CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA … · de administração, do artesanato, da...
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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
Faculdade de Tecnologia de São Sebastião
Cursos Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial
MARIA GELIANA BONIFACIO
PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO INFORMAL: artesãos do crochê da feira de artesanato da praça do artesão na rua da praia de São Sebastião.
São Sebastião
2015
MARIA GELIANA BONIFACIO
PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO INFORMAL: artesãos do crochê da feira de artesanato da praça do artesão na rua da praia de São Sebastião.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Professor Dr. Marcelo Menezes
São Sebastião
2015
MARIA GELIANA BONIFACIO
PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO INFORMAL: artesãos do crochê da feira de artesanato da praça do artesão na rua da praia de São Sebastião.
Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, (17 de Dezembro de 2015)
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Professor Doutor Marcelo Menezes
_________________________________________________________
Professor Mestre Adriano Scala Pandolfi
_________________________________________________________
Professor Mestre Carlos A. Benedusi Luca
MÉDIA FINAL: ___________________
Cooperativismo:
“União disciplinada de forças para o bem comum”
Roberto Marazi - SESCCOP
RESUMO
Este trabalho dispõe de informações a respeito da administração do trabalho
informal dos artesãos de crochê situados na Rua da Praia de São Sebastião, SP.
Esta pesquisa, explica a Lei nº 5.764 de Dezembro de 1971, conhecida como Lei do
Cooperativismo, desde então, houve aumento de cooperativas. A justificativa dessa
pesquisa se dá pelo fato de ser uma atividade comum na região, com o objetivo de
analisar a organização no trabalho e descrever as vantagens em trabalhar em
cooperativa e com a hipótese se eles sabem se organizar e administrar com
eficiência seu empreendimento. O estudo foi fundamentado em pesquisa
bibliográfica, seguido de um estudo de caso aplicado nos quiosques de artesanato
da Rua da Praia, no qual os artesãos de crochê responderam ao questionário, com a
finalidade de demonstrar suas características e dificuldades. Através do resultado e
discussão foi possível identificar as informações sobre os principais aspectos sociais
e financeiros dos artesãos, conclui-se que para aumentar os lucros e diminuir os
custos uma proposta de organizar o trabalho pode ser a compra coletiva.
Palavras-chave: Artesãos. Crochê. Cooperativa.
ABSTRACT
This work provides information about the administration of the informal work crochet
artisan located at Rua da Praia from São Sebastião, SP. This research explains the
Law nº 5.764 of 16 of December of 1971, known as cooperative Law. Since then,
there has been an increase the cooperatives. The justification of this research is the
fact of being a common activity in the region, with the goal of analyze the
organization at work and describe the advantages of working in the cooperative and
with the hypothesis if they know how to organize and effectively manage your
enterprise. The study was based on bibliography research, followed by a case study
applied to craft kiosks of handicrafts of Rua da Praia, in which craftsmen of crochet
replied to the questionnaire, with the aim to demonstrate difficulties. Through the
results and discussion was possible to identify the information about the main
aspects social and financial of artisans, it is concluded that to increase profits and
reduce costs a proposal to organize the work may be the collective purchase.
Key-words: Artisans. Crochet. Cooperative.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABCOOP Associação Brasileira de Cooperativas
ACI Aliança Cooperativa Internacional
Apud Citado por
art. Artigo
COFINS Contribuição para Financiamento da Segurança da Seguridade
Social
Cooper Cooperativa de Laticínio de São José dos Campos
COOPER Cooperativa dos Empregados e Operários da Fábrica de Tecidos
da Gávea
Cooplacana Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
FATES Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IRPF Imposto de Renda da Pessoa Física
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
IRRLL Imposto de Renda sobre Lucro Líquido
nº Número
OCA Organização das Cooperativas da América
OCB Organização das Cooperativas Brasileiras
OCDF Sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal
PAB Programa do Artesanato Brasileiro
PIS Programa de Integração Social
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas
SEC Série Empreendimentos Coletivos
SECTUR Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
SESCOOP Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo
UNASCO União Nacional das Ações Cooperativas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 09
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ................................................................................ 09
1.2 PROBLEMA ....................................................................................................... 09
1.2.1 HIPÓTESE ...................................................................................................... 10
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 10
1.3.1 Objetivo geral................................................................................................. 10
1.3.2 Objetivo específicos ...................................................................................... 10
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 12
2.1 CONCEITO DE ARTESANATO ......................................................................... 12
2.2 COOPERATIVA.................................................................................................. 14
2.2.1 Origem da Cooperativa .................................................................................. 16
2.2.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO ............................................................. 17
2.2.3 RAMOS DE COOPERATIVA ........................................................................... 17
2.2.4 VANTAGENS DA COOPERATIVA................................................................... 20
2.2.5 EXEMPLOS DE COOPERATIVAS................................................................... 21
3 Mapeamento dos artesãos ............................................................................. 22
3.1 FEIRA DO ARTESÃO ......................................................................................... 23
4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS ............................................................. 24
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 26
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 34
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 36
APÊNDICE A – Questionário aplicado nos Quiosques ................................. 39
APÊNDICE 8 – Trabalhos dos artesãos da feira ............................................ 41
ANEXO A – Planta dos Quiosques ................................................................. 42
9
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho demonstra que a administração está no dia-a-dia das pessoas
até mesmo pelos trabalhadores informais, onde utilizando todo seu potencial auxilia
no desenvolvimento da empresa.
Diante deste contexto, o tema é Profissionalização do trabalho informal. A
delimitação da pesquisa é sobre os artesãos do crochê da feira de artesanato da
praça do artesão na rua da praia de São Sebastião que utilizam conceitos
empresariais nas etapas de produção e gerenciamento para melhorar seu
empreendimento.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
Esta pesquisa justifica-se porque como pesquisadora do curso de gestão
empresarial é importante um aprofundamento sobre as questões do trabalho
informal dos artesãos de crochê, descrevendo as formas que estão organizadas,
uma vez que este tipo de atividade é muito comum em nossa região e pouco
valorizada, verificando suas motivações.
1.2 PROBLEMA
Esta pesquisa demonstra a importância da organização do trabalho informal
especificamente para os artesãos de crochê da feira de artesanato da rua da praia
de São Sebastião, onde exercem um trabalho com pouca administração dos custos
e dos lucros, gerenciando de maneira precária, devido ao não conhecimento de
todas as ferramentas administrativas que auxiliariam em uma maior produtividade.
Desta maneira surge a pergunta:
Qual é a melhor forma de organização do trabalho para que os artesãos
aumentem suas lucratividades?
10
1.2.1 Hipótese
Segundo Lakatos e Marconi (2011) a hipótese é um método de verificar a
existência de uma resposta para o problema, sendo uma suposição que vem antes
de confirmar os fatos.
De acordo com Chiavenato (2003) a administração é fundamental para
gerenciar menores custos e maiores eficiências, fazendo que as coisas sejam
realizadas da melhor forma tornando essencial na condução da sociedade moderna.
Com base no problema, surge a hipótese para sustentar essa pesquisa: os
artesãos sabem se organizar, administrando com eficiência seu empreendimento.
1.3 OBJETIVOS
O objetivo está dividido em duas partes, a primeira se refere ao objetivo geral
do trabalho de forma amplo e a segunda corresponde aos três objetivos específicos.
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é propor uma organização coletiva para o pequeno
artesão do crochê para torná-lo mais competitivo.
1.3.2 Objetivos específicos
Apresentar as características dos artesãos de crochê da Rua da Praia em
São Sebastião.
Demonstrar a estrutura da organização do trabalho dos artesãos de crochê.
Descrever as vantagens do artesão em trabalhar em cooperativas.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho está organizado em seis capítulos.
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No primeiro capítulo trata da introdução com a justificativa do tema, o
problema, a hipótese, objetivo geral, três objetivos específicos e a organização do
trabalho.
O segundo capítulo descreve o referencial teórico no qual apresenta
conhecimentos essenciais para o desenvolvimento deste trabalho, contêm conceitos
de administração, do artesanato, da cooperativa, da origem da cooperativa, dos
princípios do cooperativismo, dos ramos da cooperativa, das vantagem da
cooperativa e de alguns exemplos de cooperativa.
Já no terceiro capítulo é apresentado o mapeamento dos artesões de crochê
e a feira de artesão.
O quarto capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizado,
descrevendo os métodos teóricos e práticos trabalhados neste trabalho para
alcançar os objetivos.
Em seguida contêm os resultados que foram obtidos na pesquisa através de
gráficos e tabelas fundamentadas no questionário aplicado aos artesãos de crochê e
discussões baseada na teoria utilizada desta pesquisa.
Por último, baseado nos resultados e discussão foram apresentadas as
conclusões geradas pela pesquisa de campo e as considerações finais onde
permitiu analisar o trabalho.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Para Chiavenato (2009) a palavra administração é originada do latim, ad
(junto de) e ministrativo (prestação de serviço) significando uma ação para prestar
serviço ou ajuda, outra origem é aquele que presta um serviço a outro ou uma
atividade que se recebe comando de outrem.
Ainda referenciando o mesmo autor (2009, p. 6), a administração é essencial
em toda e qualquer organização ou empresa. “Modernamente, administração
representa o governo e a condução de uma organização ou empresa por meio de
atividades relacionadas com o planejamento, organização, direção e controle da
ação empresarial”.
Segundo Maximiliano (2000) as habilidades administrativas são importantes
para as pessoas tomarem decisões sobre a utilização de recursos necessários para
realização dos objetivos, sendo na realização de atividade com grande
complexidade e até mesmo em tarefas simples.
Conforme Coelho (2008) a administração está no dia-a-dia de todas as
pessoas, até mesmo nas atividades simples, tomam se decisões utilizando as
ferramentas essenciais da administração.
2.1 CONCEITOS DE ARTESANATO
Um dos programas desenvolvidos pelo governo é o Programa do Artesanato
Brasileiro (PAB) a base conceitual do artesanato Brasileira, com objetivo principal “a
geração de trabalho e renda e a melhoria no nível cultural, profissional, social e
econômico do artesão brasileiro”. (PAB, 2012, p.9).
De acordo com o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB, 2012) o artesanato
é uma das formas de expressão da cultura e criatividade do povo, sendo na maioria
das vezes, representam a história da comunidade e a sua autoestima, gerando
trabalho e renda para região. É também o resultado da transformação de matéria-
prima com domínio manualmente, com técnicas, criatividade, habilidade e valor
simbólico cultural.
13
Conforme o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB, 2012, p.9) mostra sobre
a importância do artesanato para o setor econômico com força no desenvolvimento
das comunidades, tendo uma atividade que “é disseminada em todo território
nacional, possuindo variações e características peculiares conforme o ambiente e a
cultura regional”.
O artesanato, segundo Chiavenato (2003) pode ser produzido individual e em
grupos onde o artesão trabalha em todo processo da produção do seu produto
utilizando instrumentos simples.
Para o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB, 2012) o artesão “é o
trabalhador que de forma individual exerce um ofício manual, transformando a
matéria-prima bruta ou manufaturada em produto acabado”, podendo utilizar
máquinas e equipamentos sem perder a capacidade de criar do artesão. De acordo
com Mascêne SEBRAE (2010) o artesão contém conhecimento técnico sobre as
ferramentas e os materiais específicos de sua atividade.
O crochê é um segmento do trabalho manual, definida pelo PAB (2012, p. 41),
como uma “Técnica desenvolvida com o auxílio de agulha especial terminada em
gancho e que produz um traçado semelhante ao de uma malha ou de uma renda”.
Veras (2007, p.2) menciona que o nome crochê tem origem da palavra
francesa croc, com significado em português de gancho, mesmo não tendo origem
definida, mas com vestígios do surgimento na China, espalhando pelo Oriente Médio
chegando à Europa por volta de 1700. Foi usado como imitação de renda no final da
Idade Média, “mas por ser muito apreciado pela rainha Vitória, foi difundido por toda
Europa, se tornando mais elaborado em textura e em dificuldade de trançado,
sendo, também, misturado a bordados e apliques com pedrarias”.
Referente à mesma autora o crochê como bordados e as rendas são
heranças da colonização Portuguesa, normalmente trabalhos realizados com linhas
por mulheres fazendo parte do cotidiano, esteja na moda, na decoração ou até
mesmo como atividade econômica das mulheres da capital ou do interior.
Para a maioria das artesãs, ressalva a autora Veras (2007) que a arte de
fazer crochê começa na infância, aprendendo cedo a fazer com suas mães, tias,
irmãs e avós e com isso ter uma fonte de renda, dando conta da produção de
trabalhos e cuidando de seus lares.
14
2.2 COOPERATIVA
A cooperativa, de acordo com SEC cooperativa do SEBRAE (2009) é a união
de pessoas através do empreendimento para atender as necessidades econômicas,
sociais e culturais. Nesse sentido vale resaltar que as necessidades serão
alcançadas se trabalhadas juntos, diminuindo as dificuldades individuais e
agregando o valor por trabalhar em grupo.
Conforme com o mesmo autor, uma cooperativa não visa principalmente fins
lucrativos, comercializando produtos e serviços com maiores vantagens do que
teriam se fosse individualmente, como se fosse uma empresa, mas com uma
finalidade diferente das outras, onde as cooperativas tem uma base fundamental
para o sistema com princípios mundialmente aceito.
O esquema a seguir representa a relação entre cooperativa e o indivíduo:
Figura 1: representação entre cooperativa e indivíduo.
Fonte: SEBRAE, SEC Cooperativa (2009, p. 9).
A cooperativa agrega valor aos produtos e serviços de pessoas que
trabalhavam sozinhas, aumentando assim seu poder econômico.
Para o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB, 2012) e para a Mascêne
SEBRAE (2010) o cooperativismo é uma união de mais de 20 pessoas com
objetivos em comum, cooperativa da área do artesanato procuram maior eficiência
na produção resultando na qualidade e de competitividade devido ao ganho em
escala, reduzindo os custos na compra de matéria-prima, beneficiando o transporte,
a distribuição e a venda das mercadorias. Existem formas de trabalhos coletivos que
auxiliam o artesão.
15
A lei nº 5.764 de 16 de Dezembro de 1971, conhecida como lei nº 5.764/71,
define a política nacional de cooperativismo, criada para que os cooperativos
procedimentos legais onde as cooperativas devem obedecer a uma legislação
específica.
Para o Código Civil Brasileiro de 2002 e a Lei nº 5.764/71 apud SEC
cooperativa (2009) a cooperativa é definida desta maneira.
As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica própria e, independentemente de seu objeto. O Parágrafo Único, art. 982, CC 2002, classifica como sociedade simples, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados (artigos 4º da Lei nº 5.764/71).
Relacionado ao mesmo autor, foi criado um modelo nacional com
representações estatuais, chamado “SESCOOP – Serviço de Aprendizagem do
Cooperativismo, integrante do Sistema Cooperativista Nacional”. Criando uma
Medida provisória nº 1715, de 3 de setembro de 1998, regulamentando suas
reedições pelo Decreto 3.017 de 06 de abril de 1999 com objetivos. Conforme o
SEC Cooperativa do SEBRAE (2009).
Organizar, administrar e executar o ensino de formação profissional, a promoção social dos empregados de cooperativas, cooperados e de seus familiares, e o monitoramento das cooperativas em todo o território nacional; Operacionalizar o monitoramento, a supervisão, a auditoria e o controle em cooperativas; Assistir as sociedades cooperativas empregadoras na elaboração e execução de programas de treinamento e na realização de aprendizagem metódica e contínua; Estabelecer e difundir metodologias adequadas à formação profissional e promoção social do empregado de cooperativa, do dirigente de cooperativa, do cooperado e de seus familiares; Exercer a coordenação, supervisão e a realização de programas e de projetos de formação profissional e de gestão em cooperativas, para empregados, associados e seus familiares; Colaborar com o poder público em assuntos relacionados à formação profissional e à gestão cooperativista e outras atividades correlatas; Divulgar a doutrina e a filosofia cooperativistas como forma de desenvolvimento integral das pessoas; Promover e realizar estudos, pesquisas e projetos relacionados ao desenvolvimento humano, ao monitoramento e à promoção social, de acordo com os interesses das sociedades cooperativas e de seus integrantes.
Ainda referenciando o mesmo autor o OCB é uma Organização das
Cooperativas Brasileiras, onde cada estado é vinculado, criado em 1969, “no IV
16
Congresso Brasileiro de Cooperativismo unindo e substituindo as Associação
Brasileira de Cooperativas (ABCOOP) e a União Nacional de Cooperativas
(UNASCO)”.
Conforme o site OCB (2015) a ACI - Aliança Cooperativa Internacional
comemorou dia 19 de Agosto de 2015, 120 anos de fundação, formado por 272
federações de cooperativas de 94 países e a ACI - Américas é responsável
inteiramente pelas confederações de 22 países, permanecendo o principal órgão
que representa o cooperativismo no mundo, avaliando que alcance a um bilhão de
pessoas no planeta, trabalhando pelo reconhecimento da comunidade internacional,
do governo e das sociedades, de maneira requerer o desenvolvimento econômico e
social.
2.2.1 Origem da cooperativa
De acordo com Queiroz (1996) e Polonio (1999) o surgimento das
cooperativas ocorreu na cidade de Rochdale (Rochadale Society of Equitable
Pioneers), na Inglaterra em 1844, desde então pouca coisa mudou em sua essência.
Na época 28 artesões desempregados por causa da Revolução Industrial se uniram
para trabalhar com a atividade têxtil, com ramo da cooperativa de consumo, que
cresceu rapidamente tanto na Inglaterra como em todo Europa que em 1881 já
contava com 1.000 cooperativas tendo mais de 550.000 associados.
Para Queiroz (1996) a primeira cooperativa surgiu o Brasil em 1887 e em 1913
surgiu a Cooperativa dos Empregados e Operários da Fábrica de Tecidos da Gávea,
a COOPFER foi fundada também em 1913 em Santa Maria, RS e em 1964 chegou a
ser considerada a maior Cooperativa da América do Sul.
Ainda referenciando o mesmo autor no Brasil as cooperativas de serviços e
trabalho foram fundadas por trabalhadores com ocupação especifica e também por
múltiplas funções.
Polonio (1999, p. 24) explica que o estatuto geral do cooperativismo vigente até
hoje foi promulgado em 16 de Dezembro de 1971 pela Lei nº 5.764, que “define a
Política Nacional do Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências”. Com prazo de 36 messes para registrar e
se adaptarem ao novo estatuto.
17
2.2.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO
A respeito desse assunto o SEBRAE (2015) e Marazi (2011) descrevem os setes
princípios que cujas regras devem orientar a relação entre cooperados e
cooperativa, direcionando para o verdadeiro espírito do cooperativismo,
diferenciando de outros empreendimentos econômicos. Através da Aliança
Cooperativa Internacional – ACI, as cooperativas passaram a seguir os seguintes
princípios:
• Adesão voluntária e livre;
• Gestão democrática pelos membros;
• Participação econômica dos membros;
• Autonomia e independência da cooperativa;
• Educação, formação e informação;
• Intercooperação;
• Interesse pela comunidade.
2.2.3 RAMOS DA COOPERATIVA
A OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras estabeleceu os ramos de
cooperativismo para melhorar a função da entidade, diante disso o SEBRAE (2015),
explicam os 13 ramos onde em 04 de maio de 1993 foram definidos conforme as
suas especificidades, baseados nos modelos da ACI - Aliança Cooperativa
Internacional e da OCA – Organização das Cooperativas da América, sendo eles o
agropecuário, de consumo, de crédito, educacional, especial, habitacional, de
infraestrutura, mineral, de produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e Lazer e
outros.
O ramo agropecuário para SEBRAE (2015) agrupam milhares de agricultores
no país, sendo um dos mais populosos dentre os tipos de cooperativas são
responsáveis por parte da produção de leite, carne, trigo, milho, mel, soja e seus
derivados. A cooperativa de consumo está relacionada à compra de artigos de
consumo de seus associados.
Para o mesmo autor as cooperativas de crédito estão relacionadas ao sistema
financeiro, surgiram em 1902, prestando serviços completos bancários. O ramo
educacional é uma alternativa para melhorar o ensino no país, algumas cooperativas
18
organizadas por pais e professores e outras somente por educadores aonde as
cooperativas conseguem baixar as mensalidades. No especial envolve pessoas de
qualquer atividade que necessitam de amparo como deficientes físicos, dependentes
químicos e adolescentes em idade de trabalhar, mas com dificuldade financeira
familiar, para isso as cooperativas instituiu a Lei nº 9.867 de novembro de 1999.
As cooperativas habitacionais para o autor do SEBRAE (2015) têm como
objetivo facilitar a compra da casa própria beneficiando pessoas das classes baixa e
média renda. O de infraestrutura prestam serviços de infraestrutura como
eletrificação, saneamento e telecomunicações para população isolada e excluída. Já
o de mineral orienta micromineradores como garimpeiros, quebradores de pedras
entre outros, para preservação do meio ambiente e melhorar os rendimentos com
técnicas atualizadas.
No ramo de produção o autor do SEBRAE (2015, p. 10) descreve sobre
empregados que se dedicam “à produção de um ou mais tipos de bens e
mercadorias, sendo os meios de produção, propriedade coletiva, através da pessoa
jurídica” contendo benefícios em ter um negócio próprio.
Referente ao mesmo autor o ramo da saúde atende com eficiência as áreas
básicas dos setores médicos, odontológico, psicológico e serviços afins e no ramo
de trabalho os usuários são a própria mão de obra, onde todos participam tanto na
gestão ou tanto na prestação de serviços.
Em relação ao ramo do trabalho, o SEC cooperativa (2009, p.19) explica que
a cooperativa de trabalho envolve o artesanato entre outros.
São sociedades de pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro, uma vez que o resultado do trabalho é dividido ente os cooperantes. Trata-se de uma modalidade que vem despontando como opção para gerar, manter ou recuperar postos de trabalho. Denominam-se cooperativas de trabalho, tanto as que produzem bens como aquelas que produzem serviços, sempre pelos próprios cooperantes. Atividades como artesanato, consultoria, auditoria, costura, informática e segurança, são alguns exemplos dessa atuação.
Finalizando os setores existe o ramo do transporte e o de turismo e lazer,
citado pelo mesmo autor, sendo que o primeiro atua no transporte de passageiros e
cargas criado em abril de 2002 pela OCB através da Assembleia Geral e o segundo
atuam no setor de turismo e lazer tendo ótimas perspectivas de crescimento, devido
19
aos estados brasileiros ter grande potencial para o turismo cooperativo, com função
de organizar as comunidades para aproveitar o potencial turístico, prestando
serviços de hospedagens para os turistas aproveitando desse novo processo, mais
econômico, mais educativo e mais prazeroso, contribuindo para gerar empregos,
para distribuição de renda e para preservação do meio ambiente.
As cooperativas são diferentes de acordo com as atividades especificas
demonstrado no gráfico abaixo:
Figura 2: Distribuição de cooperativas por ramos.
Fonte: Marazi, Roberto presidente do Sistema OCDF - SESCOOP/DF (2011)
20
Os ramos das cooperativas são usados para especificar os setores que
abrangem áreas especificas que necessitam de auxilio, essa união de pessoas para
o bem da comunidade local.
2.2.4 VANTAGENS DA COOPERATIVA
Segundo o SEC Cooperativa do SEBRAE (2009) a primeira vantagem que se
pensa é sobre os benefícios fiscais, mas não tem diferença entre os impostos pagas
por empresas ou por cooperativas na venda de seus produtos. Uma diferença é que
cooperativa não determina vinculo empregatício e seus produtos não tem tributação.
Isso é chamado de atos cooperativos pela Lei nº 5.763/71, art. 79 e Parágrafo Único,
mas na hora que a mercadoria é vendida para o consumidor ou trabalho feito para
empresa, existem taxas de impostos.
Para o mesmo autor (2009, p. 20, 21) a tributação das cooperativas e o ato
cooperativo tem uma variação conforme tributos, descritos abaixo:
• O cooperado como pessoa física deve recolher IRPF- Imposto da Renda da
Pessoa Física e do INSS previdência social.
• PIS – As cooperativas têm duas formas de pagamento de tributos, uma sobre
a folha de pagamento de 1% de seus empregados e outra sobre receita bruta
calculando alíquota de 0,65%, com cálculo previsto na Medida Provisória
2113-27/2001, art. 15.
• COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Isenção
no recolhimento para as cooperativas conforme art. 6º da Lei Complementar
nº 70/91, devido ao ato cooperativo não implica no mercado, cabendo às
cooperativas verificarem as leis específicas de suas finalidades.
• CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – Conforme o acordo as
cooperativas fica isentas da contribuição pelos atos cooperativos, não recebe
lucros na sua atividade, de acordo com a Lei nº 5.7764/71 – art. 3.
• IRRLL- Imposto de Renda sobre Lucro Líquido – não incidi nos atos
cooperativos.
• IRPJ – É taxativo o regulamento do imposto de Renda, para as cooperativas
que praticam o ato cooperativo não são tributadas as sobras por não ser
sociedade comercial.
21
• FGTS – Fundo de garantia por Tempo de Serviço – exclusivo para os
empregados da cooperativa, não existindo o fato gerador aos cooperados.
• ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – Se houver
circulação de mercadorias ou prestação de serviços tributáveis, as
cooperativas estão sujeitas ao ICMS, conforme legislação estadual.
Conforme o SEC Cooperativa do SEBRAE (2009), a organização do trabalho
é a principal vantagem que “é possibilitar que indivíduos isolados e, por isso mesmo,
com menos condições de enfrentar o mercado, aumentem sua competitividade, e,
consequentemente, melhorarem sua renda ou sua condição de trabalho”.
Referente ao mesmo autor, por não visar o lucro as cooperativas, seu
resultado é chamado sobras se for positivo e perdas se forem negativo. Obrigadas a
conter dois fundos, segundo a Lei nº 5.764/71. Um deles é o Fundo de Reserva, no
mínimo de 10% das sobras líquidas, para perdas e atender desenvolvimento da
atividade, sancionados nos artigos 28 e 55 da Lei nº 5.764/71, sendo indivisível entre
os cooperados. O outro fundo é o FATES- Fundo de Assistência Técnica,
Educacional e Social, constitui no mínimo de 5% das sobras anuais, destinado à
assistência dos cooperados e de familiares.
2.2.5 EXEMPLOS DE COOPERATIVAS
Segundo o Bittencourt (2014) o estado de São Paulo tem o maior número de
cooperativas do país, onde pequenos produtores rurais não conseguiriam vender
seus produtos sozinhos, exemplo disso é a Cooperativa de Laticínio de São José
dos Campos (Cooper) onde uma união com 21 pecuaristas trabalham juntos no
processamento do leite colocando no mercado sem passar na indústria
convencional, garantindo margens de lucro.
Referenciando o mesmo autor outro exemplo é a (Cooplacana) Cooperativa
dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo de Piracicaba que começou por
produtores de cana e foi à segunda cooperativa formal do Brasil, agora trabalham
com grãos, hortifrutigranjeiros e leite, onde seus cooperados conseguem condições
melhores em sementes e rações para animais conseguindo também uma melhor
colocação no mercado de seus produtos.
22
3 Mapeamento dos artesãos
Conforme o Boletim oficial de São Sebastião (2012) a feira de artesanato da
Rua da Praia é constituída por 15 quiosques de 17,6m², sendo que 12 quiosques
serão distribuídos para quatro artesões com espaço de 3,55m² para expor e vender
simultaneamente, um do quiosque será utilizado pela Aldeia Indígena Rio Silveiras,
onde expõem seus trabalhos indígenas, um quiosque reservado para convidados e
um quiosque que servirá de gazebo, mostrado na figura abaixo:
Figura 1: Planta dos Quiosques.
Fonte: adaptado pela autora da planta original da prefeitura de São Sebastião.
Para o mesmo autor, a figura acima mostra parte da planta que foi feita para a
construção do espaço especifico para os artesões comercializar seus trabalhos, os
quiosques tem esse formato, com divisórias entre eles, menos o espaço reservado
para gazebo, onde não tem divisória.
Conforme Boletim oficial de São Sebastião (2012) a feira será identificado
com alfanuméricos.
Referenciando o mesmo autor (2012, p.1) a feira de artesanato tem por
objetivo conforme o Art. 2º:
a) – Oferecer aos munícipes e visitantes a oportunidade de contato com a arte e cultura através do trabalho de artesãos; b) – Divulgar diferentes técnicas artesanais e formas de trabalhos manuais e individuais de expressivo valor artístico; c) – Incrementar a arte e a cultura no município, promovendo eventos específicos de apreciação e divulgação; e d) – Viabilizar economicamente a produção artesanal e artística no município.
23
2.3 FEIRA DO ARTESÃO
Em 2012 o município de São Sebastião ganhou um espaço para centralizar
os artesãos em um local exclusivo retirando eles de locais espalhado na cidade, com
esse apoio da prefeitura o artesanato tem um local exclusivo na Rua da praia de São
Sebastião divulgando a cultura da região.
Para participar da feira de artesão é preciso seguir orientações do Boletim
Oficial de São Sebastião que foi criado para organizar atividades exercidas pelos
artesãos.
Segundo o Boletim oficial de São Sebastião (2012) para ter um espaço na
feira de artesanato é necessário um prévio licenciamento e uma expedição do termo
de autorização para o uso de bem imóvel municipal, além de depender de vaga
disponível é preciso realizar inscrição e ter aprovação do cadastro na Secretaria
Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), comprovar suas habilidades manuais e a
autenticidade na fabricação de produtos, solicitar abertura do procedimento da
emissão de licença e pagar as taxas da atividade exercida.
Ainda referenciando o mesmo autor, os documentos necessários para
concessão do espaço para a feira são:
a) Original e cópia de documento que comprove a permanência do artesão no Município por, no mínimo, 2 (dois) anos;
b) Descrição dos produtos artesanais a serem expostos na feira; c) Descrição das ferramentas utilizadas para confecção ou acabamento; d) Comprovante de pagamento integral das taxas respectiva devidas pela
atividade; e) Aprovação da comissão Co-Gestora.
Relacionado ao mesmo autor, a licença de funcionamento pode ser concedida
aos artesãos que exercem atividades o ano todo e para artesões que expõem
eventualmente seus trabalhos artesanais chamado de visitantes, esse último não
precisa comprovar residência permanência no município.
Baseado no mesmo autor a feira é composta por 15 quiosques, sendo que 12
quiosques para quatro artesões, um do quiosque será utilizado pela Aldeia Indígena
Rio Silveiras, onde expõem seus trabalhos indígenas, um quiosque reservado para
convidados e mais um para servirá de gazebo.
24
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo, serão mostrados os procedimentos metodológicos que
ajudaram no desenvolvimento dessa pesquisa.
O estudo foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, descritiva, quantitativa,
documental e de campo aplicado nos artesãos do crochê que trabalham nos
quiosques de artesanato da Rua da Praia, onde foi feito uma entrevista com
formulário em anexo para obter informações.
As duas formas da pesquisa bibliográfica são fundamentais para comprovar
fatos. De acordo com Medeiros (2013, p. 38).
A pesquisa procura dados em variadas fontes, de forma direta ou indireta. No primeiro caso, levantam-se dados no local em que os fenômenos ocorrem (pesquisa de campo ou de laboratório); no segundo, a coleta de informações pode dar-se por documentação. A pesquisa bibliográfica caracteriza-se como documentação indireta. Além da pesquisa bibliográfica, pode-se também realizar uma investigação de documentos de primeira mão, que ainda não foram objeto de estudo. A documentação direta abrange a observação da própria realidade e a entrevista.
Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 06), a pesquisa “descritiva “delineia o
que é”- aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação
de fenômenos atuais, objetivos o seu funcionamento no presente”.
De acordo com Creswell (2010, p. 25), o método qualitativo é definido como
“um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos
atribuem a um problema social ou humano”, método utilizado neste trabalho.
Para Severino (2007) a pesquisa documental é um objeto ou fonte abordado
no ambiente próprio através da coleta de dados observado sem manuseio e sem
intervenção do pesquisador. Conforme Marconi e Lakatos (2010, p.48), descreve
que “a característica da pesquisa documental é que a fonte de coletas de dados está
restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes
primárias”, para qual foram utilizadas as legislações que explica a Lei nº 5.764/71,
conhecida como Lei do Cooperativismo.
Ainda referenciando o mesmo autor que esclarece a pesquisa de campo,
como um objeto ou fonte a ser abordado em seu próprio ambiente, coletando os
dados onde os fatos acontecem, sem interferência por parte do pesquisador. A
pesquisa de campo e o levantamento de dados foram realizados pela pesquisadora
nos 52 Boxes dos 13 quiosques através de visitas a feira do artesanato da praça do
artesão na rua da praia de São Sebastião. Coletando os dados através de
25
questionário com perguntas fechadas e abertas sobre as características, estrutura e
dificuldades dos artesãos.
Conforme Andrade (2010, p. 134) as “perguntas fechadas são aqueles que
indicam três ou quatro opções de resposta ou se limitam a resposta afirmativa ou
negativa, já trazem espaços destinados à marcação de escolha”.
Referente ao mesmo autor, as perguntas abertas trazem respostas livres,
dificultando a tabulação com necessidade de ser agrupadas as mais parecidas para
análise com desvantagem apurando os fatos.
A pesquisa de campo foi realizada na feira de artesanato da praça do artesão
na rua da praia de São Sebastião, onde foi entrevistado todos os artesãos de crochê
presentes no local.
No Gráfico 1, demonstra o total de 52 Boxes dos 13 quiosques, 5 estão
vazios, 12 abrem somente na temporada de dezembro a fevereiro, no dia 26 de
setembro 20 artesões não trabalharam e 15 artesãos estavam trabalhando e no dia
12 de outubro somente 13 artesãos estavam trabalhando e 22 não estava
trabalhando.
Gráfico 1 - Condição dos quiosques no período da pesquisa
Fonte: Dados do questionário aplicado
26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse capítulo serão apresentados os dados obtidos através dos formulários
com as perguntas fechadas e abertas realizado no dia 26 de setembro e 12 de
outubro de 2015 aplicados a todos os artesões de crochê que se encontravam no
local durante as entrevistas.
Gráfico 2 – Nível de escolaridade dos artesãos
Fonte: Dados do questionário aplicado
Em relação ao quesito de formação acadêmica, foram verificados que a
maioria que é de 37,50% tem o fundamental completo, 25% tem o ensino
fundamental incompleto e 12,50% sem instrução formal, 12,50% tem o ensino médio
ou técnico incompleto e 12,50% tem o ensino médio ou técnico completo.
27
Gráfico 3 – Motivos de trabalhar na feira
Fonte: Dados do questionário aplicado
A principal razão que levou os 8 artesãos de crochê a expor e vender seus
produtos na feira onde a maioria, 62,50% responderam que necessitam de uma
renda extra para melhora o orçamento doméstico, 12,50% respondeu que deseja ser
independente e 12,50% deu sua opinião, um respondeu que faz artesanato por
distração e outro que é um robby.
Gráfico 4 – Trabalho anterior
Fonte: Dados do questionário aplicado
Em relação ao trabalho anterior dos artesãos existe um equilíbrio onde 25 %
trabalhavam como dona de casa, 25 % como aposentada, 25% trabalhavam
28
expondo e vendendo na SECTUR, 12,50% respondeu que era costureira e também
12,50% respondeu que exerce a atividade de babá para complementar a renda, pois
não consegue viver somente do artesanato de crochê.
Gráfico 5 – Paga INSS
Fonte: Dados do questionário aplicado
A minoria paga INSS, apenas 25% dos artesãos, os 75% não pretendem
pagar INSS conforme demonstrado no gráfico 5.
Gráfico 6 – Dificuldades em ser artesão
Fonte: Dados do questionário aplicado
29
As maiores dificuldades encontrada na feira, com 100% das respostas foram
à segurança no local e vender na baixa temporada, depois vêm o de encontrar apoio
da prefeitura com 87,50%, em seguida vêm os que encontram dificuldade de
comprar matéria prima com preço baixo na cidade com um percentual de 75% das
respostas, com 62,50% os que têm dificuldade em conquistar clientes na baixa
temporada, e 37,50% encontra dificuldade na concorrência na alta temporada, já na
formação de preço de venda é de 25%, também 25% tem dificuldade de conseguir
dinheiro emprestado e com 12,50% têm dificuldade de conquistar clientes, vender na
baixa temporada e com a localização do quiosque.
Gráfico 7 – Tempo de trabalho
Fonte: Dados do questionário aplicado
A resposta do gráfico 7, mostra que a maioria, 87,50% faz artesanato de
crochê a mais de 2 anos, somente 1, ou seja 12,50% exerce essa atividade a 1 ano.
30
Gráfico 8 – Cursos de aperfeiçoamento
Fonte: Dados do questionário aplicado
Na questão acima notamos que a maioria, 87,50% não faz cursos para
melhorar a produção dos produtos.
Em relação ao trabalho coletivo, 50,00% dos artesãos tem vontade de
participar de uma cooperativa, entre esse percentual têm 12,50% tem vontade de
abrir uma cooperativa de mulheres para vender e dar aulas de crochê.
Gráfico 9 - Participação em cooperativa
Fonte: Dados do questionário aplicado
Mas existem 37,50% que não sabe se participaria de uma cooperativa e
12,50% não sabe se participaria.
31
A tabela 1 a seguir foi descritos os produtos que os artesãos produzem, o
artesão 1 produz tapete, bico de pano de prato, sapatinho, casaquinho nenê, bico
em toalha de banho, o 2 produz tapete e bico de pano de prato, o 3 produz tapete,
bico de pano de prato e bolsas, o 4 produz bico de toalha de banho, bico em lavabo,
bico em caminho de mesa e porta micro-ondas, o 5 produz tapete, caminho de
mesa e bijuteria, o 6 produz bijuteria, o 7 produz tapete, caminho de mesa e jogo de
banheiro e o artesão 8 produz tapete, blusas e vestidos, flores e chaveiros, bolsas e
tiaras.
O produto mais comum na feira feito pela maioria dos artesãos de crochê
entrevistados é o tapete de crochê, depois vêm o bico de pano de prato, em seguida
vêm bico de em toalha de banho, bolsas, caminho de mesa e bijuterias e os demais
produtos são produzidos somente por um artesão, como mostrados abaixo.
Tabela 1 – Produtos feitos em crochê
Fonte: Dados do questionário aplicado
1 2 3 4 5 6 7 8
Tapete X X X X X X
Bico de pano de prato X X X
Sapatinho, casaquinho nenê X
Blusas e vestidos X
Bico em toalha de banho X X
Flores e Chaveiros X
Bolsas X X
Bico em Lavabo X
Bico em caminho de mesa X
Caminho de mesa X X
Porta micro-ondas X
Bijuteria X X
Tiaras X
Jogo de banheiro X
32
Gráfico10 – Produtos feitos em crochê
Fonte: Dados do questionário aplicado
A seguir estão as informações dadas pelos artesãos sobre o que eles acham
do espaço que foi construído para exposição e venda de mercadorias.
Tabela 2 – O que os artesãos acham do espaço da feira
Fonte: Dados do questionário aplicado
Na tabela 2 revela que a maioria os artesãos gostam do espaço da feira, o
artesão 1, 2, 4, 5,7 e 8, no entanto o 3 e 6 não gosta do espaço.
75,0%
12,5%
37,5%
12,5%
25,0%
12,5%
25,0%
12,5% 12,5%
25,0%
12,5%
25,0%
12,5% 12,5%
Produtos em crochê
1 Gosta do lugar
2 Muito bom, só falta turista, eventos e mais cuidado.
3 Muito desvalorizado.
4 Gosta do local.
5 Espaço grande e gosta do lugar.
6 Bonito e não funcional, sem segurança.
7 Está bom, um lugar exclusivo, é melhor do que ficar na rua.
8 Prefere a feira, pois antes trabalhava na rua com uma barraca, gosta do local.
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De acordo com a pesquisa a maioria dos artesãos de crochê, cerca de
75,00% gosta do local da feira de artesão da Rua da Praia de São Sebastião
conforme o gráfico 9, mesmo achando a necessidade de algumas melhoras.
Gráfico 9 - Participação em cooperativa
Fonte: Dados do questionário aplicado
75,00%
25,00%
Gosta Não gosta
Sobre o espaço da feira
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho teve como objetivo principal propor uma organização coletiva
do pequeno artesão do crochê da feira de artesanato da praça do artesão na rua da
praia de São Sebastião para torná-lo mais competitivo.
Verificou através de pesquisa em campo, que não existe nenhuma forma de
trabalho coletivo, onde cada artesão trabalha individualmente com dificuldades como
mostrado no gráfico 6, com os quatros maiores elementos, são eles; segurança no
local; vender na baixa temporada; comprar matéria prima com preço baixo na cidade
e de encontrar apoio da prefeitura podendo auxiliar a divulgação.
Devido a esses elementos que dificultam o trabalho do artesão, recomenda-
se que abram uma cooperativa onde possam a comprar matéria prima com um
preço mais baixo, pedir mais segurança, ter apoio da prefeitura em relação à
divulgação da feira para o local da feira de artesanato na Praça do Artesão
aumentando as vendas na baixa temporada e obter crédito, melhorando assim o
faturamento, já que a ideia de participar de uma cooperativa agradou 50% dos
artesãos entrevistados.
Com base no questionário foi possível apresentar as características dos
artesãos onde a maioria que é 37,50% tem o ensino fundamental completo e
62,50% trabalham para obter uma renda extra, pois não consegue viver somente do
trabalho na feira.
Conforme os dados levantados somente 25% dos artesãos de crochê pagam
o INSS os outros acham desnecessários, mesmo não tendo os benefícios oferecidos
pelo INSS.
Com as informações obtidas no questionário foi verificado que 75%, a maioria
trabalha há mais de dois anos com o artesanato, mesmo que a maioria, 75% não
faça cursos para aperfeiçoar seus trabalhos, eles vem sobrevivendo.
O espaço agrada a maioria dos artesãos do crochê, por ser um local amplo,
coberto e por ter uma vista muito bonita, mesmo que necessite de alguns ajustes
para valorizar a cultura local, como uma união dos artesãos.
Em relação ao problema inicialmente proposto foi possível verificar que a
forma de trabalho pode influenciar os lucros, pois os artesões trabalham de forma
individual e com dificuldade coletivas.
35
Conforme considerado na hipótese, essa pesquisa mostrou que os artesãos
não sabem se organizar e administrar com eficiência seu empreendimento. Pode se
dizer que trabalham em situação desfavorável e individualmente sem nenhuma
forma coletiva.
Conclui-se pela necessidade dos artesãos se unirem para criar uma
cooperativa, onde conseguem ter mais vantagens competitivas nesse segmento do
mercado do artesanato.
36
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Maíra. Cooperativismo: conheça exemplos de sucesso no mercado de São Paulo. Piracicaba, 2012. Disponível em: <http://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/cooperativismo-conheca-exemplos-sucesso-mercado-sao-paulo-36876>. Acesso em: 30. set. 2015. BRASIL. República. Federativa. Programa de artesanato brasileiro (PAB): Base conceitual do Artesanato Brasileiro. Brasília, 2012. 66p. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1347644592.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2014. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria da administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. ___________, Idalberto. Iniciação à administração geral. 3.ed.rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2009. COELHO, M. A essência da administração: conceitos introdutórios. São Paulo: Saraiva. 2008. CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Artemed, 2010.
LEI nº 5.764, de 16 de Dezembro de 197. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5764-16-dezembro-1971-357788-normaatualizada-pl.pdf>. Acesso em 08 set. 2015. MARAZI, Roberto. Cooperativismo. Cooperativismo, capacitação, formação
profissional, autogestão e o desenvolvimento social nas cooperativas. Brasília, 18 de junho de 2011. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ecosol/apresentao-1-jornada-de-
negcios-inclusivos> Acesso em: 01 set. 2015. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
37
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa.
7.ed.São Paulo: Atlas, 2011. MASCÊNE, Durcelice. Cândida; TEDESCHI, Mauricio. Termo de referência:
atuação do Sistema SEBRAE no Artesanato. Brasília: SEBRAE, 2010. Disponível em:<http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/4762969DAC2E2FBC8325770E005416FC/$File/NT00043F22.pdf >. Acesso em 31 nov. 2014. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo; Atlas, 2000.
MEDEIROS, João. Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2013. OCB. Organização das Cooperativas Brasileiras. Disponível em: <http://www.ocb.org.br/site/brasil_cooperativo/index.asp.> Acesso em: 12 ago. 2015. _____. Organização das Cooperativas Brasileiras. Disponível em: <http://www.ocb.org.br/site/agencia_noticias/noticias_detalhes.asp?CodNoticia=18535> Acesso em: 19 ago. 2015. POLONIO, Wilson. Alves. Manual das sociedades cooperativas. 2. ed. São Paulo:
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<http://www.cbn.org.br/redemi/images/download/cooperativas/cooperativas_principios_sebrae.pdf >Acesso em: 19 ago. 2015.
38
_______. SEC Cooperativa. Disponível em: <http://intranet.df.sebrae.com.br/download/blog_responde/S%C3%A9rie%20Empreendimentos%20Coletivos/SEC_cooperativa.pdf> Acesso em: 26 abr. 2015. SEVERINO, Antônio. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. São
Paulo: Cortez, 2007. VERAS. Emanuelle, Kelly R. S. Crochê e Richelieu: Traços Culturais no Design
Brasileiro. 2007. Disponível em: <http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones/actas_diseno/articulos_pdf/ADC101.pdf> Acesso em 08 set. 2015.
´
39
APÊNDICES A
Questionário aplicado nos Quiosques.
1. Nível de escolaridade? a ( ) Sem instrução formal b ( ) Fundamental incompleto c ( ) Fundamental completo d ( ) Médio ou Técnico Incompleto
e ( ) Médio ou Técnico Completo f ( ) Superior incompleto g ( ) Superior completo h ( ) Pós-graduação
2. Qual a principal razão que o (a) levou a iniciar o seu negócio?
a ( ) Desejo de ser independente b ( ) Obter renda extra
c ( ) Não consegui trabalho d _____________________
3. Ocupação antes de trabalhar na feira?
a ( ) Estudante b ( ) Desempregado (a) c ( ) Dona de casa d ( ) Aposentado (a) e ( ) Servidor público f ( ) Empreendedor formal (com
CNPJ)
g ( ) Trabalhador informal (sem CNPJ)
h ( ) Empregado (a) com carteira assinada
i ( ) na SECTUR j _________________
4. Paga INSS como autônomo? a ( ) Sim b ( ) Não
5. Quais as maiores dificuldades encontrada nessa área de trabalho?
a ( ) Concorrência em baixa temporada b ( ) Concorrência em alta temporada c ( ) Comprar matéria prima com preço baixo d ( ) Encontrar apoio da prefeitura e ( ) Formação de preço de venda f ( ) Criação de novos produtos g ( ) Administrar meu negócio h ( ) Segurança no local i ( ) Cumprir as obrigações legais j ( ) Conquistar clientes/vender na baixa temporada k ( ) Conseguir dinheiro/ crédito emprestado l ( ) Vender na baixa temporada m ( ) Localização dos quiosques n ( ) Outros
________________________
6. Quando tempo trabalha nesta área de trabalho? a ( ) Menos de 1 ano b ( ) Mais de 1 ano
c ( ) 2 anos d ( ) Mais de 2 anos
7. Faz cursos para melhorar a produção e as vendas? a ( ) Sim b ( ) Não
40
8. Se tivesse oportunidade de participar de uma cooperativa?
a ( ) Participaria b ( ) Não participaria
9. Quais tipos de produto que produz em crochê?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10. O que acha do espaço?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
APÊNDICES B
Trabalhos dos artesãos da feira.