Capítulo I - Fluidodinâmica de Partículas

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  • 8/20/2019 Capítulo I - Fluidodinâmica de Partículas

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    PROCESSOS DE SEPARAÇÃOSÓLIDO-LÍQUIDO

    Prof. Dr. André Carlos SilvaUniversidade Federal de Goiás

    Campus Catalão - GO

    Capítulo I –Fluidodinâmica de Partículas

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    1. Fluidodinâmica de Partículas Em muitas situações, como na operação deum hidrociclone, a concentração da faseparticulada está relacionada aocomportamento dinâmico das partículas emmovimento no interior do equipamento.

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    1. Fluidodinâmica de Partículas A velocidade terminal de sedimentação ( v ) deuma partícula isolada em movimento no fluidocom densidade ( ρ f ) e viscosidade ( µ f ) é dadapela equação empírica (Massarani, 2002):

    Onde C D é o coeficiente de arraste da partículae Re é o número de Reynolds.

    μ

    ρ 24

    , , ,

    (1)

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    1. Fluidodinâmica de Partículas

    43

    ρ ρ ρ μ

    ρμ

    0,843ϕ

    0,0!" ",3# 4,88 ϕ

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    1. Fluidodinâmica de Partículas Neste resultado a partícula é caracterizadaatravés da densidade ρ s , do diâmetro daesfera com igual volume que o da partícula,D

    p (diâmetro volumétrico) e pelo fator de

    forma φ (ou esfericidade):

    π

    !

    ϕ $%& '()*+ -. /( '. * % -. &.'1)*% .

    $%& '()*+ -. &.'1)*% .

    (2)

    (3)

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    1. Fluidodinâmica de Partículas A intensidade do campo exterior b ,gravitacional ou centrífugo na direçãoperpendicular ao campo de velocidadestangenciais do fluido u

    θ toma,

    respectivamente, a forma:

    Onde r é a posição radial da partícula emrelação ao eixo de rotação do sistema.

    '% θ(4) (5)

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    1. Fluidodinâmica de Partículas Cabe ainda mencionar que o resultadoexpresso pela primeira equação encerra abem conhecida lei de Stokes:

    Que é válida para o deslocamento lento deuma partícula esférica, quando Re é menorque 0,5.

    ρ ρ

    #8μ(6)

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    1. Fluidodinâmica de Partículas A velocidade da partícula no seio da massa fluida é

    reduzida pela presença de outras partículas, comomostra a correlação de Richardson e Zaki (1954):

    Onde v ∞ é a velocidade terminal da partícula isolada; εf é a fração volumétrica de fluido e n um parâmetro quedepende do Re da partícula isolada.

    ∞ (7)

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    1. Fluidodinâmica de Partículas Na tabela abaixo encontram-se os valores den usados para o cálculo da velocidadeterminal de sedimentação de uma partícula.

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    1. Fluidodinâmica de Partículas

    Valores de n usados para o cálculo da velocidade terminal desedimentação da partícula.

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    Estimar o valor do diâmetro das menorespartículas que são coletadas com eficiênciade 100% no hidrociclone esquematizado nafigura abaixo.

    1.1. Exemplo

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    1.1. Exemplo

    Trajetória da menor partícula separada com eficiência de

    100% no hidrociclone

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    Dados: Propriedades do líquido (água a 20 oC): ρ f=1000kg/m 3 e µ f=10 -3Pa.s -1;

    Densidade das partículas sólidas: ρ s=2500 kg/m 3; Dimensões do hidrociclone: R = 25 mm; R i /R =0,3; R o /R = 0,25; L/R = 10;

    Vazão de líquido na alimentação: Q = 2 m 3 /h; Intensidade média do campo centrífugo estimadoem 15 g.

    1.1. Exemplo

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    São feitas as seguintes considerações: A suspensão é diluída, não sendo necessáriolevar em conta os efeitos da concentração naseparação das partículas;

    As partículas são esféricas e prevalece o regimede Stokes (equação 6);

    1.1. Exemplo

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    O tempo de residência das partículas nohidrociclone é igual ao tempo de residência médiodo fluido na zona de separação, dado pelaequação abaixo:

    onde L é o comprimento do hidrociclone e Q avazão do fluido.

    1.1. Exemplo

    (8)1 π 5

    6

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    O valor do diâmetro da menor partículaseparada no hidrociclone com eficiência de100% pode ser estimado igualando o tempode residência da partícula no hidrociclone aotempo consumido para essa atingir a parededo mesmo, dado por:

    1.1. Exemplo

    1 π 5

    6

    2 7ρ ρ

    #8μ

    (9)

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    Portanto:

    1.1. Exemplo

    3!μ 7 6

    π # 5 ρ ρ (10)

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    Para os dados do problema tem-se que D p =38,5 µ m.

    Dentro das condições idealizadas, conclui-seentão que partículas maiores que 38,5 µ mserão separadas completamente pelo

    hidrociclone e que partículas menores que38,5 µ m serão separadas com menoreficiência.

    1.1. Exemplo

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    Cabe ressaltar que quanto maior aconcentração da suspensão, menor será avelocidade de separação das partículas,maior o diâmetro crítico e,consequentemente, menor a eficiência globalde separação do hidrociclone.

    1.1. Exemplo

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    Sendo válido o regime de Stokes, resulta daequação abaixo que a velocidade radial dapartícula é:

    1.1. Exemplo

    ρ ρ

    #8μ, 9

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    O diâmetro crítico é dado por:1.1. Exemplo

    (11)

    #,

    3!μ 7 6

    π # 5 ρ ρ

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    Assim se a concentração de sólidos é 100 g/Lde suspensão, a fração volumétrica de fluido édada por:

    Passando o diâmetro crítico de 38,5 para 41,5µ m.

    1.1. Exemplo

    #000 #002,"

    #000 0,:!

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    As operações de filtragem e espessamentode suspensões levam à formação de tortas ede sedimentos que se caracterizam porexibirem uma variação de compactação aolongo da sua estrutura, causada pelapercolação do líquido.

    2. Escoamento em meios porosos

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    Seja a configuração de escoamentorepresentada na figura abaixo, as equaçõesbásicas do escoamento de um líquido em ummeio poroso, dentro das simplificações feitastradicionalmente, são (Massarani, 2002):

    2. Escoamento em meios porosos

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    2. Escoamento em meios porosos

    Escoamento de líquido através um de meio poroso

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    Para a fase líquida:

    Para a fase particulada (sólida):

    2. Escoamento em meios porosos

    -;-< ρ= ρ

    -;-<

    ρ (12)

    (13)

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    Onde: P s e P f são, respectivamente, a pressão exercidasobre a fase sólida e a fase fluida;

    g é a aceleração da gravidade e m é a força resistiva fluido-partícula (por unidadede volume do sistema particulado), dada pelaequação abaixo:

    2. Escoamento em meios porosos

    μ

    > (14)

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    2. Escoamento em meios porosos

    ( ; (17)

    > 6 ?

    (15)

    ϕ # #80

    (16)

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    Nesta formulação, q f é a velocidadesuperficial de fluido, εs é a fração volumétricade sólido e k a permeabilidade do meioporoso.

    A equação 14 exprime a lei de Darcy válida

    para o escoamento lento através do meioporoso.

    2. Escoamento em meios porosos

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    Já a equação 17 permite levar em conta acompressibilidade do sedimento.

    Combinando as equações 12 e 13 tem-se:

    2. Escoamento em meios porosos

    -;-<

    -;-<

    ρ ρ ρ ρ ρ ρ@ (18)

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    Onde ρ M é a densidade do sistemaparticulado e εf = 1 – εs .

    A integração da equação 18 leva ao seguinteresultado:

    2. Escoamento em meios porosos

    ; < ; 0 ; < ρ@ < (19)

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    Evidenciando que: A pressão sobre o fluido aumenta no sentido doescoamento do fluido;

    A pressão sobre o sólido aumenta com a vazãode líquido (equações 12, 14 e 19).

    2. Escoamento em meios porosos