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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA CAMPO GRANDE UNIDADE II Campo Grande MS 2017 THAYS DE DEUS SOBREIRA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO DO ENFERMEIRO EM AMBIENTE HOSPITALAR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA CAMPO GRANDE – UNIDADE II

Campo Grande – MS 2017

THAYS DE DEUS SOBREIRA

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO DO ENFERMEIRO EM AMBIENTE HOSPITALAR

Campo Grande – MS

2017

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO DO ENFERMEIRO EM AMBIENTE HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera Educacional de Campo Grande – Unidade II como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem (Bacharelado).

Orientador: Erica Cristina Mendes Dias

THAYS DE DEUS SOBREIRA

Dedico este trabalho...

Primeiramente a Deus, pois sem a aprovação Dele nada disso teria acontecido. À minha família, que me deu todo suporte e apoio para realização deste sonho, principalmente à minha mãe e avós, que foram meu alicerce nesta etapa. Às minhas colegas de curso, nesta longa trajetória, por toda ajuda uma com a outra e entusiasmo, possibilitando umas às outras a divisão de conhecimento e apoio. Aos meus amigos por toda alegria e incentivo. Aos meus queridos professores por todos os valiosos ensinamentos, conselhos e sermões, aos quais foram de importante peso para a minha formação.

Meu sincero obrigada e admiração a todos vocês que estiveram ao meu lado me apoiando e possibilitando mais ainda meu entusiasmo para conclusão dessa grande e importante etapa da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por ter me dado saúde, sabedoria, entusiasmo

para chegar até aqui e me dado a oportunidade de crescimento.

À minha orientadora Erica Cristina M. Dias, por toda orientação, paciência e atenção

que possibilitou a realização deste trabalho.

Em especial à minha família e amigos, pelo incentivo, cobrança e apoio nessa etapa.

Agradeço grandemente a todos que de certa maneira participaram e colaboraram

para que este trabalho pudesse ser realizado.

SOBREIRA, Thays de Deus. Segurança e Saúde no Trabalho do Enfermeiro em Ambiente Hospitalar. 29 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso em Enfermagem– Anhanguera II, Campo Grande - MS, 2017.

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa teve como problema estudado os riscos a que

ficam expostos os enfermeiros no ambiente hospitalar e as respectivas medidas de

controle empregadas. O objetivo geral foi conhecer as condições ambientais de

trabalho do enfermeiro nesses locais. Foram feitas abordagens quanto aos riscos

ambientais a que os profissionais ficam expostos, sendo eles os riscos físicos,

químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de acidente, alertando principalmente

quanto aos riscos biológicos, com contaminação através das mãos, e os acidentes

com materiais perfurocortantes. Foram abordados os programas de prevenção de

riscos à segurança e saúde dos trabalhadores, entre eles o PPRA - Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais, o PCMSO - Programa Médico de Saúde

Ocupacional, e também o Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com

Materiais Perfurocortantes, com probabilidade de exposição a agentes biológicos.

Foram apresentadas as medidas de controle de riscos empregadas e a importância

do enfermeiro em todo esse processo. Dentre os resultados mais significativos,

podemos dizer que a pesquisa trouxe uma boa noção quanto às condições

ambientais de trabalho do enfermeiro no ambiente hospitalar, levando o leitor,

principalmente os que trabalham em serviços de saúde, a despertar com relação à

importância da prevenção. Quanto à metodologia empregada, a pesquisa foi

qualitativa, do tipo bibliográfica.

Palavras-chave: Riscos ambientais; Riscos biológicos; Ambiente hospitalar;

Enfermeiro; Segurança e saúde

SOBREIRA, Thays de Deus.Occupational Safety and health of Nurses in a hospital environment. 2017. 29 pages. Trabalho de Conclusão de Curso em Enfermagem– Anhanguera II, Campo Grande - MS, 2017.

ABSTRACT

The present research work has a problem studied in the risks and that are exposed

the nurses in the hospital environment and as measures of control of employees. The

general objective was to know the environmental conditions of work of local nurses.

The issues addressed for the physical, chemical, biological, ergonomic and accident

risks, mainly warning against biological risks, contamination by hands and accidents

with sharps. Programs for the prevention of health and workers' health risks, PPRA -

Environmental Risk Prevention Program, PCMSO - Occupational Health Medical

Program, and also a Plan for the Prevention of Risks of Accidents with Sharpening

Materials, with a probability of exposure to biological agents. They were presented as

measures of control of risks employed and the importance of the nurse in this whole

process. Among the most significant results, we can say that the research brought a

good idea of the nurses' environmental working conditions in the hospital

environment, leading the reader, especially in health services, to awaken the

importance of prevention. Regarding the methodology used, the research was

qualitative, of the bibliographic type.

Key-words: Environmental risks; Biological risks; Hospital environment; Nurse; Security and health.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AET Análise Ergonômica do Trabalho

CA Certificado de Aprovação

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT Consolidação das Leis Trabalhistas

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

EPI Equipamento de Proteção Individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

MAOT Medidas Administrativas ou de Organização do Trabalho

NR Norma Regulamentadora

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho

MTE Ministério do Trabalho e do Emprego

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................... 8

1 RISCOS AMBIENTAIS NO AMBIENTE HOSPITALAR....................................... 10

1.1 RISCOS FISICOS .............................................................................................. 15 1.2 RISCOS QUIMICOS ...........................................................................................17 1.3 RISCOS BIOLÓGICOS ..................................................................................... 18 1.2 RISCOS ERGONÔMICOS ..................................................................................19 1.2 RISCOS DE ACIDENTES....................................................................................20

2 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS E DOENÇAS OCUPACIONAIS .. 16

3 MEDIDAS DE CONTROLE E A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO DO TRABALHO NA SEGURANÇA E SAÚDE EM AMBIENTE HOSPITALAR ............. 21

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

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INTRODUÇÃO

A segurança e saúde do trabalhador enfermeiro estão inseridas na saúde

pública, tendo como foco as ações preventivas, de modo a garantir a segurança e

saúde dos profissionais durante as suas atuações no ambiente hospitalar. Ao

pesquisar a situação atual dos hospitais no Brasil percebe-se que a segurança do

enfermeiro se encontra prejudicada, necessitando de melhorias nas medidas de

controle de riscos ocupacionais existentes no ambiente hospitalar.

É importante procurar estudar os ambientes hospitalares, os riscos

ocupacionais a que ficam expostos os enfermeiros e as medidas de controle

atualmente empregadas para que os profissionais possam desempenhar suas

funções com melhores condições de segurança e saúde no trabalho, de modo a

tornar compatível, permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a

promoção da saúde.

Diariamente, em ambientes hospitalares, os enfermeiros durante o

desempenho de suas atividades ficam expostos a diversos riscos a sua segurança e

saúde. Portanto, o problema consiste nos riscos a que ficam expostos os

enfermeiros e as respectivas medidas de controle empregadas. Quais são as

condições ambientais de trabalho do enfermeiro no ambiente hospitalar?

A presente pesquisa, qualitativa do tipo bibliográfica, tem como objetivo geral

apontar as condições ambientais de trabalho do enfermeiro no ambiente hospitalar.

Como objetivos específicos temos os seguintes itens: a) conhecer os riscos a que os

profissionais ficam expostos; b) conhecer os programas de prevenção de riscos à

segurança e saúde dos trabalhadores c) conhecer as medidas de controle

empregadas e a importância do enfermeiro do trabalho na segurança e saúde do

trabalhador em ambiente hospitalar.

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa, através de metodologia do tipo

bibliográfica, sobre a Segurança e Saúde no trabalho do enfermeiro em ambiente

hospitalar, onde foram utilizados como material de consulta livros, revistas cientificas

e artigos científicos. Para a pesquisa através de artigos científicos foi utilizado o site:

Library Online (SCIELO).

O trabalho foi elaborado usando como material de base artigos científicos e

livros com o objetivo de despertar o interesse do leitor diante do tema proposto. A

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pesquisa por meio de referência bibliográfica baseia-se no levantamento de várias

bibliografias que abordam o assunto, para que assim possibilite a comparação de

idéias, dando contexto ao trabalho.

Os artigos foram levantados com os descritores: segurança e saúde no

trabalho; enfermeiro do trabalho; segurança e saúde em ambiente hospitalar.

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1 RISCOS AMBIENTAIS NO AMBIENTE HOSPITALAR

Os trabalhadores das unidades hospitalares estão expostos a um alto nível de

riscos ambientais. Os hospitais têm o objetivo de prestar assistência focando na

qualidade da saúde. Sendo assim, deve também focar e garantir um ambiente livre

de riscos, adotando medidas de controle dos riscos ambientais. (ALAM, 2005)

Segundo Felli (2005), as primeiras preocupações com os problemas

ocupacionais no Brasil iniciaram-se em 1940, sendo criada a Associação de

Prevenção de Acidentes do Trabalho. Em 1943 entrou em vigor a CLT –

Consolidação das Leis do Trabalho, dando um grande passo para a proteção dos

trabalhadores, sendo o seu Capítulo V do Título II, com redação atual dada pela lei

n.º 6.214 de 1.977, um capítulo dedicado exclusivamente à Segurança e Medicina

do Trabalho. Em 1972 foi criado um Serviço de Saúde pelas Portarias 3.236 e 3.237

do Ministério do Trabalho, ao qual era obrigatório para empresas com mais de cem

funcionários, sendo que tal serviço deveria ser composto por médico do trabalho,

auxiliar de enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e técnico

de segurança do trabalho.

De acordo com Manuais de Legislação Atlas (2015), os riscos ambientais são

classificados em riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de

acidentes. Como os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, considerando

esses riscos ambientais, são acontecimentos indesejáveis dentro do ambiente de

trabalho, foi criada então a NR-5, que regulamenta a obrigatoriedade por parte do

empregador de constituir a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,

objetivando a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo

a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a

promoção da saúde do trabalhador.

1.1 RISCOS FISICOS

Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Atlas (2015), caracteriza como

riscos físicos as diversas formas de energia as quais os trabalhadores possam estar

expostos, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,

radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e ultrassom.

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Ruído é classificado como um agente sonoro desconfortável produzido por

máquinas e/ou equipamentos em funcionamento. Esse tipo de agente de risco físico,

dependendo de sua intensidade e tempo de exposição, pode levar o trabalhador a

desenvolver danos, como diminuição da audição, ocasionando assim um baixo

desempenho no desenvolvimento das atividades dentro e também fora do ambiente

de trabalho. Pode gerar conseqüências, como dores de cabeça frequentes, irritação,

cansaço, hipertensão, diminuição e até mesmo perda da audição.

(CARVALHO,2012)

Calor, segundo Mulatinho (2001), é uma forma de energia determinada pela

variação de temperatura do corpo que cedeu ou recebeu calor. A transmissão por

irradiação é feita através de ondas eletromagnéticas que se transmite através do ar

e do vácuo. Dessa maneira é de grande importância avaliar o calor ao qual o

trabalhador está exposto levando em consideração as condições ambientais e a

temperatura do corpo, pois temperaturas extremas influenciam negativamente na

qualidade do trabalho e na saúde do indivíduo. Dentro de um ambiente hospitalar

estão expostos a altas temperaturas funcionários que atuam em: centrais de

esterilização de materiais, lavanderias, serviços de nutrição e dietética, entre outros.

O trabalhador pode desenvolver esgotamento por calor quando a perda de fluidos

não é suficientemente compensada pela ingestão de líquidos. Tendo como sinais e

sintomas: fraqueza, dor de cabeça, pele fria, tontura, palidez e pele avermelhada.

No caso de intermação, que é um dos mais graves problemas relacionados

ao calor, onde o organismo perde a capacidade de liberar o calor, ou seja, a

transpiração não ocorre, elevando a temperatura corporal acima de 41ºC, poderão

ocorrer sintomas graves, como confusão mental, convulsões, perda de consciência,

delírio e até morte. (MULATINHO 2001).

As pressões anormais são prejudiciais ao trabalhador, pois aumentam a

solubilidade dos gases no sangue, alterando o volume dos gases, ocasionando no

aumento de oxigênio e nitrogênio dissolvidos no sangue, ou seja, ocorre um

descontrole / desequilíbrio. (VIANA, 2010)

As vibrações são caracterizadas, de acordo com Segurança e Medicina do

Trabalho (2015), como movimentos oscilatórios do corpo relacionado com a posição

de equilíbrio, podendo ser por todo o corpo ou parte dele. Para caracterizar como

efeito ocupacional, deve-se avaliar o limite de tolerância, intensidade, tempo de

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exposição e a forma de vibração. Em geral, ocasionam efeitos indesejáveis como

dores nos membros e dores na coluna.

Felli(2005) diz que as radiações ionizantes são ondas ou partículas

portadoras de energia que se propagam em alta velocidade, como os Raios X

emitidos pelos equipamentos de Raios X e Tomografia. Esse tipo de radiação pode

danificar célula e o material genético, podendo causar graves problemas, como

queda de cabelo, câncer, danos na gestação e radiodermite, que é a alteração na

pele resultante de exposições excessivas às radiações ionizantes.

Já as radiações não ionizantes são aquelas que não têm o potencial de

ionizar, ou seja, elas são incapazes de transformar elétrons e átomos em íons,

diferente das radiações ionizantes, mas mesmo assim elas são capazes de quebrar

as moléculas e ligações químicas. Entre as principais delas estão as radiações

solares, sendo as radiações UVA que podem levar ao envelhecimento da pele e

UVB que alteram as células da pele ocasionando câncer. (FELLI, 2005)

1.2 RISCOS QUÍMICOS

Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Atlas (2015), define como riscos

químicos ou agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por

ingestão.

Poeiras são partículas sólidas, que são formadas pela ruptura de um material

sólido. É prejudicial à saúde, pois o trabalhador inala essa poeira e dependendo do

tipo de substância presente ali, quando em contato com organismo acarreta doenças

graves. (ALAM, 2005)

Viana (2010) afirma que os gases são abundantemente presentes na

atmosfera e no ambiente de trabalho, sendo então, muitos deles, grandemente

prejudiciais à saúde do trabalhador. Define-se gases as substâncias que se

apresentam em estado gasoso nas condições normais de temperatura e pressão.

Esses gases, dependendo de sua nocividade, em contato com o organismo podem

apresentar sérios riscos à saúde, como toxicidade, podem ser asfixiantes, irritantes e

anestésicos. Existem ainda os gases inflamáveis. Um outro ponto a ser levado em

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consideração é que produtos em estado gasoso podem explodir mesmo sendo não

inflamáveis, isso ocorre em casos de incêndio quando a radiação térmica é alta

provocando aumento na pressão interna de um recipiente ou ambiente fechado.

Os vapores são a forma gasosa de uma substância que é liquida ou sólida

nas condições normais de temperatura e pressão. (ALAM,2005)

Ambos agentes (gases e vapores) prejudicam principalmente as vias aéreas

causando inflamações que podem levar a derrame pleural, edema pulmonar e

podem agir nos brônquios causando bronquite ou broncopneumonia. (VIANA, 2010)

Os fumos são partículas sólidas produzidas por condensação ou oxidação de

vapores de substâncias sólidas quando em temperatura normal. (ALAM, 2005)

Viana (2010) define neblina como partículas finas que permanecem no ar.

Esse tipo de partículas se dá por condensação de vapores. Já as névoas são

partículas líquidas produzidas mecanicamente, que também permanecem no ar,

exemplo: Spray.

Segundo Alam (2005), os riscos químicos mais encontrados nos hospitais são

no setor de esterilização, onde ocorre o uso de agentes químicos em grande

quantidade, considerados prejudiciais à saúde.

Então o bom transporte, armazenamento, manuseio e manipulação de tais

produtos podem fazer a diferença entre a saúde e doença dos indivíduos em geral,

tanto funcionários quanto pacientes. (SOUTO, 2003)

1.3 RISCOS BIOLÓGICOS

Os riscos biológicos são dos mais preocupantes dentro de um ambiente

hospitalar, pois são encontrados em abundância. São considerados riscos biológicos

os vírus, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, entre outros. O contato desses

agentes com o ser humano, dependendo da nocividade do agente, pode causar

inúmeras e graves doenças, e no ambiente hospitalar os profissionais estão

expostos a esses riscos consideravelmente, pois têm contato com sangue e fluídos

corporais. Esse tipo de risco abrange as doenças transmissíveis, e por essa razão é

de grande importância o controle e cautela. (FELLI, 2005)

Carvalho (2012), diz que vírus são seres minúsculos formados por cápsulas

que contêm DNA, RNA e citomegalovírus, que são capazes de infectar o organismo.

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O mesmo age modificando o metabolismo da célula onde se alocou, podendo

degenerá-la ou matá-la.

As bactérias são organismos pertencentes ao reino monera, podendo ser

classificadas de acordo com o seu formato, sendo eles: bacilos, cocos e espirilos.

São seres encontrados por toda parte. Sendo no ar, solo, água, inclusive no próprio

corpo humano. No entanto, nem todas são prejudiciais, algumas são benéficas

atuando como protetoras do corpo humano. (FELLI, 2005)

É significativamente importante reconhecer e combater aquelas prejudiciais à

saúde, pois, as mesmas podem causar doenças sérias, sendo as mais conhecidas:

tuberculose, hanseníase, pneumonia, meningite bacteriana, sífilis e outras. O

combate ocorre com a administração de antibióticos, conforme prescrição médica.

Lembrando que o uso indiscriminado de antibióticos resulta em super-resistência

bacteriana. (CARVALHO, 2012)

Fungos são seres que fazem parte do reino fungi, capazes de causarem

doenças no ser humano, como micoses, frieiras, candidíase e herpes. Pode-se citar

como fungos: cogumelos, mofos, bolores e leveduras. (CARVALHO, 2012)

Os protozoários são capazes de causar doenças como: chagas,

toxoplasmose, leishmaniose, tricomoníase, malária, giardíase e outras. A

contaminação se dá pela ingestão de alimentos e água contaminada.

(CARVALHO,2012)

Felli (2005) define os parasitas como seres vivos que agem agredindo o

organismo do homem, pois, retiram do organismo todos os recursos necessários

para sobreviver. Alguns parasitas podem viver no organismo sem causar alterações,

já outros podem levar o organismo à morte.

Segundo Segurança e Medicina do Trabalho (2015), os profissionais da

saúde devem conhecer os agentes biológicos. Os maiores modos de contaminação

são as mãos contaminadas em contato com a boca e olhos, e através de feridas em

contato com os agentes. Deve-se então, diante do reconhecimento dos possíveis

riscos, agir preventivamente, implementando medidas de prevenção evitando

doenças.

1.4 RISCOS ERGONÔMICOS

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Os riscos ergonômicos normalmente estão presentes nos ambientes de

trabalho, e se tratam de circunstâncias que agridem fisiologicamente ou

psicologicamente o indivíduo, causando desconforto ao trabalhador. Encaixam-se

nesses riscos: exigência de postura inadequada, movimentos repetitivos, jornadas

de trabalho longas e estresse mental. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO,

2015)

A Ergonomia tem o objetivo de adaptar o ambiente de trabalho da melhor

forma possível ao trabalhador. Pensando nisso a NR-17 do Ministério do Trabalho,

que trata da ergonomia, foi criada para estabelecer parâmetros que permitam a

adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos

trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e melhor

desempenho ao trabalhador. Para isso o empregador deve realizar a AET- Análise

Ergonômica do Trabalho, visando identificar inconformidades ergonômicas e tomar

medidas resolutivas. (MULATINHO, 2001)

1.5 RISCOS DE ACIDENTES

Toda situação que possa gerar acidente, interferindo na integridade física ou

moral do indivíduo, segundo Alam (2005), caracteriza-se como risco de acidente,

também chamado de risco mecânico. O índice maior de acidente dentro de um

hospital são os acidentes ocorridos com materiais perfurocortantes, no entanto, a

baixa iluminação, pisos molhados, máquinas e equipamentos sem os devidos meios

de proteção, eletricidade, são considerados riscos frequentes no âmbito hospitalar.

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2 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Os hospitais, por receberem uma grande demanda de pacientes com diversos

tipos de doenças infectocontagiosas são considerados locais de trabalho insalubres.

Por esta razão Felli (2005) afirma que os trabalhadores desse tipo de ambiente

estão expostos a riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e riscos de

acidentes. Felizmente, pensando nesse tipo de problema, existem vários programas

e medidas adotadas e padronizadas, para prever, identificar, avaliar e combater tais

problemas que afetam diretamente a segurança e saúde dos trabalhadores.

Primeiramente, para tomar a decisão de qual medida preventiva será

empregada, deve-se conhecer os riscos existentes, e para isso é importante analisar

o local de trabalho e o tipo de atividade exercida pelo profissional de maneira

criteriosa. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015)

Para manter a segurança e saúde do trabalhador existem várias atitudes a

serem tomadas, visando de maneira geral a padronização de condições adequadas

no ambiente de trabalho, identificação e prevenção dos riscos existentes, focando

sempre a saúde e segurança do trabalhador e evitar doenças ocupacionais. Os

meios para possibilitar isso são: a) as Normas Regulamentadoras (NR’s), referentes

à segurança e medicina do trabalho, estabelecidas pela portaria nº 3.214/78, sendo

estas de obrigação pelas empresas tanto públicas quanto privadas, que possuam

trabalhadores regidos pela CLT. Estas normas devem ser seguidas dentro da

legislação exigida, se caso não forem obedecidas o empregador / empresa sofrerá

penas como constam na legislação; (BRASIL,2007) b) os equipamentos de proteção

coletiva – EPC, que têm a finalidade de proteger a saúde e segurança dos

profissionais que atuam em ambientes expostos a riscos; c) as medidas

administrativas ou de organização do trabalho; d) equipamentos de proteção

individual – EPI, que visam proteger o trabalhador contra acidentes e/ ou doenças

relacionadas ao trabalho através da utilização desses equipamentos. (BRASIL,2010)

De acordo com Marziale (2010) os Serviços Especializados em Engenharia

de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, regulamentado pela NR-4 e

estabelecido pelo artigo 162 da CLT, é um grupo de profissionais multidisciplinar

composto por Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do

Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do

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Trabalho. Tal serviço tem o objetivo de promover a saúde e proteger a integridade

do trabalhador no local de trabalho. Foi criado devido ao alto índice de acidentes e

doenças decorrentes do trabalho, para dar atenção e assistência aos funcionários

através de instruções, esclarecimentos e adoção de medidas preventivas para

garantir a segurança e saúde do trabalhador, evitando acidentes e doenças

ocupacionais, ou seja, o SESMT irá atuar de maneira decisiva na proteção da saúde

e segurança do trabalhador.

Todos os integrantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança

e Medicina do Trabalho devem comprovar que estão habilitados para as atividades a

serem realizadas, ou seja, devem apresentar os requisitos que comprovem sua

formação e habilitação na área de segurança e medicina do trabalho, sendo esses

os certificados de curso técnico, graduação, pós-graduação ou certificado de

residência médica, conforme a formação do profissional, e o devido registro no

respectivo conselho de classe. (MARZIALE, 2002)

Ribeiro (2007) ressalta que os profissionais integrantes do SESMT devem

aplicar seus conhecimentos de saúde e segurança do trabalho visando a diminuição

e eliminação dos riscos existentes nos locais de trabalho, sendo que para isso

devem ser implantadas medidas de ordem geral. Caso as medidas de ordem geral

adotados para diminuição ou eliminação dos riscos não obtenham sucesso, deve ser

estabelecida a utilização de EPI por parte do trabalhador. O SESMT deve ainda

colaborar com os novos projetos implementados na empresa, tomar frente das

responsabilidades ao que se encaixa nas orientações de acordo com o cumprimento

do disposto nas Normas Regulamentadoras. Conforme exigido na NR-5, o SESMT

deve dar apoio a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, através de

campanhas e programas, deve promover a educação dos trabalhadores, bem como

a orientação e conscientização dos mesmos. Deve despertar o interesse dos

empregados a entenderem e prevenir os acidentes e doenças ocupacionais, e

sempre que ocorrer acidentes dentro da empresa, tendo ou não vítimas, deve ser

registrado em documento, bem como as doenças identificadas, sendo que este

documento deve conter a descrição completa do ocorrido ou da doença ocupacional

e fatores ambientais.

A NR-5 estabelece que as empresas têm a obrigatoriedade de adotarem a

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Esse programa é composto

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pelos próprios funcionários e objetivam a prevenção de infortúnios laborais através

de medidas preventivas e orientações que eliminem ou reduzam os acidentes de

trabalho, consequentemente melhorando as condições de trabalho. A CIPA,

segundo Ribeiro (2007), tem como função auxiliar o SESMT, bem como focar na

prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. As ações preventivas desta

comissão se dão pelo reconhecimento dos riscos presentes, análise e exposição das

condições de risco no ambiente e propostas de medidas de segurança a serem

adotadas, orientada pelo SESMT, quando houver. Assim a comissão irá propor

medidas para minimizar ou eliminar os riscos, debatendo com os profissionais, para

que assim ocorra um feed back a respeito da situação.

MARZIALE (2002) fala da importância da realização da Semana Interna de

Prevenção de Acidentes de Trabalho – SIPAT, que é realizada anualmente e é de

obrigação da CIPA, em conjunto com o SESMT, quando houver. O seu principal

objetivo é o de conscientizar os empregados sobre a importância da saúde e

segurança no trabalho, e consequentemente a importância da prevenção de

acidentes e doenças ocupacionais.

O PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é

estabelecido pela NR-07, que torna obrigatório, por parte dos empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados, a elaboração e

implementação deste Programa em suas empresas, visando a promoção e

prevenção da saúde dos trabalhadores, com rastreamento e diagnóstico precoce

dos fatores que possam agravar a saúde do trabalhador. É uma Norma que

estabelece a realização de exames clínicos e complementares para os

trabalhadores, a partir da avaliação dos riscos existentes no local de trabalho e as

atividades que serão realizadas pelo trabalhador. O programa exige a realização de

exames médicos admissional, periódico, retorno ao trabalho, mudança de função e

demissional por parte dos empregados, devendo o empregador garantir e custear

esses exames. (MARZIALE, 2002)

O PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é estabelecido pela

NR-09, que torna obrigatório a elaboração e implementação deste Programa, por

parte dos empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados. O Programa tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade

dos trabalhadores, através da antecipação dos riscos, reconhecimento e

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entendimento desses riscos, avaliação e em seguida o controle de riscos ambientais

existentes ou aqueles que possam vir a ocorrer no ambiente de trabalho.

(MARZIALE, 2010)

De acordo com a NR-09 o PPRA deve ter no mínimo a seguinte

estrutura: a) planejamento anual, com estabelecimento de metas, prioridades e

cronograma; b) estratégia e metodologia de ação; c) forma de registro, manutenção

e divulgação dos dados; d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento

do PPRA. É estabelecido que deverá ser realizada, sempre que necessário e pelo

menos uma vez ao ano, uma análise global desse Programa para avaliação do seu

desenvolvimento e realização dos ajustes que se fizerem necessários, bem como o

estabelecimento de novas metas e prioridades. (SEGURANÇA E MEDICINA DO

TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015).

Ainda de acordo com a NR-09, o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais deve incluir as seguintes etapas: a) antecipação e reconhecimento dos

riscos; b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) implantação de

medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) monitoramento da exposição aos

riscos; f) registro e divulgação dos dados. (SEGURANÇA E MEDICINA DO

TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015).

Segundo Brasil (2010) a Norma Regulamentadora também de grande

importância para a área de saúde, por ser exatamente elaborada para esse setor, é

a NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Essa Norma

Regulamentadora estipula as diretrizes básicas a serem aplicadas para a

implementação de medidas de proteção à segurança e saúde dos trabalhadores dos

serviços de saúde, assim como daqueles que desenvolvem atividades de promoção

e assistência à saúde em geral. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO,

EDITORA ATLAS, 2015).

Essa NR-32 estipula também a obrigatoriedade de treinamento de

capacitação para os trabalhadores expostos a riscos biológicos, quanto às medidas

de proteção contra tais riscos. Estipula também, dentre outros treinamentos, a

capacitação aos trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos

químicos. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015).

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O Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais

Perfurocortantes, com probabilidade de exposição a agentes biológicos,

estabelecido pela NR-32, tem por objetivo a proteção, segurança e saúde dos

trabalhadores. O empregador tem a obrigação de elaborar e implementar esse

Plano, conforme diretrizes estabelecidas na Norma. O empregador deve também

assegurar aos trabalhadores dos serviços de saúde a capacitação sobre a correta

utilização dos dispositivos de segurança dos materiais perfurocortantes.

Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT é um documento que deve ser

preenchido e encaminhado ao Instituto Nacional da Seguridade Social - INSS

sempre que houver um acidente de trabalho. A CAT auxilia os avaliadores a

programar medidas preventivas no ambiente de trabalho.

Quando ocorrer acidente de trabalho deverá a empresa ser comunicada pelo

acidentado ou por um encarregado ou supervisor, possibilitando a empresa de

comunicar o acidente de trabalho ao INSS através da CAT dentro das próximas

24 horas após o acidente.

Se caso ocorrer morte, além do preenchimento da CAT, a autoridade policial

e o ministério do trabalho deverão ser comunicados de imediato.

No caso de a empresa não emitir a CAT, a mesma pode ser emitida pelo

médico que atendeu o acidentado, pela família, pelo sindicato ou autoridade pública,

ou até mesmo pelo próprio acidentado. Ressaltando que é imprescindível a emissão

desta. (VIANA 2010)

21

3 MEDIDAS DE CONTROLE E A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO DO

TRABALHO NA SEGURANÇA E SAÚDE EM AMBIENTE HOSPITALAR

Para manter a segurança e saúde do trabalhador existem várias atitudes a

serem tomadas, visando de maneira geral a padronização de condições adequadas

no ambiente de trabalho. Os riscos devem ser identificados e avaliados. Medidas de

prevenção contra os riscos existentes no ambiente de trabalho devem ser adotadas,

focando sempre a saúde e segurança do trabalhador e evitando doenças

ocupacionais. As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho

devem ser devidamente obedecidas, tanto por parte do empregador como dos

empregados. (BRASIL,2007).

De acordo com a NR-09, as medidas voltadas para a segurança e saúde do

trabalhador devem ser adotadas, conforme a necessidade, obedecendo a seguinte

hierarquia: a) medidas de proteção coletiva, através da adoção de equipamentos de

proteção coletiva – EPC, que têm a finalidade de proteger a saúde e segurança dos

profissionais que atuam em ambientes expostos a riscos; b) medidas de caráter

administrativo ou de organização do trabalho; c) utilização de equipamentos de

proteção individual, que visam proteger o trabalhador contra acidentes e/ ou

doenças relacionadas ao trabalho através da utilização desses

equipamentos.(BRASIL,2010).

De acordo com Marziale (2010) o SESMT - Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, que é formado por um grupo de

profissionais multidisciplinar composto por Engenheiro de Segurança do Trabalho,

Técnico de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e

Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, é quem irá propor, quando houver,

normalmente através do engenheiro ou do técnico de segurança, a adoção das

medidas de segurança mais viáveis, com o objetivo de promover a saúde e proteger

a integridade do trabalhador no local de trabalho. Além da adoção de medidas

preventivas para garantir a segurança e saúde do trabalhador, evitando acidentes e

doenças ocupacionais, o SESMT deverá levar aos trabalhadores os devidos

esclarecimentos, promovendo os devidos treinamentos sobre os equipamentos de

proteção coletiva, bem como a orientação e treinamento quanto ao uso, guarda e

conservação dos equipamentos de proteção individual.

22

Para MARZIALE (2010) os equipamentos de proteção individual – EPI,

estabelecidos pela Norma Regulamentadora n.º 6, são equipamentos de uso

individual que visam a proteção do profissional. Esses equipamentos devem ser

fornecidos obrigatoriamente pelo empregador. Tal medida é adotada quando as

outras medidas não tiveram sucesso, ou seja, quando as medidas de proteção

coletiva e as medidas administrativas ou de organização do trabalho não forem

viáveis ou forem insuficientes. Brasil (2010) também afirma que essa medida deve

ser tomada sempre que as medidas anteriores não oferecerem a segurança

adequada, sendo de competência do SESMT ou da CIPA a recomendação da

utilização do EPI. Lembrando que não é suficiente somente o fornecimento desses

equipamentos, deve-se também treinar o trabalhador, quanto ao uso, guarda e

conservação dos EPI e deve-se fiscalizar a utilização do mesmo.

Conforme BRASIL (2007) os tipos de EPI variam de acordo com a atividade

realizada, o tipo de risco ao qual o trabalhador está exposto e a região do corpo que

está mais exposta ao risco, podendo ser esses equipamentos: abafadores de ruídos

para a proteção auditiva; máscara respiratória (respirador purificador de ar) para

proteger as vias aéreas; óculos e viseiras objetivando a proteção visual e facial;

capacetes para proteger a cabeça; luvas e mangotes para proteger as mãos e os

braços, entre outros. Para as atividades do enfermeiro em ambientes hospitalares os

EPI mais comumentes utilizados são: luvas de látex, máscara, jaleco, óculos de

segurança e calçado fechado.

Segundo Brasil (2007) qualquer equipamento de proteção individual deverá

ter o Certificado de Aprovação – CA para utilização nas empresas, devendo esse

certificado ser expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho.

Sendo assim, é obrigação do empregador adquirir, exigir e fiscalizar a

utilização dos EPI, sendo estes equipamentos aprovados pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. Deve ser dado ao

trabalhador a devida orientação e treinamento sobre o uso adequado, guarda e

conservação do EPI, e, ser realizada a substituição quando este não estiver em

boas condições de uso; e, se necessário, comunicar o Ministério do Trabalho e

Emprego – MTE sobre irregularidades identificadas. (RIBEIRO,2007). O empregado

deve seguir as orientações, jamais negligenciar a utilização correta dos EPI’s e

23

sempre contribuir para o bom funcionamento da segurança e saúde dos

profissionais.

O PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é parte integrante

do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da

saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto

nas demais NR, em especial com a NR-07 (PCMSO). Da mesma forma o PCMSO –

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é parte integrante do conjunto

mais amplo das iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores,

devendo estar articulado com o disposto nas demais NR. (SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015).

Segundo Brasil (2010) a obediência à NR-32 – Segurança e Saúde no

Trabalho em Serviços de Saúde é de grande importância, por ser exatamente

elaborada para esse setor, sendo que essa Norma Regulamentadora estipula as

diretrizes básicas a serem aplicadas para a implementação de medidas de proteção

à segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, assim como

daqueles que desenvolvem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

Essa NR-32 estipula também a obrigatoriedade de treinamento de

capacitação para os trabalhadores expostos a riscos biológicos, quanto às medidas

de proteção contra tais riscos. Estipula também, dentre outros treinamentos, a

capacitação aos trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos

químicos. (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, EDITORA ATLAS, 2015).

A elaboração e implementação do Plano de Prevenção de Riscos de

Acidentes com Materiais Perfurocortantes, com probabilidade de exposição a

agentes biológicos, estabelecido pela NR-32, é muito importante e tem por objetivo a

proteção, segurança e saúde dos trabalhadores. Importante também é a capacitação

sobre a correta utilização dos dispositivos de segurança dos materiais

perfurocortantes, estabelecida pela NR-32 do Ministério do Trabalho.

Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são as medidas de primeira

escolha para proteger os trabalhadores dos riscos ambientais, sendo esses riscos

causadores de problemas à saúde e segurança do trabalhador, como o ruído, que

pode causar problemas à audição; a má ventilação; problemas com má sinalização

de segurança e com equipamentos; outros. (BRASIL, 2007). Dentre as Normas que

fazem referência ao uso do EPC temos a NR 9 (PPRA). É papel do SESMT estipular

24

quais EPC são necessários de acordo com o ambiente de trabalho. A NR 9 em seu

item 9.3.5.2 diz que o uso de EPC deve ser prioridade e o uso de EPI deve ser

escolhido em último caso. (MARZIALE,2002)

De acordo com Brasil (2007) as empresas ao adotarem os EPC tornam o

ambiente de trabalho mais seguro, consequentemente aumentando a motivação e

confiança dos profissionais, aumentando assim a produtividade. São exemplos de

EPC: Isolantes acústicos protegendo os trabalhadores contra ruídos; sensores de

presença; sistema de ventilação e exaustão para proteção contra o calor, entre

outros.

As Medidas Administrativas ou de Organização do Trabalho - MAOT são

medidas normalmente em nível gerencial, tendo muitas vezes a necessidade da

anuência da alta direção da empresa, sendo elas: a) reduzir o tempo de exposição

do trabalhador aos agentes nocivos; b) providenciar a substituição dos produtos

mais tóxicos por produtos menos tóxicos; c) avaliar e dimensionar os turnos e

horários dos trabalhadores; d) alternar as atividades de trabalho e/ou o setor de

atuação; e) substituir os equipamentos, ferramentas e máquinas sempre que

necessário; entre outros. (ALAM,2005)

A equipe de enfermagem é responsável por realizar procedimentos muitas

vezes onde se tem a presença de secreções contaminadas, sangue e outros fluidos,

podendo ser esses profissionais contaminados com agentes causadores de

doenças, conhecido estes como agentes de riscos biológicos, sendo também uma

das principais causas de contaminação os acidentes com materiais perfurocortantes.

Segundo Alam (2005) os profissionais de enfermagem que se acidentam

desenvolvem problemas como medo, depressão, ansiedade, preocupação com

exames de HIV, apresentam desavenças com o trabalho, tudo isso por medo da

contaminação relacionado ao acidente de trabalho.

Souto (2003) diz que acidente de trabalho com agente biológico é

considerado emergência médica, devendo ser tomadas medidas imediatas e o

acidente devidamente notificado. De acordo com Marziale (2010), caso ocorra a

exposição biológica o caso deve ser comunicado ao INSS através de um documento

de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).

Brasil (2010) afirma que a maneira mais eficaz de prevenir os riscos

biológicos é adotar a precaução padrão, que padroniza a implementação de

25

medidas de segurança pelos profissionais da saúde ao manusearem objetos

contaminados e ao assumirem cuidados com os pacientes. Entre essas medidas

podemos ressaltar a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual) que é a

mais comum dentre elas.

Precaução padrão é o conjunto de medidas que visa diminuir a transmissão

de riscos biológicos, principalmente em ambiente hospitalar. Tal medida se dá com a

utilização de equipamentos de proteção (luvas, avental, mascara, óculos e até

mesmo a caixa de perfurocortante) e a lavagem das mãos antes e depois de

manusear o paciente e/ou materiais. (MARZIALE,2002)

As mãos são consideradas o principal meio de transmissão de doenças

dentro de um hospital, por esta razão a lavagem das mãos é recomendada antes e

após o manuseio com matérias, preparação de medicação e o manuseio do

paciente. A higienização deve ser realizada criteriosamente e com antissépticos.

(ABEN, 2006)

Conforme Brasil (2007) diz, adotar a biossegurança é de suma importância

para diminuir as ocorrências de acidentes biológicos, prevenindo-os. Tais medidas

de biossegurança é definida pela utilização de um conjunto de medidas que tem o

objetivo de prevenir, controlar, diminuir ou eliminar os riscos existentes que expõem

e prejudicam a saúde do trabalhador e prejudicam o meio ambiente.

Segundo Souto (2003) a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar –

CCIH tem o objetivo de diminuir/eliminar as infecções relacionadas à assistência de

Enfermagem, sendo essa comissão uma medida de segurança e saúde do

trabalhador em conjunto com a segurança do paciente.

Brasil (2010) relata que a antecipação dos riscos biológicos existentes é de

suma importância, bem como a prevenção dos mesmos. Vale ressaltar que é

relevante os próprios profissionais da saúde se tornarem disciplinados e sempre

seguirem à risca as ações padronizadas. Isso porque uma grande parte desses

acidentes ocorrem exatamente pela negligência por parte dos próprios profissionais.

Outro fator que influência positivamente para o controle desses riscos é manter os

profissionais conciliados com os problemas existentes e suas soluções através da

educação continuada.

Sendo assim, a segurança no local, bem como a educação relacionada à

prevenção de acidentes, visando a preservação da saúde, são medidas que

26

aumentam a confiança e qualidade dentro do ambiente de trabalho. Marziale (2002).

Seria uma ironia o profissional da área de enfermagem se dedicar tanto a cuidar dos

pacientes enfermos e não cuidar da própria segurança.

A atuação da equipe de Enfermagem dentro de um ambiente hospitalar é

muito complexa, engloba vários fatores que podem desenvolver acidentes de

trabalho e/ou doenças ocupacionais, ou seja, os profissionais em geral, que atuam

dentro de um ambiente hospitalar estão significativamente propícios a riscos

ocupacionais. Pode-se dizer que dentro desse ambiente de trabalho, em especial a

equipe de Enfermagem, os acidentes que mais ocorrem são os de riscos biológicos,

em grande parte por contaminação das mãos, os acidentes com materiais

perfurocortantes, e os ergonômicos, devido a má postura dos profissionais.

(BRASIL,1995)

Os acidentes com materiais contaminados são uma ocorrência extremamente

relevante e preocupante, pois muitas das vezes envolvem materiais infectados,

podendo transmitir doenças como: Sindrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS,

Hepatite B, Herpes, entre outros.(BRASIL,2005)

A Enfermagem tem o papel preventivo, de cuidados e de promoção à saúde.

Reforçando isso, de acordo com Aben (2006) o Enfermeiro do trabalho deve atuar

de maneira preventiva, promovendo a saúde, identificando fatores prejudiciais à

saúde dos profissionais, sendo esses os riscos os físicos, químicos, biológicos,

ergonômicos e os riscos de acidentes.

É papel do enfermeiro do trabalho identificar, planejar medidas preventivas,

implementá-las, fornecer aos funcionários educação continuada, organização do

trabalho, trabalhar em conjunto com o SESMT, CIPA e participar da elaboração do

PPRA e PCMSO, estar atento, exigir e possibilitar a imunização dos profissionais,

esclarecer as Normas Regulamentadoras aos profissionais, bem como atuar

juntamente com o CCIH, promover treinamentos visando a preservação da saúde e

de melhores condições no ambiente de trabalho. (ABEN,2006)

Pensando nisso Brasil (2005) afirma que vários fatores contribuem para os

acidentes de trabalho, como a má condição dos equipamentos, cansaço dos

profissionais, desmotivação, falta de treinamento, falta de conhecimentos, problemas

psicológicos, condições precárias relacionadas ao ambiente de trabalho, jornada de

trabalho extensa, falta de organização, a não implementação dos programas,

27

normas e medidas que visam a promoção e prevenção da saúde e segurança,

negligência, entre outros.

De acordo com Brasil (1995) um fator bastante falho no que diz respeito a

acidentes de trabalho é a falta de notificação dos acidentes por meio da

Comunicação de Acidentes de Trabalho – CAT. No entanto a atuação do enfermeiro

diante isso é de suma importância, participando da organização e cobrança dessas

notificações, possibilitando a instituição a elaborar medidas eficazes para manter a

segurança e saúde dos trabalhadores.

Segundo Aben (2006) o profissional enfermeiro, devidamente habilitado, e

com o conhecimento amplo tem a capacidade de realizar o reconhecimento dos

riscos em um ambiente hospitalar, bem como planejar ações de prevenção. Ele

planeja educação continuada, focada diretamente onde o hospital necessita,

considerando que o enfermeiro é um especialista em educar e promover a saúde.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho de pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica, nos permitiu

atingir o objetivo geral da pesquisa, dando uma boa noção quanto às condições

ambientais de trabalho do enfermeiro no ambiente hospitalar, levando o leitor,

principalmente os que trabalham em serviços de saúde, a despertar com relação à

importância da prevenção.

Entendemos que os objetivos específicos foram atingidos. Foram feitas

abordagens quanto aos riscos a que os profissionais ficam expostos, alertando

principalmente quanto aos riscos biológicos e sua prevenção. Nos trouxe uma boa

noção com relação aos programas de prevenção de riscos à segurança e saúde dos

trabalhadores, bem como nos deu uma boa idéia quanto às medidas de controle de

riscos empregadas e a importância do enfermeiro em todo esse processo.

Como proposta de trabalho futuro, sugerimos que se faça um trabalho de

pesquisa atualizado, objetivando identificar, por amostragem, os riscos existentes e

as medidas de segurança efetivamente adotadas nos hospitais e postos de saúde

de Campo Grande, com ênfase nos riscos biológicos.

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REFERÊNCIAS

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CARVALHO, Geraldo Mota. Enfermagem do trabalho. 1. ed. E.P.U Editora Pedagógica e Universitária LTDA. 2012.

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MARZIALE, M. H. P., RODRIGUES, C. M. A produção científica sobre os acidentes de trabalho com material perfurocortante entre trabalhadores de enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem, julho-agosto, 2002

MULATINHO, Letícia Moura. Análise do sistema de gestão em segurança e saúde no ambiente de trabalho em uma instituição hospitalar. João Pessoa:2001.

RIBEIRO, E. J. G., SHIMIZU, H. E. Acidentes de trabalho com trabalhadores de enfermagem. Rev. bras. de enf. out-set, 2007.

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VIANA, D.B. Avaliação de riscos ambientais em áreas contaminadas: uma proposta metodológica. Rio de Janeiro, 2010.