BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA · melhoria no letramento dos alunos do CEEBJA ”Prof.ª...

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BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA “PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”. Fátima Fadel Hampf * Djane Antonucci Correa** RESUMO BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA ”PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”. O grande problema da Educação no Brasil esbarra na alfabetização, muitos estudantes concluem o Ensino Fundamental e Médio sem estarem letrados, são analfabetos funcionais, pessoas que apresentam dificuldades na compreensão de situações comuns de seu dia-a-dia, quer enquanto alunos, quer enquanto cidadãos. Em busca de melhoria no letramento dos alunos do CEEBJA ”Prof.ª Amélia M. S. B. Vaz”-Ens. Fundamental e Médio, no município de Castro-PR, operacionalizou-se uma Oficina de Leitura, constituída por encontros semanais, proporcionando o contato dos alunos com os mais variados gêneros textuais, em diferentes formas de linguagem, com base em Bakthtin (1986), Britto (2007), DCE (2007), Faraco (2005), Freire (1986), Ribeiro (2005), Soares (1998) entre outros. Foram quinze oficinas que despertaram o interesse dos educandos para as diversas formas de leitura. A freqüência às Oficinas, a interação dos alunos, os depoimentos dos partícipes, de professores e direção da escola e o número de empréstimos de material de leitura, evidenciaram que os encontros foram amplamente positivos. Pôde-se comprovar que essa é uma forma de trabalho que deve ser contínua, buscando constantemente a motivação do aluno para a leitura e que esse projeto foram apenas os primeiros passos de uma longa caminhada a ser trilhada. PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Letramento. EJA. *Prof.ª Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela Faculdade Internacional de Curitiba e Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão. Trinta e três anos de Magistério, dezesseis na Educação de Jovens e Adultos. **Orientadora Prof.ª Dr.ª - Docente do Setor de Línguas Vernáculas da UEPG, Pós doutoranda pela UNICAMP.

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BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA “PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”.

Fátima Fadel Hampf *

Djane Antonucci Correa**

RESUMO

BUSCA AO LETRAMENTO DOS ALUNOS DO CEEBJA

”PROFª. AMÉLIA M. S. B. VAZ”.

O grande problema da Educação no Brasil esbarra na alfabetização, muitos estudantes concluem o Ensino Fundamental e Médio sem estarem letrados, são analfabetos funcionais, pessoas que apresentam dificuldades na compreensão de situações comuns de seu dia-a-dia, quer enquanto alunos, quer enquanto cidadãos. Em busca de melhoria no letramento dos alunos do CEEBJA ”Prof.ª Amélia M. S. B. Vaz”-Ens. Fundamental e Médio, no município de Castro-PR, operacionalizou-se uma Oficina de Leitura, constituída por encontros semanais, proporcionando o contato dos alunos com os mais variados gêneros textuais, em diferentes formas de linguagem, com base em Bakthtin (1986), Britto (2007), DCE (2007), Faraco (2005), Freire (1986), Ribeiro (2005), Soares (1998) entre outros. Foram quinze oficinas que despertaram o interesse dos educandos para as diversas formas de leitura. A freqüência às Oficinas, a interação dos alunos, os depoimentos dos partícipes, de professores e direção da escola e o número de empréstimos de material de leitura, evidenciaram que os encontros foram amplamente positivos. Pôde-se comprovar que essa é uma forma de trabalho que deve ser contínua, buscando constantemente a motivação do aluno para a leitura e que esse projeto foram apenas os primeiros passos de uma longa caminhada a ser trilhada. PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Letramento. EJA. *Prof.ª Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela Faculdade Internacional de Curitiba e Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão. Trinta e três anos de Magistério, dezesseis na Educação de Jovens e Adultos. **Orientadora Prof.ª Dr.ª - Docente do Setor de Línguas Vernáculas da UEPG, Pós doutoranda pela UNICAMP.

AIMING AT STUDENTS’ LITERACY IMPROVEMENT AT CEEBJA “PROFESSORA AMÉLIA M. S. B. VAZ”

ABSTRACT

A great education problem in Brazil touches the process of learning to read and write. Many students graduate from Elementary and High School without being literate; they are functional illiterate, people that present difficulties in understanding common situations in their quotidian, both as students and citizens. In order to promote students’ literacy improvement at CEEBJA “Professora Amélia M. S. B. Vaz” – Elementary and High School, in Castro – PR, it was implemented a series of Reading Workshops, constituted of weekly meetings, giving the students the opportunity to have contact with several text genres, in different forms of language, based in Bakhtin (1986), Britto (2007), DCE (2007), Faraco (2005), Freire (1986), Ribeiro (2005), Soares (1998), among others. It was a total of fifteen meetings that aroused the students’ interest to various forms of reading. The attendance to the Workshops, the students’ interaction, the statements made by the ones involved – students, teachers and the school director, as well as the number of reading materials borrowed from the library, evidenced that the meetings were really positive. The results pointed that this line of work should continue, aiming constantly at students’ motivation for reading, and also that this project was only the first steps of a long journey to be made. KEYWORDS: Literacy. Adult Education.

INTRODUÇÃO

Ao longo da segunda metade do século XX, ocorreu um importante movimento

de ampliação da oferta de vagas no ensino público no nível fundamental que

transformou a escola pública brasileira em uma instituição aberta a amplas camadas da

população.

“No entanto, essa não foi acompanhada de uma melhoria das condições do

ensino, de modo que, hoje, temos mais escolas, mas sua qualidade é muito ruim.”

(HADDAD & PIERRO, 2000, p.125).

Um estudo recente realizado pelo Ministério de Educação, em fevereiro de

2007, traça uma comparação quanto às médias de proficiência no decênio 1995 –

2005, relativo aos resultados obtidos em Língua Portuguesa, como se pode observar

tanto na tabela como no gráfico 1, de uma forma geral, a Educação Básica brasileira

decaiu.

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO PARANÁ

Uma das formas encontradas para minimizar esse quadro, de acordo com a

Proposta Pedagógica dos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e

Adultos - CEEBJAs do Paraná, 2001, foi a institucionalização em 1972, do ensino

supletivo, com a criação do Departamento de Educação Complementar, transformado

pela Deliberação 020/73 em Departamento de Ensino Supletivo, nos mesmos moldes

preconizados na época pelo DESU/MEC.

O sistema político-econômico daquela década e as novas exigências do

processo de industrialização viram na mão-de-obra jovem e adulta, que carecia

naquele momento, apenas de escolarização, uma fonte de potencialidade produtora.

Para o aluno trabalhador, a escolarização representava a solução rápida para suprir a

necessidade de inserção no mercado de trabalho ou buscar “status” de escolarizado,

que o certificado escolar lhe conferia.

Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e

Adultos do Conselho Nacional de Educação, Parecer nº. 11/2000, homologado pelo

então Ministro da Educação Paulo Renato de Souza, em 09/06/00:

A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea.

Dezesseis anos de docência na EJA, proporcionaram a credibilidade para

afirmar que inúmeros alunos chegavam à 8ª série e mesmo ao Ensino Médio, sem

estarem funcionalmente alfabetizados. Decifravam códigos alfabéticos, no entanto,

eram incapazes de compreender enunciados de exercícios ou outros textos, mesmo os

mais simples. Assim surgiu a questão: sem saber ler, como se podia esperar que

aprendessem alguma coisa?

É notório que a EJA é a última oportunidade de escolarização para os jovens e

adultos que a procuram. Esse público escolar necessita do conhecimento sistemático

para manter seu emprego, ingressar ou manter-se no mercado de trabalho, progredir

em estudos posteriores ou simplesmente para realização de um antigo sonho.

Contudo, de nada serve a conclusão do Ensino Médio, se deixam a escola

sem, no mínimo, estarem totalmente alfabetizados; permanecendo “analfabetos

funcionais”, que segundo Ribeiro (2005), são pessoas com um nível rudimentar de

escrita, insuficiente para enfrentar o atual mercado de trabalho.

O cidadão “analfabeto funcional” tem dificuldades em situações comuns de seu

dia-a-dia, não consegue entender manuais informativos, noticiários televisivos ou

impressos e até mesmo documentos pessoais e familiares. E a dúvida permanecia

latente: O que fazer para melhorar essa problemática situação?

Como justificativa do objeto de estudo do trabalho realizado, havia a

experiência anterior de um Projeto de Oficina da Leitura, realizado no CEEBJA em

2006. A atividade teve inicialmente a co-participação dos professores de Educação

Física e de Artes, porém, em seu desenvolvimento, professores de outras disciplinas

passaram a envolver-se com o trabalho. A “Oficina” era realizada semanalmente, nos

dois períodos de funcionamento da escola: vespertino e noturno, com duração

aproximada de uma hora e meia a duas horas.

Esse projeto teve aplicabilidade de dois meses, de outubro a dezembro, no

entanto, os resultados foram surpreendentes. A biblioteca escolar, usada

exclusivamente como mais uma sala de aula, foi revitalizada em sua função específica;

a procura de livros, revistas, gibis etc., para empréstimo, passou a ser diária, a “mãe-

estudante”, ao retirar material de leitura para ela mesma, aproveitava para levar

também livros infantis, gibis ou almanaques para os filhos.

Foram realizados sete encontros, 145 empréstimos de material para leitura e

visita a pontos turísticos e culturais da cidade.

Se em dois meses de experiência o Projeto “Oficina da Leitura” obteve um

resultado tão positivo, transformá-lo em Plano de Trabalho, inserido no PDE e

desenvolvido em um semestre, certamente seria extremamente benéfico ao letramento

dos discentes participantes, pois como afirma Freire (1986): “Se é praticando que se

aprende a nadar, / Se é praticando que se aprende a trabalhar. / É praticando também

que se aprende a ler e a escrever...”

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Inicialmente houve uma reflexão sobre a docência atual da Língua Portuguesa,

o que é realmente importante para o estudo da Língua Portuguesa?

De acordo com Faraco (2005), o ensino do português tem sido objeto de

intensas reflexões críticas desde pelo menos os fins da década de 1940, sem que

essas críticas tenham produzido mudanças na qualidade do estudo da disciplina, com

exceção, talvez em escolas que privilegiam as classes mais abastadas.

Britto (2007), referindo-se ao ensino como um todo, afirma que a escola é

anacrônica e que o paradigma de educação vigente está em total descompasso com os

modos de organização social, da circulação do conhecimento, e de concepção de

constituição da subjetividade e integridade individual e coletiva contemporâneos. O

autor cita Digiorgi (2003):

O mundo sofreu, no último quarto de século, mudanças gigantescas que implicam novos riscos e novas possibilidades. Da base técnica...à geopolítica,...passando pela subjetividade, as transformações são enormes.(...) O modelo de escola se revela absolutamente inadequado frente à nova realidade. (DIGIORGI 2003, apud Britto 2007).

Parafraseando Faraco (2005), em relação ao estudo da Língua Portuguesa,

ainda sobrevive no ensino brasileiro uma forma de ensino tradicional, onde se estuda a

gramática pela gramática sem qualquer preocupação com sua função ou apenas “uma

mera gramatiquice (a repetição até a náusea de temas gramaticais)”; a cobrança do

erro e a burocracia do ler, falar e escrever.

Britto (ibid) declara que a educação lingüística não pode ser um desafiar de

regras de como falar bem, nem a desautorização do saber lingüístico do educando.

Seu objetivo deve ser a criação de situações em que os educandos, partindo do que já

sabem e de seus vínculos sociais, desenvolvam habilidades lingüísticas e que a sua

implementação supõe o reconhecimento de que a aquisição do conhecimento é global

e não fragmentado.

Faraco, C. sugere que ao se reformular o ensino de Língua Portuguesa dentro

da nova LDB, é necessário desaprender, “jogar fora” todas as raízes tradicionais do

ensino da Língua Portuguesa e conclui que, com esse novo ensino, é preciso

reconstruir a concepção de linguagem, que se desvela como uma multidão de

discursos e vozes sociais, que revelam histórias, grupos sociais, práticas coletivas,

valores, visões de mundo e experiências pessoais diferentes. Lembra ainda que o texto

pode ser apresentado em inúmeras linguagens além da verbal, como a linguagem

visual, a música, o cinema, a fotografia, o vídeo, a tevê, o rádio, as charges, as

histórias em quadrinhos, percebendo que todas são atividades sociointeracionais.

Texto, então, implica não apenas a formalização do discurso oral ou escrito, mas o evento que abrange o antes, isto é, as condições de produção e elaboração e o depois, ou seja, a leitura ou a resposta ativa. O texto ocorre em interação, e por isso mesmo, não é compreendido apenas nos seus limites formais (BAKHTIN, 1986, apud DCE, 2006).

De acordo com as DCE, aquilo que se diz ou se escreve constitui, para Bakhtin

(ibid) o enunciado ou discurso, o qual se realiza em momentos interativos. Nesse

processo os interlocutores constroem sentidos e significados ao longo das suas trocas

lingüísticas, orais ou escritas. Tais sentidos e significados são influenciados, também,

pelas relações que os interlocutores (autor e ouvinte ou leitor) mantêm com a língua,

entre si, com o tema sobre o qual se fala ou escreve, ouve ou lê, pelos seus

conhecimentos prévios, atitudes e preconceitos e pelo contexto social em que ocorre a

interlocução. Tudo isso é potencializado no texto.

Retomando o âmago da questão, após assimilar essa visão sobre texto,

instrumento de interação, a leitura como forma de melhoria na alfabetização e

letramento dos estudantes da EJA.

Frasseto (2005), em seu artigo sobre letramento na EJA, apresenta a

expressão “analfabetismo funcional” como termo gerador de preconceito, caracterizado

pela incapacidade de pessoas escolarizadas operar os conceitos de uma alfabetização

instrumental, que, segundo o autor, é apenas a decifração mecânica de signos, e que

mesmo pessoas com formação superior, às vezes, apresentam esta incapacidade.

Frasseto (idem) diverge dos demais autores citados, ao afirmar que pesquisa

sobre letramento define o termo como a capacidade de pessoas, mesmo não

alfabetizadas, em descentrar seu pensamento, resolver conflitos e contradições

dialógicas, formular e deduzir hipóteses.

Por sua vez, Soares para diferenciar alfabetização e letramento esclarece: “...

alfabetizado nomeia aquele que apenas aprendeu a ler e escrever, não aquele que

adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da leitura e da escrita.” (1998,

p.19).

Sobre o termo letramento esta autora diz:

Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita... Assim... não basta apenas saber ler, é preciso também saber fazer uso do ler..., saber responder às exigências de leitura que a sociedade faz continuamente... (SOARES, ibid, p.20) Na cidade de São Paulo, em 1997, concluiu-se um estudo para precisar

empiricamente o termo analfabetismo funcional para um contexto urbano latino-

americano (RIBEIRO, 1999). Por meio de testes de leitura em amostra representativa

de pessoas entre 15 a 54 anos de idade, constatou-se que 74% dessa população era

totalmente analfabeta e que 25,5% foram caracterizados como analfabetos funcionais.

Foi verificado, ainda, que as pessoas com menores níveis de alfabetismo

tinham como única referência de leitura e escrita a escola, a qual era associada a

exercícios de memorização de letras e sílabas e situações humilhantes, uma vez que

potencializavam as próprias incapacidades. Por outro lado, as pessoas com maiores

níveis de alfabetização, ao relembrar suas experiências com a leitura e escrita,

associam-nas à família e à escola, em especial à leitura de histórias.

Isabel Infante, uma das pesquisadoras desse estudo, adota a seguinte

definição ao termo analfabetismo funcional:

Uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permite também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço de seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade. (INFANTE, apud RIBEIRO, 2005, p.90). Definição de Paulo Freire reelaborada por Magda Soares: ...ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como um meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. Freire concebe o papel do letramento como sendo ou de libertação do homem ou de sua “domesticação”, dependendo do contexto em que ocorre e alerta para sua natureza inerentemente política defendendo que seu principal objetivo deveria ser o de promover a mudança social. (SOARES, 1998, p.91). As DCN (2007) afirmam que se entende a prática da leitura como um ato

dialógico, interlocutivo, em que o aluno/leitor tem um papel ativo no processo da leitura,

sendo o responsável por “reconstruir o sentido do texto” (grifo dos autores). Conclui

que ler é familiarizar-se com diferentes textos produzidos em diferentes esferas sociais,

jornalística, judiciária, didático-pedagógica, cotidiana, midiática, literária, publicitária

entre outras e que ler trata de proporcionar o desenvolvimento de uma atitude crítica

que leva o estudante a perceber o sujeito presente nos textos e, portanto, tomar uma

atitude responsiva diante deles. Apresentando, dessa forma, seu conceito em relação

ao nível de leitura necessário para que alguém seja considerado não apenas

alfabetizado, mas também letrado.

Outro conceito importante é o de “rizoma”, Deleuze e Guattari (2007) usam

exemplos simples como a grama e a erva daninha, que têm formas diversas, desde

sua extensão superficial ramificada em todos os sentidos; qualquer ponto de um rizoma

pode ser conectado a outro. A palavra “platô” é classicamente empregada no estudo de

tubérculos, bulbos e rizomas. Deleuze e Guattari (idem) definem “platô” como toda

multiplicidade que se conecta com outras hastes de maneira a formar e estender um

rizoma, afirmam também que um platô está sempre no meio, sem meio nem fim e que

um rizoma é feito de platôs.

TEÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Moura (2006) em sua obra A Prática Pedagógica dos Alfabetizadores de

Jovens e Adultos: Contribuições de Freire, Ferreira e Vygotsky, afirma que há uma

pobreza teórica da alfabetização de jovens e adultos, que tem impedido de se explicar

a relação ensino-aprendizagem, sua função sociocultural; as características dos

educadores, os saberes que precisam ter para alfabetizar, sua formação teórico-

prática, a necessidade do domínio dos conhecimentos que mediarão a aprendizagem

dos alunos, seu conhecimento sobre os próprios alunos.

A autora prossegue sua reflexão observando que Freire continua sendo o

único referencial teórico-metodológico elaborado de forma sistematizada para a

alfabetização de jovens e adultos no Brasil e que ele próprio reconhecia e

recomendava a necessidade de atualização de seu “método” e, para isso, já oferecia

suporte teórico para aqueles que se dedicam à alfabetização de jovens e adultos.

Ela argumenta que tanto Freire quanto Ferreiro e Vygotsky não são

pedagogos, nem são teóricos da educação, mas possuem toda uma produção

científica baseada na relação teórico-prática. Concebem a partir da experiência prática,

e não apenas em teorias, eles buscam os teóricos que os antecederam, os

conhecimentos produzidos anteriormente e a partir da crítica e da análise, da

comparação com suas atividades práticas, lançam sua idéias e proposições.

O próprio Freire confirma:

Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta, implica a continuidade da leitura daquele. De alguma maneira, podemos dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de “escrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente (FREIRE, 1986, p. 22).

As fundamentações teóricas estudadas juntamente ao conhecimento empírico

na EJA levam a crer que a aquisição da confiança do estudante adulto passa pela

valorização de seu conhecimento de mundo e pela elevação de sua auto-estima,

levando-o a acreditar na própria capacidade de aprender, que o papel a ser

desempenhado pelo professor é o de orientador, ou seja, um elo entre o educando e o

conhecimento sistematizado a que o aluno se dispõe alcançar.

FORMAR LEITORES

Contribuir para formar leitores é a primeira tarefa do professor, porém não é

desejável que a leitura se limite exclusivamente à escola, pois ela é uma prática social.

Mesmo assim, a escola é um dos principais lugares sociais de leitura, de onde se

espera que as pessoas saiam lendo. Ela é o espaço privilegiado para o ensino de

leitura de adultos e crianças.

Peruzzo, Jardim, in Moll (2005), professor da Rede Municipal de Ensino de

Porto Alegre, faz um relato de sua experiência como educador na Oficina de Leitura

oferecida aos alunos do Programa de Ensino Fundamental para Jovens e Adultos

Trabalhadores – PEFJAT, da UFRES. Segundo Peruzzo, Jardim (ibid), o objetivo de

formar leitores encontra resistência nos alunos que já têm suas histórias de leitura.

Conhecer as leituras não-escolares feitas por eles, sem preconceitos, com base em

critérios estéticos é o primeiro passo para desfazer as resistências, afirma que é

preciso apresentar ao aluno leituras variadas, as quais ele não terá acesso em outros

lugares, e conclui que nesse sentido, o fato de alunos terem acesso a textos literários,

apelativos e informativos entre outros, já justifica a existência de uma oficina de leitura.

A seguir, o professor faz as seguintes reflexões: “Que leitor queremos formar?

Como desenvolver a prática da leitura?” E conclui afirmando que deseja um leitor que

se posiciona e que é capaz de conviver com as diferenças, segue afirmando que é

preciso criar condições sociais para a prática da leitura. O primeiro passo é facilitar o

acesso ao livro. As bibliotecas públicas são insuficientes, é preciso aproximar o livro

das classes populares. Do poder público o autor espera a definição de políticas claras

para a formação de leitores e que todos podem fazer algo, mas é do professor que se

espera mais e que um trabalho consistente em aula pode formar leitores mais

competentes e mais felizes.

O professor finaliza dizendo que é necessário desenvolver no aluno a

autonomia de leitura, para que ele continue lendo depois de concluir os estudos. Não

interessa a ninguém um leitor restrito ao ambiente escolar, pois a escola é uma

atividade - meio, e o ensino sem leitura é mera certificação e não produz efeitos

concretos na vida pessoal e profissional do aluno.

Esse foi igualmente o propósito da “Oficina de Leitura”, desenvolvida no

primeiro semestre de 2008, no CEEBJA “Profª. Amélia M. S. B. Vaz”-Ensino

Fundamental e Médio, como projeto de intervenção do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) do Estado do Paraná.

OBJETIVOS

O objetivo geral do projeto desenvolvido, desde o Plano de Trabalho, o

Material Didático-pedagógico produzido, a intervenção fazendo uso desse material, foi

proporcionar ao aluno, por meio da leitura, condições para buscar o seu próprio

desenvolvimento cultural e humano.

Especificamente os objetivos foram despertar o interesse pela leitura,

incentivar e desenvolver o hábito da leitura, estimular a criticidade do aluno cidadão,

assim como promover a interação entre todos e ao mesmo tempo com o mundo que os

cerca.

FINALIDADES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A Proposta de Intervenção em questão, teve por base os eixos norteadores

dos princípios político-pedagógicos da SEED (DCN, 1996), abaixo citados:

a) compromisso com a diminuição das desigualdades sociais;

b) articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento econômico,

social, político e cultural da sociedade;

c) defesa da educação básica e da escola pública, gratuita de qualidade, como

direito fundamental do cidadão;

d) estímulo ao acesso, à permanência e ao sucesso de todos os alunos na

escola;

e) atendimento e respeito à diversidade cultural.

Segundo o documento-síntese do Programa de Desenvolvimento Educacional

(PDE) do Estado do Paraná, base para a elaboração do plano de trabalho, promover a

leitura, a escrita, a interpretação e a inserção crítica do jovem no mundo do trabalho

são os grandes objetivos da Educação Básica do Estado do Paraná e cita Saviani:

... o fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo, é importante envidar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da língua vernácula, o mundo dos

cálculos, os instrumentos de explicação científica estejam disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele currículo básico da escola elementar (Português, Aritmética, Geografia e Ciências) é uma coisa que temos que recuperar e colocar como centro de nossas escolas de modo a garantir, que todas as crianças, assimilem seus elementos, pois sem isso elas não se converterão em cidadãos com a possibilidade de participar dos destinos do país e interferir nas decisões e expressar seus interesses, seus pontos de vista. (SAVIANI, 1986, p. 82 in Doc. Síntese do PDE, 2007)

A busca do desenvolvimento do estudante apresentada por Saviane foi

direcionada à Educação de Jovens e Adultos, em que há a mesma necessidade, porém

mais urgente tendo em vista a faixa etária dos estudantes.

METODOLOGIA: DESCRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO

Sobre a seleção do material de leitura ofertado aos alunos, Magda Soares

(2007), argumenta que Paulo Freire não criou um novo método de alfabetização, mas

uma concepção de alfabetização, que transforma o material com que se alfabetiza, o

objetivo com que se alfabetiza, as relações sociais em que se alfabetiza – enfim: o

método com que se alfabetiza... Freire selecionava palavras do universo vocabular dos

alfabetizandos, palavras que não fossem apenas objeto de mecânicas operações de

decomposição e recomposição, mas que se inseriam no universo semântico de

situações existenciais das quais brotassem, plenas de significado, uma concepção de

alfabetização que transformava o objetivo com que se alfabetizava: alfabetização não

apenas para aprender as técnicas do ler e do escrever, mas como tomada de

consciência, como meio de superação de uma consciência ingênua e a conquista de

uma consciência crítica, como promoção da ingenuidade em criticidade.

Para Magda Soares, Paulo Freire criou e, de certa forma, inaugurou uma nova

concepção de alfabetização, a serviço de um projeto de construção de um novo

homem, de uma nova sociedade, utilizando-as para a concretização de uma sua

pedagogia, a do “oprimido”, mas também a “da esperança” (grifo da autora).

Tendo por base as teorias apresentadas, como material didático-pedagógico

foi eleito a formação de uma “TEXTOTECA”, seleção de textos simples que se supunha

ser do interesse do aluno, que estimulassem a leitura e a busca de outras leituras para

melhoria tanto de sua vida estudantil, quanto e principalmente, de sua vida enquanto

cidadão.

ATIVIDADES

A produção da “TEXTOTECA” mencionada foi composta por atividades

diversas como pesquisa e seleção de textos nos mais variados gêneros e formas de

linguagem. Para tanto, houve a colaboração dos colegas do Grupo de Trabalho em

Rede , auxílio e validação da Orientadora da IES, Prof.ª Dr.ª Djane Antonucci Correa,

gravação dos textos audiovisuais; busca de parceria de empresas locais para cobrir

despesas de produção; digitação e impressão dos textos gráficos; organização final do

material e a implementação da intervenção, na escola, fazendo uso do material

produzido.

Dessa forma, foram selecionados filmes, clipes, músicas, charges, tirinhas,

histórias em quadrinhos, fábulas, receitas culinárias entre outros, que após

apresentação à Orientadora IES, foram separados em textos a serem trabalhados em

sala de aula coletivamente e outros ofertados para leitura individual e/ou empréstimos.

REGISTRO DE AÇÕES E TEXTOS UTILIZADOS

_ 1ª Oficina - 13/03/08 - Apresentação do Projeto aos alunos, objetivos, cronograma e

demais informações sobre a “Oficina”. Nesse encontro foram apresentados fragmentos

de dois vídeos produzidos pelo MEC: “Do papiro à tela do computador”, história da

escrita desde os egípcios até nossos dias, bem como a importância da escrita para a

humanidade. E o vídeo “Alfabetização e Letramento”, que abordava conceitos

explicados de forma bem simples, argumentando o porquê da dificuldade na

compreensão de textos nas escolas de um modo geral, ambos utilizados como

justificativa para a realização das Oficinas de Leitura.

Foram também apresentados os microfilmes ”Um sonho impossível”, em forma

de desenho e o filme “Acorda, Raimundo, acorda”, ambos da SEED, abordando como

tema o relacionamento familiar e a desvalorização do trabalho feminino, dentro e fora

de casa.

Participação: setenta e três alunos, no período vespertino, adolescentes de

ambos os sexos e mulheres jovens; no noturno, jovens e adultos de ambos os sexos,

alunos trabalhadores.

Aceitabilidade: excelente, os alunos interagiram durante todo o tempo.

_ 2ª Oficina - 18/03/- “Se eu fosse você” foi o filme trabalhado no segundo encontro,

versão humorística do relacionamento conjugal e a necessidade de conhecimento do

outro como base para uma convivência harmoniosa e feliz.

Participação: noventa alunos e duas professoras.

Aceitabilidade: por se tratar de uma comédia teve uma ótima aceitabilidade.

_ 3ª Oficina - 25/03/ - Oficina direcionada a obras de artes famosas e algumas paródias

veiculadas a mídia, imagens e artistas mundialmente famosos.

Participação: Setenta e oito estudantes e três professoras.

Aceitabilidade: Inicialmente os alunos mostraram-se reticentes. Como há

muitos adolescentes, alguns começaram conversar, porém aos poucos foram se

interando e participando da aula.

Toda a explanação sobre as obras apresentadas foi dada pela Prof.ª de Artes;

a Prof.ªde Filosofia, localizou no contexto histórico, as teorias Teocentristas e

Antropocentristas, refletidas em algumas obras analisadas. A professora de Português,

responsável pelas Oficinas, estabeleceu o confronto entre obras de arte e suas

respectivas paródias, refletindo sobre os valores da época da obra e os atuais.

Prof.ª de Artes fazendo sua explanação. Introdução à oficina pela profª. Fátima.

_ 4ª Oficina - 1º/04/-Nesse encontro foram trabalhados textos visuais como charges,

tirinhas, cartuns e histórias em quadrinhos.

Participação: Oitenta estudantes e duas professoras compareceram a essa

atividade.

Aceitabilidade: curiosidade, diversão e reflexão sobre os textos apresentados.

Neste encontro foi realizado o primeiro questionário-depoimento, que demonstra a

satisfação e expectativa de uma nova forma de aprendizado, segundo opinião dos

alunos partícipes,dados disponíveis e analisados no presente artigo, na Discussão.

_ 5ª Oficina - 8/04/ - Trabalho rizomático às disciplinas de Ciências e Biologia.

Metodologia: Inicialmente foi apresentada a biografia do escritor Monteiro

Lobato. A seguir, o comentário a respeito do programa radiofônico “Jeca Tatuzinho” e

os cuidados com a higiene alertados no programa, fazendo a ligação. A professora de

Ciências esclareceu sobre a doença de Jeca, conhecida como amarelão, sua forma de

transmissão, conseqüências para nossa saúde e cuidados necessários para evitá-la. O

terceiro aspecto abordado foi a popularização do “Jeca Tatu” como protagonista do

Almanaque Fontoura, que indicava a importância do uso de vermífugos e a seguir, do

Biotônico Fontoura. Finalmente, os alunos assistiram ao filme de Mazzaropi,

observando as diferentes intencionalidades utilizadas por meio de um mesmo

personagem, o Jeca Tatu.

Participação: participaram desse encontro duas professoras de Português,

uma de História, uma de Ciências, uma de Biologia, uma pedagoga e noventa e sete

alunos, lembrando sempre que esse cálculo é referente aos dois turnos: vespertino e

noturno.

Apresentação do filme “Jeca Tatu”.

_ 6ª Oficina -15/04/- Foram utilizados gráficos e textos publicitários. Essa Oficina não

constava do planejamento inicial, a alteração foi realizada pela constatação das

dificuldades dos alunos na compreensão de gráficos e falta de percepção quanto à

intencionalidade presente nos textos, especificamente nos publicitários. Trabalho

envolvendo a disciplina de Matemática, para melhor entendimento de análise de juros,

preço à vista e a prazo etc.

Participação: sessenta e dois alunos.

Aceitabilidade: houve uma boa participação e interação, mas na sondagem

realizada, os estudantes afirmaram ter sido um encontro que apresentou muita

dificuldade.

_ 7ª Oficina -22/04/- Apresentação do filme “O jardineiro Fiel”, que mostra o uso de

seres humanos como cobaias em experiências de medicamentos de um grande

laboratório americano. Africanos servem de cobaias humanas, numa conotação de

vidas julgadas descartáveis. Atividade relacionada à Sociologia, análise e reflexão

sobre a manipulação de miseráveis, que vivem à margem da sociedade, sem proteção

da lei; abordagem também da discriminação e racismo existentes no mundo atual.

Participação: Oitenta e três alunos, três professoras e uma estagiária do curso

de Pedagogia.

Aceitabilidade: A reação inicial dos alunos foi de silêncio e indignação,

entretanto, na avaliação mensal do projeto, no quesito sobre sugestões, solicitaram

mais leituras que abordassem problemas reais como os enfocados no filme.

_ 8ª Oficina - 6/5/ - Foram analisadas as letras das músicas ”Estudo Errado” de Gabriel,

o Pensador e “Impostos” do Djavan.

Participação: tomaram parte dessa atividade quarenta e um estudantes e duas

professoras.

Metodologia: após ouvir a canção, foram analisadas estrofe por estrofe,

atividade relacionada à Sociologia. A seguir, foi proposta a reflexão sobre o papel da

escola que só cobrava, ou “cobra” “a decoreba”, sem o uso do raciocínio; desinteresse

dos governantes por uma escola que realmente leve seus alunos ao uso da reflexão e

a um real aprendizado.

Trecho da1ª música trabalhada: Eu tô aqui Pra quê?/ Será que é pra aprender?/ Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?/ Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater / Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever... A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil/ Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..(Estudo Errado, GABRIEL , O PENSADOR).

Fragmento da 2ª música:

IPVA, IPTU/ CPMF forever/ É tanto imposto/ Que eu já nem sei!.../ ISS, ICMS/ PIS e COFINS, pra nada.../Integração Social aonde?/Só se for no carnaval/ Eles nem thum... (Impostos, DJAVAN). Aceitabilidade: considerada pelos adolescentes a melhor Oficina. Houve

participação e interação muito boa, tanto dos adolescentes quanto dos adultos.

_ 9ª Oficina -15/05 - Projeto Sessão Jovem, realizado pela Câmara Municipal de

Castro.

Participação: Cento e trinta pessoas participaram desse encontro, que contou

com a colaboração de professores de Geografia, Filosofia, História, Matemática,

Química, Língua Portuguesa e de duas supervisoras da escola.

Metodologia: Na semana anterior à ida à Câmara, foi feito um levantamento

das obras prioritárias no município, na opinião dos alunos. Essas sugestões foram

recolhidas em urna e posteriormente selecionadas as três solicitações mais pedidas em

cada turno. A seguir, um aluno de cada período se dispôs a fazer e apresentar na

tribuna o pedido escolhido pelo grupo. Na Câmara, todo o trabalho com os alunos foi

desenvolvido pela administradora da Câmara, assessorada por outros funcionários,

com uma pequena participação do Presidente do Legislativo. Para tanto, dez alunos

foram eleitos, pelos colegas, para atuarem como vereadores e entre os escolhidos,

foram eleitos o Presidente, 1º e 2º secretários. Um deles fez uso da tribuna para leitura

do discurso sobre a solicitação feita anteriormente na escola, como realmente acontece

numa reunião ordinária do poder Legislativo.

Aceitabilidade: Alunos e professores afirmaram ter sido uma experiência de

grande proveito e conhecimento.

Alunos e professores do Período Diurno. Período Noturno.

_ 10ª Oficina - 20/05/ - Apresentação dos vídeos do Portal Dia-a-Dia Educação, “Mito

Matrix” e “Manipulação das Massas”.

Participação: sessenta e cinco estudantes e três professoras.

Metodologia: “Mito Matrix”-faz a analogia entre o Mito da Caverna de Platão e

o filme Matrix e um desenho animado que também faz relação do Mito da Caverna com

a hipnose televisiva de nossos dias.

O segundo vídeo, “Manipulação das Massas” enfoca o depoimento de pessoas

de diversas classes sociais, em relação a manipulação da mídia sobre a forma de

pensar e viver das pessoas e como isso ocorre em nosso dia-a-dia. Reflexão

direcionada pela prof.ª de Filosofia.

Aceitabilidade: essa foi a atividade mais crítica e reflexiva, no entanto, a

Oficina em que os alunos mais participaram, em particular os estudantes do vespertino,

período em que o número de adolescentes é maior.Um exemplo a ser destacado foi a

questão feita pelo aluno J.I., 15: “Prof.ª, onde a senhora quer chegar com essa

conversa?” Alunos extremamente participativos, questionadores e críticos.

_ 11ª Oficina - 27/05/ - Vídeo do Portal Dia-a-Dia Educação: “O futuro em nossas

mãos”, canção do cantor e compositor Roberto Carlos, enfocando a conscientização

sobre a importância da preservação do meio ambiente para todas as formas de vida do

planeta.

Participação: setenta e dois alunos e três professoras. Trabalho relacionado à

Ciências e Biologia.

Tendo em vista ter sido uma Oficina mais curta, após o encontro os alunos

optaram por permanecer lendo, fazendo caça-palavras, palavras cruzadas ou copiando

receitas até o final da aula.

_ 12ª Oficina - 3/05/ - Apresentação do filme “Deu a louca na Chapeuzinho”.

Participação: sessenta e dois estudantes e duas professoras.

Metodologia: Antes do filme foram feitos comentários sobre a história original e

após sobre paródias, os porquês de tais modificações e a presença de vozes de

personagens de outras histórias infantis, detectadas no filme.

Aceitabilidade: Antes dos comentários finais, alguns adolescentes acharam o

filme muito infantil, depois entenderam. No período noturno, com participação de

alunos mais maduros, houve uma aprovação imediata.

_ 13ª Oficina - 10/06/ - Trabalho com os vídeos: “Ditadura Militar” e “Ditadura e mídia”,

igualmente disponibilizados no Portal Dia-a-Dia Educação.

Participação: atividade interdisciplinar desenvolvida com a colaboração das

professoras de História e Filosofia e de setenta e três alunos.

Aceitabilidade: No período vespertino não houve muita participação devido à

idade dos alunos. À noite, a interação dos estudantes foi excelente, alunos mais velhos

conheciam empiricamente a história desse período, alguns haviam presenciado o

período das “Diretas Já” e muitos sabiam sobre o “Impeachement” ocorrido no Brasil

em 1992.

Metodologia: Nos dois períodos, a professora de História iniciou suas

explicações a partir do 1º mandato de Getúlio Vargas até chegar à Ditadura Militar,

abordou acontecimentos existentes nesse período da História brasileira, como

manipulação da opinião pública, repressões, porões da Ditadura etc.

O vídeo ”Ditadura e mídia” mostrou com muita clareza toda a ascensão da

Rede Globo e os motivos pelos quais ela se desenvolveu tanto, finalizou levando os

ouvintes a uma conscientização sobre a participação política de cada pessoa.

_ 14ª Oficina - 17/06/ - Leituras informativas sobre as drogas lícitas e ilícitas. Alteração

em relação ao tema planejado, atendo sugestões dos estudantes.

Participação: cinqüenta e oito alunos e duas professoras.

Metodologia: leitura informativa sobre como são feitas as drogas, reações e

efeitos colaterais, reflexão e debate sobre a legalização da maconha e/ou demais

drogas. Para pais de adolescentes ou responsáveis, foram disponibilizados textos

sobre como reconhecer um consumidor, como enfrentar o problema e outras

orientações sobre o assunto.

Aceitabilidade: A oficina atingiu plenamente o seu propósito, com excelente

interação tanto de adolescentes, como de jovens e adultos.

_ 15ª Oficina - 24/06 – Apresentação do Filme “Um amor para Recordar”. Abordagem

de ações de adolescentes inconseqüentes, que não respeitam nada nem ninguém, até

que um deles é condenado a cumprir pena alternativa e conhece reais valores de vida.

Participação: Cinqüenta e nove estudantes e três professoras, dos períodos

vespertino e noturno.

Aceitação: Apesar de um enredo triste, a Oficina conseguiu atingir seu objetivo

quanto à reflexão sobre valores morais, solidariedade e dedicação aos menos

favorecidos.

_ 16ª Oficina -1º/07/ - Foi apresentado o vídeo “Fábula Moderna”, paródia da fábula de

Ensopo “A Formiga e a Cigarra”. Análise e discussão sobre os diferentes valores

abordados nas duas narrativas. Encontro extra, utilizado para gravação de vídeo com

participação e depoimentos de alunos, professores e direção da escola.

Em todas as Oficinas, após o trabalho coletivo, eram ofertados aos

participantes outros materiais, tanto para uso em sala de aula como para empréstimo,

disponibilizando:

1- Jornais: “Folha de São Paulo”, “Gazeta do Povo”, com o qual

desenvolvemos parceria no projeto “Ler e Pensar” da RPC e o jornal local “Página Um”.

2- Revistas: assinatura das revistas “Época”, “Saúde” e “Globo Rural”,

aquisição de outras revistas solicitadas por alunas como “Júlia”, “Sabrina” e outras

sobre fofocas de atores, novelas, culinária, dicas de beleza etc.

3- Livros: clássicos literários nacionais e internacionais, livros de auto-ajuda,

infanto-juvenis entre outros.

4- Gibis e livro de histórias em quadrinhos.

5- Fôlderes: material informativo sobre diversos assuntos de interesse dos

alunos.

6- Almanaques: de fontes diversas, contendo informações, piadas,

curiosidades etc.

7- Textos variados: pequenos textos colados em cartas de baralho em

diversos temas e gêneros textuais.

8- Pastas- contendo textos distribuídos em:

- Charges, cartuns, tirinhas e histórias em quadrinhos.

- Textos narrativos: fábulas, contos, crônicas e lendas.

- Textos informativos: informações e textos instrucionais relevantes à vida dos

alunos.

- Textos poéticos, mensagens e pensamentos: essa pasta contém poesias,

letras musicais, salmos bíblicos, pensamentos de personagens famosos e mensagens,

recebe muitas contribuições dos alunos.

- Entretenimentos: piadas, caça-palavras, palavras-cruzadas, adivinhações etc.

- Receitas culinárias.

Também foram disponibilizados DVDs trabalhados em sala de aula e outros

adquiridos durante o ano letivo.

RESULTADOS

Como se pode observar, no relatório das Oficinas, houve a participação

expressiva de alunos e professores. Muitas vezes, em sua hora atividade as

professoras apenas assistiam, sem uma participação direta ou colaboração, o que

comprova que as Oficinas realmente despertaram o interesse de todos.

A escola, inserida no Projeto “Ler e Pensar” da RPC, desde março de 2008,

em final de junho coloca em prática o projeto denominado “Dia de Leitura”, realizada

quinzenalmente em todas as salas de aulas, utilizando temas sugeridos pelo BOLO,

encarte contendo diversas sugestões de atividades pedagógicas relacionadas a

matérias publicadas em seu jornal e fornecido às escolas pelo jornal “Gazeta do Povo”,

ou outros textos sugeridos por alunos e professores.

“Dia da Leitura”-alunos e prof.ª de Educ. Física. Exposição de trabalhos de alunos.

Após visita à Câmara Municipal, os alunos constantemente cogitavam sobre a

possibilidade de realizar uma excursão. Assim, quando já estavam encerrados os

trabalhos de intervenção na escola, foi realizado um bazar com a colaboração de

estudantes, alguns professores e funcionários, cuja renda custeou todas as despesas

de uma viagem cultural a Curitiba, onde os alunos tiveram a oportunidade de conhecer

vários pontos turísticos.

Viagem a Curitiba-PR - Shopping Estação Em frente à Churrascaria em que almoçaram.

Além da atividade mencionada, aproximadamente oitenta estudantes

conheceram o Teatro Municipal Bento Mossurunga e puderam presenciar a

apresentação do grupo de Balé Folclórico de Alagoas. Em outras ocasiões assistiram

às peças teatrais “Em Busca da Água Sagrada” e “Nove Meses”, autoria e direção de

Ariano Elon, aluno do CEEBJA e estagiário no teatro citado.

Influenciados pelas recentes descobertas, muitos alunos pediram para que

tivessem a oportunidade de fazer uma encenação. Dessa iniciativa, um grupo de

dezoito alunos e duas professoras compõem o elenco de um Auto de Natal a ser

apresentado no pátio coberto da escola, em 16/12/2008. O Auto será finalizado com a

apresentação de um coral infantil formado por vinte crianças, filhos de alunos e

professores, trajadas de anjos.

A peça é de produção e direção do aluno Ariano Elon, co-direção da Profª.

Fátima e colaboração de outros professores e estudantes envolvidos na confecção dos

trajes e cenários da peça.

Entretanto, a maior mudança de atitudes dos discentes está em suas próprias

ações. Exemplificando, na APAC, Associação de Professores e Alunos de CEEBJAs,

nunca houve uma real participação dos alunos; atualmente, professores e direção são

freqüentemente questionados sobre um ou outro recurso para melhoria da qualidade

do ensino, funcionamento da escola e outros assuntos. Estão muito mais seguros

quando se propõem a participar de concursos estudantis e dois alunos foram

classificados em concursos de redação, inclusive nas Olimpíadas de Língua

Portuguesa, na 1ª etapa ou nível municipal.

DISCUSSÃO

Citado anteriormente no presente artigo, em 2006, já havia sido realizada uma

breve experiência de Oficina de Leitura, comprovando bons resultados e em 2007, em

razão do afastamento das atividades para participação no PDE, um pequeno acervo

para empréstimos foi disponibilizado na sala de Língua Portuguesa. Um levantamento

comprovou os seguintes dados em relação ao número de empréstimos em sala de

aula:

2007- de fevereiro a dezembro = 324 empréstimos.

2008- de março a 18/11/ = 1.762 empréstimos.

Nota: em 2007 não foi realizada nenhuma atividade de incentivo à leitura. Em

2008 foi desenvolvido Projeto de Intervenção PDE, por meio da “Oficina de Leitura”

referenciada no presente artigo, de março a julho, de agosto a dezembro,

operacionalizado o Projeto ”Dia da Leitura”, criado em decorrência dos resultados

obtidos através da Oficina de Leitura e desenvolvido quinzenalmente pela escola toda.

Como se pode observar houve um crescimento de 543% na busca de leitura

espontânea, envolvendo variados gêneros textuais.

Uma das formas de avaliação previstas na Proposta de Intervenção foi a

realização de questionários, utilizados como sondagem da aceitabilidade do projeto,

pelos alunos partícipes.

Assim tivemos a primeira sondagem realizada em 1º/04/2008, após o quarto

encontro, relembrando que o 1º encontro foi a apresentação do Projeto a ser

desenvolvido e dois microfilmes sobre relacionamento familiar. O 2º- “Se eu fosse

você”-filme nacional abordando a mesma temática. 3º-Obras de artes e algumas

paródias e o 4º-Oficina trabalhada com textos visuais como charges, cartuns, tirinhas e

histórias em quadrinhos.

I- Questões que compuseram as sondagens realizadas em forma de

questionários:

- De quantas Oficinas você participou? - Da qual você mais gostou? Por quê?

- Que encontro você gostou menos ou não gostou? Por quê? - Dê sua opinião,

sugestões ou críticas sobre os encontros. - Por que você tem participado das Oficinas?

- Que resultado você espera obter participando dos encontros?

Em relação à questão sobre opiniões, críticas e sugestões, as respostas mais

freqüentes foram:

- “É bom ouvir explicações, tinha que ter mais.” - ”São encontros proveitosos

em que podemos aprender mais sobre muitos temas”. - “Minha opinião é que através

das Oficinas podemos ter muitas informações que não teríamos apenas usando os

módulos”. - “Gostaria de saber mais sobre doenças e saúde em geral”. - “Estou

adorando as aulas, porque além de fugir da rotina, estamos aprendendo muito”. - “Eu

adorei mesmo, parabéns, é uma atividade nova e ótima”.

II- No quesito sobre as expectativas dos resultados da Oficina, as intervenções

mais freqüentes foram frases como: “Que os alunos tenham mais conhecimento,

cultura e lazer”. “Ganhar conhecimentos, saber mais sobre vários assuntos”. “Pode

passar para outras pessoas as informações que obtive”. “Aprender muito mais, como

charges, cartuns, paródias, eu mesmo nunca tinha ouvido falar e nessas aulas deu

para aprender um pouco”.

III- Quanto às razões pelas quais têm participado, as respostas mais obtidas

foram: - ”Acho muito interessante, sempre gostei muito de ler e nunca tinha participado

de Oficinas de Leitura antes”. -“Porque estou aprendendo muitas coisas e espero

aprender mais e mais que a professora explica muito bem”. - “Está falando de coisas

importantes, que a gente desconhece por falta de oportunidade”.

O segundo questionário enfocou da 5ª à 10ª Oficina, foi realizado em 20/05/08,

com a participação de quarenta e dois alunos.

Na questão sobre sugestões as mais solicitadas foram: - “Mais atividades em

que se aprende de forma concreta como a visita à Câmara; mais filmes que mostrem a

realidade e leitura de temas atuais e polêmicos, abertos a debate pelo grupo”.

A terceira sondagem foi aplicada em 24/06/ sendo as declarações mais

freqüentes: - ”Gostei de todas as oficinas, aprendi bastante com a leitura e sei que tem

muito o que aprender ainda”. - “Para a professora, seu trabalho merece aplausos, acho

que quanto mais oficinas eu participar, melhor pra mim”. - “É uma aula bem

interessante, este projeto faz nos enxergar a vida com outro sentido.” - “Para aprender

coisas que não conheço, aprender mais e lutar pelos meus direitos de cidadão”.

A 16ª Oficina foi realizada para editar um vídeo com a participação dos alunos

e colegas de trabalho, que colaboraram em alguns encontros, a professora de História,

que trabalhou com o vídeo sobre a “Ditadura Militar”, fez a seguinte declaração:

_ ”Para mim foi uma experiência nova, devido o sistema de ensino do

CEEBJA, foi uma troca e pôde-se observar que a ditadura militar ainda é um assunto

que as pessoas desconhecem”.

Uma professora de Língua Portuguesa e Inglesa afirmou:

_ “Foi uma forma diferente de leitura que envolveu outras disciplinas,

mostrando entrosamento entre as diferentes áreas de ensino; nós percebemos, através

do número de livros e revistas emprestadas, que realmente despertou o interesse dos

alunos pela leitura, também pôde - se observar uma melhora significativa na produção

de textos”.

Outra professora de Língua Portuguesa declarou:

_ “Foi um trabalho muito gratificante, tão bom para nós professores, que

aprendemos muitas coisas novas, como para nossos alunos, foi uma maneira diferente

de se ver a leitura, um novo olhar da leitura, muito interessante, valeu a pena”.

A professora de Ciências que participou da oficina sobre o personagem de

Monteiro Lobato, Jeca Tatu, comentou:

_ “Achei o trabalho bem válido, porque vi um interesse maior dos estudantes

por informações sobre a esquistossomose, a doença de Jeca, interessante que após o

filme alguns alunos me procuraram para pedir mais informações sobre a doença e

formas de prevenção”.

_ “O projeto foi muito gratificante, embora não tenha acompanhado

diretamente as atividades, observei pelos comentários dos professores e dos alunos,

pelos corredores da escola, que foi muito interessante, a partir desse projeto, deu-se

início, na escola, um novo projeto “Dia da Leitura”, parabenizo a Profª. Fátima, aos

demais professores envolvidos e principalmente aos alunos que entenderam que a

leitura é o melhor meio de se aprender”, declarou a diretora da escola.

CONCLUSÃO

Como citada anteriormente, a referida Proposta de Intervenção, realizada

como uma das tarefas do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado

do Paraná, turma 2007, baseou-se nos eixos norteadores dos seguintes princípios

políticos-pedagógicos da SEED (DCN,1996) :

a) compromisso com a diminuição das desigualdades sociais;

b) articulação das propostas educacionais com o desenvolvimento econômico,

social, político e cultural da sociedade;

c) defesa da educação básica e da escola pública, gratuita de qualidade, como

direito fundamental do cidadão;

d) estímulo ao acesso, à permanência e ao sucesso de todos os alunos na

escola;

e) atendimento e respeito à diversidade cultural.

Os resultados mostram também que conforme vimos em Frasseto (2005) e

Britto (2007) a visão de leitura ou de letramento está além do que se faz na escola.

Fundamentada também nos depoimentos dos partícipes da Oficina de Leitura,

colegas e direção, no número de material de leitura emprestado, na visível melhoria em

relação à compreensão e produção de textos, melhora na auto-confiança dos

estudantes, foi deduzido que o projeto “Oficina de Leitura” além de atingir os objetivos

propostos, a cada dia supera suas próprias expectativas.

Há de citarem-se também algumas dificuldades encontradas como despesas

com material de leitura, obstáculos por parte da direção e colegas da escola onde o

projeto de intervenção foi aplicado, entre outras.

É mister enfatizar que todo esse processo de desenvolvimento intelectual da

professora/autora, bem como os excelentes resultados obtidos na proposta de

intervenção na escola, foram viáveis graças aos esforços disponibilizados pela SEED,

tanto em relação à fundamentação teórica renovada, como pelo tempo dedicado a

estudos e preparação do material didático-pedagógico e sua aplicabilidade. Dessa

forma todos os professores podem e devem um dia ter essa oportunidade.

Apesar de todos os empecilhos encontrados, foi obtido um excelente retorno

na concretização desse projeto, e surge em seu término uma questão a ser refletida,

como dizia Drummond “E agora, José”? Como todo conhecimento adquirido, essa não

pode, nem deve ser uma experiência estanque, em que se obtêm dados estatísticos e

se finda. É imprescindível que haja continuidade, análise e aprimoramento dessa e de

todas as propostas desenvolvidas pelos outros colegas, até porque o projeto, a escola

e os professores podem ser os mesmos, entretanto os alunos se renovam a cada ano,

havendo dessa forma, necessidade de um trabalho contínuo e que carece de constante

renovação.

____________________________________________________________________

Agradecimentos à Orientadora Prof.ª Dr.ª Djane Antonucci Correa pelo incentivo e

dedicação e à UEPG ela acolhida e participação.

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