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Carta do Gestor Abril de 2018
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Em março e até meados de abril, o que avaliamos é que a economia brasileira está mostrando crescimento
bastante moderado em 2018. O mercado tem ajustado marginalmente para baixo as previsões para o PIB desse ano.
Algo que não nos surpreendeu, dado que analisamos, como colocamos na carta de março, que a retomada do Brasil
será lenta, gradual e errática. Mas para o futuro, vislumbramos que o ambiente tende a ser melhor em razão:
Do efeito da queda dos juros na economia real;
Da inflação surpreendendo para baixo;
Das contas externas sob controle;
Do endividamento das famílias um pouco mais baixo, mas tendendo a ser melhor devido ao recuo do serviço
da dívida (juros); e
Pela melhora das expectativas, que estão voltando para “o nível de otimismo”.
O que ainda trava o crescimento é o alto nível de desemprego, o elevado endividamento das empresas, a
evolução lenta do crédito para as companhias e a situação de complicada do governo, que tem baixo grau de
liberdade nesse momento para incentivar a economia via política fiscal, dado o seu elevado nível de endividamento.
A seguir, ilustraremos com gráficos e tabelas o que foi avaliado a respeito da economia brasileira. Mas antes, vale
um breve resumo sobre a economia internacional no período de março e de meados de abril.
Então, avaliamos que o cenário externo ainda segue benigno para as economias emergentes como é o caso
do Brasil, dado o crescimento sincronizado das principais economias desenvolvidas e da elevada liquidez
internacional. Porém, começa-se avaliar que a volatilidade financeira tende a aumentar ao longo dos próximos
meses. Isso em razão dos ajustes da política monetária nos Estados Unidos e da política fiscal expansionista nos
EUA, o que tende a gerar inflação e mais ajuste da taxa de juros por lá, o que impacta diretamente nos parâmetros
de preço do dinheiro pelo mundo e de nível de risco em relação ao retorno esperado na avaliação dos portfólios
externos. Ademais, observa-se que a percepção de risco vem aumentando em razão das tensões comerciais entre
EUA e China (guerra comercial) e pelas tensões geopolíticas como é caso da situação entre EUA e seus aliados contra
a Síria. Nesse contexto, cabe destacar que o Fed aumentou a taxa de juros para 1,50% - 1,75% a.a., ante 1,25% -
1,50% ao ano e sinalizou novas altas, normalizando a política monetária.
Desse modo, vale agora mostrar a partir de alguns gráficos e tabelas o desempenho recente da economia
brasileira e as expectativas a partir do Relatório Focus do Banco Central, com informações até o final de março.
Gráfico 1 (taxa de juros) – o Copom reduziu a taxa Selic para 6,50% a.a., o menor nível da história até o
momento, e tende reduzir novamente para 6,25% ao ano. Isso em razão da queda da inflação e do baixo
crescimento, que mantém a economia brasileira bem abaixo do seu potencial.
COMENTÁRIO ECONÔMICO Primeiro trimestre (1T18): Mais uma queda dos juros e crescimento moderado
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Gráfico 2 (inflação) – IPCA ficando bem abaixo do centro da meta de inflação de 4,5% para 2018 e
também um pouco abaixo do piso de 3%. Isso em razão da queda dos preços agrícolas, da recessão e do
crescimento bem aquém do esperado. O que acabou influenciando os preços de modo de geral, com destaque para
os preços de serviços que estavam mais resistentes à queda generalizada em outros segmentos.
COMENTÁRIO ECONÔMICO
Fonte: Banco Central
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Gráfico 3 (Selic, IPCA e juros) – observa-se no gráfico a seguir, que mostra a relação entre Selic, IPCA e
juros, que desta vez, diferente do período Dilma, onde a ex-presidente forçou a queda da taxa, os juros estão no
nível adequados nesse momento de baixa inflação e crescimento pífio, e que a Selic pode permanecer em nível baixo
por mais tempo, o que faz com que os investidores busquem aplicações mais rentáveis do que a renda fixa, como é
caso dos fundos de ações e multimercados. Vale destacar que a nossa taxa real de juros ainda está alta (3,7%,
conforme vê-se na linha azul do gráfico a seguir), mas bem melhor do que os 7,3% de poucos meses atrás e mais
consistente do que o nível forçado da Dilma de 0,6% em meados de 2013.
Gráfico 4 (Atividade), Gráfico 5 (Hiato do produto) e Gráfico 6 (Desemprego) – observa-se nos três
gráficos a seguir a recuperação lenta da economia brasileira e o alto nível de ociosidade dos fatores, visto pelo hiato
do produto e o elevado desemprego, o que em conjunto com a inflação mostra que o Copom pode manter os juros
no nível mais baixo em 2018 e só em 2019 tende a ajustar marginalmente para cima, o que favorece as empresas
via aumento da receita dado o estímulo ao crescimento e via redução de custos, dado a inflação mais baixa. Ou seja,
o lucro das empresas tende a subir, o que favorece o mercado de ações.
COMENTÁRIO ECONÔMICO
Fonte: Banco Central
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Gráfico 4
COMENTÁRIO ECONÔMICO
Gráfico 5
Fonte: IPEA
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Gráfico 6
Por fim, foca-se nas mudanças das estimativas para as variáveis macroeconômicas de 2018 vistas na tabela
1. Segundo os analistas consultados pelo Banco Central até o último dia 29 de março, a Selic projetada para o fim do
ano estava em 6,25%, ante 6,75% previsto em dezembro. Para a inflação, as estimativas foram modificadas para
baixo na comparação trimestral. O IPCA esperado para o fim de 2018 passou de 3,96% em dezembro/17 para
3,54% em março. O crescimento projetado do PIB para o acumulado do ano passou de 2,70% para 2,84%. Na
mesma linha, a expansão prevista da produção industrial em 2018 foi de 3,12% no 4T17 para 3,91% no 1T18. E do
mesmo modo que em 2017, as contas externas projetadas seguem positivas para 2018 e do setor fiscal complicadas.
COMENTÁRIO ECONÔMICO
Fonte: Banco Central
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COMENTÁRIO DO GESTOR Primeiro trimestre foi positivo para a bolsa brasileira
No primeiro trimestre desse ano (1T18), o Ibovespa chegou ao patamar recorde de fechamento em meados
de fevereiro e depois chegou a cair mais de 5% no mês, ou seja, teve forte volatilidade no período devido às
incertezas no mercado financeiro mundial. Em março, viu-se que o índice ficou próximo da estabilidade, subindo
marginalmente (0,01%), fazendo com que o Ibovespa atingisse 85.366 pontos no fim de março.
Assim, no 1T18, o Ibovespa acumulou elevação de 11,73% em relação ao quarto trimestre de 2017 (4T17),
descolando-se nesse curto período do movimento das principais bolsas internacionais selecionadas.
Além disso, vale também destacar que no 1T18 no caso dos Índices Setoriais, que o Índice do setor
financeiro (IFNC) foi o destaque de alta (+20,67) e o Índice Consumo (ICON) o de queda (-2,89).
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COMENTÁRIO DO GESTOR
E para futuro, acreditamos que a retomada da economia, mesmo que lenta, gradual e errática, como
relatamos no nosso comentário econômico, tende a favorecer o mercado de ações, ainda mais quando consideramos
o efeito dos juros da atividade real e, por consequência, no mercado acionário, que ainda não refletiu totalmente a
queda da taxa Selic de 14,25% em outubro de 2016 para 6,50% atualmente. Na tabela e no gráfico a seguir, que já
mostramos em outras cartas, é possível verificar a relação entre os ciclos de quedas da taxa de juros e o
desempenho do mercado de ações. Geralmente, com exceção do período de Dilma, ciclos de redução da taxa de
juros tendem a favorecer fortemente a bolsa de valores, ainda mais se considerarmos não só o ciclo em si, mas o
patamar de juros em que estamos, o menor da história, o que tem feito muitos investidores migrarem para fundos
de ações e multimercados em busca de mais rentabilidade do que a renda fixa.
Fonte: Banco Central
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COMENTÁRIO DO GESTOR
Anexo - Comportamento dos investidores de fundos
Multimercados e ações são destaques no 1T18 Segundo a Anbima, os fundos multimercados e os fundos de ações lideraram as captações em março/18.
Conforme a instituição, “a captação dos fundos de investimento em março foi de R$ 18,9 bilhões, resultado superior
ao registrado em fevereiro de R$ 4,1 bilhões. (...) Entre as classes de fundos, o Multimercado registrou a
melhor performance pelo segundo mês consecutivo, captando R$ 10,1 bilhões, seguido do fundo de
ações que captou R$ 4,5 bilhões. O mesmo desempenho se repete no trimestre, com os Multimercados captando
R$ 33,2 bilhões e os Fundos de Ações com R$ 8,8 bilhões. A saída de recursos dos fundos de renda fixa pelo
segundo mês consecutivo – R$ 2,0 bilhões- reduziu para R$ 5,8 bilhões o volume captado no ano”.
Fonte: Anbima
Atenciosamente,
Equipe de Gestão
-15,5
-8,0
9,1 12,5
1,5
22,1
17,6
42,6 45,7
42,1 14,25 14,25 14,25 14,25 13,75
12,25
10,25
8,25
7,00 6,50
-20,0
-10,0
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
2015 - 4T 2016 - 1T 2016 - 2T 2016 - 3T 2016 - 4T 2017 - 1T 2017 - 2T 2017 - 3T 2017 - 4T 2018 - 1T
CAPTAÇÕES X TAXA DE JUROS
Captação Ações e multimercados - (R$ BI) SELIC META