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Cléber Alessandro Corso ANÁLISE ECONÔMICA PARA UMA PROPRIEDADE RURAL NO MUNICÍPIO DE TUCUNDUVA-RS Horizontina 2017

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Cléber Alessandro Corso

ANÁLISE ECONÔMICA PARA UMA PROPRIEDADE RURAL

NO MUNICÍPIO DE TUCUNDUVA-RS

Horizontina

2017

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Cléber Alessandro Corso

ANÁLISE ECONÔMICA PARA UMA PROPRIEDADE RURAL

NO MUNICÍPIO DE TUCUNDUVA-RS

Trabalho Final de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas pelo Curso de Ciências Econômicas da Faculdade Horizontina (FAHOR).

ORIENTADOR: Me. Márcio Leandro Kalkmann

COORIENTADORA: Esp. Ivete Linn Ruppenthal

Horizontina

2017

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FAHOR - FACULDADE HORIZONTINA

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia:

Análise econômica para uma propriedade rural no município de Tucunduva

Elaborada por:

Cléber Alessandro Corso

Como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em

Ciências Econômicas

Aprovado em: 27/06/2017

Pela Comissão Examinadora

________________________________________________________ Me. Márcio Leandro Kalkmann

Presidente da Comissão Examinadora - Orientador

_______________________________________________________

Esp. Ivete Linn Ruppenthal

FAHOR – Faculdade Horizontina

______________________________________________________ Me. Stephan Sawitzki

FAHOR – Faculdade Horizontina

Horizontina

2017

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Henrique e Geneci, pela

vida e pelos princípios passados a mim.

Aos meus amigos pelos momentos de

alegrias e tristezas vívidos, pois foram os

mesmos que me deram força e coragem para

seguir a diante, coisas que não tem dinheiro

que pague.

A Deus, pelo simples fato de poder

agradecer todo dia, por cada milagre que

acontece em minha vida.

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AGRADECIMENTO

Agradeço inicialmente à minha família por ter

me dado o suporte necessário para a

conclusão deste curso. A minha mãe por toda a

dedicação que ela tem comigo, muitas vezes

abdicando de fazer coisas para si, para se

dedicar a mim, mesmo sem eu pedir nada. Meu

amor por ti é inestimável.

Ao meu pai por ser o meu maior exemplo de

vitória nessa vida e por ter me ensinado todos

os valores éticos e morais que conheço.

Gostaria de dizer que estar contigo nessa vida

é um grande privilégio e tu me enches de

orgulho a cada dia que passa como um grande

homem, grande pai.

Aos meus orientadores Márcio Leandro

Kalkmann e Ivete Linn Ruppenthal pelo auxilio

empenho e dedicação para o desenvolvimento

deste estudo.

Ao meu grande amigo, colega e um irmão

Anderlei Rodrigo Mahl por ter me dado total

apoio e incentivo nas horas difíceis, aos meus

demais amigos que estão na minha vida

engrandecendo-lhe cada dia mais.

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EPÍGRAFE

“Se cheguei até aqui foi porque me apoiei no

ombro dos gigantes. ”

Isaac Newton

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RESUMO

O mercado está cada dia mais desafiador devido as grandes modificações na política, na economia e na cultura. Por sua vez a tecnologia está cada vez mais avançada, mudando o perfil da sociedade. Isso exige a adoção de estratégias. A estratégia diz respeito a condução das organizações no contexto da competição e posicionamento de mercado. Uma organização com uma boa estratégia leva vantagem em relação as demais, pois os alinhamentos dos objetivos são direcionados, e seus gestores tem a noção de como executar suas ações com extrema completude, para isso, se utiliza de ferramentas de gestão garantindo que possa atingir seus resultados estimados. As propriedades rurais independentemente de porte, também necessitam de estratégias para tomada de decisões. Diante deste contexto, este estudo mapeia e avalia três fontes de recursos em uma determinada propriedade rural, com o objetivo de descrever a gestão de negócios em pequenas propriedades rurais, enfatizando a necessidade de uma avaliação ideal sobre a viabilidade das atividades econômicas, como ferramenta de gestão estratégica trazendo dados, demonstrativos e resultados alcançados, de forma trazer uma melhor percepção do segmento agrícola para propriedades rurais e trazendo dados analisados através de modelos matemáticos que possam maximizar os lucros da propriedade em estudo. Para delinear a pesquisa caracteriza-se como exploratório-descritiva, sendo classificada em dois aspectos, quanto aos fins, foi de natureza aplicada. Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, documental e estudo de caso. A coleta de dados se deu por meio de pesquisa bibliográfica, documental e entrevista, para posterior análise e discussão dos resultados. Foi necessário obter custos das atividades, assim como produção total, faturamento e preços praticados no mercado, para assim ter bases de cálculos afim de analisar e descrever os custos de oportunidades presentes das três atividades da propriedade, para decidir onde ser direcionados os investimentos da propriedade. Sendo assim, através deste estudo pode-se identificar que nas atuais condições, a produção leiteira é inviável, trazendo um modelo ótimo de maximização de lucro que seria a produção conjunta de milho e soja, maximizando assim o lucro. Palavras-chave: Propriedade Rural. Análise. Viabilidade.

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ABSTRACT

The market is increasingly challenging because of major changes in politics, economics and culture. In turn technology is increasingly advanced, changing the profile of society. This requires the adoption of strategies. The strategy concerns the conduct of organizations in the context of competition and market positioning. An organization with a good strategy takes advantage of the others, because the alignments of the objectives are directed, and its managers have the notion of how to execute their actions with extreme completeness, for that, if it uses management tools guaranteeing that it can reach its Results. Rural properties, regardless of size, also require strategies for decision making. In this context, this study maps and evaluates three sources of resources in a given rural property, with the purpose of describing business management in small rural properties, emphasizing the need for an ideal assessment of the feasibility of economic activities, as a tool for Strategic management bringing data, statements and results achieved, in order to bring a better perception of the agricultural segment to rural properties and bringing data analyzed through mathematical models that can maximize the profits of the property under study. To delineate the research is characterized as exploratory-descriptive, being classified in two aspects, regarding the purposes, was applied nature. As for the means, the research was bibliographical, documentary and case study. The data collection was done through bibliographical research, documentary and interview, for later analysis and discussion of the results. It was necessary to obtain costs of the activities, as well as total production, billing and prices practiced in the market, so as to have bases of calculations in order to analyze and describe the costs of present opportunities of the three activities of the property, to decide where to be directed the investments of the property . Thus, through this study it can be identified that under current conditions, milk production is impracticable, bringing an optimal model of profit maximization that would be the joint production of corn and soybean, thus maximizing profit. Keywords: Rural Property. Analysis. Feasibility.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figuras Figura 1 - O modelo dos Três Círculos da Empresa Familiar ................................... 18 Figura 2 - Número de estabelecimentos agropecuários (em milhões) ...................... 21 Figura 3 - Número de pessoas que exercem atividade no campo (em milhões) ....... 21 Figura 4 - Montante do valor produzido pelo setor agropecuário (em bilhões) ......... 22 Figura 5 - Área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários (em milhões/ha) ... 22 Figura 6 – Gráfico da distribuição dos produtores dos estabelecimentos, por nível de

instrução, segundo as Grandes Regiões-2006 .................................................. 23 Figura 7 - Visualização do Sistema do agronegócio ................................................. 29 Figura 8- Gráfico do faturamento Bruto por Ano/Safra a preços de mercado ........... 37 Figura 9 – Gráfico da produção total de leite entregue no período ........................... 41 Figura 10 – Gráfico da análise entre o custo por litro de leite e o valor bruto a preços

de mercado recebido pelo proprietário ............................................................... 42 Figura 11 – Gráfico do comparativo entre quantidade produzida, quantidade

consumida e quantidade vendida da cultura do milho ....................................... 44 Figura 12 – Gráfico do faturamento Bruto, Total comercializado e Total Vendido a

preços de mercado da cultura do milho ............................................................. 45 Figura 13 – Gráfico da análise entre o custo, faturamento e lucro a preços de

mercado por hc na cultura do milho ................................................................... 46 Figura 14 – Gráfico da quantidade produzida e média de produção ......................... 47 Figura 15 – Gráfico do faturamento Bruto a preços de mercado na Cultura da soja . 48 Figura 16 – Gráfico do comparativo entre faturamento, custo e lucro a preços de

mercado da cultura da soja por hc ..................................................................... 49 Quadros Quadro 1- Conceitos de custo de oportunidade sob o enfoque econômico .............. 26 Quadro 2- Faturamento Bruto da Propriedade em anos ........................................... 36 Quadro 3- Modelagem do problema original no software Microsoft Excel ................ 52 Quadro 4 - Modelo de produção de soja ................................................................... 53 Quadro 5 - Modelo de produção em produção em conjunta ..................................... 54 Quadro 6 - Análise de sensibilidade .......................................................................... 56 Tabelas Tabela 1 - Restrições do modelo matemático ........................................................... 50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 13

2.1 MODELO DE NEGÓCIOS E GESTÃO EMPRESARIAL ....................................... 13

2.1.1 Breve abordagem sobre economia e maximização dos lucros ................. 13

2.1.2 Estratégia ....................................................................................................... 15

2.1.3 Estratégias no Contexto de Propriedades Rurais ....................................... 16

2.1.4 Estabelecimentos Rurais Familiares ............................................................ 17

2.2 ATIVIDADE RURAL .......................................................................................... 24

2.2.1 Custos de Oportunidade ................................................................................ 25

2.3 AGRONEGÓCIO ............................................................................................... 28

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 31

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................... 35

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE ......................................................... 35

4.2 GESTÃO ESTRATÉGICA DA PROPRIEDADE ................................................. 38

4.3 MAPEAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA PROPRIEDADE ... 40

4.3.1 Mapeamento da Produção Leiteira ............................................................... 40

4.3.2 Mapeamento da Produção de Milho ............................................................. 43

4.3.3 Mapeamento da Produção de soja................................................................ 47

4.4 ANÁLISE DOS CUSTOS DE OPORTUNIDADE DA PROPRIEDADE .............. 50

4.4.1 Resolução do modelo matemático ............................................................... 51

4.4.2 Análise do modelo matemático para a tomada de decisão ........................ 52

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 58

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AO PROPRIETÁRIO ....................... 66

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1 INTRODUÇÃO

O atual cenário mundial retrata a necessidade de mudanças e inovações

constantes dentro das mais diversas formas de organizações. A busca pela

estabilidade se caracterize em forma de aperfeiçoamento constante dentro das

empresas. Tais considerações se fazem presentes em uma organização rural, onde

são comercializados commodities agrícolas, que possuem as mesmas ou mais

significativas características de sazonalidade nos preços de mercado. As

propriedades rurais estão em constante fomento, haja vista a necessidade de

continuidade de produção de alimentos no mundo, anunciados através da mídia,

órgãos governamentais e especialistas no assunto.

Ao longo dos anos ocorreram inúmeras discussões acerca de escolhas

quanto às estratégias que proporcionem a geração de riqueza, com redução dos

níveis de desigualdade e melhores condições para a vida de pessoas de regiões

rurais. Um caminho considerado moderno é aquele que enquadra as atividades de

gestão dentro de normas científicas, visando resultados econômicos mais imediatos,

mas com vigor de longo prazo, aproximando os produtores dos consumidores. As

escolhas por este caminho deram forma a uma crença baseada nos princípios da

economia agrícola que predominou para políticas regionais de modernização da

agricultura.

Analisar um negócio é uma ferramenta importante para gestão pois é uma

das coisas mais úteis que um empresário ou um empreendedor pode fazer e ter para

tomada de decisões tendo como base esta ferramenta. Pode servir tanto como um

guia a ser seguido, como também um instrumento utilizado para obtenção de

financiamento de recursos para melhoria constante da propriedade. O planejamento

permite restringir os erros ao papel, ao invés de cometê-los no mercado. Ele testa a

decisão de abrir ou ampliar um negócio, uma vez que a preparação de uma análise

abrangente de negócios exige tempo e esforço, além de conhecimento do mercado

no qual o negócio está inserido.

O presente trabalho se insere na discussão sobre o desenvolvimento rural a

partir da diversidade da agricultura familiar, da mecanização da atividade e da

criação de portfolios de produtos, assim como unidades estratégicas do negócio.

Portanto o tema deste estudo tem por finalidade a análise econômica para uma

propriedade agrícola familiar de pequeno porte.

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Conforme Pinazza & Araújo (1993, p.112), “nos países em desenvolvimento,

os investimentos em infraestrutura na zona rural justificam-se, independente da

ocorrência ou não de rápida urbanização, por que alavancam o crescimento e

desenvolvimento econômico”.

As propriedades rurais familiares, de maneira geral, sentem a necessidade de

trabalhar da melhor forma possível no seu ambiente produtivo, otimizando o

ambiente, reduzindo custos e melhorando a produtividade com os recursos

disponíveis na propriedade. Desta forma, percebe-se que há necessidade de

profissionalização da gestão dos processos desta propriedade, justificando desta

forma este estudo.

Santos, et. all. (2002) citam que uma propriedade rural pode se transformar

em uma ótima fonte de renda, se sua gestão tiver a efetividade exigida como em

qualquer negócio de sucesso. A economia, por sua essência, faz com que tenha, a

partir da utilização de suas ferramentas, uma visão técnica do negócio,

independentemente de qual seja a finalidade deste. Essa visão permite um

norteamento para que todas as tomadas de decisões estejam alinhadas com os

objetivos dos gestores do negócio.

Uma propriedade rural necessita de gestão eficiente visando gerenciar, prever

riscos e projetar investimentos. Tendo em vista essa necessidade de

profissionalização dentro de um sistema produtivo, este estudo visa responder a

seguinte questão: Como otimizar a produção com os recursos disponíveis e o

controle nas atividades executadas através de uma análise econômica em uma

propriedade rural de pequeno porte no município de Tucunduva?

Neste sentido, o presente estudo foi direcionado para alguns pontos

específicos, visto que o assunto é muito abrangente. Desta forma apresentam-se a

seguir os objetivos do estudo.

O objetivo geral deste trabalho visa estudar e caracterizar as ferramentas de

gestão da atividade econômica em uma propriedade rural. Os objetivos específicos

deste estudo são:

a) Mapear os fatores de produção e detalhar as atividades econômicas

atualmente desenvolvidos na propriedade em estudo;

b) Realizar o levantamento das despesas e receitas na propriedade

estudada;

c) Identificar os custos de oportunidade entre atividades alternativas;

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d) Avaliar as atividades que maximizam e potencializam os resultados

econômicos da propriedade estudada.

Este estudo está estruturado em capítulos. No capítulo 2 apresenta-se o

referencial teórico onde foram abordados assuntos relacionados ao tema para

aprofundar o conhecimento. No capítulo 3 apresenta-se a metodologia, a qual

descreve os passos necessários para concretização do estudo.

Já no capitulo 4 apresenta-se a análise e discussão dos resultados obtidos

com a pesquisa e por fim, as considerações finais, onde evidencia-se o atingimento

dos objetivos propostos no estudo, responde-se o problema proposto no estudo,

responde-se o problema de pesquisa, bem como sugere-se trabalhos futuros.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A gestão eficiente é o pilar fundamental para que qualquer projeto consiga ter

um bom desenvolvimento para algum formato de negócio. Empreendedores de

negócios rurais enfrentam várias dificuldades diante do desafio de gerir um

empreendimento ou empresa deste setor. O primeiro passo é iniciar uma análise

econômica, levantando os principais pontos que podem ser considerados, os

desafios com maior destaque ou problemas para a gestão, a fim de trazer resultados

positivos e que venham agregar a sustentabilidade do negócio. Neste sentido, serão

abordados os seguintes assuntos: Estratégia Empresarial; Abordagem econômica e

maximização de lucros; Agronegócio; Custos da atividade Rural, Custo de

Oportunidade, Modelos de gestão e Plano de negócios.

2.1 MODELO DE NEGÓCIOS E GESTÃO EMPRESARIAL

Nos dias de hoje, as empresas estão em um processo de constante revisão

dos seus modelos de negócios, organização e gestão. A análise de métodos e

conceitos eventualmente desgastados, bem como a reavaliação de procedimentos,

são atividades indispensáveis ao modo operante e produtivo que as atuais práticas

demandam, e que precisam ser aplicadas em diferentes níveis dentro de uma

estrutura organizacional, assim esses modelos podem ser aplicados nas empresas

rurais, onde que um modelo de negócio vem agregar valor ao cenário atual das

propriedades (ROSA, 2013).

2.1.1 Breve abordagem sobre economia e maximização dos lucros

O lucro é considerado um resíduo do valor das vendas, depois de

remunerados os diferentes fatores de produção. No equilíbrio não resta ao

empresário qualquer remuneração, salvo aquela que aufere enquanto proprietário de

algum fator dentre os combinados na produção (DANTAS et al., 2002). O

empreendedor é identificado apenas como proprietário destes recursos e

remunerado nesta condição.

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Sabendo que um fato decisório em elevar as vendas em detrimento dos

lucros é preciso existir um nível de lucratividade mínima, que representa uma

garantia de segurança financeira para a empresa. Para cada nível de taxa de lucro

existirá uma taxa de crescimento máximo, correspondente à taxa de retenção, que

assegura o fluxo de dividendos compatível com o limite inferior de segurança na

avaliação das ações pelo mercado (POSSAS, 1985).

Segundo Stoffel (2013), mudanças tecnológicas, produtividade, maximização

de lucros, produtores avançados ou atrasados, são termos utilizados pelos autores

com enfoque neoclássico quando abordam aspectos da produção, que apesar de

serem microeconômicos são analisados em seus termos macroeconômicos. O

aumento de produtividade como forma de reduzir custos e melhorar receitas, a

aquisição de insumos modernos e a expansão da produção, são algumas das

defesas dos autores neoclássicos. Neste contexto teórico a agricultura é definida

como moderna, tradicional ou atrasada SCHULTZ (apud STOFFEL, 2013). O foco

está na satisfação das exigências do mercado, cabendo ao produtor ofertar produtos

a preços adequados, para os quais exista demanda e que garantam a maximização

de lucros, com a menor interferência do Estado.

A abordagem neoclássica passa a se fazer mais presente a partir dos anos

1970, no caso de autores brasileiros. Sobre a agricultura brasileira Buainain,

Romeiro e Guanziroli (2003, p. 313) mencionam que “nos anos 70 se acreditava que

a ‘questão agrícola’ havia sido superada pelo processo de modernização, baseado

na mecanização e na utilização de variedades selecionadas de sementes e de

insumos químicos”. Esta visão, defendida por parte dos especialistas da época, que

acreditavam na supremacia dos grandes produtores, em virtude da escala produtiva

que eram capazes de obter, também defendia que esses maiores produtores se

manteriam no campo, enquanto aqueles com pequenas extensões de terra (ou

pequenos produtores) estariam relegados ao êxodo rural (STOFFEL, 2013).

Marshall (apud Stoffel 2013) traz como a defesa principal é pelas economias

de escala, segundo as quais as empresas que conseguem operar com maiores

tamanhos, conseguem ganhos de produtividade e, consequentemente, custos

menores. Mesmo não tendo sido uma teoria desenvolvida para a agricultura, é

comum que nessa também sejam defendidas maiores escalas produtivas como

forma de ampliar a competitividade.

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Tampouco Schumpeter (1988) valoriza a inovação como fator importante para

melhorar a utilização dos recursos disponíveis e obter lucros maiores. É necessária

a capacidade de utilizar os recursos que se tem, de forma inovadora, aumentando a

lucratividade da empresa. Com a inovação, o resultado acaba sendo a poupança,

mas para isso é importante o acesso ao crédito e também à distribuição de

propriedade e de renda. A inovação, para o autor, é criadora, levando ao

desenvolvimento, e por isso o empresário inovador faz toda a diferença. Cujo

objetivo único seria a maximização do lucro, alcançada através de uma constante

modernização dos meios, tanto técnicos, como organizacionais, à sua disposição

(STOFFEL 2013).

2.1.2 Estratégia

Estratégia é uma ponte entre os meios e os objetivos a serem alcançados.

Quinn (2001, p. 136) define estratégia como “o padrão ou plano que integra as

principais metas, políticas e sequências de ações de uma organização em um todo

coerente”. Contudo o mesmo diz que a estratégia tem por objetivo ordenar e

organizar os recursos disponíveis para uma ação viável e recorrente, baseando-se

em pontos fortes e fracos da organização perante as mudanças ambientais e a ação

de concorrentes inteligentes.

Segundo Hambrick (1980), a estratégia vem a ser um conceito

multidimensional e sendo assim dificulta uma definição correta da palavra. Com base

em Vicari (2013) no campo organizacional, o termo estratégia começou a ser

utilizado de forma mais intensiva, logo após o término da Segunda Guerra Mundial,

pois neste período a competição se tornou mais acirrada. Chandler apud Vicari

(2013) dizia que “estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo

de uma empresa, a adoção das ações adequadas e obtenção de recursos para

atingir esses objetivos”.

Nessa mesma linha, Porter (1980) define o conceito de estratégias

competitivas como ações ofensivas ou defensivas que são usadas para criar uma

posição defensável numa indústria ou negócio, para enfrentar com sucesso as

forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento esperado.

A diversidade de perspectivas no estudo das estratégias empresariais tem

contribuído para que o conceito de estratégias se apresente na literatura da

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especialidade com múltiplos sentidos, nem sempre devidamente clarificada e que

correspondem a formas particulares de abordar a questão e de operacionalizar o

conceito. Assim, o autor analisa alguns sentidos a que o conceito de estratégias

geralmente aparece ligado (VICARI 2003).

Para Slack (2002), estratégia é o padrão geral de decisões e ações que

posicionam a organização em seu ambiente e que pretendem alcançar suas metas

de longo prazo. Uma estratégia possui conteúdo e processo. O conteúdo de uma

estratégia diz respeito às decisões específicas que são tomadas para alcançar

objetivos específicos. Já o processo de uma estratégia é o procedimento que é

usado dentro de uma empresa para formular sua estratégia.

As estratégias devem estar presentes na gestão de pequenas propriedades

rurais pois a atividade rural nos dias de hoje é considerada como uma empresa e os

agricultores são os empresários gestores do negócio, os quais passam pelos

mesmos desafios de empresas normais como um todo. Trazendo então o papel do

agricultor como um fator principal na tomada de decisão das estratégias a serem

tomadas para o melhor posicionamento de seus produtos no mercado (VICARI,

2003).

Toda organização, seja qual for seu ramo de negócio, sua área de atuação,

seu porte, adotam objetivos a serem alcançados de forma direta ou indireta. O

objetivo principal do gestor sempre é a maximização do lucro com a otimização do

custo, mas tudo depende do direcionamento e coordenação dos esforços e da

estrutura organizacional para conseguir sobreviver em um mercado cada vez mais

competitivo (QUINN, 2001).

2.1.3 Estratégias no Contexto de Propriedades Rurais

As propriedades rurais estão inseridas em um ambiente formado pelas

demais propriedades rurais por empresas fornecedoras de insumos e tecnologia por

empresas compradoras da produção, por grupos de pesquisa e demais empresas e

entidades que estão inseridas no meio rural. Sette (1999) adverte que os gestores

deste processo devem conduzir o seu negócio dentro dessa dinâmica de interação,

ou seja, conduzir seus negócios de acordo como o mercado vem reagindo perante

as constantes mudanças, levando em consideração que todas as mudanças possam

ocorrer dentro deste ambiente.

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Ainda conforme Sette (1999), o planejamento das propriedades rurais

representa uma etapa extremamente importante. Durante o planejamento, as

perguntas mais frequentes dos produtores rurais são:

- O que produzir?

- Que atividades são mais adequadas à empresa?

- Quais são as mais lucrativas?

- Qual é a combinação ideal destas atividades na propriedade?

- Qual é a vocação da propriedade?

Ainda conforme o mesmo autor, para o sucesso do negócio é fundamental

entender o contexto no qual os produtores estão trabalhando, isto é, quais são os

potenciais e os limites da infraestrutura disponível, e identificar quais são os agentes

que interferem na produção agropecuária e como eles agem.

Para Prahalad & Hamel (1995), a qualidade de um negócio não será mais um

diferencial competitivo, mas o quesito principal para entrar no mercado. Além de

melhorar neste aspecto, as empresas terão que reinventar o seu setor. É preciso

sempre renovar as estratégias, pois os processos de produção, clientes, são

basicamente os critérios de promoção de gerentes e medidas para avaliar o sucesso

nos negócios. Será necessário fazer uma nova adequação do setor no qual a

empresa atua. Isto mostra que as empresas não competem apenas dentro das

fronteiras dos setores existentes, mas trabalham para criar a estrutura dos setores

futuros. Há a necessidade de transformação, tanto da parte organizacional, como

também do setor, como um todo. É necessária uma estrutura consistente para

competir em um mercado em constante transformação.

2.1.4 Estabelecimentos Rurais Familiares

A agricultura familiar é entendida como aquela em que a família, ao mesmo

tempo que é proprietária dos meios de produção, assume o trabalho no

estabelecimento produtivo. Então, o agricultor familiar é todo aquele agricultor que

tem na agricultura sua principal fonte de renda e que a base da força de trabalho

utilizada no estabelecimento seja desenvolvida por membros da família, então

Todesco (1999) relata que é importante insistir que esse caráter familiar não é um

mero detalhe superficial e descritivo, ou seja, o fato de uma estrutura produtiva

associar família-produção-trabalho tem consequências fundamentais para a forma

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como ela age socialmente. Pois como uma empresa, a mesma precisa ir em busca

de recursos e mercado para comercializar sua produção, mas de suma importância

para a cadeia produtiva, com uma grande influência na produção de alimentos no

mundo.

A agricultura, visto como um negócio, deixa de lado a postura de

sobrevivência, conforme afirmam Santos, Marion, Segatti (2002, p. 13): “... este é o

momento de transição que exige mudanças na gestão de seus negócios,

pincipalmente deixar sua tradicional postura de fazendeiro para a de empresário

rural”. Para Passos et al. (2006, p. 25), o conceito de família consiste num “grupo

social unido por vínculos biológicos legais e/ou de afinidade, que está em constante

transformação. Possui critérios próprios de inclusão, qualificação, reconhecimento e

avaliação”.

As empresas rurais podem ser caracterizadas por alguns pontos, conforme

(Oliveira, 1999 apud Braum, 2011), onde se destaca: os laços afetivos fortes que via

de regra, influenciam no comportamento e na tomada de decisões, dificuldades de

separar o racional do emocional, tem-se também uma postura da austeridade seja

tanto no modo de investimento, seja na administração dos gastos da empresa,

contudo com uma expectativa de alta fidelidade, sendo que muitas vezes mais vale

habilidade política do que a capacidade administrativa.

Braun (2011) dá ênfase no modelo dos três círculos, que teve uma grande

aceitação no meio empresarial. O mesmo apresenta-se na figura 1.

Figura 1 - O modelo dos Três Círculos da Empresa Familiar

Fonte: GERSIK et al 2006.

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Segundo Brandt et al. (2015), Braun (2011) caracteriza cada setor da

empresa familiar da seguinte maneira:

a) O setor 1: é ocupado por um membro da família que não é proprietário

nem funcionário;

b) O setor 2: é ocupado por um acionista que não é membro da família nem

funcionário;

c) O setor 3: é ocupado por um indivíduo que atua na organização, mas não é

acionista e, portanto, não possui propriedade no empreendimento;

d) O setor 4: é ocupado por um proprietário. Que também é membro da

família, mas não funcionário;

e) O setor 5 é representado pelo proprietário que trabalha na empresa, mas

não é membro da família;

f) O setor 6 representa o indivíduo que participa da gestão da organização e é

membro da família, mas não é o proprietário;

g) O setor 7 é representado por aquele indivíduo que é ao mesmo tempo

proprietário, membro da família e participa da gestão da organização.

Este modelo de Gersik et al (2006), está presente como conceito em

inúmeros artigos e livros, trazendo assim a veracidade do assunto em questão e sua

importância na evolução sobre as empresas familiares.

Santos et al. (2002) afirmam também que:

O administrador rural deve ter consciência de que quanto maior for o seu conhecimento sobre a estrutura, o funcionamento da unidade e os fatores de produção, maiores serão as possibilidades de melhorar seus resultados econômicos (SANTOS et al. 2002, p. 19).

Este mesmo autor afirma que dentre os conhecimentos sobre a estrutura da

organização, pode-se identificar alguns que, quando conhecidos pelo gestor rural,

aumentam a confiabilidade nas decisões. Tais conhecimentos seriam:

a) Tamanho da propriedade- Medido pela capacidade de produção,

lucratividade e retorno sobre os investimentos, não por número de animais e

área de plantio, somente.

b) Rendimento dos cultivos e criações- É a quantidade de produção

obtida por uma unidade de fator de produção. Para tal, é necessário trabalhar

com plantéis de boa qualidade, fazer plantio com boas sementes e cuida-los de

maneira adequada.

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c) Seleção e combinação de atividades Produtivas- Esse fator representa

a escolha das culturas e criações a serem exploradas e a área que cada uma

deverá ocupar na propriedade. É importante que se conheça muito bem toda a

área do imóvel, fazendo um mapa das áreas do cada tipo de solo. Com ele,

temos condições de utilizar a terra de forma racional, conservando o solo e

conseguindo bons rendimentos. “Além disso, devemos fazer um inventário de

todos os bens existentes na propriedade, com finalidade de utilizá-los

plenamente nas atividades produtivas”.

Santos et al (2002) afirma que a combinação de atividades é, assim, a

quantidade da terra que cada cultura, criação e recria vão ocupar na propriedade. A

melhor combinação é aquela utilizada, de modo mais intenso, todos os fatores de

produção existentes na empresa e permite sua boa conservação, fazendo com isso

que os custos fixos sejam menores por unidade produzida e os lucros,

consequentemente maiores.

No Censo Agropecuário 2006, foram identificados 4.367.902

estabelecimentos da agricultura familiar, o que representa 84,4% dos

estabelecimentos brasileiros. Este montante de agricultores familiares ocupa uma

área de 80,25 milhões de hectares, ou seja, 24,3% da área ocupada pelos

estabelecimentos agropecuários brasileiros. Estes resultados mostram uma estrutura

agrária ainda concentrada no país: os estabelecimentos não familiares, apesar de

representarem 15,6% do total dos estabelecimentos, ocupam 75,7% da área

ocupada. A área média dos estabelecimentos familiares é de 18,37 hectares, e a

dos não familiares, de 309,18 hectares. Mostrando assim o grande potencial de

capacidade produtiva dos estabelecimentos rurais familiares (IBGE, 2006).

O Censo 2006 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

apresenta números significativos, relacionados à Agricultura Familiar nacional: Dos

aproximadamente 5,1 milhões de estabelecimentos agropecuários no país, mais de

4,3 mi são caracterizados como agricultores familiares, representando 84% do total

(IBGE, 2006).

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Figura 2 - Número de estabelecimentos agropecuários (em milhões)

Fonte: CoDAF, 2016

Das 16,5 milhões de pessoas que exercem algum tipo de atividade rural, 12,3

milhões estão relacionadas de alguma forma à Agricultura Familiar, perfazendo 74%

do total.

Figura 3 - Número de pessoas que exercem atividade no campo (em milhões)

Fonte: CoDAF, 2016

Dos 143,3 bilhões de reais gerados pelo setor agropecuário nacional, R$ 54,3

bilhões são provenientes da Agricultura Familiar, alcançando 38% do total;

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Figura 4 - Montante do valor produzido pelo setor agropecuário (em bilhões)

Fonte:CoDAF, 2016

A área ocupada por agricultores familiares corresponde a 80,2 milhões de

hectares, o que representa 24,3% do total de terras em que estão inseridos os

estabelecimentos agropecuários no país.

Figura 5 - Área ocupada pelos estabelecimentos agropecuários (em milhões/ha)

Fonte: CoDAF, 2016

Assim, nota-se ainda o grau de importância que possui a Agricultura Familiar

na economia do país, mesmo não tendo a visibilidade que a produção baseada em

modelos de grande escala tem, principalmente aquelas direcionadas à exportação.

O trabalho exercido dentro dos empreendimentos familiares é a garantia de um

abastecimento interno alinhado às demandas alimentares da população, criando um

ambiente propício para a redução da fome e do desenvolvimento local, renda e bem-

estar no campo.

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Outrossim o censo Agropecuário de 2006 revela que mais de 80% dos

produtores rurais são analfabetos ou não concluíram o ensino médio, a grande

maioria deles são analfabetos ou sabem ler e escrever, mas não têm nenhum estudo

(39%) ou têm ensino fundamental incompleto (43%), totalizando mais de 80% dos

produtores rurais. Entre as mulheres, que respondem por cerca de 13% dos

estabelecimentos agropecuários, o analfabetismo chega a 45,7%, enquanto entre os

homens, essa taxa é de 38,1%. As taxas para os outros níveis de ensino são: 8%,

para ensino fundamental completo, 7% para técnico agrícola ou nível médio

completos, e apenas 3% com nível superior.

Figura 6 – Gráfico da distribuição dos produtores dos estabelecimentos, por nível de

instrução, segundo as Grandes Regiões-2006

Fonte: Censo Agropecuário, 2006 (apud IBGE,2016).

Mostrando, assim, que o grau de escolaridade contribui significativamente

para a ineficiência de gestão das propriedades rurais, evidenciando que as

organizações rurais cada vez mais necessitam de incentivos partindo desde a

educação até incentivos profissionais, pois como o mercado está em modificações

constantes, e os mesmos precisam se adaptar a essas mudanças para que possam

seguir no mercado, de forma conseguir manter o sustento da propriedade.

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2.2 ATIVIDADE RURAL

Para Padovane (2006), contabilidade é a ciência social que visa ao registro e

ao controle dos atos e fatos econômicos, financeiros e administrativos das

entidades, e, contudo, estuda o patrimônio. Trata-se de um sistema de informação e

avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de

natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade

objeto de contabilização. Existem diversos conceitos contábeis para os inúmeros

segmentos desta ciência, tais como: de custos, comercial, industrial, bancária, etc.

Seguem definições sobre contabilidade rural.

Segundo Calderelli (1997, p. 180), “a Contabilidade Rural é aquela que tem

suas normas baseadas na orientação, controle e registro dos atos e fatos ocorridos e

praticados por uma empresa cujo objeto de comércio ou indústria seja agricultura ou

pecuária”. Marion (2003, p. 29) comenta que “as pessoas físicas tidas como grande

produtor rural será equiparado às pessoas jurídicas para fins contábeis, devendo

fazer escrituração regular, por intermédio de profissional contábil qualificado”

Segundo Oliveira (2008, p. 27), “a contabilidade tem por finalidade analisar,

interpretar e registrar os fenômenos que ocorrem nos patrimônios de pessoas físicas

e jurídicas”, sendo que esta ferramenta é necessária para todos os indivíduos que

utilizam, através de relatórios ou informações úteis para poderem tomar as decisões

corretas, do negócio. Contudo, Oliveira (2008) diz que:

Assim, o produtor da propriedade rural (pessoa física ou jurídica) por meio das informações geradas pela contabilidade, tem condições de não somente controlar os custos e avaliar o resultado, mas principalmente estabelecer planos e traçar estratégias que levam a propriedade rumo à eficiência na produção, observando sempre as especificidades de cada tipo de cultura, o mercado e a melhor tecnologia (OLIVEIRA, 2008, p. 27).

Segundo Crepaldi (2006) a contabilidade rural surge como um importante

aliado do empresário rural, pois ela fornece informações claras que o auxiliam na

tomada de decisão. É um dos principais sistemas de controle da informação das

empresas rurais.

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Para Gomes (2002, p. 21):

A contabilidade rural é um instrumento fundamental para o controle financeiro e econômico da propriedade rural; pode-se também afirmar que a utilização da contabilidade contribui, sob vários aspectos, com o ambiente onde a entidade esteja inserida.

Para domínio dos custos de produção e das despesas, é necessário que o

produtor se utilize de controle gerencial. O desenvolvimento tecnológico de

informação indica ao produtor rural possibilidades de sistemas para a adoção de

procedimentos administrativos e para a tomada de decisão, permitindo a melhora

dos resultados financeiros e econômicos (VELOSO; FERNANDES; BARIONI, 2003).

Para Crepaldi (2005), a Contabilidade Rural é uma ferramenta pouco utilizada

pelos produtores rurais, pois é vista como uma técnica complexa, com baixo retorno

na prática, e conhecida apenas para a Declaração do Imposto de Renda, sendo

assim, os produtores não demonstram interesse na sua aplicação gerencial. Dentre

outros fatores, ressaltou que o que tem contribuído para isso é a deficiência dos

sistemas contábeis, responsáveis em retratar as características da atividade

agropecuária, bem como, a falta de profissionais capacitados na transmissão de

tecnologias administrativas aos produtores rurais, daí a não inclusão da

Contabilidade Rural como instrumento de políticas governamentais agrícolas ou

fiscais.

Rios (2008, p. 13), destaca que “toda entidade bem assessorada, apresenta

melhor desempenho. Numa entidade rural, tal premissa também é verdadeira. Se os

proprietários rurais utilizassem mais as ferramentas da Contabilidade Rural,

poderiam ter melhores resultados”.

2.2.1 Custos de Oportunidade

Na abordagem econômica, os seres humanos orientam suas decisões

baseados na premissa da otimização, suportada pelas hipóteses da racionalidade

objetiva e da liberdade de ação das pessoas. Ou seja, se elas são livres para agir, é

lógico supor que procuram escolher coisas que lhes proporcionem a máxima

satisfação. Miller (1981, p.4) menciona custo de oportunidade como “modelo de

comportamento racional, onde as alternativas de ação de uma decisão são

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avaliadas de forma sistemática e coerente, e a escolha da melhor opção tem como

fronteiras as limitações do mundo real”.

Portanto, para a teoria econômica, o custo de oportunidade surge quando o

indivíduo decide por uma determinada alternativa de direção em perda de outras

viáveis e exclusivas. Sendo assim, representa o benefício que foi perdido ao

escolher uma determinada alternativa em função de outras. Desta forma, o custo dos

fatores de produção só pode ser mensurado através de seu custo de oportunidade.

Miller (1981, p.188) ressalta que “o custo tem um significado muito especial em

Economia, significa apenas uma coisa - o custo de oportunidade. ”

[...] o custo dos fatores para uma empresa é igual aos valores destes mesmos fatores em seus melhores usos alternativos. Esta é a doutrina dos custos alternativos ou de oportunidade, e é a que o economista aceita quando fala de custos de produção (BILAS, 1980, p. 168).

Com base em Varian (1994, p. 352) “a definição econômica de lucros

necessita que avaliemos todos os insumos e os produtos aos seus custos de

oportunidade. ”

Para melhor esclarecimento do conceito de custo de oportunidade, sob o

ponto de vista econômico, apresenta-se no quadro, a seguir, algumas definições

expressas por diversos economistas sobre o termo:

Quadro 1- Conceitos de custo de oportunidade sob o enfoque econômico

MEYERS (1942, p.194)

Custo de produção de qualquer unidade de mercadoria é o valor dos fatores de produção empregados na obtenção desta unidade - o qual se mede pelo melhor uso alternativo que se poderia dar aos fatores se aquela unidade não tivesse sido produzida.

BILAS (1967, p.168)

O custo dos fatores para uma empresa é igual aos valores destes mesmos fatores em seus melhores usos alternativos.

LIPSEY & STEINER (1969, p.215)

O custo de se utilizar alguma coisa num empreendimento específico é o benefício sacrificado (ou custo de oportunidade) por não o utilizar no seu melhor uso alternativo.

LEFTWICH (1970, p.123)

O custo de uma unidade de qualquer recurso usado por uma firma é o seu valor em seu melhor uso alternativo.

Spenser e Spielgelman, (apud MAURO, 1991, p 170), sugerem que o custo

de oportunidade se refere ao:

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(...) custo das oportunidades a que se renúncia, ou em outras palavras, a uma comparação entre a política que se elegeu e a política que se abandonou. Por exemplo, o custo por usar o capital é o juro que se pode ganhar no melhor uso seguinte com risco igual. Se os fundos de capital podem ganhar 5 por cento em seu emprego mais produtivo, esse é então o seu custo para a empresa que usa os fundos.

Para Stiglitz (2003), os custos de oportunidade são os verdadeiros custos do

investimento dos insumos utilizados. Segundo Varian (2006), ao fazer a definição

econômica dos custos, é necessário avaliar cada fator de produção em seu preço de

mercado, ou seja, seu custo de oportunidade. Já Pindyck e Rubinfeld (2009), faz a

distinção entre lucro contábil e lucro econômico. Para o autor, lucro contábil é a

diferença entre a receita e os fluxos de caixa relacionados ao pagamento de mão de

obra e de matérias-primas e às despesas de juros e de depreciação, enquanto custo

econômico leva em consideração também o custo de oportunidade. Sendo assim, o

custo econômico é maior que o custo contábil.

Segundo Cecconello e Ajzental (2008) o Custo de Oportunidade representa o

custo associado a uma determinada escolha medido em termos da melhor

oportunidade perdida. Por outras palavras, o custo de oportunidade representa o

valor que os agentes econômicos atribuem à melhor alternativa de que prescindem

quando efetuam a sua escolha.

Ainda segundo o mesmo, o custo de oportunidade deve ser considerado na

escolha da atividade econômica na agricultura, tendo em vista que é um fator chave

na tomada de decisão pois assim são tomadas as melhores decisões para o

andamento e prospecção do negócio para que o mesmo flua de uma forma

ascendente, visando sempre o melhor resultado para a atividade.

Para Saulit (1997) o agronegócio saber quais são seus custos diretos e

indiretos, ou custos de oportunidades é de suma importância para o andamento e

desenvolvimento do mesmo, trazendo assim mais sustentabilidade e segurança ao

mundo dos negócios, As oportunidades no setor vem aumentando cada dia mais,

responsáveis por aumentar a eficiência do mercado por meio de técnicas de

comercialização e gestão, executando procedimentos que auxiliem e planejem o

controle e a organização das atividades gerenciais de atividade rural.

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2.3 AGRONEGÓCIO

Dentro de qualquer país a atividade econômica é dividida em três setores, o

primário, secundário e terciário. No setor primário encontram-se os produtos que são

levados para outras indústrias, a fim de se transformarem em produtos

industrializados e utilizam grande quantidade de trabalho e terra. No setor

secundário encontram-se atividades que processam e/ou combinam produtos

primários, nesse setor há grande uso do fator capital. O setor terciário define-se

como o conjunto de atividades que prestam serviços, seja para ele mesmo ou para

os outros setores da economia (BACHA, 2007).

Hoje, a agricultura não pode mais ser separada dos demais setores da

economia pelos quais são responsáveis por todas as atividades que garantem a

produção, a transformação, a distribuição e o consumo de alimentos. Segundo

Mendes (2007), essa visão sistêmica dos agentes que geram a produção chama-se

agrobusiness, agronegócio ou complexo agroindustrial. Esses conjuntos como um

todo de atividades possuem, com frequência, uma natureza de commodity, uma vez

que na sua forma primária ou semi-processada guardam grande semelhança,

podendo ser classificados em padrões exatos de especificação. Nesse caso, as

economias de escala são uma importante fonte para a redução de custos e a

obtenção de vantagens competitivas.

Segundo Mendes (2007) o agronegócio ultrapassa as fronteiras da

“propriedade rural” para envolver todos outros setores que participam direta ou

indiretamente do processo de levar alimentos aos consumidores. Em outras

palavras, o agronegócio não engloba apenas os indivíduos que trabalham

diretamente na atividade, mas sim todos os outros fatores que fornecem insumos, os

que processam os produtos advindos da atividade, os indivíduos que manufaturam

os alimentos, transportam e vendem para o consumidor final, ou seja, o agronegócio

não é apenas a atividade rural em si, mas sim uma cadeia que envolve um grande

número de participantes até chegar o produto a seu consumidor final. Ainda na visão

de Mendes, “todas essas operações são de cadeias que se tornam cada vez mais

complexos à medida que a agricultura se modernizou e o produto agrícola passou a

agregar mais e mais serviços que estão fora da fazenda” (MENDES, 2007, p. 48).

De acordo com Araújo (2005), a "agricultura" de antes, ou setor primário,

passa a depender de muitos serviços, máquinas e insumos que vêm de fora.

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Depende também do que ocorre depois da produção, como armazéns,

infraestruturas diversas (estradas, portos e outras), agroindústrias, mercados

atacadista e varejista, exportação.

Com base em Mendes (2007) o sistema do agronegócio pode ser

representado da seguinte forma:

Figura 7 - Visualização do Sistema do agronegócio

Fonte: MENDES (2007)

Para Rufino (1999, p. 17):

Esta visão sistêmica do negócio agrícola - e seu consequente tratamento como conjunto - potencializa grandes benefícios para um desenvolvimento mais intenso e harmônico da sociedade brasileira. Para tanto, existem problemas e desafios a vencer. Dentre estes, destaca-se o conhecimento das inter-relações das cadeias produtivas para que sejam indicados os requisitos para melhorar sua competitividade, sustentabilidade e equidade.

Conforme Araújo (2005, p. 15), “as propriedades rurais cada dia mais perdem

sua auto-suficiência, necessitam de infra-estruturas, conquistam mercados,

enfrentam a globalização e a internacionalização da economia”.

Segundo Guilhoto et al (2000), cerca de 70% da produção agropecuária são

utilizados em outros setores da economia, sendo que agroindústria e

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comercialização absorvem, aproximadamente, 72% desse total. Esses são os

segmentos que mais crescem no agronegócio, enquanto que a participação relativa

da agropecuária e indústria para a agricultura tende a diminuir. O resultado é que o

segmento de agroindústria e a comercialização são os que mais concentram renda

no agronegócio.

Na visão de Contini (2001), o agronegócio é de suma importância na geração

de renda e riqueza do País. No que tange a variável da agricultura é o setor

econômico que ainda mais ocupa mão-de-obra, com um montante de 17 milhões de

pessoas, juntos com 10 milhões dos demais membros do agronegócio, representa

27 milhões de pessoas na atividade, no total. Este setor é o que ocupa mais mão-

de-obra em relação ao valor de produção: para cada R$ 1 milhão, o número de

ocupados, em 1995, era de 182 para a agropecuária, 25 para a extração mineral, 38

para a construção civil.

No cenário atual do agronegócio para que tenha sucesso depende dentre

outros fatores do planejamento, gerenciamento e da habilidade técnica e

administrativa do gestor em aproveitar os recursos disponíveis, como terras,

máquinas, implementos, recursos humanos e infraestrutura da propriedade além de

informações a respeito dos fatores internos e externos de produção, assim o

produtor deve utilizar-se de ferramentas de gestão das atividades exercidas, de

forma a organizar e evidenciar as contas de receitas, custos e despesas, o cenário

econômico, dentro de outras variáveis no processo de tomada de decisões (REIS, et

al, 2011).

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3 METODOLOGIA

O presente estudo, quanto à sua natureza, trata-se de uma pesquisa

aplicada, com finalidades imediatas às quais geram produtos ou processos. Sendo

assim, utilizou o conhecimento da pesquisa básica para resolver problemas

relacionados a aplicações concretas. De acordo com Barros e Lehfeld (2000, p. 59),

a pesquisa aplicada tem como “motivação a necessidade de produzir conhecimentos

para aplicação de seus resultados, como objetivo de contribuir para fins práticos e

didáticos, visando solução à curto ou médio prazo do problema encontrado na

realidade”, ou seja, uma ferramenta útil para encontrar soluções.

Com relação aos objetivos, utilizou-se a pesquisa exploratório-descritiva, pois

como explica Gil (2005, p. 35) “pesquisas exploratórias são aquelas que têm por

objetivo explicar e proporcionar maior entendimento do problema da pesquisa.

Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador procura um maior conhecimento sobre o

tema em estudo”. Ainda segundo Gil,

Um estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade ou de determinado caso de estudo com a intenção de conhecer determinado assunto, como suas características, valores e problemas a ele relacionado, ou seja, as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2005, p. 96).

Este estudo se classifica como exploratório descritiva por que visou descrever

a propriedade e de qual forma está estruturada, após coleta de dados foi realizado a

análise que serviu como base para a estruturação do plano de negócio, sendo assim

explorou os dados de receitas e custos que tem na propriedade, para assim ter um

embasamento para o plano.

Quanto à abordagem, este estudo classificou-se como quanti-qualitativa. Uma

pesquisa qualitativa está relacionada com o levantamento de dados sobre

determinado assunto, em entender e interpretar comportamentos, opiniões e

expectativas de indivíduos sobre algo a ser estudado. Esta pesquisa tem o ambiente

como fonte de dados aberta e o pesquisador como seu principal instrumento, pois

nesse tipo de pesquisa o pesquisador entra em contato direto com o ambiente de

estudo com todas as variáveis possíveis para ser examinadas (GIL, 2002).

A pesquisa qualitativa visou trazer a análise e descrições de gestão em

pequenas propriedades rurais, contemplando o primeiro objetivo, trazendo assim

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consigo a análise dos fatores de produção e das atividades econômicas da

propriedade que traz o segundo objetivo, já a quantitativa contemplo o quarto

objetivo para o levantamento de dados das receitas e das despesas na propriedade,

a fim de trazer a análise em números, para assim ter uma melhor compreensão.

Uma abordagem quantitativa é caracterizada pelo emprego da quantificação,

ou seja, números que explicam certa realidade do caso estudado, tanto nas

informações quanto no tratamento das variáveis por meio de técnicas estatísticas

que visam explicar através de números os fatos obtidos. A abordagem qualitativa

constitui-se uma tarefa de “organizar, sumarizar, caracterizar e interpretar os dados

numéricos coletados. Para tanto poderá tratar os dados através da aplicação de

métodos e técnicas estatísticas” (MARTINS e THEÓPHILO, 2009, p.107).

Usou-se esta abordagem para quantificar os custos, receitas e quantidades

produzidas por cada atividade realizada na propriedade, trazendo um modelo

matemático através da ferramenta do Microsoft Exel para analisar o mesmo, também

trazendo em formas de gráficos que ficaram com um melhor entendimento da

análise dos resultados obtidos.

Quanto aos procedimentos técnicos, fez-se uso dos métodos documental,

bibliográfico e estudo de caso. Uma pesquisa documental é semelhante a uma

pesquisa bibliográfica, a diferença está na natureza das fontes, enquanto a pesquisa

bibliográfica é fundamentada em autores, a documental tem por base materiais sem

definição autoral ou de cunho cientifico (GIL, 2002).

Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa documental é a coleta de

dados em fontes primárias, como documentos escritos, pertencentes a arquivos

públicos, arquivos particulares de instituições ou domicílios, ou ainda de fontes

estatísticas. Já a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento de bibliografia já

publicada em livros, revistas e artigos de cunho científico, e tem por finalidade

colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre

determinado assunto. Objetiva trazer para o pesquisador um reforço na análise de

suas pesquisas ou na manipulação correta das informações. Para os mesmos

autores, a pesquisa bibliográfica:

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[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...] (LAKATOS e MARCONI, 2001, p. 183).

Portanto, a pesquisa bibliográfica cumpriu o objetivo de descrever sobre

gestão em propriedades rurais, estratégias empresariais, principalmente em

pequenas propriedades, enfatizando uma análise econômica, como ferramenta de

gestão estratégica. Enquanto a pesquisa documental cumpriu o objetivo de

caracterizar a gestão de negócios da propriedade rural em estudo, onde realizou-se

o levantamento de receitas, custos, lucros (sobras), despesas (investimentos) e

endividamento da atividade econômica na propriedade estudada, pelos quais estes

dados foram coletados em notas fiscais e anotações do produtor.

Já o estudo de caso foi usado como uma estratégia de maior aprofundamento

no que diz respeito de “como” ou “por que” ou “quanto” sobre determinado assunto

de estudo em específico. Assim, o estudo de caso não é nem uma tática para a

coleta de dados, nem meramente uma característica do planejamento em si, mas

uma estratégia de pesquisa abrangente (YIN, 2005). Ainda baseado nos

procedimentos técnicos, um estudo de caso, conforme Gil (2002, p. 128), “consiste

no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira que permita

seu amplo e detalhado conhecimento”. Tendo por propósito explorar situações da

vida real cujos limites não estão claramente definidos; descrever situação do

contexto em que está sendo feita a investigação.

A investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados (YIN, 2001, p. 33-34).

Portando, o estudo de caso cumpriu o objetivo de mapear os fatores de

produção e detalhar as atividades econômicas atualmente desenvolvidos na

propriedade, dados os quais são específicos da mesma, não se aplicando a demais

propriedades devido a suas particularidades.

Desta forma, fica caracterizada esta pesquisa: de natureza aplicada, em

relação aos objetivos como pesquisa exploratório-descritiva, com abordagem quanti-

qualitativa, utilizando procedimentos documental, bibliográfico e estudo de caso.

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Para a coleta de dados, foi aplicada uma entrevista estruturada para o

proprietário com o objetivo de levantar informações da gestão da propriedade, a qual

seguiu um roteiro conforme consta no apêndice A, onde o entrevistador obteve

amplo e ilimitado acesso aos documentos e informações, e o entrevistado foi

solicitado a responder as perguntas em várias ocasiões.

Também, a coleta de dados se deu por meio da pesquisa de documentos

fornecidos pelo proprietário e assim, foram realizadas as análises das informações

obtidas com intuito de elaborar uma análise econômica do negócio pertinente ao

caso estudado, os valores expressos na análise do estudo foram corrigidos a preços

de 2014, aonde se utilizou o deflator com base no IPCA (índice de preços ao

consumidor) Para calcular a acumulação da inflação como também de outras taxas

devemos utilizar a seguinte fórmula matemática:

Onde “i1″,”i2”, “in” representam as taxas que serão acumuladas em seu valor

percentual, dividido por 100 para obtermos a taxa unitária de juros, e assim

podermos somá-las a 1 (um), multiplicá-las entre elas , subtrair o resultado da soma

entre elas por 1 (um) e multiplicar novamente por 100 para obter o valor percentual

acumulado.

Logo pode-se explicar todos os objetivos a partir dos detalhamentos do

ferramental metodológico acima descrito, a propriedade está localizada no interior do

município de Tucunduva-RS, escolhida pelo autor desta pesquisa, devido a

facilidade de acesso e conveniência. Após a coleta de dados foram utilizadas as

seguintes ferramentas para auxílio na análise dos dados: Microsoft Excel para

elaboração de planilhas de custos e receitas assim como modelação dos gráficos,

modelo matemático (solver), utilizado também programação linear para auxilio da

análise e elaboração do quarto objetivo.

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35

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo, encontram-se as características econômicas da propriedade

em estudo, assim como a apresentação e análise dos resultados obtidos através de

um questionário aplicado em uma propriedade rural, a análise desses dados obtidos

verificando qual atividade maximiza os lucros para a propriedade, assim como, uma

análise econômica do negócio que possa nortear o proprietário em qual atividade

deve focar seus esforços, para ter maior retorno.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A propriedade rural estudada neste trabalho encontra-se localizada em Vila

São Miguel, no interior do município de Tucunduva-RS. É classificada como uma

pequena propriedade, pois a mesma possui uma área entre um a quatro módulos

fiscais. Essa classificação é definida pela Lei 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, que

leva em conta o módulo fiscal que o mesmo varia de acordo com cada município da

federação nacional.

Conforme o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), um

modulo fiscal no município de Tucunduva compreende 20 hectares. A propriedade

rural em estudo, possui atualmente 25 hectares no total, o que compreende 1,25

módulos fiscais. Desses 25 hectares, 3 são destinados a reserva legal, 17 hectares

destinados a cultura do milho e da soja e 5 hectares destinados exclusivamente a

produção leiteira.

A propriedade trabalha com 3 fontes de recursos, ou seja, produção de leite,

milho e soja; da produção de milho parte é destinada para consumo da produção

leiteira e parte é vendida no mercado, assim como a soja que, é totalmente

comercializada no mercado.

O quadro 2 a seguir traz uma relação do faturamento bruto de todas as

atividades desenvolvidas na propriedade, os dados se referem aos anos safras

13/14,14/15,15/16 sendo que a atividade leiteira refere-se aos anos civis de

2014,2015 e 2016. Os valores analisados e calculados e deflacionados segundo o

IPCA (índice de Preços ao Consumidor) tem por ano base 2014, aonde que no ano

de 2015 a inflação acumulada chegou ao nível de 10,67 % e no ano de 2016 chegou

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a 6,29 %, então o acumulado no ano de 2016 chegou a 19,96% em relação ao ano

base de 2014.

Quadro 2- Faturamento Bruto da Propriedade em anos

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

Conforme o quadro 2, verifica-se a produção total anual de cada atividade,

bem como o preço médio praticado no mercado e faturamento total Bruto na

propriedade no período estudado. Observa-se que a valores nominais, nos anos de

2014 e 2015 na atividade leiteira teve o mesmo preço médio praticado no mercado,

de aproximadamente 30% no valor médio comercializado do produto, em termos de

produção vê-se um aumento de 5 % de 2014 para 2015 e uma diminuição de cerca

de 8% da produção para o ano de 2016, observando em termos de faturamento de

2014 para 2015 teve um aumento de 6,27% e no ano de 2015 para 2016 teve um

aumento de 18% no valor bruto faturado. Trazendo a valores reais deflacionando os

Safra Produção Total Preço Médio Faturamento Bruto

R$ 128.273,52

R$ 132.719,99

R$ 202.344,20

R$ 463.337,71

Total

Total Faturado no Período

Total

Total

15/16 Milho 1929,42 Sc/60 kg R$ 34,70 R$ 66.950,76

15/16 Soja 712,5 Sc/60 kg R$ 70,76 R$ 50.416,50

2016 Leiteira 80.876 Ltrs R$ 1,05 R$ 84.976,94

14/15 Milho 1486,23 Sc/60 kg R$ 23,00 R$ 34.183,37

14/15 Soja 441,7 Sc/60 kg R$ 60,68 R$ 26.802,36

2015 Leiteira 87.837 Ltrs R$ 0,81 R$ 71.734,26

2014 Leiteira 83.438 Ltrs R$ 0,81 R$ 67.496,00

Atividade

13/14 Soja 317,47 Sc/60 kg R$ 66,08 R$ 20.978,20

13/14 Milho 1507,55 Sc/60 kg R$ 26,40 R$ 39.799,32

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valores, ve-se então que realmente o peço médio teve um decréscimo de 33,41% no

valor faturado, observa-se também que embora o preço médio do leite praticado no

mercado não teve variação de um ano para o outro, mas descontando a inflação o

valor real teve uma queda de 11,11%, ou seja, o valor de venda em 2014 era de R$

0,81 e trazendo a valores reais em 2015 o valor de venda ficou em R$ 0,72,

impactando em uma queda no faturamento real de 5,06 %.

Figura 8- Gráfico do faturamento Bruto por Ano/Safra a preços de mercado

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Conforme a figura 8, em relação a cultura do milho teve uma queda de 2 % na

quantidade produzida, assim como uma queda de 13 % de valor médio praticado no

ano culminando em uma diminuição de 15% no valor total faturado da safra de 13/14

para a 14/15, já com base na safra 15/16 observou-se um aumento de 30% na

produção, isso devido ao aumento de 1 hectare de área plantada, contudo o valor

nominal médio praticado no mercado teve um aumento de aproximadamente 51%

em relação à safra anterior sendo assim teve um faturamento, 95 % maior que o

faturamento obtido na safra anterior, a valores reais tem-se um aumento de apenas

68,22% em faturamento e o preço praticado no mercado de 25,90% em relação ao

ano de 2014.

Na cultura da soja, observado na propriedade houve um aumento de

produção assim, como o aumento do faturamento bruto, analisando entre safra de

2013/2014 para 2014/2015 teve um aumento de 39% na sua produção total,

contando também com um aumento de 61% no faturamento nominal bruto, tendo em

vista os valores reais praticados no mercado esse aumento de faturamento obteu-se

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em 27,76%, o preço médio praticado a valores reais teve uma queda de 25,48% em

relação a 2014, na safra de 2015/2016 tampouco houve um aumento de 88% no

faturamento e 27% de aumento da produção, isso tudo devido também ao aumento

de 3 hectares de área plantada, ou seja, um aumento de 30% na área plantada.

Analisando e comparando os anos baseados na safra de 2013/2014 obtém-se

uma grande diferença entre os valores reais e nominais, como pode-se ver nos

faturamentos por safra, nominalmente a safra de 2015/2016 teve um aumento de

140,33 % em seu faturamento comparando com dados da safra 2013/2014, mas

trazendo a valores reais de mercado esse aumento deu-se apenas de 42,88 %,

assim como a comparação feita com a cultura do milho que teve nominalmente um

aumento de faturamento de 68,22% quando na realidade esse aumento foi de

apenas 1,06% trazendo grande impacto nos números da propriedade. Um caso

interessante observa-se na produção leiteira que o faturamento nominal foi de 25,90

%, mais quando traz-se a valores reais a propriedade teve uma queda de 36,73% no

faturamento, tudo isso devido a inflação instaurada no período estudado.

Observados os dados relativos com base na produção leiteira considera-se o

ano civil, ou seja, tudo o que foi produzido e faturado no período de 01/01 a 31/12 de

cada ano do período estudado, já das culturas do milho e da soja considera-se o ano

agrícola que se refere dos meses maio a abril, contando junto o faturamento e

produção nas áreas plantadas englobando, safra e safrinha.

4.2 GESTÃO ESTRATÉGICA DA PROPRIEDADE

Foi aplicado um questionário ao proprietário, para ter base e poder levantar

alguns dados sobre a propriedade e caracterizar a gestão atual e como é o

andamento das atividades da propriedade.

Quando solicitado se o mesmo já teve algum tipo de treinamento ou se já teve

alguma referência sobre o que se trata um plano de negócios, o mesmo relata que

sobre esta variável já foram várias vezes discutidas em conversas informais, com

técnicos de empresas fornecedoras e técnicos da Emater, mas nunca foi colocado

em prática, ou seja, nunca foi discutido mais a fundo esse aspecto que o

proprietário, em seu ponto de vista, acha que é um dos fatores principais para um

bom andamento de uma propriedade.

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Tratando de gestão dos custos da propriedade o mesmo salienta que nesse

processo são fontes de informações que trazem principalmente os conhecimentos

empíricos adquiridos e os fatores analisados no momento de definir a

atividade/cultura a ser desenvolvida.

O proprietário, de momento menciona que a, única tecnologia alocada na

propriedade são os equipamentos utilizados para ordenha, ademais não é utilizado

nenhum tipo de artefato tecnológico ou de informática que possa auxiliar nos

controles da propriedade.

Quanto a questões de quantidades corretas de insumos nas atividades

realizadas na propriedade o mesmo em ponto de vista diz que é sim utilizado a

quantidade correta, mas o mesmo não tem nenhuma base a ser seguida, nenhum

acompanhamento técnico que lhe auxilie nas combinações necessárias de insumos

utilizadas na produção.

Quando indagado se existe possibilidades de redução de custos o proprietário

diz que sempre há possibilidades de redução de custos, os métodos utilizados

seriam fazer uma pesquisa mais ampla de mercado, hoje em dia é utilizado apenas

2 fornecedores pela comodidade e facilidade de acesso aos insumos, teria que fazer

uma pesquisa de preço mais aprofundada, e também fazer remanejamento das

atividades, uma análise mais a fundo dos fatores de produção da propriedade seria

interessante para conseguir alocar de uma melhor maneira as atividades.

Quando perguntado sobre se faz pesquisas de mercado, o mesmo afirma que

não utiliza pesquisa de mercado pois trabalha-se com poucos fornecedores pelos

quais tem um vasto período de tempo que é adquirido os produtos, e assim tem-se

algum benefício perante a compra. Pois não é feita pesquisa de preços, a compra

dos insumos é conforme a disponibilidade de entrega dos fornecedores em questão,

visto que a compra não é feita com estoque, mas sim na necessidade de consumo

do mesmo.

Sobre as ameaças e oportunidades das atividades realizadas na propriedade

ele relata que: As ameaças são as incertezas de preços do mercado, pois a

propriedade trabalha com commodities (cereais e boi gordo) que os preços não são

formados no mercado local, e leite que também tem seu preço definido pelo

mercado local, sendo assim fica refém da variação de preço dos compradores. O

clima também é um fator importante e decisivo na produção e desenvolvimento da

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propriedade, no caso é um fator direto que define uma alta ou uma queda na

produção, tanto na produção de grãos como da produção do leite.

As oportunidades são que, ele pode focar em qual ramo ou em qual cultura

vai trabalhar com maior intensidade, podendo assim avaliar qual pode lhe trazer

maior rentabilidade.

O proprietário está no setor a mais de 40 anos, o que houve de melhoras foi

que antigamente não se tinha tanta facilidade para produção e comercialização, pois

podia-se comercializar apenas com Fornecedor/comprador e estava refém ao

mercado, e a tecnologia no manuseio veio com força para auxiliar no bom

funcionamento e facilidades nas atividades e trouxe também redução na mão de

obra para elaboração das atividades.

A Inovação tecnológica trouxe grandes impactos na propriedade pois no início

das atividades, o trabalho era todo braçal e assim precisando de mão de obra de 5

pessoas ou mais, para o desenvolvimento de todas as atividades da propriedade, e

hoje com apenas 2 pessoas trabalhando consegue-se desenvolver todas as

atividades de forma rápida e prática.

De momento o proprietário não tem interesse de mudar de atividade, mas sim

focar um uma determinada atividade do leque de produção para que traga maior

retorno. Porém o proprietário não possui conhecimento sobre qual seria a escolha de

atividade ideal para atingir tal retorno.

4.3 MAPEAMENTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA PROPRIEDADE

Mapear as atividades desenvolvidas, visa descrever todas as funções e

detalhamentos desde os custos até as receitas na propriedade, sua produção, suas

características, visando trazem uma visão ampla da atividade para análise dos

resultados apresentados.

4.3.1 Mapeamento da Produção Leiteira

A propriedade passou por um período de modificações em sua estrutura, nos

anos antecedentes aos dados coletados, pois visaram acondicionar os processos de

uma melhor forma de execução das atividades, desde o melhoramento das

instalações e equipamentos, trocando a estrutura que antecedia de uma forma de

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trabalho “manual”, para uma outra forma de trabalho semi-manual, pelo qual

diminuiu mão de obra e a facilidade de execução mais prática da atividade. A

propriedade trabalha exclusividade com animais da raça Jersey por ser animais com

menor porte e com uma produção de maior qualidade.

A propriedade trabalha nesse ramo a mais de 30 anos, sendo que no início

das atividades trabalhava com pouco número de animais, sendo que o leite

produzido era destinado a fabricação de queijo, com o passar dos anos a atividade

veio tomando mais força na propriedade, vendo assim uma oportunidade de renda

com um maior giro financeiro. No período estudado a propriedade contou em média

de 18,42 vacas em lactação com uma produção média de 12,68 litros/ vaca por dia.

Os dados a seguir, constantes na figura 9 representam a produção leiteira

entregue à Cotrimaio (Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai Ltda.) de janeiro de

2014 até dezembro de 2016.

Figura 9 – Gráfico da produção total de leite entregue no período

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

Este gráfico representa a produção a um número médio de 18,4 vacas em

lactação no período total estudado.

Para interpretar a produção de leite, é necessário considerar vários fatores,

tais como: o estágio de lactação, a idade de produção da vaca, as condições físicas

do animal, consumo de matéria seca, os tipos e valores nutritivos dos alimentos

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

2014 2015 2016

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42

consumidos pelo animal, clima, etc. Todos esses fatores influenciam na quantidade

produzida de leite por animal, que consequentemente afetará no faturamento final.

Percebe-se que nos meses de maio a junho a produção tem uma queda, isso

devido a alimentação verde em escassez, sendo mais utilizado ração e silagem pela

qual diminui a produção e consequentemente aumentam os custos. De julho a

dezembro tem-se um aumento na produção devido a plantação das pastagens de

inverno e logo após, dá-se início ao plantio das pastagens de verão. O auge da

produção dá-se na saída do inverno e início da primavera nos meses de agosto a

outubro, meses em que os animais dão cria, ou seja, animais novos de leite, pelos

quais produzem nos seus primeiros 4 meses uma maior quantidade, elevando-se a

produção, nos meses de dezembro a março, são meses em que se diminui a

produção devido a diminuição do plantel, ou seja, os animais passaram do período

“bom” de lactação e consequentemente, vem diminuído sua produção.

A figura a seguir traz uma análise entre o custo por litro de leite e o valor bruto

recebido pelo proprietário.

Figura 10 – Gráfico da análise entre o custo por litro de leite e o valor bruto a preços

de mercado recebido pelo proprietário

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Este gráfico mostra o custo médio por litro de leite em cada ano do período

estudado, assim como a média de preços praticada na venda pelo proprietário. Nota-

se que a média de preço dentre o ano de 2014 e 2015 mantém-se o mesmo não

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descontando a inflação do período que no ano de 2015 que teve uma média de

10,67 % segundo o IPCA (índice de Preços ao Consumidor), ou seja, o ganho real

no ano de 2015 perdeu o poder de compra em 10,67% do que do ano de 2014 ou

seja a média de valor real recebido foi apenas R$ 0,72 por litro de leite em

comparação ao ano de 2014. Contudo com o aumento da média recebida no ano de

2016 também deve-se considerar a inflação no período que foi de 6,29 % ou seja o

ganho real do produtor foi de R$ 0,98 cada Litro de leite.

Contudo, nota-se que o custo de produção vem acompanhando assiduamente

o valor médio praticado na venda, ou seja, no ano de 2014 o “lucro” foi de apenas

R$ 0,06 o litro de leite, no ano de 2015 essa sobra foi de apenas de R$ 0,02 cada

litro, contudo no ano de 2016 houve uma maior sobra em relação ao custo e valor

médio praticado no mercado de apenas R$ 0,08 cada litro de leite.

O proprietário utiliza-se no total de 5 hectares para as atividades

desenvolvidas no ramo leiteiro, sendo que desse total de área constitui-se uma parte

aonde estão construídas as instalações para manejo, outra parte que destinado ao

potreiro, ou seja, aonde os animais ficam quando não estão na pastagem e o

restante é destinado as pastagens, aonde que é utilizado o sistema de pastoreio

rotativo por piquetes, ou seja, é feito o manejo dos animais de tal forma que, as

áreas são divididas em piquetes que são submetidos a períodos alternados de

pastoreio e descanso da pastagem. Uma grande vantagem é que se tem um maior

controle sobre o pasto, sendo assim pode-se definir quanto tempo as plantas

estarão sujeitas ao pastoreio, tendendo assim ser mais uniforme e com uma maior

eficiência de alimentação.

4.3.2 Mapeamento da Produção de Milho

A propriedade trabalha a mais de 40 anos na atividade, sendo que deu início

devido a necessidade para alimentação animal na própria propriedade, onde

produzia apenas uma pequena quantidade para o consumo próprio. Com o passar

dos anos a área de cultivo foi aumentando e começou assim também a ser feita a

comercialização do produto, antes apenas utilizado para consumo na propriedade

para fabricação de ração com milho em grão e também sendo produzido silagem

como planta inteira. Contudo vendo a necessidade de mais renda para a

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propriedade, e analisando o mercado viu-se uma oportunidade de aumentar a área

produzida para também comercializar o grão.

No período estudado a propriedade tinha disponível uma quantia de 10

hectares nas safras 13/14 e 14/15 e tendo aumento de 1 hectare na safra 15/16,

contudo somando a produção e faturamento em estudo contando a safra e safrinha

do período, e quantidades usadas para consumo próprio da propriedade na

atividade leiteira.

Na figura 11 obtem-se uma análise da quantidade produzida, vendida e

consumidas em cada período de safras estudados, dados em sacas de 60 kg.

Figura 11 – Gráfico do comparativo entre quantidade produzida, quantidade

consumida e quantidade vendida da cultura do milho

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

A figura 12 mostra uma estabilizada na produção nas safras de 13/14 para

14/15 sendo que na safra 13/14 o consumo da produção para a atividade leiteira foi

maior que a quantidade comercializada, o que já não ocorreu nos seguintes anos

que a quantidade vendida foi superior que a quantidade consumida. Na safra de

15/16 teve um aumento de em torno de 23% na produção, isso devido ao aumento

de 1 hectare de área plantada, e devido a um excelente ano de produção cujo a

produção média por hectare foi de 175,4 sacos, em comparação das safra de 13/14

e 14/15 que tiveram uma produção média por hectare de 150,7 Sc e 148,6 Sc

respectivamente.

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Figura 12 – Gráfico do faturamento Bruto, Total comercializado e Total Vendido a

preços de mercado da cultura do milho

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Este gráfico mostra em valores o montante faturado bruto, ou seja, o quanto

foi faturado com a venda e consumos interno. Nota-se que da safra de 13/14 para a

14/15 mesmo tento uma produção praticamente com mesmos números, mas teve

um decréscimo de aproximadamente 14% no total faturado, isso devido ao valor

médio comercializado também teve um decréscimo tanto que a safra 13/14 a saca

do produto foi comercializada a R$ 26,40 e na safra de 14/15 a um valor de R$

23,00, ou seja, uma queda no valor médio de 12,87%.

Comparando os anos anteriores com a safra de 15/16 observa-se um

aumento de mais de 50 % no total faturado bruto pela propriedade, isso levando em

consideração o que foi dito anteriormente, mais o fator do valor médio

comercializado que teve um aumento de 34 % nominalmente, a valores reais em

comparação com a safra de 13/14 teve um decréscimo de 22,17%, mesmo tendo

aumento no valor da saca comercializada, ou seja, o valor médio por saca

comercializado chegou a um patamar de R$ 34,70, o que elevou o percentual de

aumento no faturamento bruto da propriedade de 25,90% a valores reais de

mercado.

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Figura 13 – Gráfico da análise entre o custo, faturamento e lucro a preços de

mercado por hc na cultura do milho

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

A figura 13 apresenta em valores brutos o faturamento por hectare, assim

como seu custo e lucro. O custo médio por hectares vem nos anos com valores que

não variam muito, isso devido a compra antecipada dos insumos, garantindo assim

uma melhor margem de lucro por hectare. Nota-se que na safra de 14/15 tem uma

queda no faturamento e no lucro por hectare, como dito anteriormente deu-se pela

queda do valor médio faturado, assim como na safra de 15/16 que se elevou o

faturamento devido ao aumento de preços comercializados no mercado, onde o

lucro tornou-se maior que o custo, fato que não vinha ocorrendo nas safras

anteriores. Na safra de 15/16 a propriedade teve um lucro bruto de R$ 3.533,60, ou

seja, aumento do lucro bruto em 53% comparando a safra de 13/14 quando deu-se

início à pesquisa, esse aumento devido a dados já comentados anteriormente no

texto.

Trazendo a valores reais de mercado temos por base o ano de 13/14 onde

que ve-se na safra de 14/15 um decréscimo de 33,41 % em seu valor praticado no

mercado e na safra de 15/16 essa queda foi de 22,17%, na safra de 15/16 tem-se

em valores reais uma perda de valor de 48,40%, ou seja, a preços nominais o preço

praticado no mercado foi de R$ 34,70, mas o ganho real foi de apenas R$ 17,90, ou

seja, uma enorme diferença quando os valores são trazidos a preços reais de

mercado. O faturamento teve uma queda de 34,34 % na safra de 14/15 em

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comparação a 13/14, e na safra de 15/16 em valores nominais teve um aumento de

68,22% no faturamento bruto mas na realidade esse faturamento teve um aumento

apenas de 1,06%, ou seja, o valor bruto faturado foi de R$ 66.950,76 foi na realidade

de apenas R$ 34.546,59.

4.3.3 Mapeamento da Produção de soja

A propriedade trabalha com esse segmento de cultura a mais de 40 anos,

assim como a produção do milho, mas esta esteve sempre como cultura principal na

propriedade até o período em que o leite começa a tomar maior participação na

propriedade, fazendo assim com que o produtor diminuísse a área de soja plantada,

para ter maior utilização para o manejo do gado leiteiro, assim como, teve sua

redução de área plantada devido ao aumento também da produção de milho, visto

que o mesmo servisse para consumo interno da propriedade. Esses dados

mencionados são de competência anterior que os dados estudados. A propriedade

consta com uma área disponível de 7 hectares nas safras de 13/14 e 14/15 tendo

um aumento de 3 hectares de produção para a safra de 15/16, isso devido ao plantio

da safrinha, que no caso do estudo observa-se a produção na safra como um todo.

A figura 14 expõe a quantidade produzida e a média de produção por hectare.

Figura 14 – Gráfico da quantidade produzida e média de produção

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

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O gráfico mostra a evolução da quantidade produzida bem como a evolução

da produtividade por hectare da cultura, ou seja, da safra de 13/14 para 14/15 teve

um aumento na produção de em torno 125 sacos a mais com a mesma área de 7

hectares plantada tampouco por que a produtividade aumentou em 28% impactando

diretamente no total produzido, agora, comparando com a safra de 15/16 teve um

aumento de 38% na produção total bruta, mas devido também ao aumento de 43%

na área plantada, e a produtividade aumentando em torno de 12%, impactando

diretamente na produção, cujo ano ocorreu de forma excelente para este incremento

na produção.

Levando com base o faturamento bruto na atividade da soja podemos

observar os seguintes números como consta na figura 15.

Figura 15 – Gráfico do faturamento Bruto a preços de mercado na Cultura da soja

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Estes dados trazem o faturamento total bruto por ano/safra da atividade,

trazendo também a evolução do faturamento, o que teve grande impacto na

propriedade, sendo que comparando à safra de 15/16 para a safra 13/14 tem-se um

aumento de R$ 29.438,30 no faturamento da propriedade, ou seja, aumentou

nominalmente em torno de 140 % no seu total, mas o aumento real deflacionando o

período foi de apenas 42,88%, mas tudo isso levando em consideração o aumento

na área plantada e, contudo, o aumento no valor comercializado da commoditie no

mercado que no caso estudado no ano/safra de 13/14 a saca de soja foi

R$20.978,20

R$26.802,36

R$50.416,50

R$-

R$10.000,00

R$20.000,00

R$30.000,00

R$40.000,00

R$50.000,00

R$60.000,00

13/14 14/15 15/16

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comercializada em média a R$ 66,08 e já na safra 15/16 seu preço médio

comercializado se elevou, chegando no valor de R$ 70,76 ou seja um aumento de

apenas 6,61 %, trazendo em valores reais com uma média da inflação acumulada

segundo o IPCA no período de 23,37%, vê-se uma perda no poder de compra da

atividade.

Isso tudo sendo impactado diretamente no resultado da atividade como

mostra a figura 16, que traz as comparações do custo, faturamento bruto, e lucro por

hectare da atividade.

Figura 16 – Gráfico do comparativo entre faturamento, custo e lucro a preços de

mercado da cultura da soja por hc

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

Este gráfico traz uma comparação entre o custo e o lucro da atividade,

observando em uma linha do tempo entre as safras estudadas, percebe-se que o

custo de produção por hectare ao longo das safras sofre poucas alterações ou seja

tem um pequeno aumento de 18 % menos que o aumento da inflação no período,

como descrito anteriormente, o que tem-se de maior impacto é a lucratividade por

hectare, pois da safra de 14/15 para safra de 13/14 tem-se um aumento de 37,27%

de lucro e bem como a safra de 15/16 tem um aumento em sua lucratividade de

56,94%, tendo um grande impacto positivo para o caixa da propriedade, mas esse

aumento na lucratividade advém de vários fatores, tais como, a compra correta dos

insumos com um custo menor, clima favorecendo ocorrendo de forma adequada

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para a produção, tampouco valor comercializado, também traz consigo um grande

impacto na lucratividade.

4.4 ANÁLISE DOS CUSTOS DE OPORTUNIDADE DA PROPRIEDADE

Uma análise no custo da propriedade rural requer muita atenção, pois são

vários fatores que podem ser discutidos e compreendidos, como toda atividade tem

suas particularidades distintas, assim tudo exige muito planejamento e análise para

serem tomadas as decisões. A seguir o autor traz para análise dos dados obtidos na

propriedade com auxílio da ferramenta do solver da Microsoft Excel, uma análise

matemática das atividades exercidas.

O modelo matemático se baseou nos seguintes dados: onde x1 significa a

produção leiteira, x2 significa a produção de milho e x3 produção de soja. Os dados

foram baseados nas disponibilidades ofertadas pela propriedade, com valores, no

caso da produção de leite e milho, segmentados cada 1 hectare, os custos para que

a disponibilidade dada em valor total da área de produção da propriedade, para

assim ter dados comparativos para a ocupação de toda a área cultivada. Neste

sentido traz-se a função objetivo para maximização dos lucros que dá-se pela

seguinte expressão; Max Z: 177,86X1 + 2.211,51X2+ 2.315,84X3.

Tabela 1 - Restrições do modelo matemático

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

RESTRIÇÃO Leite Milho Soja DISPONÍVEL UN

Adubo SC/hc 0 + 5,8 + 6,67 ≤ 154 Sc (1)

Ureia SC/hc 0 + 3,87 + 0 ≤ 110 Sc (2)

Semente de Soja SC/hc 0 + 0 + 1,25 ≤ 0 Sc (3)

semente Milho SC/hc 0 + 1 + 0 ≤ 22 Sc (4)

defensivos R$/Hc 0 + 294,33 + 290,22 ≤ 6600 R$ (5)

Plantio R$/hc 0 + 106,67 + 106,67 ≤ 2640 R$ (6)

Colheita sc 0 + 57,19 + 22,075 ≤ 1320 Sc (7)

Raçoes e Farelos R$/Mês 3972,03 + 0 + 0 ≤ 4500 R$ (8)

Mão de Obra R$/Mês 1216,67 + 0 + 0 ≤ 1300 R$ (9)

Pastagens R$/Mês 191,44 + 0 + 0 ≤ 4400 R$ (10)

Quantidade de hectares 1 + 1 + 1 ≤ 22 Hc (11)

Não negatividade X1 : X2 : X3 ≥ 0 (12)

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Na tabela 1 estão representadas as equações da restrição do modelo

matemático. As equações de 1 à 7 são os insumos e defensivos agrícolas utilizados

em cada hectare de terra para o cultivo das duas culturas, sendo que estas devem

ser menores ou iguais a disponibilidade de insumos e defensivos agrícolas

existentes, visando que a disponibilidade exposta seria em um total da área, ou seja,

a disponibilidade de 22 hectares de plantio. Verifica-se que em alguns casos o

consumo de determinado insumo é zero, isso quer dizer que, para aquela cultura o

insumo agrícola não é utilizado. Observando que a restrição 1, que é o adubo em

sacas não é utilizada na produção leiteira, mas sim nessa atividade o mesmo este

está atrelado na restrição 10 com custo embutido no valor das pastagens. A

restrição 2 utiliza-se apenas na cultura do milho por trazer um maior vigor e

crescimento para a planta, não sendo necessária a aplicação na cultura da soja.

Nota-se também que as restrições 3 e 4 referem-se em sacas de sementes

utilizadas para plantio, a restrição 5 baseia-se nos custos em valores dos defensivos

utilizados para as cultivares da soja e do milho, ou seja, todo e qualquer defensivo

utilizado desde a preparação do solo com herbicidas, até o controle de pragas, com

fungicidas. As restrições 6 e 7 tem por base valores de plantio e percentual de sacas

da colheita respectivamente, onde que o plantio está fixado a um valor por hectare, e

a colheita a um percentual do valor bruto produzido (Plantio e colheitas são os

custos da mão de obra utilizada para elaboração das atividades). Os dados

analisados trazem em base a média dos anos estudados para compilação do

modelo.

As restrições de 8 a 10 referem-se exclusivamente a atividade leiteira, aonde

que traz valores dos custos médios utilizados para as rações e farelos, mão de obra,

e o custo da pastagem para alimentação animal e a restrição 11 onde apresenta-se

por base a quantidade de hectares disponíveis da propriedade para a produção das

atividades. A equação 12, sendo esta a última, refere-se ao fato de que as variáveis

necessitam ser maiores ou iguais a zero, isto é, a não negatividade indica que as

variáveis não podem ser menores do que zero.

4.4.1 Resolução do modelo matemático

Para resolução do modelo matemático foram utilizadas, as três variáveis de

decisão, a função objetivo e as 11 restrições foram inseridas no software

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computacional Microsoft Excel. O quadro 3, apresentado a seguir mostra a

modelagem do problema original em Excel.

Quadro 3- Modelagem do problema original no software Microsoft Excel

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal, 2017.

Como pode-se analisar no quadro, as restrições são baseadas na quantidade

de produtos utilizados nas atividades, como está destacado na figura as restrições

1,2,3,4 e 7 são demonstradas na unidade de sacas do produto descrito por hectare,

já as restrições 5,6,8,9 e 10 são expressos em valores, ou seja, o valor do custo por

hectare, a quantidade utilizada ou valor de custo estão localizados a esquerda da

tabela, sendo que a disponibilidade da propriedade está designada no lado direito. O

sinal de menor ou igual mostra que as equações devem ser menores ou iguais à

quantidade de recursos disponíveis. A função objetivo é apresentada na parte

superior com as três variáveis de decisão, sendo elas x1 (leite), x2 (milho) e x3 (soja).

4.4.2 Análise do modelo matemático para a tomada de decisão

Conforme já mencionado na metodologia, a seguir analisa-se os modelos

matemáticos ideais para a propriedade em questão de estudo.

A teoria da decisão é um conjunto de conhecimentos e técnicas analíticas

relacionadas a diferentes graus de formalidade, desenvolvida para ajudar o tomador

de decisão a processar escolhas entre um cenário de alternativas, levando em conta

Leite (x1) Milho (x2) Soja (x3)

Maximizar Z= 177,86 2211,51 2315,84 Lucro

Células variáveis 0 0 0 R$ -

Utilizado Unidade

Adubo SC/hc 0 5,8 6,67 - ≤ 154 Sc

Ureia SC/hc 0 3,87 0 - ≤ 110 Sc

Semente de Soja SC/hc 0 0 1,25 - ≤ 28 Sc

semente Milho SC/hc 0 1 0 - ≤ 22 Sc

defensivos R$/Hc 0 294,33 290,22 - ≤ 6600 R$

Plantio R$/hc 0 106,67 106,67 - ≤ 2640 R$

Colheita sc 0 57,19 22,08 - ≤ 1320 Sc

Raçoes e Farelos R$/Mês 3972,03 0 0 - ≤ 4500 R$

Mão de Obra R$/Mês 1216,67 0 0 - ≤ 1300 R$

Pastagens R$/Mês 191,44 0 0 - ≤ 4400 R$

Quantidade de hectares 1 1 1 - ≤ 22 Hc

Disponibilidade

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as possíveis consequências da decisão, tendo como objetivo a seleção de

alternativas que representem um conjunto preferido de consequências (OLIVEIRA,

et al, 2007).

Para uma análise de resultado de uma propriedade requer-se muito cuidado e

rigor nos dados analisados, pois busca identificar quais são as melhores alternativas

que devem ser focalizadas e redirecionados os investimentos da propriedade, uma

análise com falta de dados ou até mesmo incompletos, pode prejudicar no resultado

final da análise e assim, a tomada de decisão pode ser fracassada.

Foram montados três relatórios de sensibilidade, onde foram feitos cálculos

para lucratividade produzindo o total de área com milho, outro com soja, e outro com

produção em conjunta, ou seja, metade da área utilizada para milho e metade

utilizada para soja, visto que este seria um dos mais indicados por meio da rotação

de culturas, salientando que os custos e valores praticados estão a valores

presentes e os mesmos podem sofrer variações, tanto para cima ou para baixo nos

próximos anos. A partir dos dados obtidos foram encontrados os seguintes

resultados.

Quadro 4 - Modelo de produção de soja

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Como demonstra com base nos dados obtidos no modelo matemático, a

atividade que maximizaria os lucros a ser desenvolvida pela propriedade seria o

caso da cultura da soja, pela qual traz uma lucratividade de R$ 50.948,48 por safra,

Leite (x1) Milho (x2) Soja (x3)

Maximizar Z= 177,86 2211,51 2315,84 Lucro

Células variáveis 0 0 22 50948,48

Utilizado Unidade

Adubo SC/hc 0 5,8 6,67 146,74 ≤ 154 Sc

Ureia SC/hc 0 3,87 0 0 ≤ 110 Sc

Semente de Soja SC/hc 0 0 1,25 27,5 ≤ 28 Sc

semente Milho SC/hc 0 1 0 0 ≤ 22 Sc

defensivos R$/Hc 0 294,33 290,22 6384,84 ≤ 6600 R$

Plantio R$/hc 0 106,67 106,67 2346,74 ≤ 2640 R$

Colheita sc 0 57,19 22,08 485,65 ≤ 1320 Sc

Raçoes e Farelos R$/Mês 3972,03 0 0 0 ≤ 4500 R$

Mão de Obra R$/Mês 1216,67 0 0 0 ≤ 1300 R$

Pastagens R$/Mês 191,44 0 0 0 ≤ 4400 R$

Quantidade de hectares 1 1 1 22 ≤ 22 Hc

Disponibilidade

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produzindo os 22 hectares disponíveis na propriedade e utilizando dos recursos que

a propriedade tem a oferecer, superior a produção apenas de milho que teria uma

lucratividade de R$ 48.653,22, e a atividade leiteira seria completamente inviável

para a propriedade, ou seja, teria que ter uma diminuição de no mínimo de R$

2137,98 no custo da produção leiteira para começar a ter lucro.

Quadro 5 - Modelo de produção em produção em conjunta

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Mesmo que o modelo matemático que apresenta como ideal somente

produção de soja, pois maximiza o lucro, sugere-se a produção conjunta, pois como

descrito anteriormente existem outros fatores que interferem na produção. Assim, a

terra depende de manejo especial para não esgotar sua produtividade, sendo que a

rotação de cultura é um dos aspectos ideais para fortalecer a terra em produção.

Entende-se como rotação de culturas a alternância regular e ordenada no

cultivo de diferentes espécies vegetais em sequência temporal numa determinada

área (MUZILLI et al., 1983). A utilização de adubos verdes e a rotação de culturas

em manejos conservacionistas mostraram-se indispensáveis desde o início das

investigações do sistema de plantio direto. A rotação de culturas consiste em

alternar espécies vegetais, dentro do mesmo período agrícola ao longo dos anos de

cultivo, numa mesma área agrícola. As plantas de cobertura servem para formação

da palhada na superfície do solo, culminando na redução de gastos com fertilizantes

nitrogenados e herbicidas (AITA et al., 1994).

Leite (x1) Milho (x2) Soja (x3)

Maximizar Z= 177,86 2211,51 2315,84 Lucro

Células variáveis 0 10,8 11,2 49.821,72R$

Utilizado Unidade

Adubo SC/hc 0 5,8 6,67 137,344 ≤ 154 Sc

Ureia SC/hc 0 3,87 0 41,796 ≤ 110 Sc

Semente de Soja SC/hc 0 0 1,25 14 ≤ 14 Sc

Semente Milho SC/hc 0 1 0 10,8 ≤ 11 Sc

Defensivos R$/Hc 0 294,33 290,22 6429,228 ≤ 6600 R$

Plantio R$/hc 0 106,67 106,67 2346,74 ≤ 2640 R$

Colheita sc 0 57,19 22,08 864,892 ≤ 1320 Sc

Raçoes e Farelos R$/Mês 3972,03 0 0 0 ≤ 4500 R$

Mão de Obra R$/Mês 1216,67 0 0 0 ≤ 1300 R$

Pastagens R$/Mês 191,44 0 0 0 ≤ 4400 R$

Quantidade de hectares 1 1 1 22 ≤ 22 Hc

Disponibilidade

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As rotações de culturas alternadas anualmente trazem inúmeras vantagens

para a produção, bem como para a melhoria física do solo, pois tem o controle de

ervas daninhas doenças e pragas, reposição de matéria orgânica e proteção contra

a ação dos agentes climáticos no solo. Também é necessário considerar que não

basta apenas seguir uma sequência de culturas, mas o agricultor deve envolver a

tecnologia como técnicas para o bom cultivo das plantas e controles de doenças,

para fortalecer o solo, tonando mais produtivo (IEPEC, 2017).

As limitações sobre a escolha ideal de plantio são perceptíveis, tendo em

vista as diferentes variáveis que alteram a composição dos custos das atividades

recomendadas. Para o caso do leite, observa-se a inviabilidade da produção pois

seus custos são muito elevados e sua margem de retorno é mínima, podendo até

ser negativa em alguns períodos dentro de algumas circunstâncias de mercado,

coeteris paribus as demais variáveis.

A produção de milho é mais competitiva comparada à atividade leiteira, tendo

em vista que a margem de retorno é por unidade de mensuração, sendo maior

embora tenha custos mais elevados quando comparados ao cultivo de soja, levando

em consideração as análises das demais variáveis constantes, inclusive sobre o

desgaste do fator terra, que é essencial para a produção.

A produção de soja devido a seu valor praticado no mercado, sua

produtividade e seu custo reduzido em comparação as demais variáveis do estudo,

aproxima-se de um modelo mais racional na composição do uso dos recursos

aplicados para a atividade econômica, tendo em vista um modelo de maximização

dos lucros. Dada a limitação do modelo matemático, observa-se que o plantio desta

cultura é o mais adequando e lucrativo.

Tendo em vista esta análise, sugere-se um plantio alternado de soja e milho

na propriedade, mesmo que o lucro diminua em um valor não muito significativo,

cerca de 2,2%, mas com o passar do tempo esse valor pode-se diminuir devido ao

empobrecimento do solo, resultando em uma produtividade menor, pois mesmo

assim com a alternância das atividades a propriedade maximizaria seus lucros

segundo modelo matemático em R$ 49.821,72 anualmente e o lucro com o cultivo

de soja seria de R$ 50.948,48.

Salientando que todos os valores de custos e faturamentos tiveram como

base valores presentes de mercado, mas esses valores podem sofrer alterações

com o passar do tempo, pois depende de vários fatores que interferem no lucro final,

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tais como o preço praticado no mercado, o valor do custo dos insumos, o clima que

interfere na produção, dentre outros fatores que podem interferir na lucratividade

final.

Apresenta-se o relatório de sensibilidade o qual traz análises econômicas

importante para tomada de decisões.

Quadro 6 - Análise de sensibilidade

Fonte: Corso, Kalkmann e Ruppenthal 2017.

Como pode ser observado no relatório de sensibilidade para que seja viável a

produção leiteira deve então reduzir os custos em no mínimo R$ 2.033,65 por mês

para que, a partir deste ponto gere lucratividade para a propriedade. Nas atuais

condições da propriedade, sugere-se que se produza um total de 10,8 Hectares de

milho e 11,2 hectares de soja, para desta forma maximizar os lucros.

O foco deste estudo evidencia-se na teoria da firma dentro da visão

neoclássica de maximização de lucros e que não se levou em consideração outros

fatores que determinam visões alternativas das teorias econômicas, como por

exemplo as teorias da escola austríaca, os neo-shumpeterianos, institucionalista,

dentre outras correntes de pensamento evolucionista. Limitou-se desta forma tendo

Células Variáveis

Final Reduzido Objetivo Permitido Permitido

Célula Nome Valor Custo Coeficiente Aumentar Reduzir

$B$3 Leite (x1) 0 -2033,65 177,86 2033,65 1E+30

$C$3 Milho (x2) 10,8 0 2211,51 104,33 2033,65

$D$3 Soja (x3) 11,2 0 2315,84 1E+30 104,33

Restrições

Final Sombra Restrição Permitido Permitido

Célula Nome Valor Preço Lateral R.H. Aumentar Reduzir

$E$5 Adubo SC/hc Utilizado 137,344 0 154 1E+30 16,656

$E$6 Ureia SC/hc Utilizado 41,796 0 110 1E+30 68,204

$E$7 Semente de Soja SC/hc Utilizado 14 83,464 14 13,5 0,25

$E$8 semente Milho SC/hc Utilizado 10,8 0 11 1E+30 0,2

$E$9 defensivos R$/Hc Utilizado 6429,228 0 6600 1E+30 170,772

$E$10 Plantio R$/hc Utilizado 2346,74 0 2640 1E+30 293,26

$E$11 Colheita sc Utilizado 864,892 0 1320 1E+30 455,108

$E$12 Raçoes e Farelos R$/Mês Utilizado 0 0 4500 1E+30 4500

$E$13 Mão de Obra R$/Mês Utilizado 0 0 1300 1E+30 1300

$E$14 Pastagens R$/Mês Utilizado 0 0 4400 1E+30 4400

$E$15 Quantidade de hectares Utilizado 22 2211,51 22 0,2 10,8

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em vista a evidencia empírica do mainstrean do pensamento econômico neoclássico

sobre a maximização dos lucros de uma empresa.

As sugestões sobre o modelo matemático ideal não alteram significativamente

os preceitos defendidos nos altos deste estudo, sendo apenas uma decisão

temporal sugerida, tendo em vista o cenário e significância das variáveis

apresentadas no estudo neste período de análise. Portanto, pode-se destacar que o

estudo fica aberto para análises posteriores e alternativas das diferentes correntes

de pensamento econômico, o que não diminui o presente, mas o limita no âmbito de

sua análise.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma análise econômica para pequenas propriedades serve para serem

tomadas decisões, mas isso exige um embasamento muito grande, quando estão

envolvidos altos valores. Caso contrário corre-se o risco de realizar investimentos de

forma equivocada, ou mesmo deixar de alocar um recurso pelo qual traria um maior

retorno para a propriedade. Um planejamento para pequenas propriedades hoje em

dia é de suma importância. Muitas vezes, um planejamento mais concreto não

ocorre com propriedades de pequeno porte, pois os produtores geralmente possuem

uma baixa renda e tem seu sustento vindo da pequena área produtiva que está

disponível na sua propriedade. Esses produtores, via de regra não, tem um bom

embasamento e conhecimento para planejar sua produção ou melhorar seus

resultados.

A variação dos preços traz grande instabilidade e incerteza para os

produtores rurais, em relação ao seu faturamento bruto, pois geralmente seus custos

mantém um mesmo patamar, mas a lucratividade oscila conforme o mercado e o

preço praticado têm grande variação, tem uma grande importância para os

produtores manter a produtividade ou visar sempre a redução de seus custos de

produção, tendo sempre em vista a incerteza sobre os preços de venda praticados

no mercado. A falta de percepção dos agricultores sobre as variáveis reais, tem

grande impacto, pois como mencionado no decorrer do trabalho existe uma grande

diferença entre valores nominais e valores reais, ou seja, a inflação tem um grande

impacto no faturamento e na lucratividade final, muitas vezes passando

despercebido pelo produtor que tem uma “falsa visão” de seu negócio, achando que

o mesmo está trabalhando com lucro, mas trazendo a valores reais corrigidos o

mesmo pode estar perdendo seu poder de compra perante os anos anteriores.

Com o desenvolvimento deste estudo evidenciou-se a relação entre as

atividades desenvolvidas pela propriedade que trouxe como objetivo principal

estudar e caracterizar as ferramentas de gestão da atividade econômica em uma

propriedade rural. Neste sentido, foi necessário inicialmente um estudo bibliográfico

acerca do tema, para posteriormente aplicar os conceitos na propriedade em estudo,

onde através de entrevista coletou-se os dados para a análise e um melhor

entendimento da situação atual da propriedade. Com base nisto, foi possível atingir

os objetivos deste estudo.

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O primeiro objetivo visou “Mapear os fatores de produção e detalhar as

atividades econômicas atualmente desenvolvidos na propriedade em estudo”, onde

através dos dados obtidos na propriedade foi possível identificar a situação atual

coletando dados como: atividades desenvolvidas, métodos de negócio,

disponibilidades para desenvolver as atividades, mercado de atuação, entre outras

variáveis.

Com base no mapeamento e detalhamento das atividades econômicas

cumpriu-se também o objetivo de “realizar o levantamento das despesas e receitas

na propriedade e estudada” aonde foram calculados em planilhas todas as receitas e

custos envolvidos na propriedade.

Para atingir o objetivo de “Identificar os custos de oportunidade entre

atividades alternativas” elaborou-se um modelo matemático de programação linear o

qual apresentou a produção ótima das atividades que maximizam o lucro, apesar

que o modelo matemático trouxe como resultado ótimo a produção de apenas uma

cultura, sugere-se que sejam cultivadas duas culturas simultaneamente, para haver

rotação de culturas, pois como mencionado no texto existem vários fatores que

influenciam na produção.

Com base ainda no modelo matemático, pode-se cumprir o objetivo de

avaliar as atividades que maximizam e potencializam os resultados econômicos da

propriedade estudada, apresentando dados concretos que servem para a tomada de

decisão para o produtor.

Em resposta ao problema de pesquisa apresentado no estudo de, como

otimizar a produção com os recursos disponíveis e o controle nas atividades

executadas através de uma análise econômica em uma propriedade rural de

pequeno porte no município de Tucunduva, pode-se afirmar que, uma atividade,

mesmo que tendo um determinado faturamento não significa que a mesma é

lucrativa. Isto pode ser evidenciado no estudo através da análise da atividade leiteira

que, mesmo apresentando um faturamento razoavelmente bom, esta não se torna

lucrativa para a propriedade específica em estudo.

Neste sentido, por meio do modelo matemático pode-se evidenciar as

atividades mais lucrativas com os recursos disponíveis na propriedade, sendo esta

considerada uma ferramenta adequada para gestão e análise econômica,

evidenciando através de números concretos a realidade de uma propriedade,

servindo por base para a tomada de decisão.

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Diante do fato do produtor desejar permanecer com a atividade leiteira,

sugere-se como trabalho futuro formas de redução de custos que envolvem a

atividade, para que a mesma possa tornar-se viável e rentável para a propriedade.

Sugere-se ainda que este estudo, seja validado anualmente devido suas variáveis

oscilarem com o passar do tempo.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AO PROPRIETÁRIO

1 - O senhor (a) já ouviu falar em plano de negócio? Teve treinamento

2- Como é feito a gestão de custos de produção?

3 - Utiliza algum artefato tecnológico? Planilhas e computador? Realiza?

4- È utilizada quantidade correta de insumos nas atividades realizadas na

propriedade?

5- Existe a possibilidade de redução de custo? Em sua opinião qual método pode

ser utilizado?

6- Faz pesquisa de preço na venda dos insumos? Qual é o custo da logística?

7- Quais as ameaças e oportunidades das atividades realizadas na propriedade?

8-Pensa em mudar alguma atividade? Se sim, por que?

9-A quanto tempo está no negócio? O que melhorou desde o início? Se sim, o que

mudou e por que mudou, se não o por que não teve mudança, e qual foi a

dificuldade para a mesma?

10- A inovação/Tecnologia teve impacto no negócio?

12- É feito pesquisa de preços em mais de um comércio na compra dos insumos?