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VANESSA ORLANDI CORRENTE RUSSA E EXERCÍCIO RESISTIDO NO MÚSCULO GLÚTEO MÁXIMO Tubarão, 2005

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VANESSA ORLANDI

CORRENTE RUSSA E EXERCÍCIO RESISTIDO NO MÚSCULO GLÚTEO

MÁXIMO

Tubarão, 2005

VANESSA ORLANDI

CORRENTE RUSSA E EXERCÍCIO RESISTIDO NO MÚSCULO GLÚTEO

MÁXIMO

Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado ao curso de Fisioterapia como requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Prof. Ralph Fernando Rosas

Tubarão, 2005

VANESSA ORLANDI

CORRENTE RUSSA E EXERCÍCIO RESISTIDO NO MÚSCULO GLÚTEO

MÁXIMO

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Fisioterapia.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 27 de junho de 2005.

Prof. Esp. Ralph Fernando Rosas Universidade do Sul de Santa Catarina

Prof. MSc. Paulo César Silva Madeira Universidade do Sul de Santa Catarina

Prof. Esp. Daniel Adriano Mafra Universidade do Sul de Santa Catarina

RESUMO

O padrão atual de estética destaca a mulher numa imagem atraente, com boa aparência física e integridade social. Sendo a fisioterapia dermato-funcional a área de atuação do fisioterapeuta voltado para o tratamento das patologias estéticas. Para tanto, a corrente russa, ao lado da cinesioterapia, tem sido um dos recursos mais amplamente utili zados nos tratamentos estéticos de flacidez muscular, por produzir fortalecimento e hipertrofia muscular, por proporcionar melhores resultados em pouco tempo e ainda sem grande esforço físico. Este trabalho teve por objetivo analisar a efetividade da associação da corrente russa e do exercício resistido no músculo glúteo máximo. Classificado como sendo uma pesquisa experimental, do tipo delineamento fatorial, constituída por três grupos (compostos por seis voluntárias em cada, com idade entre 17 e 24 anos). Os grupos ficaram dispostos como grupo A, onde foi realizada a associação da corrente russa e do exercício resistido; grupo B, somente corrente russa; e, grupo C, somente exercício resistido. Cada paciente realizou 12 sessões, sendo a primeira e a última dedicada à avaliação e reavaliação e dez sessões para a aplicação dos tratamentos, realizados três vezes por semana, com duração média de trinta minutos cada sessão. Foram analisadas a força muscular, a perimetria do quadril , o percentual de gordura da região glútea e a satisfação das pacientes após a realização dos tratamentos. Para análise estatística, utili zou-se o teste não-paramétrico de Wilcoxon para amostras dependentes, onde foram comparados os dados no pré e pós-teste em cada grupo e o teste não-paramétrico de Wilcoxon para amostras independentes, onde foram comparados os resultados das variações obtidas no pré e pós-teste entre os grupos. Os resultados mostraram-se favoráveis ao uso da corrente russa associada e isolada na melhora da força muscular e da perimetria do quadril . Enquanto que para o percentual de gordura da região glútea, a corrente russa isolada e o exercício resistido mostraram resultados melhores em relação à corrente russa associada. Com esses resultados, 72% das participantes mostraram-se satisfeitas com os resultados finais dos tratamentos realizados. Palavras-chave: corrente russa, exercício resistido, músculo glúteo máximo.

ABSTRACT

Nowadays the aesthetics pattern highlights the women in an attractive image, with a good appearance and social integrity. Being the dermato-functional physiotherapy the area where the physiotherapist who takes care of the aesthetic pathologies works. For that, the Russian current, beside the cinesiotherapy, has been one of the more thoroughly used resource in aesthetic treatments for muscular flabbiness because it produces strengthening and muscular hypertrophy, and it provides better results in less time and without great physical effort. The purpose of this essay is to analyze the effectiveness of the association of the Russian Current and the resisted exercise on the maximum gluteus muscle. Classified as being an experimental research, of the factorial outlining type, formed by three groups (composed by six volunteers each, aged between 17 and 24 years). The groups were separated in group A, where the association between the Russian current and the resisted exercise was made; group B, only the Russian current; and group C, only the resisted exercise. Each patient carried out 12 sessions, the first and the last dedicated to the evaluation and re-evaluation and 10 sessions to the applications of the treatments, carried out three times a week, with the duration of thirty minutes each session. The muscular force, the hip perimeter, the gluteus area percentage of fat and the patient’s satisfaction after the treatment were analyzed. For the statistical analysis, a non-parametrical test of Wilcoxon was used for dependent samples, where the data of pre and post-test in each group was compared and the non-parametric test of Wilcoxon for independent samples, where the result variations obtained in the pre and post-test among the group were compared. The results were favorable to the use of associated or isolated Russian current in the improvement of the muscular force and the perimeter of the hip. The fat percentage of the gluteus area fat, the isolated Russian current and the resisted effort showed better results towards the associated Russian current. With these results, 72% of the participants were satisfied with the final results of the treatments. Key-words: Russian current, resisted exercise, muscle maximum gluteus.

DEDICATÓRIA

À minha avó materna, minha mãe, minha irmã e meu pai

(In Memorian) que são à base da fundamentação do meu

ser. E aos meus padrinhos Pedro e Idina, Geraldo e Silvia

que acreditaram no meu potencial e me proporcionaram

esta herança: o estudo.

AGRADECIMENTOS

A Deus, que mesmo muitas vezes deixado em segundo plano, sempre me deu

confiança, alento e fé para enfrentar os momentos difíceis.

A minha família, minha avó Sônia, mãe Lisete, irmã Joyse, meu cunhado Léo, que

mesmo através de muitas dificuldades, conseguiram lutar junto comigo para esta conquista. E

as minhas primas Roberta e a Manu por ajudarem quebrando os meus “galhos” , e a minha

cachorrinha Lili pela companhia nas madrugadas. Ao meu tio Maneca pelas caronas. E com

certeza agradeço ao meu pai, que mesmo ausente fisicamente, colocou oportunidades e

pessoas certas no meu caminho e na hora certa, zelando pela minha felicidade mesmo

distante.

As minhas amigas Kay, Bárbara, Rúbia, Sheill a por essa trajetória, principalmente

neste último ano e por me ouvirem sempre, sendo maravilhosamente amigas. Em especial à

Juliana, pela sua grande amizade sincera, pelos almoços e estadias em sua casa em épocas de

provas e também a seus pais e irmão pelo apoio e carinho demonstrados. E a Madelon, pelo

seu jeito parecido comigo, pelas conversas e aconselhamentos intermináveis e pelas baladas

divertidas.

A minha digitadora e principalmente uma super amiga, Cida, por tanta dedicação,

afeto, pelos consolos e conselhos inteligentes, por repassar um pouco da sua enorme

experiência profissional, estando sempre disposta em qualquer dia e horário para me atender.

Também a Aurane, que com certeza tem grande parte na minha formação

acadêmica, pelas ajudas prestadas, pelas conversas prazerosas e que também nunca negou seu

ombro amigo.

As minhas pacientes que aceitaram fazer parte desta pesquisa e assim construímos

uma amizade. Ao Cláucio e aos estagiários da Clínica de Fisioterapia da UNISUL, em

especial a Jenifer, Isabela, Rafaela, Débora pela dedicação e pela ajuda na interminável coleta

de dados.

Ao professor Ralph, que desde o projeto dedicou-se à realização deste estudo,

demonstrando atenção e dedicação. E principalmente pela amizade construída nestes quatro

anos, nos quais aprendemos a ser compreensivos, pacientes e dar boas risadas.

Também à professora Karina que idealizou o tema e o projeto deste trabalho.

Ao professor Paulo Madeira, que com muita paciência e empenho contribuiu

bastante para a análise dos dados, aceitando juntamente com o professor Daniel fazer parte da

banca de avaliação.

E a todos que não foram citados, mas que fizeram parte da correria do meu dia-a-

dia, contribuindo direta ou indiretamente para a realização deste.

L ISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados da força muscular (medida única) no pré e pós-teste dos grupos A e B,

em Kg......................................................................................................................52

Tabela 2 – Resultados da força muscular (medida única) no pré e pós-teste do grupo C, em

Kg............................................................................................................................52

Tabela 3 – Resultados das variações da força muscular (medida única) entre os grupos A e B e

grupos A e C, em Kg...............................................................................................53

Tabela 4 – Resultados das 3 medidas da perimetria do quadril no pré e pós-teste do grupo A,

em cm......................................................................................................................53

Tabela 5 – Resultados das 3 medidas da perimetria do quadril no pré e pós-teste do grupo B,

em cm......................................................................................................................54

Tabela 6 – Resultados das 3 medidas da perimetria do quadril no pré e pós-teste do Grupo C,

em cm......................................................................................................................55

Tabela 7 – Resultados das variações obtidas no pré e pós-teste das 3 medidas da perimetria do

quadril entre os grupos A e B, em cm.....................................................................55

Tabela 8 – Resultados das variações no pré e pós-teste das 3 medidas da perimetria do quadril

entre os grupos A e C, em cm.................................................................................56

Tabela 9 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo A, em mm.....................56

Tabela 10 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo B, em mm...................57

Tabela 11 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo C, em mm...................57

Tabela 12 – Resultados das variações obtidas no pré e pós-teste das dobras cutâneas no glúteo

direito e glúteo esquerdo, entre os grupos A e B, em mm....................................58

Tabela 13 – Resultados das variações obtidas no pré e pós-teste das dobras cutâneas medidas

no glúteo direito e no glúteo esquerdo, entre os grupos A e C, em mm...............58

Tabela 14 – Resultados do nível de satisfação das pacientes após a realização dos

tratamento.............................................................................................................59

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................13

2 MÚSCULO ESQUELÉTICO...........................................................................................17

2.1 Estrutura e função............................................................................................................17

2.1.1 Músculo glúteo máximo.................................................................................................20

2.2 Flacidez muscular .............................................................................................................22

2.3 Eletroestimulação neuromuscular ..................................................................................24

2.3.1 Unidades motoras tônicas e fásicas................................................................................25

2.3.2 Aspectos fisiológicos......................................................................................................26

2.3.3 Aspectos eletrofisiológicos.............................................................................................28

2.3.3.1 Aumento da força muscular.........................................................................................28

2.3.3.2 Efeitos no metabolismo muscular e no fluxo sangüíneo.............................................29

2.3.3.3 Fadiga muscular...........................................................................................................29

2.3.3.4 Mudança na estrutura das fibras musculares...............................................................30

2.3.4 Corrente russa.................................................................................................................32

2.3.4.1 Definição......................................................................................................................32

2.3.4.2 Efeitos da corrente russa..............................................................................................32

2.3.4.3 Indicações e contra-indicações....................................................................................33

2.3.4.4 Parâmetros e aplicação da corrente russa....................................................................34

2.3.4.5 Modo de aplicação da corrente....................................................................................35

2.4 O exercício resistido.........................................................................................................36

2.4.1 Conceito..........................................................................................................................36

2.4.2 Metabolismo energético..................................................................................................37

2.4.3 Princípios de treinamento...............................................................................................38

2.4.3.1 Princípio de sobrecarga................................................................................................38

2.4.3.2 Especificidade do treinamento com pesos...................................................................39

2.4.3.3 Reversibili dade............................................................................................................39

2.4.4 Treinamento de força através do método de uma repetição máxima – 1-RM................40

2.4.5 Adaptações ao treinamento de força...............................................................................42

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................................................44

3.1 Tipo de pesquisa...............................................................................................................44

3.2 População e amostra.........................................................................................................45

3.3 Instrumentos utili zados para coleta de dados................................................................46

3.4 Procedimentos utili zados na coleta de dados.................................................................47

4 ANÁLISE DOS DADOS....................................................................................................51

5 DISCUSSÃO DOS DADOS...............................................................................................60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................66

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………....…..68

APÊNDICES............................................................................................................................73

APÊNDICE A – Lista para seleção da amostra.......................................................................74

APÊNDICE B – Ficha de avaliação fisioterapêutica para flacidez muscular..........................76

ANEXOS..................................................................................................................................79

ANEXO A – Escala de opinião................................................................................................80

ANEXO B – Termo de consentimento.....................................................................................82

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da fisioterapia dermato-funcional vem de encontro ao novo

conceito de beleza do século XX (MEYER; MEDEIROS; OLIVEIRA, 2003), em que as

mulheres começaram a se preocupar com aspecto estético e com sua imagem de mulher

feminina e atraente. Esta área de atuação da fisioterapia atua desde a prevenção ou tratamento

das deformidades posturais até o tratamento das patologias estéticas, ou seja, proporciona uma

completa atuação do fisioterapeuta em relação à saúde.

A flacidez muscular é uma das patologias em fisioterapia estética, sendo a

inatividade física (perda do tônus ou força muscular), desequilíbrio alimentar (devido às

dietas) e o envelhecimento fisiológico, as disfunções que favorecem ou resultam nesta

patologia.

Como o músculo glúteo máximo é o maior músculo do corpo humano em

tamanho (66cm2 de secção), de acordo com Kapandji (2000), e tem um papel importante na

manutenção da postura ereta, pode sofrer alterações no seu tônus muscular caso ocorra

alguma das disfunções citadas acima. Uma alteração nessa musculatura interfere na imagem

corporal da mulher, afetando sua auto-estima.

No entanto, as abordagens terapêuticas utili zadas na fisioterapia dermato-

funcional são os mesmos recursos utili zados na fisioterapia em geral. Sendo as correntes de

eletroestimulação neuromuscular, entre elas, a corrente russa, a que mais se destaca entre as

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terapias que envolvem a flacidez muscular.

A corrente russa, utili zada nesta pesquisa, é uma corrente de média freqüência

(2.500 Hz), que produz variações eletrofisiológicas no tecido e na força muscular segundo a

intensidade e duração do pulso. É indicada para o fortalecimento muscular e mudança na

função do tecido muscular, e vem sendo utili zada como um importante recurso para coadjuvar

os tratamentos estéticos, principalmente na flacidez muscular (EVANGELISTA et al, 2003a).

E também os programas de fortalecimento muscular são procedimentos

importantes e muito utili zados na clínica fisioterápica. No qual observa-se que os exercícios

resistidos começaram a ter um papel importante na vida cotidiana das pessoas, com diversos

objetivos, desde prevenir doenças, desenvolver esportes competitivos ou de lazer, como de

manter um corpo esteticamente bonito.

A aplicação da corrente russa tem sido, ao lado do da cinesioterapia, um dos

recursos mais amplamente utili zado na clínica fisioterapêutica para se produzir fortalecimento

e hipertrofia muscular, no tratamento da flacidez muscular.

Diante deste contexto: Em que medida, a utili zação da corrente russa associada ao

exercício resistido, pode aumentar a força muscular e melhorar o aspecto estético do músculo

glúteo máximo?

As mulheres começaram a analisar suas imagens corporais, tentando enquadrar-se

nos padrões de beleza devido à cobrança da sociedade atual em destacar a mulher numa

imagem atraente, com boa aparência física e integridade social. Por isso a fisioterapia cada

vez mais amplia seu campo de atuação profissional, aonde a fisioterapia dermato-funcional

vem em relação à necessidade de estudos mais apurados na área da estética, buscando não

apenas restaurar ou melhorar a aparência, mas também em restaurar e melhorar a função.

A corrente russa está conquistando um espaço cada vez maior, pois consegue-se

ativar 30 a 40% a mais das unidades motoras com a corrente elétrica de média freqüência do

que nos exercícios comuns e nos tratamentos convencionais (HOOGLAND, 1988 apud

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EVANGELISTA et al 2003b), buscando melhores resultados em tempo reduzido e ainda sem

grande esforço físico. E ainda, pode ser utili zada na complementação aos programas de

atividade física.

O exercício resistido é um tipo de cinesioterapia, ou seja, são exercícios ativos que

são realizados contra uma resistência, geralmente mecânica aplicada por aparelhos que variam

a carga e por pesos. É realizado para restabelecer as funções normais do músculo, para manter

o tônus e evitar hipotrofia muscular, além de produzir hipertrofia muscular. Sendo muito

importante para a melhora do rendimento de um determinado esporte e do fator estético.

No entanto, a corrente russa pode auxili ar ou melhorar o tratamento estético, onde

várias técnicas como a plástica, a gordura localizada e a flacidez muscular, começaram a

receber um tratamento mais eficaz e em curto prazo, com a eletroestimulação do que apenas

com exercícios isolados. Além de servir como um excelente método alternativo nas

preparações físicas para o desporto.

Por estes motivos e também pela necessidade de aprofundamento científico na

fisioterapia dermato-funcional, esta pesquisa associou dois recursos terapêuticos, a corrente

russa e o exercício resistido, utili zados no tratamento da flacidez muscular do músculo glúteo

máximo, a fim de justificar e comparar as abordagens terapêuticas utili zadas nesta patologia

estética.

O presente trabalho tem com objetivo geral analisar a efetividade da associação da

corrente russa e do exercício resistido sobre a performance muscular e o aspecto estético do

músculo glúteo máximo e como objetivos específicos avaliar o aumento da força muscular do

músculo glúteo máximo; verificar a perimetria do quadril; verificar o percentual de gordura da

região glútea, nos diferentes tratamentos e verificar a satisfação das pacientes após a

realização do tratamento.

Neste trabalho descreve-se uma pesquisa experimental, do tipo fatorial, aplicando-

se três grupos de pacientes, buscando estabelecer uma situação onde, a eficácia da aplicação

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da corrente russa e do exercício resistido sejam associados para desenvolver um melhor

tratamento para a flacidez do músculo glúteo máximo.

O referente trabalho será descrito em seis capítulos, sendo este o 1º capítulo, o 2°

capítulo trata de uma revisão de literatura sobre os temas abordados para a realização deste

trabalho, o 3º capítulo relata a metodologia científica aplicada, o 4º capítulo analisa

estatisticamente os dados, o 5º capítulo discute os resultados encontrados na pesquisa e o

último capítulo são as considerações finais do trabalho.

17

2 MÚSCULO ESQUELÉTICO

2.1 Estrutura e função

Conforme Powers e Howley (2000, p. 129), o corpo humano contém mais de

quatrocentos músculos esqueléticos voluntários, os quais representam 40 – 50% do peso

corporal total. O músculo esquelético tem três funções principais: (1) produção de força para a

locomoção e respiração; (2) produção de força para a sustentação postural; e (3) produção de

calor durante a exposição ao frio.

De acordo com os mesmos autores, as fibras musculares individuais são

compostas por centenas de filamentos protéicos denominados miofibrilas. As miofibrilas

contêm dois tipos principais de proteína contrátil: (1) actina (parte dos filamentos finos); e (2)

miosina (principal componente dos filamentos espessos).

A teoria do deslizamento dos filamentos de Huxley é uma explicação de como as

fibras musculares são ativadas para produzir força. O músculo ativado pode produzir força

durante um encurtamento (ação concêntrica), sem alteração no seu comprimento (ação

isométrica), ou durante um estiramento (ação excêntrica) (FLECK; KRAEMER, 1999).

O processo de contração muscular pode ser explicado, conforme Foss e Ketcyian

(2000), quando os sarcômeros de um músculo se contraem, em comparação com o estado de

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repouso: a zona H desaparece, pois os filamentos de actina deslizam por sobre os filamentos

de miosina, na direção do centro do sarcômero; a faixa I se encurta, pois os filamentos de

actina presos às linhas Z de ambos os lados do sarcômero são pressionados na direção do

centro; o comprimento da faixa A não se modifica; e nem os filamentos de miosina, nem os

de actina modificam seu comprimento, graças à mecânica do deslizamento ou da

interdigitação.

O músculo contém fibras tanto motoras (eferentes) quanto sensoriais (aferentes).

O ponto onde o nervo motor (axônio) termina sobre uma fibra muscular é conhecido como

função neuromuscular ou placa motora terminal (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF,

2000).

De acordo com os autores supra citados, para uma fibra muscular exercer força,

um impulso do nervo motor que a inerva deve resultar na propagação de uma ação potencial

ao longo do sarcolema. Chegando à placa motora essa ação potencial li bera a acetilcolina. A

acetilcolina é o neurotransmissor que estimula a fibra muscular à despolarização, sendo este o

sinal para o início do processo contrátil .

Frontera, Dawson e Slovik (2001), afirmam que o músculo esquelético

compreende diferentes tipos de fibras que variam estrutural, histoquímica e metabolicamente.

Há duas categorias principais. As fibras do tipo I (lenta oxidativa) e fibras do tipo II (rápida

glicolítica). As fibras do tipo I são as mais adequadas para contrações sustentadas ou repetidas

que requerem tensão relativamente baixa, tais como: caminhar, ficar de pé e muitas atividades

da vida diária. A produção de energia nas fibras tipo I é através da fosforilação oxidativa.

E ainda conforme os mesmo autores, as fibras tipo II são subdivididas em tipos

IIb e IIa. As fibras tipo IIb (rápida glicolítica) são usadas para atividades que requerem

desenvolvimento rápido, de alta tensão, como o levantamento de peso. As fontes de energia

para essas fibras são primariamente anaeróbias, a partir da glicólise. E as fibras IIa

intermediárias (rápida oxidativa glicolítica) são mais facilmente fatigadas que as do tipo I e

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utili zam fontes de energia aeróbias e anaeróbias.

Para Fleck e Kraemer (1999), as fibras musculares numa unidade motora variam

em tamanho e em características metabólicas. As fibras musculares de uma unidade motora,

no entanto, são mais semelhantes entre si do que em relação às de outras unidades motoras na

mesma região do músculo. A ordem na qual as unidades motoras são recrutadas na maioria

das vezes é relativamente constante.

Durante a maioria dos movimentos, parece ocorrer uma ordem hierárquica por

tamanho de recrutamento da unidade motora, correspondendo a uma progressão do tipo I para

o tipo IIa e para o tipo IIb. Isso significa que, durante exercícios leves, a maior parte das fibras

do tipo I será recrutadas; durante exercícios moderados, comparecem tanto o tipo I quanto o

tipo II ; e durante exercícios mais pesados, todos os tipos de fibra contribuem para a produção

de energia (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000).

“O fator que determina o recrutamento de unidades motoras de alto ou baixo

limiar é a quantidade total de força necessária para o desempenho da ação muscular.”

(FLECK; KRAEMER, 1999, p. 67).

Estudos escritos demonstram vários fatores interessantes sobre as porcentagens de fibras musculares rápidas e lentas encontradas nos humanos. Primeiro não existem diferenças aparentes segundo a idade ou o sexo na distribuição de fibras. Segundo, o ser humano sedentário médio possui cerca de 47 – 53% de fibras lentas. Terceiro, comumente, acredita-se que os atletas de potência possuem grande porcentagem de fibras rápidas, enquanto os de endurance geralmente apresentam grande porcentagem de fibras lentas. (POWERS; HOWLEY, 2000, p. 139).

Conforme Longo e Fuirini Júnior (2000), em fisioterapia hoje, é comum se falar

da musculatura tônica e fásica. Neste contexto seria melhor falar de unidades motoras tônicas

e fásicas. As unidades motoras tônicas são as primeiras a se tornarem ativas durante o

movimento, estas fibras tem uma particularidade, importante na atividade do ser humano, elas

são ativadas nas atividades posturais e nos movimentos lentos ou moderados.

De acordo com os mesmos autores supra citados, as unidades motoras fásicas

somente se tornam ativas quando uma força adicional é requerida, ou seja, são ativadas

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durante a atividade de explosão. Este tipo de fibras são responsáveis pela agili dade do ser

humano, como também são citadas como as fibras responsáveis pela manutenção do tônus

muscular. Este é o motivo pelo qual, as pessoas quando envelhecem, tornam, mais lentos e o

tônus vai diminuindo gradativamente.

2.1.1 Músculo glúteo máximo

Os músculos extremamente bem desenvolvidos ao redor da articulação do quadril

são os glúteos, em especial o glúteo máximo. É o músculo maior, mais pesado e de fibras

mais densas na região glútea. O glúteo máximo cobre os outros músculos glúteos, exceto o

terço posterior do glúteo médio, e forma um coxim sobre o túber isquiático. Situa-se entre a

parte posterior da crista ilíaca superiormente, o canal anal medialmente e o sulco glúteo

inferiormente (FIELD, 2001; MOORE; DALLEY, 2001)

De acordo com Moore e Dalley (2001, p. 486)

O músculo glúteo máximo inclina-se ínfero-lateralmente em um ângulo de 45º da pelve para a nádega. As fibras da parte superior e mais larga do músculo glúteo máximo e fibras superficiais da parte inferior inserem-se no trato ili otibial. Algumas fibras profundas da parte inferior do músculo fixam-se à tuberosidade glútea do fêmur. O nervo e os vasos glúteos inferiores entram na face profunda do músculo glúteo máximo no seu centro. Ele é suprido por ambas as artérias glúteas inferior e superior. Na parte superior de seu trajeto, o nervo isquiático passa profundamente ao músculo glúteo máximo.

Kapandji (2000) afirma ainda que o mais importante músculo extensor do quadril

é o glúteo máximo; é o músculo mais potente do corpo (34 kg para um comprimento de 15

cm), também é o de maior tamanho (66cm2 de secção) e, naturalmente, o mais forte (238 kg).

A sua ação está complementada pelos feixes mais posteriores dos glúteos médio e mínimo.

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Marques (2000) complementa citando suas ações musculares:

x extensão e rotação externa do quadril . As fibras inferiores auxili am a adução do quadril e

as fibras superiores auxili am a abdução através de sua inserção no trato ili otibial, ajuda na

estabili zação do joelho em extensão pelo trato ili otibial da fáscia lata;

x se o ílio está fixo, puxa o fêmur para trás (extensão do quadril ) em rotação lateral e

discreta adução;

x se o fêmur está fixo e atuando bilateralmente, realiza a retroversão da pelve; se atuar de

um lado só, leva o ílio à retroversão, rotação medial e inclinação lateral.

Os extensores do quadril têm uma função essencial na estabili zação da pelve no sentido antero-posterior. Durante a marcha normal, os ísquio-tibiais realizam a extensão e o glúteo máximo não intervém. Não acontece o mesmo ao correr, saltar ou caminhar num plano ascendente, quando o glúteo máximo é indispensável e tem um papel principal. (KAPANDJI, 2000, p. 52).

Continua o mesmo autor que, nos esforços de extensão sobre a pelve muito

basculada o glúteo máximo se contrai energeticamente (conforme figura 1), assim como os

ísquios-tibiais, cuja eficácia aumenta se o joelho estiver em extensão (posição de pé, tronco

inclinado para frente, mãos tocando os pés)

Figura 1 – G (glúteo máximo em contração); C (centro de gravidade) e IT (ísquio-tibiais) Fonte: Kapandji (2000, p. 53)

22

Um encurtamento desta musculatura leva a uma deformidade em extensão e

rotação externa do quadril levando à retroversão (MARQUES, 2000).

Para os autores Foss e Ketcyian (2000), Longo e Fuirini Júnior (2000) e Field

(2001), o músculo glúteo máximo é composto de fibras musculares (tônicas) do tipo I, numa

porcentagem de 41,2% – 71,5%, pois este é importante na manutenção da postura ereta. No

entanto, a composição dos tipos de fibras varia dentro de regiões diferentes do mesmo

músculo, entre músculos diferentes dentro da mesma pessoa e, certamente entre os mesmos

músculos de pessoas diferentes.

2.2 Flacidez muscular

Para Meyer, Medeiros e Oliveira (2003) o desenvolvimento da Fisioterapia

dermato-funcional veio de encontro do novo conceito de beleza do século XX, em que

principalmente as mulheres começaram a analisar suas imagens corporais e lutar contra

aqueles excessos gordurosos que resistiam às dietas, ginásticas, assim como começaram a se

preocupar com os distúrbios estéticos associados a patologias estéticas como a flacidez

muscular.

Conforme E. Guirro e R. Guirro (2004, p. 338): “A definição da flacidez estética é

tema de discussão, uma vez que a flacidez da pele e a hipotonia muscular são considerados

por alguns como uma entidade única ao passo que para outros são independentes.”

Os mesmos autores supra citados afirmam que é preciso ficar claro para o

fisioterapeuta que a sua intervenção só será possível no caso de hipotonia muscular ou

flacidez muscular, pois no caso de flacidez de pele somente a cirurgia plástica resolverá o

problema. Por isso, é necessário que fique diferenciado os conceitos de flacidez da pele e de

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flacidez muscular.

Para tanto, O’Sulli van e Schmitz (1993, p. 161) afirmam que “[...] hipotonia, ou

flacidez, é o termo usado para a definição da queda ou ausência do tônus muscular (postural).”

A resistência ao movimento passivo está diminuída, os reflexos de estiramento estão

deprimidos e os membros são facilmente deslocados (frouxos) com a freqüente

hiperextensibili dade das articulações. Os movimentos estão geralmente prejudicados pela

fraqueza (paresia) ou paralisia.

E. Guirro e R. Guirro (2004) afirma que pode classificar a flacidez estética não

como uma patologia distinta, mas sim como uma “seqüela” de vários episódios ocorridos

como, por exemplo: inatividade física, emagrecimento demasiado, etc.

A flacidez da pele, ainda conforme E. Guirro e R. Guirro (2004) é devido o

comportamento viscoelástico, que quando seu limite elástico da mesma é ultrapassado por

algum motivo, como por exemplo, um indivíduo magro que se torna obeso em um curto

período de tempo e depois emagrece novamente, ao cessar o estímulo, ela não volta ao seu

tamanho original.

Os fenômenos metabólicos evidentes do envelhecimento parece ser o

retardamento da síntese de proteínas, em virtude do qual se estabelece um desequilíbrio entre

a formação e a degradação. A pele tende a se tornar delgada em alguns locais, enrugada, seca

e ocasionalmente escamosa, o que também caracteriza a flacidez da pele (GUIRRO, E;

GUIRRO, R., 2004).

A flacidez muscular pode ocorrer com o envelhecimento fisiológico que, segundo

Powers e Howley (2000), o envelhecimento está relacionado a uma perda da massa muscular.

O declínio da massa relacionado à idade parece ter suas fases. Uma fase “lenta” de perda

muscular, em que 10% da massa é perdida entre os 25 e os 50 anos de idade. Em seguida,

ocorre uma perda rápida de massa muscular. Na verdade entre os 50 e 80 anos de idade,

ocorre uma perda adicional de 40% de massa muscular. Portanto, em torno dos 80 anos de

24

idade, metade da massa muscular total foi perdida.

Além disso, o envelhecimento acarreta a perda de fibras rápidas e o aumento de

fibras lentas. A perda de tamanho e força muscular observada nos adultos mais velhos e

inativos não é restrito à população mais idosa (POWERS; HOWLEY, 2000).

Conforme Powers e Howley (2000) e E. Guirro e R. Guirro (2004), o músculo

esquelético é um tecido altamente plástico que responde tanto ao uso quanto ao desuso.

Embora ocorra uma perda de massa muscular nas pessoas mais velhas, essa redução do

tamanho muscular não se deve somente ao processo de envelhecimento, mas, freqüentemente,

à atrofia associada à atividade física limitada dos indivíduos mais idosos, tudo isso envolve a

hipotonia muscular, caracterizando a flacidez muscular. Embora os exercícios regulares não

possam eliminar completamente a perda muscular relacionada à idade, pode aumentar a

endurance e a força muscular nos idosos de maneira similar à observada nos indivíduos

jovens.

Além dos exercícios físicos, outro recurso utili zado para o aumento da massa

muscular é a eletroestimulação neuromuscular, através da corrente russa que vem ampliando

seus estudos em relação à fisioterapia dermato-funcional, mostrando resultados favoráveis no

tratamento da flacidez muscular (EVANGELISTA et al, 2003a).

2.3 Eletroestimulação neuromuscular

De acordo com Longo e Fuirini Júnior (2000), estimulação elétrica neuromuscular

(NMES) para a ativação de músculos estruturais é uma técnica terapêutica que tem sido

utili zada em medicina por mais de meio século.

25

Em 1976 nos Jogos Olímpicos de Montreal, os atletas soviéticos foram observados fazendo uso de NMES em conjunto com exercícios voluntários como uma técnica de treinamento para fortalecimento. Em 1977, o pesquisados russo Kots, que desenvolvera a técnica de estimulação, relatou que NMES poderia produzir ganhos de força muscular em atletas de elite que eram de 30 a 40% maiores que aqueles obtidos apenas através de exercícios. Estes ganhos de força dramáticos foram alcançados pela execução de contrações musculares de 10 a 30% maiores que aquelas alcançadas com contração muscular voluntária máxima. Pesquisadores ocidentais rapidamente reconheceram o potencial de tal técnica e logo iniciaram estudos destinados à verificar os relatos de Kots. (LONGO; FUIRINI JÚNIOR, 2000, p. 4).

Starkey (2001) relata ainda, que embora os protocolos experimentais de Kots não

fossem documentados e seus resultados nunca puderam ser reproduzidos no ocidente, seus

relatos contribuíram para que os pesquisadores do mundo todo reconhecessem o potencial

dessa técnica e ampliassem os estudos em relação à estimulação elétrica e o fortalecimento

muscular. Os estudos desenvolvidos a partir de então parece dar suporte a afirmação de que a

estimulação elétrica neuromuscular pode fortalecer músculos normalmente inervados, tanto

em sujeitos sadios, quando naqueles que sofrem de vários tipos de distúrbios onde estejam

presentes fraqueza e atrofia muscular.

Conforme Nelson, Hayes e Currier (2003) A util idade da NMES para aumentar a

resistência (ou endurance) da performance muscular, isto é, a capacidade do sistema

neuromuscular de produzir força por um período prolongado de tempo, é pouco documentada.

O aumento seletivo da performance de resistência das fibras musculares de contração rápida

pode ser uma alternativa.

2.3.1 Unidades motoras tônicas e fásicas

Segundo Johnson (apud LONGO; FUIRINI JÚNIOR, 2000), as fibras musculares

são mistas, podem ter predomínio de fibras tônicas, quando o músculo tem um trabalho mais

26

relacionado à postura e movimentos rotineiros e pode ter um predomínio de fibras fásicas,

quando este músculo desempenha atividades relacionadas à destreza, ou alta velocidade de

realização.

As unidades motoras tônicas são ativadas nas atividades posturais e nos

movimentos lentos ou moderados, enquanto as fibras fásicas são responsáveis pela

manutenção do tônus muscular. As diferenças das propriedades das unidades motoras tônicas

e fásicas estão demonstradas no quadro 1.

UNIDADES MOTORAS TÔNICAS UNIDADES MOTORAS FÁSICAS

Fibras musculares vermelhas. Fibras musculares brancas.

Filogeneticamente mais velhas. Filogeneticamente mais novas.

Melhor capilarização. Menos capilarização.

Inervada pelos neurônios .��� Inervadas pelos neurôniRV�.��� Freqüência titânica de 20 – 30 Hz. Freqüência titânica de 50 – 150 Hz.

Fadiga lenta. Fadiga rápida.

Estática. Dinâmica Quadro 1 – Propriedades das unidades tônicas e fásicas Fonte: Longo e Fuirini Júnior (2000, p. 06).

2.3.2 Aspectos fisiológicos

Os neurônios motores demonstram propriedades que são funcionais em relação às

fibras musculares as quais eles inervam. O neurônio .���é menor que o neurônio .����$Oém do

mais, neurônios geralmente seguem o chamado princípio de tamanho (HENNEMAN apud

LONGO; FUIRINI JÚNIOR, 2000), os menores neurônios são ativados antes dos maiores.

Uma das razões para isto é que o potencial transmembrâneo dos neurônios menores é

aproximadamente -70mV, enquanto que para os neurônios maiores é -90mV. Na musculatura,

isto significa que as fibras musculares tônicas são ativadas antes das fibras de musculatura

27

fásicas. Já que, ao mesmo tempo, a freqüência de fusão tetânica desta unidade motora é baixa

e a exaustividade é baixa (veja Quadro 1), a musculatura pode se adaptar fácil e rapidamente a

condições alteradas. Nesta conexão as unidades motoras são conhecidas como posturais

(LONGO; FUIRINI JÚNIOR, 2000).

Conforme Porcari et al (2002), a vantagem proposta de utili zar a estimulação

elétrica neuromuscular é que a ordem de recrutamento é invertida em relação ao exercício

voluntário. Durante a atividade voluntária, o sistema nervoso central ativa primeiro os

menores neurônios motores .�� TXH� é relacionado ao tipo de fibra muscular inervada pelo

neurônio motor. Fibras musculares oxidativas lentas (fibras tipo I) são recrutadas tipicamente

primeiro, considerando que as fibras glicolíticas rápidas (fibras tipo IIb) são mais difíceis de

recrutar durante a atividade voluntária. A ordem de recrutamento da fibra muscular é invertida

quando o músculo é ativado por estimulação elétrica, sendo os nervos motores de grande

diâmetro recrutados primeiro e em seguida os de pequeno diâmetro.

Para Nelson, Hayes e Currier (2003), a estimulação elétrica aplicada através da

superfície da pele sobre uma parte do sistema neuromuscular intacto pode evocar um

potencial de ação no músculo ou fibra nervosa que é idêntico àqueles potenciais de ação

gerados fisiologicamente. No entanto, a ordem de recrutamento voluntário das unidades

motoras é diferente daquele eliciada eletricamente, desse modo, o tipo e o número de

unidades motoras ativas e a fatigabili dade da contração muscular evocada eletricamente serão

diferentes das contrações musculares voluntárias.

28

2.3.3 Aspectos eletrofisiológicos

2.3.3.1 Aumento da força muscular

Muitas pesquisas foram realizadas, buscando conhecer o efeito de correntes

elétricas nas fibras musculares. Os estudos se concentram em duas hipóteses principais:

aumento da força muscular e mudança no tecido muscular (EVANGELISTA et al, 2003A).

Sobre o aumento da força muscular, Starkey (1999) relata que a estimulação

elétrica neuro-muscular (EENM) estimula os nervos motores de grande diâmetro do tipo IIb a

se contraírem antes das fibras do tipo I, é fácil concluir que o vigor da contração aumenta,

considerando-se que as fibras do tipo IIb são capazes de produzir mais força.

Quanto ao aumento de massa muscular com a prática de EENM, Robinson e

Snyder-Mackler (2001), afirmam que possuem pouquíssimas informações, mas é marcante o

aumento da força em indivíduos diferentes, em estudos selecionados. Separando alguns destes

estudos, a média de ganho de força devido a EENM aparenta ser em torno de 20% em

aproximadamente um mês.

Sob condições normais, o músculo pode ativar de 30% a 60% de suas unidades

motoras dependendo da extensão do treinamento, cita Hoogland (1988 apud EVANGELISTA

et al, 2003b) que confirmou a importância da EENM no ganho de força quando definiu alguns

benefícios extras:

– consegue-se ativar 30% a 40% mais das unidades motoras com corrente elétrica de média

freqüência que nos exercícios comuns e os tratamentos convencionais. Pois com a

estimulação elétrica ocorre a modulação do nervo motor alfa e não despolarização do

neurônio, como no movimento ativo, tendo assim, características de despolarização

29

artificial tornando possível ativar todas as unidades motoras simultaneamente;

– aumento da força em curto prazo.

2.3.3.2 Efeitos no metabolismo muscular e no fluxo sangüíneo

Para Andrews, Harrelson e Wilk (2000) a estimulação elétrica terá o mesmo efeito

que a contração muscular normal voluntária para causar um aumento temporário no

metabolismo muscular. Haverá conseqüências associadas de aumento na combustão de

oxigênio e dióxido de carbono, ácido láctico e outros produtos metabólicos, bem como

aumento de temperatura e de fluxo sangüíneo local.

Vários estudos demonstraram um aumento no fluxo sangüíneo, por exemplo,

Currier et al (1986 apud LONGO; FUIRINI JÚNIOR, 2000) que quantificou um aumento de

20% da circulação sangüínea após um (01) minuto do início da aplicação da corrente elétrica

e perdurou em torno de 5 minutos após seu término.

2.3.3.3 Fadiga muscular

Segundo os autores Evangelista et al (2003a) e Longo e Fuirini Júnior. (2000) a

fadiga muscular como conseqüência de contrações voluntárias é bem conhecido, mas é um

fenômeno complexo e não completamente compreendido. Inicialmente ela é devido à

extinção do glicogênio muscular e da glicose sangüínea disponível com outras limitações

bioquímicas. No final a taxa da utili zação de oxigênio é importante.

30

Alguns autores (SELKOWITZ, 1985; KARLSSON et al, 1970; apud

EVANGELISTA et al, 2003a), colocam como importante prática clínica à observação do

tempo de repouso e tempo de contração devida o grau de duração da fadiga aparentar ser

diretamente relacionado com a duração da estimulação elétrica. Brasileiro et al (2002) citam

que possivelmente sustentações prolongadas podem levar a fadiga mais facilmente. Desta

forma, o tempo de repouso deve ser um tanto quanto mais longo sendo mais comumente

usado 10 segundos para a contração e 60 segundos para o repouso.

Fadiga a contrações submáximas é controlada pela variação de unidades motoras

particulares envolvidas. Contrações prolongadas demonstram um recrutamento maior de

unidades motoras para manter a mesma força muscular conforme a fadiga ocorre. Seria desta

forma esperado que a estimulação elétrica dos músculos via o nervo motor levaria a uma

fadiga muscular relativamente rápida, já que um conjunto fixo de unidades motoras é

estimulado com as fibras fásicas de disparo rápido selecionadas preferencialmente (LONGO;

FUIRINI JÚNIOR, 2000).

A fadiga após o exercício, incluindo o exercício induzido eletricamente, pode ser

um estimulo necessário para o fortalecimento muscular, mas se a estimulação de um músculo

já fatigado é danoso ou não ainda não se sabe (EVANGELISTA et al, 2003a). A possibili dade

de risco devido à estimulação elétrica funcional (FES) também foi considerada por Stokes e

Cooper (1989 apud EVANGELISTA et al, 2003a), mas parece não haver nenhuma evidência

de qualquer dano funcional ou estrutural devido à estimulação elétrica.

2.3.3.4 Mudança na estrutura das fibras musculares

Foi estabelecido, pelos autores Petty, Hoogland, Howard e Swinghedauw (apud

31

EVANGELISTA, 2003b), que a estrutura das fibras musculares mudam após estimulação por

um longo período com correntes elétricas. Esta mudança aparenta depender primariamente da

freqüência com que o nervo motor é despolarizado pela corrente elétrica. Na maioria dos

casos, a velocidade de ativação das células musculares se reduz. A fibra muscular se torna

mais vermelha (tônica) e a capilarização aumenta. A célula muscular também se torna mais

sensível. A fibra muscular assume então um caráter de fibra tônica. Esta mudança não é

sempre desejável, particularmente em músculos que devem ser capazes de trabalhar

dinamicamente.

E ainda para os mesmo autores supra citados, a mudança na estrutura da fibra

muscular é reversível, a mesma se adapta à função conforme o músculo é utili zado

funcionalmente. Também foi estabelecido com alguma exatidão que a freqüência de

despolarização do nervo motor é um dos fatores determinantes no desenvolvimento desta. Isto

pode levar a conclusão que a freqüência de despolarização da fibra muscular é o fator

determinante para as suas propriedades (EVANGELISTA et al, 2003b).

A conservação da mudança na estrutura da fibra muscular é principalmente

determinada pelo uso funcional do músculo, relata Swinghedauw (1986 apud LONGO;

FUIRINI JÚNIOR, 2000). Se a função não se adequa a estrutura, então esta se adapta

rapidamente. Isto se aplica particularmente para as fibras musculares brancas “ fásicas.” Com

estimulação elétrica pode-se influenciar a estrutura da mesma conforme se deseje com a

variação da freqüência da estimulação elétrica. Aqui, a estimulação elétrica difere da terapia

de exercício.

32

2.3.4 Corrente russa

2.3.4.1 Definição

Segundo Braga, Darini e Mendes (2004), é um recurso bioelétrico que promove

contrações musculares isométricas podendo se mostrar eficaz em disfunções de fibras

musculares.

“A corrente russa é caracterizada por apresentar um sinal senoidal de freqüência

igual a 2.500Hz modulada por uma freqüência de batimento de 50Hz com Duty Cycle de

50%.” (GUIRRO, 2000, p. 48).

Para Low e Reed (2001) a corrente russa é senoidal, mas chama-se de quadrática

porque possui pulsos quadrangulares. É uma corrente bifásica, alternada e homogênea. Não

tem pólos.

2.3.4.2 Efeitos da corrente russa

Low e Reed (2001) relatam que por ser uma corrente de média freqüência, a

contração muscular com estimulação elétrica é similar à contração voluntária, porém melhora

o trofismo e, de acordo com a corrente, aumenta o volume da massa muscular, além de

auxili ar na oxigenação e no intercâmbio metabólico celular. A contração e o relaxamento

exercem uma ação de bombeamento sobre os vasos venosos e linfáticos, dentro dos músculos

33

e situados próximos a eles, atinge fibras mais profundas, tem menos resistência e recruta mais

fibras musculares, promovendo assim o fortalecimento.

Outra característica da corrente russa conforme Rodrigues e Guimarães (1998) é

sua capacidade de realizar, de forma verdadeira, uma contração isométrica, isotônica e

isocinética trabalhando o músculo em sua capacidade máxima num tempo de terapia reduzido

em relação a outros recursos. Sua util ização é fácil , podendo ser trabalhados vários grupos

musculares, respeitando as agonistas e antagonistas em contrações alternadas.

E de acordo com Evangelista et al (2003b), a eletroestimulação de média

freqüência tem a capacidade de recrutar maior número de fibras que a contração voluntária,

sendo assim, a eletroestimulação é capaz de produzir resultados mais eficazes que apenas

exercícios isolados.

2.3.4.3 Indicações e contra-indicações

Conforme Kitchen (2001), é indicada nos casos de:

– hipotonia muscular;

– fortalecimento e aumento de tônus muscular;

– melhora da performance de atletas;

– reeducação postural;

– estimulação do fluxo sangüíneo e linfático.

E, ainda conforme Kitchen (2001) e Guirro (2000), sua contra-indicação está

presente em:

– incapacidade cardíaca, pacientes com marca-passos, por exemplo;

34

– doença vascular periférica, especialmente quando há a possibili dade de trombos se

soltarem;

– sobre os seios carotídeos;

– indivíduos hipertensos e hipotensos;

– áreas de excesso do tecido adiposo em pacientes obesos;

– tecido neoplásico;

– áreas de tecido com infecção ativa;

– pacientes diabéticos ou com neuropatias periféricas;

– gestação em qualquer fase;

– próteses metálicas no local de aplicação.

2.3.4.4 Parâmetros e aplicação da corrente russa

Os parâmetros, de acordo com Fuirini Júnior (2003), para a utili zação da corrente

russa são:

1. tipo de fibra a ser estimulada e modulação de corrente:

Fibras tônicas – 20 a 30 Hz

Fibras fásicas – 50 a 120 Hz.

2. ciclo útil da corrente:

20% - atrofia severa ou flacidez severa

35% - atrofia moderada ou flacidez relativamente importante

50% - no final da recuperação de atrofia e para recuperação de tônus muscular

3. tempo de contração e repouso:

x o tempo de contração se assemelha com a quantidade de peso que damos a um

35

exercício resistido, quanto maior o tempo, maior a resposta com relação ao volume e

tônus;

x este tempo de contração deve ser aplicado de forma crescente, respeitando a condição

metabólica do músculo, evitando um gasto energético excessivo (acidose tecidual);

x devemos sempre perseguir este tempo em todas as aplicações e sempre tender e

evoluir, até um limite fisiológico.

4. tempo total de estímulo:

x o tempo total do estímulo, depende diretamente do número de contrações por minutos,

pois se multiplicamos este número de contração por minutos pelo tempo total de

estímulo, teremos o número total de contrações;

x este número deve ser avaliado de acordo com as condições físicas do paciente, para

que não se ultrapasse sua condição metabólica, não entrando em fase anaeróbica.

Quando o músculo apresentar fibras tônicas e fásicas, ou seja, misto, coloca-se 5

minutos para cada fibra.

5. controle de intensidade: a intensidade de corrente está, diretamente, relacionada a maior

ou menor contração muscular. Sendo um dado variável, que depende da sensibili dade cutânea

do paciente e da sensação da contração muscular.

2.3.4.5 Modo de aplicação da corrente

A aplicação da corrente é realizada com a colocação dos eletrodos no ventre

muscular. Guirro (2000) cita que a aplicação muscular é empregada quando a finalidade é

fortalecer a musculatura, melhorar a circulação e relaxar a musculatura.

Os eletrodos são constituídos de um material flexível (borracha ou sili cone-

36

carbono) que apresenta a menor incidência de irritação da pele. Os eletrodos fazem contato

com a pele através de uma substância gel; os eletrodos devem ser trocados aproximadamente

a cada seis meses, porque podem ocorrer alterações na propagação de impulso

(RODRIGUES; GUIMARÃES, 1998). Também se deve realizar a limpeza prévia da região a

ser aplicada, com álcool e algodão, para a fixação dos eletrodos e menor resistência da pele.

De acordo com Starkey (2001), o tamanho do eletrodo dependerá do tamanho do

músculo a ser estimulado e da intensidade da contração a ser promovida. Eletrodos pequenos

podem ser utili zados na localização da estimulação a pequenos músculos, ou podem ser

empregados na aplicação de um estímulo sobre um nervo que inerva um músculo. Eletrodos

maiores são necessários para a estimulação de músculos maiores e grupos musculares.

A corrente russa apresenta várias vantagens em relação a corrente de baixa

freqüência. Uma dessas vantagens está relacionada a resistência (impedância) do corpo

oferece à condução da corrente elétrica. Como a impedância do corpo humano é capacitiva e,

em sistemas capacitivos quanto maior a freqüência menor será a resistência presente. Com

isso, podemos concluir que uma corrente com média freqüência diminui sensivelmente o

desconforto da corrente que o paciente está sendo submetido (GUIRRO, 2000).

2.4 O exercício resistido

2.4.1 Conceito

Um aspecto de nomenclatura em fisiologia do exercício que tem gerado alguma

confusão é a atual designação dos exercícios em que as contrações musculares ocorrem contra

37

alguma forma de resistência, geralmente pesos. Mais recentemente, surgiu em inglês a

denominação resistance training ou resistive training, cujo significado é treinamento de força,

realizado contra resistências. A tradução mais adequada é treinamento resistido

(SANTAREM, 1999).

Os exercícios resistidos são exercícios em que as contrações musculares são

realizadas contra resistências, geralmente utili za-se à resistência mecânica, a qual é aplicada

por aparelhos que variam a carga, por meio da graduação de pesos e do ângulo imposto ao

movimento, afirma E. Guirro e R. Guirro (2004).

Assim, os exercícios resistidos seriam o meio mais util izado para se aplicar à

musculação e a principal capacidade motora treinada seria a força (GUEDES, 2005).

“Força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo

muscular pode gerar em um padrão específico de movimento em uma determinada velocidade

de movimento.” (FLECK; KRAEMER, 1999, p. 20).

Santarém (apud GHORAYEB; BARROS, 1999) afirma que os exercícios

resistidos geralmente são “ isotônicos” , ou seja, apresentam alternância de contrações

concêntricas e excêntricas.

2.4.2 Metabolismo energético

Para Santarém (1999), o metabolismo energético dos exercícios resistidos é em

grande parte anaeróbio. A falta de oxigênio disponível nos músculos por ocasião do início de

esforços intensos é o principal determinante do metabolismo anaeróbio dos exercícios com

pesos. Além disto, a contração de várias fibras musculares ao mesmo tempo leva a

interrupção parcial do fluxo sangüíneo ao músculo, dificultando o metabolismo aeróbio. No

38

entanto, no treinamento com pesos, os intervalos para descanso ocorrem após alguns

movimentos consecutivos, sendo razoável a participação aeróbia.

2.4.3 Princípios de treinamento

Os programas de fortalecimento efetivos são baseados na sobrecarga, na

especificidade e na reversibili dade (ENOKA, 1994, apud FRONTERA; DAWSON; SLOVIK,

2001).

2.4.3.1 Princípio de sobrecarga

O princípio fisiológico de que depende o desenvolvimento da força e da

endurance é conhecido como princípio de sobrecarga. Esse princípio preceitua simplesmente

que a força, o endurance e a hipertrofia de um músculo somente aumentarão quando o

músculo é exercitado por um determinado período de tempo em sua capacidade quase

máxima de força e de endurance, contra cargas de trabalho que estejam acima daquelas

encontradas normalmente. (FOSS; KETCYIAN, 2000).

39

2.4.3.2 Especificidade do treinamento com pesos

Os efeitos do treinamento são específicos ao modo de estresse de exercício

importo no músculo em exercício (FRONTERA; DAWSON; SLOVIK, 2001).

Os programas de treinamento devem ser relevantes para as demandas do evento

para o qual o indivíduo está sendo treinado. Essas demandas incluem o sistema energético

predominante implicado e os padrões de movimento e os grupos musculares específicos

implicados (FOSS; KETCYIAN, 2000).

Para Fleck e Kraemer (1999), o treinamento de força é usado mais comumente

para provocar adaptações nas fontes de energia anaeróbicas. E é constituído por exercícios

com resistência progressiva que incluem os grupos musculares e que estimulam os padrões de

movimento util izados mais freqüentemente durante a execução de determinada tarefa.

2.4.3.3 Reversibili dade

Os benefícios do treinamento não são constante, a menos que os músculos

permaneçam suficientemente desafiados pelo uso contínuo dos ganhos de força. As mudanças

iniciais que ocorrem com o destreinamento são recrutamento muscular diminuído, seguido

por atrofia da fibra muscular (ENOKA, 1994 apud FRONTERA; DAWSON; SLOVIK,

2001).

40

2.4.4 Treinamento de força através do método de uma repetição máxima – 1-RM

A crescente demanda pelo treinamento contra resistência (musculação) tem

incentivado a procura de parâmetros bem estabelecidos para a prescrição dos exercícios

(PEREIRA; GOMES, 2003).

Para isso, realiza-se testes de força, aonde os métodos por testar força ficaram

crescentemente mais sofisticados, sendo o melhor método para avaliá-la o teste de uma

repetição máxima, ou 1-RM, isso se refere ao peso máximo, ou carga, levantado de uma só

vez (DOHONEY et al, 2002; ABADIE; WENTWORTH, 2000).

Pereira e Gomes (2003) relatam que operacionalmente o teste de uma repetição

máxima (1-RM – também designada uma execução máxima) é definido como a maior carga

que pode ser movida por uma amplitude específica de movimento uma única vez e com

execução correta.

Para testar 1-RM de determinado grupo muscular, é escolhido um peso inicial

apropriado próximo, porém abaixo da capacidade máxima de levantamento do indivíduo. Se

foi completada uma repetição, acrescenta-se mais peso ao dispositivo do exercício, até ser

alcançada a capacidade máxima de levantamento. Dependendo do grupo muscular avaliado,

os aumentos de peso variam habitualmente entre 1 e 5kg (McARDLE; KATCH, F.; KATCH,

V., 1998).

Bittencourt (1986 apud MARINS; GIANNICHI, 2003), acrescenta que o Teste de

Carga Máxima (TCM) ou 1-RM, ainda permite um acompanhamento da evolução muscular e

pode ser aplicado de duas formas, uma crescente e a outra decrescente. Na forma crescente o

procedimento do teste consiste em se adicionar um peso gradativo até que o testando não

consiga realizar nenhum movimento. E pela forma decrescente, inicia-se com uma carga

máxima, que não permite ao testando executar o movimento; a seguir diminui-se,

41

gradativamente, a carga até um determinado ponto, quando será possível a execução do

exercício.

Delorme e Watkins, em 1948, enunciaram o método de 1-RM como um dos

primeiros programas de exercícios para desenvolvimento máximo de força. Em seu programa,

estes utili zaram 10 repetições máximas (10-RM), isto é, a carga máxima que podia ser

levantada 10 vezes. Para cada grupo muscular a ser treinado, o programa de exercícios

consistia em um total de 30 repetições por sessão de treinamento, divididas em três séries de

10 repetições (FOSS; KETCYIAN; 2000).

A seleção do número de repetições deve ser de acordo com os objetivos do

avaliador. Bittencourt (1986 apud MARINS; GIANNICHI, 2003), apresente uma proposta de

repetições adequadas de acordo com o objetivo, diferenciando ainda em movimentos para

diversas partes corporais (quadro 2).

Repetições Qualidades físicas Velocidade de

execução % do peso máximo M. superiores/

dorso e peitoral M. inferiores/

abdômen Força pura Lenta 90-100 1 a 4 1 a 6

Força dinâmica Média 70-85 6 a 13 10 a 20

Força explosiva Máxima 50-70 8 a 15 8 a 15

R.M.I. Média 35-50 acima de 25 acima de 30

Quadro 2 – Indicações para desenvolvimento das qualidades físicas na musculação Fonte: Bittencourt (1986, apud MARINS; GIANNICHI, 2003).

Outros pesquisadores têm reforçado a conclusão de que não há uma combinação

única de séries e de repetições capaz de produzir em todas as pessoas aumentos ótimos de

força (PEREIRA; GOMES, 2003).

Não se obteve nenhuma diferença significativa em aumentos de 1-RM entre um

treinamento com três séries de seis repetições de 6 RM e duas séries de nove repetições de 9

RM (HENDERSON, 1970 apud FLECK; KRAEMER, 1999), um treinamento com cinco

42

séries de três repetições de 3 RM, quatro séries de cinco repetições de 5 RM ou três séries de

sete repetições de 7 RM (WITHERS, 1970 apud FLECK; KRAEMER, 1999), ou um

treinamento com três séries de duas a três repetições, cinco a seis repetições ou nove a dez

repetições com a mesma RM respectiva (OSHEA, 1966 apud FLECK; KRAEMER, 1999).

Em um estudo recente realizado na Universidade do Estado de Mississippi, com o

propósito de determinar se pudesse ser predita 1-RM através de 4 – 6 RM da força

submáxima com maior precisão que de 7 – 10 RM da força submáxima comumente usada. A

pesquisa foi realizada com 34 homens adultos, jovens saudáveis, foi avaliada a força dos

músculos bíceps e tríceps braquial e músculos isquiotibiais. E os resultados constataram que a

predição de 4 – 6 RM da forma submáxima, parece ser o teste mais válido e preciso

comparado a 7 – 10 RM da força submáxima (DOHONEY et al, 2002).

Enfim, os testes de força têm sua aplicação principal na investigação científica,

em casos em que é necessário o conhecimento dos níveis de força dos sujeitos nas situações

pré e pós-treinamento e na própria prescrição do treinamento do protocolo de pesquisa

(PEREIRA; GOMES, 2003).

2.4.5 Adaptações ao treinamento de força

Conforme Santarém (1999) todas as qualidades de aptidão física são estimuladas

pelos exercícios resistidos: força, potência, resistência, flexibili dade e coordenação.

A hipertrofia muscular representa uma resposta normal ao treinamento físico,

sendo caracterizada por um aumento no tamanho das fibras musculares individualmente. Esta

resposta também pode envolver um aumento no número de fibras musculares, sendo este

último fenômeno rotulado como hiperplasia (POLLOCK; WILMORE, 1993). Goldberg et al

43

(apud POLLOCK; WILMORE, 1993) concluíram que a hipertrofia é resultante tanto de um

aumento da síntese protéica, quanto de uma redução no carboidrato de proteínas.

Para Santarém (apud GHORAYEB; BARROS, 1999, p. 38): “O principal

mecanismo da hipertrofia é a multiplicação das miofibrilas protéicas com capacidade

contrátil , que ocorre como adaptação à sobrecarga tensional nos músculos em atividade.”

A contração habitual dos músculos com sobrecarga tensional também produz ao

longo do tempo o aprimoramento da coordenação neuromuscular, no sentido do recrutamento

de unidades motoras para ação simultânea. A hipertrofia e a melhor coordenação resultam em

aumento da força muscular (SANTAREM, 1999).

Os exercícios com pesos forçam os limites das amplitudes das articulações, o que

em conjunto com a proli feração do tecido conjuntivo explica os efeitos estimulantes desses

exercícios sobre a flexibilidade (SANTAREM apud GHORAYEB; BARROS, 1999)

Ao atingir a puberdade, a composição corporal entre os sexos começa a se

diferenciar significativamente. Isso se dá em grande parte por causa das mudanças endócrinas,

relata Guedes (2005).

Para Fleck e Kraemer (1999) as alterações na composição corporal são um

objetivo de alguns programas de treinamento de força para mulheres, assim como para

homens. Aumentos na massa corporal magra e diminuições no percentual de gordura a partir

de programas curtos de treinamento de força (de 8 a 20 semanas) são da mesma magnitude

em homens e mulheres.

44

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo tem por finalidade descrever o delineamento da pesquisa que,

segundo Gil (1994), refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, ou

seja, neste momento, o investigador indica o tipo de pesquisa utili zado para descrever a

investigação, define a população e amostra, estabelece os instrumentos e procedimentos

utili zados para a coleta de dados e os procedimentos para análise e interpretação dos dados.

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa realizada caracteriza-se como sendo experimental, que de acordo com

Köche (1997), na pesquisa experimental, o investigador analisa o problema, constrói suas

hipóteses e trabalha manipulando os possíveis fatores, as variáveis, que se referem ao

fenômeno observado, para avaliar como se dão suas relações preditas pelas hipóteses. Esta

pesquisa segue o plano clássico do experimento, sendo definida como: grupo controle e grupo

experimental comparados “antes” e “depois” .

E conforme Gil (2002) é possível, no entanto, introduzir mais de uma variável

independente no experimento. Quando isso ocorre, tem-se um plano do tipo fatorial. Este

45

consiste basicamente, em utili zar duas, ou três, ou mais variáveis independentes,

simultaneamente, para estudar seus efeitos conjuntos ou separados em uma variável

dependente. Com isso torna-se possível testar hipóteses mais complexas e elaborar teorias

mais abrangentes.

3.2 População e amostra

A população desta pesquisa é caracterizada por acadêmicas do curso de

Fisioterapia da UNISUL – Campus Tubarão - SC, devidamente matriculadas nos anos de

2004B e 2005A. Utili zou-se uma amostra configurada por conveniência, composta por 18

participantes, que assinaram uma lista para seleção da amostra (apêndice A), distribuída nas

salas de aula.

As participantes deveriam apresentar as características definidas pelos critérios de

inclusão, que são:

– gênero feminino;

– idade entre 17 e 24 anos;

– altura entre 1,60 e 1,70m;

– índice de massa corporal (IMC) dentro dos padrões normais, que de acordo com Jáequier

(1987 apud MARINS; GIANNICHI, 2003) o valor de IMC desejável para uma mulher

adulta está compreendido entre 20 à 24,9kg/m2;

– vida sedentária;

Esta amostra, ainda, encontra-se de acordo com critérios de exclusão:

– praticar algum tipo de exercício físico, durante o tratamento;

– iniciar, durante o período de tratamento, dieta alimentar;

46

– assim como, fazer uso de fármacos e/ou outras terapias alternativas (exceto

anticoncepcionais);

– ter realizado tratamentos anteriores para flacidez muscular de glúteos;

– não comparecer a qualquer sessão, incluindo a avaliação, a reavaliação e a qualquer

sessão para aplicação do tratamento.

A amostra foi composta por três grupos, cada grupo contendo seis participantes

dispostas de acordo com a ordem de chamada da lista para a seleção da amostra, sendo o

primeiro grupo, o grupo experimental 1 (realizou-se a aplicação da corrente russa associada

ao exercício resistido), o segundo; o grupo experimental 2 (realizou-se somente a aplicação da

corrente russa) e o terceiro grupo; o grupo experimental 3 (realizou-se somente o exercício

resistido ).

3.3 Instrumentos utili zados para coleta de dados

Os instrumentos util izados para coleta de dados foram:

– ficha de avaliação – para armazenar dados subjetivos e objetivos sobre as participantes

(apêndice B);

– balança digital da marca Fili ola® – para registrar o peso (kg) e a altura (cm);

– máquina para glúteos, marca MS® (Metalúrgica Souza) – Instrumento utili zado para

avaliar a força muscular do músculo glúteo;

– fita métrica de uso doméstico – utili zada para realização da perimetria da região do

quadril;

– plicômetro – (compasso de dobras cutâneas) da marca Sanny®. Segundo McArdle, F.

Katch e V. Katch (1998) é o instrumento utili zado para medir a gordura subcutânea em

47

locais selecionados do corpo, no caso, na área glútea;

– corrente russa – aparelho de eletroestimulação neuromuscular: Masterline-

Interferencial Microcontrolado® fabricado pela KW Indústria de Tecnologia Eletrônica

Ltda;

– eletrodos – quatro eletrodos de sili cone com área de 5 cm2, fabricado pela KLD

Biosistemas Ltda, conectados ao cabo de transmissão do aparelho de corrente russa e

fazem contato com a pele através de uma substância gel que são agentes de ligação sem

sal, condutor de eletricidade, projetados para minimizar a resistência da pele ao eletrodo;

– caneleiras (kg) marca Prace Products® – utilizadas para a realização do exercício

resistido de extensão de quadril em decúbito ventral (DV);

– escala de opinião, segundo Oenning (2002) – aplicado à amostra, com o objetivo de

avaliar o nível de satisfação sobre o tratamento (anexo A);

– Termo de consentimento (anexo B).

3.4 Procedimentos utili zados na coleta de dados

Para a coleta de dados foi realizado um estudo piloto, a fim de estabelecer qual a

melhor maneira de se realizar as medidas pretendidas na avaliação da força muscular,

perimetria do quadril e mensuração de dobras cutâneas do músculo glúteo máximo. Além de

serem testadas as posições dos eletrodos na musculatura em questão, e a posição ideal da

paciente para a aplicação dos tratamentos, corrente russa e exercício resistido.

A coleta de dados foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL,

campus Tubarão, no período de setembro e novembro de 2004 e abril de 2005. Depois de

selecionada a amostra, foram repassadas orientações sobre a pesquisa e os procedimentos

48

realizados às participantes, e aplicado o termo de consentimento (anexo B).

A coleta seguiu o seguinte protocolo: a avaliação, realizada na 1º sessão; 10

sessões para aplicação do tratamento, realizadas três vezes por semana; e de uma reavaliação

realizada na última sessão.

A avaliação foi realizada através de uma ficha de avaliação fisioterapêutica para

flacidez muscular (apêndice B), que constava de dados de identificação, anamnese e exame

físico.

No exame físico foram avaliados:

– força muscular (em kg): avaliada através do Teste de carga máxima – TCM, de forma

decrescente, conforme Marins e Giannichi (2003). Os mesmos autores citam que no

emprego do TCM pela forma decrescente, inicia-se com uma carga máxima, que não

permite ao testando executar o movimento; a seguir diminui-se, gradativamente, a carga

até um determinado ponto, quando será possível a execução do exercício. Movimento

testado foi de extensão do quadril e a força muscular foi expressa em 1 RM;

– perimetria do quadril (em cm): de acordo com E. Guirro e R. Guirro (2004), são feitas 3

medidas com a fita métrica, tendo como pontos de referência (adaptados para a pesquisa):

as espinhas ilíacas póstero-superior (EIPS), linha do trocânter maior do fêmur e na prega

glútea;

– dobra cutânea (mm): é medida através do plicômetro, que é um instrumento util izado

para medir a distância entre dois pontos. O procedimento para medir a espessura das

pregas cutâneas consiste em pinçar fortemente, com o polegar e o indicador, uma prega

de pele e gordura subcutânea, afastando-a do tecido muscular subjacente. Isto é registrado

em milímetros, dentro de 2 segundos após aplicar toda a força do plicômetro (McARDLE,

KATCH, F.; KATCH, V, 1998). A localização anatômica da área glútea foi uma prega

oblíqua medida na linha lateral, tendo um ponto médio entre EIPS (espinha ilíaca póstero

superior) e a prega glútea;

49

A reavaliação, realizada na última sessão, constituiu-se dos mesmos

procedimentos realizados no exame físico da avaliação, sendo aplicado ainda, a escala de

opinião (anexo A).

O período de tratamento foi de 12 sessões, sendo que no primeiro e no último dia

foram realizadas a avaliação e a reavaliação.

Para a aplicação da corrente russa e do exercício resistido foram destinadas 10

sessões, realizadas três vezes por semana, interrompidas pelos sábados, domingos e alguns

feriados, sendo que o modo de aplicação do tratamento foi seguido por um mesmo protocolo

realizado com todas as participantes, diferenciado entre grupos que assim ficaram dispostos:

– Grupo A – grupo experimental 1 – formado por seis participantes. Foi realizada a

aplicação da corrente russa e durante o tempo ON (tempo de contração da corrente) foi

realizado o exercício resistido com caneleiras de 50 % do valor obtido no teste de 1RM,

composto de duas séries de 10 repetições, tendo cada sessão duração de 30 minutos;

– Grupo B – grupo experimental 2 - formado por seis participantes.Utili zou-se somente a

aplicação da corrente russa, tendo cada sessão duração de 30 minutos;

– Grupo C – grupo experimental 3 - formado por seis participantes. Utili zou-se somente o

exercício resistido com caneleiras de 50% do valor obtido no teste de 1RM, composto de

duas séries de 10 repetições, tendo cada sessão duração de 10 minutos.

. O tempo de duração de cada sessão foi dividido assim: 10 minutos para o preparo

da paciente, colocação e retirada dos eletrodos, e 20 minutos para a aplicação da corrente

russa, isto para os grupos A e B. Para o grupo C eram necessários somente 10 minutos para a

realização das duas séries de 10 repetições do exercício resistido.

Para aplicação da corrente russa, a paciente era posicionada numa maca, em

decúbito ventral, onde se realizava a limpeza da região glútea com álcool e algodão para a

colocação dos eletrodos. Os eletrodos foram dispostos de forma bilateral (dois eletrodos

conectados em cada cabo de transmissão do aparelho – Masterline), sendo posicionados sobre

50

o ventre muscular do músculo glúteo máximo.

Os parâmetros da corrente russa foram:

– freqüência portadora de 2500 Hz;

– freqüência modulada de 50 Hz;

– onda senoidal, com modo de estimulação sincronizado (2 canais simultâneos);

– tempo de subida (RISE) e descida (DECAY) da rampa igual a 00 segundos;

– tempo ON (tempo de contração da corrente) e tempo OFF (tempo de repouso da corrente)

conforme Rosas (2002), estão dispostos no quadro 3.

Sessões ON OFF 1ª 12” 18” 2ª 08” 16”

3ª, 4ª e 5ª 06” 14” 6ª, 7ª e 8ª 06” 12” 9ª e 10ª 06” 10”

Quadro 3 – Tempo ON e OFF1

– tempo total de estimulação de 20 minutos;

– intensidade (mA) confortável e suficiente para proporcionar contração visível.

E para a realização do exercício resistido foi seguido o seguinte protocolo: 50%

do valor obtido no teste de 1RM; duas séries de 10 repetições, onde as participantes com

vestimenta confortável, eram posicionadas numa maca, em decúbito ventral e executavam o

movimento de extensão do quadril com os joelhos flexionados a 90º e com as caneleiras

colocadas no tornozelo, também realizadas três vezes por semana.

1 Material didático utili zado pelo Prof. Ralph Fernando Rosas, responsável pela disciplina de Recursos

Terapêuticos II , ministrada no 3º semestre, 2002b.

51

4 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo será apresentada a análise dos dados, sendo utili zados para análise

estatística, o teste não-paramétrico de Wilcoxon para amostras dependentes, onde foram

realizadas as comparações dos pacientes no pré e pós-teste em cada grupo, e o teste não-

paramétrico de Wilcoxon para amostras independentes, onde foram comparados os resultados

das variações obtidas no pré e pós-teste entre os grupos.

Os grupos ficaram identificados, como já descritos no capítulo anterior, em: grupo

A – experimental 1 (corrente russa e exercício resistido); Grupo B – experimental 2 (somente

corrente russa); e Grupo C – experimental 3 (somente exercício resistido).

Abaixo serão apresentados os resultados da força muscular em medida única, nas

tabelas 1 e 2 respectivamente, com a análise obtida através do Teste de Wilcoxon para

amostras dependentes, onde poderá ser observada a diferença do pré e pós-teste entre os

grupos avaliados.

52

Tabela 1 – Resultados da força muscular (medida única) no pré e pós-teste dos grupos A

e B, em Kg

Grupo A Grupo B Paciente Pré-teste Pós-teste Var iação Pré-teste Pós-teste Var iação

1................ 3 5 2 5 7 2 2................ 4 6 2 4 5 1 3................ 5 6 1 3 6 3 4................ 4 6 2 5 7 2 5................ 4 5 1 4 6 2 6................ 4 6 2 5 6 1 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

5HDOL]DGR�R�7HVWH�GH�:LOFR[RQ�SDUD�DPRVWUDV�GHSHQGHQWHV��FRP�.� �����REWHYH-se a aceitação da hipótese alternativa, significando que houve diferença estatística entre o pré

e o pós-teste dos pacientes no grupo A e B.

Tabela 2 – Resultados da força muscular (medida única) no pré e pós-teste do grupo C,

em Kg.

Grupo C Paciente Pré-teste Pós-teste Var iação

1................................. 4 5 1 2................................. 5 6 1 3................................. 4 4 0 4................................. 5 6 1 5................................. 4 4 0 6................................. 4 4 0 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Quando analisada a força muscular no Grupo C, conforme tabela 2, não foi

possível a análise estatística através do teste de Wilcoxon para amostras dependentes. Pois

quando ocorrem muitas repetições o valor de n (número de elementos da amostra), para efeito

de utili zação do teste fica reduzido, ou seja, ao invés do n = 6 temos n = 3, pois diminuímos 1

unidade de n para cada diferença = 0. Como vão 3 diferenças = 0, temos n = 6 – 3 = 3.

Então, para n = 3 não se pode consultar a tabela de valores críticos da distribuição

T de Wilcoxon para obter o T (tabelado) que faz parte do Teste. Em Callegari-Jaques (2003)

53

até um n = 4 é possível realizar o teste. Para Triola (1999), somente a partir de n = 5 é

possível obter o valor de T (tabelado).

Tabela 3 – Resultados das var iações da força muscular (medida única) entre os grupos A

e B e grupos A e C, em Kg.

Paciente Grupo A e Grupo B Grupo A e Grupo C 1......................... 2 2 2 1 2......................... 2 1 2 1 3......................... 1 3 1 0 4......................... 2 2 2 1 5......................... 1 2 1 0 6......................... 2 1 2 0 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Para os resultados das variações obtidas no pré e pós-teste da força muscular,

entre os grupos A e B e os Grupos A e C ilustrados na tabela 3, util izou-se o Teste de

Wilcoxon para amostras iQGHSHQGHQWHV��FRP�.� �����REWHQGR-se a aceitação da hipótese nula

em ambos os grupos, o que significa que não existiu diferença estatística nas variações entre

os grupos.

Os resultados do grupo A e B, referentes ao pré e pós-teste da perimetria do

quadril , realizada em 3 medidas: a primeira nas espinhas ilíacas antero-superior (EIAS); a

segunda na linha do trocânter maior e a terceira medida na prega glútea, estão ilustrados nas

tabelas 4 e 5, respectivamente.

Tabela 4 – Resultados das 3 medidas da perimetr ia do quadr il no pré e pós-teste do

grupo A, em cm.

1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida Paciente Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste

1................ 82 82 95 95,5 95,5 94,5 2................ 90 88 98,5 99 99,5 98,5 3................ 81 80,5 98 98,5 98 97,5 4................ 86 86 95 95,5 96 94 5................ 89 89 99 101,5 101,5 100,5 6................ 85,5 85 95 96 94 93,5 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

54

Tabela 5 – Resultados das 3 medidas da perimetr ia do quadr il no pré e pós-teste do

grupo B, em cm.

1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida Paciente Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste

1................ 77 77 95,5 97,5 97 96 2................ 86 86 101,5 102 100,5 99,5 3................ 83 83 94,5 95 92,5 93 4................ 83,5 83 91,5 92 87,5 88 5................ 81 82 94 95,5 95 96,5 6................ 82,5 82,5 97,5 98 95,5 95 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Para a análise estatística da primeira medida (EIAS) da perimetria do quadril nos

dois grupos, não foi possível a realização do Teste de Wilcoxon para amostras dependentes,

devido há muitas repetições dos valores no pré e pós-teste, como já explicado anteriormente

na análise estatística da força muscular no grupo C.

Já para a análise estatística da segunda medida (linha do trocânter maior do fêmur)

foi possível realizar o Teste de Wilcoxon para amostras dependentes, com .� ����QRV�GRLV�grupos, obtendo-se a aceitação da hipótese alternativa, chegando à conclusão que existe

diferença estatística entre o pré e pós-teste da população na perimetria do quadril nos dois

grupos.

Quando analisada a terceira medida (prega glútea) utili zando-se também o mesmo

WHVWH�SDUD�DPRVWUDV�GHSHQGHQWHV��FRP�.� ����QRV�GRLV�JUXSRV��DFHLWD-se novamente a hipótese

alternativa para ambos os grupos.

Para a análise estatística dos resultados das três medidas da perimetria do quadril

do grupo C, expressos na tabela 6, abaixo, não foi possível realizar o Teste de Wilcoxon para

amostra dependentes, devido ao grande número de repetições das medidas no pré e pós-teste.

Em razão disto, o tamanho da amostra fica reduzido de n = 6 para n = 3, não sendo possível

consultar a tabela para se obter o T (tabelado), conforme os autores Callegari-Jacques (2003)

e Triola (1999).

55

Tabela 6 – Resultados das 3 medidas da perimetr ia do quadr il no pré e pós-teste do

Grupo C, em cm.

GRUPO C 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida Pacientes

Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste 1................ 81 82 96 96 95 95 2................ 83 83 98 98 95,5 96 3................ 83 83 94 95 93 94 4................ 86 86 101 100 98 98 5................ 90,5 90 107 106,5 103,5 103 6................ 86 86 93 93 89,5 89,5 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Quando realizado o Teste de Wilcoxon para amostras independentes ��FRP�.� �����para os resultados das variações obtidas no pré e pós-teste das três medidas da perimetria do

quadril entre os grupos A e B, como mostra a tabela 7, pode-se aceitar a hipótese nula para as

três medidas entre os grupos, permitindo-se observar que a intervenção fisioterapêutica não

apresentou correlação estatística entre os grupos.

Tabela 7 – Resultados das var iações obtidas no pré e pós-teste das 3 medidas da

perimetr ia do quadr il entre os grupos A e B, em cm.

1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida Paciente Grupo A Grupo B Grupo A Grupo B Grupo A Grupo B

1................ 0 0 -0,5 -2,0 1,0 1,0 2................ 2,0 0 -0,5 -0,5 1,0 1,0 3................ 0,5 0 -0,5 -0,5 0,5 -0,5 4................ 0 0,5 -0,5 -0,5 2,0 -0,5 5................ 0 -1,0 -2,5 -1,5 1,0 -1,5 6................ 0,5 0 -1,0 -0,5 0,5 0,5 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

56

Tabela 8 – Resultados das var iações no pré e pós-teste das 3 medidas da perimetr ia do

quadr il entre os grupos A e C, em cm.

1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida Pacientes Grupo A Grupo C Grupo A Grupo C Grupo A Grupo C

1................ 0 -1,0 -0,5 0 1,0 0 2................ 2,0 0 -0,5 0 1,0 -0,5 3................ 0,5 0 -0,5 -1,0 0,5 -1,0 4................ 0 0 -0,5 1,0 2,0 0 5................ 0 0,5 -2,5 0,5 1,0 0,5 6................ 0,5 0 -1,0 0 0,5 0 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

E para os resultados das variações obtidas no pré e pós-teste das três medidas da

perimetria do quadril entre os grupos A e C, conforme a tabela 8, também realizou-se o

mesmo teste para amostras independentes, com .� ����SDUD�DV�WUês medidas entre os grupos.

Para a primeira medida (EIAS) da perimetria do quadril se aceita a hipótese nula.

Já para a segunda medida (linha do trocânter maior do fêmur) e para a terceira medida (prega

glútea), obteve-se a aceitação da hipótese alternativa.

Para a avaliação do percentual de gordura foi medida a dobra cutânea do músculo

glúteo máximo, sendo medida no glúteo direito e no glúteo esquerdo. Os resultados dos

grupos A, B e C estão ilustrados abaixo nas tabelas 9, 10 e 11, respectivamente.

Tabela 9 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo A, em mm.

GRUPO A Glúteo Direito Glúteo Esquerdo Pacientes

Pré-teste Pós-teste Var iação Pré-teste Pós-teste Var iação 1................ 35,7 35 0,7 35,7 35,7 0 2................ 31 30,7 0,3 32,7 32 0,7 3................ 29 28,7 0,3 28,3 27,3 1,0 4................ 38 36 1,7 38,3 37,7 0,6 5................ 39 37,7 1,3 38,7 37,7 1,0 6................ 37,7 36,3 1,4 38,7 37,3 1,4 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

57

Tabela 10 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo B, em mm.

GRUPO B Glúteo Direito Glúteo Esquerdo Pacientes

Pré-teste Pós-teste Var iação Pré-teste Pós-teste Var iação 1................ 32 27,3 4,7 31,6 28 3,6 2................ 33,3 31,6 1,7 33,3 32 1,3 3................ 30 29 1,0 30 29 1,0 4................ 30 27,3 2,7 30 28 2,0 5................ 32 30,6 1,4 32 30,3 1,7 6................ 32,3 30,3 2,0 32,3 30,6 1,7 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Tabela 11 – Resultados da dobra cutânea no pré e pós-teste do grupo C, em mm.

GRUPO A Glúteo Direito Glúteo Esquerdo Pacientes

Pré-teste Pós-teste Var iação Pré-teste Pós-teste Var iação 1................ 32,7 29 3,7 32 27,7 4,3 2................ 28 26,7 1,3 28,3 27 1,3 3................ 29 26 3,0 29,3 26,3 3,0 4................ 30,3 28 2,3 30,7 27,3 3,4 5................ 24,3 23 1,3 24,3 22,7 1,6 6................ 29,7 27 2,7 29,3 27 2,3 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

No grupo A, utili zou-se o Teste de Wilcoxon para amostras dependentes��FRP�.� �5% para o glúteo direito e .� �����SDUD�R�JOúteo esquerdo, obtendo-se a aceitação da hipótese

alternativa para ambos.

Para os grupos B e C, também realizou-se o Teste de Wilcoxon para amostras

dHSHQGHQWHV��FRP�.� ����SDUD�DPERV�RV�JOúteos, aceitando-se também a hipótese alternativa.

Os resultados das variações das dobras cutâneas, medidas no glúteo direito e no

glúteo esquerdo, entre os grupos A e B e os grupos A e C, como mostra as tabelas 12 e 13,

respectivamente, foram analisados estatisticamente, através do Teste de Wilcoxon para

amostras independentes, com .� ����SDUD�WRGRV�RV�JUXSRV�

58

Tabela 12 – Resultados das var iações obtidas no pré e pós-teste das dobras cutâneas no

glúteo direito e glúteo esquerdo, entre os grupos A e B, em mm.

Glúteo Direito Glúteo Esquerdo Pacientes Grupo A Grupo B Grupo A Grupo B

1......................... 0,7 4,7 0 3,6 2......................... 0,3 1,7 0,7 1,3 3......................... 0,3 1,0 1,0 1,0 4......................... 1,7 2,7 0,6 2,0 5......................... 1,3 1,4 1,0 1,7 6......................... 1,4 2,0 1,4 1,7 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Tabela 13 – Resultados das var iações obtidas no pré e pós-teste das dobras cutâneas

medidas no glúteo direito e no glúteo esquerdo, entre os grupos A e C, em mm.

Glúteo Direito Glúteo Esquerdo Pacientes Grupo A Grupo C Grupo A Grupo C

1......................... 0,7 3,7 0 4,3 2......................... 0,3 1,3 0,7 1,3 3......................... 0,3 3,0 1,0 3,0 4......................... 1,7 2,3 0,6 3,4 5......................... 1,3 1,3 1,0 1,6 6......................... 1,4 2,7 1,4 2,3 Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

Para as variações das dobras cutâneas comparadas entre os grupos A e B, obteve-

se a aceitação da hipótese alternativa, tanto para o glúteo direito quanto para o glúteo

esquerdo, significando que houve diferente estatística entre os grupos.

O mesmo concluiu-se para as variações das dobras cutâneas entre os grupos A e

C, que também se aceita a hipótese alternativa para o glúteo direito e esquerdo, entre os

grupos.

Para verificar a satisfação das pacientes após a realização dos tratamentos em cada

grupo, foi aplicado uma escala de opinião, no qual os resultados estão ilustrados na tabela 14.

59

Tabela 14 – Resultados do nível de satisfação das pacientes após a realização dos

tratamento.

Pacientes Grupo A Grupo B Grupo C 1.............................. Satisfeita Satisfeita Plenamente satisfeita 2.............................. Satisfeita Satisfeita Satisfeita 3.............................. Plenamente satisfeita Satisfeita Satisfeita 4.............................. Plenamente satisfeita Satisfeita Satisfeita 5.............................. Satisfeita Satisfeita Parcialmente satisfeita 6.............................. Plenamente satisfeita Satisfeita Satisfeita Fonte: pesquisa elaborada pela autora, 2005.

No grupo A, nota-se um maior nível de satisfação, 50% plenamente satisfeita e

50% satisfeitas, em relação aos resultados da aplicação da corrente russa associada ao

exercício resistido. No grupo B todas se mostraram satisfeitas (100%) com a aplicação

somente da corrente russa. E por final, no grupo C, 17% mostraram-se plenamente satisfeita,

17% parcialmente satisfeito e 66% satisfeitos em relação à realização apenas do exercício

resistido.

60

5 DISCUSSÃO DOS DADOS

Depois de analisados estatisticamente os resultados do pré e pós-teste da força

muscular nos grupos A e B, pode-se observar que houve aumento da força após a intervenção

fisioterapêutica, em ambos os grupos. Portanto, para o grupo A a aplicação da corrente russa

associada ao exercício resistido foi efetiva, assim como somente a aplicação da corrente russa

no grupo B.

Este efeito pode ser explicado de acordo com Kots (apud NELSON; HAYER;

CURRIER, 2003), o primeiro a utili zar a estimulação elétrica neuromuscular (EENM) no

fortalecimento muscular em indivíduos saudáveis, a capacidade para um maior recrutamento

de unidades motoras seria o principal fator responsável pelos significativos ganhos de força,

observado na associação da EENM ao treinamento com a contração voluntária máxima

(NELSON; HAYER; CURRIER, 2003).

Selkowitz (1989 apud GUIRRO, E.; GUIRRO, R., 2004) explica ainda que a

eletroestimulação isolada, em posição isométrica promove aumento de força isométrica,

determinando também uma maior capacidade do indivíduo em tolerar contrações mais fortes e

longas. Observou que não existe correlação significativa entre a intensidade da corrente

tolerada durante a estimulação elétrica e o torque produzido pela contração, em que esta

variabili dade é devida à interferência do sistema nervoso central (sensibilidade e percepção

emocional, desconforto e ansiedade), à fadiga e à impedância elétrica de cada indivíduo.

61

E Delitto e Snyder-Mackler (1976 apud ROBINSON; SNYDER-MACKLER,

2001) que sustentam e explicam o aumento da força muscular através da estimulação elétrica,

discutem que o aumento da força muscular pela EENM envolve o mesmo mecanismo do

exercício voluntário, ou seja, o aumento da força depende do aumento da carga funcional.

Quando analisada a força muscular no grupo C, pode ser observado que as

diferenças no pré e pós-teste apresentaram pequena variação nos valores, obtendo-se um

aumento da força em no máximo 1kg, util izando o protocolo proposto neste estudo de 50% do

valor obtido no teste de 1RM.

Hortobágui et al (1992 apud BRASILEIRO; SALVINI, 2004), acreditam que

forças em torno de 50 a 60% da contração voluntária máxima são requeridas para o

fortalecimento ou hipertrofia de músculos saudáveis.

Já Wilmore e Costill (2001) relatam que somente exercícios que utili zem pelo

menos 75% da força máxima são capazes de um recrutamento máximo de unidades motoras.

Santarém (apud GHORAYEB; BARROS, 1999), reafirma citando que exercícios

com pesos entre 75% e 85% da carga máxima, são mais eficientes para estimular o aumento

de volume dos músculos, que apresentam hipertrofia tanto de fibras brancas quanto de fibras

vermelhas, com razoáveis hidratação e vascularização. Enquanto exercícios com pesos entre

60 e 75% de carga máxima produzem hidratação e vascularização máximas, porém hipertrofia

de fibras brancas e vermelhas em menor grau.

Com a análise dos resultados das variações obtidas no pré e pós-teste da força

muscular, entre os grupos A e B e os grupos A e C, conclui-se que embora tenham sido

verificados diferenças, entre os grupos no pré e pós-teste quando os resultados das variações

foram comparados, tanto a aplicação da corrente russa associada do exercício resistido,

quanto somente a aplicação da mesma e somente aplicação do exercício resistido, não

apresentaram correlação estatística entre os grupos.

Portanto, os tratamentos util izados nesta pesquisa demonstraram ter, em seu

62

resultado final, a mesma eficácia em ambos os grupos, o que enfatiza o estudo feito por

Currier e Mann (1983 apud BRASILEIRO; SALVINI, 2004), que analisaram os efeitos da

estimulação elétrica em quatro diferentes grupos experimentais: estimulação elétrica,

estimulação elétrica associada ao exercício voluntário, exercício isométrico voluntário e grupo

controle, identificando um aumento significativo de força em todos os três grupos, quando

comparado ao grupo controle.

Já McMiken et al (apud ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2001) comparando

dois programas de tratamento, sendo um a contração isométrica voluntária máxima e outro a

estimulação elétrica, por um período de 10 dias, observaram um aumento de 25% no grupo de

contração isométrica e de 22% para estimulação elétrica, ressaltando que não houve diferença

entre os mesmos. Contrariamente a estes resultados, Delitto et al (1988 apud ROBINSON;

SNYDER-MACKLER, 2001) observaram um ganho de força muito maior no grupo de

estimulação elétrica (2.500Hz, modulado a 50Hz, com intensidade máxima tolerada) do que

no grupo treinado com contração voluntária.

E. Guirro e R. Guirro (2004), concluem que os dados encontrados na literatura

podem apresentar certa divergência entre vários autores em função dos protocolos util izados

nos programas de eletroestimulação elétrica neuromuscular. A freqüência, intensidade,

relação entre o tempo de contração e repouso, período de análise, ângulo do segmento, entre

outros, podem influenciar nos resultados. Essas variáveis devem ser cuidadosamente

destacadas quando da análise dos resultados de um experimento ou no confronto de vários.

Após a análise estatística do pré e pós-teste da primeira medida (EIAS) da

perimetria do quadril , nos grupos A e B, pode-se observar que não houve diferenças

significativas desta medida, após a intervenção fisioterapêutica dos dois grupos.

Já com a análise estatística da segunda medida (linha do trocânter maior do

fêmur), pode ser observado na amostra que houve um aumento desta medida em ambos os

grupos. Portanto, para esta segunda medida da perimetria do quadril , a intervenção

63

fisioterapêutica dos grupos A e B foi efetiva.

E na análise da terceira medida (prega glútea) no grupo A, observou-se que houve

uma redução desta medida, quando se aplicam os dois tratamentos associados. E no grupo B,

não houve alteração significativa desta medida, quando aplicada somente a corrente russa.

No entanto, quando analisada as variações obtidas no pré e pós-teste das três

medidas da perimetria do quadril entre os grupos A e B, observou-se que o resultado final dos

tratamentos aplicados demonstrou ter mesma efetividade em ambos os grupos.

No grupo C, após a análise dos resultados das três medidas da perimetria, chegou-

se a conclusão que somente com a aplicação do exercício resistido não há alterações

significativas nestas medidas, sendo menos eficaz em relação às intervenções fisioterapêuticas

dos grupos A e B.

Estes resultados foram confirmados após a análise estatística das variações obtidas

no pré e pós-teste das três medidas da perimetria do quadril entre os grupos A e C, sendo que

na primeira medida as duas intervenções demonstraram a mesma efetividade. Mas na segunda

e terceira medida a intervenção fisioterapêutica do grupo A foi mais efetiva em relação ao

grupo C.

De acordo com o esperado nesta pesquisa, isto é, um aumento da perimetria do

quadril na segunda medida e uma redução na terceira medida, após a aplicação da corrente

russa associada ou isolada, os autores Currier e Mann (1983), Romero et al 1982 (apud

PORCARI et al 2005) e Porcari et al (2002) relataram que em estudos relacionados a

aplicação da EENM na musculatura da coxa (quadríceps) identificaram um aumento da força

muscular assim como um aumento da circunferência da coxa.

E Birtane et al (2001) em um estudo que comparou a EENM e o exercício

isométrico no músculo quadríceps evidenciou um aumento dos valores da circunferência da

coxa de 1,87% com a aplicação da EENM e de 1,19% com o exercício isométrico.

Concluindo que embora se sabe que a EENM e o exercício isométrico conduzem a hipertrofia

64

e hiperplasia muscular, muitas pesquisas informam valores de circunferência (perimetria)

diferentes devido a diferentes tipos de aplicação e duração.

Já Evangelista et al (2003a) num estudo comparativo do uso da EENM associada

com atividade física na musculatura abdominal, evidenciou uma diminuição da perimetria

abdominal, pelo encurtamento do reto abdominal em sua dimensão longitudinal, de forma

mais significativa quando associado os dois tratamentos.

Quanto aos resultados da perimetria do quadril relacionados à aplicação somente

do exercício resistido, Guedes (2005) relata que o treinamento com pesos proporciona

adaptações funcionais e morfológicas. A principal adaptação funcional é o aumento da força

muscular, e a principal adaptação morfológica é o aumento da massa muscular (hipertrofia)

estando esta relacionada com a melhora da estética.

E ainda conforme Fleck e Kraemer (1999) os aumentos significativos na força

muscular acompanhados por aumento da circunferência dos membros, devido ao treinamento

com pesos estão geralmente associados à hipertrofia muscular.

Quando analisados os resultados do pré e pós-teste do percentual de gordura,

medida através da dobra cutânea do músculo glúteo máximo, nos grupos A, B e C, chega-se a

conclusão que houve redução do percentual de gordura após as três intervenções

fisioterapêuticas.

Já quando analisados os resultados das variações do pré e pós-teste das dobras

cutâneas, entre os grupos A e B e os grupos A e C, conclui-se que as intervenções

fisioterapêuticas dos grupos B (somente corrente russa) e C (somente exercício resistido)

foram mais efetivos, pois apresentaram uma maior redução do percentual de gordura em

relação a intervenção do grupo A (corrente russa associada ao exercício resistido).

Embora tenha sido observado melhores resultados nos tratamentos isolados do

que no tratamento da corrente russa associada ao exercício resistido, os autores Evangelista et

al (2003A) e Evangelista et al (2003B) em pesquisas relacionadas à aplicação da EENM

65

associada à atividade física na musculatura abdominal e nos músculos quadríceps e

isquiotibiais observaram uma diminuição do percentual de gordura nos grupos

eletroestimulados num período menor que aquele realizado somente com exercícios.

Contudo, em pesquisas relacionadas com exercícios resistidos os autores Frontera,

Dawson e Slovik (2001) relatam que o treinamento de força aumenta a massa tecidual magra

e diminui o percentual de gordura. Tais mudanças foram documentadas após o treinamento de

resistência em atletas, em pacientes saudáveis normais e em indivíduos mais velhos.

E Wilmore (apud POLLOCK; WILMORE, 1993) conduzindo um programa de

treinamento com pesos que envolvia 47 mulheres e 26 homens. Concluiu que ambos os

grupos revelaram uma redução da gordura corporal total e relativa.

Santarém (apud GHORAYEB; BARROS, 1999) reafirma relatando que além do

aumento da massa muscular, os exercícios com pesos promovem também a redução do tecido

adiposo produzindo eficientes e rápidos efeitos modeladores do corpo, tão desejados pela

maioria das mulheres.

Em relação à satisfação das pacientes após a realização dos tratamentos, pode-se

concluir que 72% da amostra mostraram-se satisfeitas, 22% plenamente satisfeitas e 6%

parcialmente satisfeitas com os resultados dos tratamentos aplicados.

As autoras Meyer; Medeiros e Oliveira (2003) em um estudo com o objetivo de

demonstrar o papel psicossocial da Fisioterapia Dermatofuncional na melhoria da saúde da

população de baixa renda, concluíram que após o tratamento, a satisfação com os resultados

estéticos trouxe benefícios psicossociais, sendo o mais importante e que sintetiza todas as

manifestações psíquicas e comportamentais analisados, o aumento da auto-estima.

E ainda relatam que os resultados obtidos, além de suavizarem o desconforto

físico causado pelas patologias estéticas, recuperam a harmonia do corpo e o convívio social.

66

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Várias pesquisas têm sido realizadas com a EENM aplicada isoladamente ou

associada aos exercícios físicos no fortalecimento dos músculos esqueléticos, como um

recurso coadjuvante no treinamento físico e nos tratamentos estéticos. Entretanto seus

resultados são atualmente questionados e há ainda muita controvérsia na literatura sobre seu

papel.

Após a análise estatística dos resultados da força muscular em cada grupo, os

grupos A (corrente russa associada ao exercício resistido) e B (somente corrente russa),

mostraram maiores resultados em relação ao grupo C (somente exercício resistido). Já quando

comparados os grupos B e C com o grupo A, todos os tratamentos se equivaleram,

demonstrando ter a mesma efetividade.

A análise dos dados das três medidas da perimetria do quadril em cada grupo,

indicaram que na primeira medida em todos os grupos os tratamentos não apresentaram

resultados significativos. Nas segunda e terceira medidas, nos grupos A e B, os tratamentos

foram eficientes, apresentando um aumento e uma redução das medidas, respectivamente. No

entanto, no grupo C sua intervenção fisioterapêutica foi menos eficaz para estas medidas.

Em uma segunda análise desses dados, onde foi realizada a comparação entre os

grupos, nas três medidas da perimetria do quadril , os resultados entre os grupos A e B

indicaram que os tratamentos aplicados se equivaleram, porém nos resultados entre os grupos

67

A e C, o tratamento do grupo A mostrou melhores resultados que do grupo C, sendo então a

associação da corrente russa e do exercício resistido mais eficiente.

Na análise do percentual de gordura em cada grupo, todos os grupos apresentaram

uma redução deste percentual, ou seja, os tratamentos demonstram a mesma efetividade.

Quando realizada esta análise entre os grupos, os tratamentos dos grupos B e C se

sobrepuseram ao tratamento do grupo A.

Na análise da escala de opinião em relação aos tratamentos realizados, das dezoito

participantes, quatro mostraram-se plenamente satisfeitas e o restante satisfeitas.

Este estudo proporcionou buscar novas experiências, gerando hipóteses a serem

investigadas em pesquisa futuras, induzindo a novos estudos e a novos métodos auxili ando na

formulação de parâmetros para as práticas clínicas.

68

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73

APÊNDICES

74

APÊNDICE A

L ista para seleção da amostra

75

Você gostaria de participar da coleta de dados de TCC – Corrente russa associada ao exercício resistido no músculo glúteo máximo que serão realizados em dez (10) sessões, três vezes por semana. Deverão ser seguidos os seguintes critérios: ter vida sedentária, não fazer dieta alimentar e ter altura entre 1,60 – 1,70m.

Nome Idade Peso Altura Horár io disponível

Fase / telefone

76

APÊNDICE B

Ficha de avaliação fisioterapêutica para flacidez muscular

77

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PARA FLACIDEZ MUSCULAR

Data da avaliação: ___/___/___

1 Identificação

Nome: _____________________________________________________________________

Data de nascimento: ___/___/____.

Procedência: _________________________________ Telefone: __________________

Profissão: ___________________________________ Estado civil: ________________

2 Ficha Clínica

� Gesta______________ Para: _____________ Abortos: _____________

� Diástase dos retos abdominais: gestação ( ) puerpério ( )

� Diabetes: ( ) sim ( ) não

� Tratamentos anteriores para flacidez: __________________________________________

Resultados obtidos: _______________________________________________________

� Atividade física: ( ) sim ( ) não Quantas vezes por semana? _______________

Qual? ___________________________________________________________________

� Cirurgias recentes: ( ) sim ( ) não. Qual? _________________________________

� Dieta alimentar: ( ) sim ( ) não. Com auxílio de medicamentos? ( ) sim ( ) não

� Usa anticoncepcionais? ( ) sim ( ) não. Há quanto tempo? ____________________

3 Caracterização do quadro

� Período de aparecimento da flacidez:

( ) na adolescência ( ) durante a gravidez ( ) após a gravidez

( ) ao ganhar peso ( ) após perder peso ( ) outros____________________

� Localização:

( ) abdômen ( ) glúteos ( ) adutores ( ) tríceps ( ) outros

� Peso corporal: ____________ Estatura: ______________ IMC: ___________________

78

4 Exame físico

Força muscular (em kg): avaliada através do Teste de carga máxima – TCM, de forma

decrescente. Conforme Marins e Giannichi (2003) no emprego do TCM pela forma

decrescente, inicia-se com uma carga máxima, que não permite ao testando executar o

movimento; a seguir diminui-se, gradativamente, a carga até um determinado ponto, quando

será possível a execução do exercício. O movimento testado é de extensão do quadril ,

executada na máquina para glúteos.

D (kg) E (kg)

Carga máxima alcançada Avaliação Reavaliação Avaliação Reavaliação

Data da reavaliação: ____/____/____

– Perimetria (cm)

Local Anatômico P.R. Aval. Reaval.

Região do quadril EIAS

Linha do trocânter maior do

fêmur

Prega glútea

Data da reavaliação: ____/____/____

– Dobra cutânea (mm)

Plicômetro: na região glútea, ponto médio entre EIPS e prega glútea.

D (ml) E (ml)

Avaliação

Reavaliação

Data da reavaliação: ____/____/____

Acadêmica Vanessa Orlandi

79

ANEXOS

80

ANEXO A

Escala de opinião

81

Escala de opinião

Como se sente em relação aos resultados do tratamento?

( ) plenamente satisfeita

( ) satisfeita

( ) parcialmente satisfeita

( ) insatisfeita.

82

ANEXO B

Termo de consentimento

83

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL

CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E GRAVA ÇÕES.

Eu ________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional. Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma. As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda. Nome do sujeito da pesquisa e/ou paciente: ________________________________________ RG: ________________________________________ Endereço: ________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Se o indivíduo é menor de 18 anos de idade, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve ser obtido e assinado por seu representante legal. Nome dos pais ou responsáveis: ________________________________________ RG: ________________________________________ Endereço: ________________________________________ Assinatura: ________________________________________ Equipe de pesquisadores: Prof. Ralph Fernando Rosas. Acadêmica: Vanessa Orlandi Data e Local onde será realizado o projeto: ________________________________________