Conceito e histórico da oratória

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Curso de Oratória - Módulo I

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2. A Oratória

2.1 História da Oratória

Na Grécia Antiga, no século de Péricles, diziam que havia três tipos de

personalidade que poderiam ser atacados, respeitados e realizados. O primeiro era aquele

que nascia com grandezas humanas; o segundo aquele que herdava grandezas humanas e o

terceiro, geralmente o mais famoso, aquele que

conquistava grandezas humanas.

O primeiro não foi explicado, mas

acreditamos que a genética e os estudos da

hereditariedade poderiam esclarecer a sua

natureza. O segundo possivelmente seria fruto da

influência da sociedade. E o terceiro seria a

personalidade que com ou sem duas

personalidades anteriores conquistava valores

humanos. Naquela época, estes valores eram

expressos pela capacidade de transmitir seus

conhecimentos ou emoções.

Os gregos naquela época compreenderam a importância da palavra oral, que uma

lei determinada aos 40.000 cidadãos livres atenienses que num processo o acusado e o

acusador deveriam defender-se pela própria palavra. O advogado era somente um

assistente daqueles que atacavam ou defendiam. E acrescentavam que era muito

vergonhoso um individuo não saber lutar com sua força física, pois a força física era fruto

da mãe natureza e a capacidade para a linguagem oral dependia única e exclusivamente da

vontade de cada um.

Acreditamos que somente falando é que nossas qualidades e limitações se

apresentam, completando a nossa verdadeira face. Esta é, sem dúvida, um dos grandes

benefícios do estudo da Oratória; modificar e melhorar a ideia dos nossos semelhantes

sobre a nossa pessoa. Talvez por esse motivo Sócrates tenha dito: “Fala para que eu te

veja.”

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Grande parte das pessoas independente do nível sociocultural sabe que pode

desenvolver e realçar sua personalidade, aumentar o campo de suas oportunidades,

aprendendo a falar convincentemente, mas muitos ficam parados na ideia de frequentar

um curso de Oratória, outros fogem de situações sociais onde estaria estimulando sua

comunicação. As pessoas que vão deixando o medo de falar em situações públicas dominar,

adiam assim o aumento de suas possibilidades, esquecendo que o estudo da comunicação

verbal e suas práticas enaltecem, destacam, realçam o belo, ordenam o raciocínio,

disciplinam a mente, encorajam-nos, dão-nos segurança, ensinam a sentir e agir melhor.

2.2 Definição de Oratória

O termo Oratória originou-se do latim oratória e significa a arte de falar ao público

ou falar em público.

É uma área do saber bastante ampla e de origem muito antiga, que perpassa toda a

história da humanidade. Nos textos que de oratória encontramos dois termos bastante

comuns, são eles ‘eloquência’ e a ‘retórica’, importante à compreensão do que seja a arte

da Oratória.

Segundo LOPES (2000) a eloquência deriva

do latim eloquentia e pode:

“Referir-se a fala na sua dimensão prática.

É a capacidade de falar de se exprimir com

facilidade, e está ligada à arte e ao talento de

persuadir, convencer, deleitar ou comover por

meio das palavras.”

Do mesmo modo retórica palavra

originária da língua grega rhetoriké, designa:

“o conjunto de regras teóricas relativas à

capacidade da eloquência; é o tratado que encerra

estas regras. Refere-se ainda, num outro sentido, aos adornos empolados ou

pomposos de um discurso.” (Ferreira, 1975)

A palavra oratória se refere

ao processo artístico de

falar com capacidade de

reter a atenção.

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A oratória ou arte de falar ao público foi à primeira forma de uso da palavra, com a

finalidade de persuadir, convencer, vender. Sem a tecnologia da escrita os grandes

oradores transpunham suas ideias em praças, ruas, escolas utilizando a comunicação oral

como forma de expressão.

Quando usamos a comunicação escrita temos regras gramaticais que devem ser

seguidas, o mesmo deve ocorrer com a comunicação verbal, para que nossos pensamentos

sejam transmitidos de forma clara, objetiva, organizada e que tenham efeito.

A comunicação verbal formal, conferências, palestras, saudações, quanto ao

esquema é igual à oratória informal de diálogo ou conversas com um pequeno grupo, de

caráter social, de vendas ou ainda como em situações corriqueiras do dia-dia. A diferença

maior é que na Oratória cerimoniosa existe uma necessidade maior de sinônimos,

antônimos e analógicos, emprego de ornamentos de linguagem, volume de voz, a

dramatização, as ideias de valor têm maior realce.

Preparar um discurso é essencial ao êxito da fala. Nunca assuma uma tribuna sem

ter em mente um plano de discurso. A composição didática de um discurso auxilia o orador

na localização do conteúdo, aumentando sua confiança e objetividade, já que terão em

mente todas as partes do discurso.

O discurso pode ser entendido com uma exposição dos pensamentos e raciocínios

preparada para uma determinada ordem a fim de convencer os ouvintes. Para tal é

importantes o comunicador em primeiro lugar organizar suas informações para que seu

desempenho seja o melhor possível.