Como a Falta de Ensino Educacional Influencia Do Nível Social - Um Estudo de Caso No Bairro Jardim...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ COORDENAÇÃO DE GEOGRAFIA ALENCAR DA SILVA LUÍS COMO A FALTA DE ENSINO EDUCACIONAL INFLUENCIA NO NÍVEL SOCIAL - UM ESTUDO DE CASO NO BAIRRO JARDIM MONTE ALTO DE IPORÁ- GOIÁS. Iporá – Goiás 2009

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Geografia

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    COORDENAO DE GEOGRAFIA

    ALENCAR DA SILVA LUS

    COMO A FALTA DE ENSINO EDUCACIONAL INFLUENCIA NO NVEL SOCIAL - UM ESTUDO DE CASO NO BAIRRO

    JARDIM MONTE ALTO DE IPOR- GOIS.

    Ipor Gois

    2009

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    ALENCAR DA SILVA LUS

    COMO A FALTA DE ENSINO EDUCACIONAL INFLUENCIA NO NVEL SOCIAL - UM ESTUDO DE CASO NO BAIRRO

    JARDIM MONTE ALTO DE IPOR-GOIS

    Monografia apresentada como exigncia para obteno do grau de licenciado (a) no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois Unidade Universitria de Ipor sob a orientao do Professora Ftima M de Jesus.

    Ipor Gois 2009

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    COORDENAO ADJUNTA DE TRABALHO DE CONCLUSO DO CURSO DE

    GEOGRAFIA

    A educao autntica, repitamos, no se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B,

    mediatizados pelo mundo. por Paulo Freire

    Monografia submetida Banca Examinadora designada pela Coordenao Adjunta de Trabalho de Concluso do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Gois, UNU- Ipor como parte dos requisitos necessrios obteno do grau de Licenciado em Geografia, sob orientao da prof Ftima Maria de Jesus.

    Ipor, 23 de Novembro de 2009. Banca Examinadora:

    ____________________________________________________ Prof. Ftima Maria de Jesus UEG - Ipor

    ____________________________________________________ Prof. Silvia Diniz UEG - Ipor

    ____________________________________________________ Prof. Maria Olinda Barreto UEG - Ipor

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    Dedico esta conquista, primeiramente a Deus que sempre me deu foras e coragem para superar os desnimos e as dificuldades, a meu Pai e minha me, in memoriam, a meus familiares e a minha esposa que me compreende e me reanima com seu pensamento positivo.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus por me permitir estar vivendo mais esta etapa da minha vida, por conviver com vrias pessoas, cada um com seu valor particular, e, todos com o mesmo objetivo de buscar o conhecimento. Agradeo tambm a minha esposa que esta sempre do meu lado e aos amigos que so amigos.

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    Na verdade, o que pretendem os opressores transformar a mentalidade dos oprimidos e no a situao que os oprime, e isto para que, melhor adaptando-os a esta situao, melhor os dominem. Paulo Freire

  • 6

    RESUMO

    A falta do ensino educacional na vida de muitos indivduos tem causado situaes de

    explorao, e, obrigando pessoas a viver em condies marginais da sociedade. O propsito

    deste trabalho observar e analisar, os vrios impactos causados na vida dos moradores do

    bairro Jardim Monte Alto de Ipor GO, relacionados ausncia de ensino educacional.

    Iniciando com argumentaes das varias mudanas ocorridas no mundo e as exigncias que

    estas transformaes causam na vida do ser humano, portanto faz se necessrio um breve

    histrico do ensino educacional no Brasil. E tambm de que formas o ensino educacional

    pode contribuir com os cidados e com a sociedade. Com base na fundamentao terica e o

    estudo realizado no bairro, permiti concluir que a pouca ou ausente escolarizao na vida das

    pessoas pode ser traduzida em oportunidades perdidas, excluso social, camuflagem de

    direitos dos cidados e a conseqente ampliao das obrigaes destes perante a sociedade.

    Palavras chaves: sociedade, escolarizao, transformaes e excluso.

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    ABSTRACT

    The lack of higher education in the lives of many individuals has led to situations of

    exploitation, and forcing people to live in the margins of society. The purpose of this study

    and observe and analyze the various impacts on the lives of residents of Jardim Monte Alto

    Ipor - GO. Starting with the arguments of several changes in the world and demands that

    they cause changes in human life, therefore it is necessary a brief history of higher education

    in Brazil. And also in what ways the school education can contribute to citizens and society.

    Based on the theoretical study and the district, shows that little or no schooling in people's

    lives can be translated into lost opportunities, social exclusion, concealment of citizens' rights

    and the consequent expansion of their obligations to society.

    Key Word: society, education, transformation and exclusion.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Ilustrao 1 Mapa de localizao do setor Jardim Monte Alto ........................................... 23

    Ilustrao 2 Grfico 1 .......................................................................................................... 25

    Ilustrao 3 Foto 1 ............................................................................................................... 25

    Ilustrao 4 Foto 2 ............................................................................................................... 26

    Ilustrao 5 Grfico 2 .......................................................................................................... 27

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    SUMRIO

    INTRODUO..................................................................................................................... 10

    CAPTULO I ......................................................................................................................... 13

    1.1. As vrias faces e espaos do ensino Educacional brasileiro ............................................ 13

    1.2. Como o Ensino Educacional pode influenciar a vida das pessoas ................................... 15

    1.3. O Ensino Educacional no contexto das transformaes da sociedade contempornea ....15

    1.4. De que Formas o Ensino Educacional pode contribuir com a Sociedade .........................17

    CAPTULO II ....................................................................................................................... 19

    2.1. Fundamentao Terica ................................................................................................... 19

    CAPTULO III ...................................................................................................................... 22

    3.1. Breve histrico da cidade de Ipor GO e Sua localizao ............................................ 22

    3.2. Localizao Geogrfica do Bairro ................................................................................... 22

    3.3. Histrico do Bairro ........................................................................................................... 23

    3.4. A influncia do ensino educacional na oportunidade de emprego ................................... 26

    3.5. A estrutura familiar no setor em relao educao ....................................................... 27

    3.6. Como a falta da instruo tem influenciado na organizao social do Jd. Monte Alto ... 28

    CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................... 31

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................ 33

  • 10

    INTRODUO As intensas transformaes sociais tm provocado as pessoas no sentido de se

    qualificarem a fim de se posicionarem de forma mais efetiva e dinmica diante dos vrios

    setores da sociedade. Pois atravs do processo de globalizao aliado aos avanos

    tecnolgicos, a sobrevivncia humana j no vinga sendo de forma to primitiva, de modo

    que as exigncias do capitalismo cedo ou tarde acabam batendo porta de cada um. Diante

    deste contexto a qualificao pessoal atravs da educao de grande importncia para que os

    indivduos desenvolvam suas habilidades individuais e sociais, se conscientizem de seu lugar

    na sociedade, entretanto, o conhecimento tem enorme influncia para que as pessoas almejem

    uma vida mais justa e digna, permitindo-lhes enxergar as desigualdades, e lutar por seus

    direitos. A educao no decorrer de sua histria no tem tido o devido destaque, pois, ela

    transmite conhecimento, abre os olhos e o pensamento do ser humano e isso no muito

    interessante para a classe dominante.

    Em sociedades divididas em classes (e tambm em castas), nas quais uma das classes explora e domina as outras, essas explicaes ou essas idias e representaes sero produzidas e difundidas pela classe dominante para legitimar e assegurar seu poder econmico, social e poltico. Por esse motivo, essas idias ou representaes tendero a esconder dos homens o modo real como suas relaes sociais foram produzidas e a origem das formas sociais de explorao econmica e de dominao poltica (Chau 2003 p23).

    No entanto a educao trs em seu bojo ideologias que camuflam os reais interesses da

    classe dominante, que no so outros seno o de continuar se mantendo no poder e

    explorando as demais classes sociais, mas, para que haja melhorias na sociedade em que

    vivemos necessrio primeiro que o prprio indivduo se conscientize de sua alienao a uma

    classe que visa a opresso, portanto suas aes particulares podem mudar ou melhorar a

    situao em que vive, (situao de opresso), para ser situao de libertao, passam a

    perceber-se como seres participantes da sociedade em que vivem.

    No posso investigar o pensar dos outros, referido ao mundo, se no penso. Mas no penso autenticamente se os outros tambm no pensam. Simplesmente, no posso pensar pelos outros nem para os outros, nem sem os outros. A investigao do pensar do povo, no pode ser feita sem o povo, mas com ele, como sujeito de seu pensar. (Freire1987p101).

    Freire dessa forma relata sobre a realidade vivida pela sociedade contempornea, onde

    os representantes sociais possuem enorme facilidade em camuflar situaes que visem manter

  • 11

    um maior controle sobre a sociedade, e, com isso criam pensamentos e ideais que se tornam

    normas e leis a serem cumpridas para focalizar o pensamento dos indivduos em favor da

    alienao e dos dominadores, sendo que ao povo somente lhe resta repreender seus

    pensamentos e anseios, portanto dessa forma o pensar social no jamais considerado.

    Mas o individuo est fadado a viver eternamente situaes de opresso e dominao?

    Acredito que no, a partir do momento em que ele perceber que sua libertao deve ser

    conquistada e gerenciada por si mesmo. Porm para que o homem obtenha vez, voz e respeito

    este precisa demonstrar o mnimo de conhecimento, pois como diz... s o conhecimento trs

    poder. sendo assim os centros educacionais tornam-se um espao de transmisso de

    conhecimentos que vem auxiliar o indivduo na aquisio de conhecimentos cientficos para

    que se torne mais eficaz e capaz sua libertao social.

    Contudo a escola e a educao formal em si tornam-se indispensvel para influenciar

    positivamente a vida das pessoas. E a negao ou falta desta possui influencias negativas sem

    sombra de dvidas. A partir desta viso, muitos buscam se aperfeioar mesmo com idade

    avanada atravs de programas como (EJA) educao de jovens e adultos, supletivos, cursos a

    distncia e outros.

    Sendo assim esta pesquisa tem por objetivo, a observao e anlise da vida dos

    moradores do setor Jardim Monte Alto de Ipor-Go, dando nfase influncia e importncia

    do acesso educao formal, no que diz respeito, a posio social dos moradores do local, as

    condies financeiras individuais e familiares, seus pensamentos crticos ou no em relao

    poltica, o grau de conscincia dos membros desta comunidade, sobre os seus direitos e

    deveres de cidados e como esto sendo cobrados estes direitos perante a lei e as autoridades

    competentes e seu grau de escolaridade, ou seja, verificar se a educao formal, ou a falta

    desta tem influenciado a vida dos moradores daquela regio da cidade.

    Para a realizao da pesquisa e a obteno de dados mais concretos foram feitas,

    entrevistas, fotografias e observaes gerais sobre o bairro, que posteriormente foram

    analisados os dados obtidos e computados graficamente e tambm foram analisados

    documentaes formais sobre o setor jardim monte alto, alm destes dados e informaes

    tambm fora observado como tem sido direcionado as atenes e realizaes por parte dos

    polticos , das autoridades e administradores pblicos da cidade de Ipor-GO em relao ao

    bairro no que diz respeito infra-estrutura, sade, educao formal, lazer etc.

    Esta pesquisa alicerou-se por obras bibliogrficas, como Paulo Freire em Pedagogia

    do Oprimido, Jos Luiz de Paiva, Bello em Educao no Brasil, Luiz Antnio Cunha em

  • 12

    Educao e desenvolvimento racial no Brasil, Marilena Chau, o que ideologia, Jos Carlos

    Libnio, Educao escolar: Polticas, Estruturas, Organizao, e etc., e tambm instituies

    como IBGE, e secretaria municipal de sade de Ipor-Gois.

  • 13

    CAPTULO I

    1.1 As vrias faces e espaos do ensino Educacional brasileiro

    Segundo Ribeiro a histria da educao no Brasil fcil de ser compreendida, pois,

    antes da chegada dos portugueses no Brasil representados pelos Jesutas, no existia educao

    formal, esta era aprendida pelas crianas e os jovens desde cedo, mas atravs da observao e

    o acompanhamento das tarefas dirias dos adultos, no entanto logo aps a chegada dos

    Jesutas na nova Colnia Brasileira, eles trataram de construir as primeiras escolas

    elementares no Brasil.

    O curso elementar limitava-se na aprendizagem de ler e escrever, sendo que um nvel

    secundrio mantinha cursos de letras e filosofia e tinham no curso de teologia e cincias

    sagradas como nvel superior, apesar de alguns mtodos pedaggicos os Jesutas encontraram

    grandes dificuldades em catequizar e converter os ndios ao sacerdcio ficando mais voltados

    para os trabalhos na agricultura.

    Cedo perceberam a no adequao do ndio para a formao sacerdotal catlica, esta Percepo no deve ter deixado de enxergar influncia na proposio de um ensino profissional e agrcola, ensino este que parecia Nbrega imprescindvel para formar pessoal capacitado para outras funes essenciais vida da colnia. (Ribeiro2000p22)

    Percebe-se ento que Portugal no estava muito interessado em propagar a religio

    catlica, este era somente um pretexto para colocar em prtica todo o seu plano de explorao

    da nova colnia, mas, os trabalhos dos Jesutas comearam a no coincidir com os interesses

    da coroa portuguesa, culminando com a sua expulso pelo Marques de Pombal, aps a

    expulso dos jesutas a situao educacional ficou estagnada ento Portugal instituiu o

    subsidio literrio para a manuteno do ensino primrio e mdio, imposto cobrados sobre

    alguns produtos, como o vinho, o vinagre e o aguardente, mas nunca foi cobrado com

    regularidade e os professores ficavam longos perodos sem receber seus vencimentos.

    Com a chegada da famlia real no Brasil e a criao da imprensa rgia permite que os

    fatos, as idias fossem discutidas e divulgadas no meio da populao mais letrada, preparando

    o terreno para as questes polticas e deixando a educao muitas vezes em segundo.

    A abertura dos portos, alm do significado comercial da expresso, significou a permisso dada aos brasileiros (madeireiros de pau-brasil) de tomar conhecimento que existia, no mundo, um fenmeno chamado civilizao e cultura. (Lima 1921).

  • 14

    Em 1822, D. Pedro I proclamou a independncia do Brasil e em 1824, autorizou a

    primeira constituio brasileira Art.179 desta lei magna dizia que a situao primria e

    gratuita para todos os cidados, para suprir a falta de Profissional em educao foi instituda a

    mtodo Lancaster ou de ensino mdio onde um aluno treinado ensinava um grupo de dez

    alunos, mais adiantes em 1834 um ato adicional constituio diz que as provncias

    passariam a ser responsveis pelo ensino primrio e secundrio, apesar da criao da primeira

    escola normal do pas em Niteri no deve muito certo. (RIBEIRO 2000)

    A dcada de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudanas

    das caractersticas polticas brasileiras, semana de artes modernas etc. no que diz respeito

    educao foram realizadas diversas reformas de abrangncia estadual.

    A revoluo de 30 foi a marco referencial para a entrada do Brasil no mundo

    capitalista a acumulao de capital no perodo anterior permitiu ao Brasil investir no mercado

    interno e na indstria passando a exigir mo-de-obra especializada, sendo necessrio investir

    em educao. Foi criado o Ministrio da educao e sade pblica, e ainda, em 1934. Foi

    criada a Universidade de So Paulo, a primeira ser criada e organizada sob as normas do

    estatuto das Universidades Brasileira em 1931(BELLO 2001 p06)

    O fim do estado novo data uma nova constituio de Cunho liberal e democrtico, que

    determina na rea da educao a obrigatoriedade de se cumprir o ensino primrio e da

    competncia unio para legislar sobre diretrizes e bases da educao nacional.

    J o regime militar implantou na educao o carter antidemocrtico, onde professores

    foram presos demitidos, universidades invadidas, estudantes feridos em confrontos com a

    policia e alguns foram mortos unio nacional dos estudantes proibida de funcionar.

    Para erradicar o analfabetismo, foi criado o Mobral1, mas devido a atos de corrupo

    esse movimento foi extinto e criado em seu lugar a Fundao Educar, e, no final do regime

    militar foi criado o conselho nacional de educao, vinculado ao ministrio da educao e

    cultura (Bello2001p 08).

    At os dias de hoje muito se tem mexido no planejamento educacional, mas, a

    educao continua com as mesmas, caracterstica imposta em vrios pases do mundo, que

    1 MOBRAL: Movimento brasileiro de alfabetizao, foi criado pela lei n 5379, de 15 de novembro de 1967,

    propunha a alfabetizao funcional a jovens e adultos visando conduzir a pessoa humana a adquirir tcnicas de

    leitura, escrita e clculos como meio de integrao comunitria, permitindo lhe melhores condies de vida.

  • 15

    manter o status quo. Para aqueles que freqentam os bancos escolares e no de promover

    conhecimento para serem aproveitados pelos estudantes em suas vidas prticas.

    1.2 Como o Ensino Educacional pode influenciar a vida das pessoas.

    Segundo o Aurlio, educao e ensino possuem conotaes extremamente distintas,

    embora utilizadas com muita freqncia por educadores e leigos como se tivessem sentidos

    iguais. Nessa concepo ficam assim classificados: Ensino: Transmio de conhecimentos,

    instruo. Educao: Ato ou efeito de educar (se), processo de desenvolvimento da

    capacidade fsica, intelectual e moral do ser humano. Sendo assim trataremos de como o

    Ensino Educacional pode influenciar a vida das pessoas que tiveram ou no acesso a eles. O

    Ensino podendo ser de duas formas, como libertao ou alienao, a educao libertadora que

    passada pelo educador democrtico, deixa o educando conhecer e no simplesmente narrar,

    as pessoas nessa modalidade so chamadas a alcanar objetivas posies e at mesmo ir alm

    do conhecimento do educador, sendo que a educao em forma de libertao abre os olhos e

    os pensamentos das pessoas esmiuando claramente a realidade em que vive e, faz do

    indivduo dono de seu prprio pensar, desenvolvendo vocaes e habilidades contidas em

    cada um.

    No entanto uma educao ou ensino de m qualidade, pode apagar as chances de o

    indivduo abrir seus horizontes e seus olhares, no enxergando mundo de forma natural, se

    tornando um ser sem conscincia de sua prpria existncia, do seu papel na sociedade,

    demonstrando-se extremamente dependente no conseguindo desenvolver suas habilidades e

    vocaes, fato que o impedir de contribuir para sua auto realizao, Muito menos com a

    sociedade em que vive, podendo ser facilmente manipulado, um ser alienado. No pode haver

    conhecimento, Pois, no so chamadas a conhecer, mas a memorizar o contedo narrado pelo

    educador (Freire 1987p34).

    1.3 O Ensino Educacional no contexto das transformaes da sociedade contempornea.

    A educao sempre esteve ligada aos interesses e os anseios das classes dominantes,

    no decorrer de sua histria demonstrando sua necessidade de dominao e excluso,

    justamente isso que Lus Antnio Cunha vem criticar quando coloca que:

    O principal ideal da educao o de que a escola no deve estar a servio de nenhuma classe, de nenhum privilgio de herana ou dinheiro, de nenhuma classe credo religioso ou poltico e, a instruo no deve estar reservada s elites ou classes

  • 16

    superiores, nem ser um instrumento aristocrtico a quem possui tempo, dinheiro. A educao deve estar a servio dos indivduos, do homem total, liberado e pleno (CUNHA 1979)

    Uma educao de qualidade deve proporcionar ao indivduo a oportunidade de

    desenvolver suas habilidades e seus talentos, independentemente da posio ou classe a que

    pertence, sendo que desta forma, a escola estar formando para a sociedade pessoas capazes

    de se realizar individualmente e conseqentemente desempenhar seu papel de cidado que

    membro ativo de uma sociedade em evoluo com conscincia, motivao e pensamento

    crtico.

    No entanto o papel da educao libertadora na sociedade de grande importncia,

    pois, desvincula o ser humano de todo e qualquer tipo de pensamento de alienao e

    dominao a que tem sido subordinado no decorrer de sua histria.

    Uma nova forma de definir a educao pode trazer grandes mudanas e conquistas

    para o ser humano e para a sociedade, pois a partir do momento em que o individuo no

    impedido de evoluir, tendo liberdade em igualdade para expressar suas idias, com grande

    certeza poder fazer muitas obras e, digo mais, obras significativas para si prprio e para o

    meio em que vive podendo ser espelho histrico para futuras geraes.

    Nesse sentido (Freire 1987) relata que a educao deve contribuir para que o homem

    possa restaurar o seu direito de ser simplesmente ser humano e que tenha liberdade de sonhar,

    de criar, construir, colaborar, para que viva melhor, para se desmantelar as grandes diferenas

    impostas por classes que dizem ser melhores e mais desenvolvidas, e, que para deixar claro

    que todos so capazes, basta tirar as barreiras de narrador de outros atores e deixar o ser

    conhecedor e criador de sua prpria histria. Sendo assim, a sociedade alavanca em suas

    vrias esferas medida que qualifica a educao que oferece, de forma a abrir olhares de seus

    componentes para investimentos pessoais e sociais como participao em concursos pblicos

    e outros que faz a independncia financeira e moral do individuo.

    Com certeza uma sociedade em que seus membros tm ou tiveram acesso a uma

    educao de melhor qualidade, esta ir se sobrepor s outras,que no tiveram. Sendo assim

    evidencia-se a diferena dos nveis de qualidade educacional oferecidos, idia corroborada

    por Cunha quando afirma que:

    Podemos concluir que, tanto para o ensino primrio quanto para o ensino mdio, a qualidade do ensino depende da classe social a que os alunos pertencem e dito de outro modo, os estudantes provenientes de famlias de alta renda teve provavelmente

  • 17

    um ensino de melhor qualidade do que o dos filhos dos trabalhadores. Este fato vai produzir dois resultados: Produz em primeiro lugar a desigualdade do ensino concludo, quando os estudantes de nveis de renda distintos chegam a terminar os cursos primrios, mdio, at mesmo o ensino superior, e, em segundo lugar: produz a crescente dificuldade para que os estudantes de rendas mais baixas progridam no sistema de ensino (CUNHA 1979p163)

    A populao brasileira demonstra claramente isto, pois, no Brasil, os ndices de

    analfabetismo, evaso escolar e repetncia so numerosos, apesar das polticas de expanso

    das instituies pblicas por todo o pas terem aumentado e at mesmo o nmero de

    universidade, mas qualidade do ensino oferecido nas instituies escolares brasileiras ainda

    tema de muitas discusses.

    Em pleno sculo XXI, ainda se encontra pessoas que no sabem ler e escrever, e, isso

    tem levado pessoas, a viverem margem de uma sociedade que completamente capitalista,

    onde exige que os indivduos se qualifiquem que fale mais de um idioma alem do seu. No

    entanto refora a idia de que o aprimoramento intelectual a sada para a libertao, bem

    como para alavancar uma nao econmica e socialmente falando, portanto uma sociedade

    pode ser retratada pelo nvel de educao que possui.

    1.4 De que Formas o Ensino Educacional pode contribuir com a Sociedade.

    A sociedade contempornea cada vez mais tem enfrentado exigncias do modo de

    produo capitalista, com relao ao aperfeioamento e qualificao profissional dos

    membros desta sociedade, e colocando uma maior responsabilidade nas mos das instituies

    de ensino educacional, portanto a educao o rgo responsvel para formar cidados

    capazes de pensar e de aprender permanentemente, pois, o mundo se inova a cada dia.

    No mundo globalizado se extingue as fronteiras, reorganiza as formas de produo e na

    instituio educacional no pode ser diferente, necessrio que se reorganize que reveja as

    formas de transmitir conhecimento, e, como os cidados tm que se virar para se manter ou

    mesmo sobreviver em um mundo de modernidade e globalizao, a instituio escolar

    educacional tambm, e, somente assim poder contribuir construtivamente para com as

    pessoas e com a sociedade contempornea.

    A instituio escolar, portanto, j no considerada o nico meio ou meio mais eficiente e gil de socializao dos conhecimentos tcnico-cientificos e de desenvolvimento de habilidades cognitivas e de competncias sociais requeridas para a vida prtica (Libneo 2007 p52).

  • 18

    No entanto como o prprio Libneo traz a educao escolar j no tida como a nica

    maneira de adquirir conhecimento, mas, ela precisa colaborar com a sociedade formando

    indivduos qualificados para o mercado de trabalho, sim, mas, tambm preciso formar

    cidados capazes de discernir quais so os tipos de contedos que alm de ajud-los

    economicamente e profissionalmente tambm lhe forme uma base para as vivncias

    familiares, sociais, afetivas, intelectuais e poltica, dessa forma Libneo tambm coloca que:

    A escola hoje precisa no apenas de conviver com outras modalidades de educao no formal, informal e profissional, mas tambm articular-se e integrar-se a elas, a fim de formar cidados mais preparados e qualificados para um novo tempo (Libneo 2007 p53)

  • 19

    CAPTULO II

    2.1 Fundamentao Terica

    Segundo Freire, o educador j no o que apenas educa, mas, o que enquanto educa,

    educado em dilogo com o educando, que ao ser educado tambm educa, ambos assim se

    tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e que os argumentos de autoridade j no

    valem.

    Desta forma a educao formal libertadora, deve proporcionar ao educador e ao

    educando uma situao mtua de interao e construo de conhecimento, sem que o

    educador faa do aluno um recipiente que precisa ser cheio, mas, possa enxergar no educando

    um ser capaz de reverter situaes, resolver problemas, lutar para usufruir de seus direitos

    como cidado e, criar oportunidades para exercer a cidadania.

    No entanto Paulo Freire deixa claro que aquelas aes de autoritarismo, onde o educador

    se porta como dono da verdade absoluta e inabalvel, no pode existir, numa sociedade que

    visa formar indivduos para a vida, para a sociedade e, uma sociedade mais justa e igualitria,

    preciso que se faa da educao um instrumento de transformao, de superao de

    obstculos e de conhecimento.

    Freire 1987, afirma que no pode haver conhecimento, pois, os educandos no so

    chamados a conhecer, mas a memorizar o contedo narrado pelo educador. Aqui Paulo Freire

    refora mais uma vez a sua crtica ao tipo de educao em que os educadores fazem dos

    educandos meros recipientes a serem enchidos com seus contedos e so obrigados a decorar

    e repassar todo o contedo, sem mesmo ter o direito de descordar e muito menos de expor o

    seu prprio ponto de vista pois, no so chamados a produzir conhecimento.

    Com suporte das idias de Paulo Freire, a educao se mostra sobre a forma de educao

    de libertao, voltada para a vida, contra a opresso, alienao e excluso, nesse sentido se

    imagina uma educao realmente livre, sem se prender poltica, ao capital e sim direcionada

    para o crescimento do ser humano em relao a si prprio e tambm em direo a uma

    sociedade que transmita para os olhos e o interior das pessoas a alegria de fazer parte dela.

    Cunha diz que a educao liberal no considera os alunos ligados s classes de origem,

    desta forma, ela pretende contribuir para que haja justia social, levando a sociedade a ser

    hierarquizada com base no mrito individual, donde conclui que a ascenso ou discenso

    social do indivduo estar condicionada sua educao, ao seu nvel de instruo, e no mais

  • 20

    ao nascimento ou a fortuna que dispe isto porque o talento est no indivduo independente de

    seu status ou condio material.

    Sendo assim Cunha evidencia uma forte influncia da educao na vida das pessoas,

    onde cada indivduo possui seus prprios talentos individuais ou sociais dentro de si prprio,

    independentemente de bens materiais ou classe social a que pertena, entretanto a educao

    tem a responsabilidade de ajudar os indivduos a despertar os seus talentos e suas habilidades,

    para que possa desenvolv-las individualmente e socialmente.

    E ainda, Gentili 2005 p67, nos diz que: afirmar, portanto, que a educao dos cidados

    e cidads um assunto fundamental para a vida democrtica, quer dizer tantas coisas que, no

    final das contas, podero querer dizer nada. Portanto na viso de Gentil a educao vista e

    dita de tantas formas e de tantas importncias na vida dos indivduos e da sociedade, que na

    maioria das vezes no se tem dado tanta relevncia para a real importncia e influncia da

    educao na vida do ser humano. O autor afirma ainda que:

    Educar para o exerccio da cidadania significaria transmitir a todos os direitos que

    formalmente lhes so reconhecidos. A educao a partir desse enfoque deveria ser vista como

    um mecanismo de difuso, de socializao e de reconhecimento dos direitos (civis, polticos,

    sociais e humanos) que definem o campo da cidadania, contrapondo que a ignorncia pode

    nos impedir de exercitar esses direitos ou de reclamar por seu cumprimento.

    No entanto uma educao entendida dessa forma se mostra limitada e alienada as

    interesses polticos e subjugada s vontades das classes que se dizem dominantes, sendo que a

    educao deveria ir alm desses pressupostos, ou seja, deve habilitar os indivduos a fazer

    suas prprias avaliaes sobre os direitos e deveres que lhes so concedidos e exigidos,

    desvendando se so realmente em benefcio da prpria sociedade ou se simplesmente

    transmitem uma posio de dominao e de concesso de uma classe social outra. Por isto o

    pensar daquele no pode ser um pensar para estes nem a estes impostos (Freire).

    Portanto a educao no deve somente limitar-se mera transmisso do pensar, mas,

    tambm na conscientizao da sociedade sobre uma multiplicidade de formas de pensamentos

    existentes dentro dos indivduos e da prpria comunidade.

    Entretanto uma educao libertadora deve estar desvinculada de todo e qualquer tipo de

    ideologia que visa a opresso e alienao dos indivduos membros da sociedade,

    possibilitando s pessoas a clareza de idias e pensamentos que lhes permitam terem uma

    atuao mais igualitria segundo seus prprios mritos, sem haver a necessidade de estar

    ligado a fortuna, classe ou hierarquia tradicional.

  • 21

    Segundo Severino, (1992 p13), a educao se caracteriza, pois, como a institucionalizao

    das mediaes reais para que uma intencionalidade possa tornar se efetiva concreta, histrica,

    para que os objetivos intencionalizados no fiquem apenas no plano ideal, mas, ganhem forma

    real.

    Sendo assim a educao deve proporcionar aos indivduos a clareza de que mesmo na

    ignorncia de no ter conhecimento dos direitos e dos benefcios que lhes so assegurados, as

    pessoas no deixam de t-los, mas sim de usufruir deles, mas, os indivduos apenas deixam de

    usufruir deles, sendo que alguns mal intencionados se aproveitam dessas situaes de falta de

    conhecimento, de grande parte da sociedade brasileira para manipular, explorar, alienar,

    excluir e escravizar as pessoas e, o que mais gritante que os opressores, exploradores so

    em sua grande maioria os prprios indivduos que o povo atravs de sua ingenuidade deposita

    todos os seus sonhos, seus anseios e, os elege politicamente dando lhes todo poder para

    massacrar de todas as formas a sociedade, que deveria ser tratada com toda seriedade, respeito

    e dedicao.

  • 22

    CAPTULO III

    3.1 - Breve histrico da cidade de Ipor GO e Sua localizao

    Segundo dados do IBGE, Ipor a maior cidade do oeste goiano, est a 216 km de

    Goinia, (capital do Estado de Gois), o municpio tem uma rea de 1.030 Km2, e est

    localizada entre os paralelos 161600 e 163920 de latitude sul e est a 505645 e

    51230 de longitude oeste do meridiano de Greenwich, no entanto a cidade est numa

    altitude de 600 metros acima do nvel do mar e os pontos mais altos do municpio no

    ultrapassa os 800 metros de altitude.

    Mas nem sempre Ipor esteve localizado exatamente onde esta, o municpio teve sua

    origem segundo o IBGE com a formao do arraial de piles, na margem do rio claro, por

    volta de 1748, e em 1749 o povoado recebeu o nome de rio claro, sendo que em julho de

    1833, rio claro passou a categoria de distrito, nessa poca houve uma alterao no nome da

    igreja que era do senhor do Bonfim, passa para parquia nossa senhora do rosrio, o

    municpio permaneceu com o mesmo nome, at que o povoado caiu em decadncia e para

    agravar a situao a populao sofreu um surto de febre amarela, matando e afugentando a

    maioria dos moradores do lugar.

    Na dcada de 1930 surgiu entre os moradores do lugar a idia de mudana no povoado

    para outro lugar, formando uma comisso escolheram um lugar as margens do crrego

    tamandu, onde a sede atual do municpio, para abrigar a nova povoao. Em 1938, o

    distrito de rio claro passou a denominar-se Itajub, palavra de origem indgena, tupi-guarani,

    que significa pedra amarela.

    Em 1942, Joaquim Paes Toledo e famlia doaram uma rea de 100 alqueires goianos

    de terras para edificao da cidade, em 1943, por decreto lei estadual n 8305, de 31 de

    dezembro, passa a chamar Ipor, tambm de origem indgena que significa guas claras,

    sendo que em 1948 foi elevada a categoria de municpio e em 01 de janeiro de 1949 foi

    desmembrada do municpio de Gois, e, foi elevado a termo de comarca em 14/11/1952,

    atravs da lei estadual n 700, hoje Ipor segundo dados do IBGE, possui uma populao de

    31060 habitantes, e uma rea de 1026 km2.

    3.2 Localizao Geogrfica do Bairro

  • 23

    Portanto como demonstra o mapa a seguir o Bairro Jardim Monte Alto est localizado

    na regio nordeste da cidade de Ipor em relao ao setor central da cidade, margem

    esquerda da Avenida Par em direo a sada para a capital do estado de Gois (Goinia).

    490,2

    485,1

    GO-06

    0

    NM

    8181.95

    8179.94487.7 490.2

    8187.94

    8181.95

    8184.058184.05487.7485,1

    0

    Planta Urbana de IporFonte: IBGE (2000)

    Jardim Monte Alto

    Localizao do Jardim Monte Alto

    3.3 - Histrico do Bairro

    Segundo o R.1. (Registro1) M.2 884 (Memorial2) LV. (Livro) 2-14, FLS. 102 Em

    16/08/1979, do cartrio de 1 oficio e registro de imveis da Comarca de Ipor GO, o

    loteamento denominado jardim monte alto foi aprovado pelo decreto n 236/79, de 07 de

    janeiro de 1979, o ento prefeito da poca, Pedro Gonalves Filho, aprova o projeto de

    loteamento de propriedade do Sr. Lazaro Paes de Gouveia.

    Sendo que os servios de topografia tcnicos e material descritivo foram apresentados

    pelo agrimensor Jarbas Batista da Silva, CREA: 26/ID 15 regio, o loteamento composto

  • 24

    por 38 quadras e comporta aproximadamente 617 lotes e, sendo que o mesmo loteamento

    denominado Jardim Monte Alto possui uma rea total de: 356.950.00 M2.

    Atravs do edital de loteamento, Maria Inocncia da Cunha Pern, suboficial do

    cartrio de registro de imveis da comarca de Ipor GO, na forma de lei, etc., faz publico

    para o conhecimento dos interessados que foram depositados em cartrio, para deposito e

    registro, na forma de decreto de Lei n 58, de 10/12/1937, e com regulamento do decreto,

    3039, de 15/19/1938 e legislao complementar dos documentos relativos ao loteamento

    Jardim Monte Alto, situado dentro do permetro urbano, desta cidade de Ipor GO, de

    Lazaro Paes de Gouveia com uma rea de: 356.950.00 M2.

    No bairro Jardim Monte Alto hoje com 30 anos de existncia, o que se percebe

    fisicamente olhando e que o setor no tem recebido muitas atenes por parte dos polticos e

    autoridades competentes, pois, durante todos esses anos de existncia, nunca houve interesse

    de levar a pavimentao asfltica para aquela localidade, sendo que os moradores sofrem

    muito, com a poeira na poca da seca e o barro na poca chuvosa, sem contar ainda com a

    sujeira e o matagal que cresce muito e s vezes se faz a queimada, por que a prefeitura faz

    poucas roadas no bairro segundo moradores do local.

    O lixo domstico tambm e recolhido no setor somente uma vez na semana (na tera

    feira), o setor possui uma unidade de sade da famlia, mas a populao reclama muito sobre

    a falta de mdicos e, medicamentos gratuitos.

    Segundo pesquisa feita pela secretaria de sade em janeiro de 2009, existem no setor

    Jardim Monte Alto de Ipor GO aproximadamente 269 (duzentos e sessenta e nove) imveis

    residenciais e aproximadamente 48 (quarenta e oito) imveis comerciais, englobando desde

    supermercados, oficinas mecnicas, serralherias e outros etc.

    De acordo com a pesquisa feita no bairro Jardim Monte Alto, entre 2005 e 2008, pela

    secretaria municipal de sade, vivem no setor aproximadamente 646 (seiscentos e quarenta e

    seis) pessoas que formam a populao local e representando aproximadamente cerca de 5%

    do total da populao da cidade de Ipor GO.

    Atravs da pesquisa feita no prprio bairro Jardim Monte Alto, se percebe que a maior

    parte dos moradores adultos do setor, por um motivo ou outro no tiveram muito acesso a

    educao formal, como pode ser observado no Grfico a seguir.

  • 25

    O grfico acima mostra o nvel de escolaridade em porcentagem, dos moradores do

    setor Jardim Monte Alto de Ipor GO, onde se percebe que a maior parte da populao tem

    pouca escolaridade, e relacionando o enfoque da pesquisa, que e a influencia da falta de

    ensino educacional para os moradores, com a estrutura fsica em que o setor se encontra, se v

    de outra forma que as pessoas s vezes nem sabem que tem direito a infra-estrutura de

    qualidade, coleta de lixo diariamente, e com isso alm de ficarem a margem da sociedade,

    tambm fica a quem de seus direitos, e o pior e que no se mobilizam para que a situao

    possa melhorar.

    Fonte: Alencar da Silva Lus

  • 26

    Alm da pouca escolaridade em que a populao local se encontra, ainda foi percebido

    certo sentimento de descrena, onde relataram que devido a sua idade j avanada ou mesmo

    por medo de expor seus sentimentos, no pensam em fazer alguma coisa relacionada a

    melhorias para o setor e para a prpria pessoa.

    3.4 - A influncia do ensino educacional na oportunidade de emprego

    Fonte: Alencar da Silva Lus

    A importncia da educao na vida das pessoas e, em especial na vida dos moradores

    do setor Jardim Monte Alto de Ipor GO, pode ser percebida tambm atravs da sua

    atividade profissional, pois, claramente perceptvel a partir das analises feitas sobre os dados

    relatados pelos prprios moradores locais, que dentre as profisses e ocupaes que as

    pessoas tm para sustentar a si e suas famlias, os entrevistados foram (pedreiro, servente de

    pedreiro em construo civil, jardineiro, eletricista, domestica, costureira e outras).

    No entanto se percebe atravs da maioria das profisses e ocupaes dos moradores do

    local que no tiveram ou mesmo no puderam ter um nvel maior de conhecimento, at

    mesmo por que no se exigem um maior nvel de escolaridade e conhecimento cientifico para

    se exercer essas profisses.

  • 27

    Atravs da pesquisa tambm foi possvel concluir que as pessoas entrevistadas em sua

    maioria no so satisfeitas com aquilo que fazem, e, se arrependem e sentem muito por no

    terem tido a oportunidade de conseguir alcanar um nvel mais elevado de conhecimento, e,

    apesar de as vezes terem um baixo nvel escolar, so conscientes de que a educao e a sada

    mais provvel, para que a nossa cidade, nosso estado e ate mesmo nosso pas (Brasil) possa

    conseguir ter uma sociedade com maior qualidade de vida, uma participao mais justa nas

    riquezas da nao e conseqentemente melhorando a renda media mensal das pessoas e das

    famlias com relevncia para os moradores do bairro Jardim Monte Alto como nos mostra o

    grfico a seguir.

    O grfico acima nos mostra a renda media mensal dos moradores do setor Jardim

    Monte Alto, calculada em salrios mnimos, e, de acordo com a pesquisa feita, foi distribudo

    no grfico da seguinte forma: onde cerca de 85% da populao local possui renda mdia

    mensal de um a trs salrios mnimos, sendo que cerca de 12% possui renda media mensal de

    trs a cinco salrios mnimos, e cerca de 3% das pessoas possuem renda media mensal acima

    de seis salrios mnimos, os nmeros acima citados so de pessoas que esto trabalhando,

    importante lembrar que existe um grande numero de pessoas desocupadas, ou seja,

    desempregados, que trabalham uma semana e a outra no, e, as vezes nem chegam a renda

    media de uma salrio mnimo ao ms.

    3.5 - A estrutura familiar no setor em relao educao

  • 28

    Dentro da pesquisa feita no bairro Jardim Monte Alto de Ipor GO, pode se observar

    que a estrutura familiar no coloca somente o homem como chefe da famlia e o nico

    responsvel pelas despesas da casa, mas pelo contrrio, as mulheres trabalham, para

    colaborar com a renda da famlia, e os filhos da mesma forma devida a renda media familiar

    ser bem baixa, tambm comeam a trabalhar muito cedo, s vezes ainda em idade escolar, o

    que acarreta em notas baixas na escola, repetncia e at mesmo evaso escolar.

    Dessa forma seno houver mudanas para melhorar as condies financeiras dos pais,

    para que consigam manter seus filhos na escola sem que haja a necessidade deles trabalharem,

    talvez tenham as mesmas dificuldades enfrentadas pelas famlias agora no presente, no futuro

    quando adquirirem suas famlias.

    3.6 - Como a falta da instruo tem influenciado na organizao social do Jardim Monte

    Alto.

    A educao brasileira ainda em pleno sculo XXI no tem sido nica e exclusivamente

    voltada para a vida dos indivduos e da sociedade, e no bairro Jardim Monte Alto de Ipor

    GO, no tem sido diferente, pois os moradores locais segundo a pesquisa realizada ainda no

    colocam a educao como forma de conhecimento, de enriquecimento do ser humano no

    sentido de conhecer melhor a si mesmo, os seus direitos, de como ter acesso aos direitos que

    lhe so garantidos legalmente.

    percebido no bairro em estudo, que a educao ainda somente observada pelo lado

    financeiro, ou seja, somente vista como uma oportunidade de conseguir um emprego melhor,

    dessa forma a educao como forma de conhecimento em prol do ser humano e da sociedade

    se torna limitada, somente quando o ser humano coloca a educao alm das necessidades

    financeiras, e que ele da vida para o conhecimento, no entanto e a partir da que se comea a

    enxergar as desigualdades e abusos existentes contra os indivduos e a sociedade em geral.

    Mas tambm para que a educao possa ajudar o homem a enxergar o poder do

    conhecimento, e necessrio que a educao que esteja ao alcance das pessoas seja

    desalienada de todo e qualquer tipo de interesse e ideologia de excluso e marginalizao, s

    assim poder agir construtivamente na vida do homem e da sociedade.

    A organizao social rene os mais diversos tipos de pessoas, pensamento e idias,

    tambm na pesquisa realizada no bairro Jardim Monte Alto de Ipor GO, e em conversa

  • 29

    com um dos membros da associao de moradores que representa os trs bairros vizinhos

    (Jardim Monte Alto, Parque das Estrelas e Rosa dos Ventos), foi percebido que o setor Jardim

    Monte Alto sempre ficou a margem da associao, ate mesmo pelo fato de os membros dessa

    comunidade quase no participarem das reunies e reivindicaes a que se propunha fazer

    para os bairros.

    Atravs dos dados colhidos e analisados se percebe que o baixo nvel de escolaridade

    possa influenciar para que os moradores deste setor no percebam as desvantagens que a

    sociedade local esteja tendo em no participar e reivindicar os direitos e as melhorias que

    poderiam conseguir com suas iniciativas.

    Politicamente falando, segundo a pesquisa, a realidade vivida pelos moradores, e,

    ainda em relao ao nvel de escolaridade no tem sido suficiente para instigar os moradores

    percepo de que como agente sociais, passivos de direitos e deveres, devem por sua vez,

    buscar conhecer seus representantes polticos tanto no executivo quanto no legislativo

    municipal, bem como fazer valer seu voto atravs de formulaes de reivindicaes de

    melhorias, e ainda o fortalecimento de segmentos organizados.

    Diante das entrevistas vrias foram os depoimentos chocantes como, por exemplo:

    ah, no tem jeito mesmo ningum se importa, ento melhor deixar para l. Afirmao que

    refora a temtica da pesquisa, pois pessoas com o grau instrucional adequado tm

    conhecimento de que independente do local em que habita, possuem direitos iguais de uma

    poltica de infra-estrutura.

    Essa descrena e em si prprio desenhada, talvez seja por que a educao no tenha

    conseguido adentrar sistematicamente no pensamento dos moradores, de forma que pudesse

    fornecer informaes que lhes causassem inquietaes, onde conseguissem perceber as

    injustias e ter a nsia de fazer alguma coisa para paralis-las ou mesmo a ameniz-las, no

    entanto foi observado, uma conformao com a situao, no tendo a clareza de que alm do

    dever de pagar seus impostos em dia o cidado tambm tem direitos garantidos, mesmo que

    eles no saibam, no significa que deixam de possuir esses direitos e devem procurar

    maneiras que viabilizem as pessoas a terem acesso a quilo que lhe e de direito.

    Entretanto muitas vezes as pessoas padecem em detrimento de precariedades do

    sistema poltico, educacional e funcional, no apenas por culpa do prprio sistema, mas, por

    uma juno destes ao despreparo dos indivduos em relao aos seus direitos e deveres,

    justamente pelo pela pouca ou ausente escolarizao, a partir desta ausncia o ser humano no

    percebe que manipulado e explorada ficando a margem de uma sociedade que ele tambm

  • 30

    faz parte num plano ideal, e que necessrio a sua ao particular para que possa reverter ou

    mesmo amenizar estas situaes que lhes so propostas a vivenciar e aceitar.

    Portanto necessrio que os indivduos percebam que a mola propulsora para o

    desenvolvimento individual e social das pessoas a educao, mesmo que ela se apresente de

    forma camuflada, excludente e transmissora de ideologias, ainda assim de alguma forma,

    proporciona a libertao e o crescimento pessoal de quem tem acesso a ela, contribuindo para

    que o cidado atue de forma consciente, podendo colaborar com a comunidade em que vive

    sistematicamente.

  • 31

    CONSIDERAES FINAIS

    O ensino educacional no Brasil durante toda a sua histria no tem sido priorizado

    qualitativamente, pois se diz tanto que h de se fazer investimentos para melhorar a educao,

    mas, verbas so desviadas, as atenes so distorcidas, vez por outra se aprova uma lei que

    indica a conscientizao da importncia da educao, mas, no vai muito adiante, no entanto

    apesar de tanto descasos, de a educao escolar, ter sido e ser usada para tantos fins, e de ser

    desviada do seu verdadeiro foco que ajudar o ser humano a visualizar e atuar com

    conscincia crtica e clara na sociedade e no mundo, mesmo assim a educao continua sendo

    entendida como mola propulsora para alavancar uma nao.

    No entanto a partir da pesquisa realizada no bairro supracitado, percebe-se que a

    ausncia do ensino educacional, promove a excluso social, a perda de oportunidades por

    parte dos indivduos e a sociedade que tambm perde indivduos conscientes, para lutar contra

    os abusos de marginalizao e explorao a que so submetidas, as pessoas, que no tem

    acesso ao conhecimento.

    O atraso de evoluo social de uma nao ou uma sociedade est intimamente ligado

    ao atraso intelectual, pois exemplos claros que podem ser percebidos a olho nu, so as naes

    desenvolvidas onde o ensino educacional est entre as reas priorizadas para investimentos e

    atenes especiais, e ao inverso destas naes so os pases subdesenvolvidos ou em

    desenvolvimento como o Brasil, que colocam as atenes para a educao como hiptese

    secundaria ficando somente como consumidores de produtos e de tecnologias que os

    intelectuais dos pases desenvolvidos desenvolvem para ns.

    Ento imprescindvel que a sociedade cobre das autoridades polticas

    governamentais, polticas pblicas educacionais voltadas para a incluso dos indivduos nas

    redes educacionais e principalmente nas redes de educao e ensino superior, no entanto no

    somente polticas educacionais ajudam a melhorar a situao necessrio tambm que a

    populao sensibilize o seu interesse em procurar uma maneira de se qualificar melhor, de

    conhecer mais sobre seus direitos e deveres do cidado, mesmo que seja atravs do EJA, que

    significa (Educao para Jovens e Adultos) e, e um segmento da rede escolar publica

    brasileira que recebem jovens e adultos que no completaram os anos da educao bsica em

    idade apropriada, devido a necessidade de ter que trabalhar para ajudar a famlia a sustentar a

    casa e querem voltar a estudar.

  • 32

    Portanto tambm h que se lembrar a importncia dos incentivos das entidades

    filantrpicas, que oferecem cursos preparatrios para vestibular, ajudando as pessoas que no

    tem condies de pagar um cursinho preparatrio, e ainda a necessidade de expanso do

    ensino superior na rede publica, podendo criar novos cursos superiores que chamem a ateno

    das pessoas para que atentem para o ensino educacional como forma de mudar ou mesmo

    amenizar a situaes a que se encontram as pessoas, no caso desta pesquisa os moradores do

    Jardim Monte Alto de Ipor GO.

  • 33

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BELLO, Jose Luiz de Paiva. Educao no Brasil: Historia das Rupturas, pedagogia em

    foco, Rio de Janeiro. 2001, disponvel em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb14.htm

    acesso em: 25-05-2009.

    CHAU, Marilena de Souza. O que ideologia/So Paulo: Brasiliense, 2003.(coleo

    primeiros passos: 13)

    CUNHA, Luiz Antonio. Educao e desenvolvimento social no Brasil. Rio de Janeiro, F.

    Alves, 1979. 291 p. e Ilust. 21 cm (educao em questo) 4 edio.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17 Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. (O

    mundo, Hoje, v.21).

    GENTILI, Pablo. e ALENCAR , Chico. Educar na esperana em tempos de desencanto. 5

    Ed. Petrpolis, RJ, vozes 2005.

    LIBNIO, Jos Carlos. Educao escolar: Polticas, Estruturas e Organizao/Jos Carlos

    Libnio, Joo Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi-4 Ed. So Paulo: Cortez, 2007-

    (coleo docncia em formao/coordenao Antonio Joaquim Severino, Selma Garrido

    Pimenta).

    RIBEIRO, Maria Luiza Santos. Historia da educao brasileira- 16 Ed., revista ampliada-

    Campinas, SP., 2000 (coleo memrias da educao).

    SEVERINO, Antonio Joaquim, MARTINS, Jos de Souza, ALBA, Zaluar e Outros/

    Sociedade civil e educao. Campinas, SP: Papirus: Cedes, So Paulo: Ande: Amped, 1992.-

    (C.B.E.).