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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO 1 Cabeleireiro

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Cabeleireiro

Qualificação

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin

Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia

Secretário

Nelson Baeta Neves Filho

Secretário-Adjunto

Maria Cristina Lopes Victorino

Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani Neto

Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

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Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:

Allex Antonio, Baroni Cabeleireiros, Célia Belda, Covisa, David Oliveira, Denise Steiner, Ernesto Pauletti Neto, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Gisele Mussi, Hair Zone Studio, Lídia Saporito, Mônica Aguire,

Philip Hallawell, Rodrigo Acorone, Rose Alongamentos, Salão Bach and Boulot, Salão Bardot Body and Soul, Salão Lo Studio, Soho Academy – unidades Perdizes e Pinheiros, Solange Lopes Miranda e Walter Cabral

Coordenação do ProjetoCETTPro/SDECT

Juan Carlos Dans SanchezFundação Padre Anchieta Monica Gardelli Franco

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

José Lucas Cordeiro

Apoio Técnico à CoordenaçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Fernando Moraes Fonseca Jr., Laís Schalch,Maria Helena de Castro Lima, Selma Venco

Apoio à ProduçãoFundação do Desenvolvimento

Administrativo – Fundap Ana Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio,

Emily Hozokawa Dias, Isabel da Costa MansoNabuco de Araújo, José Lucas Cordeiro,

Karina Satomi, Laís Schalch,Maria Helena de Castro Lima,

Selma VencoCETTPro/SDECT

Cibele Rodrigues Silva,João Batista de Arruda Mota Jr.

Textos de ReferênciaMaria Helena de Castro Lima

Selma Venco

FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETAPresidente

João SayadVice-Presidentes

Ronaldo BianchiFernando Vieira de Mello

Diretoria de Projetos EducacionaisDiretor

Fernando José de AlmeidaGerentes

Monica Gardelli FrancoJúlio Moreno

Coordenação técnica Maria Helena Soares de Souza

Equipe EditorialGerência editorial

Rogério Eduardo AlvesProdução editorial

Janaina Chervezan da Costa CardosoEdição de texto

Fernanda BottalloMarcelo Alencar

Preparação Luciana Soares

Revisão Beatriz ChavesHelô BeraldoKarlo Gabriel

Identidade visual João Baptista da Costa Aguiar

Arte e diagramação Fernando Makita

Pesquisa iconográfica Elisa Rojas

Monica SouzaIlustrações

OsneiTom B

Consultoria Titta Aguiar

Secretaria de deSenvolvimento econômico, ciência e tecnologia

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Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.

Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado.

Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.

Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.

O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis-sional.

Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.

Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

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Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui começa nosso caminho para um novo aprendizado. Um aprendizado que precisa ser completo. Sabe por quê?

Porque no mundo de hoje não é suficiente conhecer apenas as técnicas para fazer um bom penteado ou corte de cabelo.

Também é preciso saber como você pode melhorar sua busca por um novo emprego, fazer o orçamento de um penteado de noiva e redigir um cartaz a fim de divulgar suas habilidades, por exemplo. Para isso, é necessário dominar muito mais do que a técnica.

O ponto de vista do Via Rápida Emprego é o de que o profissional, para iniciar sua carreira ou aperfeiçoar aquilo que já sabe fazer, deve conhecer as técnicas, mas também precisa (e muito!) se diferenciar em alguns aspectos para ter mais chances na obtenção de um emprego ou conseguir trabalhar como autônomo, por conta própria.

Neste nosso trabalho, vamos conhecer as várias facetas da ocupação de cabeleireiro. Onde ele atua? O que precisa conhecer para desempenhar melhor seu trabalho? Como este ofício surgiu? Questões assim serão discutidas ao longo do curso.

Vamos, também, enfrentar o desafio de descobrir a matemática no corpo e no rosto humanos e saber por que ela é importante no dia a dia dos salões de beleza.

Como você vê, nosso curso será cheio de novidades para que sua formação seja a mais completa possível.

Vamos às aulas!

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Sum á ri o

Unidade 19

a história da ocupação

Unidade 235

a profissão de cabeleireiro

Unidade 343

suas experiências na área

Unidade 471

cor da pele e dos cabelos

Unidade 5107

cabelos e produtos específicos

Unidade 6133

mechas, reflexos, luzes e balayage

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dados internacionais de catalogação na publicação (cip) (bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964

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Vários autoresPrograma de qualificação profissional da Secretaria do

Emprego e Relações do Trabalho - SERT

ISBN 978-85-61143-92-3

1. Ensino profissionalizante 2. Cabeleireiro I. Título II. Série

CDD 371.30281

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A história da ocupação

Arrumar os cabelos não é tarefa nova. Mesmo os homens pré--históricos colocavam ossos em sua vasta cabeleira.

Mas, longe de ter apenas a função de embelezar as pessoas, os cabelos também já adquiriram diferentes sentidos nas sociedades humanas.

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Além disso, a profissão de cabeleireiro é muito antiga, confirmada por achados arqueológicos de pentes e na-valhas feitos de ossos.

Arqueológico: Relativo à arqueologia, ciência que es-tuda os costumes e a cultura de antigas civilizações por meio de escavações ou cole-ta de materiais (objetos va-riados, monumentos etc.) que restaram desses povos. O profissional que atua nes-sa área é o arqueólogo.

No antigo Egito, aproximadamente 5 mil anos atrás, a arte de cuidar dos cabelos se destacou. Nessa época, surgiram os primeiros cabeleireiros, que tinham muito prestígio na corte dos faraós. A partir do ano 3000 a.C. (antes de Cris-to), as pessoas começaram a raspar a cabeça e a usar peru-cas de cabelo humano ou de lã de carneiro, geralmente tingida na cor preta ou com hena (pó feito de folhas de alfena egípcia) em tom vermelho-alaranjado. Essas perucas tinham cortes retos e comprimento que variava do queixo até os ombros, geralmente incluindo franjas.

A hena até hoje é usada no processo de coloração de cabelos e pelos. É uma forma mais natural e me-nos agressiva do que o uso de colorantes indus-triais, os quais possuem muitos produtos quími-cos e podem ser prejudi-ciais à saúde.

Você sabia?

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Cabelos compridos, curtos, raspados... Seu significado atravessa a história: para os budistas, cabelos raspados sig-nificam desprendimento; Júlio César, cônsul romano, mandava cortar os longos cabelos dos inimigos capturados como sinal de submissão; em diversas culturas, escravos os usavam curtos como prova de obediência ao amo.

Na Inglaterra, os magistra-dos (juízes) e advogados ainda usam perucas cinza nos julgamentos. Geral-mente, essas perucas são feitas de crina de cavalo.

Essa prática foi herdada dos britânicos, mas vem perdendo popularidade nos últimos anos. A popu-lação e mesmo alguns juí-zes e advogados acham que ela é conservadora de-mais, refletindo uma ima-gem negativa do Poder Judiciário daquele país.

Você sabia?

Dalai Lama, líder espiritual do budismo: cabelos raspados em sinal de desprendimento

Prova de obediência ao amo: em diversas culturas, os escravos usavam cabelos curtos

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Registros sugerem que, ao longo da história, os cabelos ganharam significados próprios, envolvendo o poder de sedução entre as mulheres e a força entre os homens.

Na mitologia grega, Afrodite é a deusa do amor e da beleza. Pelos romanos ela era conhecida como Vênus. Serviu de inspiração para vários artistas, principalmente na época do Renascimento, quando aparece envolta em longos cabelos loiros. Uma das obras mais conhecidas desse período é O nascimento de Vênus, do pintor italiano Sandro Botticelli.

Sansão, personagem bíblico, é descrito como um homem de força extraordinária, capaz de derrubar diversos inimi-gos. Ele liderou israelitas contra filisteus por volta de 1177 a.C. (antes de Cristo). Sansão se apaixonou por Dalila, que descobriu que a força dele estava nos cabelos. Uma noite, cortou-os, traindo o amante e entregando-o aos filisteus.

Sandro Botticelli (1445-1516) foi um pintor italiano da épo-ca do Renascimento, movi-mento nascido em Florença, na Itália (cerca de 1420-1520), e que trouxe modelos da An-tiguidade tanto para a arte como para o pensamento político e econômico.

Botticelli ficou conhecido por ter sido um grande retratista e por suas telas com temas mitológicos, como deuses e heróis pertencentes à tradi-ção romana e grega. Com Michelangelo, Rafael e Bernini, foi responsável pela produção de afrescos para a Capela Sistina, localizada no Vaticano, também na Itália.

Antoon Van Dyck (1599-1641) foi o principal pintor da cor-te do rei Carlos I, da Ingla-terra. Ficou famoso por re-tratar pessoas, em especial membros da nobreza (classe social mais rica e que tinha ligação com o rei).

Sandro Botticelli, O nascimento de Vênus, cerca de 1843, têmpera sobre tela, Galeria dos Ofícios, Florença, Itália

Antoon van Dick, Sansão e Dalila, cerca de 1630, óleo sobre tela, Museu de História da Arte, Viena, Áustria

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No século 17 (XVII), na França, o rei Luís 14 (XIV) enco-mendou perucas ao cabeleireiro real quando percebeu que estava ficando careca – e a novidade, que virou sinônimo de alta classe social, nobreza e ostentação, foi muito bem-aceita e assimilada pelos súditos e também pelos sucessores do governante. Essa moda durou cerca de 150 anos.

À sua maneira, cada um dava um sentido à calvície ou ao cabelo. Sócrates, filósofo grego, comentou e valorizou a pró-pria careca: “nenhuma erva daninha cresce em ruas ativas”. Já o líder romano Júlio César usava uma coroa de louros para esconder a calva, enquanto o imperador francês Napo-leão Bonaparte penteava para a frente os poucos fios que lhe restavam no alto da cabeça a fim de disfarçar o problema.

Os primeiros salões de ca-beleireiro, construídos em praça pública, foram cria-dos pelos gregos em Ate-nas. Vemos, portanto, que a importância dada aos cabelos é bastante antiga.

Você sabia?

Autor desconhecido, Rei francês Luís 14 com mapa de Saint-Cyr (1684), óleo sobre tela

Os calvos Júlio César e Napoleão: um usava louros, o outro penteava os cabelos para a frente

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14 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Atividade 1PeruCas

1. Organizados em duplas, façam uma pesquisa na internet sobre o uso de perucas no século 17 (XVII).

2. Nessa época, o que indicava o uso de perucas?

3. Como eram as primeiras perucas desse período? Grandes? Coloridas?

4. Elas tinham algum significado? Qual?

5. Quem eram os “peruqueiros”? Eram homens ou mulheres? O que caracterizava essa profissão?

6. Registre abaixo os resultados obtidos e apresente-os aos colegas.

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A arquitetura sofreu influência da moda na corte france-sa de Luís 14 (XIV). Portas e janelas, por exemplo, pre-cisavam ser amplas e altas para que as mulheres pudessem passar com seus vestidos providos de ancas e suas altas perucas verticais.

FilmeO filme Maria Antonieta (dirigido

por Sofia Coppola em 2006) retrata a corte francesa nos tempos de

Luís 16 (XVI) e enfoca a superficialidade da nobreza. A falta de conhecimento da realidade era tão grande que uma princesa, ao ouvir que o povo não tinha pão

para matar a fome, teria sugerido: “Que comam brioches!”.

Embora atribuída à princesa, a frase foi citada por Jean-Jacques

Rousseau (1712-1778) em Confissões, livro autobiográfico escrito entre 1755 e 1776. Dizem que a suposta fala foi usada por

inimigos da monarquia no intuito de retratar sua futilidade.

Brioche: É um pão de mas-sa delicada e refinada.Autobiográfico: É relativo à autobiografia, narrativa da vida de uma pessoa escrita por ela própria.

Na corte do rei francês Luís 14 (XVI): perucas verticais e vestidos providos de ancas

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Atividade 2PreParando um Cabelo à moda de maria anTonieTa

Vamos fazer um penteado de época. Para isso, precisamos destes materiais:

• 8 mechas de lã, com 10 cm cada (que farão as vezes do cabelo).

• 2 rolos de cabelos postiços, também feitos de lã.

• 1 armação de 20 cm de altura (que iremos construir).

• 50 cm de tecido de espessura fina, tipo tule.

Como fazer

1. Prepare a armação com fios rígidos de cobre.

2. Recubra a armação com o tecido para evitar que os fios se emaranhem nessa estrutura.

3. Penteie o cabelo (que precisa ser semilongo) para frente, como se fosse uma gran-de franja que cobrisse todo o rosto.

4. Com grampos, prenda no alto da cabeça a armação que preparou.

5. Cubra a armação com a “franja” que recobre o rosto da “cliente” e, com grampos, prenda o cabelo na armação.

6. Faça o mesmo movimento trazendo os cabelos da parte de trás em direção ao alto da cabeça.

7. Enrole os fios de lã como se fossem cachos e borrife laquê para modelá-los.

8. Prenda as mechas de lã na altura da nuca, como se fossem mechas soltas de cabelo.

9. Passo opcional: modele 8 rolos de lã, da espessura de um dedo indicador, e prenda-os ao lado do penteado.

10. Pronto: se você precisar preparar alguém para uma festa à fantasia ou temática e tiver de criar um penteado de época, já sabe o que fazer.

Se quiser sofisticar ainda mais sua peruca, use um broche, plumas e cordões de pérolas presos ao alto da cabeça.

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18 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

A arte de apreciar o belo

Apreciar a arte é um hábito que auxilia a construção de um senso estético mais apu-rado. Mas nem sempre temos a oportunidade de visitar museus ou deixar os afazeres do dia a dia para observar alguma obra artística que esteja na rua. Por isso, vamos praticar essa apreciação aqui mesmo, em sala de aula. Observe, nos quadros reprodu-zidos nas páginas 19 e 20, as cores usadas pelos artistas e como eles retratam os cabe-los. Os cabelos combinam com o tom de pele das modelos? O estilo da maquiagem está de acordo com o penteado? O penteado tem a ver com a roupa?

Atividade 3exPerimenTando as Cores

1. Observe atentamente as figuras a seguir. Elas reproduzem obras famosas de dois pintores: Gustav Klimt e Amedeo Modigliani. Agora proponha alterações nas imagens das modelos. Imagine uma nova coloração para o cabelo, além de outra maquiagem e roupas diferentes. Que cores, em sua opinião, combinam mais com as mulheres retratadas?

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Junto de cada pintura você fará sua versão do quadro. Concentre-se e experimente cores e formas.

Gustav Klimt (1862-1918). Pin-tor austríaco, cujos maiores trabalhos incluem pinturas, murais, esboços e outros ob-jetos de arte. Passou por mo-vimentos artísticos como o Simbolismo, surgido na Fran-ça no século 19 (XIX), que da-va ênfase a temas místicos e imaginários; e o Expressionis-mo, que, surgido na Alemanha no início do século 20 (XX), buscava na arte uma reflexão do mundo interior.

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Gustav Klimt, Mulher com Leque, 1917-1918, óleo sobre tela, coleção particular

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20 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Amedeo Modigliani (1884-1920). Artista plástico e escul-tor italiano que viveu em Paris. Sem educação formal, dedi-cou-se ao estudo da pintura e da escultura. De seus traba-lhos destacam-se os nus femi-ninos e retratos cuja caracte-rística mais marcante é o alongamento das figuras.

Amedeo Modigliani, Ruiva em vestido de noite, 1918, óleo sobre tela

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2. Depois de observar as duas telas, vamos construir uma história para essas mulheres. Quem são elas? Onde e como moram? O que fazem? Elas se conhecem? Qual é o estilo de cada uma delas? Que conselhos de beleza você daria a cada uma sobre a cor e o corte dos cabelos? E a respeito do penteado?

A arte de modificar o mundo

Os artistas, ao pintarem um quadro ou moldarem uma escultura, estão transmitin-do alguma mensagem que nos leva a pensar por que o personagem retratado é de um jeito ou de outro ou se ele está feliz ou angustiado, por exemplo. Será que, con-forme “construímos” nosso visual, nossa imagem, também fazemos isso?

O mundo atual valoriza a apresentação pessoal e, às vezes, a maneira como nos mostramos visualmente fala por nós. Analisando a imagem de uma pessoa, tiramos conclusões sobre sua personalidade, profissão, passatempo, situação financeira e preferências em geral.

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Um exemplo disso correu o mundo muito recentemente: a inglesa Susan Boyle (veja as fotos abaixo) tinha um grande potencial para fazer sucesso como cantora, mas foi menosprezada e até ridicularizada pelo júri de um programa de calouros por causa de sua aparência. A men-sagem que estava por trás disso era: a voz de Susan não combina com sua imagem. A fama deveria ser acompa-nhada de truques no seu visual. Observe as fotos.

Ainda que ela usasse o mesmo vestido, a simples alte-ração da cor e do corte dos cabelos já transmitiria ou-tra imagem da cantora. Nesse caso, a transformação foi total, afinal, Susan, como artista, pôde passar por mudanças radicais. Mas devemos tomar cuidado com alterações bruscas em pessoas que levam uma “vida comum”. O ideal é que elas ocorram aos poucos, para que a pessoa tenha tempo de se acostumar ao novo visual e até mesmo decidir se é essa a imagem que gostaria de ter.

Pare e ref lita: você pode ser um profissional capaz de proporcionar essa mudança aos clientes?

DICAQue tal montar um álbum de

fotos de seus clientes? Registros mostrando o “antes” e o “depois”, assim como fizemos com Susan

Boyle, podem valorizar suas qualidades profissionais. Mas,

lembre-se: quando for tirar fotos de um cliente, um amigo ou

familiar para usar como modelo, é preciso pedir a permissão deles.

Se alguém se recusar, não insista. Você terá outras oportunidades.

A cantora Susan Boyle antes e depois da fama: a aparência foi disfarçada por truques visuais

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A reação que a transformação da imagem produz já foi retratada por diversos auto-res. Vamos ler, como exemplo, um trecho de A humilhação, romance do escritor norte-americano Philip Roth.

Com o passar dos meses, Pegeen deixara o cabelo crescer até quase

os ombros, um cabelo castanho abundante com um brilho natural que

ela começou a achar que devia cortar de modo diferente do estilo

masculino que havia adotado desde que se tornara adulta. No fim de

semana, chegou em casa com duas revistas cheias de fotos de cortes

de cabelo diferentes, revistas de um tipo que Axler nunca vira antes.

“Onde você arrumou essas revistas?”, ele perguntou. “Uma das minhas

alunas”, ela respondeu. Sentaram-se lado a lado no sofá da sala, e ela

ficou a folhear as revistas, dobrando os cantos das páginas em que

havia um estilo que lhe parecia apropriado. Por fim, depois que redu-

ziram as possibilidades a duas, ela arrancou as páginas e ele telefonou

para uma amiga, uma atriz em Manhattan, e perguntou-lhe em que

salão Pegeen devia cortar o cabelo, a mesma amiga que dissera a

Axler onde deveria levar Pegeen para comprar roupas e joias. “Eu bem

que queria ser sustentada assim”, comentou a amiga. Mas Axler não

entendia a coisa dessa maneira. Tudo o que estava fazendo era ajudar

Pegeen a ser uma mulher que ele gostaria de ter, e não uma mulher

que outra mulher gostaria de ter. Juntos, empenharam-se nessa causa.

Axler foi com ela a um salão caro no Upper East Side. Uma moça ja-

ponesa cortou o cabelo de Pegeen depois de ver as duas fotos que

eles haviam levado. Axler jamais vira Pegeen parecer tão indefesa

quanto ali, sentada na cadeira do cabeleireiro diante do espelho depois

que seu cabelo foi lavado. Nunca a vira tão fraca, tão sem saber como

agir. Vê-la assim, silenciosa, tímida, às raias da humilhação, sem con-

seguir sequer olhar para sua imagem no espelho, emprestava àquela

ida ao cabeleireiro um significado totalmente diferente, minando a

autoconfiança de Axler e levando-o a perguntar a si próprio, como já

havia feito mais de uma vez, se não estaria se deixando cegar por uma

ilusão estupenda e desesperada.

Philip Roth. A humilhação. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 51.

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Atividade 4Transformação

1. Quem são os personagens que aparecem no texto?

2. Como é o personagem que está passando por um processo de transformação?

3. De que maneira o autor retrata o sentimento do personagem no momento de cortar os cabelos?

4. Em sua opinião, como as pessoas se sentem quando vão ao cabeleireiro para mudar de imagem?

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5. Coloque-se no papel da profissional que cortou o cabelo de Pegeen. Como você agiria diante de uma cliente como ela? Justifique sua opinião e discuta seus argumentos com a turma.

Cabelo e estilo pessoal

Para ser esse profissional que promoverá mudanças na imagem das pessoas, é neces-sário ter conhecimentos. Um deles é saber identificar o estilo de cada cliente. Lem-bre-se: o diálogo inicial, que tem o objetivo de identificar os anseios do cliente, é fundamental para você descobrir se ele quer manter ou mudar o próprio estilo.

Vale lembrar, sempre, que a decisão final é do cliente. Não insista em cortes e pen-teados que não correspondam ao gosto da pessoa – mesmo que você tenha certeza de que o resultado poderia ser ótimo.

Vejamos as características de cada estilo.

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Tradicional ou clássico

Características: Esse estilo é marcado pela discrição e pela neutralidade. O lema das pessoas tradicionais é: “menos é mais”. Trata-se de alguém recatado ao se vestir.

Tipo de roupa: Vestidos e saias retas, sem marcar o corpo; ausência de decotes e transparências; cores e acessórios sóbrios e discretos.

Exemplos: Beatriz Segall, Fátima Bernardes, Ronnie Von.

Corte de cabelo: Reto ou levemente repicado, com tamanho médio para curto. A cor usada abrange todas as tonalidades de castanho ou loiro “apagado”. No caso de uso de luzes, elas são bem discretas.

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Elegante

Características: Marcado pela classe, é um estilo sem exageros. Quem o adota é uma pessoa elegante que chama a atenção pelo bom gosto na combinação das cores e nos detalhes ao vestir-se, no corte dos cabelos, na maquiagem e no cuidado com as unhas. É um cliente muito exigente com a qualidade e impecável na aparência.

Tipo de roupa: Peças neutras, discretas, com toques refinados. Não segue a moda passageira: prefere tendências que não são marcadas por épocas determinadas.

Exemplos: Christiane Torloni, Rodrigo Santoro, Taís Araújo.

Corte de cabelo: Cabelos muito bem cuidados, curtos ou médios, de preferência retos – em estilo chanel – ou levemente repicados.

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Moderno

Características: Quem adota esse estilo, veste-se com acessórios e estampas grandes e roupas desestruturadas, parecendo estar desarrumado. O estilo moderno pode ser exemplificado por uma pessoa elegante, que chama a atenção pelo jeito ousado de se vestir. Além disso, adota um visual típico de quem mora nas grandes cidades.

Tipo de roupa: Peças desestruturadas, acessórios grandes, cores fortes combinando com o preto, estampas enormes e corte quase masculino.

Exemplos: Maria Paula, Mayana Moura, Seu Jorge.

Corte de cabelo: Ousado, desestruturado, com reflexos e cores contrastantes.

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Criativo

Características: Estilo de pessoa inovadora, que gosta de brincar com sua imagem pessoal. Seu visual é diferenciado e se assemelha a uma produção artística.

Tipo de roupa: Mistura de cores e estampas; sobreposição de peças; roupas étnicas ou de brechós.

Exemplos: Chico César, Marjorie Estiano.

Corte de cabelo: Assimétrico, desestruturado, com cores extravagantes e mechas coloridas. O uso de dreads também é comum. Veja o box sobre o tema na página 33.

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Sexy

Características: O destaque do corpo é a marca das pessoas com estilo sexy, o que chama bastante a atenção das pessoas ao seu redor.

Tipo de roupa: Abusa de decotes generosos, fendas e pernas à mostra, roupas que marcam o corpo, estampa animal e salto alto.

Exemplos: Fernanda Lima, Jesus Luz, Wanessa Camargo.

Corte de cabelo: Cabelos fartos, longos e volumosos, retos ou repicados. As pessoas sensuais se identificam com cabelos bem selvagens e dão preferência para cabelos pretos, vermelhos e loiros bem claros.

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Esportivo

Características: Estilo também conhecido como casual. Pessoas que possuem esse estilo são marcadas pela praticidade e adotam o conforto, encontrando elegância na simplicidade de acessórios e roupas.

Tipo de roupa: Peças confortáveis e informais, indo do jeans ao linho; acessórios simples (ou ausentes), tênis ou sapatos, de preferência sem salto.

Exemplos: Débora Fallabela, Gabriel Braga Nunes, Sandra Annenberg.

Corte de cabelo: Curto e prático, com estilo natural e cor próxima à natural.

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Romântico

Características: A pessoa com estilo romântico é delicada, com ar sonhador, meiga, calma e, acima de tudo, muito feminina.

Tipo de roupa: Tons pastéis, pálidos; estampas florais miúdas e babados. Roupas esvoaçantes.

Exemplos: Camila Morgado, Leandra Leal, Thiago Fragoso.

Corte de cabelo: Fios longos e cacheados, geralmente em tons suaves, que sugerem delicadeza.

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Dreads e tranças

Dread é uma forma de pentear o cabelo que consiste em separá-lo em mechas e enrolá-las com cera ou costurá-las com agulhas de crochê, dando aparência de cordas que caem do topo da cabeça.

Embora esteja ligada ao movimento dos rastafáris (ligado à música reggae), essa técnica surgiu entre habitantes de algumas regiões da África que a criaram por uma questão de praticidade, já que não tinham facilidade de cortar o cabelo periodicamente.

Geralmente feitos em cabelos mais longos, existem outros tipos de dread, como a trança nagô (tranças finas feitas junto ao couro cabeludo) e o tererê, que é o aplique de linhas coloridas sobre uma trança de cabelo. Hoje também é pos-sível encontrar apliques com imitação de dreads.

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A profissão de cabeleireiro

Antes de darmos continuidade ao aprendizado das técnicas a serem empregadas na ocupação de cabeleireiro, é importante conhecer mais sobre a profissão e as formas de ingressar nessa área.

Faça um exercício de imaginação: pense como será sua vida profissional e pessoal trabalhando como cabeleireiro. Inicie o percurso perguntando a si mesmo: como estarei daqui a 5 meses?

Como você se vê? Onde estará trabalhando?

• Num salão de beleza?

• Indo até a casa de clientes com sua maleta?

• Num teatro?

• Nos camarins de um canal de televisão?

Pablo Picasso, Mulher diante do espelho, 1932, óleo sobre tela, Museu de Arte Moderna de Nova York, Estados Unidos

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O Ministério do Trabalho e Emprego e a profissão de cabeleireiro

O Ministério do Trabalho e Emprego produz um docu-mento chamado Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, que descreve 2.422 ocupações e diz o que é preci-so para exercê-las: a escolaridade necessária, o que cada profissional deve fazer, onde pode atuar etc. Entre as in-formações que constam desse documento existe um gru-po que nos interessa definir nesse momento: “quem é o cabeleireiro hoje”.

De forma resumida, a CBO indica o que faz o cabelei-reiro. Agrupamos suas atribuições pelos seguintes temas:

Formação/qualificação profissional• Participar de cursos, palestras e eventos.• Consultar revistas e publicações especializadas.• Estagiar em salões.• Ter ensino fundamental incompleto.• Ter curso de qualificação profissional.

Atitudes pessoais• Manter o bom humor.• Ouvir atentamente e não falar excessivamente.• Cuidar da aparência pessoal.• Manter-se paciente.• Demonstrar bom-senso.

Atitudes profissionais• Demonstrar noções de etiqueta social.• Demonstrar senso estético.• Inspirar confiança e credibilidade.• Demonstrar ética profissional.• Saber trabalhar em equipe.

A descrição de cada ocu-pação da CBO é feita pe-los próprios trabalhado-res. Dessa forma, temos a garantia de que as in-formações vêm de quem atua no ramo e, portanto, conhece bem a profissão. Você pode ler esse docu-mento na íntegra aces-sando, na aula de infor-mática, o site:www.mtecbo.gov.br.

Você sabia?

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Veja o que diz um profissional do ramo sobre o início de sua carreira.

Eu sou filho de um lavrador do interior. Durante os fins de semana

meu pai cortava cabelos e, desde pequeno, eu e meus irmãos come-

çamos a ter contato com a tesoura, por influência dele. Acabávamos

também colocando a mão na massa. Eu descobri que era hábil com

as tesouras. Mas um bom cabeleireiro não é feito apenas de talento,

mas de muita prática. Só se começa a ter destreza com as tesouras,

depois de uns 3 ou 4 anos de prática.

Entrevista concedida por Walter Cabral. Disponível em: http://goo.gl/z2MzL.

Acesso em: 15 out. 2010.

Esse profissional chama a atenção para um aspecto essencial: a identificação com uma área da profissão. Isso se dá quando você sente que tem mais facilidade para atuar em alguma das várias ramificações que envolvem essa profissão.

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Atividade 1esTudo de meio

1. No início deste Caderno, mencionamos diversos locais onde o cabeleireiro exerce sua ocupação. Vamos dividir a turma em pequenos grupos a fim de que cada um deles entreviste um cabeleireiro.

Todos devem se organizar de forma que as equipes visitem locais diferentes e conversem com profissionais da área. Seguem abaixo algumas sugestões:

• cabeleireiro de salão de beleza de pequeno porte, de bairro;

• cabeleireiro de salão de médio porte;

• cabeleireiro de salão de beleza de grande porte, mais sofisticado;

• cabeleireiro autônomo; e

• cabeleireiro proprietário de salão.

2. O que vocês gostariam de perguntar a cada um desses profissionais?

Acompanhe a seguir um roteiro de entrevista. Cada grupo acrescenta outras questões que considerar importantes.

a) Qual o nome do entrevistado?

b) É homem ou mulher? Quantos anos tem? Qual é sua escolaridade? Ainda estuda ou pretende voltar a estudar?

c) Costuma fazer cursos de especialização em sua área?

d) Onde trabalha?

e) Trabalha em apenas um lugar?

f) Como escolheu essa ocupação?

g) Como aprendeu a profissão?

h) Quais são os pontos positivos e negativos dessa área de atuação?

i) Que conselhos ele dá a um cabeleireiro que está começando agora?

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Acompanhe agora a entrevista concedida pe-lo cabeleireiro Rodrigo Acorone, proprietário de um salão na capital paulista.

P – Qual é seu nome completo? E sua idade?

R – Rodrigo Lombano Acorone. Tenho 31 anos.

P – Onde você trabalha?

R – Num instituto de beleza que fica na região dos Jardins, em São Paulo.

P – Por que escolheu a profissão de cabe-leireiro?

R – Porque me identifiquei com ela e descobri que tinha talento para fazer esse tipo de trabalho.

P – Há quanto tempo você atua nesse setor?

R – Completei 12 anos e 2 meses em dezembro de 2010.

P – Como aprendeu esse ofício?

R – Na época em que iniciei minha carreira, eu estava desempregado e fui indicado por uma ami-ga para trabalhar como auxiliar em um salão. Fui aprendendo na prática, enquanto observava meus colegas mais experientes.

P – E hoje em dia, você costuma fazer cursos de especialização?

R – Sim, estou sempre atento às novidades.

P – Quantas pessoas, em média, você atende por mês?

R – Eu e minha equipe atendemos mensalmente cerca de 600 clientes.

P – Você participa de muitos eventos na área da beleza?

R – Infelizmente não. Por falta de tempo.

P – Quais são seus projetos para o futuro?

R – Quero ampliar minha equipe. Rodrigo Acorone: “Estou sempre atento às novidades”

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3. Agora, cada participante do grupo escreve um texto sobre a entrevista. Procure planejar seu texto da seguinte forma antes de começar a redigi-lo:

a) analise os argumentos usados pelo profissional;

b) organize as principais ideias; e

c) apresente as conclusões a que você chegou após ler a conversa.

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O trabalho do cabeleireiro não se resume a cortar, fazer escova e tingir os cabelos. Desde o primeiro contato ele deve analisar o tipo de cabelo do cliente e verificar se está ou não danificado. Também precisa saber identifi-car o estilo pessoal do cliente e, sobretudo, conhecer suas expectativas. À medida que estabelece um diálogo indicando ao cliente as melhores opções de cor e de corte, o profissional transmite maior confiança sobre o trabalho que vai executar.

Segundo a CBO, o cabeleireiro tem várias atribuições e, dependendo do porte do salão em que trabalhar, poderá ocorrer uma divisão de trabalho. Um auxiliar pode fazer a escova, o tinturista pode tingir o cabelo para depois outro profissional cortá-lo. Vamos ver a relação das fun-ções elencadas na CBO.

• Lavar

• Preparar

• Enrolar

• Cortar

• Escovar

• Pentear

• Hidratar

• Relaxar

• Pintar

FilmeSe tiver oportunidade, veja O marido da cabeleireira,

dirigido pelo francês Patrice Leconte em 1990. O filme retrata a paixão de um homem por uma

cabeleireira e, de certa forma, pela profissão dela.

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Não se esqueça: um profissional deve ter conhecimento de:

• técnicas de colorimetria (análise das cores);

• cortes estilizados;

• escovas modeladoras;

• penteados;

• diagnóstico de cabelos, verificando se eles estão danificados para não piorar ainda mais o problema;

• várias técnicas de reconstrução dos fios e de uma hidratação mais potente com o uso de produtos à base de queratina, que evita pontas duplas no cabelo;

• relaxamento;

• visagismo, para reconhecer o melhor corte e a melhor cor de acordo com o tom de pele e o formato de rosto do cliente;

• alisamento;

• progressivas;

• mechas (e suas variantes, balayage, mechas strong);

• touca de argila ou marmorização (espécie de hidratação mais potente); e

• escova definitiva.

Algumas dessas técnicas serão abordadas em detalhes ao longo deste curso.

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suas experiências na área

Com a ajuda da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, vimos que o cabeleireiro pode atuar de diferentes maneiras em um salão ou mesmo indo até os clientes, atendendo em domicílio.

No intuito de ajudá-lo a se identificar com essas áreas de atuação, vamos realizar um balanço do que você sabe fazer bem e de outras coisas que precisa aperfeiçoar para ser um bom profissional.

O portfólio é uma técnica utilizada para ajudá-lo a encontrar esse caminho.

Você já teve as primeiras noções de como elaborá-lo no tema “Como se preparar para o mercado de trabalho”, do Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais. Aqui, vamos dar um passo adiante.

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Salão de beleza: uma das opções que o mercado de trabalho oferece aos cabeleireiros

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Atividade 1ConTando sua hisTória

1. É hora de trocar ideias. Que tal fazer isso com outros cinco colegas? Cada um se apresenta aos demais, contando suas qualidades e seus defeitos.

Todos temos características boas e ruins, e falar sobre elas é um primeiro passo para identificá-las. Quais são as suas?

2. Comente suas experiências relacionadas com a profissão de cabeleireiro: uma atividade realizada como passatempo, os cursos que você já fez, coisas que gosta de fazer (mesmo que não ganhe dinheiro ou que cobre por elas) ou algo que, segundo as outras pessoas, você faz bem.

Preencha a tabela usando como base os exemplos em cada quadro.

MINHAS EXPERIÊNCIAS NA ÁREA DE BELEZA

Experiência

Fazer escova na minha vizinha.

O que precisei fazer

Organizar os materiais de trabalho.

O que foi fácil nessa

experiência

Ir separando os cabelos por mechas.

O que foi difícil nessa

experiência

Lidar ao mesmo tempo com o secador e a escova.

Ao preencher esse quadro você pôde perceber que já fez muita coisa na área e que também sabe fazer bem outras tantas.

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Atividade 2o Cabeleireiro Profissional

1. Vamos aprofundar a discussão sobre o que é preciso saber para ser cabeleireiro.

Forme um grupo com mais quatro pessoas. Discutam o que, na opinião de cada um, o cabeleireiro profissional deve saber fazer. Procurem organizar as ideias de forma que as frases abaixo sejam completadas.

a) Um cabeleireiro profissional deve saber:

b) Um cabeleireiro profissional precisa usar:

c) Um cabeleireiro profissional necessita cuidar:

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d) Um cabeleireiro profissional deve, também:

Depois de discutir o que um cabeleireiro faz, pense um pouco sobre você mesmo. O que você sabe fazer bem? O que você sabe fazer mais ou menos ou ainda não teve a oportunidade de aprender? Marque com um × na coluna correspondente.

FAÇO BEM

FAÇO MAIS OU MENOS

NÃO SEI FAZER

Escolher a cor da tinta do cabelo de acordo com o tom da pele das pessoas.

Reconhecer o estilo pessoal: perceber como é o jeito de cada pessoa, a roupa que ela usa, os lugares que frequenta, a profissão etc.

Identificar o tipo de cabelo que combina com cada pessoa.

Identificar o formato do rosto de cada um.

Cortar o cabelo de modo a corrigir imperfeições do rosto.

Lidar com pessoas.

Ouvir atentamente.

Conhecer as opções de produtos disponíveis no mercado.

Entender de coloração personalizada.

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Agora, você já tomou conhecimento de quem é, do que sabe fazer e, principalmente, do que precisa aprender para ser um bom profissional, com o objetivo de facilitar seu início nessa profissão.

Mas ainda vamos voltar a esse assunto.

Comece a “rechear” seu portfólio em casa, procurando documentos e fotos que apresentem trabalhos realizados por você. Pode ser até mesmo a foto de uma festa para a qual preparou o cabelo de uma prima. Esse primeiro passo ajudará, e muito, na hora de elaborar seu currículo.

Os instrumentos de trabalho

Se, como vimos, a atuação do cabeleireiro é diversificada, seus instrumentos de trabalho também variam conforme o profissional se especializa em uma das inúme-ras atividades que pode realizar.

Vamos organizar nosso material considerando em primeiro lugar os itens básicos para qualquer segmento da profissão.

• Pentes profissionais

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48 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Escovas para vários tipos e comprimentos de cabelos

DICAVocê deverá ter pelo menos os seguintes modelos de escova:

• náilon – para cabelos lisos e grossos.

• javali – para fios crespos e finos.

• escova mista – para fios intermediários.

• Tesouras:

1 – tesoura para cortar e desfiar.

2 – tesoura dentada para desbastar o cabelo.

Cada tesoura serve para dar um tipo de corte aos cabelos:

• afiada a laser – cortes retos e pontas.

• fio navalha – deixa as pontas mais leves.

• dentada – corta os fios de maneira intercalada.

Você sabia?

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 49

• Navalha

• Máquina de cortar cabelo

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Artmin/DreAmstime.COm

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50 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Secador de cabelo de mão

• Babyliss

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 51

• Chapinha ou chapa

IMPExistem chapinhas

de diversos materiais. É bom ter em mãos as seguintes:

• de turmalina: mineral natural que quando aquecido possibilita

o fechamento das cutículas.• de titânio: quando aquecido,

gera raios infravermelhos, que deixam os fios com aspecto mais natural.

Titânio é um metal mais leve que o ferro e quase tão forte quanto o aço. Tem sido amplamente usado na indústria, em es-pecial na de equipamentos e tecnologia, em razão de propriedades como resis-tência – inclusive à corro-são – e leveza.

Os secadores com nano-tecnologia titânio, além de mais potentes, são resis-tentes a fungos e bactérias.

Raios infravermelhos são ondas – na forma de luz que não pode ser vista pelo olho humano – que emitem energia e calor.

Você sabia?

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52 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Xampus para diversos tipos de cabelo

• Cremes condicionadores para diversos tipos de cabelo

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 53

• Tintas para coloração

• Gel protetor de couro cabeludo

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54 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Água oxigenada

• Pó clareador

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 55

• Laquê (hairspray)

• Musse

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56 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Gel fixador e modelador

• Pomada modeladoral

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 57

• Leave-in

• Clipes ou prendedores de cabelo (de diversos tamanhos)

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58 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Pincéis e pote plástico para misturar tintas

• Máscara

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 59

• Luvas de látex

• Borrifador de água

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60 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Bobes

• Grampos

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 61

• Agulha de crochê

• Touca para reflexo

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62 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Quimono ou roupão

• Capas claras (para corte) e escuras (para coloração e descoloração)

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 63

• Secador de cabelo de pé

• Cadeira para corte de cabelos

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64 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Vaporizador

• Carrinhos de salãor

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 65

• Armarinhos

• Toalhas

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66 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

• Pia com água corrente

• Lavatório

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• Espelho

• Porta instrumentos

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68 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Lembre-se: você não precisa comprar todo esse ma-terial de uma só vez. Defina suas prioridades e vá adquirindo os itens conforme a necessidade. Se for o caso, você pode recorrer ao Banco do Povo Paulista para obter um empréstimo popular. Você pode con-seguir informações detalhadas a esse respeito no site www.bancodopovo.sp.gov.br.

Saúde no salão de beleza

Saúde é sempre um tema fundamental em nossas vidas. Num salão de beleza, é preciso ter cuidado com a saúde dos clientes e também com a dos profissionais.

Em pesquisa realizada em 2006, na capital paulista, por Gisele Mussi para a Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo, constatou-se que 7 em cada 10 cabe-leireiros sofrem de lesões por esforços repetitivos (LER/DORT). Esse problema tem origem no trabalho repeti-tivo, na postura desconfortável adotada por eles durante o trabalho e na tensão muscular.

DICASe você optar por trabalhar como

autônomo, cuidado na hora de adquirir seu material de trabalho.

Não se deixe levar pelo entusiasmo ou pela beleza do instrumento.

Acessório de trabalho bom não é necessariamente o mais bonito. Fique sempre atento à descrição

de cada item, incluindo a durabilidade. Além disso, avalie

bem suas compras para não adquirir coisas demais – que podem ser desnecessárias.

DICAOs dados completos da pesquisa de Gisele Mussi estão no site da

Fundação Faculdade de Medicina. Disponível em:

http://goo.gl/OnZLa. Acesso em: 10 nov. 2010

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 69

São muitos os movimentos repetitivos no desempenho das várias funções do cabe-leireiro: o manuseio da tesoura, a pintura e a escovação dos cabelos, entre outros.

Além dos problemas de postura, a química utilizada pelos cabeleireiros também pode provocar doenças. Por isso, nunca deixe de pôr máscara e luvas ao manusear tintas e outros produtos químicos presentes no cotidiano do salão. Não pense que isso incomodará o cliente ou tornará seu trabalho mais lento. Você pode perder alguns minutos, mas ganhará anos de vida. Usar o equipamento correto para proteger-se faz parte da prevenção de doenças.

Xampus, tinturas, ácidos, colorantes e descolorantes podem causar alergia e irritação (da pele e dos olhos, por exemplo). Existem também produtos que levam solventes em sua composição, os quais podem causar danos ao aparelho reprodutor.

Listamos aqui algumas razões para você utilizar máscaras e luvas. Da saúde dos clientes trataremos em textos específicos relacionados a cada etapa do trabalho.

Máscara e luvas: equipamentos essenciais para proteger o cabeleireiro que manuseia produtos tóxicos

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Cor da pele e dos cabelos

Uma das atividades realizadas pelo cabeleireiro é a coloração dos cabelos. Mas fique atento: ler numa revista qual será a cor do verão não é suficiente. O profissional deve, sim, acompanhar e conhecer as tendências da moda, mas precisa, sobretudo, saber qual será a melhor escolha para os clientes. Para essa decisão o cabeleireiro deve saber reconhecer a cor da raiz dos cabelos, o tom de pele, a cor dos olhos e o estilo de cada pessoa.

Além dos aspectos técnicos, é importante conversar detidamen-te com o cliente para saber se ele deseja uma transformação radical ou uma mudança imperceptível na sua aparência.

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72 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Por exemplo: seus conhecimentos técnicos indicarão que um tom avermelhado para os cabelos é a melhor opção para determinado cliente. Contudo, se ele tem uma personalidade introspectiva e tímida, não se sentirá bem com cabelos tão chamativos.

Vamos percorrer alguns caminhos para que você acumule conhecimentos e saiba indicar a coloração certa para cada pessoa.

A recomendação para a escolha da tonalidade dos cabelos é seguir, principalmente, dois passos:

1) observar a cor da raiz dos cabelos, da pele e dos olhos.

2) identificar o formato do rosto e o estilo pessoal.

1º passo: observar a cor da raiz dos cabelos, da pele e dos olhos

O conjunto formado pelas cores da raiz dos cabelos, da pele e dos olhos vai informá-lo sobre as cores mais adequadas ao cliente.

Cabelos tingidos, por exemplo, podem dificultar a identificação desse conjunto e, consequentemente, prejudicar sua avaliação. Com o tempo seu olhar estará habi-tuado a perceber qual a cor natural dos cabelos das pessoas (por mais recente que seja o tingimento, é sempre possível encontrar sinais da cor natural observando a raiz dos cabelos).

A pele, por sua vez, pode ser classificada de duas formas complementares: se é fria ou quente. Como identificar cada uma?

Uma dica é ter em seu kit de cabeleireiro um grande brinco dourado e outro prateado, ou ainda dois cortes de tecido (de aproximadamente 40 cm de largura por 30 cm de altura) do mesmo tipo e qualidade, um prateado e outro dourado. Se preferir os teci-dos, você deve colocar um de cada vez diante do colo da pessoa, cobrindo os ombros e as roupas.

Caso opte pelos brincos, posicione um de cada lado do rosto do cliente, junto à pele do pescoço ou das bochechas. Esses procedimentos o ajudarão a identificar se a pele é fria ou quente. Pergunte a si mesmo que tom metálico realçou mais a cor da pele. Com qual deles a pessoa se tornou mais “iluminada”? Você vai notar que um desses tons deixará a pessoa “um pouco mais apagada”. Pode ser difícil no começo, mas, com o tempo e a experiência, você se acostumará.

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 73

Se o dourado realçar mais = pele quente

Se o prateado realçar mais = pele fria

Eis alguns exemplos de cores frias e quentes.

• As cores frias são menos luminosas: vinho, azul, verde-esmeralda, violeta, pink, rosa, prata, branco e preto.

• As quentes são mais luminosas: vermelho-alaranjado, laranja, amarelo, marrom-escuro, branco-sujo, ferru-gem, pêssego, verde-oliva, cobre e caramelo.

Uma pesquisa recente, realizada pelo Departa-mento de Dermatologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), identificou mais de 125 tons de pele entre a po-pulação brasileira.

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Atividade 1Pele quenTe ou fria?

1. Organizados em duplas, você e seus colegas vão analisar uns aos outros segundo os critérios explicados nas páginas anteriores. Depois, irão discutir se a pele de cada pessoa é de cor fria ou quente.

2. Em seguida, cada dupla vai se apresentar diante do resto da turma e explicar como tirou suas conclusões. Então, com o auxílio do monitor, os demais colegas deba-terão esses resultados.

Ninguém precisa conhecer todos os tons de pele, mas vamos associar a cor de cabe-lo mais adequada a alguns desses tons.

Antes, porém, outra dica para você encontrar a cor certa dos cabelos do cliente: tenha quatro cortes de tecido do tamanho já mencionado, cada um de uma dessas cores: tijolo, pêssego, rosa e fúcsia. Faça o teste diante do colo, repetindo os procedimentos explicados anteriormente. Observe.

Se a cor de tijolo realçar mais a pele, significa que ela é quente e vai combinar melhor com tonalidades de fundo avermelhado, terroso, quente e profundo.

Se o pêssego realçar mais a pele, ela é quente e fica melhor com tons de dourado, cores claras, alegres e brilhantes.

Caso a cor eleita seja o rosa, quer dizer que a pele é fria e se adapta melhor a cores suaves e sutis, como os louro-platinados e os matizes acinzentados.

Se o fúcsia tiver tudo a ver com o cliente, a pele dele é fria e pede tons puros e in-tensos, como chocolate, preto, café e mate.

Nunca é demais ressaltar que, independentemente das tendências que a moda dita para as cores de cabelo, essa cor deve combinar com o tom de pele e a cor dos olhos do cliente, além de respeitar seu estilo, formando, assim, um conjunto harmônico.

Tecidos nos tons tijolo, pêssego, rosa e fúcsia: para você encontrar a cor dos cabelos do cliente

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Tipo físico

Loira de pele clara

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Tipo físico

Loira de pele bronzeada

Cabelo

Mel, loiro dourado

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 77

Tipo físico

Morena clara com olhos cor de mel

Cabelo

Loiro acobreado, castanho com mechas douradas

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78 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Tipo físico

Morena clara com olhos escuros ou claros

Cabelo

Castanho-escuro, preto, acaju

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 79

Tipo físico

Ruiva com sardas

Cabelo

Acobreado, marrom

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80 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Tipo físico

Pele amarelada (oriental)

Cabelo

Tons de castanho-escuro, acaju

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Tipo físico

Mulata

Cabelo

Castanho dourado, marrom

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82 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Tipo físico

Negra

Cabelo

Castanho-escuro, avermelhado

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 83

2º passo: identificar o formato do rosto e o estilo pessoal

O visagismo (visage é a palavra francesa para rosto, e o sufixo “ismo” sugere estudo) é uma técnica que objetiva ressaltar as qualidades do rosto e o estilo pessoal, harmo-nizando coloração e corte dos cabelos, dicas de maquia-gem. É o equilíbrio entre o estado de espírito e a perso-nalidade, a nossa porção interna e a externa, que faz com que a beleza se complemente.

Identificar o tipo de beleza, tal como indicam os especia-listas em visagismo, é um conhecimento que pode ajudar a compor um visual mais adequado a cada cliente. Para isso, a psicologia classificou os indivíduos em quatro tipos de beleza, sempre ligados aos respectivos temperamentos.

Sufixo: Trata-se de uma ou duas sílabas que são coloca-das ao final de uma palavra, formando um novo termo. Veja o exemplo: moda: estilo predominante;modismo = moda + ismo (sufixo): o que está na moda.

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84 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Beleza sanguínea (elemento ar) – Exala dinamismo, alegria e entusiasmo. As pes-soas associadas a esse tipo de beleza são sociáveis e têm pouca capacidade de con-centração e disciplina. Normalmente gostam de ser o centro das atenções. Em geral têm cabeleira abundante. Usam tonalidades vibrantes no trajar: o amarelo tende a ser sua cor predileta. Fazem parte do grupo das cores quentes.

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 85

Beleza colérica (elemento fogo) – Independentes, geralmente ocupam cargos de chefia e comando, já que são muito determinadas e dinâmicas. Muitas vezes parecem arrogantes, mas são fiéis e justas. Costumam usar muito a cor vermelha. Fazem parte do grupo das cores quentes.

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86 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Beleza melancólica (elemento terra) – Ligada a pessoas sensíveis, elegantes, que transmitem calma a quem as cerca. São cordatas, criativas, com forte tendência artística. Por serem muito organizadas, têm mais dificuldade para quebrar regras. Em geral, gostam do azul. Fazem parte do grupo das cores frias.

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Cabeleireiro 1 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a 87

Beleza fleumática (elemento água) – A ambição passa longe das pessoas de beleza fleumática, que são tranquilas, nada competitivas e bastante afetuosas. Elas podem passar a impressão de indecisas e inseguras. São geralmente conservadoras e acomo-dadas. Gostam da cor roxa. Fazem parte do grupo das cores frias.

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88 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

Quem possui a faculdade de ver a beleza não envelhece.

Franz Kafka

Atividade 1reConheCer as mulheres

1. Leia atentamente o texto a seguir e assinale as palavras que desconhece.

2. Procure no dicionário o significado das palavras que não compreendeu.

3. Discuta com a sala a mensagem do texto. O que o autor nos fala sobre a beleza?

As mulheres de 80

Mario Prata

Vinícius de Moraes, agora com 90 anos, poderia cantarolar “olha que

coisa mais linda, mais cheia de graça, é uma velhinha que vem e que

passa, no doce balanço, a caminho do lar”. Se ainda existe uma mulher

do lar, ela tem 80 anos. Principalmente no nosso lar.

Me responda: existe alguma coisa mais bonita do que ver uma senho-

ra de 80 anos, aqueles cabelos brancos (mulher honesta de 80 não

pinta mais os cabelos), caminhando pela rua de mãos dadas com o

marido, bem mais trôpego do que ela? Quantas vidas existem naque-

las duas mãos entrelaçadas? Quantos filhos, netos e bisnetos? Quanta

vida, quanta história. Quanta gente aquela mulher de 80 colocou no

mundo? E agora lá vai ela, caminhando, sem pressa nenhuma, sabe

lá pra onde. Ela e o homem dela. Eternos enquanto duraram.

É, já não se fazem mais mulheres como as de 80. Perdemos a fórmu-

la e esquecemos, quase sempre, que elas existem. Mulher de um só

amor, de uma só dedicação.

As mulheres de 80 se dividem basicamente em três categorias: as

ainda casadas (como sofreram com seus maridos há algumas décadas),

as viúvas (como sofreram com a morte do marido) e as com o mal de

Alzheimer (que não sofrem, porque não sabem mais).

O incrível é que a gente olha para uma velhinha e pensa que ela não

saca mais nada. Que está apenas sentada ali na porta esperando o

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próprio enterro passar. Ledo e lerdo engano. Aquela que faz aniversá-

rio, com filhos, netos e bisnetos em volta. Olha ela lá, na dela, sentada

na cadeira, olhando o nada. Engana-se, minha filha. Ela está perceben-

do tudo. Ela sabe o que está rolando na festinha da bisa. Sabe quem

trai quem, quem deve pra quem, quem odeia quem, dentro de seus

próprios descendentes. Mas ninguém dá bola pra ela.

A mulher de oitenta é a mais sábia das mulheres.

Ela já teve 30, achando que sabia de tudo. Chegou aos 40 pensando: agora

é que eu sei. E aí foi indo até chegar ali. Cada vez conhecendo mais o

mundo e as pessoas do mundo. Quando vê o Bush dizendo besteira na

televisão, ninguém lhe pergunta o que achou. Têm certeza que ela vai dizer

bobagem. Mas se ousarem vão ouvir uma frase curta, perfeita, exata. Qua-

se filosófica. As mulheres de 80 filosofam. Infelizmente ninguém as ouve.

Você deve achar que uma velhinha não pensa em sexo. Imagina! Então

me diga em que idade ela parou, se sempre pensou cada vez mais,

durante os 20, 30, 40 etc. Será que chegou numa idade e ela disse para

ela mesma: hoje vou parar de pensar em sexo? Negativo. Pensa, e

muito. Tenho uma parente que morreu aos 87 anos se masturbando.

Feliz e sem a menor culpa, apesar de ir todo domingo à missa. Sábia,

descobriu que o prazer não pode ser pecado. Deve estar no céu, a

danadinha. Cantando os anjos com ou sem trombetas.

Quanto àquelas que têm o mal de Alzheimer (antigamente eram ape-

nas caducas. Pioraram o nome e não arrumaram o remédio) não sabem

o que está acontecendo no mundo. Sua mente não guarda nada do

presente (o que tem lá suas vantagens), mas se lembram do passado

como se fosse ontem. Pergunte sobre o baile de debutantes, como foi

que ela conheceu o marido dela, daquela famosa quadrilha, das fofocas

familiares dos anos 30. Um diário do passado vai invadir a sua cabeça

e seus olhos vão ficar brilhando.

Ah, as mulheres de 80 com seus cabelos brancos, seus óculos redon-

dos, seu terço e sua caixinha de remédios. Sábias, filósofas, boas.

Gente finíssima.

Fonte: www.marioprataonline.com.br

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Matemática e visagismo

Você já reparou que a matemática está presente em tudo ao nosso redor, inclusive no corpo humano? Vamos re-fletir a respeito e decifrar esse enigma.

Por volta de 1490, no século 15 (XV), Leonardo da Vin-ci desenhou o “homem vitruviano”, um homem com medidas perfeitas baseadas nos estudos do engenheiro, matemático e arquiteto romano Marcos Vitrúvio Polião.

Esse homem não existe na realidade. Contudo, tanto o estudo de Vitrúvio quanto o desenho de Da Vinci mar-caram o início de uma preocupação estética que procura reunir medidas perfeitas e simetria na busca de um ideal de corpo humano.

Marcos Vitrúvio viveu no século 1 (I) a.C. (antes de Cristo) e procurou apresen-tar a perfeição do corpo humano e suas medidas.

Você sabia?

Leonardo da Vinci (1452-1519) é mais conhecido como pin-tor e escultor, autor de um dos quadros mais famosos da história, a Mona Lisa. Ele é considerado um verdadeiro gênio. Foi também cientista, matemático, engenheiro, in-ventor, arquiteto, botânico, poeta e músico.

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Para um cabeleireiro, é importante conhecer e analisar as medidas existentes no corpo humano a fim de realizar um trabalho mais harmonioso.

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Na década de 1930, surgiu na França um novo conceito na área de beleza. Trata-se do visagismo. O termo foi criado pelo cabeleireiro e maquiador francês Fernand Aubry (1907-1976).

O visagismo é a arte de embelezar o rosto. Ele estuda as proporções e os traços pessoais de cada um a fim de decidir a cor apropriada do cabelo em relação à pele e à cor dos olhos, bem como fazer um corte de cabelo de modo a valorizar os traços do cliente.

O objetivo do profissional visagista é estudar o rosto das pessoas e mostrar o que fica mais adequado a cada uma delas, respeitando suas características e traços pessoais.

IMPO número escrito em forma de fração é conhecido por número

racional (p. ex.: 1/3, 1/10). Vamos entender esses números? Quando estamos no mercado e

pedimos 1/4 (um quarto) de queijo redondo, temos em mente um queijo cortado em 4 pedaços

idênticos, dos quais compraremos apenas um pedaço.

Relembre os números racionais em “Fazendo as contas”, no Caderno do Trabalhador 3 –

Conteúdos Gerais.

Proporções do corpo e do rosto

O “homem vitruviano” de Leonardo da Vinci traz uma série de medidas baseadas em cálculos matemáticos. Observe novamente o desenho da página anterior. Agora, veja algumas dessas medidas.

• A distância entre a linha do cabelo e o queixo é 1/10 da altura do homem.

• A altura da orelha é 1/3 da longitude da face.

• A distância da linha do cabelo até as sobrancelhas é 1/3 da longitude da face.

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O rosto também possui algumas proporções interessantes. Observe abaixo o desenho de Philip Hallawell (2002). Se nos basearmos só no tamanho da altura do nariz, chegaremos à conclusão de que ele:

• é um pouco menor que o espaço entre a base do nariz e o olho;

• é um pouco maior que a largura do olho;

• é igual ao tamanho da distância entre a base do nariz e o queixo;

• é igual à altura da testa;

• é igual ao tamanho entre o centro e a lateral do rosto, na parte mais larga; e

• é igual ao tamanho das orelhas.

Como vimos, ter noção de matemática é essencial para a nossa vida.

Conhecer proporções o auxiliará, por exemplo, a escolher a melhor maquiagem para o tipo de rosto de seu cliente.

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Atividade 2a ProPorção no CorPo humano

1. Procure no dicionário o significado de longitude. O que encontrou e qual dos significados ajuda a compreender as medidas de Vitrúvio?

2. Em duplas e com um pedaço de barbante, verifiquem as seguintes proporções.

a) Meça com barbante a distância entre a raiz do cabelo e o queixo de seu colega. Compare-a com a altura dele. Essa distância corresponde a 1/10 da sua altura? Depois, seu colega repete o procedimento com você.

b) Meça com um barbante a altura da orelha do colega. Ela representa 1/3 da longi-tude da face? A seguir, ele mede a altura de sua orelha.

c) Repita o procedimento para verificar se a distância desde a linha do cabelo até as sobrancelhas é 1/3 da longitude da face. O que você encontrou? Por fim, seu colega verifica a mesma medida em seu rosto.

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d) Registrem aqui as conclusões a que chegaram sobre as medidas. Por que essas medidas são importantes para um cabeleireiro?

3. Agora, pegue uma foto de rosto de uma revista e com uma régua monte um es-quema de proporções como a figura apresentada anteriormente. Verifique se o tamanho do nariz:

a) é um pouco maior que a largura do olho;

b) é igual à altura da testa; e

c) é igual ao tamanho das orelhas.

4. Com base nesse esquema, podemos dizer que todos os rostos são iguais? Justifique.

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A simetria

Imagine uma maçã cortada ao meio. Ela apresenta dois lados iguais?

A isso chamamos de simetria: a semelhança entre duas metades.

Olhe para um colega e trace uma linha imaginária, vertical, dividindo seu rosto em dois. Observe bem e responda: os dois lados são iguais?

Assim como nosso rosto, o corpo humano é simétrico, isto é, tem dois olhos, um de cada lado; um lado do nariz semelhante ao outro, e assim por diante.

Repare nos seus olhos. O olho direito é igual ao esquerdo?

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Simetria tem a ver com geometria

Relembre o que viu no tema “Arte e cotidiano” no Ca-derno do Trabalhador 7 – Conteúdos Gerais, que trata sobre a geometria, a parte da matemática que estuda as formas. Preste atenção em especial na Unidade 3, que fala sobre as formas geométricas.

Para os profissionais de imagem e beleza, um conceito importante é o ângulo.

A geometria é importante para que o cabeleireiro identi-fique o formato do rosto, pois, para cada tipo, você de-verá usar uma estratégia diferente a fim de valorizar os traços do cliente.

Conhecendo a composição do fio

Se, por um lado, compreendemos os conceitos de cor fria e quente e percebemos qual é a mais adequada para cada tipo de pele, por outro, precisamos acumular conheci-mento técnico sobre as tintas e as formas de prepará-las e aplicá-las.

Em primeiro lugar, vamos recorrer ao estudo das ciências a fim de compreender a estrutura do fio do cabelo.

Não é só nas formas que encontramos simetria. Ela também está presente nas palavras.

Quando conseguimos ler a mesma frase nos dois sentidos, a chamamos de palíndromo. A palavra é estranha, mas o resultado é divertido. Leia essas fra-ses de trás para frente e veja o que aparece.

SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS

ANOTARAM A DATA DA MARATONA

A MALA NADA NA LAMA

A TORRE DA DERROTA

Você sabia?

DICAÂngulo é a área ou o ponto em que duas semirretas se encontram. Semirreta, por

sua vez, é a parte de uma reta que tem como limite um ponto.

Fio

Sebo

Folículopiloso

Glândulasebácea

Superfícieda pele

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A célula é a menor parte de qualquer organismo vivo (animal e vegetal). Ela é tão pequena, que só pode ser vista com o auxílio de um microscópio – aparelho com lentes que ampliam a ima-gem de seres e objetos que não conseguimos enxergar com nossos olhos. O ser hu-mano é formado por muitos trilhões de células.

O cabelo é dividido em três partes:

1. Cutícula – Parte externa do fio (como se fosse a “pele” do cabelo). Serve de proteção contra influências externas.

Quando o sol, a poluição e o uso de produtos inade-quados maltratam o cabelo, a cutícula faz o fio perder o brilho e a maciez, causa pontas secas e duplas, torna o cabelo quebradiço e provoca a queda dos fios.

Isso porque ela não é renovada da mesma forma que a pele humana. Para compensar o problema, existem produtos que agem como um protetor solar dos cabelos.

2. Medula – Parte interna do fio que funciona como um eixo central de células. Alguns tipos de cabelo, em es-pecial os crespos, muitas vezes não contêm a medula.

1. Cutícula

2. Medula

3. Córtex

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3. Córtex – Parte do fio onde ficam os pigmentos (eumelanina/azul, feumelanina/amarelo e tricosiderina/vermelho), que determinam a cor natural dos cabelos de acordo com as diferentes proporções das melaninas, indicadas numa escala de 1 a 10:

3. CasTanho--esCuro

8. loiro Claro

4. CasTanho--médio

9. loiro muiTo Claro

5. CasTanho--Claro

10. loiro Claríssimo

1. PreTo6. loiro esCuro

2. CasTanho--esCuríssimo

7. loiro médio

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A pigmentação dos fios pode ser alterada quando recebe a luz solar. Em razão disso, é muito comum alguém voltar da praia dizendo que o cabelo ficou queima-do de sol. Os raios alteram a coloração dos fios e, também por isso, é importante que você, como profissional, oriente seus clientes a usar produtos que protejam os cabelos dos raios do sol.

Os cabelos normalmente ficam brancos com o passar do tempo, pois a formação dos pigmentos diminui por causa da interrupção da produção de melanina. Essa caracte-rística provavelmente tem origem fisiológica e genética. Os cabelos brancos, em geral, tornam-se grossos e rebeldes porque a melanina é substituída por bolhas de ar.

Colorimetria

Você já ouviu falar de colorimetria? Trata-se da ciência que estuda a composição da cor dos cabelos e os fatores que a alteram.

Esses estudos nos informam também que a percepção da cor é diferente de pessoa para pessoa. Isso explica por que, às vezes, certas pessoas afirmam que tal cor é verde e outras teimam ser azul. Por causa dessas diferenças é que dize-mos que a percepção da cor é subjetiva, ou seja, cada um pode ter uma visão diferente da mesma cor.

Se quiser anular uma cor indesejada, seja em mechas, coloração ou descoloração, você precisa ter conhecimentos de colorimetria. Veja, a seguir, uma tabela dos pig-mentos contidos em uma coloração.

Coloração Pigmentos

Dourada Amarelados

Cobre Laranjas

Cinza Azuis

Acaju ou vermelha Da mesma cor

Roxa ou violeta Da mesma cor

Verde ou mate Da mesma cor

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A ciência das cores

A ciência também nos ajuda a saber que cores podemos combinar para obter uma terceira cor.

O ciano, o amarelo e o magenta são chamados de cores primárias, pois não são formadas pela mistura de outras (todas as demais cores é que são derivadas delas).

As secundárias, por sua vez, resultam da mistura de duas cores primárias. Por exemplo: o laranja tem origem na mistura do amarelo com o magenta, e o verde deriva da soma do ciano com o amarelo.

Por fim, as cores terciárias são aquelas que surgem da mistura de uma cor primária com uma ou mais cores secundárias.

cores quentes cores frias

vermelho (secundária) verde (secundária)

violeta (secundária)

magenta (primária)

amarela (primária)

ciano (primária)

laranja (secundária) verde+amarelo (secundária)

magenta + violeta (secundária) ciano + violeta (secundária)

vermelho + magenta (secundária) verde + ciano (secundária)

A mistura de várias cores terá sempre o preto como resultado.

A cor castanha, muito co-mum em cabelos, é a com-binação de amarelo, ver-melho e azul.

Você sabia?

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A leitura das tonalidades da coloração para cabelos

Se você já coloriu seus cabelos ou os de outra pessoa, deve ter percebido que para cada tom de tintura existe um “código” numérico. Essas cores são agrupadas e identificadas por até 3 dígitos.

O primeiro algarismo indica o tom da cor. O grupo dos tons loiros, por exemplo, é o de número 10. O segundo número indica o reflexo principal (o mais visível), e o terceiro informa o reflexo secundário (mais discreto).

Veja um exemplo: marrom claro dourado acobreado, código 6.35. Esse número indica que a tonalidade, a cor predominante, é marrom. Os demais dígitos referem--se aos reflexos a partir dessa base.

Efeitos da tintura: o primeiro algarismo indica o tom da cor e o segundo, o reflexo principal

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Atividade 3Pesquisando na inTerneT

1. Organizados em duplas, você e seus colegas devem acessar os sites de fabricantes de tinturas para cabelos.

2. Pesquisem as cores disponíveis. Com o auxílio do mo-nitor, cada dupla estudará uma tonalidade e seus re-flexos primários e secundários.

3. Compartilhem suas descobertas com a turma. O que você e seu parceiro de dupla aprenderam sobre a cor das tinturas?

É hora de aplicar a tintura

Vimos a composição física das cores e como cada fabri-cante lança novas colorações de tempos em tempos.

Agora chegou o momento de conhecermos as técnicas para aplicá-las nos cabelos.

O sucesso da coloração capilar depende da condição dos fios. A evolução tecnológica desenvolveu produtos com pig-mentos de qualidade aditivados com proteínas e substâncias hidratantes que colorem sem provocar danos aos cabelos e, em alguns casos, até melhorando o estado dos fios.

Faça um diagnóstico dos fios de cabelo e do couro cabe-ludo do cliente antes de aplicar a tintura. Ou seja, obser-ve bem o cabelo e o couro cabeludo e faça uma análise.

• Couro cabeludo – Se apresentar vermelhidão, irritação ou qualquer inflamação, não aplique nenhuma tintura.

• Espessura dos fios – Quanto mais grosso o fio, maior deve ser o depósito de coloração sobre ele.

• Porosidade dos fios – A porosidade refere-se à condição das cutículas; quando danificadas, elas desbotam mais rapidamente, criando uma cor opaca (especialmente em cabelos avermelhados).

Capilar: é aquilo que é rela-tivo ao cabelo.

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• Resistência dos fios – Os cabelos sem resistência não conseguem fixar cor nenhuma e podem até se partir.

Uma vez realizada a análise dos fios, discuta com o clien-te a cor desejada.

Outro fato que você deve sempre verificar é a quantidade de cabelos brancos existentes, pois isso influenciará a preparação da tinta.

Veja as informações abaixo.

• Se o cliente apresentar 1/3 dos cabelos brancos (30% – imagine o todo do cabelo dividido em 10 partes; destas, 3 são brancas), você poderá utilizar uma cor que tenha um tom mais claro do que os cabelos naturais.

DICALembre-se de que você está

manuseando substâncias químicas. Por isso, é sempre

necessário perguntar se o cliente tem alguma alergia. Teste o

produto no punho da pessoa antes de aplicá-lo no couro cabeludo.

Essa é a chamada “prova de toque”, cujas instruções estão,

geralmente, detalhadas na embalagem da tintura. Leia-as

com atenção.

IMPMulheres grávidas são mais

sensíveis aos produtos químicos. Os médicos aconselham evitar

tinturas durante a gestação. Caso a cliente não tenha essa

informação, converse com ela sobre o assunto. É recomendável que ela ouça o médico antes de realizar qualquer procedimento.

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Como fazer?

1. Devidamente vestido com luvas de silicone, avental e máscara, prepare a tinta conforme o efeito desejado. Para cada 100 mL de creme colorante, misture 150 mL de emulsão oxidante.

2. Coloque a capa impermeável no cliente.

3. Passe o gel protetor no contorno do couro cabeludo, não esquecendo a nuca e as orelhas.

1 2 3

4. Divida os cabelos em quatro partes. É importante que os fios estejam secos.

5. Prenda os cabelos com clipes grandes ou piranhas.

6. Inicie a aplicação da tinta pela área com maior concentração de cabelos brancos. Depois passe às outras mechas.

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• Se mais da metade dos cabelos (em torno de 60%) for branca, escolha uma cor igual ao tom natural.

• Se praticamente todo o cabelo for branco, aplique uma tonalidade mais escura que a cor natural.

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Para cabelos sem fios brancos

Primeira aplicação Retoque

• Aplique a tinta em mechas finas da raiz em direção às pontas.

• Deixe o produto agir conforme as indicações do fabricante.

• Verifique a tonalidade.

• Lembre-se de que o cabelo já está com tinta aplicada e, portanto, parte dele deverá ficar exposta ao produto por menos tempo.

• Aplique a tinta apenas na raiz e deixe-a agir (o tempo necessário pode variar conforme o produto, por isso, siga as instruções do fabricante).

• Após esse período, com o auxílio de um pente, “puxe” a tinta em direção às pontas e deixe-a agir obedecendo às indicações da embalagem.

7. Aguarde o tempo necessário para que o produto aja (siga as instruções do fabri-cante). Verifique se a tonalidade corresponde ao efeito desejado. Então, enxágue os fios para tirar os resíduos de tinta.

8. Por fim, realize a lavagem como de costume, dando preferência ao uso de xampu e condicionador para cabelos coloridos.

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unida d e 5

Cabelos e produtos específicos

Neste ponto de nosso trabalho, vamos mudar um pouco de assunto: o que você acha de conhecer mais sobre biologia e quí-mica, por exemplo?

Substantivos simples como hidratação, cor, limpeza, efeito etc., ou acompanhados de adjetivos, como intensivo, desbotado, profundo, liso, frio, entre outros, vão passar a fazer parte de seu cotidiano profissional. Esses nomes e expressões vão compor seu novo vocabulário.

Você já deve ter ouvido falar em “economês”, que é como as pessoas passaram a chamar a linguagem típica dos economistas, repleta de termos técnicos de difícil compreensão para quem não é da área. Nesse sentido, temos que começar a pensar cada vez mais em “cabeleirês”.

IMPSubstantivos são palavras que

dão nome às coisas.Substantivos simples são

aqueles formados por apenas uma palavra, como: cabeleireiro,

manicure, maquiador.Adjetivos são palavras que

caracterizam o substantivo, dão qualidades a ele. Por exemplo: cabelo opaco, visual antiquado,

estilo moderno.

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Xampus e condicionadores

Mas o que, afinal, é xampu? É o líquido usado na lavagem dos cabelos com a finalidade de limpar, tratar, restaurar e hidratar. Os xampus atuais são bem diferentes dos pri-meiros, que tinham todos a mesma função.

Hoje, esses cosméticos apresentam-se numa diversidade muito grande, com especificações para os mais diferentes tipos de cabelo e seus respectivos problemas.

Existem dois tipos de xampus especiais:

• Antirresíduo – Recomendado para limpezas profundas, pois remove restos de condicionadores, musses e outras substâncias cujo acúmulo ocasiona opacidade e falta de brilho. Ele não deve ser usado em cabelos com es-cova progressiva. Também não é recomendável usá-lo com muita frequência; no máximo, uma vez por mês.

• Sem sal – Suave, indicado para cabelos tratados quimi-camente (tingidos, descoloridos, com permanente, com escova progressiva etc.), pois combate o ressecamento.

E os condicionadores? Eles já foram chamados de creme rinse e têm como funções básicas a hidratação e a revi-talização dos fios. Seu uso traz brilho, maciez e suavida-de aos cabelos. Seu ingrediente principal é uma compo-sição de proteínas que tem o objetivo de recuperar a condição normal dos fios expostos ao sol, ao vento, à poluição, à ação de produtos químicos etc.

O xampu é derivado de um detergente alemão criado em 1890. Ele começou a ser vendido depois da Pri-meira Guerra Mundial. Os cabeleireiros ingleses o produziam aquecendo sa-bão em água junto com bicarbonato de sódio e er-vas, a fim de promover a saúde do cabelo e impreg-ná-lo com aromas. Acredi-ta-se que a origem do no-me veio de chhamna, expressão do idioma hindi que significa apertar, mas-sagear ou amassar.

Você sabia?

Rinse é um termo francês que significa enxágue.

IMPHá um tipo de condicionador

para ser usado com cada xampu. A combinação desses produtos

deve ser harmônica, não podendo ser feita de forma aleatória. Deve-se sempre levar em conta cada tipo de cabelo.

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Atividade 1ConheCendo os TiPos

de xamPu e CondiCionador

1. Organizados em grupos de cinco pessoas, você e seus colegas devem pesquisar em supermercados, lojas de cosméticos, na internet e em revistas especializadas quais são os tipos de xampu e condicionador disponíveis para o público consu-midor e para os profissionais da área, sem se prender a marcas, mas prestando atenção nas funções de cada produto.

2. Ao final desse levantamento cuidadoso, os grupos vão se reunir na classe e partilhar suas descobertas. Quais e quantos tipos de xampu e condicionador a turma identificou?

O tratamento dos cabelos é feito com produtos cujas fórmulas contêm frutas, ervas e/ou outras substâncias (algumas delas citadas no quadro da página 114).

Então, que tal começarmos a pensar em montar um manual ou um pequeno dicioná-rio enciclopédico que explique, por exemplo, para que serve o abacate em uma fórmu-la de xampu?

A pesquisa para a confecção desse material também o ajudará a descobrir como agem ou para que servem xampus e condicionadores para cabelos cacheados, modeladores de cachos, iluminadores e protetores de cor para nutrição celular, plástica dos fios, equilibrantes, energizantes, fortificantes, antiquebras, antirresíduos, antiestresse, antioxidantes, pós-escova progressiva, reconstrutores para criar e manter efeito liso e muitos outros.

Atividade 2ConsTruindo o diCionário enCiCloPédiCo

1. Organizados em grupos de cinco pessoas, você e seus colegas vão discutir e ano-tar o que já sabem sobre a finalidade desses produtos ou de seus componentes, e também acerca dos diferentes tipos de xampu e condicionador.

2. Depois, em duplas, façam uma pesquisa na internet e, com base nos dados obti-dos, construam uma tabela, anotando os componentes (abacate, banana, leite etc.) e suas finalidades (antirresíduos, equilibrante, nutrição celular etc.).

3. Após a pesquisa na internet, é importante terminar o debate em grupo a fim de montar uma lista que relacione cada componente com sua(s) finalidade(s).

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Para fazer esse trabalho vocês devem analisar apenas os componentes destacados nos rótulos dos produtos. Por exemplo: ao examinar um xampu de óleo de amên-doa, a equipe vai ver para que serve o óleo de amêndoa.

4. O trabalho final ficará semelhante aos exemplos cita-dos na tabela abaixo.

Componente Finalidade

AmêndoaHidrata os cabelos secos, pois é fonte de vitaminas.

Camomila Ajuda a realçar os cabelos loiros.

DICAEspecialistas afirmam que é

errado aplicar o xampu diretamente sobre os cabelos. Isso

porque pode ocorrer uma sobrecarga do produto em algum ponto do couro cabeludo, o que, em casos extremos, chegaria a provocar descamação. Assim, é necessário primeiro espalhar o xampu na palma da mão e em

seguida aplicá-lo gradativamente sobre todo o cabelo, concentrando o produto na raiz e espalhando-o para as pontas apenas durante o enxágue. Já o condicionador não deve ser aplicado sobre a raiz, e, sim, do meio para as pontas dos fios – pois, na raiz, ele também

pode causar descamação e caspas.

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Nutrição e beleza dos cabelos

Agora já conhecemos os principais tipos de xampu e con-dicionador e sabemos que é necessário avaliar o tipo de cabelo e o estado em que ele se encontra antes de começar a tratá-lo. Também precisamos pensar no efeito que o cliente busca para, só então, pensar nos produtos mais indicados ao tratamento.

Nesse ponto, teremos de usar outros produtos que auxiliarão na busca da condição ideal dos cabelos: cremes, máscaras revitalizantes, hidratantes, nutrientes, restauradores etc.

A análise dos ingredientes ativos de vários produtos vai ajudá-lo a resolver problemas que surgirão no dia a dia como, por exemplo, tratar cabelos ressecados e quebradi-ços em consequência da aplicação de sucessivas tinturas em curtos espaços de tempo.

Nas próximas páginas vamos conhecer algumas informa-ções médicas, em especial as relativas à dermatologia (área que cuida dos males da pele, das unhas e dos cabelos) ou, mais especificamente, à tricologia, que analisa clinica-mente o cabelo e o couro cabeludo; e também à gineco-logia, especialidade que informará à paciente grávida sobre os produtos e tratamentos capilares que ela poderá ou não utilizar.

Se a medicina nos auxilia com conhecimentos sobre os cuidados com o corpo e os cabelos, outra área da saúde também é bastante útil aos cabeleireiros: a nutrição. Afi-nal, uma alimentação errada pode deixar os cabelos secos ou excessivamente oleosos, quebradiços e “sem vida”.

A alimentação mais adequada é a que conhecemos como balanceada, equilibrada. Para sabermos do que se trata, vamos examinar a composição da pirâmide alimentar. De acordo com o Departamento de Nutrição da Univer-sidade de Brasília, essa pirâmide é formada por 8 grupos de alimentos.

Os cabelos são formados por anéis de queratina e seu aspecto externo é semelhante às escamas de peixe. Aos anéis de queratina damos o nome de cutícula. Por isso fa-lamos em cabelos com cutículas abertas.

Você sabia?

Cabelo com cutículas abertas

Cabelo com cutículas fechadas

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Grupo 1 – Fica na base da pirâmide e é formado pelos alimentos que nos dão energia.

Grupo 2 – Formado por alimentos que regulam o funcionamento do organismo, pois são ricos em sais minerais, vitaminas e água.

Grupo 3 – Também cumpre a função reguladora. Composto por frutas igualmente ricas em vitaminas, sais minerais e fibras.

Grupo 4 – Abrange os chamados alimentos construtores, em que há muito ferro, zinco e cálcio. Gorduras e açúcares também fazem parte deste grupo.

Grupo 5 – Também inclui alimentos construtores com elementos químicos como ferro e zinco. Fazem parte desse grupo carnes e ovos, itens geralmente associados ao colesterol nocivo.

Grupo 6 – Mais elementos construtores, com a vantagem de auxiliar na produção do “colesterol bom” pelo organismo.

Grupo 7 – Composto por gorduras que ajudam a conduzir as vitaminas pelo organismo.

Grupo 8 – No topo da pirâmide, inclui alimentos altamente calóricos, que devem ser consumidos em quantidades mínimas: todos os salgadinhos empacotados, balas e chocolates, por exemplo.

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O mesmo departamento da UnB recomenda, para uma dieta balanceada, o consu-mo diário das seguintes porções:

Alimentos Porções Calorias

Grupo 1cereais, pães, raízes e tubérculos

8 porções 150 kcal

Grupo 2hortaliças e verduras

3 porções 15 kcal

Grupo 3frutas e sucos de frutas naturais

3 porções 70 kcal

Grupo 4leite e derivados: queijos, bebidas lácteas etc.

3 porções 120 kcal

Grupo 5carnes e ovos

2 porções 130 kcal

Grupo 6leguminosas: feijão, soja, ervilha etc.

1 porções 55 kcal

Grupo 7óleos e gorduras

2 porções 120 kcal

Grupo 8açúcares, balas, chocolates, salgadinhos

2 porções 80 kcal

Fonte: Universidade de Brasília

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Atividade 3Pesquisando alimenTos

1. Organizados em duplas, você e seus colegas irão a uma biblioteca ou à sala de informática pesquisar os alimentos ricos em substâncias químicas importantes para a saúde dos cabelos – citados na tabela a seguir.

Elemento químico Função Alimentos

Magnésio

Essencial na formação de proteínas como a queratina, substância constituinte dos fios.

CálcioNão pode faltar, pois, sem ele, os fios tornam-se finos e quebradiços.

SódioAjuda no controle da quantidade de água dentro dos fios, além de torná-los brilhantes.

PotássioTem importância para a flexibilidade e a hidratação dos fios.

Zinco Proporciona força aos cabelos.

Silício e enxofreFortalecem e estimulam o crescimento dos cabelos.

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Uma boa alimentação, combinada com o uso correto de produtos de beleza adequados e de boa qualidade, con-tribui para a saúde e o viço dos cabelos. Algumas vitami-nas e minerais também exercem um papel importante nesse processo. Entre eles estão:

• Vitamina B2 – Encontrada nos cereais em grãos, nos bifes de fígado, em sementes de girassol, na couve, no agrião, no leite, em ovos, ervilhas etc.

• Vitamina B7 – Presente no melão, no levedo, no gérmen de trigo, na laranja, no pólen de flores, na alfafa ger-minada, no iogurte, em nozes e castanhas etc.

• Lítio – Sua ausência provoca queda de cabelo e seborreia. Encontrado na água, no gengibre, em certos tipos de cogumelo, no agrião, na alface e em nozes e castanhas.

2. Debatam a importância, ou não, de um cabeleireiro aconselhar seus clientes sobre a alimentação. Justifi-quem suas conclusões e apresentem essa argumentação à turma. Esse pode ser mais um item na construção de seu dicionário enciclopédico.

A ciência nos cabelos

Você já deve ter reparado como a ciência está presente em muitos aspectos cotidianos do cabeleireiro. Vimos até aqui como o fio é composto e quais são os alimentos adequados para dar brilho e maciez aos cabelos.

Mas há muito mais ciência nessa profissão.

Repare nos rótulos de cosméticos para cabelos ou mesmo nas propagandas desses produtos.

Você já ouviu falar em pH? É a sigla de “potencial hidro-geniônico”. Embora ele tenha um nome estranho, é essen-cial conhecer sua função, pois seu efeito tem relação dire-ta com a estrutura dos cabelos. Esse curso não pretende conceituar o termo hidrogeniônico. Basta, por ora, saber que o pH indica quanto uma determinada substância é

IMPA orientação sobre alimentação é baseada no consumo de produtos

naturais, e não no consumo de produtos industrializados. Além

disso, todo medicamento deve ser receitado somente por médicos.

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alcalina ou ácida. As substâncias alcalinas são opostas às ácidas. Além disso, são capazes de diminuir ou anular a acidez de qualquer substância.

Os cabelos são formados por moléculas que se unem por meio de três tipos de ligações: as pontes salinas, as de dissulfeto e as ligações de hidrogênio. Quando os fios estão molhados, ocorre a quebra das ligações de hidrogênio e, por isso, eles perdem volume. Quando secam, as ligações são recompostas, o que os faz recuperar o volume. Xam-pus ácidos (com pH semelhante a 1,5) quebram as ligações de hidrogênio assim como as pontes salinas, tornando os cabelos secos e rebeldes. Os xampus com pH elevado (maior ou igual a 8) quebram as pontes de dissulfeto, provocando pontas duplas – pois há a ruptura das pontes localizadas nas extremidades dos fios. Portanto, o xampu ideal deve ter pH moderado (entre 4,0 e 5,0).

Há produtos que modificam a estrutura dos cabelos sem, entretanto, danificá-los. Assim, é possível alisar cabelos cacheados, ondulados, crespos e afros sem recorrer a pro-dutos que os danifiquem e, principalmente, sem usar cosméticos nocivos à saúde, tanto do cliente como a sua – caso do formol, por exemplo.

As escovas progressivas com formol são ilegais no Brasil, já que o uso da substância em tratamentos estéticos está proibido pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – desde 1997.

O índice de formol em cosméticos é de 0,2%, teor insu-ficiente para produzir o alisamento. Em seu lugar, atual-mente, existem produtos cujas fórmulas incluem com-postos químicos como hidróxido de sódio, tioglicolato de amônia, guanidina, queratina, metilparabeno e pro-pilparabeno. Esses produtos tornam o cabelo maleável, mais elástico e mais liso, e amolecem a fibra. Mas não podem ser misturados num mesmo tratamento ou numa só técnica.

IMPO pH apresenta uma medida que varia entre 1 e 14 e indica o quanto um líquido é ácido ou alcalino (o

oposto de ácido).Se o pH é menor que 7 (pH < 7),

significa que a substância é ácida.Se a substância tiver pH maior

que 7 (pH > 7) ela é alcalina.E quando o pH é igual a 7? Isso quer dizer que a substância é

neutra (nem ácida nem alcalina).

O uso contínuo de formol pode resultar em sérios problemas respiratórios e favorecer o surgimento de tumores. Essa substância é classificada como cance-rígena pela OMS – Organi-zação Mundial da Saúde.

Você sabia?

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Reconhecendo os tipos de cabelo

Nossa vivência nos ajuda a identificar se um cabelo é seco ou oleoso, mas um pro-fissional da área precisa conhecer o assunto com mais profundidade.

Para cada tipo de cabelo há produtos diferentes. Se o cabelo é oleoso, o cliente de-seja tirar o excesso de óleo. Por isso o xampu e o condicionador não podem ser iguais àqueles usados por quem tem cabelo seco.

O estado em que os cabelos se encontram no momento do tratamento é outro fator que determina quais serão os produtos aplicados. Afinal, os cabelos podem precisar de nutrientes, hidratação, força etc.

Mais um aspecto a ser levado em conta é o efeito desejado. Há produtos indicados para manutenção do efeito liso, modeladores de cachos, protetores da cor, cosméti-cos que controlam o volume dos fios etc.

Alimente aqui seu dicionário enciclopédico anotando as características de cada tipo de cabelo. Depois de algum tempo, você não utilizará o dicionário com muita fre-quência, mas no início da carreira ele o ajudará bastante. Assim, o ideal é que, no começo da pesquisa, você monte fichas para consulta.

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Cabelos secos

Eles são ressecados em toda a extensão dos fios, diferentemente de outros que podem estar secos nas pontas, mas não perto da raiz. Também não brilham, já que apre-sentam oleosidade muito baixa. São quase sempre mais volumosos que os outros tipos de cabelo e apresentam mais dificuldade para pentear e desembaraçar. Aliás, em geral, parecem não ter sido penteados corretamente. São quebradiços, ásperos no toque e costumam apresentar pontas duplas. Por isso tudo, podemos dizer que os fios secos são frágeis.

Todas as características citadas acima decorrem da baixa lubrificação do couro ca-beludo. Essa falta de lubrificação deixa os cabelos mais expostos a qualquer agente da natureza capaz de causar danos. E é esse fator, além da nutrição insuficiente, que torna os cabelos secos mais fracos que os demais.

Baixa lubrificação do couro cabeludo: o problema resseca os fios, que se tornam fracos

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Cabelos normais

Não ressecam com facilidade, são macios e brilhantes, têm volume adequado, são fáceis de pentear. Pedem hidratação, em média, a cada 15 dias.

Macios e brilhantes: os cabelos normais são fáceis de pentear e pedem hidratação a cada 15 dias

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Cabelos oleosos

A produção das glândulas sebáceas é excessiva, muito maior do que o necessário, fazendo com que a gordura torne os fios mais finos e sem volume. Por isso, esse tipo de cabelo exige lavagens diárias. A hidratação, por outro lado, deve ocorrer somen-te uma vez por mês.

Excesso de produção das glândulas sebáceas: os cabelos oleosos exigem poucas sessões de hidratação

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Cabelos mistos

São oleosos junto ao couro cabeludo, apresentando aspereza nas pontas – que resse-cam com frequência. Requerem tratamento com produtos específicos para amenizar a oleosidade da raiz e hidratar as pontas secas. A hidratação deve ser feita quinze-nalmente, com foco na área entre o meio e as pontas dos fios.

Cabelos mistos: oleosos junto ao couro cabeludo e ressecados nas pontas, requerem tratamento específico

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Atividade 4idenTifiCando os TiPos de Cabelo

1. Organizados em grupos de três pessoas, pesquisem mais profundamente as ca-racterísticas dos cabelos a fim de preencher o dicionário de cada um.

2. O segundo passo é associar essas características aos produtos disponíveis no mercado. Que tipo de xampu e condicionador deve ser usado em cada caso?

3. Em seguida, cada equipe vai expor os resultados obtidos e comparar com os dados colhidos pelos demais grupos. Isso permitirá que os dicionários fiquem ainda mais completos.

4. Agora, em duplas, cada aluno vai analisar o tipo de cabelo do parceiro e sugerir o uso cotidiano de produtos específicos.

Tipos de tratamento

Devemos sempre oferecer tratamentos que busquem o equilíbrio dos fios.

Para balancear os cabelos secos, devemos usar produtos nutritivos; já no caso dos oleosos, os produtos devem controlar a produção das glândulas sebáceas; os cabelos mistos necessitam de controle da oleosidade para que haja uniformidade tanto junto às raízes quanto ao longo dos fios. Por fim, os cabelos normais precisam de produtos que apenas mantenham essa condição.

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Hidratação

Recomendação: cabelos secos, tingidos e danificados.

Tempo: não caia na armadilha de que “quanto mais tem-po durar a aplicação de um produto, melhor será o resul-tado”. Os processos de hidratação devem seguir as reco-mendações dos fabricantes – em geral, não se deve ficar mais de uma hora com a máscara nos cabelos.

Cuidados: não aplique o produto na raiz dos cabelos.

IMPTratamentos oferecidos que

garantam bons resultados, como a hidratação, estão entre os

serviços mais procurados nos cabeleireiros.

DICAVale lembrar que cabelos com diferentes estruturas

e estados de ressecamento variados pedem tipos diversos

de hidratação. Cabe a você, profissional da área, analisar

as necessidades de cada caso e determinar o método a ser usado.

O processo deve seguir as recomendações dos fabricantes: nunca aplique o produto na raiz dos cabelos

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Cauterização capilar

É um tratamento que cicatriza as cutículas dos cabelos por meio de hidratação profunda, selando as escamas dos fios e suavizando as pontas duplas. Além disso, elimina o aspecto “arrepiado” e seco.

Hidratação profunda: a cauterização cicatriza as cutículas dos fios, suavizando as pontas duplas

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1o passo – Devidamente vestido com luvas de silicone, avental e máscara, lave os cabelos do cliente com xampu antirresíduos até que os fios estejam completamen-te livres de impurezas.

2o passo – Passe uma máscara reconstrutora à base de queratina ou proteína, massageando todos os fios – separados em pequenas mechas. O sentido da mas-sagem deve ser o mesmo do crescimento dos fios. Deixe o produto agir por cerca de 10 minutos.

3o passo – Enxágue os cabelos, retirando os resíduos de produtos aplicados.

4o passo – Aplique um creme antitérmico para proteger os fios do calor do secador e da chapinha.

5o passo – Separe os cabelos em quatro mechas (na frente, nos lados e atrás).

6o passo – Seque os fios enquanto faz a escova.

7o passo – Volte a dividir os fios em mechas.

8o passo – Separe uma mecha menor e aplique nela a queratina líquida. Em segui-da, passe a prancha (chapinha) nessa área. Repita o procedimento até que todo o cabelo esteja cauterizado. Lembre-se de aconselhar o cliente a não lavar os cabelos nas 48 horas seguintes.

Tratamentos naturais e argiloterapia

Oferecer tratamentos naturais pode ser um diferencial em sua relação de serviços. Alguns, como a argiloterapia, remontam à Antiguidade.

A argiloterapia é adstringente, tonificante e estimulante.

Recomendação: fortalecer e recuperar os cabelos, pois inclui sais minerais que promovem uma limpeza profunda. A argila usada nesses tratamentos elimina as células mortas dos fios, revitalizando-os, além de ativar a circulação do sangue no couro cabeludo. Também é eficaz contra caspa, seborreia e queda dos cabelos, tem ação bactericida e regeneradora.

Prefira as argilas preta ou verde. A primeira age na raiz contra a oleosidade exces-siva e trata a queda de cabelo. A verde tem ação mais tonificante e é indicada para fios mistos ou normais.

Preparação: misture 2 colheres de sopa de argila com meia xícara de água mineral até formar uma pasta homogênea.

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Aplique essa pasta com um pincel nos cabelos limpos.

Tempo: deixe a mistura agir durante 20 minutos. Diferentemente do que ocorre na hidratação, nesse procedimento você pode (e deve) aplicar o produto também no couro cabeludo.

Retire a mistura com bastante água, lavando os cabelos em seguida com xampu neutro. Se necessário, utilize hidratante ou condicionador.

Atenção: a aplicação da argila é semanal e o tratamento completo deve durar de 6 a 12 semanas, dependendo do tipo de cabelo. É comum que os cabelos adquiram um aspecto ressecado após as primeiras aplicações. É importante que o cliente esteja cien-te de que a argiloterapia é um processo e que o efeito surgirá ao longo do tratamento.

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Relaxamento, alisamento e recondicionamento térmico

O processo de relaxamento dos cabelos consiste em suavizar a ondulação existente, amolecendo a estrutura dos fios. Ele pode ser dividido em três passos.

1o passo – Preparação: usando luvas descartáveis, lave os cabelos do cliente com xampu antirresíduos e separe-os em quatro partes.

2o passo – Aplicação do creme de relaxamento: coloque o produto em uma vasilha não metálica. Com o auxílio de um pincel, inicie a aplicação pela nuca, evitando o contato do creme com o couro cabeludo (mantenha distância de cerca de 1 cm em relação a ele).

Aplique o produto rapidamente, mecha após mecha, sobre todo o comprimento dos fios, tomando o cuidado de não puxá-los. Se os cabelos já foram alisados, passe o creme unicamente na base dos fios, respeitando a já citada distância de 1 cm.

Certifique-se de que o produto seja bem distribuído por todos os fios. Alise-os com os dedos ou com a ajuda de um pente não metálico de dentes largos, assegurando-se de que há creme suficiente sobre os cabelos.

Sem alterar a temperatura ambiente, faça uma pausa para o produto agir. Esse pra-zo deve ser de aproximadamente 15 minutos para cabelos naturais resistentes e 10 minutos para cabelos coloridos, fragilizados e/ou com mechas. Continue alisando os fios com os dedos ou o pente durante essa pausa.

Enxágue com bastante água morna até a eliminação total do produto. Seque cuida-dosamente com uma toalha.

3o passo – Aplique cerca de 80 mL da quantidade de loção fixadora neutra-lizante sobre os cabelos. Espalhe o produto com delicadeza e deixe-o penetrar em toda a extensão dos fios. Alise regularmente os cabelos durante uma pausa de 5 minutos.

Espalhe mais 40 mL da loção. Alise regularmente os cabelos durante uma pausa de 3 minutos. Enxágue cuidadosamente com água morna por mais 3 minutos.

O alisamento implica o uso de produtos mais fortes, pois, além de alargar as ondas, ele as estica por completo. O processo deve obedecer à sequência abaixo.

1o passo – Divida em quatro partes o cabelo previamente relaxado e aplique um produto de pré-tratamento.

2o passo – Mecha após mecha, passe nos fios uma mistura de creme de relaxamento e ativador, começando pelo topo da cabeça e seguindo em direção à nuca.

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128 Arco Ocupacional Im ag e m e Be l e z a Cabeleireiro 1

3o passo – Com movimentos leves, porém firmes, estique as mechas enquanto espalha a mistura usando as costas de um pente não metálico ou as mãos enluvadas. Aguarde o tempo de pausa especificado pelo fabricante do creme.

4o passo – Depois de conferir se o cabelo está processan-do a mistura, enxágue-o até remover por completo os produtos aplicados.

5o passo – Aplique um condicionador “normalizante” e distribua-o de forma homogênea enquanto massageia ao longo dos fios. Deixe o produto agir por 3 minutos e enxágue os cabelos.

O recondicionamento térmico (também conhecido como alisamento japonês ou escova definitiva) mantém os cabe-los lisos por mais tempo. O processo, que pode ser dividi-do em três etapas, dá-se por meio de uma chapinha térmi-ca especial que redistribui uniformemente a queratina.

1o passo – Preparação: usando luvas descartáveis, lave os cabelos do cliente com xampu antirresíduos e separe-os em quatro partes.

2o passo – Aplicação do creme de relaxamento: coloque o produto em uma vasilha não metálica. Com o auxílio de um pincel, inicie a aplicação pela nuca, evitando o contato do creme com o couro cabeludo (mantenha dis-tância de cerca de 1 cm em relação a ele).

Aplique o produto rapidamente, mecha após mecha, so-bre todo o comprimento dos fios, tomando o cuidado de não puxá-los. Se os cabelos já foram alisados, passe o creme unicamente na base dos fios, respeitando a distân-cia de 1 cm citada acima.

Certifique-se de que o produto seja bem distribuído por todos os fios (em cabelos espessos você pode usar um pente não metálico de dentes largos).

Alise os fios com os dedos ou com a ajuda de um pente não metálico de dentes largos, assegurando-se de que há creme suficiente sobre os cabelos.

IMPO uso do creme alisante deve ser obrigatoriamente acompanhado

pelo uso de um neutralizante. Esses produtos são

desaconselháveis para crianças e gestantes.

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Faça uma pausa levando em conta o tempo determinado pela mecha-teste e respei-tando o tempo máximo de 40 minutos. Evite esticar os cabelos durante a pausa. Acompanhe as condições de elasticidade dos fios.

Quando considerar que a ação do relaxante foi suficiente, passe um pente pelos cabe-los com suavidade. Se os fios ficarem estendidos, enxágue-os abundantemente até retirar todo o produto. Caso contrário, deixe que ele continue agindo e depois enxágue. Então, use uma toalha para eliminar cerca de 80% da umidade dos cabelos.

3o passo – Aplique cerca de 80 mL da quantidade de loção fixadora neutralizante sobre os cabelos. Espalhe o produto cuidadosamente e deixe-o penetrar em toda a extensão dos fios. Alise regularmente os cabelos durante uma pausa de 5 minutos.

Espalhe mais 40 mL da loção. Alise regularmente os cabelos durante uma pausa de 3 minutos. Enxágue cuidadosamente com água morna por mais 3 minutos.

A fim de obter um resultado ainda melhor e mais durável, após a escova definitiva passe a chapa nos cabelos separados em mechas finas.

Cuidados a serem tomados

Tanto o alisamento quanto o relaxamento pedem retoques em períodos que variam entre 40 e 60 dias. Esses procedimentos de manutenção devem se limitar às raízes para que não haja ressecamento dos cabelos. Nem o alisamento nem o relaxamento são indicados para quem se submeteu a outros processos químicos.

A técnica de relaxamento térmico não é recomendada para cabelos muito crespos ou descoloridos. O ideal é que os fios não tenham passado por processos químicos por aproximadamente 6 meses.

Cuidado: produtos tóxicos

Utilize produtos de fabricantes reconhecidos no mercado – e com selo de aprovação da Anvisa –, pois estará lidando com substâncias químicas que envolvem riscos. Caso haja erro na aplicação ou na neutralização dos produtos aplicados, os cabelos podem ficar gravemente danificados.

Os cosméticos à base de hidróxido de sódio possuem efeito alisador, mas são alta-mente tóxicos e podem lesionar o couro cabeludo e, por isso, não devem ser aplica-dos sobre ele. Guarde sempre uma distância de 1 cm em relação à raiz dos cabelos. Todo cuidado é pouco na proteção dos olhos, pois esses produtos também podem afetar a visão do cliente.

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Aconselhe sempre que o cliente faça tratamentos mais naturais, explicando os riscos envolvidos no uso do hi-dróxido de sódio.

Os produtos à base de tioglicolato de amônia produ-zem o mesmo efeito e devem ser aplicados sobre os fios umedecidos.

Os cremes de alisamento, por exemplo, contêm amônia e sais de ácido tioglicólico, enquanto as fórmulas das loções fixadoras incluem peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Há pessoas sensíveis a esses produtos; além disso, eles não devem ser utilizados em clientes cujo cou-ro cabeludo apresente irritações ou feridas, ou que já te-nham sofrido algum tipo de reação alérgica a eles.

Para dar volume

Todo tipo de cabelo, liso ou ondulado, pode ser ralo. Para dar volume a cabelos muito finos e ralos, há produtos capazes de tornar as fibras capilares mais densas e pesadas, pois suas moléculas penetram nas fibras, expandindo-se e solidificando-se em seu interior. Em outras palavras, deixam os cabelos até 66% mais encorpados e resistentes. Esses produtos devem ser usados regularmente, já que não suportam mais que uma dezena de lavagens.

A queratina é ideal para os cabelos lisos que estejam fra-cos e estáticos (“arrepiados”), pois restaura as proteínas, os minerais e a água dos fios.

Para os cabelos mais grossos, a reestruturação condiciona os fios, recupera a umidade e fecha as cutículas.

Os produtos à base de ceramidas, por exemplo, recons-troem as pontas danificadas e nutrem os fios sem deixá-los pesados e sem balanço. Esse tratamento também é indi-cado para cabelos oleosos ou mistos com aparência áspe-ra ou arrepiada.

Produtos finalizadores, como o gel e a musse, ajudam a encorpar os fios. Outro recurso inclui o tipo de secagem

IMPVocê deve esperar 15 dias para fazer coloração em clientes que utilizaram cremes de alisamento

ou loções fixadoras.

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dos cabelos – que pode ocorrer com a cabeça virada para baixo seguida de uso de uma escova redonda, com o jato do secador direcionado à raiz.

Não custa lembrar que o tipo de corte também pode dar volume aos cabelos. O degradê e o desfiado são os mais aconselháveis para esse caso.

Cabelos com caspa

Os clientes que solicitarem tratamento contra caspa ou descamação devem ser acon-selhados a buscar ajuda de um dermatologista. O cabeleireiro pode realizar uma hidratação profunda utilizando condicionadores ou máscaras a fim de reparar as cutículas. Os produtos que contêm silicone, aminoácidos e polímeros são os mais indicados para essa situação.

Nesse momento algumas dicas são importantes:

• Sugira que o cliente lave os cabelos com água morna (a água quente dilata os poros e ativa a produção de sebo).

• Proponha que ele passe condicionador somente nas pontas dos fios.

• Ao secar os cabelos (ou fazer escova), ajuste o termostato do secador para a tem-peratura média e segure o aparelho a uma distância mínima de 15 cm. Diga para o cliente fazer o mesmo em casa.

• Alerte o cliente para o fato de que o uso de tinturas e produtos químicos mais agressivos piora o problema.

• Desaconselhe o uso de géis e musses.

• Lave os pentes e as escovas logo após utilizá-los em alguém que tenha caspa. Recomende que o cliente faça disso um hábito.

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unida d e 6

mechas, reflexos, luzes e balayage

Alguém que não seja do ramo pode achar que mechas, reflexos, luzes ou balayage são sinônimos, ou seja, palavras com o mesmo significado. No fundo, esse ponto de vista faz sentido, pois as quatro técnicas dizem respeito a um mesmo processo: iluminar os cabelos, ou seja, criar contrastes entre áreas claras e escuras. Porém, cada uma delas apresenta características e maneiras pró-prias de aplicação.

Reflexos e luzes continuam sendo as técnicas mais usadas, pois, diferentemente do ultraloiro, não apresentam efeitos colaterais.

Antes de discutir que técnicas são essas, é importante partilhar-mos algumas informações.

Iluminação dos cabelos: há quatro técnicas principais para contrastar fios claros e escuros

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Tanto mechas como reflexos, luzes e balayages servem para clarear os cabelos ou emprestar a eles uma luminosidade colorida. Uma coisa é certa: o cabeleireiro deve levar em conta, antes de qualquer procedimento, a cor natural dos cabelos do clien-te e fazer um simples teste de resistência dos fios.

Se a tonalidade dos cabelos é loiro-escuro, por exemplo, o cabeleireiro pode aplicar uma tinta que deixe alguns fios mais claros, destacando-os. Mas se a cor natural for castanho-claro e a aplicação for muito clara, os cabelos certamente tenderão ao avermelhado. Portanto, todo cuidado é pouco. É importante ter em mente o efeito que o cliente pretende obter, a fim de definir junto com ele a técnica e a tonalidade do clareamento.

Para clarear a cor do fundo dos cabelos sem prejudicar os fios, obtendo um resulta-do bem natural, você deve criar reflexos com três ou mais tons em degradê.

Outra possibilidade é fazer múltiplos reflexos na cabeça toda usando até cinco to-nalidades (que podem variar conforme a cor natural dos fios), distribuídos por mechas bem finas divididas em cerca de 300 papelotes. O resultado é uma suave coloração que contrasta com a cor natural.

As chamadas mechas de cores invertidas – ou inversas – podem ser obtidas por meio de colorações escuras em cabelos muito claros.

As pessoas morenas de cabelos castanho-escuros que buscam mais luminosidade devem recorrer aos tons de bronze e mel usando a técnica balayage. Se o fundo for avelã, a melhor opção é o loiro bem claro. Já os fios marrons quentes pedem mechas acobreadas.

Mas quais são as especificidades de cada técnica? Confira a seguir.

Mechas

A quantidade de fios descoloridos e tingidos é maior que nas demais técnicas. As mechas podem ser feitas em qualquer tonalidade de cabelo.

Luzes

São mechas ultrafinas que podem ser feitas na cabeça toda. Dão um efeito mais natural aos cabelos, principalmente se forem apenas alguns tons abaixo da cor na-tural. O resultado final é o de “cabelo que tomou sol”.

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Balayage

Técnica francesa popularmente conhecida no Brasil como balaiagem. As mechas são finas, mas ocupam apenas a parte superior da cabeça.

Reflexos

As mechas são mais claras e largas. Técnica indicada para quem tem cabelos natu-ralmente bem claros.

Californianas

Mechas claras feitas da altura das orelhas para baixo, ou apenas nas pontas dos ca-belos. São mais usadas no verão, pois simulam a ação do sol nos cabelos longos.

Sun kiss

As pontas dos cabelos ficam mais claras que o restante, como se tivesse tomado muito sol. Trata-se de uma técnica mais suave que a californiana.

Mechas invisíveis

São bem finas, vão da raiz até as pontas e parecem se misturar à cor original dos cabelos, resultando em um efeito natural e discreto. A técnica pode ser aplicada tanto em morenas (mechas caramelo e douradas) quanto em loiras (mechas camo-mila e platinadas). São ideais para quem quer inovar sem “sair do tradicional”.

Para usar um desses recursos é importante examinar, assim como na tintura, a quantidade de fios brancos. Relembre sempre a tabela indicada na Unidade 4 sobre a quantidade de fios brancos, pois ela será um guia para o preparo da tinta, a fim de se obter o efeito desejado.

Existem dois tipos de luzes. O primeiro tipo é obtido com o auxílio de folhas de papel especial, que deixam mechas mais marcadas e definem bem o espaço entre claro e escuro. O segundo tipo, cujo processo envolve o uso de uma touca de silicone (foto da página 136), é ideal para quem deseja ter cabelos mais claros e uniformes.

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Como fazer

A touca de silicone é utilizada para fazer luzes. Entretanto, muitos profissionais da área estão aderindo ao plaquete, pois consideram que ele permite um maior controle das ações. Isso porque a touca de silicone é cheia de furos pelos quais os cabelos são puxados com uma agulha de crochê. Segundo muitos cabeleireiros, essa técnica não permite que a coloração se aproxime da raiz, e o resultado é inferior àquele obtido com o uso do plaquete.

Touca de silicone: ideal para quem quer ter cabelos mais claros e uniformes

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A técnica do plaquete é simples. Ponha as luvas, vista a capa no cliente e mãos à obra.

1. Separe uma mecha de cabelo com cerca de 5 cm de espessura. Com a ponta do pincel de tintura, faça movimentos como se fosse alinhavar a mecha, ou seja, separe alternadamente os fios da mecha.

2. Apoie a mecha no plaquete, aplique a tintura ou o produto oxidante (veja expli-cação da preparação do produto na página 138) e proteja usando o papel alumínio.

3. Marque o tempo. Tenha sempre em mãos um timer – um pequeno relógio que você regula e faz soar um alarme no tempo indicado. Trata-se de uma ótima ferra-menta para controlar seu trabalho. No processo de descoloração dos fios cada mi-nuto é precioso. Você precisará organizar bem as atividades para não correr o risco de deixar algum cliente “mais loiro” do que o previsto.

4. Atenção: o descolorante age continuamente até retirar toda a cor dos cabelos. O tempo destinado à descoloração tem relação com a tonalidade da mecha que está sendo pintada. Portanto, siga à risca as instruções do fabricante do produto. Lembre-se de perguntar se o cliente já fez esse procedimento alguma vez e, se for o caso, como foi o processo. Isso porque há diferentes texturas de cabelo – o que altera o tempo de descoloração.

Além disso, a preparação do descolorante requer muita atenção e cuidado.

Plaquete: muitos profissionais recorrem a ele para ter maior controle das ações

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A matemática, como visto anteriormente, nos ajuda em várias situações. Vamos recorrer ao sistema de medidas e aos conceitos de proporção e porcentagens para preparar o produto certo e empregar a técnica corretamente.

Para preparar o descolorante, você terá que misturar um produto medido em gramas (g) e um líquido medido em mililitros (mL). Ou seja: para 50 g de pó descolorante você usará 100 mL de produto oxidante, mas é preciso checar os volumes desse produto, conforme o efeito desejado. Veja a tabela abaixo.

Volumes Efeito

10 volumes Fixa a cor usada como tintura.

20 volumes Abre um tom.

30 volumes Abre de dois a três tons.

40 volumes Abre de três a quatro tons.

Mechas feitas com papel alumínio

Corte tiras de papel alumínio no tamanho adequado ao comprimento dos cabelos.

Divida os cabelos em partes, de acordo com seu volume. Inicie pela parte de trás da cabeça, separando os fios com a ajuda de um pente de cabo fino.

Controle a ação do descolorante durante o tempo de pau-sa, até obter o tom desejado.

Depois que todas as mechas estiverem prontas, lave os cabelos com xampu e condicionador adequados ao tipo de cabelo.

IMPQuando as mechas ou os reflexos forem feitos em papel alumínio ou plaquete, a mistura deve ser mais consistente, mais densa. Quando a touca for usada, a

mistura pode ser menos consistente, no intuito de facilitar

a aplicação.

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Mechas feitas com touca

Penteie os cabelos, desembaraçando-os.

Coloque a touca própria para fazer mechas, ajustando-a bem à cabeça. Se necessário, aqueça a touca com o seca-dor a fim de facilitar o ajuste.

Com o auxílio de uma agulha de crochê, retire os fios de cabelo através de cada um dos orifícios da touca.

E se o cabelo ficar amarelado?

A indústria química vem desenvolvendo uma série de produtos que ajudam o cabeleireiro a corrigir imperfeições ou tonalidades que desagradam o cliente.

A neutralização é uma ferramenta importante no pro-cesso de coloração dos cabelos e pode ser feita com tona-lizantes ou tintura.

Repare que a imagem abaixo não contém o nome das cores. Isso é proposital. A intenção aqui é aproximar a cor desejada da cor alcançada. Em primeiro lugar, vamos compreender o significado do desenho: a neutralização acontece por meio da cor complementar, ou seja, aquela que está no sentido oposto da cor alcançada. Por exemplo: se os cabelos ficaram amarelo-ouro, você precisa usar o neutralizador roxo; se ficaram vermelhos, precisa usar o verde, e assim por diante.

A palavra neutralizar é utili-zada para indicar uma anula-ção. Ou também para apon-tar que alguém toma uma posição de neutralidade.

IMPVocê não pode usar qualquer cor

nesse processo, sob o risco de pôr tudo a perder.

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Atividade 1ofiCina de Cabelos

Com o auxílio do monitor e no laboratório apropriado, vocês irão preparar a tintura, o produto descolorante e fazer mechas, reflexos ou balayages em um manequim.

Esta é a hora de pôr suas dúvidas para fora e esclarecê-las com o monitor. Assim você terá mais segurança para iniciar sua atividade profissional.

Cor de cabelos e efeitos luminosos

Castanho-escuro

Não aplique coloração loira. Prefira tons cobres ou amendoados.

Castanho-claro

Apenas alguns tons abaixo da cor natural são suficientes para dar luminosidade a essa cor de cabelo. O caramelo e o dourado são as melhores opções para harmonizar com esse tom natural.

Ruivo

Dar transparência aos fios já é o bastante para garantir um efeito luminoso. Prefira castanho-ruivo veneziano.

Loiro escuro

Pode ficar mais luminoso por meio da técnica da balayage com tons de mel e dourado.

Loiro

Pode ser realçado com fios ainda mais platinados.

Pretos

Se a personalidade for mais exótica, o tom caramelo é uma boa combinação. Para pessoas modernas que querem mudar o visual, luzes avermelhadas iluminam o rosto.

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A cor da pele é elemento fundamental na hora de escolher a cor do cabelo.

• Pele negra: opte por tons acobreados, acajus e vermelhos.

• Pele morena: escolha tons vermelhos, marrons e aco-breados.

• Pele amarelada: prefira tons de chocolate, marrons e escuros em geral.

• Pele clara: escolha tons de champanhe, dourados e acobreados.

Outro aspecto que deve ser levado em conta é a quanti-dade de cabelo do cliente. Se ele tem pouco, não se deve abusar das mechas: pode-se fazer algumas poucas ou aplicar reflexos mais finos. Já quem tem bastante cabelo pode usar mechas ou reflexos mais largos.

Os três principais erros que você não pode cometer

1. Aplicar balayage em cabelos curtos. Essa técnica exige certo comprimento dos cabelos para obter o efeito que se espera dela.

2. Cabelos escuros e mechas claras. Essa combinação não traz leveza ao visual.

3. Mesclar mais de três cores na balayage. Esse é o limite e, ainda assim, você precisa ter em mente que a dife-rença entre elas deve ser sutil, quase imperceptível. O uso de mais cores ou cores contrastantes não resulta em um bom visual.

DICANo intuito de aperfeiçoar a

organização do seu trabalho, preencha sempre a ficha de seus

clientes contendo nome, endereço e telefones e anote os

procedimentos realizados, sempre acompanhados da data. No caso de tintura, é importante anotar a

cor utilizada e, caso tenha adicionado outros tons à mistura, indique a proporção que utilizou

de cada cor.

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Atividade 2anTes e dePois

1. Organizados em grupos de cinco pessoas, você e seus colegas vão analisar os cabelos de todos os integrantes da equipe usando os conhecimentos adquiridos até aqui. Depois, registrem os seguintes dados referentes a cada pessoa:

a) o tipo de cabelo;

b) a cor da pele e dos olhos;

c) o tipo de beleza; e

d) a melhor tintura e também a técnica mais recomen-dada para o cabelo.

2. Debatam com a turma os resultados obtidos.

Cuidados após a tintura

Um bom profissional deve recomendar aos clientes o uso de produtos específicos para cabelos que passaram por um processo de tintura ou clareamento.

1. Sugira o uso de xampus para cabelos tingidos, em particular aqueles que têm pH ácido, pois produtos com pH alcalino desbotam a cor aplicada.

2. Proponha sessões semanais de hidratação, no salão ou em casa.

3. Aconselhe o uso de leave-in, o protetor solar dos ca-belos.

4. Desaconselhe o uso simultâneo de duas técnicas que agridem os cabelos (a coloração e a permanente ou a coloração e a escova inteligente, por exemplo).

Leave-in é um creme pós-la-vagem que tem como função o tratamento de fios. Ele tam-bém pode amenizar o efeito frizz (enrolado) em cabelos lisos ou até modelar os ca-chos. Além de queratina (pro-teína que compõe o cabelo), muitos deles contêm produtos naturais e até filtro solar.

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Vamos encerrar esta unidade apreciando uma canção que tem tudo a ver com o tema deste curso.

Cabelo

Jorge Benjor e Arnaldo Antunes

Cabelo, cabeleira

Cabeluda, descabelada

Cabelo, cabeleira

Cabeluda, descabelada

Quem disse que o cabelo

Não sente

Quem disse que o cabelo

Não gosta de pente

Cabelo quando cresce é tempo

Cabelo embaraçado é vento

Cabelo vem lá de dentro

Cabelo é como pensamento

Quem pensa que cabelo é mato

Quem pensa que cabelo é pasto

Cabelo com orgulho é crina

Cilindros de espessura fina

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Cabelo quer ficar pra cima

Laquê, fixador, gomalina

Cabelo, cabeleira

Cabeluda, descabelada

Cabelo, cabeleira

Cabeluda, descabelada

Quem quer a força de Sansão

Quem quer a juba de leão

Cabelo pode ser cortado

Cabelo pode ser comprido

Cabelo pode ser trançado

Cabelo pode ser tingido

Aparado ou escovado

Descolorido, descabelado

Cabelo pode ser bonito

Cruzado, seco ou molhado

© 1989 by Universal Music Publishing Ltda / Rosa Celeste

Empreendimentos Artísticos Ltda.

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v i a r á p i d a e m p r e g o

A história da ocupação

A profissão de cabeleireiro

Suas experiências na área

Cor da pele e dos cabelos

Cabelos e produtos específicos

Mechas, reflexos, luzes e balayage

www.viarapida.sp.gov.br

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Sum á ri o

Unidade 79

escova: técnicas e dicas

Unidade 827

a mensagem dos cortes de cabelos

Unidade 971

a arte de pentear

Unidade 10101

onde e como trabalhar

Unidade 11123

revendo meus conhecimentos

Unidade 12127

resumo das etapas

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dados internacionais de catalogação na publicação (cip) (bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964

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Vários autoresPrograma de qualificação profissional da Secretaria do

Emprego e Relações do Trabalho - SERT

ISBN 978-85-61143-92-3

1. Ensino profissionalizante 2. Cabeleireiro I. Título II. Série

CDD 371.30281

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Escova: técnicas e dicasUma das atividades mais frequentes na ocupação de cabeleirei-ro é a escova, também chamada em alguns salões de brushing (pronuncia-se “brãchim”), palavra inglesa que significa escovan-do, do verbo to brush, escovar.

Essa técnica exige cuidados prévios e paciência, pois é aplicada mecha a mecha. O ato de modelar os cabelos exige um senso es-tético apurado do profissional que precisa analisar o que ficará melhor para o cliente, seja uma escova lisa, volumosa ou cacheada.

O primeiro cuidado é com a lavagem: qualquer resíduo de xampu ou de condicionador deixado fará com que os cabelos fiquem gor-durosos e não sequem direito. Por isso, muitos enxágues devem ser previstos nessa etapa. É aconselhável a utilização de xampus que contenham o chamado efeito liso ou redutor de frizz, pois eles contribuem para o resultado final do processo. Além disso, quanto mais vitamina e silicone a fórmula do xampu apresentar, melhor será o resultado. Não se esqueça de analisar o tipo de cabelo do cliente para usar o xampu mais adequado e manuseie com delica-deza os cabelos molhados, pois a umidade os torna frágeis.

Escova: técnica exige cuidados prévios e paciência, pois é aplicada mecha a mecha

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A secagem também deve ser feita com cuidado: retire o excesso de água com uma toalha sem esfregar os cabelos e o couro cabeludo. Em seguida, separe os fios com os dedos e penteie da raiz em direção às pontas com um pente de dentes largos. Finalmente, passe o pente, ainda no sentido da raiz às pontas, agora usando também o secador.

Como secar cabelos

• Lisos – A velocidade do secador deve ser alta, com jato de ar forte. Se quiser dar mais volume aos cabelos, peça que o cliente abaixe a cabeça para, então, secar os fios. Logo em seguida, quando ele reerguer a cabeça, puxe a raiz dos cabelos para cima, usando as pontas dos dedos, e finalize com um jato de ar frio.

• Ondulados – Comece usando o difusor (em destaque na foto abaixo) em potência baixa. Depois troque o difusor por um bico (acessório especialmente usado para fazer escova) e vá modelando as mechas enquan-to as seca com ar quente.

Difusor: É uma peça que se encaixa no secador, a fim de que o ar saia em vá-rias direções.

• Cacheados – Antes de tudo, passe um ativador de cachos nos cabelos. Então use o difusor. O secador deve estar em temperatura alta e velocidade baixa. Seque os fios amassando-os. Quando estiverem quase secos, aumente a velocidade e reduza a temperatura do secador.

DICAO uso de leave-in garante

melhores resultados à escova. Ele deve conter substâncias termoativas – aquelas que

são estimuladas pelo calor – e precisa ser utilizado após a

primeira secagem. A aplicação é realizada com pente, da raiz às pontas. Opte por

produtos com efeito alisante sem química ou defrisantes, próprios para escovas lisas.

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Escovas de cabelo e suas funções

1. Para alisar cabelos compridos, crespos e volumosos – As cerdas, organizadas no sentido diagonal, envolvem melhor os fios sem causar-lhes danos.

2. Para alisar ou modelar cabelos curtos – O diâmetro menor agarra os fios e per-mite criar cachos. Também é usada para escovar franjas.

3. Para efeito babyliss – O diâmetro menor modela os cachos.

4. Para fios compridos e finos, lisos ou ondulados – O diâmetro grosso permite agarrar os fios longos e o corpo de cerâmica distribui o calor, dando brilho e volume aos cabelos.

5. Para cabelos volumosos – Escova tipo raquete alisa e dá movimento sem “chapar” os fios.

6. Contra os fios arrepiados – As cerdas de náilon combatem o frizz e a base de metal reduz o tempo de secagem. O diâmetro médio dá movimento.

7. Para fios orientais ou cabelos fracos e quebradiços – Dispensa pressão e espalha o calor de maneira uniforme.

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A primeira coisa a ser analisada na escolha da escova é a espessura dos fios. Em segundo lugar, deve-se observar se eles são lisos, ondulados ou crespos. Quanto mais gros-sos eles forem, maior deve ser o espaçamento entre as cerdas e o diâmetro da escova.

No intuito de evitar cabelos arrepiados, use escova com íons nas cerdas (foto abaixo).Há tempos a ciência des-

cobriu que tudo o que exis-te no mundo é composto por minúsculas partículas que se juntam. Essas par-tículas são chamadas áto-mos e, conforme o modo como elas se unem, for-mam uma coisa ou outra (as pedras, os metais etc.).

Quando dois ou mais áto-mos se juntam para formar uma substância qualquer, temos uma molécula.

Íon é um átomo – ou um grupo deles – carregado de eletricidade. E essa eletri-cidade pode ter carga ne-gativa ou positiva, tal como vemos nos dois lados de uma pilha.

Você sabia?

Essas escovas possuem uma base térmica revestida de cerâmica. Além disso, possuem uma capacidade extra de alisar o cabelo, deixando-o mais fácil de pentear.

Como isso funciona? Ao usar uma escova comum, cria-se eletricidade estática – energia acumulada que dá o efeito arrepiado aos cabelos. Os íons neutralizam essa energia, tornando os cabelos mais macios e brilhantes, além de ajudar a selar as pontas duplas do fio.

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Se o objetivo é dar volume, prefira escovas redondas. Lembre-se de que as cerdas naturais distribuem a oleosi-dade própria dos cabelos da raiz até as pontas.

Após cada uso da escova é preciso retirar todos os fios de cabelo que ficaram nela. Além de ser uma questão de higie-ne, isso fará com que seus clientes tenham maior confiança em seu trabalho, que transmitirá maior credibilidade.

Para uma boa manutenção e higienização de suas escovas, lave-as pelo menos a cada dois dias com xampu e água. Então, use um pente fino para retirar os fios de cabelo presos nas cerdas, passe álcool nelas e deixe-as secar ao sol, evitando que mofem.

A esterilização das escovas também é um procedimen-to recomendado e fará seu cliente se sentir ainda mais seguro no que diz respeito aos equipamentos e materiais usados por você.

Escova (brushing)

IMPNunca use força na

escovação, mesmo após a secagem total dos cabelos,

pois isso poderá partir os fios.

Como fazer?

1. Lave os fios com o xampu e o condicionador mais adequados ao tipo de cabelo do cliente. Enxáque com água abundante.

2. Retire o excesso de umidade com a toalha e, em seguida, use o secador.

3. Desembarace os fios com um pente de dentes largos e divida os cabelos em qua-tro grandes mechas. Para isso, faça duas riscas: uma da testa até a nuca e outra de orelha a orelha.

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Secar sim, queimar não

Mantenha o secador distante cerca de 10 cm dos fios. Essa é a melhor forma de conseguir uma boa secagem sem queimar os fios.

Ao secar a franja, use o secador em potência baixa. A potência alta deve ser utiliza-da somente quando a área trabalhada for grande.

Além disso, as temperaturas altas são aconselhadas para a modelagem dos cabelos, enquanto as baixas são voltadas à finalização do penteado (porque auxiliam no processo de fixação e dão brilho).

4. Separe uma mecha menor na área da nuca. Tracione esses fios (puxando-os com a escova) enquanto usa o secador. Para que eles não fiquem arrepiados, seque-os de cima para baixo. Repita o procedimento em toda a cabeça.

5. Para ativar o brilho dos cabelos, faça movimentos rápidos de rotação com a esco-va paralelamente à aplicação do jato do secador.

6. Deixe sempre a franja para o fim do processo. Ela e os fios da parte de trás da cabeça precisam receber um reforço na escovação, pois nessas áreas os cabelos costumam ser mais enrolados.

Ao final, se houver necessidade, corrija as partes que ainda precisam ser alisadas.

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No que diz respeito à escolha do aparelho, prefira os se-cadores a íons. Os íons negativos atuam na cutícula aber-ta (que enrola os cabelos), deixando os fios mais lisos, brilhantes e saudáveis.

Alguns secadores liberam raios infravermelhos que penetram nos cabelos, tornando-os mais brilhantes e hidratados.

Experimente também o secador com a chamada nanotec-nologia titânio, pois ele auxilia na redução de fungos e bactérias presentes no ar, resultando em uma secagem mais higiênica e, consequentemente, em cabelos mais limpos.

Todos os equipamentos citados incluem tecnologia de última geração. Se puder escolher, prefira aquele a que você mais se adaptar.

Nanotecnologia é uma tec-nologia usada na constru-ção de objetos e materiais muito pequenos. Ela foi criada no Japão e é empre-gada, por exemplo, na fa-bricação de chips de micro-computadores.

Nano é uma unidade de medida, como o centíme-tro ou o metro, só que mui-to, muito menor.

Você sabia?

Prolongando o efeito da escova

No intuito de aumentar a duração do efeito da escova, o cliente precisa evitar, tanto quanto possível, expor os ca-belos à umidade, já que ela produz ondulação e frizz.

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Escova progressiva

Esse tratamento químico objetiva o alisamento dos cabelos a fim de que eles tenham uma aparência natural. O adjetivo progressivo está relacionado ao efeito desse tratamento, que é obtido em etapas: quanto mais sessões são feitas, mais lisos os fios se tornam. Durante o processo, ocorre a hidratação dos cabelos – que saem fortalecidos e mais brilhantes.

Mas tome muito cuidado: há uma vasta oferta de produtos destinados à escova progressiva que contêm formol.

E o que é formol? De acordo com o Ministério da Saúde, o formol (nome popular de um produto chamado for-maldeído) é um composto químico que age como desin-fetante e antisséptico. Suas propriedades permitem que ele seja empregado para embalsamar peças de cadáveres – usadas nas escolas de medicina, por exemplo – e faça parte da fórmula de muitos pesticidas.

O formol, porém, é uma substância altamente tóxica. Ela pode provocar câncer em humanos se for inalado com frequência ou entrar em contato com a pele por períodos prolongados.

Atividade 1ProduTos químiCos e doenças

Formem grupos de cinco pessoas. Cada grupo deve rea-lizar uma pesquisa sobre produtos químicos e as conse-quências para a vida dos seres vivos.

1. Na sala de informática pesquisem sobre:

a) agrotóxicos;

b) nicotina;

c) formol.

2. Organizem uma apresentação criativa com as infor-mações obtidas. Para isso, vocês podem recorrer a recortes de revistas, dramatização de uma situação pesquisada, exposição de cartazes etc.

DICAConsulte o site do Ministério da

Saúde (www.saude.gov.br), pois lá você encontrará a definição de câncer e as principais medidas para a sua prevenção, além de

poder ler vários artigos de institutos de pesquisas

especializados na doença.

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Saúde e segurança no trabalho

Alguns salões ainda fazem uso do formol, apesar de sua proibição. Leia a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), publicada no site da agência em 18 de junho de 2009.

Proibida a venda de formol

Está proibida em todo o país a venda de formol em drogaria, farmácia,

supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore.

De acordo com a RDC 36/09 aprovada pela Diretoria Colegiada da

Anvisa, o formol, ou formaldeído (solução a 37%), não pode estar dis-

ponível em nenhum destes estabelecimentos.

A medida foi adotada tendo em vista o uso inadequado deste produto

em procedimentos de estética. O formol vinha sendo utilizado indis-

criminadamente em procedimentos popularmente conhecidos como

“escova progressiva”, com a finalidade de alisar os cabelos acarretando

sérios riscos à saúde. A adulteração de produtos cosméticos, com

adição de formol, por exemplo, já é considerada crime hediondo pelo

Código Penal brasileiro.

Os estabelecimentos abrangidos pela resolução terão o prazo de 180

(cento e oitenta) dias para promover as adequações necessárias.

O uso de substâncias que contêm formol é nocivo à saúde de quem aplica o produ-to e também do consumidor. Vamos estudar mais a respeito.

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Atividade 2Prevenir é o melhor remédio

Organizados em grupos de cinco pessoas, leiam a cartilha da Anvisa sobre alisantes e formol.

O que são alisantes?

São todos os produtos cosméticos, sejam nacionais ou importados,

que têm a finalidade de alisar os cabelos.

Importante: todos os alisantes devem ser registrados na Anvisa.

Os procedimentos ou métodos para o alisamento capilar não são re-

gistrados pela Anvisa, somente os produtos. Entretanto, todos os salões

de beleza devem ser licenciados pela vigilância sanitária local.

Os alisantes possuem substâncias ativas que podem ser empregadas

em sua composição, tais como: ácido tioglicólico, hidróxido de sódio,

hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio, hidróxido

de guanidina, entre outras (...).

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O processo de alisamento químico ou “relaxamento de cabelo” não

acarreta danos para a saúde da população, desde que o produto

atenda às exigências estabelecidas na legislação sanitária e o pro-

cedimento seja realizado seguindo as orientações do fabricante e

por profissionais competentes.

A escova progressiva, por exemplo, é um procedimento que, se utilizar

formol, substância perigosa e de uso indevido como alisante, pode

causar sérios danos.

Cuidado

O uso de produtos não registrados ou o seu uso sem seguir as orien-

tações do fabricante pode causar danos à córnea, queimaduras graves

no couro cabeludo, quebra e queda dos cabelos.

O que é o formol?

O formol, também conhecido por formaldeído, formalina ou aldeído

fórmico, é uma substância permitida na legislação de cosméticos apenas

para conservar produtos e como agente endurecedor de unhas. Em

ambos os casos, o formol é adicionado aos produtos durante o processo

de fabricação, na indústria, e não depois que o produto já está pronto.

Qualquer outro uso fora dessas finalidades e concentrações acarreta

sérios riscos à saúde da população.

Cuidado

Fique atento aos produtos usados no alisamento. Não use e não deixe

que adicionem formol.

Quais os riscos do uso indevido do formol?

O uso indevido do formol ocasiona diversos riscos à saúde, tais como:

irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do

couro cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos,

falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz, devido ao

contato direto com a pele ou com vapor. Várias exposições podem

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causar também boca amarga, dores de barriga, enjoos, vômitos,

desmaios, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias

aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios),

podendo até levar à morte.

Adicionar formol ou qualquer outra substância a produtos su-

jeitos à vigilância sanitária é infração sanitária (adulteração ou

falsificação) é crime hediondo pela legislação brasileira, de acor-

do com o art. 273 do Código Penal.

Disponível em: www.anvisa.gov.br/

cosmeticos/alisantes/folder_formol_alisante.pdf.

Acesso em: 30 ago. 2010.

IMPAtenção para

a rotulagem dos produtos.Antes de comprar ou usar um alisante, o consumidor

e o profissional devem conferir o rótulo do produto.

O número de registro na Anvisa/MS, que se inicia com o dígito 2, pode ter 9 ou 13 dígitos.

Exemplo: M.S. (ou ANVS) 2.XXXX.XXXX ou

2.XXXX.XXXX.XXX–X.A fim de confirmar se o produto

está regularmente registrado, consulte o site da Anvisa:

www.anvisa.gov.br. Nele, acesse o menu: Serviços/Consultas a Banco de Dados/Cosméticos. Então realize uma pesquisa no

intuito de verificar:• o modo de uso;

• o prazo de validade;• as advertências

e restrições de uso;• se o produto é indicado

para uso profissional. Além disso, siga as

orientações do fabricante.

Formol: entre outros riscos, seu uso indevido pode causar irritação e descamação de pele...

...além de vermelhidão e queimaduras, podendo inclusive levar à morte

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1. Procurem no dicionário as palavras cujo significado vocês não compreenderam.

2. Discutam coletivamente:

a) O que entendem sobre as recomendações da Anvisa?

b) Como deve-se agir, no papel de profissionais de beleza, a esse respeito?

3. Organizem as ideias debatidas e depois exponham suas conclusões para a turma.

Escovas químicas

Vimos os perigos que o uso de formol representa à saúde. Por outro lado, os produtos que não contêm essa subs-tância estão liberados e não apresentam contraindicação para nenhum tipo de cabelo.

Muitos profissionais consideram a escova progressiva sem formol ótima no que diz respeito à relação custo-benefício do tratamento, pois tem preço considerado razoável e re-sultados tidos como excelentes (fios brilhantes, fáceis de modelar, com pouco volume e com movimento). Os cabe-los ficam bonitos e bem arrumados por dois ou três meses, período que pode variar dependendo do número de lavagens do cabelo, do contato com água do mar ou de piscina ou de algum procedimento químico que a pessoa tenha feito. Além disso, quanto mais escovas a pessoa fizer, maior o tempo de sua duração.

Depois da escova, recomende que os clientes:

• Usem, durante o banho, uma toalha enrolada sob a touca plástica. Isso isola os cabelos da umidade do ba-nho e inibe o suor – que seria facilmente provocado pelo uso direto da touca.

• Procurem não fazer ginástica, tomar sol ou realizar qualquer atividade que promova a transpiração do cou-ro cabeludo.

DICA• Alterne os movimentos com a escova em diversos sentidos:

pelas laterais e pelas partes inferior e superior das mechas.• Concluída a escova, repita o

procedimento apenas nas pontas. Se quiser um efeito enrolado nas pontas, vá prendendo mecha por

mecha com um clipe grande.• Remova os fios de cabelo

que ficarem presos na escova após cada sessão. Lave

escovas, pentes e prendedores de cabelo com água

e sabão a cada dois dias.

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• Evitem passar as mãos nos cabelos.

• Usem pentes de dentes largos ou escovas de cerdas naturais.

• Apliquem reparador de pontas ou silicone para hidratação dos fios.

Alisamento com chapinha ou prancha

A chapinha ou prancha é um equipamento utilizado para alterar a estrutura do cabelo, alisando-o ou mesmo enrolando-o com a ajuda do calor. Ela funciona como um ferro de passar roupa. Consiste em uma chapa de metal ou cerâmica que se aquece e de um sistema de travamento manual. Deve ser aplicada mecha por mecha, em movimentos descendentes, da raiz para as pontas.

Os fios mais longos e lisos são também mais sensíveis e, portanto, pedem chapinhas mais largas e de cerâmica, as quais não causam tantos danos porque concentram menos calor do que as chapinhas mais estreitas. Em geral, são também cabelos com menos volume e, por isso, é recomendável a aplicação de reparadores não oleosos, a fim de manter a leveza e os movimentos dos fios após o seu uso.

As chapinhas ou pranchas, assim como os secadores, não devem ser usadas com muita frequência, pois desgastam os fios.

Desgaste dos fios: chapinhas e secadores não devem ser usados com muita frequência

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Fios mais longos e cacheados pedem uma pré-escova tradicional, com os cabelos ainda úmidos, após a lavagem. Os cabelos cacheados possuem íons negativos e, por isso, ficam mais arrepiados e armados. A escova inverte os íons e fecha a cutícula, dificultando seu umedecimento e aumentando o seu brilho.

Cabelos lisos e curtos devem ter a chapinha aplicada no sentido do comprimento. Nas pontas, porém, é preciso girá-la um pouco para dentro ou para fora, no in-tuito de não deixar os cabelos completamente retos. Esse procedimento evita o aspecto de ressecado.

Cuidados com chapinha ou prancha e secador

O uso desses instrumentos pode ser diário, desde que sejam tomados alguns cuida-dos para diminuir a agressão contra os fios.

• Fique atento para não exagerar no calor, deixando as temperaturas sempre equilibradas.

• Recomende que o cliente faça hidratação semanal em casa e periódica no salão.

• Evite chapinha ou prancha em cabelos molhados ou úmidos (mesmo quando estiver trabalhando com aparelhos indicados para cabelos úmidos).

• Se for o caso, faça primeiro uma escova leve para só então utilizar a prancha ou chapinha. Esse procedimento leva a um efeito mais liso.

A chapinha ou prancha, que comumente produz calor em excesso, deve ser aplicada com muito cuidado, sempre um pouco distante do couro cabeludo – cerca de 3 centímetros. Deslize-a no sentido da raiz às pontas – ou seja, de cima para baixo – e jamais a deixe parada em algum ponto do cabelo ou do couro cabeludo, pois pode queimar os fios ou, no mínimo, marcá-los ou ondulá-los. Portanto, ao alisar uma mecha, pressione bem a chapinha e não interrompa seu movimento.

Caso você decida aplicar a chapinha ou prancha pela segunda vez na mesma mecha, espere que ela esfrie parcialmente.

É recomendável iniciar o uso da chapinha ou prancha pela nuca e avançar rumo ao topo da cabeça.

Utilize os chamados produtos finalizadores, em especial os que protegem os fios, ajudando também a melhorar sua aparência. Há vários tipos de finalizadores.

• As ceras e/ou pomadas são, em geral, antifrisantes (que retiram o frizz). Também destacam as mechas e facilitam a modelagem. Devem ser utilizados em cabelos secos ou escovados, sempre em pequenas quantidades. Permitem moldar os fios arrepiados.

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• O leave-in colabora com a hidratação e reduz o volume dos fios sem fazê-los pa-recer pesados. Também combate o frizz. O ideal é aplicar o produto após a lava-gem (quer os cabelos estejam secos ou úmidos), apenas no sentido do compri-mento dos fios. Além disso, o leave-in ajuda a proteger os cabelos contra as agressões cotidianas e pode ser usado todos os dias.

• Os protetores térmicos impedem que o calor excessivo prejudique os fios. Por isso, são obrigatórios para os usuários de modeladores ou para quem costuma fazer chapinha ou escova. Devem ser aplicados no sentido do comprimento, sempre antes da secagem ou da modelagem.

• Os defrisantes servem para eliminar o efeito de fio arrepiado ( frizz), rebelde. Se usados antes da chapinha ou do secador, contribuem para tornar os fios mais lisos.

• Os reparadores de pontas, também conhecidos como silicones para cabelos, são fundamentais para o fechamento das cutículas, o que restringe a ocor-rência de pontas duplas e a quebra dos cabelos. Como o próprio nome diz, são aplicados exclusivamente nas pontas, independentemente de os cabelos estarem secos ou não.

Escova inglesa

A escova inglesa, ou simplesmente London, não contém formol, e sua composi-ção inclui os aminoácidos queratina e albimina. Essas substâncias, além de alisar, tornam os fios hidratados, brilhantes e mais resistentes, pois agem no interior das fibras e não oferecem risco de danos. O processo também recupera cabelos que passaram por tratamentos agressivos, reconstituindo a massa capilar e os aminoácidos perdidos.

A grande vantagem dessa técnica é que, imediatamente após a sua aplicação, já é possível lavar os cabelos. Mas atenção: os cabelos não podem ser presos por acessó-rios ou atrás das orelhas por, pelo menos, três dias, pois isso costuma marcá-los ou eliminar o efeito liso nas áreas em que é preso.

Essa escova é recomendada para quem pretende obter efeito bastante duradouro e quer usar outros procedimentos químicos, inclusive de alisamento, além de tintura.

Xampus de qualidade, sem sal e com pH em torno de 4 dão mais durabilidade à escova inglesa.

O processo precisa ser repetido aproximadamente a cada três meses.

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Escova inteligente

Esse tipo de escova é considerado um tratamento e apresenta menor capacidade de alisar os fios. A escova inteligente – como a inglesa – utiliza produtos que permitem a lavagem dos cabelos no mesmo dia da aplicação.

Ela não faz uso de formol e tem como vantagem poder ser aplicada em cabelos que já passaram por outros processos químicos, como tintura ou mechas e reflexos.

O efeito da escova dura, em média, de dois a três meses.

Uma receita de creme usado para esse tipo de escova é a seguinte:

• 50 mL de queratina em creme

• 1 ampola de liss de 15 mL

• 5 mL de tioglicolato de amônia

• 1 ampola de vitamina A

• 1 ampola de vitamina E

Escova de chocolate

Trata-se de um método para alisar os cabelos semelhante à escova progressiva. Usa uma mistura que contém, entre outros ingredientes: queratina líquida, proteína da seda, extrato de cacau e cafeína.

Os resultados variam conforme o tipo de cabelo.

• Nos fios crespos, a escova de chocolate ajuda a tirar o volume dos cachos e a hidratá-los;

• Nos cabelos ondulados, ela apenas os alisa.

Diferentemente do que ocorre na aplicação da escova inteligente, a escova de cho-colate não permite a lavagem imediata dos fios. É preciso esperar três dias.

O efeito dura mais ou menos dois meses. O tratamento demora cerca de duas horas.

Uma receita de creme usado para esse tipo de escova é a seguinte:

• 50 mL de queratina de chocolate

• 50 mL de extrato de cacau

• 50 mL de defrisante de chocolate

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• 1 ampola de vitamina A

• 1 ampola de vitamina C

• 1 ampola de vitamina E

• 10 mL de complexo reconstrutor (multiação)

• 40 mL de serum antifrizz à base de chocolate

Atividade 3reTraTos da Profissão

Individualmente, observe a imagem. Ela reproduz um quadro pintado por Edgar Degas (1834–1917), artista francês. Reflita a respeito do que você vê e registre em seu caderno o que pensou.

1. O que o quadro retrata?

2. Quem escova o cabelo exerce, no quadro, qual ocupação?

3. Que mensagem o quadro transmite?

4. O que revela a expressão do rosto de cada mulher retratada?

5. Em sua opinião, por que o vermelho é a cor predominante na obra?

Edgar Degas, Penteando os cabelos, 1896, Galeria Nacional, Londres, Inglaterra

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unida d e 8

A mensagem dos cortes de cabelosTemos visto ao longo deste curso como o cuidado com os cabelos é importante para que as pessoas se sintam melhor e com a autoestima elevada. O assunto é tão relevante que, em 2008, foi eleito pela escola de samba paulistana Camisa Verde e Branco como tema de seu desfile: Da Pré-história ao DNA: a história do cabelo eu vou contar. O enredo foi escolhido pela escola porque está ligado à vaidade humana e falou de tempos bíblicos, ao citar Sansão (como já vimos na unidade 1), pas-sando pelo mito da Medusa até chegar aos contos de fadas, ao apresentar Rapunzel, a donzela que, presa no alto da torre de um castelo, jogava suas longas tranças para que um príncipe escalasse o paredão e a libertasse.

Medusa é uma personagem da mitologia greco-romana que tinha a cabeça repleta de serpentes, em vez de cabelos. A pessoa que a olhasse nos olhos era trans-formada em pedra.

Você sabia?

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No contexto de movimentos como o Tropicalismo e o Black Power (“poder negro”, em inglês), os cabelos ga-nharam importância e significados político-culturais.

A fim de compreender o movimento Black Power, vamos recuperar alguns fatos relacionados ao racismo. A discri-minação racial sempre existiu em quase todo o mundo e gerou muitas formas de perseguição, especialmente de ne-gros, judeus e ciganos. Um exemplo: no final dos anos 1800 foi fundada nos Estados Unidos uma organização chama-da Ku Klux Kan (conhecida como KKK). Ela era formada por brancos e tinha o intuito de perseguir e matar negros. Para esse grupo, os negros eram inferiores e não podiam ter os mesmos direitos que os brancos (usar os mesmos espaços públicos, por exemplo). Essas ideias encontraram terreno fértil e se multiplicaram a ponto de aquele país instituir, em 1930, uma lei que exigia a esterilização dos negros.

Essa ação fazia parte da chamada campanha eugenista. A expressão “eugenia”, que significa bem-nascido, passou a ser usada como sinônimo de “melhoramento” genético da espécie, servindo de base para teorias que defendiam o extermínio de grupos humanos. Vimos algo muito se-melhante no tema “Repassando a história”, no Caderno do Trabalhador 4 – Conteúdos Gerais, o qual aborda uma época em que a intenção dos governantes era “bran-quear” a população brasileira.

Há registros de que 60 mil pessoas foram esterilizadas nos Estados Unidos sem o seu consentimento, ou seja, involuntariamente.

As injustiças e a promoção de desigualdades fizeram sur-gir movimentos de resistência e líderes como Malcolm X e Martin Luther King.

O movimento Black Power está ligado a essa reação dos negros. Manter os cabelos longos identificava quem luta-va pela igualdade racial. Várias pessoas foram mortas por defenderem seus direitos.

FilmeSe você tiver interesse em saber

mais sobre o racismo nos Estados Unidos e o movimento Black

Power, assista aos filmes:• Malcolm X, direção de Spike Lee, 1992. O longa-metragem narra a trajetória do líder afro-

-americano Malcolm Little, cujo pai foi morto pela Ku Klux Kan. Malcolm teve uma trajetória de

vida singular, passando de excelente aluno a traficante. Na prisão, retoma os estudos e se

volta contra as injustiças sociais.

• O grande desafio, direção de Denzel Washington, 2007.Conta a história real de um

grupo de alunos de uma universidade norte-americana

que se une na época da segregação racial sob a liderança de um professor no intuito de debater a importância

da integração social dos negros.

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Atividade 1momenTo de leiTura

1. Leia a seguir um trecho do discurso histórico proferido por Martin Luther King em 28 de agosto de 1963.

Eu tenho um sonho

(...) Eu tenho um sonho de que um dia nas colinas

vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes

de escravos e os filhos dos descendentes dos do-

nos de escravos poderão se sentar junto à mesa

da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que um dia, até mesmo o estado do Mississípi,

um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o

calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho de que minhas quatro pequenas crianças vão um

dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele,

mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho de que um dia, no Alabama, com seus racistas

malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras

de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros

e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e me-

ninas brancas como irmãos e irmãs. Eu tenho um sonho hoje!

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com

esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de

esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estri-

dentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade.

Livre afinal, livre afinal.

1. Consulte no dicionário o significado das palavras que não compreendeu.

2. Descubra no Atlas a localização das cidades mencionadas por Martin Luther King. Em que país elas ficam? Esse país está localizado em qual continente?

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3. Escreva agora um texto com o tema “Eu tenho um sonho”.

4. Vamos realizar uma leitura pública: aqueles que tiverem vontade podem ler o que produziram para seus colegas.

O corte dos cabelos e a sua imagem pessoal

Como vimos, os cabelos podem adquirir vários significados. Nesse sentido, o corte exerce um papel essencial na imagem e na mensagem que transmite.

Os cortes retos, por exemplo, dão ideia de força e determinação. Já os repicados passam uma imagem mais dinâmica, de quem tem energia.

A identidade é muito importante para cada indivíduo. Ela expressa os desejos e a visão de mundo de cada um. Em razão disso, o cabeleireiro deve sempre realizar um corte de cabelo adequado às intenções do cliente. Portanto, não deixe de conversar com ele a fim de conhecer suas vontades.

O próximo passo é analisar o rosto dele e aconselhar o corte que mais valorizará as formas e esconderá as imperfeições.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito à moda dos “famosos”. Há sempre uma (ou mais) personagem de novela ou filme, top model, cantora ou algum esportista em evi-dência, cujo corte de cabelo dita as tendências do momento e cria em boa parte da clientela o desejo de copiá-lo. No entanto, nem todo mundo fica bem com determinado corte de cabelo, que pode não combinar com o estilo particular e o formato de rosto de algumas pessoas – isso geralmente cria dois tipos de frustração: a de quem não faz o corte e a de quem o faz e depois descobre que “não fica bem com ele”. Para evitar esses problemas, tenha sempre à mão uma variedade de modelos de cortes pré-selecionados, igualmente inspirados em atores e atrizes e personalidades do chamado showbiz.

Nunca despreze esse filão, pois ele responde por uma parcela significativa do fatu-ramento dos cabeleireiros.

Identificando os tipos de rosto

No que diz respeito à estética, o rosto oval é considerado o mais harmônico de todos os formatos. Isso porque suas proporções são equilibradas. A pessoa com rosto oval

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pode escolher entre cabelos curtos, longos ou semilongos e tem a opção de manter a franja lateral repicada. Para esse cliente, a decisão do corte está mais relacionada ao estilo do que à harmonização dos traços do rosto.

Rosto oval

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Já no formato redondo, a largura e o comprimento do rosto apresentam proporções semelhantes. Um corte desestruturado, com volume ou em cachos, cai bem para pessoas com essas características. Outra possibilidade é abusar dos cortes repicados que dão volume, principalmente, aos cabelos na altura da testa e das bochechas.

Rosto redondo

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O rosto quadrado, por sua vez, apresenta maxilares salientes, testa larga, queixo achatado e ângulos bastante acentuados. As linhas retas prevalecem nesse formato e, por isso, um corte adequado é o reto abaixo do queixo, com pontas pronunciadas que anulam os efeitos dos ângulos. Outra opção são os cabelos cacheados e compri-dos, os quais dão mais leveza aos traços marcantes desse tipo de rosto. Há ainda uma terceira possibilidade: o uso de fios longos e repicados com algum volume nas laterais.

Rosto quadrado

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Por fim, o rosto triangular geralmente apresenta o formato de um triângulo inver-tido: o queixo é saliente e fino e a testa é larga. Os cabelos devem ter movimento e ser, preferencialmente, curtos. Caso a pessoa insista em ter cabelos mais longos, dê a dica: eles devem ser repicados, sempre com volume na altura das bochechas e do queixo. Além disso, é possível abusar dos cachos.

Rosto triangular

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Técnicas para cortes de cabelo

Para cortar os cabelos é preciso, antes de tudo, prepará-los. Não há nenhuma regra imutável para essa prática. A maior parte dos cabeleireiros profissionais prefere umedecer os fios antes de usar a tesoura; mas, como veremos no texto sobre o corte degradê de cabelos longos, é mais fácil cortá-los com os fios secos e já arrumados.

Corte degradê para cabelos longos

Essa técnica é muito simples.

1. Desembarace os fios e seque-os fazendo uma escova básica, com mechas abun-dantes. A intenção aqui é deixar os cabelos secos e arrumados.

2. Em seguida, faça uma divisão dos fios do alto da cabeça, penteando-os em dire-ção à franja. Também é importante pegar os cabelos das laterais e puxá-los para frente, senão você cortará apenas a franja.

3. Usando um elástico, prenda com firmeza, no alto e no centro da testa, a parte do cabelo que foi penteada para a frente.

4. Estique os cabelos até a altura do queixo, o que lhe servirá de orientação para o corte: os fios a serem cortados são os que ultrapassam a linha do queixo.

5. Pressione essa mecha entre os dedos médio e indicador e, com a tesoura em pé, inicie o corte no sentido vertical dos cabelos. Imagine a mecha como o retângulo da ilustração: a linha de baixo deve ser “torta”, de forma que um dos lados meno-res da figura seja ainda mais curto que o outro.

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A tesoura deve cortar os fios no sentido vertical e de forma bastante irregular.

Solte o elástico e veja o resultado.

DICAPara esse corte, o melhor é usar uma tesoura fio navalha titânio.

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Corte chanel ou linha geométrica

Trata-se de um corte clássico, que nunca sai de moda. Leva o nome da famosa estilista francesa Gabrielle Chanel, co-nhecida como Coco Chanel, que o inventou nos anos 1960 em resposta aos cabelos rebuscados das épocas anteriores.

1. Especialistas aconselham a separar o cabelo em sete partes: franja, nuca (esquerda e direita); acima da nuca (esquerda e direita) e lados. Torça cada parte do cabelo e prenda tudo com piranhas ou clipes de cabelo.

2. Nesse corte você vai reproduzir um quadrado se olhar o perfil da cabeça com os cabelos soltos.

Inicie o corte pela nuca, deixando todos os fios do mesmo comprimento, conforme você pode observar no desenho.

FilmeChanel sempre foi sinônimo de mulher moderna. Conheça mais

sobre a vida e o estilo dessa francesa que transformou a moda

assistindo ao filmeCoco antes de Chanel, dirigido por Anne Fontaine e estrelado por Audrey Tautou em 2009.

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3. Solte os cabelos situados acima das orelhas e acerte a altura desses fios em relação ao que cortou na nuca.

A franja costuma acompanhar o comprimento do conjun-to dos fios. Existe, porém, uma versão contemporânea do estilo chanel que inclui pontas frontais mais pronunciadas. Outra inovação é o uso do corte chanel com franjas curtas.

Chanel tradicional

DICAO corte chanel pede

uma tesoura fio navalha. Na hora do acabamento,

prefira a tesoura desfiadeira.

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Chanel com pontas frontais mais pronunciadas

O corte chanel também pode ser feito em cabelos crespos, mas eles devem ficar mais longos do que os lisos, pois quando estão secos parecem encurtar.

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Repare que a cantora Paula Lima usa um chanel mais comprido. Sendo assim, o procedimento para o corte é o mesmo já mencionado. No entanto, como o cabelo é crespo, exige alguns cuidados a mais.

1. Com os fios molhados e penteados, repita as etapas do corte chanel, lembrando sempre de conversar com a cliente a fim de saber o comprimento desejado.

2. Então deixe os cabelos cerca de quatro dedos mais compridos do que o desejado pela cliente. Lembre-se: os cabelos crespos “encolhem” depois de secos.

Paula Lima: a cantora usa um chanel mais longo nos cabelos crespos, que pedem cuidados extras

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Corte curto ou “Joãozinho”

Tão clássico quanto o chanel, esse corte destina-se à mulher prática, que não quer ter muito trabalho com o penteado. Também é ideal para quem vive em lugares de clima quente. Para mantê-lo, no entanto, é preciso investir em cortes frequentes.

Quem opta por cabelos curtos costuma querer modificar radicalmente o visual. Como se trata de uma mudança muito grande, é aconselhável que você tome bas-tante cuidado ao sugerir esse corte às clientes, pois há o risco de elas se arrependerem depois. Se possível, mostre-lhes uma simulação do resultado do corte no computador.

Quem faz o estilo descolado pode usar os fios em desalinho e “bagunçá-los” com as mãos, aplicando algum tipo de cera ou musse para moldá-los.

Leve em conta, ainda, algumas observações de visagistas.

• Para quem tem rosto triangular esse corte passa uma sensação de instabili-dade, insegurança.

• Quem tem o queixo quadrado, adquire uma imagem masculinizada com esse estilo.

• As pessoas de rosto redondo que escolhem esse corte ganham uma imagem mais comportada.

Como já afirmamos, você precisa acompanhar de perto as tendências da moda di-tadas por modelos, atrizes e cantoras. Entre os vários profissionais entrevistados para elaborar este caderno, todos disseram que oito em cada dez clientes chegam ao salão pedindo um corte de cabelo igual ao de alguém famoso.

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Montando um álbum com modelos de corte e cores de cabelos

Agora vamos iniciar a montagem de um álbum, que você deve completar ao longo de sua carreira.

1. Das clientes com cabelos compridos, praticamente todas querem ficar parecidas com a modelo brasileira Gisele Bündchen. Acompanhe o passo a passo para obter esse tipo de cabelo.

Gisele Bündchen: quase todas as clientes de cabelos compridos querem se parecer com ela

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Etapa 1 – Corte a franja reta até a altura do nariz e iguale o comprimento do res-tante dos fios, cortando-os em linha reta.

Etapa 2 – Com os cabelos divididos em duas partes, puxe as mechas tendendo para as laterais e desfie 4 cm das pontas em direção à raiz. A dica aqui é “enterrar” deli-cadamente a tesoura nos fios, conforme indica a imagem acima.

Os cabelos de Adriane Galisteu também são muito solicitados, em especial por causa da sua coloração.

Adriane Galisteu: a coloração dos cabelos da apresentadora é bastante copiada nos salões

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Diferentemente dos cabelos de Gisele Bündchen, cuja fran-ja chega apenas até a altura do nariz, no cabelo de Adriane Galisteu a franja, lateral, é cortada na altura do topo das maçãs do rosto. Para isso, vá desfiando a franja sempre de cima para baixo.

Repita esse procedimento desde as pontas dos cabelos até abaixo do queixo, conforme o desenho a seguir.

IMPVerifique sempre o

sentido da tesoura. Isso faz toda a diferença no corte.

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Formato de rosto x tipo de franja

Mexer nas franjas é um ótimo artifício para mudar o visual. Elas podem ser desfia-das, retas, irregulares ou laterais.

A franja comprida é mais indicada para quem tem o rosto alongado, pois “rouba” uma parte dessas proporções longilíneas da face.

Veja algumas dicas úteis para realizar o corte nas franjas.

Quem tem rosto quadrado deve ovalar as pontas da franja.

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Pessoas com rosto oval podem usar franjas um pouco mais curtas.m

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Rostos pequenos e delicados pedem franjas curtas e irregulares.

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Pessoas de rosto redondo devem evitar franjas retas. k

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O ideal para quem tem cabelos muito finos é usar franjas arredondadas.

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Franjas laterais suavizam rostos com linhas mais acentuadas.p

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Corte de cabelo x idade

No dia a dia, os cabeleireiros se deparam com uma questão delicada. Trata-se dos cortes que rejuvenescem as mulheres. A partir de certa faixa etária, boa parte das mulheres pede um visual que valorize o rosto. Com esse objetivo, o profissional da área precisa levar em conta cinco aspectos:

• estilo individual;

• formato do rosto;

• espessura dos fios;

• coloração dos cabelos; e

• estilo de vida da pessoa (profissão, ambientes que frequenta etc.).

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A mulher de 20 anos

Essa idade permite brincar bastante com os cortes.

Sugestão: cabelos retos atrás, levemente repicados nas laterais e franja reta na altura das sobrancelhas.

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A mulher de 30 anos

Em geral, essa cliente já sabe o que quer da vida.

Sugestão: chanel repicado com franja alongada.

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A mulher de 40 anos

A cliente dessa faixa etária está preocupada com a saúde e a qualidade de vida.

Sugestão: cabelos de tamanho médio, repicados, ondulados nas pontas ou com es-cova mais volumosa e com a opção de um leve desfiado nas laterais.

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A mulher de 50 anos ou mais

Os cabelos curtos são os mais adotados por mulheres mais velhas, pois são associados à responsabilidade.

Sugestões: abuse de cortes com comprimento na altura do queixo e mechas desco-nectadas. Evite bases retas. Dar movimento ao corte, com uma franja mais longa, por exemplo, rejuvenesce a pessoa. Abuse também de fios desfiados na nuca, que deixam o visual mais leve.

DICAÀ medida que a idade avança, os fios tornam-se mais ralos. Cabe ao cabeleireiro usar, em

clientes que se enquadram nesse perfil, produtos que dão volume aos cabelos.

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Corte de cabelo x tipo de fio

• Cabelos crespos e grossos – Por serem mais pesados, armam menos que os fios crespos e finos. Os cortes repicados são os mais recomendados, porque os fios de tamanhos diferentes dão movimento ao cabelo.

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• Ondulados e grossos – Podem ser apenas repicados nas pontas na parte de trás do comprimento, com a frente totalmente repicada.

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• Alisados e grossos – Permitem o uso de franja reta e longa; suas pontas devem ser levemente desfiadas e os fios, mais longos.

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• Lisos e finos – É possível usar franjas desfiadas. Os cabelos devem ter tamanho médio e pontas assimétricas (fios despontados).

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• Crespos, finos e volumosos – O objetivo é distribuir o volume por toda a cabeça. Se o corte for chanel, o ideal será repicar mais as laterais e deixar o restante reto.

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• Lisos, finos e volumosos – Devem ser bem repicados: fios curtos atrás e franja repicada que avança até a altura dos olhos.

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Cabelo, liberdade e identidade

Você já pensou por que as pessoas querem tanto alterar a natureza dos cabelos? Por exemplo: se os fios são crespos, para que fazer chapinha?

Pense bem: os cabelos dos negros sempre foram classificados de que forma? Segun-do uma visão marcada pelo preconceito e enraizada em nossa cultura, cabelo de negro é sinônimo de cabelo ruim. Ruim para quem? As características de cada raça as tornam únicas. O padrão estético que valoriza apenas uma raça – invariavelmen-te a branca – busca uma padronização, uma homogeneização entre pessoas diferen-tes, de origens diferentes.

Parece estar em curso, entre alguns grupos, um movimento de “libertação” das chapinhas e dos alisamentos pelas mulheres negras. Trata-se de mulheres que assu-mem as características da própria raça e mostram como o belo está presente em todos. Afinal, cerca de 70% da população brasileira possui cabelos cacheados, on-dulados ou crespos, um reflexo da miscigenação, da mistura que forma nossa gente.

Reflita sobre isso.

Veja a seguir algumas dicas de cortes de cabelos crespos.

• Quem quer dar menos volume aos fios deve deixá-los mais compridos e repicá-los somente nas pontas.

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• Quem deseja ter um estilo que siga a moda pode deixar o comprimento médio com um repicado em formato arredondado.

• Para as pessoas que gostam de cabelos mais curtos e volumosos é preciso avaliar as características dos cachos e o formato do rosto.

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Atividade 2refleTindo sobre idenTidade Pessoal e Cabelo

Ouça a canção de Max de Castro e Seu Jorge, analisando a letra da obra.

Ô nego do cabelo bom

Max de Castro e Seu Jorge

Muita gente implica com meu pixaim

Mas o que me implica é que o cabelo é bom

E quando isso me irrita vai ter briga sim

Porque não aceito discriminação

E quando vou à praia alguém sempre diz pra mim

Teu cabelo é duro, entra água não

Se é impermeável isso é problema meu

Na verdade o que é duro é o seu coração

Alisa ele não

É o que minha nega sempre diz pra mim

Alisa ele não

Você é meu nego do cabelo bom

Alisa ele não

É você quem dita a moda em Paris

Não sou vaselina

Não vacile não

Não sou vaselina

Não vacile não

Trama (Dueto Editorial) e Cafuné Produções

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1. Agora, registre por escrito sua opinião sobre o tema.

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A escolha certa das tesouras é fundamental para um bom corte.

Além das indicações já fornecidas nesta unidade vale ressaltar que tesouras com 6 polegadas são mais indicadas para cabelos em grande quantidade e volume.

• Cortar os cabelos com navalha é mais difícil e arriscado. Utilize essa técnica so-mente quando a dominar por completo.

• Para pessoas com cabelos finos e que queiram volume, o ideal é cortar utilizando apenas a ponta da tesoura fio de navalha.

• A navalha é aconselhada para quem tem fios grossos e deseja cortes assimétricos.

Na hora de decidir se o corte será feito com navalha ou tesoura, vale lembrar:

Corte com navalha: mais difícil e arriscado, exige domínio completo da técnica

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Corte masculino

Como o cabelo masculino costuma ter um corte mais curto do que aqueles adotados pelas mulheres, ele requer um controle mais preciso dos movimentos com a tesoura. Para quem está começando na profissão, o ideal é praticar nos cabelos femininos antes de passar aos masculinos, uma vez que qualquer erro ficará bem visível e o conserto seria passar a máquina, possibilidade que nem todos irão aceitar.

Assim como as mulheres, os homens também procuram copiar os cortes das cele-bridades. Os mais jovens buscam cortes modernos. Os mais velhos preferem os cortes tradicionais: mais curtos e alinhados nas pontas.

Em geral, os homens cortam os cabelos uma vez por mês. Hoje também é possível encontrar aqueles que procuram os salões para realizar outros procedimentos em seus cabelos, como tintura, luzes invertidas e até mesmo hidratação.

Luzes invertidas é o nome da técnica que disfarça o cabelo grisalho masculino. Elas são feitas com o uso da touca de plástico ou de silicone. Alguns fios são puxados com uma agulha de crochê e apenas esses fios de cabelo são pintados com a cor natural.

Corte infantil

O mais difícil no corte infantil é fazer a criança ficar quieta. Existem algumas saídas: o uso de cadeiras em formatos divertidos, como carrinhos e bichos, a disponibilidade de revistas em quadrinhos, para colorir ou a apresentação de DVDs infantis.

Muitas vezes nada disso é suficiente para fazer com que a criança fique parada. Nessa hora, use o bom-senso. Se perceber que no colo de um dos pais a criança fi-cará mais tranquila, peça para que o adulto se sente com ela no colo, deixando a cabeça livre para o corte. Lembre-se de também proteger o adulto para que os cabe-los não grudem nele ou em sua roupa.

O corte infantil, em geral, é bastante básico: cabelo redondo em toda a extensão, com franja ou penteado para um lado. Por uma questão de praticidade, é bem comum o adulto pedir cortes curtos.

Se a criança for participar de uma festa que exige um penteado especial (caso de daminhas ou cavalheiros em casamentos), o ideal é usar pomadas ou gel para mo-delar e fixar o penteado. Lembre-se de que nem sempre você conseguirá realizar um arranjo mais elaborado, com grampos, por exemplo, se a criança for muito inquieta.

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Se as meninas forem maiores, você poderá abusar de cachinhos e de enfeites, como fivelas, grampos, laços e flores, pois a maioria delas adora esses penteados. Os meninos, por sua vez, gostam de cabelos espetados com gel ou em estilo moicano – normalmen-te imitando algum ídolo famoso. Em qualquer um dos casos, tenha cuidado para não exagerar e tirar a essência da criança, deixando-a com cara de um miniadulto.

Cabelo black power

Se nos anos 1970 o black power (uma das variações do cabelo afro) era sinônimo de orgulho racial, hoje significa atitude e uma posição contrária à tentativa de “branqueamento” da sociedade, ou seja, assumir as características da origem afro e não tentar escondê-las com chapinhas ou procedimentos químicos para tornar os cabelos lisos.

Para cortar e manter o cabelo black power são necessários alguns cuidados.

• O cabelo black power, por ser crespo, tende a ser muito seco, pois a oleosidade natural produzida pelo couro cabeludo não chega até as pontas. Por isso, há a necessidade de reposição lipídica (oleosidade) e de proteínas. Recomenda-se, principalmente antes do corte, fazer uma hidratação ou outro tratamento para soltar os cachos. Cremes que possuem azeite de oliva em sua composição são os mais indicados.

• Use xampu para cabelos cacheados sem sal, creme sem enxágue (leave-in) e más-cara para hidratar os fios (no máximo, duas vezes por semana).

• Evite pentear o cabelo quando estiver seco. Inicie nas pontas e vá para a raiz, com ele ainda úmido.

• Quando for cortar, faça camadas na altura da nuca de modo que fique maior na frente e menor atrás.

• O efeito arredondado é conseguido repicando-se todo o cabelo. Para isso, o corte deve ser realizado com ele seco, desfiando-se, principalmente, as pontas.

• O truque para secar o cabelo black power é usar papel toalha em vez de toalha de pano, pois ele absorve mais água.

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A arte de pentearVamos começar esta unidade comparando um prisma de cristal com a nossa sociedade. Ao receber a luz branca, o prisma a decompõe nas sete cores do arco-íris. A luz, ao atravessar o cristal, causa uma explosão de cores, cada uma afetando as várias faces do prisma. Na sociedade humana, é possível dizer que uma “face” afeta as demais: o momento que a humanidade vive al-tera comportamentos e isso se reflete, por exemplo, na moda.

A moda é uma das faces da sociedade. Ela revela meios de vida. Assim como a coletividade humana se transforma o tempo todo, a moda também está em constante mutação no que diz respeito ao vestuário, à maquiagem, aos cortes e penteados dos cabelos e ao uso de acessórios. Não podemos esquecer que a moda, muitas vezes, repete o que vimos no passado, mas de uma forma adaptada aos novos tempos.

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Com relação à moda dos penteados, observamos que na década de 1950 as mulheres faziam uso de bobes de diferentes larguras: finos, médios e grossos.

Os cabelos úmidos eram enrolados em mechas nos tubinhos plásticos, presos geral-mente com grampos e secavam sob o jato barulhento de secadores elétricos ou sob toalhas enroladas na cabeça. Os bobes tornavam os cabelos encaracolados e volu-mosos, servindo de base para diversos penteados.

A década de 1950 foi marcada por um período de prosperidade econômica conhecido como pós-guerra (a Segunda Guerra Mundial havia acabado alguns anos antes, em 1945) e pelo crescimento dos Estados Unidos e da União Soviética. No Ocidente, onde o Brasil se localiza, o estilo de vida norte-americano era bastante copiado.

Aqui, os últimos anos dessa década também coincidiram com o governo do presi-dente Juscelino Kubitschek, quando o crescimento econômico alavancou o Brasil, com a formação de indústrias de base (como a siderúrgica, que produz aço) a partir de empréstimos internacionais.

Nesse período, os penteados seguiam a onda do rock-and-roll norte-americano.

Bobes de larguras diversas: muito usados pelas mulheres durante a década de 1950

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Na década seguinte, surgiram penteados inspirados em cortes com contornos bem precisos, marcantes e geométricos. Tornaram-se também muito comuns as franjas que procuravam imitar um dos maiores ícones da moda e da beleza femininas: a atriz Audrey Hepburn.

Segundo Mário Merlino, estilista de cabelos (ocupação que também é conhecida como hair stylist, cuja pronúncia é “rér stailist”), entrevistado pelo Suplemento Feminino, de 30 de maio de 2010, do jornal O Estado de S. Paulo, aquele era o momento dos cha-mados panetones – tudo “gordão e para o alto”, lembrando o formato dessa especiali-dade típica da época do Natal.

Audrey Hepburn: ícone da moda e da beleza femininas, teve suas franjas imitadas

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Havia também o modelo broa, com bastante volume em cima e as pontas viradas para fora. Quem não tinha os cabelos volumosos que os penteados exigiam, recorria aos apliques, cabelos postiços até hoje muito usados, dando volume ou a falsa im-pressão de cabelos compridos, como os que vemos nas fotos.

Repare como esses mesmos penteados ressurgem atualmente.

A década de 1960 foi marcada pelo rock dos Beatles e dos Rolling Stones e por profundas mudanças de comportamento entre os jovens. O surgimento da pílula anticoncepcional, por exemplo, contribuiu para o movimento de liberação feminina, pois deu mais liberdade para as mulheres fazerem sexo sem medo de enfrentar uma gravidez indesejada.

No Brasil, esse período foi marcado por um golpe de Estado que, em 1964, instituiu uma ditadura militar (regime que se prolongaria até a década de 1980). Para relem-brar os “anos de chumbo”, revisite o tema “Repassando a história” no Caderno do Trabalhador 5 – Conteúdos Gerais.

Penteados volumosos: quem não os tinha, recorria a apliques e até cabelos postiços

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Já nos anos 1970, faziam sucesso os cabelos bastante repicados desde a parte de cima até os ombros. Era o modelo pigmalião, inventado por Vidal Sassoon (cabeleireiro inglês famoso pela criação da “moda” em cabelos), também responsável pelo corte geométrico na década anterior.

Sassoon revolucionou muitos hábitos ligados ao setor. Entre outras coisas, ele aboliu o uso dos grandes secadores, substituindo-os pelos aparelhos de mão. O corte pig-malião caminhava lado a lado com o gatinho, em que os cabelos mostravam um repicado mais comprido, cheio no comprimento e com franja volumosa.

Os cabelos longos tanto para homem como para mulheres tinham uma mensagem: os grupos hippies pregavam paz e amor e eram contrários às guerras, como a do Vietnã.

Farrah Fawcett: a atriz, uma das “Panteras” da série de TV, deu fama ao modelo pigmalião

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Phan Thi Kim Phuc, também conhecida como Kim Phuc, aos 9 anos teve grande parte do corpo queimada depois que sua aldeia foi bombardeada por um avião da Força Aérea Vietnamita.

A Guerra do Vietnã foi um conflito iniciado em razão da divisão desse país oriental entre um bloco capitalista e de orientação militar, apoiado pelos Estados Unidos, e outro baseado no comunismo, que tem como característica estabelecer a igualdade social e abolir a propriedade privada. Esse bloco no Vietnã contou com o apoio da extinta União Soviética.

A foto abaixo, tirada em 8 de junho de 1972, tornou-se um símbolo da violência contra populações civis que marcou esta guerra.

Kim Phuc (nua, no centro da imagem) durante a Guerra do Vietnã: dor e desespero

A vietnamita em foto recente: hoje, ela mora no Canadá, está casada e tem dois filhos

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Ela ficou 14 meses internada, passou por 17 cirurgias e virou um dos mais conheci-dos símbolos dos horrores que a guerra traz para a humanidade, em especial para as crianças: o desespero, a dor, o desalento e a total falta de dignidade.

Hoje, Kim Phuc mora no Canadá, está casada e tem dois filhos. Além disso, tornou--se embaixatriz da boa vontade da Unesco, órgão ligado ao setor de ciências, educa-ção e cultura da Organização das Nações Unidas (ONU), entidade internacional cujos objetivos principais são o desenvolvimento dos países e a paz mundial.

VIETNÃ

Hanói

CHINA

LAOS

TAILÂNDIA

CAMBOJA

Golfo deTonquim

Golfo daTailândia

Mar da ChinaMeridional

Trang BangHo Chi Minh

O drama de Kim Phuc ocorreu em 8 de junho de 1972 em Trang Bang, aldeia lo-calizada a 38 km de Ho Chi Minh (ex-Saigon), maior cidade do Vietnã.

Mapa do Vietnã: a aldeia de Trang Bang, terra natal de Kim Phuc, fica perto de Ho Chi Minh

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Já nos anos 1980, a moda eram cabelos com permanen-te, os coques, os volumes na parte de cima da cabeça, além de pequenos cachos, bastante volumosos.

No Brasil, esse período ficou conhecido como “a década perdida”, pois a economia parou de evoluir no ritmo dos anos anteriores. A dívida externa cresceu, a hiperinflação corroeu salários e causou desemprego. O governo federal lançou, sem sucesso, diversos planos econômicos que tentavam controlar a disparada geral de preços.

A década de 1990 trouxe inúmeras possibilidades de cor-tes – curtos, médios ou longos – e, consequentemente, de penteados. Também ganharam popularidade as tatu-agens e os piercings. Um dos principais ícones da beleza da época foi a princesa de Gales Diana Spencer, conhe-cida como Lady Di.

Nesse período, a economia reorganizou-se. No entanto, cresceu o desemprego, conforme você estudou no tema “His-tória do trabalho”, no Caderno do Trabalhador 1 – Conteú-dos Gerais. Era mais do que nunca necessário criar uma moda padronizada, permitindo que as mercadorias fossem vendidas no mundo inteiro, desejadas por todos.

Permanente: É um proce-dimento químico capaz de encaracolar até mesmo os cabelos mais lisos. As me-chas são enroladas em ca-nutilhos de borracha (bigu-dins) e recebem o líquido para permanente. O tempo de ação do produto depen-de da intensidade com que se quer cachear os fios. Uma vez enxaguados, os cabelos devem receber a aplicação de outro produto: o neutralizador.

Cabelos com permanente: uma das tendências da moda na chamada “década perdida”

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Mulheres magras e de cabelos lisos tornaram-se padrão.

A década de 2000 resgatou os cabelos curtos (na altura do pescoço), a simetria “amassada”, os visuais despojados: a inspiração é Twiggy, modelo que se tornou célebre nos anos 1960, associada ao surgimento da minissaia, cujo estilo incluía também um toque retrô e masculino.

Muitos profissionais consideram que há, nesta segunda década do século 21 (XXI), a valorização dos cabelos mais longos em coques. Essa tendência diz respeito aos costu-mes da mulher brasileira, que, de modo geral, prefere cabelos compridos aos curtos. Também se encontra em alta a androginia – um visual que não se define completa-mente entre o feminino e o masculino.

A inglesa Twiggy: inspiração para os cabelos curtos e os visuais despojados dos anos 2000

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Atividade 1Pesquisando

Organizados em grupos de cinco pessoas, você e seus colegas vão construir uma linha do tempo. O seu monitor organiza as equipes de forma que cada uma escolha e estude uma década diferente. Como fazer?

1. Escolham a década para pesquisar.

2. Na sala de informática, pesquisem nos sites de busca:

a) O que acontecia no Brasil e no mundo no período selecionado?

b) Como era a moda feminina na época?

c) Como eram os penteados da moda?

3. Organizem uma mostra criativa dos resultados da pesquisa, apresentando uma peça de teatro.

4. Elaborem um roteiro do que irão expor. Quem são os personagens históricos que marcaram essa época? Qual papel cada uma teve na história?

5. Escrevam as falas e ensaiem.

6. Caracterizem os personagens com os penteados da época.

Boa peça!

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Ocasiões especiais

Você certamente será procurado por clientes em busca de penteados incomuns para ocasiões especiais.

Dica 1 – Pergunte à cliente qual é o tipo de festa a que ela vai, o horário em que o evento vai ocorrer, como ela se vestirá e se vai ocupar um papel de destaque. Por exemplo: uma pessoa que vai à própria formatura certamente quer se destacar, assim como a madrinha de um casamento ou, é claro, a noiva.

Dica 2 – Os penteados devem variar de acordo com a ocasião. Até os mais simples podem ser usados para uma festa, desde que tenham um toque diferenciado. Lem-bre-se de conhecer um pouco da personalidade da cliente, observando se ela é ex-trovertida ou tímida, antes de sugerir um penteado inadequado à personalidade.

Coque

A tendência são penteados descontraídos, mais soltos, com a frente um pouco irre-gular. Vamos iniciar o aprendizado com um coque tradicional, porque ficará mais fácil fazer transformações com base nele.

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Como fazer

1. Penteie os cabelos totalmente para trás, sem risca, e prenda-os em rabo de cavalo, com altura mediana.

2. Torça os cabelos. Dê meia-volta no rabo de cavalo e o coque já está quase formado.

3. Prenda a ponta com grampos, assim como a parte de baixo, para poder firmá-las.

4. O estilo do coque depende do corte de cabelo da cliente. Se a pessoa não tiver franja, ele poderá ser totalmente preso.

Variações do coque simples

Para ocasiões mais sofisticadas, como festas a rigor, você pode criar um coque emoldurado por tranças. Este penteado pede que a cliente tenha cabelos bem longos ou use um aplique.

O coque não precisa, obrigatoriamente, envolver todos os fios. Neste exemplo, duas mechas generosas se encontram no alto da nuca, enquanto o restante dos cabelos de trás permenece solto.

Uma opção prática e casual, que sugere despojamento e dinamismo, é o coque acompanhado de mechas soltas na franja.

Mulheres criativas adoram inovar e brincar com o próprio visual. Assimétrico, o coque lateral evoca situações informais.

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Penteados simples e eficientes

Imagine que uma cliente pede que você arrume os cabelos dela para uma situação formal como um jantar ou uma reunião importante de trabalho. O que fazer?

Uma boa dica é a de rabo de cavalo com risca lateral, que compõe um visual sóbrio, atual e refinado. Ao mesmo tempo indica personalidade forte e credibilidade.

Risca lateral: própria para situações formais, como jantares ou reuniões importantes de trabalho

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Se a cliente vai participar de uma situação formal, porém num ambiente mais moder-no (apresentando um trabalho numa agência de propaganda, na redação de uma re-vista ou um jornal, ou ainda num escritório do setor de moda, por exemplo), você pode dar um toque diferenciado no mesmo penteado que acabou de ver: crie um rabo de cabelo lateral e use uma tiara fina e de cor próxima à tonalidade dos cabelos. Desfie um pouco os fios no alto da cabeça para dar um toque contemporâneo ao visual.

Outra opção de penteado é o chamado falso solto

1. Faça uma escova lisa ou chapinha (dependendo da textura dos cabelos).

2. Crie uma risca lateral no topo da cabeça, separe duas mechas laterais puxando-as bem desde a raiz até a parte de trás das orelhas e prenda-as com dois grampos – que devem ficar escondidos por trás dos fios. Os cabelos ficarão bem penteados, não cobrirão o rosto e, principalmente, não comprometerão a expressão.

Como fazer

1. Comece fazendo escova ou chapinha (dependendo da textura dos cabelos) para deixar os fios bem lisos.

2. Com ajuda de um pente fino, crie uma risca lateral no alto da cabeça e puxe todos os fios para trás a fim de fazer o rabo. Nesse tipo de penteado não é recomendá-vel a utilização de elásticos decorados ou fivelas coloridas. Prefira um elástico comum escondido sob uma mecha do próprio cabelo.

3. Use um pouco de spray fixador contra o frizz e deixe os fios soltos.

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Outra técnica para fazer o rabo de cavalo

1. Prenda os fios no alto da cabeça com a ajuda de gel e amarre o rabo de cavalo com um elástico da cor dos cabelos.

2. Separe duas pequenas mechas de cabelos, uma na parte superior do rabo e outra na inferior.

3. Trance essas duas mechas entre si até metade do rabo de cavalo e deixe-as bem ajustadas a ele. O restante do rabo deve ficar solto.

Jennifer Lopez exibe seu rabo de cavalo: mechas trançadas até a metade do comprimento

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Falso solto para uma festa

O procedimento é em parte semelhante ao visto anteriormente.

1. Faça escova ou chapinha nos cabelos, conforme a necessidade.

2. Desfie os cabelos do alto da cabeça. Penteie esses fios de forma delicada e super-ficial, prendendo-os com uma fivela decorativa no meio da cabeça.

3. Use o modelador babyliss nas pontas dos cabelos. Depois você pode enrolar essas pontas com os dedos, prendê-las com um clipe ou grampo e orientar a cliente a soltá-las pouco antes de chegar à festa.

O penteado falso solto de Sandra Bullock: efeito do modelador babyliss nas pontas

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Estilo diva

Penteado indicado para ocasiões especiais como formaturas, recepções e outros eventos que exigem elegância.

1. Lave os cabelos e retire o excesso de umidade com uma toalha.

2. Aplique musse ao longo dos fios (exceto na raiz) e amasse-os da ponta à raiz.

3. Comece a fazer o babyliss em todo o cabelo, enrolando as mechas em uma mesma direção a partir da linha feita na lateral.

4. Escove os cabelos a fim de desfazer os cachos e formar ondas.

5. Use grampos invisíveis (pequenos e da cor dos cabelos) e spray finalizador para prender os cabelos de lado.

6. Reparta os cabelos na lateral na altura das orelhas, puxando para trás a mecha da frente. Se preferir, use presilhas nas laterais.

Scarlett Johansson no estilo diva: indicado para ocasiões especiais que exigem elegância

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Moicano

A exemplo do penteado anterior, o moicano é apropriado para ocasiões festivas.

1. Reparta os cabelos no topo da cabeça com cerca de 8 cm de largura para iniciar o penteado.

2. Para obter volume, separe pequenas mechas e desfie os cabelos na direção oposta à da raiz, usando pente fino e spray fixador. Sempre desfie a parte de trás da mecha, nunca a da frente.

3. Deixe todos os fios no lugar e prenda os cabelos com o moicano usando grampos invisíveis. Para acompanhar o penteado moicano o melhor é usar brincos grandes.

Marion Cotillard com penteado moicano: estilo também orna com brincos grandes

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Cabelos soltos com volume na raiz

Esse penteado é ideal para quem tem cabelos ondulados ou cacheados e com volume. Sexy, ele também se destina a festas.

1. Lave os cabelos, retire o excesso de umidade com uma toalha e aplique a musse.

2. Faça uma escova lisa.

3. Separe mecha por mecha, fazendo babyliss por toda a cabeça.

4. Aplique spray fixador na raiz para dar volume e puxe os cabelos para trás, apli-cando o mesmo spray sobre eles (a fim de mantê-los nessa posição).

5. Se quiser mais volume, separe as mechas da frente e penteie os cabelos no sentido contrário.

A sensualidade de Catherine Zeta Jones: penteado para quem tem cachos e volume

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Afro baunilha

Esse penteado é conhecido na França como vanille, baunilha em francês.

Para realizar esse penteado os cabelos precisam estar bem lavados e ainda úmidos.

1. Inicie pela nuca, separando os fios a partir de uma risca horizontal.

2. Divida cada mecha em duas. Então, vá entrelaçando e apertando os cabelos.

3. Não é necessário prender as pontas, pois a própria textura dos fios crespos sustentará o cordão de cabelos.

4. Repita o procedimento por toda a cabeça.

A partir dessa mesma técnica e com muita criatividade você poderá realizar vários penteados.

Baunilha (do castelhano vainilla, que significa va-genzinha) é uma das espe-ciarias mais caras do mun-do por causa da quantidade de trabalho envolvida em sua produção. Usada como aromatizante nas indús-trias alimentícia e de per-fumaria, é obtida de orquí-deas nativas do México.

Você sabia?

Jada Pinkett Smith posa com seu afro baunilha: técnica permite variações

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Atividade 2aTeliê de PenTeados

Vamos fazer um ateliê com os colegas. A ideia é que todos possam ser penteados.

1. Com base nas técnicas estudadas, crie um penteado para uma ocasião especial.

2. Debata sobre:

a) As etapas em que houve mais dificuldade e mais facilidade.

b) As sugestões que você daria aos colegas: alterações e/ou aperfeiçoamentos para os penteados realizados.

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Cabelos de Rapunzel

As pessoas que desejam ter cabelos longos, ondulados etc., de uma hora para outra, podem escolher extensões feitas com três tipos de fios.

• Os sintéticos, semelhantes àqueles usados em bonecas.

• Os “100% cabelo”, que são naturais, porém submetidos a processos com ácido, tintura e silicone, cuja qualidade é pouco superior à dos fios sintéticos.

• Os naturais, que são transformados em extensões sem passar por nenhum proces-so químico e, por isso, podem ser idênticos aos cabelos do cliente.

Obviamente, os preços acompanham a qualidade desses produtos. Assim, quanto mais parecidos com os cabelos naturais de uma pessoa, mais caros eles são.

Há mais de um método de aplicação de extensões.

• Por meio do megahair, elas são fixadas aos fios naturais com cola quente de sili-cone. O tempo de aplicação pode ultrapassar três dias, a duração do aplique pode chegar a aproximadamente 120 dias e o preço ultrapassa os R$ 3.000.

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No entrelaçamento, as mechas são presas em um cordão, que, por sua vez, é entrela-çado horizontalmente às mechas naturais do cliente. A aplicação demanda até quatro horas, o aplique pode durar cerca de 150 dias e o preço gira em torno de R$ 1.000.

• No afro, as mechas são presas aos cabelos por meio de tranças próximas à raiz (algo em torno de 1 cm). A aplicação leva em média quatro horas, a duração gira em torno de quatro meses e o preço varia de R$ 500 a R$ 1.000.

• O Laser Beamer XP cola até oito mechas aos fios a cada disparo de uma pisto-la laser que, com o calor, derrete a queratina. Essa técnica, porém, exige a exis-tência de fios não muito grossos e com, pelo menos, 12 cm de comprimento. A aplicação demora cerca de meia hora e o custo fica entre R$ 900 e R$ 1.200 aproximadamente.

A duração dessas extensões depende de como elas são tratadas – o que está relacio-nado aos cuidados que o cliente tem no dia a dia. Veja alguns deles:

• preferir xampus e condicionadores sem álcool, próprios para extensões;

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• não abaixar a cabeça ao lavar, secar e pentear os cabelos;

• evitar embaraçar os fios;

• não usar pente sobre os pontos de junção;

• substituir o secador pelo difusor ou deixar os cabelos secarem naturalmente; e

• fazer um controle mensal para recolocação de eventuais mechas soltas.

Ondulando cabelos lisos

Cabelos extremamente lisos também podem ser ondulados. A técnica consiste em lavar os fios, retirar o excesso de água, aplicar um spray de volume, escová-los a fim de espalhar o produto, secá-los por completo com o bico do secador bem próximo à raiz e com a cabeça para baixo e, finalmente, usar o babyliss.

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Você deve separar uma mecha, prender o restante dos cabelos em rabo e aplicar spray de alta fixação na mecha. Depois é preciso aplicar o babyliss nas pontas enrolando--as verticalmente até chegar perto da raiz. Então, conte até 15 e abra o aparelho soltando a mecha cuidadosamen-te. Repita a operação em todo o cabelo, atentando-se para não deixar as pontas de fora do babyliss. Conclua passan-do o spray novamente, dessa vez em todo o cabelo. Ob-tenha um efeito mais natural passando os dedos entre os cachos antes da última aplicação de fixador.

Estilo hippie

Quando o assunto é moda, um dos penteados mais dura-douros é aquele usado por pessoas com cabelos longos, meio desarrumados e com aparência natural. A aparência natural, aliás, é a característica mais presente nos tempos atuais. Esse visual, adotado no dia a dia por formadores de tendências como Gisele Bündchen, é de fácil execução: após lavar os cabelos, desembarace-os com pente de dentes largos. A seguir, aplique leave-in e protetor térmico.

Seque com difusor amassando os fios com as mãos. Con-cluída a secagem, separe os cabelos em mechas e recorra ao babyliss largo para fazer cachos (no sentido da nuca para a parte superior da cabeça), sempre com o aparelho na posição vertical. Deixe os cabelos esfriarem depois dessa modelagem. Peça para a cliente pôr a cabeça para a frente e passe os dedos entre os cachos. Então, volte a cabeça à posição normal e ajeite os cachos outra vez com as mãos. Em seguida, use as mãos para espalhar um pou-co de cera para cabelo e finalize com spray.

Penteados de noivas

Os penteados de noivas são os que demandam mais aten-ção, afinal, trata-se de um dia mais que especial. Antes de pensar no que fará, atente-se ao estilo pessoal da clien-te e ao vestido que ela irá usar, para não fazer um pente-ado que destoe do modelo escolhido.

FilmeO movimento hippie foi marcado

por contestação, mudança de valores, desejo de maior

igualdade entre as pessoas e liberdade de expressão. Para

conhecer um pouco mais sobre isso e observar a moda e a maquiagem desse período, assista ao musical norte-

-americano Hair, dirigido por Milos Forman em 1979.

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• Noiva clássica – A melhor opção de penteado para a noiva clássica é o coque, também conhecido por chignon (pronuncia-se “chinhom”, usado pelas bailarinas). Pode-se usá--lo da maneira tradicional ou em uma versão mais atualizada, com volume e alguma textura (fios despenteados, por exemplo), que dão um efeito diferenciado.

Truque – Use um pó finalizador de textura leve que dê um efeito mate – ou seja, que deixa o cabelo mais opaco e tira aquela sensação de oleosidade. Aplique-o apenas na parte da frente do penteado.

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• Noiva roqueira – Esse penteado deve ser feito no cabelo solto e dar a aparência de liso elegantemente desarrumado.

Truque – Nesse caso, deve-se desfiar os cabelos no topo da cabeça, a fim de obter volume, e depois moldá-lo com spray fixador. O restante dos fios pode receber xampu seco, que dará textura e definirá o visual. Antes de desfiá-lo, faça uma esco-va reta, sem modelar as madeixas. Depois use uma prancha nas pontas para que fiquem com caimento reto.

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• Noiva hippie chique – A ideia que se quer passar com esse penteado é de um cabelo solto, modelado com ondas que dão um movimento natural e com brilho saudável. Esse é o tipo de penteado que nunca sai de moda.

Truque – Faça rolinhos com escova em mechas grossas. Eles devem ficar soltos e são desfeitos utilizando-se os dedos e secadores.

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• Noiva vintage – Esse tipo de penteado é para aquelas pessoas que gostam de se basear na moda ou no estilo de épocas antigas (em especial do início do século 20 [XX]). Trata-se de um penteado extremamente charmoso.

Truque – Nesse penteado, o cabelo é usado solto, com ondas modeladas, bem fixa-das e finalizadas com spray de brilho gloss, dispensando o uso de grampos. Você deve fazer uma escova nos cabelos e depois enrolá-los com bobes ou babyliss, que é a melhor opção para quem não tem fios muito compridos. O tamanho da onda de-pende do tamanho do bobe ou do babyliss. Além disso, quanto mais longos os fios, maiores serão as ondas.

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• Noiva moderna – Apesar de a maioria das noivas deixar de cortar os cabelos alguns meses antes do casamento, as mais modernas investem no curto assimétrico. O corte deve ser valorizado pela harmonia entre forma e textura.

Truque – O visual deve ser assimétrico, com divisão lateral. Na hora de penteá-los, você pode marcá-los com ondas que acompanham o formato da cabeça ou com volume. Para destacar as ondas, marque os cabelos com pinças metálicas e depois passe um pente fino. Você também pode deixar as madeixas soltas. Para isso, use um spray com brilho nas áreas próximas à raiz e finalize com spray de textura mate (opaca) nas pontas.

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Onde e como trabalharVimos na Unidade 2 que existem diferentes locais onde o cabe-leireiro pode trabalhar: salões de beleza, centros de estética, teatros, estúdios de TV etc. Não custa lembrar que esse profis-sional também pode atender em domicílio.

Nesta unidade vamos examinar cada uma dessas possibilidades para que você possa esclarecer suas dúvidas e buscar a forma de trabalho mais conveniente neste momento de sua carreira.

Empregado assalariado

O empregado assalariado é aquele que trabalha contratado por outra pessoa ou por uma empresa.

Em geral, quando nos referimos a trabalho assalariado, pensamos em um emprego formal, pois é registrado na Carteira de Traba-lho, com direitos sociais garantidos (férias, 13o salário, licenças em caso de doenças ou maternidade/paternidade, aposentadoria, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço etc.) e benefícios como vale-transporte e vale-refeição.

Acompanhe, a seguir, a trajetória de uma profissional contratada.

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Mônica Aguirre, hair stylist

Meu nome é Mônica, tenho 30 anos e cresci dentro de um salão de beleza, pois sou filha de uma cabe-leireira. Comecei a trabalhar como maquiadora aos 12 anos. Na época, também ajudava a aplicar colo-ração nos cabelos das clientes.

Minha mãe tinha um salão pequeno e com pouca infraestrutura, mas era apaixonada pela profissão e progrediu bastante. Quatro anos depois ela de-cidiu mudar-se para fora do estado e eu resolvi atuar na área de promoções e eventos. Numa des-sas ocasiões, meu trabalho chamou a atenção de um fabricante de cosméticos – que me contratou para fazer diagnóstico capilar de suas clientes.

Passei a visitar os maiores salões de São Paulo, onde indicava o melhor tratamento para cada tipo de cabelo. Fiquei muito feliz porque, aos 17 anos, eu já ganhava quase R$ 2.000 por mês e novas oportunidades começaram a aparecer.

O fato de ser dinâmica e comunicativa me ajudava no trato com o público e também com as vendas. Meu bom desempenho gerou convites de trabalho em salões renomados. Aceitei uma proposta para ser colorista em um grande e famoso salão que só contrata os melhores em suas especialidades. Ape-sar de ser uma jovem inexperiente, ganhei uma grande chance de um cabeleireiro famoso que viu em mim uma profissional promissora.

Treze anos atrás, um colorista ganhava cerca de R$ 5.000 naquele salão. Conheci cabeleireiros que chegavam a embolsar mensalmente 9 vezes essa quantia.

Passei a fazer vários cursos ligados à colorimetria (meu patrão pagou quase todos). Isso é importante, pois para ser um grande profissional você precisa conhecer e entender profundamente seu trabalho.

Trabalhei ali durante um ano e meio e fiquei seis meses em outro salão importante na cidade. Quan-do saí, queria me atualizar ainda mais e frequentei cursos de corte, penteado, visagismo e muitos outros.

Nas horas vagas eu ia a orfanatos e centros de ca-ridade onde cortava de graça os cabelos de pesso-as carentes. Sabia que, com isso, ajudava quem não podia pagar pelo serviço e aproveitava para ganhar agilidade, autoconfiança e prática.

Depois fiz teste numa rede de 17 salões que mais tarde se desmembrou e é onde trabalho há uma década.

Sofri muita discriminação por parte dos colegas por causa da minha pouca idade. Mas superei as difi-

culdades com vontade e competência, conquistan-do a confiança e o respeito de todos. Durante os últimos dez anos passaram por mim vários auxilia-res. Fico feliz por ter formado a maioria deles na função de cabeleireiro.

Já participei de eventos importantes, tais como os programas de TV Bom Dia Mulher e SuperPop. Ganhei vários prêmios como Cabeleireira do Ano e recentemente voltei da Europa, onde dei curso de megahair.

Hoje chego a faturar cerca de R$ 20.000 por mês no salão e tenho uma boa renda extra, fruto da distribuição de produtos cosméticos e da exportação de material para escova progressiva para a Espanha, Portugal e França.

Para mim isso tudo é só o começo. Tenho mui-to a aprender. Ser hair stylist é como ser um relógio: a gente não pode parar nunca.

Mônica Aguirre: “Nas horas vagas, cortava cabelos de graça”

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Atividade 1Pensando no Trabalho assalariado

1. Você já passou por uma ou mais experiências de trabalho assalariado? Nesse caso, o empregador fez um registro na sua Carteira de Trabalho? Como o seu paga-mento era feito? Você teve férias? E 13o salário? Precisou se ausentar por problemas de saúde? Como foi?

2. Em silêncio, reflita por cerca de 10 minutos sobre essa experiência, procurando lembrar os detalhes. Se quiser, anote os aspectos que considerar mais importantes.

3. Agora se organize com colegas num grupo de cinco pessoas. Cada um vai relatar a própria experiência como empregado assalariado, falando sobre o que gostava e o que não gostava nesse tipo de trabalho.

4. Ainda em conjunto vocês irão produzir um cartaz com os seguintes conteúdos:

Nossa experiência de trabalho assalariado

Aspectos positivos Aspectos negativos

Cada grupo deve apresentar suas conclusões para a classe a fim de promover uma discussão a respeito.

Independentemente da experiência de cada um ter sido mais ou menos positiva, ser empregado assalariado é uma excelente opção, desde que venha acompanhada de registro na Carteira de Trabalho. Isso porque o profissional tem mais garantias e caso seja demitido terá direitos que podem lhe assegurar algum rendimento até obter outro emprego.

Lembre-se: só quem possui registro em carteira pode usufruir do seguro-desempre-go e participa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) –, esse benefí-cio pode ser sacado pelo trabalhador, por exemplo, para compor o financiamento da casa própria. Embora isso tudo esteja estabelecido nas leis que regulamentam as relações de trabalho, ainda há muitos empregadores que contratam profissionais sem registrá-los. E quando o empregado trabalha sem estar registrado, as principais vantagens de ser assalariado são perdidas. O trabalhador sempre tem a opção de

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acionar a Justiça e exigir seus direitos, provando que exer-ceu determinada função por certo período.

O empregador e o empregado devem recolher a contri-buição previdenciária – feita ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) –, que garante ao empregado o direito de receber um auxílio em caso de doença ou de acidente de trabalho, entre outros benefícios, além de assegurar sua aposentadoria, o que é de fato a “devolução” do imposto recolhido durante a vida de trabalho.

Nunca é demais lembrar: embora, às vezes, seja difícil lidar com horários fixos e submeter-se ao controle exagerado de certas chefias, a forma ideal de trabalho é sempre aquela que garante os direitos do profissional. Entretanto, tal realidade não está disponível para todos e, muitas vezes, as pessoas desistem dessa opção por não conseguir uma vaga.

O emprego assalariado também garante a representação da categoria profissional por um sindicato. Sindicatos são entidades de classe responsáveis por defender os direitos dos trabalhadores e zelar por eles. Questões como assédio moral (estudadas no tema “Saúde e segu-rança do trabalhador” no Caderno do Trabalhador 6 – Conteúdos Gerais) são reportadas ao sindicato. Os sindicatos existem porque muitos trabalhadores de uma determinada categoria passam pelos mesmos problemas e, unidos, são mais fortes para negociar com os patrões do que sozinhos. Alguns sindicatos brasileiros, na atua-lidade, lutam por uma jornada de trabalho menor sem redução dos salários, o que pode permitir a contratação de mais profissionais.

Vamos falar agora sobre a remuneração de um cabelei-reiro que esteja atuando como empregado assalariado em um salão de beleza.

O piso salarial para cabeleireiro no estado de São Paulo passou a ser de R$ 570 em abril de 2010, conforme definido na Lei Estadual 13.983, de 10 de março do mesmo ano.

IMPSer registrado pelo salário

mínimo da categoria, e não pelo total dos rendimentos, tem

muitas repercussões (no valor da aposentadoria, por exemplo). Se você passar a vida contribuindo

sobre um salário mínimo, terá direito a receber somente esse

valor mensalmente ao se aposentar. O mesmo vale para o 13º salário, além do cálculo das férias e de 1/3 constitucional sobre ele. O

ganho mensal total de quem trabalha por comissão é maior, mas

não serve de base para nenhum cálculo de direitos trabalhistas.

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É comum, no caso dos profissionais que trabalham em salões de beleza (cabeleireiros, manicures, depiladores etc.), o empregador fazer o registro na Carteira de Tra-balho do empregado com o piso salarial, mas pagar, além do salário fixo, uma comissão baseada nos serviços que ele executar. O valor da comissão varia bastante confor-me o lugar. Ela pode ir de 15% a 60% desse total, con-forme a regra estabelecida em cada salão.

Embora o montante recebido pelo empregado no final do mês seja maior, essa forma de pagamento não é muito justa, pois o empregado acaba por trabalhar muito mais, às vezes sem pausas para descanso, a fim de aumentar seus ganhos.

Atividade 2Como CalCular sua Comissão

1. Vamos relembrar como calcular porcentagem, por meio de uma atividade.

Imagine que, num dia de trabalho no salão, você reali-zou dois cortes de cabelo, uma tintura simples e duas lavagens com escova.

Ao conferir a tabela abaixo dos preços do salão...

Tabela de preços

Serviço Preço

Corte R$ 35,00

Tintura/Coloração R$ 50,00

Escova R$ 24,00

...você descobre que o proprietário receberá R$ 168.

Ou seja:

R$ 70 (R$ 35 x 2) + R$ 50 + R$ 48 (R$ 24 x 2)

2. Sabendo que você receberá 40% desse valor, calcule, com um colega, quanto vai ganhar nesse dia.

DICAVocê se lembra de como

calcular porcentagem? Esse assunto foi abordado no tema “Fazendo contas” no Caderno do Trabalhador 3 – Conteúdos Gerais. Retome esse material

e procure o tópico sobre “regra de três”. Essa é a forma mais fácil de calcular porcentagem.

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Trabalhando como autônomo

Seja por dificuldade em arrumar emprego ou por acredi-tar que é melhor, há trabalhadores que preferem se orga-nizar e trabalhar por conta própria, como autônomos.

A maior vantagem dessa opção está nos horários flexíveis, sem uma jornada prefixada. O profissional tem mais liberdade para organizar sua agenda de trabalho e sua vida pessoal.

Mas não é tão simples assim. Caso você opte por atender como autônomo em um salão de beleza, certamente terá de determinar com antecedência os dias da semana e os horários em que irá trabalhar.

Se, por outro lado, você optar por atender em domicílio, com hora marcada, precisará se adaptar aos horários dos clientes (e se deslocar até a casa deles). Há clientes que preferem ser atendidos fora do chamado horário comercial: às 7 da manhã, ao meio-dia, depois das 19 horas, aos sábados e domingos etc. É preciso estar disponível e, às vezes, isso significa abrir mão de tempo de lazer com a família e os amigos e trabalhar muito mais do que você gostaria para não perder um cliente.

Além de fazer a própria agenda, nesse tipo de trabalho você estabelece o preço de cada serviço. Isso significa que tudo o que você ganhar irá para o seu bolso.

Mas tome cuidado, pois também é você quem deve arcar com os custos de todo o material utilizado e do transporte. Isso sem contar o tempo de deslocamento de um lugar para outro. Lembre-se de que, enquanto estiver se locomovendo, você não estará atendendo a nenhum cliente. Por isso, cos-tumamos dizer que “a locomoção também tem um custo”.

Então, ao calcular o que vai cobrar por seus serviços, você deve considerar todas as despesas: o material a ser usado, o transporte, o tempo de deslocamento, uma parte dos impostos que você paga etc.

E não se esqueça de considerar o custo do serviço em si. Afinal, seu trabalho também tem um valor, não?

DICAImpostos são custos difíceis de

calcular. Veja quanto você paga de impostos em um mês e divida pelo

número aproximado de clientes que atende no mesmo período.

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Atividade 3Como definir o Preço do serviço

1. Imagine a seguinte situação: você é um profissional autônomo que atende em domicílio e não sabe quanto cobrar para pentear uma cliente que será madrinha de casamento.

Ela pensou em deixar os cabelos soltos, de um jeito simples, mas quer um arranjo que combine com o vestido e que deve permanecer inteiro durante a cerimônia e a festa. Algo mais ou menos assim como o da foto.

A casa da cliente fica a mais ou menos uma hora de ônibus da sua, e ela quer ser atendida às 9 horas da manhã de sábado.

2. Monte agora uma tabela com os gastos que você provavelmente terá para fazer esse atendimento.

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Inclua na planilha seus custos indiretos. Não se es-queça de considerar que, para ir até o local combinado e voltar, você gastará duas horas e, portanto, deixará de atender outras pessoas nesse período.

3. Compare sua planilha com a do colega ao lado e veja se vocês chegaram a valores parecidos.

4. Depois, discuta – com o monitor e os demais colegas da classe – sobre esses procedimentos e os valores a que chegaram.

Outra questão que envolve essa forma de atuação (também conhecida como freelancer) é que nela o prestador de serviços fica descoberto em relação aos direitos garantidos pelo registro em Carteira de Trabalho.

O trabalhador autônomo não está protegido por nenhu-ma lei, diferentemente do profissional que possui registro em sua carteira de trabalho e conta com as garantias da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ele não tem direito a férias, 13o salário, licença-maternidade etc. Quan-to aos benefícios da previdência social, ele pode recolher um valor mensal, como trabalhador autônomo, assegu-rando, dessa forma, sua aposentadoria por idade, ou, em alguns casos, por tempo de contribuição.

Existem quatro espécies de aposentadoria garantidas pela Previdência Social aos seus segurados.

A aposentadoria por invalidez, paga aos beneficiários que sofreram acidente de trabalho e, em razão disso, tornaram-se incapazes de retornar às suas atividades nor-mais, ou àqueles que adquiriram alguma doença que os afastou do trabalho por tempo indeterminado.

A aposentadoria por idade ocorre, em geral, automatica-mente quando o trabalhador-contribuinte atinge determi-nada idade: 65 anos para homens e 60 para mulheres.

A aposentadoria por tempo de serviço é aquela que considera o período de contribuição para o INSS: em geral 30 anos para mulheres e 35 para homens. Essa

Freelancer: Palavra de origem inglesa, define as pessoas que se autoempregam em locais ou trabalham de forma inde-pendente, formando sua pró-pria carteira de clientes, que são atendidos onde desejam.

Custos indiretos: São todas as despesas e os encargos gastos para realizar o traba-lho, mas que não estão dire-tamente relacionados a ele, como locomoção e contribui-ção previdenciária.

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aposentadoria é bastante requerida por pessoas que co-meçam a trabalhar muito cedo. No entanto, nem sem-pre ela é vantajosa, porque quando o seu valor é calcu-lado, desconta-se o chamado Fator Previdenciário, isto é, um percentual relativo aos anos que faltam para completar 60 ou 65 anos de idade.

A aposentadoria especial é aquela reservada há alguns profissionais que exercem atividades em condições de saúde bastante precárias, como mineradores. Os profes-sores também entram nessa categoria. Para se aposentar, esse segurado terá de contribuir por menos tempo, de 15 (mineradores) a 25 anos (professores), e uma vez aposen-tados não podem voltar a exercer a mesma função.

A fim de não ficar totalmente descoberto de seus direitos, o trabalhador autônomo pode se cadastrar como micro-empreendedor individual (MEI). Vamos lembrar como isso funciona. Você pode ganhar, no máximo, R$ 36.000 por ano e não pode ser sócio ou ter participação em outra empresa. Fazendo seu cadastro, você passa a ser, legal-mente, um microempresário, mas é dispensado de pagar os impostos federais. Terá de pagar somente uma taxa mensal fixa – que, em 2010, era de R$ 62,10 para os prestadores de serviços –, a qual garante alguns direitos. Como microempreendedor, você também pode se ins-crever no INSS como contribuinte individual, asseguran-do benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e li-cença-maternidade, entre outros.

Existem hoje muitos trabalhadores que atuam como au-tônomos, mas de maneira informal – ou seja, sem recolher INSS nem se cadastrar como microempreendedor indi-vidual. Nesse caso, nenhum direito lhe será garantido, inclusive os relativos à Previdência Social.

Por isso, se você optar por ser freelancer, não deixe de fazer seu cadastro no MEI.

IMPPara saber mais

sobre como se tornar microempreendedor

e contribuinte individual, consulte os sites

www.portaldoempreendedor.gov.br e www.previdenciasocial.gov.br.

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Abrir seu próprio negócio

Uma terceira possibilidade para atuar no mercado de trabalho é abrir um negócio próprio, no caso, um salão de cabeleireiro.

Esse caminho exige um planejamento cuidadoso e bastante organização.

Há muitas pessoas que abrem pequenos negócios e se veem obrigadas a fechá-los pouco tempo depois. Isso geralmente ocorre porque os envolvidos não analisaram bem se aquela era ou não uma boa oportunidade de negócio.

Antes de começar, siga os passos abaixo e responda como é o salão que você preten-de abrir.

• Entre outras coisas, você precisa pensar nas necessidades operacionais: localização (em que bairro ou cidade ele vai funcionar), capacidade de instalação (quantos clientes ele poderá receber), características da vizinhança (qual é o perfil dos moradores e frequentadores da região), disponibilidade de serviços de água, luz, esgoto e telefonia, facilidade de acesso etc.

• Você precisa analisar o bairro e a cidade em que você mora a fim de verificar se há muitas pessoas ou empresas executando os mesmos serviços que você pretende oferecer. Às vezes, montar um negócio próximo de outro semelhante não é ruim. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existe uma rua onde há várias lojas que

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vendem lustres e equipamentos de iluminação. Nesse tipo de lugar, conhecido como “rua temática”, os con-sumidores encontram várias opções de um mesmo produto, com modelos e preços diferentes, tudo numa só área. Mas também há casos em que dois negócios semelhantes muito próximos um do outro podem sig-nificar prejuízo. O jeito é pesquisar. Procure identificar o melhor lugar para atender essa clientela. E não deixe de verificar o valor do aluguel do espaço em que você deseja montar seu salão.

• Escolha o local conforme o perfil da clientela e o seu projeto pessoal. Uma dica é buscar locais de grande movimento, de preferência em áreas que concentram lojas de moda feminina.

• Verifique se a região possui boa oferta de transporte pú-blico, se é de fácil acesso e se há estacionamento próximo.

• Evite lugares sujeitos a inundações ou zonas de risco. Verifique se o imóvel está legalizado e regularizado junto aos órgãos públicos municipais.

• Veja se as atividades a serem desenvolvidas no local respeitam a lei de zoneamento do município. Verifique também se os pagamentos do IPTU se encontram em dia e se é necessário licenciar as placas de identificação do estabelecimento.

• Providencie a licença de funcionamento e o alvará da em-presa, documentos expedidos pela autoridade sanitária.

Não menos importante é refletir sobre suas caracterís-ticas pessoais e questionar: “Você tem vontade de ad-ministrar um negócio?”.

Afinal, o dono de um salão de cabeleireiro não pode ficar apenas atendendo os clientes, pensando em pen-teados bonitos e os executando, pesquisando novas técnicas para trabalhar. Ele também precisa aprender a planejar o trabalho do salão, acertando agendas e horários; pesquisar preços; comprar produtos; calcular

DICAVocê vai precisar de um capital

inicial (recursos financeiros) para abrir seu salão. Móveis, aluguel e

reforma do local, produtos e equipamentos são custos cujo

retorno pode levar algum tempo.

IMPSe você optar por abrir

um negócio próprio, poderá recorrer ao Banco do Povo

Paulista, que oferece empréstimos a baixas taxas de juros, inferiores àquelas

praticadas pelos bancos privados. Procure o Banco do Povo

Paulista em sua cidade (ele geralmente fica no PAT –

Posto de Atendimento ao Trabalhador) e informe-se

sobre essa possibilidade.

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gastos e ganhos; negociar o preço do aluguel, entre outras atividades. E isso não é pouca coisa.

Pense em tudo isso, questione-se e responda com honestidade: “Quero trabalhar por conta própria?”, “Sou capaz de me manter tranquilo sabendo que tenho várias decisões a tomar ou isso vai atrapalhar meu desempenho profissional?”.

Estas são algumas das questões que podem ajudá-lo a decidir se deve ou não montar seu negócio.

P – Qual o seu nome e o que você faz?

R – Meu nome é Solange Lopes Miranda e sou proprietária de um salão de beleza de pequeno porte no Bairro Morumbi há 4 anos.

P – Qual sua idade?

R – 51 anos.

P – Como você entrou para o ramo?

R – Era secretária executiva. Ao deixar a empresa, recebi uma quantia. Eu era clien-te desse salão, e a proprietária o estava vendendo. Então resolvi investir, porque sempre gostei da área de beleza.

P – Quais os serviços que você oferece no seu salão?

R – Cabelo, maquiagem, manicure, pedicure e depilação.

P – Quantos empregados você possui?

R – Tenho cinco: um cabeleireiro e maquiador, um assistente e três manicures e pedicures que são depiladoras também.

P – Quais dicas você daria para uma pessoa ter sucesso nessa área?

R – Na minha opinião, deve haver harmonia entre mim e meus funcionários, além é claro de eu sempre procurar oferecer um atendimento de qualidade aos clientes.

P – O que é preciso para ser uma proprietária de salão de beleza?

R – Você deve conhecer seu público-alvo: gostos, estilos e situação financeira; você tem que ser comunicativa, gostar de interagir com as pessoas e saber liderar seus funcionários, sem arrogância, controlando horários e outros problemas que possam surgir relacionados a ele. Ter tempo disponível para se dedicar ao seu trabalho tam-bém é essencial, além de gostar do que faz.

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P – Quanto você investiu para comprar o salão?

R – Há quatro anos, eu investi R$ 35.000.

P – Quantos atendimentos você faz por dia?

R – Faço uma média de 15 atendimentos por dia.

P – Quanto você consegue tirar por mês, depois de pagar os salários, as comissões e todas as despesas do salão?

R – Uma média de R$ 7.000 líquidos.

Atividade 4Pense sobre suas CaraCTerísTiCas

Pessoais

Imagine-se dono de um salão de beleza. Entre suas características, quais podem ajudá-lo ou atrapalhá-lo nesse processo?

Podem ajudar Podem atrapalhar

Exemplo: Gosto de fazer compras de produtos de beleza.

Exemplo: Não gosto de acordar cedo. Prefiro trabalhar no período da tarde e da noite.

DICAEsse assunto foi abordado em

“Trabalhar por conta própria” no Caderno do Trabalhador 4 –

Conteúdos Gerais. Retome o tema se você quiser se aprofundar nessa

possibilidade de trabalho.

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Releia o quadro com atenção. Há muitas características que podem atrapalhá-lo? É possível mudar essa situação? Como?

Quando você for decidir qual caminho seguir, poderá extrair dessas respostas dados importantes sobre si mesmo que irão ajudá-lo.

Vamos agora para a segunda etapa: a elaboração de um plano de negócios.

Atividade 5monTando seu negóCio

Nesta atividade, você responderá a um conjunto de questões que irão ajudá-lo a detalhar como será o seu negócio. Ele tem possibilidade de dar certo?

Algumas perguntas são simples, outras nem tanto. Responda a todas elas. Se preci-sar, peça ajuda ao monitor e ao restante da turma.

Trabalhe com um colega para que vocês possam auxiliar um ao outro. Entretanto, cada um deve escrever suas próprias respostas no caderno, pois o plano é individual.

1. O que eu pretendo fazer ou produzir? Desejo um espaço onde trabalhem somente cabeleireiros ou um salão de beleza com profissionais de outras áreas (maquiadores, manicures, depiladores etc.)? Um negócio onde eu trabalhe sozinho ou com outros profissionais? Se forem vários profissionais, eles serão meus sócios ou empregados?

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2. Como cheguei a essa ideia?

3. Verificando se conheço bem a atividade em que pretendo atuar:

a) Além daquilo que estou aprendendo neste curso, o que mais eu sei sobre o assunto?

b) O que me falta conhecer?

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4. Qual será o nome da empresa (razão social e nome fantasia)?

5. Onde será o meu salão? Em que bairro ou cidade?

6. Quem serão meus clientes?

a) Atenderei somente mulheres ou também homens?

b) Meus clientes serão pessoas com renda alta, de modo que poderei cobrar mais pelo serviço, ou pessoas com renda média ou baixa?

DICARazão social é o nome pela

qual a empresa será registrada.Ele é único para cada empresa

e a diferencia de todas as outras. A razão social é diferente do nome comercial que você vai

escolher para o seu salão. Esse nome comercial é como

a empresa vai ser reconhecida pelo público e também é

chamado de nome fantasia.

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7. Que serviços serão oferecidos pelo salão? Corte, tintura, alisamento, escova pro-gressiva? O que mais?

8. Conheço todos os materiais e instrumentos de que vou precisar?

9. Começarei meu negócio sozinho ou precisarei da ajuda de outras pessoas? Nesse caso, de quem?

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10. Quem serão meus concorrentes?

a) Trata-se de locais de porte pequeno, médio ou grande?

b) Qual o tipo de serviço e a qualidade que eles oferecem?

11. Quem serão meus fornecedores?

a) Sei onde vou comprar os materiais e instrumentos necessários para começar meu negócio?

b) Onde comprarei o material de que vou precisar no dia a dia? Sei qual é a relação entre a qualidade do produto que vou comprar e o valor que posso cobrar dos clientes?

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12. Quanto vou gastar para montar meu negócio? E para mantê-lo?

13. Considerando esses gastos, vou precisar de financiamen-to ou empréstimo bancário para começar meu negócio?

a) Posso recorrer ao Banco do Povo Paulista? Quais são os documentos necessários?

b) O que vou comprar com esse dinheiro?

IMPAo realizar seus cálculos, inclua o valor do aluguel, dos móveis, dos instrumentos, dos produtos, da

energia elétrica, da luz, do telefone e, se for o caso, da

contratação e dos salários de profissionais que trabalharão

com você.

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14. Como vou divulgar meu negócio?

a) Meus amigos podem me ajudar a fazer propaganda?

b) Meu bairro possui uma associação? Posso contar com ela? Como faria essa parceria?

c) Tenho recursos para produzir um panfleto impresso?

d) Vale a pena anunciar na internet?

Talvez a parte mais complicada da elaboração desse plano seja calcular os gastos iniciais que você terá e quanto irá custar a manutenção do negócio no dia a dia.

É preciso também estimar seu fluxo de caixa mensal – isto é, a quantidade de procedimen-tos que você imagina que irá atender –, a fim de calcular o faturamento mensal (a entrada de dinheiro) e verificar se ele é maior do que os custos de manutenção (a saída de dinheiro).

Em qualquer dos casos é preciso lembrar que trabalhar como autônomo ou montar seu negócio tem custos bem diferentes.

Para montar o próprio negócio os gastos iniciais e de manutenção podem ser bem altos. Você precisará, por exemplo, considerar as despesas com aluguel do imóvel, energia elétrica e água. O gasto com impostos e taxas também será maior do que se você trabalhar como autônomo ou assalariado.

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Esse levantamento permitirá que você calcule quanto cobrar por seus serviços para que o negócio valha a pena.

Se você descobrir que, para ter lucro, terá de cobrar mais do que outros profissionais dessa área, será necessário mudar seu plano de negócios ou procurar outra forma de se inserir nesse mercado.

A esta altura, você já pensou um pouco mais sobre que caminho seguir. Que tal discutir suas ideias com a classe?

Atividade 6Coloque suas ideias em disCussão

Resuma em um cartaz o que você pensou e exponha suas ideias para os colegas. Se você cogitou ser assalariado ou autônomo, explique o porquê dessa decisão. Se optou por montar um negócio, exponha seu plano de negócios. Essa decisão é fundamen-tal para que você organize os próximos passos na profissão: escrever um currículo, preparar-se para entrevistas (trabalho assalariado), comprar material, conquistar uma clientela (trabalho autônomo), fazer cálculos, buscar financiamento (montar negócio próprio) etc.

Independentemente do caminho escolhido, ouça as sugestões dos colegas e do mo-nitor, pois isso poderá ajudá-lo no futuro.

Depois preste atenção às apresentações do restante da turma e busque contribuir, da melhor forma possível, com as ideias de cada um.

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unida d e 11

revendo meus conhecimentosEstamos chegando à reta final dessa etapa na construção de sua nova profissão.

Esse é um momento de balanço, de rever e reavaliar o portfólio que fez na Unidade 3 do Caderno 1 e o quadro em que listou suas facilidades e dificuldades ao aprender procedimentos na área de cabeleireiro.

Vamos voltar ao documento do Ministério do Trabalho e Em-prego, a CBO, de que falamos na Unidade 2. Com base na descrição das atividades de cabeleireiro, verifique os aspectos que você aprendeu durante o curso e outros que precisará retomar em casa, informando-se pela internet e por meio de livros espe-cializados ou mesmo fazendo outros cursos.

DICAA CBO, como vimos, é um

documento oficial do Ministério do Trabalho e Emprego que informa todos os empregadores sobre os

conhecimentos que cada profissional deve ter.

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Atividade 1 minha nova Profissão

Veja as atividades listadas abaixo e reflita sobre elas. Depois assinale com um X os quadrados correspondentes às técnicas que você já domina ou que precisa desenvol-ver melhor.

Atividade Sei fazer bem Preciso aprender/estudar

Colorir e descolorir cabelos

Fazer reflexos e luzes

Escovar cabelos

Demonstrar senso estético

Consultar revistas especializadas

Assessorar sobre tendências da moda

Indicar o corte certo para cada cliente

Aplicar técnicas afro para corte e penteado

Cuidar da aparência pessoal

Demonstrar criatividade

Agora que você refletiu sobre seus novos saberes, está na hora de reelaborar seu currículo na sala de informática.

De posse do modelo de currículo que analisou no Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais, vamos refazer o seu.

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1. Dados pessoais

Nome:

Endereço:

Telefone:

E-mail:

No Word, com auxílio da ferramenta “inserir tabela”, você pode deixar seu texto bem alinhado e com uma boa apresentação. Se preferir, torne invisíveis as linhas divisórias: basta selecionar toda a tabela e clicar sobre o botão “sem bordas” ou entrar em “formatar”, depois em “bordas e sombreamento” e escolher “bordas – nenhuma”. Se for o caso, peça ajuda ao monitor.

2. Escolaridade

[indique aqui seu grau de escolaridade]

3. Cursos de qualificação profissional Curso de maquiador

Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, certificado por ________________ [nome da instituição em que fez o curso].

4. Conhecimentos na área de cabeleireiro

a. Cortes femininos.

b. Colorimetria.

c. Escova.

d. Penteados.

5. Experiência profissional[Relacione a experiência profissional que já teve até hoje, dando destaque à área para a qual está se candidatando.]

Pronto! Com seu currículo bem organizado, você estará apto a buscar seu lugar no mercado de trabalho como um profissional da área de imagem e beleza.

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resumo das etapasNos dois cadernos relativos a essa ocupação, estudamos diferen-tes aspectos sobre as várias funções do cabeleireiro: colorir e cortar os cabelos, cuidar deles, entre outras atividades.

Nesta unidade, temos um resumo do que vimos. O objetivo é que ele sirva de guia prático para seu início de carreira. Com esse objetivo, escolhemos como exemplo a preparação de uma noiva.

Isso porque atender a uma noiva costuma exigir que se coloque em prática todas as etapas do trabalho do cabeleireiro: analisar o evento, o horário, o tipo de vestido, quantas horas irá demorar a cerimônia, se haverá festa, entre outras situações. Todos esses dados são necessários para planejar adequadamente seu trabalho e o atendimento à cliente.

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Etapa 1 – Análise dos cabelos

Eles precisam de técnicas de hidratação? De relaxamento?

É aconselhável que esse tipo de procedimento seja feito com uma semana ou duas de antecedência em relação à data do casamento.

Etapa 2 – Coloração dos cabelos

Qual será a cor dos cabelos durante o evento? A orientação é a de que a noiva seja discreta e opte por tons naturais. Caso ela escolha usar mechas, faça reflexos alguns tons abaixo da cor natural dos cabelos, a fim de oferecer apenas uma luminosidade aos fios. Nada de excessos nesse momento.

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Etapa 3 – Corte dos cabelos

Decidir o corte está relacionado aos acessórios escolhidos para a ocasião. Evite gran-des transformações nesse momento. Um corte das pontas será suficiente para dar leveza ao penteado e, ao mesmo tempo, oferecer um ar saudável aos fios, pois retira as pontas duplas ou danificadas por produtos utilizados anteriormente.

A coloração pode ser feita no dia – se houver tempo – ou na semana anterior ao casamento. Se o cabelo for tingido com muita antecedência, corre-se o risco de a raiz crescer e ficar em evidência.

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Etapa 4 – Penteado

Essa é a fase da preparação que mais depende das outras etapas. Independentemen-te de se tratar de um penteado preso ou solto, tenha em mente que ele deve ser impecável e precisa permanecer intacto por várias horas. Portanto, a aplicação de spray para fixação (sem exageros) não pode ser deixada de lado.

Além disso, é importante que o estilo do penteado seja condizente com o estilo do vestido escolhido.

Vestido sereia

Um vestido de noiva no modelo sereia pede cabelos soltos, com volume, num estilo bem sexy.

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Vestido romântico

Um vestido em estilo romântico pede, se possível, cabelos cacheados ou presos com leveza e detalhes delicados. Nenhum exagero pode ser cometido nesse estilo de noiva. As cores são todas naturais, desde a tonalidade dos cabelos até a maquiagem.

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Vestido clássico

O traje clássico permite um pouco mais de flexibilidade na escolha do penteado. Pode ser um corte chanel com uma escova bem-feita, por exemplo. Um coque tam-bém vai bem com esse estilo, principalmente se ele for baseado nos anos 1960, adornado com uma tiara, o que confere um charme extra ao conjunto.

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Chegamos ao final do curso esperando que ele tenha sido um passo importante para a sua profissionalização e que este seja o primeiro de uma série de outros cursos que você fará a fim de aprender ainda mais, não somente sobre a sua área de trabalho, mas também em relação ao mundo à sua volta.

Que tal encerrar apreciando uma canção de Zeca Baleiro?

Salão de beleza

Zeca Baleiro

Se ela se penteia / Eu não sei!

Se ela usa maquilagem / Eu não sei!

Se aquela mulher vaidosa

Eu não sei! / Eu não sei! / Eu não sei!

Vem você me dizer / Que vai num salão de beleza

Fazer permanente / Massagem, rinsagem, reflexo

E outras “cositas más”... (2x)

Oh! Baby você não precisa / De um salão de beleza

Há menos beleza / Num salão de beleza

A sua beleza é bem maior / Do que qualquer beleza

De qualquer salão... / Baby você não precisa

De um salão de beleza / Há menos beleza

Num salão de beleza / A sua beleza é bem maior

Do que qualquer beleza / De qualquer salão...

Mundo velho / E decadente mundo

Ainda não aprendeu / A admirar a beleza

A verdadeira beleza / A beleza que põe mesa

E que deita na cama / A beleza de quem come

A beleza de quem ama / A beleza do erro

Puro do engano / Da imperfeição...

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Vem você me dizer / Que vai num salão de beleza

Fazer permanente / Massagem, rinsagem, reflexo

E outras “cositas más”...

Baby você não precisa / De um salão de beleza

Há menos beleza / Num salão de beleza

A sua beleza é bem maior / Do que qualquer beleza

De qualquer salão... (2x)

Mundo velho / E decadente mundo

Ainda não aprendeu / A admirar a beleza

A verdadeira beleza / A beleza que põe mesa

E que deita na cama / A beleza de quem come

A beleza de quem ama / A beleza do erro

Puro do engano / Da imperfeição...

Belle! Belle! / Como Linda Evangelista

Linda! Linda! / Como Isabelle Adjani... (3x)

Veja como vem! / Veja bem!

Veja como vem / Vai! Vai!

Vem! Veja bem! / Como vai! Vem!

Veja como vai! / Veja bem!

Veja bem como vem! / Vai! Vem!

Se ela vai também! / Aí! Bela Morena

Aí! Morena Bela / Quem foi que te fez tão formosa?

És mais linda que a rosa / Debruçada na janela... (2x)

© Ponto de Bala (Universal Publishing)

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Referências bibliográficas

ROTH, Philip. A humilhação. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

BIONDO, Sonia; DONATI, Bruno. Cabelo - Cuidados básicos, técnicas de corte, coloração e embelezamento. Rio de Janeiro: Senac, 2009.

MALAGOLI, Marisa. La coiffure dans l’histoire. Paris: Charme, 1980.

AUDRAN, E.; DUCHESNE, I.; LEBOZEC, C. La couleur. Paris: Jacques Lanore, 2006.

PHILIPPE, A; et al. La coupe. Paris: Jacques Lanore, 2006.

Sites

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (normas para registro de cosméticos)www.anvisa.gov.br

Banco do Povo Paulistawww.bancodopovo.sp.gov.br

Classificação Brasileira de Ocupaçõeswww.mtecbo.gov.br

Mario Prata (escritor)www.marioprataonline.com.br

Ministério da Saúde (definição e prevenção do câncer)www.saude.gov.br

Portal do Empreendedorwww.portaldoempreendedor.gov.br

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v i a r á p i d a e m p r e g o

Escova: técnicas e dicas

A mensagem dos cortes de cabelos

A arte de pentear

Onde e como trabalhar

Revendo meus conhecimentos

Resumo das etapas

www.viarapida.sp.gov.br