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2019 COORDENAÇÃO ALAN MARTINS DIMAS YAMADA SCARDOELLI Carreiras Fiscais TRIBUNAIS DE CONTAS TCU, TCE S E TCM S 3ª edição Revista, ampliada e atualizada QUESTÕES COMENTADAS Alternativa por alternativa por autores especialistas 1.672

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2019

COORDENAÇÃOALAN MARTINS

DIMAS YAMADA SCARDOELLICarreiras Fiscais

TRIBUNAIS DE CONTASTCU, TCES E TCMS

3ª ediçãoRevista, ampliada e atualizada

QUESTÕES COMENTADAS Alternativa por alternativa por autores especialistas1.672

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Economia e Regulação • Questões 1475

Economia e Regulação

Felipe Viana de Paula

TABELA DE INCIDÊNCIA DE QUESTÕES

Distribuição das questões organizada

por ordem didática de assuntos

Assunto Número de Questões Peso

1. MACROECONOMIA 20 46,51%

2. MICROECONOMIA 12 27,91%

3. TEORIA DA REGULAÇÃO 2 4,65%

4. ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO 6 13,95%

5. ECONOMIA BRASILEIRA 3 6,98%

Total 43 100%

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Economia e Regulação • Questões 1477

Economia e Regulação

Felipe Viana de Paula

�QUESTÕES

1. MACROECONOMIA

1.1 O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS E IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS

` Produto agregado e os problemas de mensuração.

` Produto nominal x produto real.

` Contas do sistema monetário.

` Noções básicas do balanço de pagamentos.

01. (FCC – Auditor TCU/AM - 2013) Em macroeconomia, sabendo que: Y é o Produto Interno Bruto (PIB), Cé o consumo das famílias, I é investimento privado, G são os gastos do governo, X são as exportações e M são as importações, a identidade macroeconômica básica, também conhecida como equação do PIB pelo lado da demanda, é dada por:

a) Y = C + G + I

b) Y = C + G + I - (X - M)

c) Y = C + G + I + (X - M)

d) Y = C + G + I + (M - X)

e) Y = C + X + I - (G-M)

COMENTÁRIOS

O Produto Agregado de uma economia (PIB) equivale à soma do consumo das famílias (C), do investi-mento privado (I), dos gastos do governo (G) e das exportações líquida (X – M). Assim, a identidade macroeco-nômica básica é dada por: Y = C + I + G + (X – M).

Alternativa correta: letra “c”.

02. (FCC – Auditor TCU/AM - 2013) São funções da moeda:

a) meio de pagamento e reservas internacionais.

b) meio de pagamento, unidade de conta e reserva de valor.

c) reserva de valor e seguro contra a inflação.

d) meio de pagamento e preço da moeda estrangeira.

e) meio de pagamento e custo do dinheiro.

COMENTÁRIOS

Alternativa “a”: As reservas internacionais são os depósitos em moeda estrangeira no Banco Central, como o dólar, o euro, o peso. Não têm a ver com as funções da moeda.

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Felipe Viana de Paula1478

Alternativa “b”: A moeda desempenha três funções: meio de trocas, unidade de conta e reserva de valor. Como meio de troca a moeda é utilizada para liquidar as transações, revestindo-se em um intermediário das trocas. A função de unidade de conta faz com que a moeda seja o referencial para as demais mercadorias expressarem seus valores. Por fim, ao ter a função de reserva de valor, a moeda permite a separação temporal entre os atos de compra e de venda, ao manter o seu poder de compra entre esses dois momentos.

Alternativa “c”: A moeda não é, jamais, um seguro contra a inflação, já que esta equivale à perda do valor da moeda no tempo. Em período de alta de preços, reter moeda faz com que haja perda do poder de compra. Para se resguardar da inflação, os indivíduos devem adquirir outros ativos, como, por exemplo, aplicações que remuneram à taxa da inflação e moedas estrangeiras (dólar).

Alternativa “d”: O preço da moeda estrangeira é dado através da oferta e demanda no mercado de câm-bio, não sendo umas das funções da moeda.

Alternativa “e”: O custo do dinheiro está relacionado ao preço que se paga ao se optar por reter moeda, que é um ativo finan ceiro que não rende juros e cujo valor é corroído pela inflação. Ao reter moeda, o público deixa de ter seu dinheiro remunerado, o que ocorreria na aplicação em títulos. Não é, assim, uma das funções da moeda.

Alternativa correta: letra “b”.

ACERCA DAS RELAÇÕES TEÓRICAS ESTABELECIDAS PELAS CONTAS NACIONAIS E DO BALANÇO DE PAGAMENTOS, JULGUE OS ITENS SEGUINTES.

03. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) O saldo da balança comercial corresponde à diferença entre a expor-tação e a importação de bens, enquanto os valores dos serviços relativos a transporte e viagens internacionais são computados na conta capital.

COMENTÁRIOS

A primeira parte da afirmativa está correta. A balança comercial corresponde basicamente às exportações e as importa ções de bens, utilizando-se o conceito FOB (free on board), ou seja, o valor contabilizado é livre de frete e seguro de transporte. Já a segunda parte da assertiva é inexata: os valores dos serviços referentes a transporte e viagens internacionais são contabilizados na conta de serviços e rendas, que faz parte do balanço de transações correntes e não da conta capital. ERRADO.

04. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) A renda agregada é sempre igual ao produto agregado.

COMENTÁRIOS

Define-se produto agregado como a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma eco-nomia durante determinado período de tempo. Já a renda agregada equivale à remu neração dos fatores de produção na economia: salários (remuneração do fator trabalho), juros (remuneração do dinheiro), lucros (remuneração do risco) e aluguéis (remuneração do capital): Renda Agregada = salários + juros + aluguéis + lucros

Existe ainda o conceito de despesa agregada, que diz respeito às pos síveis destinações do produto. Os três conceitos anteriormente descritos são equivalentes. Vejamos o porquê.

As empresas produzem os bens e serviços utilizando-se dos fatores de produção que as famílias possuem (a força de trabalho, dinheiro, prédios que servem de instalações para as empresas). O fornecimento desses fatores de produção pelas famílias é remunerado, ou seja: o trabalhador recebe salário em troco da sua mão de obra, o dono das instalações recebe o aluguel, o emprestador do dinheiro recebe os juros, etc.

A soma de todas as remunerações é a renda agregada, que será gasta pelas famílias na compra dos bens e serviços produzidos pelas empresas. O gasto de toda economia na aquisição do produto agregado nada mais é do que a despesa agregada. Esse processo é conhecido como fluxo circular de renda e estabelece a identidade macroeconômica básica:

Produto Agregado = Despesa Agregada = Renda Agregada

(valor da produção final) (despesa com o produto) (salários + lucros + juros + aluguéis)

CERTO.

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Economia e Regulação • Questões 1479

05. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) O deflator do PIB consiste em uma medida de preço e, por ser calcu-lado pela divisão do PIB nominal pelo PIB real, proporciona informações semelhantes às do índice de preçosao consumidor.

COMENTÁRIOS

O deflator do PIB é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real.

Deflator Implícito do PIB = PIB Nominal

PIB real x 100

Embora não seja como o IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que são índices pesquisados diretamente, ele também é considerado um indicador de preços. Tem maior abrangência que os anteriores, inclusive, uma vez que leva em conta informações não contidas nos demais índices, como os preços implícitos relacionados à administração pública.

Sua medida não é idêntica à do índice de preços ao consumidor, mas é bem próxima, podendo even-tualmente se distanciar. Por esse motivo, acreditamos que a assertiva está correta, embora a banca tenha considerado errada.

ERRADO.

06. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Considerando os principaisagregados macroeconômicos e as identidades do sistema de contas nacionais, assinale a opção correta.

a) Quando um agente retira recursos da caderneta de poupança e compra um imóvel residencial usado,ocorre redução da poupança agregada e elevação do consumo das famílias no cálculo do PIB.

b) Um bem produzido em 2012 e vendido em 2013 contribui para o PIB de 2012.

c) Nas contas nacionais, os desembolsos das famílias relativos à aquisição de casa própria nova são compu-tados na formação bruta de capital fixo.

d) O produto interno bruto (PIB) a preços de mercado deriva da soma da remuneração de todos os fatores de produção.

e) A venda de um imóvel comercial usado é computada, para fins de apuração do PIB, pelo valor da venda do imóvel e não pelo valor contábil.

COMENTÁRIOS

Alternativa “a”: A compra de um imóvel usado não é calculada no PIB, já que não há produção de coisa nova. Nesse caso, ocorre apenas transferência de renda dentro da economia.

Alternativa “b”: Se o bem é consumido apenas em 2013 pelas famílias, ele vai compor o PIB de 2013. Res-salta-se que se o bem acabado colaborasse para uma variação positiva dos estoques da empresa em 2012, ele seria computado como Investimento no PIB de 2012.

Alternativa “c”: Correto. A aquisição da casa própria, desde que seja nova, é computada como Formação Bruta de Capital Fixo. Perceba que a casa nova atende aos critérios para ser considerada Investimento, uma vez que é um capital físico (edificação) e gera renda (aluguel).

Alternativa “d”: A assertiva refere-se ao PIB a custo de fatores, que equivale à soma dos salários, juros, aluguéis e lucros. Para se obter o PIB a preços de mercado, deve-se incluir os impostos indiretos e subtrair os subsídios do PIB a preços de mercado.

Alternativa “e”: A venda de um imóvel usado não é calculada no PIB. Seu valor foi computado quando ocorreu sua primeira compra.

Alternativa correta: letra “c”.

07. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) Com relação às contas dobalanço de pagamentos, assinale a opção correta.

a) Se o Banco Central fixar a taxa básica de juros da economia, o superávit do balanço de pagamentos provo-cará elevação permanente da base monetária.

b) O superávit global do balanço de pagamentos é igual à variação da base monetária.

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Felipe Viana de Paula1480

c) O pagamento de amortização de empréstimo internacional junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é registrado nas transações correntes do balanço de pagamentos.

d) Afirmar que um país possui poupança externa positiva é equivalente a afirmar que a sua balança comer-cial é deficitária.

e) É suficiente para a perda de reservas internacionais que o país apresente déficit em transações correntes.

COMENTÁRIOS

Alternativa “a”: Nada garante que a fixação da taxa básica de juros da economia gerará superávits no Balanço de Pagamentos (BP). Existem diversos outros fatores que influenciam o saldo do BP, como o patamar dos juros, a taxa de câmbio, os gastos internacionais, etc. Contudo, um superávit do Balanço de Pagamentos aumentará o estoque de reservas internacionais e, em consequência, provocará a elevação da base monetária.

Alternativa “b”: Um aumento do ativo do balancete do Banco central, não compensado por uma eleva-ção do seu passivo não monetário, acarreta a ampliação da base monetária. Como as reservas internacionais compõem o ativo do balancete do Bacen, um aumento do seu estoque em virtude do superávit do Balanço de Pagamentos resultará no aumento da base monetária na mesma proporção.

Alternativa “c”: O pagamento de amortização de empréstimo internacional junto ao FMI é registrado na Conta Capital e Financeira do Balanço de Pagamentos.

Alternativa “d”: A poupança externa equivale ao saldo do Balanço de Transações Correntes que, além da Balança Comercial, engloba a Conta de Serviços e Rendas e as Transferências Unilaterais. Quando ocorre déficit nas transações correntes, a poupança externa é positiva. Isso se deve ao fato da poupança externa ser avaliada com base nos recursos reais, e não nos financeiros. Quando há poupança externa positiva, o país está absorvendo recursos reais do resto do mundo.

Alternativa “e”: As transações correntes são apenas um componente do Balanço de Pagamentos, sendo que um déficit nessa conta não significa, necessariamente, perda de reservas internacionais. Ocorreria perda das reservas internacionais se o país apresentasse déficit global do Balanço de Pagamentos.

Alternativa correta: letra “b”.

1.2. O MODELO KEYNESIANO BÁSICO E O MODELO IS/LM

` O multiplicador e o papel dos gastos do governo. .

` O modelo IS/LM

` Impactos das políticas monetária e fiscal

Com base nas hipóteses do modelo keynesiano básico e, especificamente, da cruz keynesiana, julgue os próximos itens.

08. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) De acordo com a cruz keynesiana, o equilíbrio é representado peloponto em que a renda se iguala à despesa planejada.

COMENTÁRIOS

A cruz keynesiana é um modelo de determinação da renda que representa o equilíbrio no mercado de bens. É representado graficamente com a despesa planejada no eixo da ordenadas, e a renda no eixo das abcissas.

A despesa planejada (E) representa os valores que as empresas, famílias e governo estão dispostos a gastar na aquisição de bens e serviços. E = C + G + I

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Economia e Regulação • Questões 1481

Y = E

45°

E = C + I + G

Y Y2

Renda, Produto

Des

pesa

Pla

neja

daA

“A” é o ponto de equilíbrio do mercado, onde a renda é igual à despesa planejada. CERTO

09. (CESPE/Unb – Auditor TCU – 2015) Quando resulta especificamente do aumento nos gastos do governo, a elevação na renda agregada da economia é maior que a variação dos gastos governamentais positiva.

COMENTÁRIOS

Um aumento nos gastos do governo faz com que a despesa planejada cresça para qualquer nível de renda. Assim, uma variação ΔG nos gastos do governo desloca a curva de despesa planejada do ponto A para o ponto B, onde está localizado o novo equilíbrio da economia, conforme pode ser visto abaixo.

45°

Y Y2

Renda, Produto

Des

pesa

Pla

neja

da B

A

Perceba, pelo gráfico acima, que um aumento das despesas governamentais ocasionou um aumento ainda maior na renda, isto é, ΔY > ΔG. Isso ocorre porque o aumento da renda influi positivamente no con-sumo. O aumento do último, por sua vez, gera um crescimento da renda que impacta novamente no nível de consumo, e assim sucessivamente.

Esse processo é explicado pelo multiplicador de gastos, que faz com que uma variação positiva nos gastos autônomos (incluindo os gastos do governo) acarrete uma variação na renda agregada superior à va riação inicial nos gastos. O multiplicador é dado por:

ΔYΔG

= 11-c

, em que c é a propensão marginal a consumir, que varia de 0 a 1.

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Felipe Viana de Paula1482

Como 0 < c < 1, o denominador do lado direito da igualdade é sempre menor que 1, fazendo com que o

multiplicador dos gastos do governo ΔYΔG

seja maior que a unidade.

Julgue os itens que se seguem, referentes às análises depreendidas do modelo IS-LM. CERTO

10. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) Alterações de política fiscal que aumentem a demanda por ser-viços, assim como o aumento de impostos e a redução de renda por parte do governo, deslocam, a priori, acurva IS para a esquerda.

COMENTÁRIOS

Políticas fiscais contracionistas, como aquelas que aumentam os impostos, deslocam a IS para a esquerda, diminuindo o nível de renda e a taxa de juros, conforme pode ser visto pelo gráfico abaixo.

LM

r1

IS1

IS2

r2

Y1 Y2 Y

r

Já alterações de política fiscal que impactam positivamente na demanda por serviços deslocam a IS para direita, e não o contrário. Por isso, a assertiva está incorreta. ERRADO

11. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) A curva IS descreve as diferentes combinações de produto/renda e taxa de juros que equilibram o mercado de bens e serviços.

COMENTÁRIOS

É a definição da curva IS (Investment-Saving, em inglês), que representa os pontos das diversas combina-ções dos juros e da renda, mantendo-se todas as demais variáveis constantes, que igualam a oferta e demanda agregada. Certo.

r1

IS

r2

Y2 Y1 Y

r

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Economia e Regulação • Questões 1483

12. (CESPE/Unb – TCU – Auditor – 2015) Na construção da tradicional curva LM, a oferta real de moeda tem o formato de uma reta vertical, enquanto a demanda real de moeda é negativamente inclinada. No mercado monetário, o equilíbrio implica uma curva LM de inclinação positiva.

COMENTÁRIOS

A curva LM representa as combinações de níveis de renda e de taxa de juros que equilibram o mercado monetário. No equilíbrio desse mercado, a demanda por moeda é igual à oferta de moeda. Considera-se que a oferta de moeda depende exclusivamente das autoridades monetárias e, por esse motivo, é considerada uma

variável exógena. Assim, a oferta real de moeda (MP

) é constante e independente das variações de juros, o que

implica uma curva de oferta de moeda vertical:

r1

r2

r MP

MP

Já a demanda de moeda depende de dois motivos: o motivo transação e motivo portfólio. Em relação ao primeiro motivo, a demanda de moeda aumenta na medida em que há um crescimento da renda. Se a renda é maior, o volume de transações cresce e, em consequência, a necessidade de meios de pagamentos também. Em relação ao motivo portfólio, os indivíduos preferirão reter menos moeda quanto maior for a taxa de juros, porque preferirão aplicar o dinheiro a fim de obter os rendimentos que os juros proporcionam. Dessa forma, a demanda de moeda é inversamente proporcional à taxa de juros. Com base no exposto, percebe-se que, no gráfico em que a taxa de juros é representada no eixo vertical e a renda, no horizontal, a demanda de moeda é uma curva negativamente inclinada.

r2

r1

Md (Y)

MP

O equilíbrio no mercado monetário pode ser visto quando as curvas de oferta e demanda de moeda são juntadas em um mesmo gráfico. Ele é representado pelo cruzamento das duas curvas (ponto E)

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Felipe Viana de Paula1484

r*

Md (Y)

MP

MP

E

Quando há um aumento na taxa de juros, a demanda por moeda se reduz. Para que ela se mantenha igual à oferta de moeda (que não varia), a renda tem que obrigatoriamente subir, a fim de compensar, através do efeito transação, a redução da demanda. Percebe-se, dessa forma, que para o mercado monetário se manter em equilíbrio, as variações de renda devem ser diretamente proporcionais às variações das taxas de juros, motivo pelo qual a LM é positivamente inclinada:

LM

r2

r1

Y2Y1 Y

r

CERTO.Com relação aos modelos keynesiano e IS/LM, julgue os itens a seguir.

13. (CESPE/Unb – TCU – Auditor Federal de Controle Externo/2013) Quanto maior a sensibilidade dademanda por moeda em relação à taxa de juros, mais inclinada será a curva LM e mais eficaz será a políticamonetária.

COMENTÁRIOS

� Nota do autor: Questão acerca do assunto IS-LM, recorrente em quase todo certame no qual a matéria macroeconomia é cobrada. Os fatores que afetam a inclinação curva LM estão relacionamos à demanda por moeda. É importante salientar que as palavras elasticidade e sensibilidade são sempre sinônimas nesses casos.

A inclinação da curva LM depende de dois fatores: a elasticidade da demanda de moeda em relação à renda e a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros. Se a demanda por moeda for muito sensível a alterações da renda, a LM será mais vertical (mais inclinada). Isso porque qualquer pequena variação na renda ocasionará um grande aumento na demanda de moeda, exigindo uma maior elevação na taxa de juros para manter o mercado monetário em equilíbrio. Com relação à sensibilidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, quanto mais elevada a mesma for, mais horizontal será a curva LM, isto é, menor será sua inclinação. Sendo a demanda de moeda muito sensível à taxa de juros, qualquer variação na renda

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Felipe Viana de Paula1490

natural de desemprego é maior quanto maior os níveis de desemprego nos períodos anteriores, t – 1 e t – 2. Portanto, alternativa correta.

Alternativa correta: letra “e”.

2. MICROECONOMIA

2.1. TEORIA DO CONSUMIDOR E TEORIA DA PRODUÇÃO

` Curvas de indiferença.

` Equilíbrio do consumidor.

` Efeitos preço, renda e substituição.

` Determinação das curvas de procura, Elasticidade da procura.

` Fatores de produção.

` Produtividade média e marginal

` Lei dos rendimentos decrescentes e rendimentos de escala.

` Custos de produção: totais, médios e marginais, fixos e variáveis, no curto e longo prazos.

` Fronteiras das possibilidades de produção.

Instruções: Para responder às PRÓXIMAS DUAS questões, considere a tabela, a seguir, que apresenta o custo total e a receita total de uma firma competitiva:

Quantidade (em unidades) Receita Total Custo Total

1 R$ 90,00 R$ 10,00

2 R$ 170,00 R$ 30,00

3 R$ 240,00 R$ 60,00

4 R$ 300,00 R$ 100,00

5 R$ 350,00 R$ 150,00

6 R$ 390,00 R$ 210,00

7 R$ 420,00 R$ 280,00

21. FCC – Auditor TCE/AM /2015) O custo marginal de produzir a sexta unidade será de

a) R$ 80,00.

b) R$ 10,00.

c) R$ 210,00.

d) R$ 60,00.

e) R$ 70,00.

COMENTÁRIOS

Alternativa “d” (responde as demais alternativas): O custo marginal é o aumento do custo em virtude da produção de uma unidade adicional de um bem. Perceba, pela tabela, que a produção da primeira unidade do bem custa R$ 10,00, enquanto que a produção de duas unidades custa R$ 30,00. Assim, o custo marginal relacionado à produção de duas unidades é R$ 20,00 (R$ 30,00 – R$ 10,00), ou seja, equivale ao aumento do custo entre a produção de uma unidade e de duas. Tendo isso em mente, para se obter o custo marginal (CMg) referente à produção de seis unidades, basta se fazer a subtração entre o custo de produção de seis unidades e o custo de produção de cinco unidades:

210 – 150 = 60

Alternativa correta: letra “d”.

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Economia e Regulação • Questões 1491

22. FCC – Auditor TCE/AM /2015) Supondo uma firma em monopólio, a quantidade equivalente ao pontode maximização de lucros é

a) 1.

b) 2.

c) 3.

d) 4.

e) 5.

COMENTÁRIOS

Alternativa “e” (responde as demais alternativas): Assim como ocorre nos demais tipos de mercado (concorrência perfeita, concorrência monopolística e oligopólio), a maximização do lucro no monopólio ocorre no ponto em que o custo marginal se iguala à receita marginal à CMg = RMg. Conforme exposto na questão anterior, o custo marginal diz respeito àquele envolvido na produção de uma unidade adicional de produto. Já a receita marginal é definida como o quanto varia a receita quando o nível de produção aumenta em uma unidade.

Pela tabela, vemos que a quantidade produzida na qual o Custo Marginal se igual à Receita Marginal é 5 (cinco) à 350 – 300 = 150 – 100.

Alternativa correta: letra “e”.

23. (CESPE/Unb – TCE/ES – Analista Administrativo – Adm. e Econ. /2013) No que se refere aos efeitosrenda, preço e substituição, assinale a opção correta.

a) Se o aumento da renda do consumidor gera o aumento da quantidade demandada dos bens x e y, os bens x e y são complementares.

b) Se o efeito renda é negativo, o bem é do tipo de Giffen.

c) Se existem os bens 1 e 2 em uma economia e a demanda do bem 2 é independente da renda, o bem 1 será normal.

d) Se o aumento do preço do bem implica em redução da sua quantidade demandada, o bem é do tipo deGiffen.

e) Se o aumento do preço do bem x gera a redução da quantidade demandada do bem y, os bens x e y sãosubstitutos.

COMENTÁRIOS

� Nota do autor: Outra questão de nível elevado de dificuldade. O candidato deveria ter conhecimentos aprofundados sobre elasticidades. Nesse sentido, a maneira mais fácil de se resolver essa questão seria por exclusão das alternativas incorretas. É importante também fazer uma distinção entre alteração da demanda e da quantidade demandada para melhor compreender o enunciado. Variações da quantidade demandada referem-se a deslocamentos ao longo da curva de demanda. Ou seja, eles são ocasionados por alterações nos preços. Já ou aumentos ou reduções da demanda dizem respeito a deslocamento da curva de demanda, para direita ou para esquerda. Podem ser ocasionadas por alterações na renda, no preço de outros bens, dos gos-tos, etc. Perceba que nas assertivas “a” e “e” o examinador usou equivocadamente a expressão “quantidade demandada’’ em vez de se referir a alterações na demanda. Isso se de ao fato de alguns livros-texto e alguns examinadores não fazerem essa distinção. Contudo, é importante que o candidato tenha o conhecimento dessas definições para estar preparado caso o tema seja cobrado em algum concurso.

Alternativa “a”: Não necessariamente. Bens complementares são aqueles em que o aumento do preço do bem x reduz a demanda pelo bem y. No caso do aumento da renda, se a demanda dos bens x e y aumenta-rem, esses bens também poderiam ser substitutos.

Alternativa “b”: Se um bem possui efeito renda negativo, ou seja, tem sua demanda reduzida quando a renda aumenta, esse bem é um bem inferior, mas não quer dizer que seja um bem de Giffen. O bem de Giffen é aquele cujo aumento de preços ocasiona um aumento da sua quantidade demandada. Para ser esse tipo de bem, o efeito renda, além de ser negativo, deve ser grande o suficiente, em módulo, para superar o efeito substituição e tornar o efeito total positivo. A equação de Slutsky permite uma melhor visualização:

Efeito total = efeito substituição – efeito renda

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�DICAS PARA ESTUDO.

1. O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS E AS IDENTIDADES MACROECONÔMICAS BÁSICAS• Nessa parte é necessário que o candidato guarde as principais identidades macroeconômicas:

• FBKF + ΔEstoques = lprivado + lpúblico = I

• TC = X – M – RLEE

• PIB = C + I + G + X – M

• PIBpm= Produto Interno Bruto a preços de mercado

• PIBcf = Produto Interno Bruto a custo de fatores = PIBpm– impostos indiretos + subsídios

• PILcf = Produto Interno Líquido a custo de fatores = PIBcf – depreciação

• PNBpm= PIBpm – RLEE

• Sexterna = – TC

• Produção total + Impostos indiretos – Cintermediário = Y

2. MACROECONOMIA KEYNESIANA E O MODELO IS-LM• O multiplicador é igual a:

k

c=

−1

1

• O modelo keynesiano de determinação da renda é:

Y = 1 / (1 – c).(C + I + G + X – M),

onde c é a propensão marginal a consumir

• O multiplicador keynesiano com governo é dado por:

1Y (C I G)

1 c(1 t)= + +

− −C

• Na armadilha da liquidez a LM é horizontal. A política fiscal tem sua eficácia máxima.

• No caso clássico, a LM é vertical. A política fiscal é ineficaz, só aumentando os juros e deslocando o investimento privado, efeito conhecido como “crowding out”.

• Excluindo-se os casos extremos, uma política fiscal expansionista eleva a renda e os juros.

• Já uma política monetária expansionista, sem os casos extremos, aumenta a renda e reduz os juros.

• Políticas contracionistas têm efeitos contrários às expansionistas.

• A demanda por moeda tem relação direta com a renda e inversa com a taxa de juros.

3. ECONOMIA ABERTA, INFLAÇÃO E CRESCIMENTO• O multiplicador keynesiano em uma economia aberta é dado por:

( )1

Y (C I G X )1 c 1 t m

= + + +− − +

C

Economia e Regulação

Felipe Viana de Paula

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Economia e Regulação • Dicas 1509

Quadro Resumo dos efeitos das políticas no modelo IS-LM-BP

Política monetária expansionista Política fiscal expansionista

Sem mobilidade de capital

Regime de câmbio fixo Nível de renda e taxa de juros constantes

Nível de renda constante e elevação da taxa de juros

Regime de câmbio flexível Aumento do nível de renda Aumento do nível de renda e da taxa de juros

Perfeita mobili-dade de capital

(economia pequena)

Regime de câmbio fixo Nível de renda e taxa de juros constante

Elevação do nível de renda e taxa de juros constante

Regime de câmbio flexível Elevação do nível de renda e taxa de juros constante

Nível de renda e taxa de juros permane-cem as mesmas

• A curva de Phillips estabelece um trade-off entre inflação e desemprego;

• Ela é dada por: πt – πt-1 = – (µ – µ N), em que π é a inflação, µ a taxa de desemprego e µ N a taxa de desemprego natural.

• Choques de oferta deslocam a curva de Phillips para direita.

4. MICROECONOMIA

4.1. TEORIA DO CONSUMIDOR• As curvas de indiferença representam todas as combinações de cestas de mercado que deixam o consumidor

com o mesmo nível de satisfação. São representadas pelo seguinte gráfico:

• As curvas de indiferença são contínuas, ou seja, elas não apresentam falhas. Ligando um ponto de qualquer eixo à curva, encontra-se uma cesta de bens.

• As curvas de indiferença são densas. Significa que em todo o espaço do gráfico de dois bens há infinitas curvas de indiferença.

• As curvas de indiferença mais altas são preferíveis. Quanto mais distante da origem dos eixos das abcissas e das ordenadas estiver uma curva de indiferença, maior será o grau de satisfação do consumidor.

• As curvas de indiferença são negativamente inclinadas. Uma curva de indiferença com inclinação positiva não poderia existir, pois sua existência violaria o princípio da monotocidade, que diz que mais bens é melhor que menos.

• As curvas de indiferença nunca se cruzam. O princípio da transitividade impede que duas curvas de indiferença se interceptem.

• As curvas de indiferença são convexas em relação à origem. As curvas de indiferença possuem concavidade voltada para cima.

• Entende-se por transitividade o princípio que afirma que se o consumidor prefere a cesta de consumo A à cesta de consumo B e a cesta B, à cesta C, então, ele preferirá a cesta A em relação à cesta C.

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Felipe Viana de Paula1510

• A inclinação da reta orçamentária, em módulo, é exatamente igual à taxa marginal de substituição de um bem por outro no ponto correspondente à cesta ótima do consumidor.

• O aumento do preço de um bem Z, substituto de X, desloca a curva de demanda de X para a direita. A elastici-dade-cruzada da demanda do bem X em relação ao preço do bem Z é positiva.

• O aumento no preço do bem Y, complementar de X, deslocará a curva de demanda de X para a esquerda. A elasticidade-cruzada da demanda do bem X em relação ao preço do bem Y é negativa.

• Bens normais têm a demanda aumentada com acréscimos de renda.

• Um bem é dito inferior quando sua demanda cai ao se elevar a renda. O efeito-renda atua em sentido contrário ao efeito substituição.

• Bens de Giffen tem a curva de demanda positivamente inclinada. O efeito-renda, nesse caso, é maior que o efeito substituição e tem sentido oposto deste. Todo bem de Giffen é bem inferior e nem todo bem inferior é bem de Giffen.

• A curva de oferta de um bem X, caso seja representada por uma reta que passa pela origem dos eixos cartesia-nos, terá elasticidade-preço constante e unitária.

• Bens com demanda inelástica tendem a ter menos bens substitutos.

4.2. TEORIA DA PRODUÇÃO• A firma vai escolher a quantidade de insumos que minimiza os custos de produção, dada a isoquanta, no ponto

que atende a seguinte igualdade:

Em que PMgL e PMgK são os produtos marginais dos fatores de produção, capital e trabalho, e w e r equivalem aos custos de cada fator de produção.

• As curvas de custos também são relacionadas.

• O custo médio (CMe) é decrescente quando o custo marginal (CMg) é menor do que ele e é crescente quando o custo marginal é maior que ele. No ponto mínimo do custo médio, CMe= CMg.

• O mesmo ocorre com o custo variável médio (CVMe). Quando CVMe > CMg, CVMe é decrescente, e quando CVMe < CMg, CVMe é crescente. Quando CVMe = CMg, CVMe é mínimo.

• A condição de maximização de lucros em qualquer mercado requer que: CMg = RMg. Entretanto, somente na competição perfeita o custo marginal e a receita marginal também são iguais aos preços. Nos outros tipos de mer-cado, concorrência monopolística, monopólio e oligopólio, os preços são fixados acima do CMg, no curto prazo.

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Economia e Regulação • Dicas 1511

4.3 ESTRUTURAS DE MERCADO• Em qualquer mercado, seja concorrência perfeita, concorrência monopolística, oligopólio ou monopólio, a

maximização do lucro da firma ocorre no ponto onde o custo marginal se igual à receita marginal: CMg = RMg.

• Na concorrência monopolística, o lucro da firma no longo prazo é igual zero, assim como ocorre na concorrência perfeita.

• Como no monopólio há poder de mercado, a quantidade produzida é inferior à competição perfeita, e o preço é fixado acima do custo marginal.

• No monopólio não existe curva de oferta.

4.4. EXTERNALIDADES, BENS PÚBLICOS E INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA• Externalidades são falhas de mercado que ocorrem quando ações de um indivíduo ou de uma empresa afetam

de maneira direta ou indireta outras partes da economia, sendo que o autor dessas ações não paga nem recebe nenhuma compensação pelo impacto gerado.

• As externalidades negativas surgem quando o comportamento de uma das partes gera custos a outra, prejudi-cando-a.

• Na existência de externalidades negativas, o custo da produção do bem gerador da externalidade é maior para sociedade do que para a empresa produtora. A empresa geradora da externalidade produz acima da quanti-dade ótima.

• As externalidades positivas ocorrem quando a ação de uma das partes beneficia outra.

• Na ocorrência de externalidade positivas, a produção do bem gera um benefício maior para a sociedade quepara o produtor. Como o produtor só leva em consideração o benefício privado no momento da produção, aquantidade disponibilizada ao mercado é inferior à quantidade socialmente ótima.

• Bens rivais ou ‘disputáveis’ são bens cujo consumo por um indivíduo causa a indisponibilidade do bem para os demais.

• Bens excludentes são aqueles que as pessoas podem ser impedidas de consumir.

• Os bens públicos são bens não-excludentes e não-rivais.

• Os recursos comuns são rivais e não-excludentes. Ninguém pode ser excluído do seu consumo, que é gratuito.

• Com base nos critérios de rivalidade e exclusibilidade, os bens são classificados em quatro tipos: Bens privados, Recursos Comuns, Monopólio Natural e Bens Públicos.

Rival Não-Rival

Excludente Bens Privados Monopólios Naturais

Não-excludente Recursos Comuns Bens Públicos

• Os bens meritórios, também conhecidos como semipúblicos, são um caso intermediário entre o bem público e o privado. São bens excludentes e que podem ser fornecidos pelo setor privado, mas que por gerarem grandesexternalidades positivas, são disponibilizados, em parte ou integralmente, pelo setor público. A educação esaúde são exemplos.

• Seleção adversa diz respeito a uma situação em que há informação imperfeita referente às características doque está sendo comercializado. Isso faz com que os compradores selecionem de maneira equivocada os bensdo mercado.

• O mercado de carros usados é o exemplo mais emblemático de seleção adversa. Nesse mercado, os vendedores têm mais conhecimento sobre os veículos vendidos do que os compradores.

• A seleção adversa se manifesta anteriormente à ocorrência da transação.

• O risco moral (moral hazard) envolve uma situação na qual o agente altera seu comportamento em virtude de estar segurado. Se ele não estivesse segurado, tomaria mais precauções para evitar um sinistro.

• O pagamento de franquia é uma das formas que as seguradoras utilizam para tentar reduzir o risco moral.

5. ECONOMIA DA REGULAÇÃO• O Estado intervém na economia através da regulação visando prevenir e sancionar práticas abusivas em relação

à concorrência.