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Universidade Federal do ABC
Eng. de Instrumentação, Automação e Robótica
Circuitos Elétricos II
José Azcue, Prof. Dr.
Transformada inversa de Laplace
Definição
Funções racionais
Expansão em frações parciais
Teorema do valor inicial e final
3
Transformada inversa de Laplace
Exemplo – Obter a transformada inversa de Laplace de:
𝐹 𝑠 =1
(𝑠 + 3)2
Tem-se que:
ℒ 𝑡 =1
𝑠2 (Derivada da transformada)
ℒ 𝑒−𝑎𝑡𝑓(𝑡) = 𝐹 𝑠 + 𝑎 (Translação na frequência)
Portanto: ℒ−1 𝐹 𝑠 = 𝑡𝑒−3𝑡 , 𝑡 ≥ 0
4
Transformada inversa de Laplace
• A transformada inversa de Laplace é dada por:
ℒ−1 𝐹 𝑠 =1
2𝜋𝑗 𝐹 𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑑𝑠
𝜎+𝑗∞
𝜎−𝑗∞
= 𝑓 𝑡
• Para 𝑡 > 0
ℒ−1 𝐹 𝑠 =1
2𝜋𝑗 𝐹 𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑑𝑠
𝜎+𝑗∞
𝜎−𝑗∞
= 𝑓 𝑡 𝐻 𝑡
H 𝑡 = 0 𝑡 < 01 𝑡 ≥ 0
2º Método: Fórmula de Inversão
Integral sobre a reta s=
5
Transformada inversa de Laplace 3º Método: Anti-transformação de Funções Racionais
(Razão entre dois polinômios em s)
6
Funções racionais
0
( ) 1 ( )( ). . ( )
tv t dv t
v t dt C Idc H tR L dt
Exemplo
Aplicando a lei de Kirchhoff de correntes:
equação íntegro-diferencial em t
7
Funções racionais
( ) 1 ( ) 1[ . ( ) (0 )] .
V s V sC sV s v Idc
R L s s
Observações:
V(s) = variável de interesse
R, L, C e Idc = conhecidos
v(0-) = 0 (tensão inicial no capacitor)
O problema se reduz a uma equação algébrica em s
Aplicando Laplace:
0
( ) 1 ( )( ). . ( )
tv t dv t
v t dt C Idc H tR L dt
8
Funções racionais
( ) 1 ( ) 1( ) .
V s V ssC V s Idc
R L s s
Isolando-se V(s):
1 1( ).
IdcV s sC
R sL s
(x
𝑠
𝐶)
2
/( )
1 1
Idc CV s
s sRC LC
v(t) é a transformada inversa de V(s)
Função racional
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Expansão em frações parciais • Determinar as raízes de 𝑫(𝒔) e escrever o polinômio
do denominador na forma fatorada.
• Determinar as constantes 𝑨𝒊 (denominadas Resíduos)
• Anti-transformar cada parcela (usando a linearidade)
1 2
( )( )
n
N sF s
s p s p s p
1 2
1 2
( ) n
n
A A AF s
s p s p s p
1 2
1 2( ) np t p t p t
nf t A e A e A e
12
Expansão em frações parciais • Seja:
Para determinar os Resíduos A1 e A2, utilize o Método dos Resíduos.
Multiplicando ambos os lados por 𝑠 − 𝑝1
𝐹 𝑠 =(𝑎 + 𝑏𝑠)
𝑠 − 𝑝1 𝑠 − 𝑝2 =
𝐴1
𝑠 − 𝑝1+
𝐴2
𝑠 − 𝑝2
𝐹 𝑠 =𝑎 + 𝑏𝑠
𝑠 − 𝑝1 𝑠 − 𝑝2 𝑝1 ≠ 𝑝2
𝑎 + 𝑏𝑠
𝑠 − 𝑝2= 𝐴1 +
𝑠 − 𝑝1 𝐴2
𝑠 − 𝑝2
Frações
parciais:
(𝑠 − 𝑝1) (𝑠 − 𝑝1)
13
Expansão em frações parciais • Fazendo 𝑠 = 𝑝1
𝑎 + 𝑏𝑝1
𝑝1 − 𝑝2= 𝐴1 +
𝑝1 − 𝑝1 𝐴2
𝑝1 − 𝑝2
→ 𝐴1 =𝑎+𝑏𝑝1
𝑝1−𝑝2= 𝐹(𝑠) 𝑠 − 𝑝1 𝑠=𝑝1
e 𝐴2 =𝑎+𝑏𝑝2
𝑝2−𝑝1= 𝐹(𝑠) 𝑠 − 𝑝2 𝑠=𝑝2
0
14
Pólos simples
• Generalizando para 𝑛 pólos simples:
• Exemplo:
2 2
3 2
96( 17 60) 96( 17 60) 120 48 72( )
14 48 ( 6)( 8) 6 8
s s s sF s
s s s s s s s s s
1 6 8( ) ( ) 120 48. 72. . ( )t tf t F s e e H t L
𝐴𝑖 = 𝐹(𝑠) 𝑠 − 𝑝𝑖 𝑠=𝑝𝑖
𝐹 𝑠 =96(𝑠2 + 17𝑠 + 60)
𝑠3 + 14𝑠2 + 48𝑠
D(s), polinômio mônico estritamente próprio
=96(𝑠2 + 17𝑠 + 60)
𝑠(𝑠 + 6)(𝑠 + 8)
Fatorar denominador
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Pólos simples complexos
)256)(6(
)3(100)(
2
sss
ssFExemplo:
• Raízes do termo quadrático: )43).(43()256( 2 jsjsss
)43()43()6()256)(6(
)3(100 321
2 js
K
js
K
s
K
sss
s
• Assim:
12)256(
)3(100
6
21
sss
sK 53
3
3 4
100( 3)10.
( 6)( 3 4)
j
s j
sK e
s s j
1 2,36; 3 4p p j • Pólos:
𝐾2 =100 𝑠 + 3
𝑠 + 6 𝑠 + 3 + 𝑗4 𝑠=−3+𝑗4
= 10∠ − 53° = 10𝑒−𝑗53
16
Pólos simples complexos
2
100( 3) 12 10 53º 10 53º( )
( 6)( 6 25) ( 6) ( 3 4) ( 3 4)
sF s
s s s s s j s j
Observações:
Raízes complexas sempre aparecem em pares conjugados
Os resíduos associados a esses pares também são conjugados
→ Para pólos complexos basta calcular um dos resíduos
1 6 53 (3 4) 53 (3 4)
2
100( 3)12. 10. . 10. . . ( )
( 6)( 6 25)
t j j t j j tse e e e e H t
s s s
L
6 3( ) 12. 20. .cos(4 53º ) . ( )t tf t e e t H t
• Lembrando que * 2Rez z z
•E usando a fórmula de Euler, eliminam-se os componentes imaginários:
17
Pólos simples complexos
No exemplo, tem-se:
2,3 3 4p j 53
2,3 10ojA e
Contribuição do par de pólos complexos na anti-transformada:
320. .cos(4 53º )te t
53 ( 3 4) 53 ( 3 4) 53 ( 3 4)10 10 2 10o o oj j t j j t j j te e e e e e e
3 (4 53 )2 10ot j te e e
2 3 4p j 53
2 10ojA e
x2
18
Pólos simples complexos
Contribuição de Pólos Complexos
** 2k k kp t p t p t
k k kA e A e e A e
1º Caso
kj
k k
k k k
A A e
p j
Resíduo:
Pólo:
2 2 cos( )k kp t t
k k k ke A e A e t
2º Caso
Resíduo:
Pólo:
' ''
k k k
k k k
A A jA
p j
' ''
2
2 cos( ) ( )
k
k
p t
k
t
k k k k
e A e
e A t A sen t
F
19
Pólos simples complexos No Exemplo:
2,3 3 4p j 2,3 6 8A j
Contribuição do par de pólos complexos na anti-transformada:
3 312 cos(4 ) 16 (4 )t te t e sen t
( 3 4) ( 3 4) ( 3 4)(6 8) (6 8) 2 (6 8)j t j t j tj e j e e j e
3 (4 ) 32 6 8) 2 6cos4 8 4t j t te e j e e t sen t
2 3 4p j 2 6 8A j
x2
x(-2)
20
Pólos múltiplos
raízes de Q(s) nqqqq 321
multiplicidade
q1 é n vezes raiz de Q(s)
Cálculo dos resíduos
𝐹 𝑠 =𝑃(𝑠)
𝑄(𝑠)=
𝑃(𝑠)
𝑠 − 𝑞1𝑛
=𝐴1
𝑠 − 𝑞1𝑛
+𝐴2
𝑠 − 𝑞1𝑛−1
+ ⋯ +𝐴𝑛
𝑠 − 𝑞1
𝐴𝑘 =1
𝑘 − 1 !
𝑑𝑘−1 𝐹 𝑠 𝑠 − 𝑞1𝑛
𝑠=𝑞1
𝑑𝑠𝑘−1 𝑘 = 1,2, ⋯ , 𝑛
F
21
Pólos múltiplos
2
2( )
( 1)
sF s
s s
• O denominador tem 2 raízes (ou pólos), sendo 1 distinta: p1 = 0 e uma múltipla, de multiplicidade 2, em p2 = -1.
Exemplo:
𝐴1 = 𝐹 𝑠 . 𝑠 𝑠=0
= 2 𝐵1 = 𝐹 𝑠 . (𝑠 + 1)2 𝑠=−1
= −1
𝐹 𝑠 =𝑠 + 2
𝑠 𝑠 + 1 2=
𝐴1
𝑠+
𝐵1
𝑠 + 1 2+
𝐵2
(𝑠 + 1)
F
22
Pólos múltiplos
Portanto,
𝑠 + 2
𝑠 𝑠 + 1 2=
2
𝑠−
1
𝑠 + 1 2+
𝐵2
(𝑠 + 1)
𝐵2 =1
2 − 1 !
𝑑2−1 𝐹 𝑠 𝑠 + 1 2𝑠=−1
𝑑𝑠2−1
𝐵2 =𝑑 (𝑠 + 2)/𝑠 𝑠=−1
𝑑𝑠=
𝑠 − 𝑠 + 2
𝑠2 𝑠=−1
= −2
𝑠 + 2
𝑠 𝑠 + 1 2=
2
𝑠−
1
𝑠 + 1 2−
2
(𝑠 + 1)
(k=2)
23
Pólos múltiplos
• Para anti-transformar as frações parciais, utilizamos:
𝑠 + 2
𝑠 𝑠 + 1 2=
2
𝑠−
1
𝑠 + 1 2−
2
(𝑠 + 1)
𝑓 𝑡 = [2 − 𝑡. 𝑒−𝑡 −2. 𝑒−𝑡 ]𝐻(𝑡)
24
Pólos múltiplos complexos Exemplo:
22 )256(
768)(
sssF
)43(
*
)43(
*
)43()43()43()43(
768 2
2
12
2
1
22 js
K
js
K
js
K
js
K
jsjs
Somente K1 e K2 são determinados, pois K1*e K2* são os valores conjugados
12)8(
768
)43(
7682
43
21
jjsK
js
3)43(
768
43
22 jjsds
dK
js
25
Pólos múltiplos complexos Agrupando a expansão em termos conjugados
)43(
3
)43(
3
)43(
12
)43(
12)(
22 js
j
js
j
jsjssF
3 3( ) 24. . cos4 6. cos(4 90º ) . ( )t tf t t e t e t H t
Aplicando a transformada inversa, considerando a contribuição de pólos complexos conjugados:
F
26
Funções racionais impróprias Neste caso, deve ser realizada a divisão entre os polinômios, e a
função poderá ser expressa como um polinômio somado a uma
função racional estritamente própria. Exemplo:
Dividindo o numerador pelo denominador, até que o resto seja
uma função racional estritamente própria:
𝑠 + 2 +−4𝑠2 − 𝑠 + 1
𝑠3 + 3𝑠2 + 2𝑠= 𝑠 + 2 +
−4𝑠2 − 𝑠 + 1
𝑠(𝑠 + 1)(𝑠 + 2)
+
Frações parciais
27
Funções racionais impróprias Aplicando o método dos resíduos
- t > 0
função
Doublet (derivada da
função impulso
unitário)
𝐹 𝑠 = 𝑠 + 2 +0,5
𝑠+
2
(𝑠 + 1)−
6,5
(𝑠 + 2)
Portanto,
𝑠 + 2 +−4𝑠2 − 𝑠 + 1
𝑠(𝑠 + 1)(𝑠 + 2)= 𝑠 + 2 +
𝐴1
𝑠+
𝐴2
(𝑠 + 1)+
𝐴3
(𝑠 + 2)
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Teoremas de valor inicial e final Os teoremas do valor inicial e do valor final possibilitam determinar a
partir de F(s) o comportamento de f(t) em t = 0 e t = .
Permite verificar os valores inicial e final de f(t) e analisar se estes
correspondem ao comportamento esperado para o circuito, antes de
determinar a transformada inversa de F(s).
st
ssFtf )(lim)(lim0
0)(lim)(lim st ssFtf
Teorema do valor inicial:
Teorema do valor final:
Hipóteses:
• f(t) não contém nenhuma função impulso.
• Existem os limites
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Teoremas de valor inicial e final Exemplo - Considere a 𝑓(𝑡) cuja transformada de Laplace é dada por:
Calcular 𝑓 0+ e 𝑓 ∞
• Teorema do Valor Inicial (TVI)
𝑓 0+ = lim𝑠→∞
𝑠4𝑠 + 1
(𝑠2 + 2𝑠)=
4𝑠 + 1
(𝑠 + 2)=
4 +1𝑠
(1 +2𝑠)
= 4
𝐹 𝑠 =4𝑠 + 1
(𝑠2 + 2𝑠)
𝑓 0+ =4
37
Teoremas de valor inicial e final
2( ) [0,5 3,5 ]. ( )tf t e H t
(0 ) 4 e ( ) 0,5f f
Como:
Verifica-se que efetivamente:
𝐹 𝑠 =4𝑠 + 1
(𝑠2 + 2𝑠)
𝑓 ∞ = lim𝑠→0
𝑠4𝑠 + 1
(𝑠2 + 2𝑠)=
4𝑠 + 1
(𝑠 + 2)=
1
2
𝑓 ∞ = 0,5
Teorema do Valor Final (TVF)
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Teoremas de valor inicial e final
y s F ss
( ) lim . ( )0 0
y s F ss
( ) lim . ( ) 0
1
2
4 3 2
: 0 , 0.05 , 20
3 2( ) :
5 3 2
( ) : 1 0,11.exp( 4,4. ) 0,89.exp( 0,29. ).cos(0, 61. )
0,44.exp( 0,29. ). (0,61. )
t
s sY s
s s s s
y t t t t
t sen t
Exemplo:
40
Referências
1. ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. “Fundamentos de
Circuitos Elétricos”, 5ª edição, Ed. Mc Graw Hill, 2013.
2. Slides da prof. Denise,
https://sites.google.com/site/circuitoseletricos2ufabc/profa-
denise/aulas, acesso em fevereiro de 2018.
3. ORSINI, L.Q.; CONSONNI, D. “Curso de Circuitos Elétricos”, Vol.
1( 2ª Ed. – 2002 ), Ed. Blücher, São Paulo.
4. CONSONNI, D. “Transparências de Circuitos Elétricos I”, EPUSP.
5. NILSSON, J.W., RIEDEL, S. A. “Circuitos Elétricos”, 8ª Ed.,
Editora Pearson, 2009.