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Comunicação Empresarial
Programa de Extensão Comunicação Empresarial
GUILHERME ALVES DE LIMA NICÉSIO
Para citar este texto:
NICÉSIO, Guilherme Alves de Lima. Comunicação empresarial. Material do Curso de Extensão Comunicação Empresarial. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2010.
Anhanguera Educacional S.A. Diretoria de Pós-Graduação e Extensão Edgard Dias Falcão Filho Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP. 13.278-181 Tel.: 19 3512-1700 http://ww4.unianhanguera.edu.br/extensao/ [email protected]
Supervisão de EAD
Pedro Marques Ronaldo Barbosa
Supervisão Técnica
Alessandra Cristina Fahl Daniela Cartoni Jim Naturesa Luís Fernando Prado Telles Priscila Domingos Vanessa Pancioni
Supervisão Operacional
Ana Ligia Gardin
Revisão Ortográfica e Gramatical
Guilherme Alves de Lima Nicésio
Preparação Gráfica
Núcleo de Produção Multimídia (NPM)
© DIREITOS RESERVADOS
Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional. Publicação: 22 de fevereiro de 2010.
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Comunicação Empresarial
1. DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
Comumente conhecida por meio da sigla CEMP, a comunicação empresarial
(também conhecida como organizacional) é a reunião de todas as atividades de
comunicação de uma empresa, envolvendo procedimentos e técnicas de
assessoria de imprensa, marketing, relações públicas, pesquisas, propaganda,
entre outros. Nota-se evidentemente que profissionais das áreas de comunicação
em geral (como jornalistas, publicitários e profissionais de relações públicas)
sejam predominantes nesse vasto e recente campo de atuação das empresas
contemporâneas. Não há, porém, uma exclusividade: todos os componentes da
empresa (funcionários, gestores e, inclusive, clientes) também possuem um papel
importante no estabelecimento da imagem que a empresa divulga de si mesma.
O público-alvo a que se destinam os procedimentos de comunicação
empresarial pode ser dividido em:
a) Público externo: composto pela sociedade em geral (governos, classe política em
geral, consumidores e fomentadores de opinião, como especialistas, acadêmicos,
jornalistas etc.);
b) Público interno: composto pelos colaboradores da empresa (funcionários,
fornecedores, parceiros, gestores etc.).
É também evidente que, por envolver tantos componentes, a comunicação
empresarial tem um caráter multidisciplinar, já que as empresas atualmente não
se dedicam somente à mera produção de bens duráveis, mas também ampliaram
suas atividades para os mais variados tipos de atuações junto à sociedade, como
os setores político, cultural, social e ambiental (por exemplo: patrocínio de eventos
culturais, científicos, esportivos; parcerias com ONGs; desenvolvimento de planos
de responsabilidade social e ambiental etc.; segurança e bem-estar de seus
colaboradores etc.).
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Comunicação Empresarial
O que podemos depreender disso é: as atividades de CEMP estão
relacionadas praticamente a todos os outros setores das empresas
contemporâneas e deve ser articulado, quando houver, com o planejamento
estratégico das empresas, mas com um campo de atuação delimitado. Assim, os
objetivos de suas atividades devem ser os seguintes:
I. Criar e divulgar a imagem institucional da empresa: uma imagem institucional
bem estabelecida da empresa desenvolve a confiança de colaboradores, do
consumidor e da sociedade em seu produto, serviço e atendimento. Essa imagem
será bem divulgada se considerados o envolvimento e a participação dos
funcionários e a honestidade, seriedade e competência da empresa.
São dois os fatores que constituem essa imagem:
a) A imagem do produto (qualidade, preço, durabilidade, benefícios etc.);
b) O relacionamento com o consumidor (atendimento, assistência técnica,
promoção de eventos em geral, participação ou promoção de programas de
voluntariado etc.).
II. Adequar os trabalhadores a um mercado cada vez mais complexo e, por
isso, competitivo: para aprimorar a atuação dos funcionários, faz-se necessário o
desenvolvimento de princípios morais que incentivem o trabalho em equipe, como
a responsabilidade, o compromisso, a cooperação, a solidariedade e a dedicação.
Devem-se ainda utilizar técnicas (grupos de trabalho, reuniões, campanhas etc.)
que facilitem tanto a comunicação interna quanto a operacionalização dos
trabalhos em equipe.
Além disso, para se manter um espírito de inovação e de competitividade
em meio aos funcionários, um ambiente favorável à constante renovação é
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Comunicação Empresarial
necessário para que haja, sobretudo, tolerância às novas ideias - como também às
atitudes e aos possíveis equívocos, incentivo e preparação para trabalhos em
equipe, estímulo ao desenvolvimento intelectual e à liberdade de criação para a
busca de soluções e o estímulo à divulgação de novas ideias dentro da empresa.
III. Atender às exigências dos consumidores, hoje cada vez mais conscientes de
seus direitos: a abordagem das empresas quanto às suas relações com o
consumidor pode ser feita tanto no plano específico quanto no plano geral.
No caso do plano específico, cada consumidor, cliente da empresa em
potencial, é um cidadão com necessidade de ser ouvido e de ter seus direitos de
consumo respeitados. Dessa demanda, surgiram os serviços de atendimento ao
cliente, como os SACs (via presencial, telefone ou internet), as ouvidorias etc. Já
no plano geral, a abordagem ocorre por meio de pesquisas de marketing e de
novas demanda dos consumidores (como novos tipos de serviços ou de produtos);
dessa maneira, novos produtos são disponibilizados ao mercado e a necessidade
de inovação será sempre um aspecto fundamental a ser tratado pelas empresas.
IV. Defender os interesses da empresa junto aos governos (municipal, estadual
e federal) e seus representantes (atividade que é conhecida como lobby):
essa prática de se defender oficialmente interesses de empresas e de setores da
sociedade junto à classe política é uma atividade comumente associada à
corrupção no Brasil, já que não há legislação que regulamente a atuação do
lobista (que pode ser um indivíduo ou uma equipe que exerce pressão e influência
- por meio de acordos, argumentos, ofertas e, sobretudo, negociações - sobre os
representantes políticos). Em outros países, essa atividade possui outro status,
pois são nações em que a regulamentação para fiscalizar as possibilidades e os
limites de atuação dos lobistas já foi estabelecida, como ocorre nos EUA desde
1946.
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Comunicação Empresarial
V. Tratar adequadamente de temas relacionados aos sindicatos, aos órgãos de
classe, ao meio ambiente e à sustentabilidade: a atenção a temas de grande
interesse em nossa época também é necessária às empresas quando realizam
seus procedimentos de comunicação junto aos consumidores e colaboradores.
Desde o início do século XX, as causas trabalhistas foram foco de preocupação
para governos e a sociedade em geral, mas não perderam sua importância: devido
a inúmeras ocorrências recentes a respeito de relações entre setores patronais e
sindicatos, é perceptível que esse assunto não se esgota não facilmente e pode
moldar a imagem institucional da empresa tanto de maneira positiva, quando bem
gerenciado, quanto negativamente. Como várias empresas possuem filiais e
subsidiárias fora de seus países de origem, possíveis problemas de
relacionamento entre empresas e funcionários frequentemente tomam proporções
internacionais ou globais.
Além da relação entre empresas e sindicatos, o meio ambiente
também deve ser tratado devidamente, já que é o assunto em pauta na
atualidade. Os consumidores atentam-se cada vez mais quanto à natureza
e ao volume dos resíduos de produtos descartados. O setor de produção de
embalagens, por exemplo, tem sofrido forte pressão para oferecer novas
maneiras de acondicionar produtos com a redução ou a inexistência de
resíduos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Também é notável o
aumento no consumo de produtos livres de industrialização incisiva e de
manufatura sofisticada, o que privilegia a produção de artigos ditos
orgânicos ou fruto de reciclagem. As recentes tentativas de acordo entre os
países industrializados e em desenvolvimento logo afetarão profundamente
a maneira pela qual empresas e consumidores devem pautar seus hábitos
de consumo e o domínio de tecnologias.
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Comunicação Empresarial
2. COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL
A escrita exige, em várias ocasiões, maior formalidade que a língua oral. Na fala, é
comum repetirmos idéias, para dar ênfase ou para corrigir o raciocínio, que nem
sempre percorre o caminho mais lógico e econômico porque não temos condições
de planejá-lo antecipadamente. Além disso, empregamos freqüentemente
expressões populares, gírias e palavras dispensáveis ou imprecisas, e nossas
frases às vezes apresentam lacunas, porque quem nos ouve consegue entender o
que queremos dizer (caso contrário, pode nos interromper e lançar uma pergunta).
Por fim, não é raro desrespeitarmos na fala algumas regras gramaticais da norma
culta (quem já não ouviu um "para mim fazer"?).
Nas situações formais de escrita, as marcas de oralidade devem ser
suprimidas, para se compor um texto que baste por si, expressando idéias de
forma clara e empregando a língua de acordo com as regras da norma culta. A
seguir, há alguns exemplos de discursos em diferentes registros:
Formal - São exibidos aos senhores algumas aspectos
relacionados ao novo produto de nossa empresa.
Oral
Informal - Escuta, gente, eu vou apresentar algumas coisas
novas do produto da gente, tá bom?
Registro
Escrito Formal O serviço de inteligência da Polícia Federal conseguiu
evitar a concretização de um plano para matar o
gerente do Ibama Roberto Scarpari, que entra em
confronto com madeireiros na região Norte. Scarpari
faz denúncias de irregularidades e luta pelo
cumprimento da lei, opondo-se a interesses
econômicos, e por isso era veladamente ameaçado
por fazendeiros criminosos.
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Comunicação Empresarial
Informal O serviço de inteligência da Polícia Federal conseguiu
brecar um plano para matar o gerente do Ibama
Roberto Scarpari, que vive às turras com madeireiros
na região Norte. Scarpari é desses que briga, grita e
incomoda muita gente e por isso estava na mira de
fazendeiros criminosos.
Em princípio, considera-se que escrever bem é:
• Obedecer às regras gramaticais, evitando, assim, erros de sintaxe, de
pontuação, de ortografia etc.;
• Procurar a clareza, evitando palavras e expressões que gerem duplo
sentido;
• Primar pela polidez do discurso, por meio da escolha de formas de
tratamento adequadas ao interlocutor – o(s) senhor(es), a(s) senhora(s), V.
Sª, V. Exª etc.
Além disso, é necessário observar outros aspectos, que são:
• Observar o tripé da comunicação escrita: produzir uma resposta correta,
tornar seu pensamento comum e persuadir seu interlocutor;
• Usar o tipo de código adequado à comunicação escrita;
• Evitar ruídos e repetições desnecessárias;
• Saber “esfriar” a mensagem, ou seja, torná-la mais atraente e persuasiva.
Esses preceitos podem ser aplicados tanto para a comunicação escrita
quanto a oral, principalmente em ambiente empresarial, que se exige que sejamos
formais. Vejamos a seguir a definição e as características do discurso empresarial.
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Comunicação Empresarial
3. O DISCURSO EMPRESARIAL
O discurso empresarial compreende inúmeros gêneros textuais, tais como
relatórios, balanços, balancetes, notas fiscais, listas de preços, avisos,
jornaizinhos internos, etc. Do conjunto de textos que compõem esse domínio
discursivo, limitar-nos-emos à análise daqueles que constituem o discurso
epistolar, as correspondências e, dessas, mais precisamente, de dois gêneros, as
cartas comerciais e os e-mails. No quadro abaixo, é possível visualizar os gêneros
da categoria discursiva discurso empresarial.
Gêneros do discurso empresarial:
Carta comercial
Gêneros epistolares e-mail
Memorando
Circular, etc.
Discurso empresarial
Relatório
Gêneros não-epistolares Balanço
Nota fiscal, etc.
3.1. O DISCURSO EPISTOLAR EMPRESARIAL
O discurso epistolar empresarial é aqui entendido como o conjunto das
correspondências (ou epístolas; por isso, o nome) que circulam nas empresas ou
entre empresas e outras instituições ou pessoas, que ora se denominam
correspondência comercial, ora, ainda, fica subsumida na denominação ainda
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Comunicação Empresarial
mais geral de redação empresarial. Essas correspondências constituem a
categoria da correspondência empresarial.
O que caracteriza a correspondência empresarial em geral? O propósito
comum presente nas correspondências empresariais será – dito de maneira ampla
– tratar de negócios, ou seja, levar adiante a empresa, comprar, vender, fazer
pedidos, suspender compras, interagir com bancos, com outras empresas, emitir
autorizações, ordens, atender a demandas de clientes (sem esquecer propósitos
que, embora não sejam “negociais”, têm a ver com as pessoas que tocam as
empresas e fazem negócios empresários, executivos, funcionários).
Especialmente nas correspondências internas, inúmeros outros atos de fala
se fazem necessários: no dia-a-dia da empresa, os superiores solicitam
informações, dão ordens, reforçam orientações; os subordinados fornecem
informações, informam o andamento de projetos, solicitam orientações,
esclarecem situações etc. Não podemos esquecer as correspondências remetidas
por e para particulares. Os propósitos comunicativos, assim, vão se multiplicando.
3.2. A ESTRUTURA DA CARTA
Quanto à sua estrutura, toda correspondência deve expressar com clareza, no
mínimo, remetente e destinatário. Outros elementos (timbre, localizadores,
contextualizadores, índice, número, endereçamento, epígrafe, vocativo,
assinatura, etc.) estruturam as correspondências, sendo variado o número dos
que constam em cada correspondência. 1
1 Livremente transcrito e adaptado de ZANOTTO, Normelio. E-mail e carta comercial estudo contrastivo de gênero textual. Rio de Janeiro Lucerna, Caxias do Sul, RS Educs, 2005, p.59-70.
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A ESTRUTURA DE UMA CARTA
Sigla do órgão expedidor e número do documento
Local, data de expedição
Endereçamento do destinatário
Assunto ou referência
Vocativo (a quem você se dirige)
Corpo do texto
Fecho
Assinatura
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Estudo de caso 2
Na linguagem oral, o que é dito pode ser suavizado ou modificado. Você
pode dizer que foi mal interpretado, que não disse bem aquilo ou que a pessoa
ouviu mal. Mas o que está escrito fica registrado. Leia abaixo a reclamação de um
cliente, enviada por e-mail, e a resposta que ele recebeu da empresa.
Um cliente da HVZ enviou a seguinte reclamação “Uma pergunta a vcs. Por
que o pessoal de Minas reclama tanto de vcs? Tá certo que o provedor é de São
Paulo. O que eu, sendo de Minas, peço é que vcs dêem mais atenção ao pessoal
que não mora aí. Meus amigos de Sampa acessam o HVZ bem mais rápido que a
gente. Um abração e espero a compreensão de vcs. Victor Motta”.
HVZ
Internet
São Paulo, 03 de março de 2009.
Prezado Senhor:
HVZ não é um provedor de São Paulo, nós somos um
provedor do Brasil.
Damos, sim, o mesmo valor a outras localidades, pois
todos são clientes pagantes como os de São Paulo.
Caso o senhor esteja passando por alguma
dificuldade, volte a nos contatar e iremos ajudá-lo.
Atenciosamente,
José Paulo Oliveira.
2 Extraído de OLIVEIRA, José Paulo Moreira de. Como escrever melhor. São Paulo: Publifolha, 2000, p.41 (com adaptações).
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LEMBRE-SE
� Utilize linguagem formal: evite erros e abreviaturas típicas da internet;
� Contudo, ser formal não significa ser lacônico e exageradamente impessoal. Isso pode
significar desrespeito e desconsideração para com o cliente;
� Dê um tom positivo para as más notícias. Há sempre uma maneira melhor de dizer as
coisas;
� Deixe de se julgar infalível. Pedir desculpas pode ser boa estratégia para os negócios;
� Fixe um prazo, que deverá ser cumprido, para a solução dos problemas ou a
tomada de providências.
Assim, a resposta de José Paulo Oliveira poderia ser diferente. Veja a sugestão
a seguir:
HVZ
Internet
São Paulo, 03 de março de 2009.
Prezado Cliente:
Antes de mais nada, queremos desculpar-nos pelos
transtornos.
Nosso interesse é prestar o melhor atendimento e,
por isso, já encaminhamos sua solicitação à área técnica,
para as verificações necessárias. Em cinco dias úteis,
enviaremos nova mensagem dando conta das providências
tomadas.
Obrigado pelo alerta.
Atenciosamente,
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José Paulo Oliveira.
RELEMBRANDO: São elementos essenciais para a existência de uma
carta: o registro do local e da data de expedição; o vocativo (ou seja, o
destinatário da carta, a quem ela se dirige); o corpo do texto (i. e., a mensagem
propriamente dita, que cumpre a função primordial da carta, que é de
comunicação); o fecho (que é uma formalidade de polidez do gênero); a
assinatura (que registra o remetente da carta). Outros elementos (sigla do órgão
expedidor e número do documento, endereçamento do destinatário, assunto ou
referência) são dispensáveis (ou seja, podem aparecer no texto da carta, mas não
são essenciais para sua existência).
Algumas dicas
• Vá direto ao assunto. O primeiro parágrafo vai orientar o leitor sobre os passos,
pontos-chave e prioridades da comunicação.
• Ao iniciar o texto, faça a recuperação do conhecimento partilhado. Seja conciso
nessa referência para não cansar o leitor com detalhes que ele já conhece.
• Por fim, sempre deixe bem claros seus questionamentos e intenções
comunicativas.
3.3. ALGUNS TIPOS DE CARTAS
Subgêneros Objetivo(s) Emissor(es) Receptor(es) Linguagem
E-mail profissional Variado, conforme a
situação, pois é
somente uma mídia
Profissional Específico ou
genérico (com
cópias)
Formal
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Newsletter ou
Boletim periódico
Divulgação de
serviços ou
produtos e/ou
informativo
Profissional ou
departamento/área
empresarial
Público específico
assinante
Formal com
certa liberdade e
apelo
Mala direta Comercial Empresa Público específico,
clientes em geral
Formal ou
informal, pode
chegar a ser
bastante
apelativa
Carta comercial Comercial Profissional ou
departamento/área
empresarial
Clientes,
fornecedores ou
outras empresas
Formal
Carta aberta Estimular o debate
e/ou divulgar ou
opinar sobre
questão relevante
Indivíduo ou uma
coletividade/grupo
Público (geral ou
específico), como o
nome já diz
Formal ou
informal, pode
chegar a ser
bastante
apelativa
Carta do leitor Estimular o debate
e/ou divulgar ou
opinar sobre
questão relevante
Cidadão Público geral,
leitores do veículo
em que se publica
Formal com
certa liberdade e
apelo
Ofício Comunicação oficial
(hoje substituído por
e-mail com
certificado digital)
Servidor oficial Servidor oficial ou
prestador de
serviços
Formal
Memorando Comunicação oficial
interna entre
setores dos
governos e
empresas
Servidor oficial;
departamento/
funcionário/gerente/
diretor
Servidor oficial;
departamento/
funcionário/gerente/
diretor
Formal
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Comunicação Empresarial
3.4. CONCISÃO E OBJETIVIDADE
A concisão consiste em dizer muito com poucas palavras, evitando digressões
inúteis, palavras supérfluas, adjetivação desmedida e períodos extensos e
emaranhados. Essa qualidade do estilo ensina a cultivar a economia verbal como
forma de alcançar a clareza; no entanto, a preocupação exagerada com o sintético
pode levar ao laconismo, que, por sua vez, conduz à obscuridade e à imprecisão.
Portanto, devem-se evitar:
• Clichês (ex: Nada mais havendo a declarar, subscrevemo-nos = Atenciosamente);
• Redundâncias e pleonasmos viciosos (ex: Em resposta ao Ofício enviado por
V. Sa. = Em resposta a seu ofício);
• Digressões impertinentes e prolixas (ex: Informamos que a entrada, a
freqüência e a permanência nas dependências deste clube são terminantemente
proibidas, seja qual for o pretexto, a pessoas que não fazem parte de seu quadro
de sócios. = É proibida a entrada de não-sócios);
• Maximização do texto, com o mínimo de palavras (ex: Esta tem o objetivo de
comunicar = Comunicamos).
Técnicas de redução
Classificaremos em dois tipos de técnicas de redução relacionadas ao
léxico (isto é, ao vocabulário); serão apontadas maneiras de substituições
possíveis, para que o texto não perca a sua essência ou sua força expressiva:
1. Redução Extensiva: substituição de vocábulos e expressões por outros
equivalentes no sentido; porém, mais curtos. Eis algumas ocorrências mais
freqüentes:
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Comunicação Empresarial
a) Excesso de quês
Espero que me respondas a fim de que se esclareçam as dúvidas que dizem
respeito ao assunto que foi discutido.
Solução: substituir por formas verbais nominais ou por substantivos (ou substantivação):
Espero sua resposta a fim de esclarecer as dúvidas a respeito do assunto
discutido.
b) Orações na voz passiva (caso seja esta uma forma sintática utilizada também em
excesso):
A Constituição foi aprovada no Congresso.
O processo foi devolvido pela Diretoria.
Solução: passar as orações para voz ativa.
O Congresso aprovou a Constituição.
A diretoria devolveu o processo.
c) Transformação de locuções adjetivas em adjetivos:
As regiões das cidades já estão superpopulosas.
As corporações fizeram uma jogada de mestre.
Solução: usar os adjetivos correspondentes às locuções adjetivas:
As regiões urbanas já estão superpopulosas.
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Comunicação Empresarial
As corporações fizeram uma jogada magistral.
2. Redução Estilística: eliminação de elementos vistos como antiquados ou
desnecessários, como redundâncias, circunlóquios, vocábulos sem significação
precisa, arcaísmos, etc. A finalidade deste processo seria tornar o texto
objetivo.
É fácil encontrarmos exemplos de mensagens prolixas em que a forma
ilude o que realmente importa – o conteúdo. É comum observarmos a ida e a
vinda de assuntos que revela a dificuldade do emissor canalizar a informação para
o que realmente importa. No entanto, há como evitar isso na apresentação de um
texto escrito. Veja o exemplo a seguir:
Temos a satisfação de levar ao conhecimento de V. Sª. que, nesta data,
pela Transportadora “Transnorte” e, em atendimento ao seu prezado pedido
no. 432/79, de 18 de setembro de 1979, demos encaminhamento, pela Nota
Fiscal no. 167, às mercadorias solicitadas pelo Departamento de Compras de
sua conceituada empresa.
Reescrevendo-se o texto, sem as inadequações ou formas arcaicas, pode-se
redigir a mensagem da seguinte maneira:
Informamos que as mercadorias constantes de seu pedido no. 432/79 foram
encaminhadas na data de hoje, pela Transportadora Transnorte, junto à nota
Fiscal no. 167.
Na objetividade, o texto se articula em função das informações a serem
apresentadas e não se acrescentam elementos que distraiam o leitor daquilo que
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se deseja transmitir. Este texto oferece a imagem de uma empresa antiquada, que
não modernizou seus serviços ou produtos e cuja tendência é não sobreviver, uma
vez que a linguagem empregada é mero reflexo de procedimentos administrativos
também ultrapassados e incapazes de encontrar espaço em um mercado tão
competitivo como o atual.
Procedimentos textuais
O método básico para adquirir objetividade em um texto é não esquecer
jamais de que o texto empresarial tem um destinatário e a correspondência deve
ter uma função específica. Logo, temos as seguintes etapas para redigir com
objetividade o texto empresarial:
Passo 01 – Identificar a idéia principal (o que eu quero dizer ao destinatário?);
Passo 02 – Identificar as idéias secundárias (que outras informações podem
ajudar o destinatário na boa assimilação da minha mensagem, mas não são
fundamentais?);
Passo 03 – Retire do texto toda informação que, embora interessante, atrapalhe a
assimilação das idéias principais.
Passo 04 – Adapte os trechos selecionados como fundamentais, de forma que
não haja problemas em sua compreensão.
Observe o exemplo de correspondência que segue abaixo:
Ilmos Srs.
Jorge Cunha
Prezados Senhores:
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Comunicação Empresarial
Em resposta à sua gentil solicitação a nós enviada pelo digníssimo representante de V. Sas, Sr. Eldoro da Cunha, vimos, através desta, informar que já se encontram à sua disposição nossos estúdios para a gravação do disco em epígrafe.
Conforme contato pessoal com o representante supracitado de V. Sas, os estúdios deverão ser utilizados nos dias 28 e 29 p.p.
Outrossim, comunicamos que o custo total pelo uso do estúdio e dos equipamentos sofrerá um desconto de 10% (dez por cento), de acordo com o que ficou estabelecido em nossa última reunião, em 20/02/1996.
Sem mais que se nos possa apresentar para o momento, despedimo-nos.
Ass.
Haroldo Mendes
Gerente de Vendas
Texto corrigido:
À
Jorge Cunha
Prezados Senhores:
Em resposta à solicitação do Sr. Eldoro da Cunha, informamos que já se encontram à sua disposição, nos dias 28 e 29 de abril, nossos estúdios para a gravação do seu disco.
Comunicamos ainda que, de acordo com o estabelecido em nossa última reunião, em 20/02/1996, o custo total sofrerá um desconto de 10% (dez por cento).
Atenciosamente,
Haroldo Mendes
Gerente de Vendas
3.5. O E-MAIL EMPRESARIAL
Os mesmos elementos formais que caracterizam as cartas podem ser transpostos
para os e-mails. É necessário ficar claro que a mensagem em suporte eletrônico
não implica necessariamente o emprego da informalidade. Ou seja, não é porque
estamos escrevendo um e-mail que justificará a informalidade, ou que aboliremos
as distâncias hierárquicas que caracterizam as relações entre as mais diversas
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Comunicação Empresarial
instâncias de uma empresa e empregaremos uma linguagem afetiva, íntima e
pessoal.
Assim, é completamente inadequado escrever uma carta ou um e-mail a
um superior hierárquico e tratá-lo por você (ou vc) ou mandar-lhe abraços (ou abs)
na despedida da mensagem. Também pode ser inadequado incluir uma ou mais
pessoas – seja no campo “Para”, seja no campo “Cc” (cópia carbono) – numa
troca de e-mails sem que o seu destinatário esteja ciente disso.
Vejamos dois exemplos em que o uso da Cc acabou tendo conseqüências
prejudiciais aos correspondentes:
Estudo de Caso 1:
Jamais se esqueça de que uma Cc tem o poder de envergonhar uma
pessoa publicamente, quer seja essa a sua intenção ou não.
A história a seguir, que aconteceu com o presidente da subsidiária chinesa
da EMC (multinacional que fatura 10 bilhões de dólares por ano) serve de
advertência. Certa noite, em maio de 2006, após o executivo encontrar seu
escritório trancado, enviou o seguinte e-mail à secretária:
Você me impediu de entrar no escritório esta noite porque pressupõe que ando com a minha
chave. De agora em diante, não saia do escritório até ter verificado com todos os gerentes.
Em algum momento entre a composição da mensagem e o momento em
que clicou em Enviar, ele se sentiu inclinado a mandar cópia para outras pessoas
da empresa.
A secretária respondeu:
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Comunicação Empresarial
Tranquei a porta porque o escritório já foi roubado no passado.
Embora eu seja sua subordinada, por favor, veja como me dirige a palavra. Trata-se da mais
básica regra de cortesia.
O senhor tem as próprias chaves. Esqueceu-se de trazê-las, e ainda assim insiste em dizer que a
culpa é de outra pessoa.
Em retribuição ao que ele havia feito, ela mandou cópia para todos os
funcionários da EMC da China. A troca de e-mails rapidamente foi parar nas mãos
da imprensa chinesa e se transformou em fonte de debate nacional – o chefe era
de Cingapura, e o seu comportamento suscitou temores de imperialismo cultural.
Também teve o poder de mexer em questões sensíveis, que vão da política de
gênero à hierarquia no ambiente de trabalho: de quem é a função de trancar as
portas?
Por fim, o chefe se viu forçado a pedir demissão. Mas, e se ele não tivesse
colocado aquela Cc no primeiro e-mail? E se o tivesse enviado para a secretária e
mais ninguém? [...] Ele, então, não teria transformado um pequeno mal-estar
numa reprimenda pública, uma perda de prestígio que levou a secretária a se
defender de maneira igualmente pública. 3
Estudo de Caso 2:
Se você quer se mesquinho, é melhor não fazê-lo via e-mail.
Richard Philips, advogado londrino especializado em informática e comércio
eletrônico, estava almoçando quando Jenny Amner, secretária da empresa, sem
querer deixou cair ketchup nas calças dele.
3 SHIPLEY, David e SCHWALBEM Will. Enviar: o guia essencial de como usar o e-mail com inteligência e elegância. Tradução de Claudia Guimarães. Rio de Janeiro: Sextante, 2008, p.53-54.
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Comunicação Empresarial
Após o incidente, Phillips se sentiu no dever de enviar o seguinte e-mail
para Jenny:
Oi, Jenny. Fui à lavanderia na hora do almoço e me disseram que custaria 4 libras para remover as
manchas de ketchup. Se você puder me dar o dinheiro hoje, seria ótimo. Grato, Richard.
Quando não recebeu uma resposta imediata, continuou a perseguir o seu
intuito, e até pediu que uma colega deixasse um bilhetinho sobre a mesa de Jenny
lembrando-lhe a dívida.
Então, Jenny respondeu via e-mail com cópia para centenas de pessoas da
firma:
Assunto: Re: Calças com ketchup
Com referência ao e-mail abaixo, devo me desculpar por não ter lhe dado um retorno imediato,
mas por conta da súbita doença, morte e enterro de minha mãe, tive assuntos mais imediatos para
resolver do que as suas 4 libras.
Mais uma vez, venho me desculpar por ter deixado respingar um pouco de ketchup nas suas
calças. É óbvio que a sua necessidade financeira como advogado sênior é bem maior que a minha
como reles secretária.
Já conversei e mostrei o seu e-mail e o bilhete de Anne-Marie para vários sócios, advogados e
estagiários da firma, e todos gentilmente se ofereceram para fazer uma vaquinha e arrecadar as 4
libras.
Eu, no entanto, recusei a gentil oferta, mas, caso você sinta a necessidade urgente de recolher o
dinheiro, estará sobre a minha mesa esta tarde. Jenny
Se a troca não tivesse sido feita por e-mail, não teria caído nas mãos dos
jornais ingleses 4.
4 Id., p.153-154.
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Comunicação Empresarial
A partir desses exemplos, podemos chegar à mesma conclusão da jornalista
e escritora americana Janet Malcom em seu texto “O clique de Pandora”5:
O que se pode fazer para reparar os danos semelhantes a esses?
Nossa tendência inicial é pedir desculpas através do mesmo meio que nos
colocou em apuro. Resista a esse impulso. Em vez disso, procure
pessoalmente a pessoa, ou lhe telefone, pois, como ensina o manual,
“quanto mais grave o pecado do e-mail, mais trivial parecerá o e-mail
pedindo desculpas”.
A geração que cresceu com o e-mail – que nunca pôs uma carta no
correio ou andou pelo corredor até a sala do colega para fazer uma pergunta
– extrairá benefícios diferentes da tecla Enviar. Ao mandar e-mails, os jovens
cometem erros diferentes daqueles das pessoas de meia-idade ou mais
velhas. Estudantes de faculdade que enviam solicitações abusivas aos seus
professores (dirigindo-se a eles com “Oi, professor!”) ou candidatos à
faculdade que escrevem longos e vaidosos e-mails aos encarregados da
seleção “parecem ignorar que a pessoa a quem estão escrevendo (e que
estão aborrecendo) é a mesma que poderia oferecer uma vaga numa turma
ou avaliá-los no final do semestre”. 6
Nesse sentido, é importante saber que a mensagem eletrônica é um terreno
minado, em que os mais diversos problemas podem surgir. Devemos, assim, ter
consciência do que é preciso evitar para a redação de um bom e-mail e,
conseqüentemente, para obter uma boa comunicação com o seu destinatário:
5 O artigo foi publicado originalmente no The New York Review of Books e é uma resenha de Send: The Essencial Guide to Email for Office and Home, de David Shipley e Will Schwalbe (Editora Alfred A. Knopf, 2007). 6 MALCOM, Janet. O clique de Pandora. Tradução de Ivo Korytowski. Piauí. São Paulo, n.15, dezembro de 2007, p.37.
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Os oito pecados capitais do e-mail
1. O e-mail incrivelmente vago (“Lembre-se de fazer aquele negócio.”)
2. O e-mail que o insulta de tal forma que você se levanta da cadeira (“COMO VOCÊ
PÔDE DEIXAR DE FAZER AQUELE NEGÓCIO?!!!!!!”)
3. O e-mail que causa problemas com a justiça (“Por favor, diga a eles que eu pedi
para vender aquele negócio quando batesse os 70 dólares.”)
4. O e-mail covarde (“O negócio é o seguinte: você está demitido.”)
5. O e-mail que não vai a lugar algum (“Re: Re: Re: Re: Re: Re: Re: aquele negócio.”)
6. O e-mail que é tão sarcástico que o deixa sem ação (“Você se saiu bem naquele
negócio. Muito bem.”)
7. O e-mail informal demais (“E aí? Quais as novas no negócio do emprego?”)
8. O e-mail inadequado (“Vamos discutir aquele negócio no meu quarto de hotel?”) 7
Além dessas verdadeiras armadilhas, o e-mail engloba outras que
devem ser evitadas. Vejamos:
a) Erros ortográficos
Os erros ortográficos devem ser evitados, sob pena de transmitir uma
imagem de desleixo ao destinatário, além do risco de ser mal interpretado.
Existe uma grande diferença entre uma ortografia sofrível, que transmite
desleixo, e uma que produz uma palavra inteiramente nova da que era a sua
intenção inicial. À medida que as pessoas foram aprendendo a confiar nos
programas de correção ortográfica dos computadores, também foram ficando cada
vez mais suscetíveis a criar documentos nos quais uma palavra inteiramente
inadequada era incluída no texto. Quando a palavra está obviamente errada
7 SHIPLEY, David e SCHWALBEM Will. Enviar..., cit., p.12.
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(“evniar” em vez de “enviar”), o destinatário provavelmente vai imaginar que você
apenas deixou de revisar o documento. Entretanto, quando uma palavra apresenta
um erro mais sutil, na melhor das hipóteses, ele vai pensar que você ignorava o
sentido da palavra que usou; no pior dos casos, achará que a palavra errada foi
mesmo a escolhida e o julgará mal.
Um computador não vai apontar um erro em “afeito” quando você quis dizer
“efeito”. E se você quer levar a namorada a um show de rock e, sem perceber, diz
por e-mail que vai levá-la para o conserto em vez de para o concerto, as
conseqüências podem ser desastrosas.8
b) Estruturas gramaticais
Também a escolha das estruturas gramaticais influi na leitura que será feita
pelo destinatário de sua mensagem.
A estrutura das frases é tão importante para determinar o tom quanto a
escolha das palavras. As mesmíssimas palavras, se combinadas de maneira
diferente, podem ou não significar a mesma coisa. Mas, mesmo que queiram dizer
a mesma coisa, podem ou não transmitir o mesmo tom. Isso não está restrito ao e-
mail, pois escrever bem independe da mídia. [...]
Para construir estruturas gramaticais de maneira eficaz, tenha em mente o
seguinte:
1. Frases simples, curtas e repetitivas geram intensidade.
8 Id., p.92-93.
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2. Períodos complexos, repletos de orações e ritmos variados costumam suavizar a
mensagem.9
c) Pontuação
Sabemos que mudanças na pontuação de um texto podem alterar
completamente o seu significado. Afinal de contas, “é útil lembrar que a pontuação
se originou como uma ferramenta para facilitar a leitura. Foi desenvolvida numa
época em que qualquer um que sabia escrever escrevia à mão. A pontuação era
um bote salva-vidas num oceano de caligrafias ilegíveis e borrões de tinta”.
Contudo, o e-mail “é completamente legível. Em geral, é possível
compreender o que alguém está tentando lhe dizer mesmo se os pontos e vírgulas
forem ignorados e não houver parágrafos”. Por que se preocupar com a
pontuação, então? Porque uma pontuação relaxada pode causar mais danos que
equívocos com maiúsculas e minúsculas. A pontuação é, em alguma medida,
governada pelo seu relacionamento com a pessoa a quem você está escrevendo.
Se ela está hierarquicamente acima, pontue corretamente. Se o e-mail que você
recebeu estava pontuado corretamente, o seu correspondente merece o mesmo. 10
Assim, quanto à pontuação, devem ser evitados:
1. erros ou ausência de pontuação;
2. tiques de pontuação, como o uso contínuo e inadequado das reticências
ou do ponto de exclamação (eles podem “instantaneamente impregnar a
comunicação eletrônica de afeto”. Porém, “não use pontos de exclamação para
9 Id., p.94. 10 Id., p.95.
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transmitir emoções negativas; fica parecendo que você está tendo um acesso de
fúria! Em uma correspondência formal, não use mais de um de cada vez, se
usar”11).
d) Emoticons
Emoticons são aquelas imagens inseridas na mensagem (por exemplo, ☺)
ou as criadas com sinais de pontuação (por exemplo, :-), ou a partir de dois-
pontos, hífen e parêntese).
Jamais disponha de emoticons quando:
1. Estiver escrevendo qualquer tipo de e-mail ou mensagem eletrônica
formal.
2. Estiver tentando compensar uma alfinetada, uma piada pesada ou um
comentário sarcástico; o acréscimo de um emoticon não garante que
ninguém vá sair magoado. 12
e) Abreviaturas
Embora facilitem a comunicação, as abreviaturas devem ser evitadas “se a
conversa for formal ou se você não tiver certeza de que a outra parte conhece os
códigos” 13.
11 Id., pp.99, 100. 12 Id., p.99. 13 Id., p.100.
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Exemplo de e-mail problemático
Leia atentamente a mensagem eletrônica abaixo, redigido por Marcelo
Moura, gerente da unidade de Porto Seguro, Bahia, do hotel Holiday Dream, e
enviada a Alda Guimarães, diretora de Marketing da rede, cujo escritório fica em
São Paulo. Marcelo e Alda não se conhecem pessoalmente. O gerente enviou
cópia carbono da mensagem para a lista de discussão dos gerentes do Holiday
Dream e para Mário Pimentel, presidente da holding que administra a rede
hoteleira.
De: Marcelo <[email protected]>
Para: Alda <[email protected]>
Cc:<[email protected]>,<[email protected]>
Assunto: Política de Marketing!!!
Oi, Alda,
Tudo bem com vc? ☺ Preciso levar um papo serio contigo. �
Todo mundo da unidade de Porto Seguro tem sido prejudicado pela atual politica de marketing que
vc impos ao grupo desde que assumiu esse cargo... A taxa de ocupação do hotel aqui caiu em
30%... Sera que vc ta fazendo a coisa certa?!? Acho que todo mundo pensa assim...
Espero que vc pense bem no que ta fazendo e mude o rumo das coisas daqui por diante!!!
Abs,
Marcelo
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Apontemos as eventuais falhas cometidas por Marcelo nessa mensagem:
1) a mensagem não deveria ter sido enviada com cópia carbono (não há razão, no caso,
para isso, a não ser a de disseminar a maledicência...);
2) o tom da mensagem é totalmente inadequado (intimidade demais com alguém
desconhecido). O melhor seria adotar um tom objetivo, impessoal;
3) o uso de emoticons é inadequado;
4) a ausência de acentuação transmite uma imagem de desleixo;
5) a pontuação “emotiva” (reticências, pontos exclamação e interrogação) pode ser mal
interpretada;
6) num e-mail formal, abreviaturas devem ser evitadas;
7) talvez a melhor atitude de Marcelo, no caso, fosse tentar uma conversa por telefone
com Alda. Caso contrário, o e-mail poderia ser redigido da seguinte forma:
Modificando o que for necessário para torná-lo adequado ao meio
profissional, apresentamos a seguir uma nova versão da mensagem:
De: Marcelo <[email protected]>
Para: Alda <[email protected]>
Cc:
Assunto: Política de Marketing
Prezada Alda,
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A taxa de ocupação da unidade de Porto Seguro caiu em 30% nos últimos meses e isso tem nos
preocupado. Pergunto-lhe quais medidas seriam tomadas para tentar reverter essa situação.
Atenciosamente,
Marcelo Moura
Gerente da unidade de Porto Seguro.
4. COMUNICAÇÃO ORAL
A oratória é a arte de falar em público que teria se originado por volta do séc. V
a.C, na antiga Grécia, com os teóricos Córax e Tísias. Já naquele período, sabia-
se da importância dessa arte, cuja finalidade era a formação dos cidadãos das
cidades-estado gregas como oradores, para que exercessem seus direitos
políticos junto às assembléias, onde se reuniam os habitantes dessas
comunidades para as decisões mais importantes. Atualmente, no cotidiano, o
exercício dessa atividade é um requisito imprescindível em nossa vida pessoal e,
sobretudo, profissional. Há várias situações em que é preciso uma boa
comunicação verbal oral:
• Conversas com clientes, superiores, subordinados e colegas de trabalho;
• Entrevistas de emprego, de desligamento e de satisfação;
• Reuniões em geral;
• Palestras e discursos;
• Seminários, simpósios, conferências e convenções;
• Treinamentos, cursos e aulas;
• Telefonemas, vídeo-conferência (uso de recursos tecnológicos).
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4.1. O PLANEJAMENTO DA APRENTAÇÃO ORAL
A organização de uma apresentação requer planejamento. Para isso, devem ser
definidos o tema central e os objetivos que se querem alcançar ao tratá-lo. É
preciso considerar também o público-alvo, os recursos audiovisuais disponíveis e
o local da apresentação. Uma vez que a linguagem oral é diferente da escrita,
sugere-se o uso de elementos da comunicação não-verbal: entonação,
gestualidade, expressões faciais que facilitem a comunicação. Um outro ponto a
se observar é a escolha do vocabulário, adequando-o ao perfil do público e evitar,
como já o dissemos antes, jargões, clichês e piadas.
O fator imprescindível para a qualidade de uma apresentação é o domínio
do assunto. O motivo é simples: quando se quer convencer, é preciso dirigir-se à
razão, com argumentos baseados na consistência e coerência do raciocínio. Já
para persuadir, é exigido direcionar-se ao emocional. A persuasão busca ter
acesso ao universo simbólico, ao tentar causar reações emocionais.
4.2. ROTEIRO DE UMA APRESENTAÇÃO
Toda a apresentação deve se basear na seguinte estrutura:
1. Introdução – que pode ser organizada como:
• A frase introdutória usada pelo orador deve chamar a atenção dos espectadores e
despertar sua curiosidade;
• Em seguida, deve-se fazer uma síntese da apresentação, para que os ouvintes
possam acompanhá-la;
• Os recursos materiais a serem utilizados devem ser mencionados;
• E, por fim, deve-se fazer referência ao tempo da apresentação.
2. Corpo de informações, que pode ser dividido em partes;
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3. Resumo do conteúdo apresentado: a realização desse item é útil, para
auxiliar a fixação do conteúdo tratado junto ao público.
4. Conclusão.
4.3. A PREPARAÇÃO DA APRESENTAÇÃO
Há outros procedimentos que podem ajudar a exposição do discurso. Antes de
proferir sua apresentação, o palestrante:
1. Deve informa-se sobre o perfil de seu público-alvo (escolaridade, idade, profissão
etc.);
2. Deve certificar-se, com os organizadores, de que todos os equipamentos estejam
funcionando;
3. Deve fazer anotações sobre a estrutura e as ideias a serem seguidas em
pequenas fichas de cartolina, que devem estar disponíveis em caso de
esquecimento;
4. Deve evitar perder suas anotações ou desorganizá-las, para não se confundir
durante a exposição se precisar usá-las;
5. Deve ajustar seu vocabulário e sua linguagem ao público-alvo, evitando jargões,
vícios de linguagem, gírias e clichês ou frases feitas;
6. Deve lembrar que os deslizes, que passam despercebidos na comunicação
coloquial, transformam-se em grandes ruídos na comunicação em público; o
mesmo princípio vale para os textos apresentados em forma de slides;
7. Em caso de utilização de computador e data show, deve elaborar sua
apresentação em PowerPoint, de modo a fazer que os tópicos a serem lidos
surjam paulatinamente no slide, a fim de não dispersar a atenção dos
espectadores;
8. Deve lembrar que os slides têm que estar organizados em uma sequência lógica;
9. Deve calcular não só o layout dos slides (cor e tamanho da fonte, cor de fundo
etc.), mas também o número de slides em relação ao tempo da apresentação;
10. Deve colocar poucas informações em cada slide, para não torná-lo poluído;
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11. Deve evitar apresentar material visual fora de sequência ou no momento errado,
para não confundir nem a você e nem ao público;
12. Deve lembrar que uma boa apresentação assemelha-se a uma atuação teatral;
portanto, além de organização, competência e clareza, deve demonstrar
entusiasmo.
4.4. A APRESENTAÇÃO EM ANDAMENTO
Ao proferir sua apresentação, o palestrante:
1. Deve apresentar-se de pé diante da plateia, mas, se a apresentação for muito
demorada, pode sentar-se para expor algum segmento;
2. O movimento é importante para dar dinamismo à apresentação. Há somente uma
ressalva: deve evitar movimentar-se, se estiver falando de uma tribuna; o mesmo
princípio aplica-se a um estúdio de gravação;
3. Deve manter contato visual com sua audiência, ou seja, olhar nos olhos das
diferenças pessoas da plateia;
4. Deve evitar manter contato visual apenas com uma única pessoa de sua
audiência, a fim de evitar constrangimento;
5. Em caso de utilização de transparências, deve fazer uso de uma caneta laser,
mas, enquanto estiver apontando-a para a tela, evitar movimentar-se de um lado
para outro;
6. Evitar ler durante toda a apresentação, pois tira o brilho e a naturalidade
desejáveis;
7. Se perceber que o tempo está se esgotando, deve acelerar a apresentação, mas
de forma clara e consistente;
8. Deve tomar cuidado com o volume e a velocidade da própria fala, para não falar
exageradamente alto ou baixo, rápido ou lento;
9. Lembrar que tudo que não estiver diretamente relacionado ao tema da
apresentação, ou não contribuir para sua compreensão, deve ser eliminado, pois
informações constituem ruído.
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4.5. O QUE DEVE SER EVITADO EM UMA APRESENTAÇÃO
Para transmitir segurança, criar interesse pelo assunto e chamar a atenção do
público, o apresentador, deve evitar os seis pecados de uma apresentação, que
são:
1. Pedir desculpas à audiência: não é necessário criar expectativas negativas em
relação ao teor e à qualidade da apresentação.
2. Contar piadas: corre-se o risco de a plateia não achar graça na piada, o que
contribui para aumentar a tensão e o nervosismo do próprio palestrante.
3. Fazer perguntas aos espectadores no começo da apresentação: é possível dar
origem a respostas inoportunas ou gerar esclarecimentos desnecessários, que
levam a perda de tempo.
4. Opinar sobre um assunto polêmico: assim como as perguntas, a discussão acerca
de um assunto polêmico pode deslocar a atenção do público para um assunto
pouco relacionado ao tema da palestra.
5. Utilizar chavões (ou frases feitas) ou expressões vulgares: a utilização de frases
vulgarizadas, de gírias e de frases desgastadas, como dito antes, causa um
desgaste à imagem do orador, já que confere a impressão aos ouvintes de que ele
não domina o assunto a que se propôs expor.
6. Repetição excessiva de vícios de linguagem: a repetição de expressões denota
insegurança, descontrole e desconcentração do palestrante (como o pronome
relativo “que”, o pronome “onde” usado inadvertidamente, frases com verbos no
gerúndio, abreviações como “tá”, “né”, “tipo assim”, “aí”, “com certeza” etc.).
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SHIPLEY, David e SCHWALBEM Will. Enviar: o guia essencial de como usar o e-mail
com inteligência e elegância. Tradução de Claudia Guimarães. Rio de Janeiro: Sextante,
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TERCIOTTI, Sandra Helena; MACARENCO, Isabel. Comunicação Empresarial na Prática.
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