om mais de 160participantes, o8º ENECE - En-contro Nacional

de Engenharia eConsultoria Estruturalfoi realizado no Cen-tro de ConvençõesMilenium (em SãoPaulo, SP) e contoucom o patrocínio daABCP (AssociaçãoBrasileira de CimentoPortland), Gerdau S/A,ABESC (AssociaçãoBrasileira das Em-presas de Serviços deConcretagem), CBCA(Centro Brasileiro deConstrução em Aço),Ulma, Holcim Brasil, Atex Brasil, Caviferde Itu, Portital, TQS Informática, Viapol eSH Fôrmas.

A abertura solene, que aconteceu nanoite de 26 de outubro, se deu pelo pre-sidente da ABECE, eng. Valdir Silva daCruz, na presença de reno-mados profissionais da área.Na ocasião, foram conheci-dos os vencedores do PrêmioTalento Engenharia Estrutural,evento promovido pela enti-dade em parceria com aGerdau S/A e apoio da RevistaTéchne (Editora Pini).

Sob o tema EngenhariaEstrutural: a Técnica e oNegócio, o dia 27 reservou

aos participantes pa-lestras proferidas porprofissionais con-vidados para abordarassuntos relacionadosaos mecanismos queregem as relaçõeseconômicas na cons-trução civil, tais comodeterminação do valorde projetos estruturais,relação entre preço equalidade, além deaspectos técnicos per-tinentes ao dia-a-dia doengenheiro.

A programação doevento compreendeu, ainda,

homenagem ao eng. Gabriel OlivaFeitosa como Personalidade daEngenharia Estrutural e entrega de títulode sócio honorário da ABECE àquelesque atuam há mais de 40 anos na pro-fissão, em reconhecimento aos relevantesserviços prestados à engenharia estruturale consultiva brasileiras.

Informativo daAssociação Brasileira

de Engenhariae Consultoria Estrutural

Ano 9 - Nº 52

Novembro-Dezembro/ 2005

“CompartilhandoExperiências” trazmissão à Nigéria

Os vencedores doPrêmio TalentoEngenharia Estrutural

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ABECE noConstrubusiness

C

e9

O sucesso do ENECE

stou completando um ano à frente da ABECE, o que muitome honra. Faz um ano que, nesta mesma página, agradecendoa confiança depositada em mim e na minha equipe, mecomprometi com uma agenda de propostas que, em verdade,

não conseguimos cumprir integralmente. Tenho ainda mais umperíodo pela frente.

Inicialmente, queria agradecer à diretoria, à secretaria executiva,aos delegados regionais e a todos que se dedicaram em prol danossa classe.

Talvez não cumprimos tudo, ou por dimensionar mal o temponecessário para tal ou em razão da dinâmica que envolve a

engenharia de estruturas, em que aparecem sempre mais desafios para transpor.

Porém, com o trabalho da diretoria e de outros colegas conseguimos atingir muitas metas,tais como:

- Divulgação: solidificamos o ABECE Informa, que é o nosso informativo bimestral, edinamizamos nosso site;

- Tributação: fazemos parte do Fórum Permanente em Defesa do Setor de Serviços e integramoso grupo que conseguiu a rejeição da MP 232, entre outras intervenções;

- Comissão de Ética: após a criação desta Comissão, estamos trabalhando na produção doCódigo de Ética da ABECE (previsto para o inicio de 2006) e participamos do Construética(capitaneado pelo Instituto de Engenharia);

- Encontros Mensais: implementamos, na última terça-feira de cada mês, palestras técnicascom happy hour, recebendo significativa presença dos associados;

- Valorização Profissional: neste ano lançamos a Tabela de Honorários de Referência deProjetos de Estrutura;

- Cursos técnicos: foram ministrados dois cursos sobre estrutura metálica e um sobre concretoarmado com o método bielas e tirantes;

- Normas: estamos participando de seis comitês de Norma da ABNT;- Prêmio Talento Engenharia Estrutural: daremos continuidade a essa iniciativa organizando

a 4ª edição;- Regionais: fundamos as Delegacias Regionais de Recife e SP/Central e estudamos a

implementação das Regionais Minas/Sul e Belém (PA).

Mas há muito a fazer. Relaciono, abaixo, algumas ações que pretendemos implementar em 2006:- Abece Universidades: realização de palestras nas universidades sobre a ABECE e a profissão;- Índices do setor: criação de cesta de índices para orientação das empresas;- Normas: intenção de coletar dados sobre os problemas ocorridos na efetiva utilização da

NBR 6118:2003. Será enviada uma ficha pela Internet para que os associados registrem essescasos. Durante seis meses receberemos tais contribuições para a elaboração de um resumo quedeverá ser entregue à Comissão de Norma.

Por fim, lembro o sucesso do 8º ENECE e do III Prêmio Talento Engenharia Estrutural. No dia26 de outubro, a entrega do Prêmio ocorreu em evento de alto nível, onde fiquei orgulhoso de serengenheiro estrutural. No dia seguinte, no encontro técnico sobre o negócio e a técnica da engenhariaestrutural, foi gratificante observar o interesse dos profissionais e a necessidade que têm de receberinformações sobre o tema. Também aconteceram justas homenagens aos nossos colegas.

Queremos e precisamos realizar mais. Para isso, precisamos de mão-de-obra, pois sozinhospouco podemos produzir. Junte-se a nós! A ABECE não sou eu e a diretoria. A ABECE somos todosnós, engenheiros de estruturas. Temos que nos orgulhar da profissão, pois somos importantes.

Valdir Silva da CruzPresidente

Av. Brigadeiro Faria Lima, 1685 - cj. 2DCEP 01451-908 - São Paulo - SP

Tel.: (11) 3097-8591Fax (11) 3813-5719www.abece.com.br

abece@abece.com.br

PresidenteValdir Silva da Cruz

Vice-presidenteJosé Roberto Braguim

Diretor administrativo-financeiroFernando de Moraes Mihalik

DiretoresAlberto Naccache, Augusto GuimarãesPedreira de Freitas, Marcos Monteiro,Roberto Dias Leme, Sérgio de Faria

Linardi, Suely Bacchereti Bueno, WagnerEdson Gasparetto e Eduardo Barros

Millen (adjunto)

Conselho deliberativoAntonio Carlos Reis Laranjeiras,

Augusto Carlos Vasconcelos,Catão Francisco Ribeiro, Celso Augusto

Cortez, Francisco Paulo Graziano,Gabriel Oliva Feitosa, José Luiz

Cavalheiro, Júlio Timerman, Justino ArturFerraz Vieira, Kalil José Skaf, Luiz Cholfe,

Luiz Roberto Pasqua, MarceloRozenberg, Marcos de Mello Velletri,

Natan Jacobsohn Levental,Nelson Covas, Paulo Rafael Cadaval

Bedê, Ricardo Leopoldo e Silva Françae Sérgio Vieira da Silva

ABECE Informa é uma publicaçãobimestral da ABECE - Associação

Brasileira de Engenharia eConsultoria Estrutural

Conselho editorialDiretoria Executiva da ABECE

ProduçãoPrefixo Comunicação S/C Ltda.

Tels./ Fax: (11) 6915-8599 / 6915-7218prefixocom@terra.com.br

EditoraRosana Córnea (MTb 17.183)

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 20052

2005: um ano de realizações

A ABECE deseja a todos os seus associados,colegas e parceiros Feliz Natal e um Ano Novo repleto de

sucessos e realizações

E

ABECE Informa Novembro- Dezembro/ 2005 3

Temas importantes em pautas reuniões plenárias, realizadas ao longo do ano na sededa ABECE, serviram para reunir engenheiros estruturais eassociados em torno de temas comuns aos projetistas. “Esteera o nosso objetivo ao reimplantá-las. Os encontros foram

importantes para debater assuntos pertinentes à área, além depropiciar um momento de confraternização entre os presentes”,afirma o presidente da ABECE, eng. Valdir Silva da Cruz.

No dia 27 de setembro, foi a vez do Prof. Dr. Valdir Pignattae Silva, da EPUSP (Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo), contemplar os presentes com suas considerações sobreo comportamento do concreto a altas temperaturas. O enge-nheiro discorreu sobre as exigências de resistência ao fogo dasestruturas de concreto, conforme NBR 1442:2000 e IT nº 8 de2004 do Corpo de Bombeiros de São Paulo, a determinaçãodo tempo requerido de resistência ao fogo das estruturas deconcreto de acordo com método tabular e método do tempoequivalente, o dimensionamento de estruturas de concreto emsituação de incêndio, conforme NBR 15200:2004 (método

tabular), e noções sobre o dimensionamento de estruturas deconcreto em situação de incêndio, conforme Eurocode 2(método tabular e método analítico).

Dinamizando as Regionais

A

Na sede da ABECE, profissionais prestigiaram a palestra doProf. Dr. Valdir Pignatta e Silva

s representantes das Delegacias Regionais da ABECE estiveramreunidos, na sede da ABECE, no dia 26 de outubro. Na aberturado encontro, o presidente Valdir Silva da Cruz traçou umpanorama da situação da classe e expôs as ações que vêm

sendo empreendidas pelaAssociação no sentido dedinamizar as delegacias.

O vice-presidente daABECE, eng. José RobertoBraguim, que tem acom-panhado de perto as ati-vidades desenvolvidas emcada Regional, reforçou anecessidade da autonomiados delegados para oplanejamento e desen-

volvimento das ações específicas em sua área de atuação e ressaltoua importância da ampliação da ABECE através das regionais.

Nesse sentido, foi criada, recentemente, a Delegacia RegionalSP/Central, coordenadapelo eng. Marco AntonioNagliatti, e a ABECE es-tuda a implementaçãodas Delegacias RegionaisMinas/Sul e Belém (PA).

Os delegados re-gionais presentes rela-taram as ações efetiva-das no ano e apresen-taram a programaçãopara 2006.

Os delegados regionais Paulo Rafael Cadaval Bedê (Belo Horizonte), Ilacir Ferreira (Brasília), YassunoriHayashi (Curitiba), Sérgio Otoch (Fortaleza), Ruy Fonseca (Manaus), Martin Alfredo Beier (PortoAlegre), Sérgio Osório de Cerqueira (Recife), Marco Antonio Nagliatti (São Carlos-SP) e MarceloRozenberg (São Paulo) participaram de reunião e almoço com o presidente e o vice-presidente

da ABECE, engenheiros Valdir Silva da Cruz e José Roberto Braguim, respectivamente

O

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 20054

6º edição do Construbusiness, realizada no dia3 de outubro, reuniu cerca de 600 pessoas nasede da Fiesp (Federação das Indústrias doEstado de São Paulo), entre elas o presidente

da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os ministrosMarcio Fortes (Cidades) e Luiz Fernando Furlan(Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior),o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o presidente daCaixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, parlamen-tares e representantes de toda a cadeia produtiva daconstrução.

O evento teve como objetivo apresentar ao go-verno propostas, diretrizes e políticas industriaisque possibilitem o desenvolvimento do setor. Ofoco das discussões foram os problemas relacionadosà habitação de mercado, habitação de interessesocial, desburocratização do crédito imobiliário esaneamento.

Um estudo sobre essas questões foi apresentadopelo consultor Luciano Coutinho, da LCA Consulto-res, que falou sobre cada tema, apontou os indica-

dores e sugeriu ações para o setor, para a sociedadee para o Governo. O presidente e o vice-presidenteda ABECE, engenheiros Valdir Silva da Cruz e JoséRoberto Braguim, respectivamente, participaram darecepção à comitiva presidencial para a entregadeste documento.

Foi a primeira edição do evento em que se pôdecontar com a participação de um presidente daRepública. Diante de algumas reivindicações dosetor, Luiz Inácio Lula da Silva abriu as portas parao diálogo e concordou com a criação de um grupointerministerial para debater e acompanhar os avan-ços do setor.

O Construbusiness destaca-se como principalfórum de discussão das políticas públicas para osetor, revelando pleitos e propostas para alavancarum segmento diretamente relacionado com o bem-estar da população. Ele é organizado pelo COMCIC(Comitê da Cadeia Produtiva da Construção Civil)da Fiesp, que é formado por 70 entidades represen-tativas do setor, entre elas a ABECE.

A

ABECE participa do6º Construbusiness

O presidente e o vice-presidente da ABECE, engenheiros Valdir Silva da Cruz e José Roberto Braguim, participaramdo evento, que contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

ABECE Informa Novembro- Dezembro/ 2005 5

Homenagens a grandes profissionais daengenharia estrutural

ABECE aproveitou a realização do ENECE para prestarhomenagem a um profissional que, pela sua importânciana área de engenharia estrutural, é reconhecido como umapersonalidade não só como técnico, mas também pelo lado

humano. O eng. Gabriel Oliva Feitosa recebeu, das mãos dopresidente Valdir Silva da Cruz, o título Personalidade da Enge-nharia Estrutural.

“Este prêmio é um reconhecimento por tudo o que fez aolongo de sua vida. Para nós, ele é considerado o pai dosengenheiros estruturais, e sua trajetória muito nos honra”,afirmou o presidente da ABECE ao anunciá-lo, ressaltando queo projeto estrutural do prédio que abrigou esta edição do ENECEé de sua autoria.

Emocionado, o eng. Feitosa agradeceu a iniciativa e afirmouque espera contar com a expressiva presença dos colegas emencontros da área, conclamando os presentes “que sejamsempre companheiros e nunca concorrentes”. O homenageadoé engenheiro civil pela EPUSP (Escola Politécnica da Universi-

dade de São Paulo) desde 1952, fez cursos de extensão eaperfeiçoamento, prestou notáveis serviços ao Instituto deEngenharia de São Paulo ao exercer diversos cargos, recebeuprêmios e proferiu palestras.

A

Emocionado, o eng. Gabriel Oliva Feitosa (à esq.) recebe o títuloPersonalidade da Engenharia Estrutural das mãos do presidente da ABECE,

eng. Valdir Silva da Cruz

Três profissionais receberam o títuloSócio Honorário 2005, concedido a en-genheiros que atuam há mais de 40 anosna área em reconhecimento aos relevan-tes serviços prestados à engenharia estru-tural e consultiva brasileiras. São eles:

Júlio Kassoy - engenheiro civil pelaEPUSP (Escola Politécnica da Universida-de de São Paulo); sócio-diretor do Escri-tório Técnico Júlio Kassoy e Mario FrancoEngenheiros Civis Ltda., onde participou,direta e indiretamente, de mais de doismil projetos; foi membro do IE-SP (Insti-tuto de Engenharia de São Paulo) e temdiversos trabalhos publicados.

Walter do Couto Pfeil - engenheirocivil pela UFRJ (Universidade Federal doRio de Janeiro) e pós-graduado no Car-negie Institute of Technology (USA); livre-docente e professor-catedrático da UFRJ;foi engenheiro calculista no DNER; exe-cutou centenas de projetos (estruturaisde edifícios, silos e reservatórios e pontesem concreto armado e protendido, dentreoutros) e dezenas de importantes obrasem todo o país, como a Ponte das Laran-jeiras (BR-475/SC), a Ponte sobre o RioParaguai (BR-70/MT - 300m), a Pontesobre o Rio Paraíba do Sul (BR-116/RJ -241m) e o viaduto na Serra das Araras

(BR-116/RJ - 100m); é autor de diversosartigos e de mais de 10 livros.

José Zamarion Ferreira Diniz - enge-nheiro civil pela UFMG (UniversidadeFederal de Minas Gerais), consultor, ex-presidente e sócio honorário do Ibracon(Instituto Brasileiro do Concreto), membrode comissões de Normas Brasileiras daAssociação Brasileira de Normas Técni-cas, inclusive da revisão da NBR 6118(NB-1), autor do livro Manual para cálculode concreto armado e protendido e detrabalhos em publicações internacionaise nacionais, sócio-diretor da Zamarione Millen Consultores S/C Ltda.

Sócios Honorários 2005

Eng. Júlio Kassoy (ao centro) recebe título entreguepela diretora Suely B. Bueno e pelo presidente da

ABECE, Valdir Silva da Cruz

Os engenheiros Cesar C. Pinto (à esq.) eJustino Vieira entregam título ao

eng. Walter do C. Pfeil (ao centro)O título ao eng. José Zamarion F. Diniz (ao centro)

foi entregue pelo diretor Eduardo B. Millen (à esq.) epelo vice-presidente da ABECE, José Roberto Braguim

isando focar a questão dos negócios da engenharia estruturalbrasileira e ressaltar a importância do aperfeiçoamento dastécnicas de projetos, através da apresentação de assuntospertinentes ao cotidiano dos projetistas, foram convidados

significativos profissionais para proferir palestras durante o evento.

O economista e mestre em Ciências Econômicas pela FEA/USP(Faculdade de Economia e Administração da Universidade deSão Paulo), Francisco Pessoa Faria, especialista em cenáriosmacroeconômicos e setoriais e coordenador desta área na LCAConsultores, enfatizou que, pela primeira vez, fez umapalestra planejada para a engenharia estrutural procurandotraçar um cenário para o setor da construção civilnos próximos anos. Ele demonstrou a importânciados cenários macroeconômicos, sua função, comoconstruí-los e quais são as hipóteses para o período2005-2010.

Faria finalizou sugerindo aos associados da ABECEque consultem os indicadores de atividades/preços daconstrução civil e fez um apelo para a criação de umindicador de acompanhamento de atividade do setorde projetos estruturais, um “Índice ABECE”, que facilitariaa elaboração de cenários para esta área. Enfatizou,também, a necessidade de divulgar o compromissodos projetistas estruturais com a segurança.

Determinação do valor de venda de projetosestruturais foi a palestra proferida pelos engenheirosMarcos Monteiro e Suely Bueno, ambos diretores daABECE e integrantes do Grupo de Valorização Pro-

fissional. O eng. Monteiro expôs as principais ações do Grupoe como foi constituída a Formação do Preço de Venda de Projetos,um das principais atividades realizadas.

A eng. Suely Bueno explicou aos presentes como foramelaboradas as Recomendações para Elaboração de Projetos deEstruturas para Edificações de Concreto (desenvolvidas pelaABECE com o objetivo de orientar projetistas e contratantes)e acenou com a possibilidade da criação de um selo decertificação de projetos para garantir a qualidade dos trabalhosestruturais aos contratantes. Concluindo a palestra, o eng.Monteiro alertou sobre as principais dificuldades existentes nanegociação de projetos e anunciou dez passos para o inícioda reversão deste cenário.

Complementando a discussão sobre o assunto, o eng. RicardoLeopoldo e Silva França, professor do Departamento de Enge-nharia de Estruturas da EPUSP (Escola Politécnica da Universidadede São Paulo), mestre e doutor pela mesma Universidade e co-responsável pela elaboração do texto-base para a nova NBR6118, discorreu sobre a relação entre preço e qualidade deprojetos estruturais.

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 20056

Engenharia estrutural: a Técnica e o NegócioTendo em vista os grandes avanços da construção civil brasileira nos últimos 30 anos, qual é o

cenário macroeconômico possível de se traçar para os próximos anos a fim de que as empresas,conhecendo os mecanismos que regem as relações econômicas neste setor e aliando-os ao

conhecimento técnico, elaborem um planejamento estratégico? Este foi um dos desafios apresentadospelo 8º ENECE - Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural

O presidente da ABECE, eng. Valdir Silva daCruz (no destaque), abriu o evento que contoucom expressiva presença de profissionais

VO vice-presidente da ABECE, eng. José RobertoBraguim (no destaque), foi o moderador dosdebates. Abaixo, os palestrantes (da esq. p/dir.)

Mario Franco, Paulo de Mattos Pimenta,Claudio Peiter, José Eliseu Verzoni e Sérgio

Osório Cerqueira

ABECE Informa Novembro- Dezembro/ 2005 7

O professor procurou ressaltar qual é o benefício para ocliente de o projetista estrutural ser melhor remunerado. “Éessencial ter coerência e preços semelhantes”, enfatizou, aofalar da necessidade de se padronizar indicadores de projetoestrutural e usar exemplos de alterações nos projetos que podemresultar em diferença de custo final.

O cotidiano do engenheiro estrutural

Dois cases foram levados ao conhecimento dos participantespara ilustrar situações do dia-a-dia do engenheiro estrutural.Para falar sobre a importância do projeto na qualidade final, opresidente da ABCEM (Associação Brasileira da ConstruçãoMetálica) e diretor comercial da Metasa S/A, eng. José EliseuVerzoni, ressaltou o emprego da estrutura metálica, em que oprojeto estrutural é de suma importância, dada sua peculiaridadede material totalmente industrializado.

O eng. Cláudio Peiter, gerente industrial da Metasa S/A eresponsável técnico na fabricação de mais de 30 mil toneladasde estruturas metálicas, abordou a qualidade do projeto deestrutura metálica apresentando como exemplo o projeto daCaldeira Veracel, construída em Eunápolis (BA).

Patologias em concreto de fundação: experiências recentesna cidade do Recife foi o case apresentado pelo eng. SérgioOsório Cerqueira, engenheiro civil pela UFPE (UniversidadeFederal de Pernambuco), delegado regional da ABECE em Recifee sócio-diretor da Engedata, tendo participado da elaboraçãode, aproximadamente, quatro mil projetos.

Ele é um dos responsáveis, naquela cidade, pela elaboraçãode um check list sobre vistorias de edificações em concretoarmado, resultante de recentes incidências do problema. A partirdas análises apuradas, o engenheiro demonstrou as decisões emedidas preventivas que estão sendo tomadas por projetistas econstrutores locais.

Palestras técnicas complementam a programação

O detalhamento de estruturas de concreto usando o métododas bielas e tirantes foi apresentado pelo eng. Paulo de Mattos

Pimenta, PhD em Engenharia Aeronáutica e Es-pacial pela Universidade de Stuttgart e relacionadopela Editora Saxe-Coburg, do Reino Unido, comoum dos mil engenheiros mais importantes domundo. O palestrante traçou rápida história dosmodelos de treliça, além de hipóteses de suautilização. Alertou sobre os erros típicos de mo-delagem e apresentou um resumo das regras parao dimensionamento de modelos bielas-tirantes.

A última palestra, Dimensionamento à punçãode acordo com a NBR 6118:2003, foi proferidapelo Prof. Dr. Mario Franco, engenheiro pelaEPUSP (Escola Politécnica da Universidade deSão Paulo), sócio-fundador do Escritório TécnicoJ. Kassoy e M. Franco e vencedor de vários prêmiosdo setor, inclusive do Prêmio Talento EngenhariaEstrutural 2005 (troféu prata), concedido pelaABECE em parceria com a Gerdau. Sua brilhante

apresentação, oferecendo um roteiro de dimensionamento deestrutura sumetida à punção, contribuiu para importante entendi-mento sobre o assunto e, principalmente, sobre a aplicabilidadeda NBR 6118:2003.

Debate moderado pelo eng. José Roberto Braguim (à esq.) reuniu os palestrantes (da esq. p. dir.)Francisco P. Faria, Marcos Monteiro, Suely B. Bueno e Ricardo Leopoldo e S. França

Foi disponibilizadoespaço para que

entidades e empresasparceiras

demonstrassem, emestandes, seus

produtos e serviços

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 20058

grande vencedor da terceira edição do PrêmioTalento Engenharia Estrutural é o eng. José LuizCardoso, da JLC Engenharia e Projetos, com o projetoda ponte sobre o Canal Itajurú, em Cabo Frio (RJ).

A obra foi executada pela Oriente Engenharia e TriânguloEmpreendimentos.

Escolhido entreos mais de 30 tra-balhos inscritos, oganhador do TroféuOuro se destacoupor encontrar umasolução originalpara vencer o vãolivre curvo daponte sem fazerescoramento. Paratanto, adaptou parao vão curvo a téc-nica de balançossucessivos e, coma adoção dessemétodo construtivo, conseguiu evitar fundações no leitodo canal que poderiam bloqueá-lo para navegação. Ocomprimento total da ponte é de 165 m e o vão centralpossui 85 m em curva.

Bastante emocionado, o eng. Cardoso agradeceu ainiciativa da ABECE e da Gerdau pela criação do Prêmio.Ele ganhou uma viagem com estadia para visitar o Worldof Concrete 2006, principal feira de concreto armado domundo, realizada em Las Vegas (Estados Unidos).

Os vencedores do Prêmio foram conhecidos na noitede 26 de outubro, durante a abertura do 8º ENECE - EncontroNacional de Engenharia e Consultoria Estrutural, e contoucom a presença do presidente da ABECE, eng. Valdir Silvada Cruz, do presidente do Grupo Gerdau, Jorge GerdauJohannpeter, e do diretor executivo da Gerdau ConstruçãoCivil, Guilherme Gerdau Johannpeter.

Expressivos profissionais da área e convidadosprestigiaram o evento, como o presidente da ABCP(Associação Brasileira de Cimento Portland), eng.Renato Giusti, o presidente da ABESC (AssociaçãoBrasileira das Empresas de Serviços de Concretagem),eng. Wagner Lopes, o ex-presidente do Sinaenco(Sindicato Nacional das Empresas de Arquiteturae Engenharia Consultiva), Cyro de Laurenza, opresidente da Editora Pini, Ademir Pautasso Nunes,o diretor de Relações Internacionais do Grupo Pini,Mário Sérgio Pini, o presidente da ABPE (AssociaçãoBrasileira de Pontes e Estruturas), Gilberto do Valle,o presidente da Abeg (Associação Brasileira dasEmpresas de Projetos e Consultoria em EngenhariaGeotécnica), Milton Golombek, e a presidente doCBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço),Cátia Mc Cord Simões Coelho.

Projeto de ponte sobreCanal Itajurú é o grande vencedor

O

Eng. José Luiz Cardoso (4º, da esq. p/ a dir.) recebe o Troféu Ouro na presença (da esq. p/ adir.) do diretor da Editora Pini, Paulo Kiss, do membro do Conselho Deliberativo da ABECE,eng. Luiz Cholfe, do presidente da ABECE, eng. Valdir Silva da Cruz, do diretor executivo daGerdau, Guilherme G. Johannpeter, e do presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter

Projetovencedor,

a ponte sobre oCanal Itajurúse destacou,

principalmente,pela originalidade

ABECE Informa Novembro- Dezembro/ 2005 9Coquetel,

em ambienteque contava

com apresença de

todos osprojetos

inscritos,antecedeu a

entrega doPrêmio, que

reservoujantar e

música aovivo com osaxofonista

Derico

O Prêmio Talento Engenharia Estrutural concedeu,ainda, três menções honrosas: o eng. Jeferson L. Andrade,da Andrade Resende Engenharia e Projetos, foi destacadopelo projeto Estação Embratel 21 Convention Center,em Curitiba (PR); o eng. Luis Miguel Casella Barrese,

da Aluísio D`Ávila Engenharia e Projetos, recebeu oreconhecimento pelo Millenium Office Park, de SãoPaulo; e o eng. Antonio Carlos Nogueira Rabelo, daÂncora Engenharia Estrutural, destacou-se com o projetoda Torre Piemonte, de Belo Horizonte.

Eng. Jeferson L. Andrade (à dir.) recebe mençãohonrosa do diretor executivo da Gerdau,

Guilherme Gerdau Johannpeter

Eng. Antonio Carlos N. Rabelo recebe mençãohonrosa do diretor da Editora Pini, Paulo Kiss

Eng. Luiz Cholfe (à esq.) entrega mençãohonrosa ao eng. Luis Miguel C. Barrese

O Troféu Pra-ta foi entregueao eng. MarioFranco, do Es-critório Técni-co Júlio Kas-soy e MarioFranco Enge-nheiros Civis,pelo projetoTorre Almi-rante - um edi-fício comercial dedois subsolos e 36 pavimentos, localizadono Rio de Janeiro. A obra é de respon-

sabilidade da Construtora Racional; o vencedor também ganhouuma viagem com estadia para visitar o World of Concrete 2006.

A avaliação dos trabalhos inscritos foi realizada por umacomissão julgadora, formada por especialistas do setor, de acordocom quesitos como concepção estrutural, processos construtivos,uso adequado de materiais, originalidade e estética.

Menções honrosas

Eng. Mario Franco (ao centro)recebe Troféu Prata das mãosdo presidente da ABECE, eng.Valdir Silva da Cruz (à esq.), eda Gerdau, Jorge GerdauJohannpeter

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 200510

O eng. Júlio Timerman, ex-presidenteda ABECE e atual membro do ConselhoDeliberativo, foi agraciado pelo Ibracon(Instituto Brasileiro do Concreto) com oPrêmio Emilio Baumgart, destinado aodestaque do ano em Engenharia Estrutu-ral. A premiação ocorreu no dia 2 desetembro, durante o 47º Congresso Bra-sileiro do Concreto, realizado no muni-cípio de Olinda (PE).

Entre os dias 13 e 17 de setembro, oeng. Júlio Timerman, ex-presidente daABECE e atual membro do ConselhoDeliberativo, juntamente com o eng.Martin Beier, delegado regional de PortoAlegre (RS), participou, em Lisboa (Por-tugal), de simpósio promovido pelo IABSE(International Association for Bridge andStructural Engineering). O encontro desteano abordou as estruturas submetidas aações extremas.

O presidente da ABECE, eng. ValdirSilva da Cruz, esteve presente, em 21 desetembro, na sede da FIESP (Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo)em reunião do COMCIC (Comitê da Ca-deia Produtiva da Construção Civil) pre-paratória para o 6º Construbusiness.

No dia 30 de setembro, o presidenteda ABECE, eng. Valdir Silva da Cruz com-pareceu à sede da ABCP (AssociaçãoBrasileira de Cimento Portland) para reu-nião de avaliação da 1ª Mostra de Práticasrealizada durante o 77º ENIC (EncontroNacional da Indústria da Construção),em Gramado (RS).

Promovido pela Delegacia Regional

de Brasília, o Curso de Estruturas Metáli-cas (módulos Básico e Avançado), minis-trado pelo eng. Fernando Ottoboni Pinho,foi realizado nos dias 1º, 8 e 15 de outu-bro, no auditório da Fecomércio (Fede-ração do Comércio do Distrito Federal).

Representando a ABECE, o diretoradjunto, Eduardo Barros Millen, partici-pou, em 31 de outubro, na EPUSP (EscolaPolitécnica da Universidade de São Pau-lo), de reunião da Comissão de Estudosda Norma de Desempenho de Edificaçõesdo CB 2 da ABNT (Associação Brasileirade Normas Técnicas). Foram eleitos comocoordenador e secretária da Parte 1 daNorma, Carlos Alberto de Moraes Borgese Inês Batagin. “Alguns aspectos formaisforam comentados durante a reunião efoi exposto pela ABCP, e apoiado e com-plementado por nós da ABECE, que osanexos da Norma deveriam ser excluídospara fazer parte de uma ´prática re-comendada´”, salientou o eng. Millen.

O diretor adjunto da ABECE, eng.Eduardo Barros Millen, representou a

entidade na abertura do 1º Encontro Na-cional de Pesquisa-Projeto-Produção emConcreto Pré-Moldado, evento realizadonos dias 3 e 4 de novembro na Escola deEngenharia de São Carlos (SP). Ele parti-cipou, também, de mesa-redonda comos engenheiros João Carlos Leonard eMounir K. El Debs, representantes da áreaprodutiva e de pesquisa, respectivamente.

A Delegacia Regional do Rio de Janei-ro promoveu, nos dias 5 e 19 de novem-bro, em parceria com o CBCA (CentroBrasileiro da Construção em Aço), o Cursode Estruturas Metálicas (Básico), ministradopelo eng. Sebastião Arthur Lopes de An-drade, professor da PUC-RJ (PontifíciaUniversidade Católica do Rio de Janeiro).O módulo avançado acontecerá nos dias3 e 17 de dezembro e abordará flambagemlateral de vigas, elementos fletidos/com -primidos, vigas esbeltas e mistas, e liga-ções. Informações podem ser obtidas pelotel. (21) 2509-6587.

Com apoio da ABECE, foi realizadono dia 23 de novembro, no IE-SP (Insti-tuto de Engenharia de São Paulo), oSeminário de Pisos de Concreto e Re-vestimentos para Indústria Alimentíciae Câmaras Frigoríficas, que contou, entreoutras, com a palestra do diretor WagnerGasparetto.

Os novos sócios da ABECE são Fláviode Oliveira Costa (Campinas-SP), SalceEng. e Projeto Ltda. (São Paulo-SP), UnitecEng. de Projetos Ltda. (Recife-PE) e RaulNeuenschwander Neto e Antonio CarlosNogueira Rabelo (ambos de Belo Hori-zonte-MG).

om a participação de aproximadamente 50 profissionais daárea, os professores doutores Balthasar Novák e Paulo deMattos Pimenta ministraram, nos dias 3, 5, 6 e 7 de outubro,o workshop Detalhamento de estruturas de concreto com

o auxílio de modelos de escoras (bielas) e tirantes.

O evento foi promovido pela ABECE em parceria com aUniversidade de Stuttgart, EPUSP (Escola Politécnica da USP) eIbracon (Instituto Brasileiro do Concreto).

Servindo-se de dezenas de exemplos de utilização dos modelosde bielas e tirantes, os engenheiros expuseram seus princípiosbásicos, generalidade e praticidade, e aplicação em elementosespeciais de concreto e em regiões de descontinuidade emestruturas de concreto.

Puderam, enfim, demonstrar aos pre-sentes que o detalhamento de estruturaspode ser realizado de maneira simples e racional com o auxíliode modelos de escoras (bielas) e tirantes.

Workshop detalha bielas e tirantes em estruturasO eng. BalthasarNovák (nodestaque) foi umdos professoresdo curso

EM TEMPOEM TEMPO

C

engenharia de segurança contra incêndio trata daproteção de pessoas, propriedades e do meio ambienteda ação destrutiva do fogo. Essa proteção é conseguidapor meio da aplicação de princípios científicos e

tecnológicos e de normas técnicas, associados ao conhe-cimento do comportamento humano face ao incêndio.

Os projetos estruturais que tratam da segurança ao fogo,segundo o enfoque tradicional, têm por base o fato de queas altas temperaturas decorrentes de um incêndio reduzema resistência mecânica e o módulo de elasticidade doselementos estruturais da edificação, e, adicionalmente,promovem deformações térmicas, podendo levar a estruturaao colapso. Para que se possa verificar a segurança estruturalem situação de incêndio é necessário conhecer a exigênciade resistência ao fogo para cada tipo de edificação, conformeas normas vigentes no país.

As Normas Brasileiras que tratam da segurança estruturalfrente ao fogo são as seguintes: NBR 14432:2000 "Exigênciasde Resistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edifi-cações - Procedimento", NBR 14323:1999 "Dimensio-namento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação deIncêndio - Procedimento" e NBR 15200:2004 "Projeto deEstruturas de Concreto em Situação de Incêndio". O desem-penho requerido para os elementos estruturais (concreto,aço, madeira, alvenaria estrutural, etc.) ou de compartimen-tação prescritos na NBR 14432 trata de minimizar a proba-bilidade do colapso estrutural, tornando possível a retiradados ocupantes em condições de segurança, de reduzir osdanos às propriedades vizinhas e de permitir o rápido acessodo Corpo de Bombeiros.

É importante ressaltar que a aplicação plena da enge-nharia de segurança contra incêndio já está sendo iniciadano Brasil, justamente devido à modernidade das citadasNormas. Elas permitem, além do caminho tradicional queemprega cartas de cobertura de materiais de revestimentocontra fogo em estruturas de aço ou tabelas de dimensõesmínimas de elementos de concreto, o emprego de métodossimplificados e avançados de análise térmica e estrutural,a aplicação da dinâmica de incêndio no modelamento dediferentes cenários de incêndio e da análise de risco.Desse modo, duas tradicionais e renomadas escolas deengenharia brasileiras (Escola Politécnica da Universidadede São Paulo e Escola de Engenharia da UniversidadeFederal de Minas Gerais) já dispõem de avançados progra-mas de computador, utilizados em engenharia de segurançacontra incêndio por alguns dos mais modernos escritóriosde engenharia do mundo.

O Smartfire é um programa desenvolvido pela Uni-versidade de Greenwich, que trata da dinâmica de incên-dio sob a ótica da dinâmica computacional de fluidos(Computational Fluid Dynamics - CFD), e que permite acriação de diferentes cenários de incêndio. O SmartFireé composto de certo número de ferramentas acopladasque permite ao usuário simular incêndios de formarelativamente rápida e confiável. Permite ainda a criaçãodetalhada da geometria do compartimento, da simulaçãodo cenário do incêndio, de uma malha de elementosfinitos, via CFD, e, então, simular os efeitos do incêndioao longo do tempo.

O BuildingExodus, desenvolvido pela mesma Univer-sidade, permite simulações numéricas da desocupaçãode edificações, onde o comportamento humano sob con-dições de incêndio pode ser determinado. É possível, porexemplo, habilitar os ocupantes a tomarem decisõesrelativas à seleção da saída disponível mais viável durantea desocupação do imóvel.

O Vulcan, desenvolvido pela Universidade de Sheffield,permite obter o nível de tensões e de deformações queservem para caracterizar o comportamento da estrutura daedificação ou parte dela durante o incêndio. É aplicável aestruturas de aço e mistas de aço e concreto que podemser consideradas ligações semi-rígidas entre as barrasestruturais.

O Supertempcalc, desenvolvido pelo Fire SafetyDesign de Lund, Suécia, permite obter o campo detemperaturas em uma estrutura de qualquer material,integrada ou não a alvenarias, quando sujeita a incêndio-padrão ou natural. Permite também determinar o esforçoresistente de elementos de concreto ou aço em determi-nadas situações.

O uso dessas ferramentas computacionais, associadoao emprego das normas e de ensaios laboratoriais, tempermitido o nascimento e o desenvolvimento da engenhariade segurança contra incêndio no Brasil. Diversas pesquisasestão em andamento na USP e na UFMG, onde são em-pregados os citados programas para o desenvolvimentode estudos sobre edificações estruturadas em aço ouconcreto armado.

Engenharia de segurançacontra incêndio

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ABECE Informa Novembro-Dezembro/ 2005 11

CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Açowww.cbca-ibs.org.br

Em missão comercial na Nigéria

ABECE InformaNovembro- Dezembro/ 200512

ABECE, desde sua fundação, desenvolve inúmeras atividadesvoltadas à valorização da engenharia estrutural nacional.Acredito que todos os associados já tenham ouvido, pelomenos uma dezena de vezes, esta afirmação, mas poucos

conhecem as ações da Associação para atingir esta meta.

Uma delas refere-se a minha participação e a do eng. FranciscoPaulo Graziano, como representantes da ABECE, no GT4 Grupode Exportação de Serviços de Engenharia, atualmente coordenadopela APEOP (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas).

Entre os dias 7 e 10 de agosto de 2005, tive a oportunidade derepresentar a nossa Associação (e a engenharia consultiva nacional)em uma missão comercial de empresários na Nigéria, visandoprospectar eventuais negócios naquele país. Apesar do curtoperíodo, avalio que a convivência com outros empresários foiriquíssima, fornecendo-me a possibili-dade de travar importantes contatos,aos quais pretendo dar continuidadeem prol da ABECE.

A diversidade de setores produtivos nacionais que se fizeramrepresentar nesta missão foi impressionante, compreendendo desdeempresários do setor de alimentação até empresas de tecnologiade ponta, como aquela responsável pela implantação do SIVAMno Brasil. Mas, saltou-me aos olhos a representatividade da cadeiaprodutiva da construção civil! Dos cerca de 35 empresários quese engajaram nesta missão, 50% estavam ligados a alguma atividadeda construção civil (cimento, revestimentos, materiais hidro-sanitários, aço, consultoria, dentre outras).

Neste ponto, gostaria de apresentar alguns dados importantespara fornecer uma idéia do potencial da Nigéria: com superfícieterritorial de cerca de 940 mil km2 e aproximadamente 140 milhões

de habitantes, sua balança comercial é amplamente favorável,tendo exportado ao Brasil, no último ano, cerca de US$ 3,5 bilhões(petróleo cru) e importado US$ 1 bilhão, constando basicamenteesta pauta de refino do petróleo e seus derivados, face à inexistênciade refinarias para atender a produção aproximada de 3,5 milhõesde barris/dia.

Com o preço do barril de petróleo beirando os US$ 70 não édifícil compreender por que os olhos do mundo estão voltados aocontinente africano. O potencial de investimentos na Nigéria éenorme, pois observei imensas deficiências em infra-estrutura,saneamento, saúde, educação, etc. Entendo que deva haver umaarticulação de toda a cadeia produtiva da construção civil para,juntamente com o governo federal, negociar com o governonigeriano a implementação de políticas que atendam as deficiênciasobservadas.

Não adianta um empresário tentar comercializar isoladamentea exportação de um lote de cimento ou de um projeto estruturalde um hospital em Lagos. O que se deve negociar, por exemplo,é uma política habitacional, entre governos, com o fornecimentode todos os insumos necessários à criação de conjuntos habitacio-nais, tão carentes naquele país.

Cabe ao governo brasileiro garantir ao exportador o efetivorecebimento das divisas. Esta garantia pode ser proporcionada, porexemplo, pela Conta Petróleo (que basicamente é a diferença entreos valores exportados e importados). E esta é a idéia defendidapelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, LuizFernando Furlan, cuja convivência me fez ter alguma esperançade que este governo ainda volte sua atenção para o setor daconstrução civil, tão vilipendiado e destratado nos últimos anos.

Entendo que o caminho é longo e penoso, mas tenham acerteza de que a ABECE, mais uma vez, estará lutando em favorde seus associados, abrindo fronteiras e perspectivas para a enge-nharia estrutural nacional.

Júlio TimermanEx-presidente e atual membro do Conselho Deliberativo

Esse espaço é aberto à divulgação de artigos sobre temas gerenciaisou técnicos. Os associados que desejarem compartilhar

experiências devem enviar seu artigo para oe-mail abece@abece.com.br

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O eng. JúlioTimerman(no destaque)fez parte dacomitivabrasileiraparticipanteda missão