CCPAD - Origem e evolução
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CLUBE DE CAÇA E PESCA DO ALTO DOURO
Da fundação aos dias de hoje: origem e evolução
"Nós, não idealizámos o Clube de Caça e Pesca apenas para dar banho à minhoca ou para tirar das águas uns quantos peixes. Quisemo-lo polivalente, permanentemente virado para o futuro, sem deixar de ser fiel às pescarias durienses..."
Rogério Reis
O Clube de Caça e Pesca do Alto Douro (CCPAD) foi fundado em
13 de Dezembro de 1971, na freguesia e concelho do Peso da Régua,
com a denominação inicial de Amadores de Caça e Pesca do Alto Douro.
A actual denominação entra oficialmente em vigor com a alteração dos
Estatutos, ocorrida em 5 de Outubro de 1991 1.
Na primeira assembleia geral realizada em 12 de Fevereiro de 1974,
na sede do Grémio do Comércio do Peso da Régua, procedeu - se à
eleição dos primeiros Corpos Sociais para o biénio de 1974/75.
1 Segundo João Teixeira, fundador e um dos mais proeminentes dirigentes do clube até 1983, a inclusão do vocábulo Amadores na denominação do clube deveu-se à "pertinência do Notário".
A escolha do nome surge, naturalmente, das motivações da prática
desportiva dos seus principais fundadores: a caça e a pesca.
Por essas razões o emblema e a bandeira são assim apresentados
nos Estatutos do clube:
"O Emblema tem a forma de losango com o eixo maior no sentido
horizontal dividido em três zonas, ocupadas, respectivamente, pelas
seguintes cores: azul, branco e encarnado, contendo como símbolos
respectivamente, um peixe, um barco rabelo e uma perdiz, todos de cor
dourada e incluirá a denominação Clube de Caça e Pesca do Alto Douro
ou a sua abreviatura CCPAD".
" A Bandeira será rectangular, dividida no seu maior comprimento
em três zonas rectangulares iguais com as cores azul, branco e
encarnado, levando sobre a zona central (branca) o emblema do clube,
por cima do emblema e num semicírculo serão inscritas as palavras
Clube de Caça e Pesca, na parte inferior do emblema em linha recta com
letras maiores as palavras "Alto Douro" 2.
A apresentação da história do clube será sistematizada em quatro
períodos distintos entre si, pelas circunstâncias sociais envolventes, pela
dinâmica associativa e carisma dos seus dirigentes, mas inevitavelmente
complementares.
O primeiro, ou período de instalação, decorre desde o dia da sua
fundação até à eleição dos primeiros Corpos Sociais realizada na
primeira assembleia geral de 12 de Fevereiro de 1974, na sede do
Grémio do Comércio do Peso da Régua;
O segundo decorre no contexto de mudanças sociais e políticas
que atravessou o país na época pós 25 de Abril;
O terceiro, a que chamarei de restauração e afirmação institucional,
inicia-se em Dezembro de 1983 com a Presidência de Mesquita Montes
e termina com a presidência de Joaquim Pinto em 1997;
2 Vd. Artigo 4º dos Estatutos "Símbolo e Bandeira".
Finalmente, o quarto período, iniciado em 1997 com a eleição dos
Corpos Sociais actuais e a cuja direcção preside Álvaro Lima, cuja acção
tem por objectivo a renovação e a projecção do clube para o século XXI.
Desde a sua fundação, em 13 de Dezembro de 1971, e até à
eleição dos primeiros Corpos Sociais, decorre a fase inicial da vida do
Clube de Caça e Pesca do Alto Douro.
É a comissão de fundadores, autodenominada Comissão
Organizadora que assina a acta da sua criação e vai gerir o clube
durante este período. Destaca-se, desta fase, "a deliberação tomada,
permitindo que os residentes dos concelhos limítrofes de Mesão Frio e
Santa Marta de Penaguião fossem aceites como associados do clube"3.
Responderam desta forma à intenção propugnada por Rogério Reis ao atribuir
ao clube uma função de "cooperação intraconcelhia" e onde o "bairrismo
restrito não deve ter lugar".
São aprovados os primeiros valores da jóia e da quota mensal4. No
entanto, a grande preocupação da Comissão Organizadora é a aquisição dos
terrenos onde irão ser construídas as instalações desportivas do clube.
Dos eventos desportivos regista-se a realização, em Fevereiro de
1972, de uma Batida à raposa, envolvendo uma centena de caçadores,
considerada como "uma jornada inesquecível de confraternização e de
prática desportiva"5; e a organização do 1º Concurso de Pesca Inter-Sócios,
realizado em Setembro desse ano, com a participação de 60 pescadores.
Deste modo, logo no primeiro ano de existência, o clube pretende
responder eficazmente às necessidades dos sócios fundadores no
âmbito da prática da caça e da pesca, pois são acontecimentos
largamente noticiados na imprensa regional e nacional. A este propósito
3 Vd. Acta da reunião da Direcção de 5 de Fevereiro de 1972. 4 Em reunião de 5 de Fevereiro, a Direcção aprovou os seguintes valores: jóia (50$00); quota mensal (20$00 por cada modalidade (caça e pesca) e 10$00 para os associados não praticantes. 5 As palavras são de Luís Almeida e de João Teixeira, fundadores e caçadores do clube.
importa ler o seguinte trecho da autoria de uma comissão organizadora
liderada por Joaquim Meneses:
" ... Frente a muitas incompreensões, estamos animados em levar
por diante uma série de realizações que fazem falta na nossa terra, logo
que para tanto consigamos o objectivo principal. As instalações de que
um clube deste tipo carece e constituem para já a aspiração mais
desejada, serão passo firme para que venham, no futuro, novos valores
continuar a obra que nos propusemos iniciar.
A inegável situação geográfica da nossa terra, do seu Concelho e
dos de Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, a beleza incontestável
do nosso rio Douro, valorizado em breve com as albufeiras das
barragens, dão-nos a consoladora certeza de que não teremos errado
nesta oportuna tentativa de lançar e oficializar um clube com
características de vasto alcance, tanto no campo desportivo como
social"6.
Em Dezembro, a "Comissão Organizadora do clube, acompanhada
por um numeroso grupo de associados" é recebida pelo Presidente da
Câmara Municipal do Peso da Régua, que "prometeu, dentro do possível,
auxiliar e amparar todas as iniciativas que contribuam para o progresso e
bom nome da nossa terra ..."7.
No ano seguinte, 1973, o clube continua a ser notícia na Imprensa
do Porto e na Imprensa regional de Trás - os - Montes e Alto Douro, ao
organizar uma corrida de galgos, em 5 de Agosto, e o II Concurso de
Pesca, em 2 de Setembro, no âmbito do programa das Festas de Nossa
Senhora do Socorro.
Após a homologação dos Estatutos pela Direcção Geral dos
Desportos, por despacho de 22 de Junho de 1973, o Secretário de
Estado da Juventude e Desportos, Dr. Valadão Chagas, visita o clube em
6 Vd. Revista editada a propósito de I Concurso de Pesca Inter-Sócios, 1972. 7 In Jornal Notícias do Douro de 09 de Dezembro de 1972.
Outubro atribuindo-lhe um subsídio de 100 contos, dois barcos e duas
canoas.
O segundo período inicia-se com a eleição dos Corpos Sociais em
12 de Fevereiro de 1974. À Direcção preside Joaquim Fernandes Vieira
de Meneses também sócio fundador do clube. Para a Assembleia Geral
é escolhido o Dr. Aires Querubim de Meneses Soares 8.
Para sentirmos o que se passou nessa noite da primeira eleição,
socorro-me da leitura de um apontamento escrito redigido por um sócio
presente e também eleito nesse acto, colunista dos jornais da Régua,
figura popular e querida dos reguenses cujos textos assina com o
pseudónimo de "Fala"9:
"... Não pertenci ao grupo fundador deste novo Clube, mas
passados estes dezasseis anos, recordo com satisfação que fui um dos
que fiz parte do primeiro elenco directivo, eleito para dirigir os destinos do
Clube.
Foi numa noite de Inverno que, apesar de fria como é natural, não
impediu que cerca de meia centena de Reguenses viessem a estar
presentes na Sede da Associação Comercial, onde teve lugar o acto
eleitoral.
De princípio, apenas uma lista a apresentar, mas depois, uma outra
surgiu elaborada por mim e que foi aprovada por cerca de trinta votos, e
contra alguns poucos.
O ambiente tornou-se mais quente com o calor provocado pela
alegria e satisfação de haver nascido um novo clube desportivo, e ainda
porque pela primeira vez na nossa terra, havia acontecido um acto
eleitoral verdadeiramente democrático.
Na verdade, na falta de uma urna apropriada, uma caixa de sapatos
serviu para o efeito.(...)
8 Anos mais tarde desempenharia as funções de Governador Civil de Vila Real. 9 Vd. "Fala", pseudónimo de Fernando Almeida, Revista do 16º aniversário do Clube, 1987.
Para além dos corpos eleitos das várias secções, surgiu ainda uma
equipa de apoio, constituída por um punhado de Reguenses que deste
modo se propuseram trabalhar em prol do Clube, apoiando a sua
primeira Direcção."
Tudo indicava que, com a eleição dos Corpos Sociais, a constituição
das diversas secções desportivas e da secção de obras e de apoio, o
clube iniciaria o seu crescimento normal.
Em 11 de Julho desse ano é registado, por escritura no Cartório
Notarial do Peso da Régua, a existência legal do clube.
Como actividades desportivas regista-se a participação, com
sucesso, de uma equipa de pescadores do clube, no Concurso Nacional
realizado em Marco de Canaveses10 e a realização da I Regata das
Vindimas organizada pelo clube, e na qual participaram tripulações do Clube de
Vela Atlântico, Clube de Vela de Leça, Clube Naval de Ovar, Clube Naval
Povoense e Clube de Vela de Luanda 11.
A questão dos terrenos onde pretendiam construir as instalações
desportivas é central, e preocupava todos os que estão ligados ao
projecto do clube. Os terrenos pretendidos, e que hoje são propriedade
do clube, eram terrenos inaproveitados, e situam-se na margem direita
do rio. Em 1975, o Clube inicia as terraplanagens das terras para a
construção de um conjunto de equipamentos: ancoradouro para barcos
desportivos, piscina, campo de tiro, parque de campismo e campo de
jogos.
Entretanto, e até as obras ficarem concluídas, o clube inicia as suas
actividades desportivas na Escola Secundária: ginástica, basquetebol,
badminton, atletismo, andebol, futebol e voleibol. Mereciam ainda a
atenção dos dirigentes do clube, a vela, o remo e a canoagem.
10 Os pescadores foram: João da Silva Santos, Agostinho Ferraz, António Paiva e Alexandre Fonseca. 11 Nesta prova, o Clube de Caça e Pesca do Alto Douro participou com os novos barcos na categoria vaurient, segundo notícia publicada pelo Jornal de Notícias (02/10/74) e Comércio do Porto (05/10/74).
Segue-se um período caracterizado pelo entusiasmo da juventude
em redor das actividades desportivas do clube. São jovens para quem o
clube significa a oportunidade de participar nas centenas de provas e
actividades que o Movimento Voluntário do Desporto (MVD) proporciona.
O que era preciso "é pôr as pessoas a praticar desporto"
São tempos de grande dinamismo. No caso do CCPAD, esse
dinamismo associativo pertencia a João Teixeira na gestão e
organização dos eventos de Tiro e Caça; a António Bernardo Pereira, no
pelouro das obras; a Álvaro Lima na organização, dinamização e
enquadramento dos jovens nas provas desportivas 12.
Em Fevereiro de 1976, Víctor Alves, Ministro da Educação,
Investigação e Cultura, "teve uma breve paragem junto à ponte para dali
apreciar os terrenos" tendo oferecido 190 contos como estímulo.
A inauguração do campo de Tiro do clube, ocorrida em Setembro de
1976, faz programar um Torneio de Tiro aos pombos e aos pratos13. Mais
tarde, em finais dos anos setenta e em consequência da sua destruição
causada pelas cheias do rio Douro, o campo de tiro é reconstruído,
"beneficiado com condições para a prática da modalidade com nível federado".
Em 1978, durante o mês de Setembro, o clube promove a
realização do I Grande Prémio de Motonáutica e, pela primeira vez na
história do desporto transmontano, uma equipa de Hóquei em Patins -
Clube de Caça e Pesca do Alto Douro - disputa o campeonato nacional
da 2ª divisão.
12 As opiniões são unânimes em considerar Álvaro Lima o maior dinamizador do associativismo local durante esse período. As suas características de liderança e o amor à sua terra corporizam uma atitude permanente de acção em todas as instituições por onde passou: Santa Casa da Misericórdia, Sport Clube da Régua, Secção Automóvel, Clube de Caça e Pesca do Alto Douro, entre outras. Mais tarde, será vice- Presidente e Presidente da Assembleia Geral do Clube. 13 O vencedor do Torneio, que reuniu a fina flor da modalidade, foi Albano Ribeiro de Sousa.
O período, então vivido, foi para Joaquim Pinto "um período de
grande criatividade" ou tempos de grande determinação marcados pelo
lema "vamos fazer..." segundo José Carlos Simões 14.
Como consequência da acção do Movimento Voluntário Desportivo
(MVD), surgem manifestações desportivas populares por todo o país e às
quais o clube adere.
É neste contexto favorável que o clube inicia a sua própria
promoção junto da população: posse de terrenos, obras em curso e
ambiente social excelente, quer a nível nacional quer local, para a
promoção das actividades desportivas.
No entanto, em finais dos anos setenta, a mudança de política
desportiva governamental e as cheias do rio Douro vão dar uma
machadada nos projectos e dinamismo dos dirigentes do clube. Para
Joaquim Pinto "com os terrenos alagados, o clube começa a sentir
dificuldade em obter apoios e subsídios para as suas actividades", factos
que conduzem à desmotivação dos seus dirigentes, que irá mergulhar a
instituição desportiva num estado de quase inactividade.
No início dos anos oitenta, não se realiza a Regata das Vindimas,
facto que provoca a consciencialização dos associados para a
necessidade de fazer alguma coisa15.
Esta prova realizava-se todos os anos na Régua e era organizada
pelo Clube, no final de Setembro. Sendo o culminar da época competitiva
nacional de Vela, tornou-se no evento desportivo mais carismático do
clube e da Região. Para participar, assistir ou acompanhar a prova,
centenas de pessoas, portugueses e espanhóis, deslocavam-se à
Régua, esgotando a capacidade de acolhimento das unidades hoteleiras
14 Joaquim Pinto foi seccionista, vice Presidente e Presidente do Clube entre 1983 e 1997. José Carlos Simões, foi um dos dinamizadores das actividades do clube durante esse período, seccionista de natação e vice-presidente em 1994. 15 A não realização da Regata das Vindimas é, segundo a opinião de Mesquita Montes e Joaquim Pinto, a gota que faz transbordar as manifestações de desagrado dos associados.
existentes. Muitas desses visitantes ficavam alojados nas casas dos
reguenses, amantes da vela. A endógena hospitalidade dos durienses, a
descoberta das belezas do rio Douro e da paisagem do "país vinhateiro",
transformou a prova na referência regional e nacional indiscutível, pelo
que se compreendem as consequências da sua não realização.
Com a eleição, em 5 de Dezembro de 1983, dos Corpos Sociais
para o biénio 1984/1985 uma nova fase vai surgir. Preside à Assembleia
Geral o Dr. Henrique Cordeiro e o Presidente da Direcção é o
Engenheiro Mesquita Montes 16.
É o período de restauração da imagem do clube a nível local,
regional e nacional.
Para Mesquita Montes, "o grupo de homens que toma conta do
clube em 1983, é constituído pelos pais de uma geração de adolescentes
que vê no desporto em geral e nos Desportos Náuticos em particular, a
prática de um complemento de formação e de ocupação dos tempos
livres dos seus filhos" 17.
As principais vertentes da acção destes dirigentes, logo que tomam
posse são: a construção da piscina e a legalização dos terrenos do
clube.
A construção da piscina é tão importante que a Direcção do Clube
convida para a reunião de 17 de Abril de 1984 os presidentes da Junta
de Freguesia do concelho no sentido de os sensibilizar para ajudarem a
custear as despesas da sua construção.
16 Mesquita Montes é também o Presidente da Casa do Douro e figura de inquestionável importância na Região Demarcada do Douro. Juntamente com o Presidente da Direcção, duas individualidades confirmam-se como dirigentes, na vida da Régua e do Clube: Álvaro Lima, vice-presidente, e Joaquim Pinto, responsável pela secção de obras. 17 Afirmação proferida por Mesquita Montes e corroborada por Adalberto Vasques Almeida, durante a entrevista que me concederam, em tempos distintos. São esses jovens que hoje dinamizam e lideram a comunidade local e o clube.
No campo das realizações desportivas, dá-se início às aulas de
natação na piscina termal das Caldas do Moledo.
No âmbito da orgânica interna do clube, as secções são autorizadas
a participar nas reuniões da Direcção, procede-se à actualização das
quotas e é contratado o primeiro funcionário do clube.
Pugna-se pela revitalização da secção de ginástica.
Joaquim Pinto sugere a criação das secções de xadrez, voleibol e
natação, sendo a primeira imediatamente aceite.
O Plano de Actividades do Clube é apresentado à Câmara Municipal
e Álvaro Lima é indicado para o Conselho Municipal de Desporto, em
representação do clube18.
Comemora-se o 13º aniversário do clube com um programa variado:
exposição fotográfica das actividades do clube; realização de palestra
subordinada ao tema " Desenvolvimento desportivo" proferida pelo Prof.
Fausto Carvalhais, Delegado distrital da Direcção Geral dos Desportos;
realização do Sarau Cultural onde actuam o Coral de Nossa Senhora do
Socorro e a Orquestra Juvenil da Régua.
O ano seguinte é decisivo. O clube organiza durante os meses de
Março e Abril o I Torneio de Xadrez Páscoa 85; a secção de
montanhismo realiza em Junho a 1ª marcha do Marão; a secção de
pesca, organiza em Setembro o 1º Concurso Nacional de Rio.
Em Julho de 1985, Miranda Calha, Secretário de Estado dos
Desportos, inaugura a piscina do clube, grande anseio dos seus
associados, provocando enorme entusiasmo na imensa multidão que
assiste ao acontecimento.
A construção da piscina, para a qual muito contribuiu o comércio
local, reforça o carisma e a credibilidade dos dirigentes. A imagem do
clube afirma-se no meio social através do seu património agora
enriquecido e do seu potencial entretanto descoberto.
18 Vd. Acta da reunião da Direcção de 16 de Janeiro de 1984. No ano seguinte é indicado em representação do clube para a Comissão Concelhia do Desenvolvimento do Desporto Regional (vd. Acta de 25 de Março de 1985).
O clube participa nas Festas de Nossa Senhora do Socorro de 1985
organizando as provas de Tiro, Caça e Vela e colabora com a autarquia
nas actividades do Ano Internacional da Juventude desse ano.
As comemorações do 14º aniversário contemplam, no seu
programa, um colóquio sobre desporto e sarau cultural realizado no
Salão Nobre da Casa do Douro. Regista-se ainda a atribuição de placas
comemorativas aos senhores Engenheiro Mesquita Montes e a Álvaro
Lima, durante a realização do almoço de aniversário.
O crescimento do clube, então verificado, obrigava a imensas
tarefas de âmbito associativo, cuja responsabilidade deveria ser alargada
a mais dirigentes, o que leva a assembleia geral do clube a aprovar a
alteração do artº24 dos estatutos:
"A Direcção passa a ser constituída por 1 presidente, 1 vice -
presidente, 1º e 2º secretário, um tesoureiro, um tesoureiro adjunto e dois
vogais"19.
Em 28 de Janeiro de 1986, toma posse a nova direcção e restantes
Corpos Sociais para o biénio 1986/1987. A alteração mais significativa
ocorrida na constituição do seu elenco é a substituição de Álvaro Lima na
vice - Presidência por Joaquim Pinto.
O Clube participa no Projecto Nordeste em Atletismo, nos
campeonatos nacionais realizados em Lisboa e organiza o 1º Grande
Prémio das Vindimas. Realiza o Torneio das 4 cidades em Ténis de
campo, a XII Regata das Vindimas em Vela, e a 5ª Prova de Pesca
Inter- Sócios.
Em 10 de Março de 1986 é aprovada a proposta de criação da
secção de Caça, pois "sendo esta uma das razões da criação do clube,
não fazia sentido a sua inexistência". No mesmo ano são aprovados os
regulamentos das piscinas e o clube, juntamente com as freguesias do
Concelho, promove, no Verão desse ano, o projecto "Férias desportivas".
19 Vd. Acta da assembleia geral de 2 de Fevereiro de 1985.
Realiza o Torneio de Futebol de Salão e inicia-se o funcionamento das
escolas de natação e de Ténis no Complexo das Caldas do Moledo 20.
Em 27 de Outubro é constituída a comissão instaladora de Ténis de
Mesa e é criado o grupo dos amigos do Voleibol 21.
No âmbito das comemorações do 15º aniversário do Clube, realiza-
se um Colóquio para o qual são convidados o Director Geral dos
Desportos, o Delegado da DGD de Vila Real, Prof. Fausto Carvalhais,
Jorge Campaniço e Amílcar Saavedra.
São tempos em que a imagem do clube assenta na dinâmica das
seguintes secções, segundo Mesquita Montes:
" ... A secção de obras, cuja acção culmina com a construção da
piscina; a secção de Pesca que, funcionando com autonomia, confere
dinamismo e qualidade às muitas provas que organiza; a secção de
Natação que, a partir da inauguração da piscina, ganha impulso e
estabelece um protocolo com a Junta de Turismo das Caldas do Moledo
para levar a cabo o projecto de natação envolvendo cerca de 1000
crianças das escolas do 1º Ciclo; a secção de Vela projecta a imagem do
Clube e da cidade a nível nacional através da Regata das Vindimas e da
qualidade dos seus velejadores".
Durante o ano de 1987, o Clube teve "uma participação digna a
nível local, regional e nacional"22 através das secções de Tiro, Pesca,
Montanhismo, Atletismo, Ténis de Mesa e Ténis de Campo; promove a
criação da Associação de Atletismo de Vila Real; organiza um "Passeio às
amendoeiras em Flor" a Barca d'Alva, Moncorvo, Foz Côa e Figueira de
Castelo Rodrigo. Comemora o seu 16º aniversário.
O ano de 1988 é marcado pela escritura pública dos terrenos do
clube levada a cabo pelo Presidente Joaquim Pinto e pelo seccionista
20 Vd. Actas de 30 de Junho e de 14 de Julho de 1986. 21 Vd. Acta de 27 de Outubro 1986. 22 A este respeito consultar o Relatório e Contas de 1987.
para as obras, António Bernardo Pereira23. Estão em funcionamento
pleno as secções de Tiro, Pesca, Atletismo, Ténis de Mesa, Ténis de
Campo e Natação. Iniciou-se a campanha dos 2000 sócios. Inicia-se a
actividade de Aeromodelismo e organiza o 3º Torneio de Futebol de salão.
Comemora-se o 17º aniversário do clube 24.
A assembleia geral aprova, em 24 de Fevereiro de 1989, a alteração
do artigo 23, ficando a composição da Direcção assim definida: 1
Presidente, 2 vice-presidentes, tesoureiro e tesoureiro adjunto, 1º e 2º
secretários e quatro vogais.
Em 31 de Março de 1989, realiza-se a tomada de posse dos Corpos
Sociais cuja Direcção é liderada por Joaquim Pinto, tendo como vice-
presidentes António Bernardo Pereira e o Dr. Eduardo Miranda. O
Presidente da Assembleia Geral é o Engenheiro Mesquita Montes.
Ao iniciar o seu mandato, a Direcção verifica que se encontram em
actividade as seguintes secções: Pesca, Caça, Tiro, Natação, Ténis de
Mesa, Ténis de Campo, Vela, Canoagem, Ginástica, Atletismo e Xadrez.
É proposta pelo Dr. Eduardo Miranda, vice-presidente, a criação da
secção de Cicloturismo na sequência do "Passeio cicloturista" levado a
efeito pelo clube em 1 de Maio. Ainda durante este ano, 1989,
comemora-se o 18º aniversário do clube 25.
O Relatório e Contas de 1990 considera, como pontos altos da
actividade desportiva do clube, as finais da Taça de Portugal em Ténis
de Mesa e o Concurso de Pesca Desportiva de Rio.
É a secção de Ténis de Mesa que marca a dinâmica do clube
através da organização de inúmeras realizações, profusamente referidas
na Imprensa local 26.
23 A escritura dos terrenos foi realizada em Tabuaço em 17-06-88, tal como escreve Joaquim Pinto na revista do 17º aniversário do Clube. 24 Vd. Acta de 7 de Novembro de 1988. 25 Vd. Acta de 27 de Maio de 1989. 26 Pedro Ermida, coordenador, e Américo Rocha, treinador, são as faces visíveis da dinâmica da secção.
O clube participa na criação da Associação de Natação de Vila
Real, para cuja direcção são indicados três nomes do clube 27.
Das comemorações do 19º aniversário do Clube consta a realização
de uma Mesa Redonda e da actuação do Orfeão da UTAD.
O ano de 1991 começa com a realização, em 19 de Janeiro, da
Assembleia Geral que, além de ter aprovado os novos valores da quota e
da jóia28, considera como sócios beneméritos as seguintes instituições
locais: Casa do Douro, Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Peso da
Régua, Cooperativa Vitivinícola do Peso da Régua e a Firma Pedro José
Leite Pinto.
Joaquim Pinto representa o clube na escritura de alteração total dos
seus estatutos, bem como da alteração do nome de "amadores de Caça
e Pesca do Alto Douro" para "Clube de Caça e Pesca do Alto Douro",
ocorrida em 11 de Outubro de 1991 no Cartório Notarial de Mesão Frio29.
São propostos para sócios de mérito, em reunião de 12 de
Dezembro, Amândio Taveira Machado (Casa Mário Machado) e António
Ermida Ferreira (Casa Ermida).
No entanto, um acontecimento merece destaque neste ano de 1991.
Ao Presidente do Clube, Joaquim Pinto, é atribuída, pelo Governo, a
Medalha de Bons Serviços Desportivos.
Em reunião de Direcção efectuada em 31 de Outubro de 1991, é
aprovada a redacção da declaração a proferir na cerimónia de entrega da
condecoração, a decorrer em 30 de Novembro, com a presença do
Director Geral dos Desportos, Mirandela da Costa. Nessa reunião é
criada a secção de Basquetebol.
27 Em acta de 15 de Janeiro de 1990, são indicados o "Senhor Melo, Engenheiro José Tojeiro e Prof. Fernando Pinto". 28 Sócios masculinos 175$00, femininos 125$00 e jovens e reformados 100$00 mensais. Jóia 500$00. 29 Vd. Acta de 12 de Setembro. Os estatutos, actualizados nesta data, encontram-se em vigor e foram publicados no Diário da Republica, III Série , nº 150, de 2 de Julho de 1997.
Na reunião de Direcção de 13 de Janeiro de 1992, é lavrado um
voto de louvor à equipa de voleibol por se ter sagrado campeã regional.
Em 13 de Fevereiro de 1992 é eleita nova direcção, embora sem
alterações significativas na sua composição.
Durante o ano de 1992, o Clube decide oferecer ao Sport Clube da
Régua uma placa alusiva à passagem do 48º aniversário daquele clube,
registar um louvor ao Dr. Eduardo Miranda, ex-vice-presidente do clube
pelos serviços prestados, considerar como dirigente do ano o
coordenador da secção de voleibol, Rui Feliciano e como sócio do ano,
Augusto Espírito Santo.
Durante o jantar comemorativo do 21º aniversário do clube, foram
distinguidos com o emblema de ouro as seguintes individualidades: Prof.
Fausto Carvalhais, Fernando Columbano, Dr. Rui Machado e Alfredo
Baptista.
O ano de 1993, inicia-se com a construção da esplanada e do bar e
é tempo de algumas realizações desportivas que a Direcção refere no
"Relatório e Contas" desse ano:
IX Concurso Nacional de Pesca Desportiva de Rio;
5º Torneio Internacional de Ténis de Mesa "Cidade da Régua";
Campeonato Nacional de Remo, em parceria com a
Federação Portuguesa de Remo.
A partir de 1994, nos terrenos do clube são instalados os estaleiros
e o gabinete de apoio e fiscalização da obra de construção da ponte
sobre o rio Douro - troço do IP3 - mais tarde baptizada com o nome de
Miguel Torga.
No Relatório e Contas de 1995, os anos de 1993 e 1994 são
considerados difíceis, em virtude das obras realizadas não terem tido
nenhuma comparticipação". A Direcção, durante o ano referido, limitou-
se a gerir a manutenção do complexo desportivo do clube. "... Os clubes
amadores continuam a viver de esmolas em face da grande crise do
associativismo que se tem acentuado de ano para ano e, hoje, ninguém
tem dúvidas da necessidade urgente de uma análise profunda das
causas desta situação" pode ler-se no referido relatório. Neste relatório
registam-se os elogios à secção de Pesca e destacam-se as seguintes
realizações:
Ténis de campo: realização de todas as provas do programa
oficial da Federação Portuguesa de Ténis de campo e o facto de dois
atletas terem estagiado no estádio nacional.
- Ténis de mesa: campeonatos nacionais de juniores e de sub-21;
- Vela: a Câmara Municipal de Lamego ofereceu ao clube 6
optimists e respectivas velas no valor de 1.035 contos.
Comemorando-se neste ano de 1996 o 25º aniversário do clube, foi
decidido atribuir o emblema de prata aos sócios no activo que constam
do ofício enviado ao senhor Director Geral de Educação Física em 2 de
Março de 1972 30 e aos associados que constam da acta de tomada de
posse da primeira Direcção em 12 de Fevereiro de 1974 31.
A empresa Soares da Costa compromete-se a proceder a obras de
melhoria nas instalações do Bar, construção do ginásio e um pavilhão
para Ténis de mesa como contrapartida aos transtornos causados ao
clube com as obras de construção da ponte 32
30 Vd. Acta da reunião de Direcção de 26 de Novembro de 1996. Os sócios propostos são: Dr. Henrique Augusto Coutinho Cordeiro, Engenheiro Diamantino Moreira da Silva, António Joaquim Simões Mendonça, Júlio Fernando Salgado Lopes, Luís Alves Almeida, Henrique Tiago Pinto, José Cardoso Serafim, António José Lemos Teixeira de Mesquita, António Bernardo Pereira, Alcino Pinto Cardoso, João da Fonseca Teixeira e Manuel de Almeida Lopes. 31 Alexandre Fonseca, Eduardo Augusto Marques dos Santos, António Joaquim T. de Paiva, Jorge Nélson Monforte, Fernando Alves de Almeida, João da Silva Rodrigues dos Santos, Bartolomeu Carvalho Melo, Bernardo C. Osório, Joaquim Pinto, Eurico Patrício, Álvaro Cunha Lima, Valdemar Jesus do Vale, Manuel Pinto Dias Montesinho, Manuel Teixeira, Joaquim Maria Vieira de Meneses, Manuel José Ribeiro, Agostinho Morais Ferraz. 32 Vd. Acta da reunião da Direcção de 18 de Dezembro de 1996.
Em 7 de Novembro de 1997, a lista liderada por Álvaro Lima
apresenta-se aos sócios com um projecto cujo objectivo principal é
"construir um clube para o século XXI".
Inicia-se o período de renovação do clube, após o auto de posse
ter ocorrido em 12 de Novembro.
Um dos primeiros actos desta Direcção foi a comemoração do 26º
aniversário do clube. Do seu programa constou a realização da I Taça
Horácio Lopes33 e a realização de um jantar comemorativo durante o qual
foram galardoados com o emblema de prata o sócio Manuel Joaquim
Ferreira e, pelos serviços prestados ao clube, a Senhora Dª Maria Alice
de Jesus Monteiro.
A nova Direcção revela querer e enorme capacidade de liderança
pelo que fez e proporcionou em 1998. O clube participa em Aveiro numa
prova de vela na classe optimist; a secção de Voleibol do clube participa
nos quadros competitivos oficiais e organiza em Fevereiro o "I Torneio
"Cidade da Régua" em femininos com a participação de equipas de
Esmoriz, Guarda e Coimbra; o Ténis de Mesa organiza o I Torneio
Aberto "Carnaval 98" e o X Torneio "Cidade da Régua"; a secção dos
Caminheiros leva a efeito um "Passeio Pedestre" entre Régua e Lamego,
uma caminhada às pontes do IP3 e outra à Senhora do Viso.
Em Agosto promove uma sessão de cinema ao ar livre nas
instalações das piscinas e, em Setembro, um espectáculo de 14 horas de
música e dança denominado Dance in Douro.
Em Outubro, deram-se vários acontecimentos: o Torneio das
Vindimas de Ténis de Campo, o Concurso Nacional de Pesca
Vindimas/98; início do campeonato regional de Voleibol; os "caminheiros
recomeçaram os seus passeios". Termina o ano com as comemorações
do seu 27º aniversário, cujo programa incluiu provas desportivas de
Ténis de Campo, Voleibol e Cicloturismo, e almoço comemorativo
33 Horácio Lopes, comerciante desta cidade, apaixonado pela Pesca e recentemente falecido, foi dirigente do clube.
durante o qual foi entregue o emblema de prata aos sócios com 25 anos
de filiação.
Em reunião da Assembleia Geral de 19 de Fevereiro de 1999, são
referidas as obras já realizadas: ampliação do bar e construção de dois
campos de ténis.
Nesta reunião são alteradas a jóia e a quota34; aprova-se, por
unanimidade, a nova categoria dos associados efectivos acabando com
a distinção entre homens e mulheres; os associados só são distinguidos
pela idade: maiores ou menores de 18 anos.
Em Março deste ano, o clube promove uma Aula Aeróbica Fitness,
actividade aqui referida para comprovar a multidesportividade do clube.
Em Agosto de 1999, houve Cinema ao Ar Livre nas instalações do
clube. Em Dezembro comemora o 28º aniversário.
Durante o ano de 2000, são nove as secções que o clube mantém
em actividade: Pesca, Vela, Remo, Voleibol, Futebol de 7, Caminheiros,
Ténis de Mesa, Ténis de Campo e Cicloturismo. Durante os meses de
Verão, entra em funcionamento a escola de Natação.
Em Julho de 2000, a Câmara Municipal do Peso da Régua atribuiu a
Medalha de Mérito ao Clube.
Como projectos para o futuro, Álvaro Lima é afirmativo, no momento
em que o clube comemora o seu 29º aniversário:
" Ao nível das infra estruturas desportivas pretende-se: construir um
campo de futebol de 7, uma piscina coberta e aquecida, e o parque de
campismo; optimizar o funcionamento das secções existentes e
realização anual de eventos de grande impacto; restaurar a prática dos
desportos náuticos como imagem do clube. Considera ainda que os
jovens serão atraídos para o clube, se este oferecer boas instalações
para a convivialidade"35.
34 Os associados com menos de 18 anos de idade pagam uma quota de 200$00 e os associados adultos 250$00. A jóia passa para 2000$00. 35 Durante a entrevista, o Presidente Álvaro Lima informou que nos terrenos do clube, junto à foz do rio Corgo - afluente do Douro - vive uma espécie de trevo
Em 19 de Janeiro de 2001, é aprovado, por unanimidade, o
Relatório e Contas da Gerência do ano anterior com um voto de louvor
ao seu Presidente, augurando um futuro risonho, que todos desejam
para o clube.
Como síntese das ideias, opiniões e perspectivas avançadas pelos
associados, "o Clube será grande se revitalizar os desportos náuticos e
se a Vela for a imagem de marca do clube".
de quatro folhas, a Marsilea quadrifolia, planta rara em toda a Europa. O Clube e o Instituto de Conservação da Natureza pretendem que os terrenos envolventes sejam considerados zona protegida.