CAFETERIA SABOR LITERÁRIO -...

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  • PRMIO PROFESSORES DO BRASIL 4 Edio

    TTULO DA EXPERINCIA:

    CAFETERIA SABOR LITERRIO

    ETAPA DA EDUCAO BSICA DA EXPERINCIA

    Ensino Mdio

    NOME DA ESCOLA

    ESCOLA ESTADUAL PRESIDENTE ROOSEVELT

    Cludia Maria Gomes de Araujo

    27/08/2009

    SNTESE DA EXPERINCIA:

  • Projeto de incentivo leitura, a Cafeteria Sabor Literrio, que aconteceu no perodo de 24 a 28 de novembro de 2008, na semana em que se comemorou o Dia do Caf e a Semana Literria da Escola Estadual Presidente Roosevelt, fez parte do Projeto Viva a Lngua Portuguesa, desenvolvido nas aulas de Lngua e literatura dos Primeiros Anos A, B, C, D e E, e Segundos Anos A e B do Ensino Mdio do turno matutino, atingindo trezentos e dezessete alunos no total.

    A experincia apresentou, atravs de danas, recitaes, dramatizaes, jograis, cantos e entrevistas, as seguintes Escolas Literrias Brasileiras: Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo e Realismo, com um destaque nessa ltima ao escritor Machado de Assis, levando em considerao o Centenrio de sua morte, que aconteceu nesse mesmo ano.

    Aos alunos envolvidos coube a responsabilidade de fazer as pesquisas na internet, a leitura de obras literrias e da vida dos autores, os estudos sobre a histria do caf e a geografia de sua cultura, a preparao dos textos dos jograis e da fala do matre, a decorao do ambiente, a confeco de convites, cardpios, lembrancinhas, a preparao de receitas, figurinos, ensaios e apresentaes literrias.

    As professoras idealizadoras deste trabalho tiveram como atribuies acompanhar, orientar, avaliar e escolher as categorias de melhor desempenho para a entrega do Oscarfeinado, uma premiao simblica dada no final do projeto.

    JUSTIFICATIVA:

    As aulas de Literatura do Ensino Mdio, muitas vezes, apenas priorizam o panorama histrico e esquemas sobre os perodos literrios, deixando de lado a leitura integral das obras.

    Embora haja muitas estratgias que aprimoram o ensino da literatura e que atraiam o interesse dos alunos pela leituras atravs de livros paradidticos, ainda no se chegou ao nvel ideal, deixando transparecer a necessidade de se criarem novas abordagens no ensino dessa disciplina.

    Na Escola Estadual Presidente Roosevelt no era diferente. As aulas de Literatura, em especial nos primeiros e segundos anos do Ensino Mdio no turno matutino, eram montonas e a leitura das obras literrias no passava de trechos indicados pelos prprios livros didticos seguidos das conhecidas atividades de interpretao.

    O Projeto Cafeteria Sabor Literrio foi idealizado e inserido nas aulas de Literatura para mudar essa realidade e criar condies favorveis s prticas da leitura, pesquisa, informao, reflexo e representao como instrumentos de formao e exerccio da cidadania.

    OBJETIVOS DA EXPERINCIA:

    Promover a leitura e a produo de textos;

    Estimular nos alunos o gosto pela literatura, sobretudo, pelas obras literrias;

    Desenvolver a criatividade e o gosto pela arte, histria e cultura do povo brasileiro;

    Empregar corretamente a linguagem nos diferentes tipos de textos do cotidiano;

    Aprimorar a linguagem e a expresso, tanto individual como coletivamente;

    Conhecer a histria do caf, seus benefcios para a sade e sua relao com a Literatura.

    CONTEXTUALIZAO:

  • A Escola Estadual Presidente Roosevelt, fundada em 11 de julho de1945, com dois mil e trinta e sete alunos matriculados em 2009, oferece Ensino Fundamental, 9 Ano, e Ensino Mdio, 1, 2 e 3 Anos.

    A escola conta, alm de outros espaos, com catorze salas de aula, uma sala de informtica, uma tele-sala, uma biblioteca comunitria, uma sala de Educao especial, uma sala Pedaggica, uma secretaria, uma sala para professores, uma sala de diretoria, um salo de eventos e uma quadra de esportes, funcionando regularmente nos trs turnos (matutino, vespertino e noturno).

    Durante o ano letivo, so desenvolvidos vrios projetos interdisciplinares dentro de um tema gerador que, neste ano, o Meio Ambiente. Entre eles esto o Projeto Gincana cultural, o Projeto Datas Comemorativas, e pelo segundo ano consecutivo, a realizao da Cafeteria Sabor literrio, na segunda Semana Literria do Roosevelt. Dentre os recursos pedaggicos existentes, salientamos trs tevs, trs aparelhos de DVD, um data show, um aparelho de som, a Radio Roosevelt, que funciona diariamente, na hora dos intervalos e um Grupo de Teatro, o GTEV (Grupo Teatral Ensaios de Vida).

    As relaes interpessoais so boas e a maior parte dos funcionrios comprometida com uma educao de qualidade, fazendo com que a Escola Estadual Presidente Roosevelt, que fica situada Rua Edgar Dantas, n 7, no Centro, em Parnamirim / RN, seja uma referncia na cidade.

    O bairro onde esta escola est inserida formado por moradores de classe mdia, uma parte trabalha no comrcio local e outra na capital (Natal-RN), a faixa de idade formada por pessoas de todas as idades e o nvel de escolaridade, em mdia, vai at o ensino universitrio.

    Quanto ao corpo discente, temos mais adolescentes e adultos do que crianas e h um equilbrio na distribuio da comunidade escolar quanto ao sexo. Em geral, os alunos vm tanto de famlias pobres como de classe mdia, algumas desestruturadas, porm, desconhecemos casos mais srios envolvendo o uso de drogas, casos de bullying e violncia domstica e escolar.

    Contamos com professoras especializadas em libras para atender alunos com necessidades especiais (surdez).

    Portanto, dentro desse contexto que o referido projeto foi inserido, envolvendo, principalmente, as disciplinas de Lngua Portuguesa e Literatura, nos primeiros e segundos Anos do Ensino Mdio, Turno Matutino.

    REFERENCIAL TERICO:

    CAF E LITERATURA

    A origem do caf

    Conta-se que num dado perodo do sculo III d. C., Kaldi, um pastor de cabras, verificou que as mesmas no tinham retornado ao rebanho. Quando foi procur-las, encontrou suas cabras saltitando enquanto mastigavam um fruto desconhecido.

    Ao experiment-lo, dizem que sentiu a mesma energia como aconteceu com seu rebanho.

    Ao levar os maravilhosos gros at o mosteiro, as reaes no foram muito boas e ele teve de queimar os frutos. Quando os monges sentiram o aroma perfumado dos gros torrados, mudaram de ideia e trataram de recolher algumas amostras, sugerindo que os gros de caf fossem esmagados na gua para ver o tipo de infuso que davam. Logo descobriram que o

  • preparado os mantinham acordados durante as oraes e meditaes. A notcia espalhou-se de mosteiro a outro e, aos poucos, por todo mundo.

    Ningum sabe exatamente quando o primeiro caf foi tomado, mas estudos indicam que originrio da Etipia, onde j era utilizado em tempos remotos. medida que o caf tornou-se cada vez mais popular, salas especiais nas casas dos mais ricos foram reservadas para se tomar caf, e casas de caf comearam a aparecer nas cidades.

    As primeiras abriram em Meca, no final do sculo XV e incio do XVI e eram conhecidas como Kaveh Kanes. Cidades como Meca, eram centros religiosos para reza e meditao e a religio muulmana proibia o consumo de qualquer tipo de bebida alcolica. Desta forma, os Kaveh Kanes se transformaram em casas onde era possvel se passar tarde conversando, ouvindo msica e bebendo caf.

    A bebida conquistou Constantinopla, Sria e demais regies prximas. As cafeterias tornaram-se famosas no Oriente pelo seu luxo e suntuosidade e pelos encontros entre comerciantes, para a discusso de negcios ou reunies de lazer. (ABIC) Sabe-se tambm que as cafeterias, na Turquia, devido ao grande nmero de informaes que as pessoas adquiriam no seu interior, ficaram conhecidas como escolas.

    O caf, trazido por comerciantes italianos, chegou Europa durante a segunda metade do sculo XVII. O hbito de tomar o caf, principalmente em Veneza, estava associado aos encontros sociais e msica que ocorriam nas alegres Botteghe Del Caff. Em 1687 os turcos abandonaram vrias sacas de caf s portas de Viena, aps uma tentativa frustrada de conquista, e estas foram usadas como prmio pela vitria. Assim aberta a primeira coffee house de Viena e difundido o hbito de coar a bebida e beb-la adoada com leite - o famoso caf vienense. (ABIC)

    No incio do sculo XVIII, enquanto florescia os ideais iluministas e se planejava a Revoluo Francesa, aristocratas, burgueses e intelectuais tornaram os cafs centros de encontros e reunies elegantes. Sem falar dos jovens que passavam as tardes inteiras nas cafeterias discutindo o destino das naes, lendo livros e declamando poemas. Ainda hoje, casas famosas como o Caf Procope, em Paris e o Caf Florian, em Veneza, ainda preservam o glamour dessa poca.

    Como o caf chegou ao Brasil

    Em 1727, compreendendo que as terras brasileiras tinham todas as possibilidades para o cultivo do caf, os portugueses interessaram-se pela cafeicultura. Como no possuam nem as plantas nem os gros, o governo do Par enviou um jovem oficial, chamado Palheta, a Guiana Francesa para pedir ao governador M. dOrvilliers algumas mudas. Este, seguindo as ordens do rei da Frana, no atende ao pedido do oficial, porm, a esposa de M. dOrvilliers, no resistindo os encantos de Palheta, envia-lhe, quando o oficial j regressava ao Brasil, um ramalhete de flores, no qual estavam escondidos os gros de caf, a partir dos quais haveria de crescer o poderoso imprio brasileiro do caf.

    No Brasil, a febre das cafeterias no foi diferente, conquistando, desde logo, o gosto de escritores, artistas e pensadores. Especialmente no sul e regies de clima frio, at os dias de hoje, tomar caf um hbito do povo brasileiro. por isso que agora existem cafeterias por toda parte unindo pessoas em torno, principalmente, da boa leitura.

    No toa que muitas j dispem de um espao literrio para os freqentadores, assim como as livrarias que, para aquecerem a venda de livros e darem um sabor especial leitura dos mesmos, esto se tornando em grandes cafs literrios.

    DESCRIO CLARA E DETALHADA DA EXPERINCIA:

  • Durante o ano de 2008, os alunos de cinco turmas de primeiro ano e duas do segundo do Ensino Mdio do turno matutino da Escola Estadual Presidente Roosevelt, em Parnamirim/RN, participaram de um projeto piloto chamado Viva a Lngua Portuguesa, que consistiu, entre outras atividades, em desenvolver projetos relacionados aos estudos da Lngua Portuguesa e Literatura Brasileira.

    No final do terceiro bimestre, ns, professoras de Lngua e Literatura, estvamos pensando em algum projeto literrio para fechar o ano letivo quando descobrimos a data alusiva ao caf, 29 de novembro. Como a Literatura sempre esteve ligada ao caf, no foi difcil colocar uma ideia em prtica: fazer funcionar uma cafeteria literria no Salo Nobre da escola, envolvendo os Movimentos Literrios Brasileiros estudados nessas duas sries ao longo do ano.

    Nos primeiros dias de outubro de 2008, nos reunimos, no final do horrio escolar, para planejarmos o projeto. Criamos a Semana Literria do Roosevelt, na qual iria funcionar a cafeteria.

    A primeira preocupao foi criar um nome e um logotipo para represent-la, j que iramos mandar confeccionar camisetas para us-las nessa semana. Logo surgiu a ideia de cham-la Cafeteria Sabor Literrio, ttulo representado nas fumaas que saem de uma suposta xcara de caf quente. (Anexo 1 - Figura 1)

    Definimos tambm a data do funcionamento da cafeteria, perodo compreendido entre 24 e 28 de novembro do mesmo ano, uma vez que no sbado, 29, seria o dia do caf. Pensamos tambm em uma forma de premiao simblica para os alunos que iriam participar do projeto, surgindo ento a ideia de se fazer uma cerimnia para a entrega de um Oscar, que chamamos de Oscarfeinado. Apenas os alunos dos primeiros anos iriam passar por esse momento, j que a professora dos segundos anos optou por outro tipo de premiao: cartezinhos com um agradecimento especial acompanhados com balinhas de caf.

    Como primeira ao, pensamos em fazer uma visita a uma fbrica de caf muito conhecida aqui, no estado do Rio Grande do Norte, que desenvolve um projeto de visitao para alunos de Ensino Fundamental e Mdio, de escolas pblicas e particulares. Providenciamos um ofcio e o enviamos a central de atendimento ao consumidor, mas no obtivemos sucesso porque a agenda da mesma estava lotada, ficando essa ao para este ano de 2009, em que haver a segunda Semana Literria do Roosevelt com a reabertura da Cafeteria Sabor Literrio com novas apresentaes.

    Aps esses primeiros encontros, solicitamos equipe pedaggica da escola uma reunio com os professores do turno para comunicar-lhes sobre o trabalho que estava para acontecer. Conseguimos parcerias com as professoras de Histria, Geografia, Biologia e Artes para nos auxiliar nos estudos sobre o caf e nas apresentaes culturais. (Anexo 1 - Figura 2)

    Com o nome Cafeteria Sabor Literrio e o logotipo prontos, mandamos fazer uma amostra das camisas para serem usadas na escola na semana literria, uma vez que, os alunos envolvidos neste projeto deveriam adquiri-las para as apresentaes. (Anexo 2 - Figura 3)

    A ideia, recebida com entusiasmo, foi transmitida aos estudantes na segunda semana de outubro, dois meses antes da semana literria. Cada turma de primeiro ano envolvida ficou ciente dos objetivos do trabalho e que fariam as mesmas apresentaes literrias de sua srie, uma vez que estariam concorrendo a um prmio chamado Oscarfeinado, recebendo, nesse mesmo dia, algumas explicaes necessrias e endereos de sites na web para iniciar os trabalhos de pesquisa, principalmente, sobre a histria do caf, a importncia para a histria do Brasil e sua relao com a Literatura. As turmas de segundo ano receberam as mesmas informaes, exceto em relao ao Oscarfeinado, pelo que j foi falado anteriormente.

  • Aps esse primeiro momento, uma equipe de cada turma foi escolhida para criar, desenvolver e coordenar os trabalhos, juntamente com as professoras, para fazer a cafeteria funcionar, como: a escolha das obras, dos autores, os tipos de apresentaes para compor o cardpio literrio, decidirem quem iria assistir s apresentaes, a idealizao dos convites e da decorao, os textos produzidos etc. Aps essa escolha, os outros alunos ficaram aguardando as definies para formar os grupos de acordo com as apresentaes e o talento de cada um.

    Nesse mesmo perodo, os estudantes passaram a ter aulas sobre a histria do caf, seus benefcios para nossa sade e sua cultura em Histria, Biologia e Geografia, estudos que resultaram em seminrios e vrios murais sobre a histria do caf e sua linha de tempo. Estes murais foram aproveitados para a decorao do salo onde iriam acontecer as apresentaes (Anexo 2 - Figuras 4 e 5)

    No perodo de 7 a 17 de outubro, realizamos algumas reunies com os grupos coordenadores para a definio e execuo de algumas aes. A primeira delas foi a criao do cardpio literrio. De posse de uma lista de um cardpio, com variados tipos de cafs que so servidos em uma cafeteria comum, ns fomos ora aglutinando, ora justapondo alguns cafs com os Movimentos Literrios Brasileiros, sempre procurando fazer uma analogia entre eles.

    Para o CAF QUINHENTSSIMO, foi escolhida a msica Chegana, de Antnio Nbrega e Wilson Freire, para ser coreografada. A letra dessa msica mostra o ponto de vista do ndio em relao chegada dos portugueses aqui no Brasil. Recebeu o nome de Quinhentssimo, que a aglutinao do vocbulo quentssimo com o Quinhentismo, porque o encontro entre portugueses e ndios foi extremamente marcado pelas diferenas culturais, que depois foram aglutinadas, como: a lngua, a religio, o vesturio etc.

    Essas diferenas impactaram os portugueses que viram, nos ndios, possveis expresses do inferno da o nome quentssimo - j que estes cultuavam outros deuses e alguns eram antropfagos.

    O CAPPUCCINO SO LOURENO, foi o nome dado a uma dramatizao de um trecho do Segundo Ato de O Auto de So Loureno, obra do Padre Jos de Anchieta, em que trs diabos querem destruir uma aldeia com pecados, aos quais resistem So Loureno, So Sebastio e o Anjo da Guarda, livrando a aldeia e prendendo os tentadores cujos nomes so: Guaixar, que o rei; Aimbir e Saravaia, seus criados, obra que tambm pertence ao perodo do Quinhentismo brasileiro. Para o nome CAPPUCCINO, fomos buscar nas cores dos ingredientes do caf cappuccino, o branco do chantilly e o preto do caf, a ideia para representar a luta do bem - cor branca simbolizada por So Loureno, So Sebastio e o Anjo contra o mal cor preta representada pelos trs diabos.

    O CAF EXPRESSO BARROQUINO, seria representado atravs de uma entrevista com Gregrio de Matos. Nessa entrevista, um(a) aluno(a), assumindo o papel do prprio poeta, responderia com trechos de seus prprios poemas s perguntas feitas por um(a) estudante que se faria passar por um(a) reprter.

    O caf foi intitulado de EXPRESSO BARROQUINO para representar o estilo expressivo do poeta Gregrio de Matos que, despreocupado em seguir um determinado tipo de moda literria, cria novos recursos, explorando novo tipo de linguagem, mais expressiva e mais viva dentro do Barroco Brasileiro.

    O CAF COM CHANTILLY MARLIA DE DIRCEU, seria representado por uma recitao, em que um aluno, no papel de Dirceu, recitaria um trecho da Lira XIV para uma aluna, no papel da pastora Marlia. Esta apresentao tem relao com os estudos que os alunos fizeram sobre a produo literria do Arcadismo Brasileiro, que tem como seu principal representante DIRCEU e seu amor por MARLIA, expresso em sua Liras, e o nome CHANTILLY representa a leveza, a

  • simplicidade dos ideais dos rcades brasileiros em oposio ao estilo rebuscado, pesado do Barroco Brasileiro.

    Por fim, o CAFEZINHO ORGNICO, em que um(a) aluno(a) deveria cantar e outro tocar a msica Casa no Campo de Z Rodrix, representando uma das caractersticas do Neoclacissismo Brasileiro que pregava a fuga da cidade (Fugere Urbem), princpio de valorizao da natureza, visto como lugar de perfeio e pureza, em oposio cidade, onde tudo conflito.

    O caf recebeu o nome de ORGNICO porque esse sistema de cultivo observa as leis da natureza e todo o manejo agrcola est baseado no respeito ao meio ambiente e na preservao dos recursos naturais. Portanto, orgnico e Arcadismo so palavras que possuem relaes afins.

    Para compor o cardpio dos segundos anos, os grupos intitularam de CAF BRASILEIRO GONALVIANO a recitao de Se se morre de amor e Cano do Exlio, poemas de Gonalves Dias, para representar a 1 fase do Romantismo brasileiro. O caf foi intitulado assim devido importncia do poeta Gonalves Dias para a histria da literatura brasileira, cujo sentimento nacionalista fez incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional.

    A segunda degustao foi chamada de CAF EXPRESSO ISAURA, dramatizao adaptada pelos alunos de um trecho da obra A Escrava Isaura de Bernardo Guimares; Foi chamado de EXPRESSO ISAURA porque, apesar da ternura e nobreza da personagem, Isaura tem uma expressividade que encanta a todos.

    O CAPPUCCINO CARLOS GOMES, foi o nome dado a uma dramatizao de um trecho de O Guarani, de Jos de Alencar, obra que pertence ao perodo da Prosa Romntica brasileira com o fundo musical da pera O Guarani de Carlos Gomes.

    O nome cappuccino aqui tambm teve o mesmo significado que foi dado ao Cappuccino So Loureno. Pery, o selvagem idealizado, luta contra o mal, simbolizado pela imposio da cultura branca sobre a indgena.

    O CAF ORGNICO MACHADIANO, apresentao na qual um aluno, assumindo o papel de Machado de Assis, considerado como o maior nome da literatura brasileira, apresenta suas personagens mais relevantes, cujo perfil psicolgico traado por elas mesmas durante a apresentao. Diferente do Cafezinho Orgnico dos primeiros anos, no CAF ORGNICO MACHADIANO, fomos buscar o significado etimolgico da palavra orgnico, que provm de organos, relacionada vida. Nessa apresentao, as personagens de Machado de Assis, saem dos livros e ganham vida na cafeteria literria.

    E, como apresentao final, o CAF COM CHANTILLY ROMNTICO, em que um grupo de alunos toca e canta a msica Amor, I Love you, de Marisa Monte, em homenagem ao Romantismo Brasileiro. O creme Chantilly leve e sugere os sentimentos de um corao apaixonado, como se a felicidade de todos os amantes lhes desse uma leveza incomum. Foi nessa relao que denominamos o CAF COM CHANTILLY ROMNTICO para representar o idealismo romntico, especialmente em sua primeira fase.

    Definido o cardpio, passamos a pensar como contextualiz-lo, uma vez que, o pblico, talvez, no o entendesse. Ento, tivemos a ideia de criar os jograis e um matre. Este para dar as boas-vindas e anunciar as degustaes literrias e aqueles para contextualiz-las e relacion-las s Escolas Literrias Brasileiras.

    Marcamos novas reunies com os grupos coordenadores para realizar mais esta ao: Produzir as falas do matre e dos jograis. Tratamos de selecionar alguns livros didticos e sites na internet sobre as escolas literrias estudadas pelos primeiros e segundos anos durante o ano

  • letivo. Depois de muita pesquisa, os textos foram concludos: para os primeiros anos, foram criados cinco jograis e seis falas para o matre.

    Tambm pensamos em um cardpio para ser servido aos convidados, alm do caf literrio. Foi a que surgiu a ideia de escolher alguns estudantes para desempenharem a funo de garom. Eles, alm de servir, poderiam ajudar no que fosse preciso durante as apresentaes da cafeteria, como: receber os convidados, abrir e fechar as cortinas etc. Quanto aos segundos anos, ficou decidido que as alunas indicadas para essa funo fariam tambm o papel do matre e dos jograis, dando as boas-vindas, apresentando e contextualizando as apresentaes.

    Com os textos prontos e todas as ideias no papel (Anexo 3), o prximo passo foi a escolha dos alunos para assumirem todas as funes na cafeteria. De cada sala dos primeiros anos, foi escolhido um matre, uma sala optou por um casal para desempenhar essa funo, vinte e dois alunos para compor os cinco jograis, um grupo de dana para coreografar a msica Chegana, um grupo de seis alunos para dramatizar o Auto de So Loureno do Padre Jos de Anchieta, uma dupla para representar Gregrio de Matos e um reprter, um casal para a recitao de um trecho de uma das liras de Dirceu e uma dupla para tocar e cantar a msica Casa no Campo.

    Foram escolhidos cinco estudantes para desempenharem a funo de garom ou garonete. Estes ficaram responsveis, alm do que j est escrito, pela pesquisa e elaborao das receitas, preparao da mesa, costurar os aventais e confeccionar os cartezinhos, uns com receitinhas e outros com trechos da produo literria dos movimentos estudados acompanhados com balinhas de caf para serem ofertadas aos convidados, geralmente, pais, professores e amigos dos alunos. (Ver modelos no anexo 4) importante ressaltar aqui que algumas mes participaram dos preparativos da cafeteria confeccionando lembrancinhas e algumas peas de decorao, na limpeza do salo e em uma das apresentaes. ( Anexo 5 Figuras 6 e 7)

    Nas duas turmas de segundo ano, grupos tambm foram formados para as dramatizaes, recitaes de poemas, representao de personagens e canto. A preparao das receitas tambm foi de responsabilidade das garonetes. Salientamos que nosso trabalho no excluiu ningum, mesmo os alunos com necessidades especiais participaram das apresentaes. (Anexo 6 - Figura 8 e 9)

    Quanto ornamentao, ficou decidido que era de responsabilidade de todas as turmas envolvidas no trabalho e deveria contemplar, no mnimo, um mural na parede da frente do Salo Nobre expondo o cardpio literrio, o smbolo da cafeteria e as boas-vindas; no interior do salo, tudo deveria lembrar uma cafeteria, sem esquecer o lado literrio.

    Portanto, uma estante com livros no poderia faltar. As mesas deveriam ser decoradas com toalhas e jogos de caf e trechos de poemas afixados neles; sobre elas, um cardpio, cujo contedo deveria ter, alm das degustaes literrias, a histria e curiosidades sobre o caf (Ver modelos de cardpio no anexo 7) e uma mesa com o lanche que seria servido durante a ltima degustao literria.

    Os alunos deveriam, ainda, digitar trechos das produes literrias dos movimentos, colocar em molduras para fix-los nas paredes, expor uma galeria de fotos dos autores e fazer um mural sobre o caf, sua histria e seus benefcios. Tambm no poderia faltar som ambiente. As msicas deveriam pertencer ao repertrio barroco, principalmente, as de Johann Sebastian Bach.

    Passadas todas as informaes, os trabalhos comearam a ser desenvolvidos, dentro das aulas e fora delas em outros horrios. As aulas de Literatura e Artes durante cinco semanas se transformaram em oficinas de dana, de dramaturgia, de canto, de costura, de bordado, de produo textual etc (Anexo 8 Figuras de 10 a 16)

  • Nesse nterim, ns, professoras, elaboramos o cronograma de apresentaes (Anexo 8 - Figura 17) para que cada sala tivesse cincia do seu dia e pudesse confeccionar e entregar os convites com as respectivas datas aos convidados. ( Ver modelos de convites no anexo 9 )

    O nosso trabalho de divulgao foi intenso, uma semana antes da realizao da cafeteria, ligamos para algumas emissoras de TV aqui da regio para cobrirem o evento, enviamos por e-mail uma cpia do projeto, mas no obtivemos sucesso, ao contrrio de trs jornais de grande circulao aqui no estado, que apostaram no trabalho e fizeram trs belssimas matrias sobre a Cafeteria Sabor Literrio. (ver A Cafeteria nos jornais no envelope branco em anexo)

    No final de semana que antecedeu s apresentaes, nos dias 22 e 23 de novembro, os alunos lavaram e decoraram o salo da escola. Foi colocada a faixa da Semana Literria do Roosevelt no ptio da escola. Com muita dedicao, o espao foi se transformando pouco a pouco em uma cafeteria literria, as mesas decoradas com os cardpios e jogos de caf, nos quais havia trechos de poemas dos autores estudados, as paredes foram decoradas com as fotos dos autores, produes textuais, um painel com a histria do caf e um lindo p de caf em forma de painel, intitulado de Sementes da Literatura Brasileira, onde cada grozinho de caf representava uma escola literria e suas caractersticas. Foram dois dias de intenso trabalho, pois tudo deveria estar pronto para a abertura da cafeteria no dia 24 de novembro, s 7h30min. Todas as receitas foram preparadas pelos alunos na cozinha da prpria escola. (Anexo 10 Figuras de 18 a 27)

    Coube ao Primeiro Ano B, fazer a apresentao de estreia. Neste dia, alm dos professores, um grande nmero de pais veio prestigiar o evento. Foi com grande alegria que os recebemos, pois a batalha que travamos grande para unir estes dois pilares: escola e pais, e a realizao da cafeteria nos proporcionou esse encontro.

    Quando chegou o momento, a diretora da escola pronunciou a fala de abertura, seguida pelas duas professoras de Lngua Portuguesa, coordenadoras do projeto. S ento, o matre deu incio s primeiras apresentaes e, desse dia em diante, todas as turmas tiveram a oportunidade de mostrar o resultado de dois meses de muito estudo e trabalho dedicados Literatura. (Ver o vdeo Estreia da Cafeteria Sabor Literrio).

    Como s era permitida a entrada com convite, a escola funcionou normalmente na Semana Literria, cabendo aos alunos de outras sries esperarem pelo dia de seu convite para poderem assistir s apresentaes. Muitos pais e representantes da 2 DIRED Parnamirim/RN (Diretoria Regional de Educao, Cultura e Esporte) vieram prestigiar o evento durante toda a semana.

    As apresentaes dos primeiros anos aconteciam da seguinte forma: O matre, inicialmente, cumprimentava os convidados, dava as boas-vindas e falava sobre o cardpio literrio que lhes seria servido. Logo em seguida, entrava o primeiro jogral, composto de cinco alunos que, segurando um cardpio (ver no envelope branco Cardpio dos jograis), explicava ao pblico sobre o Quinhentismo Brasileiro, para ento relacion-lo ao Caf Quinhentssimo, a primeira degustao literria.

    A cortina se abria e um grupo de alunos, caracterizados de ndios, danava ao som da msica Chegana, cuja letra mostra a impresso dos ndios diante da chegada dos portugueses aqui no Brasil.

    Aps essa apresentao, o matre entrava novamente em cena para anunciar a prxima degustao: o Cappuccino So Loureno. Entrava no salo o segundo jogral, composto por mais cinco alunos, que explicavam sobre o melhor da produo literria do Quinhentismo brasileiro, a literatura jesutica. Era a vez da dramatizao do trecho do segundo ato do Auto de So Loureno.

    Terminada a dramatizao, o matre anunciava a prxima apresentao: o Caf Expresso Barroquino. Entrava o 3 jogral, agora composto de apenas trs alunos, que explicavam sobre o Barroco Brasileiro e apresentavam o nosso primeiro poeta brasileiro, Gregrio de Matos. A cortina

  • se abria e dois alunos, representando um reprter e o prprio poeta, davam incio entrevista. O aluno que fazia o papel de Gregrio respondia recitando trechos de alguns poemas de Gregrio de Matos, o Boca do Inferno.

    O matre entrava agradecendo a presena do ilustre convidado, Gregrio de Matos, para anunciar a seguinte degustao: o Caf com chantilly Marlia de Dirceu, convidando a todos para um delicioso carpe diem. Entrava, em seguida, um jogral, composto de sete alunos, que explicavam sobre o Arcadismo Brasileiro, exaltando um de seus princpios bsicos.

    A cortina ento se abria e, no palco, um aluno, fazendo-se passar pelo pastor Dirceu, fazia a corte pastora Marlia, uma aluna, e tentava convenc-la, recitando um trecho da lira XIV de As Liras de Marlia de Dirceu, a viver, junto com ele, o carpe diem, princpio pelo qual desejava-se aproveitar o dia e a vida enquanto era possvel.

    O matre entrava mais uma vez, no final da apresentao, para anunciar a ltima degustao: um delicioso Cafezinho orgnico. Um jogral, composto de apenas dois alunos, entrava no salo e exaltava mais um princpio de vida dos rcades brasileiros, o fugere urbem.

    Entrava, agora, em cena, uma dupla para tocar e cantar a msica Casa no Campo, cuja letra exalta o bucolismo como ideal de vida, isto , uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Vale salientar aqui que, em uma das salas (1 C), faltou algum para cantar e uma me, para no prejudicar o trabalho da turma, se props a faz-lo e o fez muito bem. (Ver anexo 5 figura 7)

    Durante a apresentao do Cafezinho orgnico, os garons comeavam a servir os convidados com as deliciosas receitas preparadas por eles mesmos, acompanhadas de lembrancinhas com balinhas de caf.

    Terminada a ltima apresentao, o matre falava da importncia da literatura para nossa vida, como ela propicia saberes e sabores, conhecimento de si e do mundo e agradecia a presena de todos no recinto. (Ver as fotos da sequncia do cardrpio literrio no anexo 11 Figuras de 28 a 44).

    Essa sequncia de apresentaes aconteceu durante toda a semana, s que, a cada dia, realizada por uma turma diferente. Apenas uma sala, o primeiro ano E, que fez a apresentao de encerramento, concluiu de uma forma diferente. A aluna que desempenhou a funo de matre fugiu um pouco do roteiro para fazer uma homenagem a todos os professores envolvidos no projeto, entregou um arranjo de flores a cada um e agradeceu, em nome de todos os alunos, pelo conhecimento adquirido com a experincia da Cafeteria Sabor Literrio. (Ver o Vdeo Encerramento da Cafeteria Sabor Literrio)

    Diferente das apresentaes dos primeiros anos, nas turmas de segundo, as garonetes faziam o papel do matre e dos jograis, Ao iniciar a apresentao, elas cumprimentavam os convidados, davam as boas-vindas e seguia-se a contextualizao do Romantismo Brasileiro, enfocando a Primeira Fase que est relacionada produo potica. Para representar o Caf Brasileiro Gonalviano, alguns alunos entravam no recinto e recitavam a Cano do Exlio e Se se morre de amor, ambas de Gonalves Dias, poeta que trabalhou com maestria essa primeira fase romntica brasileira.

    Logo em seguida, as garonetes, ainda relacionado ao Romantismo brasileiro, davam enfoque obra de temtica bem brasileira da escravido A Escrava Isaura, de Bernardo Guimares. Abria-se a cortina, e comeava a ser servido o Caf Expresso Isaura: um grupo dramatizava a obra, em verso adaptada e bem descontrada, j que as personagens femininas eram representadas pelos alunos e as masculinas pelas alunas, e a narrao era feita por uma estudante que desempenhava o papel do prprio autor.

  • Aps esse momento, as garonetes retomavam a palavra para falar da importncia da msica erudita no Romantismo Brasileiro em consonncia com a obra O Guarani de Jos de Alencar. Era o Cappuccino Carlos Gomes que comeava a ser servido. Uma outra equipe representava um trecho dessa obra ao som de O Guarani, pera de Carlos Gomes.

    Terminada a apresentao, as garonetes adentravam em outro movimento literrio brasileiro, o Realismo. Aps a contextualizao, era a hora de comear a servir o Caf Orgnico Machadiano. Um aluno, no papel do escritor mais ilustre do Realismo Brasileiro, Machado de Assis, entrava no recinto, acompanhado pelas mais relevantes personagens de seus livros, e contava sobre sua biografia para, logo em seguida, dar voz s suas personagens, momento em que era traado todo um perfil psicolgico das mesmas.

    Para finalizar, era o momento de servir o Caf com Chantilly Romntico. Um grupo de alunos tocava e cantava a msica Amor, I Love you, de Marisa Monte em homenagem a Romantismo Brasileiro que, apesar da frieza dos coraes, continua a inspirar os poetas da atualidade.

    Da mesma forma, como acontecia nas apresentaes dos primeiros anos, no momento em que estava sendo servido o Caf com Chantilly Romntico, as garonetes comeavam a servir aos convidados as receitas e os cafs preparados para esse fim. (Ver sequncia de apresentaes no anexo 12 figuras de 45 a 55)

    Na semana seguinte, em uma reunio de avaliao, ns marcamos a data da entrega dos cartezinhos de agradecimento aos segundos anos (Anexo 13 figura 56) e idealizamos a cerimnia da entrega do Oscarfeinado s melhores categorias dos primeiros anos, que foram distribudas assim: Categoria Matre, Categoria Jogral 1, Categoria Caf Quinhentssimo, Categoria Jogral 2, Categoria Cappuccino So Loureno, Categoria Jogral 3, Categoria Caf Expresso Barroquino, Categoria Jogral 4, Categoria Caf com Chantilly Marlia de Dirceu, Categoria Jogral 5, Categoria Cafezinho Orgnico, Categoria Garons, Categoria Ornamentao, Categoria Convite, Categoria Decorao da Mesa, Categoria Decorao das mesas, Categoria Atuao do Grupo, Categoria Cartezinhos Literrios e Categoria Som Ambiente.

    Nessa reunio, alm de apontarmos os melhores de cada categoria, criamos, de uma forma bastante simples, o logotipo do Oscarfeinado (Anexo 13 figura 57) e decidimos procurar um especialista em informtica para fazer os vdeos, baseados na Cerimnia do Oscar, nos quais, aparecem em um telo, os trs concorrentes e a categoria disputada. (ver DVD do Oscarfeinado) Compramos, depois, os envelopes pretos e colocamos as salas vencedoras de cada categoria. (Anexo 14)

    A cerimnia da entrega do Oscarfeinado aconteceu duas semanas depois da realizao da Cafeteria, dia 12 de dezembro, e se deu da seguinte forma: Todos os alunos envolvidos no projeto foram convidados para participarem da cerimnia.

    Preparamos o Salo Nobre, mesmo local onde aconteceu a Cafeteria, com cadeiras, uma mesa com a premiao simblica, o data show e o telo para o evento. Convidamos as professoras, que nos auxiliaram no projeto, para fazerem a entrega do prmio. A cada categoria apresentada no telo, apareciam as trs turmas concorrentes, ento, uma professora era convidada a abrir o envelope e comunicar a sala vencedora. Foi um momento de muita vibrao para todos, pois no ficou uma sala sequer que no ganhasse o Oscarfeinado em vrias categorias. (Anexo 15 - Figuras de 58 a 65)

    Aps a divulgao das melhores categorias, informamos aos alunos que todas as fotos da cafeteria dos primeiros anos estariam disponveis no endereo eletrnico: http://picasaweb.google.com/fotosroosevelt, site especialmente criado para o Projeto Viva a Lngua Portuguesa, e demos por encerrado o projeto, agradecendo a todos que, de forma direta ou indireta, tinham contribudo para o desenvolvimento do trabalho, aproveitando o momento tambm

  • para divulgar que, devido ao enorme sucesso desse trabalho na escola, a Cafeteria Sabor Literrio iria reabrir no ano seguinte.

    Atualmente, j estamos trabalhando, de forma interdisciplinar, em funo da Cafeteria 2009 que, possivelmente, acontecer no perodo de 23 a 27 de novembro. Todos os alunos das trs sries do Ensino Mdio dos turnos matutino e vespertino j esto sendo preparados para realizarem a Segunda Semana Literria do Roosevelt.

    A primeira providncia no incio do ano letivo foi exibir os vdeos da cafeteria 2008 a fim de que pudessem ter uma ideia de como foi desenvolvida a primeira experincia. Algumas obras j foram lidas, analisadas e apresentadas pelos alunos. Nos primeiros anos, O Auto da Barca do Inferno (ver o vdeo O Auto da Barca do Inferno 1 C) e o Auto da Lusitnia, de Gil Vicente, obras relacionadas ao Humanismo Portugus (anexo 16 figuras 66 a 75); Nos segundos, Amor de Perdio do escritor portugus Camilo Castelo Branco e A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, obras do Romantismo Portugus e Brasileiro respectivamente. E nos terceiros anos, os alunos reviveram a Semana de Arte Moderna. (anexo 17 figuras 76 a 81)

    Na medida em que formos trabalhando os Movimentos Literrios, novas obras sero selecionadas para serem apresentadas atravs da dana, recitao, canto e em outras modalidades na segunda temporada da Cafeteria Sabor Literrio que, dentro do planejamento 2009, contar com a presena de alguns escritores norterriograndenses, como tambm abriremos espao para os escritores e poetas da prpria escola apresentarem suas produes literrias, j que em 14 de maro de 2009, houve um Concurso de Poesia na escola, em homenagem ao Dia Nacional da Poesia. Algumas produes j esto no blog:

    http://escritoresdoroosevelt.blogspot.com/2009/03/eu-sou-poeta-escrevo-verso-como-quem.html

    Outra novidade na Semana Literria 2009 ser o lanamento do livro de poesias Poetizando nossas Belezas Naturais, de autoria dos alunos dos primeiros anos A e B, do turno vespertino, como resultado de um trabalho desenvolvido na disciplina de Cultura do Rio Grande do Norte (ver duas poesias no anexo 19).

    RESULTADOS OBTIDOS:

    O projeto Cafeteria Sabor Literrio teve o apoio de toda a comunidade escolar. O sucesso foi to grande entre os alunos e professores que, neste ano, tambm ir funcionar no turno vespertino contemplando os estudos literrios dos primeiros, segundos e terceiros anos do Ensino Mdio.

    No temos dvidas que, em termos de aprendizagem, os resultados foram muito positivos.

    Por ser um projeto de incentivo leitura, fez os alunos descobrirem o prazer de ler e o valor das obras literrias. Alm disso, juntaram-se a esse prazer, a arte de representar, bordar, criar coreografias, danar, cantar, tocar, costurar, produzir textos etc. Ento, acabou sendo tambm uma tima oportunidade para descobrir talentos na escola que, muitas vezes abafado durante as aulas tradicionais e s em trabalhos dessa natureza que so revelados. Muitos estudantes nos procuravam aps as apresentaes para nos dizer que estavam surpresos com eles mesmos. No sabiam que eram capazes de fazer tais coisas.

    O projeto no s contribuiu para a descoberta da leitura e de novos talentos, mas tambm para o sucesso e a permanncia dos alunos na escola. Dos trezentos e dezessete alunos que tiveram a oportunidade de participar deste trabalho, apenas catorze abandonaram a escola antes de terminar o ano letivo, conforme dados do Censo 2008. (ver tabela no anexo 18) Inclusive, neste ano, a escola teve dificuldades para receber novos alunos nos segundos e terceiros anos no turno matutino porque os ndices de evaso e reprovao foram muito baixos.

  • Desde que a Cafeteria Sabor Literrio abriu suas portas pela primeira vez em 2008 que as aulas de Literatura no so mais as mesmas. O projeto proporcionou aos estudantes oportunidades de crescimento e enriquecimento cultural, social e intelectual atravs das leituras que fizeram.

    Atualmente, participam de todas as atividades que envolvem leitura, produo textual e esforam-se para fazer timos trabalhos, pois sabem, tambm, que as melhores apresentaes sero contempladas para fazerem parte da Segunda Semana Literria do Roosevelt em novembro de 2009.

    AVALIAO:

    Desenvolver um trabalho desse porte numa escola pblica preciso coragem, pois os recursos, principalmente, financeiros so escassos e precisamos usar muita criatividade para driblar as dificuldades.

    FACILIDADES E PONTOS POSITIVOS

    A aceitao por parte dos alunos em relao ao projeto. Todos os alunos de todas as salas envolvidas contriburam de alguma forma para o sucesso do trabalho;

    Os alunos que participaram da cafeteria em 2008 atualmente esto cursando os segundos e terceiros anos e no apresentam dificuldades na hora em que preciso desenvolver algum trabalho que envolva a leitura de alguma obra, sua anlise dentro do contexto a que pertence e a relao com o contexto atual, bem como sua apresentao;

    Contamos com uma equipe gestora democrtica e uma equipe pedaggica aberta ao novo. Isso contribuiu para o bom desenvolvimento e o sucesso do trabalho;

    A escola dispe de um salo, ambiente propcio realizao de uma cafeteria literria. amplo, ventilado e tem um palco para as apresentaes;

    A presena dos pais na escola para ajudar e prestigiar as apresentaes foi um dos pontos mais positivos da cafeteria, pois, normalmente, eles so chamados apenas para participar de reunies ou quando o(a) filho(a) est com problemas na escola;

    Encontramos facilidades em divulgar o projeto em alguns jornais da cidade e do estado. Gostaram muito do trabalho e confirmaram presena na reabertura da cafeteria 2009.

    DIFICULDADES E PONTOS NEGATIVOS

    A maior parte dos gastos ficou por conta dos alunos e das professoras envolvidas, como a impresso dos convites, dos trechos das produes textuais, o aluguel das capas das cadeiras e mesas do salo, os figurinos, as lembrancinhas, o lanche etc. A escola dispe de uma filmadora, mas nesse perodo estava quebrada, ento, algumas turmas, no foram todas, fizeram um rateio para contratar um profissional e fazer a filmagem;

    Algumas obras literrias no faziam parte do acervo da biblioteca da escola, tivemos, ento, de providenci-las;

    Como o projeto foi desenvolvido em apenas dois meses, o tempo destinado leitura dos livros foi pequeno. Por isso, j iniciamos o ano letivo de 2009, desenvolvendo o projeto da cafeteria e os alunos esto tendo tempo de ler com mais calma as obras selecionadas;

  • No abrimos espao para os escritores da escola. Focamos o trabalho apenas nas escolas literrias. Neste ano, j foi realizado um concurso de poesia e os vencedores tero participao assegurada na cafeteria 2009;

    Encontramos dificuldades para divulgar o projeto na tev. Quando conseguamos agendar com uma emissora de tev aqui do Estado, depois de algum tempo, ligavam desfazendo o compromisso por ter acontecido algo mais importante na cidade, frustrando, principalmente, os alunos que gostariam de ver seus trabalhos reconhecidos pela populao da cidade;

    No foi possvel agendar visita a uma fbrica de caf. Problema que j foi superado neste ano.

    A visita, que vai contemplar quarenta alunos, j est agendada para o dia 16 de outubro do corrente ano.

    Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, valeu a pena desenvolver a Cafeteria Sabor Literrio, pois como diz o poeta Fernando Pessoa: Tudo vale a pena se a alma no pequena. E os nossos alunos foram gigantes...gigantes no ler, no aprender, no representar!

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    ABIC Associao Brasileira da Indstria de Caf. A Histria do Caf Origem e Trajetria. Disponvel em: < str://abic.com.br/scafe_historia.html>. Acesso em: 04 de outubro de 2008.

    ANDRADE, Adriano Soares, JAFELICE, Rosana Sueli da Motta. A Histria do Caf no Brasil. Publicado em: FAMAT em Revista, N 4, Abril de 2005.

    Blog da Aninha Camelo. Literatura e caf formam dupla inseparvel. Disponvel em: < str://www.aninhacamelo.com.br/index.php?blog=2&p=363&more=1&c=1&tb=1&pb=1>. Acesso em: 20 de outubro de 2008.

    Planeta Orgnico. As origens do caf. Disponvel em: < str://www.planetaorganico.com.br/cafebrev1.htm>. Acesso em: 20 de outubro de 2008.

    Caderno Roteiro Cultural. Guia da VIAGEM NESTL PELA LITERATURA. Fundao Nestl de Cultura e Ministrio da Cultura. 1999.

    Dados do Censo 2008 da Escola Estadual Presidente Roosevelt. Disponvel em: WWW.educacenso.inep.gov.br

    TERRA, Ernane, NICOLA, Jos de. Portugus de olho no mundo do trabalho. Editora Scipione. 2 edio. So Paulo, 2004.

    TERRA, Ernane. Gramtica e Literatura. Sa Paulo. Scipione, 2000 (Coleo Novos tempos)

    NICOLA, Jos de. Lngua, Literatura e Redao (volumes 1 e 2). Editora Scipione, 1998.

    AMARAL, Emlia, FERREIRA, Mauro, LEITE, Ricardo, ANTNIO, Severino. Novas Palavras. Portugus. Ensino Mdio (volume nico). FTD. So Paulo 2 Edio 2003.

    SARMENTO, Leila Lauar, TUFANO, Douglas. Portugus Literatura, Gramtica e Produo de Texto. Volume nico. Editora Moderna. 1 Edio. So Paulo, 2004.

    NICOLA, Jos de. Literatura Brasileira: das origens aos nossos dias. So Paulo. Scipione. 4 Edio, 1991.

  • GONZAGA, Tomaz Antonio. Marlia de Dirceu. Editora Martin Claret. 1 edio, 2007.

    MALARD, Letcia. Poemas de Gregrio de Matos. Editora Autntica. 2 Edio, 1998.

    ANCHIETA, Jos de. O Auto de So Loureno. Editora Ediouro.

    GUIMARES, BERNARDO. A Escrava Isaura. So Paulo. Editora tica. 28 edio, 2002.

    ALENCAR, Jos de. O Guarani. So Paulo. Editora tica. 25 edio, 2002.

    OUTRAS INFORMAES:

    O Projeto da Cafeteria Sabor Literrio iniciou em outubro e teve sua culminncia no perodo de 24 a 28 de novembro, semana das apresentaes. Contudo, a solenidade da entrega do Oscarfeinado aconteceu no dia 12 de dezembro, duas semanas aps as apresentaes literrias;

    O projeto terminou em dezembro de 2008, mas reiniciou neste ano letivo de 2009. A escola j est se preparando para a reabertura da cafeteria que acontecer no perodo entre 23 e 27 de novembro;

    Gostaria de explicar melhor sobre o anexo 11: Para no escolher apenas imagens da cafeteria de uma turma, a sequencia mostrada neste anexo (figuras de 28 a 44) contempla imagens de todas as turmas que participaram do projeto;

    Gostaria que vocs no levassem em considerao a comemorao de um aniversrio no vdeo de encerramento da cafeteria. Uma das alunas envolvidas no projeto estava aniversariando naquele dia e o profissional contratado para fazer a filmagem deixou como parte integrante do vdeo.

    PRMIO PROFESSORES DO BRASIL 4 EdioTTULO DA EXPERINCIA:

    CAFETERIA SABOR LITERRIOEnsino Mdio