CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DE …€¦ · A Hipertensão Arterial Sistêmica...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
LILIANA OVADIS SAGO SIMON
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DE
PARADA MIRITI, SÃO JOÃO DE PIRABAS, PARÁ
BRAGANÇA / PARÁ
2018
LILIANA OVADIS SAGO SIMON
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DE
PARADA MIRITI, SÃO JOÃO DE PIRABAS, PARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal
do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.
Orientadora: Bruna Melo Amador
BRAGANÇA / PARÁ
2018
LILIANA OVADIS SAGO SIMON
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA POPULAÇÃO DE
PARADA MIRITI, SÃO JOÃO DE PIRABAS, PARÁ
Banca examinadora:
Professora: Bruna Melo Amador – UFPA.
Professor (a). Suelen Trindade Correa
Aprovado em Belém, em ___ de ___ 2018.
DEDICATÓRIA
À meu pai, que sempre me deu apoio, me incentivando nas
horas difíceis de meus estudos. À minha mãe que desde o
céu me fortalece para continuar o caminho que escolhe.
A meus filhos e a toda minha família que com muito carinho e
admiração me deram seu apoio incondicional para que eu
chegasse até esta etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS
À Deus por me dar a oportunidade em minha vida de ser
merecedora da profissão que eu escolhi.
À minha família que desde longe continua incentivando-me,
motivando a minha superação, e ao bom desempenho do
trabalho.
À minha tutora, professora Suelen Trinidade Correa pela
dedicação, paciência que teve em me compreender.
À toda minha equipe de saúde Parada Miriti pelo
companheirismo, o acolhimento brindado para o
desenvolvimento do trabalho.
Aos pacientes hipertensos, idosos e seus familiares pela
cooperação e participação deste projeto.
Em fim a todos que, de alguma maneira, contribuíram para
realização do trabalho.
EPÍGRAFE
“Quando você abriu os olhos pela primeira vez, certamente
não sabia que seu destino estava traçado e que nele estava
implícito a convivência com muitas pessoas diariamente.
Além disso, não sabia que muitas dessas vidas seriam salvas
por você e pela dedicação que está implícita em seu trabalho.
Ser um profissional de saúde não é como qualquer outra
profissão é acima de tudo uma vocação, já que muitos
abdicam da convivência familiar em prol do chamado urgente.
Por isso, creia que tudo o que faz tem uma recompensa,
ainda que seja o sorriso amável daquele que você fez de tudo
para recobrar a saúde.”
PIC. Collage
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica não transmissível que pode ser controlada, mas não curada, requerendo tratamento por toda a vida. O presente projeto visa implementar estratégias de educação em saúde, para o controle dos níveis pressóricos, adesão ao tratamento e estímulo a mudança de fatores de risco. Foi realizado o levantamento e atualização cadastral dos hipertensos e implantado o grupo de hipertenso. O projeto permitiu, além da atualização do cadastral dos 110 hipertensos, a detecção de 117 casos novos de HAS. Revelando que o trabalho de busca, acolhimento e orientação, deve ser permanente, considerando a alta prevalência dessa morbidade em nossa área. Reforçou a importância dos grupos, formados na ESF, e o potencial de influenciar comportamentos de forma positiva através da educação em saúde. Este trabalho tem como objetivo elaborar uma proposta de intervenção para aumentar o nível de conhecimento de pacientes cadastrados com HAS, sendo executadas três etapas: diagnostico situacional de saúde, revisão da literatura e elaboração do plano de intervenção.
Palavras-chaves: Hipertensão. Fatores de risco. Atenção Primária à saúde. São João de Pirabas.
ABSTRACT
Systemic Arterial Hypertension is a chronic non-communicable disease that can be
controlled but not cured, requiring lifelong treatment. The present project
implemented health education strategies for controlling blood pressure levels,
adherence to treatment, and stimulating changes in risk factors. The survey and
updating of the hypertensive patients was carried out and the hypertensive group
was implanted. The project allowed, in addition to updating the register of 110
hypertensive patients, to detect 117 new cases of hypertension. Revealing that the
work of seeking, receiving and counseling should be permanent, considering the
high prevalence of this comorbidity in our area. It reinforced the importance of the
groups, trained in the FHT, and the potential to influence behaviors in a positive way
through health education. This study aims to elaborate a proposal of intervention to
increase the level of knowledge of patients registered with SAH, being carried out
three stages: situational diagnosis of health, review of the literature and elaboration
of the intervention plan.
Keywords: Hypertension. Risk factors. Primary health care. São João de Pirabas.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS Agente Comunitário de Saúde.
APS Atenção Primaria à Saúde.
ASB Auxiliar de Saúde Bucal
AVC Acidente Vascular Cerebral.
DCNT Doença Crônica Não Transmissível.
ESF Estratégia Saúde da Família.
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica.
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da família.
PA Pressão Arterial.
PES Planejamento Estratégico Situacional
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
1.1 Aspectos gerais do município........................................................................... 11
1.2 Aspectos gerais da comunidade......................................................................... 11
1.3 A Unidade de saúde da família.......................................................................... 12
1.4 A equipe de Saúde da família Parada Miriti....................................................... 12
1.5 Estimativa Rápida: Problemas de saúde do território e a comunidade............ 13
1.6 Priorização de problemas................................................................................. 14
2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 15
3 OBJETIVOS......................................................................................................... 16
3.1 Objetivo geral.................................................................................................... 16
3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 16
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 17
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 19
6 PLANO DE INTERVENÇÃO............................................................................... 23
6.1 Descrição do problema.................................................................................... 23
6.2 Explicação do problema..................................................................................... 23
6.3 Seleção dos “nós críticos”................................................................................ 23
6.4 Desenho das Operações................................................................................... 24
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 28
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 29
ANEXOS .............................................................................................................. 30
Anexo A 30
Anexo B 31
Anexo C 32
Anexo D 33
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos gerais do município
São João de Pirabas é um município brasileiro, localizado na microrregião
do Salgado, na mesorregião do Nordeste do Estado do Pará. Possui uma distância
até a capital, Belém, de 192 quilômetros. Foi criado no dia 10 de maio de 1988,
sendo área desmembrada do município de Primavera. O município é constituído de
dois distritos: São João de Pirabas e Japerica. Tem como limites os municípios de
Primavera, Santarém Novo, Salinópolis e com o Oceano Atlântico. O prefeito em
exercício chama-se: Antônio Menezes Nascimento das Mercês. Os habitantes
recebem o nome gentílico de pirabenses. O município se estende por 705.542 km e
constava com 22.415 habitantes no último censo IBGE (2017), sendo homens: 12
528 e mulheres: 9.887 pessoas. A densidade demográfica é de 31,93 habitantes.
Predomina a população parda. A cidade vive basicamente da pesca e da
agricultura fundamentalmente, com a plantação de milho, macaxeira, frutas e
verduras. O sistema de educação municipal apresenta 36 escolas, com uma
matricula geral de 12.944, com uma população alfabetizada de 18.171
respondendo a um baixo índice de analfabetismo.
Possui comunidades quilombolas, ribeirinhas e comunidades indígenas. Tem
83 igrejas, da religião católica. Na área de saúde o município tem um centro de
saúde onde se oferecem atendimentos de urgências e emergências (um pequeno
hospital). A atenção Básica possui nove equipes de saúde. Uma equipe do Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF). Temos um Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência básico (SAMU). Uma Academia da Saúde. Temos um Centro de
testagem e aconselhamento (CTA). São ofertados serviços especializados de
Dermatologia, Urologia, Ortopedista e Cirurgião. As maiores causas dos ingressos
hospitalares são por o descontrole e as complicações das doenças crônicas não
transmissíveis em primeiro lugar, por acidentes em segundo e por infeções
respiratórias e gastrointestinais.
1.2 Aspectos gerais da comunidade
A comunidade de Parada Miriti pertence ao o município São João de
Pirabas, localizada na Rua Principal Nossa Senhora das Graças. Tem uma
população de 2.048 habitantes, com 1.167 homes e 881 mulheres, os quais em sua
maior parte vivem do trabalho da agricultura, com a plantação de milho, arroz,
12
mandioca, pimenta, verduras, café, bacuri, cenoura e tomate, também vivem da
pesca e dos pequenos comércios (economia informal), com uma entrada per capita
de salário mínimo.
Possui quatro escolas de Ensino Fundamental I e II, com uma matricula total
de 350 alunos, com um baixo índice de analfabetismo. Em relação com ao
saneamento básico, se faz a coleta de lixo periodicamente três vezes por semana e
a reciclagem dos esgotos sanitários e fossas são feitas pelos moradores da cidade,
mas ainda existem pessoas que costumam fazer suas necessidades fisiológicas ao
ar livre.
A comunidade tem sete igrejas: cinco Católicas e duas Evangélicas, as quais
gostam de celebrar as festas à Nossa Senhora de Nazaré. Possui abastecimento
público de energia elétrica e água, além de poços artesianos em algumas
residências.
1.3. Unidade de saúde da família Parada Miriti
Nossa Unidade Básica de Saúde localiza-se na rua principal do município,
Nossa Senhora das Graças, porém pertence ao meio rural. Foi construída há nove
anos, tem uma boa estrutura e amplitude para o acolhimento dos pacientes. Possui
uma sala de reuniões onde a equipe se reúne mensalmente, porém as reuniões
com a comunidade acontecem na Associação de Pescadores, pois é mais ampla e
confortável. Possui uma farmácia, uma sala de vacinas, uma sala para curativos,
uma sala de produção, dois consultórios, uma cozinha e três banheiros.
1.4. Equipe de saúde da família Parada Miriti
A equipe Parada Miriti está composta por uma enfermeira coordenadora e
assistente; uma médica generalista, do “Programa Mais Médico”, cinco Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), um Odontólogo, uma auxiliar de saúde bucal (ASB);
uma recepcionista, uma técnica em enfermagem, uma auxiliar de serviços gerais. A
equipe trabalha de segunda-feira a sexta-feira, das sete às dezessete. As sextas-
feiras, a médica realiza as tarefas do curso de especialização. Todas as sextas-
feiras se agendam os atendimentos da semana próxima. Os ACS permanecem
pesquisando os casos mais vulneráveis da comunidade e apoiando no
cumprimento das consultas programadas de gestantes, crianças, puérperas e as
doenças crônicas não transmissíveis.
13
Os pacientes são acolhidos pela recepcionista e são organizados, levando
em consideração o nível de prioridade de cada caso, atendendo a suas
necessidades. Todas quintas-feiras, realizam-se visitas domiciliares para a
população com deficiência físico-motora, especialmente os idosos, e para os
pacientes que necessitem de atendimento domiciliar por algum outro motivo. Duas
vezes ao mês, a equipe recebe a assistência do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF), composto por: Psicóloga, Nutricionista, Educador Físico, para
avaliar e tratar os pacientes que precisem seus serviços.
Após a primeira triagem realizada na recepção e pela técnica de
enfermagem, a enfermeira e a médica prestam assistência à demanda espontânea,
assim como, aos usuários das consultas agendadas para os programas de: Pré-
natal, Puérperas, Puericultura; os acompanhamentos das doenças crônicas não
transmissíveis. Realiza-se o rastreamento para o câncer de mama e de colo
uterino. É ofertada, diariamente imunização à população, principalmente há uma
grande mobilização municipal durante as campanhas de vacinação, na qual
contamos com os recursos e divulgação necessários. Oferta-se também
atendimento odontológico, com as frequências do profissional na UBS duas vezes
por semana.
Mediantes as palestras, os vídeos, as salas de aulas, os cartazes e as
conferências mantemos a população informada e atualizada sobre prevenção e
promoção de saúde, principalmente os adolescentes, hipertensos e diabéticos.
Existe o preparo da equipe para prestar o atendimento de urgência na UBS.
Uma vez ao mês, a equipe se reúne para analisar e discutir os problemas do dia-a
dia e avaliar os resultados do trabalho desenvolvido, com a finalidade de melhorar
os serviços oferecidos a nossa população.
1.5 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade
Alta incidência de hipertensos descontrolados.
Alto índice de doenças do aparelho cardiovascular.
Alta incidência de diabéticos descontrolados.
Alto índice de doenças do aparelho respiratório.
Alto índice de lesões com arma branca e de fogo.
Alto índice de alcoólicos.
14
Alto índice de neoplasia de mamas.
1.6 Priorização de problemas
Quadro 1- Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da
comunidade adscrita à equipe de Saúde da Família, Unidade Básica de Saúde Parada Miriti,
munícipio São João de Pirabas, estado do Pará
Principais
problemas
Importância Urgência Capacidade de
enfrentamento.
Seleção
1.Alta incidência de
hipertensos
descontrolados.
ALTA 8 PARCIAL 1
2.Alto índice de
doenças de aparelho
cardiovascular.
ALTA 7 PARCIAL 2
3.Alto índice de
diabéticos
descontrolados.
ALTA 6 PARCIAL 3
4. Alto índice de
doenças do aparelho
respiratório.
ALTA 5 PARCIAL 4
5.Alto índice de
lesões com armas
branca e de fogo.
ALTA 5 PARCIAL 5
6.Alto índice de
alcoólicos.
ALTA 5 PARCIAL 6
7.Alta incidência de
neoplasia de mamas.
MEIO 5 PARCIAL 7
FONTE: dados da pesquisa, 2018.
Como se observa neste quadro, os principais problemas foram selecionados
e organizados pela equipe. Tendo em conta que todos são importantes, fez-se uma
seleção atendendo a urgência e a capacidade de enfrentamento da equipe na
solução dos mesmos. Chegou-se ao consenso que o alto índice de Hipertensos
não controlados é o principal problema de saúde, pois o não controle da mesma
representa um alto risco de complicações e mortalidade para a população
Hipertensa, além do que, a equipe poderá intervir de diferentes formas para
conseguir o controle desta doença.
15
2 JUSTIFICATIVA
A alta incidência de usuários hipertensos é muito alta. Até o momento são
287 diagnosticados, o que representa 19% da população geral, sendo 70% de
hipertensos descontrolados, na comunidade de Parada Miriti. A cada ano se tem
mais pessoas com o problema o que é preocupante, pois os riscos de
complicações futuras são grandes, assim como, os riscos de morte. Motivo pelo
qual foi escolhido este problema como prioritário na comunidade para fazer o
projeto de intervenção.
Para a equipe de Parada Miriti, este problema de saúde pública é
determinado por muitos fatores que vão desde a não adesão ao tratamento,
dosagem inadequada, resistência ao tratamento, efeitos adversos, até estilos de
vida inadequados, insuficiente disponibilidade de medicamentos nas redes das
farmácias populares e pouco ou nenhum conhecimento por parte do paciente de
sua doenças e forma de prevenir as complicações cerebrovasculares e
cardiovasculares. Portanto, se faz tão importante realizar um plano de intervenção
em aras de reverter esta situação garantindo melhor qualidade de vida a nossa
população.
16
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Implementar estratégias de educação em saúde, para o controle da
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), nos pacientes da Unidade Básica de Saúde
Parada Miriti, do município São João de Pirabas.
3.2 Objetivos específicos
Levantar e atualizar o número de pacientes cadastrados como hipertensos
na Unidade Básica de Saúde;
Implantar o grupo de hipertensos da Unidade Básica de Saúde;
Desenvolver ações educativas quinzenalmente, com troca de informações
sobre os fatores de risco, incentivo a prática de exercícios físicos e adesão
ao tratamento;
Realizar oficinas de educação alimentar.
17
4 METODOLOGIA
A equipe utilizou o Método de Planejamento Estratégico Situacional (PES),
método que se utiliza para organizar atividades gerenciais, com base no
diagnostico, aplicando uma estimativa rápida para levantar os problemas da
comunidade e eleger o problema prioritário para uma proposta de intervenção.
Para a pesquisa do tema serão utilizados manuais, livros e publicações de
agências governamentais como o Ministério da Saúde. Para o levantamento do
material bibliográfico serão utilizadas as bases de dados da Biblioteca Virtual em
Saúde. A equipe envolvida será composta por médico, enfermeira e os agentes de
saúde. Para realizar a proposta de intervenção sobre o acompanhamento de
pacientes hipertensos na USF de Parada Miriti, foi realizado as seguintes etapas:
Primeira etapa: Diagnostico situacional da área de abrangência.
Segundo o referido por Campos, Farias e Santos (2010) foi realizado o
diagnostico situacional de saúde, baseado em método de estimativa rápida;
importante ferramenta para apoiar o processo de planejamento participativo. Se
coletaram as informações dos registros existentes, fichas de famílias hipertensas
cadastradas, prontuários e visitas domiciliares, realizadas fundamentalmente pelos
ACS. Se observou ativamente a área para identificar e priorizar os problemas.
Nesta etapa foram encontradas várias informações importantes sobre um conjunto
de problemas e dos recursos potenciais para seu enfrentamento num corto período
de tempo. Com estas informações foram feitas uma boa reflexão crítica com a
presença ativa da comunidade.
Os elementos fundamentais para a elaboração da proposta de intervenção
são:
- Descrição do problema selecionado.
- Explicação do problema selecionado.
- Seleção dos nós críticos.
- Desenho das operações.
Segunda etapa: Revisão de literatura.
Revisão de literatura presentes na biblioteca virtual, e no sito de Ministério
da Saúde e do IBGE. Foi a revisão que proporcionou um melhor embasamento
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para a proposta de intervenção; constitui a seleção análise de publicações na
interpretação crítica pessoal do autor, sendo um trabalho apropriado para
descrever o desenvolvimento de um determinado tema, sob o ponto de vista
contextual ou teórico (ROTHER et al., 2007). Este tipo de revisão e recomendado
em trabalhos de conclusão de curso devido a suas características de menor
complexidade e pelo tempo disponível, para conclusão da publicação; também está
indicado para projeto de intervenção, baseando-se em revisão bibliográfica, sem
produção dos dados primários, o que libera da submissão a comitês de ética de
pesquisa e estabelece relação direta com processos de trabalho do autor e sua
equipe (CORREA; VASCONCELOS; SOUZA, 2013).
Terceira etapa: Elaboração do plano de intervenção.
Aqui se utilizou o método de Planejamento Estratégico Situacional (PES), o
qual possibilita a incorporação de vários setores sociais incluindo a população, e
que os deferentes grupos sociais explicitem suas demandas, propostas e
estratégias de solução (CAMPOS; FARIAS; SANTOS, 2010). Pela estimativa
rápida foram registados alguns problemas encontrados considerado como principal
para que se pudesse elaborar um projeto de intervenção.
19
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A HAS também conhecida como pressão alta, é conceituada como uma
síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a
alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos, que consistem na
hipertrofia cardíaca e vascular. Ela é considerada uma síndrome de origem
multifatorial, sendo sustentada por elevação dos níveis pressórico >=140/90 mmHg
(Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2010).
A HAS é uma doença crônica não transmissível (DCNT) que pode ser
controlada, mas não curada, requerendo tratamento por toda a vida. Um fato
preocupante é que muitos indivíduos só descobrem que são portadores da doença
quando apresentam complicações graves, haja vista que ela pode evoluir por um
longo período sem ocasionar sintomas. (Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,
2010).
Considera-se também, uns dos principais fatores de risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais,
caracterizando-se como uma das causas de maior redução da qualidade e
expectativa de vida dos indivíduos (BRASIL, 2012).
Mundialmente estima-se que a população com HAS seja de um bilhão de
indivíduos, 80% nos países com maior desenvolvimento econômico – social, onde
mais da metade das vítimas tem entre 45 e 69 anos (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2015).
No Brasil, a prevalência da HAS aumenta com a idade (cerca de 60 a 70%)
da população acima de 70 anos é hipertensa, estima-se que em 2025, haverá mais
de 30 milhões de idosos no Brasil, estudos epidemiológicos brasileiros demonstram
que a prevalência de Hipertensão Arterial entre idosos à semelhança da observada
em todo o mundo é bastante elevada (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2016).
Em 2011, foi proposto o Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento
das DCNT no Brasil, 2011 a 2022, que estabelece e prioriza as diretrizes e ações
para o enfrentamento das doenças crônicas no país para os próximos dez anos.
20
Entre as ações constam a promoção da saúde em diversos setores como
educação, esporte, cidadania, meio ambiente (BRASIL, 2011).
Nas estatísticas de saúde pública, percebe-se que a HAS tem alta
prevalência e baixas taxas de controle sendo considerada um dos principais fatores
modificáveis, e um dos mais importantes problemas de saúde pública (DILELIO et
al., 2011).
Além disso, as doenças cardiovasculares cursam de forma silenciosa e
atacam sem aviso, ressaltando a importância da prevenção. Por esse e outros
motivos, o controle adequado dos pacientes com HAS deve ser prioridade da
Atenção Primária (AP) a partir do princípio de que o diagnóstico precoce, o bom
controle e o tratamento adequado dessa doença são essenciais para diminuição
dos eventos cardiovasculares e de possível alcance com os recursos disponíveis, a
mudança no estilo de vida e o tratamento farmacológico são parte fundamental no
manejo clínico desses pacientes (SANTOS et al., 2004).
Estudos comprovam que mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares
podem influenciar fortemente em diversos fatores de risco das doenças. As
modificações são motivadoras tanto na prevenção, quanto no tratamento, devendo
ser adotado em qualquer faixa etária e em populações de fator socioeconômicos
distinto. Daí a importância de medidas que auxiliem na conscientização de uma
alimentação saudável e adequada. Este processo contribui para mudanças das
escolhas e modificação de hábitos de risco a fim de promover melhorias
alimentares, promoção da saúde e qualidade de vida, com consequente prevenção
a várias patologias (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Para que aconteçam essas mudanças na vida dos hipertensos, é
imprescindível o envolvimento dos profissionais da saúde. Diante deste cenário, a
educação em saúde se apresenta como uma estratégia adequada para orientar os
hipertensos sobre sua doença e propor medidas de mudança de estilo de vida,
assim como proporcionar espaço para expor dúvidas, dificuldades e troca de
experiências, com finalidade de minimizar os fatores de risco, manter o tratamento
e estabilizar os níveis pressóricos (FENSTERSEIFER et al., 2006).
O tratamento não medicamentoso deve ser encorajado em todos os estágios
da hipertensão arterial e, baseia-se na prática de um estilo de vida saudável.
Apesar de ser simples e de aparente fácil adoção, encontra grande resistência,
pois implica mudanças de hábitos antigos. As principais orientações de mudanças
21
no estilo de vida que comprovadamente reduzem a pressão arterial (PA) e
minimizam o risco cardiovascular são: atividade física, abandono do tabagismo,
diminuição do peso quando elevado e dieta balanceada (hipossódica, rica em
frutas e verduras). Esse tipo de terapêutica é recomendado para os idosos, sendo
benéfica a redução moderada de sal na dieta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2016).
O controle da hipertensão reduz em 40% o risco de AVC e em 25% a
incidência de infarto do miocárdio, além de promover uma queda de mais de 60%
do risco de se desenvolver insuficiência cardíaca.
O trabalho em grupo propicia uma capacidade de pensar as experiências
emocionais cotidianas e aprender com elas; no grupo, o sujeito faz inúmeras
introjeções de como os outros lidam com os problemas, através da participação em
grupo, o sujeito pode, pela troca de vivências, aprender com as experiências
mútuas, repensar sua forma de agir frente à doença, consequentemente, vir a
mudar seus hábitos (ZIMERMAN et al., 1997). O trabalho em grupo possibilita a
ampliação do vínculo entre equipe e pessoa idosa, sendo um espaço
complementar da consulta individual, de troca de informações, de oferecimento de
orientação e de educação em saúde (BRASIL, 2013).
As práticas educativas na APS devem, além de fornecer informações sobre
a terapia anti-hipertensiva, estimular a auto percepção da doença e a co-
responsabilização do indivíduo com seu próprio cuidado, por meio de, por exemplo:
oficinas educativas em grupo e orientações domiciliares, além disso, conclui
também que agregar os familiares às atividades de educação em saúde mostrou-
se importante por facilitar as mudanças de estilo de vida no núcleo familiar e
aumentar a adesão do hipertenso ao tratamento (RIBEIRO et al.,2011).
Corroborando com os dados encontrados na literatura, onde a HAS é a
doença crônica não transmissível mais predominante entre os idosos. Sua
prevalência aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo considerada
o principal fator de risco cardiovascular modificável na população geriátrica
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
O envelhecimento vascular é o aspecto principal relacionado à elevação da
pressão arterial nos idosos, caracterizado por alterações na microarquitetura da
parede dos vasos, com consequente enrijecimento arterial (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
22
Prevenir e tratar a hipertensão arterial envolve ensinamentos para o
conhecimento da doença, de suas inter-relações, de suas complicações e implica,
na maioria das vezes, a necessidade da introdução de mudanças de hábitos de
vida. A aquisição do conhecimento é fundamental, mas é apenas o primeiro passo.
A implementação efetiva das mudanças é lenta e, por dependerem de medidas
educativas, necessitam de continuidade. Devem ser promovidas por meio de ações
individualizadas, elaboradas para atender às necessidades especificas de cada
paciente (LIMA et al., 2012)
Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo
terapêutico e na prevenção da hipertensão. Alimentação adequada, sobre tudo
quanto ao consumo de sal, controle do peso, prática de atividade física, tabagismo
e uso excessivo de álcool são fatores de risco que devem ser adequadamente
abordados e controlados, sem o que, mesmo doses progressivas de medicamentos
não resultarão alcançar os níveis recomendados de pressão arterial. (RIBEIRO et.
al. 2011).
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6 PLANO DE INTERVENÇÃO
6.1 Descrição do problema selecionado
Na área adscrita da UBS Parada Miriti, residem 2.048 habitantes, dentre eles
287 são hipertensos diagnosticados, o que representa um 19 % da população
geral, sendo preocupante que um 70 % da população hipertensa está
descontrolada. Portanto, a importância de fazer um projeto de intervenção para o
controle destes pacientes, para identificar os fatores de riscos e a prevenção de
futuras complicações que podem levar à morte.
6.2 Explicação do problema selecionado
Este problema de saúde, pode-se avaliar tendo em conta a alta incidência de
afecções cardiovasculares que se apresentam na comunidade associada a
Hipertensão Arterial (HAS) não controlada, sendo a principal causa de óbito em
nossa área de abrangência. Muitos fatores contribuem como: a não adesão ao
tratamento, dosagem inadequada, resistência ao tratamento, efeitos adversos,
estilos e modos de vida inadequados, insuficiente disponibilidade de nas redes de
saúde e farmácias populares e poucos ou nenhum conhecimento por parte do
paciente da sua doença e a forma de prevenir as complicações.
Para conquistar o adequado controle da HAS é preciso fazer um bom
trabalho educativo com a população alvo e a família, para ganhar a consciência
sobre a importância de adotar o tratamento e mudar seus modos e estilos de vida,
melhorando sua qualidade de vida e evitando complicações, o que tem um impacto
favorável tanto para a família quanto para o próprio usuário.
6.3 Seleçâo dos “nós críticos”
- Hábitos e estilos de vida inadequados.
- Falta de informação sobre a doença e suas complicações.
24
- Inadequada estruturação dos serviços de saúde.
- Processo de trabalho da equipe de saúde inadequada.
6.4 Desenho das operações
Quadro 2 - Operações sobre o “nó crítico 1´´ relacionado ao problema ``Alta incidência de hipertensos descontrolados´´, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Parada Miriti, do município São João de Pirabas, estado de Pará.
Nó crítico 1 Hábitos e estilos de vida inadequados.
Operação/ Projeto. Projeto “LUTANDO POR UMA VIDA MELHOR”.
Modificar hábitos e estilos de vida.
Resultados Esperados. População com melhor qualidade de vida.
Pacientes hipertensos controlados.
Produtos Esperados
Campanha educativa na radio local.
Caminhadas de grupos de hipertensos.
Recursos humanos capacitado.
Projeto LUTANDO POR UMA VIDA MELHOR. Implantado.
Recursos Necessários. Estrutural (para organizar as caminhadas, as reuniões dos profissionais da saúde, as consultas).
Financeiro (para recursos audiovisuais, folhetos educativos, etc.).
Cognitivo (informação sobre o tema e elaboração do projeto).
Político (conseguir o espaço local para realização de eventos, aprovação do projeto).
Recursos críticos
Estrutural (para organizar as caminhadas, as reuniões dos profissionais da saúde, as consultas).
Financeiro (para recursos audiovisuais, folhetos educativos, etc.).
Cognitivo (informação sobre o tema e elaboração do projeto).
Político (conseguir o espaço local para realização de eventos, aprovação do projeto).
Controle dos Recursos
Críticos.
Ator que controla: / Motivação:
- Setor de comunicação social: Favorável.
- Secretário de saúde: Favorável.
Prazo. Inicio em três meses término em 12 meses.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações.
Antônia (técnica de enfermagem) e Jessica
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Liliana (doutora)
Processo de monitoramento e avaliação das ações.
Controlando e verificando as ações planejada
FONTE: dados da pesquisa, 2018.
Quadro 3- Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alta incidência de hipertensos descontrolados”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Parada Miriti, do município São João de Pirabas, estado de Pará.
Nó crítico 2. Baixo nível de conhecimento da população sobre os riscos de
HAS e suas complicações.
Operação/Projeto.
APRENDENDO A VIVER.
Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos e complicações de HAS.
Resultados esperados.
Diminuição da incidência de hipertensos na comunidade e manter o controle dos diagnosticados.
Diminuição de índice de complicações associadas a Hipertensão.
Produtos Esperados.
Recursos humanos capacitados.
Campanha educativa na rádio local.
Palestras educativas na UBS e comunidade.
Avaliação do conhecimento da população de riscos de HAS.
Recursos Necessários.
Estrutural (Agendamento de palestras).
Cognitivo (informação sobre o tema).
Político (conseguir o local e articulação Inter setorial).
Financeiro (para recursos audiovisuais folhetos e panfletos).
Recursos Críticos
Estrutural (Agendamento de palestras e confecção do pôster).
Cognitivo (informação sobre o tema).
Político (conseguir o local e articulação Inter setorial).
Financeiro (para recursos audiovisuais folhetos e panfletos).
Controle dos Recursos
Críticos.
Ator que controla: / Motivação:
Secretaria de saúde: Favorável
Secretaria educação: Indiferente.
Secretaria de cultura: Favorável.
Prazo. Inicio em dois meses termino em três meses.
Responsável (eis) pelo
acompanhamento das
Liliana (doutora)
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ações. Karla (coordenadora da USF).
Processo de
monitoramento e
avaliação das ações.
Controlar e verificar as ações planificadas.
FONTE: dados da pesquisa, 2018.
Quadro 4- Operações sobre o ``no crítico 3´´ relacionado ao problema ``Alta incidência de hipertensos descontrolados´´, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Parada Miriti, do município São João de Pirabas, estado de Pará.
Nó crítico 3. Inadequada estruturação dos serviços de saúde.
Operação/Projeto.
BEM VINDOS USUÁRIOS
Melhorar a estrutura do serviço para o atendimento dos pacientes
hipertensos, garantir seu acompanhamento em rede e a
integralidade, equidade e universalidade dos tratamentos
oferecidos pelo SUS.
Resultados esperados.
Atenção multidisciplinar e multisetorial.
Humanização e eficiência no acompanhamento.
Garantia de medicamentos e atenção a outros níveis de
atendimentos nos casos necessários.
Produtos Esperados.
Recursos humanos capacitados.
Agendamento de consulta segundo necessidade do paciente.
Contratação de compra de medicamentos e consultas especi
alizadas.
Recursos Necessários.
Estrutural: criação de fluxograma municipal para esta demanda
Político: decisão de recursos para estruturar o serviço.
Financeiro: Compra de medicamentos, aumento da oferta das
consultas.
Cognitivo: Elaboração e adequação do plano de acompanhamento
a paciente hipertenso.
Recursos Críticos.
Estrutural: criação de fluxograma municipal para esta demanda. Político: decisão de recursos para estruturar o serviço. Financeiro: Compra de medicamentos, aumento da oferta das consultas. Cognitivo: Elaboração e adequação do plano de acompanhamento a paciente hipertenso.
Controle dos Recursos
Críticos.
Ator que controla: Motivação: Perfeito Municipal. Favorável. Secretário de saúde. Favorável. Secretário de saúde. Favorável.
Prazo Início em três meses termino 12 meses. Quatro meses para contratação e compra.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das
Liliana (doutora)
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ações. Karla (coordenadora UBS).
Processo de monitoramento e avaliação das ações.
Controlar e verificar o projeto de estruturação dos serviços.
FONTE: dados da pesquisa, 2018.
Quadro 5 - Operações sobre o ``no crítico 4´´ relacionado ao problema ``Alta incidência de hipertensos descontrolados´´, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Parada Miriti, do município São João de Pirabas, estado de Pará.
Nó crítico 4. Processo de Trabalho da equipe inadequado, com poucas
informações em relação ao paciente Hipertenso.
Operação/Projeto. Reorganizar o processo de trabalho para melhorar a efetividade.
Resultados esperados. Cobertura do 100 % dos usuários hipertensos.
Produtos Esperados. Linha de cuidados para HAS implantada.
Recursos humanos capacitados.
Protocolos implantados.
Recursos Necessários. Estrutural (criação de fluxograma municipal para esta demanda).
Político (decisão de recursos para estruturar o serviço).
Financeiro (Compra de medicamentos, aumento da oferta das
consultas).
Cognitivo (Elaboração e adequação do plano de acompanhamento
a paciente hipertenso).
Recursos Críticos. Cognitivo (elaboração de o projeto de abordagem a os pacientes
hipertensos).
Financeiro (Compra de medicamentos, aumento da oferta das
consultas).
Político (articulação entre os setores de saúde e adesão dos
profissionais).
Estrutural (adequação do fluxo de referência e contra referência).
Controle dos Recursos
Críticos.
Ator que controla: Motivação:
Secretário de saúde. Favorável.
Prazo. Início em dois meses termino em três meses.
Responsável (eis) pelo
acompanhamento das
ações.
Liliana (Doutora)
Karla (Coordenadora UBS).
Processo de
monitoramento e
avaliação das ações.
Controlar e verificar as ações.
FONTE: dados da pesquisa, 2018.
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Considerações Finais
A implementação de estratégias de educação em saúde, para o controle da
hipertensão arterial representa um grande desafio para os profissionais e gestores
da área da saúde. A prevenção primária e a detecção precoce são as formas mais
efetivas de evitar a doença e devem ser ações prioritárias e permanentes dos
profissionais e equipe de saúde da família.
O projeto permitiu, além da atualização do cadastral dos hipertensos, a
detecção de 117 casos novos de HAS. Revelando que o trabalho de busca,
acolhimento e orientação, deve ser permanente, considerando a alta prevalência
dessa morbidade em nossa área. Reforçou a importância dos grupos, formados na
equipe e o potencial de influenciar comportamentos de forma positiva. Estimulando
o trabalho em equipe e as ações de promoção e prevenção.
Proporcionará a melhoria na qualidade de vida dos pacientes, uma vez que
levou informações acerca de sua doença, fatores de risco e maneiras de reduzir os
riscos cardiovasculares, consequentemente as complicações decorrentes dela.
Orientou e estimulou a adesão ao tratamento, não só medicamentoso, mas de
mudança nos costumes de vida não saudáveis. Com ênfase nos hábitos
alimentares, e incentivo a prática de exercícios físicos, através das palestras e
oficinas alimentares desenvolvidas.
Diante da experiência exitosa deste projeto, nossa equipe tem agora o
desafio de manter a rotina de detecção precoce de novos casos de HAS, sem
reduzir o ritmo das ações de promoção e educação em saúde.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. – Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/evelhecimento_saude_pessoa_idosa.pdf. Acesso: 10 jul. 2018. BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise da Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Ministério da Saúde. Brasil. Brasília. 2011- 2022. BRASIL. VIGITEL. Secretaria de Vigilância em Saúde/Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Ministério da Saúde. Brasil. 2011. VI Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ministério da Saúde. Brasília. 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2012_vigilancia_risco.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018. GASPERIN, D; FENSTERSEIFER, L. M. As modificações do estilo de vida para hipertensos. 2006. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/4626. Acesso: 23 abr.2018.
LIMA, E. R.et al. Percepção dos clientes hipertensos acerca das complicações da Hipertensão arterial sistêmica. Revista interfaces. Brasil. 2012. RIBEIRO, A. G. et al. Representações sociais de mulheres portadoras de hipertensão arterial sobre sua enfermidade: desatendo os nós da lacuna da adesão ao tratamento na agenda da Saúde da Família. Rio de Janeiro, v. 21. 2011. SANTOS, Z. M. S. A. et al. Atendimento multiprofissional e interdisciplinar à clientela hipertensa. RBPS. v. 17. n. 2. p .86-91 2004. Disponível em:
http://hp.unifor.br/hp/revista_saude/v17-2/artigo7.pdf. Acesso em: 23 abr. 2018. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, Sociedade Brasileira de Nefrologia SBN. [documento da internet]. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Disponível em:http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf. Acesso em: 23 abr. 2018.
30
TOMASI, E. et al. Caraterísticas da utilização dos serviços de Atenção Básica a Saúde nas regiões Sul e Nordeste. Brasil. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n11/a12v16n11.pdf. Acesso em: 12 mai. 2018. ZIMERMAN, D. E; OSÓRIO, L. C. Como trabalhamos com grupos. ARTMED. Porto Alegre. 427f. 1997.
ANEXOS
ANEXO A - Ficha de cadastro do grupo de hipertenso e diabético
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ANEXO B - Ficha do Cadastro Individual
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ANEXO C- Agenda dos grupos de hipertensos
33
ANEXO D- Documento sobre orientação alimentar para indivíduo
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