Condições de trabalho dos assistentes sociais na ... · de Assistência Social, Trabalho, Emprego...
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Londrina PR, de 04 a 07 de Julho de 2017.
II CONGRESSO INTERNACIONAL DE POLÍTICA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
III SEMINÁRIO NACIONAL DE TERROTÓRIO E GESTÃO DE POLITICAS SOCIAIS II CONGRESSO DE DIREITO À CIDADE E JUSTIÇA AMBIENTAL
Eixo: Fundamentos do Serviço Social.
Sub. Eixo: Exercício Profissional, trabalho e processos de trabalho
Condições de trabalho dos assistentes sociais na assistência social nos municípios de abrangência do Escritório Regional
de Paranavaí - Secretaria da Família e Desenvolvimento Social
Nathalia da Silva Araujo1
Priscila Semzezem2 Thaís Gaspar Mendes da Silva3
Palavras-chave: Assistente Social; Condições de trabalho; Assistência Social.
INTRODUÇÃO
Este resumo estendido tem por objetivo apresentar os resultados parciais do projeto em
andamento de Iniciação Científica (PIC) da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR),
campus de Paranavaí (2016-2017) denominado “As Condições de Trabalho dos Assistentes
Sociais na Assistência Social: Uma análise nos municípios de abrangência do Escritório
Regional4 de Paranavaí”. Trata-se de uma pesquisa de campo de natureza qualitativa,
composta por três etapas: 1ª) questionário enviado via e-mail em janeiro de 2016, com
perguntas fechadas e abertas aos assistentes sociais inseridos nos 29 munícipios da região
de abrangência do ER de Paranavaí, sobre suas condições e relações de trabalho. Dos 29
enviados, obteve-se resposta de 17 municípios; 2ª) no início do ano de 2017, realizou-se um
levantamento de dados via-telefone, para identificar o número total de assistentes sociais
que atuam na Política de Assistência Social nos municípios de abrangência do ER
Paranavaí; e por fim, na 3ª), realizou-se um levantamento de dados via-telefone no início de
1 Discente do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR, campus de Paranavaí. Brasil; E-mail: [email protected] . 2 Mestre em Serviço Social e Política Social (Universidade Estadual de Londrina - UEL); Professora do do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR/ Paranavaí. Brasil; E-mail: [email protected] . 3 Doutoranda em Serviço Social (Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP/Franca); Mestre em Serviço Social e Política Social (Universidade Estadual de Londrina - UEL); Professora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR/ Paranavaí. Brasil; E-mail:[email protected] . 4Os ER são unidades descentralizadas para o assessoramento dos municípios, estão vinculados a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social organizados em 22 regiões. Segundo a Lei 18.374 de 15 de dezembro 2014, os ER atuam na gestão e coordenação das políticas públicas de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda, Direitos da Criança e do Adolescente, Direitos da Pessoa Idosa, Direitos da Pessoa com Deficiência e Direitos da Mulher (PARANÁ, 2015).
Londrina PR, de 04 a 07 de Julho de 2017.
2017, com os municípios de abrangência do ER de Paranavaí, sobre a existência de
Sindicatos dos Servidores Municipais, e a quantidade de assistentes sociais inseridos, e
nesta, 25 municípios responderam.
REGIÃO DE PARANAVAÍ E O RETRATO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS INSERIDOS NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL A partir da década de 1970, o sistema capitalista sofreu grandes transformações em seu
desenvolvimento histórico, como também no campo de trabalho e nas lutas sociais dos
trabalhadores, resultando em mudanças no mundo do trabalho. Neste cenário, de acordo
com Castel (1998) apud Druck (2007), o desenvolvimento do capitalismo tem como
componente principal a precarização do trabalho e a pouca oferta de emprego, o que faz
com que os trabalhadores disputem postos de trabalhos entre eles e aceitem condições de
trabalhos precárias e a submissão e subordinação do trabalhador ao capital (DRUCK, 2011).
No que tange os assistentes sociais, estes como trabalhadores veem se inserindo em
diversos espaços sociocupacionais, dentre eles, na política de assistência social. Conforme
Censo SUAS (2014), registra-se 82.072 trabalhadores inseridos na assistência social, sendo
que, a maioria são assalariados, contratados de formas precárias, não estáveis. Deste total,
32.247 são assistentes sociais.
Em relação a quantidade de assistentes sociais que atuam na política de assistência social
nos municípios de abrangência do ER de Paranavaí, o levantamento apontou a inserção de
75 assistentes sociais. Sobre as condições e relações de trabalho dos assistentes sociais na
região, verificou-se que maioria estão inseridos no mercado de trabalho via concurso público
e trabalham 30 horas semanais, retratando a efetivação na região da Lei n º 12.317/2010,
que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social e contrariando dados nacionais
em relação ao tipo de contratação, o que demonstra avanço regional nesse aspecto. Em
relação a base salarial 59% dos assistentes sociais pesquisados recebem até 2 salários
mínimos, 3% de 3 a 5 salários e 8% de 6 a 9 salários mínimos. Destaca-se que, dentre os
participantes da pesquisa somente 12% retrataram que o município possui implantado a Lei
de Planos, Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). No que tange a existência de sindicatos na
região, bem como, a inserção dos assistentes sociais nesse espaço, a pesquisa apontou de
forma parcial que apenas 9 municípios, dos 29, possuem sindicatos, e destes municípios
apenas 3 possuem assistentes sociais inseridos em sindicatos.
Em uma pesquisa realizada em 2016, por Jorge na mesma região de abrangência do ER de
Paranavaí, analisou as condições de trabalho dos assistentes sociais inseridos nos
municípios de pequeno porte referenciados pelo ER de Paranavaí. Esta apontou que os
profissionais pesquisados não relatam a existência de espaços de discussão sobre as
condições de trabalho, mas afirmam que esses espaços são o acesso para reivindicar
Londrina PR, de 04 a 07 de Julho de 2017.
melhores condições de trabalho. Jorge (2016, p. 76), ainda ressalta a importância da
temática ser inserida em agendas públicas, pois “espaços de discussões coletivas como
fóruns, núcleos, conselhos, entre outros, se apresentam como estratégia para o
enfrentamento de melhores condições de trabalho”.
Assim, a pesquisa realizada na região, por meio dos levantamentos revela uma quantidade
de profissionais inseridos na política de assistência social, entretanto a existência de PCCS
nos municípios pesquisados ainda é restrito, e quando comparado a questão da existência e
inserção de assistentes sociais em sindicatos é mínima, como também, os profissionais
relatam ter pouco espaços de debates sobre as condições de trabalho. Entretanto, de
acordo com a NOB/RH-SUAS (2011), para garantir aos usuários da política de assistência
social uma qualidade dos serviços socioassistenciais, é necessária uma estruturação do
trabalho, com qualificação e valorização dos profissionais que atuam no SUAS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os assistentes sociais inseridos na política de assistência social dos municípios de
abrangência do ER de Paranavaí sofrem com as refrações do mundo do trabalho,
evidenciados neste estudo pela ausência de PCCS e espaços que promovem debates sobre
melhores condições de trabalho, tais como sindicatos. A pesquisa, mesmo ainda não
finalizada aponta a necessidade de discussão em nível regional sobre a inserção dos
assistentes sociais em espaços de negociação por melhores condições de trabalho, pois,
entende-se a sua contribuição na garantia dos direitos socioassistenciais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº. 12.317, de 26 de agosto de 2010. Altera a Lei no 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe sobre a duração do trabalho do Assistente Social. Brasília: 2010.
___________. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. SNAS. CNAS. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS). Brasília, 2011.
______. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação. Censo SUAS 2014. Brasília, 2015.
DRUCK, Graça. Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios? In: DRUCK, Graça & FRANCO, Tânia (Org.). Trabalho, precarização e resistências. Caderno CRH, Salvador, nº spe 01, v. 24, p.35-55, 2011.
JORGE, Juliana Carolina. As condições de trabalho dos assistentes sociais inseridos na política de assistência social: um retrato dos municípios de pequeno porte da região de Paranavaí/PR. 2016. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação Serviço Social) – Universidade Estadual do Paraná, Paranavaí, 2016.
PARANÁ. Secretaria de Trabalho de Desenvolvimento Social do Estado do Paraná. Escritórios Regionais. Disponível em: ttp://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=526. Acesso em: 09 março 2016.