CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259...

18
ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Seropédica, Rio de Janeiro,Brasil SÉRIE ZOOLOGIA 23: 1-18 11 DE JULHO DE 2000 UFRRJ - IMPRENSA UNIVERSITÁRIA OS GÊNEROS DE RAPHIOCERINAE (DIPTERA, STRATIOMYIDAE) DO BRASIL E ALGUMAS ESPÉCIES DA AMÉRICA DO SUL. PARTE 1- A TRIBO ANALCOCERINI (SENSU ENDERLEIN, 1914) Therezinha Pimentel Museu Paraense Emílio Goeldi, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Belém, 66040-170, PA, Brasil & José Roberto Pujol-Luz Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Animal Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 23890-000, RJ, Brasil email: [email protected] Abstract - The neotropical species of two Analcocerini genera, Auloceromyia Lindner and Analcocerus Loew (Stratiomyidae, Raphiocerinae) are revised, and new records are reported for some of its component species. A key for the species of Analcocerini is presented. One new species, Auloceromyia pedunculata SPEC. NOV., is described for the genus Auloceromyia. A key for the Raphiocerinae tribes, and keys for its component genera, are presented. Key Words - Raphiocerinae, Analcocerini, Analcocerus, Auloceromyia, taxonomy, new species A subfamília Raphiocerinae compreende um grupo de moscas essencialmente Neotropical, exceto por Raphiocera orientalis James, 1957 (Indonésia) das Região Australasica e Oceânica (Woodley, 1989: 318); Rhaphioceroides pendleburyi Brunetti, 1927 (Thailandia), Timorimyia azurea Lindner, 1951 (Sumba) e Timorimyia bidentata Frey, 1934 (Timor) da Região Oriental (James, 1975: 32). A biologia do grupo é praticamente desconhecida. Não existem dados publicados sobre seus hábitos e sobre suas formas imaturas. Podemos citar apenas a observação de McFadden (1970) que capturou um único espécime de Brachythrix dileucostigma Mc Fadden, voando sobre a vegetação rasteira, próxima de um córrego. A primeira espécie descrita deste grupo foi Sargus furcifer Wiedemann (1824). Em 1830, também no gênero Sargus , Wiedemann descreveu S. armatus, S. hoplistes, S. inermis, S. bispinosus e S. hortulanus. Após a descrição de S. armatus, Wiedemann fez notar a diferença na conformação das antenas existente entre S. armatus e as outras quatro espécies. Em 1834, em sua Histoire naturelle des Insectes, Macquart forneceu uma chave para a identificação dos gêneros de Stratiomyidae, onde criou os gêneros Raphiocera (para S. armatus ), Hoplistes (para S. bispinosus, S. hortulanus e Hoplistes pomaceus Macquart, e Dicranophora (para S. furcifer e Dicranophora picta Macquart). Separou esses gêneros de Sargus com base nas diferenças das antenas e pelo fato de

Transcript of CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259...

Page 1: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

ISSN 1516-7259

CONTRIBUIÇÕES AVULSAS

SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL

Instituto de Biologia - Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroSeropédica, Rio de Janeiro,Brasil

SÉRIE ZOOLOGIA 23: 1-18 11 DE JULHO DE 2000

UF

RR

J -

IMP

RE

NS

A U

NIV

ER

SIT

ÁR

IA

OS GÊNEROS DE RAPHIOCERINAE (DIPTERA, STRATIOMYIDAE ) DO BRASIL EALGUMAS ESPÉCIES DA AMÉRICA DO SUL.

PARTE 1- A TRIBO ANALCOCERINI (SENSU ENDERLEIN , 1914)

Therezinha PimentelMuseu Paraense Emílio Goeldi, Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), Belém, 66040-170, PA, Brasil &

José Roberto Pujol-LuzInstituto de Biologia, Departamento de Biologia Animal

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 23890-000, RJ, Brasilemail: [email protected]

Abstract - The neotropical species of two Analcocerini genera, Auloceromyia Lindner and Analcocerus Loew(Stratiomyidae, Raphiocerinae) are revised, and new records are reported for some of its component species. Akey for the species of Analcocerini is presented. One new species, Auloceromyia pedunculata SPEC. NOV., isdescribed for the genus Auloceromyia. A key for the Raphiocerinae tribes, and keys for its component genera,are presented.

Key Words - Raphiocerinae, Analcocerini, Analcocerus, Auloceromyia, taxonomy, new species

A subfamília Raphiocerinae compreende umgrupo de moscas essencialmente Neotropical,exceto por Raphiocera orientalis James, 1957(Indonésia) das Região Australasica e Oceânica(Woodley, 1989: 318); Rhaphioceroidespendleburyi Brunetti, 1927 (Thailandia),Timorimyia azurea Lindner, 1951 (Sumba) eTimorimyia bidentata Frey, 1934 (Timor) daRegião Oriental (James, 1975: 32). A biologia do grupo é praticamentedesconhecida. Não existem dados publicadossobre seus hábitos e sobre suas formas imaturas.Podemos citar apenas a observação de McFadden(1970) que capturou um único espécime deBrachythrix dileucostigma Mc Fadden, voandosobre a vegetação rasteira, próxima de umcórrego.

A primeira espécie descrita deste grupo foiSargus furcifer Wiedemann (1824). Em 1830,também no gênero Sargus, Wiedemanndescreveu S. armatus, S. hoplistes, S. inermis, S.bispinosus e S. hortulanus. Após a descrição deS. armatus, Wiedemann fez notar a diferença naconformação das antenas existente entre S.armatus e as outras quatro espécies. Em 1834, em sua Histoire naturelle desInsectes, Macquart forneceu uma chave para aidentificação dos gêneros de Stratiomyidae, ondecriou os gêneros Raphiocera (para S. armatus ),Hoplistes (para S. bispinosus, S. hortulanus eHoplistes pomaceus Macquart, e Dicranophora(para S. furcifer e Dicranophora pictaMacquart). Separou esses gêneros de Sargus combase nas diferenças das antenas e pelo fato de

Page 2: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

2

apresentarem espinhos no escutelo, caráter esteausente em Sargus. Em 1838, voltando a ocupar-se com esse grupo, Macquart publicou outrachave, onde distinguiu os gêneros deStratiomyidae. Erigiu um novo gênero,Basentidema, para abrigar B. syrphoides, novaespécie que, segundo esse autor, tinha granderelação com o gênero Hoplistes, dele diferindopela inserção baixa das antenas (razão do nomeBasentidema), pela ausência de espinhos noescutelo, substituídos por dois pequenostubérculos, e pelo menor comprimento daspernas. Nesse mesmo trabalho fixou Sargusfurcifer Wiedemann como espécie tipo deDicranophora. Agassiz, 1846 (pág. 321) emendou o nome deMacquart, 1834 para Rhaphiocera. Sabrosky,1999 (pág. 265) preservou a grafia de Macquart,1834, (“stem Raphiocer-“) opinião adotada nestetrabalho. Em 1855, Loew publicou uma chave para osgêneros relacionados a Sargus, na qual designouS. bispinosus como espécie-tipo de HoplistesMacquart. Esta designação iria causar grandeconfusão na conceituação desse gênero. Aoincluir S. hoplistes, originalmente, em seu gêneroHoplistes (como sinônimo de H. pomaceusMacquart) Macquart já havia fixado esta últimacomo espécie-tipo, por tautonímia absoluta (art.68e do ICZN, 1999). Loew, nesse mesmotrabalho, descreveu o gênero Analcocerus, parasua espécie A. atripes. Schiner, em 1867, erigiu a nova subfamíliaRhaphiocerinae (com “h”, baseado na emendade Agassiz) e em 1868 criou o gêneroHistiodroma, para Sargus inermis Wiedemann e,notando a grande semelhança existente entre osgêneros Raphiocera, Hoplistes, Dicranophora,Basentidema e Analcocerus, uniou-os em suasubfamília “Rhaphiocerinae”. Enderlein (1914), em uma chave para os“gêneros de Stratiomyidae com 3 ramos naMédia”, erigiu uma nova subfamília,Analcocerinae, dentro dos Geosarginae (=Sarginae); criou a tribo Rhaphiocerini(aparentemente sem considerar que Schiner jáhavia criado uma subfamília com esse nome),separada em duas divisões: “Dicranophoraria” e“Rhaphioceraria”; nos Dicranophorariadescreveu um novo gênero, Lysozus (espécie-tipoL. columbianus Enderlein) e na divisãoRhaphioceraria incluiu os gêneros Hoplistes e

Raphiocera, não mencionando nem Basentidemanem Histriodroma. Em 1943, James publicou uma primeirarevisão dos Raphiocerinae, estabelecendo aseguinte estrutura de classificação: (1) emAnalcocerus Loew incluiu as espécies A.longicornis (Williston), originalmente descritaem Campeprosopa, A. atriceps Loew, e duasnovas espécies, A. orbitalis e A. taurus; (2) criouo novo gênero Neanalcocerus para Analcocerushortulanus Williston; (3) em Dicranophora,adicionou a nova espécie D. brevifurcata àsespécies D. furcifera (Wiedemann), D. astutaWilliston, D. affinis Williston e D. pictaMacquart; (4) em Histriodroma acrescentou anova espécie H. fascipennis às espécies H.inermis (Wiedemann), H. tricolor James e H.flaveola Bigot esta última atualmente sinônimode Acrochaeta fasciata Wiedemann (Sarginae);(5) descreveu o novo gênero Cyclophleps, paraa nova espécie C. tenebrifera; (6) incluiu emBasentidema Macquart as espécies B. hortulana(Wiedemann), B. syrphoides Macquart e a novaespécie B. coerulescens; (7) reduziu HoplistesMacquart a uma única espécie, H. bispinosus(Wiedemann); (8) em Raphiocera reconheceuquatro espécies, R. ornata Macquart, R. armata(Wiedemann), R. hoplistes (Wiedemann) e R.sactipauli Lindner e, considerou R. borgmeieri,R. hansae, R. minaensis, R. stieglmayri e R.transhansae, descritas por Lindner em 1931, eR. zikani, descrita por Lindner em 1935, comovariedades de R. armata; (9) considerou tambémcomo Raphiocera, R. mipartita Macquart, R.caloptera Osten-Sacken e R. picta Wulp,admitindo não conhecer material dessasespécies. Em 1949, Lindner adicionou dois novosgêneros à subfamília, Heptozus e Pezodontina, edescreveu duas novas espécies para Raphiocera(R. limbata e R. fascipennis). Neste mesmo ano,James acrescentou sua nova espécie H. pleuralisao gênero Hoplistes. Hollis (1962) segregou Campeprosopalongicornis Williston, em um novo gênero:Analcoceroides. Novos gêneros foram ainda propostos porJames, 1966 (Phanerozus); Lindner, 1969(Auloceromyia) e por McFadden, 1970(Anisoscapus; Brachythrix e Dolichothrix). James (1973) catalogou 40 espécies deRaphiocerinae na região Neotropical.

Page 3: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

3

Figuras 1-8. Auloceromyia pedunculata sp.n. (Fêmea). 1. Cabeça, vista dorsal, 2. idem, vista frontal, 3. idem, vistalateral, 4. Tórax, vista dorsal, 5. idem, vista lateral, 6. palpo, vista lateral, 7. Detalhe da asa, 8. Asa.

Para este estudo seguimos o mesmo conceitode James (1943) na primeira revisão deRaphiocerinae. Consideramos, entretanto, doisgrupos distintos: os Analcocerini sensuEnderlein, 1914 e os Raphiocerini sensu Schiner,1868, com base na forma do flagelômero apicale caracteres da venação alar. O objetivo principal deste trabalho é atualizaro conhecimento das espécies do grupoencontradas na América do Sul, especialmenteno Brasil, redefinindo os gêneros com base noscaracteres morfológicos externos e da termináliade machos e fêmeas, sempre que possível. Nesta

primeira parte do estudo é apresentada umarevisão das espécies de Analcocerini dos gênerosAuloceromyia e Analcocerus. Uma chave paraidentificação dos gêneros de Analcocerinitambém é fornecida, incluindo os gênerosAnalcoceroides, Neanalcocerus e Anisoscapus,da América Central.

Material e Métodos Foram examinados 67 espécimes pertencentesàs coleções do Museu de Zoologia daUniversidade de São Paulo. Com aimpossibilidade de conseguirmos os tipos ou

Page 4: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

4

Figuras 9-11. Auloceromyia pedunculata sp.n. (Fêmea).9. Abdome com localização das espermatecas, vista ventral,10. Terminália (cercos, furca e ductos da espermateca), 11. Espermatecas.

representantes das espécies já descritas,utilizamos textos e ilustrações originais dasespécies como fonte de informação para asdescrições e para a elaboração das chaves deidentificação. Antenas e asas foram montadas entre lâminae lamínula após terem sido imersas em xilol poraproximadamente 20 minutos. As terminálias dosmachos foram dissecadas através de cortestransversais nos segmentos abdominais V e VI.Para o exame das terminálias das fêmeas e asespermatecas o abdome foi totalmente removido.Todas as peças foram colocadas em solução de

hidróxido de sódio (NaOH) a 10% e a frio,durante 12 horas, posteriormente aquecidas por5 a 10 minutos ou até o ponto ideal dediafanização. Posteriormente foram imersas emágua levemente acidulada para neutralizar a açãoda base, depois lavadas em água destilada esecadas com papel de filtro. As peças foramcolocadas em lâminas escavadas com glicerinapura, e ali analisadas e desenhadas. Finalizandoo processo, as peças foram colocadas emmicrotubos de plástico contendo glicerina;arrolhados e fixados ao alfinete do exemplarexaminado.

Page 5: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

5

A terminologia utilizada segue McAlpine(1981) com modificações adaptadas para ogrupo. Relacionamos os termos por nós adotados,seguidos dos nomes utilizados por outros autoresque trabalharam com Raphiocerinae: lobo pós-pronotal = úmero; anepisterno = mesopleura;catepisterno = esternopleura; anepímero =pteropleura; catepímero = hipopleura;laterotergito = metapleura. O termo “oral cup”foi designado como uma circunvalação nacavidade subcraniana, que geralmente estápresente e bem desenvolvida nos Raphiocerinae. As medidas utilizadas foram dadas emmilímetros. O comprimento total do corpo foimedido do ápice da cabeça, excluindo asantenas, até a margem posterior do tergito V. Arazão largura superior e inferior da fronte/largurada cabeça representa a largura da cabeça tomadaem sua maior largura (vista frontal), a largurasuperior da fronte, tomada no nível do ocelomediano e a largura inferior, no nível da base dasantenas. A razão comprimento/largura da asa foitomada em linha reta, da base da segunda célulabasal ao ápice da asa e sua maior largura. A razãocomprimento da célula r2+3/r4 foi medida aolongo da veia R4+5, ou seja, a distância entre abase da veia R2+3 e a base da veia R4 e desta aoápice de R5. A razão seção anterior/ seçãoposterior da veia M1+2 que forma a porçãosuperior da célula discoidal foi medida da baseda célula discoidal à veia r-m e desta à bifurcação.A razão comprimento/largura do abdome foimedida da base à margem do tergito V e suamaior largura.

Subfamília Raphiocerinae Schiner

Raphiocerinae Schiner, 1867: 304 (comoRhaphiocerinae), 1868: 68 (Gênero-tipo, RaphioceraMacquart, 1834); Brauer, 1880. 113 (9). Ref. - Sabrosky,1999. 265.Rhaphioceratinae Brues & Melander, 1932. 286.

Aspectos gerais – Moscas mais ou menosalongadas, variando de 6 a 13 milímetros decomprimento, delgadas ou robustas, pilosidadenormalmente inconspícua, castanhas a pretas,com conspícuas manchas e faixas amareladas ouverdes, de aspecto mais ou menos uniforme.CABEÇA– Hemisférica; face arredondada ouproeminente; área pós-ocular (occipício) bemdesenvolvida; olhos dicópticos distintamenteseparados, com omatídeos iguais em toda a sua

extensão, em ambos os sexos, ou olhosaproximados junto à base das antenas comomatídeos superiores maiores e inferioresmenores (machos de Auloceromyia); olhosglabros ou pilosos com ou sem padrões decoloração; probóscida bem desenvolvida; palposcurtos uni-articulados ou longos e bi-articulados(em Auloceromyia); antenas com 8-6flagelômeros, alongados ou compactos, o últimoelíptico ou formando uma arista; circunvalaçãosubcraniana (“oral cup”) desenvolvida, reduzidaou ausente.TÓRAX– Estreito anteriormente, tão largo quantoa cabeça, alargando-se ao máximo próximo àbase das asas; normalmente com manchasconspícuas nos lobos pós-pronotais e calos pós-alares, com faixas paramedianas longitudinaisno mesonoto, amarelas ou verdes; escutelo comdois espinhos longos, curtos ou ausentes,raramente com processos escutelares.ASAS– Hialinas, semi-hialinas ou totalmentepretas; alongadas, tão ou mais longas que ocomprimento do corpo, as vezes commodificações na forma e venação (margem costalexpandida, ângulo superior truncado, veia Cengrossada, veia R1 enfraquecida próximo à baseda veia Rs); veias fortes; veias transversais r-m ecu-m presentes, normalmente longas; veia M comtrês ramos, não atingindo a margem da asa: veiaR2+3 curta e transversa ou longa e quasehorizontal; veia R4 às vezes ausente; veia R5normalmente arqueada após a separação de R4;célula discoidal com formas variáveis.PERNAS– Longas, tíbias normalmente estreitadasno terço basal ou as posteriores retorcidas; fêmurmédio simples, ou algumas vezes com processossimples ou complexos, ou somente espinhos;primeiro tarsômero posterior em algumasespécies intumescido ou relativamente maislongo que nas demais pernas.ABDOME – Oval-alongado, deprimido dorso-ventralmente, terminado bruscamente namargem do quinto segmento, aproximadamentecom a mesma largura do tórax, raramentepedunculado, com cinco segmentos visíveis,parte do sexto tergito visível ou não dorsalmentee os restantes retraídos dentro do quintosegmento, normalmente castanhos a pretos commanchas ovais, lineares ou triangulares, bemdefinidas ou irregulares, amarelas ou verdes,raramente unicolores; oitavo esternito, nosmachos, membranoso.

Page 6: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

6

Figuras 12-18. Auloceromyia vespiformis Lindner (Fêmea). 12. Cabeça, vista dorsal, 13. idem, vista frontal, 14. idem,vista lateral, 15. Antena, 16. Tórax, vista dorsal, 17. idem, vista lateral, 18. Asa.

TERMINÁLIA . - Nos machos geralmente pequena,epândrio (nono tergito) separado do décimosegmento, com forma variável, piloso; hipândrio(nono esternito) fundido com os gonocoxitos;gonostílos simples ou complexos; edeago trífido,curto em forma de “forcado” , com os ramosdistintamente separados desde a base ou apenasdistalmente, ou ainda longo a muito longo comtrês ramos unidos ou separados distalmente.Terminália da fêmea com cercos uni ou bi-articulados, três espermatecas forte ou levementeesclerotizadas, cápsulas arredondadas oureniformes, sub-iguais ou a mediana maior.REGISTROS DE DISTRIBUIÇÃO: Neotropical,Australásica, Oceânica e Oriental.

Chave para as Tribos de Raphiocerinae eGêneros de Analcocerini.

1. Flagelômero apical elíptico. Veia R2+3 curtae transversa, terminando em C pouco além doápice de R1.............. 2 (Analcocerini Enderlein) . Flagelômero apical aristiforme. Veia R2+3alongada, quase horizontal, terminando em Cou R4 próxima do ápice da as, ou curta etransversa, terminando em C pouco além doápice de R1 ......................... (Raphiocerini Schiner)2 (1). Antena com oito flagelômeros. Espinhosescutelares ausentes. Célula discoidal alongadae acuminada. Olhos pilosos ou não. Espéciesmiméticas de vespas (Brasil: SantaCatarina)…………...........Auloceromyia Lindner . Antena com 7 ou 6 flagelômeros. Escutelocom espinhos apicais bem desenvolvidos. Céluladiscoidal nunca alongada e acuminada……...3

Page 7: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

7

3 (2) Todos os flagelômeros alongados ………..4 . Os três flagelômeros basais encurtados,achatados, disciformes (Brasil sudeste)…….……………………..……….Analcocerus Loew4 (3) Antena com 7 flagelômeros (México:Guerrero)…………..........Analcoceroides Hollis . Antena com 6 flagelômeros …………………55(4) Escapo e pedicelo sub-iguais emcomprimento (México: Guerrero, Yucatán) ……...……………….……….....Neanalcocerus James .Escapo duas vezes tão longo quanto o pedicelo(México: Nayarit, Oaxaca) .………......................…………………..…….Anisoscapus McFadden

Tribo Analcocerini EnderleinAnalcocerinae Enderlein, 1914: 579, 597.

Cabeça hemisférica, as vezes triangular (vista defrente); olhos bem afastados em ambos os sexosou aproximados, junto às antenas (macho deAuloceromyia). Antenas quase tão longas quantoo tórax, inseridas no meio da cabeça (vistalateral); flagelo com 8-6 flagelômeros;flagelômero apical elíptico, escavadoinferiormente. Circunvalação subcranianaausente ou presente. Palpos curtos euniarticulados ou longos e biarticulados.Escutelo com dois espinhos apicais ou inerme.Asas normais ou estreitadas apicalmente; veiaR2+3 curta e tranversal, terminando em C poucoalém do ápice da veia R1; veia R4 semprepresente. Pernas sem modificações especiais, asvezes, o primeiro tarsômero basal posteriorapresenta-se intumescido. Abdome oval-alongado, normal ou peciolado. Terminália domacho relativamente grande; gonóstilos simples;edeago curto, trífido com os ramos unidos nabase ou distalmente separados desde a base.Terminália da fêmea com cercos uni oubiarticulados; três espermatecas relativamentegrandes, subiguais, bem esclerotizadas ereniformes.

Auloceromyia LindnerAuloceromyia Lindner, 1969: 8,9. Espécies-tipo:

vespiformis Lindner (mon.).

DIAGNOSE– Cabeça triangular em vista frontal.Face e fronte arredondadas. Olhos com omatídeosiguais em toda a sua extensão e largamenteafastados nas fêmeas ou com omatídeossuperiores maiores e inferiores menores e

aproximados junto às antenas nos machos,glabros ou pilosos. Antena com 8 flagelômeros;os cinco primeiros flagelômeros com fossetassensoriais, maiores nos três primeiros, menores emais numerosos no quarto e quinto e raras nosexto; os dois últimos flagelômeros escavadosinferiormente; flagelômero apical elíptico como ápice chanfrado e as margens laterais dobradaspara baixo quase se encontrando, de formatubular (razão do nome genérico. Etimologia: ),tão longo quanto os cinco flagelômerosprecedentes juntos; escapo 2 vezes tão longoquanto o pedicelo. Circunvalação subcranianaausente. Palpo (Fig. 6) longo e biarticulado,geniculado. Tórax de lados paralelos, quase tãolongo quanto largo. Escutelo cerca de 3 vezesmais largo do que longo, inerme. Asa com ápiceacuminado; veia Rs evanescente na base; veiaR5 reta; células basais estreitas; célula discoidalfortemente acuminada; lobo anal bemdesenvolvido. Abdome com os dois segmentosbasais estreitados, formando um pedúnculo.Terminália da fêmea com cercos biarticulados; 3espermatecas subiguais, relativamente bemesclerotinizadas e arredondadas.REGISTROS DE DISTRIBUIÇÃO: Brasil (Espírito Santo,Rio de Janeiro a Santa Catarina).NOTAS– Lindner (1969), ao descrever o gêneroAuloceromyia para sua nova espécie A.vespiformes, colocou-o próximo de Analcocerus,na subfamília Analcocerinae, descartando apossibilidade de sua espécie pertencer aHermetia, principalmente pela forma tubular dosdois últimos flagelômeros e a presença da veiam-cu em A. vespiformes. Referindo-se a isto e aaparência da mesma com outras espécies dedípteros e vespas. Por ora aceitaremos o mesmoconceito do autor, por falta de maiores dadossobre as afinidades existentes entre as subfamíliasde Stratiomyidae.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE AULOCEROMYIA

1. Olhos glabros. Mancha amarela pré-sutural domesonoto triangular. Veias M1 e M2 separadasno ápice da célula discoidal. Célula r3 1,5 vezestão longa quanto r4. Fêmur e tíbia anterioresamarelo-avermelhados. Espécie delgada, compilosidade inconspícua................... Auloceromyiapedunculata Pimentel & Pujol Spec. Nov. . Olhos pilosos. Mancha amarela pré-sutural domesonoto linear. Veias M1 e M2 unidas no ápice

Page 8: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

8

Figuras 19-24. Analcocerus atriceps Loew (Macho). 19. Cabeça, vista dorsal, 20. idem, vista frontal, 21. idem,vista lateral, 22. Ápice da antena, 23. Tórax, vista dorsal, 24. Asa.

da célula discoidal. Célula r3 tão longa quantor4. Fêmur e tíbia anteriores castanhos. Espécierobusta, com pilosidade conspícua............................................Auloceromyia vespiformis Lindner

Auloceromyia pedunculata Pimentel & PujolSpec. Nov.

FÊMEA. Comprimento total: 9,0 milímetros.CABEÇA (Figs. 1-3) - Amarela brilhante commanchas pretas, micropilosidade presente,largura superior da fronte 0,40 e inferior 0,48 dalargura da cabeça. Olhos glabros. Antena comescapo e pedicelo amarelo-avermelhados,

brilhantes, com cerdas pretas; flagelômeros de 1a 3 amarelo-avermelhados, foscos; flagelômerosrestantes pretos, foscos. Probóscida e palpocastanhos. Occípicio preto, medianamentecôncavo, com pelos brancos muito curtos.TÓRAX (Figs. 4-5) - Preto; pronoto com o centroamarelo e laterais pretas; mesonoto com duasfaixas estreitas paramedianas, estendendo-se dolobo pós-pronotal até próximo ao escutelo,contornando o calo pós-alar posteriormente euma grande mancha triangular pré-suturaltranversal amarela. Escutelo arredondado, com ametade apical amarela. Pleura (Fig. 5) preta commanchas amarelas; na propleura, acima da coxa,

Page 9: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

9

Figuras 25-28. Analcocerus atriceps Loew (Macho). 25. Epândrio e segmentos pós-genitais, vista dorsal, 26. Hipândrio,vista ventral, 27. Terminália, vista lateral, 28. Edeago.

há uma calosidade amarela. Pernas amarelo-avermelhadas; coxas medianas e posteriorespretas; fêmures e tíbias posteriores castanhos,com ápice amarelo; tarsômero basal amarelo-esbranquiçado.ASAS (Figs. 7-8) - Cerca de 3 vezes tão longaquanto larga; veias e margem costal castanho-escuroas (exceto o ápice da célula sub-costal,amarelo), células basais e r5 castanho-claras,margem apical e posterior da asa levementecastanho-esfumaçado; centro da célula discoidal,ápice das células basais e uma faixa que vai dabase da célula cup e lobo anal até a célula r5,totalmente hialinos, sem microtríquias; veiatranversal r-m curta, surgindo próximo à base dacélula discoidal; seção posterior de M1+2 trêsvezes tão longa quanto a anterior; veias M1 e

M2 separadas no ápice da célula discoidal; célular2+3 1,5 vezes mais longa que r4. Halteresamarelos.ABDOME (Fig. 9) - Cerca de 2,5 vezes tão longoquanto largo, preto-fosco, com curta pilosidadeesbranquiçada, segundo segmento 2 vezes ocomprimento do primeiro, estreito, de ladosquase paralelos, ligeiramente mais largoposteriormente; tergito I com uma estreitamancha semicircular na margem posterior,amarela; tergito II amarelo com uma manchapreta de cada lado; tergitos III e IV com umafaixa transversal na margem posterior, amarela;contornando todo o abdome há uma estreitafaixa, também amarela; esternitos mais estreitosque os tergitos; esternito II e margem posteriordos esternitos III e IV amarelos. Terminália

Page 10: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

10

castanho-escura, totalmente invaginada.Espermateca como nas figuras 10 e 11.

MACHO - Desconhecido.

MATERIAL EXAMIADO -Holótipo Fêmea: BRASIL,Espírito Santo, Baixo Guandu, x.1970 (P. C.Elias). Parátipo fêmea: mesmos dados.Depositados no Museu de Zoologia daUniversidade de São Paulo.

ETIMOLOGIA- o nome específico é alusivo à formado abdome.

NOTAS-Espécie mimética de vespas, semelhantea A. vespiformis, da qual é segregada facilmentepelos olhos glabros, mancha pré-sutural domesonoto triangular, fêmures e tíbias anterioresamarelo-avermelhados, corpo delgado epilosidade inconspícua.

Auloceromyia vespiformis LindnerAuloceromyia vespiformis Lindner, 1969: 10.Localidade-tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova

Teutônia. Distr. - Brasil.

FÊMEA.- Comprimento total 10 milímetros.CABEÇA (Figs. 12-14) - Amarela brilhante commanchas pretas, pilosa, largura superior da fronte0,42 e inferior 0,55 da largura da cabeça. Frontee face com pilosidade ereta, mais longa e maisdensa nas margens da face; face amarela. Olhospilosos. Antena (Fig. 15) com escapo e pediceloamarelos, cerdas pretas; flagelo preto, fosco.Probóscida castanha. Palpos castanho-escuros.Occipício medianamente côncavo, com pelosbrancos mais longos que os da face; pilosidadeda pós-gena densa e ereta.TÓRAX (Figs. 16-17) - Preto-fosco, pilosidadeereta, pronoto amarelo no meio, lateralmentepreto; mesonoto com duas faixas estreitasparamedianas estendendo-se dos lobos pós-pronotais até próximo ao escutelo, contornandoposteriormente o calo pós-alar e uma estreitamancha linear pré-sutural amarela. Escuteloarredondado, com 1/3 apical amarelo. Pleurapreta (Fig.17), com manchas amarelas; napropleura, acima da coxa, há uma calosidadeamarela com pelos longos e eretos,esbranquiçados. Pernas castanho-pruinosas, coxaanterior preta, tarsômero basal, mediano e

posterior amarelos.ASAS (Fig. 18) - Cerca de 3 vezes tão longa quantolarga; veias e área costal castanho-escuras(exceto o ápice da subcostal, amarelo); célulasbasais e r5 castanho-claras; margem apical eposterior da asa levemente castanho-esfumaçadas; centro da célula discoidal, ápiceda célula basal e uma faixa que vai da base dacélula cup e lobo anal até a célula r5, totalmentehialinas, sem microtríquias; veia transversal r-mcurta, surgindo próximo da base da céluladiscoidal; seção posterior da veia M1+2 3,7vezes tão longa quanto a anterior; veias M1 eM2 unidas no ápice da célula discoidal; célular3 tão longa quanto r4. Halteres castanho-escuros.ABDOME-Cerca de 1,5 vezes tão longo quantolargo, preto-fosco com densa pilosidadeesbranquiçada, mais longa e ereta no tergito I elados do tergito II; primeiro segmento,distalmente e segundo basalmente estreitados,subiguais em tamanho; base do tergito I, centroe margem posterior do tergito II amarelo-transparentes; tergitos III e IV, fortementeconvexos, com uma estreita faixa transversal(exceto a base), amarelos; contornando todo oabdome há uma estreita faixa também amarela;esternitos mais estreitos que os tergitos; esternitoII, amarelo, transparente; margem posterior dostergitos III e IV e quase todo o V amarelos, excetono centro.

MACHO-Segundo Lindner (1969), é semelhante àfêmea com as seguintes diferenças: olhosaproximados junto às antenas, com omatídeossuperiores maiores que os inferiores e faixaslongitudinais amarelas, no mesonoto maisestreitas.

MATERIAL EXAMINADO-BRASIL, Rio de Janeiro,Itatiaia (Maromba), ix.1946 (Barretto), 1 fêmea,no Museu de Zoologia da Universidade de SãoPaulo.

Notas.- Espécie mimética de vespas, semelhantea Auloceromyia pedunculata, da qual sedistingue pelos olhos pilosos, mancha pré-suturaldo mesonoto linear, fêmures e tíbias anteriorescastanhos, corpo robusto e pilosidade conspícua.

Page 11: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

11

Analcocerus LoewAnalcocerus Loew, 1855: 140. Espécie-tipo: atriceps

Loew (des. orig.)

DIAGNOSE-cabeça hemisférica. Olhos glabros, comomatídeos iguais em toda sua extensão, bemafastados em ambos os sexos. Antenas quase tãolongas quanto o tórax com 6 flagelômeros;flagelômero basal com uma grande fossetasensorial na base dorsal; os três flagelômerosbasais encurtados, disciformes, com fossetassensoriais nas margens distais, os trêsflagelômeros apicais alongados e escavadosinferiormente; flagelômero apical elíptico, 2 a 3vezes mais longo que o precedente, terminandobruscamente em ponta com uma diminuta certa(arista?); escapo e pedicelo muito longos ecilíndricos, subiguais em tamanho e 3 a 4 vezestão longos quanto largos. Circunvalaçãosubcraniana bem desenvolvida. Palpo (Fig. 35)curto e uniarticulado. Tórax cerca de 1,5 vezestão longo quanto largo; escutelo com doisespinhos apicais bem desenvolvidos. Asasarredondadas apicalmente; veia r-m curta, situadana origem de Rs; veia R4 normalmente situada ameia distância entre os ápices das veias R1 e R5;veia R5 levemente curvada para baixo após aseparação de R4; veia Rs evanescente na base.Terminália do macho como nas figuras (Figs. 25-28; 38-40; 49-52).REGISTROS DE DISTRIBUIÇÃO-Brasil (Sudeste).

NOTAS-Loew (1855), ao citar o gêneroAnalcocerus, descreveu sua única espécie comoA. atriceps (p.140); mais adiante, em sua chavepara os gêneros relacionados a Sargus (p.147),designou como espécie-tipo A. nigriceps,causando um problema de nomenclatura.Aceitaremos para efeito desta revisão o primeironome citado por Loew - A . atriceps - comoespécie-tipo do gênero. O gênero Analcocerus écaracterizado por possuir antenas quase tãolongas quanto o tórax; 6 flagelômeros antenaiscom os três flagelômeros basais encurtados,disciformes; último flagelômero terminandobruscamente em ponta com uma diminuta cerda;difere de Neanalcocerus e Anisoscapusprincipalmente pelo encurtamento dosflagelômeros basais e também do último porquenele o escapo é 2 vezes tão longo quanto opedicelo.

Chave para as espécies de Analcocerus(Traduzida de James, 1943: 367).

1. Tíbias médias e posteriores castanhas.................................. Analcocerus atriceps Loew . Tíbias médias e posteriores amarelas................................................................................... 22. Fronte com uma proeminente mancha amarelaabaixo dos ocelos. Área pós-ocularprincipalmente amarela. Espinhos escutelaresnão mais longos do que o escutelo, enegrecidos,ligeiramente divergentes ............................................................................Analcocerus orbitalis James . Fronte preta imediatamente abaixo dos ocelos.Área pós-ocular principalmente preta. Espinhosescutelares mais longos do que o escutelo,amarelos, fortemente divergentes ................................................. ...............Analcocerus taurus James

Analcocerus atriceps LoewAnalcocerus atriceps Loew, 1855: 140. Localidade-tipo “Brasil”. Distr. Brasil (Minas Gerais e Santa

Catarina)Analcocerus nigriceps Loew, 1855: 147. SYN. NOV.

MACHO-Comprimento total: 9,0 milímetros.CABEÇA (Figs. 19-21)-Preta, brilhante, largurasuperior da fronte 0,28 e inferior 0,40 da largurada cabeça; fronte normalmente sem manchasabaixo dos ocelos, no máximo dois diminutospontos brancos (de acordo com a descriçãooriginal de Loew), uma pequena mancha ovalde cada lado, acima das antenas, contígua com adepressão frontal e a margem ocular, amarela;face com curta pilosidade branca e uma pequenamancha oval de cada lado, abaixo das antenas,contígua com a margem ocular, amarelo-esbranquiçada. Atena com escapo e pedicelocastanhos, brilhantes; flagelo preto-fosco; ápicedo flagelômero apical (Fig. 22) estreito com umadiminuta cerda (visível com pequenosaumentos). Circunvalação subcraniana com áreaslaterais e posteriores, castanho-escuras,brilhantes. Labelo com o centro castanho-escuroe margem castanho-amarelada. Palpos castanho-escuros. Área pós-ocular, inferiormente, compruinosidade branca. Occipício levementecôncavo, com curta pilosidade branca. Pós-genacom pruinosidade e pelos eretos, brancos.TÓRAX (Fig. 23) -Preto, com as seguintes áreasamarelas: lobos pós-pronotais, duas faixasparamedianas ao longo do mesonoto, calos pós-

Page 12: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

12

Figura 29. Analcocerus orbitalis James (Macho). 33. Habitus, vista dorsal.

alares e adjacências, escutelo (exceto a base)incluindo a base dos espinhos escutelares, umafaixa ao longo da notopleura, margem posteriordo anepisterno, uma mancha arredondada namargem posterior do catepisterno e outra nolaterotergito e catepímero; espinhos escutelaresmenores que o escutelo, castanhos. Pernas comcoxas pretas, o ápice amarelado; fêmuresamarelo-avermelhados; tíbia castanho-escura, aanterior mais clara; os três tarsômeros basais,brancos, o quarto e o quinto pretos.ASAS (Fig. 24) - Cerca de 2,5 vezes tão longaquanto larga, levemente castanho-esfumaçada;pterostigma castanho-avermelhado, veiatransversal r-m situada no meio da céluladiscoidal, célula r3 1,2 vezes tão longa quantor4; célula discoidal cerca de 1,5 vezes tão longaquanto larga. Halteres amarelos, pedúnculocastanho-claro.ABDOME-Cerca de 1,8 vezes tão longo quantolargo, preto, com uma faixa irrelagular amarelanas margens laterais dos segmentos II-V, tergito I

com uma grande mancha amarela semi-oval namargem posterior ocupando todo o centro e umapequena mancha amarela de cada lado; tergito Vcom duas pequenas manchas ovais, na margemposterior, também amarelas. Terminália do macho(Figs. 25-27) castanha; epândrio (IX tergito)arredondado; hipândrio (IX esternito) suboval;gonóstilo com base larga e intumescida, edeagotrífido com ramos distintamente separados desdea base (Fig. 28).

MATERIAL EXAMINADO - BRASIL, São Paulo, SãoPaulo (Cantareira), 2 machos (sem data e coletor).No Museu de Zoologia da Universidade de SãoPaulo.

NOTAS - A. atriceps está mais proximamenterelacionada com A. taurus do que com A.orbitalis, distinguindo-se de ambas pelas tíbiascastanhas, área pós-ocular totalmente preta e pelaforma da terminália.

Page 13: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

13

Figuras 30-37. Analcocerus orbitalis James (Macho). 30. Cabeça, vista dorsal, 31. idem, vista frontal, 32. idem, vistalateral, 33. Antena, 34. Ápice da antena, 35. Palpo, 36. Tórax, vista dorsal, 37. Asa.

Analcocerus orbitalis JamesAnalcocerus orbitalis James, 1943: 368. Localidade-

tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia.

MACHO-Comprimento total 8,0 milímetros.(Fig.29)CABEÇA (Figs. 30-32) - Preta, brilhante, largurasuperior da fronte 0,33 e a inferior 0,37 da largurada cabeça; fronte com uma grande manchaamarela contígua com o triângulo ocelar e umapequena mancha amarela de cada lado, acimadas antenas, contígua com a depressão frontal emargem ocular; face com curta pilosidade branca

e uma mancha oval amarela de cada lado, abaixodas antenas contígua com a margem-ocular, asvezes unida com a da fronte. Antena (Fig. 33)com escapo e pedicelo castanho-amarelados,brilhantes, flagelo preto, fosco, ápice doflagelômero apical (Fig. 34) largo, com umadiminuta cerda (visível com grandes aumentos).Circunvalação subcraniana com as áreas lateraise posterior castanho-escuras brilhantes e umapequena mancha, de cada lado, amarela. Labelopreto com margem amarelada. Palpos castanho-escuros (Fig.35). Área pós-ocular principalmenteamarela, exceto o ângulo interno próximo aos

Page 14: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

14

Figuras 38-40. Analcocerus orbitalis James (Macho). 38. Epândrio e segmentos pós-genitais e edeago, vista dorsal,39. Hipândrio, vista ventral, 40. Terminália, vista lateral.

olhos e abaixo próximo à pós-gena. Occipíciolevemente côncavo com curta pilosidade branca.Pós-gena com pruinosidade e pelos eretos,brancos.TÓRAX (Fig. 36) - Preto, fosco, com as seguintesáreas amarelas: lobos pós-pronotais, duas faixasparamedianas ao longo do mesonoto, calos pós-alares e adjacências, escutelo, estreita faixa nanotopleura, margem posterior do anepisterno,mancha arredondada na margem posterior docatepisterno, catepímero, mancha arredondadano laterotergito; espinhos escutelares tão longosquanto o escutelo ou ligeiramente mais curtos,castanho a preto. Pernas amarelas, terço basaldas tíbias castanho, os três tarsômeros basaisamarelo-esbranquiçados, restantes pretos.ASAS (Fig. 37) - Cerca de 2,6 vezes tão longaquanto larga, levemente castanho-esfumaçada;pterostigma e veias amarelas; veia tranversal r-msituada no meio da célula discoidal; célula r3tão longa quanto r4; célula discoidal 1,4 vezestão longa quanto larga. Halteres amarelos.ABDOME (Fig. 29)- Cerca de 2 vezes tão longoquanto largo, preto, com uma grande manchaamarela na margem posterior do tergito I

ocupando todo o centro, margens laterais comuma faixa alargando-se para dentro, em direçãoà margem posterior de cada tergito, e algumasvezes um par de pequenas manchas amarelas notergito II. Terminália (Figs. 38-40) amarela,epândrio (IX tergito) lateralmente côncavo;hipândrio (IX esternito) retangular, gonóstilosimples, edeago trífido com ramos separados apartir da metade apical.

FÊMEA-Semelhante ao macho. Terminália (Fig. 42)amarela; 3 espermatecas (Fig. 41) poucoesclerotizadas, subiguais.

MATERIAL EXAMINADO-BRASIL, São Paulo, Barueri,7.i.1955 (K. Lenko), fêmea; Santa Catarina,Nova Teutônia (27°11’ S/52°23’W, 300-500m)(Fritz Plaumann), .xi.1952, 2 machos; xii.1952,1 fêmea; xii.1969, 1 fêmea; xi.1970, 13 fêmeas e9 machos; xii.1970, 22 fêmeas e 2 machos;x.1971, 1 fêmea; xi.1971, 2 fêmeas; xii.1971, 2fêmeas e 3 machos. Todos no Museu de Zoologiada USP.

NOTAS-Distingue-se de A.taurus e A. atriceps pela

Page 15: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

15

Figuras 41-42. Analcocerus orbitalis James (Fêmea). 41. Espermatecas, 42. Terminália (cercos, furca e ductos dasespermatecas)

presença de uma grande mancha amarela abaixodos ocelos, área pós-ocular principalmenteamarela. De A. atriceps pelas tíbias mediana eposterior amarelas.

Analcocerus taurus JamesAnalcocerus taurus James, 1943: 370. Localidade-

tipo: Brasil, São Paulo, São Sebastião.

MACHO-Comprimento total 8,0 -8,5 milímetros.CABEÇA (Figs. 43-45) - Preta, brilhante; largurasuperior da fronte 0,28 e inferior 0,40 da largurada cabeça; fronte com uma pequena mancha ovalamarela de cada lado, acima das antenas,contígua com a depressão frontal e a margemocular; face levemente proeminente, com curtapilosidade branca e uma pequena mancha ovalamarela, abaixo das antenas, na mesma posiçãoda anterior. Antena com escapo e pedicelocastanho-brilhantes; flagelo preto, fosco, ápicedo flagelômero apical (Fig. 46) estreito e comuma diminuta cerda (visível com grandesaumentos). Circunvalação subcraniana com asáreas laterais e posteriores castanho-escuras,brilhantes. Labelo com o centro castanho, fosco,e margem castanho-amarelada. Palpos castanho-

escuros. Área pós-ocular com pequena manchaarredondada branca e pruinosidade branca nametade inferior. Occipício levemente côncavo,com pelos curtos, brancos.TÓRAX (Fig. 47) -Preto, fosco, com as seguintesáreas amarelas: calos pós-pronotais, duas faixasparamedianas estendendo-se desde próximo aoscalos pós-pronotais até uma curta distância doescutelo, calos pós-alares e adjacências, escutelo(exceto a base), notopleura, margem posteriordo anespisterno, mancha arredondada namargem posterior do catepímero, pleura emancha arredondada no laterotergito; espinhosescutelares mais longos do que o escutelo,fortemente divergentes, castanho-amarelados.Pernas amarelo-avermelhadas; os três tarsômerosbasais brancos, restantes pretos.ASAS (Fig. 48) -Cerca de 2,6 vezes tão longa quantolarga, levemente amarelo-esfumaçada, um poucomais escurecida ao longo da célula cup e próximoao ápice nas células r5, M1 e M2; veias epterostigma castanho-amarelados, veia tranversalr-m situada no meio da célula discoidal, célular3 tão longa quanto r4; célula discoidal 1,3 vezestão longa quanto larga. Halteres amarelo-

Page 16: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

16

Figuras 43-48. Analcocerus taurus James (Macho). 43. Cabeça, vista dorsal, 44. idem, vista frontal, 45. idem, vistalateral, 46. Ápice da antena, 47. Tórax, vista dorsal, 48. Asa.

avermelhados, pedúnculo mais escuro.ABDOME-Cerca de 1,7 vezes tão longo quantolargo, preto, com uma faixa amarela ao longodas margens laterais dos segmentos II-Vestendendo-se sobre os tergitos em formatriangular e mais larga na margem posterior;tergito I com uma grande mancha no centro,também amarela. Terminália (Figs. 49-51) comepândrio (IX tergito) alongado, lateralmentecôncavo; hipândrio (IX esternito) quadrangular;gonóstilo simples, edeago trífido (Fig. 52), largo,com ramos separados apicalmente.

FÊMEA-Espinhos escutelares mais robustos do queno macho.

MATERIAL EXAMINADO - BRASIL, São Paulo: ParqueCajuru, xii.1911, alótipo fêmea, (Schrobel); SãoPaulo (Cidade Jardim), 13.xii.1940, 1 macho (M.Carrera); “Alto da Serra” (= Paranapiacaba),19.xi.1908, 1 fêmea (Luederwaldt). Todos noMuseu de Zoologia da Universidade de SãoPaulo.

NOTAS-Esta espécie é mais proximamenterelacionada a A. atriceps Loew, porém dela sediferencia pela presença da mancha na área pós-ocular, tíbias mediana e posterior amarelo-avermelhadas e pela forma da terminália.

Catálogo dos táxons reconhecidos comoAnalcocerini

(os marcados com “*” são revistos neste trabalho)

Analcoceroides Hollis, 1962: 558. Espécie-tipo,Campeprosopa longicornis Williston (des. orig.).longicornis (Williston), 1900: 239(Campeprosopa). Localidade-tipo: México,Guerrero, Omiltemi. Distr.: MÉXICO

*Analcocerus Loew, 1855: 140. Espécie-tipo,atriceps Loew (des. orig).*atriceps Loew, 1855: 140. Localidade-tipo:“Brasil”. Distr.: BRASIL (Minas Gerais a SantaCatarina). nigriceps Loew, 1855: 147. SYN. NOV.*orbitalis James, 1943: 368. Localidade-tipo:Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia. Distr.:

Page 17: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Contrib. Avulsas sobre Hist. Nat. Brasil., Sér. Zool. 23: 1- 18. Seropédica

17

Figuras 49-52. Analcocerus taurus James (Macho) 49. Epândrio e segmentos pós-genitais, vista dorsal, 50. Hipândrio,vista ventral, 51. Terminália, vista lateral, 52. Edeago.

BRASIL (Santa Catarina).* taurus James, 1943: 370. Localidade-tipo:Brasil, São Paulo, São Sebastião. Distr.: BRASIL(São Paulo).

Anisoscapus McFadden, 1970: 317. Espécie-tipo, chlorovittatus McFadden (des. orig.).chlorovittatus McFadden, 1970: 317.Localidade-tipo: México, Oaxaca, MatíasRomero. Distr.: MÉXICO.ochraceus McFadden, 1970: 318. Localidade-tipo: México, Nayarit, Compostela. Distr.:MÉXICO.

*Auloceromyia Lindner, 1969: 8, 9. Espécie-tipo, Auloceromyia vespiformis Lindner (mon.).*pedunculata Pimentel & Pujol-Luz, sp. n..Localidade-tipo: Brasil, Espírito Santo, BaixoGuandu. Distr.: BRASIL (Espírito Santo).*vespiformis Lindner, 1969: 10. Localidade-

tipo: Brasil, Santa Catarina, Nova Teutônia.Distr.: BRASIL.

Neanalcocerus James, 1943:370. Espécie-tipo,Analcocerus hortulanus Williston (des. orig.).hortulanus (Williston), 1900: 238 (Analcocerus).Localidade-tipo: México, N. Yucatán. Distr.:MÉXICO (Guerrero, Yucatán).

Agradecimentos

Ao Dr. Nelson Papavero, pela orientação eauxílio nas diversas etapas deste trabalho. À Dr.Eliane Cancelo, pelo empréstimo da Coleção deRaphiocerinae do Museu de Zoologia daUniversidade de São Paulo. Ao ConselhoNacional de Desenvolvimento Científico eTecnológico (Proc. No. 300265/96-4) e àFundação de Amparo à Pesquisa do Estado doRio de Janeiro(Proc. No. E26/170.404/99).

Page 18: CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL … pdf/analcocerini.pdf · ISSN 1516-7259 CONTRIBUIÇÕES AVULSAS SOBRE A HISTÓRIA NATURAL DO BRASIL Instituto de Biologia - Universidade

Pimentel, T. & J.R. Pujol-Luz

18

Referências

Agassiz, J. L. R., 1846. Nomenclatoris zoologiciindex universalis. Jent & Gassmann, Soloduri(= Solothurn).

Brauer, F., 1880. Die Zweiflüger des KaiserlichenMuseums zu Wien. I. Denkschr. Akad. Wiss.Wien 42: 105-216, pls. 1-6.

Brues, C. T. & A. L. Melander, 1932. Classificationof insects. Bull. Mus. comp. Zool. Harv. Univ.108: 1-917.

Enderlein, G., 1914. Dipterologische Studien. IX.Zur Kenntniss der Stratiomyiiden mit 3ästigerMedia und ihre Gruppierung. A. Formen, beidenen der 1. Cubitalast mit der Discoidalzelledurch Querader verbunden ist oder sir nur ineinem Punkte berührt (SubfamilienGeosarginae, Analcocerinae, Stratiomyiinae).Zool. Anz. 43: 577-615.

Hollis, D., 1962. New and little know Stratiomyidae(Diptera, Brachycera) in the British Museum.Ann. Mag. nat. Hist. 13 (5): 557.

ICZN, 1999. International Code of ZoologicalNomenclature. International Trust forZoological Nomenclature, 4th. Edition, xxix + 306pp. London.

James, M.T., 1943. Studies in neotropicalStratiomyidae. V. The classification of theRhaphiocerinae. Ann. ent. Soc. Amer., 36: 365-379.

James, M.T., 1966. The genera of Rhaphiocerinaewith the elongated first segment (Diptera,Stratiomyidae). J. Kans. ent. Soc., 39: 676-681.

James, M.T., 1973. 26-Family Stratiomyidae. In: Acatalogue of the Diptera of the Americas Southof the United States. Museu de Zoologia,Universidade de São Paulo, 95 pp.

James, M.T., 1975. Family Stratiomyidae (pp.14-42). In: Delfinado, M.D. and Hardy, D.E. (Eds.).A Catalogue of the Diptera of the OrientalRegion. The University Press of Hawaii,Honolulu.

Lindner, E., 1949. Neotropische Stratiomyiiden desBritischen Museums in London. Ann. Mag. nat.Hist. 12 (1): 782-821, 851-891.

Lindner, E., 1969. Füfter Beitrag zur Kenntnis dersüdamerikanischen Stratiomyidenfauna (Dipt.).Stuttgart. Beitr. Naturkunde, 203:1-14

Loew, H., 1855. Einige Bemerkungen über dieGatung Sargus . Verh. zool. bot. Ver. Wien., 5:131-148.

Macquart, J., 1834. Histoire naturelle des Insectes.

Diptères. 1: 578 pp., In: N.E. Ronet, ed.:Collection Suites à Buffon. Paris.

Macquart, J., 1838. Diptères exotiques novenauxou peu connus. 1 re partie. Mem. Soc. Roy. Sci.,Agric. Arts Lille, 1838: 9-225.

McAlpine, J.F., 1981. Morphology andterminology, pp. 9-63. In: McAlpine, J. F.,Peterson, B. V., Shewell, G. E., Teskey, H. J.,Vockroth, J. R. & Wood, D. M., 1981. Manual ofNeartic Diptera. Agriculture Canada, Ottawa1: 1-674.

McFadden, M.W., 1970. New Rhaphiocerinaefrom mexico, with a key to known genera(Diptera, Stratiomyidae). Ann. ent. Soc. Amer.,63: 316-320.

Sabrosky, C. W., 1999. Family-group names inDiptera. An annotated catalog. (Bibliographyby F. Christian Thompson, Neal L. Evenhuis &Curtis W. Sabrosky). Myia 10: 1-576.

Schiner, I. R., 1867. Zweiter Bericht über die vonder Weltumseglungsreise der k. FregatteNovara mitgebrachten Dipteren. Abh. zool.-bot.Ges. Wien 17: 303-314.

Schiner, I. R., 1868. Diptera, vi + 388 pp., 4 pls., in[Wüllerstof-Urbair, B. von (encarregado)],Reise der österreichischen Fregatte Novara.Zool. 2(1, B). K. Gerold’s Sohn, Wien.

Wiedemann, C.R.W., 1824. Munus rectoris inAcademia Cristina Albertina aditurusanalecta entomologia ex Musco Havniensi.60 pp. Kiliae (Kiel)

Woodley, N.E., 1989. Family Stratiomyidae (pp.301-320). In: Evenhuis, N.L. (Ed.). Catalog ofthe Diptera of the Australasian and OceanianRegions. Bishop Museum Special Publ. 86.Bishop Museum Press and E.J. Brill.