Congresso Triológico de ORL · 2016-09-06 · gas estrangeiros. O destaque deste número é a...

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São Paulo 2005 Congresso Triológico de ORL Presbifonia - Atualização nos conceitos, fisiopatologia e tratamento - Páginas 12 - 14 Peculiaridades da laringe infantil - Páginas 15 - 18 Artigos de Revisão

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São Paulo 2005

CongressoTriológico de ORL

Presbifonia - Atualização nos conceitos, fisiopatologia e tratamento - Páginas 12 - 14

Peculiaridades da laringe infantil - Páginas 15 - 18

Artigos de Revisão

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PÁGINA RESERVADA PARA ANÚNCIO

SIGMA PHARMA

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Editorial

Prezados Colegas,

Estamos chegando ao final da primeiragestão da ABLV no biênio 2004-2005. Nes-ses dois anos, todos da diretoria se empe-nharam para atender às solicitações dosnossos associados. Aproveitamos a opor-tunidade para agradecer imensamente portodo o apoio recebido durante todos es-ses meses, e para nos desculpar de pos-síveis falhas cometidas. Sempre nos preo-cupamos em minimizar os custos para aABLV. Foi uma administração enxuta emtermos financeiros, mas que trouxe bas-tante retorno em produtividade. Acredita-mos que o saldo tenha sido positivo!

Lembramos os gran-des momentos dessagestão, como o III Con-senso de Voz Profis-sional com a elabora-ção do documento quenormatiza as diretrizes e

recomendações para o tratamento da vozprofissional. Os Cursos ItinerantesCursos ItinerantesCursos ItinerantesCursos ItinerantesCursos Itinerantes, com

a ajuda de professores e o pa-trocínio da Astrazêneca, levarama laringologia com o selo daABLV a todo o território nacio-nal. A Campanha da Voz, uma

das prioridades da ex-SBLV, tam-bém alcançou os objetivos. No pri-

meiro ano, apenas informativa, e nesteano com atendimento à população emvárias cidades do país, conseguimos cum-prir nossas metas a um custo bem baixo.

O I Encontro Ibero-Latino-Americano de Laringologiae Fonocirurgia, um marco naLaringologia brasileira, estreitan-do nossos laços com os cole-gas estrangeiros.

O destaque deste número éa matéria sobre a programaçãoda Laringologia e as expectativas

para o Congresso Triológico, além de umbalanço sobre os principais fatos que mar-caram a nossa gestão. A revista trás tam-bém dois interessantes artigos de revisãocientífica: “Presbifonia: atualização nos con-ceitos, fisiopatologia e tratamento” de auto-ria de João Aragão Ximenes Filho e colabo-radores; e “Peculiaridades da laringe infan-til” elaborado por Leila Freire Rego Lima ecolaboradores. Aproveitamos para agrade-

cer a participaçãode colegas de todoo país, e os relató-rios enviados refe-rentes os atendi-mentos durante aCampanha daVoz 2005. Os da-dos estão sendotabulados e deverão estar disponíveis embreve. Reforçamos a nobreza e impor-tância em termos de saúde pública destainiciativa da ABLV. Contudo, fazemos no-vamente o apelo de que ainda há mui-tos serviços que participaram da campa-nha e que não encaminharam seus re-sultados. Continuamos creditando que,qualquer dia, estas campanhas vãopossibilitar grandes trabalhos científicos deimpacto internacional, sobre a freqüên-cia das afecções laríngeas na populaçãobrasileira, trabalhos estes que dependemdo levantamento dos relatórios!

Encerrando este último editorial, valelembrar que a ABLV alterou o enfoqueda Revista Vox Brasilis, deixando-a comum conteúdo científico mais interessan-te, além de ser mais um canal de comu-nicação da ABLV com seus associados.Conseguimos manter todo o processode diagramação, impressão e distribui-ção com custo zero para a ABLV, ape-nas com o patrocínio da Sigma Pharma.

Finalmente, gostaríamos de desejar queo biênio 2006-2007 seja marcado porvitórias pessoais e coletivas, sobretudopor muito empenho, respeito ecoleguismo entre os membros de nos-sa sociedade. Mais uma vez, muito obri-gado e um grande abraço!

DDDDDomingos H. Tomingos H. Tomingos H. Tomingos H. Tomingos H. Tsujisujisujisujisuji

Domingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos Tsuji(Presidente da ABLV)

Diretoria ABLV:Domingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos TsujiDomingos Tsuji

(Presidente)Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’AnnaAnnaAnnaAnnaAnna

(Vice-presidente)Paulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo PerazzoPaulo Perazzo

(Secretário Geral)Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’Jefferson D’AAAAAvilavilavilavilavila

(Tesoureiro)Rui ImamuraRui ImamuraRui ImamuraRui ImamuraRui Imamura

(Secretário Adjunto)José Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo PedrosoJosé Eduardo Pedroso

(Tesoureiro Adjunto)Patrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia SantoroPatrícia Santoro

(Diretora de publicações)

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente:Domingos Hiroshi Tsuji

São Paulo – SP

Vice Presidente:Geraldo Druck Sant’anna

Porto Alegre - RS

SecretárioPaulo Perazzo Salvador - BA

Secretário AdjuntoRui Imamura

São Paulo - SP

TesoureiroJéferson Sampaio D’avila

Aracaju – SE

Tesoureiro AdjuntoJosé Eduardo Pedroso

São Paulo – SP

REPRESENTANTES REGIONAISRegional I – Acre, Amapá, Amazonas,

Rondônia, Roraima e TocantinsEduardo A. Kauffman (Manaus)

Regional II – Maranhão, Piauí, Ceará,Paraíba, e Rio Grande do NorteJosé Wilson Meireles (Fortaleza)

Regional III – Pernambuco, Alagoas,Sergipe e Bahia

Fabio Coelho A. Siqueira (Recife)Regional IV – Espírito Santo e Rio de Janeiro

Guido Herbert F. Heisler (Rio de Janeiro)Regional V – Distrito Federal, Goiás, Mato

Grosso do Sul e Minas GeraisEdson Luiz Costa Monteiro (Goiânia)Regional VI – Paraná, Santa Catarina

e Rio Grande do SulMarcos Antônio Nemetz (Sta. Catarina)

Regional VII – São Paulo (interior)Mario Luiz A. da S. Freitas (Sorocaba)

CONSELHO FISCALOsíris de Oliveira Camponês do Brasil

São Paulo - SPGabriel Kuhl - Porto Alegre - RS

Antônio Maciel da Silva - Andradina - SPCarlos Takahiro Chone - Campinas - SP

Frederico José Jucá Pimentel - Recife - PE

Vox BrasilisAno 11 • Nº 12 • Junho de 2005

RealizaçãoSintonia Comunicação - sintonia.com.br

Coordenação EditorialPatrícia Paula SantoroJornalista Responsável

Claudio Barreto - MTB: 24.018Projeto Gráfico

Alisson Alonso NunesDiretoria de Publicaçõ[email protected]

Vox Brasilis é o boletim informativo daAcademia Brasileira de Laringologia e Voz.

Fale conoscoAv. Indianópolis, 740 • Moema •

04062-001 • São Paulo • SPTelefax: (11) 5052-2370 / 5052-9515

E-mail: [email protected]

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AAAAAGGGGGOSOSOSOSOSTTTTTOOOOO• • • • • 222224 a 24 a 24 a 24 a 24 a 26 - Curso T6 - Curso T6 - Curso T6 - Curso T6 - Curso Teórico-Prático de Mi-eórico-Prático de Mi-eórico-Prático de Mi-eórico-Prático de Mi-eórico-Prático de Mi-crocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção depeças - peças - peças - peças - peças - organizadores: Prof. Dr. DomingosH. Tsuji, Prof. Dr. Luiz Ubirajara Sennes, Prof.Dr. Richard L. Voegels, Dr. Rui Imamura - local:Anfiteatro de Otorrinolaringologia do HCFMUSP/ Disciplina de Otorrinolaringologia da FMUSP/ Fundação Otorrinolaringologia - cidade:São Paulo – SP - telefone: (11) 3068-9855/ e-mail: [email protected]

SETEMBROSETEMBROSETEMBROSETEMBROSETEMBRO• 17 a 20 - AAO-HNSF Annual Meeting• 17 a 20 - AAO-HNSF Annual Meeting• 17 a 20 - AAO-HNSF Annual Meeting• 17 a 20 - AAO-HNSF Annual Meeting• 17 a 20 - AAO-HNSF Annual Meeting& O& O& O& O& OTTTTTO EXPO - O EXPO - O EXPO - O EXPO - O EXPO - local: Toronto / Ontario –Canadá - e-mail: [email protected] - site:www.entnet.org

• 29 e 30 - Curso de Distúrbios da• 29 e 30 - Curso de Distúrbios da• 29 e 30 - Curso de Distúrbios da• 29 e 30 - Curso de Distúrbios da• 29 e 30 - Curso de Distúrbios daDeglutição e Refluxo LaringofaríngeoDeglutição e Refluxo LaringofaríngeoDeglutição e Refluxo LaringofaríngeoDeglutição e Refluxo LaringofaríngeoDeglutição e Refluxo LaringofaríngeoOrganizadores: Prof. Dr. Luiz UbirajaraSennes, Prof. Dr. Domingos H. Tsuji, Dr.Rui Imamura, Dra. Patrícia Paula Santoro,Dra. Raquel Aguiar Tavares - local: Anfitea-tro de Otorrinolaringologia do HCFMUSP /Disciplina de Otorrinolaringologia da FMUSP/ Fundação Otorrinolaringologia - cidade:São Paulo – SP - telefone: (11) 3068-9855/ E-mail: [email protected]

NOVEMBRO NOVEMBRO NOVEMBRO NOVEMBRO NOVEMBRO / DEZEMBRO/ DEZEMBRO/ DEZEMBRO/ DEZEMBRO/ DEZEMBRO• 2• 2• 2• 2• 277777/1/1/1/1/11 a 03/11 a 03/11 a 03/11 a 03/11 a 03/12 - 32 - 32 - 32 - 32 - 38º Cong8º Cong8º Cong8º Cong8º Congresso Bra-resso Bra-resso Bra-resso Bra-resso Bra-sileiro de Otorrinolaringologia e Cirur-sileiro de Otorrinolaringologia e Cirur-sileiro de Otorrinolaringologia e Cirur-sileiro de Otorrinolaringologia e Cirur-sileiro de Otorrinolaringologia e Cirur-gia Cérvico-Facial - gia Cérvico-Facial - gia Cérvico-Facial - gia Cérvico-Facial - gia Cérvico-Facial - local: Centro deConvenções de Salvador - cidade: Salva-dor-BA - e-mail: [email protected] -site: www.aborlccf.org.br

Agenda

NOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRONOVEMBRO• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICO• 10 a 14 - IV Congresso TRIOLÓGICOde Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologiade Otorrinolaringologia - local: Centrode Conven- ções Mendes - cidade: SãoPaulo - SP - telefone: (11) 5052-9515 R:5- e-mail: [email protected] - site:www.sborl.org.br

DEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRODEZEMBRO• 08 e 09 - I Curso T• 08 e 09 - I Curso T• 08 e 09 - I Curso T• 08 e 09 - I Curso T• 08 e 09 - I Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São PauloDisfagia da Santa Casa de São Paulo -coordenadores: Dr. Alessandro Murano,Dr. André Duprat, Dr. Leonardo da Silva -local: Departamento de Otorrinolaringo-logia da Santa Casa de São Paulo - cidade:São Paulo – SP - telefone: (11) 3222-8405

MARÇO - 2006MARÇO - 2006MARÇO - 2006MARÇO - 2006MARÇO - 2006• 1• 1• 1• 1• 15 a 15 a 15 a 15 a 15 a 18 - 78 - 78 - 78 - 78 - 7.ª Jornada F.ª Jornada F.ª Jornada F.ª Jornada F.ª Jornada Franco-Brasi-ranco-Brasi-ranco-Brasi-ranco-Brasi-ranco-Brasi-leira de Otorrinolaringologia - leira de Otorrinolaringologia - leira de Otorrinolaringologia - leira de Otorrinolaringologia - leira de Otorrinolaringologia - coorde-nação Científica: Prof. J. B. Botelho (Ma-naus/Brasil) e Prof. Pierre Gehanno (Pa-ris/França) Comissão Científica: Dr Alex S.Vidaurre, Dra Viviane S. Oliveira, Dr MoacirTabasnik, Dr Marcelo Tepedino, Dr HélioF. Abreu, Dr João Telles, Dra Sunia Ribeiro,Dr Carlos Eduardo Vale Barros - cidade:Manaus - AM - telefone: (92) 32345609

ABRILABRILABRILABRILABRIL• 06 a 08 - Curso T• 06 a 08 - Curso T• 06 a 08 - Curso T• 06 a 08 - Curso T• 06 a 08 - Curso Teórico-Prático de Mieórico-Prático de Mieórico-Prático de Mieórico-Prático de Mieórico-Prático de Mi-----crocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção decrocirurgia de Laringe com dissecção depeçaspeçaspeçaspeçaspeças - organizadores: Prof. Dr. Domingos H.Tsuji, Prof. Dr. Luiz Ubirajara Sennes, Prof. Dr.

Richard L. Voegels, Dr. Rui Imamura - lo-

cal: Anfiteatro de Otorrinolaringologia do

HCFMUSP / Disciplina de Otorrinolarin-

gologia da FMUSP / Fundação Otorrinolarin-

gologia - cidade: São Paulo – SP - telefone:

(11) 3068-9855 / E-mail: [email protected]

MAIOMAIOMAIOMAIOMAIO

• 1• 1• 1• 1• 11 e 11 e 11 e 11 e 11 e 12 - Curso T2 - Curso T2 - Curso T2 - Curso T2 - Curso Teórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático deeórico-Prático de

Tireoplastias e Dissecção de Laringe -Tireoplastias e Dissecção de Laringe -Tireoplastias e Dissecção de Laringe -Tireoplastias e Dissecção de Laringe -Tireoplastias e Dissecção de Laringe -

organizadores: Prof. Dr. Luiz Ubirajara

Sennes, Prof. Dr. Domingos H. Tsuji, Prof.

Dr. Richard L. Voegels, Dr. Rui Imamura

Local: Anfiteatro de Otorrinolaringologia do

HCFMUSP / Disciplina de Otorrinolaringo-

logia da FMUSP / Fundação Otorrinolarin-

gologia - cidade: São Paulo – SP - telefone:

(11) 3068-9855 / E-mail: [email protected]

JUNHOJUNHOJUNHOJUNHOJUNHO

• 01 - I Encontro de Otorrinolaringolo-• 01 - I Encontro de Otorrinolaringolo-• 01 - I Encontro de Otorrinolaringolo-• 01 - I Encontro de Otorrinolaringolo-• 01 - I Encontro de Otorrinolaringolo-

gia do Conesul e III Gauchãogia do Conesul e III Gauchãogia do Conesul e III Gauchãogia do Conesul e III Gauchãogia do Conesul e III Gauchão - coorde-

nação Científica: Luiz Lavinsky, Renato

Roithmman, Alberto Nudelmann, José

Seligman, Marcelo Zanini, Berenice Dias

Raos, Sérgio Moussale e Tatiana B. A. Della

Giustina - local: Centro de Eventos do Hotel

Serreno - Gramado - cidade: Gramado-RS

Telefone: (51) 33118969 Plenarium Org.

de Eventos - e-mail: [email protected]

- site: www.plenariumcongressos.com.br

Dr. José Victor ManigliaDr. José Victor ManigliaDr. José Victor ManigliaDr. José Victor ManigliaDr. José Victor ManigliaPresidente da ABORPresidente da ABORPresidente da ABORPresidente da ABORPresidente da ABORLLLLL-----CCCCCCCCCCFFFFF

Dr. Washington Luiz AlmeidaDr. Washington Luiz AlmeidaDr. Washington Luiz AlmeidaDr. Washington Luiz AlmeidaDr. Washington Luiz AlmeidaPresidente do CongressoPresidente do CongressoPresidente do CongressoPresidente do CongressoPresidente do Congresso

Prezados Colegas,Temos o prazer de comunicá-los, queentre os dias 27 de Novembro a 01de Dezembro de 2006, estaremos re-alizando, no Centro de Convençõesda Cidade de Salvador – Bahia, o 38ºCongresso Brasileiro de Otorrinola-ringologia e Cirurgia Cérvico Facial.

Além de uma forte programação ci-entífica, que contemplará as várias áre-as de atuação de nossa especialida-de, teremos uma extensa programa-ção social na qual, você e sua famíliapoderão desfrutar dos encantos daterra da magia. Portanto, participem,tragam seus familiares, não percam

esta grande oportunidade de atuali-zação e confraternização, afinal, vocêssão as presenças mais importantedeste Congresso. Venham para Sal-vador e descubram porque aqui, é aterra da felicidade.

Até breve,

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Congresso

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O Congresso Triológico deOtorrinolaringologia, que ocor-reu entre os dias 10 e 14 denovembro, superou mais umavez as expectativas, atingindo umnúmero recorde de inscrições,com mais de 2.100 otorrinos.As salas do ITM Expo, em SãoPaulo, estiveram lotadas na mai-oria dos eventos apresentados.A revista VOX BRASILIS traz umresumo da área de Laringologia.Nas páginas 10 e 11, destaquedas mesas nacionais. Acompa-nhe agora destaques das prin-cipais conferências internacionais:

A abertura da Laringologia noCongresso foi realizada pelo colom-biano Guillermo Campos. Ele apre-sentou o tema como tomar deci-sões em fonocirurgia. SegundoCampos, para se fazer a cirurgia pa-ra melhorar a voz, é necessário cui-dado na indicação e no processocirúrgico. Ele insistiu em fazer a ava-liação do paciente com a estro-boscopia, para delinear melhor atática cirúrgica. Para Domingos Tsuji,Campos quis mostrar que a fono-cirurgia é uma cirurgia pequena, masque necessita de grande precisão etreinamento para ser feita.

Realizada no dia 12 de novem-bro, o médico francês André Perouseabordou as Opções Terapêuticasnas Cicatrizes das Pregas Vocais. Omédico apresentou afecçõesque necessitam de aborda-gens microcirúrgicas e falousobre o manejo da conse-qüente cicatrização.

“É importante entenderporque alguns pacientes de-senvolvem um processo exu-berante de cicatrização e ou-tros não”, disse.

Ele apresentou casos depessoas que têm quebra navoz. “O paciente começa a fa-lar uma palavra e não conse-gue terminar”. Também citoucasos de vibrações irregularesdas pregas vocais. “Os mais fre-

qüentes são voz forçada e a quebrade voz”. Segundo ele, o exame es-troboscópico é necessário para com-pletar o diagnóstico antes de qual-quer fonocirurgia. Perouse enfatizouo tratamento com antiinflamatórios eas dificuldades encontradas na cirur-gia, entre as quais, a fragilidadeepitelial, as aderências e as irregulari-dades dos ligamentos vocais. “Nessecaso você nunca sabe porque o liga-mento tem essa forma. Se isso é ge-nético ou se é decorrente de umacirurgia anterior.” O novo presidenteda ABLV, Geraldo Sant’Anna, conside-rou muito boa a palestra. “Na reali-dade, ele é um discípulo de um gran-de mestre da fonocirurgia, que é oprofessor Marc Bouchayer, e de-monstrou os mesmos princípios”, dis-se. “Talvez seja esse o problema mais

difícil para o fonocirurgião tra-tar. Ele mostrou um númerorazoável de casos com bonsresultados”, concluiu.

No dia 13, as palestrasinternacionais continuaramem destaque. Novamente ofrancês André Perouse atraiua atenção dos colegas. Emsua conferência, ele abordouVergetures: Aspectos Estro-boscópicos e a Anátomo-Ci-rúrgicos. Perouse definiu ostipos de sulco, dizendo queo sulco é uma má formação

congênita; tratamento, no qual eleprefere fazer o deslocamento damucosa com injeção de cola bioló-gica e começar a fonoterapia em tor-no de um mês após a cirurgia. Omédico falou, também, sobre o pro-cedimento de injeção de gordura.Para o otorrinolaringologista JoséEduardo Pedroso, a palestra foi mui-to boa. “Ele tem uma técnica cirúrgi-ca um pouco diferente da nossa”,disse. “Você percebe que eles têmuma técnica muito apurada e, prin-cipalmente, um material muito deli-cado, bom para cirurgia”.

O argentino Ricardo Serranoabordou dois temas em sua pales-tra: Distonias Laríngeas e AnomaliasCongênitas de Laringe. No primeiroassunto ele explicou cada um dos di-agnósticos que devem ser realizados

e as possibilidades de trata-mento. No segundo tema elemostrou todos os tópicos dealterações congênitas, passan-do pelas etiologias, sintomas,tratamentos e complicações. “Oimportante é reconhecer o pro-blema precocemente”, afirmouo médico. Durante a conferên-cia foram apresentados diver-sos vídeos e fotos. Segundo ootorrinolaringologista Osíris Bra-sil, o material didático apresen-tado foi de 1ª qualidade. “Euacho que foi uma das melho-res aulas de todos os congres-sos”, concluiu o médico.

Triológico traz convidados internacionais de renome

Serrano abordou as anomaliasSerrano abordou as anomaliasSerrano abordou as anomaliasSerrano abordou as anomaliasSerrano abordou as anomaliascongênitas de lanrigecongênitas de lanrigecongênitas de lanrigecongênitas de lanrigecongênitas de lanrige

André Perouse na conferênciaAndré Perouse na conferênciaAndré Perouse na conferênciaAndré Perouse na conferênciaAndré Perouse na conferênciasobre pregas vocaissobre pregas vocaissobre pregas vocaissobre pregas vocaissobre pregas vocais

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Congresso

1.º LUGAR1.º LUGAR1.º LUGAR1.º LUGAR1.º LUGAR

Estudo comparativo do PH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por Doença doEstudo comparativo do PH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por Doença doEstudo comparativo do PH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por Doença doEstudo comparativo do PH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por Doença doEstudo comparativo do PH e do volume salivar em indivíduos com laringofaringite crônica por Doença doRefluxo Gastroesofágico antes e após tratamento.Refluxo Gastroesofágico antes e após tratamento.Refluxo Gastroesofágico antes e após tratamento.Refluxo Gastroesofágico antes e após tratamento.Refluxo Gastroesofágico antes e após tratamento.Cláudia Alessandra Eckley, Henrique Olival Costa, Mônica Elisabeth Simon

2.° LUGAR2.° LUGAR2.° LUGAR2.° LUGAR2.° LUGAR

Impacto na qualidade vocal da miectomia parcial e neurectomia endoscópica do músculo tireoaritenóideoImpacto na qualidade vocal da miectomia parcial e neurectomia endoscópica do músculo tireoaritenóideoImpacto na qualidade vocal da miectomia parcial e neurectomia endoscópica do músculo tireoaritenóideoImpacto na qualidade vocal da miectomia parcial e neurectomia endoscópica do músculo tireoaritenóideoImpacto na qualidade vocal da miectomia parcial e neurectomia endoscópica do músculo tireoaritenóideoem paciente com disfonia espasmódica de adução.em paciente com disfonia espasmódica de adução.em paciente com disfonia espasmódica de adução.em paciente com disfonia espasmódica de adução.em paciente com disfonia espasmódica de adução.Domingos Hiroshi Tsuji, Luiz Ubirajara Sennes, Adriana Hachiya, Fernanda Silveira Crispin, Rui Imamura.

3.º LUGAR3.º LUGAR3.º LUGAR3.º LUGAR3.º LUGAR

Glicosfingolipídeos no carcinoma espinocelular do trato aerodigestivo superior: expressão e relação com oGlicosfingolipídeos no carcinoma espinocelular do trato aerodigestivo superior: expressão e relação com oGlicosfingolipídeos no carcinoma espinocelular do trato aerodigestivo superior: expressão e relação com oGlicosfingolipídeos no carcinoma espinocelular do trato aerodigestivo superior: expressão e relação com oGlicosfingolipídeos no carcinoma espinocelular do trato aerodigestivo superior: expressão e relação com oestádio e diferenciação tumoral.estádio e diferenciação tumoral.estádio e diferenciação tumoral.estádio e diferenciação tumoral.estádio e diferenciação tumoral.Marcílio Ferreira Marques Filho, Onivaldo Cervantes, Améria Tanaka, Fernando Walder, Anita H. Straus, LucianaGuimarães, Hélio Takahashi.

MELHOR POSTERMELHOR POSTERMELHOR POSTERMELHOR POSTERMELHOR POSTER

1115 – Avaliação Nasofibrolaringoscópica da deglutição em pacientes com paralisia facial periférica subme-1115 – Avaliação Nasofibrolaringoscópica da deglutição em pacientes com paralisia facial periférica subme-1115 – Avaliação Nasofibrolaringoscópica da deglutição em pacientes com paralisia facial periférica subme-1115 – Avaliação Nasofibrolaringoscópica da deglutição em pacientes com paralisia facial periférica subme-1115 – Avaliação Nasofibrolaringoscópica da deglutição em pacientes com paralisia facial periférica subme-tidos à anastomose hipoglossofacial.tidos à anastomose hipoglossofacial.tidos à anastomose hipoglossofacial.tidos à anastomose hipoglossofacial.tidos à anastomose hipoglossofacial.José Ricardo Gurgel Testa, Elisabete Cardoso, Dayse Manrique, Fernando Freitas Ganança, Paulo Augusto de LimaPontes, Luciano Rodrigues Neves, Maria Inês Gonçalves

MMMMMELHOR TRELHOR TRELHOR TRELHOR TRELHOR TRABALHO APABALHO APABALHO APABALHO APABALHO APRRRRRESENTESENTESENTESENTESENTAÇÃO ORAÇÃO ORAÇÃO ORAÇÃO ORAÇÃO ORAL CAL CAL CAL CAL CAAAAATETETETETEGGGGGORORORORORIA IIA IIA IIA IIA INNNNNICIAÇÃO CIICIAÇÃO CIICIAÇÃO CIICIAÇÃO CIICIAÇÃO CIENTÍFENTÍFENTÍFENTÍFENTÍFICICICICICAAAAA

1389 – Complicações extralaríngeas da laringoscopia direta de suspensão1389 – Complicações extralaríngeas da laringoscopia direta de suspensão1389 – Complicações extralaríngeas da laringoscopia direta de suspensão1389 – Complicações extralaríngeas da laringoscopia direta de suspensão1389 – Complicações extralaríngeas da laringoscopia direta de suspensãoMarco Antonio dos Anjos Corvo, André de Campos Duprat, Cláudia Alessandro Eckley, Alessandra Inácio, MarinaBacal Campos Mello.

Trabalhos premiados no Congresso Triológico,na área de Laringologia:

Apenas uma chapa inscreveu-separa a eleição da Academia Brasileirade Laringologia e Voz (ABLV). Comisso, a nova diretoria da entidade foiaclamada no dia 12 de novembro,na Assembléia da ABLV, no Congres-so Triológico de Otorrinolaringologia,no ITM Expo, em São Paulo.

A chapa tem como candidato apresidência o otorrinolaringologistaotorrinolaringologistaotorrinolaringologistaotorrinolaringologistaotorrinolaringologista

Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Geraldo Druck Sant’Anna.Anna.Anna.Anna.Anna. Comovice-presidente foi inscrito JeffersonSampaio D’Avila. O secretário será ootorrino paulista José EduardoPedroso e o secretário-adjunto ogaúcho Gabriel Kuhl. A chapa trazainda, como tesoureiro, o otorrino-laringologista da Bahia, Paulo LinsPerazzo, e como tesoureiro-adjunto,Ronaldo Frizzarini.

Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Presidente: Geraldo Druck Sant’Anna VVVVVice – Presidente: ice – Presidente: ice – Presidente: ice – Presidente: ice – Presidente: Jefferson Sampaio D’ÁvilaSecretário: Secretário: Secretário: Secretário: Secretário: José Eduardo Pedroso Secretário-Adjunto:Secretário-Adjunto:Secretário-Adjunto:Secretário-Adjunto:Secretário-Adjunto: Gabriel Kuhl

TTTTTesoureiro: esoureiro: esoureiro: esoureiro: esoureiro: Paulo Lins Perazzo TTTTTesoureiro-Adjunto:esoureiro-Adjunto:esoureiro-Adjunto:esoureiro-Adjunto:esoureiro-Adjunto: Ronaldo Frizzarini

ABLV tem novo presidente

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Gestão

A primeira gestão da ABLVestá chegando ao fim. A dire-toria, comandada pelo pre-sidente Domingos Tsuji, al-cançou os objetivos pro-gramados para a admi-nistração. O programacentral foi baseado nu-ma enquete feita no co-meço da gestão com oslaringologistas mais influ-entes da área. O Consen-so de Voz Profissional foium dos marcos da novaABLV. Aprovado duranteevento no Hotel Glória, noRio de Janeiro, o documen-to normatiza as diretrizes e re-comendações para o tratamen-to da voz profissional.

Primeira gestão alcança objetivos traçadosOutro destaque da ges-

tão foi estimular os cur-sos itinerantes. “Fizemosmais de 10 cursos, comprogramação estipula-da pela ABLV, com aajuda de professorese o patrocínio daAstrazêneca”, diz opresidente da ABLV,Domingos Tsuji.

A Campanha daVoz, uma das priorida-

des da ex-SBLV, tam-bém alcançou os objeti-

vos. No primeiro ano,com o ator Lima Duarte à

frente da campanha, houve acriação de aulas-palestras para

chamar a atenção do público

2° Dia Mundial da Voz com Lima Duarte2° Dia Mundial da Voz com Lima Duarte2° Dia Mundial da Voz com Lima Duarte2° Dia Mundial da Voz com Lima Duarte2° Dia Mundial da Voz com Lima Duarte3° Dia Mundial da Voz com3° Dia Mundial da Voz com3° Dia Mundial da Voz com3° Dia Mundial da Voz com3° Dia Mundial da Voz com

Claudia Raia e Edson CelulariClaudia Raia e Edson CelulariClaudia Raia e Edson CelulariClaudia Raia e Edson CelulariClaudia Raia e Edson Celulari

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Domingos Tsuji(Presidente(Presidente(Presidente(Presidente(Presidente

da ABda ABda ABda ABda ABLLLLLV)V)V)V)V)

para a importância de se ter cuida-dos com a voz. Foram vários even-tos concomitantes por todo o Brasil,ganhando a mídia impressa e ele-trônica. No Auditório da Universidade

de São Paulo, o Coraluspencerrou os festejos.

Neste ano, a cam-panha teve atendimen-to em várias cidadesdo país. Com Edson

Celulari e Cláudia Raiacomo protagonistas , o

evento também foi muito bemrecebido pela mídia. “Graças ao

trabalho de médicos de todo o Bra-sil e da Sintonia Comunicação, queformatou a profissionalização dacampanha, conseguimos cumprirnossos objetivos a um custo bembaixo”, analisou o presidente.

Auditório da Universidade de São Paulo,Auditório da Universidade de São Paulo,Auditório da Universidade de São Paulo,Auditório da Universidade de São Paulo,Auditório da Universidade de São Paulo,CoraluspCoraluspCoraluspCoraluspCoralusp no no no no no encerrencerrencerrencerrencerramento da Campanha da Vozamento da Campanha da Vozamento da Campanha da Vozamento da Campanha da Vozamento da Campanha da Voz

A ABLV moder-nizou a parte cien-tífica do CongressoBrasileiro, além defazer parte da or-ganização do Con-gresso Triológico.Também realizoucom grande suces-so o I Encontro Ibe-ro-Latino-America-no de Laringologiae Fonocirurgia, ummarco na Laringo-logia brasileira, por-que vieram 11 con-vidados estrangei-ros, com custo pra-t icamente zero.“Nós só oferece-mos estadia atra-vés de patrocínioda Astrazêneca”,

diz Tsuji.Para o presiden-

te da ABLV, o traba-lho durante sua ges-tão, foi abrangente,dentro da projeçãoinicial. “Sempre nospreocupamos emminimizar os custospara a ABLV. Foi umaadministração enxu-ta, do ponto de vistafinanceiro, mas quetrouxe bastante re-torno em termos deprodutividade”, analisa. Ele lembroutambém que a ABLV manteve a Re-vista Vox Brasilis, com custo zero,apenas com o patrocínio da SigmaPharma.

Segundo Domingos Tsuji, a pró-xima diretoria tem um pa-pel importante, em pri-meiro lugar, para refor-mular o estatuto da en-tidade. “Não tivemos umamadurecimento neces-sário ainda para promo-vê-lo”. O próximo presi-dente também terá de

continuar na batalha pela aceita-ção dos órgãos de saúde federaisdas conclusões do Consenso deVoz Profissional. “Temos de fazervaler as determinações do consen-so dentro do Ministério da Saúde”,conclui.

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Congresso

Painéis de Imersão lotam O painel de imersão foi uma das

inovações propostas na programa-ção científica da Laringologia no IVCongresso Triológico de Otorrinola-ringologia. O novo formato abriu oprimeiro dia da Laringologia no con-gresso, no dia 12 de novembro. Coma discussão centrada nas abordagensterapêuticas das lesões pré-malignase tumores precoces da laringe, os es-pecialistas convidados mostraramsuas experiências sobre o tema. Lu-ciano Rodrigues Neves apresentou,entre outros tópicos, como tratar dasleocoplasias, do ponto de vista clíni-co e cirúrgico. Carlos Takahiro Chonedemonstrou sua experiência nas ci-rurgias endoscópicas dos carcinomasglóticos e supraglóticos inicias. “É muitoimportante avaliarmos a localização dotumor para definir as técnicas cirúrgi-cas”, afirmou. Durante o painel, Ro-drigo de Oliveira Santos abordou otema Cirurgia Aberta dos CarcinomasLaríngeos Inicias. Para ele, num futu-ro bem próximo, “devemos chegar a‘zero’ nas cirurgias abertas”.

O painel sobre Interpretação Diag-nóstica em Laringologia contou comgrande participação dos congressis-tas. Luis Antônio Figueiredo abordouos diversos métodos de avaliação, en-

tre os quais a eletromiografia, testesensório e exames de imagem. Mar-cos Nemetz enfatizou a importânciado conhecimento médico. “A tecno-logia não funciona sem um bom mé-dico”. Edson Luiz Monteiro abordouo Diagnóstico Diferencial das LesõesBenignas. De acordo com ele, é deextrema importância uma boaanamnese.

No Diagnóstico Diferencial dasLesões Malignas, José Wilson Meirelesda Trindade demonstrou casos deneoplasias malignas na laringe. “Ape-sar da fácil prevenção, a maioria doscasos ainda é detectada em estágioavançado”. Ele ressaltou a importân-cia da relação médico-paciente. “Dessaforma é possível saber os hábitospessoais do paciente”. Para encerraro painel, Noemi de Biasi abordou oDiagnóstico Diferencial das DoençasNeurológicas. Assim como os colegas,ela frisou a importância do conheci-mento da história clínica do paciente,do conhecimento médico e da inter-pretação do exame, sem deixar decitar, a necessidade da eletromiografia.“É fundamental que a eletromiografiaseja feita com a presença de umotorrinolaringologista e de um neu-rologista”, disse a médica.

No painel sobre Afecções Larín-geas, as palestras abordaram a otor-rino pediatria. A Disfonia na Infânciafoi o tema de Rui Imamura. Ele abor-dou a questão do refluxo, mostran-do que o diagnóstico, difícil no adul-to, piora quando ocorre em crianças.O tema do painel de Melissa Avelinofoi Estridor e Mal-formações Congê-nitas, enfocado na paralisia de pre-gas vocais. Geraldo Sant’ Anna expli-cou a Papilomatose Laríngea Infantil.Ele considera a doença uma infec-ção. A última palestra foi apresenta-da por Paula Lourenzon, que abor-dou a Disfagia na infância.

No domingo, teve continuidadeos painéis de imersão da Laringologia,com apresentações importantes doponto de vista científico. Nas discus-sões sobre microcirurgia da laringe,

Erich Madruga de Mmodelos de animaçlogia das pregas voccorreu sobre trabatais em animais. Pacoordenador da mapresentado por Emais bonitos feitosnos últimos anos”.

Rui Imamura trogresso dicas impootorrinolaringologisintervenções cirúrgicuma boa cirurgia, laringoscópio adeanestésica adequadatrole de sangramendos membros da etrou também os ticópios mais utilizadcas sobre o posicion

As mesas redondas e painéisAs mesas redondas e painéisAs mesas redondas e painéisAs mesas redondas e painéisAs mesas redondas e painéis

Sarvat faz conferência sobre voz profissionalSarvat faz conferência sobre voz profissionalSarvat faz conferência sobre voz profissionalSarvat faz conferência sobre voz profissionalSarvat faz conferência sobre voz profissional

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salas do Triológico em SP

Melo apresentoução sobre a histo-cais. Também dis-alhos experimen-ra Agrício Crespo,

mesa, o trabalhoErich “é um doss na Laringologia

ouxe para o con-ortantes para osstas na hora dascas na laringe. Para

ele indicou umequado, câmaraa, iluminação, con-nto e a interaçãoequipe. Rui mos-pos de laringos-

dos e até deu di-namento da equi-

s foram bastante concorridoss foram bastante concorridoss foram bastante concorridoss foram bastante concorridoss foram bastante concorridos

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Laringologia também destacou cantor disfônico Laringologia também destacou cantor disfônico Laringologia também destacou cantor disfônico Laringologia também destacou cantor disfônico Laringologia também destacou cantor disfônico

pe numa cirurgia. No painel sobreCirurgia de Cabeça e Pescoço, JairMontovani apresentou o tema Diag-nóstico por Imagem de Cabeça ePescoço. Ele explicou a necessida-de de solicitar diferentes exames,como a tomografia computadori-zada e a ressonância magnética. Naseqüência, João Padovani Juniorabordou as doenças das glândulassalivares. Mostrou as melhores ma-neiras de diagnosticar os casos eenfatizou que o melhor exame é aP.A.A.F., por ser mais simples, baratae rápida.

O tema da palestra de MarcioAbrahão foi diagnóstico e tratamen-to dos nódulos tireoideanos. De acor-do com o médico, a incidência denódulo de tireóide é grande. “A maio-ria dos casos é diagnosticado pelaultrassonografia”, afirmou. Ele desta-cou a importância de detectar se ocarcinoma é benigno ou maligno. “Ocâncer de tiróide tem o mais agressi-vo de todos os carcinomas”, concluiu.

O painel sobre Refluxo Laringo-Faríngeo e Distúrbios da Deglutiçãofoi iniciado por Claudia Eckley, que

abordou os diagnósticos de refluxos.Evaldo Macedo Filho enfatizou o tra-tamento clínico e cirúrgico, apresen-tou exemplos de lesões na laringe ecitou índices de sintomas e objetivosdo tratamento, como alívio e resolu-ção dos sintomas, cicatrização das le-sões, e prevenção, entre outros. Aotorrinolaringologista Patrícia Santorotrouxe a abordagem do pacientedisfágico. “O importante é que se façaum diagnóstico correto por meio deVED e VFC, a prevenção, via alternati-va de alimentação e condutas clíni-cas”, comentou. A médica revelou ain-da as indicações e limitações dos exa-mes Videoendoscopia da deglutiçãoe videofluoroscopia.

Para encerrar, Dayse Manriquedebateu disfagia e pneumonias derepetição: abordagem diagnóstica eterapêutica. Ela enfatizou o tratamen-to cirúrgico da aspiração e citou al-guns fatores de risco entre as aspi-rações de saliva e complicações pul-monares. “Se o paciente apresentaesses fatores associados à aspira-ção deve estar em vigilância cons-tante do médico”.

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Artigo

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃOA Assembléia Mundial Sobre o En-

velhecimento realizada em Viena em1982 estabeleceu que 60 anos seria olimite inferior de idade para o início doenvelhecimento [OPAS, 1992]. Esta par-cela da população é a que tem apre-sentado maior crescimento demográficonas últimas décadas. Segundo a OPAS[1992], enquanto o crescimento dapopulação geral no mundo cresce a umritmo de 1,7% ao ano, esta populaçãocresce 2,5% ao ano. Afirma ainda queeste crescimento é principalmente pro-duzido pelos países em desenvolvimen-to, onde a taxa de crescimento nessafaixa etária é cerca de três vezes superi-or a dos países desenvolvidos. Aparen-temente, todos os órgão e sistemas or-gânicos sofrem a ação dos anos. Des-de a diminuição progressiva do neu-rônio (40.000 neurônios/dia) até a re-dução do débito cardíaco (cerca de500ml/minuto por década após os 20anos), o organismo sofre e tenta adap-tar-se a essas modificações [Timo-Iaria,1990]. A voz é uma dessas característi-cas que se altera com os anos. Em pes-soas idosas, ela pode geralmente serdiferenciada da voz de adultos jovens oque nos sugere haver alterações pró-prias do envelhecimento que acome-tem a laringe humana. [Honjo e Isshiki;1980]. Neste artigo, os autoresapresentam uma revisão sobre presbifo-nia, discutindo as principais evidenciasda ação do envelhecimento nos órgãose estruturas envolvidas diretamente naprodução do som, bem como apre-sentam as modalidades de tratamentomais utilizadas.

2. R2. R2. R2. R2. REVIEVIEVIEVIEVISÃO DSÃO DSÃO DSÃO DSÃO DA LITERA LITERA LITERA LITERA LITERAAAAATUTUTUTUTURRRRRAAAAA2.1. Estrutura Normal das Pre-2.1. Estrutura Normal das Pre-2.1. Estrutura Normal das Pre-2.1. Estrutura Normal das Pre-2.1. Estrutura Normal das Pre-

gas Vgas Vgas Vgas Vgas VocaisocaisocaisocaisocaisDo ponto de vista mecânico, as

pregas vocais são divididas em trêscamadas chamadas de: camada de

Presbifonia - Atualização nos conceitos,fisiopatologia e tratamento

João Aragão Ximenes Filho, Priscila Trezza, Domingos Hiroshi Tsuji, Luiz Ubirajara Sennes

cobertura, camada de transição e cor-po da prega vocal. A primeira é com-posta pelo epitélio e pela camada su-perficial da lâmina própria (LP). Estaúltima é referida como espaço deReinke e é frouxa e flexível. A camadade transição é constituída pelas cama-das intermediárias e profundas da LPe constituem o ligamento vocal. A ca-mada intermediária é composta prin-cipalmente por fibras elásticas, que têma capacidade de distender cerca deduas vezes o seu comprimento habi-tual. A camada profunda é constituí-da basicamente por fibras colágenas.

O corpo é formado pelo múscu-lo vocal. Apresenta fibras muscularesem formato circular, multinucleadas,com núcleos na periferia que são cir-cundadas por camadas de tecidoconjuntivo, o endomísio. Possui, des-ta forma, características histológicasdiferentes dos músculos estriados dosmembros [Guida e Zorzetto, 2000].Em análise das fibras musculares atra-vés de métodos imunohistoquímicosrealizada por estes últimos autores,ficou comprovado que o músculo vo-cal tem metabolismo oxidativo pre-dominantemente aeróbico, sendo as-sim resistente a fatiga. Esta caracterís-tica mostra a sua plena adaptação asua função fonatória.

2.2. Fisiopatologia da Presbifonia2.2. Fisiopatologia da Presbifonia2.2. Fisiopatologia da Presbifonia2.2. Fisiopatologia da Presbifonia2.2. Fisiopatologia da PresbifoniaUma das características vocais as-

sociadas com a idade avançada é aqualidade de voz fraca, soprosa e trê-mula. O achado laríngeo para tal tipode voz é, normalmente, de pregas vo-cais “arqueadas”. A interpretação desteestado, se devido à atrofia ou flacidezdas pregas vocais permanece contro-verso [Isshiki et al., 1999].

No entanto, alguns autores enfati-zam que as alterações vocais na po-pulação geriátrica devem-se, na mai-or parte, a doenças e não a presbi-

fonia. O diagnóstico de presbilaringedeve ser desta forma, um diagnósti-co de exclusão após cuidadosa ava-liação médica e fonoaudiológica[Casper & Colton, 2000].

Atualmente, os principais fatores ti-dos como responsáveis pelo desen-volvimento da presbifonia são: atrofiade fibras musculares, diminuição de fi-bras elásticas, redução da espessuradas mucosas, calcificação das cartilagenslaríngeas e redução na velocidade detransmissão neural.

Diversos estudos têm sido realiza-dos com o objetivo de melhor compre-ender o processo de envelhecimentona laringe e em especial nas pregasvocais. Abaixo discutiremos os que nosparecem mais relevantes e que trouxe-ram maior contribuição neste sentido.Inúmeras glândulas mistas seromucosasestão presentes na laringe. Estas glân-dulas auxiliam a laringe a desempenharsuas funções de proteção esfincteriana,produção do som e de defesa das viasaéreas inferiores contra vírus e bactéri-as. Sato e Hirano [1998] estudaram tam-bém as alterações do envelhecimentosobre essas glândulas presentes namucosa laríngea. Foram identificadas di-versas alterações em constituintes intrace-lulares como o retículo endoplasmáticorugoso e o complexo de Golgi. Essasalterações refletiram não apenas umamodificação na quantidade como tam-bém na qualidade das secreções pro-duzidas por essas glândulas. Os auto-res concluem que as alterações encon-tradas nas glândulas laríngeas tambémparticipam das modificações presentesna presbifonia.

Mácula flava (MF) constitui-se emuma estrutura localizada nas extremida-des anteriores e posteriores da porçãomembranosa das pregas vocais, estan-do o ligamento vocal disposto entre aMF anterior e a MF posterior. Sato e Hirano[1995], estudando 10 laringes huma-

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nas de indivíduos de ambos os sexosentre 71 e 93 anos, tentaram identificaralterações na MF em decorrência do pro-cesso de envelhecimento. Como resulta-do obtiveram um menor número defibroblastos na MF de idosos quandocomparada à de adultos jovens. Altera-ções intracelulares também foramidentificadas como um citoplasma me-nor, com retículo endoplasmático rugo-so e complexo de Golgi em menor nú-mero que em MF jovens. As mitocôndriasencontravam-se degeneradas. Estes acha-dos de decréscimo no número e na ati-vidade dos fibroblastos nas MF de ido-sos indicam decréscimo na síntese decomponentes fibrosos nas pregas vo-cais dessa população. Os autores con-cluem que essas modificações estrutu-rais do tecido vibrátil contribuem parcial-mente para as alterações presentes napresbifonia. A atrofia dos músculos dalaringe, em especial do músculo tireoa-ritenóide, tem sido apontada por al-guns autores como a principal respon-sável pela alteração na voz de pessoasidosas [Yoder, 1986]. Este autor aindapondera que as alterações na produ-ção de muco no sáculo laríngeo e orelaxamento ou enrijecimento da cáp-sula da junção cricotireoídea tambémparticipariam nas mudanças de carac-terísticas da voz do idoso.

A análise da calcificação das estru-turas laríngea foi descrita por Yerman etal. [1988] em estudo utilizando laringesde 20 cadáveres. Estes autores mostra-ram haver calcificação de diferentes par-tes da laringe após os 20 anos de ida-de. A presença de calcificações das car-tilagens aritenóides e cricóide, ou mes-mo de outras estruturas laríngea pode-ria influenciar direta ou indiretamente naprodução da voz, sendo necessário umestudo mais detalhado deste padrão decalcificação para concluirmos se este émais um fator que participa na mudan-ça das características da voz.

LeJeune et al. [1983] sugeriram queas alterações encontradas na voz deidosos seriam secundárias a um encur-tamento das pregas vocais (PPVV), de-vido a uma perda gradual da elasticida-de do ligamento tireoaritenóide. Estaperda de elasticidade ocorreria por per-da da tensão ou do tônus do ligamen-to em conseqüência da perda de fibraselásticas pelo envelhecimento.

Uma importante região da prega vo-cal que poderia sofrer efeitos do envelhe-cimento é a chamada Zona da Membra-na Basal (ZMB). Esta é uma área de tran-sição entre o epitélio e a camada superfi-cial da lâmina própria (LP). A importânciadesta região na pele humana e suas mo-dificações em decorrência do envelheci-mento já são bem conhecidas, e indepen-dem dos fatores ambientais como a ex-posição ao sol. Sua participação no pro-cesso de envelhecimento das pregas vo-cais, no entanto, ainda não está provado.

As alterações induzidas pelo enve-lhecimento diferem entre homens emulheres. Honjo e Isshiki [1980] reali-zaram estudo em 40 pacientes idososde ambos os sexos e observaram alte-rações diferenciadas para cada sexo emdecorrência da idade. Nas pregas vo-cais (PPVV) de homens idosos obser-varam maior freqüência de atrofia efenda glótica que se manifestou com oaumento na freqüência fundamentalda voz. Estas alterações foram atribuí-das às modificações inerentes ao en-velhecimento dos músculos e dasmucosas dos idosos. Já em mulheresidosas, foi observado edema damucosa das PPVV em 74% dos ca-sos, o que provocou um abaixamentona freqüência fundamental e discretadisfonia. Isto foi atribuído às alteraçõeshormonais pós-menopausa.

Hirano et al. [1989] demonstra-ram que as pregas vocais encurtamcom a idade, especialmente após os70 anos de idade. Essa tendência foimais marcante nos homens do quenas mulheres entre as 64 laringes es-tudadas por esses autores. Parecehaver modificações também na espes-sura do epitélio que recobre as pre-gas vocais com a idade. Hirano et al.[1989] demonstraram que há tendên-cia de ocorrer aumento na espessuraepitelial, especialmente em mulheres.

Em outros parâmetros tambémparece haver distinção entre a pregavocal do homem e da mulher idosa.Ainda citando o estudo realizado porHirano et al. [1989], esses autores no-taram que a espessura da camada in-termediária da lâmina própria e a den-sidade das fibras elásticas dessa cama-da tendem a diminuir no sexo mascu-lino, o que não foi observado entre asmulheres idosas. A camada profunda

da lâmina própria de pregas vocais dehomens idosos torna-se mais espes-sa, com distribuição das fibras elásticasem diversos sentidos, o que não foiobservado nas mulheres idosas.

A disposição das fibras elástica ede colágeno também sofre ação doenvelhecimento. Ishii et. al. [1996], exa-minando 14 laringes humanas entre54 e 85 anos, realizaram análise ultra-estrutural das fibras elásticas e decolágeno da camada intermediária eprofunda das pregas vocais através dotratamento destas com ácido fórmicoe hidróxido de sódio. Observaram quena laringe mais idosa, proveniente deum homem de 85 anos, as fibras elás-ticas e de colágeno não se encontra-vam arranjadas ordenadamente e apre-sentavam curvatura irregular. A superfí-cie das fibras estava acidentada e haviadepósitos amontoados sobre elas. Es-tes achados foram semelhantes aoobservado em paciente submetido aradioterapia para tratamento de carci-noma supra-glótico. Os autores suge-rem que estas alterações estão relacio-nadas à perda de elasticidade das fi-bras elásticas e pode provocar mudan-ças nas propriedades elásticas ou nahabilidade do mecanismo de regulaçãodas pregas vocais.

2.3. T2.3. T2.3. T2.3. T2.3. TratamentoratamentoratamentoratamentoratamentoDuas propostas terapêuticas são

usualmente utilizadas frente a um pa-ciente com presbifonia: a reabilitaçãofonoterápica e a intervenção cirúrgica.

A reabilitação vocal, na maioria doscasos, é suficiente para restaurar umafunção vocal aceitável e eliminar a mai-oria das características acústicas relaci-onadas a “voz idosa” [Sataloff, 1998].

Os exercícios vocais visam aumen-tar o tônus muscular, a fim de melho-rar a coaptação glótica e a intensida-de vocal. O trabalho com coordena-ção pneumo-fonoarticulatória pretendemanter uma boa capacidade vital quedê suporte para a voz. Ao mesmotempo, orienta-se o paciente a man-ter-se ativo fisicamente e a adotar há-bitos de vida saudáveis, como boa ali-mentação, sono e hidratação. Entre-tanto, em alguns casos as mudançasteciduais da laringe podem impossibilitar aaquisição de uma voz satisfatória e reque-rer intervenção cirúrgica.

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Nos idosos, as cirurgias para me-lhora da voz (fonocirurgias) mais rea-lizadas são as cirurgias para retiradade lesões benignas como pólipos enódulos e aquelas para a correçãoda incompetência glótica [Slavit, 1999]provocada pela atrofia das ppvv. Dife-rentes modalidades de cirurgias têmsido empregadas para esta última fi-nalidade, porém podemos dividi-lasem dois grupos: injeções intracordaise cirurgias sobre o arcabouço laríngeo.

Dentre os materiais injetados naspregas vocais, teflon, gelfoam, colágeno egordura têm sido os mais utilizados. Noentanto, devido ao risco de migração doteflon e a freqüente reabsorção de ma-teriais como colágeno, geolfoam e gor-dura, esta modalidade de tratamento temsido pouco utilizada na presbifonia.

As cirurgias sobre o arcabouço la-ríngeo apresentam a vantagem de pre-servar a integridade do epitélio vibratóriodas ppvv. Diversas técnicas foram des-critas. Tucker [1988] tentou corrigir umapossível frouxidão da prega vocal queexplicasse as alterações presentes napresbifonia. Este autor propôs uma téc-nica cirúrgica de avanço da comissuraanterior da laringe. Realizou este pro-cedimento cirúrgico em 10 pacienteshígidos que apresentavam apenas vozfraca e trêmula, previamente submeti-dos a fonoterapia sem sucesso. Des-tes, oito eram idosos entre 62 e 90anos e dois eram adultos jovens (32 e44 anos). Os resultados apresentadospelo autor mostram que houve me-lhora duradoura apenas nos dois pa-cientes jovens. No grupo de idosos,apesar da melhora na qualidade vocalobservada no pós-operatório imedia-to, houve uma deterioração progressi-va da voz após um período de cercade três semanas. O autor justifica quenos idosos ocorreria novo relaxamen-to dos tecidos, não cabendo este tipode intervenção cirúrgica.

Koufman [1989] também descre-veu laringoplastia de comissura anteriorcomo tratamento para arqueamento depregas vocais. Na técnica proposta poreste autor, o arcabouço laríngeo é aber-to através de incisão na comissura ante-rior com retalho de base superior. Esteautor utilizou implantes de “silastic” semsutura na porção lateral de cada pregavocal, com o objetivo de medialinizar as

pregas vocais. Dos três pacientes opera-dos por esta técnica, em um associou-seo estiramento das pregas vocais atravésde avanço na comissura anterior. Osmelhores resultados foram obtidos nosdois pacientes onde não foi realizado oavanço de comissura anterior.

Isshiki et at [1996] descreveramuma outra opção cirúrgica para o tra-tamento da atrofia de prega vocal. Sub-meteram 31 pacientes com atrofia depregas vocais por diferentes causa àtireoplastia tipo I uni ou bilateral, asso-ciada ou não com a tireoplastia tipo IIIou tipo IV. A decisão do tipo detireoplastia era tomada no trans-ope-ratório. Os autores comentam que natireoplastia tipo I, o molde deve serposicionado mais profundamente doque quando usado na paralisia deprega vocal, além de ter que fixa-lo maisfirmemente. Os autores concluem queesta técnica cirúrgica, associada ou nãoa tireoplastia tipo III apresenta bonsresultados na atrofia de ppvv, especial-mente se não houver lesões associa-das. Dos 31 pacientes analisados emconjunto, apenas em 6 a atrofia foi atri-buída ao envelhecimento. Assim, tor-na-se difícil retirar grandes conclusõessobre o emprego desta técnica no tra-tamento da presbifonia.

Um outro tipo de cirurgia sobre oarcabouço laríngeo foi descrita em1998 por McCulloch e Hoffman e temsido utilizada entre nós [Sant’Anna eMauri, 2001]. Esta técnica produz amedialização das prega vocais atravésda introdução de um material sintético,o politetrafluoretileno expandido (Gore-Tex®), na porção lateral das ppvv. Osestudos com este material têm sidorealizados em pacientes com paralisiade prega vocal. A utilização desta técni-ca no tratamento da presbifonia nãofoi ainda descrita.

Discussão e Comentários FinaisDiscussão e Comentários FinaisDiscussão e Comentários FinaisDiscussão e Comentários FinaisDiscussão e Comentários FinaisPodemos observar que inúmeras

são as modificações na laringe em de-corrência do envelhecimento e que apresbifonia tem origem multifatorial.Identificar quais são os principais fato-res envolvidos nas modificações pre-sentes nos idosos e quais os respon-sáveis pelas queixas relatadas por es-tes pacientes é essencial para que pos-samos melhor tratar a presbifonia.

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Artigo

Leila Freire R. Lima* Victor E. S. Campelo** Luciana M. Nita***Rui Imamura**** Luiz Ubirajara Sennes***** Domingos Hiroshi Tsuji******

Peculiaridades da laringe infantil

* Otorrinolaringologista Fellow em Cirurgia Plástica da Face da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica - HCFMUSP

** Médico Residente da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica - HCFMUSP

***Aluno da Pós-graduação em Otorrinolaringologia - FMUSP

**** Médico assistente doutor da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica - HCFMUSP

***** Professor associado livre-docente do Departamento de Otorrinolaringologia - FMUSP

****** Médico assistente livre-docente da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica - HCFMUSP

INTRODUÇÃO:INTRODUÇÃO:INTRODUÇÃO:INTRODUÇÃO:INTRODUÇÃO:O estudo da anatomia da laringe

infantil é importante, visto que o nú-mero de crianças que necessitam deatendimento médico de urgência in-tensivo por apresentar distúrbios res-piratórios é cada vez maior. Esse étambém um dos principais proble-mas frente ao atendimento a recém-nascidos (RN) pré-termo. Com a evo-lução do atendimento aos neonatos,RN cada vez mais prematuros têmconseguido sobreviver aos intercursosintrínsecos à saída precoce do úteromaterno. Com o aumento da neces-sidade do uso de intubação endotra-queal nestes neonatos de alto risco,a incidência de injúrias laríngeas le-vando à estenose também têm au-mentado1,2. Profissionais da área desaúde, em especial médicos, sem co-nhecimento prévio adequado daspeculiaridades da laringe da criança,podem promover traumatismos comcomplicações nas vias aéreas de cri-anças atendidas em setores de ur-gência. Portanto, torna-se essencial omelhor conhecimento dos órgãosfetais, principalmente em relação aoaparelho respiratório, visando umaabordagem especializada, sistemática,acessível e menos traumático comrelação à laringe infantil.

Em estudo recente realizado naDivisão de Clínica Otorrinolaringológicado Hospital das Clínicas da Faculda-de de Medicina da USP, foram ob-servadas algumas peculiaridades daestrutura e do lúmen da cartilagemcricóide de fetos entre o quinto enono meses de idade gestacional, esuas relações com o crescimento e

as demais medidas corpóreas. Foirealizada também uma comparaçãoentre as medidas encontradas e ostubos endotraqueais disponíveis nomercado.

CONCONCONCONCONSISISISISIDERDERDERDERDERAÇÕES ANAAÇÕES ANAAÇÕES ANAAÇÕES ANAAÇÕES ANATÔMTÔMTÔMTÔMTÔMICICICICICAS:AS:AS:AS:AS:Os estudos em cadáveres huma-

nos, desde as detalhadas descriçõesde Andreas Vesalius na primeira me-tade do século XIV, têm nos ajudadoa compreender melhor o corpo hu-mano. Na laringologia, estes estudostêm contribuído no entendimento dasfunções importantes deste órgão. Alaringe de uma criança não é umasimples miniatura de um adulto3. Exis-tem diferenças significativas no tama-nho, na posição com relação à colu-na, na composição da cartilagem edos tecidos moles e na adaptaçãoao ambiente3. A principal mudançaem uma laringe durante o crescimen-to é o aumento de seu tamanho, noentanto não proporcional para todasas estruturas que a compõem. O prin-cipal ponto de constrição da laringena criança é a cartilagem cricóide, di-ferentemente do adulto, em que esteponto encontra-se na região glótica.O lúmen da cartilagem cricóide éelíptico e a cartilagem é rígida4.

Os primeiros relatos sobre a em-briologia da laringe humana e o seudesenvolvimento durante a infânciaocorreram na primeira metade do sé-culo XX5,6. Entretanto, o desenvol-vimento da laringe na última metadedo período fetal não foi estudada ex-tensivamente e tem sido descrito ge-ralmente de forma qualitativa 7,8. Osprimeiros estudos sobre a configu-

ração anatômica das laringes infantiseram focados em laringes pré-pu-berais e puberais11,12, e no desenvol-vimento de fibras colágenas no de-senvolvimento da laringe13,14.

PosiçãoNa criança, a laringe situa-se apro-

ximadamente na altura do 4° corpovertebral e com a elevação da larin-ge, ao deglutir, a epiglote pode al-cançar o nível do 1° ou 2° corposvertebrais. No adulto, localiza-se apro-ximadamente na altura do 5° ou 6°

corpos vertebraisl,19.Ossos e CartilagensA epiglote é também um órgão

diferente na criança e no adulto. Nacriança, a epiglote tem a forma daletra “ômega” ou “U”, e no adulto ten-de a ser aberta. O osso hióide é maiscaudal na criança, o corpo está emcontato com a parte anterior da car-tilagem tireóide. O osso hióide fazcom que a base da língua desça aepiglote para o ângulo de 45° com aparede anterior da faringe. A laringeinfantil é composta por tecido car-tilaginoso mais flexível do que a doadulto19.

LaringeNa criança não há diferença sig-

nificativa na laringe entre os sexos cu-jas vozes são similares, o que nãoocorre na laringe do adulto.

A região subglótica cresce consi-deravelmente em tamanho duranteos dois primeiros anos de vida (13-28mm2).

Laringes de neonatos são relati-vamente maiores que a dos adultos,enquanto a traquéia é relativamentemenor. Quando a criança atinge seis

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anos de idade, o calibre da traquéiase iguala ao da laringe15. Apesar des-tes relatos de menor calibre da tra-quéia comparada à laringe, na práti-ca clínica diária em neonatologia, odiâmetro mais importante é o diâmetrointerno da cartilagem cricóide, poisdurante a intubação em crianças erecém-nascidos, é neste ponto quese encontra a área de maior constri-ção da laringe. Além disso, diferente-mente da traquéia, que possui umarcabouço mais flexível, a estrutura dacricóide é rígida e anular, impossibili-tando uma adaptação a um tubo deárea maior introduzido em seu lú-men4. Dessa forma, a cricóide partici-

b) visão inferior da cartilagemb) visão inferior da cartilagemb) visão inferior da cartilagemb) visão inferior da cartilagemb) visão inferior da cartilagemcricóide.cricóide.cricóide.cricóide.cricóide.

Figura 2:Figura 2:Figura 2:Figura 2:Figura 2:Laringe deLaringe deLaringe deLaringe deLaringe de

recém-nascidorecém-nascidorecém-nascidorecém-nascidorecém-nascidofalecido nofalecido nofalecido nofalecido nofalecido noprimeiro diaprimeiro diaprimeiro diaprimeiro diaprimeiro diade vida, sexode vida, sexode vida, sexode vida, sexode vida, sexomasculino,masculino,masculino,masculino,masculino,

peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,altura: 40cm.altura: 40cm.altura: 40cm.altura: 40cm.altura: 40cm.

Figura 3:Figura 3:Figura 3:Figura 3:Figura 3:Laringe de fetoLaringe de fetoLaringe de fetoLaringe de fetoLaringe de feto

de 9 meses,de 9 meses,de 9 meses,de 9 meses,de 9 meses,sexo masculino,sexo masculino,sexo masculino,sexo masculino,sexo masculino,

peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,peso: 3600g,altura: 55cm.altura: 55cm.altura: 55cm.altura: 55cm.altura: 55cm.

Figura 1: a) Laringe de feto deFigura 1: a) Laringe de feto deFigura 1: a) Laringe de feto deFigura 1: a) Laringe de feto deFigura 1: a) Laringe de feto de6 meses, sexo feminino, peso:6 meses, sexo feminino, peso:6 meses, sexo feminino, peso:6 meses, sexo feminino, peso:6 meses, sexo feminino, peso:

1100g, altura: 35cm.1100g, altura: 35cm.1100g, altura: 35cm.1100g, altura: 35cm.1100g, altura: 35cm.

TTTTTabela 1. Dabela 1. Dabela 1. Dabela 1. Dabela 1. Descrição dos diâmetros internos e externos dos principaisescrição dos diâmetros internos e externos dos principaisescrição dos diâmetros internos e externos dos principaisescrição dos diâmetros internos e externos dos principaisescrição dos diâmetros internos e externos dos principaistubos endotraqueais sem balonetes disponíveis no mercado.tubos endotraqueais sem balonetes disponíveis no mercado.tubos endotraqueais sem balonetes disponíveis no mercado.tubos endotraqueais sem balonetes disponíveis no mercado.tubos endotraqueais sem balonetes disponíveis no mercado.

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pa com um meca-nismo de contra-pressão, compri-mindo a mucosaentre a cartilageme o tubo endotra-queal4. Estes foramos principais moti-vos que nos leva-ram a estudar acricóide (Figuras 1(Figuras 1(Figuras 1(Figuras 1(Figuras 1a e b-2-3).a e b-2-3).a e b-2-3).a e b-2-3).a e b-2-3).

Casuísticae Métodos

Foram estudadas 19 laringes re-tiradas em autópsias de 17 natimor-tos e dois recém-nascidos (falecidosno primeiro dia de vida), entre o quin-to e o nono meses de idade gesta-cional. As laringes preservadas em for-malina9 foram removidas pelo depar-tamento de Patologia da Universida-de de São Paulo em um período deaté 12 horas post mortem e nãoapresentavam nenhum tipo de lesãoorgânica ou sinal de trauma, caso con-trário, eram automaticamente excluí-das. As informações sobre a idade,peso e altura dos natimortos e re-cém-nascidos foram obtidas a partirda ficha do Departamento de Pato-logia. A área de superfície corpórea(ASC) foi calculada utilizando a equa-

ção de Haycock17 (1978): ASC =0,024265 x Altura (cm)0,3964 x Peso(Kg)0,5378. Medidas na cricóide foramrealizadas com auxílio de um pa-químetro digital Mitutoyo® 500-301,modelo Cd-15, número de série7276912 (Mitutoyo Corporation, Ka-wasaki, Japan).

Foram definidas quatro medidasda cartilagem cricóide:

• Superfície externa: Diâmetro má-ximo ântero-posterior (diam A-P ex-terno); diâmetro máximo látero-late-ral (diam L-L externo).

• Superfície interna: Diâmetro má-ximo da luz ântero-posterior, medi-do no ponto médio craniocaudal(diam A-P interno); diâmetro da luzlátero-lateral (diam L-L interno).

Também foi realizado um levan-tamento dos tubos endotraqueaissem balonetes disponíveis no mer-cado: Portex® (Smiths Medical, Lon-don, UK), Mallinckrodt® (Mallinckrodt,St Louis, Missouri), Rusch® (Rusch,Duluth, Georgia). Foram registradosos diâmetros internos e externos des-tes tubos para efeito de comparaçãocom os diâmetros das laringes estu-dadas (T(T(T(T(Tabela 1).abela 1).abela 1).abela 1).abela 1).

Análises estatísticas, gráficos e ta-belas foram produzidos com auxí-lio do programa SPSS 10.0 paraWindows.

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ResultadosOs dados sobre as medidas

corporais (peso, altura, área de su-perfície corporal, área subglótica)e idade estão representadas naTTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2. A descrição das medi-das da cartilagem cricóide é apre-sentada na TTTTTabela 3.abela 3.abela 3.abela 3.abela 3.

Foram feitos testes de corre-lação entre todas as medidas dalaringe em estudo, com teste decorrelação de Pearson (r) e testede significância. O peso foi a vari-ável que esteve mais corre la-c ionada com as med idas dacricóide. Foram feitos gráficos deregressão linear (Scaterplots) de-monstrando uma tendência à re-lação linear entre o peso e estasmedidas, exceto o diâmetro L-Linterno. A partir de uma análisede variância observamos que asproporções entre os diâmetrosântero-posterior e látero-lateral,tanto internos (p=0,083), comoexternos (p=0,614), não apresen-taram alteração significativa doquinto ao nono mês. Tambémnão houve variação significativadestas medidas segundo o sexo.A análise de regressão múltiplapossibilitou a avaliação da relaçãoentre as características do indiví-duo e a área subglótica. Comonão houve correlação entre a ida-de e a área subglótica (p=0,07),calculou-se a área subglótica mé-dia e avaliou-se sua relação coma superfície corpórea. Observou-se, assim, que cada mm2 de áreasubglótica é responsável pelo su-primento de O2 para 62,17 cm2

de superfície corporal.

DiscussãoTucker et al,4 em 1977, con-

duziu um estudo com secçõesseriais de laringes de neonatos efoi o primeiro a descrever a con-figuração em V da lâmina poste-rior da cricóide.

Desse modo, escolhemos oponto de maior proeminência nalinha mediana ântero-posterior dacricóide para efetuarmos a medi-da deste diâmetro, além da men-suração do maior diâmetro látero-lateral da cricóide.

A partir destas medidas, en-contramos uma forma aproxima-damente elíptica do seu lúmen,com maior dimensão látero-late-ral, o que está de acordo com oencontrado por Tucker4. Esta con-formação da cartilagem cricóidenão apresentou modificação como aumento da idade gestacional,nem diferenças entre os sexos.Ca lcu lando a área e l íp t ica dasubglote ver i f icamos que esta

medida relacionou-se com peso,altura e ASC, porém não com sexoe idade. Em relação ao sexo, jáera esperado que a laringe emrecém-natos não mostrasse dife-renças significativas, pois estassão descritas após as alteraçõespuberais15,11.

Uma análise de correlação nosajudou a avaliar a relação das me-didas morfométricas da cricóidecom as características dos indiví-

TTTTTabela 2. Medidas corporais dos natimortos e recém-nascidos.abela 2. Medidas corporais dos natimortos e recém-nascidos.abela 2. Medidas corporais dos natimortos e recém-nascidos.abela 2. Medidas corporais dos natimortos e recém-nascidos.abela 2. Medidas corporais dos natimortos e recém-nascidos.

TTTTTabela 3. Medidas da cartilagem cricóide.abela 3. Medidas da cartilagem cricóide.abela 3. Medidas da cartilagem cricóide.abela 3. Medidas da cartilagem cricóide.abela 3. Medidas da cartilagem cricóide.

AP = ântero-posterior / LL = látero-lateralAP = ântero-posterior / LL = látero-lateralAP = ântero-posterior / LL = látero-lateralAP = ântero-posterior / LL = látero-lateralAP = ântero-posterior / LL = látero-lateral

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duos. A variável peso foi a queteve maior correlação com essasmedidas, exceto com o diâmetroL-L interno que não mostrou re-lação com nenhuma característi-ca estudada. Observou-se umatendência ao crescimento lineardo diâmetro L-L externo em rela-ção ao aumento do peso. A par-tir destes dados, inferimos que acartilagem cricóide tem um cres-cimento na porção externa maiordo que na porção interna, levan-do a um maior ganho de tecidocartilaginoso.

Os diâmetros internos da car-tilagem cricóide variaram de 1,11-3,38mm (A-P) e 1,47-3,91mm (L-L). Investigamos os tubos oro-traqueais para neonatos disponí-veis no mercado e encontramosuma relativa escassez de opçõespara a população de RN prema-turos. As cânulas mais utilizadasatualmente são as de PVC, queestão disponíveis com diâmetrointerno (DI) a partir de 2,0 mm eem incrementos de 0,5 mm. So-mente um modelo de tubo daRusch, feito de borracha, possuium DI menor que 2,0mm (DI1,5mm e DE 2,7mm). Pode-se verna Tabela 1 que os diâmetrosexternos (DE) destes tubos vari-am um pouco de acordo com amarca; porém, o menor diâmetrodisponível em PVC (3,0 mm) émaior do que as médias de diâ-metros internos A-P (2,03±0,62)e L-L (2,86±0,69) encontradasem nossa população de estudo.Lindholm (1969)4,16 descreveu umdiagrama de forças que produzi-am injúria na região póstero-la-teral do lúmen ao nível médio dacricóide relacionado ao diâmetroe forma do tubo, o que vai aoencont ro do que observamosneste estudo.

A variação da área subglótica,certamente, é o alvo mais impor-tante deste estudo, pois é ela quepode influenciar na decisão do

ca l i b re das cânu las endo t r a -queais. Esta escolha, no entanto,não se limita simplesmente a uti-lizar o tubo de menor diâmetrodisponível.

Deve-se levar em considera-ção que, para cada mm2 de áreasubglótica desperdiçada pelo usode uma cânula de calibre exces-sivamente reduzido, sobrecarre-gamos a área interna do tubo emmédia com mais 62,17 cm2 deASC do RN pré-termo a ser su-prida por O2. A diminuição docalibre também tem repercussãono aumento da pressão produzi-da pelo aparelho de ventilaçãomecânica e no esforço respirató-rio do RN. Além disso, observa-se uma maior d i f i cu ldade demobilização e aspiração das se-creções traqueais quanto menorfor o lúmen do tubo.

Dessa maneira, tentamos iden-tificar as variáveis que influenci-am no tamanho da área sub-glótica, com os seus respectivospesos como preditores, a par-tir de um modelo de regressãomúltipla. O peso foi a variávelcom maior participação (26,6%)na variação da área subglótica(p=,024). Tomando as variáveisem combinação de duas, encon-t ramos s ign i f i cânc ia somentequando acrescentamos a alturaao peso (p=,038), com participa-ção de 36,6%. Todas as outrascombinações de duas, três ouquatro variáveis não acrescenta-ram ganho à equação.

ConclusãoO lúmen da cricóide apresen-

tou uma forma elíptica na popu-lação em estudo, com área mé-dia menor do que a dos tubosendot raquea is d ispon íve is nomercado. A ex tensão da áreasubglótica foi influenciada princi-palmente pelo peso e pela altura,que ac rescen tou ganho apósajuste pelo peso.

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