalho. A “Oficina” era realizada semanalmente, nos
dois períodos de funcionamento da escola: vespertino e noturno, com duração
aproximada de uma hora e meia a duas horas.
Esse projeto teve aplicabilidade de dois meses, de outubro a dezembro, no
entanto, os resultados foram surpreendentes. A biblioteca escolar, usada
exclusivamente como mais uma sala de aula, foi revitalizada em sua função específica;
a procura de livros, revistas, gibis etc., para empréstimo, passou a ser diária, a “mãe-
estudante”, ao retirar material de leitura para ela mesma, aproveitava para levar
também livros infantis, gibis ou almanaques para os filhos.
Foram realizados sete encontros, 145 empréstimos de material para leitura e
visita a pontos turísticos e culturais da cidade.
Se em dois meses de experiência o Projeto “Oficina da Leitura” obteve um
resultado tão positivo, transformá-lo em Plano de Trabalho, inserido no PDE e
desenvolvido em um semestre, certamente seria extremamente benéfico ao letramento
dos discentes participantes, pois como afirma Freire (1986): “Se é praticando que se
aprende a nadar, / Se é praticando que se aprende a trabalhar. / É praticando também
que se aprende a ler e a escrever...”
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Inicialmente houve uma reflexão sobre a docência atual da Língua Portuguesa,
o que é realmente importante para o estudo da Língua Portuguesa?
De acordo com Faraco (2005), o ensino do português tem sido objeto de
intensas reflexões críticas desde pelo menos os fins da década de 1940, sem que
essas críticas tenham produzido mudanças na qualidade do estudo da disciplina, com
exceção, talvez em escolas que privilegiam as classes mais abastadas.
Britto (2007), referindo-se ao ensino como um todo, afirma que a escola é
anacrônica e que o paradigma de educação vigente está em total descompasso com os
modos de organização social, da circulação do conhecimento, e de concepção de
constituição da subjetividade e integridade individual e coletiva contemporâneos. O
autor cita Digiorgi (2003):
O mundo sofreu, no último quarto de século, mudanças gigantescas que implicam novos riscos e novas possibilidades. Da base técnica...à geopolítica,...passando pela subjetividade, as transformações são enormes.(...) O modelo de escola se revela absolutamente inadequado frente à nova realidade. (DIGIORGI 2003, apud Britto 2007).
Parafraseando Faraco (2005), em relação ao estudo da Língua Portuguesa,
ainda sobrevive no ensino brasileiro uma forma de ensino tradicional, onde se estuda a
gramática pela gramática sem qualquer preocupação com sua função ou apenas “uma
mera gramatiquice (a repetição até a náusea de temas gramaticais)”; a cobrança do
erro e a burocracia do ler, falar e escrever.
Britto (ibid) declara que a educação lingüística não pode ser um desafiar de
regras de como falar bem, nem a desautorização do saber lingüístico do educando.
Seu objetivo deve ser a criação de situações em que os educandos, partindo do que já
sabem e de seus vínculos sociais, desenvolvam habilidades lingüísticas e que a sua
implementação supõe o reconhecimento de que a aquisição do conhecimento é global
e não fragmentado.
Faraco, C. sugere que ao se reformular o ensino de Língua Portuguesa dentro
da nova LDB, é necessário desaprender, “jogar fora” todas as raízes tradicionais do
ensino da Língua Portuguesa e conclui que, com esse novo ensino, é preciso
reconstruir a concepção de linguagem, que se desvela como uma multidão de
discursos e vozes sociais, que revelam histórias, grupos sociais, práticas coletivas,
valores, visões de mundo e experiências pessoais diferentes. Lembra ainda que o texto
pode ser apresentado em inúmeras linguagens além da verbal, como a linguagem
visual, a música, o cinema, a fotografia, o vídeo, a tevê, o rádio, as charges, as
histórias em quadrinhos, percebendo que todas são atividades sociointeracionais.
Texto, então, implica não apenas a formalização do discurso oral ou escrito, mas o evento que abrange o antes, isto é, as condições de produção e elaboração e o depois, ou seja, a leitura ou a resposta ativa. O texto ocorre em interação, e por isso mesmo, não é compreendido apenas nos seus limites formais (BAKHTIN, 1986, apud DCE, 2006).
De acordo com as DCE, aquilo que se diz ou se escreve constitui, para Bakhtin
(ibid) o enunciado ou discurso, o qual se realiza em momentos interativos. Nesse
processo os interlocutores constroem sentidos e significados ao longo das suas trocas
lingüísticas, orais ou escritas. Tais sentidos e significados são influenciados, também,
pelas relações que os interlocutores (autor e ouvinte ou leitor) mantêm com a língua,
entre si, com o tema sobre o qual se fala ou escreve, ouve ou lê, pelos seus
conhecimentos prévios, atitudes e preconceitos e pelo contexto social em que ocorre a
interlocução. Tudo isso é potencializado no texto.
Retomando o âmago da questão, após assimilar essa visão sobre texto,
instrumento de interação, a leitura como forma de melhoria na alfabetização e
letramento dos estudantes da EJA.
Frasseto (2005), em seu artigo sobre letramento na EJA, apresenta a
expressão “analfabetismo funcional” como termo gerador de preconceito, caracterizado
pela incapacidade de pessoas escolarizadas operar os conceitos de uma alfabetização
instrumental, que, segundo o autor, é apenas a decifração mecânica de signos, e que
mesmo pessoas com formação superior, às vezes, apresentam esta incapacidade.
Frasseto (idem) diverge dos demais autores citados, ao afirmar que pesquisa
sobre letramento define o termo como a capacidade de pessoas, mesmo não
alfabetizadas, em descentrar seu pensamento, resolver conflitos e contradições
dialógicas, formular e deduzir hipóteses.
Por sua vez, Soares para diferenciar alfabetização e letramento esclarece: “...
alfabetizado nomeia aquele que apenas aprendeu a ler e escrever, não aquele que
adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da leitura e da escrita.” (1998,
p.19).
Sobre o termo letramento esta autora diz:
Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita... Assim... não basta apenas saber ler, é preciso também saber fazer uso do ler..., saber responder às exigências de leitura que a sociedade faz continuamente... (SOARES, ibid, p.20) Na cidade de São Paulo, em 1997, concluiu-se um estudo para precisar
empiricamente o termo analfabetismo funcional para um contexto urbano latino-
americano (RIBEIRO, 1999). Por meio de testes de leitura em amostra representativa
de pessoas entre 15 a 54 anos de idade, constatou-se que 74% dessa população era
totalmente analfabeta e que 25,5% foram caracterizados como analfabetos funcionais.
Foi verificado, ainda, que as pessoas com menores níveis de alfabetismo
tinham como única referência de leitura e escrita a escola, a qual era associada a
exercícios de memorização de letras e sílabas e situações humilhantes, uma vez que
potencializavam as próprias incapacidades. Por outro lado, as pessoas com maiores
níveis de alfabetização, ao relembrar suas experiências com a leitura e escrita,
associam-nas à família e à escola, em especial à leitura de histórias.
Isabel Infante, uma das pesquisadoras desse estudo, adota a seguinte
definição ao termo analfabetismo funcional:
Uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permite também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade. (INFANTE, apud RIBEIRO, 2005, p.90). Definição de Paulo Freire reelaborada por Magda Soares: ...ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como um meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. Freire concebe o papel do letramento como sendo ou de libertação do homem ou de sua “domesticação”, dependendo do contexto em que ocorre e alerta para sua natureza inerentemente política defendendo que seu principal objetivo deveria ser o de promover a mudança social. (SOARES, 1998, p.91). As DCN (2007) afirmam que se entende a prática da leitura como um ato
dialógico, interlocutivo, em que o aluno/leitor tem um papel ativo no processo da leitura,
sendo o responsável por “reconstruir o sentido do texto” (grifo dos autores). Conclui
que ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais,
jornalística, judiciária, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária
entre outras e que ler trata de proporcionar o desenvolvimento de uma atitude crítica
que leva o estudante a perceber o sujeito presente nos textos e, portanto, tomar uma
atitude responsiva diante deles. Apresentando, dessa forma, seu conceito em relação
ao nível de leitura necessário para que alguém seja considerado não apenas
alfabetizado, mas também letrado.
Outro conceito importante é o de “rizoma”, Deleuze e Guattari (2007) usam
exemplos simples como a grama e a erva daninha, que têm formas diversas, desde
sua extensão superficial ramificada em todos os sentidos; qualquer ponto de um rizoma
pode ser conectado a outro. A palavra “platô” é classicamente empregada no estudo de
tubérculos, bulbos e rizomas. Deleuze e Guattari (idem) definem “platô” como toda
multiplicidade que se conecta com outras hastes de maneira a formar e estender um
rizoma, afirmam também que um platô está sempre no meio, sem meio nem fim e que
um rizoma é feito de platôs.
TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Moura (2006) em sua obra A Prática Pedagógica dos Alfabetizadores de
Jovens e Adultos: Contribuições de Freire, Ferreira e Vygotsky, afirma que há uma
pobreza teórica da alfabetização de jovens e adultos, que tem impedido de se explicar
a relação ensino-aprendizagem, sua função sociocultural; as características dos
educadores, os saberes que precisam ter para alfabetizar, sua formação teórico-
prática, a necessidade do domínio dos conhecimentos que mediarão a aprendizagem
dos alunos, seu conhecimento sobre os próprios alunos.
A autora prossegue sua reflexão observando que Freire continua sendo o
único referencial teórico-metodológico elaborado de forma sistematizada para a
alfabetização de jovens e adultos no Brasil e que ele próprio reconhecia e
recomendava a necessidade de atualização de seu “método” e, para isso, já oferecia
suporte teórico para aqueles que se dedicam à alfabetização de jovens e adultos.
Ela argumenta que tanto Freire quanto Ferreiro e Vygotsky não são
pedagogos, nem são teóricos da educação, mas possuem toda uma produção
científica baseada na relação teórico-prática. Concebem a partir da experiência prática,
e não apenas em teorias, eles buscam os teóricos que os antecederam, os
conhecimentos produzidos anteriormente e a partir da crítica e da análise, da
comparação com suas atividades práticas, lançam sua idéias e proposições.
O próprio Freire confirma:
Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta, implica a continuidade da leitura daquele. De alguma maneira, podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1986, p. 22).
As fundamentações teóricas estudadas juntamente ao conhecimento empírico
na EJA levam a crer que a aquisição da confiança do estudante adulto passa pela
valorização de seu conhecimento de mundo e pela elevação de sua auto-estima,
levando-o a acreditar na própria capacidade de aprender, que o papel a ser
desempenhado pelo professor é o de orientador, ou seja, um elo entre o educando e o
conhecimento sistematizado a que o aluno se dispõe alcançar.
FORMAR LEITORES
Contribuir para formar leitores é a primeira tarefa do professor, porém não é
desejável que a leitura se limite exclusivamente à escola, pois ela é uma prática social.
Mesmo assim, a escola é um dos principais lugares sociais de leitura, de onde se
espera que as pessoas saiam lendo. Ela é o espaço privilegiado para o ensino de
leitura de adultos e crianças.
Peruzzo, Jardim, in Moll (2005), professor da Rede Municipal de Ensino de
Porto Alegre, faz um relato de sua experiência como educador na Oficina de Leitura
oferecida aos alunos do Programa de Ensino Fundamental para Jovens e Adultos
Trabalhadores – PEFJAT, da UFRES. Segundo Peruzzo, Jardim (ibid), o objetivo de
formar leitores encontra resistência nos alunos que já têm suas histórias de leitura.
Conhecer as leituras não-escolares feitas por eles, sem preconceitos, com base em
critérios estéticos é o primeiro passo para desfazer as resistências, afirma que é
preciso apresentar ao aluno leituras variadas, as quais ele não terá acesso em outros
lugares, e conclui que nesse sentido, o fato de alunos terem acesso a textos literários,
apelativos e informativos entre outros, já justifica a existência de uma oficina de leitura.
A seguir, o professor faz as seguintes reflexões: “Que leitor queremos formar?
Como desenvolver a prática da leitura?” E conclui afirmando que deseja um leitor que
se posiciona e que é capaz de conviver com as diferenças, segue afirmando que é
preciso criar condições sociais para a prática da leitura. O primeiro passo é facilitar o
acesso ao livro. As bibliotecas públicas são insuficientes, é preciso aproximar o livro
das classes populares. Do poder público o autor espera a definição de políticas claras
para a formação de leitores e que todos podem fazer algo, mas é do professor que se
espera mais e que um trabalho consistente em aula pode formar leitores mais
competentes e mais felizes.
O professor finaliza dizendo que é necessário desenvolver no aluno a
autonomia de leitura, para que ele continue lendo depois de concluir os estudos. Não
interessa a ninguém um leitor restrito ao ambiente escolar, pois a escola é uma
atividade - meio, e o ensino sem leitura é mera certificação e não produz efeitos
concretos na vida pessoal e profissional do aluno.
Esse foi igualmente o propósito da “Oficina de Leitura”, desenvolvida no
primeiro semestre de 2008, no CEEBJA “Profª. Amélia M. S. B. Vaz”-Ensino
Fundamental e Médio, como projeto de intervenção do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE) do Estado do Paraná.
OBJETIVOS
O objetivo geral do projeto desenvolvido, desde o Plano de Trabalho, o
Material Didático-pedagógico produzido, a intervenção fazendo uso desse material, foi
proporcionar ao aluno, por meio da leitura, condições para buscar o seu próprio
desenvolvimento cultural e humano.
Especificamente os objetivos foram despertar o interesse pela leitura,
incentivar e desenvolver o hábito da leitura, estimular a criticidade do aluno cidadão,
assim como promover a interação entre todos e ao mesmo tempo com o mundo que os
cerca.
FINALIDADES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A Proposta de Intervenção em questão, teve por base os eixos norteadores
dos princípios político-pedagógicos da SEED (DCN, 1996), abaixo citados:
a) compromisso com a diminuição das desigualdades sociais;
b) articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento econômico,
social, político e cultural da sociedade;
c) defesa da educação básica e da escola pública, gratuita de qualidade, como
direito fundamental do cidadão;
d) estímulo ao acesso, à permanência e ao sucesso de todos os alunos na
escola;
e) atendimento e respeito à diversidade cultural.
Segundo o documento-síntese do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE) do Estado do Paraná, base para a elaboração do plano de trabalho, promover a
leitura, a escrita, a interpretação e a inserção crítica do jovem no mundo do trabalho
são os grandes objetivos da Educação Básica do Estado do Paraná e cita Saviani:
... o fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo, é importante envidar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da língua vernácula, o mundo dos
cálculos, os instrumentos de explicação científica estejam disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele currículo básico da escola elementar (Português, Aritmética, Geografia e Ciências) é uma coisa que temos que recuperar e colocar como centro de nossas escolas de modo a garantir, que todas as crianças, assimilem seus elementos, pois sem isso elas não se converterão em cidadãos com a possibilidade de participar dos destinos do país e interferir nas decisões e expressar seus interesses, seus pontos de vista. (SAVIANI, 1986, p. 82 in Doc. Síntese do PDE, 2007)
A busca do desenvolvimento do estudante apresentada por Saviane foi
direcionada à Educação de Jovens e Adultos, em que há a mesma necessidade, porém
mais urgente tendo em vista a faixa etária dos estudantes.
METODOLOGIA: DESCRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO
Sobre a seleção do material de leitura ofertado aos alunos, Magda Soares
(2007), argumenta que Paulo Freire não criou um novo método de alfabetização, mas
uma concepção de alfabetização, que transforma o material com que se alfabetiza, o
objetivo com que se alfabetiza, as relações sociais em que se alfabetiza – enfim: o
método com que se alfabetiza... Freire selecionava palavras do universo vocabular dos
alfabetizandos, palavras que não fossem apenas objeto de mecânicas operações de
decomposição e recomposição, mas que se inseriam no universo semântico de
situações existenciais das quais brotassem, plenas de significado, uma concepção de
alfabetização que transformava o objetivo com que se alfabetizava: alfabetização não
apenas para aprender as técnicas do ler e do escrever, mas como tomada de
consciência, como meio de superação de uma consciência ingênua e a conquista de
uma consciência crítica, como promoção da ingenuidade em criticidade.
Para Magda Soares, Paulo Freire criou e, de certa forma, inaugurou uma nova
concepção de alfabetização, a serviço de um projeto de construção de um novo
homem, de uma nova sociedade, utilizando-as para a concretização de uma sua
pedagogia, a do “oprimido”, mas também a “da esperança” (grifo da autora).
Tendo por base as teorias apresentadas, como material didático-pedagógico
foi eleito a formação de uma “TEXTOTECA”, seleção de textos simples que se supunha
ser do interesse do aluno, que estimulassem a leitura e a busca de outras leituras para
melhoria tanto de sua vida estudantil, quanto e principalmente, de sua vida enquanto
cidadão.
ATIVIDADES
A produção da “TEXTOTECA” mencionada foi composta por atividades
diversas como pesquisa e seleção de textos nos mais variados gêneros e formas de
linguagem. Para tanto, houve a colaboração dos colegas do Grupo de Trabalho em
Rede , auxílio e validação da Orientadora da IES, Prof.ª Dr.ª Djane Antonucci Correa,
gravação dos textos audiovisuais; busca de parceria de empresas locais para cobrir
despesas de produção; digitação e impressão dos textos gráficos; organização final do
material e a implementação da intervenção, na escola, fazendo uso do material
produzido.
Dessa forma, foram selecionados filmes, clipes, músicas, charges, tirinhas,
histórias em quadrinhos, fábulas, receitas culinárias entre outros, que após
apresentação à Orientadora IES, foram separados em textos a serem trabalhados em
sala de aula coletivamente e outros ofertados para leitura individual e/ou empréstimos.
REGISTRO DE AÇÕES E TEXTOS UTILIZADOS
_ 1ª Oficina - 13/03/08 - Apresentação do Projeto aos alunos, objetivos, cronograma e
demais informações sobre a “Oficina”. Nesse encontro foram apresentados fragmentos
de dois vídeos produzidos pelo MEC: “Do papiro à tela do computador”, história da
escrita desde os egípcios até nossos dias, bem como a importância da escrita para a
humanidade. E o vídeo “Alfabetização e Letramento”, que abordava conceitos
explicados de forma bem simples, argumentando o porquê da dificuldade na
compreensão de textos nas escolas de um modo geral, ambos utilizados como
justificativa para a realização das Oficinas de Leitura.
Foram também apresentados os microfilmes ”Um sonho impossível”, em forma
de desenho e o filme “Acorda, Raimundo, acorda”, ambos da SEED, abordando como
tema o relacionamento familiar e a desvalorização do trabalho feminino, dentro e fora
de casa.
Participação: setenta e três alunos, no período vespertino, adolescentes de
ambos os sexos e mulheres jovens; no noturno, jovens e adultos de ambos os sexos,
alunos trabalhadores.
Aceitabilidade: excelente, os alunos interagiram durante todo o tempo.
_ 2ª Oficina - 18/03/- “Se eu fosse você” foi o filme trabalhado no segundo encontro,
versão humorística do relacionamento conjugal e a necessidade de conhecimento do
outro como base para uma convivência harmoniosa e feliz.
Participação: noventa alunos e duas professoras.
Aceitabilidade: por se tratar de uma comédia teve uma ótima aceitabilidade.
_ 3ª Oficina - 25/03/ - Oficina direcionada a obras de artes famosas e algumas paródias
veiculadas a mídia, imagens e artistas mundialmente famosos.
Participação: Setenta e oito estudantes e três professoras.
Aceitabilidade: Inicialmente os alunos mostraram-se reticentes. Como há
muitos adolescentes, alguns começaram conversar, porém aos poucos foram se
interando e participando da aula.
Toda a explanação sobre as obras apresentadas foi dada pela Prof.ª de Artes;
a Prof.ªde Filosofia, localizou no contexto histórico, as teorias Teocentristas e
Antropocentristas, refletidas em algumas obras analisadas. A professora de Português,
responsável pelas Oficinas, estabeleceu o confronto entre obras de arte e suas
respectivas paródias, refletindo sobre os valores da época da obra e os atuais.
Prof.ª de Artes fazendo sua explanação. Introdução à oficina pela profª. Fátima.
_ 4ª Oficina - 1º/04/-Nesse encontro foram trabalhados textos visuais como charges,
tirinhas, cartuns e histórias em quadrinhos.
Participação: Oitenta estudantes e duas professoras compareceram a essa
atividade.
Aceitabilidade: curiosidade, diversão e reflexão sobre os textos apresentados.
Neste encontro foi realizado o primeiro questionário-depoimento, que demonstra a
satisfação e expectativa de uma nova forma de aprendizado, segundo opinião dos
alunos partícipes,dados disponíveis e analisados no presente artigo, na Discussão.
_ 5ª Oficina - 8/04/ - Trabalho rizomático às disciplinas de Ciências e Biologia.
Metodologia: Inicialmente foi apresentada a biografia do escritor Monteiro
Lobato. A seguir, o comentário a respeito do programa radiofônico “Jeca Tatuzinho” e
os cuidados com a higiene alertados no programa, fazendo a ligação. A professora de
Ciências esclareceu sobre a doença de Jeca, conhecida como amarelão, sua forma de
transmissão, conseqüências para nossa saúde e cuidados necessários para evitá-la. O
terceiro aspecto abordado foi a popularização do “Jeca Tatu” como protagonista do
Almanaque Fontoura, que indicava a importância do uso de vermífugos e a seguir, do
Biotônico Fontoura. Finalmente, os alunos assistiram ao filme de Mazzaropi,
observando as diferentes intencionalidades utilizadas por meio de um mesmo
personagem, o Jeca Tatu.
Participação: participaram desse encontro duas professoras de Português,
uma de História, uma de Ciências, uma de Biologia, uma pedagoga e noventa e sete
alunos, lembrando sempre que esse cálculo é referente aos dois turnos: vespertino e
noturno.
Apresentação do filme “Jeca Tatu”.
_ 6ª Oficina -15/04/- Foram utilizados gráficos e textos publicitários. Essa Oficina não
constava do planejamento inicial, a alteração foi realizada pela constatação das
dificuldades dos alunos na compreensão de gráficos e falta de percepção quanto à
intencionalidade presente nos textos, especificamente nos publicitários. Trabalho
envolvendo a disciplina de Matemática, para melhor entendimento de análise de juros,
preço à vista e a prazo etc.
Participação: sessenta e dois alunos.
Aceitabilidade: houve uma boa participação e interação, mas na sondagem
realizada, os estudantes afirmaram ter sido um encontro que apresentou muita
dificuldade.
_ 7ª Oficina -22/04/- Apresentação do filme “O jardineiro Fiel”, que mostra o uso de
seres humanos como cobaias em experiências de medicamentos de um grande
laboratório americano. Africanos servem de cobaias humanas, numa conotação de
vidas julgadas descartáveis. Atividade relacionada à Sociologia, análise e reflexão
sobre a manipulação de miseráveis, que vivem à margem da sociedade, sem proteção
da lei; abordagem também da discriminação e racismo existentes no mundo atual.
Participação: Oitenta e três alunos, três professoras e uma estagiária do curso
de Pedagogia.
Aceitabilidade: A reação inicial dos alunos foi de silêncio e indignação,
entretanto, na avaliação mensal do projeto, no quesito sobre sugestões, solicitaram
mais leituras que abordassem problemas reais como os enfocados no filme.
_ 8ª Oficina - 6/5/ - Foram analisadas as letras das músicas ”Estudo Errado” de Gabriel,
o Pensador e “Impostos” do Djavan.
Participação: tomaram parte dessa atividade quarenta e um estudantes e duas
professoras.
Metodologia: após ouvir a canção, foram analisadas estrofe por estrofe,
atividade relacionada à Sociologia. A seguir, foi proposta a reflexão sobre o papel da
escola que só cobrava, ou “cobra” “a decoreba”, sem o uso do raciocínio; desinteresse
dos governantes por uma escola que realmente leve seus alunos ao uso da reflexão e
a um real aprendizado.
Trecho da1ª música trabalhada: Eu tô aqui Pra quê?/ Será que é pra aprender?/ Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?/ Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater / Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever... A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil/ Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..(Estudo Errado, GABRIEL , O PENSADOR).
Fragmento da 2ª música:
IPVA, IPTU/ CPMF forever/ É tanto imposto/ Que eu já nem sei!.../ ISS, ICMS/ PIS e COFINS, pra nada.../Integração Social aonde?/Só se for no carnaval/ Eles nem thum... (Impostos, DJAVAN). Aceitabilidade: considerada pelos adolescentes a melhor Oficina. Houve
participação e interação muito boa, tanto dos adolescentes quanto dos adultos.
_ 9ª Oficina -15/05 - Projeto Sessão Jovem, realizado pela Câmara Municipal de
Castro.
Participação: Cento e trinta pessoas participaram desse encontro, que contou
com a colaboração de professores de Geografia, Filosofia, História, Matemática,
Química, Língua Portuguesa e de duas supervisoras da escola.
Metodologia: Na semana anterior à ida à Câmara, foi feito um levantamento
das obras prioritárias no município, na opinião dos alunos. Essas sugestões foram
recolhidas em urna e posteriormente selecionadas as três solicitações mais pedidas em
cada turno. A seguir, um aluno de cada período se dispôs a fazer e apresentar na
tribuna o pedido escolhido pelo grupo. Na Câmara, todo o trabalho com os alunos foi
desenvolvido pela administradora da Câmara, assessorada por outros funcionários,
com uma pequena participação do Presidente do Legislativo. Para tanto, dez alunos
foram eleitos, pelos colegas, para atuarem como vereadores e entre os escolhidos,
foram eleitos o Presidente, 1º e 2º secretários. Um deles fez uso da tribuna para leitura
do discurso sobre a solicitação feita anteriormente na escola, como realmente acontece
numa reunião ordinária do poder Legislativo.
Aceitabilidade: Alunos e professores afirmaram ter sido uma experiência de
grande proveito e conhecimento.
Alunos e professores do Período Diurno. Período Noturno.
_ 10ª Oficina - 20/05/ - Apresentação dos vídeos do Portal Dia-a-Dia Educação, “Mito
Matrix” e “Manipulação das Massas”.
Participação: sessenta e cinco estudantes e três professoras.
Metodologia: “Mito Matrix”-faz a analogia entre o Mito da Caverna de Platão e
o filme Matrix e um desenho animado que também faz relação do Mito da Caverna com
a hipnose televisiva de nossos dias.
O segundo vídeo, “Manipulação das Massas” enfoca o depoimento de pessoas
de diversas classes sociais, em relação a manipulação da mídia sobre a forma de
pensar e viver das pessoas e como isso ocorre em nosso dia-a-dia. Reflexão
direcionada pela prof.ª de Filosofia.
Aceitabilidade: essa foi a atividade mais crítica e reflexiva, no entanto, a
Oficina em que os alunos mais participaram, em particular os estudantes do vespertino,
período em que o número de adolescentes é maior.Um exemplo a ser destacado foi a
questão feita pelo aluno J.I., 15: “Prof.ª, onde a senhora quer chegar com essa
conversa?” Alunos extremamente participativos, questionadores e críticos.
_ 11ª Oficina - 27/05/ - Vídeo do Portal Dia-a-Dia Educação: “O futuro em nossas
mãos”, canção do cantor e compositor Roberto Carlos, enfocando a conscientização
sobre a importância da preservação do meio ambiente para todas as formas de vida do
planeta.
Participação: setenta e dois alunos e três professoras. Trabalho relacionado à
Ciências e Biologia.
Tendo em vista ter sido uma Oficina mais curta, após o encontro os alunos
optaram por permanecer lendo, fazendo caça-palavras, palavras cruzadas ou copiando
receitas até o final da aula.
_ 12ª Oficina - 3/05/ - Apresentação do filme “Deu a louca na Chapeuzinho”.
Participação: sessenta e dois estudantes e duas professoras.
Metodologia: Antes do filme foram feitos comentários sobre a história original e
após sobre paródias, os porquês de tais modificações e a presença de vozes de
personagens de outras histórias infantis, detectadas no filme.
Aceitabilidade: Antes dos comentários finais, alguns adolescentes acharam o
filme muito infantil, depois entenderam. No período noturno, com participação de
alunos mais maduros, houve uma aprovação imediata.
_ 13ª Oficina - 10/06/ - Trabalho com os vídeos: “Ditadura Militar” e “Ditadura e mídia”,
igualmente disponibilizados no Portal Dia-a-Dia Educação.
Participação: atividade interdisciplinar desenvolvida com a colaboração das
professoras de História e Filosofia e de setenta e três alunos.
Aceitabilidade: No período vespertino não houve muita participação devido à
idade dos alunos. À noite, a interação dos estudantes foi excelente, alunos mais velhos
conheciam empiricamente a história desse período, alguns haviam presenciado o
período das “Diretas Já” e muitos sabiam sobre o “Impeachement” ocorrido no Brasil
em 1992.
Metodologia: Nos dois períodos, a professora de História iniciou suas
explicações a partir do 1º mandato de Getúlio Vargas até chegar à Ditadura Militar,
abordou acontecimentos existentes nesse período da História brasileira, como
manipulação da opinião pública, repressões, porões da Ditadura etc.
O vídeo ”Ditadura e mídia” mostrou com muita clareza toda a ascensão da
Rede Globo e os motivos pelos quais ela se desenvolveu tanto, finalizou levando os
ouvintes a uma conscientização sobre a participação política de cada pessoa.
_ 14ª Oficina - 17/06/ - Leituras informativas sobre as drogas lícitas e ilícitas. Alteração
em relação ao tema planejado, atendo sugestões dos estudantes.
Participação: cinqüenta e oito alunos e duas professoras.
Metodologia: leitura informativa sobre como são feitas as drogas, reações e
efeitos colaterais, reflexão e debate sobre a legalização da maconha e/ou demais
drogas. Para pais de adolescentes ou responsáveis, foram disponibilizados textos
sobre como reconhecer um consumidor, como enfrentar o problema e outras
orientações sobre o assunto.
Aceitabilidade: A oficina atingiu plenamente o seu propósito, com excelente
interação tanto de adolescentes, como de jovens e adultos.
_ 15ª Oficina - 24/06 – Apresentação do Filme “Um amor para Recordar”. Abordagem
de ações de adolescentes inconseqüentes, que não respeitam nada nem ninguém, até
que um deles é condenado a cumprir pena alternativa e conhece reais valores de vida.
Participação: Cinqüenta e nove estudantes e três professoras, dos períodos
vespertino e noturno.
Aceitação: Apesar de um enredo triste, a Oficina conseguiu atingir seu objetivo
quanto à reflexão sobre valores morais, solidariedade e dedicação aos menos
favorecidos.
_ 16ª Oficina -1º/07/ - Foi apresentado o vídeo “Fábula Moderna”, paródia da fábula de
Ensopo “A Formiga e a Cigarra”. Análise e discussão sobre os diferentes valores
abordados nas duas narrativas. Encontro extra, utilizado para gravação de vídeo com
participação e depoimentos de alunos, professores e direção da escola.
Em todas as Oficinas, após o trabalho coletivo, eram ofertados aos
participantes outros materiais, tanto para uso em sala de aula como para empréstimo,
disponibilizando:
1- Jornais: “Folha de São Paulo”, “Gazeta do Povo”, com o qual
desenvolvemos parceria no projeto “Ler e Pensar” da RPC e o jornal local “Página Um”.
2- Revistas: assinatura das revistas “Época”, “Saúde” e “Globo Rural”,
aquisição de outras revistas solicitadas por alunas como “Júlia”, “Sabrina” e outras
sobre fofocas de atores, novelas, culinária, dicas de beleza etc.
3- Livros: clássicos literários nacionais e internacionais, livros de auto-ajuda,
infanto-juvenis entre outros.
4- Gibis e livro de histórias em quadrinhos.
5- Fôlderes: material informativo sobre diversos assuntos de interesse dos
alunos.
6- Almanaques: de fontes diversas, contendo informações, piadas,
curiosidades etc.
7- Textos variados: pequenos textos colados em cartas de baralho em
diversos temas e gêneros textuais.
8- Pastas- contendo textos distribuídos em:
- Charges, cartuns, tirinhas e histórias em quadrinhos.
- Textos narrativos: fábulas, contos, crônicas e lendas.
- Textos informativos: informações e textos instrucionais relevantes à vida dos
alunos.
- Textos poéticos, mensagens e pensamentos: essa pasta contém poesias,
letras musicais, salmos bíblicos, pensamentos de personagens famosos e mensagens,
recebe muitas contribuições dos alunos.
- Entretenimentos: piadas, caça-palavras, palavras-cruzadas, adivinhações etc.
- Receitas culinárias.
Também foram disponibilizados DVDs trabalhados em sala de aula e outros
adquiridos durante o ano letivo.
RESULTADOS
Como se pode observar, no relatório das Oficinas, houve a participação
expressiva de alunos e professores. Muitas vezes, em sua hora atividade as
professoras apenas assistiam, sem uma participação direta ou colaboração, o que
comprova que as Oficinas realmente despertaram o interesse de todos.
A escola, inserida no Projeto “Ler e Pensar” da RPC, desde março de 2008,
em final de junho coloca em prática o projeto denominado “Dia de Leitura”, realizada
quinzenalmente em todas as salas de aulas, utilizando temas sugeridos pelo BOLO,
encarte contendo diversas sugestões de atividades pedagógicas relacionadas a
matérias publicadas em seu jornal e fornecido às escolas pelo jornal “Gazeta do Povo”,
ou outros textos sugeridos por alunos e professores.
“Dia da Leitura”-alunos e prof.ª de Educ. Física. Exposição de trabalhos de alunos.
Após visita à Câmara Municipal, os alunos constantemente cogitavam sobre a
possibilidade de realizar uma excursão. Assim, quando já estavam encerrados os
trabalhos de intervenção na escola, foi realizado um bazar com a colaboração de
estudantes, alguns professores e funcionários, cuja renda custeou todas as despesas
de uma viagem cultural a Curitiba, onde os alunos tiveram a oportunidade de conhecer
vários pontos turísticos.
Viagem a Curitiba-PR - Shopping Estação Em frente à Churrascaria em que almoçaram.
Além da atividade mencionada, aproximadamente oitenta estudantes
conheceram o Teatro Municipal Bento Mossurunga e puderam presenciar a
apresentação do grupo de Balé Folclórico de Alagoas. Em outras ocasiões assistiram
às peças teatrais “Em Busca da Água Sagrada” e “Nove Meses”, autoria e direção de
Ariano Elon, aluno do CEEBJA e estagiário no teatro citado.
Influenciados pelas recentes descobertas, muitos alunos pediram para que
tivessem a oportunidade de fazer uma encenação. Dessa iniciativa, um grupo de
dezoito alunos e duas professoras compõem o elenco de um Auto de Natal a ser
apresentado no pátio coberto da escola, em 16/12/2008. O Auto será finalizado com a
apresentação de um coral infantil formado por vinte crianças, filhos de alunos e
professores, trajadas de anjos.
A peça é de produção e direção do aluno Ariano Elon, co-direção da Profª.
Fátima e colaboração de outros professores e estudantes envolvidos na confecção dos
trajes e cenários da peça.
Entretanto, a maior mudança de atitudes dos discentes está em suas próprias
ações. Exemplificando, na APAC, Associação de Professores e Alunos de CEEBJAs,
nunca houve uma real participação dos alunos; atualmente, professores e direção são
freqüentemente questionados sobre um ou outro recurso para melhoria da qualidade
do ensino, funcionamento da escola e outros assuntos. Estão muito mais seguros
quando se propõem a participar de concursos estudantis e dois alunos foram
classificados em concursos de redação, inclusive nas Olimpíadas de Língua
Portuguesa, na 1ª etapa ou nível municipal.
DISCUSSÃO
Citado anteriormente no presente artigo, em 2006, já havia sido realizada uma
breve experiência de Oficina de Leitura, comprovando bons resultados e em 2007, em
razão do afastamento das atividades para participação no PDE, um pequeno acervo
para empréstimos foi disponibilizado na sala de Língua Portuguesa. Um levantamento
comprovou os seguintes dados em relação ao número de empréstimos em sala de
aula:
2007- de fevereiro a dezembro = 324 empréstimos.
2008- de março a 18/11/ = 1.762 empréstimos.
Nota: em 2007 não foi realizada nenhuma atividade de incentivo à leitura. Em
2008 foi desenvolvido Projeto de Intervenção PDE, por meio da “Oficina de Leitura”
referenciada no presente artigo, de março a julho, de agosto a dezembro,
operacionalizado o Projeto ”Dia da Leitura”, criado em decorrência dos resultados
obtidos através da Oficina de Leitura e desenvolvido quinzenalmente pela escola toda.
Como se pode observar houve um crescimento de 543% na busca de leitura
espontânea, envolvendo variados gêneros textuais.
Uma das formas de avaliação previstas na Proposta de Intervenção foi a
realização de questionários, utilizados como sondagem da aceitabilidade do projeto,
pelos alunos partícipes.
Assim tivemos a primeira sondagem realizada em 1º/04/2008, após o quarto
encontro, relembrando que o 1º encontro foi a apresentação do Projeto a ser
desenvolvido e dois microfilmes sobre relacionamento familiar. O 2º- “Se eu fosse
você”-filme nacional abordando a mesma temática. 3º-Obras de artes e algumas
paródias e o 4º-Oficina trabalhada com textos visuais como charges, cartuns, tirinhas e
histórias em quadrinhos.
I- Questões que compuseram as sondagens realizadas em forma de
questionários:
- De quantas Oficinas você participou? - Da qual você mais gostou? Por quê?
- Que encontro você gostou menos ou não gostou? Por quê? - Dê sua opinião,
sugestões ou críticas sobre os encontros. - Por que você tem participado das Oficinas?
- Que resultado você espera obter participando dos encontros?
Em relação à questão sobre opiniões, críticas e sugestões, as respostas mais
freqüentes foram:
- “É bom ouvir explicações, tinha que ter mais.” - ”São encontros proveitosos
em que podemos aprender mais sobre muitos temas”. - “Minha opinião é que através
das Oficinas podemos ter muitas informações que não teríamos apenas usando os
módulos”. - “Gostaria de saber mais sobre doenças e saúde em geral”. - “Estou
adorando as aulas, porque além de fugir da rotina, estamos aprendendo muito”. - “Eu
adorei mesmo, parabéns, é uma atividade nova e ótima”.
II- No quesito sobre as expectativas dos resultados da Oficina, as intervenções
mais freqüentes foram frases como: “Que os alunos tenham mais conhecimento,
cultura e lazer”. “Ganhar conhecimentos, saber mais sobre vários assuntos”. “Pode
passar para outras pessoas as informações que obtive”. “Aprender muito mais, como
charges, cartuns, paródias, eu mesmo nunca tinha ouvido falar e nessas aulas deu
para aprender um pouco”.
III- Quanto às razões pelas quais têm participado, as respostas mais obtidas
foram: - ”Acho muito interessante, sempre gostei muito de ler e nunca tinha participado
de Oficinas de Leitura antes”. -“Porque estou aprendendo muitas coisas e espero
aprender mais e mais que a professora explica muito bem”. - “Está falando de coisas
importantes, que a gente desconhece por falta de oportunidade”.
O segundo questionário enfocou da 5ª à 10ª Oficina, foi realizado em 20/05/08,
com a participação de quarenta e dois alunos.
Na questão sobre sugestões as mais solicitadas foram: - “Mais atividades em
que se aprende de forma concreta como a visita à Câmara; mais filmes que mostrem a
realidade e leitura de temas atuais e polêmicos, abertos a debate pelo grupo”.
A terceira sondagem foi aplicada em 24/06/ sendo as declarações mais
freqüentes: - ”Gostei de todas as oficinas, aprendi bastante com a leitura e sei que tem
muito o que aprender ainda”. - “Para a professora, seu trabalho merece aplausos, acho
que quanto mais oficinas eu participar, melhor pra mim”. - “É uma aula bem
interessante, este projeto faz nos enxergar a vida com outro sentido.” - “Para aprender
coisas que não conheço, aprender mais e lutar pelos meus direitos de cidadão”.
A 16ª Oficina foi realizada para editar um vídeo com a participação dos alunos
e colegas de trabalho, que colaboraram em alguns encontros, a professora de História,
que trabalhou com o vídeo sobre a “Ditadura Militar”, fez a seguinte declaração:
_ ”Para mim foi uma experiência nova, devido o sistema de ensino do
CEEBJA, foi uma troca e pôde-se observar que a ditadura militar ainda é um assunto
que as pessoas desconhecem”.
Uma professora de Língua Portuguesa e Inglesa afirmou:
_ “Foi uma forma diferente de leitura que envolveu outras disciplinas,
mostrando entrosamento entre as diferentes áreas de ensino; nós percebemos, através
do número de livros e revistas emprestadas, que realmente despertou o interesse dos
alunos pela leitura, também pôde - se observar uma melhora significativa na produção
de textos”.
Outra professora de Língua Portuguesa declarou:
_ “Foi um trabalho muito gratificante, tão bom para nós professores, que
aprendemos muitas coisas novas, como para nossos alunos, foi uma maneira diferente
de se ver a leitura, um novo olhar da leitura, muito interessante, valeu a pena”.
A professora de Ciências que participou da oficina sobre o personagem de
Monteiro Lobato, Jeca Tatu, comentou:
_ “Achei o trabalho bem válido, porque vi um interesse maior dos estudantes
por informações sobre a esquistossomose, a doença de Jeca, interessante que após o
filme alguns alunos me procuraram para pedir mais informações sobre a doença e
formas de prevenção”.
_ “O projeto foi muito gratificante, embora não tenha acompanhado
diretamente as atividades, observei pelos comentários dos professores e dos alunos,
pelos corredores da escola, que foi muito interessante, a partir desse projeto, deu-se
início, na escola, um novo projeto “Dia da Leitura”, parabenizo a Profª. Fátima, aos
demais professores envolvidos e principalmente aos alunos que entenderam que a
leitura é o melhor meio de se aprender”, declarou a diretora da escola.
CONCLUSÃO
Como citada anteriormente, a referida Proposta de Intervenção, realizada
como uma das tarefas do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado
do Paraná, turma 2007, baseou-se nos eixos norteadores dos seguintes princípios
políticos-pedagógicos da SEED (DCN,1996) :
a) compromisso com a diminuição das desigualdades sociais;
b) articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento econômico,
social, político e cultural da sociedade;
c) defesa da educação básica e da escola pública, gratuita de qualidade, como
direito fundamental do cidadão;
d) estímulo ao acesso, à permanência e ao sucesso de todos os alunos na
escola;
e) atendimento e respeito à diversidade cultural.
Os resultados mostram também que conforme vimos em Frasseto (2005) e
Britto (2007) a visão de leitura ou de letramento está além do que se faz na escola.
Fundamentada também nos depoimentos dos partícipes da Oficina de Leitura,
colegas e direção, no número de material de leitura emprestado, na visível melhoria em
relação à compreensão e produção de textos, melhora na auto-confiança dos
estudantes, foi deduzido que o projeto “Oficina de Leitura” além de atingir os objetivos
propostos, a cada dia supera suas próprias expectativas.
Há de citarem-se também algumas dificuldades encontradas como despesas
com material de leitura, obstáculos por parte da direção e colegas da escola onde o
projeto de intervenção foi aplicado, entre outras.
É mister enfatizar que todo esse processo de desenvolvimento intelectual da
professora/autora, bem como os excelentes resultados obtidos na proposta de
intervenção na escola, foram viáveis graças aos esforços disponibilizados pela SEED,
tanto em relação à fundamentação teórica renovada, como pelo tempo dedicado a
estudos e preparação do material didático-pedagógico e sua aplicabilidade. Dessa
forma todos os professores podem e devem um dia ter essa oportunidade.
Apesar de todos os empecilhos encontrados, foi obtido um excelente retorno
na concretização desse projeto, e surge em seu término uma questão a ser refletida,
como dizia Drummond “E agora, José”? Como todo conhecimento adquirido, essa não
pode, nem deve ser uma experiência estanque, em que se obtêm dados estatísticos e
se finda. É imprescindível que haja continuidade, análise e aprimoramento dessa e de
todas as propostas desenvolvidas pelos outros colegas, até porque o projeto, a escola
e os professores podem ser os mesmos, entretanto os alunos se renovam a cada ano,
havendo dessa forma, necessidade de um trabalho contínuo e que carece de constante
renovação.
____________________________________________________________________
Agradecimentos à Orientadora Prof.ª Dr.ª Djane Antonucci Correa pelo incentivo e
dedicação e à UEPG ela acolhida e participação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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