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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO NADIARA SUZA REIS SILVA ANÁLISE DO ESTRESSE OCUPACIONAL EM DOCENTES DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR DO INTERIOR DE MINAS GERAIS PATROCÍNIO – MG 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO PATROCÍNIO

NADIARA SUZA REIS SILVA

ANÁLISE DO ESTRESSE OCUPACIONAL EM DOCENTES DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR DO INTERIOR DE

MINAS GERAIS

PATROCÍNIO – MG

2017

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NADIARA SUZA REIS SILVA

ANÁLISE DO ESTRESSE OCUPACIONAL EM DOCENTES DA ÁREA DA SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR DO INTERIOR DE

MINAS GERAIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Enfermagem, pelo Centro Universitário do Cerrado Patrocínio. Orientadora: Profa. Me. Juliana Gonçalves Silva de Mattos

PATROCÍNIO – MG 2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

SILVA, Nadiara Suza Reis. Análise do estresse ocupacional em docentes da área da saúde de uma instituição particular do interior de Minas Gerais / Nadiara Suza Reis Silva. – Patrocínio: UNICERP – 2017. Trabalho de conclusão de curso – UNICERP – Centro Universitário do Cerrado Patrocínio – Enfermagem. Orientadora Profa. Me. Juliana Gonçalves Silva de Mattos. 1. Estresse Ocupacional, 2. Docência no Ensino Superior, 3. Saúde do Trabalhador, 4. Prevenção de doenças, 5. Enfermagem.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar comigo nesta caminhada, me dando forças e

guiando meus passos e meus caminhos por onde eu for;

Agradeço meus pais por estarem comigo nos momentos bons e ruins, me ajudando em tudo o

que preciso e fazendo parte da minha vida, estando triste ou alegre, feliz ou infeliz, com raiva

ou furiosa, calma ou estressada;

Agradeço meus amigos e colegas por estarem comigo durante todo esse percurso que passei,

me ajudando em tudo que precisei e sempre me dando forças para que nunca desistisse de

realizar meu sonho por mais difícil que seja;

Agradeço minha orientadora por toda calma e esforço que teve, pelo amor, carinho e

dedicação e também pela disposição que teve em me ajudar pois sem ela não seria possível

realizar esse sonho e concretiza- ló com sucesso;

Agradeço a todos os participantes que fizeram parte do meu projeto;

Agradeço todos os professores que estavam comigo desde o início do curso transmitindo um

pouco do que sabem para que possa ser uma boa profissional, porque sem eles isso não se

concretizaria e nem seria possível;

No entanto agradeço todos aqueles que torceram e que não torceram pelo meu sucesso e

contribuíram pela minha formação de alguma maneira;

E por fim agradeço uma pessoa muito especial que está fazendo parte deste momento que é o

mais importante da minha vida que está chegando ao fim depois de batalhar, lutar e me

esforçar bastante para conseguir.

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RESUMO

O termo estresse vem sendo bastante discutido nos últimos anos por apresentar uma alta incidência, e representa um tema bastante difundido na área da saúde e da educação. Pode ser reconhecido pela demarcação pontual de suas três fases: a reação de alarme, a etapa de resistência e a etapa de esgotamento. Objetiva-se analisar o estresse ocupacional em docentes do Ensino Superior de uma instituição privada do interior de Minas Gerais, bem como caracterizar o perfil sociodemográfico dos docentes; caracterizar o perfil profissional dos docentes da referida IES; identificar o estresse ocupacional por meio de instrumento validado. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, realizado no Centro Universitário do Cerrado Patrocínio - UNICERP. Os participantes foram os docentes da área da saúde que lecionam nos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário. Os resultados foram analisados na forma de frequência simples (FR) e absoluta (FA) média, mediana e desvio padrão, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do UNICERP. Dos convidados a participar da pesquisa, 85,7% aceitaram, assinando o TCLE e respondendo aos questionários. Predominou o sexo feminino (83,3%), na faixa etária entre 30 e 39 anos de idade (47,2%), sendo casadas (66,7%) e com especialização (58,3%). A média de idade dos participantes foi de 40,1 anos, variando entre 27 e 65 anos, e com desvio padrão de 09,7. Quanto as informações profissionais, as mulheres lecionaram até 15 disciplinas no último ano enquanto os homens chegaram a no máximo 13 disciplinas. Dos docentes, 32,4% dos que possuem dois vínculos empregatícios são mulheres, assim como 08,3% dos que possuem três vínculos empregatícios, mostrando mais uma vez que estas possuem cargas de trabalho altas fora do ambiente familiar. Em relação ao estresse ocupacional, todos os homens (100,0%) foram classificados como sem estresse ou de baixo nível enquanto as mulheres apresentaram níveis moderados de estresse (16,6%). Esses níveis podem ser justificados pela capacidade de organização do trabalho e da vida pessoal, além de tentarem manter um ritmo de vida controlado dentro das possibilidades. As maiores queixas observadas em relação ao questionário de estresse foram o nervosismo pelo tempo insuficiente para realizar o volume de trabalho (X=2,58), pela irritação decorrente com a deficiência na divulgação de informações sobre as decisões organizacionais (X=2,56) e pelas poucas perspectivas de crescimento na carreira que tem deixando-os angustiados (X=2,31).Algumas limitações foram identificadas nesse estudo ao final, como o não questionamento do número de filhos, a carga horária trabalhada, a renda individual e familiar mensal, hábitos de vida e alimentares, frequência da prática de atividade físicas, variáveis essas que podem estar associados ao nível de estresse ocupacional. Dessa forma, faz-se relevante estudar mais a fundo esses profissionais atuantes no ensino superior de instituições do interior do país, afim de se identificar os fatores estressantes e propor ações que as minimizem. Mesmo com algumas queixas sendo identificadas, conclui-se que os docentes analisados não possuem níveis de estresse considerados altos/preocupantes. Palavras-chave: Estresse Ocupacional; Docência no Ensino Superior; Saúde do Trabalhador; Prevenção de doenças; Enfermagem.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Distribuição dos docentes participantes quanto a idade, situação conjugal e escolaridade, Patrocínio/MG, 2017 ...................................

18

Tabela 02 Distribuição dos docentes quanto o número de disciplinas lecionadas no último ano e no último semestre, Patrocínio/MG, 2017.....................................................................................................

19

Tabela 03 Distribuição dos participantes em relação as médias da Escala de Estresse do Trabalho de Paschoal e Tamayo (2004), Patrocínio/MG, 2017..................................................................................................... 20

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Distribuição dos docentes quanto ao número de vínculos empregatícios, Patrocínio/MG, 2017...................................................

19

Gráfico 02 Distribuição dos participantes em relação ao nível de estresse, Patrocínio/MG, 2017...........................................................................

20

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LISTA DE SIGLAS

APAE: Associação de Pais e Alunos Excepcionais

COEP: Comitê de Ética em Pesquisa.

ESC: Escritório de Contabilidade

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES: Instituição de Ensino Superior

MG: Minas Gerais

TCLE: Termo de Consentimento Livre após Esclarecimento

UNICERP: Centro Universitário do Cerrado- Patrocínio

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 9 2 OBJETIVOS .................................................................................................

11

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 11 2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 11 3 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................

12

3.1 Histórico do Estresse ...................................................................................... 12 3.2 Estresse entre os docentes .............................................................................. 13 4 METODOLOGIA ........................................................................................

15

4.1 Abordagem Metodológica .............................................................................. 15 4.2 Local do estudo .............................................................................................. 15 4.3 População e amostra ...................................................................................... 15 4.4 Procedimento da coleta de dados ................................................................... 16 4.5 Procedimento da análise dos dados ............................................................... 17 4.6 Questões éticas .............................................................................................. 17 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 18 6 CONCLUSÃO ..............................................................................................

24

REFERÊNCIAS ...........................................................................................

25

APENDICES .................................................................................................

28

ANEXOS ....................................................................................................... 29

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1 INTRODUÇÃO

O termo estresse vem sendo bastante discutido nos últimos anos por apresentar uma

alta incidência. Tornou-se um tema bastante difundido na área da saúde e da educação (LIPP,

2002) já que é conhecida como o mal do século XXI (YAEGASHI; BENEVIDES-

PEREIRA; ALVES, 2011).

Várias situações acometem os indivíduos podendo causar danos biopsicossiais

representativos. As alterações músculo-esqueléticas, o comprometimento da voz, do sono e da

memória levam a transtornos psíquicos que podem ser a principal causa de afastamento do

trabalho (POCINHO; CAPELO, 2009).

O estresse pode ser reconhecido pela demarcação pontual de suas três fases: a reação

de alarme, a etapa de resistência e a etapa de esgotamento. Em casos mais extremos pode

ocorrer a Síndrome de Burnout que acomete trabalhadores que lidam diretamente com

atividades que requerem maior atenção, concentração e envolvimento emocional

(BENEVIDES-PEREIRA, 2003).

Estudos tendo como sujeitos os docentes vêm se tornando um crescente real no meio

científico. Isto porque analisando os docentes é possível identificar e analisar aspectos

relacionados à educação e ao modo de trabalho docente brasileiro (LIPP, 2002). Assim, o

estresse, ora conceituado por modificações fisiológicas dadas devido à exposição a eventos

internos e externos, pode ser considerado um estresse ocupacional (COMPAS, 2006).

O estresse ocupacional pode apresentar sinais/sintomas que evoluem gradativamente

no decorrer de uma atividade. São respostas dadas como alertas para momentos estressantes

que podem perdurar até a exaustão (LIPP, 2003). Entende-se como estresse ocupacional a

incapacidade de superar as atividades propostas pela função desempenhada; ou seja, o estresse

ocupacional é entendido como a relação intrínseca das características do trabalhador e as

condições do serviço (GOMES; PEREIRA, 2008).

Ao relacionar os termos estresse e docente, percebe-se uma forte relação entre os dois.

O estresse é dado por natureza, mas isso depende de cada um, das condições físicas e

psicológicas individuais apesar das condições vivenciadas por elas. O docente vive em

situação de estresse diariamente por causa dos problemas que enfrentam na vida profissional e

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pessoal, além da preocupação com o trabalho, com a casa e com a família (POCINHO;

CAPELO, 2009).

Alguns autores relacionam o docente com um sofrimento frequente resultante do

esgotamento físico e psicológico, principalmente entre as mulheres que acumulam diversas

atividades laborais e domésticas (ZAFFARI, 2009).

O estresse ocupacional dos docentes de instituições de ensino superior (IES) pode ser

explicado por ações dos próprios alunos como, por exemplo, a indisciplina, deixando o

docente esgotado para continuar seu trabalho. As atividades docentes intraclasse podem ficar

comprometidas por sentimento de baixo bem-estar, baixa autoestima e excesso de trabalho.

Assim, questiona-se: Os docentes que atuam em cursos da área de uma instituição de

ensino do interior de Minas Gerais possuem fatores estressantes que comprometem suas

atividades escolares?

Acredita-se que os docentes com maior tempo de trabalho docente apresentam estresse

ocupacional. Eles são mais susceptíveis a esse tipo de estresse pelo fato de trabalhar em

muitos lugares porque quase não tem tempo para descansar, saindo para distrai e até mesmo

se divertir.

O estudo deste tema torna-se relevante no auxílio aos docentes para que consigam

lidar bem com a rotina de trabalho, podendo evitar o estresse. Ainda, cientificamente, é

importante para o encorajamento de estudos de microrregiões, podendo servir de base

comparativa para estudos maiores com o intuito de se identificar novos fatores associados o

estresse ocupacional. Para a enfermagem, torna-se-à relevante, pois poderá contribuir para o

trabalho de diagnóstico e tratamento dos trabalhadores pela equipe de medicina e segurança

do trabalho, principalmente para a equipe de enfermagem do trabalho.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar o estresse ocupacional em docentes do Ensino Superior de uma instituição privada

do interior de Minas Gerais.

2.2 Objetivos Específicos

Caracterizar o perfil sociodemográfico dos docentes;

Caracterizar o perfil profissional dos docentes da referida IES;

Identificar o estresse ocupacional por meio de instrumento validado.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conceituação e histórico do estresse

O termo estresse surgiu no século XIV de forma inadequada e sem sistematização,

com o significado de aflição e adversidade. Com seu vocabulário de origem latina, a partir do

século XVII passou a ser usado em inglês com outros significados e com a utilização de

palavras diferentes e desconhecidas que foram reveladas ao longo do tempo (STRAUB,

2008).

O estresse é caracterizado por um por um conjunto de reações que se envolvem em

situações de esforço e adaptação que poderá causar transtornos físicos e mentais ocasionando

problemas psicológicos e psíquicos que pode influenciar no comportamento das pessoas

deixando os nervosos, irritados e sem paciência (NORONHA et al., 2008).

Pode ser considerado um componente normal do funcionamento do corpo, que tem

relação com a condição do indivíduo no mundo, poderá ser definido por dois termos distintos:

o eustress e o distress. O termo eutress, do latim eu, refere-se às conseqüências positivas

vividas pelo indivíduo. O termo distress, com o prefixo dis, refere-se ao desacordo ou a

negação onde se persistente, pode aumentar a susceptibilidade resultando em uma doença que

seja crônica (PAIVA, 2008).

A falta de reciprocidade que há entre o esforço e a recompensa podem resultar numa

ativação fisiológica de longo prazo que trará respostas físicas e psicológicas em relação ao

estresse (STRAUB, 2008).

Os pesquisadores que mais falavam sobre o assunto foram Hans Selye, Lipp e Marchi

juntamente com a Revista Brasileira de Enfermagem que procuraram investigar quais são as

causas e motivos que provocam o estresse (LIPP, 2006).

O estresse advindo do trabalho é conhecido como estresse ocupacional. É reconhecido

como respostas corporais de forma prejudicial que demandam problemas físicos e emocionais

quando o trabalhador possui uma elevada carga de trabalho ou quando o trabalho acaba

possuindo ações ou afazeres que perpassam suas limitações. Está relacionado aos fatores

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estressantes de um trabalho que influem diretamente na qualidade de vida e segurança do

trabalhador (ERA, 2012).

Segundo Rossi; Perrewé; Meurs (2011) o estresse se evidencia quando alguns fatores

estressantes ocupacionais se interrelacionam com as características individuais dos

trabalhadores, resultando em uma alteração imediata da homeostasia psicofisiológica.

Alguns fatores são considerados como estressantes ocupacionais. Eles são divididos

em três classes. A primeira são aqueles fatores que se enquadram nas exigências do trabalho e

das tarefas em si que deverão ser realizadas (excesso de trabalho e de carga horária, ritmo

acelerado, rodízio em turnos, trabalho noturno, tarefas limitadas, dentre outros, que poderão

gerar tensão ao trabalho). A segunda é referente aos fatores organizacionais e as exigências da

função (conflitos entre trabalho e família e estilo de gestão que poderão fazer o trabalhador a

optar pelo trabalho ou pela família ou ainda gerar uma competição negativa no ambiente de

trabalho, gerando desinteresse e baixa autoestima). A terceira classe se refere as condições

físicas (ruídos, temperaturas extremas, ergonomia imprópria) (ERA, 2012).

Analisando estes fatores pode-se concluir que o adoecimento do trabalhador se dá

quando ele exercer um papel de multifuncionalidade na empresa, na sua casa ou em ambos,

instalando-se a fadiga e o desgaste ocupacional (SILVA, 2010).

3.1.1 Estresse entre os docentes

O bem-estar das pessoas que atuam como docente poderá ser afetado por fatores

organizacionais, individuais e por forças externas dentro de uma concepção que engaja uma

perceptiva sociológica. A capacidade de se estressarem é maior devido aos problemas que

causarão alterações físicas e mentais pelo desconforto, sofrimento e mal estar, gerando

diversos tipos de preocupações (ROSSI, 2009).

O estresse pode estar associado ao seu local de trabalho, à função desenvolvida, o

período/horas trabalhadas ou até mesmo pelo acúmulo de serviço. Um primeiro sinal é o

esgotamento emocional que de um modo ou outro poderá intervir na vida pessoal do

indivíduo (BARASUOL, 2013).

Se for exagerado poderá afetar até mesmo a qualidade do trabalho, colocando-o numa

situação não favorável, além de desencadear distúrbios psicológicos, transtornos físicos,

interferindo diretamente na qualidade de vida e na qualidade de vida no trabalho.

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Autores consideram que a reação prolongada aos estressores e as relações

interpessoais longas podem ser fatores para o desenvolvimento do estresse (ROSSI, 2009, p.

35-39). Ainda afirmam que as relações perpassam por três dimensões (a exaustão, o ceticismo

e sentimento de ineficácia profissional) que estão diretamente relacionadas às exigências do

meio que o indivíduo está inserido.

Em relação ao trabalho do docente, há alguns fatores que os incomodam e desgastam

como, por exemplo, o barulho intenso e excessivo. Basicamente, a maneira de se comportar

do indivíduo pode influenciar bastante porque ninguém vai saber se estará num dia bom ou

ruim e nem como se sente pode estar sentido se alegre, triste ou angustiado por tudo está

passando (ROCHA, 2016).

Controlar estes fatores não cabe, especialmente, somente aos docentes, mas

principalmente àqueles que auxiliam ou dividem o mesmo espaço com o professor. Desta

forma, um ritmo de vida acelerado, correria cotidiana, o aumento da carga horária ou das

responsabilidades do trabalho, podem afetar o docente de maneira irreversível (BARASUOL,

2013).

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4 METODOLOGIA

4.1 Abordagem metodológica

Estudo descritivo, de abordagem quantitativa.

Segundo Marconi; Lakatos (2011) a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo

emprego da quantificação nas modalidades de coleta de informações que busca a validação

das hipóteses mediante a utilização de dados estruturados e estatísticos com análise de uma

quantidade maior de entrevistados representados através de um curso final total que quantifica

os dados e generaliza os resultados da amostra.

4.2 Local do estudo

O estudo foi realizado no Centro Universitário do Cerrado Patrocínio – MG

(UNICERP) localizado no município de Patrocínio, na região do Triângulo Mineiro com

aproximadamente 89.983 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2017).

4.3 População e amostra

Aceitaram participar do estudo 36 docentes sendo 30 mulheres e 6 homens.

Participaram do estudo os docentes que lecionaram nos cursos da saúde da UNICERP

(Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia), que atuam tanto nos

estágios quanto nas disciplinas teóricas e que não tenham estado de licença por nenhum

motivo seis meses antes da pesquisa. O aceite ao convite será formalizado com a assinatura do

Termo de Consentimento Livre após Esclarecimento (TCLE) (APÊNDICE A).

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4.4 Procedimento da coleta de dados

Os dados foram coletados no mês de Agosto de 2017 por meio de um questionário

sociodemográfico (APÊNDICE B) e do instrumento de identificação de estresse ocupacional

(ANEXO A).

O instrumento escolhido para identificar o nível de estresse dos docentes foi a Escala

de Estresse no Trabalho, validada em 2004 no Brasil (PASCHOAL; TAMAYO, 2004). A

escolha desta escala deu-se por ser autoaplicável e generalizada, focada no aspecto laboral.

Composta por 23 questões, do tipo likert, ela objetiva identificar o nível de estresse laboral.

Trata-se de uma ferramenta para realizar o diagnóstico organizacional, auxiliando nas

tomadas de decisão. As alternativas variam de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo

totalmente).

Para identificar os níveis de estresse foi utilizado o escore padronizado (Teste Z). Para

tanto, verificou-se as resultantes da resposta de cada indivíduo, categorizando-as segundo os

dados que leva em conta o cálculo da soma das respostas dos indivíduos em relação à escala

Likert de cinco pontos, utilizada no instrumento. De posse das somas, elas foram

padronizadas numa escala de 0 a 100,0% conforme a equação a seguir:

Z = 100 * (Soma – Mínimo) / (Máximo – Mínimo)

Legenda:

Soma = Somatório das respostas válidas.

Mínimo = menor soma possível das respostas válidas.

Máximo = maior soma possível das respostas válidas.

Após a padronização dos escores, os resultados foram classificados em três categorias

distintas que representam o nível de estresse nos professores pesquisados: baixo (0 a 33,3%),

moderado (33,4% a 66,6%) e alto (66,7% a 100,0%).

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4.5 Procedimento de Análise dos Dados

Os resultados foram analisados na forma de frequência simples (FR) e absoluta (FA),

média, mediana e desvio padrão, e posteriormente foram apresentados na forma de

consolidado por tabelas.

4.6 Questões éticas

Para garantir as questões éticas ao nome dos participantes foi atribuído letras e/ou

número para manter o sigilo dos dados do participante. Este projeto foi encaminhado à reitoria

do UNICERP, onde, após a autorização para realizar a pesquisa (ANEXO B) foi iniciado. Por

se tratar de uma pesquisa com seres humanos, o projeto de pesquisa foi encaminhado ao

Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) do Centro Universitário do Cerrado Patrocínio

(UNICERP) da instituição, sendo pautado na Resolução 466/12, garantindo privacidade e

respeito aos seres humanos, de acordo com o protocolo 20171450ENF009 (ANEXO C).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram distribuídos 42 questionários, com taxa de devolução de 85,7% (n=36). Os

demais não responderam aos questionários e/ou não quiseram participar da pesquisa por

motivos desconhecidos.

Tabela 01 – Distribuição dos docentes participantes quanto a idade, situação conjugal e escolaridade, Patrocínio/MG, 2017.

Masculino

Feminino

Total

FA (%) FA (%) FA (%) IDADE 20-29 01 (02,8) 02 (05,5) 02 (05,5)

30-39 02 (05,5) 17 (47,2) 19 (52,8) 40-49 02 (05,5) 05 (13,9) 07 (19,4) ≥50 anos 01 (02,8) 06 (16,6) 07 (19,4)

SITUAÇÃO CONJUGAL

Solteiro(a) 01 (02,8) 07 (19,4) 08 (22,2)

Casado(a) 05 (13,9) 19 (52,8) 24 (66,7) Desquitado/Divorciado 00 (00,0) 03 (08,3) 03 (08,3)

Viúvo 00 (00,0) 01 (02,8) 01 (02,8)

GRAU DE ESCOLARIDADE

Pós-graduação/Especialização

03 (08,3) 18 (50,0) 21 (58,3)

Mestrado 03 (08,3) 10 (27,8) 13 (36,1) Doutorado 00 (00,0) 02 (05,5) 02 (05,5)

(Fonte: Dados da pesquisa 2017)

Destes, predominou o sexo feminino (83,3%), sendo casadas (66,7%) e com

especialização (58,3%) (TABELA 01). Dos participantes, a maioria era especialistas na área

(58,3%) com média de idade de 40,1 anos (±09,7), variando entre 27 e 65 anos (TABELA

01).

Identificar essas variáveis em estudos que traçam o nível de estresse dos docentes faz-

se relevante para verificar se o gênero e o estado civil trazem impactos significativos no

estresse. Contudo, o estado civil desse estudo se diferenciou de outros estudos que

identificaram que a maioria dos docentes universitários era homens (MORAES; MOREIRA

2013; SOARES, 2016) e com doutorado (SOUZA et al., 2014; SOARES, 2016).

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Quanto ao trabalho desenvolvido pelos docentes, observou-se que as mulheres

lecionaram até 15 disciplinas no último ano enquanto os homens chegaram a no máximo 13

disciplinas (TABELA 02), possuindo dois vínculos empregatícios (32,4%) ou mais

(GRAFICO 01), mostrando que estas possuem cargas de trabalho altas fora do ambiente

familiar.

Tabela 02 – Distribuição dos docentes quanto o número de disciplinas lecionadas no último ano e no último semestre, Patrocínio/MG, 2017.

Número de disciplinas lecionadas

Masculino (n=06)

Feminino (n=30)

Total (n=36)

FA FR FA FR FA FR

Último ano 1 a 4 02 05,5 14 38,9 16 44,4

5 – 9 02 05,5 09 25,0 11 30,5

≥10 02 05,5 07 19,4 09 25,0

Último semestre 1 a 4 03 08,3 25 69,4 28 77,8

(semestre passado) 5 – 9 03 08,3 06 16,7 09 25,0

≥10 00 00,0 02 05,5 02 05,5

(Fonte: Dados da pesquisa 2017)

GRÁFICO 01 – Distribuição dos docentes quanto ao número de vínculos empregatícios, Patrocínio/MG, 2017. (Fonte: Dados da pesquisa 2017)

A sobrecarga de trabalho feminina pode acarretar em duplas ou triplas jornadas de

trabalho deixando-as vulneráveis aos transtornos mentais e depressão que impactam na sua

qualidade de vida. A sobrecarga de trabalho para os docentes, em geral, resulta no

aparecimento de sintomas relacionados ao estresse, queixando-se mais do seu trabalho,

classificando-o como cansativo, estressante e insuportável (CASSIOLATO, 2010; SOARES,

2016).

38,90%

50,00%

11,10%

Número de Vínculos Empregatícios

1 vínculoempregatício

2 vínculosempregatícios

3 ou mais vínculosempregatícios

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Quanto aos demais locais de trabalho referente aos que possuem mais de um vínculo

empregatício são representadas pelas escolas particulares, hospitais, setores da prefeitura,

supervisores de estágio acadêmico, APAE e ESC.

Mesmo com as melhorias que a profissão vem apresentando, principalmente a nível

superior, muitos ainda vêem a profissional docente como forma de complemento salarial

(HYPOLITTO, 2000).

Em relação ao estresse dos docentes, todos os homens (n=6) foram classificados como

sem estresse ou de baixo nível. Já as mulheres (n=30) foram classificadas como de baixo ou

moderado nível de estresse (GRAFICO 02). Autores encontraram em seus estudos maiores

índices de docentes sem estresse ou com estresse leve (61,0%) (CONTAIFER et al., 2003).

Gráfico 02 - Distribuição dos participantes em relação ao nível de estresse, Patrocínio/MG, 2017. (Fonte: Dados da pesquisa 2017)

Esses achados relativamente positivos dos níveis de estresse (nenhum docente

classificado com alto nível de estresse) podem ser explicados pela capacidade de organização

do trabalho e da vida pessoal, além de tentarem manter um ritmo de vida controlado dentro

das possibilidades.

Distribuíram-se os participantes de acordo com as maiores médias para cada questão

respondida e, posteriormente, fez-se a classificação dos níveis de estresse.

Tabela 03 – Distribuição dos participantes em relação as médias da Escala de Estresse do Trabalho de Paschoal e Tamayo (2004), Patrocínio/MG, 2017.

83,3

16,6

0

Ausência de estresse ouBaixo Nível de estresse

Nível moderado deestresse

Alto nível de estresse

Máx – Mín Moda (±) EET1 A forma como as tarefas são

distribuídas em minha área tem me deixado nervoso.

1 – 5 01 1,91 (-)

EET2 O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita.

1 – 4 02 2,02 (-)

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(Fonte: Dados da pesquisa 2017)

EET3 A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante.

1 – 4 02 1,94 (-)

EET4 Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu trabalho.

1 – 4 01-02 1,72 (0,815)

EET5 Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões organizacionais.

1 – 5 02 2,31 (1,091)

EET6 Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho.

1 – 4 02 2,03 (0,845)

EET7 A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-me irritado.

1 – 4 02 1,83 (0,775)

EET8 Sinto-me incomodado pelo meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho.

1 – 4 01 1,44 (0,773)

EET9 Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade.

1 – 5 01 1,83 (1,108)

EET10 Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas.

1 – 5 02 2,14 (1,046)

EET11 Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior.

1 – 4 01 1,75 (0,906)

EET12 Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho.

1 – 4 01 1,97 (0,971)

EET13 Tenho me sentindo incomodado com deficiência nos treinamentos para capacitação profissional.

1 – 5 03 2,56 (1,206)

EET14 Fico de mau humor por me sentir isolado na organização.

1 – 4 02 2,00 (0,861)

EET15 Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores.

1 – 4 02 1,88 (0,820)

EET16 As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado.

1 – 4 02 2,30 (1,000)

EET17 Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de habilidade.

1 – 4 01 1,75 (0,937)

EET18 A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor.

1 – 4 01-02 1,88 (0,887)

EET19 A falta de compreensão sobre quais são minhas responsabilidades neste trabalho tem causado irritação.

1 – 4 01-02 1,63 (0,798)

EET20 Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias.

1 – 4 01 1,54 (0,780)

EET21 Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras pessoas.

1 – 4 01 1,66 (0,925)

EET22 O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso.

1 – 5 02 2,58 (1,204)

EET23 Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes.

1 – 4 01 1,77 (0,929)

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As maiores queixas observadas em relação ao questionário de estresse foram o

nervosismo pelo tempo insuficiente para realizar o volume de trabalho (X=2,58), pela

irritação decorrente com a deficiência na divulgação de informações sobre as decisões

organizacionais (X=2,56) e pelas poucas perspectivas de crescimento na carreira que tem

deixando-os angustiados (X=2,31).

Os outros autores que encontraram as mesmas queixas foram Kahn e Byose (2005)

relatando que elas estão associadas com as emoções vividas por cada um, de acordo com os

seus sentimentos procurando investigar melhor quais são as causas de cada uma. Outros

autores que citam as mesmas queixas são Silva e Yamad (2008) que dizem que tais

reclamações podem ser prejudiciais para a saúde causando transtornos físicos e mentais

provocando um déficit de informações como a falta de compromisso em relação a sua

profissão.

As outras profissões que apresentam queixas parecidas com essas são as de médicos,

dentistas, técnicos de enfermagem, advogados, policiais e agentes penitenciários

(FERNANDES et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2012). Reconhece-se que os docentes

universitários são susceptíveis ao estresse (LIPP, 2002). Em 1996, Lipp já identificou em seus

estudos algumas queixas como a falta de apoio da administração, o trabalho direto com os

mais diversos tipos de alunos, a falta de segurança financeira, o relacionamento com os

colegas, a sobrecarga de trabalho, o mau comportamento dos alunos, a falta de tempo de

recursos, o pouco reconhecimento profissional e as condições de trabalho (LIPP,2006).

Para melhorar essas queixas deverá manter a ordem e organização, distribuir as tarefas

de forma coerente e adequada para não se sobrecarregar, trabalhar só o necessário para que

sobre tempo para descansar, procurar manter a calma e ter controle em relação ao que for

fazer, ter mais paciência.

Apesar de as informações que foram encontradas serem de relevância para a sociedade

acadêmica e para os estudiosos da temática, algumas limitações foram identificadas. No

entanto cada um deverá fazer a sua parte para que não haja nenhum tipo de estresse, que possa

provocar qualquer reação tentando manter o controle e tendo calma em quase todos os

momentos principalmente enquanto trabalha. Em relação à identificação e abordagem dos

docentes, muitos não eram encontrados na Instituição devido ao número pequeno de aulas por

semana que possuem ou mesmo pela dificuldade de encontrá-lo nas dependências da

instituição. Mesmo com uma adesão significativa dos participantes, muitos não podiam

responder aos questionários no momento da abordagem, preferindo responder em outro

momento, deixando agendado outro encontro para a coleta dos questionários. Contudo, alguns

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questionários foram extraviados ou os participantes desistiram de participar pelo

esquecimento em responder aos questionários.

Em relação ao material utilizado para compor a literatura e discussão desse estudo,

observou-se que apesar da temática ser de grande relevância, não se encontrava informações

complementares importantes entre um ou outro material analisado. O que justifica esses

achados, talvez seja porque a maioria dos estudos publicados referem-se a revisões de

literatura ou são estudos de caráter descritivo de delineamento transversal.

Outras limitações foram encontradas como o não questionamento do número de filhos,

a carga horária trabalhada, a renda individual e familiar mensal, hábitos de vida e alimentares,

frequência da prática de atividade físicas, variáveis essas que podem estar associados ao nível

de estresse ocupacional.

Dessa forma, faz-se relevante estudar mais a fundo esses profissionais atuantes no

ensino superior de instituições do interior do país, a fim de se identificar os fatores

estressantes, propor ações que as minimizem e informações complementares de relevância

para os pesquisadores dessa temática.

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6 CONCLUSÃO

Este estudo objetivou analisar o nível de estresse entre docentes universitários de uma

instituição privada do interior de Minas e quando excessivo pode ser prejudicial para a saúde

desses profissionais causando um esgotamento físico e provocando um degaste emocional

fazendo com que tenha alguns problemas que podem ser nocivos para a sua saúde.

Mesmo com algumas queixas sendo identificadas, conclui-se que os docentes

analisados não possuem níveis de estresse considerados altos/preocupantes porque procuram

manter a calma e o controle diante de tudo aquilo que passam no decorrer dos anos, com um

número maior de disciplinas para lecionarem durante um longo período.

Em relação ao material utilizado para compor a literatura e discussão desse estudo,

observou-se que apesar da temática ser de grande relevância, não se encontrava informações

complementares importantes entre um ou outro material analisado. O que justifica esses

achados, talvez seja porque a maioria dos estudos ou são revisões de literatura ou são estudos

de caráter descritivo de delineamento transversal. Outras limitações foram encontradas como

o não questionamento do número de filhos, a carga horária trabalhada, a renda individual e

familiar mensal, hábitos de vida e alimentares, frequência da prática de atividade físicas,

variáveis essas que podem estar associados ao nível de estresse ocupacional.

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SOARES, M. B. FATORES DETERMINANTES PARA A OCORRÊNCIA DO ESTRESSE EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS. Com os docentes da Universidade Federal de Viçosa, 2016. SOUZA, M. C; GUIMARÃES, A. C. A.; MARINHO, A.; MATIAS, T. S.; ARAÚJO, C. C. R.; PARCIAS, S. R.; MACHADO, Z. Atividade física relacionada ao estresse no trabalho de professores universitários. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 22, n. 4, p. 68-76, 2014. STRAUB, R. O. Psicologia da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2008. trabalho de professores universitários. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 22, n. 4, p. 68-76, 20 YAEGASHI, S. F. R.; BENEVIDES-PEREIRA, A. N. T.; ALVES, I. C. B. O estresse e a síndrome de burnout no trabalho docente: algumas refexões. X Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional. 2011. ZAFFARI, N. T. e colaboradores. Síndrome de burnout e estratégias de coping em professores: diferença entre gêneros. Revista de psicologia IESB-Instituto de Educação Superior de Brasília, Brasília, v.1,n.2,p.1-12,2009.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

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APÊNDICE B - Questionário de identificação sociodemográfico dos docentes. Código: ______________________ Data da entrevista: ___/___/___ Sexo: (1) Masculino (2) Feminino Data de nascimento: ___/___/__ Estado civil: (1) Solteiro

(2) Casado (3) Desquitado (4) Divorciado (5) Viúvo (6) União Estável

Escolaridade (1) Somente Graduação (2) Especialização

(3) Mestrado (4) Doutorado Quantas disciplinas lecionou no último ano?:____________________ Quantas disciplinas está lecionando semestre?:____________________ Número de vínculo(s) empregatícios: _____ Há quanto tempo você trabalha neste local de serviço? _________________ E em outro local que trabalha, há quanto tempo vc está lá? _____________ Obrigada pela participação!

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ANEXOS

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ANEXO A

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ANEXO B

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ANEXO C

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ANEXO D

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ANEXO E

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ANEXO F