Coleta Laboratorial 2

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Manual para Coleta de Materiais Biológicos nos Hospitais Privados Versão IX, 2010 Autor: Enfª Priscila Rosseto de Toledo. Data: 15/02/2010 Aprovado por: Drª Elisa Junko Ura. Data: 22/03/2010. CONTROLADA

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Manual para Coleta de Materiais Biológicos nos

Hospitais Privados

Versão IX, 2010

Autor: Enfª Priscila Rosseto de Toledo. Data: 15/02/2010

Aprovado por: Drª Elisa Junko Ura. Data: 22/03/2010. CONTROLADA

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OBJETIVO

Garantir a execução de procedimentos de coleta de acordo com a

padronização existente no SIG, assim como a qualidade da amostra e

principalmente a segurança do paciente.

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CAPÍTULO I: PROCESSO LABORATORIAL

CAPÍTULO II: A FASE PRÉ-ANALÍTICA

CAPÍTULO III: COLETA DE SANGUE

CAPÍTULO IV: MICROBIOLOGIA

CAPÍTULO V: COLETAS DIVERSAS

REFERENCIAL TEÓRICO

ANEXOS

PROCESSO LABORATORIAL ÍNDICE

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O processo de realização de exames laboratoriais tem início com o médico solicitante,

quando preenche um pedido médico para realização de exames laboratoriais e

termina quando este profissional recebe e interpreta os resultados obtidos. Entre estes

dois pontos, o laboratório deve realizar o cadastro do paciente e dos exames

solicitados, a coleta de amostras, o transporte até o laboratório, o preparo das

amostras, a realização dos testes, a análise dos resultados obtidos, a liberação dos

resultados, a entrega dos laudos e o auxílio na interpretação dos resultados. Este

processo pode ser dividido em 3 principais fases:

FASE PRÉ - ANALÍTICA

• Solicitação Médica

• Cadastro dos dados do paciente e dos exames no sistema informatizado

• Identificação dos pré-requisitos necessários para realização dos testes

• Identificação das medicações em uso

• Coleta dos materiais necessários

• Identificação das amostras

• Armazenamento das amostras para transporte

• Encaminhamento das amostras ao laboratório

• Preparo das amostras para análise

FASE ANALÍTICA

• Calibração dos equipamentos

• Manutenção preventiva dos equipamentos

• Preparo dos reagentes necessários

• Realização dos exames

FASE PÓS - ANALÍTICA

• Análise dos resultados obtidos (incluindo a análise da evolução dos resultados do

paciente)

• Liberação dos resultados

• Entrega dos laudos

• Auxílio na interpretação dos resultados

PROCESSO LABORATORIAL CAPÍTULO I: PROCESSO LABORATORIAL

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Os programas de Controle de Qualidade utilizados no laboratório têm um foco

importante no controle da precisão e acurácia dos testes.

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Definição

É a fase que compõe o atendimento do cliente quanto as:

Requisições médicas;

Informações prestadas para coletas domiciliares;

Informações sobre preparo de exames;

Cadastramento no sistema informatizado;

Identificação dos pré-requisitos e medicações em uso;

Coleta do material biológico;

Armazenamento da amostra;

Transporte para o laboratório de apoio;

Preparo e/ou triagem da amostra para análise.

Erros Pré-analíticos

Erros pré-analíticos são os erros cometidos no período anterior a análise da amostra, os

quais podem influenciar a qualidade dos resultados finais medidos e comprometer o

diagnóstico e tratamento do paciente.

Procedimentos Básicos para Minimizar Ocorrências de Erro

Segundo SBPC 2010) o coletador deve se assegurar de que a amostra será colhida do

paciente especificado na requisição de exames.

Para pacientes adultos e conscientes

• Pedir que forneça nome completo, número da identidade, ou data de nascimento.

• Comparar estas informações com as constantes na requisição de exames.

Para pacientes internados

• Em geral, os hospitais disponibilizam etiquetas pré-impressas com os dados de

identificação necessários. Mesmo assim, o coltador deve verificar a identificação no

bracelete ou a identificação postada na entrada do quarto, quando disponível. O

número do leito nunca deve ser utilizado como critério de identificação. Em unidades

fechadas, como Centro de Terapia Intensiva ou Unidades Intermediárias, o coletador

PROCESSO LABORATORIAL CAPÍTULO II: A FASE PRÉ-ANALÍTICA

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deve, em caso de dúvidas na identificação, buscar ajuda dos profissionais daquele

setor com o propósito de assegurar a adequada identificação do paciente.

• Relatar ao supervisor do laboratório qualquer discrepância de informação.

Para pacientes muito jovens ou com algum tipo de dificuldade de comunicação

• O coletador deve valer-se de informações de algum acompanhante ou da

enfermagem.

• Pacientes atendidos no pronto-socorro ou em salas de emergência podem ser

identificados pelo seu nome e número de entrada no cadastro da unidade de

emergência.

É indispensável que a identificação possa ser rastreada a qualquer instante do

processo.

O material colhido deve ser identificado na presença do paciente. Nos sistemas

manuais, isto pode ser feito pela colocação, nos tubos de coleta, de etiquetas com o

nome do paciente, a data da coleta e o número sequencial de atendimento. Este

número deve constar em todos os documentos, amostras, mapas de trabalho, relatórios

e laudo final.

Variáveis Pré-analíticas

São variáveis que podem alterar os valores basais/normais dos indivíduos, são elas:

Cronobiológica;

Gênero;

Idade;

Posição do cliente no momento da coleta;

Atividade física;

Altitude (local geográfica);

Trauma ou dor;

Hipertermia;

Estado emocional;

Jejum prolongado;

Garroteamento prolongado.

Em ambientes hospitalares temos:

Procedimentos terapêuticos ou diagnósticos (Hemotransfusão; Infusão de

soluções entre outros).

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Abordagem do cliente para o procedimento de coleta.

O procedimento de coleta de material biológico causa sempre insegurança ao cliente,

pois a espera deste resultado pode trazer consigo a idéia de alívio, medo, novos

procedimentos diagnósticos e etc, por este motivo é importante que neste momento o

coletador esteja seguro e confiante para que possa tranqüilizar o cliente.

Se paciente não apresenta alteração do nível de consciência, é importante que o

procedimento de coleta seja explicado em linguagem clara, mesmo em caso de

crianças. Isto facilita a colaboração do paciente no procedimento. Quando o mesmo

não está apto a compreender as informações, estas são passadas ao acompanhante

caso este esteja presente.

Nunca diga “não vai doer nada”, pois o paciente perderá a confiança caso você venha

a realizar outro procedimento.

Caso o paciente pergunte “para que serve determinado exame” diga o nome do

exame, e que somente o médico (a) ou enfermeiro (a) poderão explicar a finalidade do

teste.

Eficiência e descrição são extremamente importantes

É de vital importância que o profissional esteja adequadamente vestido, para isto é

necessário:

Avental ou uniforme limpo e bem passado;

Sapatos fechados e limpos, e que o material de fabricação do mesmo seja resistente,

não é permitido o uso de tênis de tecido ou sapatilhas de pano.

Cabelos devem estar limpos, e quando forem compridos devem estar presos com

fivelas e redinhas, conforme padronização.

Unhas devem estar sempre curtas e limpas, dê preferência com esmaltes claros,

para que a sujidade subungueal seja percebida e eliminada.

Os adornos devem ser usados com moderação, já que a NR32/2008 prevê que os

mesmos não devam ser utilizados no dia-a-dia durante a manipulação de material

biológico, assim como no contato direto com pacientes. Os brincos devem ser curtos e o

uso de alianças é permitido.

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Interferentes na obtenção da amostra - atuação direta da coleta

Evaporação do álcool → Hemólise

Seqüência de tubos → Contaminação de anticoagulante / Alteração de resultado

Homogeneização → Coágulo

Acondicionamento inadequado → Alteração de resultado / Estabilidade das

amostras.

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Tipos de amostras sanguíneas

Soro

É a parte líquida do sangue obtido quando coletado em TUBO SEM ADITIVO +

CENTRIFUGAÇÃO.

Plasma

É a parte líquida do sangue obtido quando coletado em TUBO COM

ANTICOAGULANTE + CENTRIFUGAÇÃO.

Sangue Total

Neste estado o sangue permanece nas suas características próximas a normalidade,

obtido quando coletado em TUBO COM ANTICOAGULANTE, não sofre o processo de

centrifugação.

PROCESSO LABORATORIAL CAPÍTULO III: COLETA DE SANGUE

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Materiais utilizados para coleta de sangue

Tipos de Tubos

Os tubos para coleta variam em tamanho e podem ou não conter aditivos. Os aditivos

atuam na coagulação ou preservam algum componente sanguíneo a ser analisado,

quando mantida a proporção sangue/aditivo correta. É por este motivo que é vital que

se obedeça ao volume nominal indicado em cada tubo de coleta, assim como a ordem

para coleta dos mesmos.

Gel separador

Permite a separação completa entre o soro e o coágulo,

permitindo que a estabilidade da amostra seja prolongada;

Diminuição de interferentes no armazenamento e transporte;

Rendimento maior do soro.

Tubo plástico sem gel separador

Possui em sua composição sílica, um ativador natural de coágulo;

Utilizado para obtenção de soro.

Citrato de Sódio tamponado 3,2%

Utilizado para obtenção de plasma;

È utilizado para inibir a formação da cascata de coagulação.

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EDTA K3

Utilizado para obtenção de sangue total e plasma (se centrifugado);

Inibe a coagulação quelando o cálcio.

Fluoreto de Sódio + EDTAK2

Utilizado para obtenção plasma (se centrifugado);

Inibe glicólise.

Heparina Sódica ou Lítica

Usado para obtenção de plasma;

Inibe o processo de coagulação;

Plasma límpido e livre de células;

EDTAK2 + Gel Separador

Diminuição alterações durante armazenamento e transporte;

Usado para obtenção de plasma;

Alta performance para obtenção de plasma.

EDTAK2 com ou sem aditivo Livre de Metais

Livre de metais e aditivos;

Usado para obtenção de soro.

ACD (Ácido cítrico, citrato de sódio e dextrose)

Preserva células sanguíneas por até 21 dias (1° à 6° C).

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Citrato de Sódio tamponado 3,8%

Utilizado para VHS (Velocidade de hemossedimentação).

Seringa preparada com Heparina Lítica com cálcio balanceado

Utilizado para dosagem de gases sanguíneos e outras provas de terapia intensiva.

Portifólio de produtos – Volume nominal (Adultos)

Portifólio de produtos – Volume nominal (Pediátricos e Neonatais)

LEGENDA SARSTEDT ®

1. Tubo EDTA K- Volume 500 µl. TAMPA ROXA

2. Tubo Soro Gel - Volume 500 µl TAMPA AMARELA

3. Tubo de Heparina Lítica- Volume 500 µl TAMPA VERDE

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LEGENDA GBO ®

1. Tubos Fluoreto de Sódio – Volume 250 500 µl. TAMPA CINZA

2. Tubo Soro Gel - Volume 500 µl TAMPA AMARELA

3. Tubo EDTA K- Volume 500 µl. TAMPA ROXA

4. Tubo de Citrato de Sódio- Volume 500 µl ou 1000 µl TAMPA AZUL

Volume mínimo necessário para coleta de sangue

Lembramos que o volume mínimo a ser coletado depende da quantidade de testes

solicitados naquela amostra

TUBOS BD ®:

Tubo Soro Gel Separador 3,5 ml (Rolha Amarela) : 1,5 ml Tubo Soro Gel Separador 5,0 ml (Rolha Amarela) : 2,5 ml, Tubo EDTA 4,0 ml (Rolha Roxa): 2,0 ml Tubo EDTA 2,0 ml (Rolha Roxa): 1,0 ml Tubo PPT 5,0 ml (Rolha Branca): 3,0 ml Tubo Heparina 5,0 ml (Rolha Verde): 3,0 ml Tubo Metais com Ativador de Coágulo sem Gel 6,0 ml (Rolha Azul Marinho): 4,0 ml Tubo Metais com EDTA 6,0 ml (Rolha Azul Marinho): 4,0 ml Tubo Citrato 2,7 ml (Rolha Azul): 2,7 ml (volume total do tubo) Tubo Citrato 1,8 ml (Rolha Azul): 1,8 ml (volume total do tubo) Tubo Fluoreto 2,0 (Rolha Cinza): 2,0 ml (volume total do tubo) Tubo ACD 8,5 ml (Rolha Amarela Clara) : 6,0 ml

TUBOS GBO ®:

Tubo Soro Gel Separador 5,0 ml (Rolha Vermelha com Aro Amarelo): 2,5 ml Tubo Soro Gel Separador 4,0 ml (Rolha Vermelha com Aro Amarelo): 2,0 ml Tubo Citrato 3,5 ml (Rolha Azul) com aro branco) : 3,5 ml (volume total do tubo) Tubo Citrato 2,0 ml (Rolha Azul) com aro branco): 2,0 ml (volume total do tubo) Tubo EDTA 4,0 ml (Rolha Roxa):: 2,0 ml Tubo EDTA 2,0 ml (Rolha Roxa com aro branco): 1,0 ml Tubo Heparina 4,0 ml (Rolha Verde): 2,0 ml Tubo Fluoreto 4,0 (Rolha Cinza): 4,0 ml (volume total do tubo) Tubo Fluoreto 2,0 (Rolha Cinza com aro branco): 2,0 ml (volume total do tubo) Tubo com Ativador de Coágulo sem Gel 4,0 ml (Rolha Vermelha): 2,0 ml Tubo Metais com Heparina 6,0 ml (Rolha Azul Marinho): 3,0 ml Tubo Citrato de Sódio para VHS 1,6 ml (Rolha Preta): 1 ,6 ml (volume total do tubo)

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Seqüência para Coleta dos Tubos

Segundo CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute (2009):

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Sistemas para Coleta

Sistema Fechado

Conhecido como sistema à vácuo, utiliza um adaptador para agulha e

agulha a vácuo.

Esse sistema deve ser priorizado por:

Facilidade de manuseio.

Coleta exata do volume de sangue devido existência de vácuo

calibrado.

Conforto do paciente devido à possibilidade de se coletar vários tubos

com uma única punção.

Segurança do profissional, uma vez que a coleta a vácuo é um sistema fechado.

Sistema Aberto

Pode ser realizado através do uso de seringas em conjunto com:

agulha, scalp ou diretamente de cateter.

Este tipo de coleta deve ser realizada apenas em situações

excepcionais como:

Clientes com acesso venoso muito difícil.

Cliente com fragilidade capilar.

Crianças muito pequenas.

Sistema Aberto através de Cateteres

O laboratório não aconselha a punção através de jelco, angiocath ou

insyte devido ao risco de hemólise, caso o mesmo seja indispensável deve-

se utilizar um adaptador específico para este fim.

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Fontes para obtenção da amostra

As amostras sanguíneas podem ser obtidas de diversos locais em nosso corpo, dentre

estes locais vale ressaltar:

Venosa;

Arterial;

Capilar;

Cateter;

Punção Venosa

Definição

É um método invasivo, onde a rede venosa é acessada para infusão de fármacos e/ou

soluções, assim como a coleta de sangue para exames laboratoriais.

Técnicas para visualização da veia

Pedir para o cliente abaixar o braço e fazer movimentos de abrir e fechar a mão.

Massagear delicadamente o braço do paciente (do punho para o cotovelo).

Fixação da veia com os dedos nos casos de flacidez.

Aplicação de calor local com o auxílio de uma bolsa de água quente.

• Observação de veias calibrosas.

Palpação: realizada com o dedo indicador do coletador. Não utilizar o dedo polegar

devido à baixa sensibilidade da percepção da pulsação. Esse procedimento auxilia na

distinção entre veias e artérias pela presença de pulsação, devido à maior elasticidade

e à maior espessura das paredes dos vasos arteriais.

Transiluminação: procedimento pelo qual o coletador utiliza uma ou duas fontes

primárias de luz: a primeira, de alta intensidade; a segunda usa LED. O

equipamento transiluminador cutâneo é de grande auxílio à localização de veias,

por meio de feixes de luz emitidos no interior do tecido subcutâneo do paciente. O

usuário deve fixar o garrote da maneira usual, deslizando o transiluminador pela

pele, sempre aderindo a superfície para não haver dispersão de luz. As veias serão

vistas como linhas escuras. Uma vez definido qual o melhor local para punção, o

transiluminador é fixado na região escolhida, cuidando-se para que não atrapalhe o

fluxo sanguíneo. Há introdução da agulha, completando o procedimento como de

costume. O transiluminador é particularmente útil em: neonatos, pacientes

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pediátricos, pacientes idosos, pacientes obesos, pacientes com hipotensão, cuja

localização das veias é difícil.

Aplicação do garrote/torniquete

Posicioná-lo a cerca de 8 cm ou 4 dedos acima do local da punção;

Não deve ser utilizado por mais de 1 minuto;

Não apertar intensamente, o pulso deve permanecer palpável;

Caso o cliente seja alérgico ao látex, não utilizar este material para

garroteamento.

Palpação; Ordenha; Aplicação de calor. OBS: Não dar tapinhas no local a ser puncionado, principalmente em idosos, pois

caso possuam ateromas, estes poderão se deslocar trazendo graves consequências.

Locais de escolha para a punção venosa

Diversos locais podem ser escolhidos para realizar a punção venosa.

Dar preferência para realizar a punção na veia mediana do braço, devido ser uma

veia de boa visualização e bom fluxo venoso.

As demais veias do braço (Basílica e Cefálica) bem como as das regiões das mãos ou

dos pés, podem ser puncionadas, mais deve ser tomado um cuidado especial durante a

coleta pois as mesmas são mais susceptíveis a formação de hematoma (principalmente

a Basílica - Veia lateral interna do braço).

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Sistema Venoso

Locais para punção venosa

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Locais que devem ser evitados para a punção venosa

Locais com cicatrizes ou queimaduras;

Áreas com terapia de hidratação intravenosa; Nos casos em que isto não for

possível, coletar SEMPRE ABAIXO da infusão, o mais longe possível, e avisar ao

laboratório das condições de coleta.

Membro próximo a mastectomia, cateterismo ou qualquer procedimento cirúrgico;

Veias previamente trombosadas (entumecidas).

Procedimento de coleta de sangue venoso em sistema fechado

Informar ao cliente sobre o procedimento a ser realizado

Posicionar o braço do cliente no suporte (inclinado para baixo a partir da altura do

ombro)

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Garrotear o braço/antebraço do cliente

Selecionar a veia a ser puncionada, soltar o garrote.

Dar preferência para realizar a punção na veia Mediana do braço. As demais veias

do braço (Basílica e Cefálica) bem como as das regiões das mãos ou dos pés, podem ser

puncionadas, mais deve ser tomado um cuidado especial durante a coleta pois as

mesmas são mais susceptíveis a formação de hematoma (principalmente a Basílica -

Veia lateral interna do braço).

Preparar o material adequado para a punção: agulha múltipla 21 ou 22G

dependendo do calibre da veia, holder e tubos para coleta.

Abrir a agulha na frente do cliente informando que a mesma é descartável.

Conectar a mesma no holder.

Garrotear novamente o membro escolhido.

Fazer antissepsia do local da punção com álcool 70%.

Deixar secar a umidade do álcool.

Retirar a proteção da agulha múltipla

Puncionar a veia.

Penetrar a agulha na pele com bisel voltado para cima, num ângulo de 30º. Com

o auxílio da outra mão, esticar a pele abaixo do local da punção

Firmar com uma das mãos o holder, impedindo que a agulha se movimente.

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Inserir o primeiro tubo para coleta a vácuo e soltar, se possível, o garrote no

momento em que o sangue entrar no tubo (seguir a ordem padronizada no item

Sequência para coleta dos tubos a vácuo).

Homogeneizar os tubos cerca de 5 a 8 vezes, observando que é necessário coletar o

volume de sangue especificado em cada tudo, devido a proporção

anticoagulante/sangue.

Retirar a agulha da veia

Comprimir com algodão o local da punção por no mínimo 1 a 2 minutos.

Solicitar o auxílio do cliente, quando possível, nos primeiros segundos da

compressão, para realizar o descarte da agulha no coletor de material pérfuro

cortante.

Colocar o curativo adesivo.

Quando possível, pedir que o cliente mantenha a compressão por 3 à 5 minutos

evitando dobrar o antebraço neste período (caso a coleta tenha sido realizada neste

local). Caso a punção seja na mão, pedir para o cliente ficar com a mão erguida

discretamente para cima por 5 minutos.

Recomendar ao cliente para não carregar peso ou bolsa com o membro cuja veia

foi puncionada por no mínimo 1 hora.

Encaminhar o material para a confirmação de coleta.

Procedimento de coleta de sangue em sistema aberto

Informar ao cliente sobre o procedimento a ser realizado

Posicionar o braço do cliente no suporte (inclinado para baixo a partir da altura do

ombro).

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Garrotear o braço/antebraço do cliente.

Selecionar a veia a ser puncionada, soltar o garrote.

Dar preferência para realizar a punção na veia Mediana do braço. As demais veias

do braço (Basílica e Cefálica) bem como as das regiões das mãos ou dos pés, podem ser

puncionadas, mais deve ser tomado um cuidado especial durante a coleta pois as

mesmas são mais susceptíveis a formação de hematoma (principalmente a Basílica -

Veia lateral interna do braço).

Preparar o material adequado para a punção de acordo com o calibre do vaso:

agulha hipodérmica, scalp e seringa.

Abrir os materiais na frente do cliente informando que os mesmos são descartáveis.

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Garrotear novamente o membro escolhido.

Fazer antissepsia do local da punção com álcool 70%.

Deixar secar a umidade do álcool.

Conectar a agulha ou o scalp na seringa.

Puncionar a veia.

Penetrar a agulha na pele com bisel voltado para cima, num ângulo de 30º. Com o

auxílio da outra mão, esticar a pele abaixo do local da punção

Soltar, se possível, o garrote no momento em que o sangue entrar no tubo

Aspirar devagar o volume de sangue necessário de acordo com a quantidade de

sangue solicitada para cada tubo.

Retirar a agulha

Comprimir com algodão o local da punção por no mínimo 1 a 2 minutos.

Solicitar o auxílio do cliente, quando possível, nos primeiros segundos da

compressão, para realizar o descarte da agulha no coletor de material pérfuro

cortante.

Abrir a tampa do tubo e transferir o sangue lentamente deixando que o mesmo

escorra pela parede do tubo a fim de evitar hemólise.

Realizar o mesmo procedimento até completar a coleta de todos os tubos, (Seguir a

ordem padronizada no item Sequência para coleta dos tubos com seringa).

Homogeneizar os tubos cerca de 5 a 8 vezes, observando que é necessário transferir

o volume de sangue especificado em cada tudo, devido a proporção

anticoagulante/sangue.

Colocar o curativo adesivo.

Quando possível, pedir que o cliente mantenha a compressão por 3 à 5 minutos

evitando dobrar o antebraço neste período (caso a coleta tenha sido realizada neste

local). Caso a punção seja na mão, pedir para o cliente ficar com a mão erguida

discretamente para cima por 5 minutos.

Recomendar ao cliente para não carregar peso ou bolsa com o membro cuja veia foi

puncionada por no mínimo 1 hora.

Importante

Em coletas com sistema aberto, certificar-se que não há formação de bolhas.

Não puxar o êmbolo da seringa com muita força, nem realizar o movimento de

"vai-e-vem", pois a pressão pode causar lise das hemácias.

Se no pedido médico houver também a solicitação de gasometria venosa ou

arterial, acoplar a seringa de gasometria no scalp, fazer a coleta deste exame, trocar

a seringa e coletar os demais exames.

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Hipóteses para o insucesso:

Pode ser que o bísel da agulha não tenha penetrado totalmente na veia. A

punção deverá ser continuada até que a agulha penetre adequadamente.

A agulha foi introduzida profundamente e transfixou a veia. Retroceder com a

agulha até que o sangue flua.

A agulha penetrou ao lado da veia. Palpar a veia com a mão esquerda e corrigir

a trajetória da agulha.

Caso haja colabamento pelo sistema a vácuo, retirar o tubo e acoplá-lo

novamente, de modo a restabelecer o fluxo sanguíneo.

Em veias pouco calibrosas, recomenda-se utilizar scalp fino (Ex:25G comum ou a

vácuo).

Punção Arterial

Definição

É um método invasivo que utiliza a rede arterial para onde é realizado uma punção

medir as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico do paciente

crítico, realizar medições gasométricas ou coletar exames específicos.

Escolha do local da punção

Diversas artérias podem ser escolhidos para realizar a punção arterial, porém a artéria

radial é a única artéria que pode ser puncionada pelos coletadores do laboratório.

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Exigências para a punção

Os locais de punção arterial devem satisfazer as seguintes exigências:

Fluxo sanguíneo colateral disponível

(teste de Allen);

Localização superficial ou facilmente acessível;

Integridade tecidual;

Teste de Allen Modificado

Aplicar uma pressão no pulso radial e ulnar com os dedos para bloquear o fluxo

arterial;

Pedir que o cliente feche a mão fortemente (ou pedir auxílio de outra pessoa para

o procedimento em caso de paciente inconsciente) para forçar o sangue originado da

mão.

Quando a mão do cliente ficar pálida, a pressão sobre a artéria ulnar deve ser

liberada;

Observa-se a região palmar e os dedos, caso a mão fique avermelhada dentro de

segundos, isto indica que está presente a perfusão total através da artéria ulnar

confirmando que é seguro puncionar a artéria radial.

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Teste de Allen modificado negativo (sem perfusão da artéria ulnar) é indicativo

de comprometimento de circulação colateral, neste caso a artéria radial não poderá

ser acessada;

Contra-indicações

• Alteração de hemostasia;

• Punção percutânea de qualquer artéria mais profunda que a artéria radial (que

teoricamente aumente as chances de complicações);

Compressão Local

A compressão local por 5 minutos,é fundamental para que hematomas e/ou

isquemia sejam descartados. Para tanto a fixação com fita microporosa deve seguir

o protocolo institucional.

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Potenciais complicações da punção

Trombose da artéria puncionada;

Embolia;

Infecção;

Dor local

Gasometria arterial

A artéria radial é a única artéria que deve ser puncionada pelos coletadores das

unidades, e as artérias braquiais e dorsal do pé devem ser puncionadas pelo

enfermeiro ou médico da unidade e/ou hospital.

Indicações de coleta de gasometria

A análise dos gases no sangue arterial é fundamental no tratamento de pacientes

críticos, pois fornece de maneira rápida e segura o diagnóstico de insuficiência

respiratória, bem como seu acompanhamento em relação a oxigenação, estado

ácido-básico e ventilação alveolar.

Contra-indicações

Alterações de hemostasia.

Artéria Radial

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Ausência de pulso central.

Materiais

Seringa heparinizada (preferencialmente heparina lítica balanceada);

Scalp ou Agulha

Swab de álcool

Gaze estéril

Fita microporosa

Procedimento para coleta de gasometria arterial

Orientar o cliente quanto ao procedimento a ser realizado.

Higienizar as mãos.

Abrir o invólucro da seringa de gasometria e remover a tampa alaranjada do

cone luer (bico da seringa). Não desprezar esta tampa.

Encaixar a agulha ou scalp comum no calibre necessário (recomendado em

adultos: agulha 25x8 / scalp 21G e recomendado em crianças: agulha 25x7 / scalp

23G) no cone luer (bico) da seringa.

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Palpar a pulsação da Artéria com o dedo indicador e médio.

Fazer a antissepsia do local a ser puncionado com álcool a 70%.

Puncionar a artéria.

Coletar 2,0 ml de sangue arterial.

Nos casos de crianças, pode-se coletar no mínimo 0,5 ml.

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Retirar as bolhas de ar existentes, empurrando cuidadosamente o êmbolo da

seringa para cima com a proteção de uma gaze ou algodão.

Colocar a tampa alaranjada para vedar o tubo, evitando assim a entrada de ar.

Homogeneizar a seringa de 3 a 4 vezes. Atenção: Não homogeneizar antes da

retirada de bolhas de ar.

Fazer compressão intensa do local puncionada por no mínimo 3 minutos.

Realizar curativo compressivo com o esparadrapo ou de acordo com a padronização

do hospital.

Identificar a seringa com a etiqueta código de barras.

Colocar e transportar o material coletado no gelo.

Encaminhar o material para análise imediatamente após a coleta.

Nas unidades hospitalares com sistema pneumático, não é necessário colocar o

material no gelo, devido o mesmo ser encaminhado rapidamente ao setor técnico.

Erros pré-analíticos mais comuns

• Hemólise;

• Bolhas de ar;

• Mistura de sangue arterial e venoso;

• Armazenamento em temperatura ambiente, por tempo prolongado;

• Mistura inadequada da amostra antes da análise;

• Falha na remoção de coágulos da ponta da seringa.

Estabilização das condições respiratórias

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Para se obter um quadro real das condições respiratórias do paciente, ele deve estar

num estado de ventilação estável:

• deve estar em repouso por 5 min;

• parâmetros de ventilação inalterados por 20 min.

A dor e o estado de pânico pela punção arterial podem influenciar a estabilização do

estado respiratório e por isso devem ser minimizados.

Mistura de sangue arterial e venoso

Quando se punciona uma artéria a que se ter cuidado para não se obter,

acidentalmente, o sangue arterial misturado com sangue venoso. Isto pode

acontecer, por exemplo, se uma veia for alcançada antes da artéria.

Mesmo uma pequena quantidade de sangue venoso, pode alterar significativamente

os resultados, isto é especificamente verdadeiro para pO2 e sO2, mas outros

parâmetros também poderão ser afetados.

Nas artérias haverá, normalmente, pressão suficiente para encher uma seringa, caso

isto não ocorra, pode ser porque uma veia foi atingida. Neste caso uma nova

amostra deve ser tomada.

Contaminação por bolha de ar

Page 30: Coleta Laboratorial 2

A bolha de ar deve ser expelida, assim que possível, após a coleta com o auxílio de

algodão, para que se evite acidentes, e não haja contaminação de O2.

Armazenamento

Devido a natureza volátil dos gases e ao metabolismo, o tempo de armazenagem

deve ser mínimo - a temperatura ambiente, menos de 10 minutos.

Caso a amostra seja armazenada por mais de 10 minutos, ela deve ser resfriada (0-4

°C), para diminuir o metabolismo.

Coleta de cateter

Todo procedimento de coleta através de cateter, seja ele de qual tipo, deve ser

realizado pela equipe de enfermagem do hospital, ou pela enfermeira habilitada do

laboratório, seguindo a padronização (protocolo interno) do mesmo

Protocolo para coleta de cateter

Segundo protocolo do CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) deverá ser

desprezado duas vezes o volume da extensão do cateter, para tanto foi realizado

uma avaliação dos cateteres usualmente utilizados para coleta de sangue e temos. A

Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) não recomenda que as amostrasara

testes de coagulação sejam coletadas em cateteres previamente heparinizados.

Cateteres Dúplo Lúmen, Hickman, Permcath, Porth a cath e PICC)

Cateteres Pediátricos = serão desprezados 3 ml de sangue/fluídos antes da coleta de

sangue para o laboratório;

Cateteres Adultos = serão desprezados 5 ml de sangue/fluídos antes da coleta de

sangue para o laboratório;

Exceto: Cateter Porth a cath Abdominal

Cateteres Adultos = serão desprezados 6 ml de sangue/fluídos antes da coleta de

sangue para o laboratório;

Cateteres Pediátricos = serão desprezados 4 ml de sangue/fluídos antes da coleta de

sangue para o laboratório;

Procedimentos de Coleta – Cateter Venoso Periférico

Page 31: Coleta Laboratorial 2

Higienizar as mãos;

Colocar máscara;

Calçar as luvas de procedimento;

Fazer assepsia com swab de álcool 70% na extensão e conexão do dispositivo

venoso;

Conectar a seringa na conexão do cateter, aspirar o volume preconizado pelo

Laboratório (baseado no CLSI/2008) e desprezar;

Com outra seringa, conectar no cateter e aspirar a quantidade necessária de

sangue para a realização dos exames;

Desconectar a seringa e transferir o sangue coletado para o tubo;

Desprezar a seringa utilizada;

Preparar uma seringa contendo 20ml de soro fisiológico 0,9%, conectar e injetar

no acesso venoso periférico.

Caso o acesso venoso periférico for mantido, deverá ser realizada a heparinização

deste acesso, conforme protocolo institucional.

Procedimentos de Coleta – Cateter Venoso Central

Higienizar as mãos;

Colocar máscara;

Calçar as luvas de procedimento;

Fazer assepsia com swab de álcool 70% na extensão e conexão do dispositivo

venoso central;

Conectar uma seringa na conexão do cateter e abrir o clamp;

Aspirar o volume preconizado pelo Laboratório (baseado no CLSI/2008) e

desprezar;

Conectar outra seringa, abrir o clamp e aspirar a quantidade necessária de

sangue para a realização dos exames;

Page 32: Coleta Laboratorial 2

Fechar o clamp, desconectar a seringa e transferir o sangue coletado para o tubo;

Desprezar a seringa utilizada;

Conectar uma seringa contendo 20 ml de Soro Fisiológico 0,9%, abrir o clamp e

injetar no cateter venoso central;

Fechar o clamp, retirar a seringa conectada ao cateter.

Procedimentos de Coleta – Cateter Arterial Central

Higienizar as mãos;

Colocar máscara;

Calçar as luvas de procedimento;

Fazer assepsia com swab de álcool 70% na extensão e conexão do dispositivo do

cateter com o equipo de PAM;

Conectar uma seringa na conexão do cateter, aspirar o volume preconizado pelo

Laboratório (baseado no CLSI/2008) e desprezar;

Com outra seringa, aspirar a quantidade necessária de sangue para a realização

dos exames;

Desconectar a seringa e transferir o sangue coletado para os tubos;

Desprezar a seringa descartável utilizada;

Reinstalar o equipo de PAM.

Coleta Capilar

Definição

A coleta capilar é feita quando é preciso colher uma pequena amostra de sangue de

maneira fácil, rápida e segura, utilizado principalmente em neonatos.

Procedimento

Escolher o local adequado conforme figura abaixo para a punção.

Realizar o aquecimento do local a ser puncionado com a bolsa térmica ou luva de

procedimento com água aquecida.

Realizar a antissepsia com álcool e secar com gaze.

Realizar a punção com a lanceta padronizada (automática).

Eliminar a primeira gota de sangue com uma gaze, pois contém excesso de fluído

tissular.

Deixar o local puncionado sempre abaixo do coração e pressionar delicadamente

o tecido adjacente a fim de aumentar o fluxo sanguíneo.

Page 33: Coleta Laboratorial 2

Cada gota de sangue que se forma no local deve ser tocada com o tubo de coleta,

a gota flui para o tubo por capilaridade.

Não "raspar" a gota de sangue com a borda do tubo, isso promove a coagulação.

Não pressionar forte, "ordenhando" o local, isso causa hemólise e aumento da

quantidade de fluído tissular na amostra coletada, produzindo resultados errôneos.

Coletar primeiro o tubo com anticoagulante (tampa roxa), depois o tubo seco ou

com gel separador (tampa amarela).

O tubo com anticoagulante deve ser invertido cerca de 8 vezes realizando o

movimento tipo "abaixando a temperatura do termômetro", para remover o excesso

de sangue das bordas e tampa.

Após a coleta elevar o local puncionado e pressionar com gaze até parar o

sangramento.

Fica a critério do funcionário e do cliente a utilização do curativo no local

puncionado.

Locais de punção

Face lateral da superfície plantar do calcanhar;

Superfície palmar da falange distal do dedos;

Em crianças menores de 1 ano geralmente se utiliza o calcanhar;

Em crianças maiores e adultos, o local mais utilizado é a falange (dedo) da mão;

Não puncionar o dedo mínimo e área central da planta do pé;

Em crianças pequenas não se deve puncionar os dedos das mãos, pois a distância

da pele até a superfície óssea da falange distal é muito pequena.

Exemplos de material mal coletados

Page 34: Coleta Laboratorial 2

Procedimentos em paciente sentado

• Pedir ao paciente que se sente confortavelmente em uma cadeira própria para

coleta de sangue. Recomenda-se que a cadeira tenha apoio para os braços e previna

quedas, caso o paciente venha a perder a consciência. Cadeiras sem braços não

fornecem o apoio adequado para o braço, nem protegem pacientes em casos de

desfalecimento.

• Recomenda-se que, no descanso da cadeira, a posição do braço do paciente seja

inclinada levemente para baixo e estendida, formando uma linha direta do ombro

para o pulso. O braço deve estar apoiado firmemente pelo descanso e o cotovelo não

deve estar dobrado. Uma leve curva pode ser importante para evitar hiperextensão do

braço.

Procedimento em paciente em leito

• Pedir ao paciente que se coloque em uma posição confortável.

• Caso esteja em posição supina e um apoio adicional for necessário, coloque um

travesseiro debaixo do braço em que a amostra será colhida.

• Posicione o braço do paciente inclinado levemente para baixo e estendido, formando

uma linha direta do ombro para o pulso.

• Caso esteja em posição semissentada, o posicionamento do braço para coleta torna-

se relativamente mais fácil.

Page 35: Coleta Laboratorial 2

Avaliação do trabalho realizado

Para que uma amostra de plasma, sangue total ou soro seja de "boa qualidade", ou

seja, produza os melhores resultados, ela não deve conter:

Hemólise

Lise anormal de eritrócitos com liberação de substâncias, principalmente

Hemoglobina. Ela é reconhecida pela aparência avermelhada do soro ou plasma,

após centrifugação ou sedimentação.

A hemólise interfere ativamente em alguns exames, causando aumento na atividade

plasmática de enzimas, como aldolase, aspartato aminotransferase, fosfatase

alcalina, desidrogenase láctica dosagens de K, Mg e P.

Boas práticas para prevenção de hemólise

Pré-coleta

Deixar o álcool secar antes de iniciar a punção.

Evitar usar agulhas de menor calibre. Usar esse tipo de material somente quando

a veia do paciente for fina ou em casos especiais.

Evitar colher o sangue de área com hematoma.

Em coletas a vácuo, puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima.

Perfure a veia com a agulha a um ângulo oblíquo de inserção de 30 graus ou

menos. Assim, evita-se que o sangue se choque com força na parede do tubo,

hemolisando a amostra, e previne-se também o refluxo do sangue do tubo para a

veia do paciente.

Tubos com volume de sangue insuficiente ou em excesso alteram a proporção

correta de sangue/aditivo, levando à hemólise e a resultados incorretos.

Page 36: Coleta Laboratorial 2

Em coletas com seringa e agulha, verificar se a agulha está bem adaptada à

seringa, para evitar a formação de espuma.

Não puxar o êmbolo da seringa com muita força.

Ainda em coletas com seringa, descartar a agulha e passar o sangue deslizando-

o cuidadosamente pela parede do tubo, cuidando para que não haja contaminação

da extremidade da seringa com o anticoagulante ou com o ativador de coágulo

contido no tubo.

Não executar o procedimento de espetar a agulha na tampa de borracha do

tubo para a transferência do sangue da seringa para o tubo, pois poderá criar uma

pressão positiva, o que provoca, além da hemólise, o deslocamento da rolha do

tubo, levando à quebra da probe de equipamentos.

Pré-coleta

• Homogeneizar a amostra suavemente por inversão de 5 a 10 vezes, de acordo com

as instruções do fabricante; não chacoalhar o tubo.

• Não deixar o sangue em contato direto com gelo, quando o analito a ser dosado

necessitar desta conservação.

• Embalar e transportar o material de acordo com as determinações da Vigilância

Sanitária local, das instruções de uso do fabricante de tubos e do fabricante do

conjunto diagnóstico a ser analisado.

• Usar, de preferência, um tubo primário; evitar a transferência de um tubo para

outro.

• Não deixar o sangue armazenado por muito tempo refrigerado antes de fazer os

exames. Verificar as recomendações do fabricante do kit do teste.

• Não centrifugar a amostra de sangue em tubo para obtenção de soro antes do

término da retração do coágulo, pois a formação do coágulo ainda não está

completa, o que pode levar à ruptura celular.

• Não usar o freio da centrífuga com o intuito de interromper a centrifugação dos

tubos. Essa brusca interrupção pode provocar hemólise.

Coágulo

Ao detectar a presença de coágulos na amostra cujo material seja sangue total ou

plasma devemos:

Page 37: Coleta Laboratorial 2

Segregar a amostra e solicitar que um enfermeiro ou especialista faça a análise da

amostra, e confirmando a presença de cóagulos esta amostra deve ser desprezada e

uma nova coleta solicitada.

Devemos evitar a formação de fibrina, para que a amostra seja fiel a realidade

clínica do cliente.

Coletas especiais

Verificar se a Regional realiza estes testes e seus referenciais.

Tempo de Sangramento (TS)

Procedimento:

Massagear o lóbulo da orelha por 30 segundos.

Realizar a antissepsia do lóbulo da orelha com álcool 70%. Esperar secar bem o

local.

Puncionar com a lanceta o lóbulo da orelha na região mais inferior.

Acionar imediatamente o cronômetro ou utilizar relógio.

Secar o sangue a cada 30 segundos com papel filtro, encostando na gota

delicadamente (não esfregar).

Continuar até o sangramento cessar.

Tempo de Coagulação (TC)

Procedimento:

Deixar o cronômetro “pendurado” no pescoço.

Realizar o procedimento de punção venosa.

O tubo para realizar o TC deve ser o último tubo a ser coletado.

Coletar aproximadamente 2,5 ml de sangue (metade do tubo).

Disparar o cronômetro no momento em que o primeira gota de sangue entrar no

tubo.

Não homogenizar o tubo.

Colocar o tubo no banho maria a 37ºC mais ou menos 0,5º.

Realizar a primeira verificação no 3º minuto ou 4º minuto para regional PR.

Após 3 ou 4 minutos, observar a cada 30 segundos a presença do coágulo,

invertendo o tubo delicadamente.

Page 38: Coleta Laboratorial 2

Coagulograma

Verificar o perfil do teste de acordo com a Regional.

Procedimento:

1° Tempo de Sangramento

2° Realizar a punção venosa, coletando primeiro um tubo seco (gel separador - rolha

amarela ou sem aditivo - rolha vermelha). Soltar o garrote.

3° Coletar o Tubo de Citrato (Rolha Azul).

4° Coletar o Tubo de Citrato de Sódio 3, 8% (Rolha Preta) quando houver solicitação

de VHS.

5° Coletar o Tubo de EDTA (Rolha Roxa).

6° Coletar o Tubo Sem Aditivo (Rolha Vermelha). Realizar o Tempo de Coagulação.

Termobloco e cronometro.

Cuidados

Utilizar os tubos pediátricos de EDTA e Citrato nas coletas com acesso venoso

difícil.

Evitar garroteamento prolongado.

Homogeneizar o tubo (5 a 8 vezes) imediatamente e adequadamente após a

coleta.

Não puxar com força o êmbolo da seringa durante o procedimento de coleta.

Não injetar o sangue no tubo com o auxílio do scalp.

Não coletar no mesmo membro que estiver recebendo infusão venosa

Prova do Laço

Page 39: Coleta Laboratorial 2

Verificar se o cliente apresenta qualquer tipo de lesão no antebraço e dorso da

mão que possa ser confundido com petéquias (ex: sardas).

Verificar a pressão arterial do cliente.

Calcular a pressão média do seguinte modo:

Pressão Média = pressão máxima + pressão mínima

2

Exemplo: 100 + 70 = 85 mmHg

2

Manter o esfigmomanômetro no braço do cliente na pressão média durante 5

minutos, controlando sempre o pulso que deve ser palpável.

Orientar o cliente que pode ocorrer dormência, formigamento e cianose do

membro.

Após os 5 minutos, retirar o aparelho e verificar imediatamente e novamente

após 5 minutos, se houve o aparecimento de petéquias (pontos avermelhados na

pele).

Verificar a presença das petéquias em uma área de aproximadamente 5 cm X 5

cm, logo abaixo da prega do cotovelo.

O resultado deve ser anotado na ordem de execução e depois deverá ser digitado

no Sistema Informatizado.

OBS : Clientes mastectomizadas, com cateterismo, extração de uma veia ou

artéria para ponte de safena e sem a opção no outro braço, a Prova do Laço não

deverá ser realizada; devemos entrar em contato com o médico do cliente.

Quando o cliente possui somente um braço, realizar primeiramente a Prova do

Laço, aguardar 15 minutos e depois realizar a punção.

Clientes hipertensos cuja pressão média for maior que 100 mm Hg, colocar o

aparelho somente em 100 mmhg.

Page 40: Coleta Laboratorial 2

Hemocultura

Material Para coleta de hemocultura são utilizados frascos/meios de cultura com aspiração à vácuo.

Verificar o volume a ser coletado diretamente no frasco, lembrando que este é um requisito primordial para execução dos testes.

1 2 3 4

Hemocultura Bact/Alert®.

1. Bact Alert Aeróbico/ Leveduras 2. Bact Alert Anaeróbico 3. Bact Alert Pediátrico 4. Basct Alert Myco/Fungos

PROCESSO LABORATORIAL CAPÍTULO IV: MICROBIOLOGIA

Page 41: Coleta Laboratorial 2

1 2 3 4

Hemocultura BD®.

1. BD Aeróbico/ Leveduras 2. BD Anaeróbico 3. BD Pediátrico 4. BD Myco/Fungos

Procedimento

Higienizar as mãos.

Desinfectar a tampa do meio de cultura com álcool 70%, deixando aí o algodão até

o momento do uso.

Escolher a veia adequada.

Calçar as luvas de procedimento.

Fazer a antissepsia do local da punção com gaze estéril e Clorexidina Alcoólica

0,5%, em movimentos circulares. Essa antissepsia deverá ser realizada através de

movimentos circulares, iniciando no ponto de inserção da agulha e ampliando em

movimentos circulares para as bordas, até atingir aproximadamente 2cm acima e 2cm

abaixo do local da inserção.

Deixar a região secar por aproximadamente 30 segundos.

Garrotear o braço do cliente.

Puncionar a veia com agulha ou escalpe (não esquecer que não podemos mais

encostar no braço).

Aspirar o volume necessário de acordo com cada meio.

Introduzir a agulha (a mesma que foi utilizada para puncionar) no meio, onde o

sangue será aspirado por vácuo.

Homogeneizar o frasco com movimentos circulares (não agitar fortemente).

Page 42: Coleta Laboratorial 2

Procedimento de assepsia para coleta de hemocultura.

Cuidados Gerais

Em todo frasco de Hemocultura é obrigatório anotar o acesso que foi utilizado

para a coleta, PERIFÉRICO - ARTERIAL - CATETER - PORT-A-CATH.

Coletar o volume especificado pelo fabricante.

Anotar no frasco o horário da coleta.

Anotar a temperatura do paciente (se apresentar pico febril).

Quando solicitado mais de uma amostra, anotar o número da amostra e coletar

em sítios com intervalo de no mínimo 15 minutos

Cada coleta deverá ser em veias (locais) diferentes.

A coleta de hemocultura deverá ser realizada, quando possível, antes de iniciar o

tratamento com antibiótico.

Quando o médico não especifica coleta no pico febril, a coleta pode ser realizada

a qualquer hora do dia.

Culturas de secreção

Cultura Aeróbica e de Fungos

Material

Page 43: Coleta Laboratorial 2

Ilustração do Meio de Aymes.

Ilustração do Meio de Aymes haste fina.

Procedimento

Calçar as luvas de procedimento.

Antes de iniciar a coleta da região solicitada, realizar a limpeza do local a ser

coletado com gaze estéril e soro fisiológico para retirar a secreção em excesso.

Abrir o invólucro do meio de cultura retirar o swab.

Coletar a secreção do local solicitado. Realizar a coleta do “leito” da lesão.

Após a coleta da secreção, inserir o swab dentro do tubo de transporte emergindo-

o dentro do gel

Cultura anaeróbica

Material

Ilustração do meio de Tioglicolato.

Procedimento

Page 44: Coleta Laboratorial 2

Calçar as luvas de procedimento.

Antes de iniciar a coleta da região solicitada, realizar a limpeza do local a ser

coletado com gaze estéril e soro fisiológico para retirar a secreção em excesso.

Abrir o invólucro do swab.

Abri a tampa domeio de cultura.

Coletar a secreção do local solicitado. Realizar a coleta do “leito” da lesão.

Após a coleta da secreção, inserir o swab dentro do tubo de transporte imergindo-

o dentro do gel, e quebrando a raste.

Fechar a tampa.

Este material também pode ser utilizado para cultura de tecidos.

OBS: O material adequado para cultura de anaeróbio é o material coletado por

punção aspirativa, através de agulha e seringa, após antissepsia cuidadosa da pele

com álcool e Clorexidina Alcoólica 0,5%.

Cultura Quantitativa

Secreção traqueal ou lavado brônquio-alveolar

Material

Ilustração do frasco coletor de mucosidades.

Procedimento

Procedimento realizado em unidades hospitalares para pacientes internados.

Material coletado através de aspiração (sonda de aspiração),deverá ser realizado

por fisioterapeutas e/ou enfermeiros.

Vestir a máscara facial e se necessário, o protetor ocular;

Higienizar as mãos

Calçar luvas estéreis;

Page 45: Coleta Laboratorial 2

Realizar aspiração traqueal, com técnica asséptica e desprezar este primeiro

aspirado;

Utilizar nova sonda para a aspiração do material a ser coletado;

Transferir o material com técnica asséptica para o frasco estéril, com o auxílio da

aspiração.

Higienizar as mãos

Encaminhar imediatamente ao laboratório

Cultura de ponta de cateter

Material

Ilustração do tubo Falcon ®.

Procedimento

Calçar as luvas de procedimento.

Fazer a antissepsia do local da inserção do cateter com o swab de álcool

isopropílico 70, em movimentos circulares.

Refazer a antissepsia com gaze estéril e Clorexidina Alcoólica 0,5%, em

movimentos circulares.

Realizar a antissepsia realizando movimentos circulares, iniciando no ponto de

inserção co cateter e ampliando em movimentos circulares para as bordas, até

atingir aproximadamente 2cm acima e 2cm abaixo do local da inserção.

Deixar a região secar por aproximadamente 30 segundos.

Retirar o cateter e cortar com tesoura estéril aproximadamente 2cm do cateter,

em seu terço distal, colocar no frasco e fechar a tampa.

Encaminhar o material imediatamente ao laboratório.

Page 46: Coleta Laboratorial 2

Cultura de secreção coletada em seringa

Ilustração do procedimento correto e o errado para coleta de secreção em seringa.

• Materiais orgânicos provenientes de aspiração (líquidos cavitários, urina e etc),

podem ser encaminhados ao laboratório na própria seringa em que foi realizada a

coleta, porém NUNCA enviar em conjunto com a agulha como tampa, para que não

ocorram ACIDENTES COM PÉRFURO-CORTANTE durante o transporte e manuseio

na área técnica.

Cultura de fezes

Material

Ilustração do meio de Cary- Blair

Procedimento

Calçar as luvas de procedimento.

Abrir o invólucro do meio de cultura retirar o swab.

Mergulhar o mesmo nas fezes coletas e deixar por 2 min.

Após a coleta das fezes, inserir o swab dentro do tubo de transporte imergindo-o

dentro do gel.

Bacterioscópico

Material

Lâmica fosca

Swab de algodão estéril

Page 47: Coleta Laboratorial 2

Materiais para coleta de bacterioscópico.

Procedimento para fazer esfregaço.

Procedimento

Identificar o recipiente de transporte de lâminas com a etiqueta código de barras.

Anotar manualmente na etiqueta o local/região a ser coletado quando necessário.

Identificar com lápis a borda fosca da lâmina com o nº da FAP.

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Coletar com swab haste plástica estéril ou de haste fina estéril a secreção

solicitada e semear de (forma circular) em 1 lâmina (para cada região solicitada).

Colocar no recipiente de transporte de lâminas.

Page 48: Coleta Laboratorial 2

Urocultura

Material

Frascos para coleta de urina 1 e Urocultura

Procedimento em Mulheres

Orientar que será realizado o exame de cultura de urina.

Mostrar o material a ser utilizado (1 kit coletor de urina de tampa vermelha + 1 sachê

de lenços umedecidos).

Orientar a cliente que ela deve ir até o banheiro.

Deve inicialmente lavar bem as mãos com água e sabão e secar com o papel toalha.

Deve sentar-se no vaso sanitário, afastar as pernas o máximo possível e iniciar a

higiene da região genital.

Realizar a higiene da parte externa (grandes lábios) utilizando os lenços

umedecidos, com movimentos únicos sempre de frente para trás.

Desprezar os lenços.

Abrir o kit coletor de urina, segurar o copo coletor somente pela parte externa

(não colocar a mão dentro do copo).

Iniciar a micção desprezando o primeiro jato da urina no vaso.

Aproximar o copo coletor do orifício uretral (não encostar) e coletar o jato médio

no mesmo. Se necessário, desprezar o jato final no vaso.

Transferir a urina coletada para o tubo cônico de tampa vermelha, preenchendo-

o até a marca de 12 ml.

Tampar bem o tubo e entregar o mesmo no local indicado.

Page 49: Coleta Laboratorial 2

OBS: O funcionário que receber o material deve utilizar luva e deve identificar o

tubo com a etiqueta código de barras na frente do cliente.

ATENÇÃO: nos casos de clientes com déficit motor ou qualquer outro tipo de

anormalidade que impeça o cliente de realizar a higiene de maneira eficiente, o

próprio funcionário deve realizar a assepsia. Devemos colocar a cliente na posição

ginecológica, realizar a assepsia da região genital e proceder a coleta no frasco como

indicado acima.

Procedimento em Homens

Encaminhar o cliente ao banheiro.

Orientar para Higienizar as mãos com água e sabão e secar com o papel toalha.

Deve fazer higiene da glande com os lenços umedecidos, retraindo o prepúcio e

desprezar os lenços.

Abrir o kit coletor de urina, segurar o copo coletor somente pela parte externa (não

colocar a mão dentro do copo).

Aproximar o copo coletor do orifício uretral (não encostar) e coletar o jato médio no

mesmo. Se necessário, desprezar o jato final no vaso.

Transferir a urina coletada para o tubo cônico de tampa vermelha, preenchendo-o

até a marca de 12 ml.

Tampar bem o tubo e entregar o mesmo no local indicado.

OBS: O funcionário que receber o material deve utilizar luva e deve identificar o tubo

com a etiqueta código de barras na frente do cliente

Procedimento em crianças – sexo feminino

Orientar os pais ou responsável quanto a coleta do material.

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Page 50: Coleta Laboratorial 2

Solicitar à mãe ou responsável que ajude na contenção da criança, segurando-

lhe as pernas flexionadas e expondo a região genital. Cobrir com o lençol.

Realizar assepsia da região genital utilizando lenços umedecidos com sabão

neutro (fornecido pelo próprio laboratório) , iniciando pelos grandes lábios,

pequenos lábios, meato uretral, introito vaginal e ânus. Utilizar um lado dos

lenços para cada região.

Sempre proceder a higiene num sentido único, da frente para trás. Realizar

quantas vezes for necessário.

Adaptar o coletor na região genital.

Verificar se não ficou algum pertuito entre o adesivo e a pele, por onde possa

vazar a urina.

Proceder a troca de coletor a cada 1 hora, repetindo sempre a assepsia, até

coletar a urina; não ultrapassando 4 trocas. Observar sempre a existência de

irritação na pele da criança.

Anotar no impresso próprio, a hora que o coletor foi colocado.

Após a coleta, transferir a urina para o tubo cônico de tampa vermelha,

atentando-se para não contaminá-la.

Identificar o tubo com a etiqueta código de barras na frente do clinte.

Orientar a mãe que, como a pele da criança é sensível, o adesivo pode irritar a

pele e até causar assaduras (dependendo do número de trocas do coletor).

Orientar a mãe o modo correto de segurar a criança no colo, para não descolar

o coletor e não perder a urina.

OBS: Podemos considerar criança para uso de coletor, indivíduos com idade de 0 a 3

anos ou crianças acima desta idade que não tenham micção espontânea.

Todas as crianças de 0 a 12 anos do sexo feminino, o próprio profissional da coleta deve

realizar a assepsia prévia.

Caso a criança evacue durante a coleta da urina a amostra deve ser desprezada,

devendo iniciar todo o processo de assepsia novamente.

Page 51: Coleta Laboratorial 2

Em crianças é comum o uso de pomadas para assaduras, estas devem ser retiradas em

sua totalidade antes da coleta da urina, observando a presença de irritação na pele da

criança. Caso a pele já esteja irritada, sugerir a mãe que retorne outro dia, e não

utilize a pomada desde de a véspera do exame.

Procedimento em crianças – sexo masculino

Orientar os pais ou o responsável sobre a coleta do material.

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Solicitar à mãe ou responsável que auxilie na contenção da criança.

Retrair o prepúcio e fazer assepsia da glande e do meato urinário com os lenços

umedecidos com sabão neutro (fornecido pelo próprio laboratório).

A higiene deve ser rigorosa.

Voltar com o prepúcio no lugar e fazer assepsia do pênis e bolsa escrotal.

Colocar o coletor e verificar se ficou bem adaptado.

Proceder à troca de coletor a cada 1 hora, repetindo sempre a assepsia, até coletar a

urina; não ultrapassando 4 trocas.

Anotar no impresso próprio o horário que foi colocado o coletor.

Após a coleta, transferir a urina para o tubo cônico de tampa vermelha, atentando-

se para não contaminá-la.

Identificar o tubo com a etiqueta código de barras na frente do cliente.

Não esquecer que na presença de fimose, solicitar a inclusão desta observação na

FAP.

OBS: Podemos considerar criança para uso do coletor, indivíduos com idade de 0 a 3

anos ou crianças acima desta idade que n ão tenham micção espontânea.

Tod as as crianças de 0 a 12 anos, o próprio profissional da coleta deve realizar a

assepsia prévia, em casos excepcionais, principalmente em crianças maiores do sexo

masculino, podemos orientar o familiar a realizar a assepsia e coletar no banheiro.

Page 52: Coleta Laboratorial 2

Caso a criança evacue durante a coleta da urina a amostra deve ser desprezada,

devendo iniciar todo o processo de assepsia novamente.

Em crianças é comum o uso de pomadas para assaduras, estas devem ser retiradas em

sua totalidade antes da coleta da urina, observando a presença de irritação na pele da

criança. Caso a pele já esteja irritada, sugerir a mãe que retorne outro dia, e não

utilize a pomada desde de a véspera do exame.

60: Coletor infantil

Page 53: Coleta Laboratorial 2

Urina tipo I

Material

Frascos para coleta de urina 1 e Urocultura

Coletor infantil

PROCESSO LABORATORIAL CAPÍTULO V: COLETAS DIVERSAS

Page 54: Coleta Laboratorial 2

Procedimento

Entregar ao cliente o kit de coleta de urina dentro do pote de transporte.

Orientar ao cliente que ao chegar ao banheiro deve Higienizar as mãos.

Realizar a assepsia da região genital com os lenços umedecidos.

Desprezar o primeiro jato da urina e coletar o jato médio no copo coletor.

Transferir o conteúdo da urina para o tubo cônico de tampa amarela até

atingir a marca de 12 ml e tampar bem.

O volume mínimo necessário para a realização do exame é de 10 ml.

Em casos excepcionais podemos aceitar volumes menores, desde que autorizado

pelo setor técnico.

Urina de jato médio

Seguir as mesmas orientações acima, orientando o cliente a coletar somente o

primeiro jato da urina.

O volume a ser coletado no primeiro jato é de aproximadamente 10 ml.

Em alguns casos, conforme o exame a ser coletado, o recipiente deve ser o pote

plástico estéril e não o kit coletor de urina.

Observação

Existem casos onde o médico solicita a coleta de urina de primeiro, segundo e terceiro.

Nestes casos, devem os solicitar ao cliente que colete cada jato em um recipiente,

identificando-os corretamente na ordem.

Coleta em crianças – sexo feminino

Orientar os pais ou responsável quanto a coleta do material.

Higienizar as mãos

Calçar as luvas de procedimento.

Solicitar à mãe ou responsável que ajude na contenção da criança, segurando-lhe as

pernas flexionadas e expondo a região genital. Cobrir com o lençol.

Fazer assepsia da região genital com lenços umedecidos com sabão neutro (fornecido

pelo próprio laboratório), iniciando pelos grandes lábios, pequenos lábios, meato

uretral, introito vaginal e ânus. Utilizar um lado dos lenços para cada região.

Sempre proceder a higiene num sentido único, da frente para trás. Realizar quantas

vezes for necessário.

Adaptar o coletor na região genital.

Page 55: Coleta Laboratorial 2

Verificar se não ficou algum pertuito entre o adesivo e a pele, por onde possa vazar a

urina.

Proceder a troca de coletor a cada 60 minutos, repetindo sempre a assepsia, até

coletar a urina, não ultrapassando 4 trocas. Observar a existência de irritação na pele

da criança.

Anotar no impresso Coleta de Urina Infantil - Controle de Coletores, a hora que o

coletor foi colocado e os demais horários de trocas.

Após a coleta da urina, transferir a urina para o tubo cônico de urina de tampa

amarela.

Identificar o tubo com a etiqueta código de barras na frente do cliente.

Orientar a mãe que, como a pele da criança é sensível, o adesivo pode irritar a pele e

até causar assaduras (dependendo do número de trocas do coletor).

Orientar a mãe o modo correto de segurar a criança no colo, para não descolar o

coletor e não perder a urina.

O volume mínimo necessário para a realização do exame é de 10 ml.

Em casos excepcionais podemos aceitar volumes menores, desde que autorizado pelo

setor técnico.

OBS: Podemos considerar criança para uso do coletor, indivíduos com idade de 0 a 3

anos ou crianças acima desta idade que não tenham micção espontânea.

Todas as crianças de 0 a 12 anos, o próprio profissional da coleta deve realizar a

assepsia prévia.

Caso a criança evacue durante a coleta da urina a amostra deve ser desprezada,

devendo iniciar todo o processo de assepsia novamente.

Em crianças é comum o uso de pomadas para assaduras, estas devem ser retiradas em

sua totalidade antes da coleta da urina, observando a presença de irritação na pele da

criança. Caso a pele já esteja irritada, sugerir a mãe que retorne outro dia, e não

utilize a pomada desde de a véspera do exame.

Coleta em crianças – sexo masculino

Orientar os pais ou o responsável sobre a coleta do material.

Higienizar as mãos.

Calçar as luvas de procedimento.

Solicitar à mãe ou responsável que auxilie na contenção da criança.

Page 56: Coleta Laboratorial 2

Retrair o prepúcio e fazer assepsia da glande e do meato urinário com lenços

umedecidos com sabão neutro (fornecido pelo próprio laboratório).

A higiene deve ser rigorosa.

Voltar com o prepúcio no lugar e fazer assepsia do pênis e bolsa escrotal.

Colocar o coletor e verificar se ficou bem adaptado.

Proceder à troca de coletor a cada 60 minutos, repetindo sempre a assepsia, até

coletar a urina.Anotar no impresso Coleta de Urina Infantil - Controle de Coletores, a

hora que o coletor foi colocado e os demais horários de trocas.

Após a coleta, fechar bem o coletor e acondicionar dentro do pote estéril.

Identificar com a etiqueta código de barras na frente do cliente.

Não esquecer que na presença de fimose, solicitar a inclusão desta observação na FAP.

O volume mínimo necessário para a realização do exame é de 10 ml.

Em casos excepcionais podemos aceitar volumes menores, desde que autorizado pelo

setor técnico.

OBS: Podemos considerar criança para uso do coletor, indivíduos com idade de 0 a 3

anos ou crianças acima desta idade que não tenham micção espontânea.

Todas as crianças de 0 a 12, anos o próprio profissional da coleta deve realizar a

assepsia prévia.

Caso a criança evacue durante a coleta da urina a amostra deve Caso a pele já esteja

irritada, sugerir a mãe que retorne outro dia, e não utilize a pomada desde de a

véspera do exame.

Urina de 24 horas

Material

Coletor de urina de 24 hs.

Page 57: Coleta Laboratorial 2

Procedimento

A urina de 24hs deve ser coletada em frasco próprio. O cliente deve ser orientado

a retirar o frasco e a instrução/orientação de coleta no laboratório.

Para cada exame de urina de 24hs existe um frasco específico com ou sem

conservante.

O Sistema Informatizado e a tabela de urina de 24hs, fornecem os dados

necessários para a escolha do frasco e algumas observações necessárias para a coleta.

Os frascos para coleta, estão identificados com etiquetas que contém informações

a respeito do tipo de conservante, cuidados específicos com a solução contida no

frasco, a data que foi produzido e o tempo de validade.

Fezes

Material

Coletor de fezes com e sem conservante

Procedimento

Existem vários tipos de exames, cujo material solicitado é fezes.

Todos os exames estão descritos (pré-requisitos, forma de coleta,

acondicionamento do material, prazo de entrega, dieta e considerações gerais) no

Sistema Informatizado ou nas Orientações de Coleta.

OBS: Alguns exames de fezes necessitam de uma dieta prévia: Coprológico

funcional, Dosagem de Gordura nas Fezes e Sangue Oculto.

Page 58: Coleta Laboratorial 2

I. BONINI, P. Erros in laboratory Medicine, 2001;

II. CLINICAL CHEMISTRY, 48:5 691-698,2002;

III. CLINICAL CHEMISTRY,43: 1348-1351, 2007;

IV. CLSI. Clinical and laboratory Standards Institute, disponível em <

http://www.clsi.org/ >;

V. GUDER, W.G. , NARAYANAN, S. , WISSER, H. , ZAWTA, B. Samples: From the

patient to the laboratory, 1996;

VI. INMETRO. Boas Práticas de Laboratórios Clínicos BPLC. Editora Qualitymark, 1998;

VII. PLEBANI, M. HEMOLYSED, K. Specimens : A reason for rejection or a clinical

challenge?, 2003

VIII. ROTH, E. Como Implantar a Qualidade em Laboratório Clínico - O Caminho das

Pedras. Editora Hinsdale,1998;

IX. SIG: Sistema Integrado de Gestão, na versão atual;

X. TESUTO, M. Manual of Clinical Microbiology, 9° Edição, 2007;

XI. WITTE, D. E. Mistakes, blunders, outliers, or unacceptable results: how many?

Clinical Chemistry (1997) 43: 1352 -1356;

XII. WATSON, D. Wrong Biochemistry results. BMJ, 324-422, 2002.

XIII. SBPC, Recomendações da SBPC Coleta de Sangue Venoso, 2009

PROCESSO LABORATORIAL REFERENCIAL TEÓRICO

Page 59: Coleta Laboratorial 2

INTERFERENTES PRÉ-ANALÍTICOS NOS EXAMES DO LABORATÓRIO DE URGÊNCIA

Etapa do processo

Possíveis origens de erros Ação

preventiva

Solicitação Médica Falhas na comunicação da informação desejada

Erros na sinonímia dos exames solicitados, falta de informações detalhadas como hora desejada para coleta, necessidade de urgência, falhas na comunicação verbal ou escrita (letra do solicitante)

Pedido Médico padronizado, Pedido Médico informatizado

Cadastro dos dados do paciente e dos exames no sistema informatizado

Falhas na transcrição das informações recebidas

Erros nos dados cadastrais do paciente ou dos exames solicitados. Resultados que são calculados baseando-se no peso e altura dos pacientes (exemplo Clearance de creatinina) ou que necessitam da informação da data hora da última dose da medicação (dosagem de drogas terapêuticas).

Interface eletrônica entre o LIS do laboratório e o LIS do hospital. Pedido médico eletrônico com campos de preenchimento obrigatório.

Identificação dos pré-requisitos necessários para realização dos testes

Sexo, Idade, Raça, Ciclo Menstrual.

As influencias intrínsecas como sexo, idade e raça podem alterar a concentração de alguns analitos no sangue e urina. As alterações fisiológicas da gestação - aumento no volume plasmático, aumento da filtração glomerular e aumento na concentração plasmática das proteínas transportadoras modificam os valores de normalidade para vários parâmetros bioquímicos.

Valores de referencia adequados para sexo, idade, fases do ciclo menstrual e estado gestacional.

Jejum

A ingesta de alimentos ou líquidos pode alterar os valores obtidos nas dosagens plasmáticas de alguns analitos, especialmente a glicose, o colesterol e as

Certificar-se que os pré-requisitos necessários para o

PROCESSO LABORATORIAL ANEXOS

Page 60: Coleta Laboratorial 2

triglicérides. As dosagens urinárias devem sempre ser avaliadas como quantidade por dia e não quantidade por litro, com o objetivo de minimizar as variações decorrentes da ingesta hídrica.

exame foram corretamente definidos, orientados e cumpridos.

Exercício

As alterações agudas produzidas pelo exercício ocorrem em decorrência das alterações nas concentrações hormonais (aumento nas concentrações de epinefrina, norepinefrina, glucagon, cortisol, ACTH e diminuição nas concentrações de insulina), perda de volume pelo suor e mudanças nos compartimentos intra e extravascular. Estas alterações hormonais podem, por exemplo, elevar os leucócitos em até 2500/mm3. Durante períodos de treinamento, o aumento da capacidade aeróbia é decorrente do aumento do número de mitocôndrias, aumentando assim a capacidade do músculo metabolizar a glicose, os ácidos graxos e corpos cetônicos. Estes indivíduos têm assim um aumento proporcional da fração MB da creatinofosfoquinase, chegando até 10%.

Certificar-se que os pré-requisitos necessários para o exame foram corretamente definidos, orientados e cumpridos.

Identificação das medicações em uso

Medicamentos

A interferência pode ser biológica ou química. Biológica por exemplo quando a droga aumenta os níveis de proteínas plasmáticas, resultando, portanto num aumento nas dosagens séricas dos analitos ligados a estas proteínas. A interferência química ocorre in vitro, do mesmo modo que nas amostras hemolisadas ou ictéricas.

A lista de interferentes é grande e complexa. Existindo suspeita investigar todas as possibilidades conhecidas. Identificar os principais medicamentos em uso pelo corpo clínico e divulgar os principais testes que sofrem

Page 61: Coleta Laboratorial 2

alterações com estas medicações.

Identificar as condições clínicas

Febre causa hemoconcentração, alterando as contagens celulares, eleva a creatinina, o cortisol e ácido úrico.

A presença de dor intensa ou poli-traumas elevam as concentrações séricas de alguns hormônios como insulina, cortisol, renina e hormônio do crescimento.

A permanência prolongada no leito proporciona uma hemodiluição e reduz as concentrações de potássio,albumina e proteína, por reabsorção óssea aumenta o cálcio ionizado.

Pacientes que são admitidos no OS após a realização de exercícios intensos podem apresentar valores de lactato e CK elevados e hipoglicemia.

Coleta dos materiais necessários

Hora da coleta

As influencias do momento da coleta nos resultados de exames podem ser devido ao ritmo circadiano (por exemplo, o cortisol, a renina e alguns marcadores tumorais) às variações sazonais (por exemplo, aumento do 25-OH colecalciferol no verão) ou às variações biológicas (por exemplo, a aldosterona no ciclo menstrual).

Certificar-se que os pré-requisitos necessários para o exame foram corretamente definidos, orientados e cumpridos.

Outros procedimentos terapêuticos ou diagnósticos

A contaminação de amostras por soluções de infusão ministradas ao paciente é a principal causa de interferência pré-analítica no laboratório. Nunca se deve coletar amostras para o laboratório em veias próximas a locais de infusão de medicamentos. Se as amostras serão coletadas de cateteres intravenosos ou intraarteriais, deve-se lavar a cânula com soro fisiológico, com duas vezes o volume do cateter. A seguir, aspirar 5 ml de sangue e desprezar. Só então a amostra do laboratório deve ser coletada. Para testes de coagulação deve ser desprezado um volume igual a 2 vezes o volume do cateter, coletar o sangue necessário para realização dos outros exames solicitados e só então coletar a amostra para os testes de coagulação.

Coletas devem ser realizadas no membro oposto ao da infusão endovenosa. Coletas de cateteres devem seguir rigorosamente as instruções ao lado.

Page 62: Coleta Laboratorial 2

A infusão de drogas, contrastes, e radiação ionizante agem de maneira muitas vezes desconhecida nas concentrações séricas de alguns analitos. Os contrastes radiológicos alteram a densidade urinária. A hiper hidratação para realização de US promove a diluição urinária.

Se possível, após a injeção de contrastes endovenosos aguardar pelo menos 24 horas antes de realizar outros exames.

Transfusões de sangue

Quanto maior o volume de sangue transfundido, maior as possibilidades de alterações: Hemólise com conseqüente aumento do potássio e do DHL.

Após transfusão aguardar cerca de 6 horas para coleta de exames

Postura

Na posição ereta, aumenta a pressão de filtração reduzindo o volume plasmático em até 12 % nos indivíduos normais e, portanto concentrando células, macromoléculas e pequenas moléculas ligadas a proteínas. As alterações mais evidentes ocorrem nas concentrações séricas de Aldosterona, renina, epinefrina e norepinefrina.

Seguir as orientações pré-analíticas de repouso prévio a coleta de alguns exames.

Garroteamento

O torniquete é aplicado para facilitar ao profissional de enfermagem a visualização do vaso que será utilizado para coleta de sangue. O bloqueio do retorno venoso que é provocado com esta ação faz com que a pressão capilar aumente, fazendo com que líquidos e pequenas moléculas sejam transferidos para o espaço intersticial. As células sanguíneas e macromoléculas que não conseguem atravessar a parede capilar ficam então no vaso com volume reduzido e tem, portanto sua concentração aumentada. Os principais analitos que se alteram com o garroteamento prolongado são: CK, DHL, GGT, TGO, TGP, bilirrubina.

Manter garroteamento breve (inferior a 1 minuto) para coleta de sangue. Para coleta de gasometria, lactato e amônia o ideal é coletar sem garroteamento.

Local de coleta

As diferenças nas concentrações séricas no sangue arterial / venoso ou capilar podem ser significantes (>10%) para alguns analitos como o lactato, o pO 2 e o bicarbonato. A coleta capilar sofre grande influencia da técnica utilizada, podendo apresentar diferenças importantes nas contagens de leucócitos e plaquetas e dosagens de hemoglobina e potássio. Quando esta

Identificar no laudo as coletas arteriais e capilares.

Page 63: Coleta Laboratorial 2

técnica é aplicada deve-se registrar no laudo o local de punção.

Proporção sangue / anticoagulante

Deve-se coletar pelo menos 2 vezes a quantidade necessária para análise e nunca o volume total do tubo, pois isso pode prejudicar a homogeneização do material.

Respeitar as proporções sangue-anticoagulante recomendadas.

Identificação do paciente

Deve-se conferir cuidadosamente que o material está sendo coletado do paciente correto, principalmente em setores fechados onde existe mais de um leito por quarto.

Confirmar o nome completo, identificar os pacientes internados com pulseira com código de barras.

Homogeneização do material (amostra x conservante)

A adequada mistura de sangue e anticoagulante é essencial para evitar a formação de coágulos

Homogeneizar adequadamente o material logo após a coleta.

Armazenamento das amostras para transporte

Tempo e condições de transporte

Quando o laboratório de urgência está localizado dentro do hospital este aspecto não representa um problema. Os exames do menu de urgência mais influenciados pelo intervalo de tempo entre coleta e processamento são as gasometrias e as dosagens de amônia e lactato. A estocagem de amostras, entretanto deve ser realizada de maneira padronizada, de modo que havendo necessidade de re-analise a interferência da luz, evaporação, reações químicas e metabolismo celular sejam minimizadas. De modo geral, após o processamento, as amostras de soro e plasma devem ser mantidas no refrigerador, com exceção dos testes de coagulação, que como as amostras de sangue total devem ser mantidos à temperatura ambiente.

Armazenar e transportar as amostras conforme respeitando o tempo, temperatura e condições preconizadas.

Preparo das amostras Preparo da amostra

Page 64: Coleta Laboratorial 2

para análise Centrifugação

Deve ser realizada após o sangue coagular (cerca de 30 minutos após a coleta), na velocidade / tempo preconizada. Casos de centrifugação insuficiente das amostras podem levar a resultados alterados, principalmente nos testes de coagulação.

Aguardar 30 minutos para o sangue coagular e então centrifugar as amostras por 10 a 15 minutos a 2500-3000 rpm.

Identificação de interferentes analíticos

Lipemia

As amostras de soro e plasma podem apresentar variados graus de turvação devido ao aumento do conteúdo de lipoproteínas. A presença desta lipemia é sempre sinal de anormalidade e deve ser relatada no laudo do exame. A distribuição de água nas amostras é alterada, interferindo nos resultados de eletrólitos e metabólitos. A turvação do material interfere em todas as dosagens colorimétricas (principalmente creatinina, ácido úrico, CK, proteína e glicose).

Relatar no laudo que a dosagem foi prejudicada pela presença de lipemia na amostra.

Ictericia

A presença de bilirrubina na amostra afeta a dosagem de vários testes colorimétricos, especialmente as dosagens de creatinina na maioria das metodologias / equipamentos

Relatar no laudo que a dosagem foi prejudicada pela presença de bilirrubina na amostra.

Anticorpos endógenos

As aglutininas frias afetam as contagens celulares de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os anticorpos EDTA dependentes reduzem falsamente as contagens plaquetárias (pseudoplaquetopenia). As macroenzimas (enzimas formando complexos com imunoglobulinas) tem sido demonstradas para praticamente todas as enzimas relevantes. O exemplo mais freqüente deste processo é a macro CK, promovendo elevações nas dosagens de CKMB. Os autoanticorpos contra hormônios tireodianos são bastante conhecidos na prática clínica e os anticorpos antifosfolípides podem elevar os resultados de TTPA.

Suspeitando-se de crioaglutininas, colocar o tubo em banho-maria a 37 por 15 minutos e processar novamente a amostra.

Page 65: Coleta Laboratorial 2

Hemólise

É o resultado da lise de hemáceas, liberando seu conteúdo no soro / plasma, que se torna então avermelhado. Os efeitos deste processo nas dosagens bioquímicas envolvem a liberação de constituintes celulares no soro (elevando as concentrações séricas de potássio e DHL). A interferência óptica devido a cor avermelhada do soro interfere em todas as dosagens colorimétricas.

Evitar durante a coleta os seguintes procedimentos:

- Garroteamento prolongado

- Aspiração rápida ou com muita pressão.

- Infusão vigorosa do sangue no tubo.

- Infusão do sangue no tubo através da agulha

PARTICULARIDADES DOS TESTES DE COAGULAÇÃO Para a maioria dos testes de coagulação é utilizado um tubo com anticoagulante. Utiliza-se universalmente o citrato de sódio a 3,2%, numa proporção de 1 parte de anticoagulante para 9 partes de sangue. Se for coletado um volume menor que o preconizado, a concentração do anticoagulante aumenta e os valores de TTPA são falsamente prolongados. Em pacientes com hematócrito maior que 55%, o volume de plasma é reduzido e a proporção anticoagulante - plasma também é afetada. Este fator aumenta falsamente os valores de TP e TTPA. A presença de hemólise pode ativar os fatores de coagulação e a lipemia e icterícia da amostra pode alterar as mensurações nos equipamentos foto-opticos. Durante o transporte das amostras de coagulação deve-se manter os recipientes em temperatura ambiente já que o gelo pode ativar o fator VII e reduzir o TP. Nas coletas difíceis a coagulação é ativada antes de colocarmos o sangue no recipiente com anticoagulante, alterando portanto os resultados. Na dúvida, deve-se repetir a coleta. PARTICULARIDADES DOS TESTES DE HEMATOLOGIA Para a análise das células do sangue o anticoagulante recomendado é o EDTA dipotássico e recomenda-se o processamento das amostras nos contadores automáticos de células em até 24 horas após a coleta. Logo após a coleta o tubo deve ser invertido algumas vezes para promover a adequada homogeneização da amostra, evitando assim a formação de coágulos.Para uma adequada homogeneização deve-se deixar cerca de 20% do tubo vazio. O EDTA tem uma grande influencia na estabilidade dos leucócitos, especialmente dos neutrófilos e monócitos. Após algumas horas a degeneração dos neutrófilos é evidente, com desaparecimento das pontes entre lóbulos e da granulação citoplasmática. Quando é coletada uma amostra com volume inferior ao preconizado, o relativo aumento na concentração do EDTA produz alterações evidentes na morfologia dos neutrófilos e diminui o volume dos eritrócitos (reduz VCM e Htc). A pseudoplaquetopenia é evento bastante conhecido, que ocorre devido a aglutinação ou aderência das plaquetas aos neutrófilos (satelismo). Pacientes que demonstram Satelismo plaquetário induzido por EDTA devem ter seus exames coletados em Citrato e não EDTA.

Page 66: Coleta Laboratorial 2

PARTICULARIDADES DOS TESTES DE BIOQUÍMICA

Os interferentes bioquímicos são métodos e equipamentos específicos. Assim os resultados obtidos em um sistema analítico não podem ser sempre diretamente comparados a outro. Algumas vezes os interferentes de um sistema não afetam outra metodologia. É marcante a freqüente interferência dos medicamentos nas dosagens de creatinina, especialmente os antibióticos (Cefalosporinas). Suspeitando-se de interferente medicamentoso deve-se coletar nova amostra imediatamente antes da próxima dose do medicamento procurando o nível sérico mais baixo para minimizar a interferência nas dosagens bioquímicas. PARTICULARIDADES DOS TESTES DE GASOMETRIA A heparina é o anticoagulante de escolha para as determinações de gases no sangue. A proporção heparina - sangue deve ser mantida e a amostra deve ser coletada em anaerobiose, evitando-se o contato da amostra com o ar ou a presença de bolhas no material (que pode resultar em falsas elevações do pO 2 ). O metabolismo das células do sangue consome O 2 e, portanto o material coletado deve ser analisado em no máximo 30 minutos. Se for necessário transporte da amostra, esta deve ser colocada em gelo e processada em até 2 horas após a coleta. Como a heparina sódica tem um pH muito baixo, altas concentrações deste anticoagulante podem alterar o pH e o pCO 2 da amostra. Além disso, obviamente as amostras coletadas com Heparina sódica não são apropriadas para dosagens de Sódio e Potássio plasmáticos. Atualmente, as seringas com heparina lítica liofilizada permitem maior controle sobre a proporção heparina-sangue, mas a homogeneização destas amostras deve ser rigorosa para evitar a formação de coágulos. PARTICULARIDADES DOS TESTES DE DOSAGENS DE DROGAS TERAPEUTICAS A maioria das dosagens é realizada no soro ou plasma. Após ajustes de doses deve-se aguardar um período de 5 meias-vida da droga para coletar nova amostra para dosagem sérica.

Para determinações da concentração basal as amostras devem ser coletadas imediatamente antes da próxima dose (acompanha-se o nível sérico mínimo da droga). Para determinações da concentração de pico, respeitar a farmacocinética de cada droga e via de administração (utilizada para avaliar níveis tóxicos da droga). PARTICULARIDADES DOS TESTES DE IMUNO / HORMONIO A maioria dos testes imunoquímicos são realizados no soro ou plasma heparinizado. Deve-se considerar as alterações nas concentrações hormonais causadas por variações diuturnas e pela postura. Outros hormônios como insulina e peptídeo-C mantêm-se estáveis se mantidos no gelo.

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