Cê Viu? - Novembro de 2014

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  • Editorial Chegamos por fim ltima edio do C-Viu? de 2014, fechando com chave de ouro. Comeamos

    contando pra vocs sobre o CEC e o que aconteceu de mais importante aqui na Civil e Ambiental durante o segundo semestre: Tivemos a SeTEC (Semana Temtica de Engenharia Civil e Ambiental), palestras do Civilizados, a viagem para Itaipu, o OktoberCEC e muito mais. No deixe de ler para conhecer um pouco mais sobre o centrinho do momento!

    Temos um depoimento incrvel do presidente do CEC na gesto 81/82, Cesar Augusto Massaro, pai do grande Bruno, contando sobre o CEC, a Poli e o prprio C-Viu? na poca em que ele estudava aqui. A equipe tambm preparou alguns textos sobre o trnsito na USP e a questo da segurana nas festas na Universidade.

    Entrevistamos o atual reitor da USP, o prof. Marco Antonio Zago, e perguntamos sobre tudo que ocorreu aqui este ano e o que pode ocorrer nos prximos anos de sua gesto. Foi um momento certamente muito relevante para a equipe, diga-se de passagem.

    Contamos tambm com um texto informativo sobre a PoliFinance, grupo de extenso aqui da Poli; e textos de ajuda aos bixos, que devem fazer a escolha de curso nesse ms, escolhendo entre Engenharia Civil e Ambiental. O texto artstico do Mrcio Sartorelli e a pgina de diverses fecham a edio.

    isso, pessoal, esperamos que tenham gostado da atuao do C-Viu? durante o ano, e que continuem nos acompanhando durante o ano que vem, porque nosso intuito crescer cada vez mais, trazendo matrias e entrevistas de maior qualidade para vocs.

    Se voc tem alguma sugesto ou gostaria de mandar um texto, envie um e-mail para [email protected] ou um inbox no perfil do Facebook (C-Viu Poli Usp). Estaremos sempre abertos a novos membros que possam contribuir com o jornal. Basta procurar algum da equipe que voc ser convidado a participar das reunies.

    Tenham um bom fim de ano, boas frias e at ano que vem!

    A Equipe

    C Viu? Edio de novembro de 2014

    Equipe

    Alice Lepique Brbara Paes Gabriela Marques Igor Rossi Igor Tsuyoshi

    Jlia Azeredo Mrcio Rolim Mrcio Sartorelli Maurlio da Mata

    Agradecimentos

    Arq. Toshie Sugawara Beatriz Beccari Barreto Bruno Abraho de Barros Cesar Augusto Massaro Daniel Martins

    Eng. Ena Neri Giovanni Amaral Luciana Capuano Mascarenhas Prof. Dr. Marco Antonio Zago Tabita Said

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  • Panorama CEC 2014 Pessoal, estarei dando continuidade srie

    de textos sobre nossas atividades, sendo este o meu ltimo texto ao C-viu? como presidente do CEC. No segundo semestre comeamos com a SeTEC, nesta edio h um texto prprio para esse grandioso projeto. De qualquer forma vou comentar brevemente, a IV SeTEC tomou magnitudes impressionantes esse ano, escolhemos um tema de extrema importncia engenharia atualmente e trouxemos renomados profissionais para palestrarem. A Semana Temtica ganhou grande poder e influncia com os professores e alunos da Escola Politcnica.

    Continuando na parte mais Acadmica, iniciamos um novo projeto, o Civilizados, que visa complementar a graduao dos alunos com assuntos relevantes aos engenheiros civis e ambientais. Temos pretenso de fazer esse segmento tomar propores muito maiores, possibilitando trazer cada vez mais profissionais de extrema importncia e relacionados a temas relevantes a formao do aluno. Desde a criao do projeto j tivemos um total de 6 eventos, entre palestras e visitas tcnicas. Se voc tem interesse e gostaria de nos ajudar na organizao ou apenas sugerir temas para futuras edies, nos procure, ficaremos felizes em receb-lo! No se esqueam que j no incio do ano que vem, o Civilizados junto a InCAD fornecer um curso de Revit (software da plataforma BIM) aos alunos por um preo abaixo do mercado.

    Ainda na parte Acadmica, tivemos a palestra de opo de curso, essa iniciativa visa prestar suporte aos bixos, fornecendo informaes dos 2 cursos da GA Civil. Alm dessas atividades, o CEC junto aos RDs vem fazendo um trabalho objetivando a melhoria do curso da Civil, estamos tentando unir esforos para trazer mudanas benficas aos alunos. Ainda, somos responsveis pela organizao das eleies dos RD e da prxima gesto do Centro Acadmico. Gostaria de frisar a importncia dos votos e o conhecimento dos candidatos. Os representantes discentes so aqueles que levam a opinio e demandas dos alunos ao corpo docente da escola. Eles so os intermedirios que podem defender o interesse do aluno buscando uma maior representatividade nos

    rgos da Escola. Provavelmente as eleies para os cargos de 2015 j tero acabado quando este texto for publicado, mas como todo ano temos que votar achei vlido destacar a questo.

    Na parte de festas, o CEC no segundo semestre comemorou mais uma vez seu aniversrio com o maior estilo alemo de todos os tempos no XII OktoberCEC, que foi no Club 33. Esse ano, pelos incidentes ocorridos, tivemos que realizar nosso evento fora do Campus portanto tivemos algumas mudanas em seu estilo. Esse Oktober forneceu open chopp EISENBAHN, durante a festa tivemos alguns problemas com as choppeiras, pedimos desculpas a todos e garantimos que nas prximas festas nos certificaremos que o problema no se repetira. Mas fique tranquilo, se voc perdeu essa festa ainda temos muitos Oktobers pela frente! E ainda esse ano realizaremos a Festa de Fim de Ano da Poli. Essa festa era organizada em parceria com o Grmio, mas por causa dos problemas ocorridos na sua festa de aniversrio, eles solicitaram que sassem da organizao esse ano. Na FFA desse ano estamos trazendo uma atrao de nvel internacional, o famoso Michel Tel! Se voc ainda no comprou seu ingresso est esperando o que? Vamo mexe moada!

    Para finalizar minha participao no C-viu? como presidente, gostaria de fazer um pedido aos alunos. Se voc ainda no conhece o CEC, nem suas atividades e colaboradores, peo que tente, de alguma forma, aumentar seu contato conosco. Estamos sempre abertos a sugestes, opinies e crticas, nossas portas esto abertas para todos. Nesse ano, a gesto 2014 tentou fazer com que mais os alunos da civil e ambiental se aproximarem do seu Centro Acadmico. Pra gente, era de vital importncia essa aproximao, para podermos atender as demandas estudantis mais efetivamente. O CEC precisa de uma maior participao dos alunos para podermos crescer ainda mais! Ento fica o convite a todos, queremos te ouvir, queremos que voc participe, queremos fazer um Centro Acadmico que atenda a todos!

    Igor Tsuyoshi Kaga

    Presidente CEC 2014

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  • Gesto CEC 2015

    Lucas Mendes (Boleta)

    Cargo: Presidente

    Gabriel Kato (Alegria) Mariana Meletti

    Cargo: 1 Vice-Presidente Cargo: 2 Vice-Presidente

    Bruno Massaro Luiz Possetti

    Cargo: 1 Secretrio Cargo: 2 Secretrio

    Bruno Yao (Cocobas) Marina Arantes (Moa)

    Cargo: 1 Tesoureiro Cargo: 2 Tesoureiro

    Eduardo Mainardes Renan Ruffo

    Cargo: Diretor de Divulgao Cargo: Diretor de Patrimnio

    Matheus Amaral (Tetas) Andr Pelosi

    Cargo: Diretor de Eventos Cargo: Diretor de Eventos

    Alice Lepique Paola Gaspar

    Cargo: 1 Diretora Acadmica Cargo: 2 Diretora Acadmica

    Mrcio Sartorelli Lucas Ajaj Piccoli

    Cargo: Secretrio de Imprensa Cargo: Secretrio Poltico

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  • Representantes Discentes 2015

    PEF Departamento de Estruturas e Fundaes

    Victor Ortega Julie Miyuki Kuahara Titular Suplente

    PCC Departamento de Construo Civil

    Alice Lopes Moriamez Alexandre Flix (Piau) Titular Suplente

    PHA Departamento de Hidrologia

    Aline Moraes Murilo Soto Titular Suplente

    PTR Departamento de Transportes

    Fernanda Fulan Thiago Almeida (CEC) Titular Suplente

    CoC Civil

    Tiago Moherdaui Steffano Esteves Titular Suplente

    CoC Ambiental

    Emiliana Barra Soares Miguel Giansante Titular Suplente

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  • Setec 2014: o que rolou?

    No ms de agosto desse ano realizou-se a IV SeTEC (Semana Temtica de Engenharia Civil e Ambiental). Pra quem ainda no sabe: trata-se de uma semana acadmica que rene palestras, mesas redondas, estudos de caso e visitas tcnicas a respeito de uma temtica relacionada aos cursos de Engenharia Civil e Ambiental. Na prtica, uma tima forma de expandir seu conhecimento e aprimorar sua interao com o estudo da engenharia, alm de estreitar expressivamente seu contato com professores, profissionais de renome e diretamente com empresas do ramo.

    A Semana abordou os tpicos mais expressivos relacionados ao tema de Gargalos de Infraestrutura, incluindo setores como a Mobilidade Urbana, a crise no Sistema Cantareira, o Custo Brasil e os gargalos ao investimento e o PAC na infraestrutura brasileira. Foi com grande satisfao que pudemos contar com nomes marcantes como o do jornalista Carlos Alberto Sardenberg, o engenheiro e economista Luiz Carlos Mendona de Barros, entre muitos outros, alm do patrocnio e apoio de grandes empresas como a construtora Camargo Corra e a Autodesk.

    No incio dos preparativos para o evento, ns da organizao trabalhvamos a partir do pressuposto que o estudante politcnico costuma demonstrar pouco interesse por atividades extra-classe, limitando-se apenas a cumprir com o necessrio para sua aprovao nas disciplinas. Sabamos que mudar tal costume seria difcil, mas, ao final da Semana, nos foi provado que esse pensamento estava pra l de equivocado. O que na verdade existe a necessidade de maior planejamento e investimento em divulgao consciente dos eventos, o que, no fim das contas, envolve e cativa a participao de todos de forma muito mais marcante.

    Tivemos gratas surpresas logo no primeiro dia de inscries. As vagas para todas as visitas tcnicas se esgotaram em questo de horas, e todas as palestras contaram com expressiva adeso dos alunos (tanto de dentro quanto de fora da Escola Politcnica). Felizmente, tal aceitao nos permitiu o redimensionamento do evento para propores maiores: realocamos palestras e aumentamos o investimento financeiro. E frente a tanta expectativa, no nos decepcionamos: todas as atividades da semana foram bastante movimentadas!

    Ao final da IV SeTEC, o feedback nos pareceu, no geral, bastante positivo. Contamos com a participao de um grande nmero de alunos e tambm de professores, no apenas como palestrantes, mas tambm como ouvintes. Recebemos forte apoio da Escola, bem como dos departamentos e Coordenadores de Curso. Em suma, ficou claro que o evento ganhou nome e fora de atuao.

    O objetivo para 2015 no apenas aumentar ainda mais o evento, como tambm perpetuar nos alunos da Poli o costume de comparecer a eventos extra-classe, mantendo sempre o teor enriquecedor de cada palestra, visita tcnica, mesa redonda ou estudo de caso. Em meu nome e em nome de toda a organizao: muito obrigada pela participao de todos! E fique ligado: os preparativos para a prxima SeTEC comearo logo no incio do ano. Todos que quiserem podem contribuir com a organizao, e j adianto: ajudar com tudo isso e receber tantos resultados positivos nada menos que extremamente gratificante.

    Jlia Azeredo Diretora Acadmica CEC 2014

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  • Depoimento: Colaborador da IV Setec Como muita gente da Poli, eu no sou o cara-do-

    centrinho, aquele aluno que sempre t nos sofs,

    tomando cerveja ou jogando sinuca. Muito pelo

    contrrio, dava para contar nos dedos o nmero de vezes

    que tinha ido ao CEC nos meus dois primeiros anos de

    faculdade.

    No ia ao CEC por no me sentir bem ali. Meus

    amigos mais prximos ou no eram da Civil, ou

    frequentavam o CEC tanto quanto eu. Mas esse ano as

    coisas mudaram um pouco.

    Um amigo se tornou Gesto. Outros comearam

    a ir mais pra l. A nova Gesto era mais aberta, mais afim

    de saber o que quem estava de fora pensava. Comeou

    a ser mais acadmico, tambm. Foi nisso ai que eu

    entrei: depois de uma aula, me falaram de um projeto

    que o CEC tinha, a SETEC (que, sinceramente, eu no

    conhecia) e que estava no comeo da preparao para a

    nova edio. Achei que ali era o momento para eu

    participar mais da faculdade, de me integrar.

    No comeo voc pensa que nem vo dar muita

    bola para voc, que vai ser aquela velha panelinha de

    quem est dentro, que vai se sentir deslocado. Mas

    posso lhe dizer que foi exatamente o contrrio. Desde a

    primeira reunio eu senti que podia expor minhas ideias

    sem medo. Que, ao final, participar de algo relacionado

    ao centrinho no era um problema, ou algo que eu no

    gostaria de participar.

    engraado como esse tipo de coisa toma conta

    da gente. Voc quer ver aquela coisa dando certo,

    funcionado. Logo no incio o problema era o logo, que

    apesar de estar na 4 edio, eles nunca tinham criado

    um. Fiquei feliz de encontrar um contato que fez esse

    logo legal a, que todos curtiram (ok, eu confesso que

    no foi fcil acharmos o logo ideal mesmo com o

    designer que tnhamos!). E voc se sente mais parte do

    conjunto.

    Passou bem rpido, pra falar a verdade.

    Comeamos acho que em Abril e a SETEC foi em Agosto.

    Discutir o jeito que a Semana ia ficar, o estilo de cada

    evento e principalmente os convidados. coisa pra

    caramba. E a gente aprende com essas coisas. Ao final, a

    Semana foi boa demais, todos sabem.

    Acho que posso falar que a SETEC foi pra mim

    muito alm do que eu imaginei em abril. Eu conheci

    gente nova, aprendi a lidar com grupos e prazos, por

    mais informais que parecessem, conheci profissionais da

    nossa rea e, por que no, me diverti.

    Giovanni Amaral Colaborador da IV Setec

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  • Civilizados: Construindo Formadores de Opinio

    Nesse semestre, o CEC, visando promover

    uma complementao formao acadmica dos

    alunos, criou um ciclo de atividades que ocorrero

    periodicamente durante o ano, chamado

    "Civilizados". O objetivo trazer temas relacionados

    aos cursos de Engenharia Civil e Ambiental, alm de

    assuntos mais gerais de interesse dos alunos, que

    no so abordados ou aprofundados em classe e

    que so importantes para formar profissionais mais

    atualizados e

    conectados s

    questes do mercado

    de trabalho.

    Inauguramos o projeto no ms de setembro, com uma palestra ministrada pelo Prof. Dr. Pedro Caetano Sanches Mancuso, especialista em Engenharia Sanitria, que explorou o tema de recuperao e despoluio de rios urbanos, com nfase no Rio Pinheiros. Tambm contamos com a presena do arquiteto Marcio Sequeira de Oliveira, idealizador e criador do Kit Estrutural Mola, um modelo tctil e visual para estudar o comportamento de estruturas reais. A palestra foi muito interessante, e houve grande adeso dos alunos, especialmente com a demonstrao do kit feita ao final.

    Em outubro, ainda realizamos uma palestra com o Professor Paulo Helene, especialista em

    Patologia das Estruturas, sobre acidentes e erros nas estruturas de concreto. Finalizamos ento o ms com uma visita tcnica para uma obra da Camargo Correa de canalizao do Crrego Ponte Baixa, muito enriquecedora tanto do ponto de vista civil quanto ambiental.

    Temos a inteno de ampliar ainda mais o projeto trazendo mais profissionais para ministrarem palestras e mesas redondas,

    promovendo mais visitas tcnicas, cursos e, eventualmente, at estudos de casos aplicados por empresas, de forma que haja grande amplitude na exposio e aplicao das questes da Engenharia, com maior (porm no exclusivo) enfoque na Civil e Ambiental. Dessa forma, nosso objetivo tentar criar uma cultura entre os alunos de buscar conhecimento alm da sala de aula,

    construindo formadores de opinio.

    Fique por dentro dos nossos prximos eventos, que sero divulgados em breve na nossa pgina: www.facebook.com/civilizadoscec

    Alice Lepique

    Diretora Acadmica CEC 2015

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  • Festas do 2 Semestre

    No segundo semestre desse ano, o CEC

    organizou 3 festas: Junina, OktoberCEC e Festa de

    Fim de Ano.

    Em agosto, junto com o Diretrio da Poli,

    organizamos mais um tradicional Festa Junina da

    Poli. isso mesmo, Festa Junina em agosto, mais

    uma coisa sem sentido na Poli. Recebendo um

    pblico de quase 6 mil pessoas no estacionamento

    da Poli, tivemos muito sertanejo, brincadeiras

    tpicas (alcolicas) e at um touro mecnico. A

    barraca do CEC tinha duas brincadeiras: Fire in the

    Hole, onde tnhamos que jogar uma bola em

    determinados espaos para ganhar seu prmio (de

    pinga tequila), e Flip Cup, onde grupos de

    amigos podiam se desafiar pra ver quem bebe mais

    rpido a mais pura betonada. Uma festa tradicional

    que teve mais um ano de sucesso.

    No fim de setembro nos deparamos com a

    proibio de festas dentro da USP, aps o incidente

    ocorrido na festa do Grmio. Apesar disso, o CEC

    ainda tinha duas festas programadas e no podia

    deix-las de lado. Ento, tivemos um novo desafio:

    organizar festas tradicionais em locais fora da

    Cidade Universitria.

    Dia 8 de novembro tivemos a 12 edio da

    MAIOR FESTA ALEM UNIVERSITRIA DO MUNDO:

    o OKTOBERCEC! A festa mais esperada pelos

    membros do CEC aconteceu numa das mais novas e

    conceituadas casa de evento de So Paulo, o Club

    33, trazendo ainda um Open Chopp Eisenbahn e Oak

    Bier, alm das cervejas importadas que so a marca

    especial do OktoberCEC.

    Durante mais de um ms, veteranos e bixos

    vestiram seus trajes tpicos bvaros e saram pela

    USP e pelas ruas de So Paulo para divulgar a festa,

    alm de organizarmos juntos o novo modelo do

    Oktober. Mais uma vez, nosso bixos se mostraram

    os melhores possveis, atuando lado a lado com

    todos para trazer uma boa festa.

    Com a presena de ex-membros do CEC, que

    voltam ano aps ano para prestigiar o Oktober,

    alemes (ou nem tanto) com roupas tpicas da festa

    e um pblico apaixonado por cerveja, esperamos ter

    trazido uma tima festa a todos os presentes!

    Finalizando o ano com chave de ouro,

    apresentamos a maior atrao sertaneja do Brasil:

    Michel Tel! E como no poderia deixar de ser, junto

    com o Tel teremos um OPEN BAR pra deixar todas

    as notas ruins da P3 pra trs. Essa a 4 edio da

    Festa de Fim de Ano da Poli, desta vez sem a

    presena do Grmio Politcnico por motivos

    prprios da entidade, trazendo sempre uma super

    atrao para fechar o ano de festas politcnicas da

    melhor maneira possvel. J comprou seu ingresso?

    Corra pra no ficar de fora!

    Igor Rossi

    Vice- Presidente CEC 2014

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  • Visita Tcnica a Itaipu Mais uma semana da ptria chegou, e o que

    vem junto com ela? CEC em Itaipu!

    A viagem que ocorre a mais de 10 anos para conhecer a Usina de Itaipu, trazer muambas do Paraguai e integrar ainda mais os alunos das engenharias Civil e Ambiental aconteceu entre os dias 5 e 10 de setembro, contando com a presena de 90 alunos, desde bixos at formados. Agradecemos o apoio da FDTE - atravs do prof. Piqueira -, e da FCTH - atravs da prof. Mnica Porto - que patrocinaram a viagem e nos ajudaram a realiz-la.

    Saindo do CEC aps uma esfihada, embarcamos em dois nibus com um open bar inesquecvel (ou esquecvel) para aguentar as prximas 15 horas de estrada. Apesar de cansativa, esta uma das melhores partes da viagem, onde j conhecemos pessoas novas, interagimos com estrangeiros e colegas que, s vezes, nunca vimos na correria politcnica.

    Como tambm j tradio, com a viagem vem a muamba! Seja no Paraguai ou no Free Shop, muambeiros experientes ou de primeira viagem fazem a festa. No h nada como passear nas belas ruas de Ciudad del Este com suas sacolas de muamba.

    Passamos tambm um dia no Parque Nacional do Iguau, visitando uma das 7 maravilhas naturais do mundo: as Cataratas do Iguau. Apesar da seca que atinge o sudeste, pudemos ver as cataratas com uma grande vazo, sendo um espetculo da natureza para todos os visitantes.

    Uma viagem do CEC tambm no pode deixar de ter festa! Fomos Woods Foz do Iguau, passamos boas tardes na piscina do hotel, alm das pequenas festas nos quartos. A integrao entre os alunos parte essencial da nossa viagem.

    Por fim, chegamos Usina Hidreltrica de Itaipu. O tamanho da obra impressiona primeira vista, desde o reservatrio at o dimetro dos condutos forados. A paisagem tambm proporciona uma vista inesquecvel para os

    visitantes, sendo um marco do impacto da tecnologia do homem na natureza.

    Comeamos ento a visita tcnica no interior da Usina. Passamos por salas de controle, extensos corredores de operao, visitamos uma turbina em funcionamento e ouvimos informaes dos mtodos construtivos e operao de uma engenheira-guia da Usina. Durante a visita que percebemos a aplicao do que estudado em sala. A aplicao dos modelos tericos que vemos dia aps dia, numa obra de dimenses monumentais como essa, so impressionantes e nos trazem mais motivao para a formao como engenheiros.

    O CEC acredita que a viagem foi de grande valia para todos os alunos envolvidos, no s pelo aspecto tcnico, mas tambm pelo social. A visita a Usina proporcionou conhecimento de uma forma que no temos na Escola Politcnica, e a integrao entre os alunos tambm ocorre de forma diferente do ambiente escolar. por isso que a visita apresenta alta procura todos os anos, aliar o conhecimento diverso. Como entidade acadmica, esperamos ter proporcionado uma experincia memorvel a nossos alunos e que a viagem esteja sempre presente em suas lembranas enquanto futuros engenheiros.

    Igor Rossi Vice-Presidente CEC 2014

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  • Quem somos:

    O Poli Finance o clube de finanas da Escola Politcnica da USP. Nossa misso aproximar os politcnicos do mercado financeiro.

    Nossa fundao ocorreu em fevereiro de 2012. Desde ento, tivemos um rpido reconhecimento dos politcnicos e hoje contamos com mais de 1200 likes em nossa pgina do Facebook (www.facebook.com/polifinance) e realizamos grandes eventos com ampla participao dos alunos da Poli e de outras faculdades.

    O que fazemos:

    Organizamos aulas, palestras e visitas a instituies renomadas do mercado e elaboramos um boletim mensal com notcias, cotaes e resumos sobre a economia brasileira e internacional. Alm disso, tambm realizamos a ponte entre as instituies e os alunos divulgando vagas e outras oportunidades.

    Parceiros:

    Temos como parceiros instituies como BTG Pactual, Ita BBA e Credit Suisse.

    Como fazer parte?

    H duas maneiras de se envolver com o Poli Finance. A primeira como parte do nosso pblico, curtindo e acompanhando nossa pgina e

    comparecendo aos nossos eventos.

    A segunda tornando-se um gestor e de fato administrando o clube. Entre as responsabilidades de um gestor esto a organizao de eventos, a elaborao de nossos materiais e a manuteno do relacionamento com instituies. Ao longo do segundo semestre, ns realizaremos um processo seletivo para escolher novos gestores. As informaes sero divulgadas em nossa pgina do Facebook.

    Novos eventos:

    Para o ano que vem, o Poli Finance est com novos projetos para aproximar e melhor capacitar os politcnicos interessados em trabalhar no mercado financeiro. Com o intuito de conhecer como o cotidiano de um estagirio nas diversas reas de um banco de investimentos e discutir outros temas relacionados ao mercado, o Poli Finance ir organizar um Happy Hour com estagirios que j atuam em grandes bancos. Alm disso, procurando uma melhor preparao para o politcnico enfrentar as entrevistas do mercado financeiro, o Poli Finance ir oferecer novamente o curso Introduo ao Mercado Financeiro com algumas reformulaes. Para no perder essas e outras oportunidades fique atento nossa pgina no Facebook!

    Equipe Poli Finance

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  • Opo de Curso: Engenharia Ambiental O curso de Engenharia Ambiental, por ser

    muito novo, causa vrias dvidas nos estudantes que pensam em curs-lo. O Engenheiro Ambiental tem uma formao abrangente e multidisciplinar, dando a ele uma viso ampla dos componentes do meio ambiente. Isso o torna o profissional ideal para coordenar equipes compostas por profissionais de diversas especialidades. Sua viso holstica tambm deve permitir que dialogue com diversos atores da sociedade, e atribua a devida importncia a cada um deles.

    No entanto, acredito que a maior dvida que exista seja com relao ao mercado de trabalho. A Engenharia Ambiental no surgiu como algo novo, para fazer coisas que ningum nunca fez antes. Desde a dcada de 1970, quando se iniciou a preocupao com a degradao ambiental, bilogos, gelogos e outros engenheiros se encarregaram de cumprir esse papel. O curso surgiu da necessidade de um profissional que fosse especializado em compreender o meio ambiente como um todo (e no apenas um compartimento dele) e que possusse as ferramentas de soluo de problemas, gesto e elaborao de projetos de um engenheiro.

    Dessa forma, vejo o Engenheiro Ambiental como o profissional que atuar na rea de meio ambiente com um diferencial. Sua compreenso ampliada o torna muito mais flexvel e adaptvel para trabalhar em diferentes reas. Essa caracterstica torna o Engenheiro Ambiental muito atraente para as empresas.

    O Engenheiro Ambiental tem possibilidade de exercer sua profisso tanto na esfera pblica como privada. No poder pblico, geralmente ir trabalhar em agncias ambientais fiscalizadoras, interpretando e autorizando novos projetos que estejam em concordncia com as leis ambientais e autuando e punindo empreendedores que no estejam em conformidade com a legislao. J na esfera privada, o engenheiro ambiental tem uma ampla gama de ramos de atuao. Pode exercer sua funo em indstrias, assumindo o papel de responsvel pelas reas de Meio Ambiente, Sade

    e Segurana, acompanhando o dia-a-dia da produo, garantindo que todos os resduos, efluentes e emisses estejam em conformidade legal e tenham a destinao correta. Pode-se trabalhar em grandes empresas de engenharia, como construtoras e mineradoras, que possuem um departamento de controle ambiental para suas operaes. Pode-se trabalhar em empresas de engenharia de infraestrutura, que projetem sistemas de saneamento. E, por fim, o ramo em que trabalho, a consultoria ambiental.

    Consultorias so empresas privadas que vendem seu trabalho a outras empresas, ento denominadas clientes. O cliente geralmente contrata a consultoria ambiental quando possui um problema e no tem corpo tcnico para resolv-lo, ou mesmo para ouvir a opinio de especialistas antes de realizar alguma ao ou interferncia no meio ambiente. O trabalho das consultorias costuma envolver no s o cumprimento a requisitos legais, mas tambm a aplicao de melhores prticas ambientais, que iro trazer benefcios indiretos ao empreendedor, como boa reputao e diminuio de riscos associados a passivos ambientais. Atualmente, existe uma diversidade enorme de consultorias ambientais, e a quantidade de trabalho disponvel varia de acordo com o aquecimento da economia e do mercado. Quanto melhor a economia, mais se investe em novos empreendimentos, principalmente de infraestrutura, e consequentemente a consultoria ambiental mais demandada.

    Entendo que a Engenharia Ambiental j est reconhecida e consolidada como profisso no mercado. Recebemos o CREA e temos permisso e competncia para assinar projetos tcnicos. As opes de trabalho tambm so diversas, cabe ao aluno aproveitar os semestres de estgio para experimentar empresas diferentes e descobrir aquilo que mais se identifica.

    Luciana Capuano Mascarenhas (Oi)

    Formada Engenheira Ambiental 2008

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  • Opo de Curso: Civil

    Antes de tudo, queria agradecer gesto do CEC. Valeu, bixarada! O renascimento do C Viu? era um sonho antigo que no tive o prazer de testemunhar quando era do CEC e com grande prazer que dou um texto de contribuio para essa edio.

    Quando entrei na Poli, em 2005, o governo Lula nadava de braada na herana maldita do FHC e, embora eu no soubesse, a engrenagem da construo civil voltava a girar. No meu vestibular ns ainda no escolhamos a grande rea. Essa escolha era feita ao final do primeiro ano e somente ao final do segundo poderamos optar entre engenharia civil ou ambiental. A GA Civil era a ltima opo, ento muita gente entrava na Poli sonhando com produo e caia na civil. Felizmente, em pouco tempo a galera comeou a perceber que essa era uma carreira que voltava a prometer bons salrios e a procura pelo curso (e a qualidade/motivao dos alunos) aumentou. Em 2007 (acho) a GA Civil ultrapassou a eltrica, deixando a lanterna da concorrncia interna da Poli. Em 2011 engenharia civil em So Carlos passou medicina como o curso mais concorrido da Fuvest.

    Hoje a situao parece ter se invertido. O governo Dilma no foi l muito habilidoso, a economia comea a ruir e a galera que entrou na Poli sonhando com altos salrios e ascenso meterica j enxerga um caminho um pouco mais incerto frente. A construo civil tem demitido e os estoques das construtoras esto relativamente encalhados. Vamos ver como fecharemos o ano depois dessas eleies. Onde eu quero chegar com isso? Simples: no escolham entre civil e ambiental se baseando no mercado! um parmetro que tem se mostrado voltil demais e bastante difcil saber como ele estar daqui a 4 ou 5 anos, quando voc se formar, ou daqui a 40, quando voc se aposentar.

    De minha parte, Engenharia Civil na Poli FODA! Em todos os sentidos. A carga horria bastante pesada (que est sendo reduzida) nos faz espartanos no mercado de trabalho! Se voc de fato se preocupar em entender o que os professores

    esto falando (o que exigir doses tremendas de boa vontade de sua parte, dependendo do professor), ao final do curso voc ser um profissional de enorme versatilidade, conhecimento tcnico e boa viso de engenharia. Lembro de um amigo que estava insatisfeito, largou a Poli e foi pra GV (que convenhamos, no nenhuma Unidunit da vida). Pouco tempo depois ele voltou pra Civil: A galera l muito burra. Hahaha, no pra qualquer um fazer o que fazemos! Vrios dos nossos professores so expoentes em sua rea e ter uma aula de graa com eles uma oportunidade nica e acessvel a muito poucos. A grande quantidade de parcerias do nosso curso abre ainda mais portas para aqueles que as aproveitam. Pesquisem sobre os programas de duplo diploma, aproveitamento de crditos no exterior ou o programa Poli-FAU antes de optarem por qual carreira seguir.

    Hoje, com 3 anos de formado, dou consultoria em Geotecnia, mas poderia ter ido trabalhar com transporte, gesto, saneamento, logstica, estrutura, infraestrutura... O leque nossa frente talvez o mais amplo entre todas as engenharias e h caminhos para os mais variados gostos!

    J fiz fundaes para prdios comerciais, residenciais, em So Paulo e em outras cidades. J participei at de obra da Olimpada (meu sonho quando entrei na Poli)! Minha turma est toda empregada. Meus amigos ajudaram a construir o Itaquero, Belo Monte, o Terminal 3 do aeroporto de Guarulhos, o rodoanel, o metr, o monotrilho... Alguns esto na Odebrecht, Andrade Gutierrez, Gafisa, Tecnisa, Cyrela etc. Alguns esto em escritrios de projeto (inclusive de professores) e alguns tm negcio prprio. Enfim, independente de qual caminho voc seguir na Engenharia Civil, no ser fcil, mas sem dvida valer pena!

    Bruno Girafales Abraho de Barros Formado Engenharia Civil 2010

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  • Depoimento: POLI no incio dos anos 80

    Fui convidado a dar um depoimento para o C-Viu? sobre minha poca de POLI, em especial quando fui Presidente do CEC (81/82). Creio que a maioria dos meus contemporneos deve concordar que um dos elementos mais marcantes desse perodo foi o prprio C-Viu?.

    O C-Viu? passou a ser editado no final de 1979. Aos poucos cresceu e ganhou notoriedade pela linha editorial aberta e colaborativa que o CEC criou e sustentou por muito tempo. Todos eram convidados a contribuir com artigos, comentrios e outras formas de colaborao (desenhos, ilustraes, citaes, etc.). Numa poca de intensos debates polticos, ele conseguiu ser canal de expresso de diferentes posies existentes na Civil e gestor de polmicas, reconhecido como o principal canal de expresso e debates dessas opinies divergentes. Toda contribuio entregue era impressa e por isso todos se reconheciam nele. Com uma editorao criativa, democrtica e bem humorada, tornou-se rapidamente a referncia de muitos alunos da Civil e de fora dela.

    O C-Viu? era impresso na grfica do Grmio Poltcnico. Saia em duas ou trs edies semestrais. Chegou a ter tiragens de cerca de 1000 exemplares com mais de 50 pginas de matrias criadas por colaboradores diferentes e juntadas, compostas e editadas pelo grupo editorial organizado pelo CEC. Era quase uma revista mensal, pelo tamanho e frequncia que saa. No dia da distribuio, muitas pessoas da Civil, de outras unidades da Poli e da USP corriam para o CEC em busca de um exemplar. Essa foi a sua dinmica por uns cinco anos.

    Muitos talentos foram identificados pelo C-Viu?. O mais famoso o Marcelo TAS (o Coco), que foi responsvel pela rea de Imprensa do CEC na gesto 80/81 e colaborador at se formar. Mas ele no foi o nico. Vrios colegas comearam a escrever, desenhar, debater, organizar eventos e trabalhos e buscar novas oportunidades por conta da atividade que o C-Viu? gerava.

    A gesto em que fui Presidente (81/82) pode tambm ser caracterizada por ter sido de transio. Talvez tenha sido uma das ltimas

    eleitas em uma disputa entre chapas com grande polarizao poltica que arrastavam grande nmero de eleitores. A partir dela quase todas as gestes foram compostas por chapas nicas, com enfoque mais voltado para as atividades internas da Civil.

    Nessa poca, o movimento estudantil deixou de ser o protagonista na luta contra a ditadura militar e pela redemocratizao do pas. As principais entidades estudantis da POLI (Grmio Politcnico, Centrinhos e em especial o CEC) estiveram na liderana desse processo desde 1976, na criao do DCE livre da USP, nas manifestaes de rua de 1977/78 e na reconstruo da UNE em 1979. Porm, a partir desse ano, novos atores entraram no cenrio poltico institucional naquela poca. Em 1979, houve as Greves do ABC. No mesmo ano, um novo Presidente foi indicado pelo regime militar (General Figueiredo) e inicia-se uma fase de negociao que levaria a criao de novos partidos e eleio direta de Governadores em 1982. A participao poltica dos estudantes passou a ser feita principalmente por outros canais, sejam nas entidades gerais (DCE, UEE e UNE), partidos polticos e outras organizaes da sociedade civil.

    Os Centrinhos, e o CEC na Engenharia Civil, sempre tiveram tambm uma caracterstica de preocupao com aspectos do mercado de trabalho e da formao tcnica e profissional.

    A gesto coincidiu com uma guinada no mercado de trabalho do Engenheiro Civil, com reflexos internos para alunos e professores. A economia mesmo instvel ainda permitia alguma perspectiva profissional nas reas tradicionais de projeto e construo. Porm em 1981 entrou numa forte recesso por conta da crise da dvida externa e o mercado para engenheiros civis praticamente desapareceu. O nmero de alunos matriculados na Civil caiu drasticamente nos anos seguintes.

    Muitos colegas buscaram novas oportunidades. Alguns foram para bancos e instituies financeiras, outros para a rea de microinformtica (que estava comeando) e outros para novas reas da engenharia civil (ambiental, logstica e transportes, gesto da construo e negcios imobilirios). Muitos buscaram na prpria

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  • POLI um caminho para suas carreiras e hoje se tornaram professores. Outros ainda foram para novos e diferentes caminhos.

    Muitos anos depois de formado voltei a atuar na rea da engenharia civil. Nesse nterim tive a oportunidade de circular em diferentes reas profissionais e de me encontrar com colegas desse perodo. O recado que tenho de otimismo. Pude ver que vrios colegas que viveram aquele perodo

    na Civil, CEC e C-Viu? encararam as dificuldades com seriedade, alguns deram mais certo e outros nem tanto, mas todos levaram consigo boas lembranas da vivncia conjunta e tambm tudo o que a POLI nos ensinou (como me e como madrasta).

    Cesar Augusto Massaro Presidente CEC 1981/1982

    Dia de apurao das eleies do CEC Gesto (81/82) - Maio de 81 A chapa chamava-se "Volta ao Futuro" (bem antes do nome do filme). Todos estavam vestindo a camisa da chapa desenhada pelo Carlos Guena - artista talentoso - que depois se tornou Ilustrador, Artista Grfico e Editor. Foto tirada por Luiz Ricardo de Mello Biccari, hoje engenheiro da Secretaria de Licenciamento (PMSP). Na foto, da esquerda pra a direita: 1. Prof. Liedi Bernucci, ex Diretora do CEC (80/81) Professora do Depto. de Engenharia de Transportes (PTR) e Vice Diretora da EPUSP. 2. Prof. Maria Eugnia Gimenez Boscov, ex Diretora do CEC (80/81), Profa. do Departamento de Estruturas e Fundaes (PEF). 3. Norberto Lichtenstein, ex Presidente do Grmio Politcnico, ex Professor do Dept. Construo Civil e hoje empresrio do ramo de varejo. 4. Nelson Rubens Kunze, ex Diretor do CEC (80/81), msico e Diretor-Editor da Revista Concerto (de msica clssica) - ao fundo; 5. Eu (Cesar Augusto Massaro), recm eleito Presidente do CEC (81/82)

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  • Trnsito na USP: o que fazer? A probabilidade de voc que est lendo esse

    texto j ter se estressado de alguma forma com o

    trnsito na USP muito alta: parado durante muito

    tempo na fila que se forma no P1, tendo que

    competir aos sbados por um lugar na via com os

    ciclistas de alta velocidade, sendo apenas um ciclista

    que gostaria de chegar logo em casa, mas passa por

    algumas emoes no caminho ou at mesmo sendo

    um pedestre que s queria atravessar a rua, mas

    sofre com os carros em alta velocidade que nunca

    param... Enfim, estamos na famigerada So Paulo e

    nem mesmo a USP escapa do seu trnsito catico.

    Conversamos com o engenheiro Ena Neri e

    a arquiteta Toshie Sugawara da Prefeitura do

    Campus e pudemos ter uma viso melhor sobre o

    que est acontecendo na USP.

    Entendendo os motivos

    Perguntamos sobre a situao da mobilidade

    no campus e eles disseram que o fluxo de veculos

    no campus Butant j alto pelo nmero de pessoas

    que frequentam suas 36 unidades, mas um dos

    principais problemas o trnsito de passagem

    (aquele constitudo por motoristas que no tm a

    USP como destino) e ele aumenta na medida em

    que os reprteres das emissoras de rdio indicam o

    campus como alternativa para cortar caminho ou

    escapar de congestionamentos.

    nibus, caros, ciclistas e corredores na mesma via

    Aliado a isso, principalmente nos fins de

    semana, motoristas de nibus ou automveis tm

    que dividir a via com ciclistas de alta velocidade e

    corredores. Muitas vezes o fluxo de carros que esto

    saindo das festas se encontra com o fluxo dos

    esportistas que esto chegando, o que gera

    acidentes como o ocorrido em agosto: um motorista

    bbado atropelou 5 pessoas e o corredor Alvaro

    Teno de 67 anos morreu.

    A misso da Prefeitura do campus, em suma,

    prover a Universidade com servios de

    infraestrutura e manuteno, assim algumas

    medidas j esto sendo tomadas.

    Conscientizao dos usurios

    Uma licitao j foi feita e hoje em dia uma

    empresa j fornece o mobilirio urbano como

    totens e banners para incentivar o respeito mtuo

    entre aqueles que utilizam as vias da Universidade.

    Um dos totens instalados

    Uso do campus para prticas

    esportivas

    A USP juntamente com a Associao dos

    Treinadores de Corrida, a Federao Paulista de

    Triathlon e esportistas independentes, est

    elaborando uma forma de organizar o uso do

    campus aos sbados. No dia 01 de novembro o 1

    teste do Projeto Piloto para Prticas Esportivas na

    Cidade Universitria Armando de Salles Oliveira

    (CUASO) foi realizado. Cerca de 5 mil atletas

    participaram do teste.

    Em suma, montou-se um circuito de 6,2km

    (em boa parte, paralelo raia olmpica), separado

    dos automveis por cones ou canteiros. Das 4h s

    6h, ciclistas de alta velocidade podiam utiliz-lo e

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  • das 7h s 12h era para caminhadas, corridas e

    ciclistas a passeio.

    Ciclistas de alta velocidade no campus

    Haver um segundo teste ainda este ano

    para a feitura de um estudo e posterior envio para

    o Conselho Gestor para sua aprovao.

    Ciclovia e faixa de nibus

    A arquiteta Toshie uma das responsveis

    por esses projetos que esto para ser implantados

    em 2015.

    Ela comentou que devido s rvores, a faixa

    de nibus dever ser afastada da guia para a

    passagem dos veculos, pois estes, muito altos,

    poderiam danific-las. Dessa forma, esse espao

    entre a guia e a faixa de nibus poderia ser utilizado

    para a construo da ciclovia. O engenheiro Ena

    disse que um estudo sobre o trnsito do campus j

    foi encomendado e que ele ajudar na elaborao

    mais detalhada do projeto. A ideia que

    inicialmente a ciclovia e a faixa tenham 1500m, da

    Casa de Cultura Japonesa (avenida Lineu Prestes,

    159) at a Portaria 1, onde a faixa se integraria j

    existente na rua Alvarenga. Posteriormente, haver

    uma expanso e a ideia que a rede seja ramificada,

    ou seja, os ciclistas no precisaro sair dos caminhos

    exclusivos das bicicletas para acessar os prdios de

    suas faculdades.

    So previstas tambm estaes de

    emprstimo, inclusive uma no metr Butant (ao

    todo sero 25, num total de 250 bicicletas). A ideia

    retomar o projeto-piloto Pedalusp, criado por

    alunos aqui da Escola Politcnica e que j foi

    testado, mas na poca no se desenvolveu.

    A presena da CET

    Atualmente h um termo de cooperao

    entre a USP e a Secretaria Municipal de Transportes.

    A CET (Companhia de Engenharia de Trfego) est

    dando um auxlio para a elaborao do projeto das

    ciclovias, do uso do campus pelos esportistas e

    sempre que h algum evento grande, como

    corridas, ela ajuda a organizar o trnsito no entorno.

    O que se busca agora um convnio com a

    CET, para fiscalizao (para que seus fiscais possam

    trabalhar no interior da Cidade Universitria) e

    sinalizao vertical e horizontal.

    Outras medidas

    Na UNICAMP, por exemplo, para aumentar a

    segurana, todos os carros so cadastrados e os

    visitantes se identificam na entrada. Ena disse que

    isso seria invivel aqui no campus, pois qualquer

    tipo de bloqueio na entrada faz com que um caos se

    instale no entorno. Nesse sentido, h vrias ideias

    (que ainda esto em desenvolvimento) para tentar

    inibir o trnsito de passagem, como bloquear o

    acesso a determinadas vias dentro do campus,

    obrigando o motorista a fazer um caminho maior.

    Programa Campus Sustentvel

    Todos esses projetos citados integram o

    Projeto Campus Sustentvel, cujo objetivo que a

    USP seja referncia nacional em sustentabilidade,

    articulando pesquisa, ensino, cultura e extenso. A

    ideia melhorar o campus com aes da prpria

    universidade.

    H nove principais projetos, entre eles,

    Gesto Integrada de Resduos, Gesto de reas

    Verdes e Governana do Campus, nos quais os

    projetos para melhoria do trnsito se inserem.

    Todos so projetos muito interessantes, vale a pena

    procurar e conhecer melhor!

    Ah, e no se esquea de fazer a sua parte

    para ajudar a USP a ter um trnsito melhor!

    Brbara Paes 3 ano Engenharia Civil

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  • Entrevista Zago

    Este foi um ano de muita agitao na USP. Desde o problema na USP Leste, passando pela questo segurana at a crise financeira da Universidade. Talvez o homem mais notrio atrs de tudo isso foi o reitor Marco Antonio Zago, graduado em Medicina pela FMRP, mestre e doutor pela mesma faculdade. Assumiu o cargo no incio de 2014 e conduziu uma srie de medidas polmicas, fato que desencadeou a greve da USP neste ano. Diante disso o C-viu? realizou uma entrevista com nosso reitor para nos deixar a par da situao geral da universidade, fazer uma anlise do seu primeiro ano no cargo e expor seus planos para o prximo ano.

    * No momento em que o senhor assumiu a reitoria da USP, como estava a situao financeira da universidade?

    Quando assumimos a reitoria, j sabamos que havia dificuldades financeiras, j tnhamos indcios disso no final do segundo semestre de 2013. No entanto, o tamanho e a gravidade da situao ficou evidente somente no momento em que assumimos e recolhemos todos os dados da universidade. Isto, em parte, se deve ao fato de que, no ano final do ano passado, no ocorreram as reunies do conselho universitrio relacionadas questo oramentria. Na USP, tradicionalmente, as duas ltimas reunies do Conselho Universitrio tratam especificamente da questo oramentria, mas de 2013 para 2014 isso no ocorreu. Sendo assim, ningum tinha um balano exato da situao financeira naquele momento, foi s no incio de 2014 que vimos que tnhamos um grande problema representado com o excesso de gasto com pessoal.

    * Ento o Conselho Universitrio em geral no tinha conhecimento da situao exata?

    Essa uma coisa que no se pode responder com segurana, o fato que o Conselho Universitrio toma conhecimento formal quando as coisas lhe so apresentadas formalmente; claro que cada conselheiro ou identidade pode ter acesso a informaes, mas no ponto de vista formal na reunio do conselho universitrio que tradicionalmente o presidente da Comisso de Oramento de Patrimnio traz um informativo no

    incio da reunio dizendo qual a situao financeira da universidade naquele momento. Ano passado no ocorreu nenhuma reunio do conselho universitrio, salvo em uma no dia 1 de outubro que tratou exclusivamente do processo eleitoral. Ento no houve informao formal ao conselho universitrio sobre a situao financeira da universidade.

    * Nesse primeiro ano de mandato, quais foram as principais medidas adotadas pela reitoria no combate crise oramentria?

    Quando ns assumimos entendemos que a universidade tem dificuldade e problemas, o que natural de qualquer grande instituio. A USP conta com 100 mil pessoas envolvidas e chegou a esse tamanho sem que a sua gesto tivesse de fato se planejado pra isso, fomos apenas nos adaptando a esse crescimento. Quando assumimos percebemos que haviam dois grandes problemas que tomariam

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  • grande parte do nosso tempo: a questo da USP Leste e a situao oramentria da universidade.

    Quando ns assumimos, o campus da USP

    Leste estava interditado e esse no era um problema

    menor: 5 mil estudantes esto l com outro grande

    nmero de professores, cursos, laboratrios e etc. Ns

    abruptamente fomos barrados e tivemos que nos

    organizar em dois meses para acomodar toda esse

    contigente, no estvamos preparados para isso. A

    afirmao que a USP j estava ciente desse problema

    a muito tempo e que no se tomou providncias para

    resolv-lo verdade, mas o fato que: quando

    assumimos a USP Leste j estava barrada e nos levou

    muito tempo para acomodar todo o pessoal. Claro que

    o resultado no satisfatrio, voc no acha

    facilmente um lugar na cidade de So Paulo que

    comporte 5mil alunos, o refeitrio, bibliotecas e assim

    por diante, alm de que tivemos que resolver o

    problema especfico que levou interdio do local.

    Neste aspecto ns conseguimos com o tempo

    equacionar os problemas, conseguimos acomodar os

    alunos e retornar para l.

    Alm disso, havia o problema oramentrio, hoje, estamos gastando com salrios mais do que recebemos de repasse do ICMS, alm disso gastamos cerca de 15% adicionais com a manuteno da universidade (material de consumo, transporte, contratos, permanncia estudantil, bolsas e etc). Se estamos gastando mais do que estamos recebendo o dinheiro tem que sair de algum lugar, no caso de uma reserva, uma poupana que se formou ao longo dos anos em que a universidade gastava menos do que ns recebia. Quando nos defrontamos com essa situao tnhamos dois objetivos: primeiro, na medida do possvel proteger essa poupana, que est reduzindo rapidamente, e segundo, recompor a situao financeira da universidade principalmente onde est nosso maior problema: recursos humanos.

    Para proteger a poupana, uma das medidas foi reduzir gastos com obras de grande proporo, que estavam sendo sacados dessa poupana, ento houve obras que foram interrompidas. De incio paramos tudo, agora o Conselho da Superintendncia de Espao Fsico vai criteriosamente estudar quais as obras prioritrias, nas quais podemos alocar recurso, como por exemplo o teatro Guarnieri. Obras que atendam cursos de graduao so prioritrias sempre.

    A segunda medida foi o reequilbrio financeiro, quando voc olha o gasto da universidade com pessoal voc vai ver que, hoje, a USP gasta 38% do oramento com docentes e 62% com servidores, a massa de

    servidores na universidade muito grande. Isso no quer dizer que acreditamos, como afirmam os sindicatos, que os culpados da crise sejam os servidores. Eu nunca disse e nem penso isso, servidores qualificados so essenciais pra vida universitria em qualquer lugar do mundo. Eu tenho uma carreira fundada em produo cientfica, coordenei laboratrios altamente competitivos e os servidores tcnicos tem um papel fundamental. Isto um fato, outro fato, que no contradiz a esse, que ns temos muita gente e pagamos salrios que na viso externa, no minha, esto acima dos salrios pagos pelo mercado. Temos muitos funcionrios? Temos, principalmente quando comparamos com outras instituies, especialmente com as estrangeiras.

    Uma universidade do tamanho da nossa, a Universidade de Bologna, que tem em torno de 87mil estudantes, tem 3 mil professores, 3 mil funcionrios e 2 mil terceirizados. A USP tem 6 mil professores, 17 mil funcionrios e cerca de 2 mil terceirizados, nossa fora de trabalho tem 22 mil pessoas. Para comear a mudar isso, uma das medidas criadas foi o plano de incentivo a demisso voluntria, isto , funcionrios com grande tempo de servio tero vantagens caso peam demisso. Algumas pessoas dizem que vamos perder funcionrios em reas crticas, mas essa uma oportunidade tambm da universidade se reestruturar do ponto de vista administrativo. Concomitantemente a isso ns temos um programa de mobilidade de funcionrios, para que possamos enxugar e depois transferir funcionrios para outras funes. A terceira coisa que devemos fazer modernizar o fluxo de documentos, decises e etc, temos sistemas extremamente arcaicos que derivam do fato que a universidade ter crescido sem planejamento. Agora uma oportunidade de revermos essas coisas.

    Ao lado disso, h outras medidas que teremos que tomar, entre elas a universidade se desfazer de gastos que no so tipicamente universitrios. O maior exemplo a questo do Hospital Universitrio (HU). O HU tem uma funo importante no atendimento mdico da populao, mas praticamente no existem mais exemplos no mundo de hospitais geridos pela universidade. Nos EUA no h, na Itlia existem 3, todos vivendo uma crise financeira, porque a quantidade de recursos que o hospital drena so imensos e no necessrio que o hospital pertena a universidade para que se possam fazer ali atividades universitrias. Tomo dois exemplos: o Hospital das Clnicas da FMRP, que conheo muito bem, h mais de 25 anos possui gesto vinculada secretaria da sade,

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  • o superintendente do hospital um professor da faculdade de medicina, o conselho deliberativo formado por professores dela e todas as atividades que l so feitas so controladas pela FMRP sem que a universidade ponha dinheiro nisso, pois uma questo que interessa a sade pblica, o hospital atende populao. Um outro exemplo o HC de So Paulo, toda a gesto est ligada a secretaria da sade, mas quem controla aquilo a faculdade de medicina.

    A ideia vincular o HC ao Hospitais das Clinicas. O HC, que tem 7 institutos, teria mais um. Qual a dificuldade?

    * O senhor acredita que o aumento do repasse do ICMS universidade resolveria o problema? Ou cortes de oramento tambm so necessrios? Como essa equao se equilibra?

    A pergunta ai no essa, a pergunta : essa seria uma soluo vivel? Ter sonhos faz parte da vida, mas os sonhos tem que se adaptar realidade. Quem decide a questo do repasse no somos ns. Ns temos, dentro da USP, que tratar daquilo que ns podemos fazer. H coisas que seriam muito melhores se a lei fosse diferente, mas pra mudar a lei voc dever conversar com deputados, com o senado e o governo e convenc-los que aquela uma boa medida. Enquanto isso no acontecer temos que obedecer a lei, e hoje ela diz que o repasse a universidade de 9,57% do ICMS.

    Em volume esse recurso vai crescer menos do que o esperado para o prximo ano, porque a situao econmica do pais no vai bem, portanto o ICMS do Estado no ano que vem ser maior que desse ano, mas no crescer tanto quanto gostaramos. Esta a realidade, mas ns vamos pedir pro governo mudar? Podemos pedir, j mandamos um ofcio pedindo, mas essa deciso no nossa, essa deciso do Governo do Estado e da ALESP. Dizem que a nossa gesto contrria a isso, claro que no somos contrrios, se os recursos aumentarem seria timo, mas uma questo de realismo, temos que tratar com o oramento desse ano. A lei de diretrizes oramentarias deste ano j foi votada, e ns vamos receber 9,57% do ICMS.

    * Qual a repercusso esperada pela reitoria ao divulgar a folha de pagamento da universidade?

    Alguns dias tivemos uma mesa redonda, com participao da imprensa, chamada A USP e a

    sociedade. Nesse evento, um dos jornalistas disse: Eu no gostaria que meu salrio fosse divulgado. No entanto esse um nus a que tem que submeter todo funcionrio pblico, a sociedade tem direito de saber o quanto ela est pagando para cada servidor. Portanto, no uma questo de gostar ou no, acho que temos que fazer isso porque todas as entidades e organizaes do Governo fazem. Isso trar muitos benefcios, inclusive o de desfazer mitos. Desfazer o mito de que a USP est em pssima situao financeira porque aqui est cheio de gente ganhando acima do teto do governador. J fizemos uma conta, se abatssemos o excedente do teto seco do governador isto corresponderia a 0,06% do que gastamos com salrios. Ento no isso que cria dificuldades para a universidade.

    As pessoas podero ver os salrios e os comparar, e podero observar uma coisa muito grave pro futuro da USP: Que a questo do teto salarial, ao longo prazo, far com que percamos competitividade. Por exemplo, hoje, em So Paulo, existe dois tetos salariais: o das universidades paulistas, que est em torno de 20 mil e o das federais instaladas aqui, que 29 mil reais. Tem quase 10 mil reais da diferena do teto das federais e estaduais. Isso a longo prazo criar uma dificuldade sria para as universidades paulistas e vai fazer com que percamos competividade. E estes salrios no so um mar de marajs, porque veja, estes salrios so para quem est h 25, 30 anos na universidade com dedicao exclusiva, ou seja, no pde trabalhar no mercado e abriu mo disso pela carreira universitria.

    * Nos ltimos anos ocorreram vrios incidentes que levaram a contestao da segurana dentro e ao redor do campus. Como o senhor v esse problema e quais as medidas tomadas pela reitoria para solucion-los?

    A questo da segurana exige que todos os envolvidos entendam que ela deve ser planejada para nos proteger. Ento seria necessrio despir essa questo de conotaes polticas e ideolgicas e tratarmos da maneira mais pratica possvel. Ocorrem crimes na rea do campus da USP? Ocorrem. Ocorrem crimes na rea dos Jardins e do Centro? Ocorrem. A caracterstica no muito diferente, fazemos parte de uma grande cidade que tem um problema de segurana. Quem trata da questo de ocorrncias criminais na Paulista ou no centro velho da cidade a polcia, uma questo de polcia, no adianta politizar isso. Guarda universitria no serve pra isso, uma

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  • guarda desarmada, que no vai prender bandido, uma guarda principalmente patrimonial, de regulao de fluxo de pessoas, ela no vai coibir crimes na rea da universidade. Temos que ter um acordo, claro que a universidade tem que tomar medidas para melhorar seu sistema de segurana, por exemplo o sistema eletrnico. Isso fundamental e acontece no mundo todo, o sistema eletrnico de vigilncia facilita enormemente pois permite, com uma quantidade de pessoal muito menor, onde o risco de ocorrncias maior.

    Agora, ao lado disso h uma questo muito especial, que a questo de festas. A USP no um clube, uma universidade. Organizar um evento com 2 mil a 4 mil pessoas no trivial. Demandam pessoas qualificadas, treinadas pra isso, necessrio obedecer uma srie de requisitos de segurana. Ento permitir que os CAs realizem festas dessa dimenso para, com isso, arrecadar dinheiro para sua sobrevivncia configura uma viso muito simplista da situao, porque eles perdem controle depois, pois a universidade no tem segurana treinada e nem faz parte dela organizar festas, assim acabam acontecendo desastres. J aconteceu e eu tenho certeza que, se continuarem ocorrendo esses grandes eventos, havero novas tragdias, impossvel conter isso, porque ns no temos estrutura para isso, no nosso objetivo. Essa questo tem que ser repensada, os prprios estudantes precisam entender que esses grandes eventos tem que ser preparados e feitos em locais diferentes onde haja estrutura e segurana.

    * O senhor acredita que o convnio USP/PM foi efetivo nos seus objetivos?

    Acho que a questo central no o convnio, porque como se trata de um espao pblico a responsvel pela segurana pblica a PM , no cabe a ns controlarmos a segurana. O que precisamos, mais do que convnio, um acordo. Conversarmos sobre como e de que jeito ns devemos tratar a presena da polcia aqui. inevitvel o exerccio da autoridade policial, que no nos cabe. Querer limitar a ao da polcia vem de coisas do passado e no acho que neste momento precisamos disso, acho que devemos ter uma atuao muito prtica, quais so as questes que precisamos resolver e como vamos resolv-las. Vai haver ronda? A PM ser chamada s quando houver queixa ou precisaria de um policiamento preventivo? Ns temos que nos resolver com relao a isso. Quando ocorre alguma coisa reclamam que no tem polcia, quando a polcia aparece dizem que ela esta aqui para reprimir a

    liberdade de pensamento. Temos tambm que dialogar com a polcia, existem escalas de comportamento que so mais perigosos e outros que so menos.

    *Qual o seu feedback do primeiro ano de gesto? Quais foram, na sua opinio, os erros e acertos?

    Uma parte significativa desse ano foi gasto resolvendo essas duas grandes questes: a USP Leste e a situao financeira, nenhuma das duas esto definitivamente resolvidas, mas foram equacionadas e portanto permite que outras questes podero agora ter um caminho mais aberto. A mais importante delas a questo da reestruturao dos cursos e de todo o sistema de graduao na USP. O pr-reitor vem tratando isso com muita assiduidade e na prxima reunio do conselho universitrio j vamos votar uma modificao de estatuto que aumenta a responsabilidade das unidades nas decises que dizem respeito aos seus prprios pblicos, com as modificaes curriculares. Vamos simplificar esse processo e os rgos centrais tero um carter muito mais regulatrio, as decises podero ser feitas dentro das prprias unidades.

    Ns temos tratado da questo do ingresso da universidade e esperamos que no ano que vem possamos fazer modificaes no sistema de acesso a universidade. O acesso universidade no precisa obrigatoriamente ser um nico formato. A FUVEST vai continuar tendo um papel significativo na seleo dos estudantes, mas podemos sim estudar mtodos adicionais que complementem a FUVEST. Alm disso, devemos nos inserir nos sistemas de avaliao global de ensino no Brasil, como o ENADE. As vantagens disso sero enormes, no s para o sistema, que poder ser aperfeioado, mas tambm para conhecermos melhor os nossos pontos fortes e fracos no que diz respeito ao ensino de graduao. Fazer gesto sem informao iluso, temos alguns indicadores externos de qualidade, mas precisamos de algo mais regular que nos comparem com os outros.

    Ao mesmo tempo estamos reformulando o sistema de estrutura do sistema digital para dar apoio aos cursos de graduao. Outra questo que est sendo encaminhada a reforma do prprio estatuto da universidade. H opinies muito divergentes em relao a isso e essa questo inclui o sistema de eleio de dirigentes. As discusses esto encaminhadas, mas no incio do ano que vem tomaro um folego maior porque haver um processo

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  • decisrio.

    Tambm queria chamar ateno dos estudantes e pedir que eles participem ativamente de um grupo de trabalho que est tratando da reforma dos regimes de trabalho docente. algo que diz muito respeito a vida dos docentes, mas afeta direta ou indiretamente os alunos. A avaliao dos docentes vem sendo criticada por haver uma baixa valorizao do ensino de graduao em relao a outas atribuies dos docentes, o que faz com que o docente se dedique pouco a isso. Essa questo vem tomando volume cada vez maior e peo que esse grupo de trabalho analise a heterogeneidade de atividades dos docentes nas diferente reas. interessante reconhecermos que existem perfis diferentes de docentes, existem docentes mais importantes para produo cientfica, mas tambm existem professores importantes no ensino de graduao, que tambm merecem reconhecimento.

    *Quais os desafios para a universidade nos prximos anos?

    Acho que a universidade tem muitos desafios e certamente no sero todos resolvidos nesta gesto. Talvez o maior desafio da universidade hoje seja se modernizar. A universidade surgiu na era medieval, a histria passou e as universidades no desapareceram, muito pelo contrrio, se fortaleceram e so hoje fontes de referncia na sociedade, pois ela trata de questes centrais: a formao de pessoal qualificado, a criao de conhecimento e sua anlise crtica. Mas ocorreram mudanas na sociedade, a universidade deixou de ser a nica fonte de formao de pessoal qualificado e portando estruturas menores ocupam espaos importantes. Ela deixou tambm de ser a nica fonte de gerao de conhecimento e de inovao. No Brasil, as universidades ainda so os principais institutos de gerao de conhecimento, mas em muitos outros pases o cenrio outro. Ento a universidade tem que se adaptar a esse mundo novo e encontrar uma maneira de conviver com estas mudanas. As mudanas na universidade, no entanto, ocorrem lentamente, porque a universidade no como uma empresa onde as decises podem ser tomadas e impostas muito rapidamente, nas universidades este um processo lento, porque ele passa pelo convencimento. Nenhuma deciso se impe na USP se no houver convencimento. Isto torna difcil acompanhar as mudanas da sociedade que so cada vez mais rpidas.

    Um exemplo disso, que o nome da sua qualificao torna-se cada vez menos relevante. O Brasil ainda tem uma cultura de conselhos que aprovam diplomas, mas a sociedade muito mais dinmica que isso. Vocs conhecem muito bem o exemplo de que o mercado financeiro foi uma poca inundado por pessoal formado na POLI e ainda so altamente competitivos, se formam com o ttulo de engenheiro mas vo atuar no mercado financeiro. Situaes como essa vo ficando cada vez mais frequentes, o que quer dizer que a universidade precisa pensar que mais importante para a sociedade reestruturar cursos. Nos EUA, por exemplo, algumas grandes universidade tem cursos chamados Barchelor in Liberal Art que qualificado para o que der e vier. Ele tem algumas formaes bsicas seja em literatura e comunicao (que uma deficincia enorme na universidade, a capacidade de nossos estudante de se comunicar), uma formao meio avanada em matemtica, em algumas das cincias naturais e em artes. Esta pessoa vai estar preparada pra vida e pode se complementar caso necessrio. Essa diviso em profisses e sub-profisses carimbadas em diplomas est cada vez mais perdendo relevncia e a universidade tem que estar preparada para isso.

    Minha mensagem final, que outro desafio, recuperar esta participao universitria da maioria silenciosa. A grande movimentao da universidade hoje se faz com uma parcela muito pouco significativa das pessoas que esto na universidade e isto no bom. Fazemos reunies, seminrios para discutir questes da vida e do futuro da universidade e as pessoas no se interessam. Parece que as nicas coisas que atraem o pblico so as eleies de reitor e composio de colegiados, fico assustado com isso. Ento minha mensagem : os estudantes so o motivo da vida da universidade, agora, a relevncia deles na universidade se dar da participao deles mesmos, os estudantes de um modo geral precisam se fazer muito mais presentes na universidade. A participao dos estudantes ser sempre conflituosa, criara discusses, mas isso que traz vida a universidade. O que no bom quando a gente v uma pequena parcela dos estudantes repetindo alguns mantras que passam com uma viso. Est faltando ouvir a diversidade dos estudantes na vida da universidade, no tenho nenhuma restrio em conversar continuamente com os estudantes, gosto disso, mas gostaria que as vozes fossem mais diversificadas.

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  • Festas e Segurana na USP

    18 de Maio de 2011

    O assassinato de Felipe Ramos Paiva, 24 anos, da FEA, aconteceu s 21h30 de uma quarta-feira comum, no estacionamento de sua Faculdade. O estudante foi abordado por dois assaltantes ao sair da aula e, aps confronto, recebeu um disparo na nuca, morrendo no local.

    Apesar de muitos de ns ainda no sermos alunos da USP na poca - eu mesmo me enquadro nesse grupo - importante relembrar o que pode ter sido, dentre os acontecimentos mais recentes, o marco de um debate que hoje est realmente em pauta na Universidade: a segurana. Recordo-me que o caso foi televisionado por dias.

    J na poca se discutia a falta de iluminao e de patrulha na CUASO. Alguns projetos foram, ento, previstos e aplicados: a instalao de mais de sete mil luminrias para ruas, caladas, praas e estacionamentos um exemplo disso.

    Segurana no Campus e a PM

    Entretanto, indo direo oposta ao esperado, foram registrados 93 casos de roubo e furto no campus, de janeiro a setembro de 2014, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo de 02 de

    outubro. Um acrscimo de 55% em relao ao mesmo perodo de 2012, apesar do convnio com a PM desde 2011.

    Por um lado, apontam a PM como ineficiente no seu trabalho, que sua presena na CUASO no reduz a criminalidade e que sua sobreposio Guarda Universitria faz com que esta perca seu espao, como aponta o diretor do Sintusp (sindicato de funcionrios). Por outro, h presso pelo aumento do efetivo da PM. Retrucam que com o atual nmero de policiais no campus, quase impossvel controlar a violncia.

    O comportamento da reitoria diante do problema ficou evidenciado com a nomeao da professora e antroploga da FFLCH, Ana Lcia Pastore Schritzmeyer, ao cargo de superintendente de segurana, no lugar do ex-coronel Luiz de Castro Jnior. A professora promete maior dilogo com a comunidade da USP e descentralizao de medidas como formas de enfrentar essa questo.

    20 de Setembro de 2014

    O tambm estudante Victor Hugo, de 20 anos, desaparece durante o aniversrio de 111 anos do Grmio Politcnico, aproximadamente s 4h30. Seu corpo encontrado trs dias depois, na manh

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  • do dia 23, na raia olmpica.

    O caso gerou grande repercusso na mdia, trazendo tona novamente para o pblico em geral a questo da segurana na Universidade.

    Diversas opinies se formaram a respeito de sua morte, alguns cogitavam a possibilidade do assassinato, outros, que sob efeito de lcool ou drogas, o rapaz teria entrado na raia e se afogado. E aps quase um ms do ocorrido, foi divulgado que, de acordo com o laudo do IML, ele havia usado 25B-NBOMe, uma droga muito similar ao LSD, que tem efeitos alucingenos no usurio. A causa da morte foi apontada como sendo afogamento. Por fim o inqurito foi decretado como sigiloso pela Polcia Civil.

    Suspenso das Festas na Universidade

    Posteriormente morte de Victor Hugo, foram suspensos todos os eventos do veldromo, e vrias festas precisaram ser realocadas. Vrias faculdades e institutos da USP tambm proibiram por tempo indeterminado o acontecimento de festas em suas dependncias

    Em entrevista recente, que voc pode ler aqui mesmo no C-Viu? (Leia na pgina 18), o prof. Marco Antonio Zago, reitor da USP, disse ser contra a realizao de eventos em grande porte dentro da Universidade.

    Apontou que festas como as realizadas pelos centros acadmicos e atlticas, em funo do alto nmero de pessoas, necessitam de especialistas em segurana para que tudo ocorra sem grandes problemas, e que, porm, as instituies estudantis no esto preparadas o suficiente para isso:

    (...) permitir que os CAs realizem festas dessa dimenso para, com isso, arrecadar dinheiro para sua sobrevivncia configura uma viso muito simplista da situao, porque eles perdem controle depois, pois a Universidade no tem segurana treinada e nem faz parte dela organizar festas, assim

    acabam acontecendo desastres.

    nesse momento que os membros de gestes dos centros acadmicos se perguntam o que que a reitoria quer que eles faam. Sem as quantias fornecidas pelas festas, basicamente impossvel que o centro se mantenha e ainda contribua para o desenvolvimento do aluno dentro da Escola.

    O CEC um timo exemplo disso, ao organizar eventos como a SeTEC, que permitem aos alunos um contato maior com empresas do ramo das engenharias civil e ambiental, independente do ano de graduao em que ele esteja, e digo isso com base em experincia prpria.

    O que podemos tirar disso tudo?

    Voc j deve ter percebido que o intuito desse texto no foi criticar uma ou outra opinio, mas sim, fornecer dados e vises que, mesmo sendo simples em diversos momentos, podem no ser do conhecimento de todos.

    Por mais que o CUASO seja um ambiente pblico e que tenha nveis de violncia semelhantes ao resto de So Paulo, ela tambm a nossa Universidade. E eu acredito que, independentemente da opinio que voc tenha a respeito de como solucionar o problema da segurana, voc tem como objetivo tornar a USP um lugar melhor, mais seguro.

    Impulsionar o debate dentro da Universidade, ainda mais em temas to recorrentes aos alunos como os aqui j citados - a segurana, as festas e como esses tpicos se interagem - nosso dever como alunos e usurios do campus.

    evitar que mais casos como os de Felipe e Victor aconteam, seja por descuido ou por violncia propriamente dita.

    Maurilio da Mata 1 Ano G.A. Civil

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  • Ciao a tutti! Meu nome Beatriz e estou desde o dia

    25/08 fazendo duplo diploma em Milo, Itlia. Estou estudando Engenharia Ambiental aqui e nesse pequeno texto espero dividir algumas experincias que tive at agora.

    Sempre que chegamos a um local diferente temos um tempo de adaptao que varia muito de pessoa pra pessoa. Devo dizer que, felizmente, me adaptei bem rpido a cidade. Milo uma cidade grande, mas no o caos de So Paulo. uma cidade bem heterognea com cada vez mais imigrantes (com o tempo acostumei a ouvir diversas lnguas no metr). uma cidade plana, o que faz qualquer caminhada ficar muito mais agradvel do que minha costumeira ida pela Rodrigues Alves ao metr Ana Rosa. Tambm tem a sua histria, como qualquer cidade italiana. H o Duomo que com certeza de tirar o flego, o Castelo Sforzesco e a Galeria Vittoria Emmanuelle (que s mostra que Milo a cidade da moda).

    Sobre a faculdade, h algumas diferenas em relao a POLI. Primeiramente, aqui o binio um trinio, que seria a Laurea. Aps terminar a Laurea, h o ingresso para a Laurea Magistrale, a parte especfica. Na Politecnico di Milano, h a possibilidade de escolher entre quatro reas da engenharia ambiental para estudo (Difesa del suolo e prevenzione dai rischi naturali, Monitoraggio e diagnostica ambientale, Pianificazione e gestione delle risorse naturali, Tecnologie di risanamento ambientale). Eu escolhi Pianificazione e gestione dele risorse por me identificar mais com a rea e achar que um pouco mais ampla. A grade horria aqui mais aberta, h mais liberdade para escolher as matrias que sero cursadas. Porm, durante um semestre cada aluno faz muito menos matrias, havendo em cada uma dessas disciplinas muito mais contedo. Nesse semestre estou cursando quatro disciplinas, algumas em ingls e outras em italiano, j aqui est havendo um processo de internacionalizao.

    At agora posso falar que no tive problemas para me socializar. As pessoas so bem tranquilas e oferecem ajuda sem problemas e os professores foram todos bem solcitos tambm. Isso muito bom, pois no comeo tudo diferente e eu estava super perdida. Pelo que vi isso bem diferente

    entre a engenharia ambiental e as outras (ambiental sempre sendo muito mais amor!).

    Uma coisa que at agora no consegui entender porque aqui normal haver conflito de horrio entre as disciplinas. Todo mundo tem conflito e os professores mesmo falam que se algum tiver conflito depois s pegar as anotaes de aula com um colega. Alm disso, aqui h s uma prova final na maioria das matrias, a qual pode ser oral, escrita ou ambos. Ento imagina voc s ter matria de oito crditos, porque aqui so menos matrias com mais contedo em cada, e s ter uma prova final e ela ser oral. Toram por mim porque no t fcil pra ningum. Outro ponto interessante que aqui na Itlia sua mdia ponderada vai para o seu currculo e extremamente importante para uma contratao de emprego, o que faz os alunos serem extremamente desesperados com provas e notas (de uma maneira que, pessoalmente, acho bem ruim).

    Muitas vezes sinto falta da descontrao que comum no Brasil como um todo e que muitas vezes faz o professor ser mais prximo do aluno. Porm, devo dizer que esse jeitinho nosso deve atrapalhar os professores durante as aulas. Muita gente chegando atrasada, tem conversa, celular. Aqui, achei que o respeito para com o professor muito maior, o que acredito que, de maneira geral, todos devemos melhorar. Ainda que aqui a presena no seja obrigatria, as pessoas vo na aula pra realmente assistir aula. Pode ser que seja porque precisem ir bem nas provas, mas achei um comportamento muito legal.

    Se tiverem a oportunidade, faam intercmbio, at agora tem sido uma experincia nica pra mim. Sempre que puderem, conversem com os intercambistas que esto na POLI. Com certeza todos sairo ganhando.

    Se algum precisar de ajuda ou quiser saber mais sobre o Duplo Diploma aqui na Itlia fico a disposio para ajudar!

    Beatriz Beccari Barreto 4 ano Engenharia Ambiental Intercambista da Politcnica de Milo

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  • O perfeito

    - Eu no entendo o porque de me sentir mal. Sou a pessoa perfeita.

    -Desde criana sempre tive as melhores notas, todos os professores gostaram e gostam de mim, do

    jardim de infncia faculdade. Sou elogiado pela minha famlia e admirado pelos meus amigos. Sou bom em

    tudo o que fao: Sou voluntrio em 2 ONGs, medalhista em competies de Jud e Tae-Kon-Do, estudo na

    melhor faculdade do pas, sou presidente do centro acadmico, toco piano e guitarra, vou em todas as festas

    possveis e sempre estou cercado de pessoas em volta. Sou desejado por vrias mulheres, tenho uma vida

    profissional promissora e no canso de ouvir pessoas me dizendo Como eu queria ser voc. Tudo isso parece

    que no basta, no era pra ser assim.

    - Mas, dentre tudo isso, o que voc realmente gosta?

    Ficou meio incomodado, olhou para as mos, e fez uma expresso de dvida respondendo daquele

    clssico jeito meio envergonhado, meio convencido:

    - Ah, eu at que gosto das mulheres...

    Mrcio Sartorelli

    2 ano de Engenharia Civil

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