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Aristarco, filhos, e .petos A fisionomia do velho Aristarco, era a de um gênio—serena e majesto- sa. Alguma coisa de rei e algu- ma coisa de garçon na sua impo- nència sossegada. Seu andar era paiisado, pensativo mesmo* como si estivesse a, andar por entre cortesãos em mrvaturas. Sem transbordamen* tos de gesticulação, o olhar sem- pre beatificamente parado, como na contemplação das mtis metafísicas paisagens, Aristarco era bem um homem que se exibia para sua ai- ma. Tão exterior era a sua preocu- paçâo de mostrar-se a todo mo- mento voltado para dentro. Não querendo, no entanto, dizer com isso que ele não se exibisse para o grande público. 0 professor tinha habilidades de se mostrar á gente freqüentadora do formidável cole* gio de Rio Comprido com um ar de quem se ausentava da vida, de vez em quando, em demorados pas- seios psicológicos por dentro de si mesmo. E esse majestoso do seu físico, essa impeça bilidade. auxilia- dos pelo ar dish aído de sua alma— turista viajando sempre em der- redor ds si—davam-no*-«i impres- sâo de enfermo, dessa enfermidade atroz e estranha: a obcessão da própria estátua--. Eu^ não sei si estou falando de pessoa conhecida de algum dos meus leitores. Foi por esquecimento que não.disse togo no principio que se tmia daquele brilhante e imponente educador de gerações de que Raul Pompéa.com extraordinário talento, pintou o mais estranho retrato, de um frescor de tintas ecianamente perverso. Se leram ê Ateneu devem se lem- br ar ainda de queo grande incen- dio do colégio de Rio Comprido matou moralmente aquele que in* telectualmente nascera morto; e sc o não matou fisicamente foi por- que a serenidade de Aristarco era bastante pose para não se desman- char nos momentos precisos. E Aristarco ainda arrastou por algum tempo sobre a terra o espe- táculo de sua ruina, sem perder no entanto, nesse desmantelo da sorte, a sua imponência de sábio silen- cioso, o ar cheio de dignidade de homem-mundo de sabedoria ecien- cia. Até que a morte um dia fez apagar esse facho da pedagogia. Mas o destino qids que Aristarco deixasse á terra uma herança ca- ridosa: deixasse filhos e deixasse netos. Alias é preciso dizer de pas- sagem que ele estava bem apare- lhado para isso: d. Ema, sua se- nhora, olhos negros e tez morena, era uma dessas adoráveis figuras femi- ninas que povoam a literatura bra- sileíra. Lembram-se ?, o Ateneu falava do menino Jorge, que aos quinze anos, numa festa do colégio, na ocasião da distribuição dos prêmios, recusou-se republicanamente a beijar a mão da princesa, como faziam os colegas ao receberem a medalha. Quinze anos, e. o pequeno Jorge exibia na espinha dorsal a sua in- flexibilidade hereditária! Os netos do professor Aristarco vivem muito bem; eu os conheço. São moral e intelectualmente uma reprodução do velho educador de Rio Comprido. 0 caráter manho- samente embrulhado na folhagem de uma afabilidade de segundas intenções, os netinhos tiveram nma herança cheia de fraquezas, de ati- tudes cinzentas, e, apesar disso, de altivez fisica. Revela-se nos netos, vítimas dessa pungente tragédia biológica da hereditariedade, a tara dolorosa do avô: a doença de querer ser maior do que era real- mente, a obcessão da própria está* tua. uma coisa de Aristarco ainda neles não apaiêseu : o bigode, aque- le «fecho de prata sobre o silen- cio de ouro». Mas se por fora as cãs ainda não floresceram, por dentro vivem espíritos velhíssimos, de volumosas barbas brancas. Retratam do velho Aristarco a sabedoria da serenidade e do si- lendo. Compreendem o alcance da linguagem caracteristicamente te- legráfica dos gestos e expressam toda a sua profundeza em atitudes geniaes. O silencio de ouro, como dizem os mudos e os talentos imensos. Os netos de Aristarco como que exigem para um simples Joekey- Club requintes de abstração interior, perfeições de obra de arte. Jogam fora a cinza do cigarro com uma displicência estudada de quem sa- code paradoxos tuildeanos. E a fu- maça é lançada ao ar como se fos** sem baforadas de sabedoria. Eles não fumam cigarros: administram cigarros. 'Conversando, arrastam-se pela palestra, como si fizessem da rem- xâo uma bagagem de chumbo. E abstraem-se de vez etn quando, na- auelas fugas psicológicas tão c_-- muns ao avô. Os olhos denunciam essas bruscas desaparições, reviram* se numa confirmação á imagem de Machado -oi hos, janelas da alma. Nesse caso á alma faz como o cuco dos velhos relógios, abrindo e h- chando a janela ao bater as ho- Aitj ras Uns poços, os netos de Aristarco... lliiiiill ¥1 r_ I_ _ lllllllll íi PRIl-**.*-!^ mmm num 11111115a" V a i d mmé r - ¦<*c-a^-fl 11|1éé: y 16 paginas 4-00 róis ....'' -: ' A

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Aristarco, filhos, e .petos

A fisionomia do velho Aristarco,era a de um gênio—serena e majesto-sa. Alguma coisa de rei e algu-ma coisa de garçon na sua impo-nència sossegada. Seu andar erapaiisado, pensativo mesmo* como siestivesse a, andar por entre cortesãosem mrvaturas. Sem transbordamen*tos de gesticulação, o olhar sem-pre beatificamente parado, como nacontemplação das mtis metafísicaspaisagens, Aristarco era bem umhomem que se exibia para sua ai-ma. Tão exterior era a sua preocu-paçâo de mostrar-se a todo mo-mento voltado para dentro. Nãoquerendo, no entanto, dizer comisso que ele não se exibisse para ogrande público. 0 professor tinhahabilidades de se mostrar á gentefreqüentadora do formidável cole*gio de Rio Comprido com um arde quem se ausentava da vida, devez em quando, em demorados pas-seios psicológicos por dentro de simesmo. E esse majestoso do seufísico, essa impeça bilidade. auxilia-dos pelo ar dish aído de sua alma—turista viajando sempre em der-redor ds si—davam-no*-«i impres-sâo de enfermo, dessa enfermidadeatroz e estranha: a obcessão daprópria estátua--.

Eu^ não sei si estou falando depessoa conhecida de algum dos meusleitores. Foi por esquecimento quenão.disse togo no principio que setmia daquele brilhante e imponenteeducador de gerações de que RaulPompéa.com extraordinário talento,pintou o mais estranho retrato, deum frescor de tintas ecianamenteperverso.

Se leram ê Ateneu devem se lem-br ar ainda de queo grande incen-dio do colégio de Rio Compridomatou moralmente aquele que in*telectualmente já nascera morto;e sc o não matou fisicamente foi por-que a serenidade de Aristarco erabastante pose para não se desman-char nos momentos precisos.

E Aristarco ainda arrastou poralgum tempo sobre a terra o espe-táculo de sua ruina, sem perder noentanto, nesse desmantelo da sorte,a sua imponência de sábio silen-cioso, o ar cheio de dignidade dehomem-mundo de sabedoria ecien-cia. Até que a morte um dia fezapagar esse facho da pedagogia.

Mas o destino qids que Aristarcodeixasse á terra uma herança ca-ridosa: deixasse filhos e deixassenetos. Alias é preciso dizer de pas-sagem que ele estava bem apare-lhado para isso: d. Ema, sua se-nhora, olhos negros e tez morena, erauma dessas adoráveis figuras femi-

ninas que povoam a literatura bra-sileíra.

Lembram-se ?, já o Ateneu falavado menino Jorge, que aos quinzeanos, numa festa do colégio, naocasião da distribuição dos prêmios,recusou-se republicanamente a beijara mão da princesa, como faziam oscolegas ao receberem a medalha.Quinze anos, e. o pequeno Jorge jáexibia na espinha dorsal a sua in-flexibilidade hereditária!

Os netos do professor Aristarcovivem muito bem; eu os conheço.São moral e intelectualmente umareprodução do velho educador deRio Comprido. 0 caráter manho-samente embrulhado na folhagemde uma afabilidade de segundasintenções, os netinhos tiveram nmaherança cheia de fraquezas, de ati-tudes cinzentas, e, apesar disso, dealtivez fisica. Revela-se nos netos,vítimas dessa pungente tragédiabiológica da hereditariedade, a taradolorosa do avô: a doença dequerer ser maior do que era real-mente, a obcessão da própria está*tua.

Só uma coisa de Aristarco aindaneles não apaiêseu : o bigode, aque-le «fecho de prata sobre o silen-cio de ouro». Mas se por fora ascãs ainda não floresceram, pordentro vivem espíritos velhíssimos,de volumosas barbas brancas.

Retratam do velho Aristarco asabedoria da serenidade e do si-lendo. Compreendem o alcance dalinguagem caracteristicamente te-legráfica dos gestos e expressamtoda a sua profundeza em atitudesgeniaes. O silencio de ouro, comodizem os mudos e os talentos imensos.

Os netos de Aristarco como queexigem para um simples Joekey-Club requintes de abstração interior,perfeições de obra de arte. Jogamfora a cinza do cigarro com umadisplicência estudada de quem sa-code paradoxos tuildeanos. E a fu-maça é lançada ao ar como se fos**sem baforadas de sabedoria. Elesnão fumam cigarros: administramcigarros.'Conversando, arrastam-se pelapalestra, como si fizessem da rem-xâo uma bagagem de chumbo. Eabstraem-se de vez etn quando, na-auelas fugas psicológicas tão c_--muns ao avô. Os olhos denunciamessas bruscas desaparições, reviram*se numa confirmação á imagem deMachado -oi hos, janelas da alma.Nesse caso á alma faz como o cucodos velhos relógios, abrindo e h-chando a janela ao bater as ho-

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-3-Noias sobre o espirito de Dosíciewski(Especial paru NOVIDADE)

Tertuliano foi um çjtristão fementae tempestuoso. Êlleamavao melamfi-sico como mesmo ardor com que DonJuan amava as mulheres e Debm-sy amava os ryfamos nervosos. Ter-tulianofoi um dan%w\ziano de Deus:elle era da noeturna Àfrica,cujo vul-canico clima torna as almas tãoardentes como os corpos. Mas, hoje,o francês Bernanos, por exemplo, orusso Chestov, que delirou tão ma-gnificamente a propósito de Pascal,0 russo Nicolas Bcrdiaeff que, emseu livro Nouveau Moyen-Age, sau-dou o acontecimento do supmracio-mlismo, todos elles tratam a razãodiscursiva como uma força reacio-nüria, ey apercebidos do mágico e dodemoníaco que andam em redor denós, não cedem em ardor ao carúa-ginês. Elles também estão cheios denuvens e de relâmpagos. ,

ÀBerdiaeff escreveu sobre o Espiritode De*toiew|ki um livro, aliás fe-bril e magnífico, que mme. Lucien-ne Julien Cain, traduziu do melhormodo possível para o francês. Umaobra como esta de Berdiaeff. mesmopara aquffll.es que nunca conseguemlevar a serio tudo o que lêem, pro-voca o mais profundo enlevo. Ellanos, envolve de metaphysica e demi/stidsmo; nos banha de esplritua-lidade e de fantástico. Eu gostomuito mais desta sorte de obrasque dos romancezinhos realistas,apesar do cabotino sr. André Thfrive,citado pelo sr. Robert Kemp, tratarde «enfantillages», nestes tempos derevivescencia 'espiritual, as imagi-nações de um Bernanos e dumju-lien Green. Mas essas «enfantilla-ges» vale discuti-las. Elias sacodem,excitam e me divertem mais que ashistorias de Wells. E se o sr. Thé"i ive ê incapaz de achar, no espiri-to infantil a mesma Iyrica sabedp-ria que achava aquele eiquisito prin-cipe O Idiota de Dostoiewski, é por-qne o sr. Thérive é que deve sero mais perfeito idiota : aqiâlle queinternam no hospício, não porquepense cousas fora do commwn, maspelo faÃto de não pensar cousa ai-guma. O que é muito menos çom-mum, desde qne se tem um cérebro,do que pensar cousas fora do com-mum, Por isso, eu sempre achei o

doido un sujei o mais equi pradodo que o imbecil. Um sujeito maisnaturalprinc'fpümente. Apenas elleveste a razão pe?o avesso, ao pas-,so que o imbecil vive sempre nii darazq,o. 0 imbecil, desprezando sj/s-tematicamente o cérebro, atenta,pois, muito mais contra o natureza,se é que a imbecilidade não é iam-bem um direito da natureza.

.Vão ê tudo novo na anàlyse queBerdiaeff nos propò^ do pensamen-to dostoiewskiano. Elle errou pornão ter citado - e errou muitomais se não ps leu — os estudos deAndré Gide. Como Berdiaeff, Gidecoloca V Esprit Souterr;in no cimoda obra de Dostoúwski, prova que*ceri estpis à l' anarchie que musmène Dostoieivski, mais simplementà V Eva7igile», declara — quasenos mesmos termos — «quHl necon-nait pas d' auteur plus chrétienet moins catholique», nebentua as in-conseqüências das personagens dos-toiewskianas que «cedént eom piai"samment a toütes les contraditions»,e também aehenttia a dualidade de%Ias, que parece ser a luta, travadano fundo de suas almas, entre odivino e o infernal. Mas G/ide fica,comoJrancês que é, no terreno psy-cíiologico. Dostoiewski o interessaapenas como romancista, como cria-dor de almas excepcionais, comple-xas e quasi mais reaes e verdadei-ras que as almas vivas. Enquantoque, para Berdiaeff, Dostoiewski éantes de tudo um fmétaphysicUn»,e o maior metap&tyúico russo. Aliássem nunca ter lido Berdiaeff, omeu querido amigo Théo Brandão,em palestra con\migo, numa da-quehas suas adoráveis ausênciasmentaes da pediatria, já me falava,não sem uma certa volúpia depe-netração critica, desse admirávelsentido religioso de Dostoiewski noqueèlle tem de sacrificado pela visãopuramente eslhètica de alguns leito-res.

Não ha duvida que seria bus tan-te divertido seguir desde a bifurca-

ção até as ultimas ramificações asconseqüências desta divergência:nós veríamos, por exemplo, que aspersonagens femininas de Dosloiews-ki seduzem André Gide, como já

ALOYSIO BRANCO

tinham seduzido Proust. Proust achava Nastásia e Grouchenka muitobellas e misteriosas, tão mysteriosascomo a Bethsabée de Rembrandt.E foi talvez levado por essa noçãode prestígio estimulante do muste-rio no amor, que Mareei Proustmostrou a decepção sentimental da*quelle seii delicado Swann, quandoos escantos obscuros daquella de-liei asa Odãtejá se achavam todos*?me lanço licamdnte decifrados.

Pois bem, Berdiaeff olha todasessas mulheres do genial russo semlhes dar a mínima importância.Elle acha que, para Dostoiewski, asmulheres não eram senão reagentesdestinados a fazerem soffreras ai-mas viris, as únicas que o interes-sam. Ora, s£ essas personàlida-des vulgares de mulheres chegama influir tão dolorosamente sobrealmas viris, éporque ellas não sãovulgares, ou então a culpa é dasalmas, por não serem sufficiente-mente viris. Depois disto, é natu-ral que nós nos interroguemos m-timanwnte si,Berdiaeff não crê queas mulheres também tenham alma.Nãç, hafpatriotismo de sexo, por maismórbido que seja,t que justifiqueesta altitude do ensaísta slavo.Principalmente quando esta altitudevem da Rússia aètual, onde a mu-lher tejn assumido o rehko de in-fatigavel operaria duma nova ei-vilização política Haja vista obrilhante ee\ficiente papel, na re-volução, que Leon Trotski, em seulivro sobre Lenine, concede a esposadeste e a figura irrequieta e parado-xal dessa Vera Ivanovna, uma dasredac\toras do jornal «Iskra», em"cuja bocha viviam, a todo o instan-te, a morrer pontas de cigarros e anascer paradoxos.

Mas. ^final, em que consiste essamctaph^sicfi dostoiewsko-berdiae-viana ? Ella ê, em primeiro lugar,anihropocentrica e por isto mesmojá christã. A alma humana é ummicrocosmo, um sol. Etodo o restodo mundo, ao redor delia, o uni-

Iverso visitei, os campos e as cidades^não são mais do que fantasmas.

conclue adeante

. ,. •_. 444 j..j£ÊBBSSt

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daSemana

r\ dr. Melo e Silva, diretor do T\J_r___'_l'_^ €*w «0 Diário», continua pu- llllIUJblicando os perfis das rr.ulhe- -——-—»-—-—¦res que lhe pertenceram.

A senhorita Iolanda Men-donça, estudante de direito,

alagoana, fez, terça-feira, a de- .fesa de um réo num júri emRecife.

Q dr. Luiz Oiticica, ex-pre-sidente da Comissão de

Sindicância das Estradas deRodagem, deixou de publicarna «A Noticia» a defesa quevinha fazendo de sua integri-dade funcional.

O euniu-se quarta-feira, noInstituto Arqueológico, a

Associação Alagoana de Im-prensa.

Foi eleita a sua primeira di-retoria, composta dos seguintesconfrades : Presidente, prof.Moreno Brandão; vice-presi-dente, Luiz Silveira; 1' Secre-tário, Lima Júnior; 2* secreta-rio, Jaime de Altavila ; orador,Manoel Onofre; vice-orador,Mendonça Braga; bibliotecário,Armando Wucherer; tesourei-ro, Carlos Garrido; adjunto detesoureiro, Aristêu de Bulhões.

A Associação, ao lado doInstituto Arpueológico e daAcademia de Letras, organiza-rá todo um extenso programade solenidades para o dia 17,centenário da imprensa ala-goana.

Solenizando a passag<

«Dia do Estudante»

A Academia de Direito deAlagoas vem publicando

um edital chamando estudantespara os seus cursos.

PublicaçõesA' LUCTA—Recebemos o primei-

ro numero, saido domingo passado,deste jornal dos estudantes do Li-ceu Alagoano. Lança-se ele a umvasto programa. Temos a observarapenas o fato dos jovens estudantesaparecerem todos de máscara, sob

pseudônimos sem expressão, nummomento justamente em que 9e pre-cisa da mocidade para trabalhos deenergia em campo livre, sem ano-nimatos nem covardias.

CAPITÓLIO—Recebemos o pri-meiro numero do cine-jornal que aempresa César, Paiva & Cia. editoudomingo passado. Capitólio é diri-

gido pelo sr. França Júnior.

A classe dos barbeirosvem protestando contra a

abertura de seus estabeleci-mentos até as 12 horas dos diasde domingo.

Q Tribunal Superior,toman-do conhecimento de uma

carta testemunhavel interpostapelo sr. Antônio F. Antunes,credor da massa falida do Ci-nema Floriano, anulou a ven-da feita pelo liquidatário

Foi advogado do sr. Antu-nes o dr. Mario Mendonça.

A dra. Lili Lages inaugurouterça-feira o seu consulto

rio de Oftalmo-Otorinolarin-jologia, por sobre a Loja Ame-rica, á rua do Comercio.

É um consultório bem insta-lado, de feição moderna e mui-to confortável.

FORMULÁRIO DA NOVA ORTO-GRAFTA, de J. Gueiros O dr. Es-dras Gueiros, nosso colaborador,ofereceu-nos um exemplar do fo-lheto que o seu pai, o sr. J. Gueiros,acaba de publicar em Recife sobrea reforma ortográfica. O sr. J. Guei-ros faz um formulário simplificadodessa reforma, precedido de um es-tudo seu sobre o assunto.

PERTRAPOCO—Recebemos o ul-timo numero do interessante men-sário editado pelas companhias Per-nambuco Tramways and Power Co.Ltd. e Telephone Company of Per-nambuco Ltd., de Recife.

CORREIO LITERÁRIO - O sr.Joaquim Ramalho,da Casa Ramalho,ofereceu-nos o segundo número des-te interessante quinzenário que seedita no Rio, sob a direção do sr.Renato Travassos. Este num_.ro écheio de colaboração dos literatosda Academia Brasileira.

_emdoos es-

tudaníeJ de Maceió vão fazeras suas festas, no próximo sa-bado. , .

Consta do programa um bai-le no salão nobre do TeatroDeodoro.

Os Aliados homenagearãoa imprensa alagoana, no

dia 16, com uma de suas bri-lhantes festas.

O sr. Carlos de Lima Ca-canti. falando ao «Correio

da Manhã», desmentiu o boatode que ia pedir demissão dainterventoria de Pernambuco.

Deverá amarar na bacia

da Levada, segunda-feirapróxima, o «Do-X», a grandeaeronavel alemã. t

O «Do-X» recebera passa-eeiros e correspondência, le-vantando vôo em seguidacomdestino a Natal, fazendo eyo-luções em Recife e João Pes-S°De

Natal seguirá para New-York, escalando em váriospontos.

Na praça Santo Antônio, deBebedouro, realizar:se-a

hoje mais uma de suas anima-das feiras-livres.

O «Jornal de Alagoas» vemrealizando uma interes-

sante *enquête> sobre o preçodo xarqne.

E9 'e nao e.^

O governo federal acaba deinstituir novamente o regimeda censura prévia d impren-sa brasileira.

Na comunicação feita aosjornais cariocas, o governofez vêr que não se trata decensura. Trata-se deumho-mem que d hora do jornalsaitaparece para atrapalhar, detesoura em punho e lápis ver-melho E o jornal ainda lemhoje a obr gação de encher osclaws ds matetia de ultimahora.

Antigamente peto menostinha-se a liberdade depor alegenda : * Cortado pela cen-sura...*

______rá_^i_iJ»W-_i wvwèimíXSrMMià .1111 r^__^-_______a_rtj_______. '

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RENUNCIA— o —

Conto de Álvaro Lyns(Especial para NOVIDADE)

»

A noite de S. João naquelabonita e quasi civilizada cidadesertaneja não foi festejadacomo antigamente, com a fo-gueira simbólica e todas as ou-trás coisas ingênuas que seperderam não sei onde com ainfância da gente.

0 set a comemorou, com ele-gancia, no Casina, ao som dosúltimos/oxs. Pois foi no bar,entre cocktails e cigarros, queeu fui encontrar o meu amigopoeta Alberto Lindolfo.

—Você nào dansa, Alberto ?—Não.—E também não sabe da no-

vidade? Não sabe quem estáali no salão ? A miss lindíssimadaquele bairro feio; aquelaque você elogiou tanto emuma das suas crônicas. Nãosabe?

—Não me interessa. Eu pre-firo ficar com as minhas lem-brancas.

Eu sabia perfeitamente quaiseram as lembranças do meuamigo Alberto Lindolfo. Eramas lembranças de Lisete. A fi-gurinha inquieta de mulhercontinuava no seu pensamento,todinha. Com os seus gestos,as suas atitudes, o seu sorrisodiferente. Ela era ainda a mes-ma para as emoções mistério-sas de Alberto Lindolfo. Ha-via nos seus olhos a volúpiadolorosa de todas as distancias.

Ele continuava a querê-ladesesperadamente, através detodas as lembranças, num poe-ma feito de todas as saudades.

Eu já havia compreendidoha muito, que essa mania deAlberto, çscrevendo contra oromantismo, dando á sua artemotivos novos, era uma Ua-güe. Que todas as suas atitu-

des contra o coração eram prcítapear. No fundo, êle conti-nuava uma criança cheia deingeruidade e sentimentalismo.E^a o mesmo romântico desempre.

Álvaro Moreira escreveu que«o primeiro romântico nasceucom e primeiro homem queolhou a lua e pensou noutracoisa.»

Alberto Lindolfo olha paraos arranha-céus, ouve o jazzbarulhento e pensa noutra coi-sa. E' um romântico peloavesso...

Aventurei, então, uma per-gunta indiscreta.

-Então, Alberto, será pos-sivel que você não a possa es-quecer ?

Dos seus lábios, ligeiramen-te irônicos, vieram estas pala-vras finas, cortantes:

-E' isso mesmo, meu caro.Todo mundo vê nos meusolhos, doentes de lirismo, asombra de todas as tristezas.Todo mundo vê. E os amigosdão-me sempre este conselhoabsurdo : esquece-a E o mar-tirio interior, a tortura que andanos meus gestos, nas minhas

palavras... Só eu sei!—Mas ha tantas mulheres...,

insinuei.—Ha e dema;s, foi < ontinu-

ando Alberto. Mas no meio dasoutras ela foi a única. Foiaquela que a gente ama paranão esquecer. Olharei as ou-trás mulheres, vendo-a no meu

pensamento. Acariciarei asoutras, com a deliciosissima im-

pressão de que as minhas mãoscheias de ternura, estão aca-

riciando os cabelos de Lisete.Todos os beijos que eu tiver

em minha sensibilidade serãopara ela. Quando eu beijar ou-tra mulher sentirei os seus la-bios se abrirem para a cariciado meu beijo. Quando eu ti-ver outro amor sentir-me-eivasio porque os meus braçoscontinuam abertos para Lisete.E ela também não me esque-ceu. O amor que ela me deuinão dará a outro. As palavrasescritas naquelas cartas queeu guardo, religiosamente, nãoas repetirá mais para outroapaixonado.Pouco importa queeu não me aproxime dela.

Depois sorriu, e pediu umparentesis para o logar comumdesta frase: —O meu amorserá maior através dessa se-paração que as minhas lem-brancas tornam muito pequena-

—Mas, Alberto, você deveser forte; Lembre-se da suacarreira, da sua vida.

Em resposta Alberto poz nes-ta frase pequenas o grande ro-mance de dôr e de renunciaque havia dentro dele :

- Não tenha cuidado. Liseteestá fora da minha vida. Aminha carreira... Ah, a minhaorreira! Você verá : vivo en-tre os meus livros sérios egraves. Já não sei mais nemfazer versos... No entanto alembrança e a suavidade daminha renuncia não podempassar. Eu não tenho culpa.Tudo isso é um deslise da mi-nha sensibilidade. Essa sensi-bilidade malcreada que se metesempre onde não é chamadae me estraga tudo.

Alberto Lindolfo não dissemais nada. Ficou com a sualembrança. A sua grande, a suadesesperada lembrança de Li-sete...

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SOBRE O GESTOPAURILIO (Especial para NOVIDADE)

«Não se pode prever a época longínqua em que toda a hu-manidade se compreenderá silenciosamente e em que avoz não será absolutamente o veículo da linguagem doshomens entre si mas do homem com a divindade.»

0 gesto,como linguagem, é omodo mais convincente e maissincero do homem expressarsuas idéas e sentimentos. Con-vincente—porque pôde ser en-tendido por qualquer habitantedo globo; sincero—porque nãotem a vesti-lo o artificio ver-bal.

0 gesto não é uma manifes-tação querida, mas uma ma-nifestação traída. E essa trai-ção do que temos de mais re-condito e profundo torna a lin-guagem mimica a de maiorsinceridade.

A palavra resulta de apren-disagem demorada embora in-sensível, feita desde a infan-cia. Mas muito antes da criançachamar as cousas pelo seuverdadeiro nome, já se faz en-tender por meio de gestos quevêem diretameate do instinto

Além disso, há no gestomuita síntese. A atitude depender a cabeça sobre o peitovale, como força de expressão,por todo um poema do lacri-moso Leopardi. E' o abandono,o desalento, a dôr, reveladosde chôfre e sem nenhuma ex-plieação. Ao brasileiro como domongol, ao esquimau cnmo aopatagonio, é sempre traduzivelo adeus por um simples acenode mão.

E si ás vezes um mesmogesto exprime um duplo sen-tido ou dois sentidos opostos,também uma frase oral, quan-do distanciada ou por qualquervicio de sintaxe, se tiunca e seturva. Em ambos cs casos, ointerlocutor supre com a ima-ginação a imagem obscura,arrastando a ambigüidade.

Em alguns animais o gestoé duma preponderância indis-eu ti vel sobre os sons inarti-cuhdos (o pio, o rincho, o la-tido, o uivo, etc) de que es

servem quase sempre em mo-mentos de fúria ou ao seremcastigado:;.

A voz, portanto, não é umveiculo imprescindível para oentendimento entre os animaise mesmo entre os homens. Acerta distancia, a que não che-gasse a voz humana ou fosseimperceptível a palavra, aindaassim dois homens poderiamse comunicar e se compreen-der perfeitamente com a únicaajuda dos braços, da cabeça ouquaesquer partes de seu cor-po. Há em nossa anatomiavários recursos e toda umavontade tendendo para a apro-ximação aos seus semelhantese integralizaçào completa den-tro da natureza.

0 cinema mudo afirmou cia-ramente a superioridade do

gesto sobre a palavra. Impres-sionando exclusivamente pelosentido da visão, o cinema ai-cançou tal perfectibiüdade deexpressão, que até se pensouno gesto, por seu intermédio,como base da linguagem uni-versai, muito mais realizávelque o sonhado esperanto. Umalinguagem capaz de irmanartoda uma geografia, de estrei-tar longitudes e latitudes. Etalvez que tudo se realizasseem breve, si não viessem ostalkies.

Depois disso, não se podeprever a época longínqua emque toda a humanidade secompreenderá silenciosamentee em que a voz não será abso-lu tamente o veículo de lingua-gem dos homens entre si, masdo homem com a divindade.

H O M O ADELMAR CASTRO(Especial paralNOVIDADE)!

Eu não sei donde vim, nem pia onde irei;O presente me passa desconhecido ;Entretanto, alimento, de atrevido,—O perpetuo desejo de set rei!. ..

Na intercadencia rude desta vida,Sou joguete excelente da naturaPor mais que o mundo a chame de homicida,—A sede de vence-la em mim perdura !

Dos átomos errantes do universo,Faço parte da incrédula coorte •Mercê de Deus, exprimo pelo verso,

Os tiranos vai vens da humana sorte;ludo consigo, embora em tom adverso,—bxcepto a fuga d reclusão da morte.

Viçosa, julho de 1931

..- ?_^S '.. . .'

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-7

exame e doença

/. t.

R palavra economia, embora não tenha soíridonenhuma comoção ortográfica com a reforma ofi-ciai, tomou nesses ultimos tempos um caráter bas-tante nervoso.

Nenhum «bureau» administrativo faltou ao sagra*do dever de irradiar a senha infalível: economia,economia, ECONOMIA... E, para tudo quanto era en-xaquêca financeira a economia virava pronto-alivio.

Ou porque o pais esteja caminhando para umasituação normal ou porque não esteja, o fato é queo assanhanhamento está passando.

Já não se vê tanta pressa de salvação.Dantes, quando por qualquer motivo aparecia

o clichê--«por medida econômica», logo se previamcortes de despesa, supressões de empregos, genteno meio da rua, atrapalhada, com fome.

Felizmente não é mais assim. Fazer economiahoje é outra cousa: é gastar pouco.

Levado por este principio é que o governo deAlagoas, aproveitando as rendas do Estado queanteriormente não tinham utilidade nenhuma, trata deaplicá-las.

Para isso reorganizou a guarda civil e aumen-tou novamente grande numero de praças na policia.Nessas mesmas corporações onde, em dezembrodo ano passado, havia suprimido gastos na impor-tancia de 300:000$000.

Também pelo novo sistema econômico vae pa-gar dois engenheiros para uma nova comissão desindicâncias que subst;tuirá com vantagem de pre-ços a outra gratuita. E já se fala na criação dedelegados regionais anteriormente extintos por oster julgado inúteis o próprio governo.

E' verdade que ainda é muito cedo para po-dermos julgar desses atos, porem ha de chagar tem-

po em que concluiremos com quem está a razão :se com o governo ou com o governo.

¦.-.,. ,.-V.v-.,r-\;,'•

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8

IM U I 'AorT";._:3S_irí____l_____________l

DE HOLLYWOODA queda dos filmes falados em espanhol—Astros em de^bandada—A volía dos velhos artistas que os «talkies»lançaram ao exílio—Pola Negri em cena =— - -

(De urn observador cinematográfico) (Especial para NOVIDADE)

Segundo as ultimas noticiasda grande metrópole do cine-ma, que é Hollywood, vae di-minuir consideravelmente, nu-ma proporção de 70 %, a pro-dução de filmes falados emespanhol.

As maiores empresas cine-matográficas verificaram re-centemente que esta produção(por que não dizemos mesmosuper-produção ?) vinha cau-sando enormes insucessos fi-nanceiros.

Passada a fase de fervorpelo «filme hablado ciento porciento en espanhol», para o quemuito contribuiu a harmonio-sidade, a doçura sinfônica docastelhano, começa o mundode «fans» a entediar-se da mes-mice paulificante dessa pro-dução.

Os enredos são quasi sem-pre idênticos, os processos osmesmos, as figuras semelhan-tes: só as canções, as inevita-veis canções ensanduichadasentre diálogos cacetissimos, éque variam o seu tanto»

Cançaram o publico que setinha apaixonado repentina-mente pelas mexic^nices espa-lhafatosas e pelas espanhola-das idiotas.

E o mundo de astros cujoúnico valor artístico estavaapenas no falar castelhano,o mundo cíe astros que ulti-mnmentc Hollywood sustenta-va, começa a esíacelar-se porcompleto com essa derrota do?hábíado en espanhol».

A Paramount, p^r exemplo,que muito contribuiu para essasuper-produção,acaba de.can-cclar os seus contratos comRosita Moreno, Ramon Pereda

Roberto Rey, etc. Uma turmaenorme.

A Metro fez o mesmo comErnesto Vilches, José Crespo,Gilbert Roland, Maria Tuban,Maria Fernanda, Ladron deGuevara, etc.

Somente a Fox é que ten-riona continuar a explorar osfilmes falados em castelhano.E tanto assim que continuamem sua constelação os nomesde José Mojica, Mona Maris,Carmen Larrabeiti, GeorgeLewis, Carmen Guerrero, Mi-guel Ligero e outros.

Isso tudo nos leva a umaúnica convicção: a do despres-tigio do cinema sonoro (]á nãosó do cinema falado, comoconsta das ultimas observaçõesfeitas nos Estados Unidos)perante o grande público.

Afinal, quem sempre teverazão foi Charles Chaplin, ogênio da nova arte, que muitocedo se afastou e não foi noembrulho...

Pelo Brasil!Dar preferencia aos pro-

dutos nacionaes étrabalhar pela indepen-

dencia econômicado p?ís.

E assim — hoje, mais d<>que nunca, - que «o Brasil

espera que cada umcumpra com o seu

devei h

O cinema sonoro afastou doconvívio do mundo dos «fans»um numero formidável de es-trelas norte-americanas.

Uma parte era dos astrosque não tinham voz, a maiorparte portanto; a outra, ami-noria, era dos que não quise-ram rebaixar o cinema á qua-lidade de teatro. E,o que è pior,de teatro ruim, de operêta.

Dessa minoria o cabeça foio genial Charlie Chaplin, cujovaticinio da morte dos «talkies»foi uma coisa dita e certa : aqueda nós já estamos vendo esentindo dia a dia, sem preci-sar para isso grandes esforçosde visão critica.

A outra parte foi a dos queo microfone, com os seus capri-chos, renegou, sob o protextode voz desagradável, lançandoassim ao exilio muitos e muitosartistas de real valor.

Penso que não é preciso citarnesse meio um John Gilbert,um John Barrymore, uma Do-lores dei Rio, etc.

Depois o que se viu, e aindaestá se vendo foi a invasão dosvelhos astr «s, saudosos da vidacinematográfica em Hollywood.

Deu-se uma enchente danadados nróceres decaídos : GloriaSwanson, Estelle Taylor, LilaLee, Norma Talmadge, RuthRoland, Elsie Ferguson e atéWilliam Farnum.

A ultima noticia de Holly-wood é o que se pode chamarum escândalo : volta a fnncio-nar nocelu1oide«made in USA»te-do adquirido um contrato daRadio, a lamentável Pola Ne-gri.

Propriamente não é urn es-cândaío : é uma catástrofe...

..-...„ V.. .,__>.'. '

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c I N E M9

M m

MCHARD BARTHELMESS-o romântico de Hollywood

: ^«________._____..«''^_¥*,*_.'"

[Xilogravura de Joiè Cavalcanti,especial para NO YI DADE)

Os homens graves que atéhoje teem estudado a vidae o caráter do povo norte-americano,dizem,quase una-nimemente, que o ianque éante-sentimental, é o homemprático, olha a vida como elaé de verdade e não comoela devia ser.

A levar a sério o que essagente dizttemos que acreditarque Richard Barthelmess éa qrande excepção.

Basta dizer que Barthel*mess, o encantador galã docelulóide *made in USA», jáfoi cognominado Senhor daPiedade.

Na cidade do cinema jádescobrirem ser ele o donodos olhos mais românticosde Hollywood.

O contraste, justamente,dos de John Gilbert—diaboli-cos, gritando volupias, anuwciando emoções inéditas emamor.

Barthelmess usa uns olhos

sonhadores, cheios de senti-mentalismos ancestraliza-dos.

Ele devia amar LilianGÍS/2...-B.

Está sendo filmada uma no-va cinta brasileira Iracema,calcada sobre o romance deJosé de Alencar.

O grupo de artistas e cine-meiros que se propõe á filma-gem do grande romance bra-sileiro pretende terminado den-tro de pouco tempo,

Esperam que seja este umdos bons filmes produzidos noBrasil.

O grande filme destes ulti-mos tempos no Rio tem sidoMarrocos, da Paramount.

Também Marrocos é feitopor um casal delicioso—Mar-Iene Dietrich e Gary Cooper. p

r_j

Os jornaes da Rio dizem !ume coisa verdadeiramente in-verosimll : Greta Garbo apài-xonada e apaixonante.

. Apaixonante, não é novi-dade.

. O mundo inteiro tem sidopreso á alma sinuosa da se-reia sueca.

Mas apaixonada, é que éuma coisa anormal. ,.

Porém os críticos cinemato:gráficos de lá dizem que issoé verdade.

Pode-se assistir isso em Ins-ptração, o mais novo filme deGreta Garbo.

Mario Peixoto, o joven e in-telligente diretor de cinema doRio está concluindo o seu ul-timo filme Onde a terra acaba.Mario Peixoto foi quem produ-ziu Limite, não precisa diz?rmais.

As figuras mais queridas docinema alemão anualmente sãoBrigitte Helm, Dita Garbo, LílDagover e Xenia Desnia.

Brigitte Helm é a primeira,não haja duvida!

A melhor gargalhada que oRio já deu este ano foi produ-zida pelo impagável casal deHollywood Oliver Hardye StanLaurel, com o filme Xaàrèspra dois.

A Patrulha da Madrugadafoi considerado uma das me-lhores produções de 1930.

Com este filme da First deu-sa o seguinte : foi consideradoum dos filmes mais originais,porque é uma historia em quenão entra uma só mulher.

¦No, Rio estão passando atu-almente a cópia sonora de umdos maiores filmes de guerra:Beau Geste, da Paramount.

Trabalha nesta cinta oconjunto — William Powell,Ralph Forbes, Ronald Colman,Neil Hamilton »e Noah Beery.

Douglas Fairbanks apaixo-nou-se de novo pelo cinema.

Ele trabalhou agora para aUnited, ao lado de Bene Da-niels, no filme O Principe dosDólares.

Dizem que é uma alta come-dia deliciosa.

Ramon Novarro vae deixardefinitivamente o cinema.

Diz o «menino de ouro» docinema norte-americano queestá cançado de amar de men-tira para fabricar emoções parao grande público.

E acrescenta que já chegouo tempo de procurar amar deverdade. E sendo assim vaearranjar a pequena qne maiso agrade para dar o nó...

Luzes da Cidade, o genialfilme deCarlito, não virá defi-nitivamente a Maceió.

Isto è tanto mais desoladorquanto temos de suportar tudoquanto é Rei Vagabundo quenos apáífce...

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—10-

CRÔNICA DE OESElEGfltiCIflS(EsPecial para NOvlDADE)

Jurandir Gomes

RELÓGIO OFICIAL Notas sobre o espi-

II

Ouvi hontem um trecho demusica que ter-me-ia levado aosétimo céu, se eu acreditassenisso. Mas fiquei, sinceramente,enlevado. E crente, mesmo, de-qüe a musica foi inventadapara que esquecêssemos a ma-terialidade ambiente.

Mas nâo a musica de jazz...?Tal opinião ficará comigo,

até que o Eça que estourelen-do, nào me surja com outra ex-plicaçáo melhor sobre a gêneseea utilidade da musica — omais suportável dos barulhos.

?Creio oue o meu encanto de

hontem Jproveio mais da dis-tancia, da meia-luz e de umpouco de chuva. Musica aolonge, cortada p^lo som dachuvinha e da ventania, numanoite em que as lâmpadas darua balançam como vagalumes,tem um valor estranho. Parecevir do Sonho ...

Gosto de vêr (vêr, isso é,apreciar) a paixão de certoamigo nosso, pelas ... vitrolas.

Não deixa, isso, de ser per-versão estética, ou, o que émaisprovável, ausência de educaçãoartística.

as vitrolas são boas comoos bocejos... Mas ninguémanda a elogiar os bocejos !

Ha quem se queixe de Edison,pe'a talking. Porém a maquinafalante era uma fatalidade,dessas que sobem do Inferno.Já Alberto o Grande andavaás voltas com a androide, se-gundo o nosso Cantu. Seuscontemporâneos diziam queAlberto «a força de observaçõescelestes e sobrenaturaes haviafabricado um homem de carnee os«o (?), que proferia oracu-los e falava tanto que S. Tomazo quebrou para livrar-se desteenfado*. E S. Tomaz nãoaca-bou nem com a raça das ma-quinas falantes, nem dos ora-

Rubens Cardoso(Especial para NOViDADE)

Impassível e sereno comotodos os relógios, o nosso re-logio oficial é uma figura sim-bolica.

Tipo de burocrata esforçado,gasta as 24 horas do dia noseu manso trabalho de mar-car tempo. Assiste as palestrasde quasi todo mundo, ouvequeixas, lamúrias e intrigas e,indiferente, continua a marcaro tempo.

Seu principal mister é fazer-se obedecer. Toda Maceió édirigida por êle quer queiraquer não. Quer êle seja fiel aoseu programa quer fuja das li-nhas normaes.

. O relógio oficial assume as-sim o papel de uma espéciede dirigente. E de fato êle di-rige até o Estado porque, afi-nal, não existe outro.

Lamenta-se que êle regulamal, que se atraza, que ficaalgumas vezes indeciso e quesempre pára. Nem por isso aci-dade desespera. Paz de contaque podia ser pior.Depo s, com todos os seusdefeitos, esse tem uma grandequalidade: não adianta quasinada.

Ha dias, por pilhéria talvez,falaram em tirado do lugar.

Parece incrível. Ou melhor :parece politica...

rito de Dostoiewski

dores prolixos, nrm das mu-lheres, nem dos amigos cacetes.

A maquina do meu vizinhotoca discos nacionaes. Temmodinhas suportáveis — essasobras-primas do mulato, segun-do o autor de «Urupês». Porémo mais nacional dos seus dis-cos perde a majestade na estrei-teza da caixa: o Hino de Fran-cisco Manuel...

Eu gostaria de saber comoo Ega, que definiu a Marse-lheza, o God save e a CartaConstitucional, — como esseEga impagável definiria o Ou-viram do Ipiranga as mar-gens plácidas!

conclusão

Esta alma complexa ê feita de bai-xezas e de grandezas. Em seu abys-mo lutam os poderes do bem e elomal. André Gide, e outros antesdè\le, suspeitavam que em Dostoie-wski houvesse algo de «manichéis-me». Mas este seria um «manichéis-me» todo interior. Deus e o Céo,' oDiabo e o Inferno se empenham embatalha na profundeza das almas.DM as contradições, o enigma.Este enigma Pascal o resolvia peloseu íboiçadol original. Dostoiewski,menos ortodoxo, não crê que o ho-mem tosse criado bom e a sua mal-dade venha da falta cofonelfida.SI eu entendo bem Berdiaeff, o Ao-mem, desde a sua origem, foi amas.sado com o Bem e o Mal, porqueera preciso quetyle tivesse a ocÇa-sião de escolher; porque era precisoque e\le fosse livre.

A solução dostoiewskiana é Liberdade. Para este formidável russo averdadeira liberdade é o caprichosem freios. Este capricho salvaguar-da a personalidade humana. S&ohomem não fosse livre,não teria ne-nhum valor: seria nm ateessorio defnaáiina, uma tecla, e não haveriarazão para que uma criatura tão viltivesse i)\imortalidade. â, ao con-trario, o homem é livre éque Me éuma pessoa ; si elle è uma pessoadeve então ser iifimortal.

Tenho medo que a doutrina dos-toiewskiana da liberdade, após terparecido tão exaltanU, terminemuito deprimente. Dostoiewski êanti-nietzscheano. O Super-Homemse co\loca acima do bem e do mal.Dostoiewski acredita que «aucuneidée, aucunbien superier nepeuvent*ustificr le traitement criminei, parl'homme,du dernier de ses sembla-bles», e'e\lc não compraria a ven-tura de toda a humanidade eomuma lagrima de menino. E que tílenão tem necessidade de ventura ter-restre. Eílle vê um outro fim : oCqristo. *

E' no Cfyristo^ além da vida, quese resolverão todas as antinomias,como o próprio Christo (á as tinharesolvido em sua dupla naturezahumana e divina,

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A C11

H ¦m A(Especial para NOVIDADE)

Eider Pestana, ou seja,pela velha ortografia, Ey-dher Pestana, é um poetamaranhense. Os desmante-los burocráticos lançaram-no em Alagoas, como Ins-petor Fiscal do Impostode Consumo. Este poemaé uma pagina do seu lioro"Alma Paga", inédito.

Ardem fagulhações de lascas de cristalPela epiderme crespa, engilhada, do rio;Flacido, ebrio de luz, sc encurva, do arrosaiApendoado, o folhaço, a mais e mais esguio,

Nas barras do nascente, infladas e lesmosas,Contorsem-se, avultando, ondas de nuvens baças,E as velhas cameleiras n&edorram, flexuosas,Ensombrando o refugio escasso das barcaças.

Em curiosos torreões, tumidas nuvens pretasSe encastelam no céu. Aves, em rodopio,Pressentindo a borrasca entrecrusam silhuetasNa ardósáa movediça e cinzenta do rio-

II

Da chuva, a talagarça ora sobe, ora desce,A escrever, nos falhais, promessas de fartura»E a terra, a bendizendo, histérica, estremece,Ficando de contente, una pouco finais eseura.

Um córrego, refeito, estorce-se na areia,E, saltando o pedroco, a colear, na brumaAlicia outros mais, para a gloria da cheia,Deixando, pelo chão, dupla esleira de espuma,

Para que se humedeça o ventre das montanhas,Abre a boca o grotâo, sufocado de versas,Deixa que se sacie a sede das entranhas rDos vermes, das raises, das fontes submersas.

mE três dias depois, quan Io o sol aparece,Paira sobre o estendal interaaino do rio,Que tudo absorveu, e ainda avança, e alada cresce,A alma verde da serra, esn mudo desafio.

Asas loucas, sem ninho e repletas de naaguas.Inploram, pela bo^a exul das cousa9 brutas,«Que a gula das marés sorva, dum gole, as aguaa,Haja a ressuireição das baixadas enxutas,

IV

Retorna a soalheira. Andam brumas jjelo ar.Cumpre o rio descendo, o eterno fatalismo:—Para a finalidade estúpida do Mar 1E* o precito da lenda, a procura do abismo-..

O palmei ral reponta. Arvores, emergindo,Bebem, de clorcfila, haustos longos na luz-,E ávida vegetal ressurge, ampla,sorrindo.,Pela boca lilaz dos flóreos mururús.

V

Bendita sejas ui, Água da Chuva, amiga iSendo Dor, porque és Crime, assim mesmo és PerdãoÈ's a mão .que maltrata, és a mão <que mitiga, 'Dás í; boca faminta e a fartura de pão.

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E I D E R PESTANA

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-12-

D E •) R E.C I F E^^^^^^^——^^j^^^^^—^nimt-^^^^^^^^^^^^^^Bm^m^m^mm^mm BBBBBBBBBBBBbIÍbBBBBBBBBb!

D I S C OS

(Correspondência de Raul Lima,especial para NOVIDADE)

A propósito desta correspondência —Um incidente — Mario Meloe MarioSete — Crônicas na A NOTICIA

Meu colega Álvaro Lins pe-gou naquele numero de NO-VIDADEem que saiu um arti-go seu e encontrou nesta pagi-na minhas notas sobre o S.João aqui do Recife.

0 interessante cronista per-nambucano faz uma vez poroutra a nota social da A NO-TICIA. E pegou um ponto emque eu colocava juntos o sr.Mario Sette e o sr. Mario Melopelo saudosismo com que falamdas coisas do Recife de outrostempos. E resolveu desagravaro autor do Senhora de Enge-nho.

AlvaroLins,numa crônica quesaiu sem assinatura, lamentouaquilo que eu, aliás, não iizéra:confundir osdoisMarios.

Imediatamente escrevi-lheuma carta em que, emboracom o sacrifício com que que-brava minha permanente boa-fè, eu lhe dizia ter me pareci-d<» uma perfídia a possivel in-triga que resultaria daquilotudo.

O caso literário ficou encer-rado com a publicação destacrônica de Mauro Mot , meuinteressantíssimo confrade :

«A PROPÓSITO DUMACRÔNICA

Ante-ontem, o meuamigo Álvaro Lins escre-veu, nesta coluna, umalinda crônica medindo adistancia que separa doisMarios: Mario Sette e Ma-lio Melo.

Uma crônica linda. Oseu estilo original'niar-cava os traços duma jo-vem pe rs o na Md ade bri-lhante. entretanto, eu nãosei si Al vero se esqueceude assina!ar< u si a revi-são engoliu o nome deÁlvaro. (Não me constaque o tenebroso sr. Jaime

de Santiago ocupe n' ANOTICIA, as funções derevisor)...

A crônica viera a pro-posito duma reportagemque Raul Lima . enviara«De Recife» para NOV1-DADE de Maceió, comen-tando entre outras coisasbonitas, a noite de S. João,o autor de «Vigia da CasaGrande» e o secretarioperpetuo do Instituto Ar-queologico.

Raul não gostou. An-dou pensando num obje-tivo de. perfídia que nãoexistiu. E disse: «O sr.Mario Melo eu respeito:o sr. Mario Sette, que te-nho a ai- gria de conhecerpessoalmente por umaapresentação de Jayme deAltavilla, cu admiro pelaprosa clara, agradável quesabe fazer».

Vae, aqui, a retificaçãocom todo o protocolo epis-tolar :

Correspondência. (DeRaul Lima, o primeirocronista alagoano, querespeita o sr. Mario Meloe admira o sr. MarioSette).

«Meu caríssimo Mauro:Eu já tinha pedido ao

Nunes para avisar a vocêque ia mandar-lhe umacarta sobre a crônica so-ciai de ante-ontem na ANOTICIA quando verifi-quei que a perfídia tinhasido de Álvaro Lins.

A carta podaria sermesmo pra você, tão ca-marada, mas talvez per-desse o acento muito in-timo que eu quero dar áminha reparação.

Resolvi, por isso, mu-fiar o endereço. Coisa semimportância. Como entrenós tres não é possivel

* .'

¦

Numa de nossas visitas áCasa Americana fomos in-formados de que nesta ver-dadeira cidade dos discos edas vitrolas estão sendo ven-didos discos Vítor, Parlofon.Brunswick, Odeon e Colum-biacom 50 % de abatimentonos preços normais. Tantoos discos como as ótimasvitrolas Vitor,—L.

Vitor w -- .< I

816137 — Be'same obra vez — (Vic-tor iíebert) — Margarita Cueto comorquestra. ¦••¦.

46186 — Pepita Gr eus — PassoDoble - (P. Perez Chavi) - PelaBanda Del Regimiento Badajoz 73.

— Que Noche de Amores! —(Ballard Mac Donal-Dave Dreyer) -José Bohr com violino cometa epiano.

46060 — A De Diego - Canção(Torregrossa-Villa)— Pelo Trio

Boricua.

46785 - Izabel - Valsa - PeloGrupo Azteca com Guitarras.

80939 - Acordate, Gil - Tango(A. Bracciale) •— Júlio de Caro

e sua orquestra típica.

78807 - Estrellita- (M. M. Pon-ce) — Solo por Margarita Cueto.

46655 — El Jaibero —• DanzonDanzonera Verocruzana.

46101 - Fox Violeta — Fox Blues—(Emilio D. Uranga) — OrquestraInternacional.

que haja alguma duvida,acredito que serei «de-sagravado» amanhã na ANOTICIA.

Desde, já agradece-lheo seu Raul».

- MAURO»

Está ahi como esta seção deNOVIDADE, que serve apenaspara dizer onde ando eu, teveuma divulgação complicada aquino Recife.

Julho, 26

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13-

Téo_Füho

Um dia, Paris, cheia de luz e de

alma cosmopolita, viu aparecer en-

tre as figuras agitadas do seu tu-

multo, a de um joven sul-americano~~Téo Filho.

E lá, entre a beleza e a vida,

Téo escreveu os seus primeiros li-

vros Burilou o seu espirito na mes-

ma tenda onde Patrocinio Filho bu-

rilou aquela inquieta alma de «o-

made... _.Agora, o Rh lê rios placàrds lumi-

nosos dc suas avenidas, o nome de

um novo livro de Téo Filho:Viagens Transatlânticas.

Um desses dias, quando mais me

apertou a saudade da província,fui ao encontro do escritor do Per-

fume de Querubina Doria,E ele, com o seu indispensável

monóculo, sorrindo,disse-me:-Quando a gente sente saudade,

viaja...E deu-me um volume do seu ul-

timo livro.Rio -Julho -931.

Abelar

Sociedade Modas

A propósito da festa de sábadoultimo,na Fenix, um caso curiosodeu-me a medida exata das possibi*lidades do nosso meio em coisas deelegância, e isso, aliás, trouxe-meum enorme desencanto.

Foi o seguinte : um membro dacomissão da homenagem ao dt. Ahvaro Doria viu-se ás voltas comalgumas convidadas que o assedia-vam inconvenientemente com oingênuo problema: «Devemos ir semchapéu ou com chapéu ? *

Isso, em verdade, é lamentável noxm i m • t úi;., .Ia Mnríípq seio de nossa elite socialMelo, Mana Lídia de; Moraes.^ ^ da ^ ocm.ühvia Ramalho da Sustas ^ simplicidade naSolange Amazonas Eu alia de ^.^^ flLima Albuguer9«e. "»• *:

Ulndisèutivel do chapéu...Manoel Oitiaca, c1.Artur Sam ^ ^S* r ^StyK?ro CÍ Para Maceió o Vogue e o Vanitasda Costa, José Pedrc> Carneiro _ murado Modas eda Cunha, Nelson Jucá Janua-;. '

Jno Espinola. José Marques, ^Bordados

iRosalvo Tenóriode Albuquer-.Jque, Humberto Freire. ||

ir'

ria Nazaré Lucena ; sr. ArturNunes Vieira; o pequeno José,filho do sr. José Correia Lopes.

DIM:

dd. Raquel Guimarães Capa-rica, Maria de Lemos Lessa,Laura Diniz, Emilia do Espi-rito Santo, Izabel Marinho deMelo, Maria Lidia de Moraes,

Mary

Registo de Aniversários

HO J E:

dd. Zoraide Peixoto Antunes,Maria Carolina Moreira. JubaVieira de Lima, Maria Ferrei-ra de Parros, Julieta MalheirosMeira ; stas. Flora Ferraz. Ma-ria mmaricá de Sá Peixoto,Tercila Albuquerque de Aguiar;srs. Pedro Valeriano da Silva,Francisco Rodrigues Braga.

AMANHA:

Maria da Silva Pita, Ciciliada Rocha, Amélia de Andrade.Alice de Abreu, Noemia Gon-çalves Fortes, «Arcanja Lessa,Maria da Silva Oliveira, Bal-bina Lamenha, Romana de A.Uchôa e Cecília Campos ; stas.FloraG.de Souza,Lucila Calhei-ros Lima, Juraci Serva, LauraCotrim ; srs. drs. AlexandrePompilio Passes e RodrigoGeorge.

Dia 3:

d. Maria Anita da CostaRego ; stas. Lidia Martins, Ma-

DIA 5 :

<1<1. Maria da Lima Melo, Al-zira Melo, Edite de AlmeidaCrispim, Amália Costa, RosaGuedes dos Santos, Mana La-menha Lins, Maria Loureiro deAlbuquerque; stasHilda LopesMoreira, Odete Nunes Bom-fim, Dagmar Macedo, Alexan-drina Figueiredo ; srs. cel.

Bilhete

por mais que eu deseje não pos-so esquecer suavoz ambiciosa de mu-

lher, sua voz cantante de nortista.

Eu também me lembro muito dos

seus olhos doces de romântica en-

tusiasmada.Isso quer dizer que eu estou aman-

do você. E depois de você uma chi-

nêsa. .. - •Faz mal ? Amar uma chinesa,

gente ãe tão longe. E por uma fo-

toorafia...E a historia da fotografia que

eu quero contar. Um amador^ me

mostrou o retraio duma chmesa e

eu roubei.Qual é a penitencia ?Your, very sincerely,

Ramil

Olimpio Éter, conego Guima- irães Lobo, Antônio Ferrari,Pedro de Moura, João Cardo-so Rabelo, José Cantidio daSilva, Agamenon AzevedoCampos.

D2A 6 :

dd Cândida Leite, MariaBomfim ; stas. Laci de Figuei--redo. Maria de Aguiar Farias ;srs. des. Manoel Lopes Ferrei-ra Pinto, Júlio de Castro, JoséAlves de Albuquerque, Anto-nio do E. Santo, Augusto L.de Araújo ; o Jpequeno ErisonTompson, filho do sr. ManoSampaio de Lima.

DIA ?••

dd. Maria Augusta de SouzaAguiar, Tereza Guedes, ManaAugusta Leite, Débora Mon-teiro Leite, Orminda Gomes daSilva, Donatila Brasil da Silva,Maria do Carmo Mesquita; stas.Julia Lopes, Lili Braga, JuliaRamos Helcias, Zulmira Vieira,Zenaide Moreira ; srs. dr. Mi-guel Guedes Nogueira, Anto-nio A. de Amorim, Padre JoséBelarmino Barbosa, I FranciscoSilva, Manoel Antônio dosSantos, jasmelino Jardim Bra-•sa "Obvio Lordsleen.

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Page 14: como progridem nos negóciosmemoria.bn.br/pdf/721158/per721158_1931_00017.pdfrecusou-se republicanamente a beijar a mão da princesa, como faziam os colegas ao receberem a medalha.

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Políticos versuspolíticos

A Revolução vitoriosa deoutubro tinha uma aspiraçãoidealista, já delineada pelos re-volucionários de São Paulo, po-sitivada mais tarde na campa-nha liberal-a regeneração doscostumes políticos do Brasil.

Foi a bandeira que conse-guiu o triunfo, engrossando ashostes aliancistas; conquistan-do as simpatias das lites, ven-cendo finalmente,num assomofie audácia, sobre um terrenominado, descrente, onde cam-peavam valores individuaisisolados, sem nenhuma arti-culaçao.

Agora que o cenário mudou,aquela fórmula feiticeira, únicasolucionadora do nosso pro-blema, acena nos com a espe-rança de melhores dias.E' sintomática a alegação

básica dos velhos políticoscontra a Republica n. 2: a Re-volução não conseguirá modi-ficar o nosso sistema rasteirode fazer politica.

E' a confissão tácita da in-capacidade deles.Regeneração dos costumes

políticos no Brasil, coisa difícil,ao que parece.Mas s^bre o mastro revo-lucionário, implantado nessasterras de Santa-Cruz a flámulaainda está alvo do olhar pes-simista do povo brasileiro.Será este poyo obrigado adescê-la, mesmo que seja atémeio-páu ?

?goglme de treva

Ao que parece a Força e LuzNordeste do Brasil conseguiuregularizar o seu serviço detrevas, que antigamente vinhasetazendo arbitrariamente.A companhia dos milagro-sos americanos resolveu opro-blema com facilidade : cada dia*-ca uma da* ruas da capitalem perfeita escuridão, desta-cando-seum dia da semana

Para que a escuridão abranja acidade inteira.Bem que se dizia : Com osamericanos isso vai ser outraeoLsa...Está se vendo...

15

Semanário ilustradoNumero 17 1«8«931

Direção deAlberto Passos Guimarães

eValdemar Cavalcanti

AssinaturasSemestre 10ÍOOO£no 18S0OONumero avulso.... $400

As colaborações devem sejabsolutamente inéditas.

Colaboração especial de Jorgede Lima Graciliano Ramos, Gue-des de Miranda, Orlando AraujoArtur Acioli, Carlos de Gus-mao, Lima Júnior, José Lins doRego, Sebastião P. Dias, De Ca-valcanti Freitas, Álvaro Doria]leo Brandão, Aurino Maeiel,r,UIZ í^venére, Jaime d'Altavilla,Moacir Pereira, Abelardo DuarteBarreto Falcão, Esdras Gueiros,José Auto, Willy Lewin, AloisioBranco, Mendonça Júnior, CarlosHaurilio, Mendonça Braga, RaulLima, Aurélio Buarque, JoséMorais Rocha, Paulino Jorge,Arnobio Graça, Abelar França,Rocha Filho, Diégues Júnior, Car-los J. Duarte, Álvaro Lins, Lauro

Jorge, ,/urandir Gomes e outros

Repórter - fotográfico - ACajueiro

Credito Muíuo Predial

Sociedade de

Sorleios que se impõe

Pelos seus

Processos

CHAVES & Cia.

Rua Dr. Rocha Cvíe, 550

Maceió-Alagôas

2®l2Íenário__dalm-

No dia 17 deste mês vai fa-zer cem anos que apareceu emMaceió o seu primeiro jornal,o Ins Alagoense.Data de grande significaçãohistórica para todos os que, emnossa terra, trabalham em jor-nal, o 17 de agosto será sole-nizadopela Associação delm-

prensa, em conjunto com o Ins-tituto Arqueológico e aAcade-mia de Letras.Podemos adiantar que opro-

grama constará uma missa pelaalma dos jornalistas alagoanosmortos, uma exposição de lo-dos os jornais que já se edita-ram em Alagoas e uma sessãosolene, na qual a historia dopenodismo e a ação social dosnossos antigos jornalistas serãotraçados por três dos nossosmais interessantes historiado-res.

NOVIDADE associar-se-á atodas as festividades em tornoda grande data.

Ladrões de crianças

O caso que está atualmentepreocupando a população ca-rioca é o de um grupo de indi-viduos estranhos que roubamcrianças.

Os jornaies registam diária*mente a aflição de novas mãesque perdem seus filhinhos — amaior desgraça que podeacon-tecer a um coração materno.

O sr. Chefe de Policia estátrabalhando, porém as criançascontinuam a desaparecer re-gu Ia rmen te.

Fs>a preocupação é justanum momento como esse emque também os homens dagrande politica estão bancandopapões : fazem desaparecer ra-pidamente homens feitos, fisi-camente grandes...

Cá pelo norte andam todosmuito [assustados.

Cresce dia a dia a lista des«menores* desaparecidos...

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¦J! o que derem a V. S. não fôr a legi-^ tima CAFIASPIRINA em seu envo-lucro original, não o acceite! Graças áfama universalmente conquistada poresse admirável analgésico, appareceramno mercado vários succedaneos e auda-ciosas falsificações.

Seria lamentável que, por umasimples Salta de precaução,fosse V. S. pôr fora o seu din-beiro, além de expor a suasaúde e de sua familia.

Assim, tenha como regra, verificar sempre seexiste no enveloppe ou no tubo de vimtecomprimidos a palavra CAFIASPIRINA e aCRUZ BAYER, garantia da authenticidadedo medicamento»

CM CAFIASPIRINA é o que de melhorexiste contra as dores de cabeça, de den"tes e ãe ouvido^ contra as nevralgias,enxaquecas, rheutnatismo, consequen*cias do abuso ãe eãcooí, etc»Aílivisi rapidamente, íevanmta as forças, concorrendopara o h&m iunc&ionamen*to. ã& coração e ã&s rins»

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