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Curso de Formação de Guarda-vidas Militares (CFGVM) Manual do Participante 2010 Pertence a

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Curso de Formação de Guarda-vidas

Militares

(CFGVM)

Manual do Participante

2010

Pertence a

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 1

A ATIVIDADE DO GUARDA-VIDAS

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de:

1. Descrever o motivo pelo qual existe o serviço de guarda-vidas, com base no

material apresentado.

2. Descrever o histórico da atividade de Guarda-vidas no Mundo, no Brasil e

em Santa Catarina, conforme histórico da atividade apresentado na apostila.

3. Citar a legislação que estabelece o aspecto legal da atividade de Guarda-

vidas pelo CBMSC.

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1. Turismo em Santa Catarina

Os hábitos voltados ao “turismo na natureza ou de natureza”, já existem

há mais de dois milênios. Mas somente quando o turismo começou a ser visto

como alvo de estudos científicos é que começaram a surgir inúmeras

definições, tanto para turismo quanto para turista, afirma Barretto, que revela

ser de 1911 a primeira definição de turismo, como sendo um “[...] conceito que

compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que se

manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um

determinado município, país ou Estado”.

Talvez não por coincidência, mas tendo a primeira definição de turismo

destaque para os aspectos econômicos, já havia ali vestígios de que o lazer

viria a ser um grande negócio, vindo, mais tarde, a se tornar metaforicamente o

que a escola norte-americana defende como indústria do turismo.

Dentro do contexto social e cultural, o turismo reveste-se de grande

importância, pois além de ampliar individualmente o ciclo de relacionamento de

pessoas, possibilita maior incremento cultural pela comparação das diversas

características regionais e/ou nacionais.

Santa Catarina reúne diferentes características, determinando seu alto

potencial turístico, onde se encontra uma variedade de atrações naturais

raramente igualadas, que vão desde o litoral pontilhado das praias, passando

pelos campos de Lages, até o oeste com suas estações termais. A questão

cultural determinada pelas diferentes colonizações influi marcadamente na

vocação turística do Estado.

Na região do litoral norte estão localizados os mais belos recantos do sul

do Brasil, especialmente Balneário Camboriú, Piçarras, Porto Belo e Itapema,

pólos turísticos com rede hoteleira de alta categoria. Nessa região encontra-se

ainda o município de Itajaí, que possui um dos três portos do Estado.

No litoral centro localiza-se a Ilha de Santa Catarina, onde se situa

Florianópolis, a capital do Estado, contando com inúmeras praias e a histórica

ponte pênsil Hercílio Luz. Próximas à capital, localizam-se a Fortaleza da Ilha

de Anhatomirim e as termas de Caldas da Imperatriz e Águas Mornas,

conhecidas nacional e internacionalmente pela alta temperatura de suas águas

radioativas com propriedades comprovadamente benéficas à saúde.

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No sul do Estado está Laguna, cidade tombada pela ESPHAN, palco da

República Juliana; e os municípios de Garopaba, Jaguaruna e Içara, que

possuem belas praias e lagoas com colônias de pescadores. Ainda no sul,

outras atrações são os balneários hidrominerais Termas do Gravatal e Termas

da Guarda.

Ruschmann afirma que “... a inter-relação entre o turismo e o meio

ambiente é incontestável, uma vez que este último constitui a matéria-prima da

atividade”. Isto justifica a demanda turística do Estado de Santa Catarina, a

qual vem crescendo anualmente. Esta afirmação pode ser comprovada através

de dados estatísticos do órgão oficial (SANTUR), sobre o movimento estimado

de turistas em Santa Catarina.

TABELA – Movimento estimado de turistas em Santa Catarina

Período Nacionais Estrangeiros TOTAL1996 1.443.340 117.679 1.561.0191997 1.997.620 266.816 2.264.4361998 1.671.376 153.669 1.825.0451999 1.993.630 292.905 2.286.5352000 2.255.860 464.994 2.720.8542001 2.194.522 568.663 2.763.1852002 2.001.034 158.511 2.159.5452003 2.114.133 198.712 2.312.8452004 2.712.139 246.914 2.959.0532005 2.570.651 202.211 2.772.8622006 2.937.561 211.782 3.149.343

Fonte: Santa Catarina Turismo S.A - SANTUR.

Podemos observar que no período de 10 anos, entre 1996 e 2006,

houve um grande crescimento turístico no Estado de Santa Catarina, dobrando

o número de turistas.

Segundo Carvalho “a taxa de acidentes com banhistas está associada ao

nível de freqüência das praias, ou seja, quanto maior for o número de banhistas

maior vai ser a probabilidade de ocorrer um acidente”.

2. Histórico da Atividade de Salvamento Aquático

2.1 No Mundo

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A Associação de Salvamento Aquático Chinkiang (Chinkiang Association

for the Saving of Life), estabelecida na China em 1708, foi a primeira

organização deste tipo que se tem conhecimento no mundo (SHANKS e COLS

apud SZPILMAN, 2005). Esta organização desenvolveu torres de salvamento e

materiais que pudessem ser utilizados com este propósito.

Nos Países Baixos, em Amsterdã, nascia em 1767 a Sociedade para

Salvar as Pessoas que se Afogam (Maatschappij tot Redding van

Drenkelingen), com o principal objetivo de evitar a morte por afogamentos nos

numerosos canais abertos existente na cidade. Esta sociedade permanece em

existência até hoje e promove uma grande variedade de iniciativas na área de

prevenção. Na Inglaterra, o esforço organizado para lidar com o salvamento

aquático começou em 1774 e o uso de resgate com barcos foi iniciado somente

em 1824. Em 1787, a Sociedade Humanitária de Massachusetts

(Massachusetts Humane Society) - EUA começou o processo do que viria a se

tornar um movimento de salvamento aquático nos Estados Unidos e se tornaria

o USLSS (United States Life-Saving Service) (SZPILMAN).

O USLSS era composto de uma cadeia nacional extensa de torres de

salvamento espalhadas pelo litoral, provida de pessoal guarda-vidas pelo

governo Federal, à qual pertence o crédito de 170 mil vidas salvas. Em 1915,

esta organização se juntou ao Revenue Cutter Service para se tornar a Guarda

Costeira Americana.

Foi somente em 1800 que a natação, hoje conhecida como banho de mar,

começou a emergir como uma forma extremamente popular de recreação.

Foram construídos recantos para o lazer nas praias, quando então rapidamente

o problema afogamento surgiu. Foram implementados vários métodos de

prevenção de afogamento, inclusive o uso de linhas de corda na água - cordas

fixas nas quais os banhistas poderiam se agarrar (DE SOUZA, 2005).

Em 1878, foi realizado o primeiro congresso mundial de Salvamento

Aquático, em Marselha, uma cidade no sul da França. A necessidade de um

fórum internacional, para troca de idéias e conhecimentos, foi rapidamente

reconhecida a partir de então. Isto conduziu primeiramente ao estabelecimento

da Federation Internationale de Sauvetage Aquatique (FIS) e então a formação

da World Life Saving (WLS). Ambas as organizações foram estabelecidas para

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promover o salvamento aquático em águas fechadas (rios, piscinas e outros) e

abertas (praias) em todo mundo.

A Federação Internacional de Salvamento Aquático (FIS) foi fundada em 1910

em Saint-Ouen, uma cidade pequena perto de Paris, na França. Estavam

dentre os países fundadores: Bélgica, Dinamarca, França, Grã- Bretanha,

Luxemburgo, Suíça e Tunísia. Em 1993, a FIS já era composta por mais de 30

organizações nacionais de salvamento em todo mundo.

A Organização Mundial de Salvamento (WLS) foi fundada em 24 março

de 1971 em Cronulla, New South Wales, na Austrália. A constituição veio a

ocorrer somente em 14 junho de 1977 com acordo formal entre os países

fundadores: Austrália, Grã-Bretanha, Nova Zelândia, África do Sul e os Estados

Unidos. Em 1993, a WLS contava com cerca de 20 países membros em todo o

mundo.

Em 24 de fevereiro de 1993, a FIS e a WLS foram fundidas em uma única

organização: A Federation International Life Saving (ILS). A ILS foi constituída

oficialmente em Cardiff, País de Gales, Reino Unido, em 3 de setembro de

1994. A partir de então, a ILS passou a ser a maior entidade mundial na área

do salvamento aquático, contando com 67 países filiados, inclusive o Brasil, e

mais 66 países que mantêm correspondência com a ILS (DE SOUZA, 2005).

2.2 No Brasil

Segundo SZPILMAN (2005), a atividade de salvamento aquático no Brasil

teve inicio na cidade do Rio de Janeiro, quando o Comodoro Wilbert E.

Longfellow, em 1914, fundou na então capital da República, o Serviço de

Salvamento da Cruz Vermelha Americana. Nesta época, o objetivo era o de

organizar e treinar Guarda-Vidas voluntários, que atuariam em postos de

salvamento, não apenas no Rio de Janeiro, mas por todo país, supervisionando

praias desguarnecidas. Sentindo a ineficiência de tal estratégia, adotou uma

campanha em âmbito nacional, cujo slogan foi: "Toda Pessoa deve saber

nadar e todo nadador deve saber salvar vidas", na tentativa de despertar a

população para o problema da segurança nas praias de todo o Brasil. O Corpo

Auxiliar de Salvamento (CAS) teve suas raízes no Serviço de Salvamento da

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Cruz Vermelha, criado pelo Decreto nº 1143 do Prefeito Amaro Cavalcante, em

10 de maio de 1917, funcionando no Dispensário da praia de Copacabana.

Em 1939, o Dispensário de Copacabana foi transformado no Posto de

Salvamento Ismael de Gusmão, em homenagem ao seu organizador.

O crescimento demográfico explosivo, a intensa emigração para a cidade

do Rio de Janeiro e a melhoria das condições de vida da população a partir dos

anos cinqüenta, provocaram um aumento do contato do homem com o mar,

alertando as autoridades da época para a necessidade da criação de um

serviço de salvamento e resgate especializado em acidentes aquáticos. Criou-

se, então, em 1963, o Corpo Marítimo de Salvamento - Salvamar, subordinado

à Secretaria de Segurança Pública, que iniciou suas atividades com um grupo

pequeno de amadores recrutado entre pessoas com afinidade e experiência

para este tipo de socorro na praia.

Em 1967, foi aprovado e criado dentro da estrutura da Secretaria de

Segurança Pública, o Centro de Instrução de Salvamento e Formação de

Guarda-Vidas. No ano1975, por determinação da Secretaria de Segurança

Pública, o Corpo Marítimo de Salvamento ficou vinculado ao Departamento

Geral de Defesa Civil, cujo Diretor seria automaticamente o Comandante do

Corpo de Bombeiros.

Em 16 de outubro de 1984 foi ativado o Grupamento Marítimo (GMAR),

com uma base operacional em Botafogo e 3 Sub-Grupamentos principais,

mantendo em suas estruturas os Centros de Recuperação de Afogados.

O primeiro esboço ou embrião de Serviço de Salvamento Aquático no

Estado de São Paulo, institucionalmente, ocorreu na Cidade de Santos a partir

do ano de 1921 (DUARTE, 1996).

Ainda na década de 1920 foram estabelecidos postos, na Praia do José

Menino (hoje o conhecido PBM-1201), bem como outros na Orla da Praia de

Santos, os quais ficaram na época, a cargo dos Bombeiros Municipais.

Em 1947 acontece a assimilação do Corpo de Bombeiros Municipal de

Santos, pela então Força Publica do Estado de São Paulo (hoje Polícia Militar).

Sendo que em conseqüência surge a 6ª Companhia do Corpo de Bombeiros do

Estado de São Paulo, sediada em Santos.

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No ano de 1985, a 27 de dezembro, por força do Decreto Estadual nº

24.572, foi criado o 3º Grupamento de Busca e Salvamento (atual 17º

Grupamento de Bombeiros), sendo então desmembrado do 6º Grupamento de

Incêndio.

No ano de 1989, foi iniciada a implantação do Projeto SALVAMAR, que

consiste no planejamento dos meios necessários para uma efetiva proteção ao

banhista. Por este projeto pode-se quantificar o efetivo necessário para uma

proteção eficiente dos banhistas nas praias, bem como a quantidade de postos

de salvamento, viaturas, meios de comunicação, entre tantos outros, levando-

se em consideração os dados estatísticos da época e as peculiaridades dos

municípios (Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo,

2007).

No Rio Grande do Sul a Brigada Militar, a partir de 1970, assumiu o

Serviço de Salvamento Marítimo, até então realizado por pessoal contratado

pelas Prefeituras Municipais, empregando para tal alguns homens dos seus

quadros.

2.3 No Estado de Santa Catarina

A atividade de salvamento aquático no Estado de Santa Catarina foi

iniciada nos primórdios da década de 60, quando um balneário catarinense

começou a se destacar no cenário nacional. Detentor de inúmeras belezas

naturais o Balneário de Camboriú registrava a cada ano um número crescente

de turistas em suas praias, porém como o balneário era desprovido do serviço

de salvamento aquático infelizmente algumas vidas foram perdidas. Foi

solicitado ao então Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Santa Catarina

que passasse a exercer a prevenção e o atendimento emergencial aos

banhistas que freqüentavam a praia de Balneário Camboriú.

Atendendo a solicitação, o Corpo de Bombeiros Militar em 1962 enviou 12

homens para treinamento no estado de São Paulo, no Corpo de Bombeiros

Militar em Santos, iniciando suas atividades no final daquele ano, na praia de

Balneário Camboriú, com a denominação de Serviço de Salvamento Marítimo,

permanecendo com esse nome até o ano de 1971.

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No dia 22 de Dezembro de 1971, através da lei nº 4.679, criou-se na

estrutura do Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina, a Companhia

de Busca e Salvamento (CBS), com um efetivo inicial de 45 guarda-vidas,

atuando exclusivamente em Balneário Camboriú.

Nos anos que se seguiram a área de atuação da Companhia de Busca e

Salvamento foi ampliada a outros Balneários do litoral catarinense.

Devido ao crescente número de praias que necessitavam do serviço de

Salvamento Aquático, houve também a necessidade do aumento do número de

guarda-vidas, tanto que a Companhia de Busca e Salvamento foi elevada a

categoria de Sub-Grupamento de Busca e Salvamento (SGBS), através da Lei

nº 5.522, de 28 de fevereiro de 1979, cujo efetivo já era superior a 150 homens.

No ano de 1983, através da Lei nº 6.216, cria-se o Grupamento de Busca

e Salvamento - GBS. Em 1995, o GBS recebe a denominação de 3º Batalhão

de Bombeiros Militar - 3º BBM. E finalmente no ano de 1997, com a

transferência da sede do 3º BBM para a cidade de Blumenau, a OBM passa a

se denominar 2ª Companhia de Bombeiros Militar do 1º Batalhão de Bombeiro

Militar - Grupo de Busca e Salvamento.

Essa transformação de Batalhão de Salvamento Aquático em Companhia

reduzindo a sua área de atuação e seu efetivo, que no momento contava com

aproximadamente 300 homens, foi necessária para a reestruturação do quadro

de efetivo do Corpo de Bombeiros Militar no Estado.

Com a extinção do GBS, o serviço de Salvamento Aquático foi

desmembrado, ficando a área sul do Estado sob a responsabilidade da 3ª

Companhia do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (3ª/1ºBBM), com sede em

Criciúma, a área Central, incluindo a Ilha, sob a responsabilidade da sede do 1º

BBM, com sede em Florianópolis, e a área Norte, sob a responsabilidade do 3º

BBM, com sede em Blumenau. Para suprir a falta de efetivo, a alternativa

encontrada foi requisitar Bombeiros do interior de Estado para atuarem como

guarda-vidas nas praias do litoral, bem como realizar parcerias com as

Prefeituras Municipais, a fim de serem contratados guarda-vidas civis para

atuarem em reforço ao guarda-vidas militares.

No ano de 2002, através da Lei nº 12.470, o executivo estadual foi

autorizado a contratar guarda-vidas civis, que sob supervisão dos guarda-vidas

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militares do Corpo de Bombeiros passaram a se engajar na atividade de

salvamento aquático durante os meses de verão.

Em 2006, com a criação de novos Batalhões de Bombeiros Militar, a

3ª/1ºBBM foi transformada em 4º BBM, com sede em Criciúma, ficando

responsável pelo salvamento aquático, na área sul do Estado, o 1º BBM, com

sede em Florianópolis, pela área Central, a área Norte ficou sob

responsabilidade do 7º BBM, com sede em Itajaí, e o interior do Estado, os

balneários estão sob a responsabilidade das Unidades dentro de suas

circunscrições.

3. Aspectos legais

A Atividade de Salvamento Aquático está, implicitamente, prevista na

Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, em

seu artigo 144:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e

responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da

ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,

através dos seguintes órgãos:

...

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

...

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a

preservação da ordem pública, aos Corpos de Bombeiros

Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a

execução de atividades de defesa civil.

A Constituição do Estado de Santa Catarina, de 5 de outubro de 1989,

estabelece com mais propriedade e precisão a competência do Corpo de

Bombeiros Militar, através do artigo 108, incisos I, VII e VIII (Artigo com

redação dada pela Emenda Constitucional n. 33, de 13.6.2003):

Art. 108. O Corpo de Bombeiros Militar, órgão permanente,

força auxiliar, reserva do Exército, organizado com base na

hierarquia e disciplina, subordinado ao Governador do Estado,

cabe, nos limites de sua competência, além de outras

atribuições estabelecidas em lei:

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Curso de Formação de Guarda-vidas MilitarI – realizar os serviços de prevenção de sinistros ou

catástrofes, de combate a incêndio e de busca e salvamento de

pessoas e bens e o atendimento pré-hospitalar;

...

VII – estabelecer a prevenção balneária por salva-vidas; e

VIII – prevenir acidentes e incêndios na orla marítima e fluvial.

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Lição 2

TRABALHO PREVENTIVO

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Identificar e sinalizar os riscos da praia segundo as normas internacionais

da ILS(Federação Internacional de Salvamento Aquático).

2. Reconhecer e identificar uma vítima em potencial, utilizando a técnica de

varredura visual na praia.

3. Citar cinco sinais de angústia de banhistas que estão em perigo, conforme o

preconizado na apostila.

4. Citar dez dicas de segurança quanto ao serviço de Guarda-vidas.

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INTRODUÇÃO

Para o guarda-vidas, o sentido da palavra salvar tem um sentido mais

amplo do que o ato de pôr a salvo. Abrange a conservação, a preservação e a

defesa da vida humana. Para tanto são necessárias ações de prevenção e de

salvamento.

Nos últimos anos difundiu-se entre os bombeiros a idéia de que mais

vale prevenir do que atuar no salvamento. Procura-se trabalhar com a

concepção de que um bom guarda-vidas é aquele que não necessita atuar por

meio de ações de salvamento, ele evita as ocorrências antecipando-se aos

riscos que um ser humano possa se envolver através de ações preventivas.

De acordo com a Real Sociedade Australiana de Salvamento Aquático

(Royal Life Saving Society Austrália), corroborando com o relatório da

Organização Mundial da Saúde (OMS) e com as conclusões do Congresso

Mundial sobre Afogamento, todos os afogamentos são passíveis de serem

prevenidos.

A prevenção é considerada como a mais poderosa intervenção

terapêutica e pode ser efetiva em mais de 85% dos casos de afogamento

(BIERENS, ORLOWSKI e SZPILMAN, 2005).

AÇÃO PREVENTIVA

É o conjunto de ações realizadas para ___________________ a

incidência ocorrências nas áreas protegidas por guarda-vidas civis ou militares.

As ações serão realizadas através de emprego de pessoal e material

adequado, seja no meio terrestre, aquático ou aéreo.

O guarda-vidas inicia suas atividades diárias efetuando uma avaliação

das _________________, a sinalização dos pontos de risco na orla da praia,

observação e prevenção do setor ao qual é responsável. Além destas ainda

podemos citar: _______________________________, rondas na orla da praia,

patrulhamento com embarcações, comunicação via rádio e manutenção de

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equipamentos, como algumas das ações preventivas desenvolvidas durante o

turno de serviço.

A. Avaliação das condições do mar

Após a observação das condições gerais do ambiente aquático e o

reconhecimento dos perigos, o guarda vidas deve sinalizar o local e seus

pontos críticos, tais como correntes de retorno e costões. Para isto faz-se uso,

principalmente, de bandeiras e placas.

As bandeiras são ferramentas de informação a banhistas, e se utilizadas

apropriadamente, podem se tornar em um poderoso instrumento de prevenção

(Federação Internacional de Salvamento Aquático).

Com o propósito prático de informar sobre prevenção e segurança os

banhistas, as bandeiras podem ainda incluir informações diversas tais como:

esportes, condições metereológicas, e outras.

Cabe destacar que as bandeiras não substituem a presença do guarda-

vidas e sim constituem ferramentas de seu trabalho.

A Federação Internacional de Salvamento Aquático (ILS), baseado na boa

prática de seus membros ao redor do mundo estabeleceu uma padronização

internacional de bandeiras, que tem como propósito informar as condições de

áreas aquáticas tais como praias, rios, lagos e outras, a todos os banhistas,

principalmente turistas.

As bandeiras reduzem a barreira da língua, e a ocorrência de acidentes

tais como o afogamento. A escolha das bandeiras levou em consideração as

sinalizações mais utilizadas em todo mundo de forma a causar a menor

contradição e confusão possível.

O uso desta padronização é altamente encorajado pela ILS, mas o

serviço de salvamento pode optar por escolher, nenhuma, uma, ou todas

conforme melhor lhe convier. A ILS desencoraja fortemente o uso de bandeiras

que informe o oposto a:

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Amarela - Risco médio. Ondas e correntes

moderadas. Mal nadadores não devem entrar na

água. Para outros devem ter cuidado.

FIGURA : Bandeira Amarela

FIGURA : Bandeira Vermelha

A ILS ainda aponta algumas recomendações e informações que auxiliarão

no correto emprego das sinalizações:

- As sinalizações devem ser utilizadas somente por profissionais.

- Devem estar de preferência elevadas e afixadas a uma haste a 2 m do

solo em local bem visível e não devem ser obstruídas por quaisquer outras

estruturas ou vegetação.

- As sinalizações vermelho e amarelo são em geral extensivos a toda

praia e não devem ser postos juntos.

- As sinalizações podem sofrer mudanças durante o dia.

- Recomenda-se que o público receba estas informações através de

brochuras, folders, ou similar.

- Devem ser afixadas na entrada ou em local bem visível ao público.

- O texto deve ser o mais simples e objetivo possível.

- Outras informações importantes tais como horários de funcionamento e

facilidades locais, podem ser colocadas no quadro.

Determinadas organizações, responsáveis pelo serviço de prevenção e

salvamento aquático, adotam algumas das bandeiras propostas pela ILS,

complementado-as com outras, conforme suas necessidades e peculiaridades.

Vermelha - Alto risco. Ondas e correntes fortes. Todos os

nadadores devem ser desencorajados a entrar na água. Todos

que entrarem na água devem ter grande atenção e cuidado.

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Assim é o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, que adota na

sinalização as seguintes bandeiras (SANTOS; FARIAS; MELO, 1999):

_______________________ (MAR PERIGOSO):

mar perigoso, sem condições de banho, embora com

assistência de guarda-vidas.

BANDEIRA AMARELA (MAR RUIM): mar ruim,

atenção, banho com restrições e com assistência de

guarda-vidas.

____________________ (MAR BOM): mar calmo,

condições plenas de banho e com assistência de guarda-

vidas.

____________________: local impróprio para

banho, presença de perigo.

As placas, como mencionadas anteriormente, podem

também ser utilizadas como forma de sinalização, representando um meio

eficiente para indicar e informar aos banhistas as condições do ambiente

aquático e seus perigos. Algumas corporações responsáveis pelo serviço de

salvamento aquático adotam placas de advertência, sendo colocadas nos

locais de acesso e em frente aos perigos (FIGURAS 16 e 17).

LOCAL PERIGOSO

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Placa de advertência I. Placa de advertência II.

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina na Operação Veraneio

de 2006/2007, em estudo piloto, empregou placas de advertência na

sinalização do ambiente aquático e seus perigos.

Placa de advertência III.

B. Patrulhamento ou Ronda

É a ação preventiva desenvolvida a pé, com viaturas, aeronaves ou com a

utilização de embarcações.

A área a ser protegida pelo efetivo de serviço em um posto de salvamento

é de ____________para cada lado a partir do posto de salvamento.

A ronda consiste em deslocamentos pela área protegida da orla pelo

guarda-vidas devidamente uniformizado, realizada sempre ______________,

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sendo obrigatório além dos equipamentos de uso individual (nadadeira, apito,

etc), além do transporte de um ____________. Durante a ronda o guarda-vidas

deve sempre manter a sua atenção voltada para os locais perigosos

identificados na praia, evitando perder o contato visual com o posto de

salvamento. Caso haja rádios HT disponíveis no posto de salvamento é

indicado a realização da ronda munido deste equipamento a fim de facilitar o

contato com o posto.

Quando os balneários estiverem providos de embarcações, o guarda-

vidas poderá realizar patrulhamento embarcado desde que o comandante do

posto de salvamento avalie ser conveniente para o serviço este tipo de

fiscalização, porém a região de deslocamento deverá ser após a

_____________________ haja vista a dificuldade de visualizar os banhistas na

linha de arrebentação. O condutor deverá possuir a _____________ requerida

para o tipo de embarcação, e durante os patrulhamentos condutor e socorrista

deverão estar utilizando _________________________.

Uma das missões da equipe embarcada é fiscalizar e impedir que as

embarcações com propulsão a motor de se aproximarem das praias aquém

dos 200 metros permitidos pela legislação da Marinha do Brasil. Essa equipe

também pode atuar nos casos de afogamento observados, em auxílio aos

guarda-vidas oriundos da faixa de areia.

Na utilização de aeronaves (Helicóptero) no patrulhamento, são

realizados deslocamentos aéreos, sobre as praias, de uma equipe composta

de um piloto, um co-piloto, um socorrista e um guarda-vidas. A atuação da

equipe consiste em realizar patrulhamento nas praias na área de sua

abrangência e/ou quando solicitados para auxílio em salvamento ou transporte

de vítima. A aeronave fica em sua base, aguardando a solicitação, através do

Centro de Operações do Corpo de Bombeiros Militar (COBOM).

No patrulhamento o guarda-vidas deverá estar equipado com materiais de

observação, comunicação e outros, que permitam uma pronta atuação de

resgate.

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C. Observação

A equipe de guarda-vidas deverá manter a ________________________

durante todo o turno de serviço a fim de identificar situações emergenciais

envolvendo os banhistas.

Para facilitar a observação em terra, o guarda-vidas deverá estar

posicionado em uma plataforma elevada que lhe possibilite ampliar o seu

campo visual, normalmente a própria torre do posto de salvamento ou cadeirão

posicionado na faixa de areia oferecem essa condição.

Constatada a necessidade de intervenção, o guarda-vidas aciona a

equipe de serviço para o tipo de salvamento requerido. Para tanto, é de suma

importância que a observação seja realizada tendo à disposição um eficiente

meio de comunicação entre os guarda-vidas e, em casos mais complexos,

entre postos e o COBOM.

A comunicação entre os integrantes de uma mesma equipe poderá ser

realizada através de uma sinalização ____________, utilizando-se apitos.

A equipe deverá manter, pelo menos, um guarda-vidas como observador

fixo, em nível mais elevado, pois os demais, apesar de executarem outras

ações preventivas deverão, também, observar o mar.

Quando da observação os Guarda-vidas deverão fazer a varredura visual

e identificar possíveis vítimas.

São características de possíveis vítimas:

1. Extremos da idade (crianças e idosos);

2. Pessoas obesas, cansadas ou alcoolizadas;

3. Pessoas utilizando objetos flutuantes;

4. Pessoas com comportamento de estranho ao ambiente (roupas,

sapatos, em grupo);

5. Distraídos e namorando dentro da água;

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Afogamentos seguidos de morte de acordo com a faixa etária

6

31

23

23

13

102

Até 10 anos

De 11 a 20 anos

De 21 a 30 anos

De 31 a 40 anos

De 41 a 50 anos

Acima de 50 anos

Não identificada

Afogamentos seguidos de morte de acordo com o sexo

96

12

Masculino

Feminino

O guarda-vidas deve estar atento também a algumas características de

que uma pessoa está se afogando ou em perigo, para tanto deve observar as

pessoas na água e seu comportamento.

1. São características de pessoas se afogando:

2. Nadar sem se deslocar;

3. Onda encobre o rosto e o cabelo na face e ela não o retira;

4. Nadar contra a corrente de retorno;

5. Expressão facial assustada ou desesperada;

6. Nadar em pé sem bater as pernas, afunda e volta e volta a flutuar

em pé;

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D. Orientação aos banhistas

Dentre as várias missões dos guarda-vidas uma das mais significativas e

importantes é a prestação de informações de comportamento aos banhistas,

fazendo com que as suas atitudes na praia evitem a exposição a riscos. Ela é

realizada durante as rondas na área protegida através da distribuição de

folhetos explicativos ou folders, bem como através do convívio diário.

Considerando que anualmente verifica-se o aumento progressivo do

número de turistas estrangeiros na orla marítima catarinense, se faz necessário

que todo o material informativo distribuído nos balneário pelos guarda-vidas

seja elaborado em pelo menos dois idiomas, português e espanhol, haja vista

que a grande massa de estrangeiros que visitam o Estado é oriunda de paises

do MERCOSUL. Por outro lado este material informativo deve ser

disponibilizado em locais de circulação pública como hotéis, restaurantes,

bares, terminais rodoviários, portais turísticos, postos policiais, etc., a fim de

ampliar a disponibilização da informação sobre os perigos do mar de tal forma

que ao chegar na praia o banhista já possua uma noção básica sobre os

perigos existentes naquele ambiente e quais são as formas de sinalização

destes pelos guarda-vidas.

E. DICAS DE SEGURANÇA As orientações quanto ao comportamento e as condutas a serem

adotadas pelos banhistas em qualquer ambiente aquático são universalmente

salientadas, e devem ser repassadas pelos guarda-vidas:

- Nadar sempre perto de um guarda-vidas.

- Perguntar ao guarda-vidas o melhor local para o banho.

- Não superestimar a capacidade de nadar, 46,6% dos afogados

crêem que sabem nadar.

- Ter sempre atenção com as crianças.

- Nadar longe de pedras, estacas ou piers.

- Evitar ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do

banho de mar ou rio.

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- Crianças perdidas: leve-as ao posto de guarda-vidas.

- Nunca tentar salvar alguém em apuros se não tiver confiança em

fazê-lo. Muitas pessoas morrem desta forma.

- Ao pescar em pedras, observar antes se a onda pode alcançá-lo.

- Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade.

- Manter-se afastado de animais marinhos como água-viva e

caravelas.

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Lição 3

NOÇÕES DO AMBIENTE MARINHO

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Citar os diferentes tipos de praias e suas características dinâmicas conforme

o modelo Brasileiro.

2. Citar três perigos que cada tipo de praia oferece ao banhista, conforme sua

característica.

3. Citar os perigos permanentes e não permanentes associados ao banho de

mar, conforme a doutrina Australiana e Brasileira.

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INTRODUÇÃO

Para trabalhar na prevenção em acidentes aquáticos, faz-se necessário

compreender como é estruturado tal ambiente, bem como reconhecer os

perigos e riscos que o mesmo oferece aos banhistas.

O MEIO AMBIENTE COSTEIRO

O meio ambiente costeiro é uma das partes mais dinâmicas da face da

Terra. Ele contém todos os quatro elementos da qual a Terra é composta: A

atmosfera, a hidrosfera ou oceano, a litosfera ou superfície terrestre e a

biosfera. À medida que os quatro elementos interagem na costa, produzem

uma grande ação no sistema costeiro, estendendo desde a superfície da maré,

nos costões e na areia da praia.

ONDAS

Ondas geradas pelo vento (Wind waves)

Wind waves são ondas geradas pelo sopro do vento sobre o oceano.

Elas são ondas que ocorrem naquilo que é chamado área geradora de ondas,

como tal elas são chamadas de vagas (sea waves). Quatro fatores determinam

o tamanho da Wind waves:

- Velocidade do vento – As ondas aumentam de acordo com o aumento

da intensidade do vento;

- Duração do vento – Um longo sopro do vento, com uma velocidade

constante e direção, o tamanho das ondas começam a aumentar, até que uma

completa elevação do mar estará formada, que é o máximo tamanho do mar

para uma determinada velocidade e duração.

- Direção do vento – Determinará, juntamente com a força de Coriolis, a

direção da onda;

- Profundidade da água – É importante onde o mar está raso pois

causará a fricção e possibilidade de quebra.

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ONDAS

As ondas do mar são ondas de superfície que ocorrem nos oceanos.

São provocadas pelo vento que cria forças de pressão e fricção que perturbam

o equilíbrio da superfície dos oceanos. O vento transfere parte da sua energia

para a água através da fricção entre o vento e a água. Isso faz com que as

partículas à superfície tenham um movimento elíptico, que é uma combinação

de ondas longitudinais (para a frente e para trás) e transversais (para cima e

para baixo).

A uma distância da praia em que o fundo está a uma distância igual a

cerca de metade do comprimento de onda, os movimentos orbitais dos níveis

mais profundos começam a ser restringidos porque a água já não se pode

mover verticalmente; apenas se pode mover para a frente e para trás, na

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horizontal. Um pouco acima, a água já pode se mover um pouco verticalmente

e as órbitas passam de circulares a elípticas. À superfície, as órbitas podem

ainda ser circulares.

Este fenômeno de distorção das órbitas, que se dá quando as ondas

sentem o fundo, faz com que a onda seja retardada, diminuindo o comprimento

de onda de propagação, porque a distância à próxima crista vai diminuindo.

Como resultado, a água que chega acumula-se e faz com que a crista da onda

cresça e se torne mais angulosa. A inclinação da onda (a razão entre a sua

altura e o comprimento de onda) aumenta até que, ao chegar a um valor de

cerca de 1/7, a água já não se consegue suportar a si própria e a onda rebenta.

A profundidade da água é então cerca de 1,3 vezes a altura da onda (a

distância vertical entre um vale e a crista que se lhe segue).

A distância à costa em que este fenômeno ocorre depende da inclinação

do fundo. Se o fundo da costa for muito inclinado, muitas ondas pequenas

rebentarão na costa. Se o fundo é mais suavemente inclinado, as ondas

rebentarão mais longe. Por isso, o sítio de rebentação das ondas é um bom

indício para sabermos qual é a profundidade da água.

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PRAIA

Praia consiste no depósito de sedimentos pelas ondas. Embora a

maioria das pessoas entenda como praia somente aquela parte claramente

visível, situada acima da linha da água, ela é bem mais ampla, tendo seu início

onde a atividade das ondas alcança o fundo até o limite onde as ondas

alcançam a face da praia. Bancos de areia e canais estão freqüentemente

presentes na zona de surfe, mas obscurecido pelas ondas e pela arrebentação.

Zonação hidrodinâmica e morfológica tipicamente observada em uma praia

arenosa oceânica

Zona de Arrebentação – É aquela porção do perfil praial caracterizada

pela dissipação energética da onda sobre a praia, de acordo com o seguinte

processo: ao aproximar-se de águas progressivamente mais rasas, as ondas

incidentes tendem a instabilizar-se até que a velocidade na crista da onda

exceda a velocidade de grupo da mesma, ponto no qual quebrará. Evidências

empíricas demonstram que a quebra ocorre quando a profundidade aproxima-

se da altura de onda.

Zona de Surfe – É a zona que se estende do ponto de arrebentação da

onda até o ponto onde a água atinge a praia. Sua caracterização em uma praia

depende do tipo de quebra.

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Zona de Espraiamento – Pode ser identificada como sendo aquela

região da praia delimitada entre a máxima e a mínima excursão dos vagalhões

sobre a face praial.

TIPOS DE PRAIAS

Praias geralmente se encaixam em um dos cinco tipos existentes

didaticamente de acordo com a teoria Australiana e três tipos de acordo com a

teoria acadêmica Brasileira.

Praia Dissipativa:

Normalmente é formada por areia fina e a sua profundidade aumenta

lentamente. Por causa dessa inclinação muito suave, as ondas começam a

quebrar relativamente longe da beira da praia.

As praias dissipativas ocorrem da combinação de ondas grandes e areia

fina, possuem uma zona de surfe muito desenvolvida, muitas vezes com dois

ou três bancos de areia paralelos à praia, com cavas rasas entre eles. A face

da praia é composta por areia fina e normalmente uma faixa de areia larga. A

areia é firme, sendo possível transitar com veículos.

As ondas são normalmente altas e do tipo deslizantes no banco de areia

mais distante da praia, reformam-se entre os bancos e quebram novamente

nos bancos seguintes. Esta é uma maneira da onda dissipar sua energia na

zona de surfe, a qual normalmente é superior a 300 m, podendo alcançar os

500 m. Por isso o nome original de “praia dissipativa

Praias Intermediárias

A mais visível característica das praias intermediárias é a presença de

uma zona de surfe com bancos de areia e correntes de retorno. Normalmente

elas são mais extensas do que as praias refletivas e possuem altura de onda

entre 0,5 a 2,5 m.

Possuem outras características tais como:

- A face praial é composta de material com granulometria média;

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- Presença de bancos submersos como forma de armazenamento de

sedimento na zona de surfe;

- Presença de correntes de retorno associadas aos bancos submersos.

Praias de Refletivas

Elas são caracterizadas por escarpas, faixa de areia estreita e

normalmente compostas por areia grossa e ondas baixas e normalmente existe

a presença de cúspides. A sua morfologia é um produto de vários fatores.

Primeiro, as ondas baixas quebram numa profundidade rasa (<1m); segundo,

devido a areia grossa a praia torna-se íngrime, afundando rapidamente muito

próximo à face da praia; terceiro, devido as ondas quebrarem na face da praia,

elas despendem todas as suas energias numa distância muito curta. Muita

dessa energia vai para a zona de espraiamento na face da praia, deslocando

uma grande quantidade de água na face da praia, retornando muito

rapidamente (refluxo) em direção ao mar, como uma reflexão da onda, motivo

pelo qual é conhecida como onda refletiva. As praias refletivas não possuem

zona de surfe ou é muito estreita e não possuem bancos de areia

Perigos associados às praias e ao banho de mar

A praia apesar de ser é um local de grande atração e lazer apresenta-se

potencialmente perigosa.

Perigos das Praias Refletivas:

Devido às ondas pequenas e localizações muitas vezes protegidas, elas

conferem uma relativa segurança para o banho. Contudo, como qualquer água,

principalmente se existir ondas e correntes, há a presença de perigos que

podem causar problemas aos banhistas, as quais são:

- Face da praia escarpada – Pode ser um problema para bebês, pessoas

idosas e deficientes físicos;

- Forte fluxo e refluxo das ondas na face da praia – As ondas que

chegam e voltam podem derrubar as pessoas que estão próximas à água;

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- Variação brusca de profundidade – Repentino aprofundamento, saindo

rapidamente das águas rasas e indo para águas profundas;

- Profundidade das águas – A ausência de bancos de areia significa que

as águas são profundas muito próximas à margem, que pode ser um problema

para quem não sabe nadar e para crianças;

- Os maiores perigos aparecem quando as ondas excedem a um metro e

as quebras na face da praia possuem muita força.

Perigos das Praias Intermediárias:

- Correntes de Retorno;

- Canais alimentadores das correntes de retorno (rip feeder

channels) – As correntes próximas à praia carregam a água para

dentro das correntes de retorno e esta, para o mar aberto;

- Quebra das ondas – Nos bancos de areia, as ondas quebram

com mais força se a maré estiver baixa, muitas vezes como

perigosos “caixotes”;

- Ondas Altas – Quando as ondas excedem 1 metro, tanto a

quebra da onda quanto as correntes são intensificadas.

Perigos das Praias Dissipativas:

- A largura da zona de surfe e as altas ondas, associadas com a

praia dissipativa mantêm a maioria dos banhistas próxima à

margem e dentro da zona de surfe. Neste local ela é

relativamente segura, apesar de não estar livre de algumas

surpresas. No meio e fora da zona de surfe, somente para

banhistas e surfistas experientes.

- Canais – Normalmente localizados no sentido praia - alto mar,

podendo estar também localizados paralelos ou diagonais à praia,

apresentam freqüentemente correntes de retorno, principalmente

com ondas baixas (menores de 1,5m);

- Interior da zona de surfe – Deve-se tomar cuidado com as ondas

para que elas não derrubem e arrastem o banhista. No retorno da

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onda é comum ocorrer um fluxo de água em direção ao mar

(repuxo), principalmente rente ao fundo, o qual pode derrubar um

banhista, principalmente se for crianças;

Para SHORT e HOGAN (apud MOCELLIN, 2006), “os perigos de zona

costeira estão geralmente relacionados à estrutura e características do

ambiente”.

Os perigos naturais associados ao banho de mar podem ser divididos

em permanentes e não permanentes.

Perigos associados ao banho de mar

PERMANENTES NÃO PERMANENTES

Zona de águas profundas

Obstáculos (molhes, costões, naufrágios, etc)

Desembocaduras de rios e lagoas

Buracos

Arrebentação das ondas

Repuxos

Correntes

Organismos marinhos

Poluição

Os perigos permanentes, por serem mais facilmente evitados, oferecem

maior perigo aos usuários mais desatentos e àqueles que superestimam suas

habilidades. Em zonas de águas profundas pode-se perder o apoio dos pés e

submergir; qualquer obstáculo (molhe, trapiche, destroço, rocha ou recife) pode

favorecer a presença de buracos e formar correntes mais fortes, além de

representar perigo de choques e ferimentos; o encontro de rios e lagoas com o

mar modifica as ondas, as correntes e o relevo do fundo da praia.

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Profundidade da Água

Toda água profunda é um perigo potencial de afogamento para quem

não sabe nadar ou que tenham pouca experiência.

Água na altura do joelho pode ser um problema para bebês ou crianças.

Água na altura do peito pode ser perigoso para quem não sabe nadar, bem

como para nadadores em pânico. Na presença de correntes de retorno,

somente é possível andar contra ela quando a água estiver abaixo da altura do

peito. Deve-se tomar muito cuidado quando a profundidade ultrapassa a altura

da cintura, principalmente se existir a presença de crianças.

Correntes na Zona de Surfe e Correntes de Retorno

As correntes na zona de surfe, particularmente as correntes de retorno,

são os maiores perigos para a maioria dos banhistas e são responsáveis por

cerca de 90% dos acidentes. Elas são difíceis de serem localizadas por

banhistas inexperientes e quando são apanhados por uma delas, geralmente

entram em pânico.

As correntes de retorno são perigos costeiros que expõem diariamente

em risco a segurança a e vida das pessoas.

A literatura salienta que são amplificadas quando a maré está vazando

(baixando).

Como visto anteriormente as ondas transportam energia para a costa,

mas não é a energia da onda que move os grãos sedimentares e altera a

morfologia, mas sim o movimento da água.

Há muitas correntes na zona costeira, de variadas forças e direções e

estas interagem umas com as outras tornando sua análise muito difícil. Sendo

classificadas em correntes longitudinais à costa e correntes tranversais à costa.

Correntes de retorno ou rips são caracterizadas por fluxos estreitos,

posicionados normal ou obliquamente em relação à costa.

Parte da energia dissipada pelas ondas incidentes na zona de surfe é

transferida para a geração de correntes costeiras tanto longitudinais (longshore

currents) como transversais (correntes de retorno, rip currents ou rips) as quais,

necessariamente, tem sua ocorrência limitada à zona de surfe. Estas correntes

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representam importantes agentes transportadores de sedimento na zona de

surfe, gerando campos de velocidade efetivos na modificação do relevo praial

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Lição 4

EDUCAÇÃO FÍSICA

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Conceituar atividade física;

2. Citar cinco benefícios dos exercícios de alongamento.

3. Identificar os benefícios da corrida na areia de praia.

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INTRODUÇÃO

No desporto moderno, quando um atleta ou uma equipe são laureados

em uma competição de alto nível, torna-se bastante difícil imaginar o conjunto

de variáveis que contribuíram decisivamente para aquela vitória. A esse

conjunto de variáveis, acionado por um grande número de pessoas formando

ao todo uma equipe e que tem como objetivo principal o êxito nas competições,

denomina-se Treinamento Desportivo.

Não diferente deste pensamento, no âmbito interno do Corpo de

Bombeiros Militar de SC, faz-se necessário que a tropa esteja em constante

preparação física, visando estar sempre preparada para desempenhar as

atividades operacionais do cotidiano profissional Bombeiro Militar, bem como,

buscar a cada período preestabelecido, aprimorar seu condicionamento, tendo

em vista as atividades de guarda-vidas desempenhadas no litoral catarinense,

por ocasião da Operação Veraneio.

CONCEITOS Atividade Física: é qualquer movimento corporal produzido pelos músculos

esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de

repouso. Assim, a quantidade de energia necessária à realização de

determinado movimento corporal deverá traduzir o nível de pratica da atividade

física exigido por esse mesmo movimento.

Exercício físico: é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que

tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da

aptidão física. Caracteriza-se pela duração, intensidade e freqüência dos

movimentos apresentando algum progresso.

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Sedentário: quando o gasto energético real é inferior a pelo menos dez por

cento a mais que o gasto energético estipulado, ou seja, menos de 500 cal por

semana segundo a OMS.

Ativo: quando o gasto energético real está entre dez e cinqüenta por cento a

mais do gasto energético estipulado, ou seja, entre 500 e 1.500 cal por semana

segundo a OMS.

Atleta: quando o gasto energético real é superior a sessenta por cento a mais

do gasto energético estipulado.

Excesso de Peso e Obesidade: é definida tão somente como aquela condição

na qual apenas a quantidade de gordura corporal ultrapassa os índices

desejados, enquanto que o excesso de peso refere-se à condição em que o

peso corporal como um todo excede a determinados limites.

Sobrepeso: excesso corporal, total ou parcial, de tecido adiposo ou massa

magra, de forma negativa para o sistema cardiovascular. Constata-se um

sobrepeso através do cálculo do índice da massa corporal (IMC).

AQUECIMENTO E ALONGAMENTO

Antes da prática de qualquer atividade física, sugerimos a realização de

alguns minutos de aquecimento seguidos de alongamento. Sua importância

está principalmente no fato de estimular uma maior circulação sangüínea no

corpo, proporcionando uma maior oxigenação do mesmo, principalmente dos

grupos musculares, além de “preparar” as articulações para saírem de uma

fase de repouso. O alongamento no término da natação mostra-se eficaz

principalmente ao ser realizado nas regiões com maior acumulo de tensão. Por

exemplo: o nado de aproximação ou crawl pólo, assim como a remada no

surfe, induz o seu praticante a permanecer um bom tempo com a coluna

cervical em hiper-extensão. Isso acaba sobrecarregando e provocando

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excesso de tensão na região do trapézio e ainda enfraquecendo a musculatura

da região abdominal. Sugere-se então a realização de movimentos que

compensem essa tensão. No caso do exemplo citado, um bom alongamento

seria o de flexão da cabeça, permanecendo-se por alguns instantes com o

queixo tocando o peito ou ainda, deitado, em decúbito dorsal, flexionar o tronco

e os joelhos ao mesmo tempo abraçando-os por alguns segundos e mantendo

o queixo entre os joelhos.

BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO

1. Evita ou elimina encurtamento musculotendíneo;

2. Diminui o risco de alguns tipos de lesão músculo - articular;

3. Aumenta e/ou mantém a flexibilidade;

4. Elimina ou reduz o incômodo dos nódulos musculares;

5. Aumenta o relaxamento muscular e melhora a circulação sangüínea;

6. Melhora a coordenação e evita a utilização de esforços adicionais no

trabalho e no desporto;

7. Reduz a resistência tensiva muscular antagonista e aproveita mais

economicamente a força dos músculos agonistas;

8. Libera a rigidez e possibilita melhorar a simetria muscular;

9. Evita e/ou elimina problemas posturais que alteram o centro de

gravidade, provocando adaptação muscular.

TIPOS DE ALONGAMENTO E CARACTERÍSTICAS

Alongamento Estático – determinado pelo alcance de uma amplitude de

movimento do grupo músculo - articular lentamente, mantendo-se uma postura

com tensão muscular;

Alongamento Passivo – é feito com a ajuda de forças externas (aparelhos,

companheiros), estando o praticante numa posição passiva, isto é, com

descontração muscular e com boa posição do sistema músculo articular;

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Alongamento Dinâmico – determinado pelo maior alcance do movimento

voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e o relaxamento dos

músculos antagonistas;

Alongamento Balístico – movimento composto no qual a 1ª fase é um

movimento de força continua em que se usa um movimento acelerado pela

contração concêntrica dos músculos agonistas, sem o impedimento de

contração dos antagonistas. A 2ª fase é um movimento em inércia sem

contração muscular. Na amplitude final do movimento desacelera-se, deixando

a resistência por conta dos ligamentos e músculos alongados, fornecendo

resposta elástica;

Facilitação Muscular Neuropróprioceptiva (FNP) – em geral, combinam

alternadamente contração e relaxamento dos músculos agonistas e

antagonistas.

EXERCÍCIO MUSCULAR LOCALIZADO – EML

ALGUNS EXERCÍCIOS E SEUS GRUPOS MUSCULARES MAIS ATUANTES

Apoio de frente sobre o solo (com abertura das mãos um pouco maior que a

distância dos ombros) - Peitoral maior e menor, porções clavicular e esternal,

coracobraquial, deltóide anterior, serrátil e tríceps braquial;

Flexão do tronco com os membros inferiores elevados - Reto maior do abdome,

obliquo maior e obliquo menor;

Flexão do tronco com os joelhos fletidos - Reto maior do abdome, obliquo

maior, obliquo menor, serrátil, vasto lateral, bíceps cural;

Mergulho na paralela alta com os cotovelos juntos - Deltóide anterior, peitoral

maior e menor, porção clavicular, coracobraquial, trapézio IV, subclávio, tríceps

braquial;

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Puxada na barra pela frente com pegada direta (supinada) - Peitoral maior,

porção esternal, dorsal largo, redondo maior, deltóide posterior, trapézio IV,

subclávio, peitoral menor, bíceps braquial, braquial e braquiorradial;

Puxada na barra pela frente com pegada inversa (pronada) - Peitoral maior,

porção esternal, dorsal largo, redondo maior, deltóide posterior, trapézio IV,

subclávio, peitoral menor, bíceps braquial, braquial e braquiorradial;

EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO E EXERCÍCIOS DE APNÉIA

Não só dentro da água, mas também fora dela, existem possibilidades

para a realização de exercício de respiração. Durante a prática de natação, a

forma mais eficaz de respirar é inspirar pela boca (evitando-se assim a inalação

da água/afogamento) e expirar pela boca e pelo nariz. Diferente disso, fora da

água, a maneira mais adequada para a realização da respiração é inspirar pelo

nariz, filtrando, aquecendo e umedecendo o ar antes deste chegar aos pulmões

e expirar pela boca e nariz.

Um exercício eficaz e relaxante para trabalhar a respiração e a

concentração, chamada no yôga de pránáyáma, consiste em dividir-se a

respiração em quatro momentos ou tempos, sendo eles destinados da seguinte

forma: primeiro tempo – inspiração, segundo tempo – retenção com ar; terceiro

tempo – expiração e; quarto tempo – retenção sem ar. É um tipo de respiração

com a participação da musculatura abdominal, intercostal e torácica,

promovendo um aproveitamento muito maior da capacidade pulmonar. Este

exercício pode ser realizado com diversas variações determinando-se o

período de permanência em cada tempo de acordo com a vontade do

praticante e sua realização pode surtir bons efeitos na natação e

conseqüentemente no salvamento aquático. Esta prática pode ser combinada

ainda com os exercícios de alongamento.

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Uma outra variação deste exercício pode ser feita na borda de uma

piscina ou até mesmo no mar, fazendo a respiração de dois tempos, inspirando

fora da água e em seguida submergindo o rosto. Esta é a apnéia estática.

Exercícios de apnéia podem ser realizados ainda com o auxílio de pesos, onde

o praticante mergulha até o fundo e transporta o peso (pedra ou anilha) pela

distância que puder/quiser. Este exercício é também chamado de “deep run” ou

corrida profunda. Ressaltamos aqui a importância de que exercícios que

envolvam apnéia devem sempre que possível ser realizados sob a visão de

outras pessoas evitando-se acidentes.

SURFE

O constante envolvimento do praticante do surfe com o ambiente de

trabalho do Guarda-Vidas, faz do surfe uma excelente escolha por parte de

quem o pratica, seja com o uso de prancha tradicional, pranchão ou body

board, tendo em vista o conhecimento dos mais diversos fatores ambientais

que o surfista acaba adquirindo, dentre eles a análise das condições do mar, a

facilidade para identificação de correntes de retorno e outros mais.

Além disso, a prancha é um grande flutuador e pode ser eficaz para a

realização de um salvamento. Não são poucos os casos em que surfistas

auxiliaram no resgate de banhistas ou de outros surfistas que perderam suas

pranchas. Cabe aqui então, fazermos duas ressalvas aos praticantes do surfe:

1 – esteja sempre utilizando a cordinha que o prende à prancha

(também chamada de “strep” ou “lash”), pois você poderá ter que utilizá-la em

algum momento inesperado para realizar um salvamento;

2 – esteja sempre preparado para sair da água nadando, caso tenha que

oferecer sua prancha a outra pessoa para que esta saia da água.

Outro ponto que não podemos deixar de citar neste tópico fica por conta

da pratica de surfe com o pranchão de resgate. A sua utilização não deve ser

destinada apenas para a realização do resgate em si, mas também para a

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prática de surfe, proporcionando assim a chance do Guarda-Vidas de habituar-

se cada vez mais com o material. Entretanto, devem-se respeitar os momentos

para sua utilização e ainda mais os cuidados com sua manutenção.

SURFE DE PEITO OU “JACARÉ”

O surfe de peito é também uma ótima opção para manter o

condicionamento físico, proporcionando ao seu praticante momentos de

intensidades variadas na natação, sendo dividido em:

1 – deslocamento até a zona de surfe ou travessia da arrebentação –

momento de curta duração caracterizado por ser um exercício de capacidade e

potência anaeróbia;

2 – posicionamento na zona de surfe – corresponde ao maior tempo de

permanência do praticante e varia de acordo com o intervalo entre as séries de

ondas e o posicionamento correto no “pico”. Caracterizado por ser um exercício

aeróbio. Durante este momento, se o praticante estiver sem nadadeira, a

pernada estilo polo mostra-se eficaz;

3 – entrada na onda – movimento de “explosão” e curtíssima duração

caracterizado por ser um exercício de potência anaeróbia, e;

4 – o deslize na onda em si – caso o praticante esteja de nadadeiras, é

indicado que esteja usando também um par de ligas, material que mantém as

nadadeiras mais firmes aos pés, evitando perdê-las.

CORRIDA NA AREIA DA PRAIA

Por apresentar um piso distinto dos tradicionais para a prática de corrida,

alguns aspectos devem ser levados em conta quando tratamos da referida

atividade na praia. Dependendo do tipo de formação (refletivas/de tombo,

intermediárias ou dissipativas/rasas), estas podem apresentar um piso firme,

com a areia bem compactada ou não, apresentando a areia mais solta, mole ou

fofa. Além disso, algumas praias, normalmente as refletivas/de tombo,

apresentam declividade significante, dificultando para a prática da corrida.

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As praias de areia compactada podem acabar sobrecarregando em

excesso as articulações do tornozelo e do joelho por terem que suportar maior

impacto, entretanto não oferecem tantos riscos de entorse se comparadas às

praias de tombo. Nestas, devemos nos atentar com possíveis obstáculos no

caminho como buracos e desníveis muito acentuados.

Sendo assim, evite correr em locais desnivelados, pois isto além de ser

prejudicial para as articulações dos membros inferiores e poder causar lesões,

é também prejudicial para sua coluna vertebral e; quando possível, procure

correr utilizando tênis, diminuindo assim a sobrecarga de impacto nas

articulações dos tornozelos e joelhos.

OUTRAS POSSIBILIDADES DE ATIVIDADES FÍSICAS

Atividades lúdico-recreativas – Que desenvolvam nos alunos auto-confiança,

confiança nos demais e o trabalho em grupo, por exemplo no mar retornarem

de mãos dadas da zona de arrebentação até a beira da praia realizando

pernada de costas;

Exercícios de fortalecimento das articulações do joelho – Corrida em alta

velocidade e curta distancia (de 5 a 10 metros) estática, para frente, para trás e

para os lados;

Ginástica calistênica – com características da EF militar (exercícios de

flexionamento ativo e outros como “polichinelo” e agachamento a fundo,

exercícios intercalados com a corrida desenvolvendo trabalho de coordenação

juntos, etc).

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 5

NATAÇÃO APLICADA

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de:

1) Aperfeiçoar as técnicas de natação voltadas para o salvamento aquático;

2) Realizar exercícios para manutenção de apnéia.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

NATAÇÃO E SALVAMENTO AQUÁTICO

Nado de aproximação ou crawl-polo

A natação realizada para a realização de um resgate (nado de

aproximação ou crawl-polo) difere-se daquela praticada em outras situações,

ou seja, a necessidade de permanecer com a(s) vítima(s) sob o seu campo de

visão exige que o Guarda-Vidas nade até ela com o rosto fora da água,

mantendo a coluna cervical em hiper-extensão, dificultando o

deslocamento/deslize. Entretanto esta dificuldade será compensada através do

uso das nadadeiras. Estas por sua vez, irão proporcionar ao Guarda-Vidas

maior velocidade de deslocamento. Para melhor compreensão da diferença

entre nadar com o rosto fora ou dentro da água, sugerimos a realização do

educativo de pernada com o auxilio de um flutuador. Ao manter-se com a

coluna cervical em hiper-extensão, observe a tendência do quadril em afundar,

exigindo assim, maior intensidade no movimento de perna.

A pernada do polo aquático

Assim como os diversos estilos de natação, o pólo aquático também

oferece para realização do serviço de salvamento aquático uma importante

ferramenta. Referimos-nos aqui ao estilo de pernada que mantém o seu corpo

praticamente em flutuação estática. Esse tipo de pernada também pode ser de

grande utilidade para o auto-socorro e é uma ótima alternativa para ser

realizada em aulas de natação, principalmente com crianças.

No salvamento aquático ela mostra sua eficácia no momento da

abordagem da vítima, que às vezes pode ser mais que uma. Nesses casos

pode haver a necessidade de o Guarda-Vidas permanecer segurando as

vítimas até a chegada de um outro Guarda-Vidas, para então dar-se

continuidade ao salvamento. Uma outra situação aparece quando a vítima se

apresenta em pânico, tentando usar o Guarda-Vidas como flutuador,

submergindo-o. Nesses momentos a pernada do pólo aquático pode ser

bastante eficaz.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

A referida pernada consiste na realização de movimentos circulares

alternados da perna, no sentido lateral-medial, ou seja, a perna esquerda

realiza o movimento circular no sentido horário alternando com a perna direita

que realiza o mesmo movimento, porem em sentido anti-horário. O praticante

deve ainda manter o tronco na posição vertical e as coxas flexionadas a 90°

movimentando apenas as pernas e pés, mantendo-se assim sobre a superfície

da água tendo suas mãos disponíveis para segurar as vítimas.

Pernada tesoura ou reboque descalço – A necessidade em se utilizar

um dos braços para o reboque da vitima e, principalmente o peso desta,

proporcionará ao Guarda-Vidas um pouco mais de dificuldade para o seu

deslocamento. Além disso, a ausência das nadadeiras exige ainda um

movimento de pernas que lhe dê maior propulsão. Dessa forma, apresentamos

como alternativa para deslocamento, o batimento de pernas no estilo “tesoura”,

o qual possui duas fases:

Fase de recuperação: com o corpo lateralizado, o praticante deve trazer o

joelho de um dos membros inferiores próximo ao peito, flexionando a

articulação coxo-femoral e também o joelho. No mesmo momento, o calcanhar

do outro membro inferior deve ser levado em direção a nádega, realizando-se

então um movimento de flexão do joelho e extensão da articulação coxo-

femoral.

Fase de propulsão: estando os membros inferiores encolhidos, a fase de

propulsão inicia quando os membros inferiores voltam a serem estendidos,

num movimento rápido e circular que se encerra assim que os mesmos

estiverem alinhados com o resto do corpo."

A pernada do nado estilo peito

Considerando a grande semelhança entre a pernada do nado “tesoura” e

a pernada do nado peito, diferindo-se estas basicamente pela posição do

corpo, não podemos deixar de citar aqui a vantagem sobre o domínio desse

estilo de nado, apesar de durante o curso, não haver tempo em demasia para a

sua prática. Sendo assim, reforçamos a importância da prática do nado estilo

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

peito, mesmo que em outras ocasiões. Outro ponto que torna eficaz o domínio

sobre a pernada de peito no Curso de Formação de Guarda-Vidas é a

realização da apnéia dinâmica (25m horizontais), pois para a realização deste

exercício a referida pernada pode mostrar-se eficiente.

O nado estilo crawl

A respiração

O domínio da respiração durante o deslocamento na água é de

fundamental importância durante o salvamento, portanto o cuidado com a

posição ventral, a necessidade de preservar o equilíbrio geral do nado, a

preocupação de não oferecer uma resistência frontal importante, a fisiologia

respiratória, a cadência dos movimentos dos braços, a tática de percurso,

todos esses elementos constituem imperativos para o nadador.

Tecnicamente, a maneira mais eficaz para a realização da respiração

durante o nado crawl é a respiração lateral. Este movimento apresenta-se

como o mais adequado devido ao fato de o nadador não precisar hiper-

estender sua coluna cervical, fazendo com que seu quadril tenda a afundar. Ao

invés disso, a respiração é feita lateralmente, de preferência alternando-a nos

dois lados a cada 3 ou 5 braçadas (R3 ou R5), com um leve movimento de

rotação lateral da cabeça.

Apesar da necessidade de manter a vítima sob seu campo de visão, não

são raros os momentos, principalmente quando a distância a ser percorrida é

relativamente grande, em que o Guarda-Vidas põe o rosto dentro da água.

Nesses casos, salientamos que seja realizada a respiração frontal, pois assim

o Guarda-Vidas terá maior oportunidade de voltar a visualizar a vítima.

Os ritmos respiratórios adotados vão depender, em grande parte, da

maior ou menor capacidade do nadador para repor o déficit de oxigênio. Os

mais comumente observados são: respiração unilateral a cada ciclo de braço

(R-2, R-4, etc.), ou respiração bilateral feita alternativamente à direita e depois

à esquerda.(R-3, R-5,etc.)

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

O movimento de braços

Basicamente o movimento se divide em parte aérea e parte submersa.

Parte aérea

Este momento da braçada deve ser entendido como descanso e

relaxamento muscular, além de servir como preparação para a entrada da mão

na água e o início da parte submersa.

Os pontos principais são: o gesto deve ser solto e veloz iniciando-se na

coxa; o braço sai semi-estendido; o cotovelo se eleva mais alto que os dedos e

se movimenta relaxadamente, até a passagem da mão pelo cotovelo, quando

deverá ser arremessado para a água, procurando uma entrada em um ângulo

melhor e mais hidrodinâmico possível; as pontas dos dedos atingem a água por

primeiro, em seguida o antebraço e logo após o braço.

Parte submersa

Ele se caracteriza por três momentos distintos: Apoio, Puxada e

Empurrada.

Apoio: Depois da entrada da mão na água, finalizando a parte aérea,

antebraço e o braço procuram atingir um ângulo bem aberto, neste momento o

polegar ainda está orientado para baixo. Neste momento, a palma da mão gira

ficando voltada para o fundo e sente a primeira resistência da água (apoio); isto

a mais ou menos 20 cm da superfície.

Puxada: Esta fase se inicia no momento em que após o apoio fazemos

uma leve flexão do pulso buscando encontrar o apoio. O ângulo entre braço e

antebraço, tendo o cotovelo como vértice, deverá ficar entre 90 e 120º. O

movimento deverá seguir a linha média do corpo até o momento de máxima

flexão do cotovelo.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

O Empurre: O empurre é orientado sem a menor descontinuidade, da

frente para trás, quando a mão passa, no plano vertical, dos ombros ela se

encontra no prolongamento do antebraço. O ombro correspondente e o

cotovelo penetram então profundamente na água.

Movimento de pernas

O trabalho realizado pelas pernas no crawl é um movimento alternado

na direção vertical, iniciando um, antes que o outro termine, de modo que as

ações não percam continuidade, o movimento se inicia com joelho e coxa

estendidos.

Coordenação da respiração e movimentos de pernas e braços

A sincronização da respiração com os movimentos propulsores dos

braços e das pernas é um fator determinante para o ritmo do nado. Muitas

vezes acontece de os nadadores serem, ao mesmo tempo, os mais rápidos em

educativos específicos de braços e/ou pernas e, no entanto, não apresentarem

tanta eficiência no nado completo. Este fato caracteriza a necessidade em se

enfatizar não apenas a aprendizagem motora parcial da natação, mas

principalmente a aprendizagem motora global, ou seja, a natação num todo.

Aqui salientamos a importância de que ao iniciar o Curso de Formação

de Guarda-Vidas, os participantes já possuam certo domínio da natação, pois

para alguns, o tempo do curso destinado para a referida prática pode não ser o

suficiente. Tão importante quanto isso, é a continuidade da prática após o

curso, buscando tornar os movimentos de respiração, braçada, pernada e todo

esse conjunto, cada vez mais eficazes e realizando-os de uma forma natural.

EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO E EXERCÍCIOS DE APNÉIA

Não só dentro da água, mas também fora dela, existem possibilidades

para a realização de exercício de respiração. Durante a prática de natação, a

forma mais eficaz de respirar é inspirar pela boca (evitando-se assim a inalação

da água/afogamento) e expirar pela boca e pelo nariz. Diferente disso, fora da

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

água, a maneira mais adequada para a realização da respiração é inspirar pelo

nariz, filtrando, aquecendo e umedecendo o ar antes deste chegar aos pulmões

e expirar pela boca e nariz.

Um exercício eficaz e relaxante para trabalhar a respiração e a

concentração, chamada no yôga de pránáyáma, consiste em dividir-se a

respiração em quatro momentos ou tempos, sendo eles destinados da seguinte

forma: primeiro tempo – inspiração, segundo tempo – retenção com ar; terceiro

tempo – expiração e; quarto tempo – retenção sem ar. É um tipo de respiração

com a participação da musculatura abdominal, intercostal e torácica,

promovendo um aproveitamento muito maior da capacidade pulmonar. Este

exercício pode ser realizado com diversas variações determinando-se o

período de permanência em cada tempo de acordo com a vontade do

praticante e sua realização pode surtir bons efeitos na natação e

conseqüentemente no salvamento aquático. Esta prática pode ser combinada

ainda com os exercícios de alongamento.

Uma outra variação deste exercício pode ser feita na borda de uma

piscina ou até mesmo no mar, fazendo a respiração de dois tempos, inspirando

fora da água e em seguida submergindo o rosto. Esta é a apnéia estática.

Exercícios de apnéia podem ser realizados ainda com o auxílio de pesos, onde

o praticante mergulha até o fundo e transporta o peso (pedra ou anilha) pela

distância que puder/quiser. Este exercício é também chamado de “deep run” ou

corrida profunda. Ressaltamos aqui a importância de que exercícios que

envolvam apnéia devem sempre que possível ser realizados sob a visão de

outras pessoas evitando-se acidentes.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ANEXO A

TREINAMENTOS DE NATAÇÃO APLICADA

TREINO A:

a) 300 – 600 metros nadando 70% - freqüência 160 -170;

b) 150 metros educativo patada dupla com prancha. Focalizar deslize na

água;

c) 150 metros educativo patada dupla sem prancha. Alongando bem a

braçada;

d) 150 metros educativo de finalização de braçada, sem efetuar

recuperação de braçada (submersa). Somente o dedo mínimo sai da

água.;

e) 200 metros 50m/50m, elevação de cotovelos, ponta dos dedos na água

e ponta dos dedos no ombro;

f) 150m rotação de quadril, pode ser utilizado prancha nas mãos;

g) 400m 150m/150m/100m, perna crawl, perna costas, perna tesoura,

sucessivamente;

h) Pernada alternada, noções, 15 minutos para adaptação da técnica;

i) 200m crawl polo ( aproximação de vitimas);

j) 10 tiros de 50m - a cada 1'10''. resistência limiar.

TREINO B:

a) 300 metros nadando 70% - freqüência 160 -170;-

b) 200 metros 50m/50m/50m/50m R2, R3, R4, R5 respectivamente;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

c) 200 metros crawl polo (aproximação);

d) 150 metros patada dupla com prancha;

e) 200 metros 25m/25m braço direito, braço esquerdo, respectivamente;

f) 150 metros rotação de quadril com prancha;

g) 300 metros 150m/150m perna crawl, perna tesoura;

h) 20 minutos pernada alternada;

i) 10 tiros de 50 metros a cada 1 minuto, limiar. (trabalho de ritmo).

*R2, R3 ,R4, R5 – significa que a cada 2, 3 , 4 , 5 braçadas se realiza uma respiração. *Patada Dupla – As duas mãos juntas na frente do corpo, segurando a prancha. Faz-se uma braçada de cada vez, sendo que as mãos sempre tem que terminar unidas para que se possa efetuar outra braçada. Nadando normal. *Rotação de Quadril (educativo) – a cada finalização de braçada o corpo fica totalmente lateralizado, conta-se até “3”, para efetuar outra braçada, e assim

sucessivamente.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ANEXO B

EDUCATIVOS E SEUS OBJETIVOS: EXPLICAÇÃO DA TÉCNICA.

PATADA DUPLA COM E SEM PRANCHA: Esse educativo serve para

aperfeiçoar a entrada das mãos na água, o alongamento da braçada, e

principalmente o ganho de deslize na água, aumentando assim, o

aproveitamento da braçada.

FINALIZAÇÃO DE BRAÇADA SAINDO SOMENTE OS DEDOS MÍNIMOS DA

ÁGUA E SEM RECUPERAÇÃO DE BRAÇADA FORA D'ÁGUA, SENDO ESTA

SUBMERSA: Objetiva o aperfeiçoamento da técnica de finalização da braçada,

sendo esta uma das partes mais importantes do nado, pois é justamente

quando se finaliza a mesma, que se tem ganho de velocidade.

ELEVAÇÃO DE COTOVELOS ARRASTANDO A PONTA DOS DEDOS NA

ÁGUA (VASSOURINHA): muito utilizado para pessoas que tem dificuldade na

recuperação de braçada, aperfeiçoa a técnica fora d'água, corrigindo assim, o

cotovelo dos nadadores que elevam as mãos acima dos mesmos, aumentando

a velocidade de recuperação da braçada. Auxilia na entrada das mãos na

água.

ROTAÇÃO DE QUADRIL: Muito importante para a natação, pois, o nadador

que possui uma boa rotação de quadril, tem uma braçada muito mais

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

proveitosa, um deslize muito maior, e principalmente um desgaste físico

reduzido. Propicia a utilização de todos os músculos do corpo.

RESPIRAÇÃO : Aumentar a capacidade aeróbica do nadador. R2, R4, ..., R8,

são respirações unilaterais. Já R3, R5, etc, são respirações bilaterais, o que

aperfeiçoa a técnica do nadador ao respirar para ambos os lados.

TRÊS BRAÇADAS EM CIMA E DUAS SUBMERSAS: educativo para auxiliar a

ultrapassar a zona de arrebentação, aumenta a capacidade aeróbica do

nadador. Treino 25 metros submerso: aumenta a apnéia do nadador.

BRAÇO DIREITO/ BRAÇO ESQUERDO: focaliza apenas a técnica em um dos

braços, sendo mais fácil para o nadador corrigir a técnica distinta.

PERNADA TESOURA: Pernada de tração. Tecnicamente fácil de executar, e

muito eficiente no reboque de vítimas sem nadadeiras.

PERNADA ALTERNADA (POLO): Pernada de sustentação. Muito eficiente

para se sustentar na superfície sem o auxilio dos braços. Esta técnica aumenta

o tempo de flutuabilidade do nadador. Sendo possível segurar mais de uma

vitima na água com eficácia.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 6

RELAÇÕES HUMANAS E CONSCIENTIZAÇÃO TURÍSTICA

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Reconhecer a importância da imagem do serviço de Guarda-vidas para o

Corpo de Bombeiros Militar e para a sociedade.

2. Citar cinco características desejadas e esperadas do perfil profissional e

pessoal do Guarda-vidas.

3. Descrever as fases da atuação do Corpo de Bombeiros Militar no serviço de

Guarda-vidas.

4. Citar cinco elementos que podem auxiliar na comunicação ou prejudicá-la.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Relações Humanas e Consciência Turística

ABORDAGEM AO PÚBLICO

Para se compreender a motivação humana, o primeiro passo é

conhecimento do que provaca e dinamiza tal fenômeno. A motivação existe

dentro das pessoas e se dinamiza através das necessidades humanas.

Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser

chamadas de desejos, aspirações e objetivos individuais ou motivos. As

necessidades humanas ou motivos são forças internas que impulsionam e

influenciam cada pessoa, determinando seus pensamentos e direcionando o

seu comportamento, frente às diversas situações da vida. São fatores que

formam a personalidade, pelos traços biológicos e psicológicos, pelas

características adquiridas através da experiência pessoal da sua

aprendizagem.

Apesar das diferenças individuais, que regem o comportamento das

pessoas, certas necessidades são basicamente semelhantes quanto à maneira

pela qual as pessoas organizam seus comportamentos para obter satisfação.

Para o autor Maslow, as necessidades humanas estão arranjadas em

uma pirâmide de importância e de influência do comportamento humano.

Necessidades Fisiológicas: são necessidades físicas ou impulsos

básicos de sobrevivência, como as necessidades de alimentação (fome ou

sede), de sono e repouso (cansaço), abrigo (frio ou calor). Denominadas

biológicas ou básicas, que orientam a vida humana desde o momento do

nascimento.

Necessidades de Segurança: é o segundo nível das necessidades

humanas. Levam as pessoas a terem necessidades de sentirem-se seguros,

livre de ameaças, a protegerem-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico

ou abstrato. A fuga do perigo, o desejo de estabilidade. As necessidades de

segurança têm grande importância, uma vez que as pessoas têm uma relação

de dependência com o meio em questão.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Necessidades Sociais: são as necessidades relacionadas com a vida

associativa do indivíduo com outras pessoas. São as necessidades de

associação de participação, de aceitação por parte dos colegas, de troca de

amizade, de afeto e amor. Surgem no comportamento quando as necessidades

mais baixas (fisiológicas e de segurança), se encontram relativamente

satisfeitas.

Necessidades de Estima: são as necessidades relacionadas com

maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com auto-avaliação e a

auto-estima. Envolvem a auto-apreciação, a auto-confiança, necessidade de

aprovação social e de reconhecimento de status, prestígio e de consideração.

A satisfação dessas necessidades conduz o sentimento de auto-confiança,

necessidade de aprovação social e de reconhecimento de status, prestígio e de

consideração. A satisfação dessas necessidades conduz o sentimento de auto-

confiança de valor, força, prestígio, poder, capacidade, utilidade e

independência.

Necessidades de Realização: São as necessidades que levam cada

indivíduo a realizar o seu próprio potencial e de se desenvolver continuamente

ao longo da vida. Estão relacionadas com a plena realização daquilo que cada

pessoa tem de potencial e de virtual, chegando ao ápice do seu ser.

Quem trabalha diretamente com o público, é preciso buscá-lo como seu

parceiro. O compromisso de servir a sociedade está interligado com a

disposição de cada um em dar o melhor de si. No entanto, não é somente

agindo de boa fé que o Corpo de Bombeiros será bem quisto. É necessário que

todos tenham uma boa cordialidade, precisando gozar de uma auto-estima,

não deixando ser influenciado por outras dificuldades (como por exemplo

problemas pessoais), mantendo, sempre um bom relacionamento com o

público e com os demais colegas.

Imagem.....

A imagem é um fator determinante para a aquisição de um produto, de

um destino. A imagem é vista como um conceito abstrato, que incorpora a

influência de uma promoção veiculada no passado, a reputação do

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

produto/marca e a prescrição de uma avaliação das alternativas. A imagem

conota as expectativas das pessoas potenciais. No entanto, no turismo, a

imagem é igualada a um jogo de expectativas sobre um lugar ou uma atividade

existente, que procede a visita de um determinado local turístico. A imagem

retrata o futuro da localidade.

“Por opinião, entende-se que é a imagem que as pessoas têm de alguma

coisa”. Ela resulta de todas as experiências, impressões e posições

apresentadas em relação a alguma coisa. No entanto ela pode ser alterada, por

isso, se faz necessário que cada integrante desta corporação fique atento com

a abordagem, com a conduta diante das pessoas. Mesmo que tenha sido

somente com uma pessoa, o fato de tratá-la mal pode passar adiante,

contando o seu caso para outras pessoas, e outras, assim denegrindo a

imagem de uma equipe toda, e da própria destinação turística.

Qualquer um de nós, normalmente, se apresenta no mundo em

dimensões.

Na corporação:

Como indivíduo: deseja-se que cada um cuide de seu corpo (pratica

esportes, tenha uma vida saudável, ...)e de sua mente (tenha valores na vida,

...), seja positivo, tenha alto astral, acredite na sua potencialidade, seja um

vencedor.

Com pessoas...

Como membro de uma equipe de trabalho: espera que seja uma pessoa

eficiente, que busque constantemente o aprimoramento profissional, amigo de

seus companheiros, responsável dedicado, ...

Vistos como profissionais, porque a Sociedade precisa de vocês.

Como membro de uma família: na sua profissão, encontra-se a sua

segunda família.

Como membro de uma sociedade: ver o integrante desta corporação,

como um reflexo da mesma, seja aonde estiver.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Importante para o dia a dia...

- Público: entender e atender suas necessidades com a procura

da excelência;

- Recursos Humanos: incentivar e valorizar o trabalho de todos os

colegas, a qualificação e o crescimento profissional e pessoal;

- Qualidade: buscar o aperfeiçoamento constante nos serviços

prestados, nos processos de trabalho e nas relações profissionais;

- Ética: atuar com elevado padrão de conduta, agindo com

honestidade, justiça, dignidade e respeito, preservando a imagem

do grupo;

- Responsabilidade Social: ser útil à comunidade, com ela

interagindo, respeitando e facilitando a melhor convivência social.

Normas e características desejadas e esperadas do perfil

profissional e pessoal...

- Flexibilidade: deve ser flexível, o que significa estar aberto para

qualquer tipo de inovação, ou problemas e surpresas. Devem

procurar respostas rápidas, preocupando-se com questões

imediatas.

- Versatilidade: além de suas funções habituais, não pode limitar-

se apenas a sua função “o de salvar vidas”, lembre-se que você é

um profissional a serviço da comunidade, atendendo-lhes em

qualquer situação.

- Criatividade: seja um profissional que usa a criatividade.

Encontre soluções para velhos e/ou novos problemas. Ser criativo

nada mais é do que romper barreiras do hábito e buscar novas

alternativas. Assumir riscos de forma calculada.

- Princípio de moral: você deve ser extremamente sensível aos

padrões éticos e à moral.

- Liderança: espírito de liderança é fundamental ao profissional

que tem que exercê-la com freqüência, tendo em vista as rápidas

mudanças do cenário.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

- Apresentação pessoal: outro aspecto que destaca-se é a sua

apresentação pessoal e a sua postura, pois isso afeta a imagem

perante a outras pessoas.

- Tomada de decisão: é fundamental a habilidade de tomar

decisões, por mais simples que sejam, sobretudo no contato direto

com o público.

- Eficiência e eficácia: uma pessoa eficiente é aquela que

consegue resultados à altura dos insumos usados para atingir

resultados. Já na eficácia, é capacidade de escolher objetivos

aprimorados. Uma pessoa eficaz é aquela que escolhe as coisas

certas a serem feitas.

- Comunicação: é muito importante saber se expressar com muita

clareza, o que exige um bom poder de comunicação, tanto dentro

do trabalho ou fora dele.

- Trabalho em equipe: é fundamental a habilidade de trabalhar

com equipe de pessoas. O relacionamento cordial com os demais

membros, a participação ativa nas execuções das tarefas, na

atuação firme, são requisitos mais importantes para o sucesso do

trabalho em grupo.

- Equilíbrio físico e emocional: trabalhar diretamente com o

público geralmente causa estresse. Você deve reduzi-los a níveis

controláveis, mantendo sempre sua integridade emocional e física.

A Atuação Pública do Corpo de Bombeiros ...

O Corpo de bombeiro trabalha com três fases. São elas:

1ª Fase: Pré-incidente: esta fase enquadra-se a atuação de forma

preventiva, onde há possibilidades do trabalho ter resultados cem por cento

positivos.

2ª Fase: Incidente: aqui é quando ocorre o incidente propriamente dito.

As chances de obter resultados inteiramente positivos, já não são de cem por

cento, pois trata-se de salvar uma vida que passou por algum ocorrido. Aqui,

temos que analisar os danos.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

3ª Fase: Pós-incidente: a avaliação dos resultados da atuação da

corporação, positivo ou não. Tem-se a possibilidade de aprendizado.

Em cada uma dessas fases a atuação, a abordagem diferencia-se. No

entanto, a fase mais importante para a atuação é quando está se

“PREVENINDO”, mas vocês podem se perguntar o por quê? Se a função que

lhes compete é a de salvar as vidas dos cidadãos.

Porquê o resultado pode ser 100% positivo. É aonde você tem 100% de

chances de salvar vidas.

A comunicação....

Comunicação é, em síntese, a relação estabelecidas pela transmissão de

estímulos e pelas respostas provocadas. O processo voluntário se dá quando a

mensagem é transmitida de maneira consciente de uma pessoa para outra.

Por exemplo: Pedro dá “Bom Dia” a Paulo, um colega de trabalho. Mas

como não gosta de Paulo, Pedro, ao mesmo tempo, sorri com ironia, sem se

dar conta disso. Neste caso a mensagem “lhe desejo um bom dia” (valor

positivo) é suplantada pela mensagem “não gosto de você” (valor negativo).

Sendo esta a mensagem que Paulo recebe.

Comunicar é, portanto, o ato de tornar comum uma mensagem por meio

de códigos verbais (com a fala) e/ou não verbais (com gestos ou expressões

físicas/faciais).

Para quem trabalha diretamente com o público, torna-se essencial a

comunicação clara e de forma objetiva.

Alguns elementos que podem auxiliar na comunicação ou

prejudicá-la....

Codificação: equivale a reunir ou transformar, num código conhecido a

intenção da comunicação, ou, em outras palavras, a elaborar um sistema de

signos. Geralmente usado para simplificar uma mensagem.

Decodificação: é decifrar uma mensagem, uma operação que depende

do repertório de cada pessoa. Há a linguagem infantil, a erudita, a visual, etc.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

muitos grupos sociais ou categorias profissionais acabam desenvolvendo

formas de linguagem próprias, inacessíveis às demais pessoas, como a gíria.

Exemplo: Imagine um surfista, abordar um empresário formal: Aloah! O

mar tá “Crowded” – pode ser uma simpática observação de um surfista para

outro. Porém o leigo realmente não irá entender o que o surfista quis dizer: “Oi!

O mar está cheio de gente, está animado!”.

Feedback: é outro elemento importante da comunicação. É o retorno, a

resposta, correspondente à informação que o emissor consegue obter e pela

qual sabe se sua mensagem foi captada pelo receptor. Pode vir através de

terceiros, em comentários, como por exemplo, o respaldo em que a mídia deu

a tal caso.

Linguagem verbal: esta utiliza-se de palavras. No processo de

comunicação, muito da linguagem não verbal, também tem importância para a

transmissão da mensagem. Mas no que se refere ao estritamente verbal, as

dificuldades de entendimento ocorrem principalmente porque as palavras têm

inúmeros significados.

Comunicação não-verbal: as pessoas não se comunicam apenas por

palavras. Na verdade movimentos faciais, corporais, gestos, olhares,

apresentação e mesmo a entonação da voz também “falam”. Estes elementos

podem variar muito de cultura para a cultura.

Norma Social: tem funções específicas de regular e encandear a

interação social. Como por exemplo, aperto de mão, abraços, acenos, etc.

ELEMENTOS NÃO VERBAIS

Expressão facial: não é tarefa fácil de se avaliar as emoções de alguém

apenas a partir de sua expressão fisionômica. Só se pode tentar uma avaliação

quando há grandes discrepâncias entre diferentes sinais. Como por exemplo,

um rosto aparentemente tranqüilo, mas com lábios apertados e pálidos,

costuma indicar raiva, irritação contida.

Movimento dos olhos: movimento desempenha um papel importante na

comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido pelo observador como prova

de interesse. Mas em outro contexto, pode significar ameaça, provocação.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Trejeitos e movimentos com a cabeça: os movimentos com a cabeça

tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens. Se a pessoa estiver

entendendo a mensagem, ela pode expressar isto movendo a cabeça para

cima e para baixo.

Postura e movimento de corpo: movimentos corporais tendem a

fornecer pistas mais seguras do que as expressões faciais, onde comunica

atitudes concernentes a situação.

Aparência: normalmente, a aparência de uma pessoa reflete o tipo de

imagem que gostaria de passar. Por meio de vestuário, penteado, postura,

gestos, modo de falar, etc.

E outros componentes como os componentes não-verbais, que enquadra-

se a entonação da voz, as características emocionais.

Saber Escutar e Ouvir...

Para o processo de comunicação, é necessário que as pessoas entrem

num consenso, que se compreendam mutuamente. É preciso que haja um

equilíbrio entre a quantidade de informação dada e a quantidade de informação

recebida.

Conseguindo escutar:

Tem que querer escutar

Impedir que ruídos externos ou internos distorçam a mensagem

Prestar a atenção

Ser flexível

Resistir a distrações

Deixar de lado preconceito e preferências

Demonstrar respeito e aceitação

Barreiras a uma Comunicação Eficaz...

Dificuldades de expressão

Timidez/medo de se expressar

Falta de carisma (não consegue prender a atenção)

Suposições

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Excesso de intermediários

Sentimentos

Diferenças de percepção

Hostilidade

Status

Entre outros.

Diferenças individuais...

Cada ser humano é único e distinto. Desde o seu nascimento, possui

características próprias, que, com o passar dos anos, se desenvolvem e se

acentuam, num processo acumulativo de experiências vividas. Por isso, cada

ser humano tem uma personalidade única e exclusiva.

Personalidade: é o conjunto de características que definem uma pessoa e

igual só a ela mesma. São características biológicas, psíquicas e sociais.

Causadores das Diferentes Individuais...

Constituição física (sexo, acuidade sensorial – diferentes

capacidades de utilizar dos seis sentidos: tato, audição, etc.

Traços psicológicos: inteligência, aptidões, emoções.

Experiências vividas

Grupo social e nível cultural a que pertence.

Interesses e motivações pessoais.

Comportamento – pode ajudar ou atrapalhar uma pessoa.

Paciência + compreensão = profissionalismo.

Exercício – Traçando o perfil do público

1 – O que é segurança na praia?

2 – Quem é o público?

3 – São todos vítimas potenciais?

4 – Quais as características deste público?

5 – Como previni-los?

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Quem é o turista?

Certamente é um viajante, um passageiro, imprevisível, e sobretudo um

desconhecido. Varia personalidade, maneira de viver, principalmente, nas

razões que o trouxeram.

Ele tem várias expectativas, desejos e busca todas as regalias, serviços e

pessoal treinado a sua disposição, principalmente em se tratando da prestação

de serviços, tanto privado como público.

Suas características:

São pessoas que ficam por um curto período de tempo;

Estão a procura do lazer, do repouso, apreciação da natureza,

exercitar-se, procuram o turismo ecológico, religioso, de compras,

negócios, de saúde, etc.);

Estão livres das obrigações diárias de sua vida cotidiana;

Viajam sozinhos, família, ou grupos;

Procuram por qualidade de vida;

Pela diversão (como destinos de sol/praia, “busca do verde”, vida

noturna, compras, gastronomia, etc.)

Procuram por destinos que ofereçam segurança;

Alguns refugiam-se dos grandes tumultos dos grandes

aglomerados urbanos;

Não estão acostumados com a “cultura turística” (em relação ao

comportamento de forma alienada, a preservação do meio

ambiente, etc.);

Não gostam de ser interferidos;

Procuram certos destinos pelas drogas, pelas bebidas, pelo sexo;

Possuem aspectos diferenciais sócio-econômicos (renda, idade,

educação, etc.)

Entre outros, ...

Suas expectativas...

Ver tudo funcionando a tempo e a hora, tudo perfeitamente bem;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Receber das pessoas que trabalham diretamente com o público um

tratamento cortês, educado, atento, atencioso, interessado em

satisfazer seus desejos e necessidades;

Ter confiança nos profissionais que o atendem;

Não querem ser interferidos.

No entanto estes “turistas” estão sujeitos a situações de risco:

Encontram-se mais expostos às situações de risco envolvendo sua

nacionalidade, religião, grupo étnico;

Estão num destino do qual não conhecem a cultura, talvez o

idioma;

São alvos muito atraentes (carregam dinheiros, câmeras, etc.)

Envolvem-se em comportamentos de riscos (nadar em lugares

proibido, não respeitar as sinalizações de alerta, usam drogas,

consomem bebidas alcoólicas, etc.)

Não estão familiarizados com a língua/dialetos e os costumes;

Não tem a sua disposição grupos de suporte local;

Muitas vezes visto pela comunidade local como agressoras das

suas culturas e insensíveis às normas e costumes locais;

Trazem consigo noções de segurança e do papel das autoridades

de segurança baseadas nas suas experiências no local de

origem/residência.

Na 2ª fase – no incidente...

Exercício – Traçando o perfil do público

1. Quem são as vítimas? Infantil, jovens, adultos...

2. Quem são as pessoas que estão presentes junto à vítima?

(cenário) – familiares, curiosos, colegas, mídia...

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Na 3ª fase...

1. Para onde foi a vítima?

2. O que aconteceu com ela? Como? Quando?

3. Quem era a vítima? Da onde?

Aqui é que vem a importância do preenchimento do questionário.

Tentou-se traçar uma tipologia do perfil do público que vocês tem o

contato diariamente. Não pretendeu-se limitar aqui, a tipologia dos indivíduos,

ou de situações. O que pretendeu-se, foi mostrá-los que existe a possibilidade

de abordar e prevenir os diversos públicos.

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Lição 07

RECUPERAÇÃO DE AFOGADOS

OBJETIVOS:

Ao final desta lição os participantes serão capazes de:

1. Proceder a avaliação inicial de um paciente vítima de afogamento;

2. Citar os seis graus de classificação de afogados, segundo o apresentado

no manual;

3. Citar os procedimentos pré-hospitalares para cada grau da classificação

de afogados;

4. Enumerar as demais lesões provocadas pelo calor, que podem ocorrer

em um ambiente praial e os acidentes com seres marinhos.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

RECUPERAÇÃO DE AFOGADOS

AVALIAÇÃO DO PACIENTE

Numa situação de urgência/emergência, a vítima não poderá receber os

cuidados adequados se seus problemas não forem corretamente identificados.

Portanto, a avaliação do paciente deverá ser realizada pelos guarda-vidas para

identificar possíveis lesões (traumas) e doenças (emergências médicas) ou

ambas.

AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

O processo de avaliação geral do paciente divide-se cinco fases distintas,

a saber:

Avaliação/ Dimensionamento da cena; Avaliação inicial; Avaliação Dirigida; Avaliação física detalhada (opcional); e Avaliação ou assistência continuada.

1. AVALIAÇÃO/DIMENSIONAMENTO DA CENA

Todo atendimento deverá iniciar-se pelo dimensionamento (avaliação) da

cena da emergência. Esta rápida avaliação do cenário da emergência inclui:

1. A revisão das informações iniciais;

2. A adoção de medidas de proteção pessoal (precauções

universais);

3. A verificação das condições de segurança:

4. Segurança pessoal;

5. Segurança da vítima;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

6. Segurança de terceiros (familiares, testemunhas e curiosos);

7. A verificação do número de vítimas e da necessidade do

acionamento de recursos adicionais.

2. AVALIAÇÃO INICIAL

A avaliação inicial da vítima é o próximo passo do guarda-vidas após a

avaliação do local da ocorrência. Podemos conceituá-la como sendo um

processo ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que

ameacem a vida em curto prazo no momento da abordagem da vítima, mesmo

dentro d`água.

A avaliação inicial deve ser executada na seguinte seqüência: 1. Forme uma impressão geral da vítima; 2. Avalie o nível de consciência (status mental - Escala AVDI); 3. Avalie a permeabilidade das vias aéreas e a coluna cervical; 4. Avalie a respiração; 5. Avalie a circulação (presença de pulso carotídeo palpável e hemorragias

graves); 6. Decida a prioridade para o transporte do paciente (Escala CIPE).

APRESENTAÇÃO DO GUARDA-VIDAS

Diga seu nome;

Identifique-se como guarda-vidas tecnicamente habilitado para ajudar;

Pergunte à vítima se você pode ajudá-la.

Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de importância, são:

- Vias aéreas ( A ) - Respiração ( B ) - Circulação ( C )

AFOGAMENTO

É grande a confusão da definição do termo afogamento na língua

inglesa. O uso do termo “near-drowning” traduzido como “quase-afogamento” é

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ainda hoje erradamente utilizado e significam afogados que não falecem até 24

h após o incidente e o termo “drowning” as vítimas que falecem em até 24 h.

Esta nomenclatura subestima o número total de óbitos por afogamento nos

países da língua Inglesa resultando em um grande erro no perfil

epidemiológico. Vários autores demonstraram sua preocupação quanto a esta

definição imprecisa em uso, mostrando que ela esta em desacordo com os

parâmetros prognósticos internacionais definidos em “Utstein-style” (1996). Em

Agosto de 2000, com a edição dos novos “Guidelines” da “American Heart

Association” aprovados pelo ILCOR, e com a realização do Congresso Mundial

de Afogamento em 2002 realizado na Holanda, o termo quase-afogamento caiu

definitivamente em desuso. A nova definição de afogamento é apresentada

logo abaixo. Esta informação ajuda no diagnóstico e na terapia corretos.

Afogamento (Drowning): aspiração de liquido não corporal por

submersão ou imersão.

Resgate: Pessoa resgatada da água sem sinais de aspiração líquida.

Já Cadáver: morte por afogamento sem chances de iniciar

ressuscitação, comprovada por tempo de submersão maior que 1 hora ou

sinais evidentes de morte a mais de 1 hora (rigidez cadavérica, livores, ou

decomposição corporal).

MECANISMO DA LESÃO

Nos acidentes por submersão, independentemente da causa, o fator

principal que leva o indivíduo à morte é a hipóxia. Lembrar sempre que o

indivíduo quase afogado pode ter outras lesões associadas, como fraturas e

ferimentos. Inicialmente, a vítima em contato com a água prende

voluntariamente a respiração e faz movimentos de todo o corpo, tentando

desesperadamente nadar ou agarrar-se a alguma coisa. Nessa fase, pode

haver aspiração de pequena quantidade de água que, em contato com a

laringe, por reflexo parassimpático, promove constrição das vias aéreas

superiores e, em 10 a 15% dos casos, produzem laringoespasmo tão severo,

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

que impede a entrada de ar e água na árvore respiratória, até que a vítima seja

resgatada ou perca a consciência e morra.

Se não ocorrer o salvamento até essa fase, a vítima que prender a

respiração atingirá seu limite e fará movimentos respiratórios involuntários,

aspirando grande quantidade de água. Essa entrada de grande quantidade de

água nos pulmões piora a constrição das vias aéreas e haverá perda do

surfactante (que mantém os alvéolos abertos) e alteração na permeabilidade

dos capilares pulmonares, com extravasamento de líquidos para os alvéolos e

espaço intersticial (edema pulmonar). Esses fatos levam à diminuição da

capacidade de expansão pulmonar, além de impedir a troca gasosa normal.

Após essas fases iniciais, enquanto a quantidade de água aspirada não seja

muito grande, na fase de descompensação, os movimentos diafragmáticos

involuntários aumentam a aspiração de líquidos e os movimentos de

deglutição, com vômitos na seqüência. Ocorre inundação total dos pulmões

com perda de consciência, apnéia e conseqüente morte.

As complicações tardias dos indivíduos que sobrevivem ao episódio de

submersão são aquelas decorrentes da aspiração de água (edema pulmonar,

infecções graves), que levam a vítima à morte. Nos acidentes em água doce ou

salgada, as alterações pulmonares nos indivíduos que sobrevivem são

praticamente iguais, ou seja, a presença da água doce ou salgada nos pulmões

leva a alterações que causam a hipóxia.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

CAUSAS DE AFOGAMENTO

Afogamento Primário – É o tipo mais comum, não apresentando em seu mecanismo nenhum fator incidental ou patológico que possa ter desencadeado o acidente. Afogamento Secundário – É a denominação utilizada para o afogamento causado por patologia ou incidente associado que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento, como exemplo: Uso de Drogas (36.2%) (quase sempre por álcool), crise convulsiva (18.1%), traumas (16.3%), doenças cardiopulmonares (14.1%), mergulho livre ou autônomo (3.7%), e outros (homicídio, suicídio, lipotimias, cãibras, hidrocussão) (11.6%). O uso do álcool é considerado como o fator mais importante na causa de afogamento secundário

CLASSIFICAÇÃO DE AFOGADOS

GRAU 1 – TOSSE SEM ESPUMA NA BOCA OU NARIZ Procedimentos: 1. Repouso, aquecimento, e tranqüilização. Usualmente não há necessidade de oxigênio ou atendimento médico GRAU 2 – POUCA ESPUMA NA BOCA/NARIZ Procedimentos: 1. Oxigênio - 5 litros/min via máscara facial. 2. Repouso, aquecimento, e tranqüilização. 3. Posição lateral de segurança sob o lado direito. 4. Observação hospitalar por 6 a 48 h. GRAU 3 - GRANDE QUANTIDADE de ESPUMA na BOCA/NARIZ COM PULSO RADIAL PALPÁVEL Procedimentos: 1. Oxigênio via máscara facial a 15 litros/min. 2. Posição lateral de segurança sob o lado direito com a cabeça elevada acima

do tronco. 3. Acione a ambulância para levar ao hospital (CTI).

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GRAU 4 - GRANDE QUANTIDADE de ESPUMA na BOCA/NARIZ SEM PULSO RADIAL PALPÁVEL Procedimentos: 1. Oxigênio via máscara facial a 15 litros/min. 2. Observe a respiração com atenção, pois pode ocorrer parada. 3. Posição lateral de segurança sob o lado direito. 4. Ambulância urgente para melhor ventilação e infusão venosa de líquidos. 5. Internação em hospital - CTI com urgência. GRAU 5 - PARADA RESPIRATÓRIA ISOLADA Procedimentos: 1. Inicie imediatamente a ventilação artificial de emergência 2. Mantenha a ventilação artificial de 12 a 20 MRPM com oferta de O2 a uma

dosagem de 15 LPM até retorno espontâneo da respiração. Cheque o pulso regularmente.

3. Após retorno da ventilação trate como Grau 4 GRAU 6 - PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA Procedimentos: 1. Ressuscitação Cárdio-Pulmonar – manobras preconizadas pela AHA, até

retornar a função cárdio-pulmonar, chegar uma ambulância ou a exaustão do guarda-vidas.

2. Use o desfibrilador automático se houver. 3. Não dar soco no precórdio – sem efetividade comprovada. 4. Não comprimir o abdome – facilita a ocorrência de vômitos 5. A RCP deve ser mantida com temperatura Corporal acima de 34º C. 6. Inicie a RCP sempre quando: submersão menor que 1 hora ou desconhecido

e em PCR sem rigidez cadavérica; decomposição corporal ou livores. 7. Após o sucesso da RCP, a vítima deve ser acompanhada com cuidado pois

pode haver outra parada dentro dos primeiros 30 minutos, trate como Grau 4.

EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS - LESÕES PROVOCADAS PELO CALOR 1. CÃIBRAS PELO CALOR: Sinais e sintomas:

Cãibras musculares severas, usualmente nas pernas e abdome;

Cansaço físico;

Tontura e, às vezes, desmaio. Tratamento pré-hospitalar: 1. ______________________________________; 2. ______________________________________; 3. Massagear os músculos com cãibras ou aplicar simples pressão sobre eles.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Aplicar toalhas úmidas sobre os músculos mais doloridos provoca alívio extra. GOLPE DE CALOR (INSOLAÇÃO)

O golpe de calor é uma doença que pode pôr a vida em perigo, que deriva de uma prolongada exposição ao calor e na qual uma pessoa não pode suar o suficiente para fazer descer a sua temperatura corporal. O golpe de calor pode provocar alterações permanentes ou a morte se não for tratado de imediato. Uma temperatura de 41ºC é muito grave e uma temperatura de apenas 1ºC a mais costuma ser mortal. Rapidamente poderá verificar-se uma lesão permanente nos órgãos internos, como o cérebro, chegando muitas vezes a ser fatal. Os idosos e os que sofrem de uma doença debilitante, incluindo os alcoólicos, tendem a ser os mais prejudicados. Geralmente, o diagnóstico de golpe de calor baseia-se nos sintomas

Sinais e Sintomas:

● Cefaléia;

● ________________________;

● ______________________;

● Pele quente, avermelhada e geralmente seca;

● Taquicardia;

● _________________;

● ________________;

● ________________;

● Sede;

● _________________;

● Ansiedade;

● Parestesia.

Tratamento Pré-Hospitalar: 1. Esfriar rapidamente a vítima. Retirá-la do local, remover as roupas, aplicar toalhas molhadas sobre a vítima. Devemos normalizar a temperatura para evitar que suas células cerebrais morram.

2. Solução de reidratação oral, com 1 a 2 litros em 2 a 4hs se estiver consciente; 3. Aplicar bolsas de gelo sob as axilas, nos pulsos e atrás dos joelhos e também próximos aos lados do pescoço;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

4. Se possível, providenciar a imersão da vítima em uma banheira d’água e esfriar a água com gelo; 5. Transporte imediato para ambiente hospitalar.

SÍNDROME DE IMERSÃO

Seu nome correto é "hidrocussão" ou Síndrome de Imersão (Immersion syndrome). É um acidente provocado pela súbita exposição à água com uma temperatura 5º C abaixo da corporal. Pode ocorrer, portanto em temperaturas da água tão "quentes" quanto 31º C, freqüentemente presente em nosso litoral ou em piscinas, ou até mesmo em um banho de chuveiro. Quanto maior a diferença de temperatura, e mais súbita a exposição, maior a possibilidade de sua ocorrência. Este súbito contato com a água mais fria que o nosso corpo estimula uma parte do sistema autônomo (vagal) produzindo então uma arritmia cardíaca ou na pior das hipóteses a parada cardiorrespiratória (PCR). A arritmia cardíaca reduz a capacidade do coração em bombear sangue produzindo então a queda súbita da pressão arterial e a conseqüente perda da consciência. Como estas situações ocorrem geralmente dentro da água, o afogamento é a conseqüência imediata deste acidente, e a morte é o resultado final, caso esta vítima não seja imediatamente socorrida.

O "choque térmico" pode ser reduzido ou evitado se molharmos a face e a cabeça antes de mergulhar. QUEIMADURAS POR ÁGUAS- VIVAS OU CARAVELAS

As águas-vivas e caravelas são muito comuns em nossas praias por preferirem as águas com fundo arenoso. Sua maior incidência, em nosso litoral, ocorre no verão, e principalmente durante as tempestades e ressacas quando podem atingir algumas praias em grande número. Geralmente, flutuam calmamente na superfície e apesar de se deslocarem ,estão em grande parte, à mercê das correntes e ondas. Para capturar seu alimento, elas inoculam sua peçonha através dos nematocistos. Cada nematocisto possui uma pequena cápsula arredondada contendo a peçonha, e uma ponta que é projetada para fora ao entrar em contato com a vítima. Cada água viva possui milhares de nematocistos prontos para serem disparados ao entrar em contato com a pele humana. Sinais e Sintomas:

– Os mais comuns são as urticárias e queimaduras locais dolorosas que podem durar de 30 minutos a 24 horas;

– Nos casos mais graves, podem ocorrer dor de cabeça, mal-estar, náuseas, vômitos, câimbras, e outros que vão desde a dificuldade respiratória até as arritmias cardíacas, paralisia, delírio e convulsão

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

– A morte é rara mas pode ocorrer por insuficiência respiratória ou choque, provocado por efeito da intoxicação ou de anafilaxia

Tratamento pré-hospitalar: 1. Não permitir que a vítima coce o local; 2. Se possível remover cuidadosamente os tentáculos aderidos, e NUNCA esfregar a região atingida pois aumenta o rompimento dos nematocistos; 3. Lavar abundantemente a região atingida com a água do mar para remover ao máximo os nematocistos e os tentáculos aderidos à pele. Não utilize água doce, pois ela pode romper (por osmose) os nematocistos que ainda não descarregaram sua peçonha; 4. Lavar a região, sem esfregar, com ácido acético a 5% (vinagre) por cerca de 5 a 10 minutos e alternar com água do mar por 2 a 3 vezes. O vinagre desativa os nematocistos ainda íntegros e neutraliza a peçonha, mas não tem ação sobre a dor; 5. Caso a dor continue, use compressas geladas no local; 6. Havendo reação alérgica ou inflamatória importante a vítima deverá ser conduzida para atendimento médico.

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AFOGAMENTO - CLASSIFICAÇÃO e TRATAMENTO - BLS Baseado na avaliação de 1.831 casos - CHEST -

Set. 1997

Grau 4 (19.4%) Grau 3 (5.2%)

Sinais de Circulação Presente ?

(Reação a ventilação ou

movimentos)

SimNão

Grau 6 (93%)

Grau 5 (44%)

Sim

Cheque tosse e

espuma

na boca e nariz

Grau 1(0.0%)

PEQUENA

QUANTIDADE DE ESPUMA

NA BOCA/NARIZ

Grau 2 (0.6%)

GRANDE QUANTIDADE DE

ESPUMA NA BOCA/NARIZ

PULSO RADIAL PALPÁVEL

?

Sim TOSSE, SEM

ESPUMA NA

BOCA/NARIZ

Não

Algoritmo 2: A manobra de Heimlich só esta indicada em forte suspeita de obstrução de vias aéreas por corpo estranho; Não existe diferença no tratamento entre afogamentos de água doce

e mar.(*) A ventilação ainda dentro da água no grau 5 reduz a mortalidade em quase 50%; Ao lado do grau de afogamento a mortalidade em percentual (%).; PCR (Parada Cárdio-pulmonar);Referencias com o autor <[email protected]> <www.szpilman.com>

Faça 2 ventilações boca-a-

boca e cheque sinais de

circulação

Inicie a RCP completa

com 15 compressões e

alterne com 2 ventilações

até retornar a função

cardio-pulmonar, ou a

chegada da ambulância

ou a exaustão do guarda-

vidas. Após o sucesso da

RCP, acompanhe com

cuidado pois pode haver

outra parada dentro dos

primeiros 30 minutos.

Continue o boca-

a-boca de 12 a

20 p/min até o

retorno da

respiração

norma

Cheque a resposta da vítimaSem resposta respondeu

RESPIRAÇÃO PRESENTE

?ausente Resgate(0.0

%)Avalie e

libere do

próprio local

do acidente

sem

tratamento

1. Repouso,

aquecimento e

tranqüilização

da vítima. 2.

Usualmente

não há

necessidade

de oxigênio ou

atendimento

médico

1. Oxigênio -

5 litros/min

via cânula

nasal. 2.

Repouso,

aquecimento

e

tranqüilização

da vítima. 3.

Observação

no hospital

por 6 a 48

horas.

Não

1. Oxigênio via

máscara facial a 15

litros/min. 2. Posição

lateral de segurança

sob o lado direito

com a cabeça

elevada acima do

tronco. 3. Acione a

ambulância para

levar ao hospital

(CTI).

1. Oxigênio via máscara

facial a 15 litros/min. 2.

Observe a respiração com

atenção, pois pode ocorrer

parada. 3. Posição lateral

de segurança sob o lado

direito. 4. Ambulância

urgente para melhor

ventilação e infusão

venosa de líquidos. 5.

Internação no CTI com

urgência.

Após retorno da respiração e do pulso trate como grau 4

Cuidado ao abrir as vias

aéreas, se houver suspeita

de trauma da coluna

cervical(1%) - use técnicas

especiais.

Hospitalização

Cheque a respiração - Abra as vias aéreas - veja, sinta e ouça a respiração

Cheque a resposta da vítima ainda dentro da águaVítima consciente: resgate até a praia ou borda da piscina sem outro procedimento; Vítima inconsciente - Água rasa: abra as vias aéreas, cheque a respiração, e inicie o boca-a-boca se necessário e resgate até área seca.

Água funda: Use sempre equipamento quando com 1 guarda-vidas. Coloque a face da vítima para fora da água e abra as vias aéreas. Se não houver respiração, inicie a ventilação boca-a-boca imediatamente de 12 a 20/min

até alcançar área seca(*). Não cheque sinais de circulação dentro da água, somente se a distancia à área seca for longe ou se chegar em água rasa. Se não houver circulação não inicie as compressões dentro da água, resgate

o mais rápido possível para área seca sem outros procedimentos.

Em área seca - cabeça da vítima no mesmo nível do tronco (em praias inclinadas na posição paralela a água)Não perca tempo tentando retirar água do pulmão. A posição da cabeça mais baixa que o tronco aumenta a ocorrência de vômitos e regurgitação, retardando o início da ventilação e oxigenação, prejudicando a vítima. Em

praias inclinadas coloque a vítima inicialmente paralela a linha da água com o ventre para cima. O guarda-vidas deve ficar neste momento de costas para o mar com a cabeça da vítima voltada para o seu lado esquerdo

facilitando as manobras de PCR sem queda sobre a vítima e a posterior colocação da vítima viva em posição lateral de segurança sob o lado direito, quando então o guarda-vidas fica de frente para o mar aguardando o

socorro médico chegar.

Transporte da água para área seca com a cabeça da vítima acima do tronco (exceto em casos de hipotermia severa) com vias aéreas desobstruídas

Suporte Básico de Vida

Szpilman 2001

Tempo de submersão > 1 h, ou

Rigidez cadavérica, decomposição

corporal e/ou livores.

SimNão

Cadáver

Não Inicie

RCP,

acione

IML

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 8

SALVAMENTO AQUÁTICO

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de:

1) Relacionar a importância do serviço de salvamento aquático;

2) Citar pelo menos três missões que o guarda-vidas deve executar

quando de serviço;

3) Citar as fases do salvamento aquático;

4) Executar as técnicas adequadas para desvencilhar-se de uma vítima

que durante a abordagem o agarrou;

5) Executar com precisão salvamentos com a utilização de life belt e

prancha de salvamento.

6) Citar os tipos de reboque de vítima mais comuns praticados pelos

guarda-vidas

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

SALVAMENTO AQUÁTICO

2. IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE DE SALVAMENTO AQUÁTICO

O guarda-vidas não está nas praias somente para salvar vidas, mas

principalmente para guardá-las, atuando continuamente na prevenção,

evitando que o banhista seja arrastado pela corrente de retorno.

Muitas vezes, o guarda-vidas é o único representante da administração

pública na praia, sendo solicitado para prestar informações diversas, como

reclamações referentes a cachorros na praia, jogo de futebol, pescaria em área

de banho, embarcações próximas à faixa de areia ou pranchas de surf que

oferecem perigo aos banhistas, além de ter a importante missão de proteger os

banhistas do perigo do mar, entre eles:

a) ;

b) ;

c) .

PARTES ESSENCIAIS DE UM SOCORRO

Reconheça a necessidade do socorro.

Chame por ajuda ou avise alguém antes de iniciar o socorro.

Decida o local por onde irá atingir a vítima e o material que irá utilizar.

Aborde a vítima com a estratégia mais adequada e mais segura.

Transporte à vítima até a praia ou chame por ajuda mais adequada a

situação

Durante o resgate, o guarda-vidas deve manter-se calmo, julgar e decidir

a cada etapa

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

do resgate, e acima de tudo não se expor ou ao paciente a riscos

desnecessários.

O SOCORRO

Para avaliar o risco e o método de resgate a ser utilizado, o guarda-vidas deve

avaliar:

As condições do mar

As condições da(s) vítima(s)

O equipamento disponível para o resgate

A disponibilidade e habilidade dos recursos humanos para o resgate.

Sempre comunicar estar partindo para um resgate.

ENTRADA NO MAR

Ao visualizar o afogado em necessidade de ajuda, avalie:

1. Qual o meio mais rápido e seguro para você e para sua vítima?

Geralmente a corrente de retorno (vala) é o meio mais rápido,

entretanto as vezes pode ser mais rápido entrar por um banco de areia

ou um costão.

2. Qual o material de salvamento que você dispõe que vai lhe ser mais útil

para ajudar no salvamento?

3. A nadadeira deve ser um material obrigatório no socorro e só deve ser

dispensada em casos excepcionais.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

APROXIMAÇÃO DO AFOGADO

É a aproximação do guarda-vidas ao afogado podendo ser realizado

pelo nado de aproximação ou através de outros meios quando se utiliza

equipamento de salvamento como helicópteros ou barcos. A aproximação deve

ser feita pelo local mais seguro para o socorrista e a vítima. A aproximação do

guarda-vidas até a vítima deverá ser feita em nado de “aproximação”, que é

uma variante do nado estilo “craw”. Neste estilo a cabeça do socorrista deverá

ficar para fora da água, de forma a facilitar a visualização da vítima. A

vantagem dessa variante consiste na maior velocidade de deslocamento e na

maior garantia de não se perder o afogado de vista.

ABORDAGEM DO AFOGADO

É o contato do guarda-vidas e/ou dos meios de salvamento com a

vítima. Esta abordagem deve levar em consideração o estado da vítima:

Vítimas inconscientes: abordagem direta. Caso o guarda-vidas tenha

algum material de salvamento este será utilizado após a abordagem

corporal da vítima.

Vítimas conscientes e tranqüilas: aborde a vítima de longe

explicando-a como você socorrista irá fazer para ajudar.

Vítimas conscientes e desesperadas: O socorrista deve oferecer o

material de salvamento (rescue-can, rescue-tube, pranchão e outros)

antes de entrar na zona de contato corporal com a vítima. Caso o

socorrista não possua material, a abordagem deve ser realizada,

parando-se a 2 m antes da vítima, mergulhando por baixo dela para que

a abordagem seja pelo dorso da vítima, reduzindo o risco de lesões. A

técnica recomenda que a abordagem seja feita pelas costas da vítima, o

que evitará que ela se agarre ao guarda-vidas. Entretanto, isto não

ocorre com facilidade, pois a vítima, instintivamente, estará sempre

voltada para o guarda- vidas.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Importante ressaltar, que durante a abordagem da vítima esta poderá

agarrar o guarda-vidas, sendo necessário a aplicação de algumas técnicas

para desvencilhar-se dela.

No entanto a que ressaltar que a ILS, preconiza que existem três

procedimentos que o guarda-vidas nunca pode realizar, que são: nunca agredir

a vítima; nunca afunda ou afogar a vítima e nunca perder o contato com a

vítima.

Quando a vítima agarrar o guarda-vidas pelos cabelos

Segure a mão da vítima oposta a que o guarda-vidas for utilizar com o

polegar sobre a parte posterior da mão da vítima e os demais dedos por baixo

da mão, fazendo um giro da mão da vítima de forma a gira todo o braço. Com a

outra mão, o guarda-vidas seguro na parte anterior do braço da vítima, o

mesmo em que a mão está sendo segura, e auxilia no giro do corpo da mesma

e fazendo a pegada por baixo da axila e queijo, na posição para o reboque.

Quando a vítima agarrar o guarda-vidas no pescoço

Deverá o guarda-vidas passa um dos braços por entre os braços da

vítima segurando com sua mão na mão oposta da vítima, pelo lado posterior e

com o mesmo braço, colocando o seu antebraço entre os antebraços da vítima

e girando a mão da vítima e forçando o braço dela com seu de forma a fazê-la

soltar seu pescoço. Enquanto isso a outra mão do guarda-vidas segura à vítima

pelas costas e auxilia no giro do corpo da mesma e fazendo a pegada por

baixo da axila e queijo, na posição para o reboque.

Quando a vítima abraçar o guarda-vidas por cima dos braços

Deverá o guarda-vidas segurar fortemente com ambas as mãos, na altura

dos quadris da vítima sobre as cristas ilíacas, fazendo pressão com a ponta do

polegar, empurrar com força a vítima para frente e para cima. A tendência

natural do movimento é fazer com que o guarda-vidas deslize para baixo entre

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

os braços da vítima. Em seguida, sem perder o contato, e ainda segurando a

vítima pelos quadris, efetuar o giro, de maneira a colocá-la de costas para a

tomada de posição de reboque.

Quando a vítima abraçar o guarda-vidas por baixo dos braços

Como o guarda-vidas tem livre as mãos, deverá colocar uma delas sob a

região mentoniana (queixo) da vítima e a empurrar com força para cima e para

o lado oposto da outra mão sua. Isto a obrigará a afrouxar os braços, quando

então o guarda-vidas irá girar a vítima com o auxílio da outra mão que estará

na parte posterior da escápula, para a tomada de posição de reboque.

PRIMEIRA AVALIAÇÃO E REBOQUE NA ÁGUA CONSCIENTE OU INCONSCIENTE SEM MATERIAL

É aquele salvamento que se caracteriza pela ação de um ou mais

guarda-vidas, sem utilização de equipamento de proteção individual, de

flutuação, ou de tração, no resgate da vítima. Nos dias de hoje apenas se

admite um socorro sem material em casos excepcionais onde o socorrista

encontra-se no local, mas não esta em trabalho.

Todos os guarda-vidas devem sempre estar portando nadadeiras

durante serviço. Embora por alguns não seja considerada como material de

salvamento, e sim uma extensão do uniforme obrigatório do guarda-vidas.

Descrevemos abaixo o salvamento sem equipamentos considerando a

nadadeira como parte do uniforme do guarda-vidas.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA NA ÁGUA: A necessidade de suporte básico de

vida ainda dentro da água depende do estado de consciência da vítima. Para

vítimas conscientes ou sabidamente vivas (movimentando-se) não há

necessidade do suporte básico de vida na água e somente quando chegar a

areia. Para vítimas inconscientes o suporte básico de vida ainda dentro da

água pode reduzir a possibilidade de morte em 50%, o que o torna em um

procedimento de vital importância.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

RESGATE É a retirada da vítima do meio líquido para a área seca (areia),

geralmente realizada através do nado de reboque.

NADO DE REBOQUE - É o nado utilizado para o reboque de uma vítima.

Caracteriza-se pela posição lateral que o guarda-vidas assume na superfície da

água, trazendo a vítima sempre voltada para cima, mantendo-se as vias aéreas

fora da água. É dividido em dois movimentos:

Pernada: Chamada de “pernada de tesoura”. Partindo da posição totalmente

estendida, o guarda-vidas recolhe as pernas, de maneira que a perna mais

próxima da superfície da água se dobre trazendo o joelho o mais próximo do

peito, enquanto a outra perna se flete tentando tocar o glúteo com o calcanhar.

Após o recolhimento, ambas as pernas se alongarão na maior amplitude

possível, havendo então um violento movimento de impulsão, ao fim do qual as

pernas deverão estar unidas e esticadas, próximo a linha da água, deixando o

corpo totalmente estendido.

Braçada: Simultaneamente ao movimento das pernas, o braço que estiver

submerso tracionará a água no momento em que as pernas estiverem se

encolhendo, e se esticará quando ocorrer a impulsão da pernada. O braço

deve descrever um oito por ocasião do tracionamento. O outro braço esta na

posição de reboque segurando a vítima por cima do peito até a mão do

socorrista alcançar a axila ou o peitoral contralateral fornecendo maior firmeza

ao socorrista.

Tipos de Reboque

1) Reboque da Cruz Vermelha: O guarda-vidas tomará a posição de reboque,

o que consiste em passar o braço esquerdo (ou direito) sobre o ombro

esquerdo (ou direito), colocando a mão esquerda (ou direita) sob a axila direita

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

(ou esquerda) do afogado, colocando-o em posição horizontal, de costas e com

apoio no quadril do guarda-vidas. Em conseqüência desta posição de reboque,

a vítima estará dominada, permanecendo com as vias aéreas fora d’água; fato

este que a faz sentir-se mais segura. O guarda-vidas deverá conversar com a

vítima acalmando-a e reforçando o fato dela estar segura e viva conseguindo

desta forma sua ajuda batendo os pés.

Como o guarda-vidas terá um braço e ambas as pernas livres, nadará

lateralmente.

2) Reboque pelas axilas: Reboque fixando-se o braço sob a axila e a mão na

nuca, tomando a posição anteriormente descrita. É a maneira mais favorável

para se rebocar uma vítima em pânico, pois esta posição praticamente

imobiliza um braço da vítima e deixa o outro sem condições de agarrar o

socorrista. Pode ser realizado por um ou dois guarda vidas. Só deve ser

realizada em casos de vítimas conscientes e agitadas.

3) Reboque pelo queixo: É o mais cômodo e fácil para o guarda vidas,

entretanto somente poderá ser aplicado em vítimas absolutamente calmas e

confiantes, como nadadores cansados, por exemplo, ou mesmo em longos

percursos.

4) Reboque pelo punho: Esta técnica poderá ser utilizada em vítimas

passivas e é a seqüência natural de uma aproximação pela frente e pela

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

superfície. Após a vítima ser virada de costas, o braço que está rebocando

deverá manter-se reto ao puxar a vítima, verificando sempre para que sua

cabeça esteja fora da água. Ajustando a maneira de virar o pulso de vítima, seu

rosto ficará na superfície. Se o contato inicial foi na axila ou queixo da vítima, o

guarda-vidas deverá posicioná-la dando fortes pernadas enquanto usa um dos

braços para colocar o braço correspondente da vítima para trás. Segura o

pulso com firmeza na posição correta e inicia o reboque pelo pulso. Se as

condições da água, o tamanho e peso da vítima não favorecerem este método

ou se a vítima estiver agitada, o socorrista deverá estar preparado para mudar

o tipo de reboque.

Transporte

É a retirada da vítima do meio líquido, até um local seguro e que

possibilite ofertar a vítima o atendimento requerido. Durante o transporte

deverá ser observado se as vias aéreas permanecem pérveas.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Reanimação

São as técnicas executadas pelo guarda-vidas, visando o

restabelecimento dos sinais vitais da vítima.

Interessante salientar, que quando houver possibilidade e a vítima

necessitar, a reanimação deverá ser executada também durante as fases de

abordagem e reboque, desde que seja viável e o guarda-vidas esteja portando

o equipamento de proteção individual requerido para a manobra.

TIPOS DE SALVAMENTO

O tipo do salvamento dependerá do estado da vítima e do meio onde se

está realizando o salvamento, além dos equipamentos empregados.

Salvamento simples

É aquele que se caracteriza pela utilização apenas da nadadeira como

equipamento de proteção individual.

A técnica recomenda que a abordagem seja feita pelas costas da vítima,

o que evitará que ela se agarre ao guarda-vidas. Entretanto, isto não ocorre

com facilidade, pois a vítima, instintivamente, estará sempre voltada para o

guarda-vidas.

No caso de ocorrer à aproximação pelas costas, deverá o guarda-vidas,

simplesmente, tomar a posição de reboque, o que consiste em passar o braço

esquerdo ou direito pela axila esquerda ou direita do afogado, apoiando a mão

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

espalmada sobre o peito da vítima, colocando-a em posição horizontal, de

costas e com apoio no quadril do guarda-vidas.

Quando a aproximação for feita pela frente da vítima, deverá o guarda-

vidas evitar que seja agarrado; para tanto deverá mergulhar a

aproximadamente dois metros da vítima e, com os olhos abertos, contorná-la,

emergindo às suas costas e tomando a posição de reboque, anteriormente

descrita.

Salvamento com equipamento

É aquele que se caracteriza pela ação de um ou mais guarda-vidas, com

a utilização de equipamentos de flutuação, a fim auxiliá-lo no resgate da vítima.

Dentre esses equipamentos de flutuação destacamos: life belt (rescue tube),

prancha de salvamento e rescue can.

Salvamento com life belt (rescue-tube)

O life belt tem capacidade de sustentar uma ou duas pessoas e é peça

indispensável a qualquer equipe de salvamento no mar ou águas agitadas.

A entrada no mar é realizada correndo, sendo que ao atingir a água o

guarda-vidas solta o life belt, nadando em direção da vítima, sem desviar a

atenção do lugar onde ela está.

Nos casos em que a vítima esteja consciente, o life belt pode ser

entregue diretamente a ela e posteriormente preso em seu tórax pelo guarda-

vidas, caso contrário, o guarda-vidas deve realizar o canivete, imobilizá-la com

uma das pegadas de reboque, e depois fixar o cinto, porém se a vítima estiver

agitada e em pânico, o guarda-vidas, por precaução, para não ser puxado pela

vítima, soltará a alça que o prende ao life belt, depois de abordar e acalmar a

vítima, o guarda-vidas recolocará a alça sobre o corpo e iniciará o reboque da

vítima até a praia.

O guarda-vidas deverá dar uma atenção especial ao controle das vias

aéreas, tendo em vista a distância que poderá formar entre a vítima e o guarda-

vidas.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Foto: Life-Belt

Salvamento com pranchas

É aquele em que o guarda-vidas efetua o salvamento com o auxílio de

uma prancha, possibilitando, chegar mais rápido à vítima e garantir um ponto

de sustentação.

A aproximação da vítima deverá ser feita por qualquer um dos lados,

onde o guarda-vidas oferecerá a prancha à vítima consciente, se a vítima

estiver inconsciente, o guarda-vidas abordará a vítima colocando a prancha

entre ambos com as quilhas voltadas para cima, pegando-a pelas mãos, após

os braços da vítima serem colocados sobre a prancha, desvire-a para a

posição normal.

Posteriormente o guarda-vidas deve acertar a vítima na prancha e

finalmente deitar-se entre as pernas da vítima, iniciando o reboque remando

com os braços na direção da praia.

Interessante salientar, que as pranchas utilizadas no salvamento, são

apropriadas para este fim, pois são maiores e possuem maior capacidade de

flutuação, características que diferencia uma prancha de salvamento e uma

prancha de surf, justamente por apresentar esta característica a sua utilização

é limitada de acordo com as condições do mar.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Foto: Pranchão de Salvamento

Salvamento com rescue can

Este equipamento apresenta algumas desvantagens em relação ao life

belt, porém nos salvamentos em que a vitimas estiver consciente ele se mostra

também eficaz.

Cabe esclarecer, que a principal desvantagem deste equipamento é que

a vítima precisa segurá-lo para ser rebocada.

Foto: Rescue can

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Salvamento com embarcação

É o salvamento realizado com a utilização de embarcação, neste tipo de

salvamento a abordagem da vítima poderá ser com a própria embarcação, que

deverá ser pelas laterais (bombordo ou boreste), entretanto, devem ser

tomados os devidos cuidados para evitar um choque da embarcação e

principalmente para a hélice não atingir a vítima.

Poderá, ainda, ser realizada pelo guarda-vidas que se lançará na água,

pegando a vítima e conduzindo-a para o bordo da embarcação, ou poderá ser

através de lançamento de um equipamento de flutuação ou de tração.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 9

LEGISLAÇÃO DO TRÁFEGO MARÍTIMO

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de:

1) Citar pelo menos três tipos de habilitação para conduzir embarcações de

Esporte e Recreio;

2) Estabelecer quais são os limites (distâncias) para uso de embarcações

nas áreas seletivas para a navegação;

3) Citar três procedimentos que devem ser observados por condutores de

embarcações com dispositivos rebocados.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

1. PRAIA Art. 10 da Lei Federal 7.661/88 - As praias são bens públicos de uso

comum do povo, sendo assegurado sempre, livre acesso, a elas e ao mar, em

qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse

da Segurança Nacional, ou incluídos em áreas protegidas por legislação

específica.

2. TRÂNSITO PERIGOSO DE EMBARCAÇÕES

Art. 34 da Lei de Contravenções Penais - Dirigir veículos na via pública

ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia.

Pena: Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 03 (três) meses, ou multa.

3. NORMAN

Normas da autoridade marítima.

4. LESTA

Lei Nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a

segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras

providências.

4. RLESTA

Decreto No 2.596, de 18 de maio de 1998, que regulamenta a Lei no

9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego

aquaviário em águas sob jurisdição nacional.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

5. HABILITAÇÃO DOS CONDUTORES DE EMBARCAÇÃO

As exigências de nível de habilitação para conduzir embarcações de Esporte e

Recreio são:

Veleiro - para embarcações miúdas à vela, empregadas em águas interiores;

Motonauta - para as motoaquáticas, empregadas em águas interiores;

Arrais-amador - para qualquer embarcação dentro dos limites da Navegação

Interior;

Mestre-Amador - para qualquer embarcação na Navegação Costeira;

Capitão-Amador - qualquer embarcação, sem limitações geográficas.

As Carteiras de Habilitação expedidas por autoridades marítimas

estrangeiras são aceitas no Brasil.

6. DEFINIÇÕES

Amador - Todo aquele com habilitação certificada pela Autoridade Marítima

para operar embarcações de esporte e/ou recreio, em caráter não profissional;

Áreas de Navegação - São as áreas onde uma embarcação empreende uma

singradura ou navegação, e são dividas em:

A) Mar Aberto - a realizada em águas marítimas consideradas desabrigadas.

Para efeitos de aplicação estas áreas de navegação de mar aberto são

subdivididas nos seguintes tipos:

1) Navegação costeira - aquela realizada dentro dos limites de visibilidade da

costa (DVC) até a distância de 20 milhas; e

2) Navegação oceânica - consideradas sem restrições (SR), aquela realizada

além das 20 milhas da costa.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

B) Interior - a realizada em águas consideradas abrigadas. As áreas de

navegação interior são subdivididas nos seguintes tipos:

1) Área 1 - Áreas abrigadas, tais como lagos, lagoas, baías, rios e canais, onde

normalmente não sejam verificadas ondas com alturas significativas que não

apresentem dificuldades ao tráfego das embarcações.

2) Área 2 - Áreas parcialmente abrigadas, onde eventualmente sejam observa-

das ondas com alturas significativas e/ou combinações adversas de agentes

ambientais, tais como vento, correnteza ou maré, que dificultem o tráfego das

embarcações

Embarcação Miúda - São consideradas embarcações miúdas aquelas:

a) Com comprimento inferior ou igual a cinco (5) metros; ou

b) Com comprimento superior a cinco (5) metros que apresentem as seguintes

características: convés aberto, convés fechado mas sem cabine habitável e

sem propulsão mecânica fixa e que, caso utilizem motor de popa, este não

exceda 30 HP.

7. ÁREAS SELETIVAS PARA A NAVEGAÇÃO

A) Considerando como linha base, a linha de arrebentação das ondas ou, no

caso de lagos e lagoas onde se inicia o espelho d’água, são estabelecidos os

seguintes limites, em áreas com freqüência de banhistas:

● Embarcações utilizando propulsão a remo ou a vela poderão trafegar a

partir de cem (100) metros da linha base;

● Embarcações de propulsão a motor, reboque de esqui aquático,

páraquedas e painéis de publicidade, poderão trafegar a partir de

duzentos (200) metros da linha base;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

B) Embarcações de propulsão a motor ou à vela poderão se aproximar da linha

base para fundear, caso não haja nenhum dispositivo contrário estabelecido

pela autoridade competente. Toda aproximação deverá ser feita perpendicular

à linha base e com velocidade não superior a 3 (três) nós, preservando a

segurança dos banhistas;

C) As embarcações de aluguel (banana boat, plana sub etc) que operam nas

imediações das praias e margens, deverão ter suas áreas de operação

perfeitamente delimitadas, por meio de bóias, pelos proprietários das

embarcações, sendo essas áreas devidamente aprovadas pela Capitânia dos

Portos (CP) / Delegacia da Capitania dos Portos (DL) Agência da Capitania dos

Portos (AG). A atividade deverá ser autorizada pelas autoridades competentes

sendo os seus limites então estabelecidos;

D) Compete ao poder público estadual e, especialmente, ao municipal, através

dos planos decorrentes do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, Plano

Diretor, Plano de Zoneamento, Plano de Uso e Ocupação etc, estabelecer os

diversos usos para os diferentes trechos de praias ou margens, demarcando as

áreas, em terra, para jogos e banhistas, bem como, na água, as áreas de

banhistas e de prática de esportes náuticos. Poderão, ainda, estabelecer,

nessas imediações, áreas restritas ou proibidas à operação de equipamentos

destinados ao entretenimento aquático, inclusive rebocados. O uso de

pranchas de “surf” e “wind-surf” somente será permitido nas áreas

especialmente estabelecidas para essa finalidade; e

E) Em princípio, a extremidade navegável das praias, ou outra área

determinada pelo poder público competente, é o local destinado ao lançamento

ou recolhimento de embarcações da água ou embarque e desembarque de

pessoas ou material, devendo ser perfeitamente delimitada e indicada por

sinalização aprovada pela Autoridade Marítima. O fundeio nessa área será

permitido apenas pelo tempo mínimo necessário ao embarque ou

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

desembarque de pessoal, material ou para as fainas (procedimentos) de

recolhimento ou lançamento da embarcação; .

8. ÁREAS DE SEGURANÇA

Não é permitido o tráfego e fundeio de embarcações nas seguintes áreas

consideradas de segurança:

1. A menos de duzentos (200) metros das instalações militares;

2. Áreas próximas às usinas hidrelétricas, termoelétricas e nucleoelétricas,

cujos limites serão fixados e divulgados pelas concessionárias

responsáveis pelo reservatório de água, em coordenação com o CP, DL

ou AG da área;

3. Fundeadouros de navios mercantes;

4. Canais de acesso aos portos;

5. Proximidades das instalações do porto;

6. A menos de 500 (quinhentos) metros das plataformas de petróleo;

7. Áreas especiais nos prazos determinados em Avisos aos Navegantes; e

8. As áreas adjacentes às praias, reservadas para os banhistas, conforme

estabelecido no item anterior.

9. SALVAGUARDA DA VIDA HUMANA

a) A busca e salvamento de vida humana em perigo a bordo de embarcações

no mar, nos portos e nas vias navegáveis interiores, obedecem à legislação

específica estabelecida pelo Comando de Operações Navais;

b) Qualquer pessoa, especialmente, o Comandante da embarcação, é

obrigada, desde que o possa fazer sem perigo para sua embarcação,

tripulantes e passageiros, a socorrer quem estiver em perigo de vida no mar,

nos portos ou nas vias navegáveis interiores;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

c) Qualquer pessoa que tomar conhecimento da existência de vida humana em

perigo no mar, nos portos ou vias navegáveis interiores, deverá comunicar

imediatamente o fato à CP/DL/AG ou Autoridade Naval, mais próxima;

d) Nada será devido pela pessoa socorrida, independentemente de sua

nacionalidade, posição social e das circunstâncias em que for encontrada.

10. ATIVIDADES COM DISPOSITIVOS REBOCADOS

As atividades esportivas ou de recreio no mar ou nas áreas interiores que

envolvam a utilização de dispositivos rebocados, tais como esqui-aquático,

páraquedas ou qualquer outro, serão consideradas de forma correlatas as das

atividades com embarcações de esporte e/ou recreio, no que couber a

Autoridade Marítima. Na prática dessas atividades deverão ser observadas,

dentre outras, as seguintes condições:

a) A prática do esqui aquático e o reboque de dispositivo flutuante tipo bóia

cilíndrica (banana boat), plana sub, kitesurf, páraquedas, painéis de publicidade

e similares são atividades cujo controle, nos aspectos de diversões públicas e

comerciais, está na esfera dos órgãos competentes do município e do estado;

b) No que diz respeito a segurança da navegação e preservação da integridade

física de banhistas, a utilização dos dispositivos rebocados e a prática de esqui

aquático deverão ser realizadas além de duzentos (200) metros da linha base e

mantida a uma distância de, no mínimo, uma vez o comprimento do cabo de

reboque, das demais embarcações em movimento ou fundeadas;

c) O estabelecimento das áreas destinadas à utilização dos dispositivos

reboca-dos e à prática de esqui aquático em rios, lagos, canais e lagoas cabe

às autoridades municipais ou estaduais, em coordenação com o CP, DL ou AG

da área, de modo a não interferir no lazer dos banhistas;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

d) A embarcação rebocadora deverá, além de seu condutor, dispor de um outro

tripulante a bordo, para observar o esquiador e/ou o dispositivo rebocado, de

modo a que o responsável pela condução possa estar com sua atenção

permanentemente voltada para as manobras da embarcação;

e) As embarcações rebocadoras, quando operadas comercialmente, não

poderão ser classificadas como embarcações de esporte e/ou recreio e

deverão possuir, obrigatoriamente, um protetor de hélice, a partir de

31/12/2005;

g) As fainas de embarque e desembarque de utilizadores de qualquer atividade

que possa interferir na navegação deverão ser realizadas, preferencialmente,

em atracadouros, cais ou trapiches que ofereçam plenas condições de

segurança, sendo que admite-se o embarque em praias apenas quando em

local demarcado com bóias e reservado para essa finalidade e desde que a

segurança dos banhistas e utilizadores dos equipamentos esteja assegurada;

h) O uso do colete salva-vidas é obrigatório para todos os utilizadores de

dispositivos rebocados.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

AVALIAÇÃO

1. Cite três tipos de habilitação para conduzir embarcações de Esporte e

Recreio.

2. Defina quais são os limites (distâncias) para uso de embarcações nas áreas

seletivas para a navegação.

3. Cite três procedimentos que devem ser observados por condutores de

embarcações com dispositivos rebocados.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Lição 10

COORDENAÇÃO DO SERVIÇO DE GUARDA-VIDAS

OBJETIVOS

Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Conhecer nos pormenores o conteúdo da cartilha dos guarda-vidas civis e,

primar pelo seu cumprimento.

2. Conhecer nos pormenores a Legislação Estadual que versa sobre a

contratação temporária e prestação de serviço voluntário na atividade de

salvamento aquático por pessoal civil.

3. Conhecer nos pormenores a Legislação Estadual que regulamenta a Lei nº

13.880/06 que versa sobre a contratação temporária e prestação de serviço

voluntário na atividade de salvamento aquático por pessoal civil.

4. Conhecer nos pormenores a Portaria do Corpo de Bombeiros Militar de SC

que regula os Exames de Habilidade Específica para Guarda-vidas civis.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ESTADO DE SANTA CATARINA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS 3ª SEÇÃO DO ESTADO MAIOR (BM-3/CCB)

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA A CONDUTA DE GUARDA-VIDAS

CIVIS

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

FLORIANÓPOLIS – SC – SET/2007

ÍNDICE

1. PRÉ- REQUISITOS 3 2. FORMAÇÃO 3

3. CONTRATAÇÃO 3

4. REGIME DE TRABALHO 3

5. REQUISITOS BÁSICOS PARA UM GUARDA-VIDAS 4

Condicionamento emocional 4 Condicionamento técnico 4

Condicionamento físico 4

6. FILOSOFIA DE TRABALHO 5

7. PERFIL DO GUARDA-VIDAS 5

8. PADRÃO DE CONDUTA 5 9. APRESENTAÇÃO PESSOAL 6

10. CATEGORIAS DE PENAS DISCIPLINARES 8

11. CÓDIGO DISCIPLINAR 9

12. QUEIXA DOS GUARDA-VIDAS 10

13. ANEXO “A” 11

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ESTADO DE SANTA CATARINA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS

3ª SEÇÃO DO ESTADO MAIOR (BM-3/CCB)

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO PARA A CONDUTA DE GUARDA-VIDAS CIVIS

1. PRÉ- REQUISITOS

1. Boa saúde, comprovada por exame de saúde e atestado médico; 2. Bom preparo físico, comprovado através de teste de aptidão física (TAF);

3. Bom preparo técnico, comprovado através de avaliação por instrutores do Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC);

4. Bons antecedentes, comprovados através de Folha Corrida do Fórum de

domicílio; 5. Curso de formação de guarda-vidas civil, comprovado pelo certificado de

conclusão com aproveitamento fornecido pelo CBMSC; 6. Preenchimento de cadastro com dados pessoais; 7. Possuir equipamentos individuais tais como: apito, nadadeiras, óculos de

proteção e protetor solar.

2. FORMAÇÃO

● Os guarda-vidas civis, de ambos os sexos, deverão ser formados em

curso específico ministrado por instrutores do Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Santa Catarina.

3. CONTRATAÇÃO 1) Os guarda-vidas civis após o término do curso de formação poderão ser

convocados pelo governo estadual a trabalhar de forma voluntária recebendo por turno trabalhado, uma ajuda de custo a título de indenização por suas despesas, em consonância com o estabelecido nos §§ 1º e 2º, do

Art 6º da Lei Estadual Nº 13.880, de 04 de dezembro de 2006; 2) Os guarda-vidas civis poderão ainda ser contratados pelo governo

municipal ou pela iniciativa privada; 3) O prazo de contratação ficará a cargo do contratante.

4. REGIME DE TRABALHO

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Ao guarda-vidas civil que aderir ao serviço voluntário ou for contratado,

existirão duas possibilidades de jornada de trabalho, a serem definidas

de acordo com o planejamento do Comando do Corpo de Bombeiros Militar. Estas jornadas compreendem: turnos de 06 (seis) até 09 (horas) horas diárias e turnos de no mínimo 09 (nove) horas diárias.

Os horários de início e término do serviço, bem como os horários de almoço serão regulados pelo bombeiro militar comandante do posto de

salvamento ou comandante da praia, atendendo as peculiaridades de cada localidade.

O comandante da praia é o guarda-vidas militar do Corpo de Bombeiros Militar mais antigo no local, que responde pelo serviço de salvamento aquático da praia.

5. REQUISITOS BÁSICOS PARA UM GUARDA-VIDAS CIVIL Condicionamento emocional:

O perfeito equilíbrio emocional é fundamental para o pleno exercício de uma atividade, principalmente, aquela considerada emergencial e de

elevado risco. Devido as características particulares da atividade, o guarda-vidas civil

mantém um estreito relacionamento com o público, cabendo a ele

informar, orientar e socorrer. Um bom guarda-vidas civil deverá ter espírito de liderança,

sociabilidade, autoconfiança e saber exercer sua autoridade. Condicionamento técnico:

O condicionamento técnico deverá ser realizado constantemente de forma a manter o guarda–vidas civil apto a desempenhar suas

atividades. Esse condicionamento é adquirido através de atividades relacionadas com a função, e tem por objetivo a fixação das técnicas adquiridas na fase de formação (curso), ampliando-se, em função de

novos conhecimentos e experiências obtidas. Antes de assumir o serviço no posto salvamento, o guarda-vidas civil

deverá ser orientado no que diz respeito às atividades do serviço, bem como as características do local a ser monitorado.

Deverão, ainda, ser repassadas aos guarda-vidas civis, as seguintes

informações: - Funcionamento da estrutura administrativa e a quem está

subordinado; - Funcionamento do sistema de comunicação e emergência; - Extensão da área de atuação e profundidade da praia;

- Áreas de riscos e perigos existentes; - Horários de maior freqüência de banhistas;

- Número estimado de público.

Condicionamento físico: O condicionamento físico é um fator preponderante para o bom

desempenho da atividade de guarda-vidas. As condições físicas ideais

do guarda-vidas, deverão ser mantidas através de exercícios

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

específicos. O guarda-vidas deverá executar uma série de exercícios condizentes com a exigência do serviço. Ela pode variar em função de

diversos fatores, tais como: carga horária de trabalho, relevo do local, fluxo de banhistas e outros.

O plano de condicionamento físico dos guarda-vidas tem como objetivos

a preparação física e a adaptação do homem ao meio, procurando a manutenção das condições físicas básicas para o dia-a-dia de seu

serviço, devendo ser executado, exercícios respiratórios, corridas, exercícios de resistência muscular localizada , exercícios de

alongamento e natação. O plano deverá prever seções de atividades físicas de até 60 (sessenta)

minutos, desde que as condições de serviço assim o permitam.

No anexo “A” é apresentado um “quadro de modelos de condicionamento físico dos guarda-vidas”, no qual poderão ser

escolhidos os tipos de exercícios para se montar uma sessão . Cada guarda-vidas civil é responsável pela constante manutenção e

aprimoramento de sua condição física.

6. FILOSOFIA DE TRABALHO Estar sempre preparado nos aspectos psicológicos, técnicos e físicos; Ser conhecedor de sua atividade;

Saber identificar os pontos críticos do seu local de trabalho; Executar a prevenção sempre que necessário;

Atender o público com afeição e cordialidade; Manter-se sempre atento aos banhistas; Conservar o posto de guarda-vidas limpo e organizado;

Manter os equipamentos individuais e coletivos sempre limpos e em condições de uso;

Estar atento aos pontos críticos, procurando atuar preventivamente; Acatar as orientações e determinações do bombeiro militar comandante

da praia;

Entender que a coordenação, a orientação e a fiscalização do serviço é tarefa do Corpo de Bombeiros Militar e será exercida por seus

integrantes; Conhecer, praticar e atender as normas técnicas pré-estabelecidas,

assumindo inteira responsabilidade por seus atos.

7. PERFIL DO GUARDA-VIDAS O guarda-vidas é um profissional especialista. Algumas qualidades são

necessárias para esta atividade, em função dos riscos potenciais que a

cercam. Não basta querer ser um guarda-vidas, querer vestir a camisa, se o candidato não possuir afinidades com o meio onde irá trabalhar,

seja em praias, lagoas, rios, piscinas de clubes, hotéis e parques aquáticos.

Este profissional deve possuir uma série de qualidades, pois será o responsável pela segurança de pessoas que, na sua grande maioria, desconhecem os perigos do lazer no meio líquido. A prática tem

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

demonstrado que não é qualquer pessoa que possui afinidade para esta função.

São qualidades natas ou adquiridas que caracterizam o bom guarda-vidas: boa apresentação pessoal; vigor físico; sociabilidade; disciplina; coragem; iniciativa; entusiasmo; modéstia; bom humor; integridade;

lealdade; companheirismo e humildade.

8. PADRÃO DE CONDUTA

Apresentar-se ao trabalho limpo, asseado e bem disposto, livre de influência de álcool ou outra substância química que cause dependência, tais como narcóticos, drogas ou alucinógenos;

Cumprir com rigor os horários estabelecidos nas escalas de serviço; Primar pela cordialidade e respeito aos companheiros;

Usar linguagem simples e correta, evitando gírias e vulgaridades especialmente as de baixo calão;

Atender as pessoas com presteza e cortesia, passando-lhes a

informação que buscam com correção e objetividade; Dedicar especial carinho às crianças e aos idosos. Os alertas e as

chamadas de atenção aos banhistas devem ser educativas/orientativas; Manter-se sempre bem postado, com o uniforme alinhado e completo; Ao percorrer a praia para a prevenção, demonstre energia, alegria e

satisfação, cumprimente as pessoas, retribua os gestos de amizade e consideração;

O guarda-vidas vende a imagem da saúde, o hábito de fumar não combina com ela;

Nos restaurantes, utilize sempre calção ou agasalho;

Procure saber quem são as pessoas que se aproximam de você. Companhia de gente suspeita e de conduta estranha compromete a

imagem do guarda-vidas; Alguém tem a responsabilidade de comandar a atividade, atenda suas

orientações e ordens;

Dispense o uso de chicletes durante o serviço, ele transmite uma impressão negativa e debochada.

9. APRESENTAÇÃO PESSOAL

GUARDA-VIDAS CIVIS DO SEXO MASCULINO:

Quanto ao estilo de cabelo e penteado

1) O cabelo deve estar sempre limpo, penteado e curto (similar ao

padrão militar); 2) Os produtos utilizados no cabelo devem ter uma aparência natural e

saudável; 3) Não é permitido cores de cabelos que sejam extravagantes ou

chamativas; 4) Não é permitido recortar o cabelo de modo a fazer desenhos.

Quanto ao bigode e a barba:

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Os bigodes que ultrapassam o canto da boca, só serão permitidos se

bem aparados e bem cuidados;

Nenhum outro tipo de pelo facial será permitido; Todos devem apresentar-se diariamente no início do expediente bem

barbeados, do início das costeletas até o queixo e abaixo do lábio;

As costeletas devem ser bem aparadas e cuidadas, tendo como limite o lóbulo da orelha.

Quanto aos adereços:

São admitidos medalhas desde que discretas, um anel por mão, um relógio preso a pulseira, uma pulseira discreta, sem rebarbas ou pontas metálicas;

Não são permitidos brincos ou outros objetos presos ao corpo através de perfurações.

Quanto as unhas: Devem estar sempre limpas e bem aparadas.

Quanto a higiene pessoal:

De forma geral deve o guarda-vidas estar sempre bem limpo e asseado, procurando usar desodorante anti-transpirante e de baixa fragrância.

Quanto ao uso do uniforme:

● Durante todo o turno de serviço o Guarda-vidas civil deverá estar utilizando uniforme completo (calção, camiseta e cobertura), sendo

que todo o material de confecção destas vestimentas é de tecido com característica de secagem rápida para evitar a permanência de tecido molhado.

● Nos dias em que estiver ventando muito ou houver queda da

temperatura, será permitido ao guarda-vidas civil, se não possuir o agasalho padrão, utilizar um moleton ou jaqueta de cor discreta e preferencialmente sem estampas.

GUARDA-VIDAS CIVIS DO SEXO FEMININO: Quanto ao estilo de cabelo e penteado

Devem cuidar para que seus cabelos estejam sempre penteados; Preferencialmente, o cabelo deverá ser curto, caso ultrapasse os

ombros, deve estar preso de modo a não cobrir o rosto e atrapalhar a visão durante o salvamento/resgate;

Os produtos para os cabelos, se usados, devem manter uma aparência

natural; Não é permitido recortar o cabelo de modo a fazer desenhos, ou estilo

que mantenha raspados parte ou todo o cabelo. Quanto ao tingimento dos cabelos:

● Poderá ser feito desde que se adote um padrão natural, não sendo

permitido o branqueamento ou coloração extravagante.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Quanto a acessórios para cabelos:

● É aconselhado o uso de materiais como tiaras, presilhas ou elásticos, sempre em cores discretas, com o objetivo de prender o cabelo longe da

face, não devendo agir como meio para chamar a atenção.

Quanto ao uso de cosméticos:

● O uso de cosméticos deve dar um aspecto natural. Agindo como um

complemento as cores da pele, não devendo ser muito brilhante.

● Sombras e delineadores devem ter tons discretos, assim como os

batons. As cores dos cosméticos devem estar em consonância com o uniforme.

Quanto as unhas:

● Devem estar sempre limpas, não devendo ser excessivamente

compridas, mantendo um padrão entre si. O esmalte deve ter uma cor discreta, não sendo permitido o uso de adesivos, brilhos ou unhas

artificiais.

Quanto a adereços:

● É admitido o uso de medalhas desde que discretas, um anel por mão, um relógio preso a pulseira, uma pulseira discreta, sem rebarbas ou

pontas metálicas.

● Não são permitidos brincos ou outros objetos presos ao corpo através

de perfurações.

Quanto a higiene pessoal:

● De forma geral deve o guarda-vidas estar sempre bem limpo e asseado, procurando usar desodorante anti-transpirante e de baixa fragrância.

Quanto ao uso do uniforme:

● Durante todo o turno de serviço o Guarda-vidas civil deverá estar utilizando uniforme completo (calção, camiseta e cobertura), sendo que todo o material de confecção destas vestimentas é de tecido com

característica de secagem rápida para evitar a permanência de tecido molhado.

● Nos dias em que estiver ventando muito ou houver queda da temperatura, será permitido ao guarda-vidas civil, se não possuir o

agasalho padrão, utilizar um moleton ou jaqueta de cor discreta e preferencialmente sem estampas.

10. CATEGORIAS DE PENAS DISCIPLINARES

Dependendo da natureza e da circunstâncias do incidente e do grau da falta, o contratante deve submeter o infrator às medidas disciplinares em

vigor pela sua instituição, ou, caso estas não existam, sugerimos;

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

● Primeiramente: Advertência verbal (guarda-vidas civis voluntários

ou contratados temporariamente) Admitida para a correção de algo que esteja sendo executado de forma

insatisfatória e que deva ser corrigido. Essa advertência poderá ser

registrada na ficha pessoal do salva-vidas, contendo hora, local, data e tipo

de falha cometida.

● Ato contínuo: Advertência por escrito (guarda-vidas civis voluntários ou contratados temporariamente)

Admitida para registrar desempenhos ou atitudes que já tenham sido reprimidas verbalmente, ou que sejam de natureza grave. Deverão ser por escrito, assinadas pelo infrator, ficando anexadas na ficha pessoal do salva-

vidas.

● Na seqüência: Suspensão para investigação (guarda-vidas civis voluntários ou contratados temporariamente)

Aplicada em caso de violações graves dos padrões de conduta, de procedimentos operacionais ou por conduta imprópria. Caso ocorra um

incidente disciplinar grave, o guarda-vidas será suspenso para que sejam realizadas investigações. No processo o infrator terá direito a sua defesa e caso seja considerado culpado pela falha cometida, poderá ser excluído do

programa de voluntariado ou rescindido seu contrato temporário.

● Por último: Exclusão do programa de voluntariado ou rescisão

do contrato temporário (guarda-vidas civis voluntários ou contratados temporariamente)

Aplicadas caso constatada a culpa após a suspensão para investigação.

A conduta disciplinar se estende também ao comportamento fora dos horários de trabalho, uma vez que determinados procedimentos

comprometem sua condição física e moral, bem como refletem negativamente sobre a imagem da Corporação.

11. CÓDIGO DISCIPLINAR

A conduta disciplinar do guarda-vidas é parte relevante, com reflexos na sua atividade profissional e poderá dependendo da natureza e da gravidade

resultar em punição variando de uma simples advertência verbal até a demissão sumária.

A conduta disciplinar se estende também ao comportamento fora dos

horários de trabalho, uma vez que determinados procedimentos comprometem sua condição física e moral.

São condutas reprováveis: I - Uso de substâncias psicotrópicas, incluindo o uso de álcool (demissão);

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

II - Apresentar-se para o serviço sob efeito de álcool ou outra droga (demissão);

III - Falta ao serviço para o qual encontrava-se escalado (1ª vez advertência escrita, 2ª vez suspensão, 3ª vez demissão); IV - Chegar atrasado ao serviço ou sair antes do horário (1ª advertência

verbal, 2ª advertência escrita, 3ª suspensão, 4ª demissão); V - Abandonar o serviço (1ª suspensão, 2ª demissão);

VI - Apresentar-se para o serviço sem os equipamentos ou sem o uniforme (chinelo, sunga, camiseta, calção) (1ª advertência verbal, 2ª advertência

escrita, 3ª suspensão, 4ª demissão); VII -Namorar durante o horário de serviço ou distrair-se em conversas com amigos/conhecidos (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita, 3ª

suspensão, 4ª demissão); VIII - Reincidir em faltas da mesma natureza ou de natureza diversa,

constitui demonstração clara da falta de disposição para correção ou melhora de sua conduta (1ª advertência escrita, 2ª suspensão, 3ª demissão);

XIX - Desrespeitar normas do serviço de salvamento aquático, regulamentadas pelo CBMSC (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita,

3ª suspensão, 4ª demissão); X - Usar linguagem de baixo calão na presença de banhistas ou ser descortês com os mesmos (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita,

3ª suspensão, 4ª demissão); XI - Mascar chicletes ou fumar em público durante o trabalho (1ª

advertência verbal, 2ª advertência escrita, 3ª suspensão, 4ª demissão); XII – Desobedecer ou recusar cumprir ordem ou falhar em serviço que lhe foi prescrito (1ª advertência escrita, 2ª suspensão, 3ª demissão);

XIII - Deixar o seu local de trabalho sem ter sido devidamente substituído ou sem permissão de seu superior (1ª advertência escrita, 2ª suspensão,

3ª demissão); XIV - Freqüentar local de almoço trajando somente sunga e camiseta (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita, 3ª suspensão, 4ª demissão);

XV - Durante rondas ou próximo ao posto, estar em companhia de indivíduos de má índole (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita, 3ª

suspensão, 4ª demissão); XVI – Permitir a entrada de pessoas estranhas ao serviço no posto de salvamento. (1ª advertência verbal, 2ª advertência escrita, 3ª suspensão,

4ª demissão); XVII – Adotar condutas que publicamente comprometam a imagem do

serviço de salvamento aquático durante e após o turno de serviço. (1ª suspensão, 2ª demissão); XVIII – Utilizar o posto de salvamento fora do horário de serviço como local

de encontro de pessoas para prática de atos de origem duvidosa. (1ª suspensão, 2ª demissão);

XIX – Demais condutas reprováveis previstas como transgressões disciplinares no RDPMSC deverão, naquilo que por analogia couber aos

guarda-vidas civis, ser igualmente penalizadas.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

12. QUEIXA DOS GUARDA-VIDAS

Caso ocorra algum problema em relação ao serviço, o guarda-vidas

deve seguir os seguintes passos:

1) Encaminhar sua queixa, por escrito, ao superior imediato, o qual deverá solucioná-la dentro de um prazo de 48 horas. Caso a queixa envolva

seu superior imediato, remete-se ao item 2; 2) Caso esteja insatisfeito com a decisão do seu superior imediato ou

a queixa o envolva, dirija-se ao oficial ronda de praia, o qual dará sua decisão por escrito às partes envolvidas em até 48 horas;

3) Caso ainda insatisfeito com a decisão do oficial ronda, solicite o

encaminhamento do processo ao comandante do serviço de salvamento aquático local.

Em qualquer caso, o queixado deverá ter ciência da queixa, através de quem recebê-la.

Obs. Assuntos referentes ao contrato ou condições de trabalho, devem ser resolvidos diretamente com o contratante.

Florianópolis, SC, em 28 de setembro de 2007.

ADILSON ALCIDES DE OLIVEIRA

Cel BM Comandante Geral do CBMSC

-

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ANEXO “A”

ATIVIDADES SEMANAIS

Sáb.

Dom.

Alongamento X X X X X X X

Aquecimento X X X X X X X

Corrida curta distância X X X

Corrida longa distância X

Corrida intervalada – (Circuit-training) X X X X

Corrida de 200 metros X X X X

Entrada e saída da água ( simulado) X X X

Jacaré X X X X X X X

Percurso – Natação (500 metros) X X X X

Percurso – Costas (500 metros) X X X

Judô Aquático X X X X

Salvamento com Pranchão X X X

Salvamento com Life-belt X X X

Treinamento de RCP/primeiros socorros X X X X

RECOMENDAÇÕES

Alongamento Duração média de 15 min. Praticar antes e depois.

Aquecimento Após o alongamento e antes da atividade principal.

Corrida curta distância (1.800 metros)

Serve para melhorar o condicionamento. Prepara para atividades que exijam resistência aeróbica.

Corrida longa distância (3.200 metros)

Serve para melhorar o condicionamento. Prepara para atividades que exijam resistência aeróbica.

Corrida intervalada

(Circuit-training)

Corridas variadas, abdominais, apoios, etc.

Corrida de 200 metros Desenvolve a agilidade e a velocidade.

Entrada e saída da água (simulado)

Condiciona para a atividade fim do salvamento aquático.

Jacaré Desenvolve as habilidades aquáticas e melhora a resistência localizada.

Percurso – Natação

(500 metros)

Desenvolve a coordenação, a correção do nado estilo

Crawn e a resistência aeróbica.

Percurso – Costas (500 metros)

Desenvolve a coordenação, a força e a resistência localizada.

Judô Aquático Desenvolve técnicas de desvencilhamento de vítimas.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Salvamento com pranchão Capacita para a utilização de outros materiais

utilizados em salvamento.

Salvamento com life-belt Para aprimoramento da técnica de salvamento.

RCP e primeiros socorros Serve para aprimorar a técnica de ressuscitação e atualizar técnicas de primeiros socorros.

Florianópolis, SC, em 28 de setembro de 2007.

ADILSON ALCIDES DE OLIVEIRA

Cel BM Comandante Geral do CBMSC

LEI FEDERAL Nº 9.608, DE 18 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade. Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim. Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.

Art. 3o-A. Fica a União autorizada a conceder auxílio financeiro ao prestador de serviço voluntário com idade de dezesseis a vinte e quatro anos integrante de família com renda mensal per capita de até meio salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003) (Regulamento)

§ 1o O auxílio financeiro a que se refere o caput terá valor de até R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) e será custeado com recursos da União por um período máximo de seis meses, sendo destinado preferencialmente: (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003) I - aos jovens egressos de unidades prisionais ou que estejam cumprindo medidas sócio-educativas; e (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003)

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II - a grupos específicos de jovens trabalhadores submetidos a maiores taxas de desemprego. (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003)

§ 2o O auxílio financeiro será pago pelo órgão ou entidade pública ou instituição privada sem fins lucrativos previamente cadastrados no Ministério do Trabalho e Emprego, utilizando recursos da União, mediante convênio, ou com recursos próprios. (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003)

§ 3o É vedada a concessão do auxílio financeiro a que se refere este artigo ao voluntário que preste serviço a entidade pública ou instituição privada sem fins lucrativos, na qual trabalhe qualquer parente, ainda que por afinidade, até o terceiro grau, bem como ao beneficiado pelo Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens - PNPE. (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003)

§ 2o O auxílio financeiro poderá ser pago por órgão ou entidade pública ou instituição privada sem fins lucrativos previamente cadastrados no Ministério do Trabalho e Emprego, utilizando recursos da União, mediante convênio, ou com recursos próprios. (Redação dada pela Lei nº 10.940, de 2004)

§ 3o É vedada a concessão do auxílio financeiro a que se refere este artigo ao voluntário que preste serviço a entidade pública ou instituição privada sem fins

lucrativos, na qual trabalhe qualquer parente, ainda que por afinidade, até o 2o (segundo) grau. (Redação dada pela Lei nº 10.940, de 2004)

§ 4o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se família a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto e mantendo sua economia pela contribuição de seus membros. (Incluído pela Lei nº 10.748, de 22.10.2003) Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 18 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 19.2.1998

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

LEI PROMULGADA Nº 13.880, de 04 de dezembro de 2006

Procedência: Governamental

Natureza: MPV 129/06 – PCL 129/06

DO: 18.020 de 06/12/06

*Alterada pela Lei 14.606/08

Fonte - ALESC/Coord. Documentação

Dispõe sobre a contratação temporária e a prestação de serviço voluntário na

atividade de salvamento aquático por pessoal civil e estabelece outras

providências.

Faço saber que o Governador do Estado, de acordo com o art. 51 da

Constituição Estadual, adotou a Medida Provisória nº 129, de 13 de novembro

de 2006, e eu, Deputado Julio Garcia, Presidente da Assembléia Legislativa do

Estado de Santa Catarina, para os efeitos do disposto no § 8º do art. 311 do

Regimento Interno, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a promover a prestação de serviço

voluntário e a contratação de guarda-vidas civis, ambas em caráter temporário,

para execução da atividade de salvamento marítimo no litoral catarinense, em

conformidade com o disposto na Lei federal nº 9.608, de 18 de fevereiro de

1998, para o voluntário e, as leis trabalhistas para o contratado.

§ 1º Os guarda-vidas civis voluntários, contratados em caráter temporário,

executarão suas atividades sempre supervisionados e em conjunto com um ou

mais bombeiros militares aos quais estarão disciplinarmente subordinados.

§ 2º O número de guarda-vidas civis voluntários destinados a cada praia será

definido pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Art. 2º Os serviços voluntário e contratado serão efetuados nos meses de

outubro a março, podendo ser estendidos ou reduzidos de acordo com a

necessidade do serviço de salvamento aquático.

Art. 3º As adesões ao serviço voluntário e as admissões dos contratados serão

aceitas após aplicação de exames de habilidades específicas, definidos e

efetuados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Art. 4º São condições para prestar o serviço voluntário de salvamento

marítimo:

I - ter no mínimo dezoito anos;

II - apresentar negativa de antecedentes criminais;

III - ter sanidade mental e capacidade física;

IV - ser legalmente habilitado para o exercício da função; e

V - apresentar Termo de Adesão ao Serviço Voluntário de Salvamento do

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, com firma reconhecida em

cartório.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Art. 5º São condições para ser contratado temporariamente:

I - ter no mínimo dezoito anos;

II - apresentar negativa de antecedentes criminais;

III - ter sanidade mental e capacidade física;

IV - ser legalmente habilitado para o exercício da função; e

V - ser aprovado em processo seletivo simplificado.

Art. 6º Os voluntários que atuarem como guarda-vidas civis no serviço de

salvamento aquático terão direito ao ressarcimento das despesas efetuadas com

alimentação, transporte e equipamentos e os contratados receberão salário

como contraprestação do serviço prestado.

§ 1º O valor do ressarcimento das despesas efetuadas com alimentação,

transporte e equipamentos para o serviço voluntário, correspondente ao turno

trabalhado de seis a nove horas diárias, será de 35% (trinta e cinco por cento) e

o correspondente ao turno de trabalho maior que nove horas diárias será de

55% (cinqüenta e cinco por cento), calculado sobre o valor de uma diária

militar, paga ao soldado BM guarda-vidas.

LEI 14.606/08 (Art. 4º) – (DO. 18.518 de 31/12/08) “O § 1º do art. 6º da Lei nº 13.880, de 4 de dezembro de 2006, passa a vigorar

com a seguinte redação:

“Art. 6º ............................................................................................................

§ 1º O valor do ressarcimento das despesas efetuadas com alimentação,

transporte e equipamentos para o serviço voluntário, correspondente ao turno

trabalhado de seis a nove horas diárias, será de quarenta e cinco por cento do

valor referente a uma diária militar paga ao soldado BM guarda-vidas, e o

correspondente ao turno de trabalho maior que nove horas diárias será de

setenta e cinco por cento do valor referente a uma diária militar paga ao

soldado BM guarda-vidas. (NR)”

§ 2º A remuneração mensal do contratado corresponderá a 100% (cem por

cento) do nível 8, referência A, do Anexo I, da Lei Complementar nº 322, de

02 de março de 2006.

Art. 7º Para ambas as modalidades de prestação de serviço o Estado

providenciará seguro de vida e contra acidentes que por ventura possam

ocorrer no desenvolvimento da atividade de salvamento aquático.

Art. 8º O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina é responsável, de

forma exclusiva e indelegável, pela formação e treinamento de todo e qualquer

recurso humano civil envolvido na atividade de salvamento aquático, podendo

homologar cursos de salvamento aquático realizados por outras instituições, se

estes forem compatíveis com o currículo do curso desenvolvido pela

corporação militar.

Art. 9º O Chefe do Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de

trinta dias.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Art. 10. As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão à conta das

dotações do Orçamento Geral do Estado.

Art. 11. Ficam revogadas a Lei nº 12.470, de 11 de dezembro de 2002, e a Lei

nº 13.536, de 04 de novembro de 2005.

PALÁCIO BARRIGA-VERDE, em Florianópolis, 04 de dezembro de 2006

DEPUTADO JULIO GARCIA

Presidente

DECRETO No 4.849, de 11 de novembro de 2006

Regulamenta a contratação temporária e a prestação de serviço voluntário

na atividade de salvamento aquático por pessoal civil.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, usando

da competência privativa que lhe confere o art. 71, incisos I e III da

Constituição Estadual,

D E C R E T A:

Art. 1º Os guarda-vidas civis, voluntários ou contratados

temporariamente, serão subordinados disciplinarmente ao bombeiro militar, sendo que

na praia onde houver serviço de salvamento aquático, haverá sempre a presença de pelo

menos 1 (um) bombeiro militar supervisionando e coordenando as atividades.

Parágrafo único. Os guarda-vidas civis deverão observar, respeitar e

estar subordinados ao respectivo regulamento disciplinar específico que rege a conduta

dos mesmos, instituído pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Art. 2º O Corpo de Bombeiros Militar definirá a quantidade e

distribuição de guarda-vidas voluntários destinados para o serviço de salvamento

aquático, conforme avaliação técnica.

Art. 3º A quantidade e distribuição dos guarda-vidas civis contratados

temporariamente serão definidas conforme a necessidade do serviço, de acordo com

avaliação técnica do Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 4º O termo de adesão ao serviço de salvamento aquático do Corpo

de Bombeiros Militar obedecerá ao modelo constante no Anexo Único, deste Decreto.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Art. 5º O processo seletivo simplificado, condição para a contratação

temporária de guarda-vidas civis, aproveitará o resultado dos exames de habilidades

específicas aplicados pelo Corpo de Bombeiros Militar.

§ 1º As admissões dos contratados temporariamente respeitarão a

classificação pelo melhor índice técnico.

§ 2º Os valores relativos ao salário mensal dos contratados, bem como do

ressarcimento aos voluntários correrão por conta de recursos ordinários do Orçamento

Estadual.

Art. 6º O valor do ressarcimento das despesas efetuadas com

alimentação, transporte e equipamentos para o serviço voluntário, correspondente ao

turno trabalhado de 6 (seis) a 9 (nove) horas diárias, será de 35% (trinta e cinco por

cento) e o correspondente ao turno de trabalho maior que 9 (nove) horas diárias será de

55% (cinqüenta e cinco por cento), calculado sobre o valor de 1 (uma) diária militar,

paga ao soldado BM guarda-vidas.

Parágrafo único. O pagamento do ressarcimento aos voluntários, bem

como do salário mensal dos contratados será efetuado através de ordem bancária,

liquidada mediante a apresentação da escala de serviço e relatório de freqüência,

referentes a períodos de até 15 (quinze) dias.

Art. 7º A remuneração mensal do contratado corresponderá a 100% (cem

por cento) do nível 8, referência A, do Anexo I, da Lei Complementar nº 322, de 2 de

março de 2006 e pago através de repasse de dotação orçamentária da Secretaria de

Estado da Fazenda.

Parágrafo único. Os guarda-vidas civis contratados temporariamente

obedecerão a uma escala de serviço de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

Art. 8º O seguro de vida e contra acidentes, pago pelo Estado, cobrirá os

sinistros ocorridos no desenvolvimento da atividade de salvamento aquático com

qualquer um dos guarda-vidas civis, voluntários ou contratados temporariamente.

Art. 9º A formação de todo e qualquer recurso humano civil envolvido

em serviços de salvamento aquático no Estado de Santa Catarina, será realizada pelo

Corpo de Bombeiros Militar, conforme programa de cursos desenvolvidos pela

Instituição.

§ 1º O curso de formação de guarda-vidas civis conferirá aos mesmos a

habilitação para o exercício da atividade de salvamento aquático e abrangerá o ensino

de técnicas de salvamento aquático com a utilização de equipamentos básicos e técnicas

básicas de atendimento pré-hospitalar.

§ 2º Os equipamentos básicos referidos no parágrafo anterior constituir-

se-ão de nadadeiras, flutuadores, pranchas e bóias de salvamento.

§ 3º As técnicas básicas de atendimento pré-hospitalar, aplicadas no

serviço de salvamento aquático, constituir-se-ão em manobras de ressuscitação e

suporte básico de vida, imobilizações e aplicações de curativos.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

§ 4º Aos guarda-vidas civis não será permitido realizar qualquer

atividade para as quais não estejam habilitados pelo Corpo de Bombeiros Militar.

§ 5º Qualquer outra atividade de condução naval ou de viaturas está

vedada aos guarda-vidas civis, permitindo-se, porém, que os mesmos atuem como

auxiliares dos bombeiros militares que conduzam tais veículos.

Art. 10. Considera-se legalmente habilitados para o exercício da função

os guarda-vidas civis que forem aprovados em curso de formação de guarda-vidas civis

realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar, ou que obtiverem homologação de curso de

salvamento aquático realizado em outra instituição, se este possuir compatibilidade com

o currículo do curso desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros Militar.

Parágrafo único. A validade da habilitação será de 9 (nove) meses, em

ambos os casos previstos neste artigo, sendo que, após este prazo, os guarda-vidas civis

deverão realizar exames de habilidades específicas definidos e efetuados pelo Corpo de

Bombeiros, para obter a revalidação por igual prazo.

Art. 11. As condições para a prestação do serviço de salvamento, de que

trata este Decreto, são as seguintes:

I - para o serviço voluntário de salvamento marítimo:

a) ter no mínimo 18 (dezoito) anos;

b) apresentar negativa de antecedentes criminais;

c) ter sanidade mental e capacidade física;

d) ser legalmente habilitado para o exercício da função; e

e) apresentar Termo de Adesão ao Serviço Voluntário de Salvamento do

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, com firma reconhecida em cartório.

II – para a contratação temporária:

a) ter no mínimo 18 (dezoito) anos;

b) apresentar negativa de antecedentes criminais;

c) ter sanidade mental e capacidade física;

d) ser legalmente habilitado para o exercício da função; e

e) ser aprovado em processo seletivo simplificado.

Art. 12. Entende-se por treinamento dos guarda-vidas civis, o programa

de condicionamento físico e técnico, que possibilite a execução das atividades de

salvamento aquático com qualidade e será realizado sempre que houver necessidade de

aprimoramento técnico e/ou físico, conforme atualização dos protocolos estabelecidos

pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.

Parágrafo único. Se os guarda-vidas civis estiverem afastados da

atividade de salvamento aquático por um período superior a um ano, deverão ser

submetidos ao treinamento previsto neste artigo, além da necessidade de realizarem as

provas de habilidade específica a que se refere o art. 5º, deste Decreto.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Art. 13. O regulamento disciplinar específico, que rege a conduta dos

guarda-vidas civis, os exames de habilidades específicas para a adesão, admissão e

revalidação da habilitação, os critérios para a classificação pelo melhor índice técnico e

a formação de guarda-vidas civis, serão definidos através de Portaria expedida pelo

Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 15. Fica Revogado o Decreto nº 6.058, de 16 de dezembro de 2002.

Florianópolis, 13 de novembro de 2006.

EDUARDO PINHO MOREIRA

Governador do Estado

TERMO DE ADESÃO AO SERVIÇO VOLUNTÁRIO DE SALVAMENTO

AQUÁTICO

O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Pessoa Jurídica de Direito Público

CNPJ/MF 06.096.391/0001-76, situada à Rua Almirante Lamego, nº 381 – Centro, CEP

88015-600, Florianópolis/SC, neste ato representada pelo Sr (Comandante da OBM),

doravante denominada CBMSC, e o Sr. (Nome completo do prestador do serviço

voluntário, filiação, data de nascimento, naturalidade, estado civil, profissão, RG, CPF,

endereço completo e telefone), doravante denominado Voluntário, celebram o presente

Termo de Adesão, nos termos do Decreto Estadual nº 4849, de 11 de novembro de

2006, e das cláusulas seguintes: Cláusula Primeira – O Voluntário, por este Termo de Adesão, compromete-se a:

I - Auxiliar o CBMSC nas atividades de salvamento aquático;

II - Apoiar o CBMSC no atendimento pré-hospitalar;

III - Apoiar o CBMSC nas prevenções em eventos públicos diversos,

realizados em balneários públicos ou proximidades;

IV - Participar de outras atividades, mediante consentimento expresso do

CBMSC; e

V - Deixar de realizar uma ou mais atividades relacionadas acima, quando essa

colocar em risco a sua integridade física, ou ainda, quando não se sentir apto a realizá-

la.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Cláusula Segunda – O Voluntário está ciente que, mesmo atuando como

voluntário, não há exclusão da sua responsabilidade administrativa, civil ou penal,

advindas de atos, omissões ou palavras durante a execução do serviço.

Cláusula Terceira – O Voluntário está consciente da insalubridade,

periculosidade e risco de vida a que está exposto durante o serviço.

Cláusula Quarta – Durante o desempenho das atividades operacionais que

ofereçam riscos à integridade física, o Voluntário, ainda que nas funções de apoio,

deverá utilizar todos os equipamentos de proteção individual necessários.

Cláusula Quinta – O presente Termo de Adesão tem prazo de duração

indeterminado, podendo ser rescindido a qualquer tempo, mediante comunicação escrita

de uma das partes a outra.

Cláusula Sexta – O Voluntário declara ser conhecedor e aceita, por inteiro, o

constante do Decreto Estadual nº 4.849, de 11 de novembro de 2006, ciente de que o

serviço voluntário prestado ao CBMSC não gera vínculo empregatício, nem obrigação

de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.

Por estarem acordes, as partes assinam o presente Termo, em 02 (duas) vias de

igual teor, na presença das testemunhas abaixo:

(Local e data)

_________________________ _________________________

Comandante Prestador do Serviço Voluntário

TESTEMUNHAS:

__________________________ ____________________________

(Nome e CPF) (Nome e CPF)

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

O COMANDANTE GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

DO ESTADO DE SANTA CATARINA, no uso das atribuições e com base no Inciso IV, do art 1° da portaria

1106/GAB/GEREH/SSP de 30 de setembro de 2003,

combinado com art 2° e 3° do Decreto N° 525, de 29 de julho de 2003 e Decreto 014 de 23 junho de 2003.

Resolve:

PORTARIA N°015/ CBMSC, de 26/11/2003

1) APROVAR A DEFINIÇÃO DOS EXAMES DE HABILIDADE

ESPECÍFICA PARA ADESÃO, ADMISSÃO,CONTRATAÇÃO E

REVALIDAÇÃO DE CERTIFICADO DOS GUARDA-VIDAS CIVIS, QUE ATUAREM DE ACORDO COM OS REGIMES PREVISTOS NA LEI 12.470,

DE 11 DE DEZEMBRO DE 2002, COMBINADO COM O ART 14 DO DECRETO N° 6.058, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2002.

2) APROVAR A DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO

POR ÍNDICE TÉCNICO DOS CANDIDATOS AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE GUARDA-VIDAS CIVIS

ADILSON ALCIDES DE OLIVEIRA

CEL CMT GERAL DO CBMSC

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR EXAMES DE HABILIDADE ESPECÍFICA PARA OS GUARDA-VIDAS CIVIS

(PORTARIA N°015/ CBMSC, de 26/11/2003)

REQUISITOS PARA A REALIZAÇÃO DOS EXAMES

Os exames de habilidade específica para a adesão ou admissão e para a revalidação da habilitação, somente poderão ser realizados por guarda-vidas civis que possuam certificado de formação em curso de guarda-vidas ministrado ou reconhecido pelo CBPMSC, atendendo os requisitos do currículo de formação de guarda-vidas Civil do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.

Para a realização dos exames, o guarda-vidas civil deverá possuir boa visão, boa audição e boa saúde, devidamente documentada e assinada por um médico, a fim de que possa executar as obrigações do serviço de salvamento aquático.

DOS EXAMES

Os exames de habilidade específica aplicados aos guarda-vidas civis, a fim de verificar as condições físicas e técnicas para a prestação do serviço de salvamento aquático e para a classificação em casos de disputa de candidatos para a admissão (contrato temporário) e adesão (serviço voluntário), serão os seguintes:

- Avaliação Teórica – Avaliação referente a disciplina de recuperação de afogados, sendo a nota mínima para aprovação igual ou superior a sete.

- Avaliação Prática – Os avaliados serão submetidos às seguintes provas práticas, com os devidos aproveitamentos mínimos:

- Natação 500m em piscina, sem nadadeiras, estilo crawl, no tempo máximo de onze minutos, onde obterá nota cinco. Para obter nota máxima, o exercício deverá ser executado em até sete minutos e trinta segundos. Os tempos intermediários serão computados conforme tabela anexa.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

- Transporte de peso em piscina, devendo executá-la da seguinte forma: Nadar 25m estilo nado de aproximação, apanhar um objeto de 04 Kg a dois metros de profundidade, emergi-lo e transportá-lo por 25m sem deixá-lo afundar. OBS: A prova deve ser realizada sem meios auxiliares de natação, em piscina com profundidade mínima de dois metros, num tempo máximo de um min e dez segundos, onde obterá nota cinco. Para obter nota máxima, o exercício deverá ser executado em até 45 segundos. Os tempos intermediários serão computados conforme tabela anexa.

- Corrida de 1.600m, em piso firme, no tempo máximo de sete minutos, onde obterá nota cinco, Para obter nota máxima, o exercício deverá ser executado em até cinco minutos e trinta segundos. Os tempos intermediários serão computados conforme tabela anexa.

- Travessia de arrebentação, com ondas de pelo menos 03 pés, contornando uma bóia a 200m da arrebentação, sem meios auxiliares de natação, num tempo máximo de dez minutos. OBS: Dependendo das condições do mar, esta prova poderá ter seu tempo aumentado.

OBS1: O aluno poderá realizar até três tentativas em cada prova eliminatória. OBS2: Será considerado reprovado o aluno que não obtiver nota mínima 07 (sete) na avaliação teórica e nota 05 (cinco) nas avaliações práticas.

Deve demonstrar, através de exames teóricos e práticos elaborados pela 3ª Seção do Estado Maior do CBMSC, habilidades de reanimação cardiopulmonar e primeiros socorros básicos necessários à atividade do guarda-vidas, obtendo índice mínimo de 50% de aproveitamento na prova teórica e 70% na prova prática;

A classificação em casos de disputa de candidatos para a admissão (contrato temporário) e adesão (serviço voluntário), será realizada pelo melhor índice técnico, conforme tabela em anexo.

Somente poderão aplicar exames de Habilidade Específica, Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar que tenham concluído com sucesso o Curso de guarda-vidas ministrado ou reconhecido pelo Corpo de bombeiros e/ou que possuírem, pelo menos, cinco anos de experiência na atividade de Salvamento Aquático.

Florianópolis, SC, em 24 de novembro de 2003.

ADILSON ALCIDES DE OLLIVEIRA

Cel PM Cmt Geral do CBMSC

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ANEXO I

TABELA COM OS TEMPOS PARA AS HABILIDADES ESPECÍFICAS

Obs:

4) Na prova dos 500 metros de natação a cada segundo que ultrapasse 7 minutos e 30

segundos, será descontado o valor de 0,024 pontos ;

5) Na prova da Anilha a cada segundo que ultrapasse 45 segundos, será descontado o valor

de 0,2 pontos ;

6) Na prova de Corrida de 1.600 metros a cada segundo que ultrapasse 5 minutos e 30

segundos, será descontado o valor de 0,055 pontos;

7) A prova de travessia de arrebentação não terá caráter classificatório.

ADILSON ALCIDES DE OLLIVEIRA

Cel PM Cmt Geral do CBMSC

ESTADO DE SANTA CATARINA

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

Avaliação dos Guarda-VidasCivis

Provas Realizadas

Nome

Completo

500 mts Anilha 1600 mts Entrada/Saída

Classificação Nota

Tempo Nota

Tempo Nota

Tempo Temp

o Nota

Tempo Temp

o Mi

n

Se

g

Min Seg Min Seg Min Seg

1 Fulano de Tal 10,00 7 30

450

10,00 0 45

45

10,00 5 30 330

10,00 5 0 300 10,00

2 Fulano de Tal 5,00 11 0

660 5,00 1 10

70 5,00 7 0 420 5,00 10 0 600 5,00

* Prova de Entrada e Saída deve ser considerado as condições do mar.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ESTADO DE SANTA CATARINA COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS

3ª SEÇÃO DO ESTADO MAIOR (BM-3/CCB)

DIRETRIZ DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

CLASSIFICAÇÃO: Procedimento Operacional Padrão n.º 09/2005/BM-3/CBMSC ASSUNTO: Dispõe sobre o padrão de procedimentos que deverá ser observado no funcionamento do Serviço de Salvamento Aquático prestado pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina (CBMSC), através de seus postos, locados em praias marítimas. 8) FINALIDADE

Padronizar os procedimentos operacionais e as condutas de pessoal pertinentes ao Serviço de Salvamento Aquático, prestado pelo CBPMSC, em praias marítimas.

2. REFERÊNCIAS: - Constituição Federal (art. 144, V, c/c art 144 §5º); - Constituição Estadual (art. 107, II, letra a); - Lei 6.217/83 (art. 2º, V e VI, c/c art. 29); - Dec Lei 19.237/83 (art. 64) - Doutrina de salvamento aquático. 3. OBJETIVOS:

a. Orientar as Organizações de Bombeiro Militar do CBMSC quanto ao planejamento e a execução do Serviço de Salvamento Aquático em praias marítimas do litoral do Estado de Santa Catarina.

b. Delegar atribuições específicas ao setor operacional da prestação do

serviço de salvamento aquático. 4. EXECUÇÃO

4.1Abertura do posto:

O horário de serviço será, em princípio, das 0800H às 2000H, podendo o Cmt da OBM local adequar o horário de acordo com as necessidades locais.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Os turnos de serviço poderão, a critério do cmt da OBM, ser de seis ou de doze horas. Nos turnos de seis horas não haverá a prática de atividade física nem horário para almoço. O Cmt do posto ou mais antigo, no primeiro momento devera informar ao COBOM e à central de salvamento:

1 - Que o posto já está em atividade; 2 - Registrar e informar imediatamente as faltas ao cmt da praia ou ao ronda das praias.

Educação física:

A atividade física para manutenção do condicionamento físico e técnico, deverá ser

realizada no início do turno de serviço (das 0800H às 0900H) ou no final do turno de

serviço (das 1900H às 2000H) dependendo do movimento na praia e a critério do Cmt

ou mais antigo do posto.

OBS: O coordenador da praia poderá realizar a atividade física até as 1000h

ou após as 1800h.

O treinamento físico está restrito a corrida ou natação, precedido de aquecimento e

alongamento. A prática de outras atividades relacionadas às competições de salvamento

aquático dependerá de autorização do coordenador de praia.

O efetivo do Posto alternar-se-á para a prática da atividade física, dentro do horário

previsto, de modo que a segurança da praia não fique prejudicada.

Estratégia:

O Cmt do Posto, ou mais antigo, deverá verificar as condições do mar, do tempo

e as características da praia para adotar a estratégia de salvamento daquele dia:

Sinalizar com bandeiras os locais perigosos.

Determinar de que forma serão realizadas as rondas.

Guarnecer o ponto que apresentar maior perigo.

Dispor os materiais de salvamento em local ou pontos estratégicos.

Determinar a rotina de prevenção.

Coordenar os resgates e solicitar apoio necessário, utilizando os meios de comunicação.

Determinar a realização do almoço em 03 (três) turnos se houver na guarnição 03 (três)

ou mais Guarda-vidas. Se o efetivo do posto for composto por 02 (dois) Guarda-vidas

apenas, deverá ser dividido em 02 (dois) turnos de almoço. Cada turno não poderá

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

exceder 01 (uma) hora de duração e deverão ser praticados às 11:30H, 12:30H e

13:30H.

Jet-ski:

O Cmt do posto deve determinar que somente o piloto habilitado e escalado para a

função é quem pilotará o equipamento. Nenhum outro integrante da guarnição poderá

pilotar.

O piloto durante a condução, utilizará obrigatoriamente: capacete, colete e chave de

corte de motor ligada ao colete. Portará também suas nadadeiras no compartimento da

embarcação.

O Jet-ski deverá ser posicionado em um ponto estratégico para saída.

Deverá ser demarcada na água, com duas raias em paralelo, constituídas de cabo e

bóias, a área de saída de embarcação. Deve-se, ainda, evitar que pessoas se banhem

dentro da área demarcada.

Fica proibido, exceto em atendimento de ocorrência, a entrada e saída do Jet-ski na

praia em local não demarcado.

Deverá ser demarcada na faixa de areia, com duas fitas zebradas em paralelo, a área de

estacionamento do Jet-ski. Deve-se, ainda, evitar que os banhistas se acomodem na área

demarcada.

O Cmt do posto deverá determinar que toda a guarnição se envolva nos procedimentos

de transporte do Jet-ski na faixa de areia. O piloto será o responsável pela manutenção e

preenchimento do diário de bordo.

Não será permitido realizar rondas utilizando o Jet-Ski. Somente poderá haver o

acionamento do mesmo no 1º momento da manhã, para aquecimento, e posteriormente

somente em casos de ocorrências, ou para treinamento com prévia autorização do

Ronda de Praia.

Aos Guarda-vidas civis está vedada a atividade de condução naval ou de viaturas, permitindo-se, porém, que os mesmos atuem como auxiliares dos bombeiros militares que conduzam tais veículos

Helicóptero:

Nos postos que possuírem área destinada para pouso de aeronave (heliponto), o Cmt ou

mais antigo deverá conservar a área isolada, sinalizada e limpa, sempre pronta para uso.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Em caso de necessidade de pouso onde não houver heliponto, o Cmt do posto ou mais

antigo deverá providenciar uma área isolada e segura na faixa de areia retirando pessoas

e objetos como cadeira e guarda-sol.

Durante o andamento de qualquer ocorrência que necessite a intervenção do helicóptero,

o Guarda-vidas deverá acenar com as duas nadadeiras em movimentos amplos, com os

braços estendidos acima da cabeça para que a tripulação da aeronave possa visualizar e

logo em seguida, indicar com uma das nadadeiras somente, o local onde se desenvolve a

ocorrência.

Durante a passagem do helicóptero em situação normal, o Guarda-vidas simplesmente

acenará com uma das mãos (sem nadadeira) para a tripulação da aeronave.

Se o Guarda-vidas estiver na água e precisando de ajuda, deverá acenar com os dois

braços para chamar a atenção da aeronave e após a visualização da tripulação deverá

permanecer com o braço direito estendido acima da cabeça indicando a necessidade de

intervenção do helicóptero.

Ronda na praia:

Os Guarda-vidas deverão estar sempre usando o uniforme regulamentar para:

Serem localizados facilmente por populares e outros Guarda-vidas;

Garantirem a proteção recomendada contra os raios solares, preservando a saúde.

Além do uniforme, cada Guarda-vidas será obrigado, para a realização de rondas, a

portar apito, nadadeiras e life-belt.

A duração de cada ronda será estabelecida pelo Cmt do posto, ou mais antigo.

Os Guarda-vidas deverão estar sempre no visual do posto.

O Ronda:

O Cmt do posto ou mais antigo deverá apresentar-se ao Ronda, informando as

alterações, necessidades e relatórios.

Em qualquer situação (dias de chuva, dias com fortes ventos, dias normais, etc),

somente o Ronda terá autonomia para modificar o efetivo nos postos.

O Cmt do posto ou mais antigo deverá providenciar junto ao policiamento local, a

possibilidade de prever uma vaga de estacionamento, o mais próximo possível do posto,

para ser utilizada por Vtr ASU e Vtr do Ronda.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Relatórios:

Os registros de ocorrências de praia deverão ser entregues ao coordenador da praia, na

sua passagem pelo posto.

Em casos de ocorrências de óbito, o Cmt do posto, ou mais antigo, deverá constar no

verso das folhas de registro de ocorrência, um breve relatório informando: origem da

vítima, histórico do acidente (local exato, horário, circunstâncias). Em caso de

desaparecimento da vítima, procurar também recolher dados sobre vestimentas, objetos

pessoais (relógio, jóias), além de marcas, tatuagens e outras características físicas.

Ocorrências de óbito devem ser informadas imediatamente ao Ronda.

Em caso de ocorrências que mereçam destaque (ação do Guarda-vidas digno de menção

honrosa), o Cmt do posto deverá confeccionar relatório minucioso na forma de

Comunicação Interna, coletando dados, testemunhas, etc, e entregando ao ronda de

praia.

Permanência no posto de salvamento:

Deverá haver sempre, no mínimo, 01 (um) Guarda-vidas no patamar superior do posto,

em local visível, devidamente uniformizado, atentando para a postura e para a constante

observação aos banhistas. O mesmo comportamento deverá ser observado pelos demais

integrantes da guarnição que permanecerem no patamar inferior.

Nenhum Guarda-vidas poderá permanecer no patamar superior do posto sem estar

devidamente uniformizado.

Não poderá permanecer no posto a totalidade do efetivo. Deverá sempre haver alguém

em ronda na faixa de areia ou em prevenção em locais de perigo.

Nos dias de chuva, a critério do Cmt do Posto, será permitida a concentração do efetivo

no posto de salvamento, se assim o movimento da praia permitir.

Não será permitida a entrada e/ou permanência de civis no posto, mesmo que seja para a

utilização do banheiro. Exceção feita àqueles envolvidos no serviço ou em atendimento

de emergência.

Local de trabalho não é apropriado para “bate-papo” com civis e familiares. Tal

comportamento não será permitido.

Não será permitido que se guarde no Posto, qualquer material ou utensílio de pessoas

que não pertençam à Guarnição de serviço.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Uniforme:

O uniforme será aquele estabelecido pelo regulamento de uniformes do CBMSC.

O uniforme também é um EPI, portanto, de uso obrigatório em qualquer situação:

Nas rondas;

Prevenções;

No posto;

O agasalho previsto pelo regulamento de uniforme do CBMSC poderá ser utilizado em

dias frios, sobreposto ao uniforme.

Assuntos burocráticos:

Os assuntos burocráticos como: Troca de serviço, dispensa de serviço, troca de local de

trabalho, visita médica, etc. deverão ser tratados diretamente com o coordenador de

praia.

Declarações à imprensa:

As relacionadas ao atendimento de ocorrências é de competência do Bombeiro Militar coordenador da praia. Assuntos relacionados com a administração da Operação Veraneio, de cunho político, ou ainda que não estejam diretamente ligados com a praia específica em que o Guarda-vidas trabalhe, deverão ser direcionados ao Ronda de Praia.

Atendimento ao público:

Procurar ser sempre cordial e esclarecedor, evitando emprego de gírias.

Realizar sempre o serviço de prevenção na entrega de panfletos.

Evitar envolver-se em ocorrências policiais, se possível acionando uma guarnição PM

para o atendimento.

Área de atuação:

Cada posto limitar-se-á a atender, de forma preventiva na faixa de areia, com

demarcação por bandeiras, rondas e sinalização sonora, um raio de 500 (quinhentos)

metros para cada lado do posto (esquerdo e direito).

O limite acima foi estabelecido atendendo a capacitação técnica pessoal e material que o

serviço de salvamento oferece atualmente. Tal distância será desprezada em caso de

ocorrência em andamento comunicada ao posto de salvamento.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

Manutenção do posto e de materiais:

O comandante do posto, ou na ausência deste, o mais antigo, será responsável pela manutenção da limpeza do posto, bem como pela manutenção de aparência como pintura, corte de grama, etc.

As alterações do posto (vidros quebrados, lâmpadas queimadas, fechaduras danificadas,

etc) devem ser comunicadas, pelo comandante do posto, ao coordenador da Praia para

que este providencie a devida reposição.

O efetivo do Posto deverá ser criterioso na preservação dos materiais, protegendo-os do

sol, sempre que possível, bem como, protegendo-os de qualquer dano que possa sofrer

por falta de um devido cuidado como o ideal acondicionamento, por exemplo.

Fechamento do posto:

Deverá ser informado ao COBOM e à central de salvamento o término dos trabalhos.

O Cmt do posto ou o mais antigo, deverá verificar o correto preenchimento das fichas

de registro de ocorrência, antes de dispensar a guarnição e, ainda, arquivá-las até o

recolhimento pelo Ronda de praia.

Deverá ser realizada a devida faxina no posto e manutenção dos materiais utilizados.

O Cmt do posto deverá providenciar um local seguro e habitado durante o período

noturno para guardar os materiais de serviço, considerados permanentes como: rádio,

White-med, binóculos, etc.

7. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

7.1 As informações contidas nesse documento não poderão ser alegadas como desconhecidas, cabendo ao coordenador da praia a divulgação, fiscalização e exigência no cumprimento das mesmas.

7.2 O estabelecido nesse POP deverá ser seguido, no que couber, também pelos civis prestadores do serviço de salvamento aquático, concomitantemente com o prescrito na cartilha para Guarda-vidas civis.

7.4 O conteúdo desse POP, será repassado a todo o efetivo prestador do serviço de

salvamento aquático nos cursos de formação, nos treinamentos pré-temporada e

nas recertificações através de uma disciplina específica.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

7.5 Todos postos Guarda-vidas em atividade deverão conter uma cópia deste

documento. O Cmt do posto, ou mais antigo é o responsável pelo cumprimento

deste item.

Florianópolis, SC, em 27 de Março de 2007.

________________________________

ADILSON ALCIDES DE OLIVEIRA

Cel BM Cmt Geral do CBMSC

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

ESTADO DE SANTA CATARINA

COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS

7º BATALHÃO DE BOMBEIROS MILITAR

FUNÇÕES DO COORDENADOR DE PRAIA

O Coordenador de Praia será o Bombeiro Militar mais antigo de serviço no dia

no respectivo Município, devendo ter ciência de que:

1. O serviço de Guarda-vidas é missão do Corpo de Bombeiros Militar;

2. O serviço funciona com organização, cumprimento das missões,

profissionalismo e com exemplos positivos;

3. A prevenção é a razão do serviço de guarda-vidas.

Compete ao Coordenador de Praia, entre outras atribuições:

NO INÍCIO DO SERVIÇO:

1 – Assumir o serviço até às 07:30h;

2 – Conferir todo o material colocado à sua disposição, comunicando em livro de

partes as alterações, danos, extravios e mau funcionamento;

3 – Distribuir os materiais nos Postos de Guarda-vidas a partir das 08:00h,

alternando a distribuição, de forma a ativá-los por prioridade;

4 – Conferir a presença dos Guarda-vidas Civis, registrando as faltas,

atrasos e todas as alterações no Sistema com Cadastro dos GVC, esse

inserido na página do CBMSC;

5 – Todas as alterações do serviço devem ser comunicar imediatamente

ao Ronda da Praia;

6 – Conferir a barba, cabelo e uniforme dos Guarda-vidas civil,

procedendo da mesma forma que o item anterior em relação ao registro

das alterações;

7 – Observar o estado geral dos postos de Guarda-vidas. Havendo danos,

buscar soluções ou alternativas de reparo no próprio Município, devendo

essas alterações ser de relatar ao Ronda da Praia;

8 – Cobrar dos Guarda-vidas civil a devida limpeza dos Postos de Guarda-

vidas;

9 – Distribuir e manter os documentos de praia, fichas de ocorrências,

planilhas de prevenção e de público usuário, todas atualizadas;

10 – Realizar a atividade física após a entrega dos materiais e conferência

do pessoal, não devendo o horário ultrapassar às 10:00h.

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Curso de Formação de Guarda-vidas Militar

11- Caso não tenha sido possível a realização da educação física no

período matutino, a mesma deverá ser realizada a partir das 18:00h, antes

do recolhimento dos materiais;

DURANTE O SERVIÇO:

1 – Permanecer nas praias sob sua circunscrição administrativa e

operacional o maior tempo possível, somente afastando-se das mesmas

por necessidade do serviço;

2 – Realizar rondas constantes nos postos de guarda-vidas evitando em

permanecer num mesmo posto por tempo superior a 30 minutos. Todos

os Postos deverão ser inspecionados pelo Coordenador da praia pelo

menos duas vezes por dia, em horários alternados;

3 – Encontrando alterações de GVC, deverá chamar a atenção de forma

reservada, a fim de corrigir a falta. Deverá registrar as alterações no

Sistema com Cadastro dos GVC, esse inserido na página do CBMSC;

4- Deverá manter sempre diálogo profissional e amistoso com o efetivo,

desejando sempre a harmonia do serviço. Jamais o Coordenador deverá

utilizar expressões agressivas, discussões pessoais, emissão de opiniões

particulares, de juízo de valor, palavrões e bate-bocas;

5 – A imposição e o bom funcionamento do serviço deverá ser pautada

pelo exemplo, portanto, jamais o Coordenador de praia deverá infringir

normas constantes no POP de Salvamento Aquático;

6 – Todo afogamento com óbito deverá ser comunicado imediatamente ao

Ronda da Praia, a fim de iniciar as buscas;

7 – O contato do coordenador de praia sempre deverá ser o Ronda da

Praia, não devendo nessas situações fazer contatos diretos com outros

oficiais;

8 – Não compete ao coordenador de praia a aplicação de suspensão, ou

demissão de GVC. A suspensão compete ao Ronda de praia e a demissão

compete à comissão de oficiais, após a devida investigação;

9 – Não deverá ser aplicada penas que não estejam previstas no

regulamento disciplinar do Guarda-vidas civil.

AO TÉRMINO DO SERVIÇO

1 – O início do recolhimento do material dos postos de Guarda-vidas

deverá ser realizado após as 19:00h, não devendo permanecer no Posto

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de salvamento qualquer material de valor, como White-med, binóculos,

rádios, flutuador, nadadeiras, caixas de primeiros socorros, macas;

2 – Cobrar dos Guarda-vidas civil a devida faxina nos Postos de

Salvamento ao término de cada jornada de trabalho;

3 – Recolher as fichas de ocorrências diariamente, arquivando-as no

quartel após a devida tabulação, remetendo os dados às seções

competentes nos dias previstos pelo B-3;

PRESCRIÇÕES DIVERSAS:

1 – O Coordenador de Praia deverá manter consigo o número do celular

de todos os Rondas de praia, bem como estar certo de qual oficial está de

serviço no respectivo dia na sua subárea;

2 – Todos os Guarda-vidas civis deverão permanecer uniformizados

durante o serviço, exceto durante a realização da atividade física ou

durante os atendimentos de ocorrências, os quais poderão ser realizados

somente de calção;

3 – Somente os bombeiros militares devidamente habilitados poderão

conduzir as viaturas e as embarcações;

4 – Fiscalizar a educação física dos Guarda-vidas civil. Nos turnos de

serviço de seis horas os Guarda-vidas civil não terão horário para

educação física e nem espaço para o almoço. Nos turnos de 12 horas, a

educação física dos mesmos será realizada das 08:00h às 09:00h ou das

19:00h às 20:00h, devendo o efetivo do posto ser dividido em duas

turmas: Uma fará a educação física no início da manhã (das 08:00h às

09:00h) e a outra no fim da tarde (das 19:00h às 20:00h).

5 – O Coordenador de praia deverá cumprir e fazer cumprir todas as

orientações previstas no POP e na Cartilha dos Guarda-vidas Civil;

6 – O coordenador de Praia mais antigo do Município é responsável pelo

cadastro de todas as praias de sua área, bem como do cadastro dos

Guarda-vidas Civis, devendo o banco de dados estar totalmente

alimentado até o dia 20 Dez ....

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARNAVAL, Paulo Eduardo. Cinesiologia da musculação. 2ª edição. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

COSTILL, David L.; WILMORE, Jack H. Fisiologia do esporte e do exercício. 2ª edição. Barueri, SP: Manole, 2001 (1ª edição). 709 p.

FILHO, Edelzito F. B.. Surfistas: salva-vidas em potencial? 1992. XX p. Monografia (Graduação em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1992.

GUAIANO, Osni Pinto. O emprego dos elementos do surfe no salvamento aquático: concepções de professores e alunos do curso de Graduação em Educação Física. Bauru, 2005. 128 p. Monografia (Licenciatura plena em Educação Física) – Instituto de Ciências da Saúde da UNIP, Bauru, 2005. Em: http://www.sobrasa.org/biblioteca

JUNIOR, Abdallah Achour. Exercícios de alongamento. Anatomia e fisiologia. 1ª edição. São Paulo: Editora Manole, 2002. 550 p.cap. 2 – Fundamentos para exercícios de alongamento, pág. 149; Cap. 14 – Métodos para desenvolvimento de flexibilidade, pág. 345-375.

VASCONCELLOS, Marcos Barros de; SANTOS, Reginaldo Oliveira. Um estudo sobre o ensino do auto-salvamento nas aulas de natação, para crianças de 4 a 6 anos, como conteúdo auxiliar na prevenção de afogamentos. 2004. 15 p. Artigo monográfico (Pós-graduação “Latu Sensu” em natação e hidroginástica). Faculdades Integradas Maria Tereza, Rio de Janeiro, 2004.

CARDOSO, Carlos Luiz. Concepção de aulas abertas. In: KUNZ, Elenor (Org.). Didática da educação física 1. 3ª edição. Ijuí: Unijuí, 2003. 158 p. p. 121-154.

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MOCELLIN, Onir. Analise do processo de qualificação de salva-vidas: aproximação de um modelo ideal para Santa Catarina. 2001. (Pós-graduação “Latu Sensu” em Segurança Pública). UNISUL, Santa Catarina, 2004. LESTA - Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997, dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. RLESTA - Decreto No 2.596, de 18 de maio de 1998, que regulamenta a Lei no 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário

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em águas sob jurisdição nacional. NORMAM-03/DPC. LEI FEDERAL N° 7.661, de 16 de maio de 1988, que Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências, POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ. Manual do Guarda-vidas. 1ª EDIÇÃO, 2004 LEI FEDERAL Nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências.

LEI ESTADUAL Nº 13.880, de 04 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a contratação temporária e a prestação de serviço voluntário na atividade de salvamento aquático por pessoal civil e estabelece outras providências.

DECRETO ESTADUAL No 4.849, de 11 de novembro de 2006, que regulamenta a contratação temporária e a prestação de serviço voluntário na atividade de salvamento aquático por pessoal civil.

PORTARIA N°015/ CBMSC, de 26 de novembro de 2003, que define os exames de habilidade específica para adesão, admissão,contratação e revalidação de certificado dos guarda-vidas civis.

Manual de Salvamento Aquático do SOBRASA.

Manuais de Salvamento Aquático e Primeiros Socorros do CBPMSC;

Plano de ensino do curso de especialização de guarda-vidas do Paraná;

Currículo do Curso de Especialização de Guarda-vidas de São Paulo;

Manual do Curso de Guarda-vidas do Uruguai;

Surf Life Saving Training Manual of Australia;

The United States Lifesaving Association Manual of Open Water Lifesaving;

Open Water Lifeguarding Manual of San Diego (EUA);

Head Lifeguard of American Red Cross.