COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o...

32
Índice 7 Opinião 13 Capa 20 Destaque 28 Giro pelo mundo 31 Soluções Micro e pequenas empresas na retomada do crescimento do comércio exterior

Transcript of COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o...

Page 1: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Índice

7 Opinião

13 Capa

20Destaque

28Giro pelo mundo

31Soluções

Micro e pequenas empresas na retomadado crescimento do comércio exterior

Page 2: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

4

Cartas

A Equipe Editorial do

COMÉRCIO EXTERIOR

Informe BB considera

que as críticas e

sugestões dos leitores

são fundamentais para

o aprimoramento da

qualidade desta

publicação. Temos

satisfação em

conhecer a sua

opinião. Participe!

Parabenizo a iniciativa do Banco do Brasil de circular essaimportante publicação no Encomex Mercosul, eventopromovido por este Ministério em Foz do Iguaçu (PR), nos

dias 16 e 17 de setembro. A edição nº 78 do

possui artigos que aprofundam aimportância do desenvolvimento das relações entre ospaíses membros do Mercosul, bem como com outrosparceiros.

COMÉRCIO

EXTERIOR Informe BB

Welber Barral

Secretário de Comércio Exterior

Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior

Brasília (DF)

Expediente

PresidenteAldemir Bendine

Vice-presidentesAlexandre Corrêa Abreu, Allan Simões Toledo, Ivan de SouzaMonteiro, José Luís Prola Salinas, Luís Carlos Guedes Pinto, PauloRogério Cafarelli, Ricardo Antônio de Oliveira, Ricardo José daCosta Flores, Robson Rocha

Diretor de Comércio ExteriorNilo José Panazzolo

Gerente Executiva de Desenvolvimentodo Comércio ExteriorTeresinha Trentini Lang

Gerente da Divisão Estudos e Integração das Ações deMarketingJoão Balbino G. Corrêa

Conselho EditorialNilo José Panazzolo, Admilson Monteiro Garcia, Teresinha TrentiniLang, João Balbino G. Corrêa, Elizabeth Moreira Alves, LythaSpíndola (Camex), Welber Barral (MDIC/Secex), AlessandroTeixeira (Apex-Brasil), Norton de Andrade M. Rapesta (MRE/DPR)

Equipe EditorialElizabeth Moreira Alves (gerente), Fernando Grigolin, GustavoCysne, Rafael Alimandro, Mariane Rezende (estagiária)

Comércio Exterior Informe BB é editado pela Diretoria deComércio Exterior do Banco do Brasil

Edição nº 79 - ano 17

Distribuição gratuitaTiragem: 25 mil exemplares

Endereço na internet: bb.com.brE-mail: [email protected]

Outros telefones úteis:

Central de Atendimento BB – Informações, solicitações,sugestões, reclamações e denúncias. Atendimento 24 horas, 7dias da semana: ou4004 0001 0800 729 0001Def cientes auditivos e de fala: 0800 729 0088

SAC – 0800 729 0722Suporte Técnico – Auto-atendimento internet e Auto-atendimentocelular - atendimento 24 horas, 7 dias da semana: 0800 729 0200

Ouvidoria BB – Caso considere que a solução dada à ocorrênciaque você registrou anteriormente mereça revisão, fale coma Ouvidoria BB. Atendimento 24 horas, 7 dias da semana:0800 729 5678

As opiniões emitidas em artigos assinados são de responsabilidadede seus autores, não expressando necessariamente o ponto devista desta publicação.

As matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Page 3: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

5

Escolha o tema!

Redação: Sr. secretário,

Redação: Prezado J. Bueno,

J. BuenoCustom Comércio Internacional Ltda.

São Paulo (SP)

Sentimo-nos honrados pela oportunidade de distribuir nossa publicação em evento de tal relevância, noqual estiveram presentes cerca de dois mil participantes, entre empresários, representantes de governo eprofissionais de comércio exterior dos países integrantes do Bloco. Da mesma forma, ressaltamos aimportância da iniciativa do Ministério de promover este evento com o objetivo de ampliar a cooperaçãoentre os membros do Mercosul, bem como facilitar o acesso de produtos argentinos, paraguaios euruguaios ao mercado brasileiro.

Mensagens como a sua são sempre bem-vindas, pois servem como uma espécie de termômetro,indicando se estamos ou não de acordo com as tendências de mercado ao levar aos nossos clientes umproduto que irá auxiliá-los em suas atividades no comércio exterior. O torna-se ainda maisvalioso pela sua experiência profissional em diversas áreas de atuação, considerando seu ponto de vistacomo formador de opinião e representante do setor privado.

Sempre recebi o nas empresas onde trabalhei e gosto de ler seusartigos técnicos e demais matérias informativas. Como advogado e consultor especializado em comércioexterior, sou ligado ao tema. Já publiquei artigos na imprensa em veículos como Gazeta Mercantil, OEstado de São Paulo, revista Exame, revista da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Revista doInstituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), entre outros. Também lecionei na Fundação GetúlioVargas (FGV) em São Paulo, em curso de pós-graduação.

COMÉRCIO EXTERIOR Informe BB

Como a nossa publicação é feita para os leitores, nada mais justo que vocês tenham espaço para sugerirassuntos que podem ser matéria nas próximas edições. Qual tema você gostaria de ver em nossaspáginas? O que motivou sua escolha? Nosso objetivo é interagir cada mais com você. Participe! Escrevaum e-mail para [email protected] ou mande sua carta para o endereço postal indicado noexpediente.

feedback

Page 4: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

6

análise das exportações de micro epequenas empresas brasileiras na década pré-crise financeira internacional aponta umcrescimento médio de 46,7%. Essa cifra, extraídade estudo elaborado pelo economista-chefe daFundação Centro de Estudos do ComércioExterior (Funcex), Fernando J. Ribeiro, revela queo segmento está, cada vez mais, imbuído doespírito de empreendedorismo exportador, e quetodos os esforços dos setores público e privadode estímulo à internacionalização dessasempresas têm surtido efeitos concretos.

Embora esta média tenha sido inferior àregistrada pelas empresas de grande porte – queforam favorecidas neste período por um cenáriointernacional bastante propício, de aumentovertiginoso na demanda por –, eladeve ser recebida com louvor, pois se refere aoesforço de um segmento que tem de abrirpicadas na selva para firmar-se no comérciomundial. Os empreendimentos menoresenfrentam uma série de entraves, como afragilidade diante de variações cambiais bruscase a dificuldade de encontrar nichos específicosde mercados para seus produtos no exterior, emgrau maior do que os grandes.

E, se o problema é buscar novos mercados, aspossibilidades criadas peloparecem cair como uma luva para solucioná-lo.Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, oconsumidor consegue encontrar o produtoespecífico que procura. É a ascensão domercado de nichos face ao de massas, conformeconceitua o jornalista americano Chris Anderson.E, neste caso, as MPE levam vantagens com suaprodução em menor escala. As brasileiras, então,contam ainda com o apoio da ferramenta

eletrônica lançada recentemente para viabilizar acomercialização em todo o mundo de seusprodutos em meio virtual – o Brazil WebTrade(BWT), que pode ser conferido na seção“Soluções” nesta edição.

Em “Opinião”, o presidente do BB, AldemirBendine, afirma em entrevista que, “se oproblema da empresa é falta de recursostecnológicos para fechar negócios com clienteslá fora, basta cadastrar-se no BWT que osprodutos ficam expostos como em uma vitrine”. E,se o obstáculo for na oferta de garantia por parteda MPE para obter crédito, Bendine fala tambémsobre o lançamento do Fundo Garantidor deOperações, criado para minimizar esta questãoque Marcelo Azevedo, analista de Políticas eIndústria da Confederação Nacional da Indústria(CNI), aponta em seu artigo na coluna “Destaque”como uma das principais dificuldades de acessoa financiamentos para as MPE.

Em meio a tantos desafios, a “Capa” traz, entreoutras informações, a visão otimista dos micro epequenos empresários brasileiros com aaparente tendência de arrefecimento da crise nospróximos meses. Resumida em seus pontosprincipais, a pesquisa elaborada por FernandoRibeiro também ilustra o texto da matéria, comdados bastante válidos para a atual conjunturapela qual o País está passando, a partir domomento que ela compreende praticamente operíodo limítrofe de crescimento antes da crise.Ou seja, pode ser uma referência para se traçarcenários futuros, apostando na continuidade dodesenvolvimento econômico com os sinais deque a tempestade da crise financeira estápassando. Sendo assim, bons ventos a levempara longe das empresas.

A

Equipe editorial

commodities

e-commerce

Page 5: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

7

Estatísticas apontam que micro, pequenas emédias constituem mais de 98% das empresasformais no País. Além disso, empregam 53% daspessoas ocupadas e geram 42% da rendaproduzida no setor industrial, contribuindo com20% do Produto Interno Bruto (PIB). Qual é aimportância estratégica desse segmento para oBB e seu volume de negócios?

O Banco do Brasil reconhece o importante papeldas micro e pequenas empresas na economiabrasileira, que envolve a dimensão econômica esocial e tem forte impacto no desenvolvimento doPaís. Mantemos com elas uma relação histórica eos números confirmam que somos o principalparceiro das micro e pequenas empresasbrasileiras. Nossa carteira registra 1,85 milhão declientes MPE, o que significa mais de 35% domercado. Só no primeiro semestre de 2009,

A falta de acesso ao crédito é uma dasreclamações das MPE. O presidente do BB,Aldemir Bendine, concorda que o crédito, defato, é um elemento crucial na sustentação dasempresas de menor porte e que elasdesempenham um papel fundamental nodesenvolvimento do País. Nenhuma novi-dade? Então confira nesta entrevista suasoutras opiniões e as informações sobre o que ainstituição vem fazendo para aumentar o apoioao segmento.

emprestamos a elas R$ 38 bilhões, um cresci-mento de 30,2% em 12 meses.

O risco que se observa em relação às micro epequenas empresas não difere muito do que severifica com as demais empresas. E podemosafirmar, com tranquilidade, que a inadimplênciano Banco do Brasil tem se mantido abaixo damédia do mercado. Para se ter uma ideia, noprimeiro semestre deste ano, quando ampliamossubstancialmente a oferta de crédito, o volume deatraso acima de 90 dias foi de 3,3%, inferior aos4,4% apresentados pelo Sistema FinanceiroNacional.

É mais arriscado emprestar para as MPE? Asoperações estão mais sujeitas à inadimplência?

O BB possui algum diferencial em relação aos

Para as MPE,o BB oferece um“mundo” deoportunidades

Opinião

Aldemir Bendineé presidente doBanco do Brasil

Ichiro Guerra

Page 6: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

8

para ident i f icar as necessidades dosempreendedores e oferecer as melhoressoluções para seu negócio. O modelo deatendimento está previsto em nossa estratégia

de negócios ebusca a satis-fação do cliente ea rentabilizaçãoda carteira.

Há realmente um grande espaço para ampliaçãodas exportações das micro e pequenasempresas. O tema está previsto em nossosobjetivos estratégicos. Entendo que o grandeindutor é o conhecimento. Muitos empresáriostêm produtos de qualidade, capacidade edisposição para exportar, mas nem sempreconhecem todo o processo para efetivarem asoperações. É aí que nós entramos, com soluçõescustomizadas voltadas para a capacitação dosegmento, como as Jornadas de ComércioExterior, o Exporta Mais, a Consultoria e osTreinamentos em Negócios Internacionais. Hácasos em que esta atuação extrapola o ambientedo Banco. Por exemplo, os recentes convêniosfirmados com Apex e Sebrae. Combinadas, estasações contribuem para a consecução dasmacrometas da Política de Desenvolvimento

Apesar destesn ú m e r o s d a sM P E n a p a r -ticipação do PIB ena geração edistribuição deemprego e renda,o segmento éresponsável por

apenas 1,5% das exportações brasileiras. O queo BB está fazendo para reverter esta situação,como forma de ampliar a participação das MPEna pauta de exportação?

concorrentes, no que diz respeito ao atendimentoàs micro e pequenas empresas?

O primeiro diferencial é o fato de sermosum banco queimplementa polí-t icas públ icas,ou seja, nossassoluções têm liga-ção direta coma estratégia dogoverno federal.Além disso, o BBopera linhas decrédito que sãoreferência no mer-cado, como o BBGiro Rápido e o BBG i r o E m p r e s aFlex, que oferecem condições competitivas einovadoras. Ao final do 3º trimestre de 2009, osaldo desses dois produtos somava R$ 13,5bilhões, com mais de um milhão de empresasatendidas. A utilização de recursos gover-namentais, como o Fundo de Amparo aoTrabalhador (FAT) e o Programa de Formação doPatrimônio do Servidor (Pasep), também permiteque o Banco oferte produtos com característicasmais atrativas. A liderança do BB emdeterminadas linhas de crédito demonstraclaramente o nosso interesse pelo segmentodesde o início de 2009, somos líderes no CartãoBNDES (desembolso, quantidade de cartões etransações). O Fundo de Garantia de Operações(FGO) é outro grande diferencial do Banco: foilançado em agosto e o total de operaçõescobertas já ultrapassa mais de R$ 1 bilhão. Nodia-a-dia dos nossos clientes, talvez o aspectomais perceptível seja o fato de prestarmos umatendimento abrangente, que compreendeserviços e consultoria, além, é claro, do crédito.Nossa equipe de profissionais está preparada

Mantemos com as microe pequenas empresasbrasileiras uma relaçãohistórica e os númerosconfirmam que somosseu principal parceiro

Page 7: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

9

ampliamos o limite de crédito para mais de 300mil MPE, selecionadas a partir de seu histórico derelacionamento com o BB. Na mesma lógica deoferecer soluções financeiras apropriadas aosegmento, conforme disse anteriormente,lançamos o FGO, que proporciona cobertura deaté 80% do valor das operações de capital de giroe de investimento contratadas por micro,pequenas e médias empresas e pormicroempreendedores individuais. O Fundo,portanto, facilita o acesso ao crédito para asempresas com dificuldades de apresentargarantias. Para o Banco do Brasil, vai significarmenor risco de operação e, por isso mesmo, aconsequência imediata é a diminuição das taxasde juros nas linhas oferecidas pelo Banco. Aredução pode chegar a 30%. O FGO é constituídopor recursos de seus cotistas – o TesouroNacional e os agentes finan-ceiros – e o BB é oadministrador exclusivo.

Muitos micro e pequenos empresários brasileirosreclamam dasd i f i c u l d a d e sem se comer-cial izar seusprodutos nainternet, devidoa o f a t o d enão possuíremcondições deadaptar suaspáginas na re-de para ven-das, como ai n c l u s ã o d e“carrinhos decompras” e aformalização deconvênios com

operadoras de cartões de crédito. O que o BB temfeito para acompanhar esta onda de crescimento

Produtivo lançada pelo governo federal em maiode 2008, principalmente em relação às quepreconizam a ampliação em 10% do número deMPEs exportadoras e a elevação da participaçãodas exportações brasileiras para 1,25% docomércio mundial.

O crédito, realmente, é um elemento crucial nasustentação das micro e pequenas empresas,que, em geral, têm sua saúde financeiramuito atrelada à demanda por seus produtos ouserviços e ao respectivo pagamento por eles,ou seja, cos-tumam ter pouca reserva financeirano curto prazo.Diante dessaf o r t e d e p e n -dência do cré-dito, o Bancodo Brasil feze s t u d o s e s -p e c í f i c o s d os e g m e n t o eviabilizou suces-sivas reduçõesde taxas nos úl-t imos meses.Quando as mi-cro e pequenasempresas so-friam os efeitosnocivos da criseeconômica, garantimos os recursos necessáriospara elas financiarem suas atividades e

A reclamação sobre a falta de acesso ao créditopor parte das MPE é recorrente no País,recebendo críticas de vários setores daeconomia. A questão das garantias ocupa o topoda lista das causas deste cenário. O que o BBestá fazendo para modificar este quadro e facilitaro acesso das micro e pequenas empresas aocrédito?

O FGO proporciona coberturade até 80% do valor das

operações de capital de giroe de investimento contratadas

por micro, pequenase médias empresas e por

microempreendedoresindividuais

Page 8: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

10

adequando em termos de inovações paraacompanhar esse necessário desenvolvimento?

Inovar é a palavra de ordem para o sucesso nosnegócios, independentemente do porte ou daárea de atuação de uma empresa. O aumento daparticipação das MPE contribui para oincremento de bens de valor agregado na pautaexportadora brasileira, pois o segmento prati-camente não participa do comércio deprodutos como , por exemplo, pro-

duzidos em lar-ga escala porgrandes empre-sas. Quando seusprodu tos con -seguem disputarmercados no ex-terior, significaque vêm dotadosde inovações quesuperaram con-correntes estran-geiros. E a pre-p a r a ç ã o p a r aingressar no co-mércio exterior éuma etapa na qual

o BB e instituições par-ceiras têm participado ati-vamente. Este ano, firmamos dois acordosimportantes neste sentido, um com o Sebrae e ooutro com a Apex-Brasil. Juntos, estes convêniosvisam desde a capacitação de empresários emtemas como financiamento e linhas de crédito atéa participação conjunta em feiras no País e noexterior. São parcerias que se somam ao esforçode disseminação da cultura exportadora que oBanco já realiza, com ações ofertadas por meiodas equipes especializadas de nossas GerênciasRegionais de Apoio ao Comércio Exterior queatendem em todo o Brasil.

do no mundo e auxiliar seus clientesexportadores a serem inseridos no comércioeletrônico?

Diversos pesquisadores apontam a relevância e aurgência de o País elevar o conteúdo tecnológicoe o valor agregado da pauta de exportaçõescomo medida imprescindível para ampliar acompetitividade dos produtos e serviçosnacionais no comércio mundial – uma verdadeainda mais importante quando se trata das MPE.Essa é também sua opinião? E de que formainstituições como o Banco do Brasil vêm se

Os micro e pequenos empresários brasileiros queestiverem dispostos a comercializar seusprodutos no exterior pela internet podem recorrerao Banco do Brasil. Recentemente lançamos oBrasil WebTrade, ou BWT, uma solução digitalque congrega, em um mesmo ambiente, todas asetapas necessárias para a realização de umavenda ao exterior. Se o problema da empresa épossuir recur-sos tecnológi-cos para fecharnegócios comclientes lá fora,basta cadastrar-se no BWT queo s p r o d u t o sficam expostoscomo em umavitrine. Se houveri n t e n ç ã o d ecompra por partede um impor-tador no exterior,a venda seráefetivada. Atual-mente já existem mais de 11 mil exportadores eimportadores habilitados a realizar transaçõespor meio desta inovadora ferramenta.

Inovar é a palavra de ordempara o sucesso nos negócios,

independentemente doporte ou da área de

atuação de uma empresa

commodities

e-commerce

Page 9: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

11

José Paulo Lacerd

a

empecilhos à expansão das exportações.

A valorização do real em relação ao dólar de 15%somente em 2009 – já descontadas as variaçõesde preços no Brasil e nos Estados Unidos –tornaram os entraves à exportação ainda maiscríticos. Nesse período, a moeda brasileira foi, nomundo, uma das que mais ganhou valor frente aodólar, o que vem acarretando significativa perdana rentabilidade das exportações brasileiras,sobretudo de produtos manufaturados.

Para a indústria, a questão de custos portuáriosfoi considerada o segundo entrave maisimportante. Em seguida, a burocracia aduaneira.O tempo para o desembaraço aduaneiro é amaior queixa das micro e pequenas empresas. Opagamento de taxas e honorários são questõesque foram consideradas relativamente maisimportantes para as micro e pequenas do quepara as empresas de maior porte.

Ressalte-se, contudo, que, embora problemasrelacionados à infraestrutura e à burocraciasejam relevantes para toda a indústria, essas não

mbora em maior quantidade nocomércio exterior, as micro e pequenasempresas estão perdendo espaço nasexportações brasi le iras. Em 2005, seconsiderada apenas a indústria, 8.557 empresasde menor porte exportaram, o equivalente a 49%do total das empresas industriais exportadoras.Em 2008, o número delas caiu para 6.163. Aparticipação recuou para 41% do total.

Entre 2005 e 2008, as exportações brasileiras daindústria cresceram 56%. No mesmo período, osembarques das micro e pequenas caíram 6,5%.Com isso, a participação dessas empresas nasvendas externas da indústria caiu de 1,6% para1% do total.

Quando a Confederação Nacional da Indústria(CNI) realizou a pesquisa “Os Problemas daEmpresa Exportadora Brasileira 2008”, o cenárionão era de uma crise financeira tal como vimosem 2009. Não obstante, 98,8% das micro e 98,6%das pequenas empresas identificaram entravespara suas exportações. A pesquisa já apontavaque a taxa de câmbio era o principal problematambém para médias e grandes indústrias –naquela época, a taxa de estava em torno deR$ 1,78, próxima ao patamar atual. Dentre as 18opções apresentadas, 78% das microempresas e84,7% das pequenas identificaram a taxa decâmbio como um dos quatro principais

Problemas dasMPE vão alémdo real valorizado

EMarcelo Souza Azevedoé analista de Políticase Indústria da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI)

Page 10: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

12

sejam relevantes para toda a indústria, esses nãosão os únicos que afetam as empresas de menorporte. Para esse grupo, as dificuldades deacesso ao financiamento à exportação e àprodução (especialmente para as micro-empresas) também são questões importantes.

O problema do financiamento foi assinalado por17,9% das empresas, independentemente deporte, como um entrave para a expansão dasexportações. Esse percentual alcança 31,7%entre as microempresas e 26,2% entre aspequenas.

A pesquisa levantou a posição das empresas emrelação a uma série de instrumentos de crédito,públicos e privados: Adiantamentos sobreContrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobreCambiais Entregues (ACE), linhas Proex, BNDES-Exim e Proger Exportação. De um modo geral, odesconhecimento das linhas é muito elevado e autilização, baixa, sobretudo entre as micro epequenas empresas.

ACC/ACE são as linhas de financiamento maisconhecidas e utilizadas pelas empresas demenor porte. Apenas 11,7% das microempresase 13,4% das pequenas não as conhecem. Maisda metade das que sabem da existência dessesinstrumentos, os utilizam. Contudo, o percentualde empresas que conhecem, mas não consegueutilizá-las, alcança 27,9% no caso dasmicroempresas e 17,6%, das pequenas.

Quanto às linhas oficiais, a utilização é muitolimitada. São duas as principais razões. Primeiro,o desconhecimento é elevado. Dependendo dofinanciamento, varia entre 30% e 55%. Alémdisso, há o problema de falta de interesse: maisde 40% das micro e pequenas empresas queconhecem não as utilizam por esta razão.Percentual semelhante das empresas que sabemque essas linhas existem gostaria de usá-las, mas

não conseguem. As principais dificuldadesapontadas foram as exigências de garantiasreais, o acesso às informações e a documentaçãorequerida.

Outra questão importante é a tributária. Deacordo com a pesquisa, 68,3% das pequenasempresas e 53,8% das micro afirmaram queimpostos afetam a competitividade externa dosseus produtos. Além disso, parcela consideráveldas microempresas não conhece os mecanismosde ressarcimento da PIS/Cofins (46,8%), ICMS(31,2%) e IPI (46,5%). Entre as pequenas, ospercentuais também são elevados: 27,0%, 19,4%e 27,9%, respectivamente.

As prioridades apontadas pelo estudo para quese impulsionem as exportações são claras. Énecessário melhorar a infraestrutura detransporte e portuária, simplificar os proce-dimentos aduaneiros e realizar uma reformatributária que desonere as exportações.

No caso das micro e pequenas empresasexportadoras, em particular, é preciso asseguraro acesso ao financiamento às exportações.Durante o agravamento da crise internacional, osrecursos disponíveis foram ampliados. Contudo,esses não serão tão eficazes sem a divulgaçãonecessária – o desconhecimento é muito alto.Além disso, é fundamental dar maior atratividadea essas linhas e reduzir as exigências degarantias.

Avançar nesse sentido é crucial para que secompense a perda de competitividade originadapela valorização cambial, sobretudo em umcenário de mercado interno ainda contraídodevido à crise internacional. Sem a atençãonecessária a esse ponto, as exportaçõesbrasileiras poderão se tornar cada vez maisconcentradas em termos de empresas e deprodutos.

Page 11: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

13Informe BB • nº 79

Comércio Exterior

Micro e pequenas na retomadado crescimento do comércio exterior

Sinais de

recuperação

econômica diante

da crise financeira

geram otimismo

entre as MPE

brasileiras para

seguir caminho

nos negócios

internacionais

Brasil está entre os líderes doprocesso de recuperação econômica no mundo”.Proferida em setembro deste ano pelo presidentedo Banco Central, Henrique Meirelles, a fraseresume uma série de indicadores que mostramsinais claros de recuperação da economiabrasileira após o revés provocado pela crisefinanceira internacional e que coloca o Brasil emposição privilegiada diante de economiasdesenvolvidas que ainda carregam marcas daturbulência.

A inflação acumulada segue próxima à metaestabelecida para o ano; a concessão de créditoe as reservas internacionais voltam a alcançarníveis pré-crise; o desemprego em junho foi de8%, o menor deste mês desde 2004. De todosesses indicadores, que mostram o bomfuncionamento da economia nacional, este último

‘‘O

Page 12: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

14

possui uma correlação bastante peculiar com oassunto principal desta edição: micro e pequenasempresas (MPE).

Este índice de desemprego não é louvávelapenas porque foi inferior aos 9,7% dos EstadosUnidos e aos 9,5% da zona do euro, medidos emigual período. Ele demonstra indiretamente a

importância das MPE nageração de renda e de

riqueza para o País,na condição de

maior provedorde empregos

da economiabrasileira.

O segmento vem passando por mudançasdirecionadas à modernização, como o uso detecnologias em benefício do negócio e asmelhorias nos meios de gestão, assumindo novospapéis no motor do crescimento do Brasil. Se écomum em tempos de Copa do Mundo afirmarque, hoje em dia, não há mais países ingênuos nofutebol, o mesmo pode-se dizer de um númerocrescente de MPE brasileiras que, muitas vezesem razão de ideias inovadoras, conseguemestabelecer conceitos em seus produtos eserviços, tornando-se capazes de fazer frente atémesmo a empresas de maior porte.

Com essa capacidade de inovação, a expansãodos negócios chega a atingir o mercado externo eo ganho de competitividade cria um círculovirtuoso: a empresa conquista espaço no exterior.Resultado? Maior solidez também no mercadointerno. Dotada desses recursos, pode investirmais em tecnologia e mão-de-obra qualificada,fortalecendo-se para abrir outras portas nocomércio internacional.

É o que demonstra, no estudo “Fatorescondicionantes do desempenho exportador dasmicro e pequenas empresas”, o economista-chefe da Fundação Centro de Estudos doComércio Exterior (Funcex), Fernando J. Ribeiro.

Ao analisar as exportações por segmento noperíodo de 1999 a 2007, ele constatou que, emmédia, hoje, cerca de 10% das microempresasobtiveram receitas a ponto de crescerem emudarem de tamanho, sendo reclassificadascomo pequenas. No caso das pequenas, 4,1%migraram para a categoria de micro e pequenasempresas especiais, 2,7% passaram a sermédias e 0,1% tornaram-se grandes.

Nos anos que precederam a crise,o setor de móveis ocupou o terceiro lugar

na pauta de exportações das MPE.Em média, foram exportados

US$ 164 milhões

Page 13: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 15

1998-2007 seguiram uma tendência pratica-mente constante de crescimento ano a ano.Apenas nos últimos cinco anos do período (2003-2007), o valor médio exportado pelo segmentoaumentou 65%. Durante toda a década, aquantidade de MPE exportadoras elevou-se em46,7%, fato impulsionado por uma conjunturainternacional favorável, com crescimentoacelerado da economia mundial.

As vendas ao exterior das empresas de micro epequeno portes no período 2003-2007 foramcompostas majoritariamente por 12 setores, querepresentaram 80% do total. Os mais destacadosforam máquinas e equipamentos, produtos demadeira, móveis e indústrias diversas, produtosalimentícios, bebidas e produtos agropecuários.Ribeiro explica que a maioria desses setores sedistingue por atividades intensivas em mão-de-obra. Isto significa uma grande diferença nacomparação com grandes empresas, cujosprocessos produtivos se caracterizam por outrosfatores, como o predomínio de economias deescala. É o caso, por exemplo, da indústriaautomobilística.

São números que revelam claramente queexpandir os negócios para além das fronteiras doPaís traz vantagens para a empresa. Não poracaso, as companhias de ponta estão inseridasno comércio internacional.

Da mesma forma, aquelas que buscam inovartambém ficam na vanguarda. De acordo comestudo realizado pelo Instituto Brasileiro dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aremuneração média das empresas que inovam étrês vezes maior do que as que não modificamprodutos e processos. As que conseguem unir osdois fatores – inovação e exportações – vendemao mercado externo cinco vezes mais do queaquelas que fabricam bens padronizados. As queimplementam soluções tecnológicas têm 16%mais chance de se tornarem exportadoras. Ouseja, há uma intrínseca relação entre inovar,exportar, crescer e ganhar competitividade.

A pesquisa da Funcex revela que as cifras dasvendas externas das MPE brasileiras na década

Raio-x da década pré-crise

Máquinas e equipamentos

Produtos de madeira

Móveis e indústrias diversas

Produtos alimentícios e bebidas

Agropecuária

Produtos químicos

Produtos de minerais não metálicos

235,4

218,6

136,4

164,0

119,4

115,8

104,0

13,4

12,4

9,3

7,8

6,8

6,6

5,9

Couros, artefatos de couro, artigos de viagem e calçados 97,6 5,5

Confecção de artigos de vestuários e acessórios 71,2 4,0Artigos de borracha e plástico

Produtos de metal - excl. máquinas e equipamentos

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

Subtotal

Demais Setores

59,4

51,5

50,6

1.423,9335,7

3,4

2,9

2,9

80,9

19,1

Principais setores exportados pelas MPE (2003-2007)

Média(US$ milhões)

Participação napauta das MPE (%)

Fonte: Funcex, com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Page 14: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

16

Em toda a pesquisa, o economista-chefe daFuncex traça um paralelo entre MPE e empresasde maior porte, ressaltando as principaisdiferenças e semelhanças dos dois segmentosdiante das variáveis de maior significância naanálise das exportações. No levantamento, foiconstatado que questões como a variaçãocambial interferem consideravelmente napermanência das empresas menores nocomércio internacional. As exportações das MPEsão mais sensíveis às flutuações da moeda doque as empresas de maior porte. Ou seja, diantede situações de câmbio desfavorável (muitovalorizado), as micro e pequenas podem serforçadas a abandonar o mercado externo. Asmaiores, por outro lado, estão mais aptas parasuportar reduções da margem de lucro ou mesmopara operar com prejuízo nas exportações a fimde não perder seus clientes lá fora.

O estudo identificou ainda os principais destinosdas vendas das MPE ao exterior. Os países daAssociação Latino-Americana de Integração(Aladi), inclusive os do Mercosul, vieram à frente,representando 35,4% das exportações nestescinco anos de referência. A União Europeia ficouna segunda posição (23,2%), seguida de EstadosUnidos e Canadá (19,1%) e dos países da Ásia-

Pací f ico (8,6%). Os demais dest inosresponderam pelos 13,7% restantes.

Os países latino-americanos ocuparam aliderança, conforme explica Ribeiro, emdecorrência de dois fatores principais. O primeirodeveu-se ao fato de os países da regiãoregistrarem volumes elevados de manufaturadosem suas pautas de importações de bensprovenientes do Brasil, de setores nos quais asMPE concentram suas vendas. Isso explicatambém os baixos índices de exportações demicro e pequenas empresas para a Ásia, onde háimportadores de O segundo fatordiz respeito à proximidade geográfica e cultural,um facilitador para empresas que não possuemrecursos e infraestrutura para atender mercadosmais distantes.

Mesmo com a concentração em paísesgeograficamente mais próximos, o estudocomprova a participação globalizada das MPEbrasileiras, atuantes em todos os continentes. Aexpansão neste período de prosperidade foifundamental para as empresas chegarem maisfortalecidas aos anos seguintes à pesquisa,quando foi deflagrada a crise financeirainternacional.

Segundo pesquisa do Ipea, empresas que inovam vendem ao mercado externo cincovezes mais do que aquelas que fabricam bens padronizados. As que implementam

soluções tecnológicas têm 16% mais chance de se tornarem exportadoras

commodities.

Page 15: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

17Informe BB • nº 79

Comércio Exterior

Seja em tempos de crise ou de prosperidadeeconômica, as reclamações de grande parte dasMPE no Brasil têm foco em um fator: dificuldadede acesso ao crédito. Em muitos casos, na horade buscar recursos para capital de giro ouinvestimento, essas empresas esbarram emproblemas para oferecer garantias às instituiçõesfinanceiras.

Ciente do papel econômico-social que osegmento cumpre no País, o Banco do Brasilcriou, em maio de 2004, a Diretoria de Micro ePequenas Empresas (Dimpe) para atender àsdemandas de milhões de empreendedoresespalhados por todo o território nacional. O BBexerce atividades na prestação de assessoriafinanceira e na criação de soluções exclusivaspara cada nicho de mercado, como também noapoio aos Arranjos Produtivos Locais (APL), aocooperat iv ismo e ao desenvolv imentosustentável.

“Apoiar as micro e pequenas empresas éacreditar no País. Por isso, o Banco do Brasil atuafortemente para desenvolver o segmento,

oferecendo variado de soluções e,principalmente, crédito”, declara o diretor deMicro e Pequenas Empresas do BB, Ary Joel deAbreu Lanzarin.

As medidas mais recentes de apoio às MPEincluem o lançamento realizado recentemente(agosto) do Fundo Garantidor de Operações(FGO), mecanismo que garante operações decrédito com recursos públicos e privados (não setrata de um seguro de crédito) administradosintegralmente pelo BB. Assegura a cobertura deaté 80% do valor do empréstimo de capital de giroou investimento contratado pelas empresas epromete aquecer a oferta de crédito às micro epequenas, com faturamento bruto anual de até R$2,4 milhões.

O novo fundo é um instrumento estratégico do BBpara ampliar, ainda mais, a oferta de crédito àsMPE, com taxas de juros atrativas. A carteira deoperações de capital de giro garantidas peloFGO atingiu, em 12 de novembro, o saldo deR$ 1,2 bilhão, com número superior a 40 milcontratos formalizados.

Facilitar o acesso ao crédito portfolio

Colaboração: Diretoria de Micro e Pequenas Empresas doBanco do Brasil

Page 16: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

18

Fim da tempestade,expectativa de bonança

Em junho de 2009, o Serviço Brasileiro de Apoioàs Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de SãoPaulo publicou pesquisa intitulada “Impactos dacrise financeira internacional nas MPEbrasileiras”. Realizado com 4.200 micro epequenas empresas em todo o País (de variadosramos de atividade, não apenas exportadoras), olevantamento identificou que a crise produziuefeitos negativos na maior parte delas.

Segundo dados colhidos nas entrevistas, a crisefinanceira internacional atingiu 63% do

empregos nos seis meses subsequentes, eles semostraram otimistas em todos os indicadores (vertabela).

Com esta sinalização de que a conjunturaeconômica tende a ser favorável, cabe àsempresas estarem preparadas para o surgimentode oportunidades, incluindo o ingresso nocomércio internacional. Para tanto, algunsaspectos merecem ser observados com atenção.Um exemplo importante são as questõesrelacionadas ao gerenciamento. A edição deagosto/setembro da revista Exame-PME traz umestudo sobre as práticas de gestão, asestratégias e as decisões de investimentos

segmento. A queda na demanda e oencarecimento do crédito foram apontados comoas consequências mais nocivas para seusnegócios. Por dependerem de financiamento, aindústria e o agronegócio voltados paraexportação foram os setores que mais sentiram aturbulência.

Na percepção dos empresários, a atual fase derecuperação da economia parece encontrarrespaldo no dia-a-dia de suas atividades.Quando questionados a respeito de aspectoscomo faturamento, investimentos e nível de

adotadas pelas 200 pequenas e médiasempresas que mais cresceram no Brasil nosúltimos três anos. Um fator de grande importânciapara a maioria delas é a eficiência. Do total, 82%utilizam indicadores de performance, na seguinteordem: desempenho econômico (medido por95% das entrevistadas); percepção dos clientes(84%); comparação com concorrentes (64%);informações de funcionários (59%); e opinião deconsultores externos (33%).

Quando perguntadas sobre as práticas degestão, as empresas elegeram prioridades assim

Fonte: Sebrae (SP)

Faturamento

Número de empregados

Jornada de trabalho

Preços praticados pela empresa

Endividamento da empresa

Investimentos

Aumentar Diminuir Manter como está Não sabe

Otimismo com a recuperação da economia

Veja como está a expectativa dos micro e pequenos empresáriosbrasileiros em relação a:

24%

12%

21%

10%

35%

46% 9%

8%

4%

8%

31%

6%

43%

66%

84%

66%

57%

58%

2%

2%

0%

5%

2%

1%

Page 17: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

19Informe BB • nº 79

Comércio Exterior

ordenadas: reduzir custos sem comprometer aqualidade do serviço (84%); reorganizar onegócio e as estratégias de expansão (70%);criar e manter práticas de governança (39%); eproteger os ativos (31%).

A fusão entre estes métodos tradicionais e oalinhamento com novas tendências podem ser achave para o sucesso ou, pelo menos, paragarantir a própria sobrevivência da empresa. E asmudanças no mercado não param. Atualmente aspráticas de gestão e de inovação não devemabandonar conceitos como a sustentabilidade.Se há poucos anos estavam à frente de seusconcorrentes empresas que possuíam , hojeelas criam páginas com interface própria paracelular e utilizam novos canais da internet, comoalguns de relacionamento – Orkut, Twitter eFacebook – para divulgar seus produtos.

Com o céu mais limpo e a tempestade da crisefinanceira dando sinais de que o pior já passou, a

Fontes consultadasMinistério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Serviço brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas (Sebrae)

Revista Brasileira de Comércio Exterior

Revista Exame PME

Revista Brasil Sustentável

Revista PIB

www.mdic.gov.br

www.sebrae.com.br

Hoje as empresas criam páginas com interface própriapara celular e utilizam novos canais da internet

(Orkut, Twitter e Facebook) para divulgar seus produtos

sites

sites

estabilidade econômica vivida pelo Brasil podeser o momento ideal para as MPE que estiverempreparadas e atentas às novidades. E seusprodutos poderão seguir ao exterior navegandoem mares cuja previsão é de “tempo bom etemperatura estável”.

Page 18: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

20

MD

IC d

ivulgação

Fórum Permanente das MPE, foi publicado, emagosto deste ano, o novo Regimento Interno,disponível no site www.mdic.gov.br. Os objetivossão fortalecer a atuação dos fóruns regionais,com a simplificação e padronização deprocedimentos, facilitar a interlocução econceder maior autonomia aos coordenadoresde governo e da iniciativa privada, além depromover agilidade e flexibilidade ao processodecisório e ao acompanhamento das açõesimplementadas.

Observadas as diretrizes e normas da Lei

Complementar nº 123, de 2006, da Lei

Complementar nº 128, de 2008, e do Decreto nº

6.174, de 2007, a versão final do novo Regimento

Interno cr iou seis comitês temát icos,

responsáveis por desenvolver estudos, elaborar

propostas, articular e encaminhar temas

er o espaço de debates e deconjugação de esforços entre governo e setorprivado para a consecução de ações e depolíticas públicas orientadas às empresas destesegmento. Este é o objetivo do FórumPermanente das Microempresas e Empresas dePequeno Porte.

Formado por 52 órgãos de governo e 57entidades da iniciativa privada, além dos fórunsregionais estaduais, do Serviço Brasileiro deApoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) eda Frente Parlamentar Mista de Apoio às Micro ePequenas Empresas, suas atividades estão,d e s d e d e z e m b r o d e 2 0 0 8 , s o b aresponsabilidade da Secretaria de Comércio eServiços (SCS) do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).No intuito de promover maior integração do

Fórum Permanentedas Microempresase Empresas dePequeno Porte

S

Destaque

Edson Lupatini Junior é secretário deComércio e Serviços do Ministério doDesenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior

Page 19: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 21

específicos que deverão compor a agenda de

trabalho e por formular políticas públicas. São

eles Desoneração e Desburocratização,

Tecnologia e Inovação, Investimento e

Financiamento, Rede de Disseminação,

Informação e Capacitação, Compras Gover-

namentais e Comércio Exterior.

Cada comitê temático é coordenado por um

representante de governo e por um da iniciativa

privada, tendo como demais componentes os

das entidades participantes do Fórum

Permanente das MPE.

Durante os trabalhos realizados na 1ª Reunião

dos Comitês Temáticos, em setembro de 2009, foi

observado que, com relação ao atendimento ao

disposto na Lei Complementar nº 123 (conhecida

como Lei Geral das MPE), em seu artigo 77, § 1º

“...Estados, Distrito Federal e Municípios deverão

editar leis e demais atos necessários para

assegurar o pronto e imediato tratamento jurídico

diferenciado, simplificado e favorecido às

microempresas e empresas de pequeno porte...”,

ou seja, implementar a Lei Geral no País.

Considerando o previsto em lei e recente

pesquisa do Sebrae, que aponta o percentual de

16,6% de implementação da Lei Geral nos

municípios brasileiros, faz-se necessária uma

atuação dos trabalhos do Fórum Permanente das

MPE nesta direção.

Portanto, ficou definida pelos comitês temáticos a

escolha do tema central na forma de ações que

viabilizem a implementação da Lei Geral –

Compras Governamentais – nos municípios,

permitindo, assim, às microempresas e empresas

de pequeno porte o acesso a mercados,

conforme disposto na mesma Lei, em seus

Artigos 42 a 49.

Com a definição de um tema central permeando

todos os Comitês Temáticos e um tema específico

à sua área, como acesso ao crédito, tecnologia e

inovação e capacitação de empresários, que

também atendem aos preceitos do Estatuto

Nacional das MPE, haverá, sem dúvida, a

percepção e a efetivação de um tratamento

diferenciado, simplificado e favorecido ao

segmento.

Alinhado aos trabalhos desenvolvidos pela SCS,

o Fórum Permanente das MPE, por meio de seu

Comitê Temático “Desoneração e Desbu-

rocratização”, atuará fortemente em conjunto

com o Comitê Gestor da Rede Nacional para

Simplificação do Registro e da Legalização de

Empresas e Negócios (Redesim), permitindo

maior velocidade na abertura e no encerramento

de empresas, além da diminuição da

informalidade, dando vida longa aos pequenos

negócios. O primeiro passo nessa direção foi a

implementação, em 1º de julho de 2009, do

Empreendedor Individual (EI).

Da mesma forma, o Fórum Permanente das MPE,

conectado à Política de Desenvolvimento

Produtivo (PDP) do governo federal, desenvolve

ações para o atingimento da meta estabelecida,

de aumentar em 10% o número de MPE

exportadoras. Para isto, os trabalhos passam por

áreas como logística, infraestrutura, tecnologia

de informação e política comercial, entre outras.

Nesse contexto, há um belo trabalho a ser

realizado no próximo ano por todos os integrantes

do Fórum Permanente, cujo objetivo maior é a

construção de um ambiente de negócios mais

favorável ao desenvolvimento das micro-

empresas e empresas de pequeno porte. Mãos à

obra!

Page 20: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

22

AE

B d

ivulgação

Política deexportação naabertura econômicacom inserçãointernacional

Associação de Comércio Exterior doBrasil (AEB) realizará o 29º Encontro Nacional deComércio Exterior (Enaex), sob o tema “Propostaspara a modernização do comércio exteriorbrasileiro”, em 24 e 25 de novembro próximo, noCentro de Convenções da Federação dasIndústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), nacapital carioca.

A AEB insiste na necessidade da reorganizaçãoinstitucional e normativa do comércio exteriorbrasileiro, sobretudo da exportação, pelo qualestá propondo para discussão o “Anteprojeto deLei de Comércio Exterior”.

O comércio internacional de bens e serviços éinstrumento de força e determinante parasustentar o desenvolvimento econômico e social.Essa realidade não é reconhecida nas lideranças

políticas, razão por que o setor é tecnicamentemarginalizado, sofrendo desorganizaçãoestrutural. Lembro que, praticamente, todas ascrises econômicas vividas no País tiveram origemna área externa, transferindo-se para o totalcontrole da economia, até 1990. Mesmo o grandesalto para a industrialização foi sustentado napolítica de substituição de importações.

O controle da economia entre 1950–90 decorreudessas crises. Ressalto, assim, a imperiosanecessidade de se utilizar o comércio exteriorcomo fator proat ivo na estratégia dodesenvolvimento. As medidas tópicas adotadaspara contornar as crises externas eram facilitadase mascaradas pelo poder soberano de que sedispunha para adotar medidas corretivas comomaxidesvalorização, subsídios diretos ou“disfarçados”, controles da importação, quotas,

A

Benedicto Fonseca Moreiraé presidente da Associaçãode Comércio Exterior do Brasil

Page 21: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 23

na exportação, como em relação a produtosimportados. Porém, os governos não fizeram a“lição de casa”, ou seja, adaptar a economia àcompetitividade. O Brasil está perdendo estefator na exportação, não só pelo problemacâmbio, que, embora de grande importância naconstrução do preço externo de competição,precisa ser complementado com medidasestruturais.

A crise mundial mostrou que o País não temagressividade vendedora, sendo dependente da

demanda externa.A exportação dep r o d u t o s m a -nufaturados, emespecial de médiae alta tecnologia,está se enfra-quecendo. A cadadia, somos maisvendedores de

esemifaturados demenor tecnologia.Há visível conc-entração dessesprodutos na pauta

de exportação, que participam com cerca de80% do valor global. Há, ainda, crescenteconcentração de empresas exportadoras. Dascerca de 18 mil, no período janeiro-setembro de2009, apenas 0,88% — 161 empresas comexportações acima de US$ 100 milhões —responderam por algo como 70% do valorexportado, e as 17.241 com vendas até US$ 10milhões — 94,74% das empresas — por apenas9,54% do total exportado. Algo está errado.

O Brasil, sem ter política integrada e hegemônicade comércio exterior, elegeu a inserçãointernacional como fator de êxito.

commodit ies

categorias cambiais, etc.

O mundo mudou. Educação, inovação, avançotecnológico, melhoria da qualidade de bens e emque cerca de 40% do valor transacionado éconstituído por produtos industriais de altatecnologia. Os produtos agropecuários, base danossa exportação, representam menos de10%do valor da demanda global.

O Brasil seguiu a tendência da economia mundiale, a partir de 1990, iniciou o processo de aberturaeconômica. Hoje,e s t á i n s e r i d on a e c o n o m i amundial, deter-minado não sómanter e ampliar aabertura, comoacatar as novasregras e participarativamente dasdecisões em di-ferentes fóruns.Essa postura temcomo efeito cola-teral a abdicaçãode parte da so-berania no que se refere a decisões no comércioexterior e em alguns outros aspectos daeconomia. É fundamental ter presente queabertura com inserção internacional é decisãopolítica sob a expectativa de ser instrumento parapromover e sustentar o desenvolvimentoeconômico e social.

É inimaginável aceitar e promover inserçãointernacional como fator demolidor do sistemaprodutivo nacional. Se aceita essa verdade, éincontestável a obrigação do governo dereorganizar a economia, para alcançar elevadonível de competência e capacidade competitiva

O comércio internacional

de bens e serviços

é instrumento de força

e determinante para

sustentar o desenvolvimento

econômico e social

commodities

Page 22: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

24

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Política de exportação em regime de aberturacom inserção internacional exige um conjunto demedidas em caráter permanente. Podemos citarações como educar com qua l idade,desburocratizar amplamente, racionalizar osistema tributário, adequar o sistema definanciamento e garantias de riscos, reorganizar ainfraestrutura, dar eficiência e eficácia ao sistemaportuário, apoiar as atividades de serviços,reorganizar o sistema de apoio às empresas demenor porte, etc.

Lembro, ainda, incertezas em relação ao balançode pagamentos em transações correntes. Entre1990 e 2002, foram acumulados déficits no valorde US$ 187,7 bilhões. De 2003 a 2007, a fortedemanda mundial permitiu obter superávits,graças a elevados saldos comerciais. A partir de

2008, com a crise internacional, retornaram osdéficits em transações correntes, que poderão tercrescimento significativo nos próximos anos, senão adotadas as medidas necessárias para darao País capacitação competitiva com nível deeficiência compatível com a nova realidade domercado externo, em regime de abertura cominserção internacional.

Se não houver visão clara, capacidade dedecisão e poder de ação, o Brasil corre o risco deapresentar resultado negativo na balançacomercial, em futuro próximo, o que, aliado àmanutenção do déficit estrutural na contaserviços e renda, poderá levar a déficits elevadosno balanço de pagamentos em transaçõescorrentes, vindo a afetar a confiança que o Paíshoje disfruta.

Concentração de empresas por faixa de valores

(janeiro / setembro 2009)

Valor Exportado

(US$ milhões)

Nº de

empresas

Empresas % valor total

exportado

acima de 100

de 40 a 100

de 10 a 40

de 1 a 10

Até 1

Total

161

182

614

2.698

14.543

18.198

0,88

1,00

3,37

14,83

79,92

100,00

69,29

10,34

10,83

7,69

1,85

100,00

Page 23: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 25

ma das primeiras aplicaçõesdesenvolvidas para a certificação digital foivoltada para o comércio exterior. Trata-se daautorização dada pelo Banco Central, em 2004,para que as instituições financeiras pudessemoperar no mercado cambial utilizando aassinatura digital em contratos de câmbio.Praticamente todas aquelas com carteiras decâmbio adotaram prontamente a solução, porreduzir o tempo de emissão e assinatura, oscustos do processo, além de dar agilidade ecomodidade ao cliente/correntista, que nãoprecisa sair do seu escritório para fechar essatransação.

De igual forma, o mundo empresarial foi um dosprimeiros segmentos em que a certificação digitaltornou-se uma realidade cotidiana. É fato queinicialmente a Receita Federal do Brasil (RFB) foi

uma importante mola propulsora. A partir de suacapacidade de instituir normas e obrigações aocontribuinte, a Receita tem realizado umimportante trabalho para compatibilizar a questãodo sigilo fiscal com a meta de agilizar e facilitar ostrâmites com o fisco.

No dia 22 de outubro, a RFB publicou norma queinstituiu a obrigatoriedade, a partir de 2010, douso da certificação digital nas declarações e nosdemonstrativos de lucros de todas as empresas,incluindo desde as de Lucro Presumido até as deLucro Real e Arbitrado, que já atendiam a essaregulação.

Some-se a isso ações como a do Sistema Públicode Escrituração Digital (Sped), que inclui trêsvertentes. A primeira trata do que ficou conhecidocomo Sped Contábil, que substitui os tradicionais

U

ITI divulg

ação

Adesão dasempresas àcertificação digital

Renato Martini é diretor-presidentedo Instituto Nacional deTecnologia da Informação

Page 24: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

26

livros Diário e Razão, ou seja, os da escrituraçãomercantil, por livros digitais assinados com o usode certificados para o envio à Receita e às JuntasComerciais.

Em segundo lugar, o Sped Fiscal, em que ocontribuinte pessoa jurídica envia um conjunto deescriturações de documentos fiscais e de outrasinformações de interesse dos fiscos dasunidades federadas e da RFB.

Por último, a Nota Fiscal eletrônica (NF-e), quesubstitui as emi-tidas em papel porum documentodigital, geradoe armazenadoele t ron icamen-te, sendo quecompete à as-sinatura digitalgarantir a autoriado emissor, bemcomo a integri-dade do arquivoreceb ido pe losistema f iscal .Esse projeto foi desenvolvido de forma conjuntapelas secretarias de Fazenda dos Estados e pelaReceita Federal, vindo reduzir custos de emissãoe guarda das notas. A título ilustrativo do impactodas NF-e na vida econômica de nosso País, emnúmeros de hoje (outubro de 2009), as emissõestotalizam 490 milhões, fazendo circular por estemeio a fantástica cifra de R$ 6 trilhões.

Até o final de 2010, será obrigatório o uso da NF-epara todas as empresas contribuintes do ICMSque tiverem as seguintes características:desenvolvam atividade industrial, de comércioatacadista ou de distribuição; tenham saídas demercadorias para outras unidades da Federação;

destinados às áreas de produção. Além daredução nos custos de armazenamento, agora otempo de busca e de identificação de qualquernota diminui, já que a recuperação dasinformações em base de dados requer apenasalguns segundos.

O importante é ressaltar que essas açõescoordenadas entre fisco e contadores incentivamas empresas de todos os portes a entrarem emum novo patamar de eficiência. Se por um lado érealidade que o controle fiscal se torna mais

ágil, por outro asempresas podempassar a contarcom sistemas decontrole de esto-ques, de reduçãode custos e degestão de proc-essos muito maiseficientes.

O passo seguintepara as empresasque adotam ossistemas digitais

de escrituração e de emissão de nota é adotar umsistema de Gerenciamento Eletrônico deDocumentos (GED). Essa plataforma tecnológicapermite uma maneira ágil e econômica dearmazenar, localizar e recuperar informações emdocumentos eletrônicos. Possibilita tambémadministrar dados das organizações, das áreasfinanceira, administrativa e de produção, entreoutras, cumprindo requisitos importantesrelacionados à segurança, à integridade e àautenticidade dos trâmites realizados.

Alguns dos atributos da certificação digitalacrescentam ao GED possibilidades relevantes.Observa-se que, ao fornecer autoria e validade

O mundo empresarial foium dos primeiros segmentos

em que a certificaçãodigital tornou-se umarealidade cotidiana

Page 25: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 27

legal para as informações e os procedimentosfeitos, os certificados digitais permitem queformalidades - despachos, autorizações dedespesas, enfim, uma enorme gama deprocedimentos -feitas por meioeletrônico, sejamarquivadas emforma digital, eli-minando efeti-vamente o papel ea morosidade dostrâmites admi-nistrativos.

Vale ressaltar queos benefícios dacertificação e doG E D t a m b é mpodem ser sen-t i d o s i m e d i a -t a m e n t e p e l ocliente. A adoçãoda certificaçãonas seguradorasé u m d e s s e sexemplos. Desde 2004, a Super-intendência deSeguros Privados (Susep) facultou a utilização daassinatura digital nos documentos eletrônicosrelativos às operações de seguros, decapitalização e de previdência complementar

aberta. Isso possibilitou que várias seguradorasadotassem o serviço de assinatura de apólicespela via digital, gerando redução de custos eagilidade no fechamento de negócios.

Assim, a certi-ficação digital daInfra-Estrutura deChaves PúblicasBrasileira (ICP-Bras i l ) se ca-racteriza por seruma ferramentad e s e g u r a n ç aaliada das em-presas de qual-quer porte que ne-cessitem realizarprocedimentos et ransações nomundo inseguroda internet, demaneira rápida eprec isa, redu-zindo custos in-ternos de tra-

mitação. É, por conseguinte, um recursoessencial no processo de desmaterialização deprocedimentos que hoje se torna cada vez maisdifundido em nosso País e na sociedadeglobal.

Se por um lado é realidadeque o controle fiscal se torna

mais ágil, por outro asempresas podem passara contar com sistemas decontrole de estoques, de

redução de custos ede gestão de processos

muito mais eficientes

Page 26: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

28

Segundo afirma o Manifesto da PMItalia,associação representativa das micro e pequenasempresas¹ no país, as MPE representam a“identidade econômica” da Itália, o verdadeiromotor da economia nacional.

Apesar de significativos, os números dosegmento, por si próprios, não podem serencarados como uma peculiaridade da Itália: 4,2milhões de empresas com até 250 empregados –o equivalente a 99,6% do total –, são os micro epequenos empreendimentos que absorvem81,7% da mão-de-obra nacional, respondem por58,5% do valor das exportações e por 70,8% doPIB italiano. Estes valores não se destacam damédia apresentada por outros países dentro efora da Europa. O que faz da Itália um caso únicoé o fato de que as MPE locais – principalmente asindustriais, artesanais, comerciais e agrícolas –sempre foram mais do que simples entidadeseconômicas. Elas representam as regiões doterritório em que atuam, além de funcionaremcomo canal de promoção indiv idual ,manifestação democrática e fator de coesãosocial.

No segmento manufatureiro, o que mais interessaem termos de projeção internacional e onde aItália ocupa o segundo lugar na Europa, atrássomente da Alemanha, encontramos um cenáriocomposto por cerca de 530 mil pequenas emédias indústrias, mais do que França (254 mil),Alemanha (197 mil) e Holanda (47 mil) somadas.O setor emprega 4,6 milhões de pessoas, gera230 bilhões de euros por ano (13% do PIB) edetém uma fatia de participação nos produtos

de 53,6%². Outro fato curioso é queas MPE italianas, apesar da capacidadefinanceira limitada em relação às grandes,investem em inovação em níveis similares aospraticados por aquelas. Levantamento doInstituto Oficial de Estatísticas Italiano (Istat),realizado em 2007, mostra que os micro epequenos empreendimentos concentraram 30%de seus investimentos em pesquisa, contra35,1% registrados entre os de maior porte.

Mas, talvez, os principais trunfos da experiênciaitaliana sejam as estruturas conhecidas comoDistritos Industriais (DI). São eles que sintetizam aadaptação de um sistema, onde afirmaçãoindividual e familiar representam valoresabsolutos, que logrou êxito em criar ummecanismo de relações inst i tucionais,materializado pelos DI, no qual individualidade edivisão de funções são conjugados paraenfrentar os desafios da globalização. Ofenômeno dos DI alcançou uma dimensão quenão se encontra em nenhum outro país,conseguindo uma posição de destaque nocomércio internacional, seja nos segmentos degrande e médio portes (mobiliário, têxtil-vestuário, calçados, equipamentos paraembalagem) ou em nichos menores (botões,tesouras, máquinas para a indústria vitivinícola).

Os números ligados aos Distritos Italianos podemvariar conforme a fonte de pesquisa. Isso porquea própria definição do que é um DI também émuito flexível. Como características principaismais citadas, estas formas de arranjo produtivoguardam em comum o fato de fazerem referência

A via italiana das MPE: da famíliaaos Distritos Industriais

Giro pelo mundo

made in Italy

Page 27: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior 29Informe BB • nº 79

a comunidades locais bem definidas, queapresentam nível de excelência na produção dedeterminado produto e propensão para osmercados externos. A partir do Censo daIndústria e dos Serviços, efetuado em 2001, oIstat mapeou 156 “distritos manufatureiros deMPE”, concentrados em 17 regiões italianas.Destaque para Lombardia e Marche, cada umacom 27 distritos – equivalente a 17,3% do total,Veneto (22, 14,1%), Toscana (15, 9,6%) e Emilia-Romagna (13, 8,3%). Os números e as definiçõespodem até ser flexíveis, mas nem por isso osresultados são menos sólidos.

Desde 2005 até o primeiro semestre de 2008, asexportações dos principais distritos italianosregistraram recordes históricos, com altassuperiores a 40%. Isso contraria as previsões dedeclínio frente ao avanço chinês, manifestadaspor alguns economistas e analistas. Aindasegundo o Istat, a contribuição dos DI ao fluxo deexportações do país é de 36,7%. Em algunssetores da economia, esta participação supera abarreira dos 50%: peles e calçados (57,8%) etêxtil e vestuário (51,9%), por exemplo.Obviamente a crise financeira iniciada nasegunda metade de 2008 afetou o desempenhodas MPE italianas e prejudicou, em particular,alguns distritos, como o de sofás, no sul do país.

Todavia, pesquisa recente, efetuada conjun-tamente pela União Italiana das Câmaras deComércio, Indústria, Artesanato e Agricultura(Unioncamere) e pela Associação das Câ-maras de Comércio Italiano no Exterior(Assocamerestero)², mostra que 54% dosempresários entrevistados – 65% dos quaisrepresentando empresas de médio porte – jáverificaram recuperação da atividade com oexterior, destacadamente no terceiro trimestre de2009. Eles atribuem o fato à capacidade deexplorar a situação de crise como uma

oportunidade para aprimorar a produção, paraconstruir parcerias comerciais e produtivas comoutros países e para aumentar a própriacompetitividade.

Outro fenômeno diretamente ligado àsturbulências enfrentadas no auge da crise é osurgimento dos Metadistritos, a forma que osmicro e pequenos empresários italianosencontraram para enfrentar os desafiospresentes e futuros da nova conjunturaeconômica mundial. Os Metadistritos Industriaisse diferenciam dos DI tradicionais por umacaracterística particular: independem de limitesterritoriais, o que amplia a possibilidade deassociação produtiva. Os setores pioneiros nessamodalidade potencializada dos distritos sãoconfecções-moda, automação-mecânica,móveis, agroindustrial, alimentos e pescados.

Tão caracteristicamente nacional como osDistritos Industriais é a vocação do país paraorganizar feiras, tradição que teve um início, nomínimo, curioso. Em 1177, o papa Alexandre IIIanunciou que concederia uma indulgênciaplenária para todos que visitassem a Basílica deSão Marcos, em Veneza, no dia em que oscatólicos comemoram a Assunção de Maria. Osgovernantes de Veneza aproveitaram a ocasiãopara atrair a multidão à nova feira queorganizaram na praça em frente à igreja.Atualmente, o mercado de feiras da Itália é osegundo maior do mundo (perde apenas para oalemão), equivale a um quinto do mercadoeuropeu, conta com mais de 160 mil expositores eatrai 17 milhões de visitantes. Há quase mil anos,as feiras acompanham a economia do país, mas o

A importância das feiras para o

desempenho no exterior das MPE

italianas

Page 28: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

30

sistema expositivo entrou em sua melhor fasejuntamente com o crescimento das MPE.

Não é à toa. As feiras constituem a forma maiseficiente e barata de comunicação para asempresas de todos os segmentos produtivos erepresentam uma ocasião única paraatualização. Organizados com uma proposta

(expositores locais evisitantes externos), os eventos setoriaisdesenhados para os micro e pequenosempreendimentos formam um canal excepcionalpara a promoção dos produtos no mercadointernacional e acontecem em diversas cidades.

Em Milão, por exemplo, um espaço de 200 mil m²é a sede das principais feiras do país para ossetores de moda (Moda In e Moda Prima), artigospara a casa e presentes (Macef) e calçados(Micam). Isso sem falar nos Salões Internacionaisdo Móvel, da Informática e do Setor Alimentar(Expo Food) e nos eventos de turismo, como aExpo Tour, segunda principal feira da Europa emhotelaria. Outro centro importante é a cidade deVerona, onde são realizadas a Vinitaly e a FieraCavalli, referências internacionais para os setoresagrícola e alimentar, com circulações próximas aum milhão de pessoas.

Presente na Itália há mais de 30 anos, o Banco doBrasil acompanhou o desenvolvimento dointercâmbio ítalo-brasileiro e sua estratégiaevoluiu paralelamente ao fluxo de negócios entreos dois países. E as MPE ocupam um papelcentral nesta atuação em território italiano,

O BB na Itália e as MPE

especialmente porque algumas delas mudaramde função durante esse período.

Aproveitando o ciclo de expansão da economiabrasileira, elas deixaram de atuar exclusivamentecomo exportadoras e passaram a investir no País,seja por intermédio de parcerias com empresaslocais ou implantando unidades produtivas noBrasil. Por esta razão, a demanda inicial poroperações tipicamente de proteção contra orisco-país (por exemplo, desconto de cartas decréditos e notas promissórias) foi gradualmentesuplantada por aquelas voltadas a facilitar aatuação das filiais brasileiras.

É o caso do Pledge Agreement, contrato decaução/cessão de recursos, que permitetransformar esses valores em garantia real paraoperações de crédito e/ou emissão de garantiasem qualquer agência do BB. Trata-se de umaferramenta que permite, de um lado, remuneraros recursos aplicados com ótimas taxas de juros;de outro, alavancar o limite de crédito junto aoBanco e ser um facilitador em operações queenvolvem transações entre empresas do mesmogrupo, principalmente se estas estiveremlocalizadas em diferentes países.

Atualmente, entre as MPE italianas clientes do BBpresentes no Brasil, encontram-se repre-sentantes de setores diversos, como automação,fios e cabos automotivos e fitas autoadesivas,para citar alguns exemplos.

¹ De acordo com as diretrizes da Comissão Europeia publicadas em 2003 esubsequente Decreto do Ministero delle Attività Produttive, em 18.04.05, o Istatdefine como pequenas e médias empresas as unidades produtivas com menos de250 empregados (pequena: de 1 a 49; média: de 50 a 249).

Fontes dos dados: ICE, Istat, Confapi, Unioncamere, Confindustria, FondazioneEdison .²

As regiões da Lombardia (acima, a capital Milão) e deMarche (ao lado) constituem os dois maiores pólos

manufatureiros de MPE na Itália, cada uma com 27 distritos

business to business

Page 29: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 31

Mulpuru, analista da Forrester Research, institutode pesquisa estadunidense que projetacrescimento de 10% para o setor – de US$ 141bilhões em 2008 para US$ 156 bilhões este ano.As perspectivas são ainda mais positivas emeconomias que saíram fortalecidas da crisefinanceira internacional. No Brasil, por exemplo, aconsultoria de E-bit, estima queessa expansão seja de 20% a 25% em relação a2008.

São esses números que fundamentam umaopinião comum entre os especialistas: o momentoé oportuno para empreender noespecialmente para os micro e pequenosempresários. Isso porque, aos poucos, avem subvertendo o paradigma do comércio demassas, como explicou o editor da revista norte-americana especializada em tecnologia Wired e

Soluções

e-commerce

Negócios, logística e consultoriaao alcance de um clique

Um estudo recente, conduzido pela consultoriada PricewaterhouseCoopers, traz umainformação inédita que comprova algo que todoempresário já sabe, ou, no mínimo, deveria saber.Navegar é preciso. Segundo a pesquisa, noprimeiro semestre de 2009, os gastos compublicidade na superaram, pela primeiravez, aqueles registrados pela televisão. Não édifícil imaginar porquê. Dados do Departamentode Comércio dos Estados Unidos indicam que hámais de 1,4 bilhão de usuários da internet. E aexpectativa é que esse número alcance a marcade 2,2 bilhões até 2013 – um incremento de 57%em quatro anos.

O cenário não é diferente no comércio eletrônico.“Mesmo em um momento em que as empresas detodo o mundo ainda enfrentam dificuldades, a

continua a crescer”. É o que afirma Sucharita

web

web

web

e-commerce

marketing on-line

BB lança solução depara incrementar as vendasexternas de seus clientes

Page 30: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

32

autor do livro A Cauda Longa: do Mercado deMassa para o Mercado de Nicho, Chris Anderson.Em resumo, segundo o jornalista, ao conferirdimensões mundiais para os possíveis clientesde uma empresa, acabando com as limitaçõesgeográficas às quais uma loja física estásubmetida, a internet permitiu que até mesmo osprodutos de nichos muito específicos respondampor uma demanda suficientemente interessantepara justificar sua venda. Além disso, a reduçãodos custos com armazenagem e distribuiçãopossibilita praticar preços que o consumidor estádisposto a pagar, mesmo em produtos que nãotenham uma procura massificada.

Apesar de todas essas vantagens, antes demergulhar de cabeça no comércio eletrônico e ter

pessoas do mundo inteiro interessadas em seusprodutos, os empresários devem observar algunsaspectos como, por exemplo, a identificação denichos de mercado, o investimento inicial emtecnologia, a necessidade de fortalecimento damarca, a desconfiança em relação à segurançadas compras e a assessoria adequadadurante o processo exportador.

Foi exatamente com o propósito de derrubar boaparte dessas barreiras à internacionalização deempresas brasileiras pelo que oBanco do Brasil lançou o Brasil WebTrade (BWT),uma ferramenta eletrônica que simplifica e

on-line

Brasil WebTrade: nova ferramenta dedo BB já nasce com mais de 11 mil empresasexportadoras e importadoras cadastradas

e-commerce

Inovação para conquistar

negócios sem fronteiras

e-commerce

e-commerce

on-line

Page 31: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Informe BB • nº 79

Comércio Exterior 33

dinamiza as negociações entre exportadoresbrasileiros e importadores em todo o mundo.Evolução do antigo Balcão de Comércio Exterior –solução que permitiu, de forma pioneira, arealização integral do processo de exportaçãopor meio da internet – o BWT destina-sepreferencialmente a micro e pequenas empresassem condições de arcar com os investimentosnecessários em tecnologia e com as despesas depromoção comercial no mercado externo.

Além de funcionar como um ambiente deexposição dos produtos brasileiros em todo oglobo, sem custos adicionais ao empresário, estavitrine virtual e de comércio, que ignorafronteiras, concentra soluções em logística,pagamentos e documentação necessária deforma integrada às transações comerciais. Ocliente não apenas ganha uma verdadeira páginana internet dentro do ambiente do BrasilWebTrade, onde pode disponibilizar fotos edescrição de seus produtos, como é assistido emtodas fases da venda para o exterior, desde oanúncio ao fechamento de câmbio. Por estarhospedado no mesmo ambiente que suporta astransações financeiras do Banco do Brasil, o BWToferece à empresa o respaldo da marca BB, umdos maiores conglomerados financeiros dasAméricas.

Muito mais do que uma simples mudança de

nomes, a transição do Balcão de Comércio

Exterior para o Brasil WebTrade traz novas

funcionalidades que prometem incrementar

ainda mais os negócios das empresas do País

com o exterior. Entre as inovações, destaca-se a

opção para o importador de efetuar pagamentos

com o cartão de crédito internacional da bandeira

Visa, algo que atende a um antigo anseio do

empresariado brasileiro e dos importadores que

realizavam operações no Balcão. Outra novidade

é o envio automático de mensagens SMS aos

exportadores sempre que um pedido de compra

for efetuado. Destaque também para o leiaute

atual, reestruturado com base em modernos

conceitos de arquitetura da informação e de

usabilidade, que passou a oferecer navegação

mais ágil.

A nova ferramenta de do BB já

nasce com mais de 11 mil empresas

exportadoras e importadoras cadastradas,

habilitadas a realizar transações que envolvem

produtos brasileiros variados, como confecções,

materiais esportivos, artesanato, bijuterias e

aparelhos médicos. São realizadas operações de

até US$ 50 mil (valor máximo das exportações na

modalidade Declaração Simplificada de

Exportação – DSE), ou o equivalente em euros,

sem limite para o número de negócios

realizados.

Desde a sua criação, em 2003, o Balcão de

Comércio Exterior já viabilizou mais de US$ 25

milhões em exportações de micro e pequenas

empresas. Segundo o diretor de Comércio

Exterior do Banco do Brasil, Nilo José Panazzolo,

“com o Brasil WebTrade, a expectativa é

potencializar a inserção desse segmento no

mercado externo, de forma simples e segura,

contribuindo para fortalecer o posicionamento do

BB como principal instituição financeira no apoio

ao comércio exterior brasileiro”.

"Navigare necesse, vivere non est necesse". O

período em latim é atribuído a Pompeu. Mas foi no

legado da obra do escritor português Fernando

Pessoa, ao inspirar os belos versos do poema

Navegar é Preciso, que o desafio lançado pelo

general romano aos comandados encontrou sua

forma definitiva. O que o poeta e o soldado jamais

poderiam imaginar é que o convite à imortalidade

pela grandeza dos atos produzidos em vida viria

a se transformar em palavras de ordem para a

sobrevivência das empresas no século 21.

Navegar (na internet) é preciso.

site

e-commerce

Page 32: COMEX 79 - finalizada - bb.com.br · Por fim, a internet acaba virando o jogo, ou seja, o consumidor consegue encontrar o produto específico que procura. É a ascensão do ... A

Comércio Exterior

Informe BB • nº 79

34

Quando o artesão Ricardo Nascimento começoua vender peças de bijuteria para os turistas quevisitavam as cachoeiras de Visconde de Mauá(RJ), há 13 anos, ele nem poderia imaginar que aspequenas trilhas da região serrana seriamapenas o início da jornada de sua arte atéconsumidores do outro lado do Atlântico. Hoje,Ricardo e sua esposa, Elizandra Cardoso, são osproprietários da Mil Flores, empresa quecomercializa parte de sua produção com omercado externo.

Embora o ingresso no comércio exterior tenhasido resultado da estratégia de expansão daempresa, não é exagero dizer que ele se deuquase por acaso. Em 2006 – após uma década departicipações em feiras de artesanato no País, deatuação de vendedoras autônomas e defornecimento para lojas cariocas de jóias eacessórios – a Mil Flores abriu o primeiro pontovenda em Penedo (RJ). Mas foi com a instalaçãoem Búzios, no litoral fluminense, uma regiãofrequentada por estrangeiros, que as portas domercado externo se abriram para a Mil Flores. “Aprimeira exportação veio até nós”, relembraElizandra. Um dos turistas que visitava obalneário também era o proprietário de uma lojaem Portugal e ficou interessado nas peçasartesanais de cerâmica plástica.

“Exportar é um mundo totalmente novo. Tivemos

dificuldades com a formação dos preços, com o

preenchimento de documentos e até com o

recebimento do pagamento”, comenta Elizandra,

que destaca a ferramenta de do BB

como o passaporte para a superação dos

obstáculos. “Estava pesquisando informações

sobre o Form A na internet, quando descobri o

Brasil WebTrade. A partir daí, percebemos que o

comércio eletrônico seria o caminho perfeito para

nós. O BWT não apenas nos permite concretizar

todo o processo de venda para o exterior como

nos oferece orientações em todas as fases da

exportação. Foi imprescindível na confecção do

certificado de origem, no preenchimento da

fatura comercial e no relacionamento com a

*Fedex“, conta a sócia-gerente da empresa.

A Mil Flores direciona cerca de 20% do que

produz para Portugal. E a expectativa é que os

negócios com o exterior aumentem em curto

prazo. Atualmente, a empresa negocia com um

potencial cliente na Austrália.

“As exportações criaram

um novo destino para o

escoamento das nossas

mercadorias, com um

consequente aumento

no lucro. Outro fator

importante foi o forta-

lecimento da marca no

mercado interno. Afinal,

não existe marketing

melhor do que as

próprias histórias de

sucesso”, conclui

Elizandra.

Das trilhas de Visconde

de Mauá para a

da informação

highway

Mil Flores d

ivulgação

e-commerce

* A empresa americana Fedex e os Correios constituem as parcerias firmadas pelo BB para as soluções de logísticado Brasil WebTrade.