COESÃOtextual 1 e 2 anos

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COESÃO TEXTUAL – Prof. COESÃO TEXTUAL – Prof. Roginei Roginei COESÃO TEXTUAL Uma das características do texto é a organização sequencial dos elementos linguísticos que o compõem, ou seja, as relações de sentido que se estabelecem entre as frases e os parágrafos que o estruturam, fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja dependente de outro, como em um tecido.

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COESÃO TEXTUAL

Uma das características do texto é a organização sequencial dos elementos linguísticos que o compõem, ou seja, as relações de sentido que se estabelecem entre as frases e os parágrafos que o estruturam, fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja dependente de outro, como em um tecido.

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Coesão Gramatical - Faz-se por meio das concordâncias nominais e verbais, da ordem dos vocábulos, dos conectores, dos pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos), pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos, diversos tipos de numerais, advérbios (aqui, ali, lá, aí), artigos definidos, de expressões de valor temporal.

Coesão Frásica - este tipo de coesão estabelece uma ligação significativa entre os componentes da frase, com base na concordância entre o nome e seus determinantes, entre o sujeito e o verbo, entre o sujeito e seus predicadores, na ordem dos vocábulos na oração, na regência nominal e verbal.

 

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Coesão Interfrásica - designa os variados tipos de interdependência semântica existentes entre as frases na superfície textual. Essas relações são expressas pelos conectores ou operadores discursivos. É necessário, portanto, usar o conector adequado à relação que queremos expressar.

 

Ainda dentro da coesão interfrásica, existe o processo de justaposição, em que a coesão se dá em função da sequência do texto, da ordem em que as informações, as proposições, os argumentos vão sendo apresentados. Quando isto acontece, ainda que os operadores não tenham sido explicitados, eles são depreendidos da relação que está implícita entre as partes da frase. O trecho abaixo é um exemplo de justaposição.

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Foi em cabarés e mesas de bar que Di Cavalcanti fez amigos, conquistou mulheres, foi apresentado a medalhões das artes e da política. Nos anos 20, trocou o Rio por longas temporadas em São Paulo; em seguida foi para Paris. Acabou conhecendo Picasso, Matisse e Braque nos cafés de Montparnasse. Di Cavalcanti era irreverente demais e calculista de menos em relação aos famosos e poderosos. Quando se irritava com alguém, não media palavras. Teve um inimigo na vida. O também pintor Cândido Portinari. A briga entre ambos começou nos anos 40. Jamais se reconciliaram. Portinari não tocava publicamente no nome de Di.

(Revista VEJA, no 37,setembro/97)

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 Há, neste trecho, apenas uma coesão interfrásica explicitada: trata-se da oração "Quando se irritava com alguém, não media palavras". Os demais possíveis conectores são indicados por ponto e ponto-e-vírgula.

 Coesão Temporal - uma seqüência só se apresenta coesa e coerente quando a ordem dos enunciados estiver de acordo com aquilo que sabemos ser possível de ocorrer no universo a que o texto se refere, ou no qual o texto se insere. Se essa ordenação temporal não satisfizer essas condições, o texto apresentará problemas no seu sentido. A coesão temporal é assegurada pelo emprego adequado dos tempos verbais, obedecendo a uma seqüência plausível, ao uso de advérbios que ajudam a situar o leitor no tempo (são, de certa forma, os conectores temporais).

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Coesão Referencial - neste tipo de coesão, um componente da superfície textual faz referência a outro componente, que, é claro, já ocorreu antes. Para esta referência são largamente empregados os pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos), pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, relativos, diversos tipos de numerais, advérbios (aqui, ali, lá, aí), artigos.

 Coesão Lexical

Neste tipo de coesão, usamos termos que retomam vocábulos ou expressões que já ocorreram, porque existem entre eles traços semânticos semelhantes, até mesmo opostos. Dentro da coesão lexical, podemos distinguir a reiteração e a substituição.

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 Por reiteração entendemos a repetição de expressões linguísticas; neste caso, existe identidade de traços semânticos. Este recurso é, em geral, bastante usado nas propagandas, com o objetivo de fazer o ouvinte/leitor reter o nome e as qualidades do que é anunciado. Observe, nesta propaganda da Ipiranga, quantas vezes é repetido o nome da refinaria.

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Em 1937, quando a Ipiranga foi fundada, muitos afirmavam que seria difícil uma refinaria brasileira dar certo.

Quando a Ipiranga começou a produzir querosene de padrão internacional, muitos afirmavam, também, que dificilmente isso seria possível.

Quando a Ipiranga comprou as multinacionais Gulf Oil e Atlantic, muitos disseram que isso era incomum.

E, a cada passo que a Ipiranga deu nesses anos todos, nunca faltaram previsões que indicavam outra direção.

Quem poderia imaginar que a partir de uma refinaria como aquela a Ipiranga se transformaria numa das principais empresas do país, com 5600 postos de abastecimento anual de 5,4 bilhões de dólares?

E, que além de tudo, está preparada para o futuro?

É que, além de ousadia, a Ipiranga teve sorte: a gente estava tão ocupado trabalhando que nunca sobrou muito tempo para prestar atenção em profecias. (Revista VEJA, nº 37, setembro/97)

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 A substituição é mais ampla, pois pode se efetuar por meio da sinonímia, da antonímia, da hiperonímia, da hiponímia. Vamos ilustrar cada um desses mecanismos por meio de exemplos.

Sinonímia

Aos 26 anos, o zagueiro Júnior Baiano deu uma grande virada em sua carreira. Conhecido por suas inconseqüentes "tesouras voadoras", ele passou a agir de maneira mais sensata, atitude que já levou até a Seleção Brasileira.

Patrícia, a esposa, e os filhos Patrícia Caroline e Patrick são as maiores alegrias desse baiano nascido na cidade de Feira de Santana. "Eles são a minha razão de viver e lutar por coisas boas", comenta o zagueiro.

Na galeria do ídolos, Júnior Baiano coloca três craques: Leandro, Mozer a Aldair. "Eles sabem tudo de bola, diz o jogador. O zagueiro da Seleção só questiona se um dia terá o mesmo prestígio deles.

Deixando para trás a fase de desajustado e brigão, o zagueiro rubro-negro agora orienta os mais jovens e aposta nesta nova geração do Flamengo. (Jornal dos Sports, 24/08/97)

 

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Antonímia - É a seleção de expresões lingüísticas com traços semânticos opostos. Exemplos:

 Gelada no inverno, a praia de Garopaba oferece no verão uma das mais belas paisagens catarinenses. (JB, Caderno Viagem, 25/08/93)

Hiperonímia e Hiponímia - Por hiperonímia temos o caso em que a primeira expressão mantém com a segunda uma relação de todo-parte ou classe-elemento. Por hiponímia designamos o caso inverso: a primeira expressão mantém com a segunda uma relação de parte-todo ou elemento-classe. Em outras palavras, essas substituições ocorrem quando um termo mais geral - o hiperônimo - é substituído por um termo menos geral - o hipônimo, ou vice-versa. Os exemplo ajudam a entender melhor.

 Tão grande quanto as baleias é a sua discrição. Nunca um ser humano presenciou uma cópula de jubartes, mas sabe-se que seu intercurso é muito rápido, dura apenas alguns segundos. (Revista VEJA, no 30, julho/97)

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O uso de elementos coesivos dá ao texto maior legibilidade, explicitando os tipos de relações estabelecidas entre os elementos linguísticos que o compõem.

Segundo Halliday & Hassan são 5 os elementos coesivos:

Referência (pessoal, demonstrativa, comparativa)

Substituição (nominal, verbal, frasal)

Elipse (nominal, verbal, frasal)

Conjunção (aditiva, adversativa, causal, temporal, continuidade)

Coesão Lexical (repetição, sinonímia hiperonímia, uso de nomes genéricos, colocação).

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A referência ou remissão, para eles pode ser: pessoal (feita por meio de pronomes pessoais e possessivos), demonstrativa (realizada por meio de pronomes demonstrativos e advérbios indicativos de lugar), e comparativa (efetuada por vida indireta, por meio de identidades e similaridades).

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• Coesão – conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto.

• MecanismosMecanismos de coesão:

I) coesão por retomada ou antecipação:

(a) retomada ou antecipação por uma palavra gramatical. Ex.:

anáfora: A empresa faliu. Mas ela não estava no vermelho. Somos todos inteligentes. Isso é óbvio.

catáfora: Meu amigo disso isto: não sei nada!

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(b) retomada (ou substituição) por palavra lexical:

sinônimos: apelido ~ alcunhahiperônimos: flores rosas, margaridashipônimos: ipê, pinheiro árvorescontiguidade: termos que pertencem ao mesmo campo semântico.

Ex.:

rio

correnteza águas turbilhão

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II) coesão por encadeamento de segmentos textuais:

(a) conexão – concatenação por conectores discursivos;

(b) justaposição – estabelecimento da sequência textual com ou sem sequenciadores.

Exs.: Preciso sair. Tenho compromisso.

PrimeiramentePrimeiramente, falarei do item (a).

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(a) Principais tipos de conectores

1) os que marcam uma gradação numa série de argumentos orientada no sentido de uma determinada conclusão:

I) os que indicam o argumento mais forte: até, mesmo, até mesmo, inclusive;

II) os que introduzem um argumento, deixando subentendida a existência de uma escala com outros argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito;

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(a) Principais tipos de conectores

2) os que ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão: e, também, ainda, nem, não só ... mas também, tanto ... como, além de, além disso, a par de;

3) os que introduzem argumentos que levam a conclusões opostas: ou, ou então, quer ... quer, seja ... seja, caso contrário;

4) os que marcam uma relação de conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois;

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(a) Principais tipos de conectores

5) os que estabelecem uma comparação de superioridade, de inferioridade ou de igualdade entre dois elementos, sempre com vistas a uma conclusão a favor ou contra: tanto ... quanto, tão ... quanto, mais ... (do) que, menos ... (do) que;

6) os que introduzem uma explicação ou justificativa ao que foi dito no enunciado anterior: porque, já que, pois;

7) os que contrapõem enunciados de orientação argumentativa contrária: mas, porém contudo, todavia, no entanto, entretanto, embora, ainda que, mesmo que, apesar de que;

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(a) Principais tipos de conectores

8) os que introduzem um argumento decisivo, apresentado como um acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário: aliás, além de tudo, além disso, ademais;

9) os que indicam uma generalização ou uma amplificação do que foi dito anteriormente: de fato, realmente, aliás, também, é verdade que;

10) os que especificam ou exemplificam o que foi dito anteriormente: por exemplo, como, tais como;

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(a) Principais tipos de conectores

11) os que introduzem uma correção, um esclarecimento, um desenvolvimento ou uma redefinição do conteúdo do primeiro enunciado, atenuam ou reforçam seu conteúdo de verdade: ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, em outros termos;

12) os que servem para introduzir uma explicitação, uma confirmação ou uma ilustração do que foi dito antes: assim, desse modo, dessa maneira, dessa forma.

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(b) Principais tipos de operadores de sequenciação

1) os que marcam a seqüência temporal: depois, meses depois, uma semana antes, um pouco mais cedo etc.;

2) os que marcam a ordenação espacial: à esquerda, atrás, na frente, atrás etc.;

3) os que servem para especificar a ordem dos assuntos no texto: primeiramente, em seguida, a seguir, finalmente, por fim;

4) os que, na conversação, servem para introduzir um dado tema ou para mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo um parêntese.