Caderno de Produção e negócios

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NEGÓCIOS PRODUCÃO & ANO 1 - NÚMERO 17 RIO BRANCO, DOMINGO, 13.05.2012 mães o ano inteiro

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Producao e negocios

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ANO 1 - NÚMERO 17RIO BRANCO, DOMINGO, 13.05.2012

mãeso ano inteiro

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Juracy Xangai

Em meio a ba-lões, enfeites brilhantes e outros acessó-

rios para festas, Simone Cas-troleme Alves vai tocando seu negócio sem descuidar do filho que hoje tem dez anos de idade. “É muito le-gal ser mãe e tocar um negó-cio. No começo, quando ele era pequeno, era bem mais complicado, mas a gente vai

aprendendo no dia a dia até conseguir dividir um pouco do tempo para cada coisa e, às vezes, todas as coisas ao mesmo tempo”, diz ela.

Simone começou seu ne-gócio há 25 anos. A loja Em Ritmo de Festa, que sempre funcionou na Rua Rio de Janeiro, em frente ao posto Texaco do bairro Abrahão Alab, foi a realização de um sonho de menina. “Desde pequena eu sempre estava fazendo alguma coisa para

ter meu próprio dinheiro. Vendia mel de abelha, de-pois roupas e cosméticos, então foi assim que comecei a fazer negócios até criar a loja, alugando enfeites para festas infantis. Confesso que não foi fácil, trabalhei fa-zendo vendas de porta em porta para sustentar a loja, que no começo tinha pou-cos clientes, então tinha de me virar mesmo, mas Deus reconheceu minha fé, cora-gem e persistência e fomos

crescendo aos poucos”, co-memora.

Hoje ela confessa que se ficar em adoece. “Tenho de estar fazendo alguma coisa, pois considero que já nasci no comércio. Vender e aten-der as pessoas é o que eu gosto de fazer. Durante estes 25 anos de trabalho eu vivi momentos muito bons, mas também dei cada tropeço que me deixou em situação bem complicada. Algumas pessoas me aconselharam a

fechar a loja, mas eu persisti, hoje avalio que valeu mes-mo a pena, as noites inteiras preparando decoração para fazer a alegria das pessoas”, conta.

Cinco anos depois de montar a loja, Simone ca-sou-se com Cláudio. Ele sur-giu em sua vida para apoiar o negócio que a partir daí ganhou mais impulso, di-versificou suas atividades e continua crescendo junto com a família.

Simone fez do negócio um modo de vida da família

Em ritmo de festaA vida pode ser uma festa quando o trabalho é organizar aniversários, casamentos e

comemorações de datas importantes para as pessoas; mas dá trabalho

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A brancura dos vestidos com seus brocados e brilhos que

encantam os olhos das jovens casadoiras fez a decorado-ra Jorgenete Freitas de Sena construir, a partir do ano 2000, seu negócio de família iniciado pela sogra, que já costurava e vendia os vestidos de noiva há muitos anos.

“Quando me casei traba-lhava como decoradora. Já mi-nha sogra sempre fez vestidos de noiva para vender. Nessa

época alguns casais começa-ram a pedir para que ela alu-gasse os vestidos porque nem todos podiam comprá-los, então ela decidiu fazer alguns para alugar e o negócio deu certo. Como ela só trabalhava com roupas femininas, nós a incentivamos a conseguir al-guns ternos para alugar. Logo ela teve um problema de saúde e eu passei a ajudar no negócio, então foi a partir do ano 2000 que surgiu a Rose Ateliê e aos poucos fomos acrescentando novos serviços para atender as

necessidades dos casais”, ex-plica Jorgenete.

Nesse meio tempo foram nascendo os filhos Moacir, Joel e Ângela, que participam ativamente das atividades no ateliê. “Aqui cada um ajuda como pode porque além de vender e alugar vestidos de noiva e ternos completos, nós também preparamos a decora-ção das festas, fazemos convi-tes, lembrancinhas e buquês, além de arranjos e roupas para as damas de companhia”, diz.

Uma das mais animadas é

Ângela, a filha mais nova. Ela faz questão de ajudar na pre-paração das noivas, cuidando dos cabelos e da maquiagem. Muito interessada, ela estuda o assunto e já atua como verda-deira profissional na atividade, diz a mãe coruja.

Jorgenete lembra, emocio-nada, que quando Ângela tinha apenas dois anos de idade, ela a procurava pela loja e ia en-contrá-la enfiada embaixo dos vestidos de noiva a arrumar pregas e dobrinhas, querendo ajudar a deixar tudo mais bo-

nito. “Este é um trabalho que exige muita dedicação porque é preciso aprender a entender o que os noivos querem e aten-der as suas expectativas. Vale a pena, principalmente porque tenho meus filhos sempre per-to de mim, participando dos trabalhos e querendo aprender mais. Este Dia das Mães vai ser muito especial para todos nós porque vamos trabalhar pela manhã organizando uma festa, depois vamos comemo-rar juntos está data na casa da minha mãe”, conclui.

Nete, com os filhos

Joel, Ângela e Moacir:

negócio de família

Em alto estiloUma família inteira se dedica a realizar, em forma de vestidos de noiva, o sonho de futuras mães

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Quem conhe-ce a famosa “Malharia da Japonesa”, lo-

calizada no Conjunto Castelo Branco, onde Mitsuyo Nishi-zawa lidera 26 costureiras, tal-vez nem se dê conta de que atrás do balcão tem uma mu-lher empreendedora que criou três filhos, dois deles forma-dos em direito e outra que se casou no Japão e hoje mora na Bélgica, mas que depois de criar os filhos e fazer a em-presa crescer cada vez mais, ainda teve fôlego para adotar mais duas meninas. Poucos sabem que a loja não se cha-ma Malharia da Japonesa, mas Malharia Kyomi, a primeira de Rio Branco e que está am-pliando sua área de produção.

“Há pouco mais de 20 anos, o que eu tinha aqui era uma mercearia, mas quando

Mitsuyo, a mãe Ishi, a filha Kiss e trabalhadoras da malharia

Costurandorelacionamentos

veio o congelamento de pre-ços daquele Plano Cruzado, o negócio ficou ruim e eu vi um catálogo de máquinas indus-triais de costura numa revista, então resolvi que iria começar minha malharia. Encomendei uma overlock, uma galonei-ra e uma máquina de estam-par camisetas. Fiquei muito alegre quando as máquinas chegaram, mas logo descobri que, como nunca tinha visto uma máquina industrial, eu não sabia nem colocar a linha na agulha dela. Com uma se-mana aprendi. Telefonei para uma indústria de Santa Cata-rina e pedi que me mandas-sem um monte de retalhos de malha com o nome e o preço para montar um mostruário e poder fazer os pedidos e foi assim que começamos nossa empresa”, ri Mitsuyo, ou sim-plesmente “Maria”, como as

pessoas costumam chamá-la.Vencidas as dificuldades

de treinar mão de obra e do-minar as máquinas, a empre-sa foi evoluindo enquanto os filhos cresciam dentro do negócio. “Muitas vezes eu vi-rava a noite costurando, pin-tando ou bordando e quando a trabalhadora chegava para operar a máquina, eu saía da-qui para dormir das sete às nove horas da manhã e de-pois começar tudo de novo. Minha sorte é ter consegui-do uma pessoa que durante mais de 15 anos cuidou dos meus filhos, mas eles estavam sempre aqui na loja, ficavam brincando entre as máquinas,

Entre uma costura e outra, Mitsuyo criou três filhos e ainda adotou mais duas meninas para alegrar a casa

às vezes iam pra rua com os coleguinhas ou ficavam suji-nhos na calçada em frente à loja. Então algum cliente che-gava e perguntava pras cos-tureiras: “Aqueles meninos são seus?”, e elas respondiam que eram da patroa. Eu ficava com vergonha, mas tinha que trabalhar, né?”.

As encomendas levaram--na a viagens constantes a São Paulo, Santa Catarina e Goiás em busca de malhas, máqui-nas e, principalmente, para espiar o que estavam fazendo por lá e assim ela foi inovan-do e criando novos produtos em seu negócio. Enquanto a empresa crescia junto com

os três filhos Rodrigo, Ana e Kyomi, a filha mais velha foi trabalhar no Japão, onde co-nheceria o marido com quem hoje mora na Bélgica. “Todo fim de ano ela vem aqui me visitar. Ano passado veio no Dia das Mães, foi uma festa. Meus dois filhos estudaram direito, um se formou, ou-tro está se formando, mas já trabalha no Tribunal de Jus-tiça, então adotei mais duas meninas, a Flávia e a Kiss, porque gosto muito de crian-ças. Criança pequena dá um trabalho danado, mas é mais gostoso, depois que crescem somem com os amigos, as namoradas, pronto, a gente fica sozinha de novo. O se-gredo pra educar as crianças é dar liberdade, mas mostrar que tem limites. Se acostumar mal, dá mais trabalho ainda”, ensina Mitsuyo.

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Aos 83 anos, Ishi Nishiza-wa relembra a aventura

de deixar sua terra ao lado do esposo Massashi e seus quatro filhos para vir co-lonizar terras de Senador Guiomard, onde produ-ziriam alimentos para a população. Hoje, 53 anos depois, ela lembra que das 13 famílias que chegaram, só três permaneceram na terra porque o governo brasileiro não cumpriu as promessas feitas a eles e ao governo japonês.

“Sofremos muito por-que prometeram que da-riam a terra e uma casa pronta pra morar. Viaja-mos três meses do Japão pra Belém e mais três até chegar ao Acre, onde só encontramos floresta. Sa-bia que não seria fácil, mas a maior dificuldade era vi-ver sem verduras. Tivemos de pedir para nos enviarem sementes. Algumas produ-ziram, outras não, enquan-to isso a gente pescava e secava peixes para trocar por cebolinha e couve na feira. Meu marido trouxe trator, serras, máquinas de pilar arroz e outros equi-pamentos que tiveram de ser transportados em mais de dez batelões até Rio Branco, onde só tinha um caminhão pra levar tudo pro Quinari. Foi complica-do, até eu ajudei a serrar a madeira com a qual cons-truímos a casa e tudo do sítio”, lembra Ishi.

Os anos foram se pas-sando, a produção aumen-tando. A família plantava feijão, arroz, milho, pimenta do reino e muito café, mas além das dificuldades para escoar a produção, não tinha muita gente para comprar. “Gostavam muito de arroz, mas como a produção não era muito grande, a gente só vendia dois quilos por pessoa, formava aquela fila imensa pra comprar. Plantei couve-flor, eles compravam, comiam a folha e jogavam a flor fora, daí a gente en-sinou que a flor era gosto-sa. Foi assim a nossa vida, aprendendo e ensinando uns aos outros”, recorda ela

Dona Ishi: “Sofremos muito para criar nossos filhos”

Do Japão para o QuinariMatriarca da família Nishizawa lembra a dura viagem do Japão ao Acre e o sofrimento

causado pelas promessas não cumpridas do governo brasileiro

para então revelar: “Meu ma-rido, Massashi, trouxe do Ja-pão um pouco de sementes de amendoim. Nós plantamos e quando a gente colheu, torrou e levou para a feira, as pesso-as não conheciam porque era diferente dos que produziam na região, eles pensavam que era feijão torrado. Como os

caroços eram muito grandes, passaram a chamar de amen-doim-cavalo e assim, sem sa-ber, nós criamos o amendoim do Quinari”, diz ela.

A colônia foi se desen-volvendo enquanto os filhos Mitsuyo, Massait, Iroshy e Luiz iam crescendo. “Na-quele tempo todos ajudavam

nos trabalhos e era mais fá-cil educar os filhos porque eles obedeciam aos pais, nossa maior preocupação era a dificuldade para eles poderem estudar, mas con-seguimos fazer o possível. Hoje Mitsuyo tem uma ma-lharia, outro, a produção de amendoim no Quinari, outro

tem uma distribuidora no Tucumã e outro comprou terra, onde produz gado, peixe e amendoim perto de Brasileia. O Dia das Mães é muito importante pra mim que criei meus filhos no trabalho e hoje tenho orgulho deles”, co-memora.

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MãeNa direção do

e s c r i t ó r i o Despachante e Autoescola

Aquiri, Rúbia Farias foi crian-do relacionamentos profis-sionais que lhe garantiram espaço e destaque num ramo dominado essencialmente por homens, dos quais conquis-tou respeito e companheiris-mo para tocar um negócio que cresce cada vez mais.

“Ser mãe e cuidar de um negócio não é nada fácil. Sempre digo que meus filhos

foram criados pelas secre-tárias porque trabalho meio período no governo e outro meio período no escritório, então meu tempo com as crianças sempre foi à noite e nos finais de semana, mas valeu a pena. Hoje dois são formados em direito e a mais nova está concluindo o cur-so de arquitetura. A empresa cresceu e a família também porque adotei mais dois me-ninos”, comemora Rubia.

Com os três filhos Igor, André e Gabi já encaminha-

dos, agora Rúbia cuida de Leandro e João Victor. “Ter alguém para cuidar das crian-ças enquanto a gente não está em casa é o mínimo. Isto porque o mais importante mesmo é a presença, pois a criança precisa de quem con-verse com eles e as oriente nas suas dúvidas. Por isso é tão importante saber dividir o tempo entre o trabalho e a família”, adverte ela.

Hoje o filho Igor toca a Autoescola Amazônia, que montou em Boca do Acre,

e Gabi, a filial da Autoesco-la Aquiri. “São ótimos filhos empreendedores que apren-deram no trabalho. Assim também é com nossos clien-tes que tiraram carteira aqui e agora trazem seus filhos para a autoescola, porque o im-portante é que somos todos uma grande família.

Quanto ao mundo pro-fissional, ela lembra que de-pois de um difícil começo, foi conquistando amizades e respeito dentro do Detran, com outros despachantes,

concessionárias como a Ci-troen e Ford, e garagens de revenda como a New Car, a Gas Veículos, Fábio Veículos e Comvel. “Também somos credenciados pelos bancos Bradesco e Itaú, então con-quistamos credibilidade no mercado. Agora vamos nos reunir com a criançada para comemorar o Dia das Mães almoçando fora porque eles dizem que pelo menos nesse dia não querem me ver traba-lhando”, diz Rúbia com bom humor.

na direçãoSuperando o desafio de atuar num ramo dominado por homens, Rúbia é despachante desde 1985 e educou os filhos no trabalho

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Rúbia: “No ser mãe, o mais importante é a presença”

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tidos ou compartilhamento de informações; Crescimento dos resultados obtidos; Contribui-ção para o desenvolvimento de outras empreendedoras.

Mais informações pelo site www.mulherdenegocios.sebrae.com.br ou com Maria Vieira na sede do Sebrae de Rio Branco, localizado na rua Rio Grande do Sul ao lado do Clube Sborba, centro da capital.

As equipes de mobilização do prêmio Mulher de Negócios pelo Sebrae vem percorrendo todos os municípios dos vales do Acre e Purus convidando as mulheres empreendedoras para que se inscrevam para contar sua história e assim participar desta premiação e, agora iniciam a campanha de mobilização das empreendedoras dos vales do Tarauacá, Envira e Juruá.

Acreanas se destacam

Desde 2007 as mulheres de ne-gócio acreanas vem se destacando na premiação nacional do Sebrae, iniciando pelos Pequenos Negó-cios, com Maria Noélia Daher de Lima, no ano seguinte Julieta Apa-recida Costa que conquistou me-dalha de prata em nível nacional, depois vieram Íris Tavares da Silva, Karina Santos Bartholo e Maria de Lourdes January. Já na categoria Negócios Coletivos se destacaram Úrsula Mara Silva de Assis Fer-reira, Francisca Rodrigues Souza, odilce Bortoloni Somera e Maria Andrade da Costa, todas medalha de bronze e Terezinha Santana da Silva com o troféu de prata.

E x p E d i E n t E :Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: [email protected]. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para [email protected]. Central de atendimento: 0800-5700800

Quem tem conhecimentovai pra frente!

Juracy Xangai

Diz a sabedoria popular que toda vida daria uma boa nove-

la, e quem dirá da vida daquelas que além de cuidar da casa e dos filhos ainda tocam negócios que olhados bem de perto dão exce-lentes histórias de vidas capazes de causar inspiração na outras pessoas?

Essas heroínas anônimas são mulheres como Maria Andrade da Costa, mãe de três filhos que lidera um grupo de 21 mulheres que desde 21 de janeiro de 2001 ganham dinheiro preparando pratos doces, salgados e quitu-tes pela cooperativa Delícias e Artes da Floresta, a Coopdaf, que tem sua sede na rua Brasi-léia, comunidade Nossa Senho-ra Aparecida na Vila Betel, em Rio Branco.

Mulheres que tem sua capa-cidade e coragem reconhecidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, através do prêmio Se-brae Mulher de Negócios que está com suas inscrições abertas desde oito de março até 31 de agosto. Nele, elas podem contar suas histórias de vida e ser pre-miadas em nível nacional como aconteceu com Maria Andrade, que representando o Acre em 2011 conquistou a medalha de bronze na categoria negócios coletivos.

Mulheres, mães de negócio!Empreendedoras a toda prova, elas cumprem o papel de esposas e mães à frente de empresas

Nela , Maria conta sua his-tória e das demais cooperadas, todas elas ex-alunas de um dos cursos de culinária promovido pela Fundação Bradesco. Ma-ria Andrade é remanescente do grupo de mulheres que no final do ano 2000 foram estimuladas, por Marcondes Montezuma, o diretor da fundação, a formar uma cooperativa para trabalhar juntas.

”Quando terminamos o cur-so, o que a gente sabia era cozi-nhar muita coisa gostosa, estava todo mundo animado para traba-lhar e ganhar dinheiro, até porque estávamos todas desempregadas. A criação da cooperativa foi uma boa solução, com ela nós logo conseguimos contratos para en-tregar marmitas e preparar mui-tas festas, estabelecemos pontos de venda, com isso ganhamos bastante dinheiro. O problema é que o pessoal só queria saber do dinheiro que entrava no bol-so, mas não queriam investir no negócio. Além disso, tivemos problema s na administração dos recursos”. Explica dona Maria Andrade para então complemen-tar: “O problema foi tão grave que as companheiras debanda-ram. Só sobraram Zuleide, eu, a Nega, a Luci e a Marluce, o resto foi embora e eu me encarreguei de fechar a porta da cooperativa, continuamos trabalhando juntas e fomos nos arrastando até que uma nova turma veio reforçar o grupo”.

Hoje, além da cozinha na sua sede, as cooperadas man-têm quiosques de alimentação nos parques do São Francisco e Chico Mendes, além de or-ganização de festas e atender encomendas em toda a Capital. “Nenhuma de nós tem um em-prego de carteira assinada, pois vivemos do nosso trabalho na cozinha, mas isso tem garanti-do a melhoria da nossa vida e dos nossos filhos. Isso que é mais importante pra todas nós mulheres que além de sermos donas de casa, cuidamos de nossos filhos e ainda tocamos um negócio do qual muitos du-vidavam e ainda há quem duvi-de da força que conquistamos à frente de uma cooperativa!”

Maria Andrade conclui ex-plicando que: “A batalha é gran-de, principalmente porque te-mos que dar conta do trabalho sem esquecer a missão de mãe. Para mim ser mãe de verdade é um dom, como é também um dom saber servir e cozinhar como nós fazemos alimentan-do as pessoas. Por isso nosso Dia das Mães vai ser em alto estilo com todas as cooperadas e seus filhos reunidas para fes-tejar juntas esta data que é tão importante para todas nós!”

Conte sua história

Os relatos devem ser inscri-tos com um mínimo de quaren-te e um máximo de cem linhas, já os digitados com um mínimo de quinhentas e o máximo de mil palavras, incluindo o título que serão analisados por uma comissão julgadora e avaliados conforme os requisitos conside-rados mais significantes para a premiação nas três categorias de Pequenos Negócios, Negócios Coletivos e pela primeira vez Empreendedora Individual.

Dentre os requisitos estão a Superação da discriminação à mulher; Visão de futuro; Ideias inovadoras e adaptação às novas tendências; Atuação democráti-ca, transparente, inspiradora e motivadora; Participação ativa nos negócios, perseverança e superação dos desafios; Am-biente participativo e agradável para quem trabalha no seu ne-gócio; Estabelecimento de rela-cionamentos duradouros com os clientes; Preocupação com a preservação do meio ambiente e da cultura da região; Estabe-lecimento de parcerias para o desenvolvimento das atividades; Lições aprendidas por meio de experimentações, erros come-Mulheres empreendedoras acreanas

Maria Andrade da Costa, mãe de três filhos que lidera um grupo de 21 mulheres da Coopdaf