Caderno de seguros 7.pdf

1
J t 'ao. A contenção de encostas é um dos trabalhos de engenharia mais conhecidos, principalmente pf!los acidentes ocorridos . Permeabilidade de um solo Propriedade indicativa do solo de maior ou menor facilidade ao desloca- mento de água, através de seus va- zios. Para o conhecimento do solo é bom saber-se que na execução de estrutu- ras de engenharia dificilmente se che- ga a profundidades superiores a 100 metros, razão pela qual todo o interes- se deve estar voltado para uma cama- da de solo relativamente delgada. Também é bom saber-se que um solo não é uma estrutura homogênea, para a qual deve-se esperar o mesmo desempenho ou resultado. Poressa ra- zão não se deve confiar em análises feitas em alguns pontos concentrados e a uma dada profundidade. Quando se estuda um solo deve-se ter em mente a sua variabilidade de condições, pois ao contrário pode-se ter uma avalanche de sinistros repeti- tivos. Há uma tendência de os sinistros envolvendo obras de fundacões afeta- rem os taludes à borda dás escava- ções. Mas será que sempre ocorre as- sim? A instabilidade das encostas em re- giões como a que temos no Brasil es- tá subordinada a uma série de fatores, quais sejam: 14 rUNfNiG .J . características pluviométricas lo- cais; · topografia natural; . vegetação natural e a existente; . antrópicos; · tipo de solo; . características das estruturas a serem erigidas. Alguns dos movimentos de terra co- nhecidos são: a) Escorregamento (creep) Trata-se da movimenta cão lenta e gradual da camada de solo'superficial ao longo de uma encosta, deslocan- do-se a poucos centímetros por ano. Nas encostas da Serra do Mar, ao lon- go da Rodovia dos Imigrantes, o des- locamento medido foi de 1 cm/30 anos. Os fatores responsáveis pelo "creep" são: o aumento da quantida- de de água no solo, com expansão do volume de massa do regolito seguida de dessecamento após a fase úmida; ação do congelamento e do degelo; dilatacão e contracão alternadas, com formácão de fendilhamentos no solo (suncracks); desmatamentos incon- trolados. b) Solifluxão Trata-se do transporte em massa do regolito, com deslocamentos que não ultrapassam a alguns metros por ano. Os fenômenos de solifluxão não apresentam efeitos topográficos notá- veis, por se desmoronarem lateral- mente em grandes extensões e não sobre depressões longitudinais ou ca- nais, como ocorre com a corrida de la- ma. c) Corrida de lama (mud flow) É o deslocamento encosta abaixo de uma língua de massa detrítica en- charcada de água, movimentando-se rapidamente em leitos ou calhas defi- nidas. Os fatores ocasionadores do fenô- meno são: matéria não consolidada na superfície em grande quantidade; abastecimento abundante e intermi- tente de água; vegetação rala. O fenômeno ocorre periodicamen- te no Rio de Janeiro e Am Niterói, al- cançando extensões que chegam a 100 metros. d) Desmoronamentos Fenômeno de bastante freqüência em regiões de clima quente e úmido, constituindo-se de desprendimentos de massa terrosa relativamente en- charcada em rápidos movimentos descendentes. Os fatores que o provo- cam são: rala cobertura vegetal; en- costas com caneluras profundas; des- calcamentos laterais. é) Deslizamentos 1

Transcript of Caderno de seguros 7.pdf

Page 1: Caderno de seguros 7.pdf

Jt'ao.

A contenção de encostas é um dos trabalhos de engenharia mais conhecidos, principalmente pf!los acidentes ocorridos

. Permeabilidade de um soloPropriedade indicativa do solo de

maior ou menor facilidade ao desloca-mento de água, através de seus va-zios.

Para o conhecimento do solo é bomsaber-se que na execução de estrutu-ras de engenharia dificilmente se che-ga a profundidades superiores a 100metros, razão pela qual todo o interes-se deve estar voltado para uma cama-da de solo relativamente delgada.

Também é bom saber-se que umsolo não é uma estrutura homogênea,para a qual deve-se esperar o mesmodesempenho ou resultado. Poressa ra-zão não se deve confiar em análisesfeitas em alguns pontos concentradose a uma dada profundidade.

Quando se estuda um solo deve-seter em mente a sua variabilidade decondições, pois ao contrário pode-seter uma avalanche de sinistros repeti-tivos.

Há uma tendência de os sinistrosenvolvendo obras de fundacões afeta-rem os taludes à borda dás escava-ções. Mas será que sempre ocorre as-sim?

A instabilidade das encostas em re-giões como a que temos no Brasiles-tá subordinada a uma série de fatores,quais sejam:

14 rUNfNiG

.J

. características pluviométricas lo-cais;

· topografia natural;. vegetação natural e a existente;. antrópicos;·tipo de solo;. características das estruturas a

serem erigidas.Alguns dos movimentos de terra co-nhecidos são:

a) Escorregamento (creep)Trata-se da movimenta cão lenta e

gradual da camada de solo'superficialao longo de uma encosta, deslocan-do-se a poucos centímetros por ano.Nas encostas da Serra do Mar,ao lon-go da Rodovia dos Imigrantes, o des-locamento medido foi de 1 cm/30anos.

Os fatores responsáveis pelo"creep" são: o aumento da quantida-de de água no solo, com expansão dovolume de massa do regolito seguidade dessecamento após a fase úmida;ação do congelamento e do degelo;dilatacão e contracão alternadas, comformácão de fendilhamentos no solo(suncracks); desmatamentos incon-trolados.

b) SolifluxãoTrata-se do transporte em massa do

regolito, com deslocamentos que nãoultrapassam a alguns metros por ano.

Os fenômenos de solifluxão nãoapresentam efeitos topográficos notá-veis, por se desmoronarem lateral-mente em grandes extensões e nãosobre depressões longitudinais ou ca-nais, como ocorre com a corrida de la-ma.

c) Corrida de lama (mud flow)É o deslocamento encosta abaixo

de uma língua de massa detrítica en-charcada de água, movimentando-serapidamente em leitos ou calhas defi-nidas.

Os fatores ocasionadores do fenô-meno são: matéria não consolidada nasuperfície em grande quantidade;abastecimento abundante e intermi-tente de água; vegetação rala.

O fenômeno ocorre periodicamen-te no Rio de Janeiro e Am Niterói, al-cançando extensões que chegam a100 metros.

d) DesmoronamentosFenômeno de bastante freqüência

em regiões de clima quente e úmido,constituindo-se de desprendimentosde massa terrosa relativamente en-charcada em rápidos movimentosdescendentes. Os fatores que o provo-cam são: rala cobertura vegetal; en-costas com caneluras profundas; des-calcamentos laterais.

é) Deslizamentos

1