Coletânea dos Projetos - Talento Profissional 2012

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Coletânea do Prêmio Talento Profissional

Senac 2012

Florianópolis - 2012

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Consultoria da Alegria no Hospital Infantil Santa Catarina ..........................................................5

Sabão Ecológico Solidário ..........................................................................................................11

Plano de Melhoria no Transporte por Câmara Fria ....................................................................17

Implantação de Horta no CEMEI Professora Eneida Fagundes da Silva de União Da Vitória - PR ........................................................................................................23

Alcre – Alternativa Sustentável na Gestão Integrada de Resíduos Recicláveis para o Município de Lages ....................................................................................................33

Bitucas de Cigarro: Sensibilização para a Coleta, Reciclagem para Produção de Adubo e Recuperação Ambiental.............................................................43

Virtualização de Servidores com Software Livre: uma Proposta para Economizar Recursos e Praticar TI Verde ..................................................................................................53

A Casa da Melhor Idade – Plano de Negócios para a Abertura de um Empreendimento no Ramo de Entretenimento.........................................................65

Plano de Análise de Investimento: Estudo de Caso de Viabilidade Econômica de Implantação de Empresa de Redes de Proteção com Utilização de Fios de Material Reciclado de Garrafas de Politereftalato de Etileno (PET). ....................................................77

Educação Fiscal: Uma Experiência de Instrumentalização do Cidadão para o Exercício Consciente do Controle de Abusos Contra o Patrimônio Público .........................................89

Associação de Donas De Casa: Um Sabor Incomparável. ..........................................................99

Moda e Saúde na Terceira Idade com a Utilização de Sobras da Indústria De Jeans ..........................................................................................................107

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - SENACADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SANTA CATARINA

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONALBruno Breithaupt

DIRETOR REGIONALRudney Raulino

DIRETOR DA DIVISÃO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONALIvan Luiz Ecco

COORDENADORA DO PROJETOAna Paula Augusto

PESQUISA, ORGANIZAÇÃO E REVISÃO DO CONTEÚDOAna Paula AugustoEdilmara GubertFernando SilvaIsis Vieira da SilvaNoeli Viapiana

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOHeber Silveira Coimbra

EQUIPE DE DESENVOLVIMENTOColaboradores e Alunos das Unidades do Senac/SC

CATALOGAÇÃO NA FONTE. BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Noeli Viapiana CRB14/1013

SENAC, DR SC. Coletânea do Prêmio Talento Profissional Senac 2012.Org. Ana Paula Augusto. Florianópolis: Senac/SC. 2012.

116 p.

1. Prêmio Senac 2. Coletânea 3. Talento Profissional Senac

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Administração Regional em Santa Catarina

Rua Felipe Schmidt, 785 - 6°e 7º andares |

Centro | CEP 88010-002 | Florianópolis | SC

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É proibida qualquer cópia ou reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sejam eletrônicos ou mecânicos sem a autorização prévia por escrito do Senac/SC.

Sumário

Formação Inicial e Continuada

Técnico de Nível Médio

Graduação

Pós-graduação

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RESUMO

O projeto desenvolvido surgiu do interesse dos participantes pela conscientização social em relação às crianças hospitalizadas, sendo desenvolvido um meio de minimizar o sofrimento delas, tornando a recuperação menos prolongada e dolorosa. A ideia de desenvolver uma oficina de customização veio através do contato direto com a situação em que se encontram as crianças internadas no Hospital Infantil Santa Catarina. Percebeu-se o sofrimento em seus rostos pelo fato de não estarem em seu ambiente natural, já que a realidade vivenciada no hospital é bem difícil. Analisando suas roupas hospitalares inexpressivas, que contribui para o desestímulo, pensou-se em um meio de modificá-las com o intuito de auxiliar na recuperação das crianças, bem como de expressar a sua individualidade. Além da responsabilidade social, diminuir em parte o descarte inadequado dos rejeitos de materiais das empresas de confecção do vestuário, reutilizando esse material nas oficinas.

Palavras-chave: Crianças. Hospital. Roupas.

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a saúde infantil vem aumentando a cada dia, com cada vez mais dificuldade de encontrar leitos disponíveis nos hospitais, e quando encontrados, muitas vezes, eles são de má qualidade. A recuperação das crianças acaba sendo demorada e algumas vezes desgastante. Nestas condições, pensar em um ambiente confortável e alegre para elas, encontrando um jeito de fazê-las mais felizes, pode ajudá-las na rápida e eficaz melhora.

Flávia MendesFrancine Nazário da SilvaPatrícia Pereira FontanaORIENTADORA:Ana Paula Voichinevski

CONSULTORIA DA ALEGRIA NOHOSPITAL INFANTIL SANTA CATARINA

1º Lugar - Formação Inicial e ContinuadaCriciúma

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Por meio de um projeto em que empresas de confecção do vestuário na região de Criciúma, Santa Catarina, doassem aviamentos, que seriam descartados por já não fazerem mais sentido em suas coleções de moda, e o trabalho feito por voluntários, o projeto visa manter uma oficina onde as crianças internadas no Hospital Santa Catarina, na cidade de Criciúma, passam a desenvolver com as doações, adereços para serem aplicados às roupas que são obrigadas a usar no ambiente hospitalar.

1.1 Caracterização do ProblemaNa cidade de Criciúma, o Hospital Infantil Santa Catarina recebe crianças de toda a região sul

do estado. As roupas usadas por estas crianças hospitalizadas são normalmente desinteressantes. Se por um lado o formato e material muito ajudam quem as trata, tais roupas parecem totalmente monótonas para estas crianças que em sua maioria, acostumadas com a presença de personagens e cores variadas, veem-se reféns de verdadeiros uniformes, deixando-as sem personalidade.

As roupas todas brancas e de corte igual empalidecem seus mundos, antes tão coloridos, deixando assim sua estada no hospital mais pesarosa e sofrida.

Apesar da tentativa pelo referido hospital de inserção de estampas infantis nesta indumentária, elas continuam com o mesmo aspecto hospitalar. São peças iguais que impedem a individualidade de cada criança.

Ainda pode-se considerar o problema de cunho ambiental, já que segundo pesquisa informal, tais aviamentos acabam sendo descartados pelas indústrias da região como lixo comum.

1.2 Objetivos e Metas

O projeto tem como objetivo fazer com que as crianças internadas no Hospital Infantil Santa Catarina sintam-se melhor durante sua estada, dando leveza e alegria a indumentária e ao ambiente, estimulando a criatividade e identidade de cada uma e ajudando-as em sua recuperação, através da promoção de atividades que favoreçam sua individualidade.

1.2.1 Objetivos Específicosa. Apresentar a proposta de atuação do grupo Consultoras da Alegria através de Oficinas de

Customização para as crianças internadas no Hospital Infantil Santa Catarina;b. Realizar parcerias com empresas de confecção para a doação dos rejeitos de materiais

descartados que possam ser reaproveitados na atividade de customização;c. Promover a divulgação para o aumento do Grupo de Voluntárias na realização de trabalho

voluntário de consultoria.

1.3 JustificativaO fato de as crianças já não estarem em seu convívio natural e do ambiente ser pesado e cansativo

faz com que elas fiquem mais deprimidas, muitas vezes retardando seu processo de recuperação. A falta de interação faz com que elas deixem seu instinto divertido e espontâneo de lado, sendo

essencial para uma criança ter momentos em que possa desenvolver sua capacidade e criatividade, expressando por meio deste como se sente, as coisas das quais gosta, ou não, construindo assim também seu caráter, e expondo a sua individualidade.

A customização das roupas além de possibilitar à criança expressar seu eu, também a desprenderia da seriedade do ambiente hospitalar e esta interação pode fazer muito bem para sua melhora, assim como em outros tipos de atividades realizadas dentro de hospitais, que comprovadamente servem como auxílio na recuperação destes internos. Não só no ato da confecção, em longo prazo, pois a inserção de novos elementos e cores dará leveza ao lugar. Acreditamos que o ato de brincar com cores e tecidos poderá funcionar como uma válvula de escape, proporcionando alívio à criança. Ao invés de só vivenciar uma experiência traumática com relação aos cuidados médicos, ela terá a chance também de tratar a própria angústia e ser o agente desta ação.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ato de customizar consiste em transformar algo a princípio não atraente em algo novo e interessante. Tal técnica requer apenas que se tenha criatividade e coragem para inovar, característica facilmente encontrada nas crianças.

Como muito bem coloca Sabino (2006, p.211):

Customizar: verbo utilizado largamente no vocabulário da moda a partir do final dos anos 90, referindo-se à adaptação ou modificação de peças do vestuário segundo o gosto do cliente... A customização, ato de customizar, pode ser feita pela própria pessoa que, por meio de bordados, aplicações, recortes ou enfeites, individualiza o seu traje.

Outra característica muito forte no mundo infantil é a utilização de uma profusão de cores, seja em suas roupas, brinquedos ou programas de televisão que assistem e, nelas, as cores têm tanto impacto como em qualquer adulto. Percebemos facilmente a influência das cores em momentos variados de nossas vidas, quando, por exemplo, no verão ou em dias de sol, em momentos em que as pessoas estão mais dispostas a usarem cores vibrantes e isso as estimula e torna seus dias mais alegres e prazerosos. Em dias chuvosos de inverno, ao contrário, as pessoas tendem a usar trajes mais sóbrios e a estação torna-se morosa, deprimida.

Segundo Luire (1997): “Psicólogos descobriram que o simples fato de olhar cores diferentes altera pressão sanguínea, a pulsação e o ritmo respiratório exatamente como quando ouvimos um ruído estridente ou um acorde harmonioso”.

A cor talvez seja a força mais poderosa na comunicação: alguns segundos após o encontro com alguém se nota a mudança de astral de acordo com sua vestimenta.

Os sentimentos podem mudar através das sensações emitidas por meio das cores. Um ambiente antes triste e desanimador pode tornar-se um ambiente alegre e empolgante. O mesmo ocorre de forma inversa. De acordo com Fischer-Mirkin (2001) “a cor pode influenciar os hormônios, a pressão sanguínea e a temperatura do corpo de quem a vê, tendo o poder de estimular ou deprimir, atrair ou repelir”.

O fato de podermos escolher as roupas que vestimos em nosso cotidiano faz com que nos sintamos leves e providos de livre arbítrio. Apesar de as crianças muitas vezes terem a influência de seus pais para essas escolhas, em ambiente hospitalar como com qualquer pessoa nesta situação, elas são cerceadas do direito de escolha do vestir o que as torna iguais umas perante as outras. Segundo Lurie (1997, p.199):

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Quando somos internados, ou vamos ao hospital para um exame clínico, nossas roupas são retiradas e substituídas por uma veste apagada, sem forma e inconsistente, que se fecha ineficazmente nas costas com tiras ou colchetes, como uma bata de bebê. Desse modo, somos privados simultaneamente da identidade, em termos de vestuário, que escolhemos (na linguagem das roupas, impossibilitando de falar) e transformados em uma criatura seminua, impotente e inarticulada, incapaz até mesmo de se vestir sozinha.

Outros projetos sociais que também lidam com crianças hospitalizadas têm o palhaço como seu protagonista, um deles é o Projeto Doutores da Alegria, fazendo a utilização desta figura justamente por ele ser divertido e colorido. É comprovado através de pesquisas que o trabalho realizado pelos Doutores da Alegria auxilia muito na recuperação das crianças hospitalizadas que recebem suas visitas. Estas crianças apresentam melhora, pois passam a alimentar-se melhor, tornam-se mais colaborativas com os profissionais de saúde, aceitam melhor os exames e procedimentos médicos, ficam cada vez mais ativas e à vontade no ambiente hospitalar, ajudando assim em sua melhora.

Tais informações são facilmente encontradas no site do projeto Doutores da Alegria:

O impacto desta atuação é pesquisado desde 1993. Nessa trajetória de pesquisa, vários indicadores de resultado da atuação artística nos hospitais foram levantados junto a profissionais de saúde, crianças e seus familiares. Aprofundar a compreensão desses indicadores contribui para nosso desenvolvimento e apóia o planejamento de nossas futuras ações (BRANDÃO, 2012).

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

A personalização das roupas hospitalares para crianças se dará através de doações de materiais rejeitados por empresas do ramo de confecção de Criciúma, sendo a cidade um dos pólos mais fortes da região sul de Santa Catarina, onde se encontra o hospital infantil em questão.

Será aproveitada a maior variedade possível de materiais que possam ser utilizados com crianças, bem como; retalhos, viés, velcro, botões, cola para tecido, aplicações, fitas e gorgurões entre outros. Tal procedimento ocorrerá através de oficinas implantadas no próprio hospital, acompanhado por trabalho voluntário. Os voluntários terão a responsabilidade de incentivar e auxiliar as crianças para que não ocorra nenhuma eventualidade, já que a customização será feita por crianças da faixa etária entre 03 a 12 anos de idade. O cronograma de desenvolvimento será feito da seguinte forma: a oficina de customização funcionará três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas, das 13:00 às 19:00 horas, e as crianças participarão conforme a sua disponibilidade no tratamento. Como a oficina terá a duração de seis horas, os voluntários terão horários alternados.

Através da interação entre as crianças hospitalizadas, com os voluntários e com os materiais disponibilizados pelas empresas de confecção, objetiva-se estimular as crianças a reencontrarem sua personalidade, fazendo-as sentirem-se melhor em um contexto desestimulante que é o ambiente hospitalar e levando-as a uma recuperação mais rápida.

3.1 Custos do ProjetoA implantação do Projeto não terá custos, pois contará com doações de materiais que

são descartados por empresas de confecção, além de voluntários para o auxílio e suporte do desenvolvimento de oficinas para as crianças.

3.2 Resultados Obtidos e/ou EsperadosConsiderando-se que as crianças estão em um ambiente muitas vezes pesado e sombrio, que é o

ambiente hospitalar, tem-se a expectativa de amenizar, colorir e melhorar sua estada incentivando sua individualização, fazendo uma ponte entre o seu mundo e o mundo em que se encontram, minimizando o sofrimento delas e acreditando em uma recuperação mais rápida e conseqüentemente abrindo espaço para outras crianças que precisam de tratamento. Sem contar com a possibilidade de evitar que sobras de tecidos e aviamentos rejeitados pelas empresas cheguem de maneira errada ao meio ambiente.

4 CONCLUSÃO

É de conhecimento geral que no Brasil temos um grande problema de infraestrutura hospitalar pública, deixando assim precárias as necessidades dos doentes. Tratando-se de crianças deve-se ter um cuidado ainda maior, pois o ambiente hospitalar pode ser traumático para formação psicológica, pois é nesta fase da vida que o ser humano se descobre.

Usando da grande disponibilidade de materiais a serem rejeitados por empresas têxteis, une-se o útil ao muito agradável, tanto para as empresas que descartam o que elas não precisam mais, como para as crianças que se beneficiam do projeto.

Durante a construção do projeto, o grupo sentiu grande dificuldade em entrar em contato com o Hospital Infantil Santa Catarina para esclarecer algumas dúvidas necessárias para o desenvolvimento do trabalho.

O parecer recebido do hospital, através do setor psicológico, foi no sentido de que o projeto seria muito eficiente. Ele foi encaminhado para a análise dos responsáveis e um encontro para maiores esclarecimentos foi solicitado para dentre várias questões práticas, discutir a viabilidade da implantação do projeto no referido hospital.

Este projeto mostrou que sem custo algum se pode levar alegria e uma melhora significativa às crianças hospitalizadas, por meio de uma ação simples e criativa, desempenhando nosso papel enquanto cidadãos e contribuindo para a vivência em um mundo mais humano e solidário.

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REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Daniel. Avaliação do resultado do trabalho dos Doutores da Alegria em hospitais. Disponível em: <http://www.doutoresdaalegria.org.br/wp-content/uploads/2012/04/Pesquisa_sobre_o_trabalho_dos_Doutores_da_Alegria_nos_hospitais.pdf>. Acesso em 28 jul.2012.

FISCHER-MIRKIN, Toby. O código de vestir. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.

LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

SABINO, Marco. Dicionário da Moda. São Paulo: Campus, 2006.

RESUMO

O óleo de cozinha usado tem sido um dos vilões do meio ambiente, por seu descarte ser realizado muitas vezes de maneira incorreta, sendo jogado diretamente na pia, e consecutivamente, indo para o esgoto que por sua vez, pode vir a ser lançado nos rios, poluindo o meio ambiente, já que muitas cidades não possuem saneamento básico eficiente. O óleo não sendo biodegradável fica na superfície da água, impossibilitando a oxigenação e limitando a biodiversidade. Analisando esta situação, o óleo de cozinha usado pode ser arrecadado e utilizado como matéria-prima na fabricação do sabão, o qual leva o nome de “Sabão Ecológico Solidário”, sendo uma forma sustentável de reutilização do óleo, possibilitando que mensalmente seja destinado a instituições sociais. Esse projeto tem como parceiro principal o Supermercado Máximo, que tem inovado em sua proposta de sustentabilidade, sendo ponto de coleta de óleo usado e auxiliando também na doação mensal dos ingredientes para a produção do sabão, como: soda cáustica, álcool e detergente.

Palavras-Chave: Ecológico. sustentável. solidário.

1 INTRODUÇÃO

A execução do projeto “Sabão Ecológico Solidário” tende a unir duas vertentes, a sustentabilidade e a responsabilidade social. O óleo arrecadado, que antes era descartado incorretamente poluindo assim o meio ambiente, além de não prejudicar a natureza, será reaproveitado de forma alternativa como matéria-prima do sabão. Por meio deste sabão estará sendo feita a conscientização do descarte

Cristiane Lourdes SoaresJorge Henrique BurgelJuliana Ferreira de Souza TonialLetícia Signori KohlORIENTADORA:Daiane dos Santos Peinado

SABÃO ECOLÓGICO SOLIDÁRIO

2º Lugar - Formação Inicial e ContinuadaXanxerê

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correto dos produtos utilizados em nosso dia a dia, e o auxílio a instituições sociais, que efetuam um importante trabalho em nossa sociedade.

1.1 Caracterização do ProblemaO descarte incorreto de materiais é uma ação, às vezes até cultural, feita durante centenas de

anos, que tomou proporções gigantescas e efeitos devastadores. O óleo de cozinha é um material presente na rotina de toda a sociedade, que pela comodidade, facilidade e opções de uso na vida atual, demonstra ativamente o aumento no consumo e por consequência seu descarte incorreto. Mas o prejuízo que causa é enorme, ao ser lançado nas tubulações de esgoto além de entupir as mesmas, ao entrar em contato com a água ou solo o óleo os polui de imediato, comprometendo, e muitas vezes até, destruindo a biodiversidade que ali se encontra.

1.2 Objetivos e Metas f Arrecadar o óleo de cozinha usado, destinando-o corretamente; f Mobilizar e conscientizar a sociedade sobre a importância desta atitude; f Mediante a arrecadação do óleo, a confecção do “Sabão Ecológico Solidário” será realizada. Além de auxiliar instituições sociais com a doação do sabão, pois sabemos da difícil realidade enfrentada pelas crianças destas entidades, como casas de acolhimento (local onde os menores ficam provisoriamente quando são afastados da família) e CESEX’s (Centro Sócio Educativo de Xanxerê), também na entrega do sabão serão visitadas estas crianças e realizadas atividades recreativas.

1.3 Justificativa Segundo a pesquisa Alberici & Pontes (2003):

O óleo de cozinha é altamente poluente. Cada litro derramado na pia, além de danificar a instalação hidráulica, é suficiente para poluir até um milhão de litros de água. O prejuízo vai além, jogado na natureza o óleo utilizado em frituras pela dona de casa provoca a morte de peixes e desequilibra o ecossistema. Para descontaminar a água, o custo é alto - cerca de %20 do tratamento do esgoto.

Portanto a reciclagem em forma de sabão é uma ótima alternativa, para reduzir esses efeitos negativos. A Codeca – Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul tem um projeto semelhante.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A reciclagem e reutilização de produtos possuem aspectos importantes, sociais, para a conscientização ambiental e também econômica. A reciclagem é um meio de gerenciamento muito atrativo para o “lixo”. Segundo Mano “embora tenha várias vantagens, dentre as quais a preservação do meio ambiente, esta prática raramente é utilizada em nosso país.” (MANO, 2005)

A cultura atual é de que tudo aquilo que já usufruímos ou que não nos agrada mais deve ser descartado, mas este descarte diversas vezes é algo tão automático que não se pensa na possibilidade do seu reuso de uma forma atrativa para si e para o meio ambiente. Segundo Mueller , 2005:

O ciclo dos produtos na cadeia comercial não termina quando, após serem usados pelos consumidores, são descartados. Há muito se fala em reciclagem e reaproveitamento dos materiais utilizados. Esta questão se tornou foco no meio empresarial, e vários fatores cada vez mais as destacam, estimulando a responsabilidade da empresa sobre o fim da vida de seu produto. Numa visão ecológica, as empresas pensam com seriedade em um cliente preocupado com seus descartes, sendo estes sempre vistos como uma agressão à natureza. Desta forma surge uma Logística Verde baseada nos conceitos da Logística Reversa do Pós-consumo.

A Logística Verde dos produtos cada vez mais vem instigando o interesse de pessoas e empresas, as quais veem na reutilização uma forma alternativa e lucrativa. Segundo Mueller, existem sete razões para o interesse:

Principais razões que levam as empresas a atuarem em Logística Reversa:1) Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário; 2) benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo; 3) a crescente conscientização ambiental dos consumidores; 4) Razões competitivas – Diferenciação por serviço; 5) limpeza do canal de distribuição; 6) proteção de Margem de Lucro; 7) recaptura de valor e recuperação de ativos. (MUELLER, 2005)

Com o passar dos anos, a vida do homem apresentou diversas transformações, inclusive no âmbito alimentar. Com as alterações dos hábitos alimentares fora e dentro de casa, aumentou-se o consumo do óleo na dieta, para produção de alimentos fritos e que consequentemente gerou resíduo que pode vir a ser descartado nos esgotos e no solo, causando danos ao meio ambiente:

Segundo Neves (2007):

O óleo de cozinha é altamente prejudicial ao meio ambiente e quando jogado na pia (rede de esgoto) causa entupimentos, havendo a necessidade do uso de produtos químicos tóxicos para a solução do problema. Muitos bares, restaurantes, hotéis e residências ainda têm jogado o óleo utilizado na cozinha na rede de esgoto, desconhecendo os prejuízos que isso causa. Jogar o óleo na pia, em terrenos baldios ou no lixo acarreta três fins desastrosos a esse óleo:Permanece retido no encanamento, causando entupimento das tubulações se não for separado por uma estação de tratamento e saneamento básico;Se não houver um sistema de tratamento de esgoto, acaba se espalhando na superfície dos rios e das represas, causando danos à fauna aquática;Fica no solo, impermeabilizando-o e contribuindo com enchentes, ou entra em decomposição, soltando gás metano durante esse processo, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa. Não jogar óleo em Fontes de água, na rede de esgoto ou no solo é uma questão de cidadania e por isso deve ser incentivada.

Cada litro de óleo de cozinha é suficiente para poluir até um milhão de litros de água. Além disso, como o óleo é mais leve que a água, fica na superfície, criando um empecilho que dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, comprometendo os seres vivos aquáticos. (CALDERONI, 2003).

O sabão feito a partir deste óleo de cozinha usado, além de contribuir para o meio ambiente é de baixo custo e de fácil acesso, trazendo consigo uma economia ecológica.

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Segundo Amazonas (2001):

Economia Ecológica é um campo disciplinar ainda relativamente bastante novo, que vem encontrado um desenvolvimento bastante rápido e intenso, abrindo vários caminhos de investigação e buscando amadurecer e consolidar sua estrutura analítica teórica e seus instrumentos e ferramentas. Contudo, este é um esforço que demanda ainda muito trabalho e cooperação daqueles que, não apenas na comunidade acadêmica, mas também nas instituições gestoras de políticas, nas organizações não governamentais e no meio empresarial, nos níveis local, regional, nacional e internacional, dediquem-se à busca de uma equação de sustentabilidade no desenvolvimento econômico com o meio ambiente.

Hoje, o mundo se preocupa com a questão ambiental e partindo dessa premissa torna-se necessária a implementação de projetos que visem à educação ambiental.

Segundo JACOBI (2003):

Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet, a educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável.

O projeto “Sabão Ecológico Solidário” permite a conscientização, preservação, e a reutilização em prol do meio ambiente, e no âmbito social à solidariedade com instituições sociais.

3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

Cientes de que diversas vezes o óleo de cozinha usado é descartado de maneira incorreta e dos malefícios que causa ao meio ambiente, formulamos a proposta de arrecadação do óleo para a confecção do sabão, evitando desta forma que este seja lançado na natureza, ao reutilizá-lo de um modo sustentável. Diante disso, constituímos uma parceria com o Supermercado Máximo, o qual havia lançado seu projeto de sustentabilidade, denominado “Viva Bem”. O supermercado é ponto de coleta para o óleo usado e também contribui mensalmente com os insumos para a fabricação do sabão.

Todo mês o óleo arrecadado é recolhido e nesta mesma ocasião o Supermercado Máximo entrega os insumos. Para cada receita de sabão é utilizado 1 (um) kg de soda cáustica em escama, 500 (quinhentos) miligramas de detergente, 3 (três) litros de álcool líquido, 2 (dois) litros de água fria e 6 (seis) litros de óleo usado. Sendo que são feitas quatro receitas mensais, rendendo em média 45 pedaços grandes de sabões cada uma. Eles são destinados a instituições sociais. Na entrega são realizadas atividades recreativas com as crianças visando também à formação de uma consciência ambiental.

O projeto recebe o nome de “Sabão Ecológico Solidário” por sua contribuição ao meio ambiente e seu auxílio social.

3.1. Custos do Projeto Mensalmente são feitas quatro receitas do sabão, totalizando um custo médio de R$86,20

(oitenta e seis reais e vinte centavos); o valor é subsidiado pelo Supermercado Máximo.

Itens a serem financiados (mensalmente) Valor

Unitário (R$)Valor

Total (R$)Fonte

ViabilizadoraEspecificações Quantidade

Soda Cáustica Detergente de louçaÁlcool líquido

040412

R$ 10,90R$ 1,20R$ 3,20

R$ 43,00R$ 4,80R$ 38,40

Supermercado Máximo

Total Geral R$ R$ 86,20

Tendo em vista o apoio que o projeto recebeu da comunidade, mesmo que a parceria com o Supermercado Máximo fosse encerrada, o projeto teria plenas condições de continuar em funcionamento, por seu custo relativamente baixo e havendo ainda a possibilidade de constituir novas parcerias.

3.2. Resultados obtidos e/ou esperados

Os resultados esperados, vão além da fabricação de sabão e sim em exercer a cidadania de forma prática. Conscientizar a sociedade do descarte correto do óleo de cozinha usado, e também todos os materiais utilizados diariamente. Construir aos poucos uma sociedade sustentável, explorando cada vez mais as possibilidades de reutilização dos produtos após seu uso e ao mesmo tempo unir a responsabilidade com a preservação do meio ambiente e com a responsabilidade social, auxiliando instituições como CESEX’s (Centro Sócio Educativo de Xanxerê) e casas de acolhimento com a doação deste sabão e a realização das atividades recreativas, contribuindo para a formação da consciência ambiental e social das crianças, que receberão a visita e doação mensal do “Sabão Ecológico Solidário”. O projeto foi amplamente divulgando na mídia local.

4. CONCLUSÃO Sabendo da necessidade cada vez maior de preservar o meio ambiente e cientes de que

vivemos em uma sociedade consumista, é necessário associar estas realidades à tentativa de construir uma comunidade sustentável. Diante dessa oportunidade, constituímos o projeto “Sabão Ecológico Solidário”, conhecendo a realidade que o consumo de produtos feitos com óleo aumenta cada vez mais e sabendo dos prejuízos que este causa à natureza. O projeto arrecadou juntamente com o Supermercado Máximo e o reutilizou em forma de sabão, destinando o mesmo a instituições sociais, conscientizando os consumidores e as crianças das entidades auxiliares para a reutilização dos produtos (antes descartados) e o descarte correto de cada material. Instigando também empresas a novas ações de cunho ambiental.

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REFERÊNCIAS

ALBERICI, R. M.; PONTES, F. F. F. Reciclagem de óleo comestível usado através da fabricação de sabão. Espírito Santo do Pinhal: Engenharia Ambiental, 2003.

BREDARIOL, C.; VIEIRA, L. Cidadania Ambiental. Rio de Janeiro: Record, 1998.

CALDERONI, S. Os Milhões Perdidos no Lixo. São Paulo: Humanistas, 2003.

CODECA. Projetos de Conscientização, Uso do Óleo. Disponível em <http://www.codeca.com.br/servicos_projetos_recicle_o_oleo.php>. Acesso em: 19 jul. 2012.

JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Caderno de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, mar. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf>. Acesso em: 18 set. 2012.

MANO, E. B. Meio Ambiente, Poluição e Reciclagem. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

MUELLER, Carla Fernanda. Logística reversa meio-ambiente e produtividade. Disponível em: <http://empresaresponsavel.com/aulas/logistica_texto_meioambiente.pdf >. Acesso em: 18 set. 2012.

NEVES, Ana Cristina. Como funciona a reciclagem do óleo de cozinha. Disponível em: < http://ambiente.hsw.uol.com.br/reciclagem-oleo-cozinha1.htm >. Acesso em: 18 set. de 2012.

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma situação observada em uma empresa frigorífica no município de Chapecó-SC, onde resíduos contendo sangue, provenientes do transporte de matéria-prima de origem animal in natura para industrialização, escoam dos caminhões com câmara fria, para o pátio e dependências da mesma, durante o percurso até seu destino. O derramamento destes resíduos pode contaminar alimentos e o meio ambiente, atrair insetos e larvas, facilitar a multiplicação de bactérias e fungos, muitas vezes patogênicos, comprometendo o bem-estar das pessoas que circulam pelo local. Em decorrência desta observação surgiu a ideia de se colocar um coletor de resíduos nos referidos caminhões, para que sejam despejados em lugar adequado, eliminando vetores transmissores de doenças e contaminação ambiental, melhorando a aparência e higiene dos pátios da empresa e consequentemente proporcionar bem-estar e conforto aos funcionários. Além do mau odor, o sangue em putrefação, libera gases que contribuem para o efeito estufa como o gás sulfídrico e o gás metano.

Palavras-chave: Resíduos. Sangue. Caminhões com Câmara Fria. Doenças. Contaminação. Meio Ambiente. Prevenção

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que contaminantes microbiológicos representam um sério problema à saúde. O sangue, rico em nutrientes, é um excelente meio de cultura para o desenvolvimento de micro-organismos, muitas vezes causadores de doenças. Devido ao alto poder de putrefação, o sangue atrai insetos,

Érika Aline ZaninKauê Junior Fortes GiovanettiSimone LiraAlisson Felipe Pedra HumeORIENTADORA:Jacqueline Bayer Foresti

PLANO DE MELHORIA NO TRANSPORTE POR CÂMARA FRIA

3º Lugar - Formação Inicial e ContinuadaChapecó

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vermes, roedores e aves, que podem ser responsáveis pela transmissão de doenças. Como medida preventiva, é importante eliminar situações desfavoráveis, como o derramamento de sangue no meio ambiente, a partir de caminhões transportadores de matéria-prima de origem animal. O resíduo despejado no meio ambiente também causa prejuízos estéticos e ambientais.

1.1 Caracterização do Problema A partir de observações feitas em uma indústria frigorífica de Chapecó-SC, propõe-se a colocação

de um coletor de resíduos nos caminhões com câmara fria, que transportam matéria-prima de origem animal, devido ao escoamento de resíduos de sangue no pátio e demais dependências da empresa, através da abertura de um registro existente nos mesmos.

1.2 Objetivos e Metas

1.2.1 Objetivo Geral Implantar um coletor de sangue em caminhões frigoríficos a fim de reduzir a contaminação de

produtos e meio ambiente.

1.2.2 Objetivos Específicos f Melhorar a higienização do pátio da empresa; f Extinguir o mau cheiro; f Promover o bem estar dos funcionários; f Prevenir a contaminação do solo e o efeito estufa; Prevenir o surgimento de vetores transmissores de doenças e micro-organismos patogênicos.

1.2.3 Metas Implantar o coletor de resíduos em todos os caminhões com câmara fria da empresa em questão.

1.3 Justificativa Os resíduos com sangue, derramados pelos caminhões frigoríficos, desagradam os funcionários,

gerando desconforto, mal-estar e prejudicando o desenvolvimento de suas atividades laborais. A matéria orgânica em contato com a atmosfera emite gases que contribuem para o efeito estufa e aquecimento global. O prejuízo à saúde se deve ao comprometimento da higiene local, facilitando a proliferação de agentes infecciosos decorrentes da putrefação do sangue, à atração de animais transmissores de doenças e à contaminação de alimentos em qualquer etapa do processo de fabricação.

Os contaminantes podem ser de origem física, química e biológica, mas neste caso os danos devem-se principalmente aos biológicos, como insetos, larvas, protozoários, parasitas, bactérias e toxinas. Caso a ingestão de um produto contaminado comprometa a saúde do consumidor, o mesmo poderá acionar judicialmente a empresa, denegrindo sua imagem e muitas vezes condenando-a ao pagamento de grandes somas de dinheiro em indenizações.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O sangue suíno possui em sua composição cerca de 80% de água, 18,5% de proteína, 0,15% de gordura, 0,07% de carboidratos e 0,86% de minerais (PISKE, 1982). Em algumas empresas, o sangue proveniente do abate de animais é reaproveitado na fabricação de subprodutos comercializáveis, como por exemplo, as rações, aumentando os lucros ou é descartado em um curso d’água, após tratamento adequado. Muitas empresas frigoríficas considerando alto o custo do tratamento de resíduos ou temendo pela sobrecarga de suas estações de tratamento, acabam por descartar o sangue inadequadamente, contaminando os recursos hídricos e o solo. Poucos países, incluindo o Brasil fazem o reaproveitamento.

O sangue proveniente do transporte da matéria-prima animal, não pode ser utilizado industrialmente. Na referida empresa, o mesmo é recolhido e levado até a lagoa de tratamento, por empresas terceirizadas. O problema é o vazamento dos resíduos deste sangue, que permanece nos caminhões e escoa pelo ambiente através da abertura dos registros dos caminhões. O sangue que é recolhido dentro da fábrica, quando os contentores são lavados, escoa pelo ralo e chega até o tratamento de efluentes.

2.1 Contaminantes As moscas são artrópodes, cujo ciclo reprodutivo dura em torno de 15 dias, entre o amadurecimento

dos ovos dentro da fêmea e a metamorfose da larva em mosca. São importantes transmissoras de doenças, como a cólera, pois pousam em fezes ou lixo, carregando a bactéria para os alimentos. Os animais produtores de carnes, bem como seu sangue, são considerados importantes reservatórios de micro-organismos patogênicos, dos quais os principais são: Salmonella sp, Escherichia coli, Yersínia enterocolítica, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Cl. botulinum, Bacillusanthracis, Mycobacterium bovis, Brucellaabortusbovis, B. suis e B. melitensis. (LOUREDO, 2012) A toxina existente na bactéria Clostridium botulinum é a causadora do botulismo, grave doença causada pela ingestão de alimentos contaminados, afetando o sistema nervoso central, podendo levar à morte.

Os roedores também são atraídos pela matéria orgânica, transmitindo doenças por meio de pelos, fezes, urina e mordidas. A urina dos ratos transmite a leptospirose, doença causada pela bactéria Leptospirae, que penetra na pele, principalmente se estiver ferida.

O acúmulo de matéria orgânica putrescível implica no incremento dos níveis de riscos laborais, ambientais e de saúde pública, uma vez que possibilitam contaminações cruzadas, através da proximidade de materiais destinados ao consumo humano com matéria orgânica em decomposição ou pelo contato direto entre funcionários e consumidores, causando doenças na comunidade.

2.2 Transporte Os meios de transporte dão diferentes destinos aos produtos, podendo ser responsáveis pela

contaminação de alimentos, principalmente os “in natura”. Os alimentos podem ser contaminados no local de origem, durante a estocagem, transporte ou manipulação, por esporos, fungos e insetos, tornando-os impróprios para o consumo. De todos os micro-organismos, as bactérias são as que mais contribuem para a contaminação de alimentos, atuando sob diferentes faixas de temperaturas e de pH (Potencial de hidrogênio).

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2.3 Contaminação do Meio Ambiente O gás carbônico liberado a partir da matéria orgânica em decomposição tem relação com o efeito

estufa, prejudicando a camada de ozônio. A maioria dos gases nocivos à atmosfera é proveniente de atividades antrópicas, sendo 60% de gás carbônico, 15% de metano, 12% de clorofluorcarboneto, 8% ozônio, 5% de óxido nitroso. O vapor de água, os gases de nitrogênio, o oxigênio e os gases ricos em carbono absorvem o calor refletido pela superfície do planeta, fazendo com que a temperatura média na atmosfera seja de 15ºC, sendo que, sem o efeito, ficaria em torno de -17ºC. (CUNHA, 2007)

A emissão de gás carbônico, pelo sangue do animal abatido, em contato com o solo é 20% maior que a emitida por alguns combustíveis, como a gasolina. Os efluentes industriais, para onde vai o sangue proveniente do abate são responsáveis por 2,27% da emissão de dióxido de carbono. A responsabilidade social das indústrias, ao destinar corretamente seus resíduos a fim de reduzir os danos ambientais é largamente discutida, mas infelizmente, muitas não fazem sua parte.

Algumas empresas perceberam que cuidar do meio ambiente pode ser bastante lucrativo, através do comércio de subprodutos do abate, do desenvolvimento de processos com tecnologias mais limpas, fabricação de produtos com baixo impacto ambiental e conscientização do consumidor, tornando-se mais competitivas.

O ART 3º, da lei federal de nº 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, no Inciso I diz que: “Meio ambiente, é o conjunto de condições, leis, influências e intervenções de ordem física, química e biológica que permite abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Diário Oficial da União, 1981).

Além do ar contaminado, pelos gases produzidos e do solo, as águas também podem ser afetadas pelo sangue derramado no meio ambiente, pois este pode contaminar as águas subterrâneas, tornando-as impróprias para consumo. O sangue coletado nas fábricas e caminhões é direcionado até a estação de tratamento de efluentes (ETE), antes de serem despejados nos rios. A forma de tratamento dos efluentes faz toda a diferença, pois captamos, consumimos e utilizamos a água dos rios, inclusive para a lavagem de equipamentos e dependências de indústrias. Os efluentes, quando maltratados, podem conter alta concentração de micro-organismos patogênicos, substâncias cancerígenas, compostos tóxicos, entre outros.

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

A partir da observação de processos, percebemos o escoamento de certa quantidade de sangue dos caminhões que transportavam matéria-prima de origem animal para industrialização, sujando as dependências e pátios da empresa. A solução encontrada pelo grupo, a partir de pesquisas e questionamentos feitos aos funcionários, foi a instalação de um dispositivo nos caminhões com câmaras frias, para a coleta do sangue antes que fosse derramado no meio ambiente.

3.1 Custos do Projeto O coletor de resíduos, com capacidade para 70 litros, mede 46 cm de largura, 24 cm de altura e

76 cm de comprimento e possui um custo unitário de R$ 780,00, valor considerado aceitável pelo seu custo-benefício. Após a aprovação e implantação do projeto piloto nos caminhões, o tempo para montagem e instalação de cada equipamento é de aproximadamente oito horas e o tempo estimado para a implantação em todos os caminhões, é de sete meses. O custo total do projeto

variará de acordo com o número de caminhões no momento da implantação. Atualmente, toda a frota é terceirizada, totalizando 500 caminhões. O custo total para a instalação do coletor em todos os veículos com câmara será de R$ 390.000,00, valor que poderá ser negociado e dividido entre a prestadora do serviço e a empresa em questão, sendo que cada uma arcaria com um total de R$ 195.000,00.

3.2 Resultados Obtidos e/ou Esperados f Melhoria na aparência do pátio da empresa; f Extinção do mau cheiro; f Prevenção de doenças em colaboradores e consumidores; f Aumento de qualidade dos produtos; f Preservação ambiental.

4 CONCLUSÃO

A implantação de coletores de resíduos de sangue em toda a frota de caminhões com câmara fria beneficiará a empresa, melhorando sua certificação e a qualidade dos produtos, o bem-estar dos funcionários em relação à estética, higiene e odor do local de trabalho, a satisfação dos clientes com a redução dos riscos de contaminação biológica através de moscas e outros vetores, bem como de ações legais movidas pelos consumidores e as consequentes indenizações. Além disso, a empresa ganhará pontos em relação à concorrência, uma vez que muitas delas ainda veem as questões ambientais como custo adicional e não como investimento em sustentabilidade, embora tenha se tornado mais comum à cooperação entre os órgãos de gestão ambiental, grupos ambientais e administradores de empresas, pois a sociedade tornou-se mais atenta ao comportamento empresarial no que diz respeito à preservação ambiental.

A implantação e o sucesso da ação dependerão, respectivamente, da aprovação por parte da empresa e da limpeza adequada dos coletores instalados. A falta de higienização, além de não prevenir a contaminação, faz com que sejam responsáveis pelo aumento da mesma, inutilizando a matéria-prima, acarretando prejuízos financeiros, ambientais e de saúde pública.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Guia de alimentos e vigilância sanitária. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/guia_alimentos_vigilancia_sanitaria.pdf>. Acesso em: 16 maio 2012.

BRILHANTE, O. M. et al. Gestão e avaliação de risco e saúde ambiental. (S.L.): FIOCRUZ, 1999. CONTAMINAÇÃO. Disponível em: <http://refeitoriohaccp.web.simplesnet.pt/dircont.htm>. Acesso em: 16 maio 2012.

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CUNHA, Sandra Batista da ; TEIXEIRA, Antônio José. A questão ambiental: diferentes abordagens. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

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GERMANO, Pedro Manuel Leal. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. São Paulo: Valela, 2001.KUMAR, V. et al. Patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

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PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação ambiental e sustentabilidade. São Paulo: Manole, 2005.

ROMEIRO, Ademar Ribeiro (org.). Avaliação e contabilização de impactos ambientais. Campinas: Unicamp, 2004.

SILVA, Luís César. Controle de roedores em unidades armazenadoras. Disponível em: <http://www.agais.com/roedores.htm>. Acesso em: 26 jul. 2012.

PISKE, D. Aproveitamento de sangue de abate para alimentação humana. Boletim do Ital., v. 19, n. 3, p. 253-308, 1982.

RESUMO

A obesidade é uma epidemia mundial, um problema de saúde pública, pois da ori-gem a várias doenças, que podem ter seu início ainda nos primeiros anos de vida, como: aterosclerose, hipertensão, elevação do colesterol, diabetes, entre outras, que podem ser evitadas ainda na infância. Este projeto tem o objetivo de mini-mizar ou evitar essas doenças, despertando o interesse das crianças, bem como de suas famílias e professores, para promover uma alimentação balanceada. Para isto, propusemos a implantação de uma horta no CEMEI, (Centro de Educação Infantil) Professora Eneida Fagundes da Silva, de União da Vitória, PR, utilizando como adubo restos de alimentos, um sistema criado pelo site “A Horta da formiga.com”, chamado de compostor, uma caixa de madeira, onde seriam depositados os materiais orgânicos (restos de comida) recolhidos no CEMEI, e se necessário da casadosalunos. A comunidade escolar, pais, professores e alunos devem colaborar na implantação e manutenção.

Palavra-Chave: Horta. CEMEI. Alimentação Saudável.

1 INTRODUÇÃO

Para o crescimento e o desenvolvimento de todas as crianças a alimentação e a nutrição são requisitos essenciais, que devem ser tratados com muito cuidado por pais e educadores. Para que isso ocorra é preciso uma variedade de alimentos saudáveis, seguros e de boa qualidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma maneira muito eficiente de promover a saúde é através da escola, isso porque ela lhe permite a mistura social, onde em um dos pontos

Indianara Xacia MarquesHelena Aparecida Kseniuk de MoraisSirlei DomianskiVanderlei WosneiORIENTADOR:Valter Augustinho de Oliveira

IMPLANTAÇÃO DE HORTA NO CEMEI PROFESSORA ENEIDA FAGUNDES DA SILVA DE UNIÃO DA VITÓRIA - PR

1º Lugar - Técnico de Nível MédioPorto União

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principais se dá o desenvolvimento como comunidade, e por assim o despertar social, uma ótima maneira de desenvolver trabalhos sociais nestes ambientes.

Este estudo foi voltado aos Centros de Educação Infantil, pois os primeiros anos de vida é uma fase importante para o desenvolvimento do indivíduo, onde estabelece hábitos alimentares que o leva para seu desenvolvimento. Na alimentação de crianças de 0 a 3 anos devem conter todos os nutrientes necessários para seu crescimento, segundo Farias Junior (2005). Estas crianças têm o direito a uma atenção especial pois uma má alimentação pode prejudicar o seu desenvolvimento, afetando a saúde na idade adulta.

O presente trabalho tem por finalidade produzir alimentos com maior qualidade sem produtos químicos e incentivar a comunidade escolar a aumentar o consumo destes, despertando o desejo pelo cultivo de alimentos mais saudáveis, proporcionando assim o contato com o meio ambiente.

Para o melhor aproveitamento deste projeto as pessoas envolvidas devem se apresentar com responsabilidade e compromisso, desde professores a alunos e pais, estes últimos quando possível, estando presentes na maioria das etapas e atividades desenvolvidas, desde a seleção, a manutenção até a colheita dos vegetais na horta.

1.1 Caracterização do ProblemaUm dos maiores problemas atuais, segundo o site “obesidade infantil, é o número de crianças

obesas no Brasil, que aumentou 5 vezes nos últimos 20 anos.Isto se deve aos maus hábitos alimentares, sedentarismo, apoiados por propagandas que nadam

em gordura saturada, açúcar e outros ingredientes nocivos, que além da obesidade acarretam outras doenças, como: aterosclerose (deposição de placas de gordura na parede dos vasos), hipertensão, elevação do colesterol, diabetes, dentre outras, que podem ter seu início ainda na infância.

Este projeto visa promover a implantação de uma horta, buscando a melhor qualidade na alimentação, utilizando como adubo restos de alimentos, reduzindo gastos e envolvendo a comunidade escolar.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo GeralA implantação de uma horta em um CEMEI no município de União da Vitória, PR, na tentativa

de produzir alimentos com maior qualidade e menos custos, incentivando as crianças a aumentar o consumo destes alimentos.

1.2.2 Objetivos Específicos f Despertar o interesse da comunidade escolar para o cultivo de horta e conhecimento do processo de germinação;

f Criar, na escola, uma área verde produtiva pela qual, todos se sintam responsáveis; f Conscientizar da necessidade de se alimentar com alimentos nutritivos; f Demonstrar que é essencial manter o equilíbrio do ambiente; f Interagir com a comunidade escolar na manutenção da horta;

1.2.3 Metas f Melhorar a qualidade da alimentação das crianças nas creches, com verduras, legumes e frutas cultivadas de maneira correta e natural;

f Integração da comunidade escolar, com a manutenção da horta; f Conscientização da necessidade de conservação dos recursos naturais.

1.3 JustificativaA busca pela qualidade de vida é um ponto muito procurado pelas pessoas. Muitas não sabem

que para alcançar a qualidade de vida devem mudar seus hábitos alimentares e praticar atividades físicas. Porém, deve ser lembrado que a última não substitui a primeira, e sim a primeira é o início para que a última alcance seus objetivos.

A alimentação correta e balanceada é o início do bem-estar do indivíduo, proporcionando-lhe força e capacidade para se desenvolver e cumprir com a rotina de seu dia a dia.

É de suma importância incentivar as crianças a se alimentarem corretamente; e para isso desenvolver técnicas de cultivos dentro dos centros de ensino infantil é uma maneira de despertá-la para o contato com a terra no preparo dos canteiros e a descoberta pelas diferentes formas de vida que possam ser encontradas ali, o encanto com as sementes que crescem e se desenvolvem como mágica, a prática diária do cultivo, regar, transplantar, limpar, espantar insetos, o exercício da paciência e esperança até que a natureza faça a sua parte com a transformação de pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conhecimento e a ação participativa na produção e no consumo principalmente de hortaliças - Fonte de vitaminas, sais minerais e fibras - despertam nos alunos mudanças em seu comportamento alimentar, atingindo toda a família, conforme relata Turano (1990). Sendo assim, o início da vida saudável é despertado a partir da alimentação correta, favorecida pela iniciativa de integrar alunos ao cultivo de seus alimentos, repassando os conhecimentos aprendidos para familiares e amigos.

Magalhães (2003) afirma que utilizar a horta escolar como estratégia, visando estimular o consumo de feijões, hortaliças e frutas, torna possível adequar a dieta das crianças.

As atividades a serem desenvolvidas na horta do CEMEI contam com a participação da comunidade escolar (diversos profissionais das unidades educativas, pais e pessoas da comunidade). Este trabalho coletivo fortalece a relação da comunidade com a escola, aproximando os envolvidos e desenvolvendo o senso de responsabilidade e de cooperação social na escola.

Segundo Morgado e Santos (2008 p.3):

(...) as unidades educativas, percebendo a importância da geração e gestão de seus resíduos sólidos, motivam-se para iniciar um processo educativo de gestão do resíduo sólido escolar, destinando-os corretamente aos vários caminhos (...)

A horta, além de contribuir para a merenda escolar, proporciona a aquisição de bons hábitos alimentares, estimulando o consumo de hortaliças e frutas.

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Podendo ainda resgatar hábitos regionais e locais, pois pode estimular a realização de pesquisa com as famílias e a comunidade a cerca dos nomes populares, valor medicinal e o uso destas plantas, juntamente com sua importância para o CEMEI em que está inserida.

Para o preparo e manutenção da horta devem-se utilizar materiais orgânicos que contribuem com o meio ambiente. Neste estudo podemos citar: restos de frutas, comidas, estercos de galinha, e ainda pode-se usar a compostagem.

Conforme afirmação no site www.hortadaformiga.com, o presente projeto esta sendo elaborado para a implantação da horta no Centro de Educação Infantil Professora Eneida Fagundes da Silva, situado na rua Cordovã Frederico de Mello, no bairro Panorama, União da Vitória – PR, envolvendo a comunidade escolar local (pais, professores, alunos entre outros), que conta com 126 crianças de 4 meses a 6 anos, e possui um amplo espaço sem utilização.

Canteiros do CMEI - Professora Eneida Fagundes da SilvaFonte: Próprios autores

A compostagem é um processo biológico em que os micro-organismos transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas, papel e restos de comida, num material semelhante ao solo a que se chama composto.

Este método executado no local poupa manejo e ainda beneficia o meio ambiente, pois se faz com os resíduos que poderiam de alguma forma não receber o seu destino final.

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

As atividades propostas envolvem a horta como plantio e colheita para o consumo final dos alunos, além da reciclagem de resíduos sólidos através da compostagem.

A Horta da formiga.com explica como preparar o compostor: 1º Um compostor é barato, faz-se com 4 paletes do mesmo tamanho, pregue 3 das paletes

pelos cantos e ponha dobradiças na última palete de modo a fazer uma porta. Pode arranjar uma tampa de pousar. Ele ficará como uma caixa!

Figura 1 CompostorFonte: Próprios autores

2º Colocar no fundo do recipiente uma camada de aproximadamente 20 cm de palha ou ramos cortados, de forma a permitir o arejamento e a saída de água.

3º A camada seguinte deverá ser constituída por restos da cozinha cortados em pedaços pequenos (para acelerar o processo de decomposição).

4º Os restos de comida devem ser misturados e ligeiramente cobertos com resíduos de jardim secos para evitar as moscas.

5º Nota: para que o processo corra bem e sem maus cheiros, é necessário ar, umidade e temperatura adequada.

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Depois de montar e ter adicionado os primeiros materiais ao compostor, pode continuar a adicionar materiais do seguinte modo:

Separar os materiais orgânicos na cozinha Fonte:www.hortadaformiga.com

Com uma forquilha ou pá, abrir um buraco no material que está no compostorFonte: Próprios autores

Deitar os materiais da cozinha

Fonte: Próprios autores

Deitar materiais castanhos, e verdes do jardim

Fonte: Próprios autores

Misturar e Cobrir com materiais castanhos

Fonte: Próprios autores

Regar se necessárioRetirar o composto e deixar maturar algumas semanas

Fonte: Próprios autores

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Para a preparação dos canteiros devem-se preparar a terra com o material da compostagem, esterco e substrato, para que o plantio das sementes seja bem executado. Para a primeira safra, indicamos o cultivo de cebolinha, salsa, alface e tomate, produtos essenciais para temperos e saladas. Lembrando-se de que sempre atentos à data de validade das sementes, pois sementes próximas do vencimento podem não germinar da maneira correta, causando assim contratempos durante o processo de germinação.

Para o plantio também podemos indicar o uso de mudas, onde retiradas de um horticultor convencional, passará apenas pelo processo de lavagem com água fria e água sanitária, para que não ocorra a disseminação de patógenos.

Após a primeira fase é de suma importância que os alunos participem do desenvolvimento da horta, pois a conscientização deles e o aprendizado vêm contribuir com o desenvolvimento do meio ambiente e o gosto pela prática. Sob a supervisão dos professores, após o período de preparo da terra, os alunos devem iniciar o plantio das mudas, lembrando que a participação dos professores pedagogicamente é de suma importância, pois deles devem vir a preparação dos alunos com informações referentes ao cultivo e manutenção da horta, apresentando as sementes e no que elas irão se tornar.

Para que isso ocorra, os professores podem se utilizar de cartazes informativos com hortaliças já no estágio adulto, onde as crianças poderão relacioná-las com o plantio das sementes e ver no que elas podem se transformar. Como no quadro abaixo:

Seleção de Hortaliças para PlantioClassificação segundo o consumo (alguns exemplos):1. Hortaliças Folhas – alface, almeirão, couve, chicória, repolho, acelga;2. Hortaliças Frutos – tomate, berinjela, pimentão, pepino, quiabo, abobrinha;3. Hortaliças Flores - couve flor, brócolos, alcachofra;4. Hortaliças Raízes – cenoura, beterraba, rabanete, nabo;5. Hortaliças Condimentos – alho, cebolinha, salsa, coentro.

A manutenção da horta será dividida entre as turmas com datas e horários de regar dos canteiros, preestabelecidos pelos professores. Sendo assim todas as crianças terão oportunidades de plantar e semear aquele alimento que irão desfrutar.

3.1 Custos do Projeto Registra-se que o custo efetivo do projeto é mínimo, pois os materiais utilizados serão solicitados

para os pais dos alunos doarem à instituição de ensino, bem como o material usado para adubar a terra serão restos de comida da creche e das casas das crianças, assim como materiais orgânicos, restando assim apenas o custo de água para a rega das sementes.

DESCRIÇÃO CUSTO ENXADA – Usada para misturar adubos e terra R$ 15,00REGADORES – Diferentes tamanhos para crianças R$ 100,00SEMENTES – Vários tipos de plantas R$ 20,00ÁGUA R$ 22,00RASTEL – Utilizado para nivelar o Terreno R$ 12,00COLHER DE JARDINEIRO – Utilizada para remexer a terra R$ 7,00GARFO- Coleta de mato e folhagem R$ 7,00TOTAL R$ 183,00

3.2 Resultados obtidos e/ou esperados Despertar o interesse da comunidade escolar para o cultivo de horta e conhecimento do processo

de germinação; criar na escola uma área verde produtiva pela qual todos se sintam responsáveis; conscientizar as pessoas da necessidade de se alimentarem com alimentos que contenham os nutrientes necessários para uma boa saúde; demonstrar que é essencial manter o equilíbrio do ambiente; interagir com a comunidade escolar na manutenção da horta;

4 CONCLUSÃO

De acordo com os estudos realizados, ficou evidente que é possível desenvolver e realizar iniciativas simples que podem contribuir para uma boa qualidade de vida.

Esta proposta poderá ser implantada de forma que trará vários benefícios à comunidade escolar, principalmente às crianças, enfatizando a importância de uma alimentação natural para o equilíbrio: homem/ natureza.

Unindo teoria e prática, possibilitará uma abordagem interdisciplinar de temas relacionados com a saúde e meio ambiente, a alimentação saudável, a mudança de hábitos e comportamentos de riscos.

No entanto podemos nos deparar com alguns obstáculos, como a falta de incentivo a aulas práticas e de integração com a comunidade escolar.

Enfatizando assim a importância da educação ambiental para reverter a atual situação de descaso da saúde bem como do meio ambiente, proporcionando uma melhor qualidade de vida para gerações futuras.

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REFERÊNCIAS

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TURANO, W. A didática na educação nutricional. In: GOUVEIA, E. Nutrição Saúde e Comunidade. São Paulo: Revinter, 1990.

RESUMO

O ecossistema urbano está propenso a inúmeras pressões negativas decorrentes do modelo de desenvolvimento econômico atual. Nesse cenário, os resíduos sólidos destacam-se pela quantidade uma vez que dispersos no ambiente geram danos a este, por conseguinte na qualidade de vida das pessoas. Nesse ínterim a ALCRE – Associação Lageana de Catadores de Recicláveis, em parceria com a Prefeitura de Lages através da Secretaria de Geração de Emprego e Renda, fornecerá uma alter-nativa viável e sustentável para minimizar os supracitados impactos. Através do sis-tema de associativismo, a ALCRE, promoverá a inclusão social dos catadores de ma-teriais recicláveis com ascensão ao mercado de trabalho, os quais serão assistidos por uma política de gestão integrada, que será avaliada periodicamente por meio de indicadores de desempenho pré-definidos, a fim de propiciar a melhoria contí-nua do processo, adaptando-a a realidade encontrada. A implantação da ALCRE em Lages fornecerá a prestação de serviços socioambientais à comunidade utilizando a educação ambiental como ferramenta de sensibilização sobre a importância e necessidade da coleta seletiva, aliando assim o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.

Palavra-Chave: Resíduos recicláveis. Associativismo. Política Nacional de Resíduos Sólidos.

1 INTRODUÇÃO A discussão em torno de um meio ambiente equilibrado e da qualidade de vida leva a buscar

alternativas mitigadoras dos mais variados impactos socioambientais, oriundos do modelo de desenvolvimento econômico adotado nos dias de hoje.

Elisandra Cristina BatistaJéssica Muniz VelosoGabriel Otávio Antunes GonçalvesSalete Scheila BarzottoORIENTADOR:Ilton Agostini Júnior

ALCRE – A SUSTENTáVEL NA GESTãO INTEGRADA DE RESíDUOS RECICLÁVEIS PARA O MUNICíPIO DE LAGES

2º Lugar - Técnico de Nível MédioLages

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Sabendo das pressões negativas que o ambiente sofre, decorrente principalmente da evolução tecnológica, é fundamental que essa seja precedida de medidas sustentáveis desde a extração de recursos naturais até o destino final dos resíduos gerados.

Nesse cenário, a coleta seletiva é de suma importância como Fonte alternativa para minimizar os impactos negativos causados pela deposição e acondicionamento inadequados de resíduos sólidos recicláveis, os quais atingem diretamente a saúde pública e a qualidade ambiental.

Dessa maneira, o projeto proporcionará o desenvolvimento de ações sustentáveis através da implantação da ALCRE1 em parceria com o Município de Lages, composta por corpo técnico capacitado e pautada na gestão integrada de resíduos visando a melhoria na qualidade de vida dos catadores de recicláveis concomitantemente com a conservação e manutenção de um ambiente sadio e equilibrado.

1.1 Caracterização do ProblemaOs recursos naturais são explorados cada vez mais para suprir a demanda emergente por produtos

manufaturados. Consequência disso é a geração de grande quantidade de resíduos os quais, na maioria das vezes, não recebem a destinação adequada e ficam dispostos nas vias públicas agravando os impactos ambientais já existentes, bem como trazendo problemas sociais à comunidade, sendo esses resíduos recolhidos por catadores que vislumbram nesse material sua principal Fonte de renda.

Portanto, qual é a alternativa recomendada para minimizar os impactos supracitados a fim de proporcionar a preservação ambiental com a inclusão social dos catadores e uma maior geração de renda a eles?

1.2 Objetivos e Metas1.2.1 Objetivo Geral

Implantar o projeto piloto de gestão integrada de resíduos recicláveis através do sistema de associativismo em parceria com a Prefeitura do Município de Lages.

1.2.2 Objetivos Específicos f Realizar panorama socioambiental dos bairros Caça e Tiro, Habitação, Várzea e Popular com o levantamento de dados junto à secretaria municipal de meio ambiente e aplicação de questionário aos catadores de recicláveis de cada bairro;

f Formalizar parceria entre catadores, Prefeitura de Lages e grupo gestor do projeto; f Delimitar o local para implantação da ALCRE; f Efetuar o cadastramento dos catadores e implementar uma rotina de coleta urbana de recicláveis atendendo as diretrizes da PNRS/20102;

f Implantar a gestão integrada de controle de documentos norteados pela NBR 9001:20003; f Qualificar tecnicamente os catadores para as atividades inerentes à profissão desempenhada; f Sugerir oficinas de capacitação voltadas aos familiares dos catadores, objetivando sua inclusão no mercado de trabalho;

1 Associação Lageana de Catadores de Recicláveis.2 Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010 que Instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.3 ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas: NBR ISO 9001:2000; Sistemas de gestão da qualidade. Rio de Janeiro (RJ), 2000.

f Levar ao conhecimento da comunidade residente nos bairros abrangidos, a proposta de implantação da ALCRE, através de divulgação nos meios de comunicação.

1.2.3 Metas Ampliar o plano de ação da ALCRE, atendendo todos os Bairros de Lages. Atestar a coleta seletiva como vertente do desenvolvimento sustentável para os catadores e

familiares. Consolidar a parceria com a Prefeitura Municipal de Lages através de sua Secretaria de Geração

de Emprego e Renda, objetivando o sustentáculo administrativo. Formalizar a atividade de catação de resíduos urbanos recicláveis. Promover o desenvolvimento sustentável através da inclusão social, aumento da renda financeira

dos catadores e preservação ambiental.

1.3 JustificativaConsiderando o grande problema ambiental e social decorrente da busca incessante por bens

e serviços, gerando a partir disso, uma quantidade elevada de resíduos, os quais realizam pressão negativa no ambiente quando dispostos de maneira inadequada, faz-se necessário o desenvolvimento de planos que minimizem tais pressões, aliando o modelo de desenvolvimento atual com os cuidados ecológicos, através da prestação de serviços ambientais inerentes ao gerenciamento de recicláveis dispersos nos centros urbanos, desde a sua coleta até a sua destinação final e reuso.

Diante disso, o projeto vem ao encontro da PNRS e das exigências sustentáveis tão propendidas nos dias atuais, uma vez que proporcionará aos catadores melhoria na qualidade de vida, com o aumento da renda per capita, assistência de projetos municipais para inclusão social e ascensão no mercado de trabalho.

A esfera ambiental também terá um ganho considerável, uma vez que retira do ambiente resíduos potencialmente impactantes fornecendo-lhes destinação correta e/ou retorno a cadeia produtiva.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma maneira de prolongar a vida útil de aterros sanitários é através da reciclagem de resíduos, que tem no sistema de coleta seletiva um meio de reinserção de materiais na cadeia produtiva, bem como fornecer renda as pessoas catadoras.

A proposta encaixa-se no contexto de projeto sustentável, buscando ainda enquadramento legal, atendendo as legislações e normas vigentes que tutelam o meio ambiente e seu uso. Diante disso, é de trazer à baila a PNRS que dispõe sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, bem como às responsabilidades dos geradores e do poder público.

Através da responsabilidade compartilhada todos os segmentos da sociedade sejam eles públicos ou privados se responsabilizam pela geração e descarte final de resíduos. Dessa forma a Política Nacional de Resíduos Sólidos, (2010) traz:

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pacitando-os e remunerando-os, estabelecer metas e critérios para que os muni-cípios incluam estes trabalhadores na gestão compartilhada dos resíduos sólidos.

A reciclagem é definida como o processo de reaproveitamento dos resíduos sólidos, em que os seus componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo economia de matérias-primas e energia, combate ao desperdício, redução da poluição ambiental e valorização dos resíduos, com mudança de concepção em relação aos mesmos (PNUD, 1998).

Para Gonçalves (2003 p. 34) as etapas do processo da cadeia produtiva classificam-se em três partes, sendo elas:

Reciclagem: recuperação, que engloba os processos de separação do resíduo na Fonte, coleta seletiva, prensagem, enfardamento; revalorização, que compreende os processos de beneficiamento dos materiais, como a moagem e a extrusão e, por fim, a transformação; que é a reciclagem propriamente dita, transformando os materiais recuperados e revalorizados em um novo produto.

As associações de um modo geral têm o intuito de gerar renda através de esforços conjuntos, visando garantir a subsistência e a melhoria na qualidade de vida de seus associados, premissa essa que a ALCRE tem como base. Para isso é necessário a otimização das rotinas de trabalho bem como a documentação adequada e devidamente registrada. Conforme a NBR ISO 9001:20006 “A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema de gestão da qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia de acordo com os requisitos desta Norma”.

Uma rotina administrativa estruturada se faz necessária para que o gerenciamento da associação seja transparente. Para tanto é preciso estabelecer práticas organizacionais que assegurem a eficiência das atividades desenvolvidas.

O ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Action) é um modelo bastante utilizado por empresas que buscam excelência em suas atividades. Essa metodologia é um auxílio na organização das rotinas administrativas tornando-as mais objetivas, ágeis e eficientes, otimizando tempo e mão de obra, facilitando a obtenção de resultados e a correção de falhas e desvios.

O ciclo PDCA é uma ferramenta muito útil na administração da organização coope-rativa. Ela permite, através do planejamento, definir aonde quer chegar, definir o que vai ser feito, bem como os recursos necessários para fazer o que se pretende. Através dessa técnica, podem-se controlar as ações que foram executadas e, além disso, pode-se fazer uma avaliação daquilo que foi executado, comparando com o que foi planejado (SANTOS; LIMA, 2001 p.21).

Os indicadores de desempenho são considerados “sinais vitais” da organização, que qualificam e quantificam os procedimentos executados. Estas medidas ajudam a associação a estabelecer o grau de evolução ou estagnação de seus processos, fornecendo informações adequadas para que possam ser tomadas ações preventivas e/ou corretivas em busca das metas e objetivos outrora estabelecidos.

6 ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas: NBR ISO 9001:2000; Sistemas de Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro (RJ), 2000.

Art. 8° São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros: ...III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacio-nadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras for-mas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;...VI - A cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnolo-gias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;VIII - a educação ambiental; (grifo nosso).

Para maior clareza, é preciso conhecer e entender a figura do catador de material reciclável, que possui um destaque neste projeto, sendo um dos atores no processo de transformação socioambiental da comunidade. A rotina diária do catador é exaustiva e realizada em condições precárias, conforme afirma Magera, (2003 p. 34):

Muitas vezes, ultrapassa doze horas ininterruptas; um trabalho exaustivo, visto as condições a que estes indivíduos se submetem, com seus carrinhos puxados pela tração humana, carregando por dia mais de 200 quilos de lixo (cerca de 4 tone-ladas por mês), percorrendo mais de vinte quilômetros por dia, sendo, no final, muitas vezes explorados pelos donos dos depósitos de lixo (sucateiros) que, num gesto de paternalismo, trocam os resíduos coletados do dia por bebida alcoólica ou pagam-lhe um valor simbólico insuficiente para sua própria reprodução como catador de lixo.

Os resíduos sólidos recicláveis representam uma substancial parcela dentre os resíduos, tornando

dessa maneira o conhecimento de suas Fontes e tipos o instrumento básico para o seu gerenciamento.Tais resíduos são classificados com base na sua periculosidade e solubilidade. De acordo com a

Norma Brasileira - NBR 10004:20044 os materiais recicláveis enquadram-se na categoria de Classe II-B; são inertes, não representando maiores problemas para a saúde pública ou riscos para o meio ambiente.

A lei n° 12.305/10 que institui a PNRS decreta que todos os municípios brasileiros têm até 2014 para propor e instalar alternativas para o destino correto dos resíduos gerados pela sociedade, além de elaborar políticas públicas eficazes para promover a inclusão social dos trabalhadores que exercem atividade de catação.

O Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis, após releitura da lei n° 12.305/105, apresentou as estratégias para a inclusão dos catadores, as quais visam:

Promover o fortalecimento e elevar os níveis de eficiência das cooperativas e as-sociações, criando novas organizações capazes de reforçarem os vínculos de tra-balho, inclusão social e formalização dos catadores que atuam isoladamente, [...] estimular a participação dos catadores e cooperados em programas de educação ambiental e de sensibilização para a seleção de resíduos nas Fontes geradoras, ca-

4 ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas: NBR 10004:2004; Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro (RJ), 2004.5 Disponível em: <http://www.mds.gov.br> Acesso em 01 de julho de 2012.

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Imagem 02 – Aplicação do questionário aos catadores de recicláveis Fonte: imagem dos autores

Após o levantamento e reconhecimento do número de pessoas envolvidas na atividade de catação de materiais recicláveis em Lages, foi identificado o melhor local para instalar o barracão da associação, o qual centralizará todos os resíduos provenientes da coleta e se localizará no Bairro Caça e Tiro, (Imagem 03).

Baseado nas informações outrora levantadas sugere-se o associativismo como ferramenta de desenvolvimento sustentável para os catadores de recicláveis de Lages.

As associações constituem exemplos de iniciativas que propiciam a criação de trabalho e, ao mesmo tempo, o fortalecimento de valores como autonomia, so-lidariedade, cooperação, auto-estima e organização dos trabalhadores, além da geração de renda (GONÇALVES 2003,p. 23).

Imagem 3 – Vista aérea parcial do Município de Lages com as demarcações ilustrativas dos Bairros inclusos no projeto piloto. Fonte: Google Earth, disponível em 19/06/2012.

POPULAR

VÁRZEA

HABITAÇÃO

CAÇA E TIRO

As medidas são essenciais. Se você não pode medir algo, não será capaz de des-controlá-lo. Se não puder controlá-lo, não poderá gerenciá-lo. Se não puder geren-ciá-lo, não poderá melhorá-lo. Sem melhorias, todo resultado será uma surpresa. As medições são o ponto de partida para as melhorias, porque lhe possibilitam entender onde você se encontra e fixa metas que o ajudem a chegar onde deseja. Sem elas as mudanças e melhorias necessárias ao processo são severamente pre-judicadas (HARRINGTON, 1997, p. 12).

Paralelamente ao sistema de gestão integrada da ALCRE faz-se necessário o desenvolvimento de ações de educação ambiental com objetivo de aprimorar o conhecimento, mudanças de hábitos, atitudes e valores.

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

Tendo em vista a necessidade de conhecer o cenário em que os catadores estão inseridos, foi realizado um levantamento de informações socioeconômicas inerentes aos bairros receptores do projeto piloto (Caça e Tiro, Habitação, Várzea e Popular) bem como pesquisa in loco com os catadores a fim de traçar um panorama socioambiental. A ferramenta de diagnóstico utilizada foi a aplicação de questionário (Imagens 01 e 02) com as seguintes perguntas: quantidade de pessoas/casa; material recolhido; valor mensal adquirido; escolaridade e dificuldades encontradas. O levantamento das informações trouxe a lume o cotidiano árduo dos catadores de resíduos urbanos recicláveis, o que demonstra a necessidade da elaboração de um plano de ação que atenda suas necessidades.

Como o lixo é considerado um achado valioso pela população carente, os catadores constituem-se em uma comunidade de risco, não apenas para sua própria integridade física e de saúde, como também são submetidos a uma condição de marginalidade social e econômica, que muitas vezes se confunde com o próprio conceito de lixo (SIQUEIRA 2008).

Imagem 01 – Aplicação do questionário aos catadores de recicláveis. Fonte: imagem dos autores

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Outro instrumento a ser inserido na rotina da ALCRE é a metodologia 5S, seu objetivo principal é citado por Silva et al., (2001 p.09 ), “O programa 5S proporciona adequar, da melhor maneira possível, e de forma organizada, o espaço físico da empresa, otimizando espaços, melhorando o ambiente e evitando desperdícios”.

A ALCRE propende também envolver o grupo familiar dos associados em oficinas de capacitação de acordo com a tendência e peculiaridade de cada realidade social. A sensibilização da comunidade a cerca da coleta seletiva, conservação do meio ambiente e ações sociais está inserida na rotina da ALCRE, sendo fundamental em sua abrangência, uma vez que a Educação Ambiental será a ferramenta utilizada para promover a mudança de concepções de hábitos dentro da comunidade.

Registra-se que os métodos descritos possuem embasamento técnico fundamentado, o que proporcionará o controle e avaliação do processo de gestão integrada da ALCRE firmando-a como referência no assunto em pauta.

3.1 Custo do ProjetoTabela1 – discriminação de materiais e equipamentos inerentes ao projeto

Material Valor em R$Aluguel barracão (mensalmente) 2.400,00Água, luz e telefone (mensalmente) 860,00Placas de identificação (Associação, carrinho, áreas de acondicionamento de resíduos) 520,00Material impresso (Fichas cadastrais, peças publicitárias e de educação ambiental) 725,00Equipamentos adquiridos (Balança, prensa, esteira, carrinho, big bags) 94.000,00Total 98.505,00

Busca-se com a implantação da ALCRE, melhoria nas condições sociais dos catadores de recicláveis de Lages com a inclusão social e concretização das metas estabelecidas; constituir um banco de dados consistente oriundo dos indicadores de desempenho a fim de adaptar a gestão à realidade encontrada; prover a Prefeitura de Lages com um sistema de gerenciamento de resíduos recicláveis como prevê a PNRS; promover a agregação de valor no produto final por meio da capacitação continuada dos associados e eliminação do atravessador durante a venda dos materiais; ampliação do projeto piloto atingindo todos os bairros de Lages; redução de impactos ambientais decorrentes da disposição inadequada de resíduos no ambiente; reconhecimento da ALCRE como prestadora de serviço socioambiental fundamentada na sustentabilidade.

4 CONCLUSÃO

O projeto piloto em desenvolvimento proporcionou a aplicação técnica de seus gestores, bem como a elaboração de programas de mobilização e educação ambiental para a prática da cidadania com os catadores e a comunidade em que estão inseridos.

O associativismo consolidou-se como uma alternativa sustentável, propiciando a criação de novas frentes de trabalho e, ao mesmo tempo, o fortalecimento de valores como: autonomia, solidariedade, cooperação, autoestima, bem como possibilitou a inclusão social e a organização destes trabalhadores por meio da parceria com a Prefeitura Municipal de Lages.

Com o fito de melhoria na qualidade de vida e trabalho dos catadores de materiais recicláveis de Lages, aluda-se o projeto piloto intitulado ALCRE - Associação Lageana dos Catadores de Recicláveis, o qual está em fase inicial de implantação, constituindo-se numa parceria com a Prefeitura de Lages através de sua Secretaria de Geração de Emprego e Renda e contará com ampla divulgação nos meios de comunicação.

A citada secretaria aprovisionará toda a infraestrutura e sufrágio técnico administrativo para instalação da ALCRE, cumprindo com uma exigência da PNRS e do Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis, que prevê a inclusão dos catadores na cadeia produtiva, gerando renda e qualidade de vida.

Após a instalação física da ALCRE, o passo seguinte será o cadastro e registro dos catadores, efetuado pelo departamento técnico da Prefeitura de Lages a qual também será responsável pela organização administrativa, elaboração de ata, estatuto e eleição de diretoria. A ALCRE capacitará os associados através de treinamentos voltados a coleta seletiva, identificação/separação, armazenamento dos resíduos e segurança no ambiente de trabalho.

Nesse diapasão, será estabelecida a rotina de trabalho dos associados com o objetivo de otimizar os processos envolvidos na atividade fim. Basilado pela PNRS/10, os resíduos serão prensados, agrupados em fardos, armazenados em locais adequados e identificados em conformidade com as normas ambientais vigentes, agregando valor ao produto final, pois o volume coletado é passível de venda direta às empresas licenciadas sem passar pelo atravessador, aumentando o valor final do produto.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, (2010) em seu Art. 10° define o gerenciamento de resíduos como:

Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, trans-porte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos.

A venda dos produtos coletados por intermédio da ALCRE à empresas recicladoras, bem como a divisão de proventos entre os associados será mediado pela Secretaria de Geração de Emprego e Renda do Município. A transparência da pesagem e venda dos materiais dar-se-á pela apresentação de balancete de entrada e saída de produtos, o qual será anexado ao relatório anual das atividades desenvolvidas.

O projeto contemplará em seu contexto o emprego de indicadores de desempenho sustentável, sendo eles: aquisição de equipamentos, volume de resíduos coletados, renda monetária e capacitação técnica. Os citados indicadores fornecerão subsídios de controle e aperfeiçoamento que serão avaliados pelo método do ciclo PDCA, com a finalidade de melhoria contínua da ALCRE.

O principal método utilizado é o ciclo PDCA - Plan - Do - Check - Action. Este mé-todo é adotado para o gerenciamento de rotinas e para proposição e acompa-nhamento de melhorias. A obtenção de melhorias é possível conjugando as duas formas de gerenciamento (manutenção e melhoria), assim, melhorando e incre-mentando continuamente os padrões (OLIVEIRA, 1999 p.26).

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Este modelo de gestão socioambiental compartilhada, descentralizada e participativa, propicia sobremaneira a valorização e o reconhecimento dos catadores uma vez que utiliza em seu gerenciamento ferramentas de gestão ambiental, instituindo a prestação de serviços socioambientais num sistema dinâmico, transparente e eficiente.

REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas: NBR ISO 9001:2000; Sistemas de Gestão da Qualidade. Rio de Janeiro (RJ), 2000.

ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas: NBR 10004:2004; Resíduos sólidos – Classificação. Rio de Janeiro (RJ), 2004.

BRASIL, Lei, Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010. Brasília, 2010.

GONÇALVES, P., A reciclagem integradora dos aspectos ambientais sociais e econômicos. Rio de Janeiro, RJ: DP&A: FASE, 2003.

HARRINGTON, H. J., HARRINGTON, S. J. Gerenciamento Total da Melhoria Contínua. São Paulo, SP: Makron Books, 1997.

JORNAL ELETRÔNICO PASSA PALAVRA: O trabalho dos catadores de lixo reciclável 2012. Disponível em: <hptt://www.passapalavra.info>. Acesso em: 01 julho de 2012.

MAGERA, M. Os empresários do lixo: um paradoxo da modernidade. Campinas, SP: Átomo, 2003., 2003.

OLIVEIRA, F. B., Implantação e Prática da Gestão Ambiental; Porto Alegre: 1999.

PNUD. Educação Ambiental na Escola e na Comunidade: programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/ONU, Brasília, 1998.

SANTOS, A. C. e LIMA, J. B., Gestão da Moderna Cooperativa. Viçosa- MG, 2001.

SIQUEIRA, et .al. Saúde coletiva, resíduos sólidos urbanos e os catadores de lixo, Brasil, 2008.

SILVA, C.E.S, et .al. 5S: um programa passageiro ou permanente? XXI ENEGEP, 2001.

RESUMO

No Brasil, o descarte de bitucas nas ruas aumentou consideravelmente com a en-trada em vigor da lei antifumo. Com a proibição de fumar em ambientes fechados, as ruas se encheram de xepas de cigarros que são descartadas errôneamente. Para minimizar os impactos negativos das bitucas jogadas no meio ambiente, este pro-jeto tem como objetivo instalar as bituqueiras – lixeiras próprias para os filtros de cigarro – em pontos estratégicos da cidade de Criciúma/SC. Coletado e encaminha-do para a reciclagem, os restos de fumo e os papéis das bitucas serão utilizados como adubo e os filtros farão parte de uma manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura em áreas degradadas. Posteriormente, receberão sementes e os fertilizantes da decomposição do papel e do tabaco. Este projeto, além do be-nefício ambiental, tem um aspecto social que auxiliará a conscientização da popu-lação a não jogar qualquer tipo de lixo nas ruas, começando pelos fumantes. Desta forma, pretende-se melhorar a saúde da população e proteger o ambiente em que estamos inseridos, além de incentivar na própria reeducação dos cidadãos sobre a importância da coleta e da reciclagem desses materiais.

Palavra-Chave: Bitucas. Recuperação de Áreas Degradadas. Bituqueiras.

1 INTRODUÇÃO

A preservação do meio ambiente está em grande evidência no cenário mundial. A preocupação cresceu muito depois que as pessoas tomaram consciência da importância disso e do que a não preservação pode trazer no futuro. O ambiente já se encontra em um nível bastante elevado de

Marina Gonçalves NagelLiliana Dutra WanderlindJullya Eduarda Carvalho FernandesORIENTADORA:Giseli Trento Andrade e Silva

BITUCAS DE CIGARRO: SENSIBILIZAÇÃO PARA A COLETA, RECICLAGEM PARA PRODUÇÃO DE ADUBOE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

3º Lugar - Técnico de Nível MédioCriciuma

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degradação, que só aumenta a cada dia, devido ao desrespeito das pessoas com a natureza e seus maus hábitos cada vez mais presentes em nosso dia a dia.

Um exemplo disso é o descarte incorreto da guimba, que é a ponta ou pedaço que resta de um cigarro depois de fumado, popularmente conhecido como “bituca”. Na maioria das vezes, as pessoas nem se dão conta do mal que este microlixo pode trazer à natureza. Uma das desculpas mais usadas pelos fumantes que não são sensibilizados ambientalmente é a falta de lixeiras espalhadas pelas cidades, ou que o descarte poderia colocar fogo na lixeira. Então, preferem descartar no chão mesmo. No entanto, a justificativa não é motivo para que elas sejam simplesmente jogadas nas ruas. Pessoas que são ecologicamente conscientes utilizam os cinzeiros, as bituqueiras ou então, alguma alternativa para armazenar estes resíduos até que se encontre o local correto para o seu descarte.

Esse problema não tem ganhado muita atenção, pois já se tornou um hábito corriqueiro jogar restos de cigarro no chão. Diante disso, nunca houve maior necessidade de mudança de comportamento, de sensibilização de dar o destino certo aos resíduos, através da implantação de projetos que possam ajudar na preservação do nosso bem tão precioso que é o Planeta Terra. Um meio eficiente de reduzir o problema das bitucas de cigarro jogadas no chão é a implantação de bituqueiras pela cidade, em pontos estratégicos como: restaurantes, hospitais, praças, saídas de terminais, rodoviárias, shoppings, hospitais, estacionamentos, universidades, entre outros.

Por meio deste projeto, surge-nos o desafio de desenvolver e implantar as bituqueiras na cidade, em lugares acessíveis ao maior número de pessoas, para que com o recolhimento das bitucas ocorra o processo de reciclagem. Dessa forma, elas poderiam ser transformadas em compostos para adubo a serem utilizados na recuperação de áreas degradadas.

1.1 Caracterização do problemaSegundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil existem 30 milhões de fumantes ativos sendo

que, em média, um fumante consome 20 cigarros por dia, totalizando 600 milhões de bitucas geradas em um único dia no Brasil. A guimba, que pode parecer pequena, causa grandes danos ambientais e deve ser destinada corretamente, assim como os detritos recicláveis ou orgânicos. As substâncias tóxicas do cigarro podem contaminar a água e o solo, e como consequência também contaminam as plantas e alimentos. Apenas duas bitucas são suficientes para contaminar o equivalente à poluição de um litro de esgoto. Uma bituca de cigarro lançada fora de maneira inadequada leva aproximadamente cinco anos para se decompor na natureza. Sem contar a questão estética, já que é lamentável ver paisagens sendo estragadas por conta desses resíduos jogados no chão. Diante desta realidade, de que forma podemos minimizar os impactos negativos da destinação incorreta das bitucas de cigarro no meio ambiente?

1.2 Objetivos e metasO objetivo principal deste projeto é coletar as bitucas de cigarro através da instalação de

bituqueiras em pontos estratégicos da cidade de Criciúma/SC.

1.2.1 Objetivos específicosa. Destinar as bitucas coletadas para reciclagem e posterior produção de adubo e de manta de

sustentação para o processo de hidrossemeadura em áreas degradadas.

b. Minimizar os impactos negativos da destinação incorreta das bitucas de cigarro no meio ambiente.

c. Incentivar a reeducação dos cidadãos sobre a importância da coleta e da reciclagem desses materiais.

d. Sensibilizar a população sobre a correta destinação do lixo.e. Buscar parcerias com a iniciativa pública e privada, instalando bituqueiras com placas para

conscientização, com foco no ambiente e na saúde do cidadão.

1.2.2 Metas Alcançar um resultado satisfatório através da coleta adequada das bitucas de cigarro,

minimizando os impactos da destinação incorreta destas guimbas no ambiente. Transformar este resíduo arrecadado em adubo e manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura, a fim de recuperar áreas degradadas, além de, servir como modelo para outras regiões do Estado, contribuindo desta forma, com a preservação do ambiente em que vivemos.

1.3 JustificativaA preocupação com o ambiente e com o futuro do Planeta está sempre na mente das pessoas,

mas, nem sempre são colocados em prática com ações que podem colaborar com a preservação da natureza. Várias empresas buscam corrigir os impactos que causam na natureza, por conta de suas atividades através dos passivos ambientais. E, de maneira geral, com a implantação de projetos com responsabilidade social com enfoque em reciclagens e reconstrução de áreas verdes ou recuperação de áreas degradadas.

O hábito de fumar já foi alvo de diversas campanhas contrárias à prática, inclusive com a criação de leis. Em 2009, foi aprovada a lei antifumo, que proíbe o uso do cigarro em ambientes fechados em diversos estados do nosso país. Deixando de lado o fato de que fumar não faz bem à saúde, o ato de jogar a ponta do cigarro no chão é muito comum e aumentou ainda mais com leis antifumo e com a criação de fumódromos externos. Mas pouca gente percebe que a bituca é um lixo ainda mais perigoso por conter substâncias tóxicas. Por conta dessa falta de educação, informação e às vezes até descuido, surge uma alternativa para minimizar os impactos ambientais negativos causados pelas guimbas, com a instalação das bituqueiras, além da coleta das pontas de cigarro. Estas poderão ser recicladas e servir de matéria-prima para produção de adubo onde os restos de fumo e os papéis serão utilizados como fertilizantes. Os filtros farão parte de uma manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura em áreas degradadas, como laterais de estradas ou campos de passivos ambientais, que receberão posteriormente as sementes e os fertilizantes da decomposição do papel e do tabaco.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceitos Ambientais – Poluição x PoluidorPoluição origina-se do verbo latino polluere, significa profanar, manchar, sujar. Conforme a lei Nº

6.938, de 31 de agosto de 1981 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação:

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Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: (...)III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;c) afetem desfavoravelmente a biota;d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

2.1.1 Poluição do ambiente por bitucas de cigarroO ato instintivo do fumante de descartar a bituca de cigarro por onde passa é um problema

sério para o meio ambiente. Parece insignificante, mas a bituca de cigarro é o lixo mais comum no planeta. Segundo dados de Bichara (2010) no blog da Aliança de Controle ao Tabagismo no Brasil, são descartadas por dia aproximadamente 5 mil toneladas de bitucas de cigarro, no mundo.

Segundo Jusbrasil (2011), em experiência conduzida nos laboratórios da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, 20 pontas de cigarro foram colocadas em um recipiente com 10 litros de água e submetidas a um processo de agitação, permanecendo em infusão por oito dias. Após as análises, concluíram que 2 bitucas ou 1 grama corresponde à poluição causada por um litro de esgoto doméstico. Já o filtro, que faz parte do toco do cigarro, resiste à biodegradação, permanecendo no solo e na água por 5 a 7 anos, sem se decompor.

A bituca de cigarro é o resíduo mais irresponsavelmente descartado e abundantemente percebido em vias públicas, como também no ambiente silvestre, depreciando assim o aspecto visual e cênico da natureza.

2.2 Constituição química da bitucaA bituca é composta por três partes distintas: os restos do tabaco, o papel e o filtro (acetato de

celulose). Segundo dados do Ministério da Saúde (2000), a composição do cigarro é complexa e, dentre as 4.725 substâncias encontradas agressivas ao organismo humano e ao ambiente, podemos encontrar elementos alarmantes como: benzopireno que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo; substâncias radioativas como o polônio 210 e carbono 14. Agrotóxicos como o DDT; solventes como o benzeno; metais pesados - como chumbo e o cádmio; níquel e arsênico; cianeto; amônia (utilizado em limpadores de banheiro); formol (componente de fluído conservante) e monóxido de carbono.

2.3 Bituqueiras: Destino correto para bitucas Como todos sabem o destino correto das bitucas não é o chão, mas geralmente é lá que elas são

depositadas. Isso tende a mudar com a implantação das “bituqueiras” pela cidade. A bituqueira é um recipiente de alumínio com base, ou fixado em parede, com interior protegido

do vento e da chuva, com aberturas laterais para deposição das bitucas de cigarro. As guimbas sendo descartadas de maneira correta podem passar por tratamentos que retiram os elementos químicos e qualquer outro item que possa ser contaminante para posterior transformação em matéria-prima.

Em alguns casos, elas se tornam papel, artesanato, tecidos e principalmente adubo para áreas verdes ou recuperação de áreas degradadas.

2.4 Reciclagem da bituca de cigarroO retorno da matéria-prima ao ciclo de produção é denominado reciclagem, embora o termo já

venha sendo utilizado popularmente para designar o conjunto de operações envolvidas. O vocábulo surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor. Na maior parte dos processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.

Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. É o resultado de uma série de atividades, pela qual materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na produção de novos produtos. (MEIRA, 2002)

No caso das bitucas de cigarro, a reciclagem baseada na “reutilização” utiliza todo o resíduo do cigarro, que é reaproveitado como um novo subproduto. A bituca é composta por três partes distintas: os restos do tabaco, o papel e o filtro (acetato de celulose). Segundo Façanha (2011), uma vez separados pelo processo mecânico, todo o resíduo é colocado em um biodigestor de rápida ação. Ali, as bactérias irão se alimentar de todas as substâncias tóxicas que fazem parte da bituca, em um processo que leva aproximadamente 90 horas.

Uma vez “limpos”, os resíduos são separados em dois grupos: no primeiro, os restos de fumo e os papéis serão utilizados como adubo (que será formado por 40% do material da bituca, 40% de composto orgânico e 20% de composto vegetal); e no segundo grupo, os filtros farão parte de uma manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura na recomposição de áreas degradadas e recuperação ambiental.

Pelo processo da hidrossemeadura, alguns insumos são colocados no tanque de um caminhão hidrossemeador onde são misturados as sementes, o adubo proveniente da reciclagem das bitucas, corretivos de solo e as fibras dos filtros do cigarro. Esses ingredientes formarão uma massa líquido-pastosa onde, através de um jato de alta pressão (Figura 1) será lançada no local a ser recoberto pela vegetação como laterais de estradas ou campos de passivos ambientais.

Figura 1 – Processo de HidrossemeaduraFonte: GrupoRevest

3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

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O projeto consiste na instalação de coletores de guimbas, chamados de bituqueiras, em pontos estratégicos da cidade de Criciúma/SC, como na Praça Nereu Ramos, Praça do Congresso, Prefeitura Municipal, Hospital São José e Hospital São João (entrada da emergência), Terminal de ônibus Central, do Pinheirinho e da Próspera, Terminal Rodoviário, supermercados, comércio e universidades, totalizando inicialmente, quinze unidades do recipiente coletor. Estes pontos foram escolhidos após visitas e constatação de uma grande quantidade de bitucas descartadas de forma errônea (Figuras 2 e 3).

A caixa de coleta é simples e fácil de instalar. Pode ser fixada em grades, paredes, postes e pedestais (Figuras 4 e 5). A coleta do material será realizada semanalmente, em parceria com a Prefeitura Municipal e as bitucas acumuladas nas caixas serão encaminhadas ao Iparque (Parque Científico e Tecnológico da UNESC), que passará a produzir o fertilizante e a manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura em áreas degradadas, em parceria com o curso de Engenharia Química. Em locais de maior movimento, as visitas serão feitas com maior frequência.

Os custos operacionais serão financiados por empresas públicas e privadas com interesse em patrocinar e apoiar o projeto, tendo sua marca divulgada nas bituqueiras como empresas com responsabilidade socioambiental. As caixas de coleta trarão frases com campanhas relacionadas à preservação do ambiente e também, frases de campanhas contra o tabagismo (Figuras 4 e 5). Esta divulgação será feita por adesivagem e, acredita-se que este dispositivo, além de ajudar a preservar o meio ambiente, incentivará uma mudança de hábito da população.

O SENAC poderá auxiliar na divulgação da proposta aos supermercados e comércio da cidade, fortalecendo assim sua missão com o varejo. Nestas empresas parceiras do projeto, serão realizadas palestras para sensibilização da correta deposição dos resíduos, com ênfase nas bitucas de cigarro, bem como o alerta sobre os malefícios do cigarro à saúde. Haverá ainda, divulgação do projeto nas mídias sociais visando sensibilizar a população para depositar as bitucas nos coletores apropriados e a contribuição como cidadão para a preservação do ambiente em que vivemos.

3.1. Custos do Projeto

Inicialmente, o custo por bituqueira instalada, pronta para uso seria de R$ 23,00 mais o valor do combustível para coleta semanal que custaria por ponto de coleta R$ 22,00 para um semestre. É um projeto economicamente viável e interessante para as empresas parceiras, pois além da divulgação da marca com forte apelo socioambiental, o gasto semestral será de R$ 45,00.

Materiais Valor unitário (R$) Valor Total (R$)Material para divulgação (placas e folders) -- 100,0015 Bituqueiras em alumínio com ferragens e pintura 20,00 300,00Adesivos para bituqueiras 3,00 45,00Combustível para coleta nas bituqueiras -- 55,00/mês

Quadro 1 - Principais custos para a implementação do projetoFonte: Dados da pesquisa

Os gastos com a produção e distribuição do fertilizante e da manta de sustentação para o processo de hidrossemeadura em áreas degradadas serão de responsabilidade do Iparque (Parque Científico

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e Tecnológico da UNESC), que firmará parcerias com empresas que necessitam pagar seus passivos ambientais.

3.2. Resultados obtidos e/ou esperadosEm pesquisa realizada com fumantes selecionados de forma aleatória nos meses de junho/julho

de 2012, na Praça Nereu Ramos em Criciúma/SC, obtivemos os seguintes resultados:

QUAL O DESTINO FINAL DADO ÀS BITUCAS APÓS O CONSUMO DO CIGARRO?

Gráfico 1 – Das 307 pessoas entrevistadas, %42 jogam as bitucas (guimbas) no chão, %39 às vezes no chão e, somente %19 afirmam que jogam sempre na lixeira.

Além da sensibilização da população sobre a destinação correta das bitucas, pretendemos durante o primeiro semestre de coleta, recolher em média 10 quilos de bitucas por mês. O objetivo mensal é de 15 quilos que serão transformados em aproximadamente 10 quilos de fertilizantes e manta para hidrossemeadura após o processo de reciclagem.

4. CONCLUSÃO

Através dos estudos para elaboração deste projeto, concluímos que podemos contribuir para a preservação do ambiente em que vivemos através de medidas simples como a instalação das bituqueiras. Destinar corretamente os resíduos, reciclá-los e utilizá-los para recuperação de áreas degradadas é, sem dúvida, uma grande contribuição para a sustentabilidade em nossa região.

O grande desafio, certamente está em torno da sensibilização da população para o correto descarte das bitucas, pois somente com informação e incentivo, estas ações obterão sucesso. Com divulgação, palestras, mídias sociais, apoio das empresas parceiras e da iniciativa pública, mobilizaremos os cidadãos a aderirem ao projeto e despertaremos neles a preocupação com a melhoria do ambiente em nossa volta.

REFERÊNCIAS

BICHARA, Said. ACT - Aliança de Controle do Tabagismo. 2010. Disponível em: <http://www.actbr.org.br/blog>. Acesso em 25 jun. 2012.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 set. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm>. Acesso em: 25 jun. 2012.

FAÇANHA, Roberto. Estudo aponta poluição causada pelas bitucas. 2011. Disponível em: <http://ecocitybrasil.blogspot.com.br/2011/05/estudo-aponta-poluicao-causada-pelas.html>. Acesso em 10 jul. 2012.

GRUPOREVEST . Hidrossemeadura. 2012. Disponível em: <http://www.hidrossemeadura.com.br>. Acesso em 20 set. 2012.

JUSBRASIL. Diário Oficial do Município de Sorocaba. 2011. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/32596681/dom-sod-sp-25-11-2011-pg-30>. Acesso em 17 jul. 2012.

MEIRA, Rui. Reciclagem. 2002. Disponível em: <http://www.rudzerhost.com/papel/reciclagem.htm>. Acesso em 03 jul. 2012.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer/Fundação Getúlio Vargas. Cigarro Brasileiro. Análises e Propostas para Redução do Consumo. Rio de Janeiro, 2000.

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RESUMO

No primeiro semestre do Curso de Gestão de TI (2012/1), tivemos bastante contato com assuntos de Infraestrutura de TI oriundos das disciplinas do curso e de pales-tras organizadas pelo Senac. Com isto, observamos que nas empresas em que tra-balhamos, temos salas carregadas de servidores e equipamentos de rede ocasio-nando grandes gastos de energia para mantê-los em funcionamento, refrigerados, além das dificuldades de gerenciamento com confiabilidade e segurança. Partindo desta observação, verificou-se a oportunidade de desenvolver uma proposta de Virtualização de Servidores, visando tornar nossos datacenters mais sustentáveis, reduzindo o consumo de energia e emissão de CO2 no meio ambiente, relaciona-dos aos impactos ambientais no Extremo Sul Catarinense, onde a principal Fonte geradora de energia é o Carvão. Através de estudos, análises e simulações criamos um plano de conversão de cenário não virtualizado para cenário virtualizado, apre-sentando uma proposta de baixo custo de migração, utilizando software livre. Ao finalizar o projeto, constatamos que a virtualização pode melhorar a infraestrutura de TI nas organizações, facilitando seu gerenciamento e reduzindo os danos causa-dos ao meio ambiente pela exploração do carvão. Podemos, com pequenas ações, desenvolver atitudes e práticas sustentáveis que fazem grandes diferenças para a sociedade e o meio ambiente.

Palavra-Chave: Virtualização. Gestão de TI. Sustentabilidade. Carvão Mineral.

Davi SmielewskiAngelo Machado BortolonJulio Daniel ZanetteORIENTADOR:Marcelo Mazon

VIRTUALIZAÇÃO DE SERVIDORES COM SOFTwARE LIVRE: UMA PROPOSTA PARA ECONOMIZAR RECURSOS E PRATICAR TI VERDE

1º Lugar - GraduaçãoCriciuma

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1 INTRODUÇÃO

A virtualização é um assunto que tem despertado atenção e aparece como destaque no mundo da Tecnologia da Informação (TI). Evidenciamos isto no decorrer do semestre na Graduação, nas palestras que acompanhamos, sites, revistas, etc. O tema realmente continua em alta no mercado: empresas como HP e IBM fornecendo soluções cada vez mais atraentes, propostas de trabalhos para profissionais atuarem na área de virtualização e gestores de TI empenhados na busca constante de oferecer melhores serviços para seus usuários pelo menor custo possível.

Ao definirmos o tema do nosso projeto, optamos em implementar uma proposta de virtualização que possa ser aplicada não apenas em uma empresa específica, mas que sirva como base para que qualquer empresa de pequeno e médio porte observe os benefícios e vantagens de virtualizar servidores, conscientizando-os do uso racional dos recursos naturais, aplicando práticas sustentáveis dentro e fora de seus domínios.

Nosso projeto consiste em apresentar uma proposta de virtualização de servidores de baixo custo de implantação, utilizando software livre, mostrando como e onde os gastos podem ser minimizados na infraestrutura de TI. Com a otimização dos datacenters, também queremos conscientizar os gestores de TI a adotarem ações menos agressivas ao meio ambiente. 1.1. Caracterização do Problema

Com a crescente evolução tecnológica e a corrida constante pela informação, as empresas têm investido cada vez mais em equipamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), para atender às novas demandas dos seus negócios. Através da aquisição de servidores, upgrades de hardware e software, os gestores têm o desafio de adequar à infraestrutura de TI para comportar, com eficiência e pelo menor custo possível, o grande volume de dados gerado por esses novos serviços.

Esse crescimento desenfreado e mal planejado dificulta o gerenciamento e eleva o consumo de energia elétrica necessária para o funcionamento dos datacenters, necessitando de alta disponibilidade de funcionamento, operando vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

Na região do Extremo Sul Catarinense, as principais Fontes geradoras de energia são as termoelétricas, que têm como principal combustível o carvão mineral. Sua exploração predatória compromete a disponibilidade e a qualidade dos recursos hídricos, destrói o potencial turístico da região, cria conflitos nas comunidades locais, reduz a biodiversidade e degrada o ecossistema, sem contar com os problemas de saúde dos trabalhadores que atuam na mineração do carvão.

1.2 Objetivo GeralDesenvolver uma proposta de virtualização de servidores com baixo custo de implantação

para empresas que utilizam infraestrutura de TI, de forma que elas possam reduzir gastos com manutenção de seus datacenters, melhorando sua produtividade, minimizando o consumo de recursos ambientais e energéticos.

1.2.1 Objetivos Específicosa. Otimizar, via virtualização dos servidores, os espaços físicos, com redução no consumo de

energia elétrica nos datacenters das empresas.b. Apresentar as vantagens dos cenários virtualizados, em comparação aos não virtualizados.c. Confrontar a economia de energia elétrica aos impactos ambientais ocasionados pela extração

e queima do carvão mineral, incentivando práticas de TI verde. 1.3 Justificativa

Nos últimos anos as empresas passaram a observar a necessidade de relacionar os avanços tecnológicos com o meio ambiente de uma forma mais harmoniosa. Com empresas e pessoas utilizando cada vez mais a TI, há uma necessidade crescente de infraestrutura computacional no mundo.

A virtualização é uma tecnologia que se encaixa perfeitamente neste contexto. Com base no estudo de McLaughlin (2008), publicado na revista CIO, o corte dos custos com a consolidação de servidores é de 81%, a recuperação de dados em casos de backup é 63% mais rápida e o retorno de investimento é obtido em aproximadamente 2 anos. A virtualização é ainda mais eficiente quando se trata de economia de energia elétrica, minimizando seu consumo em até 65% nos datacenters virtualizados. Isso impacta diretamente no meio ambiente, na exploração de recursos naturais necessários para sua geração, a qual, na nossa região (Extremo Sul Catarinense) é obtida principalmente através da Usina Termelétrica Jorge Lacerda I e II, situada no município de Capivari de Baixo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Infraestrutura de Tecnologia da InformaçãoComo base em Foina (2006), podemos definir Tecnologia da Informação (TI) como o conjunto

de atividades e soluções fornecidas pela computação, responsável por criar, administrar e manter a gestão da informação através de dispositivos e equipamentos para acesso, operação e armazenamento dos dados. A TI ganhou importância quando as empresas modernas perceberam que suas informações fazem parte de seu patrimônio.

Seguindo esse raciocínio, Veras (2011, p.7) nos diz que “infraestrutura de TI é o alicerce do modelo operacional da organização baseada na informação. Isso quer dizer que ela suporta as aplicações, que por sua vez, sustentam os processos de negócio”. 2.2 Datacenter

Datacenter é uma “Central de Dados” (tradução literal), na qual todos servidores, sistemas de armazenamento e dispositivos de rede são alocados. Deve ser construído em um ambiente seguro com dispositivos de controle de incêndio e temperatura sustentada por geradores de energia. Um datacenter pode alocar quantos servidores forem necessários, desde que se tome a devida providência quanto à estabilidade, à disponibilidade e à tecnologia de automação para deixar todos os serviços de TI funcionando perfeitamente, com a menor taxa de erros possíveis.

Na definição de Veras (2010, p.85), “a virtualização é a tecnologia central de um datacenter, e essencialmente, transforma, obedecidas certas condições, um servidor físico em vários servidores virtuais”.

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2.3 VirtualizaçãoO conceito de virtualização é oriundo da década de 60, quando a IBM desenvolveu máquinas

virtuais com o propósito de utilizar, de forma mais eficaz, os caríssimos mainframes. Segundo Nascimento (2007), a virtualização é o processo de implementação de vários sistemas operacionais, compartilhando os recursos básicos de hardware: processadores, memórias, interfaces de rede e disco rígido, estando alojados em um único servidor físico. Esse servidor possui um sistema operacional chamado Hipervisor, responsável por gerenciar as máquinas virtuais nele criadas.

2.3.1 Máquina Virtual Uma máquina virtual (VM do inglês virtual machine) é um contêiner de software totalmente

isolado, capaz de executar sistemas operacionais e aplicativos próprios. A VM se comporta exatamente como um computador físico, tendo CPU, memória RAM, disco rígido e placa de rede próprios (NASCIMENTO, 2007). 2.4 Software Livre

Para Oliveira (2007, p.55), software livre é o contrário de software proprietário, pois se refere à “liberdade dos usuários executarem, copiarem e distribuírem, modificarem e aperfeiçoarem o software sem nenhuma restrição”. Isso nos dá inúmeras vantagens diante de um software proprietário. Além de ser uma solução confiável, o custo é baixo, as correções de erros são rápidas devido ao fato de existirem inúmeras comunidades mantenedoras e possuem vasta documentação, oferecendo também maior segurança contra ataques externos e vírus.

2.5 TI VerdeAssim como outras atividades, a TI provoca impactos no meio ambiente pela demanda de energia

elétrica e emissão de CO2:

Tecnologia da Informação Verde é uma tendência mundial voltada para o impacto dos recursos tecnológicos no meio ambiente. A preocupação dessa tendência está desde a utilização mais eficiente de energia, recursos e insumos na produção de tecnologia, assim como uso de matéria-prima e substâncias menos tóxicas na fabricação, abrange recursos tecnológicos que consumam menos energia, que não agridam o meio ambiente na sua utilização operação e por fim não proporcione ou minimize impactos no seu descarte, permitindo reciclagem e reutilização. (MCLAUGHLIN, 2009, p. 27)

2.6 Carvão Mineral

Vasconcelos (2004, p.11) define o carvão mineral como sendo “uma rocha combustível não renovável, contendo elevados teores de carbono (de 50% a 95%), formada pela preservação da matéria vegetal por compactação, variação de temperatura e pressão”. Segundo o World Coal Institute, o Brasil participa apenas com 0,2% da produção do carvão mineral mundial. Soares et al. (2008) afirma que as reservas brasileiras, localizadas apenas nos estados da Região Sul, são de baixa qualidade, devido às elevadas quantidades de enxofre (1% a 5,5%) e cinzas (40% a 55%), tornando seu poder calorífico baixo (3.000 a 4.500 kcal/kg). Isso compromete seu aproveitamento como Fonte de energia. De todos os combustíveis fósseis, o carvão é o que lança na atmosfera a maior quantidade de CO2 por unidade de energia gerada.

Vasconcelos (2004) explica o processo de extração do carvão, desde sua origem nas minas de subsolo ou céu aberto até sua queima nas termelétricas e faz a relação da quantidade de minério explorada com a quantidade de energia gerada: 1 tonelada de carvão mineral puro produz 1.080 kwh. No processo de extração há a contaminação de 3 mil litros de água para cada tonelada de material retirado do solo. No beneficiamento, onde é separado o carvão dos rejeitos, são gastos mais 3 mil litros de água, pois, do material extraído do solo, 70% é de rejeito e apenas 30% é de carvão aproveitável. Assim, para obtermos 1 tonelada de carvão mineral puro, são gerados 3.330 kg de rejeito (pirita, estéreis, enxofre e outros poluentes). Já nas termelétricas, quando é feita a queima do minério, são utilizados mais 3 mil litros de água para gerar vapor e movimentar as turbinas geradoras de energia elétrica.

3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

Através de observação e análise dos datacenters das empresas que trabalhamos, notamos a dificuldade do gerenciamento de diversas máquinas. Segue-se a filosofia de 1 servidor para 1 serviço. Para tais análises, obtivemos informações da área do datacenter, potência das Fontes dos servidores, nobreaks e ares-condicionados, quantidade de máquinas, processadores e os serviços disponibilizados em cada máquina física.

3.1 Etapas para migração do ambiente físico para o ambiente virtualizadod. levantamento dos pré-requisitos técnicos;e. definição da infraestrutura de servidor(es) físico(s);f. aquisição dos equipamentos;g. implantação da arquitetura de virtualização;h. testes da infraestrutura virtualizada;i. migração das máquinas físicas para as máquinas virtuais;j. treinamento;k. acompanhamento, monitoramento e adequações.

3.1.1 Softwares de VirtualizaçãoOs softwares de virtualização dispõem de diversas funcionalidades, dependendo do fabricante

e da versão do sistema utilizado. Segundo Hess (2010), os principais participantes do mercado de virtualização são a Vmware, Microsoft e Citrix, além das soluções baseadas em software livre, como o Oracle VM e o Xen Source, que apresentam recursos equivalentes aos softwares proprietários.

Característica vSphere Hyper-V Oracle VM Xen Source

Licenciamento Por processadorJunto com Windows

Server 2008 R2

GPL-GNU Public License

GPL-GNU Public License

Processadores físico suportados pelo hipervisor

64 64 64 128

Memória RAM Suportada pela VMM

1 TB 1 TB 1 TB 1 TB

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Memória RAM por VM 256 GB 64 GB 510GB 128 GBMigração de VMs entre Hosts

sem interrupção dosServiços

Sim - vMotionSim - LiveMigration

Sim Sim

Sistema de gerenciamento opera em alta Disponibilidade

SimSim - VM +Cluster com

bootNão Não

Adição manual, a quente,de Recursos às VMs

Disco, Memória,

CPU e Rede.Disco

Disco e Memória

Disco e Memória

Tabela 1 - Características dos softwares de virtualização.Fonte: Hess (2010)

Nossa escolha foi o Oracle VM Server, devido ao fato da ferramenta ser livre e distribuída sob a licença GPL - General Public License (Licença Pública Geral). É uma ferramenta robusta que supre todas as necessidades de gerenciamento de um ambiente virtual. Possui grande escalabilidade, suportando até 32 VCPU’s (CPUs Virtuais) e 500 GB de memória RAM por VM.

Figura 1 - Tela do gerenciador do Oracle VM de uma empresa pesquisada.

1. lista dos servidores físicos no ambiente virtualizado;2. lista das VM’s do servidor físico selecionado em execução.

3.2 Resultados obtidos e/ou esperadosCom a redução de servidores, otimizamos espaço físico e reduzimos o consumo de energia elétrica

utilizada tanto na sustentação dos equipamentos quanto na refrigeração do datacenter.

Figura 2 - Comparação de cenários não virtualizado (A) e virtualizado (B).

Para calcular o consumo de energia elétrica dos cenários, usamos o simulador da Copel (2012), com base no valor do Kwh a R$ 0,39. Os resultados da refrigeração foram obtidos com base no simulador de BTUs da ACIMAQ (2012).

DescriçãoCenário Não

Virtualizado (A)Cenário

Virtualizado (B)% de

Economia1. ServidoresQuantidadePotência da Fonte (Watts)Consumo de energia (Kwh/mês) Gasto mensal de energia (R$)

103.0002.160

R$ 842,40

11.160

835,20R$ 325,72

90%61%61%61%

2. Ar condicionadoBTUsPotência da Fonte (Watts)Consumo de energia (Kwh/mês)Gasto mensal de energia (R$)

18.0001.750

1.260,00R$ 491,40

7.500550

396,00R$ 154,44

58%68%68%

Consumo de Energia (Kwh/mês) 3.420,00 1.231,10 64%Gasto Total de Energia/mês (R$) 1.333,80 480,16 64%Emissão CO2 (Kg/Ano) 1.198,40 431,40 64%Área da Sala 15m2 6m2 60%

Tabela 2 - Comparação dos cenários.Fonte: os autores.

Como previsto anteriormente, obtivemos a redução de 64% no consumo de energia elétrica, ou seja, 2.189 Kwh no período de 1 mês, chegando a 26.268 Kwh no período de 1 ano. Em termos financeiros, nesse mesmo ano economizamos R$ 10.243,68. Essa economia é ainda mais notada

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quando confrontamos com os benefícios ambientais. Por mês, deixamos de queimar 2 toneladas de carvão mineral, preservando no final de 12 meses, 24 toneladas do minério, que são mantidas em sua Fonte natural. Portanto, nosso projeto representa uma economia de 18 mil litros de água e 3,3 toneladas de rejeito por tonelada de carvão extraída.

Outra vantagem decorrente da virtualização, também na questão de sustentabilidade, é observada na redução de 64% na emissão de CO2. São 767 kg do poluente que deixam de ser lançados na atmosfera, por ano.

Reduzimos 90% das máquinas do datacenter. Isso traz otimização do espaço físico, rapidez na recuperação de serviços em casos de desastres, facilidade no gerenciamento e nos testes em sistemas operacionais diferentes. 3.3 Cronograma de Atuação

Na tabela 2 estão definidas as atividades para o plano de migração da infraestrutura não virtualizada para a infraestrutura virtualizada, de acordo com as etapas descritas no item 3.1.1. O tempo estimado depende da complexidade do ambiente, da quantidade de servidores físicos e da quantidade de VM’s a serem criadas. Cenário de Virtualização: 1 servidor físico com 10 VM’s.

A base de cálculo do tempo total da implantação do projeto é de 8 horas de trabalho diárias, sendo executado por 1 pessoa.

Atividade Tempo estimado1. Levantamento dos pré-requisitos técnicos 16 horas2. Definição da infraestrutura de servidor(es) físico(s) 8 horas3. Aquisição dos equipamentos necessários 5 a 10 dias4. Implantação da arquitetura de virtualização 16 horas5. Testes da infraestrutura de virtualização 8 horas6. Migração das máquinas físicas para as máquinas virtuais 24 horas7. Treinamento dos usuários 8 horas8. Acompanhamento e monitoramento 16 horasTempo Total: 96 horas

Aprox. 12 dias

Tabela 3 - Cronograma de MigraçãoFonte: os autores.

3.4 Plano FinanceiroNa tabela 3 estão listados as atividades e o respectivo orçamento dos trabalhos operacionais,

sendo este calculado sobre a estimativa de horas necessárias para sua execução. O valor da hora operacional é de R$ 50,00.

Atividade Orçamento1. Levantamento dos pré-requisitos técnicos R$ 800,002. Definição da infraestrutura de servidor(es) físico(s) R$ 400,003. Implantação da arquitetura de virtualização R$ 800,004. Testes da infraestrutura de virtualização R$ 400,005. Migração das máquinas físicas para as máquinas virtuais R$ 1200,006. Treinamento dos usuários R$ 400,007. Acompanhamento e Monitoramento R$ 800,00Total R$ 4.800,00

Tabela 4 - Orçamento dos trabalhos operacionaisFonte: os autores.

Seguindo o cenário de virtualização do cronograma de atuação, preparamos o seguinte servidor físico, que hospedará as VM’s.

Processador: Intel® Xeon® E5540, 2,53 GHz/8 MB, 4C 80 W

Memória: 4 x RDIMM de 8 GB

Storage: 4 x SAS de 3,5” (15.000 rpm)

Controladora de Raid: PERC H700 (6 Gbit/s) com 512 MB de cache não volátilInterface de Rede: Controlador Gigabite Ethernet de porta dupla

Fontes redundantes: 2 Fontes de alimentação

Valor: R$ 8.940,00

Tabela 5 - Orçamento do servidor físicoFonte: http://www.dell.com/br/empresa/p/poweredge-t410/pd?~ck=anav

A tabela 5 apresenta o resumo do orçamento completo do projeto de virtualização:

Descrição Valor

Mão de obra operacional R$ 4.800,00

Servidor físico R$ 8.940,00

Total do investimento R$ 13.740,00

Tabela 6 - Resumo do orçamento do projetoFonte: os autores.

Se considerarmos apenas os ganhos monetários obtidos com a economia de energia, onde a cada ano economizamos R$ 10.243,68, obteremos o retorno do investimento em 1 ano e 2 meses após a implementação do projeto.

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4 CONCLUSÃO

A virtualização seja ela de serviços, aplicativos ou de servidores, dentro ou fora da empresa (privada ou terceirizada), é uma solução que traz muitos benefícios para a organização, para a sociedade e para o meio ambiente. Cada vez mais empresas procuram implantar tais medidas na busca de ganhos econômicos e redução dos impactos ambientais. Considerando que essa proposta seja implantada em 5 empresas, podemos obter uma economia de 120 toneladas de carvão por ano.

Além dessas vantagens, consideramos que a virtualização simplifica a manutenção e gerenciamento dos equipamentos, possibilitando um crescimento mais organizado, planejado e seguro, tendo uma facilidade em novos upgrades para atender novas demandas de negócios.

Percebemos que as fases de análise e planejamento de uma arquitetura virtualizada requerem um esforço maior para definição de quais ferramentas e equipamentos serão adotados na solução. Por isso, é importante envolver o maior número de pessoas responsáveis pelos processos de TI.

Como sugestão de próximos trabalhos, citamos a criação de datacenters dinâmicos, podendo ser feita a conexão da nuvem privada da corporação (nosso datacenter virtualizado) com uma nuvem pública (datacenter de terceiros), expandindo ainda mais as possibilidades de prestação de serviços.

REFERÊNCIAS

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RESUMO

O plano de negócios apresentado contém estudos de viabilidade para criação da empresa Casa da Melhor Idade. Esta empresa atuará no ramo de entretenimento focado para o grupo de terceira idade da região de Jaraguá do Sul. Os serviços prestados serão completos, desde o entretenimento a cuidados da saúde física e mental, visto que os negócios da empresa vêm atender a demanda crescente na área de cuidados e entretenimento com enfoque na estratégia de diferenciação; baseada na qualificação de capital humano e que visa tornar os serviços perceptí-veis ao mercado, tornando-o necessário. Para a real projeção do empreendimento, foi realizada pesquisa de mercado que orientou o plano de negócios e a análise estratégica de fatores internos e externos, bem como a análise de comercialização dos serviços. Esta se focou principalmente no estudo de clientes, concorrentes, fornecedores e produtos substitutos. A partir desta base, um plano de marketing também foi descrito, focando-se no serviço global, preços e promoções, contendo o planejamento financeiro, desde o investimento inicial de custos fixos, trabalhistas e encargos até despesas fixas, projeção de venda, fluxo de caixa semestral, DRE com projeção de longo prazo e análise multifatorial dos indicadores, tendo como base a real implementação do negócio, dado o caráter factível e necessário de ser-viços desta natureza. Este estudo do empreendimento demonstra clara viabilidade da Casa da Melhor Idade, visto que os estudos setoriais foram positivamente con-clusivos quanto à abertura.

Palavra-Chave: Plano de negócios. Estratégias mercadológicas. Entretenimento para a terceira idade.

Angela RibeiroClara Fabiane Deretti FerreiraJackyane MarquardtJuliete DolzanORIENTADOR:Einstein Randal Pereira Gomes

A CASA DA MELHOR IDADE – PLANO DE NEGÓCIOS PARA A ABERTURA DE UM EMPREENDIMENTONO RAMO DE ENTRETENIMENTO

2º Lugar - GraduaçãoJaraguá do Sul

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1 INTRODUÇÃO

Com o crescente envelhecimento da população brasileira e a mudança do perfil do idoso, nascido na Geração do Pós-Guerra, criar alternativas de cuidado e entretenimento para terceira idade pode ser tanto considerado uma necessidade, quanto uma oportunidade, quanto um diferencial estratégico. Assim, o grupo de acadêmicos, ao idealizar este estudo de viabilidade para criação da empresa Casa da Melhor Idade, teve como norte a atuação no ramo de entretenimento focado para o grupo de terceira idade em Jaraguá do Sul e região, que reúnem condições socioeconômicas e culturais para tanto.

Vivemos hoje em um ambiente de intensa atividade profissional e social, influenciando assim diretamente as relações interpessoais e a qualidade de vida das pessoas. Com isto cada vez mais pessoas buscam alternativas para minimizar estes inconvenientes. Os serviços prestados serão completos, desde o entretenimento a cuidados da saúde física e mental, visto que os negócios da empresa vêm atender a demanda crescente na área de cuidados e entretenimento com enfoque na estratégia de diferenciação; baseada na qualificação de capital humano e que visa tornar os serviços perceptíveis ao mercado, tornando-o necessário.

A falta de opções de lazer e cuidado para o público denominado “Melhor Idade” existente hoje na cidade de Jaraguá do Sul e região, fez com que se desenvolvesse a necessidade de um negócio voltado ao entretenimento, conhecimento, prática de exercícios físicos como meio de prevenção da saúde. Dada à problemática do estudo, o objetivo da Casa da Melhor Idade será proporcionar momentos de descontração, integração e bem-estar, buscando melhorar a autoestima das pessoas e agregar valor à vida.

1.1 Caracterização do Problema É fato o êxodo da população para as áreas urbanas, assim como o aumento da longevidade da

população em geral. Contribuem também para a caracterização do problema as mudanças de hábitos familiares, onde os indivíduos da terceira idade são mais ativos e exigentes na sua vida social. Soma-se ao fato, que nos núcleos familiares o casal divide igualmente as responsabilidades econômicas, consequentemente trabalhando fora de casa os dois, não podendo fazer companhia aos familiares da terceira idade. A falta de profissionais capacitados que prestam serviços de cuidadores de idosos também contribui para tal. Nos últimos anos, o Brasil passou por uma forte transição demográfica, com o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de fecundidade. Houve declínio rápido dos níveis de mortalidade a partir da Segunda Guerra Mundial, seguido pela diminuição dos níveis de fecundidade, desde os anos 60 (figura 1).

Figura 1 – Pirâmide etária brasileira

Fonte: IBGE, 2012.

Consequentemente, o índice de crescimento vegetativo caiu, era de 2,5% ao ano em 1960 e atualmente é de 1,32%. Essa drástica redução alterou profundamente o perfil da pirâmide etária brasileira nas últimas décadas. Assim, nota-se nas pirâmides: estreitamento da base, que evidencia a queda das taxas de natalidade; alargamento do topo, como reflexo direto da elevação da expectativa de vida.

1.2 Objetivos e MetasO objetivo geral deste trabalho é elaborar um plano de negócios da empresa Casa da Melhor Idade

e estudar a sua viabilidade econômica e financeira. E, para tornar o objeto de estudo mensurável em suas partes, estabelecem-se os seguintes objetivos específicos de pesquisa:

f Realizar o planejamento global do empreendimento de modo a minimizar os obstáculos que venham a surgir, aumentando as chances de sucesso no empreendimento;

f Fazer a estruturação mercadológica do empreendimento, que demonstre o potencial de mercado frente à demanda existente e as opções atualmente existentes;

f Analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, demonstrando a sua real aplicabilidade frente à demanda verificada.

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1.3 JustificativaO plano de negócios será realizado para orientar a tomada de decisão na criação de um novo

negócio. Através de conversas informais e de pesquisa de campo, percebeu-se a falta da oferta deste molde de serviço na região. O plano de negócio é um auxílio para os empresários enfrentarem os obstáculos e também mudanças na economia. Portanto “o planejamento do negócio é um meio para um fim, não o resultado final” (DORNELAS, 2008, p.39). Segundo Bernardi (2011), o plano de negócio não garante o sucesso da empresa ou sua lucratividade; mas quando desenvolvido com boa qualidade aumenta as chances de um bom empreendimento.

Em Santa Catarina, há uma média de 2,5 anos superior de longevidade quando comparado com os dados do País como um todo (MACHADO, 2010). Também contribui para que este projeto seja promissor o fato da região ter expressivo número de pessoas das classes A e B, representado por diversas categorias econômicas e que passarão gradualmente a demandar os serviços aqui previstos.

Na atualidade, a região conta com clubes de idosos que são mantidos pelas prefeituras, entretenimentos como bailes para terceira idade realizada pela iniciativa privada, clubes de tiros. Esses serviços, da maneira como são oferecidos, representam a fragilidade do negócio no que diz respeito a sua integração para levar mais conforto, bem-estar, segurança e, consequentemente, melhor qualidade de vida ao público-alvo. Para isso, elaborou-se um plano de negócios que contemple na sua estrutura um único espaço com entretenimento, desde bailes a jogos de carteado, biblioteca, espaço para atividades físicas, entre outras, interagindo de maneira a atender as necessidades deste público para que o negócio possa suprir as necessidades de mercado desta região.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A importância de se fazer um plano de negócios fica evidente quando se analisa do ponto de vista dos benefícios que ele pode trazer. “Ter uma ideia na cabeça não é garantia de sucesso. A resposta mais convincente para não se deixar de fazer um plano de negócio, vem das estatísticas sobre as causas de fracasso das empresas” (CECCONELLO, 2008, p.10).

Entre outras coisas, a análise global do mercado e do empreendimento é somada a um bom gerenciamento para se obter sucesso nos negócios. Segundo Malheiros (2003), o sucesso de uma empresa depende do empreendedor; cabe a ele exercer o papel de dono da ideia e gerente das ações praticadas. Por isso, deve ser proativo e dinâmico, pois dele depende o sucesso da empresa.

2.1 A mudança geracional e o mercado potencial da terceira idadeAs mudanças na estrutura etária da população influenciam o desenvolvimento das economias,

variando à medida que avançam pelo ciclo de vida, como a frequência escolar, procriação, participação na força de trabalho, produtividade, poupança e consumo. Em meados do século 20, nos países industrializados houve aumento do número de filhos, produzindo o chamado “baby boom” e também devido à redução da mortalidade infantil. Isto se refletiu na estrutura etária favorável à maioria dos países, pois as populações se tornaram cada vez mais concentradas nas idades ativas.

Mas essa realidade é muito dinâmica, e hoje desperta preocupações, tais como falência dos sistemas públicos de saúde e aposentadoria, crescimento econômico mais lento e possivelmente declínio, tratamento injusto das crianças em relação aos idosos, colapso dos mercados financeiros

e sobrecarga das gerações futuras, para citar apenas algumas. Os representantes do período de nascimentos de 1950 experimentaram seu 60º aniversário em 2010.

No mundo como um todo, a relação entre a população em idade de trabalhar e a população acima de 60 anos é de 4 para 1. A projeção para 2050 é que este coeficiente caia para 2 a 1. Outro fator para o crescimento da população acima de 60 anos é o aumento da esperança de vida (Mason e Lee, 2012). Segundo Morita (MORITA, 2012), no Brasil, as pessoas com idade acima de 60 anos, compõem 15 milhões de pessoas ou 14% da população adulta. Estas pessoas são formadoras de opinião das famílias, decidindo ou influenciando nas decisões de compras.

Apesar das evidências, poucos empresários exploram este nicho de mercado de maneira consistente e adequada. “Criar produtos que possam eliminar a barreira entre as gerações pode gerar lucros atuais e potenciais para as empresas que o fizerem. Somado a isto estará o valor da vantagem competitiva gerada pelo pioneirismo”. A terceira idade tem se mostrado um consumidor em potencial. A faixa etária dos 50 anos é a que mais cresce no Brasil. Para que as empresas não errem na relação do produto/consumidor, elas precisam despertar para essa questão e conhecer melhor seus compradores, verificando as necessidades dessas pessoas da terceira idade (FONSECA, 2012).

2 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

A empresa se constitui em uma sociedade empresária, na forma de sociedade por quotas de responsabilidade social, tendo um sócio administrador e um sócio investidor. A atividade principal se constitui na prestação de serviço, no ramo de entretenimento, inicia as atividades optando pelo sistema de tributação pelo Lucro Presumido. A empresa estará localizada em Jaraguá do Sul, no Bairro Barra do Rio Cerro I, pois tem propriedades com grande extensão de terra (figura 2).

Figura 2 – Localização geográfica do empreendimento

Fonte: IBGE, 2012.

A modalidade da pesquisa utilizada foi bibliográfica e documental, com abordagem da pesquisa de levantamento fechada, que foi elaborada e aplicada eletronicamente. Para análise dos dados optou-se por uma abordagem quantitativa, que contribuiu para o esclarecimento de algumas informações que os acadêmicos possuíam, de forma empírica. Por sua vez, a tabulação da pesquisa foi realizada eletronicamente para a interpretação de dados. Estes, por sua vez, foram analisados

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e sintetizados para identificar o ambiente externo, assim como para projetar as necessidades dos clientes e adaptar-se da melhor forma possível às exigências do mercado.

2.2 Resultados Obtidos e/ou esperadosA cultura organizacional da empresa será voltada ao atendimento dos clientes de maneira

diferenciada, buscando a constante excelência nos serviços, ou seja, esta característica será um padrão da empresa.

Missão: desenvolver atividades e serviços destinados ao público da melhor idade, promovendo o bem-estar e oferecendo entretenimento e prática de exercícios físicos, visando a melhor qualidade de vida dos clientes. Com isto, se espera construir uma base sólida de clientes, fato que contribuirá para o crescimento da receita e desempenho financeiro.

Visão: Tornar-se referência na área de entretenimento de grupos da melhor idade na região do Vale do Itapocu até 2015.

A edificação não será um investimento próprio: a empresa fará a locação do espaço, que será construído por um investidor. Haverá diversas atividades, como bailes, pescas, jogos diversos como bocha, baralho, sinuca, dominó, caminhadas no bosque, musculação, atividades artesanais, biblioteca com sala de leitura e lan house, salas de audiovisuais, capela para orações, etc. Visando a obtenção de maiores receitas, a empresa disponibilizará de salas que estarão disponíveis para locação.

Figura 3 – Planta baixa do empreendimento

Fonte: Dados dos autores, 2012.

O plano de marketing desenvolveu a marca da empresa, num desenho que demonstra requinte através dos traços finos e pela cor clássica, bem como o cuidado com a letra, visando à facilidade para leitura e clareza na marca (figura 3).

Figura 3 – Marca da Empresa

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Para a análise de clientes e mercadológica foi feita uma pesquisa com 11 perguntas fechadas e disparadas eletronicamente. Recebemos 48 questionários respondidos. Algumas perguntas foram mais relevantes para a tomada de decisão, como a que indagava sobre a renda mensal familiar, que nos forneceu ter 71% dos entrevistados com rendimentos acima de R$ 5.000,00, isto atribuiu mais certeza do público-alvo que pretendemos atingir, as classes A e B.

Outra pergunta norteou a escolha de atividades para oferecer aos clientes, uma vez que as atividades mais expressivas foram dança, com 14%, pilates 14%, caminhadas regulares 12% e outras atividades 17%. Ainda através do questionário obteve-se que 85% das pessoas que responderam sentem a falta de lugares aconchegantes, voltados a melhor idade e que 90% das pessoas frequentariam ou levariam o idoso para frequentar o local.

O público que respondeu ao questionário revelou que 94% são de Jaraguá do Sul, cidade onde se pretende instalar a empresa. Esta cidade fica na região do Vale do Itapocu, que é destaque em meio às cidades vizinhas, o que nos proporciona uma situação geográfica privilegiada. A empresa pretende atingir clientes em Jaraguá do Sul, cidade que possui 11.339 pessoas acima de 60 anos, de acordo com IBGE em pesquisa realizada em 2010 divulgadas no site do Correio do Povo.

Perguntamos quanto o cliente estaria disposto a pagar pelo serviço, e observamos que 96% das pessoas estariam dispostas a pagar entre R$400,00 a R$ 600,00 por mês, valores que estão dentro do valor projetado para o serviço de maior cobertura. De uma maneira geral, consideramos que mercadologicamente a empresa é viável, pois se trata de um novo negócio na cidade. As expectativas das pessoas que responderam ao questionário são positivas quanto à implantação da empresa.

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2.3 Cronograma de atuação

Quadro 1 – Plano de negócios para a abertura da Casa da Melhor Idade

Fonte: Dados dos autores, 2012.

2.4 Plano financeiroLevantamento do investimento inicial: Após levantamento de investimentos como móveis e

equipamentos, capital de giro e reserva técnica, chegou-se ao valor de R$ 411.830,00.Levantamento de mão de obra e encargos mensais: Foram calculados o salário, as férias e o

13º salário, para uma projeção mensal. Para os encargos trabalhistas usaram-se as seguintes alíquotas: INSS (20%), SAT (1%), salário-educação (2,5%), sistema “S” (3,1%), INCRA (0,2%), FGTS (8%), totalizando 34.8%. Sobre o pró-labore foi utilizado o valor de R$ 1.000,001 e alíquota de 11%, referente ao INSS.

Quadro 2 – Estrutura funcional

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Despesas Fixas: na tabela foram expostas as despesas mensais, projetadas para os primeiros meses de atividade da empresa.

Quadro 3 – Despesas Fixas

Fonte: Dados dos autores, 2012.

1 Decidiu-se utilizar um valor menor no pró-labore para reduzir o peso da carga tributária.

Formação do Preço de Venda: O preço de venda calculado pelo Método Markup, onde se necessita das variáveis: custo do produto, impostos (14,33%) e margem pretendida, variando dessa maneira: Pacote A 30%, Pacote B 25%, Pacote C 10%. O custo do produto foi calculado utilizando-se dos totais das despesas fixas, com os seguintes rateios: Pacote A 70%, Pacote B 20%, Pacote C 10%.

Quadro 4 – Formação do Preço de Venda dos Serviços

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Projeção de Vendas: Para a projeção de vendas foi utilizado o método comparação com negócios similares, como número de participantes, preços, assiduidade. Nos primeiros meses poderá haver um maior fluxo de clientes, devido à curiosidade das pessoas pelos novos serviços e espaço que será amplamente divulgado. Após este período teremos um momento de instabilidade onde os clientes estarão avaliando a necessidade da utilização dos serviços. Neste cenário, obter-se-á uma receita de R$ 41.050,00 mensais. A partir deste cenário vamos fazer uma nova projeção, com seis meses, e uma variação mensal positiva de 1%.

Quadro 5 – Projeção de Vendas

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Projeção de Fluxo de Caixa: As receitas não operacionais são provenientes do aluguel de três salas no valor de R$ 1.000,00 cada, para profissionais parceiros que desejam prestar serviços afins e do aluguel do salão principal, com capacidade para 800 pessoas em eventos como casamentos, formaturas e institucionais no período noturno nas sextas-feiras e sábados, no valor de R$5.000,00, projetando 6 alugueis mensais. As saídas correspondem às despesas fixas mais os impostos sobre as vendas. As receitas correspondentes aos serviços sofreram a incidência de 0,65% referente ao PIS, 3% de COFINS, e 3% de ISS, já as provenientes de aluguel sofrem apenas a incidência de PIS e COFINS.

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Quadro 6 – Projeção do Fluxo de Caixa

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Projeção do DRE: A projeção do DRE foi calculada para cinco anos e considerou um incremento anual de 12%. As alíquotas consideradas para o cálculo do IRPJ e CSLL foram de 4,8% e 2,88% respectivamente.

Quadro 7 – Projeção do Demonstrativo de Resultados do Exercício – DRE

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Análise de Investimentos: O ponto de equilíbrio da empresa resulta no faturamento médio mensal de R$ 28.761,09. O tempo de retorno do investimento2 foi calculado em 10 meses. A rentabilidade mensal é de 10,41% e a lucratividade anual é de 57,54%.

Quadro 8 – Análise de Investimentos

Fonte: Dados dos autores, 2012.

Análise de sensibilidade: Por esta análise verifica-se que até com 50% de faturamento não teríamos caixa negativo, o que não ocorre daí por diante.

Quadro 9 – Análise de Sensibilidade2 ROI: Retorno Operacional do Investimento

Fonte: Dados dos autores, 2012.

4. CONCLUSÃO

O desenvolvimento do Plano de Negócios permitiu ao grupo expandir seus conhecimentos acerca de um ramo de atividade relacionado ao setor de serviços. Verificou-se que em um mercado cada vez mais concorrido, não é suficiente apenas possuir um bom serviço e simplesmente disponibilizá-lo aos seus clientes. Fidelizar os clientes vem sendo o principal desafio no mundo das organizações, para que estas possam garantir a sua sustentabilidade.

O desafio de estruturar uma pequena empresa foi extremamente positivo, pois proporcionou ao grupo de trabalho obter conhecimento em outras áreas de atuação, fazendo com que nós tivéssemos uma visão empresarial do negócio. Foi através destes conhecimentos que percebemos a importância da dinamicidade na gestão dos negócios. Também percebemos o quanto é preciso ousar! Através disto, optamos por pulverizar nossas Fontes de caixa, locando o espaço físico da empresa, nos períodos em que ela está ociosa para eventos externos. Os resultados financeiros provenientes deste negócio pareceram bem viáveis.

Em se tratando do negócio principal, por ele ser inovador na região encontramos dificuldade em selecionar materiais específicos que pudessem contribuir para a nossa tomada de decisão. As expectativas de retorno de investimento foram baseadas em três cenários: otimista, moderado e pessimista. Para o cenário pessimista, calculou-se uma média de 40 a 50% de faturamento, com lucro tendendo a zero, assim como a análise de que a economia nacional tivesse uma retração e, consequentemente, influenciasse a cidade negativamente. Para o cenário moderado, calculou-se um faturamento de 70% e a empresa ainda se mostrou promissora, pois seu resultado líquido foi próximo ao seu ponto de equilíbrio. Fatores exógenos relacionados ao cenário moderado; considera-se o bom momento financeiro que as classes A e B estão passando. O cenário otimista contempla o faturamento de 100% e um Payback de 10 meses, resultado ótimo para o investimento relacionado com o crescimento da economia.

Recomendamos para que a aplicação do negócio seja de fato elaborada, deve-se proceder a uma pesquisa de opinião com abrangência focada para a faixa etária do público-alvo, visando obter maior direcionamento para as ações que deverão ser tomadas para a definição do escopo do projeto.

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MORITA, Marcos. Mercado da terceira idade: por que você precisa ficar atento a ele? Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/mercado-da-terceira-idade-por-que-voce-precisa-ficar-atento-a-ele/63848/. Acesso em 25 jul. 2012.

RESUMO

Este trabalho tem como intuito a análise de viabilidade econômica e financeira para a abertura de uma empresa de redes de proteção, com dados, informações e pesquisas gerados de um Plano Financeiro a partir de um Plano de Negócios reali-zado pelos futuros sócios da empresa PROTEGE TELAS DE SEGURANÇA. Buscando trabalhar com o mercado voltado para a sustentabilidade ambiental, a empresa Protege buscou parceria para utilizar redes com fios de material reciclado oriundo de garrafas de politereftalato de etileno ou simplesmente PET. Esse material apli-cado às redes será adquirido de fornecedor em Juazeiro do Norte/CE. Dessa for-ma além de garantir a qualidade e principalmente segurança do serviço prestado, a empresa contribui significativamente com o meio ambiente e abre um diferen-cial competitivo no mercado. O estudo apresenta assim, o valor inicial necessário para abertura e manutenção da empresa, com seus custos e despesas. Apresenta também, demonstrativo de resultado e o lucro do negócio considerando sempre a sazonalidade visto que a empresa trabalha em períodos de pico de vendas que ocorrem entre os meses de outubro a março, e o período de queda, que ocorre de abril a setembro. Ainda trará, através do fluxo de caixa projetado para cinco anos, uma análise de indicadores financeiros importantes para avaliação de projetos, como o Valor do Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Payback mostrando que o investimento apresenta retorno do capital inicial a ser investido.

Palavra-Chave: Análise de investimento. Indicadores financeiros. Redes de proteção.

Andrea Botelho de SouzaVilma Jochen de AraújoORIENTADOR:Luis Henrique Dal Molim

3º Lugar - GraduaçãoTubarão

PLANO DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO:ESTUDO DE CASO DE VIABILIDADE ECONôMICA DE IMPLANTAÇÃO DE EMPRESA DE REDES DE PROTEÇÃO COM UTILIZAÇÃO DE FIOS DE MATERIAL RECICLADO DE GARRAFAS DE POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET).

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1 INTRODUÇÃO

A parte introdutória deste trabalho tem o objetivo de situar o leitor a respeito do tema que será discutido, bem como de apresentar o problema de pesquisa, objetivos gerais e específicos que serão abordados ao longo do desenvolvimento desta pesquisa. Para tanto, a pesquisa exploratório-explicativa consiste de um estudo de caso com abordagem quantitativa dos dados primários e secundários e de dimensão transversal.

1.1 Caracterização do ProblemaEmpresas inseridas em ambientes competitivos e que apresentam recursos limitados, procuram

a aplicação apropriada destes recursos não apenas para apresentar um acréscimo em seu valor, mas também é fator preponderante e decisivo na sua sobrevivência e manutenção. A abertura de investimento traz a necessidade de obter formas mais criteriosas de análise a fim de dar maior segurança aos acionistas, e uma das formas é a aplicação de um Plano de Negócios. Para Cecconello e Ajzental (2008, p.3):

A ideia básica, que está por trás da elaboração de um Plano de Negócios, é oferecer ao tomador de decisão, indicadores consistentes que apresentem o dimensionamento potencial de ganhos, ou a minimização de perdas, frente aos riscos inerentes do negócio em análise.

Assim, com necessidade baseada em um modelo de avaliação financeira com ênfase de poder proporcionar apoio à decisão e minimização do risco, emerge a pergunta da pesquisa que orienta este trabalho: Como se poderia analisar o investimento, para implantação de uma empresa no mercado de redes de proteção a partir das informações do plano financeiro originado de um plano de negócios?

1.2. Objetivos e Metas

O presente trabalho procurou evidenciar a importância da análise da viabilidade econômica e financeira para instalação de uma empresa especializada em redes de proteção doméstica e esportiva, no município de Tubarão e arredores. E, para cumprir esse objetivo maior, apresentam-se os objetivos específicos: (i) identificar a necessidade de investimento inicial, dos custos e dos resultados dos períodos projetados; (ii) apresentar os indicadores financeiros do projeto; (iii) oferecer subsídios na análise para tomada de decisão.

A empresa analisada deseja atuar no ramo da construção civil em especial com redes de proteção. Estas redes protegem crianças, adultos e animais domésticos de acidentes que atentam contra a vida, como quedas e, ainda, possibilitam maior conforto e segurança nas práticas esportivas em quadras poliesportivas. Seu público-alvo são pessoas que moram em edifícios, casas de dois andares, aquelas que possuem piscinas ou locais que apresentam riscos, além de prefeituras, construtoras, clubes e demais locais para práticas de esportes.

Ainda, além de garantir segurança e proteção à vida, a empresa, visando colaborar com o meio ambiente, buscou uma parceria para trabalhar com materiais reciclados, tendo como matéria-prima o reaproveitamento da garrafa PET.

1.3. JustificativaA justificativa da escolha deste tema está na sua importância e contribuição. A primeira

abordagem que é da importância, se dá pela prática de análise com utilização de ferramentas contábeis, econômicas e financeiras. Na vasta bibliografia de finanças citam diversas técnicas (ROSS, WESTERFIELD e JAFFE, 1995; BRIGHAM e HOUSTON, 1999; GITMAN, 2004) para avaliar projetos de investimentos, sendo as principais citadas: Taxa Interna de Retorno (TIR); Valor Presente Líquido (VPL) e Payback simples.

O tema também contribui para a pesquisa em administração e para o mercado da construção civil, que se beneficiará com os fundamentos teóricos e com a construção do modelo financeiro para avaliação, com base em um conjunto de ferramentas, devidamente regularizadas e legitimadas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na avaliação de projetos podem ser utilizados inúmeros métodos, desde os mais simples até alguns que apresentam maior sofisticação. O objetivo de todos eles é auxiliar na tomada de decisão de investir ou não em um projeto.

Percebe-se que uma das diversas buscas de um empreendedor, é encontrar o caminho do lucro que passa obrigatoriamente por uma gestão financeira eficiente, sendo que esta oferecerá uma ótima ferramenta para tomada de decisão. Para isto, ele conta com um estudo de análise, o Plano de Negócios. Com um Plano de Negócios bem elaborado diminuem-se os riscos, sendo uma ferramenta importante no momento de decisão da abertura ou da continuidade de uma empresa. Nesse sentido, declara LACRUZ (2008, p.3).

De forma geral considera-se um documento vivo que visa planejar detalhadamente a abertura, a expansão ou manutenção de um negócio, e que serve como instrumento de comunicação entre o criador e os agentes externos ao empreendimento.

De maneira geral um Plano de Negócios se subdivide em: (I) Sumário Executivo; (II) Descrição da Empresa; (III) Plano de Marketing; (IV) Plano Financeiro; e, (V) Plano de Implementação.

Para este estudo, foram adotadas as informações e análises extraídas do plano financeiro, desenvolvido e apresentado no Plano de Negócios para a abertura da empresa Protege Redes de Proteção. Assim, de acordo com LACRUZ (2008, p. 103), “o plano financeiro pode ser resumido como o conjunto de informações de natureza financeira que compõem as previsões relativas à operacionalização do negócio, dentro dos parâmetros planejados”, ou seja, demonstra um conjunto de projeções que poderão refletir o desempenho futuro da empresa, que, se bem elaborados, apresentarão uma imagem futura de estabilidade, um dos pontos principais de avaliação da atratividade do negócio.

Este plano financeiro, ainda, deve conter projeto de investimento, apresentando também a Demonstração de Resultado dos Exercícios (DRE) e Fluxo de Caixa (FC), informações das despesas, custos e das vendas para os períodos projetados (BIAGIO; BATOCCHIO, 2005).

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3. DADOS SETOR DE REDES DE PROTEÇÃO

O mercado de redes de proteção tem uma relação muito próxima do mercado imobiliário. Com o lançamento de novos empreendimentos imobiliários o mercado de redes de proteção também é ampliado. A realização de vários programas habitacionais do governo tem sido instrumento fundamental para o aquecimento deste setor nos últimos anos.

A empresa Protege pretende atuar na cidade de Tubarão / SC e regiões de sua abrangência. Para tanto, buscou-se informações gerais sobre o número de empresas construtoras, bem como o número de residências (casas e apartamentos), número de escolas e o total de crianças da região.

De acordo com os dados gerais das empresas de construção civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) existem 2.991 empresas ativas no ramo da construção civil só no estado de Santa Catarina. Já em relação às moradias das regiões em que se pretende atuar, percebeu-se um volume expressivo de possíveis clientes, devendo ser levado em consideração o grande volume de novos empreendimentos e, principalmente, o crescimento vertical que tem ocorrido na região. A tabela a seguir apresenta esta informação.

Cidade Casa Casa de vila/condomínio ApartamentosTubarão 27.373 297 4.730Capivari de baixo 6.651 2 265Braço do norte 8.117 9 742Laguna 16.121 43 1.054Imbituba 12.602 21 531Total 70.864 372 7.322

Tabela -1 Comparativo de residências

Fonte: IBGE, 2010. Elaborado:pelos autores

Sobre o número de escolas na região de atuação, a tabela 2 que segue, apresenta as informações.

Cidade Ensino Fundamental Ensino médioTubarão 47 12Capivari de baixo 9 1Braço do norte 14 5Laguna 37 11Imbituba 22 4Total 131 33

Tabela 2 - Comparativo de escolasFonte: IBGE, 2010. Elaborado:pelos autores

E a tabela 3 destaca o número de crianças. Sobre as crianças essa informação é importante, pois essas são consideradas em idade de risco por não terem discernimento do perigo de uma queda.

Cidade População Menos 01 ano 01 a 04 anos 05 a 09 anos TotalTubarão 97.833 1.083 4.529 5.692 11.304Capivari de baixo

21.913 315 1.186 1.526 3.027

Braço do norte 29.351 386 1.537 2.186 4.109Laguna 51.869 622 2.463 2.440 5.525Imbituba 40.514 431 1.936 2.713 5.080

Tabela -3 Comparativo de número criançasFonte: IBGE, 2010. Elaborado: pelos autores

3.1. Métodos e Procedimentos Para a realização deste estudo, utilizou-se a pesquisa de mercado oriunda do Plano de Negócios da

empresa, no qual foram adotados questionários semiestruturados com perguntas abertas e fechadas. Também foi feito um levantamento de demanda, dos potenciais concorrentes e fornecedores, além dos investimentos necessários, de forma a se obter os dados para análise e desenvolvimento. Dessa forma, buscou-se alcançar o conhecimento da viabilidade ou não da abertura de uma empresa de redes de proteção.

Para tanto, o método do estudo de caso se constitui o mais adequado, pois segundo a afirmação de Yin (2005, p.32).

O estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno ao longo contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde as múltiplas Fontes de evidência são utilizadas.

Assim, para este estudo de caso o caráter exploratório-explicativo com dados primários e secundários e com dimensão transversal se demonstrou mais adequada.

3.2. Resultados obtidos e/ou esperadosObservou-se em pesquisas que a demanda para os produtos a serem oferecidos pela empresa

Protege é crescente. O crescimento vertical e o auxílio governamental para aquisição da casa própria, principalmente apartamentos, tem alavancado o setor imobiliário, e de forma consecutiva os clientes em potencial.

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3.3. Cronograma de atuação O desenvolvimento de iniciação da empresa se realizará conforme estabelecido no quadro abaixo.

ITEM INíCIO RESPONSÁVEL STATUSElaboração do plano de Negócios

01/04/2012 Autores Concluído

Levantamento do capital financeiro

01/02/2013 Sócios Não concluído

Adequação da sede 15/02/2013 Sócios Não concluídoCompra dos materiais diretos

15/07/2013 Sócios Não concluído

Contratação do colaborador e treinamento

15/06/2013 Sócios Não concluído

Início da ação de marketing

01/05/2013 Sócios Não concluído

Início das atividades - atendimento ao cliente

01/08/2013 Sócios Não concluído

Quadro -1 CronogramaFonte: Elaborado pelos autores

A empresa tem como estratégia a inicialização, preparação e apresentação da empresa ao mercado em agosto de 2013, no intuito de divulgar e preparar a empresa para o atendimento da grande demanda que ocorre nos meses de setembro a março.

3.4. Plano Financeiro Para o Plano Financeiro foram levantados os valores do Investimento Inicial para abertura da

empresa, no que compreende as despesas pré-operacionais, investimento fixo e capital inicial. Em seguida, o demonstrativo de resultado mensal e, por fim, uma análise estimativa do fluxo de caixa de 05 (cinco) anos, considerando sempre a sazonalidade, como segue nas tabelas abaixo.

3.4.1 Investimento Inicial O Investimento Inicial é compreendido pelas despesas pré-operacionais, investimento fixo e

capital inicial (estoques de materiais diretos, custos fixos e reserva de capital). A fim de verificar a viabilidade, em função da sazonalidade, as informações foram dividas em 02 (dois) semestres. Um iniciando de outubro a março e o segundo de abril a setembro, apurando assim os valores nestes períodos.

Out. a Mar. Abr. a Set.DESCRIÇÃO VALOR VALOR

a. Despesas pré-operacionais R$ 1.700,00 R$ 1.700,00b. Investimento Fixo R$23.917,89 R$23.917,89c. Capital de Giro R$17.703,87 R$13.757,77c.1. Estoques de Materiais Diretos R$ 7.993,52 R$ 4.047,42c.2. Custos Fixos R$ 7.318,56 R$ 7.318,56c.3. Reservas de Capital para Suportes de Vendas a Prazo R$ 2.391,79 R$ 2.391,79TOTAL R$ 43.321,76 R$ 39.375,66

Tabela -4 Investimento inicialFonte: Plano de negócios (ARAÚJO; SOUZA, 2012). Elaborado: Pelos autores

3.4.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)Nessa demonstração é explanada a concepção do lucro ou prejuízo do exercício social, de acordo

com a comparação das receitas realizadas e das despesas incorridas. Para Assaf Neto (2003), esse demonstrativo engloba as receitas, as despesas, os ganhos e as perdas do exercício, apurados por regime de competência, independente, portanto, de seus pagamentos e recebimentos. Assim, esses resultados mostram como se apresentam a gestão econômica e o reflexo futuro na gestão financeira, servindo de elemento para comparação com outras empresas. A seguir apresentamos a DRE mensal.

Outubro – Março Abril - SetembroDISCRIMINAÇÃO VALOR TOTAL (R$) VALOR TOTAL (RS) 1.RECEITA BRUTA DE VENDA R$ 32.592,00 R$ 11.436,052. (-) DEDUÇÕES R$ 2.508,68 R$ 880,583. RECEITA LÍQUIDA DE VENDA R$ 30.083,32 R$ 10.555,474.(-)CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS R$ 10.405,52 R$ 6.459,425. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R$ 19.677,80 R$ 4.096,056. (-) DESPESAS OPERACIONAIS R$ 4.873,11 R$ 4.873,11 6.1 DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 1.700,00 R$ 1.700,00 6.2 DESPESAS DE VENDAS / MARKETING R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 6.3 DESPESAS GERAIS R$ 1.799,56 R$ 1.799,566.4 DEPRECIAÇÃO ACUMULADA R$ 373,56 R$ 373,567. RESULTADO OPERACIONAL R$ 14.804,69 R$ 777,068. RECEITAS FINANCEIRAS9. (-) JUROS DE FINANCIAMENTO. R$ - R$ -10. RESULTADO ANTES DO IR R$ 14.804,69 R$ 777,0611.(-) IR ALIQUOTA 15% R$ - R$ -12. LUCRO LÍQUIDO R$ 14.804,69 R$ 777,06

Tabela -5 Demonstrativo de Resultado (DRE) mensalFonte: Plano de Negócios (ARAÚJO; SOUZA, 2012). Elaborado: Pelos de autores

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A demonstração de resultado do período mensal apresentou lucro líquido de R$ 14.804,69 nos períodos de maior concentração de vendas e não apresentou lucro nos períodos de sazonalidade, mas o resultado final, diferença nos períodos, é de R$ 14.027,63, apresentando lucratividade e viabilidade para o projeto.

3.4.3 Fluxo de CaixaDe acordo com Zadnowicz (2002), o fluxo de caixa é uma das informações mais importantes,

pode-se dizer que o fluxo de caixa é o registro dos ingressos e desembolsos que a empresa teve em determinado tempo. As saídas de caixa podem ser regulares, periódicas e irregulares e correspondem a: desembolsos a fornecedores, salários, juros a terceiros, dividendos e retiradas feitas pelos proprietários, além de encargos sociais e fiscais que deverão ser recolhidos pela empresa.

Ainda, Ross, Westerfield e Jaffe (1995) completam dizendo que a gestão de caixa envolve: apuração do saldo de caixa apropriado, procedimentos de recebimento e pagamento e aplicação do excedente de caixa em títulos negociáveis. É através do caixa que o gestor poderá medir a real situação financeira da empresa e o fluxo de caixa proporcionará a visão dos recursos disponíveis financeiramente. A seguir apresenta-se a tabela do fluxo de caixa.

DESCRIÇÃO ANO 1 ANO 2 ANO 31. Investimento inicial (R$ 43.321,76) (R$ 43.321,76) (R$ 43.321,76)2. Saldo de Caixa Inicial R$27.064,01 R$90.007,36 R$ 176.771,80 3. Total de Entradas R$90.011,62 R$ 255.368,46 R$ 264.168,30 3.1. Receita de Vendas R$90.011,62 R$ 255.368,46 R$ 264.168,30 4. Total de saídas (R$ 78.573,16) (R$181.886,55) (R$181.886,55)4.1. (-) Custos de produtos vendidos (R$ 44.135,40) (R$101.189,64) (R$101.189,64)4.2. (-) Despesas Administrativas (R$8.500,00) (R$20.400,00) (R$20.400,00)4.3. (-) Despesas com vendas (R$5.000,00) (R$12.000,00) (R$12.000,00)4.4. (-) Despesas Gerais (R$8.997,79) (R$21.594,69) (R$21.594,69)4.5. (-) Manutenção e Conservação (R$ 500,00) (R$1.200,00) (R$1.200,00)4.6. (-) Seguro (R$ 285,00) (R$ 684,00) (R$ 684,00)4.7. (-) Impostos (R$9.287,19) (R$ 20.335,53) (R$20.335,53)4.8. (-) Depreciação (R$1.867,79) (R$4.482,69) (R$4.482,69)5. Fluxo do Período R$ 11.438,46 R$ 73.481,91 R$82.281,75 6. (-) Reserva de Capital R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 7. (+) Depreciação R$1.867,79 R$4.482,69 R$4.482,69 8. Saldo Acumulado de Caixa R$ 27.064,01 R$105.028,61 R$191.793,04

ANO 4 ANO 5 TOTAL %1. Investimento inicial (R$43.321,76) (R$ 43.321,76) (R$ 43.321,76) 2. Saldo de Caixa Inicial R$263.536,24 R$278.557,48 3. Total de Entradas R$264.168,30 R$264.168,30 R$1.137.884,98 100%3.1. Receita de Vendas R$264.168,30 R$264.168,30 R$1.137.884,98 100%4. Total de saídas (R$81.886,55) (R$81.886,55) (R$806.119,37) 100%4.1. (-) Custos de produtos vendidos

(R$101.189,64) (R$101.189,64) (R$448.893,96) 56%

4.2. (-) Despesas Administrativas (R$20.400,00) (R$20.400,00) (R$ 90.100,00) 11%4.3. (-) Despesas com vendas e Marketing

(R$12.000,00) (R$12.000,00) (R$ 53.000,00) 7%

4.4. (-) Despesas Gerais (R$21.594,69) (R$21.594,69) (R$ 95.376,54) 12%4.5. (-) Manutenção e Conservação

(R$1.200,00) (R$1.200,00) (R$5.300,00) 1%

4.6. (-) Seguro (R$ 684,00) (R$ 684,00) (R$3.021,00) 0%4.7. (-) Impostos (R$20.335,53) (R$20.335,53) (R$ 90.629,32) 11%4.8. (-) Depreciação (R$ .482,69) (R$4.482,69) (R$ 19.798,54) 2%5. Fluxo do Período R$82.281,75 R$82.281,75 R$ 331.765,61 29%6. (-) Reserva de Capital R$ 0,00 R$ 0,00 R$0,00 7. (+) Depreciação R$ 4.482,69 R$4.482,69 R$9.798,54 8. Saldo Acumulado de Caixa R$278.557,48 R$365.321,92 R$967.765,06 85%

Tabela -6 Fluxo de Caixa (acumulado 05 anos e %)Fonte: Plano de Negócios (ARAÚJO; SOUZA, 2012). Elaborado: Pelos Autores

Verifica-se ao longo do projeto que apresenta fluxos de caixas positivos, assim a partir destas informações podem-se calcular alguns indicadores.

3.4.4 Análise do Investimento (VPL, TIR e PayBack)Para Ross, Westerfield e Jaffe (1995), a análise do Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica

quantitativa básica para tomada de decisões financeiras, e eles a julgam como o melhor método para avaliação de projetos, pois é a medida de valor criada ou adicionada por se realizar um investimento, analisando-se o valor investido inicial e comparado aos fluxos apresentados, por uma taxa de desconto.

Ainda, para Ross; Ewsterfield; Jordan (2009, p.223), outro indicador financeiro é a Taxa Interna de Retorno (TIR), nela “tentamos obter uma taxa única de retorno para o projeto para sintetizar os méritos do projeto”. E para Brigham e Houston (1999), é uma taxa que se maior que a taxa de custo dos fundos utilizados para financiar o projeto, remunera os proprietários.

Observou-se com o cálculo do VPL e TIR que o negócio tem amplas chances de sucesso, com uma taxa do custo capital de 18% ao ano, essa taxa contempla as taxas do mercado imobiliário e o risco do negócio estabelecido pelos acionistas.

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Investimento Inicial (R$ 43.321,76)Fluxo de Caixa - ANO 1 R$ 11.438,46 Fluxo de Caixa - ANO 2 R$ 73.481,91 Fluxo de Caixa - ANO 3 R$ 82.281,75 Fluxo de Caixa - ANO 4 R$ 82.281,75 Fluxo de Caixa - ANO 5 R$ 82.281,75 Taxa desconto (custo capital) 18%VPL R$ 147.630,75TIR 98%

Tabela -7 VPL e TIRFonte: Plano de Negócios (ARAÚJO; SOUZA, 2012). Elaborado: Pelos autores

Conforme investimento inicial e os fluxos de caixa dos cinco anos, obteve-se um VPL de R$ 147.630,75, evidenciando um projeto bastante aceitável. Ainda, confirmado pela TIR que é a taxa que iguala o valor das entradas e saídas de um projeto, sendo esta TIR de 98% ao longo do período comparada à taxa de 18% adotada como valor mínimo aceitável de retorno, logo se aceita o investimento.

Por fim, utilizou-se a análise do Payback, ferramenta para observar o tempo de retorno que o empreendedor levará para recuperar o dinheiro investido no negócio. Nesse sentido, Gitman (2004) salienta que este é um método de análise bastante difundido tanto em grandes quanto em pequenas empresas, pois se trata de um método simples e acessível, visto que considera os fluxos de caixa e não o lucro contábil. Assim, observou-se que a empresa Protege conseguirá pagar seu investimento no segundo ano de funcionamento, conforme demonstrado a seguir:

ANOS FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA ACUMULADO0 (R$43.321,76) (R$43.321,76)1 R$27.064,01 (R$16.257,75)2 R$105.028,61 R$88.770,863 R$191.793,04 R$280.563,904 R$278.557,48 R$559.121,38

Tabela -8 PaybackFonte: Plano de Negócios (ARAÚJO; SOUZA, 2012). Elaborado: Pelos Autores

4. CONCLUSÃO

O presente estudo evidenciou a importância das análises de viabilidade econômica e financeira para abertura e instalação de uma empresa especializada em redes de proteção doméstica e esportiva, no município de Tubarão e arredores. Seu diferencial foi a adoção de material reciclado, fios oriundos de garrafas de politereftalato de etileno, chamadas garrafas PET. Para análise de viabilidade, utilizou as análises apresentadas por um Plano Financeiro, geradas a partir de um Plano de Negócios elaborado pelos futuros sócios. Neste estudo ficou identificado o valor de Investimento Inicial necessário para desenvolvimento e manutenção das atividades, nos períodos de alta e baixa

sazonalidade, bem como os custos e despesas necessárias. Chegando-se dessa forma aos resultados dos períodos projetados nos demonstrativos de resultado e nos fluxos de caixa correspondentes aos cinco primeiros anos.

Ainda, proporcionou e apresentou as análises dos indicadores financeiros, que foram: Valor Presente Líquido (VPL) que apresentou valor de R$ 147.630,75, com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 98% para 05 (cinco) anos do projeto e a recuperação do capital inicial investimento segundo ano - Payback, demonstrando dessa forma um resultado positivo quanto à viabilidade da abertura da empresa, servindo assim como subsídio para tomada de decisão.

As limitações deste estudo ficam por conta da baixa quantidade de literatura sobre redes de proteção. Assim sendo, recomenda-se que outros estudiosos e interessados sobre o assunto procurem, através da pesquisa científica, aprofundar os estudos realizados.

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RESUMO

Trata-se de projeto integrador focado na Educação Fiscal, executado por alunos do curso de pós-graduação em Administração Estratégica de Empresas do SENAC de Lages e que consiste em Exposição Temática de Fotografias, do qual podem par-ticipar alunos, professores e funcionários da unidade local do SENAC. A temática das fotografias inscritas é sobre a depredação do patrimônio público, como equi-pamentos urbanos, prédios, instalações, praças, jardins, máquinas quebradas, mal conservadas ou usadas indevidamente; prédios públicos mal cuidados, pixados ou abandonados; vias públicas esburacadas, mal sinalizadas, pontes destruídas, mau atendimento em repartições, abuso e desperdício de verbas públicas, crimes con-tra o meio ambiente, esgotos a céu aberto, lixo depositado em rios, bocas de lobo e locais públicos, desperdício de energia e outros recursos naturais. As fotografias conterão legendas indicando local e data do fato denunciado. O material será ex-posto no Hall de entrada da Câmara de Vereadores, e simultaneamente na unidade do SENAC serão realizadas palestras, exibição de audiovisuais e debates sobre o tema. Os alunos dos cursos de informática elaboram e alimentam um blog temáti-co sobre educação fiscal. A exposição percorrerá outras escolas das redes pública e particular de Lages e região.

Palavra-Chave: Controle Social. Educação Fiscal. Patrimônio Público.

Jean Neiva Gomes de CamposMarcia Ribeiro da RosaElaine Amaral FernandesORIENTADOR:Ilson Sebastião Cordeiro de Barros

1º Lugar - Pós-graduaçãoLages

EDUCAÇÃO FISCAL: UMA EXPERIÊNCIA DE INSTRUMENTALIZAÇÃO DO CIDADÃO PARA O EXERCíCIO CONSCIENTE DO CONTROLE DE ABUSOS CONTRA O PATRIMôNIO PÚBLICO

REFERÊNCIAS

ARAUJO, V.; SOUZA, A. Plano Financeiro: Fornecimento e instalação de redes de proteção. Tubarão, 2012. Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Plano de Negócios do curso de Processos Gerenciais do SENAC.

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.

BIAGIO, L. A.; BATOCCHIO, A. Plano de Negócios: estratégia para micro e pequenas empresas. Barueri: Manole, 2005.

BRIGHAM, E. F.; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna Administração Financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CECCONELLO, A. R.; AJZENTAL, A. A construção do Plano de Negócio. São Paulo: Saraiva, 2008.GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10 ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.

INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE – Cidades. Disponível em:<http://www.ibge.com.br/cidadesat/link.php?uf=sc>. Acesso em: 30 jun. 2010.

LACRUZ, A. J. Plano de Negócios passo a passo: transformando sonhos em negócios. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W. e JAFFE, J. F. Administração Financeira: Corporate Finance. São Paulo: Atlas, 1995.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R.; JORDAN, B. D. Princípios de Administração Financeira. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

ZDANOWICZ, J. E. Fluxo de Caixa: uma edição de planejamento e controle financeiro. 9.ed. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2002.

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira passa por profundas transformações com o advento da chamada era da informação, na qual os cidadãos de todas as classes e condições sociais têm maiores facilidades de acesso à informação e sua participação na vida comunitária exige que assumam posturas cada vez mais críticas em relação às ações dos agentes e instituições da administração pública enquanto promotores do desejado bem-estar social.

Estruturado na metodologia ativa de Aprendizagem por Competências pelo Desenvolvimento de Conhecimentos (Saber), Habilidades (Saber fazer), Atitudes (Saber Conviver) e Valores (Saber Ser), o SENAC de Lages (2009) adere ao Programa de Educação Fiscal implementado pela Escola de Administração Fazendária (ESAF, 2008), mobilizando seu quadro de alunos, professores, técnicos e administradores com a finalidade de planejar, implantar, executar e promover de forma continuada um processo de inserção de conteúdos e ações pertinentes à educação fiscal nas atividades de classe e extraclasse de todos os cursos oferecidos pela instituição.

Desta forma, os ora autores, alunos do curso de Pós-graduação em Gestão Estratégica de Empresas em desenvolvimento na unidade de Lages, elaboram um projeto integrador cujo objetivo principal é promover a sensibilização, conscientização e participação dos educandos da instituição em ações de valorização, fiscalização e controle social da correta e transparente aplicação dos recursos públicos provenientes da arrecadação tributária, como princípio de exercício da plena cidadania, do exercício dos direitos e garantias nas relações entre Estado e Cidadão, tendo como finalidade a melhoria da qualidade de vida das comunidades onde estão inseridos.

O projeto consta de um Concurso de Fotografias, coloridas ou em preto e branco, contendo legenda sobre a data da fotografia e o local do objeto fotografado e outras informações, cujo objetivo é registrar e denunciar a depredação do patrimônio público em geral, como equipamentos urbanos mal cuidados, prédios, instalações, praças, jardins, objetos, equipamentos e máquinas quebradas ou mal conservadas ou usadas indevidamente, prédios públicos mal cuidados, pixados, abandonados, vias esburacadas, mal sinalizadas, pontes destruídas, entre outras situações.

Também será alvo de atenção dos alunos integrados numa rede de grande capilaridade pelos bairros de toda a cidade, a denúncia de eventual má qualidade dos serviços públicos, o mau atendimento nas repartições, escolas, hospitais, postos de saúde e os desvios de finalidade na execução de serviços ou emprego de verbas advindas da arrecadação fiscal.

Tratando-se o meio ambiente de um bem público da maior importância, este também será alvo neste projeto, registrando-se e denunciando-se os atentados e crimes contra o meio ambiente, esgotos a céu aberto, limpeza mal feita de ruas, prédios e equipamentos públicos, lixo depositado em rios, bocas de lobo e locais públicos, desperdício de energia e recursos naturais, além de outras formas de desrespeito aos bens e recursos públicos.

Todas as fotografias concorrentes serão registradas em mídia eletrônica (CD, DVD) e cópias serão entregues a cada um dos vereadores, ao prefeito do município e secretários municipais acompanhados de um veemente apelo comunitário pela urgente regularização das situações denunciadas.

Poderão participar do Concurso de Fotografias todos os alunos do SENAC de Lages matriculados ou concluintes no ano letivo de 2012, em cursos de Aprendizagem, Cursos Técnicos e Pós-graduação, concorrendo a uma premiação constante equipamentos eletroeletrônicos e que será oferecida pela agência local da Receita Federal, parceira do projeto.

Os alunos dos cursos de informática implantarão um blog temático que será alimentado com imagens e artigos relativos ao projeto e ao tema da educação fiscal, enquanto os orientadores de todas as disciplinas de todos os cursos oferecidos pela Unidade do SENAC em Lages realizarão abordagens transversais sobre o tema, desde as etapas iniciais do projeto até o final do ano letivo.

Após a realização da Exposição, o acervo será disponibilizado ainda em espaços de grande afluência de público e apresentado em escolas das redes pública e particular de Lages e demais municípios da região do planalto serrano, sendo meta da equipe que o evento aconteça anualmente.

Estas ações visam, por fim, incentivar o estudante e cidadão a olhar criticamente a realidade que o cerca, provocando o desconforto diante dos abusos e desperdícios, incentivando-os a atuar proativamente junto aos agentes e indivíduos públicos visando obter soluções eficazes e duradouras na melhoria da qualidade da vida das populações mediante o uso ético e adequado dos recursos provenientes da arrecadação fiscal.

1.1 Caracterização do ProblemaÉ reconhecido o alto padrão de eficiência dos mecanismos da administração pública no processo

de exação fiscal, o que resulta em volumes altíssimos de recursos financeiros recolhidos ao erário. A criação de condições de vida e bem-estar adequados às necessidades das populações é atribuição e razão de existir da Administração.

No entanto, tem-se observado a partir da mídia eletrônica e de toda sorte de informações que circulam na própria rede mundial de computadores, que substanciais parcelas dos recursos arrecadados são desviadas de suas finalidades, gerando prejuízos incalculáveis ao bem-estar do cidadão, insegurança generalizada e descrédito para com os indivíduos da estrutura administrativa.

Não basta saber que existem problemas, mas urge mobilizar-se a sociedade na busca de soluções. Assim, optou-se por formar uma grande rede de olhares constituída pelos alunos de todos os cursos do SENAC de Lages para detectar eventuais abusos, irregularidades ou mesmo a ausência da aplicação correta dos recursos públicos na forma como melhor são percebidos pela população: o estado geral do patrimônio público, a qualidade dos serviços prestados à população e a preservação e resguardo ao patrimônio imaterial.

1.2 Objetivos e Metas1.2.1 Objetivo Geral

Promover a sensibilização, conscientização e participação do educando nas ações de valorização, fiscalização e controle social da correta e transparente aplicação dos recursos públicos provenientes da arrecadação tributária, como princípio de exercício da plena cidadania, do exercício dos direitos e garantias nas relações entre Estado e Cidadão, tendo como finalidade a melhoria da qualidade de vida das comunidades onde estão inseridos.

1.2.2 Objetivos Específicos f Conscientizar o estudante e cidadão de que é também responsável pela fiscalização dos atos praticados pelos agentes públicos quando nesta condição, conhecendo os mecanismos que devem ser acionados para correção de eventuais situações de irregularidade.

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f Despertar o senso crítico do estudante desde as fases de sua formação profissional em relação às políticas públicas voltadas às questões de qualidade de vida das populações nas quais estejam inseridos.

f Incentivar a discussão e disseminação dos princípios de educação fiscal. f Estabelecer relações entre as atividades da Administração Pública e o acesso do cidadão aos bens e serviços que lhes propiciem melhores condições de vida.

f Incentivar o uso das mídias eletrônicas disponíveis como instrumento potencializador de suas percepções em relação ao meio e à realidade social.

f Realizar atividades interativas de cunho sócio-cultural. f Possibilitar ao estudante e cidadão o conhecimento dos mecanismos legais disciplinadores da correta aplicação dos recursos e preservação do patrimônio público.

1.3 JustificativaConforme os dados do site Advogacia Geral da União o Brasil vive um momento histórico e social

no qual o país acompanha com extremo cuidado as ações do aparelhamento judiciário no julgamento pela mais Alta corte de casos de grande repercussão que tiveram origem na malversação e desvio de finalidade de recursos públicos; no momento histórico em que o Congresso Nacional está prestes a votar matéria que qualifica como “crime hediondo” o desvio de verbas públicas destinadas à saúde e educação, acredita-se que está plenamente justificada a execução de um projeto como ora se propõe, incitando o jovem estudante e trabalhador ao exercício da cidadania mediante um olhar crítico sobre a realidade que o cerca e o incentivo ao registro desta mesma realidade, oportunizando a entrega da denúncia fotográfica aos agentes públicos das instâncias administrativas locais.

Como estudantes dos processos de gestão estratégica e de mobilização de colaboradores e cidadãos, vislumbra-se a oportunidade de elaborar um projeto integrador da comunidade escolar, o qual possa ter continuidade nos anos subsequentes e cuja projeção ocorra para além das salas de aula do SENAC, podendo ser levado também a outros espaços públicos e escolas de toda a região, em face de suas características de ineditismo, interatividade e relevância social propostos para o Talento Profissional 2012.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A legislação federal que regulamenta o mecanismo da Ação Popular (Lei 4.717, de 29.6.65)

contém uma definição ampla do que se constitui patrimônio público, o qual deve ser assim entendido como o conjunto dos “bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico” pertencente ou vinculado a um ente público – União, Estados e Municípios ou ainda autarquias ou empresas públicas, por exemplo.

O conjunto dos bens públicos amparados por essa definição ganha amplitude no texto do capítulo III do novo Código Civil:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.Art. 99. São bens públicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Portanto, tem-se que esse conjunto de bens e direitos pertence a todos e não a um determinado indivíduo ou entidade. Por sua condição de bem de acesso e uso transindividual1 e pela sua natureza indivisível, encontra-se sua tutela sob-responsabilidade dos integrantes do Ministério Público em todas as esferas de jurisdição.

A abrangência da formulação conceitual de Patrimônio Público atinge, portanto, não somente os bens materiais e imateriais pertencentes às entidades da administração pública, como também os chamados bens materiais e imateriais que pertencem a todos, de uma maneira geral, como o patrimônio ambiental, moral e cultural.

Sob esta ótica, o patrimônio ambiental compreende o meio ambiente ecologicamente equilibrado necessário a uma qualidade de vida sadia e seu uso é geral e comum ao povo. Esta disposição está literalmente expressa no art. 225 da Constituição Federal:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para presentes e futuras gerações. (BRASIL, 2012)

Ainda no mesmo dispositivo constitucional (§ 1º.) está cristalizada a incumbência ao Ministério Público pelo zêlo, efetividade e universalidade de acesso a este direito.

Por sua vez, o patrimônio cultural é integrado pelos bens de natureza material e imaterial, aqui considerados individuais ou em conjunto, e que se constituam elementos de qualquer natureza como portadores de referência à identidade, à memória e ação dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Nesse contexto devem-se entender os modos de criar, fazer e viver; as formas de expressão; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais.

1 Direito transindividual, também chamado de direito coletivo em sentido amplo, é um gênero que abriga três espécies ou categorias discriminadas no artigo 81, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor (2012), o qual determina que a defesa coletiva de interesses será exercida nas seguintes hipóteses: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; e III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Nota dos Autores.

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O art. 216 da Constituição Federal, ampliado pela Emenda Constitucional n. 42/2003, regulamenta e determina normas especiais de proteção ao patrimônio cultural brasileiro.

Por fim, não menos importante, o patrimônio moral é composto pelos princípios éticos que regem a atividade pública, e sua proteção se fundamenta nos pressupostos legais presentes na própria Constituição Federal que, no artigo 37 dispõe o seguinte:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]” (BRASIL, 2012). Grifamos.

A Carta Magna ainda dispõe que todo cidadão e usuário poderão participar e fiscalizar a administração pública direta e indireta, mediante apresentação de suas reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral e até mesmo requerer a representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargos, empregos ou funções na Administração Pública (art. 37, § 3º).

Se a atividade da Administração Pública se materializa através da ação dos agentes públicos - definindo-se agente público como toda pessoa que exerce, mediante remuneração ou em caráter não oneroso, mesmo que transitoriamente, investido por meio de eleição, nomeação, designação, contratação, ou qualquer forma ou vínculo em mandato, cargo, emprego ou função na Administração Pública direta ou indireta, da União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios - todos os atos por estes praticados devem reger-se pelos mesmos princípios elencados na Constituição.

Tendo em vista o grande volume de recursos financeiros arrecadados pelos entes federativos e sua destinação ao eficiente desempenho das ações de administração dos interesses da coletividade e, diante das evidentes distorções e irregulares aplicações de grande parte destes recursos, impõe-se uma tomada de posição da sociedade.

Assim, os pilares Valores e Atitudes, inseridos na Pedagogia das Competências preconizada no Projeto Político Pedagógico do SENAC, a partir de exposições e motivações feitas pelos orientadores em sala de aula sobre a educação fiscal, inspiram a elaboração e execução deste projeto.

O projeto visa despertar no estudante cidadão a consciência de sua força como sujeito de direitos e não apenas de deveres, como agente capaz de mobilizar os aparatos legais para corrigir distorções e como promotor de transformações positivas e emancipadoras no corpo social em que se acha inserido.

3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

O projeto adota como slogan uma frase relativa ao espírito norteador do programa de educação fiscal: “PATRIMÔNIO PÚBLICO: CUIDE, VOCÊ TAMBÉM É DONO!” e sua execução obedece a um cronograma elaborado com especial atenção ao próprio calendário escolar da unidade do SENAC em Lages.

O trabalho surgiu a partir de exposição acerca da Educação Fiscal feita pelo professor orientador em sala de aula: daí a ideia de criar-se um projeto que pudesse integrar alunos de diversos cursos, de todos os níveis.

Proposto o trabalho ao professor orientador, este contatou o Comitê Gestor da Educação Fiscal em Lages, iniciando-se as fases de elaboração da proposta e definição de objetivos e estratégias em conjunto com a Direção e Coordenações de Cursos.

Assim, elaborou-se um Regulamento, em que são estabelecidas as condições sob as quais o interessado poderá participar, iniciando-se ampla fase de divulgação em todos os momentos de atividade.

3.1 Resultados Obtidos ou EsperadosAs expectativas em relação aos resultados estão espelhadas sinteticamente nos objetivos geral

e específico. No entanto, observa-se grande mobilização dos quadros de alunos, administradores e docentes pela participação no projeto, o qual tem despertado interesse entre educadores e gestores educacionais de outras esferas de educação pública e mesmo em escolas privadas.

Ressalta-se que mesmo não concorrendo às premiações, docentes e integrantes dos quadros técnicos e de gestão do SENAC mobilizaram-se em todas as fases de realização do projeto até o momento.

Definiram-se, também estratégias e ações e Divulgação do Evento: f O acervo da exposição organizada será levado aos alunos e pais de alunos das escolas da rede municipal de ensino, escolas da rede estadual e escolas particulares interessadas, de Lages e região.

f Sensibilização dos alunos para a importância do evento e finalidades da Educação Fiscal. f Faixas, cartazes, site ou blog temático. f Entrevistas em rádio, TV e jornais.

3.2 Cronograma de AtuaçãoEtapa 1

Etapa de sensibilização de professores, alunos e corpo técnico da instituição, mediante palestras, reuniões temáticas e aulas de conteúdo transversalizado para apresentação da Educação Fiscal aos alunos.

Etapa 2 Reuniões preparatórias para realização do Concurso de Fotografias. Lançamento do Projeto. Elaboração do Regulamento. Implantação de um blog temático que será alimentado com informações e registros das várias

etapas do projeto.

Etapa 3 Realização do Concurso de Fotografias, Exposição e Premiação. Semana da Educação Fiscal no SENAC.

f A solenidade de abertura do evento acontecerá no hall de entrada da Câmara de Vereadores de Lages, em ato para o qual serão convidados o Secretário de Desenvolvimento Regional, Vereadores, Prefeito do Município e Secretariado, Ministério Público e Autoridades Locais, Lideranças Empresariais e Entidades de Classe, Imprensa, alunos e educadores.

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f A Exposição permanecerá aberta à visitação pública durante toda a semana. f A premiação ocorrerá no mesmo local, ao final da mostra. f Durante a semana de realização da mostra, haverá realização de atividades paralelas no salão de atos do CFP do SENAC de Lages:

- Palestras a cargo de:• Centro de Promotorias da Coletividade, • Comitê Gestor de Educação Fiscal, • Receita Federal, • Observatório Social e convidados especiais.

- Exibição e debates sobre audiovisuais temáticos, exposição de livros, etc.

Etapa 4 Exposição itinerante em espaços públicos e nas escolas das redes pública e particular de ensino

de Lages e região da AMURES, com os melhores trabalhos.

3.3 Plano FinanceiroOs custos financeiros com premiação serão suportados pelos parceiros, como a Agência da Receita

Federal que fará doação dos prêmios aos trabalhos selecionados e a Secretaria de Desenvolvimento Regional, Gerência Regional de Educação e Prefeitura Municipal de Lages, para fins de deslocamento do material e pessoal nas ações de exposição itinerante.

4. CONCLUSÃO

Trata-se de um projeto piloto de grande alcance social, o qual poderá sofrer alterações no curso de seu desenvolvimento justamente por sua condição de atenção às próprias dinâmicas sociais envolvidas. De igual forma, tanto o cronograma previsto, como o sequenciamento das atividades propostas, estarão sujeitos a alterações e correções de percurso, os quais deverão ser analisados ao final do período letivo.

As repercussões acontecerão a partir da ampla divulgação do projeto em todos os segmentos da mídia local e regional e sua replicação será livre e estimulada entre alunos e professores e em todas as escolas e instituições públicas ou privadas.

Por fim, acredita-se que o projeto “EDUCAÇÃO FISCAL: uma experiência de instrumentalização do cidadão para o exercício consciente do controle de abusos contra o patrimônio público”, poderá converter-se em evento anual a cargo da unidade do SENAC em Lages, em face da parceria celebrada entre esta Unidade e o Comitê Gestor local da Educação Fiscal e da relevância do tema na proposta de formação do jovem trabalhador para o exercício da cidadania consciente, proposta inserta na pedagogia das competências, adotada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e preconizada nos documentos balizadores da educação nacional.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal. Ed. atualizada. Brasília: Senado Federal, 2012.

_______ Código Civil. Ed. Atualizada. Brasília: Senado Federal, 2012.

_______ Código de Defesa do Consumidor. Compilação. Brasília: Senado Federal, 2012.

ESAF. Programa Nacional de Educação Fiscal. Gestão democrática e controle social dos recursos públicos. ESAF: Brasília, 2008.

SENAC. Projeto Político Pedagógico. Lages, 2009.

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RESUMO

A produção de alimentos caseiros para comercialização de maneira informal é algo que vem ocorrendo em nosso país ao longo dos anos. Atualmente este fenôme-no acontece com mais frequência pelo fato das pessoas terem pouco tempo para degustar alimentos caseiros, com um tempero especial e diferenciado. Este proje-to tem por finalidade propor o desenvolvimento de uma associação de mulheres donas de casa, para que, através desta iniciativa, possam produzir e comercializar alimentos caseiros de maneira formal e profissional com atributos de qualidade, menor custo e em maior escala, gerando aumento de renda para as famílias envol-vidas no projeto. Este estudo propõe alternativas de criação de pequenos negócios através do associativismo, com foco para este grupo de pessoas, que comercia-lizam determinados produtos. Além do aferimento de renda, este projeto visa à formalização da atividade, com a utilização do associativismo e o desenvolvimento do empreendedorismo.

Palavra-Chave: Associativismo.Produção de Alimentos. Comércio de Alimentos.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente o número crescente de donas de casa que produzem alimentos para a comercialização vem crescendo gradativamente. Este fenômeno ocorre principalmente pela necessidade de aumento na renda familiar e pela demanda deste tipo de produto, que não se encontra nos supermercados da maioria das cidades brasileiras.

Felipe FontanaVinicius Cadore FulanettoVinicius FrankeORIENTADOR:Maria Berenice Gavioli

ASSOCIAÇÃO DE DONAS DE CASA:UM SABOR INCOMPARÁVEL.

2º Lugar - Pós-graduaçãoConcórdia

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A informalidade está presente na totalidade destes pequenos empreendimentos, o que dificulta tanto a comercialização dos produtos, quanto a compra de matéria-prima, embalagens e principalmente investimentos na melhoria e padronização dos processos produtivos e de distribuição.

O associativismo é uma alternativa para que este grupo de donas de casa possa então, através da força de um grupo, posicionar seus produtos no mercado consumidor com maior competitividade e agregação de valor.

1.1 Caracterização do problemaCom o crescente aumento na demanda por produtos caseiros e por consequência o aumento do

número de produtores informais se estabelecendo para oferecer estes produtos aos consumidores, uma das soluções encontradas é o associativismo, com vista a formalizar e padronizar estes pequenos negócios.

O associativismo está presente nos mais diferentes lugares, ainda que involuntariamente, como a família, o ambiente de trabalho, escola etc. Diante desse quadro, é importante compreender o associativismo como uma oportunidade de fortalecimento humano através da troca de experiência pela convivência organizada entre as pessoas, podendo proporcionar a transformação da sociedade e melhoria da própria existência humana, resultando em oportunidades de crescimento humano e desenvolvimento local. (GONDIM, 2010).

Ainda existem muitas pessoas com pequenos negócios estabelecidos de maneira informal comercializando produtos no Brasil. Mesmo com as recentes intervenções do Governo Federal, com a criação do programa Empreendedor Individual, as pessoas sem acesso a este tipo de informação não tomam iniciativa na busca pela formalização de seus negócios e, por comodidade, continuam a comercializar seus produtos de forma clandestina, muitas vezes correndo o risco de perder toda sua produção no momento de uma fiscalização.

A Associação das Donas de Casa é vista como uma maneira de provocar uma mudança nesta realidade, trazendo para elas tranquilidade, credibilidade e acima de tudo, dignidade social.

1.2 Objetivos e Metas

1.2.1 Objetivo geralCriar uma associação de donas de casa a fim de padronizar a produção, regulamentar a

comercialização, melhorar o posicionamento dos produtos no mercado, gerando maior renda às associadas.

1.2.2 Objetivos específicos f Realizar uma pesquisa na cidade de Concórdia – SC para conhecer quem são as donas de casa que produzem alimentos de maneira caseira e informal;

f Elaborar um levantamento dos tipos, quantidades e formas de produção e comercialização dos referidos produtos;

f Reunir as donas de casa e identificá-las em uma reunião de apresentação do projeto, a fim de conscientizá-las com relação ao tema proposto;

f Reunir documentos necessários para a constituição da associação; f Estabelecer a eleição de uma diretoria para a associação; f Redigir o Estatuto e o Regimento Interno da instituição; f Padronizar os locais de produção para que a qualidade dos produtos seja garantida; f Treinar os associados dentro dos padrões estabelecidos; f Estabelecer fornecedores e parceiros do projeto; f Elaborar campanha publicitária para a divulgação dos produtos; f Iniciar a comercialização dos produtos na sede e nos locais estabelecidos pela associação.

1.2.3 MetasA principal meta do projeto é promover a associação em uma primeira etapa de pelo menos

30% das donas de casa que exerçam este tipo de atividade na cidade de Concórdia, desenvolvendo uma gama de 10 produtos sendo eles provenientes de quatro categorias (massas, doces, bolachas e pães).

Divulgar a associação para os demais municípios do entorno da região da AMAUC (Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense) a fim de fortalecer e formalizar a prática desta atividade.

1.3 JustificativaNo mercado competitivo e dinâmico como o atual, é necessário se posicionar e explorar ao

máximo o seu consumidor. Isso acontecerá a partir do momento em que se desenvolve um produto de alta qualidade para comercialização.

A realização deste projeto vem ao encontro de uma situação atual de mercado, onde donas de casa comercializam informalmente seus produtos alimentícios, muitas vezes sem quaisquer padrões de qualidade e nenhum tipo de suporte administrativo ou financeiro.

Através da associação, as donas de casa estariam amparadas por lei para a comercialização formal de seus produtos caseiros, gerando segurança, credibilidade, aumento da qualidade de vida, fatores fundamentais para futuras parcerias e acordos comerciais.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AssociativismoCom o desenvolvimento contínuo da sociedade, um dos movimentos que vem se destacando no

decorrer dos anos é o associativo. O mesmo é percebido como uma forma de juntar empresas ou pessoas com os mesmos interesses e batalhar pelos seus ideais, unindo forças e tendo maior poder.

Uma das maneiras de impedir que o regime democrático liberal se degenere, é a união dos indivíduos, que separadamente são fracos, para se construir ações coletivas por meio do associativismo.

[...] Assim, o país mais democrático da terra verifica-se ser aquele onde os homens mais aperfeiçoaram hoje em dia a arte de procurar em comum o objetivo dos seus comuns desejos e aplicaram ao maior número de objetos essa ciência nova. (TOCQUEVILLE, 1998, p.391).

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O autor descreve o associativismo nos Estados Unidos como um instrumento onde os indivíduos estão cada vez mais aperfeiçoando e alcançando seus objetivos, através dos interesses comuns de cada associação identificada. Não para reivindicações políticas, mas sim com o intuito de colaboração e solidariedade entre os membros da sociedade.

Para confirmar esta ideia, Putnam (2002, p.103) complementa dizendo o seguinte:

[...] diz-se que as associações contribuem para a eficácia e a estabilidade do governo democrático, não só por causa de seus efeitos “internos” sobre o indivíduo, mas também por causa de seus efeitos “externos” sobre a sociedade. [...] A participação em organizações cívicas desenvolve o espírito de cooperação e o senso de responsabilidade comum para com os empreendimentos coletivos.

Conclui-se portanto, que a principal consequência da associação é destacar e valorizar as características do associativismo sobre os indivíduos envolvidos com o projeto. Seria uma espécie de adaptação para com a convivência democrática, o planejamento e a colaboração para com o próximo.

2.2 PadronizaçãoA humanidade convive com a padronização há milhares de anos e acaba dependendo dela para

sua sobrevivência. A grande maioria dos produtos que se usa ou que servem de alimento e os serviços que se utiliza são fruto da padronização.

Segundo Campos (1992), muitos dos problemas nas empresas brasileiras são causados pelo fato de seus funcionários trabalharem em turnos diferentes, realizando assim a mesma tarefa de maneiras diferentes, ocasionando variabilidade ao processo e perdas em qualidade e produtividade.

Ainda para Campos (1992), os objetivos da implementação da padronização são basicamente dois. O primeiro é a obtenção de resultados previsíveis em processos repetitivos, garantindo assim a qualidade previsível aos clientes. O segundo visa proporcionar e manter o domínio tecnológico nas organizações.

A padronização garante a manutenção do domínio tecnológico da empresa, tirando-o da cabeça das pessoas e trazendo-o para o conhecimento de todos, que ligados com o mapeamento dos processos; ela também fornece detalhes a respeito da operacionalização de cada atividade da empresa, definindo quem, onde, como, quando, quanto e por que cada etapa é elaborada.

Campos (1992) afirma que a padronização não se limita ao estabelecimento de padrão, mas inclui também sua utilização, ou seja, tirá-la da teoria e colocá-la em prática. Os colaboradores ou usuários devem ser treinados nesse padrão para que o utilize em seu dia a dia.

Para o estabelecimento dos padrões constituídos, devem-se utilizar programas de auditoria da qualidade, a fim de corrigir eventuais falhas ou aperfeiçoar o processo, buscando sempre a melhoria contínua.

2.3 Posicionamento de mercadoConforme explica Blankson (2001, p.3) ainda não foi desenvolvida uma definição universal para

o ”posicionamento”. Fato este que se dá, pela falta de uma base teórica para um embasamento mais aprofundado sobre o assunto. Há uma série de termos complementares e relacionados como:

“posição do produto”, “posicionamento de produto”, “posicionamento de mercado”, e diversos autores conceituam de diferentes maneiras.

Aaker (1989) citado por Monte (1998, p.46) conclui que o posicionamento significa algo diferente para indivíduos diferentes. Para alguns, é a decisão de segmentar, para outros, é a questão da imagem do produto.

O termo posição é definido na literatura como um lugar ocupado por um produto/serviço em relação a seus concorrentes. Para Arnott (1992) citado por Blankson (2001, p.4), posição nada mais é do que: “[...] a identificação das dimensões perceptuais e a mensuração da posição de um produto/serviço em vários eixos, seguida de uma inferência sobre onde o produto/serviço deve estar.” (nossa tradução).

Em Ries e Trout (2002, p.2), “a base do posicionamento consiste em acatar as percepções como reais e a partir daí reestruturar essas identificações com o intuito de criar a posição desejada”.

Keller (2003, p.45) define posicionamento de marca como:

[...] a criação de superioridade de marca na mente dos consumidores. Posicionamento envolve convencer os consumidores das vantagens de seus produtos contra a concorrência, e ao mesmo tempo aliviar preocupações em relação a possíveis desvantagens.

A definição de posicionamento dada por Kotler (1996, p.270) diz que “posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de forma que ocupem um lugar distinto e valorizado nas mentes dos consumidores-alvo”.

2.4 InformalidadeNo Brasil, existem milhões de pequenos empreendimentos que operam na informalidade,

motivados principalmente pela elevada carga tributária, que mesmo querendo estabelecer sua formalidade, acabam se tornando inviáveis pelo custo dos tributos estabelecidos sobre as empresas.

Esta situação acarreta uma falta de contribuição para a Previdência Privada afetando a arrecadação do país e também afastando os informais dos benefícios previdenciários que teriam direito caso fossem contribuintes.

Conforme McKinsey & Company (2004), no Brasil, aproximadamente 85% dos pequenos negócios não pagam imposto e 40% da renda nacional provém do mercado informal. O país poderia aumentar seu Produto Interno Bruto (PIB) em 5% ao ano caso reduzisse a informalidade em apenas 20%.

Analisando por esta ótica, o término da informalidade é de interesse de ambas as partes, de um lado o Governo com o aumento da arrecadação e por outro lado os empreendedores informais contribuindo com o Governo para ter acesso aos benefícios previdenciários, financeiros entre outros.

A informalidade acaba por impedir ou atrasar o crescimento do empreendedor que fica em desvantagem por não ter acesso às políticas governamentais que estão sendo implementadas para apoiar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas através de incentivos fiscais, financeiros e estruturais.

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3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

O projeto consiste em criar na cidade de Concórdia uma associação de donas de casa com a finalidade de regulamentar a produção e comercialização de produtos alimentícios de fabricação caseira e com isso padronizar os processos produtivos, e consequentemente a comercialização deles no mercado local, através de um posicionamento de marca e produto, aumentando o faturamento de todas as associadas e acarretando na inclusão social deste grupo distinto.

Em um primeiro momento, será desenvolvida uma pesquisa com o objetivo de mapear o público-alvo e os produtos que estão sendo oferecidos por eles, e com isso, estabelecer o planejamento estratégico, a fim de realizar as etapas citadas anteriormente nos objetivos específicos deste projeto.

Estabelecer parceria com a Associação Empresarial do Município, que através de sua estrutura e dos projetos de núcleos setoriais, possa prestar o serviço de consultoria e gestão da associação, bem como na divulgação dos produtos no mercado consumidor.

3.1 Resultados obtidos e/ou esperados

Pretende-se com este projeto alcançar primeiramente a meta de adesão proposta, para que, a partir deste público inicial, estabeleça-se a criação da associação e com isso o início dos trabalhos.

Criada a associação, desenvolver fornecedores de matéria prima e embalagens reduzindo os custos destes em aproximadamente 20% e reinvestindo este valor no desenvolvimento e divulgação dos produtos e da associação para o mercado consumidor.

Estabelecer no mínimo cinco locais de comercialização dos produtos, sendo eles supermercados de destaque na cidade e Centros de Comercialização de produtos naturais e artesanais.

Estima-se que estas ações acarretem um aumento na demanda por estes produtos devido ao valor agregado, bem como na oferta deles.

3.2 Cronograma de atuaçãoQuadro 1 – Cronograma das atividades

Descrição das atividadesPeríodos/Quinzenas

1° Mês 2° Mês 3° Mês 4° Mês 5° Mês 6° MêsPesquisa de Mercado X XLevantamento do Mix de Produtos X XReunião de apresentação do projeto XConstituição da associação X XEleição da diretoria XCriação do Estatuto e Regimento Interno X XPadronizar dos locais de produção X XTreinamento dos associados X X XEstabelecer fornecedores e parceiros X XCampanha publicitária X X XInício da comercialização X

Fonte: os autores

3.3 Plano financeiroTabela 1 – Custos de implantação

Descrição da atividade Valor da despesa – R$

Pesquisa de Mercado e Mix de Produtos 500,00

Reunião de apresentação do projeto 300,00

Constituição da associação 2.000,00

Eleição da diretoria e criação de Estatuto e Regime Interno

800,00

Padronização dos locais de produção (consultoria) 2.000,00

Treinamento dos associados 2.000,00

Campanha publicitária 5.000,00

Início da comercialização 20.000,00

Total dos gastos 32.600,00

Fonte: os autores

Os custos iniciais do projeto serão divididos entre quatro investidores com partes iguais, totalizando a quantia de R$ 8.150,00 por investidor.

4 CONCLUSÃO

Este projeto pretende principalmente a formalização das atividades exercidas pelas Donas de Casa na produção e comercialização de produtos alimentícios caseiros.

As dificuldades que poderão ser enfrentadas na implantação deste projeto são decorrentes da legislação do município de Concórdia, principalmente no que diz respeito à padronização dos locais de produção às exigências da Vigilância Sanitária. Pretende-se superar esta dificuldade com adequação dos locais dentro das normas exigidas de higiene, segurança e estrutura produtiva.

Outra dificuldade prevista é a aceitação por parte das Donas de Casa que queiram continuar trabalhando na informalidade, pelo motivo da falta de conhecimento dos benefícios de uma associação e ainda por acomodação com a situação em que se encontram. Para isso, será necessária a conscientização por meio de palestras e treinamentos, apresentando com transparência as ameaças e oportunidades do negócio.

O projeto torna-se viável, pois tem como base principal a formalização das atividades e a padronização dos processos ora desenvolvidos nas residências, promovendo assim qualificação profissional, crescimento da autoestima, melhoria na qualidade de vida dos associados. Isso se dará através do aumento de renda e do posicionamento dos produtos no mercado consumidor, contribuindo para uma sociedade organizada, consciente do seu papel como promotora de desenvolvimento social e empresarial.

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REFERÊNCIAS

BLANKSON, Charles. Some issues about the concept of positioning: an overview. AtlanticMarketing AssociationConference, 2001.

CAMPOS, Vicente Falconi. Qualidade total: padronização de empresas. 4. ed. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1992.

GONDIM, Sérgio. O real significado do associativismo. Disponível em: <http://www.pratigi.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1516%3Ao-real-significado-do-associativismo&catid=204%3Aartigos&Itemid=523&lang=br>. Acesso em: 25 set. 2012.

KELLER, Kevin L. Strategic brand management: building, measuring and managing brand equity. 2nd ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2003.

KOTLER, Philip. Marketing. São Paulo: Atlas, 1996.

MCKINSEY & COMPANY. Eliminando as barreiras ao crescimento econômico e à economia formal no Brasil. Disponível em: <http://www.etco.org.br/user_file/ETCO_McKinsey_Diag_Informalidade.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2012.

MONTE, Edmar Ferreira. Posicionamento: da propaganda ao nível estratégico. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, FEA/USP, s.e., v.1 n. 7, p. 41-50, 2. trim., 1998.

PUTNAM, Robert D. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. 3.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002.

RIES, Laura; TROUT, Jack. Posicionamento: a batalha por sua mente. 20. ed. São Paulo: Makron Books, 2002.

TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na América. 4. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1998.

RESUMO

Este projeto apresenta um estudo sobre a reutilização do descarte de sobras de matéria-prima na indústria de confecção, e a sua utilização através da técnica de customização e reaproveitamento de peças do vestuário, técnica esta que pode ser feita por grupos de pessoas e também a utilização e desenvolvimento da artete-rapia para idosos que estão em asilos, grupos ou associações da terceira idade na região de Criciúma, tendo como objetivo a motivação e o desenvolvimento psíqui-co da saúde mental destes idosos, utilizando os métodos para ajudá-los a encarar seus medos, enfrentar depressões, inseguranças, motivando-os para um trabalho que dê prazer, seja criativo e eleve a autoestima deles, fazendo com que se sintam úteis perante a sociedade e ainda contribuir para o desenvolvimento das organiza-ções incentivando-as cada vez mais para a importância de ser sustentável e de que a melhoria do nosso meio ambiente é de responsabilidade de todos.

Palavra-Chave: Customização. Sustentabilidade. Terceira Idade. Arteterapia.

1 INTRODUÇÃO

Precisamos dar mais atenção ao que ocorre ao nosso redor, cuidar de nosso “grande lar”, o planeta terra, do futuro de nossos idosos e da saúde mental deles. A preocupação com o meio ambiente é cada vez maior, uma vez que não há mudanças totalmente visíveis no decorrer do dia a dia e de outro lado temos que cuidar do equilíbrio dos fatores psicológicos de nossos idosos, que podem sofrer com uma vida rotineira e vir a desenvolver medos, stress, angústias, frustrações e diversas síndromes.

Katiane Araújo da SilvaMarina Manas PahlORIENTADORA:Ivone Maria Mallmann

MODA E SAÚDE NA TERCEIRA IDADE COM A UTILIZAÇÃO DE SOBRAS DA INDÚSTRIA DE JEANS

3º Lugar - Pós-graduaçãoCriciúma

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Muitos estão em asilos por opção e outros por falta de opção, assim como outros procuram grupos de terceira idade ou grupos como clube de mães para se sentirem incluídos dentro de um grupo, onde provavelmente serão aceitos.

Um dos métodos mais utilizados no resgate do envelhecimento saudável é a arteterapia. Método este que possibilita que a pessoa descubra-se, reconheça-se e sinta-se capacitada para a prática de atividades criativas, como por exemplo, trabalho manual em grupo com bordados, costura e pintura.

Outra alternativa, é a customização, que entra como atividade chave para evitar o desperdício de materiais através da já citada reutilização. Peças que seriam descartadas são renovadas e materiais que iriam para o lixo tornam-se adornos interessantes e necessários para a recriação de uma nova peça, antes sem utilização.

Portanto, por que não unir dois fatores de extrema importância? Sabemos que a moda, por sua vez, não somente deriva das roupas que vestimos no dia a dia, mas principalmente de todo o produto necessário para fabricá-la. Também é preocupante o que é feito deste produto após sua utilização.

Analisando o descarte incorreto de produtos do vestuário e a necessidade de cuidar da saúde mental de nossos idosos, levantamos um estudo sobre a ligação desses três fatores: o descarte da confecção, a customização e a arteterapia na 3ª idade.

1.1 Caracterização do ProblemaA indústria do vestuário é lucrativa e gera lucros significativos anualmente em todo o mundo. A

produção de roupas em larga escala, possível a partir da década de 1960, garantiu maior oferta para todos os estilos a preços mais acessíveis. Tudo isso é muito interessante, não fosse o antes e o depois da sua produção e aquisição.

As indústrias utilizam muitos recursos que agridem o meio ambiente e após a utilização, o descarte é sempre o mesmo: o lixo. Por isto, são necessárias pesquisas com o objetivo de reduzir estes impactos ambientais.

Logo, a customização, o reaproveitamento e a reutilização de peças antes esquecidas, ou pouco utilizadas, são alternativas funcionais e práticas para a questão do descarte. Assim, ao reinventar uma peça, deixa-se de adquirir uma nova.

Além deste problema, tem-se a preocupação com o resgate do envelhecimento saudável. Entre tantos outros motivos, se faz necessário este estudo a fim de incentivar as indústrias e pessoas de forma geral a se preocuparem com o destino de seu descarte e com a saúde psicológica de nossos idosos, para que não se tornem apenas mais um abandonado pela sociedade.

1.2 Objetivos e MetasA qualidade de vida da população idosa está associada à manutenção da sua capacidade funcional

e da sua autoestima. E o futuro de nosso planeta depende do que estamos dispostos a fazer hoje para termos os resultados amanhã. Por tanto, temos como objetivo mostrar que atitudes simples, presentes no nosso cotidiano, podem dar os primeiros passos para mudar o modo de enxergar a terceira idade e a sustentabilidade.

O projeto possui uma abordagem simples, mas que passa por diversos temas diferentes, aliado a um único objetivo. Ele irá discutir temas relacionados à reutilização de peças através de customização, abordando a sustentabilidade no setor do vestuário, com ênfase na indústria do jeans e na arteterapia na melhor idade. Sendo assim, são eles:

a. a customização;b. o meio ambiente e a indústria do vestuário (setor do vestuário);c. a indústria do jeans;d. a saúde e a moda na melhor idade;e. a arteterapia na terceira idade.Com base nas informações anteriores, descrevem-se o objetivo geral e específicos.

1.2.1 Objetivo GeralO principal objetivo do estudo é proporcionar à terceira idade novas alternativas de vestimentas

e decoração a partir de roupas e produtos confeccionados com peças descartadas e sobras de matéria-prima doadas pelas indústrias do vestuário de Criciúma, através da customização e, ao mesmo tempo, desenvolver o lado motivacional dos idosos.

1.2.2 Objetivos Específicos f Dar um melhor aproveitamento às sobras e descartes da indústria de confecção; f Proporcionar aos idosos estes materiais para a prática da arteterapia; f Mostrar que com pouco podemos fazer muito.

1.3 Justificativa Segundo dados do IBGE, senso de 2010, a população com mais de 60 anos subiu de 8% para

10,5% do total no estado de SC e o percentual de idosos que não conseguiam ou tinham grande dificuldade em caminhar 100 metros passou de 12,2% (2003) para 13,6% (2008). Esse aumento pode ser explicado pela elevação da esperança de vida (entre aqueles com 75 anos ou mais, o percentual dos que declararam dificuldade ou incapacidade era de 27,2%). Como as mulheres são maioria neste grupo, 15,9% das mulheres declararam ter dificuldade de caminhar 100 metros, contra 10,9% dos homens.

De acordo com Dr. Márcio Borges, especialista em geriatria e gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, um fator que vem contribuindo para um envelhecimento mais ativo da população brasileira é o crescente aumento da escolaridade. “Estudar e completar o ensino superior já é um bom começo para ter um cérebro melhor na terceira idade”, defende o médico, dando um recado aos idosos que não tiveram oportunidade de estudar: “Ainda dá tempo”, garante (BORGES, 2012). Ele ressalta que aprender coisas novas, novas tarefas, novos desafios e profissões ajudam a manter uma boa atividade cognitiva e mental. Prazer em viver, conhecer lugares novos e conhecer novas pessoas também é imprescindível.

Exercitar a memória, com atividades que levem o idoso a pensar, a criar e a desenvolver novos produtos também contribuem para a longevidade com saúde e de forma alegre e criativa.

Sabemos que a customização transformou-se em atividade de renda, capaz de incrementar o orçamento familiar em diversas comunidades.

Uma vez que é considerada também uma atividade terapêutica, esta atividade juntamente com a arteterapia vai possibilitar que a pessoa descubra-se, reconheça-se e sinta-se capacitada para a prática de atividades criativas, como por exemplo, trabalho manual em grupo, como bordados, costura e pintura.

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Em Criciúma, um exemplo é a AFASC que tem muitos grupos se formando com o ideal de levar atividades aos idosos, proporcionando atividades físicas, recreativas e culturais para mais de mil idosos, conforme dados publicados em seu site. Este fato vem ao encontro de nosso projeto, que propõe uma atividade para esse público que, apesar das dificuldades de locomoção, poderá participar da arteterapia que inclui as atividades de customização e reaproveitamento do vestuário.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CustomizaçãoA palavra é uma tradução de “custom-made”, que significa feito sob medida, mas acabou sendo

difundida como técnica que interfere no formato, cor e detalhes de uma roupa a fim de personalizar o visual sem gastar dinheiro. (PALOMINO, 2002)

Customizar também significa reciclar, transformar o básico numa nova peça, única, exclusiva, seja com recortes, apliques, costuras decorativas, aplicações, lantejoulas, pedrarias, babados, botões, tingimento, pinturas, dentre outras infinidades de maneiras e materiais utilizáveis. Pode ser feito através de técnicas somente manuais, mecanizada, colada, silkada, desde que tenha um resultado estético harmonioso.

O surgimento desta técnica deu-se com o movimento hippie na década de 1960, com o advento dos processos artesanais e o desenvolvimento de técnica de tingimento de tecidos e trabalhos com retalhos (patchwork), responsáveis por contribuir na personalização das peças. (PALOMINO, 2002)

De acordo com Vicent-Ricard (1989), a consequência imediata do fenômeno foi o surgimento e o fortalecimento de um poder específico, capaz de desorganizar tudo: a iniciativa criadora e personalíssima do consumidor, que permite a cada um exercer sua própria criatividade em função de sua imaginação e de suas visões.

Neste aspecto, é possível divagar sobre o estilo e a criatividade, por exemplo, com etapas importantes na customização. Uma calça rasgada pode ser transformada em bolsa ou bermuda, uma camiseta que está esquecida no fundo do armário pode virar uma baby look e possíveis manchas ou pequenos defeitos podem ser disfarçados com bordados ou aplicações.

A customização transformou-se em atividade de renda, capaz de incrementar o orçamento familiar em diversas comunidades uma vez que é considerada também uma atividade terapêutica. Hoje, customizar é sofisticado, pois a personalização e impressão da identidade na maneira de vestir têm delineado setores da moda e acessórios. Peças únicas e trabalhadas possuem seu público-alvo específico e disposto a pagar pela diferenciação de uma roupa que consumiu muita criatividade e tempo para ficar pronta.

O resultado, inclusive, pode ser surpreendente. Toda interferência é válida, porém não devem ser feitas aleatoriamente, sem critério, pois podem resultar em mistura perigosa. Por isso, é preciso selecionar a roupa a ser trabalhada, uma vez que o objetivo é transformá-la e não recuperá-la por completo. Peças paradas, sem utilização são as ideais. Deixar uma peça com a identidade da dona é questão de atitude. É um trabalho único e personalizado.

2.2 O Meio Ambiente e a Indústria do VestuárioA indústria do vestuário e seus processos de produção resultam em impactos negativos ao meio

ambiente. Um produto de moda representa a tendência de estilo e de comportamento da geração de uma sociedade e o surgimento de uma nova indústria de moda pôs fim àquela aparência tradicional e, por que não, semelhante de se vestir. (BARBOSA, 2010)

Essas mudanças proporcionaram inovações nos processos de produção, através de novas tecnologias que reduziram o custo final de cada peça, mas que, paralelamente, contribuíram com efeitos negativos sobre o ambiente natural. (SOUZA, 1999)

A aceleração na produção resultou na desenfreada utilização de matéria-prima, energia, água entre outros, que não só geraram prejuízos ao meio ambiente, mas também à qualidade de vida humana (DIAS, 2002).

Como alternativa a esses problemas, empresas investem em produtos com mais qualidade, a fim de aumentar a vida útil de cada peça, aumentando o tempo para o descarte. Além disso, gestores criam valores para a reutilização de peças e reciclagem de resíduos, redução de custos e estímulo à inovação. (TEIXEIRA e CASTILLO, 2012)

Um dos itens mais utilizados é o jeans. Ele é indispensável em qualquer guarda-roupa e é utilizado por todos, crianças, jovens, adultos, idosos. Homens e mulheres aderiram à sua utilização. Contudo, a lavagem do jeans é realizada com produtos químicos altamente prejudiciais ao ambiente. Por isso, uma empresa espanhola juntamente com o precursor do jeans estonado criaram uma máquina que utiliza 97,5% menos água, 80% menos química e 60% menos energia. Infelizmente, somente 15% dos fabricantes utilizam esta tecnologia, de um total de seis bilhões de jeans produzidos anualmente. Se, por acaso, todas as empresas utilizassem o método, seria possível economizar 1.200 milhões de metros cúbicos de água, 4.500 milhões de watts e 2,4 milhões de toneladas de produtos químicos. (ASSALVE, 2012)

Outra alternativa é a customização, que entra como atividade-chave para evitar o desperdício, através da já citada reutilização. Peças que seriam descartadas são renovadas e materiais que iriam para o lixo tornam-se adornos interessantes e necessários para a recriação de uma nova peça, antes sem utilização.

Baseado neste princípio de consciência ambiental, Dougherty (2008) criou uma tabela que indica o tipo de material, como ele é adquirido e para onde é descartado, com o objetivo de alertar e conscientizar as indústrias do vestuário.

Logo, alcançar o desenvolvimento sustentável é um desafio para todas as empresas têxteis, pois necessitam de revisão de todo o processo de produção, a começar pela matéria-prima, uma vez que esta reinvenção das indústrias requer investimento, então sugere-se incentivos para esta mudança. Propor novos caminhos para este setor é uma forma de proteger o planeta, pois a indústria têxtil é, sim, responsável também pela poluição causada diariamente. Mas pode ser diferente.

2.3 A Indústria do JeansEm meados de 1850, Levi Strauss criou peças de lona para os trabalhadores de minas do oeste

americano, que necessitavam de roupas com maior durabilidade. Desta forma, Strauss criou o até hoje famoso jeanswear, um estilo de roupa reforçado, originado a princípio para operários. (SANTISTA TEXTIL, 2012)

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Foi no século XX que o jeans virou moda e passou a ser utilizado no dia a dia. Este hábito foi encabeçado por James Dean e Marlon Brando no cinema, onde a peça foi associada à juventude e rebeldia, sendo utilizada até hoje em eventos, inclusive, formais. (SANTISTA TEXTIL, 2012)

A produção em escala dos dias atuais, entretanto, foi obra do francês François Girbaud, há cerca de 40 anos, com as calças estonadas. Obviamente, o próprio estilista afirma que na época não havia o conhecimento e a dimensão dos resíduos tóxicos que eram despejados no meio ambiente dia após dia. Todavia, ele acredita ser possível, ainda, reverter a situação através da adoção de novas formas de produção, sem prejudicar em nada o produto ou a indústria. (ASSALVE, 2012)

Com relação à indústria no Brasil, considera-se o país bem posicionado na produção de jeans por métodos sustentáveis. Este patamar, entretanto, foi conquistado devido à consciência ambiental dos consumidores. Como exemplo, cita-se a empresa Vicunha, que é uma das maiores fabricantes de jeans no mundo. A empresa possui 500 máquinas em operação no país e acredita que até 2013, se permanecer neste ritmo, o Brasil será o maior cliente da fabricante. (ASSALVE, 2012)

O futuro da indústria é promissor quando se trata de sustentabilidade. Na última edição da Denim Première Vision, realizada em Paris, sete representantes do setor foram unânimes no quesito diminuir o consumo geral. A redução, todavia, do consumo de água e da sustentabilidade da agricultura serão os dois grandes desafios dos gestores fabricantes de jeans. Entre os convidados, François Girbaud defendeu o uso de acabamentos a laser e à base de ozônio, ao afirmar que somente 10% dos fabricantes utilizam o laser para os acabamentos. (TEXTILE INDUSTRY, 2011)

Além disto, indústrias como Candiani, Tejidos Royo, Isko e Tavex reciclam seu próprio lixo industrial, como forma de inserir a sustentabilidade durante a produção: o que resta se transforma novamente em fibra e depois em tecido. As empresas utilizam cerca de 30% do algodão providos da reciclagem. Mas, para isso, é preciso investir em novas tecnologias, o que aumenta o preço final do produto, apesar de necessitar de menos consumo.

2.4 A Arteterapia na Terceira IdadeA terceira idade é um período em que profundas mudanças ocorrem, nos vários aspectos do ser

humano, como alterações emocionais, psicológicas, na rede social, nos aspectos físicos e mentais, entre outros. A Arteterapia permite que as nossas potencialidades criativas se desenvolvam e possibilita que a pessoa se descubra, se reconheça, amplie e enriqueça seu mundo interno por meio de variados recursos expressivos (LIMA, 2007). Este método aplicado aos idosos oferece um contato profundo com seu ser, permite a expressão de suas emoções que muitas vezes estão sendo reprimidas, e ajuda no desenvolvimento psíquico dos idosos.

3 DESENVOLVIMENTO

Estabelecer um programa de atenção a terceira idade é oferecer uma possibilidade de aprendizagem e inclusão social.

Para isso, utilizaremos doações de confecções da região de Criciúma, que serão entregues a asilos (Figura 1) e grupos de senhoras para serem reestruturadas por eles.

Figura 1: Asilo Feinstauer

Fonte: Dados da pesquisa (setembro/2012)

Com base nos dados de algumas empresas da região que produzem em média oito mil peças mensais, constatou-se um descarte em média de 200 à 300 quilos (Kg) de retalhos pequenos sobrados da confecção de peças, estes atualmente são doados para a confecção de estopas, e em média de 10 a 20 sacos com 5 Kg cada de retalhos (de mais ou menos um metro) são vendidos, que custam em média R$ 3,00 cada saco. Sendo um valor simbólico, a empresa poderia abrir mão desta receita ao destinar para a doação de um projeto social.

A ideia é arrecadar estas doações junto às indústrias de confecção e fazer uma parceria com asilos, grupos de idosos e clubes de mães, onde eles montariam novas peças ou customizariam peças já prontas para dar um novo visual, uma nova maneira de uso, nova utilidade, podendo ser transformadas em novas vestimentas ou objetos de decoração como: almofadas, cortinas, tapetes, entre outros. E esses poderiam ser utilizados nos asilos.

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3.1 Métodos e ProcedimentosCom base na figura 2 o projeto apresenta 4 etapas distintas:

f Etapa 1 – Envolvidos: Nesta etapa os envolvidos são as indústrias de confecções, onde contribuirão doando sobras de matérias-primas de seus estoques e de retalhos sobrados do processo do corte das peças.

f Etapa 2 – Ação dos envolvidos: Este material será destinado aos asilos e clubes de senhoras para a transformação deles em produtos a serem reutilizados.

f Etapa 3 – Atividade em Execução: Com a ajuda de parceiros, instituições de ensino e dos clubes de senhoras, os idosos serão capacitados para a customização e desenvolvimentos de novos produtos.

f Etapa 4 – Resultados: Desta forma, além de termos uma simbólica redução de impacto ambiental, dando um destino mais adequado às sobras de tecidos e matérias-primas, poderemos ter também idosos com maior desenvolvimento e saúde mental através da prática de desenvolvimento de objetos de decoração e vestimenta para seu próprio uso, podendo ser também comercializados, sendo o lucro revertido para outros recursos necessários.

Figura 2: Etapas do Processo

Fonte: Dados da pesquisa (julho/2012)

Conforme a figura acima, as etapas se apresentam como um ciclo contínuo, ou seja, após a etapa 4, o processo retorna na etapa 2 e 3, em uma ação contínua que irá gerar resultados a longo prazo.

4 CONCLUSÃO

A união entre arteterapia e descarte de resíduos da confecção contribuirá tanto para o destino certo dos resíduos como auxiliará os idosos a encontrarem em si próprios recursos e força para enfrentar seus medos, dificuldades e inseguranças. O sentimento de autovalorização é muito importante neste ciclo da vida.

Para execução deste projeto uma pesquisa foi realizada em empresa de confecção de Criciúma que forneceu dados relevantes para o desenvolvimento onde constatou-se a viabilidade deste

projeto, pois ela deu parecer favorável sobre a execução e está disposta a contribuir fazendo doação de suas sobras de estoques.

Portanto, o projeto mostrou que a união da técnica da customização, a arteterapia e o descarte de sobras do vestuário possibilitarão que a pessoa se descubra, se reconheça e se sinta capacitada para a prática de atividades criativas, como por exemplo, trabalho manual em grupo com bordados, costura, pintura, e eleve a sua autoestima e autoconfiança, deixando de lado as incertezas e inseguranças que ocasionalmente possam acontecer por se sentirem excluídos da sociedade.

REFERÊNCIAS

AFASC. Idosos. Disponível em: <http://www.afasc.com.br/departamentos/grupo>. Acesso em 29 jul. 2012.

ASSALVE, Danielle. Girbaud quer revolucionar a indústria do jeans. Disponível em <http://moda.ig.com.br/girbaud-quer-revolucionar-a-industria-do-jeans-de-novo/n1597606541668.html>. Acesso em 27 jul. 2012.

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