Cco aula11 custos

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Aula Nº 11 – Análise das Variações

Objetivos da aula:

Por melhor que seja a operação da empresa, sempre existirão diferenças

entre o custo padrão (desejado) e o custo real. Essas diferenças precisam

ser identificadas e analisadas para sabermos o motivo de tal divergência:

a variação ocorreu no preço dos insumos? Ou a variação ocorreu na

quantidade utilizada?

O objetivo desta aula é fazer um estudo detalhado das variações entre o

custo padrão e o custo real dos produtos.

Tenha uma ótima aula!

Introdução

O custo-padrão, desenvolvido por Garke, Fells e Hamilton é um custo médio

tomado como base para o registro da produção antes da determinação do

custo real. Seria um custo ideal ou um custo mínimo que deveria ser obtido

pela indústria, nas condições de eficiência plena e rendimento máximo,

e que deve servir de base para a administração mediar a eficiência da

produção e conhecer as variações de custo.

É a forma mais eficiente de se controlar custos, que tanto pode ser usado

com o custeio por absorção como pelo variável (direto).

Sabendo-se, por exemplo, que um custo padrão de $ 100,00 por unidade

está assim dividido: $ 30,00 MP; $ 50,00 MOD; e $ 20,00 CIF; e que o processo

real acusa um desvio para mais de $ 5,00 na MP, tem-se a possibilidade de

investigar motivo da ocorrência desse desvio, transformando, assim, em um

importante instrumento gerencial e de controle.

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Custo-padrão é um conceito de custo unitário, aplicável a qualquer tempo à

quantidade produzida, obtendo-se, rapidamente, o custo total dos produtos

fabricados.

Exemplo: no mês, foram produzidas 100 unidades do produto “cadeira”,

que tem um custo-padrão de $ 30,00 por unidade, tendo sido vendidas 60

unidades, sabendo-se que não havia estoque inicial desse produto. Logo,

o valor dos estoques finais de produtos acabados seria de R$ 1.800,00 e o

custo dos produtos vendidos de R$ 1.200,00.

1. Características

• Originou-se nos E.U.A., no início deste século.

• Destacava, principalmente, os Custos Diretos (MP e MOD) – visto que

tinham grande participação no custo do produto.

• Estabelecer padrões de consumo de recursos (eficiência de utilização

dos meios de produção).

• Considerando os Custos Diretos, baseia-se no Princípio de Custeio por

Absorção.

• Permite, para os Custos Diretos, avaliação de desempenho, orçamento

confiável, determinação de responsabilidade, identificação de

medidas corretivas e de oportunidades de redução de custos.

• Exige constantes correções nos Padrões monetários.

Um sistema de Contabilidade de custo-padrão comporta os mesmos

procedimentos de um sistema de Contabilidade de custos efetivos, pois

envolve:

• Observação dos eventos relativos à produção;

• Análise desses eventos à luz dos pressupostos estabelecidos;

• Registro quantitativo de forma sistemática, visando aos objetivos

traçados;

• Avaliação dos elementos gerados pelo sistema de registros;

• Relato dos elementos colhidos pelo sistema, por meio de

demonstrações de custos e receitas, segundo as necessidades dos

usuários internos e externos à entidade.

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A resolução 750/93 do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) fixou

os Princípios Fundamentais de Contabilidade, dentre os quais aparece o

Princípio do Registro pelo Valor Original, que determina a avaliação dos

componentes do patrimônio pelos valores originais das transações com

o mundo exterior a valor presente em moeda nacional, sendo mantidos

na avaliação das variações patrimoniais posteriores, o que descarta a

utilização do custo-padrão para fins de avaliação dos estoques e dos

custos dos produtos vendidos, posto que este pode divergir da transação

efetiva.

A depender dos critérios que forem utilizados para a determinação do

custo-padrão, provavelmente, nem com sacrifício, será atingido. Porém,

se forem consideradas características técnicas e reais (a estrutura fabril, a

condição do pessoal, a região em que está localizada a empresa e tantos

outros fatores), poderão ser atingidos com sacrifício.

A meta da empresa será sempre a diminuição da parcela dos custos e,

por isso, estará sempre em busca de procedimentos que possibilitem

alcançar esse objetivo. Desta forma, à medida que se alcance um padrão

estabelecido, talvez isto sinalize para a determinação de um novo padrão,

pois o processo ainda poderá ser melhorado.

Métodos de custeio em relação aos objetivos:

Objetivo Métodos de Custeio

Apuração do custo dos produtos e

dos departamentosPor absorção e/ou ABC

Contábil Por absorção

Fiscal Por absorção ou arbitrado

Controle Padrão ou Standard

Melhoria de processos ABC

Gerencial Variável e/ou ABC

Otimização de resultados Teoria das restrições

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2. Análise das Variações entre o Padrão e o Real

Chamamos de variação a diferença entre o custo real e o custo-padrão.

Essas variações podem ser do material, da mão-de-obra ou dos custos

indiretos de fabricação.

2.1. Equação Fundamental de Custo

Custo do Insumo = Preço do Insumo x Quantidade de Insumo Utilizada

De forma abreviada, temos: C = P x Q

As variações podem ser de preço ou de quantidade.

Esquematicamente, temos:

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2.2. Exemplo: PRODUTO “A”

Dados:Quantidade Preço

Real Padrão Real Padrão

Material A 5.000 5.100 117,09 104,99

Material B 10.000 9.800 49,54 49,73

Mão-de-Obra

Direta50.000 51.000 14,84 16,71

Custos Indiretos

Variáveis50.000 51.000 4,71

4,03

Espécie de Custo Custo Real Custo-Padrão Variação D/C*

Matérias-Primas:

Material A

Material B

585.450

495.400

1.080.850

535.449

487.354

1.022.803

50.001

8.046

58.047

D

D

D

Mão-de-Obra Direta 742.000 852.210 110.210 C

Custos Indiretos Variáveis 235.500 205.530 29.970 D

Custos Indiretos Fixos 932.516 905.750 26.766 D

TOTAL 2.990.897 2.986.124 4.773 D

- quantidade produzida 5.200- unidades 5.000 unidades 200 unidades C

- custo unitário $ 575,17 $ 597,22 $ 23,87 C

*Obs.: D indica variação negativa, ou seja, custo real maior que o custo

padrão e C indica variação positiva, custo real menor que o custo padrão

2.2.1. Análise das variações de materiais:

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Material B: Variação total : $ 8.046 (D)

Variação Mista (Material A)

Diferença de quantidade = (5.100 - 5.000) = 100 kg

Diferença de preço = (117,09 - 104,99) = $ 12,10

Variação mista = 100 x $ 12,10 = $ 1.210

Em nossa análise, a variação de preço incorpora a variação mista, já que, na

maioria dos casos, ela representa um valor pequeno.

Como exemplo, vejamos como ficaria a análise, se desejássemos trabalhar

com a variação mista.

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Variação de Quantidade = Diferença de Quantidade x Preço Padrão

Variação de Preço = Diferença de Preço x Quantidade Padrão

Variação Mista = Diferença de Quantidade x Diferença de Preço

Variação de Quantidade = 100 kg x $ 104,99 = $ 10.499 (C)

Variação de Preço = $ 12,10 x 5.100 kg = $ 61.710 (D)

Variação Mista = 100 kg x $ 12,10 = $ 1.210 (C)

Variação Total $ 50.001 (D)

2.2.2. Análise das Variações de Mão-de-Obra Direta

2.2.3. Análise das Variações dos Custos Indiretos Variáveis

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2.2.4. Análise das Variações dos Custos Indiretos Fixos

O denominador de atividade escolhido em nosso exemplo para os custos

indiretos fixos é o volume padrão.

Devem ser corrigidas, em primeiro lugar, as variações desfavoráveis de

valores maiores.

Como na empresa o volume de dados é muito grande, devemos

trabalhar o conceito de análise das variações de tempos em tempos e por

amostragem.

3. Exercício

A Empresa UVB está vendo diminuir a sua participação no mercado do

Produto “Y”, o único produto fabricado pela empresa. Seus diretores sabem

que precisam, urgentemente, diminuir os custos de fabricação do produto

para tornar o preço de venda mais competitivo e, conseqüentemente,

aumentar sua participação no mercado.

A seguir, estão os dados relevantes para a fabricação do Produto “Y”,

durante um determinado período.

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QUANTIDADE PREÇO

Real Padrão Real Padrão

Materiais Diretos:

Material A 3.000 2.900 87,49 83,54

Material B 2.000 2.100 27,43 29,46

Embalagem 300 280 4,85 4,00

Mão-de-Obra Direta 40.000 42.000 11,42 13,85

Custos Ind. Variáveis 40.000 42.000 5,74 4,31

Custos Fixos 9.200 8.900 65,24 56,20

Quantidade produzida 9.200 8.900

Você está encarregado de analisar as variações entre o Custo Real e o

Custo-Padrão, para ajudar a empresa a reduzir seus custos de fabricação.

Faça um relatório para a diretoria da empresa, destacando as variações

acima de 10%, e suas prováveis causas.

Síntese

Nesta aula, estudamos as variações que ocorrem entre o custo-padrão e

o custo real dos produtos, identificando seu motivo. É uma análise que

possibilita o controle dos custos e dá subsídios para estabelecer novos

padrões ou para corrigir os desvios que acontecem na utilização dos

insumos de produção.

Na próxima aula, estudaremos as relações entre orçamento e custo-padrão

e sua contabilização.

Até a próxima aula!

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Referências

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos.

São Paulo: Atlas, 2005.

LEONE, George S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas,

1997.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.